29/12/2012
RETRATOS I
Quando o então prefeito Pedro Celso Zuchi e a vice Albertina dos Santos Deschamps, ambos do PT, assumiram no dia primeiro de janeiro de 2001, eles posaram para um retrato. Nele, estava o seu secretariado. Uma novidade. Uma real esperança de mudanças. Quando o hoje Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, assumiram em primeiro de janeiro de 2009, eles posaram novamente para um retrato. Nele, estava o seu secretariado. Outra novidade. Sabia-se naquela altura, todavia, que pouca coisa mudaria por aqui. A previsão se confirmou. A foto ficou velha. O PT e Zuchi foram se desfazendo cirúrgica e espertamente dos que agregaram por interesses ou blefe e recolocando-os por peças amorfas que deram o tom cinzento final num retrato amador. Quando Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps assumirem neste primeiro de janeiro de 2013, eles também vão posar para um novo retrato. Mas, protocolar de dúvidas, até nos sorrisos. Será a confirmação do velho, do que não deu certo, daquilo que é fraco, que é pau mandado e que compromete o futuro da cidade e quase derrubou o próprio candidato em plena campanha.
RETRATOS II
Neste momento em que posto esta coluna extra na internet, porque o jornal impresso Cruzeiro do Vale está de férias até o dia 11, o prefeito reeleito Pedro Celso Zuchi não anunciou oficialmente o seu secretariado. Nem tentou disfarçar, propagandear, enganar ou compor o que poderia se dizer novo. Não deu brilho. Não deu luz. Não deu cores. Não deu contornos. Não deu retoques. Deu uma ou outra pista via as raras exonerações que procedeu na publicação do Diário Oficial dos Municípios, como a do secretário de Administração e Finanças, Michel Maicon Zimmermann, o mágico dos números e homem de confiança do padrinho da administração de Gaspar, o deputado Décio Neri de Lima, PT. Os outros prefeitos eleitos, incluindo os reeleitos, ocuparam espaços para ares de renovação. Anunciaram seus secretários: mantendo uns, recrutando outros por competência ou por necessária composição política.
RETRATOS III
O que mostra esta atitude de Pedro Celso Zuchi e seu grupo que o assiste e o orienta há muito, fora principalmente e até dentro do PT, incluindo a sua família? Primeiro de que acham que a atual estrutura administrativa é excelente para os planos que possuem (se possuem). É que a turma que sai (e fica) não conseguiu entregar resultados e por pouco não os deixa na mão em mais uma reeleição. Segundo de que o atual staff é bom, apesar de deixá-los vulneráveis por todo o tempo com as barbeiragens que patrocinaram. Para coroar isto, pesa sobre o prefeito eleito, a impugnação da sua candidatura (ele só está assumindo a base de uma liminar). Terceiro de que em time que está ganhando sabe lá o que, não se mexe. Quarto acham de que a cidade, as cidadãs e os cidadãos já fizeram o que tinham que fazer: no voto democrático deram autonomia e autorizaram prosseguir naquilo que já vinha capenga. E por último outro fato a ser considerado, diante da insegurança do atual mandato comprometido, Pedro Celso Zuchi e seu grupo não conseguiram formar ou arrebanhar ?novos? nomes para nos impressionar no novo retrato, figurantes escolhidos, na verdade, para serem sacados no caminho como aconteceu entre outros com Francisco Hostins Júnior, Joel Reinert, Ednei de Souza, Evandro Assis Muller...
RETRATOS IV
Gaspar caminha mais uma vez na contramão dos vizinhos. Eles procuram e levam ao desenvolvimento. Mais uma vez será prevalente a ação política, a ambição pessoal, familiar ou de grupos e um governo zumbi. Pedro Celso Zuchi está se defendendo e por isto, não se organizou para governar. Kleber Edson Wan Dall, PMDB, não se preparou para assumir numa eventualidade. Não possui nomes novos, fortes e diferentes. Nem sequer um gabinete crítico e emergencial para acompanhar o Orçamento que poderá ter que usá-lo, entender e administrá-lo, se não for pego antes nas ciladas da burocracia. E a prova mais contundente deste retrato paralelo? Kleber e o PMDB não conseguiram sequer compor para ser maioria na Câmara de Vereadores, onde tinham reais chances. Se não houver mudanças nestes dois dias, Kleber e o PMDB sairão perdendo por inabilidade e capacidade. Outro retrato alternativo assustador para o nosso futuro. Para onde se olhe, estamos mal na foto. Acorda, Gaspar!
