20/11/2012
CARTA DOS PMs I
As associações de Praças e a de Oficiais da Polícia Militar de Santa Catarina se uniram. Mostraram do ponto de vista delas as razões para a atual crise na Segurança catarinense. Respeito, mas não concordo inteiramente. Citam baixos soldos. É evidente. Antes, todavia, precisa-se discutir inteligência, preparo operacional, profissionalismo, promoção por mérito e comando. Quando um PM busca a promoção nas patentes, ou nas locações para tarefas burocráticas ao invés das ruas, ou para ser guarda de patrimônio e motorista na Assembleia Legislativa, Agronômica ou Centro Administrativo, ou então quer ser deslocado para cidades onde lhe é mais conveniente tudo isto por influências políticas, ele está contribuindo para o enfraquecimento da corporação, para se criar diferenças entre os iguais e aumentar a insatisfação na corporação, na carreira e na sociedade, a razão da PM existir.
CARTA DOS PMs II
Escreveu-se no documento sobre o sucateamento dos equipamentos e da falta de verba. É verdade. E se dependêssemos apenas do Estado, a situação seria pior e lastimável. Mas, há exceções neste caso. Das boas. E nem vou falar da vizinha Blumenau que nos inspira nesse assunto, vou falar de Gaspar e do governo do PT daqui. Nunca se repassaram tantos recursos dos gasparenses para a segurança, recursos que poderiam estar na saúde, por exemplo. Nunca se doou tantos equipamentos e veículos para a Polícia Militar, além do Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. E o que aconteceu na semana passada?
CARTA DOS PMs III
Equipamentos são vitais para a ação, não discordo um milímetro. Agora, segurança se faz antes de tudo com homens (e mulheres) capazes, comprometidos, treinados, atualizados, liderados e muita integração, inteligência, prevenção e expurgo antes da contenção física, reação e aparelhagem. Para começar a Polícia Militar e Civil não se bicam. Aí não dá! De quem é a culpa? Do governo, frouxo. Ele não consegue controlar as corporações, seus líderes, seus interesses, vaidades e seus partidos. A população que se lixe. O que adiantou a Prefeitura de Gaspar ter feito, com o nosso dinheiro, o seu papel se o governo do estado não fez o dele? A guarnição daqui tem culpa? Não. Está sob orientação maior. E nós? Desorientados, pagando a conta de tudo isto.
UM TIPO DE GRITO
Saudades? Este texto é de um leitor da coluna na internet. Triste. Exato. Uma realidade. Culpa dos políticos e governantes de hoje? Não. A culpa é nossa. Somos nós que escolhemos os nossos governantes pelo voto livre e democrático. Escreve ele. ?Um dia eu vi Gaspar. A banda tocava no coreto; festa do padroeiro São Pedro; as pessoas alegres e contentes; ia correr a ?Tômbola?; todos na expectativa de ganhar o prêmio. Aquele churrasco de Igreja, bem temperado, uma delícia. As pessoas desfilavam na maior segurança. As famílias que construíram esta cidade, todas elas presentes. Parecia uma só família. Mas isto não existe mais. Tomaram de assalto a nossa Gaspar. E agora o que sobrou é choro e ranger de dentes. Na Prefeitura só gente de fora. O Rio é um esgoto só. O Jardim Primavera, ou Molotov, tomado pelo crack. Roubaram as nossas flores; pisotearam o nosso jardim; roubaram a nossa árvore de natal e incendiaram a nossa casa. Acabaram com Gaspar. Quem? As pessoas que tinham raízes aqui? Quem acertar recebe o prêmio da ?Tômbola?.
INCÊNDIOS POR ANJOS
Espalha-se na cidade, na tentativa de minimizar ou até abafar o caso que ganhou repercussão estadual, a versão de que o incêndio a duas kombis na Marinha, no bairro Bela Vista, e um fusca no Belchior Central, não foram atos criminosos, ou vandalismo de gangues, ou ações deliberadas de bandidos. Pior. Parte da imprensa, quando não em silêncio, está comprando tal versão. A quem interessa isto? Se não foram criminosos, então está valendo a teoria de que colocar fogo na propriedade dos outros é normal? Qual a diferença serem carros velhos ou novos? Valem a atitude dos que ordenaram e praticaram bem como o resultado da ação. E há tipificação clara na lei penal. Ou isto também já mudou? Acorda, Gaspar!
