21/12/2012
ZUCHI E AURÉLIO I
Gaspar é uma cidade incomum. Na terça-feira, dia de diplomação dos eleitos na Comarca e véspera do julgamento decisivo contra o prefeito eleito, publiquei em primeira mão, na internet, esta manchete: candidato Pedro Celso Zuchi, PT, é um político de sorte. Foi diplomado à base de uma liminar. E para completar, as impugnações contra ele não vão ser mais julgadas no Tribunal Regional Eleitoral. O advogado Aurélio Marcos de Souza deu uma mãozinha.
ZUCHI E AURÉLIO II
E continuei. O juiz relator do processo que trata dos recursos contras as impugnações do candidato Zuchi no Tribunal Regional Eleitoral, Marcelo Ramos Peregrino Ferreira, deferiu o pedido da ?Coligação Mais por Gaspar? e adiou ?sine die? o julgamento. E quem pediu isto? O próprio delegado e advogado da Coligação representada pelo PPS e DEM, autora das impugnações. Isto mesmo: Aurélio Marcos de Souza até então um implacável algoz do PT, das dúvidas administrativas e de gestão de Zuchi e seus companheiros, aliviou. Foi pragmático. Abandonou a causa ideológica depois de ver os planos de poder ir embora com a derrota da Coligação.
ZUCHI E AURÉLIO III
O adiamento é resultado do desinteresse da Coligação ?Mais por Gaspar? após ficar em último lugar e da qual Aurélio foi um dos mentores dela; da divergência do PPS (no qual Aurélio está filiado) e o DEM com os advogados da causa; bem como do ?interesse? que o PMDB demonstrou no processo para ser assistente, acelerar e tirar vantagens dele. É que se houver a cassação de Zuchi, Kleber Edson Wan Dall será o prefeito. Nos últimos dias, Aurélio Marcos de Souza se sentia incomodado com esta situação e resolveu ?deixar o barco correr?. Mas como o PMDB estava manobrando forte nos bastidores sem negociar com ele os honorários, o Dr. Aurélio resolveu ?parar? o processo.
ZUCHI E AURÉLIO IV
Para isto, o Dr. Aurélio simplesmente alegou estar adoentado. Não podia fazer a sustentação oral. Pediu o ?adiamento? do julgamento no Tribunal. Era tudo o que o PT e a defesa e Zuchi queriam neste caso difícil e que é uma ameaça real a um novo mandato. O juiz relator, de pronto, aceitou o pedido. O estranho é que Aurélio Marcos não costuma fazer defesas orais no Tribunal. Aliás, ela não obrigatória e o outro advogado de escritório, Ênio César Muller, é conhecedor profundo dos fatos e do processo. Ou seja, poderia substituí-lo.
ZUCHI E AURÉLIO V
Luiz Nagel, presidente do DEM e Vitório Marquetti, do PPS, interessados diretos no assunto continuam em silêncio. O próprio Aurélio Marcos também. O DEM não tem interesse em polemizar, pois já se acertou com o PT. Adilson Luiz Schmitt está quieto. O deputado Aldo Schneider, PMDB, tentou conversar com Aurélio Marcos antes de terça-feira, mas Aurélio não o atendeu. As conversas de Aurélio Marcos com o presidente do PMDB de Gaspar, Carlos Roberto Pereira, quando aconteceram foram tensas, inconclusas e com escaramuças de ambos os lados, principalmente depois que o PMDB emplacou no processo um advogado assistente e fez um processo assemelhado em paralelo e que está prestes a ter sentença aqui na Comarca. Kleber apenas assiste. Às vezes dá a impressão que nem quer ser prefeito. Para finalizar. O PT ganhou o melhor presente deste Natal. E quem sempre considerou seu pior inimigo: Aurélio Marcos de Souza. Quem diria? Acorda, Gaspar!