DESMEMORIADO
Um bom plano orçamentário começa pela argumentação. Em Gaspar, uma das primeiras obras do presidente do Samae Lovídio Carlos Bertoldi, em 2009, foi o de trocar o nome do Samusa para voltar a se chamar Samae, como nos velhos tempos. Retrocedeu. Trocou o senso de saneamento pelo de esgotos. Por preconceito e ranço político, Lovídio não gostava do nome Samusa dado pelo seu antecessor Adilson Luiz Schmitt, PPS. Voltando. Olha só o que está na Lei Orçamentária Anual de 2013. ?O Município é composto pela Administração Direta (Secretarias Municipais e Gabinete do Prefeito) e Administração Indireta (Fundação Municipal de Esportes e Serviço Autônomo Municipal de Saneamento - Samusa). Toda assessoria a estes órgãos, com exceção do Samusa , como também ao próprio Prefeito é realizada através da Procuradoria-Geral do Município. Atualmente, existem 5.210 processos judiciais em trâmite em que o Município é parte...?. Samusa? Mas, o Samusa não existe desde 2009. Seria Samae, por acaso ou ainda existem os dois? Acorda, Gaspar!
NOVO CARGO I
Em Blumenau, PSDB compõe com o PMDB e coloca o carimbado Paulo França na secretaria de Obras. Ele faz carreira nos cargos públicos. É também o eterno candidato a alguma coisa e queridinho do PMDB de Gaspar. Foi anunciado como o próximo secretário de Obras de prefeito eleito de lá, Napoleão Bernardes, PSDB. O PMDB é vice do prefeito que se vai, João Paulo Kleinubing, PSD; era vice do derrotado por Napoleão, o deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD. Como se vê, Napoleão não mudou muito. Pela governabilidade, ele preferiu, ou aceitou, o mesmo do antigo, do que não se renova e representa uma oligarquia que não vence e não possui votos em Blumenau, mas manobra bem nos bastidores da política há anos onde usufrui na plenitude.
NOVO CARGO II
Paulo França foi secretário de Desenvolvimento Regional de Blumenau e era secretário adjunto de Infraestrutura do Estado. Nos dois cargos não conseguiu terminar os poucos quilômetros do asfaltamento Belchior, em Gaspar, com Luiz Alves e anunciou que a Ponte da Ilhota estaria pronta agora neste dezembro, conforme capa do Jornal de Santa Catarina e motivo de uma nota aqui da barriga jornalística. Estava com Paulo França o projeto executivo do Anel de Contorno de Gaspar. Como se vê, uma escolha de risco para uma paz política na Câmara de Blumenau. O PMDB ganhando ou perdendo, sempre dá um jeito de emplacar seus escolhidos no jogo do poder que faz para poucos e de sempre do mesmo clã. O PMDB de Gaspar comemorou. Como assim? O PMDB de Gaspar é também responsável pela indicação e a negociação que não conseguiu por aqui? Quando Kleber for (se for) prefeito, Paulo França vai acumular as funções nos dois municípios? Ou os peemedebistas daqui já mapearam a boquinha por lá temendo não ganhar o que nunca buscaram de fato e na estratégia por aqui? Acorda, Gaspar!
ACORDO?
O PSD de Gaspar não nega e deixa correr. Faz parte do jogo de valorização nas negociações, inclusive com o PMDB, o qual em contatos no litoral tenta reverter a derrota na composição do bloco de maioria da Câmara. O prefeito eleito Pedro Celso Zuchi, PT, teria oferecido duas secretarias no ?novo governo? e 12 cargos em comissões em nível de diretoria e superintendência. As mesmas fontes informam que ao DEM foi oferecida uma secretaria. Uma pergunta básica. Estes cargos estariam naquele trem da alegria que foi apresentado mas providencialmente retirado pelo PT em dezembro na Câmara para não vê-lo rejeitado, mas que prometeram reapresentá-lo em 2013, quando imaginam ter maioria para as manobras de aprovação? Ai, ai, ai. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Foi liberado pelo Ministério do Turismo, mais R$285.012,00 para pagar as obras ainda inacabadas, e sempre anunciadas como próximas do fim, do elevado da Avenida das Comunidades. Até agora foram liberados R$1.227.408,00. O total do convênio é de R$1.560.000,00. A contrapartida da prefeitura nesta obra é de R$ 384.815,21.
Investimento. Um vereador experiente que vai tomar posse na terça-feira aqui em Gaspar deu R$1.500,00 a outro candidato do seu partido para arrumar votos e assim melhorar a legenda para ambos. Mas, a ?doação? veio com uma recomendação marota: casar os votos com um adversário a prefeito, neste caso, Pedro Celso Zuchi, PT. Com o dinheiro, o vereador comprou duas vacas. Para o candidato que nao se elegeu, as vacas foram melhores do que chorar pelo leite derramado das traições.