INVEJA
Já lasquei aqui. Invejo quem escreve as coisas sérias com humor ou fina ironia. Invejo mesmo! Tentei e nunca consegui. E sei que nunca vou conseguir, mesmo que tente. E tem gente que faz com a maior naturalidade. Um deles é Carlos Tonet, de Blumenau. Repare em ´tecnologia. ´ ?Presos da Capital coordenam ações no presídio de Blumenau e mandam incendiar ônibus na cidade. Precisamos saber quais os aparelhos de celular eles usam. Devem ser minúsculos, pois a revista dos presídios não os encontra. A bateria deve durar semanas, já que conseguem recarregar sem que sejam notados. Precisamos também saber quais as operadoras preferidas desse pessoal. Pelo jeito, elas funcionam muito melhor que as nossas: nunca ficam fora do ar e funcionam perfeitamente à longa distância?.
SOBRE O TRAPICHE
A professora e agora vereadora eleita pelo DEM, Andreia Symone Zimmermann Nagel já avisou. Negociar participação na mesa da Câmara de Gaspar não significa apoio para quatro anos a um bloco de situação ou oposição. O pensamento dela é de apoio para aquilo que ela julga ser bom para Gaspar e os gasparenses, e de rejeição ao que ela julga não ser adequado para a cidade, os cidadãos e as cidadãs. Tem gente que queria enquadrá-la. E por isto já torceu o nariz para independência da moça.
Vamos refletir juntos. Uma cidade que demora anos para implantar um simples sistema de câmeras no Centro da cidade, coisa muito comum em outras, pensa em segurança? Uma cidade cuja principal praça do Centro e a porta frontal da Prefeitura são abrigos de andarilhos e sua miséria humana, pensa em Desenvolvimento Social? Degradação aos olhos de todos nós e dos bandidos. E eles percebem e agem melhor, mais eficazmente do que nós. Por enquanto estão queimando ônibus, kombis e fuscas com os seus Molotovs.
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, colocou as barbas de molho. A presidente do PPS em Santa Catarina, a deputada federal Carmem Zanotto, de Lages, não descarta a possibilidade de trocar de partido e ir para o PMDB.
Tem tudo para vereador eleito por Blumenau, Ivan Naatz, coordenar o PDT da região. Se isto acontecer vão haver mudanças, enquadramento e ?limpeza? em Gaspar. E nos planos de Naatz a parceria com o PT vai acabar. Tem gente nervosa com isso.
A Caibi vai virar duas empresas. Cada irmão e aparentados afins vão seguir o seu próprio caminho.
Em 1988 Santa Catarina tinha 13 mil policiais militares. Hoje, quase 25 anos depois, eles são 11.5 mil. Vergonha. Descaso. Irresponsabilidade dos governantes, dos políticos.
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, está inconformado com a acachapante derrota no Bela Vista. Culpa os outros pelo mau resultado nas urnas e não ele próprio que prometeu e abandonou o bairro em quatro anos de governo. Pessoalmente, Zuchi fez incursões no bairro depois das eleições para peitar jovens adversários. Que coisa! Acorda, Gaspar!
Está enterrada e impossível de ser alcançada por qualquer recurso a primeira tentativa de impugnar a candidatura de Pedro Celso Zuchi, PT, e feita pelo PPS e DEM. Foi negada aqui, no TRE-SC e no TSE. As duas outras, que impugnaram aqui, estão em banho-maria no TRE-SC. A desavença promovida pelo PMDB entre Adilson Luiz Schmitt e o seu, até então seu fiel advogado Aurélio Marcos de Souza, dá fôlego ao PT e deixa órfão o PMDB.
A diferença entre o Brasil e o Velho Oeste americano é que lá quem usava estrela no peito era o mocinho (Carlos Brickmann).
Você acha São Paulo violenta? Engana-se. O Brasil é um país perigoso. Foram assassinadas, em 2011, perto de 50.000 pessoas. Se a taxa nacional fosse igual à de São Paulo, 30.000 pessoas teriam escapado da morte. Fonte? Revista Veja desta semana.
O índice de mortes violentas do Brasil como um todo era de 23,6 por 100 000 habitantes. Em Alagoas, esse indicador alcançava 76,3. Espantoso. Em São Paulo, era de 10,77, Rio de Janeiro 24,9 e em Santa Catarina 11,9. No caso de Santa Catarina, o próprio Anuário Brasileiro de Segurança Pública adverte que o número não é confiável. Ou seja, pode ser mais.
Edição 1442
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