HORA DE CONFERIR
Esta é a manchete do Jornal de Santa Catarina do dia 13 de fevereiro (reprodução da capa). ?Conclusão da Ponte de Ilhota fica para dezembro de 2012. Secretário-adjunto da Secretaria Estadual de Infraestrutura, Paulo França, garante que falta pouco para a obra recomeçar?. Fiz um longo artigo na época mostrando a barriga jornalística ou a pauta direcionada por políticos matreiros e mentirosos. Era impossível do ponto de vista técnico fazer aquela obra em dez meses. E de ponte, o Santa entende. Acompanha, e bem, a do Badenfurt. Como o dezembro terminou, está na hora do Santa explicar a afirmação desconectada da realidade que fez aos seus leitores e leitoras.
SOBRE O TRAPICHE
Como antecipei há 15 dias, José Hilário Melato, PP, deverá ser próximo presidente da Câmara. Quem quer e articulou tudo isto? O PT de Lovídio Carlos Bertoldi, presidente do Samae. Qual a razão disso? Isolar e enfraquecer o PMDB, seja ele oposição ou situação. Vingança e prevenção. Controle do Legislativo no primeiro ano. Já está tudo conversado com PSD e DEM. Marcelo Brick será o vice para aprender. Vai ser presidente no segundo ano. Andréia Nagel, DEM, no terceiro ano e o PSD indica o último. Duas perguntas: o que faz a presidente Julita Schramm no PT? E por que Mellato não se filia ao PT de uma vez?
A reunião que definiu tudo isto aconteceu ontem pela manhã na Prefeitura. O PSD e o DEM disseram que não vão votar pacotes fechados do PT. A conferir. O acordo feito há quase um mês demorou devido à resistência de Marcelo Brick, PSD, o mais votado. Outra. O PMDB que não soube compor, também jogou (e traía quem ele atraía para o seu grupo). O presidente Carlos Roberto Pereira há semanas telefonou para Lovídio Carlos Bertoldi propondo uma chapa pura do PMDB com o PT. Qual a razão? Sabe quem o PT escalou agora para conversar com o PMDB e propor um acordão? O PSD e o DEM. Rir é pouco. Acorda, Gaspar!
Sobre o inquérito que apura se o companheiro comissionado Mauro José Gubbert, gerente do Orçamento Participativo, enviou a propaganda política com pesquisa falsa a favor da candidata Ideli Salvatti, PT, em 2010, do seu computador da Prefeitura: ele voltou para a Polícia Federal, em Itajaí. O juiz Clayton Cesar Wandscheer deu mais 90 dias à PF para apurar este caso ?tão complicado? feito para prescrever. É a oitava vez que o Inquérito volta à PF. Em caso assemelhado, em Lages, o assunto foi resolvido em menos de seis meses.
Acácio Schmitt, que sempre andou colado política e administrativamente com o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, a ponto de assinar várias ações contra a administração petista foi embora de Gaspar. Foi para Balneário Rincão, no sul do estado. Disse que estava cansado da falta de perspectiva e das companhias.
Dia de diplomação. Parecia velório. Dia de discursos e outras bobagens. O prefeito reeleito Pedro Celso Zuchi, PT, e que foi diplomado com base numa liminar, exaltou o Orçamento Participativo. Segundo Zuchi, o seu sucesso administrativo e eleitoral nas urnas se devia ao fato dele ouvir o povo no tal Orçamento. Primeiro é uma enganação, pois os recursos são mínimos. Segundo, porque é direcionado pelo aparelho. Então me lembrei de pelo menos dois episódios em que o povo pediu uma coisa e fizeram outra. Um era aquela pista de caminhada na Coloninha e a outra era o asfaltamento de uma rua e que saiu em outra, lá na Lagoa.
Jefferson Forrest, vereador eleito agora pelo PT de Blumenau, que declarou voto ao PSDB de lá, genro do deputado Federal Décio Neri de Lima, quase trabalhou em Gaspar. Ele foi nomeado no decreto 3.204 de 14.01.2009 e publicado no Diário Oficial no dia 16 daquele mês, Diretor do Núcleo de Associação de Moradores de Gaspar a partir do dia 12 de janeiro daquele ano. Jefferson não veio. Aportou por aqui no seu lugar João David de Borba e que o Aurélio Marcos de Souza provou ter sido disponibilizado indevidamente por Pedro Celso Zuchi para trabalhar em Blumenau. Comissionado tem que trabalhar onde foi nomeado. Também foi embora. Acorda, Gaspar!
Edição 1451
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