História. A vereadora Ivete Mafra Hammes, recuperada na saúde e curada da ressaca de quatro anos atrás quando concorreu pelo PMDB à prefeitura de Gaspar e perdeu, volta fortalecida à Câmara. Mas, na vida política de Ivete foi iniciada e esteve quase sempre atrelada ao PT e sua história.
?Em 1987 os membros do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores reuniram-se novamente para a escolha da primeira comissão executiva, definindo o senhor Sérgio Hammes como presidente. Em 1988 foi lançado pela primeira vez no município candidatos para o executivo e legislativo. Sérgio Hammes e Albertina dos Santos Deschamps foram candidatos a prefeito e vice respectivamente. Neste pleito a candidata à vereadora Ivete Mafra Hammes foi candidata mais votada?.
Quem pode julgar Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa no Tribunal Regional Eleitoral que será presidido a partir do dia sete de janeiro pelo desembargador Eládio Rocha Torret, das coisas embaraçosas que recaem sobre a impugnação das candidaturas de ambos. Os juízes efetivos Luiz César de Medeiros (desembargador), Júlio Guilherme Berezoski Schttschneider (juiz Federal), Nelson Maia Peixoto (juiz de Direito), Luiz Henrique Martins Portelinha (juiz de Direito), Marcelo Ramos Peregrino Ferreira (jurista) e outro que virá da lista tríplice.
Os juízes substitutos que podem compor o julgamento do prefeito e sua vice também já estão escalados para os próximos dois anos. Nelson Juliano Schaefer Martins e José Volpato de Souza (desembargadores), Bárbara Lebarbenchon Moura Thomaselli (jurista), Ivori Luís da Silva Scheffer (juiz Federal), Luiz Antônio Zanini Fornerolli e Brigitte Remor de Souza May (juízes de Direito) além de um jurista que virá de uma lista tríplice. O André Stefani Bertuol como efetivo e Marcelo da Mota, como substituto serão as referências da promotoria dos casos a serem analisados.
Recorde. Esta coluna na internet via o portal do Jornal Cruzeiro do Vale teve pouco mais de 200 mil acessos em 2012 (o meu blog antes de ser invadido tinha muito, mas muito mais). Somos uma cidade de quase 60 mil habitantes. O blog mais acessado do país, o de Reinaldo Azevedo, teve 32 milhões de acessos para uma população de 190 milhões habitantes. Outros blogs como o de ricardo Noblat, Lauro Jardim e Augusto Nunes tiveram entre 12 a 15 milhões de acessos em 2012, como eles declaram. Além disso, é incomparável o apoio institucional nos links da revista Veja e do jornal O Globo, bem como o suporte das redes sociais ausentes na minha coluna. Então, estive acima da média. Neste período, os acessos também estão bombando, devido a atualização do trabalho. O que me resta? Agradecer e à confiança (e a desconfiança, também). Afinal o tempo é o senhor da razão.
Uma pergunta que não se quer calar. Com pleno emprego, por que há tanta gente que não os consegue e quer se empregar como comissionado na prefeitura de Gaspar? Por que para a maioria destas tetas, algumas com vencimentos de dar inveja, a exigência é o ensino fundamental? Isto não é antecipar que a entrega do serviço e resultados vão ser pior do que medíocre para quem propagandeia ser inovador? Acorda, Gaspar!
Para comparar e invejar. Está no Moacir Pereira, em ?a digna saída Clésio Salvaro? . O prefeito Clésio Salvaro, PSDB, disputou a eleição com a negativa do registro pela Justiça Eleitoral, em decisões nos três níveis. Venceu com esmagadora margem de votos. Fato inusitado: em nenhum momento desanimou ou reduziu a agenda. Ao contrário, intensificou obras e serviços, multiplicou as visitas e desdobrou-se como se fosse permanecer mais quatro anos. A serenidade revelada ontem na saída da prefeitura, com a esposa, e o vice Márcio Búrigo, confirmou outra vez a inédita postura.
O PMDB de Gaspar tem tudo para errar de novo. Depois da arrogância e incapacidade para negociar e compor o novo bloco majoritário na Câmara, o partido encontrou em outro, um culpado por seus próprios erros: o vereador Marcelo Brick de Souza, PSD. Nas internas, o PMDB diz que quer enfraquecê-lo. Primeiro o PMDB devia pensar em se fortalecer. Perde tempo. Vai ficar exposto.
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