05/03/2013
O PONTO DA DISCÓRDIA I
O novato vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, é isca numa armadilha de lhe armaram na Câmara. Batismo. O vereador ainda pensa que alguns políticos que o rodeiam são sérios. A campanha para enfraquecê-lo já começou. Brick quer ser agradável, paladino e isento. Mas a política é um jogo intenso de interesses contraditórios, ilegais, imorais ou impróprios antes de ser a consagração da legalidade, moralidade, ética e interesses coletivos. Brick vai se dar mal como relator do projeto de lei 003/2013. Ele tem até às 15h30min para refletir melhor sobre este assunto.
O PONTO DA DISCÓRDIA II
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, mandou o projeto para alterar dois itens da Lei 1.305/1991. Esta lei trata do Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos, das Autarquias e das Fundações Municipais. O que Zuchi quer alterar? O gozo das férias dos que trabalham no magistério terão que coincidir com as férias escolares, mesmo que o servidor não tenha este direito ainda. Todos os vereadores concordam. É justo. É razoável. É mero controle burocrático. A outra é polêmica. Quer livrar do ponto obrigatório os comissionados de Gaspar. Nem todos os vereadores concordam com esta aberração, particularidade e esperteza, inclusive o próprio Marcelo Brick. O que aparentemente é bom.
O PONTO DA DISCÓRDIA III
E o que Brick fez como relator desta matéria da Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação da Câmara? Tornou-se refém da assessoria da Casa e das pressões corporativas vindas do PT, da Prefeitura, do Samae, da malandragem. O que teria orientado a assessoria? Dar um parecer favorável à matéria na Comissão. Ou seja: facilitar, dar legalidade, encaminhá-la para aprovação. Pior. E em plenário teria que se explicar, se desgastar, se enrolar no inexplicável, dar uma aula de contradição e votar contra a matéria. Resumindo: ficar marcado para ser cobrado nos discursos dos adversários, na rede social, na mídia, no eleitorado... Pressionada posteriormente por Brick, a assessoria meio que lavou as mãos.
O PONTO DA DISCÓRDIA IV
Vereador! Observe o que aconteceu com Kleber Edson Wan Dall, PMDB, quando presidente da Casa. Ouviu a assessoria da Câmara e foi desmoralizado no vai-e-vem naquele assunto do trem da alegria. Perceba quem é o assessor jurídico da Câmara e o procurador geral do município. São irmãos, não de sangue apenas, mas de interesses. Entenda a razão pela qual PT implantou o melhor trabalhador de todos, José Hilário Mellato, PP, ? mais calejado e astuto ? na presidência da Casa. Ele conhece do riscado como ninguém há anos; e se presta ao resultado. Então, vereador, o senhor vai recomendar a aprovação da matéria na sua Comissão (que é também de cidadania), mas vai votar contra em plenário? Brincadeira! Estão zombando da sua capacidade e discernimento. E o senhor está se permitindo à esta auto desmoralização.
O PONTO DA DISCÓRDIA V
O senhor ouviu a assessoria da Câmara, o pessoal da Prefeitura. Fez certo. É preciso ouvi-los mesmo. E o pessoal Sintraspug? Os servidores efetivos? E os assessores que lidam com este tipo de assunto, também às vezes complicados e com pegadinhas como esta, na Assembleia Legislativa e Câmara de Blumenau? Afinal senhor um neófito, precisa ouvir além dos gabinetes da Câmara de Gaspar para evoluir, como Platão, em ?O Mito das Cavernas?; precisa saber de onde vem à claridade. O que o Sintraspug e outros assessores experientes lhe disseram ou lhe ajudaram?
O PONTO DA DISCÓRDIA VI
Ah, é uma pegadinha? Botaram algo sensato com um fato ruim num mesmo projeto de lei? E daí? É do jogo. É assim mesmo. Ou o senhor vai se render à esperteza dos políticos de carreira e no poder em Gaspar? Encontre uma solução com base na legalidade possível. Separe os assuntos. Separando-os, coloque o seu parecer sobre ambos e deixe a sua Comissão feita ainda de José Amarildo Rampelotti e Hamilton Graf, ambos do PT e que querem esta aberração, além de Jaime Kirchner, PMDB, que não declarou voto, resolverem. Ah, é Constitucional o projeto de lei como está. É? E dai? É Constitucional, entretanto fere o princípio da moralidade pública, da cidadania, da isonomia de obrigações entre os servidores. Cria privilégios. Ou estas não são teses jurídicas suficientes para o parecer contrário a esta excrecência? Fundamente-as, se convicto.
O PONTO DA DISCÓRDIA VII
Se senhor for o derrotado nos votos na sua tese na Comissão, passa limpo e não perde o discurso do novo na política. Mais do que isso, ganha a legitimidade ? que querem lhe tirar e assim constrange-lo - para votar em plenário contra a retirada do ponto para os comissionados. Se não fizer isto, por coerência, terá que aprovar esta malandragem em plenário. Outra pergunta para encerrar: o que a atual Administração municipal lhe ajudou até agora nos pedidos que fez para a comunidade? Que eu saiba, na última sessão, o líder do governo ainda zombou das suas queixas. Disse que o governo não possui estrutura para atender o povo e muito menos os representantes dele. Ou seja, vai ser humilhado mais uma vez? Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Um dia a moda pega por aqui e não será no governo do PT. Ele é quem cobrará isto dos outros ? como sempre. Prefeitura de Florianópolis passou a divulgar os salários dos servidores municipais - efetivos e comissionados - na internet.
Empregado. O ex-vereador gasparense e ex-candidato a prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, acaba de ser nomeado gerente de Assistência Social, Trabalho e Habitação da Secretaria Regional de Desenvolvimento Regional de Blumenau. Ele entra no lugar da gasparense Maria Isonita Schmitt. Ela vai disputar a eleição para uma vaga no Conselho Tutelar daqui. Diante do emprego, sabe-se com isso que o PMDB já se considera com remotas as chances de assumir a prefeitura de Gaspar.
Sobre este assunto, o próprio Kleber tem dito que só quer assumir quando não houver nenhuma possibilidade de recursos por parte de Pedro Celso Zuchi, PT. ?Não aprovo o entra e sai. Há muito desgaste e a cidade perde?, enfatizou. Então ele vai esperar tudo passar no Tribunal Superior Eleitoral e isto vai demorar uns dois anos.
Arrastam-se as tentativas de criar uma ?federação? de Associações de Bairros, em Gaspar e assim colocá-las num único cabresto do aparelho petista. A última reuniu cinco representantes.
Edição 1467
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