23/10/2012
TRAMAS E FEDORES I
A coluna de hoje foi feita no dia 15 de setembro de 2009. É isto mesmo. E está atual. Incrível. Estava no blog que eu possuía e que ?tiraram? do ar para me silenciar, amendrontar, sumir com provas, inclusive aquele desmentido que fiz por minha iniciativa sobre uma nota equivocada que dei e que gerou um processo contra mim. Clara litigância de má fé, a qual se quer descaracterizá-la. O título do artigo era ?Por que o assunto lixo fede tanto aqui e alhures??. E quem me fez relê-lo? O grampo do ex-petista e ex-procurador do município, Mário Wilson da Cruz Mesquita, com o empresário Arnaldo Muller (Expansão para os cemitérios e Say Muller para o lixo) na conversa telefônica entre ambos. É! O tempo é o senhor da razão.
TRAMAS E FEDORES II
Como segundo ato, pedi ajuda ao advogado Aurélio Marcos de Souza. Ele havia registrado o artigo em cartório como fez de outros escritos meus e que na hora oportuna, mesmo ?deletados? do blog, poderão ser apresentados à Justiça. Nele antecipei a trama armada no gabinete do prefeito Pedro Celso Zuchi: o vencedor da licitação com cartas marcadas para a coleta de lixo. Fui desmentido, desacreditado e perseguido. O que apareceu agora na gravação? O próprio Arnaldo, personagem da história, confirmando a trama, o local e o resultado. Estou de alma lavada mais uma vez. Fedor, lixo e sujeira. Veja a ilustração do documento.
TRAMAS E FEDORES III
Confesso: a conversa do doutor Mesquita com o Arnaldo é um pouco estranha. Nada ingênua. Toda vez que o Arnaldo ia abrir o jogo espontaneamente, o ex-procurador cortava o barato. Não sei se isto aconteceu por inexperiência inquisitiva ou propositadamente, para que os podres não viessem verdadeiramente à tona. Por quê? O doutor Mesquita continua a defender exageradamente o ex-chefe Zuchi; porque está claro que o doutor Mesquita estava numa guerra interna de poder e a perdeu; porque a todo custo, o doutor Mesquita quis deixar claro que não estava ao lado dos malfeitores, ?foi usado? e enganado. Entretanto, durante a conversa gravada e disponibilizada, Arnaldo faz questão de dizer que o próprio prefeito comandou toda a trama com a sua vice. Ai, ai, ai.
TRAMAS E FEDORES IV
?Estou me sentindo um perfeito idiota?, desabafou o doutor Mesquita com Arnaldo Muller. Será? Pergunto eu. Poderia se ele não fosse meu leitor contumaz no blog invadido, neste espaço do jornal e na internet, tanto que já me processou por causa do que escrevi (e perdeu). Poderia se eu nos inúmeros artigos não tivesse escrito há três anos exatamente o que ele diz ter ?descoberto? agora. Não guardo mágoas. É do jogo jogado. Tanto que para explicitar a indignação contra seus ex-chefes e pares, concedi espaço generoso, sem ranço ou paga ao doutor Mesquita. Era relevante na transparência para a nossa comunidade. Será que ele não leu os artigos de 27 de maio e 15 de setembro de 2009 além de muitas outras notas? Duvido-de-ó-dó.
TRAMAS E FEDORES V
Tudo foi milimetricamente planejado dentro da Prefeitura e pelo poder de plantão. E o doutor Mesquita sempre fez questão de aparentar ser um dos articuladores das tramas deste poder. Então... No artigo em alinhava as razões da fendentina: ?porque transporte coletivo e lixo sempre estão relacionados, no Brasil, à maracutaia, dúvidas e problemas. É recorrente. Até crimes já aconteceram em decorrência de disputas políticas e digamos assim, ?comerciais?. Basta uma pesquisa rápida e superficial. Os Tribunais de Contas que o digam quanto aos números e complicadas planilhas. Ou seja, mesmo que em algum caso esteja tudo dentro do figurino legal e ambiental (exigências cada vez maiores e necessárias no caso do lixo), quando se fala em transporte coletivo e serviço de varrição e coleta de lixo, a dúvida vem à cabeça das pessoas, automaticamente?.
TRAMAS E FEDORES VI
Escrevi mais. ?No caso de Gaspar está presente, certamente, o crescimento desordenado e sem planejamento da cidade de outros governos, mas que Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps, ambos do PT, demonstram perpetuar com amparo da unanimidade que conseguiram na Câmara de Vereadores. O lixo é apenas um dos problemas que aparece neste momento como decorrente desta falta de planejamento. Está presente, também e certamente, a inexperiência do presidente do Samusa, Lovídio Carlos Bertoldi, para este assunto, que como presidente do PT de Gaspar, se aparelhou na autarquia Samusa (ele está mais preocupado em votar a volta do antigo nome Samae na Câmara do que com a escassez de água em muitos bairros da cidade, por exemplo). Está, certamente, a falta de habilidade negocial. Está, certamente e muito, a falta de empresas de coleta, tratamento e de aterro sanitário concorrentes na região. Está, certamente, a falta de transparência (por que este assunto não foi amplamente debatido com a comunidade para se por as cartas as claras, inclusive as possíveis indecorosas exigências da empresa que faz a coleta, como alegam os petistas intramuros? Por que não se discutiu a razão pela qual se quer a mudança do sistema de coleta, medição e pagamento? Quais as vantagens e desvantagens para os cidadãos e cidadãs) Estão embutidas, certamente, as dúvidas legais e morais (mesmo que elas não existam)?.
TRAMAS E FEDORES VII
Querem mais do que escrevi e o doutor Mesquita finge não ter lido à época? ?Quais são estas dúvidas? Primeiro, por que este assunto vinha sendo tratado na surdina e longe da sociedade? Segundo, vai se fazer uma licitação pública hoje e já se sabe, ou se sabia quem iria vencer ? pois os petistas passaram a noite em claro atrás de uma solução e culpados (entre eles, eu ? mas, o que eu fiz de errado outra vez?); Terceiro, parece uma ação entre amigos (mesmo que não seja, pois à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer ser); quarto, iria ganhar uma empresa que nem caminhões tinha (ou tem), mas que já os havia alugados em Curitiba, eles chegaram aqui no sábado e ficaram escondidos sob altos muros da empresa para iniciar a coleta a partir da meia noite de hoje, quando se encerra o contrato vigente e que foi prorrogado emergencialmente várias vezes. Por que escondidos? Quinto, por que nomes tão parecidos: Recicle (a atual) e Reciclar (a que estaria no páreo)??
TRAMAS E FEDORES VIII
E para finalizar. No dia 27 de maio de 2009 escrevi em ?O mau cheiro do lixo em Gaspar?, no blog vandalizado. ?É a quinta vez que a licitação para a coleta do lixo em Gaspar muda de data na administração de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. E olha que eles nem completaram cinco meses de mandato. A abertura dos envelopes para a concorrência pública prevista para quinta-feira passada, dia 21 de maio, foi transferida para o dia 26 de junho, acompanhada do ?Aditivo III??. Certo mesmo, só balança rodoviária para pesar o lixo. Ela já foi comprada pela Secretaria de Obras (e não pelo Samusa responsável pelo gerenciamento deste assunto no Município) por R$79.630,00, no dia oito de maio da Rinnert, de Trombudo Central. Perguntar não ofende. E se o lixo não for contratado por peso, o que se fará com a balança? Acorda, Gaspar!?. Obrigado doutor Mesquita. Obrigado Arnaldo. Vocês me absolveram mais uma vez. Estou com crédito. Os leitores e leitoras deste espaço estão mais aliviados com a confirmação de que o lixo em Gaspar fede mais do que se possa imaginar. Na internet republicarei a íntegra dos dois artigos.
Edição 1434
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