15/11/2012
OS GARGALOS DA BR-470 I
A BR 470, principalmente no trecho do Médio e Foz do Rio Itajaí possui vários gargalos e adversários. Entre eles estão os políticos marotos, governos descomprometidos, empresários olhando apenas o piso de fábrica e não o custo logístico que lhes come o lucro ou o futuro, entidades representativas que não se impõe; lideranças sem expressão se omitindo ou conciliando o inconciliável, consultorias especializadas e seus parâmetros desfocados, metodologias e fontes duvidosos, números e estatísticas conspiratórias e a imprensa que não entende o problema. Ufa! Valha-me Deus.
OS GARGALOS DA BR-470 II
As federações empresariais e outras contrataram um levantamento técnico para descobrir como estão os eixos logísticos. Queriam saber quais os modais e suas prioridades até 2020 na prevenção e eliminação dos gargalos para o transporte de cargas no sul do país. Bela ideia. Péssimo resultado. Um tiro no pé do Vale do Itajaí que mais uma vez não foi ouvido. A duplicação da nossa BR-470, como urgência ficou de fora. A imprensa noticiou ao modo dela. A Acib, de Blumenau, tremeu. Culpou a imprensa ao invés de fazer a ?mea culpa?. O certo é que a Macrologística contratada para o serviço, fê-lo (e bem nos argumentos técnicos). Pior, com esta credencial técnica, validada pela metodologia e pelos patrocinadores deste estudo, o estudo servirá de parâmetro para os burocratas de Brasília. E para que? Para tomarem decisões. Vão contrapor às realidades, aos sonhos, aos interesses regionais de desenvolvimento econômico e social. Fim de papo. E eu poderia encerrar o meu comentário aqui.
OS GARGALOS DA BR-470 III
Na segunda-feira, a Macrologística veio a Blumenau ?esclarecer? que não é contra a duplicação. Fez cena. A BR-470 não está estre as prioridades no estudo que expôs e defendeu. É fato. Também deixou claro que nunca disse a ninguém que parte da carga da BR-470 no trecho que não se duplicaria entre Gaspar e BR-101 poderia ser feita pela nossa combalida urbana Rodovia Jorge Lacerda etc. e tal. Tudo dito com muito cuidado para não tumultuar o clima tenso na apresentação que atraiu espectadores de qualidade acima da média.
OS GARGALOS DA BR-470 IV
A Macrologística fez 180 entrevistas. Incompletas. Só com top minds, gente famosa, gente de trânsito, gente interessada, gente mais articulada do que a nossa. Preferiu os escritórios de São Paulo e Brasília. Mas, por exemplo, não consultou uma representativa Acib, um sindicato têxtil que reúne 4.500 empresas (aqui na região ela só falou com a Hering), o sindicato dos transportadores e por ai vai. Não considerou o trânsito urbano, o turismo, o desenvolvimento futuro e muito menos as novas cadeias produtivas ou serviços que poderiam surgir se houvesse mobilidade e vias decentes de transporte de longo curso para as cargas. Acha que Santa Catarina e o Vale ignoram inovação, a oportunidade; que vai estagnar, ou andar para trás. Vai assistir a BR-470 como canal de cargas, dos outros.
OS GARGALOS DA BR-470 V
O estudo tratou de carga (de preferência a de passagem e não a gerado na região). Só. E pelos cálculos Macrologística, se o nosso Médio Vale do Itajaí não crescer mais, e os carros não forem para a BR-470 atrapalhar os caminhões, a utilização da rodovia em 2020 será de 90% (que não considera o pico, pois distribui o fluxo nas 24 horas nos sete dias por semana). Só este dado mostra que estamos condenados. Se não começar agora com projetos, licenciamentos (que demoram porque são muitos mais do que técnicos, são ideológicos), liberação de recursos e efetivamente com as obras, vamos estacionar no outro gargalo: o da discórdia para descobrir que é o culpado do caos que não se resolve. Este é o jogo que Brasília, os políticos e outros, querem: brigas entre nós mesmos. E eles estão nos vencendo. E com isto, elegendo outras regiões mais unidas, mais conscientes e mais ativas nas ações como prioritárias.
OS GARGALOS DA BR-470 VI
E quanto a culpa da imprensa? A Acib tem toda a razão. Não pelo que reclamou e de forma equivocada, pois a imprensa não é um acessório dela, ao tempo e ao modo que ela quer. Mas, falta à imprensa local se interessar por estes temas cruciais e regionais. Lá não tinha ninguém maduro para entender o jogo. Nem mesmo o veículo que usa o tema comercialmente e que tem o aval da própria Acib. Falta à imprensa entender, de verdade, a causa comunitária. Faltam profissionais na imprensa capazes de olhar números e documentos, todos disponíveis como nos bons e velhos tempos. Tanto falta, que na imprensa escrita regional do dia seguinte a reunião, algumas linhas, superficiais, numa coluna, apenas e de algo que não se decidiu. É muito pouco. Mais uma vez estamos de cócoras. A Acib quer mudar o relatório da Macrologística. Mas, como se ele está fundamentado, pronto e não ouviu quem verdadeiramente quem mais gera impostos na região ao invés lobby e união?
AGRADECIMENTO I
Da série, de alma lavada. Ao tentar outra vez me desmoralizar na sessão de terça-feira na Câmara de Vereadores de Gaspar, o líder do governo, petista de oportunidade, o fanfarrão ideológico de fortes raízes udenista, arenista, PDS e PPB quando isto lhe era conveniente, José Amarildo Rampelotti, foi traído na sua própria armadilha e argumento. Ao dar espetáculo à plateia, pois é obrigação dos vereadores conhecerem documentos oficiais aos quais tive acesso, Rampelotti me confirmou e avalizou de viva voz: o que eu escrevo é verdadeiro. São dados oficiais. Incontestáveis. E isto o incomoda. E muito, reconheço.
AGRADECIMENTO II
Segundo Rampelotti, para cada R$1 de verba da Caixa Econômica, a Prefeitura precisa dar de contrapartida R$1,2 nas obras da Ponte do Vale. Feitas as contas, noves fora e ajustes, isto é exatamente o que escrevi em ?Ponte e os Números?. Do preço de R$42.117.752,50 da ponte, o que Gaspar precisa colocar nela como contrapartida, por enquanto é muito mais R$ 22 milhões do que vai receber de Brasília, ou seja, menos de R$20 milhões. E se Brasília mandar. Até agora, de verdade, só veio pouco mais de R$15 mil. Estou, mais uma vez de alma lavada. Este pessoal vira e mexe me dá total razão, pois enganam desinformados com suas incoerências e interesses. E de cuecas na mão ficam brabos. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Na quarta-feira os servidores municipais foram à festa deles no São Cristóvão sob a organização do PT e do poder instalado. Como de birra com o Sintraspug, a Prefeitura por lei não pode pagar, fizeram-na sob a chancela da Asmug. Mas, qual a receita dela para bancar tal festa?
Não tem jeito. Mal assessorado. Falta de atenção. O processo Nº 74842 de prestação de contas do candidato Pedro Celso Zuchi, PT, mostra que ele se esqueceu de assinar um dos formulários que estregou à Justiça Eleitoral.
Companheiro. O presidente da Acib, Ronaldo Baumgarten Júnior, durante a apresentação da Macrologística confidenciou e desabafou. Foi usado para a propaganda partidária do PT pelo ministro do Transporte quando do ?festivo? lançamento da duplicação da BR-470, entre Gaspar e Indaial, às vésperas das eleições.
Era segredo e se pretendia à surpresa com uma desculpa qualquer de final de mandato. Estudava-se pagar os vencimentos dos servidores públicos de Gaspar, não na sexta-feira dia 30 de novembro, mas na segunda-feira dia três de dezembro. Hum!
Blumenau, Navegantes e Itajaí (Florianópolis e Criciuma também) experimentaram na segunda-feira algo que só via pela televisão: o incêndio criminoso de ônibus coletivo. Se for caso de segurança, é bom traçar uma política regional metropolitana, incluindo Gaspar principalmente. Ou Blumenau pensa que pode se tornar uma ilha com as seus limites sendo territórios mal cuidados, quando não livres?
O vereador Raul Schiller, PMDB, um dos autores das emendas ao orçamento de 2013 e da sanção da lei, está muito incomodado com a cautelar que a Prefeitura e o PT conseguiram no Tribunal de Justiça. Foram derrubadas as emendas dos vereadores. Igualmente está o líder do partido Kleber Edson Wan Dall. De nada adianta a encenação se eles não cuidarem da defesa jurídica do caso com gente que entende. O PT e a Prefeitura trabalharam, mais uma vez, contra parte dos vereadores e a comunidade. E estão comemorando. Acorda, Gaspar!
Edição 1441
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