25/09/2012
UFA! HÁ OPOSIÇÃO? I
Em campanha política, interesses de um; desconfianças de outros. Assim é o processo dialético na democracia. Veja o que aconteceu na semana passada. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, mandou para a Câmara o projeto de lei 75/2012. O que ele queria? Permitir o uso gratuito da Arena Multiuso e da Praça da Juventude ali na Margem Esquerda cuja posse é do Município, para a realização de eventos culturais, recreativos e de lazer pelo nosso CTG Coração do Vale.
UFA! HÁ OPOSIÇÃO? II
Não é que o tal projeto de lei foi rejeitado por seis a três. Poucas vezes, seis ou sete votos, valeram mais que três na Câmara. Quase sempre, três ? que são os vereadores do PT - tiveram mais valor do que os demais. Voltando. O que pegou? Primeiro foi que a permissão cheirava coisa do candidato e não do prefeito. E a dita oposição enxergou privilégios a amigos do candidato numa época de disputa de espaços, votos e financiamentos. Então ai os vereadores defendendo interesses partidários e não da cidade, disfarçaram e acertadamente, por vias tortas, resolveram legislar em favor do Município, coisa que praticamente não fizeram durante todo o mandato deles.
UFA! HÁ OPOSIÇÃO? III
O segundo foi a desculpa que se usou para agir, com legitimidade, contra algo que possa criar ?certo privilégio?, digamos: uma cláusula do contrato que integrava o projeto de lei. Nela se permitia a instalação dos equipamentos necessários tais como mangueiras e cercas, mas dava a possibilidade de se utilizar aquela grande área como pastagem e abrigo dos animais que ?seriam utilizados no treinamento de tiro de laço?. Concluindo: matreiramente isto dava margem para ocupar a área pública para engorda de gado de particulares como já acontece hoje, sem vantagem para o Município. E desta vez, os vereadores não quiseram pactuar deste risco que já acontece no caso das ruas nominadas em áreas consideradas clandestinas ou irregulares. Mais. Por tabela fizeram um favor tanto para o candidato como para o prefeito: livram-no de mais um e certo questionamento judicial.
UFA! HÁ OPOSIÇÃO? IV
Na tribuna, os vereadores que votaram contra o referido projeto de lei, justificaram os seus posicionamentos argumentando a falta de documentação. Alegaram ainda que a autorização de utilização daquele espaço não dependia do crivo deles ou da Câmara como poder chancelador. Hum? Dependia de quem? Do Zé das Couves? E se não for da Câmara, fica evidente que ela não precisa existir ou até, aumentar o número de vereadores, como acontecerá em outubro. O líder do governo na Câmara sentiu o golpe. Feita as contas, teve que se contentar: desta vez valia a aritmética onde seis valem mais que três. Todavia, perguntar não ofende: já não existe um contrato do Município que ampara a pastagem do gado naquela área? Houve licitação para tal ocupação? