12/10/2012
OS OMISSOS I
Não vou falar de quem correu da parada e que por isto, evitou o vexame porque o pressentiu. Vou escrever sobre os que estavam surdos, mudos, cegos, coniventes, alienados e passageiros durante quatro anos na Câmara e assim mesmo, distante do povo, insistiu no milagre do reconhecimento para a recondução ao ócio da fiscalização. Acha-se agora, diante dos resultados, injustiçado. Como assim? E a reeleição não veio. Justa. Justíssima. Não merecia. O bom combate ? que sempre evitou - pode ser fatal como temiam. Entretanto, o conchavo entre quatro paredes e a omissão são ainda piores quando desmascarados aos eleitores e eleitoras.
OS OMISSOS II
Ao vereador Raul Schiller, PMDB, funcionário da Celesc, faltou-lhe o choque de oposicionista. Caminhou sobre o fio da navalha envolvido naquela compra de votos que ainda agoniza no Judiciário e o ?prende? ao PT. Deu no que deu. Teve 554 votos, ou seja, bateu na trave. Jorge Luiz Wiltuschining, PT, especialista em assar carnes para os companheiros, passou quatro anos na Câmara sem descobrir que lá não era a sua churrascaria e que precisava temperar o seu mandato para defender ou encontrar saídas ao seu abandonado bairro Bela Vista, o qual jurou defender. Teve míseros 299 votos, aliás como todos da atual administração petista, os quais se diziam representantes do bairro e não enxergaram a sacanagem que se fez propositadamente com o Bela Vista na atual administração. Jorge diz de boca cheia que vai abrir uma fábrica de ração. Seus adversários querem saber quem será o provador de tal iguaria.
OS OMISSOS III
E Joceli Campos Lucinda, PSD? Piada. O barbeiro de aposentados do interior preferiu passar a mão na cabeça dos enrolados em maracutaias a fazer um corte radical nas dúvidas dos administradores, como àquela da oficina onde se arrumou o trator antes do edital para o serviço. Joceli evitou se posicionar como uma voz forte e atuante para o seu esquecido Belchior. O próprio partido, quando cobrado, defendia-se alegando que não tinha controle sobre Joceli. Ele nunca foi um rebelde, mas do time do ?deixa para lá?. Desde o primeiro mês de mandato, Joceli tinha provas contra a atual administração petista. Contudo as aposentou em alguma gaveta do seu salão de barba. Os eleitores e eleitoras, nas urnas, fizeram o mesmo com ele para os próximos quatro anos. Joceli teve apenas 128 votos. Belo troco.
ABANDONO I
O bairro Bela Vista foi o patinho feio do atual mandato de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT. E o reflexo está na pífia votação de Jorge Luiz Wiltuschning, PT, 299 votos; do ex-secretário da Agricultura, Alfonso Bernardo Hostert, com 379 votos e Alceu Torres com 137 votos. Hostert e Torres estão no PR. Eram PV melancia ? verde por fora e vermelho do PT por dentro. Aliás, o bairro virou ?celeiro? de candidatos. Ao todo, são 12, um recorde.
ABANDONO II
Foram candidatos no Bela Vista; o dono de lanchonete Geovano Borges, PSD, com 929 votos (eleito), a professora Marli Sontag, PMDB, com 682 votos (eleita). Ficaram pela estrada, além do Jorge Luiz, Alfonso e Alceu, já citados aqui, também Cassinho, PPS, com 198;Mário Delabeneta, PSD, com 130 votos; bem como a chuva de representantes da administração petista que tanto massacrou o bairro: Luiz Casemiro, PDT, com 116 votos; Luiz Otávio, PT, com 215 votos; Joel Vieira, PRB, 90 votos; Diva do PC do B, 57 votos, e Otocar Albanaes, PT, com 139 votos. Uma lição para todos. Ainda chegará a vez do Santa Terezinha.
BELCHIOR
Terrorismo. Os que pediam votos para o PT no Belchior alertavam aos moradores de lá que se o partido não fosse o vencedor na cidade ? como foi -, a superintendência aberta recentemente, seria fechada. Das duas uma: ou a superintendência era um proposital escritório eleitoral partidário ou continua a falta de respeito às necessidades administrativas e o quase isolamento daquela região por parte de sucessivas administrações ? não só a do PT ? e que só se lembram de lá no tempo de pedir votos. Em tempo: Márcia Deschamps, PT e mulher do superintendente do Belchior, Rui Deschamps, com a máquina na mão, fez 383 decepcionantes votos em toda a cidade. Outro recado.
SOBRE O TRAPICHE
Como se viu, as eleições não são feitas apenas de orações, rezas, promessas e milagres. É preciso propostas e trabalho sério antes de ser candidato. E quem se veste de santo, dá o tapa e esconde a mão, ou pede para outro fazer o serviço e não cumpre o acordo, começa errado. Terá o mesmo destino de todos, inclusive o que ele próprio finge combater no palanque.
Doraci Vanz voltou a ser chefe de Gabinete de Pedro Celso Zuchi. Uai! Ele não estava em gozo de ?licença prêmio?, aquela editada por portaria secreta e que para tal precisou apenas de três anos de trabalho no serviço público ao invés dos regulares cinco anos? O Sintraspug continua num sepulcral e incompreensível silêncio sobre o assunto. Acorda, Gaspar!
O caso do deferimento da impugnação da candidatura de Pedro Celso Zuchi caminhava bem até chegar ao Superior Tribunal Eleitoral. O PPS e DEM pediram a impugnação. O Ministério Público daqui se manifestou contra; o juiz da Comarca acatou. No Tribunal Regional Eleitoral a mesma coisa, apesar das ressalvas do relator, o desembargador Eládio Torret Rocha é que abalou a campanha por aqui.
A primeira surpresa. O mesmo Ministério Público de Santa Catarina que pediu para esquecer o pedido de impugnação do PPS e DEM, resolveu se juntar a ambos. Subiu com um recurso especial ao TSE. Tudo ia bem até esta semana. Mas a Procuradoria Geral do TSE em Brasília fez a segunda surpresa. Pediu a impugnação da candidatura de Zuchi. E numa emergência, a terceira surpresa: o relator foi trocado. Saiu o ministro Arnaldo Versiani Leite Soares e entrou José Antônio Dias Toffoli, ex-advogado do PT, ex-assessor do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. É uma teia. E esse pessoal não dorme de touca.
Diz um ditado que há males que vêm para o bem. Uma pesquisa se publicada no final de semana abalaria a credibilidade de um veículo de comunicação. Uma liminar o salvou do vexame. Os números já são públicos.
O PSDB virou cinzas em Gaspar. Não há um representante na Câmara. E agora?
O empresário Carlos Eurico Fontes, o Zuza, com o seu influente PDT que vive de migalhas do PT, testou a sua popularidade: 223 votos. Sem comentários.
Laércio José Pelé Krauss, agora do DEM, quando suplente surpreendeu. Ele trabalhou mais de que muitos vereadores desde então. Nas urnas, Pelé, genro do ex-prefeito Osvaldo Schneider, o Paca do PMDB, conseguiu apenas e tão somente 233 votos, muito menos do que em 2008.
Em tempo. O candidato a vereador apoiado pelo Paca foi o dentista que se apresentou como Dr. Júnior, PMDB. Ele obteve 519 votos. Não se elegeu.
Joel da Costa, um dos coordenadores da campanha de Kleber Edson Wan Dall e o vereador Claudionor da Cruz Souza, apostaram em Beto Schmitz, PSDB e ex-Ceval. Os 497 votos dele não o levaram à Câmara.
O presidente do Sintraspug, Sérgio Almeida, PSDB, apostou em dois segmentos: servidores e evangélicos. Sérgio continua no Sindicato se Kleber não ganhar no tapetão a prefeitura e fizer composições na Câmara. Os 647 votos que conseguiu o deixaram de fora do Legislativo.
Marcelo Fontes Schramm, PT, tinha a máquina partidária à sua disposição, um legado muito bom na área esportiva (basquete) e um irmão aguerrido e influente, Rodrigo Fontes Schramm. Não adiantou: obteve exatos 250 votos.
Teve grupo empresarial local, depois de anos, que ficou sem voz na Câmara.
Recorde: Aline Samira Tonson, obteve apenas dois votos. A família é muito pequena ou ingrata. Sufrágio ou naufrágio?
Roberto Basei, presidente do PSC, esteve à frente na composição das alianças. Sempre vendeu densidade para valorizar os acordos. Foi candidato. Recebeu 49 novos. Hum!
Alguém ouviu falar nestas eleições do ex-prefeito eleito por duas vezes (MDB e PFL), Luiz Fernando Poli? Acorda, Gaspar!
Edição 1431
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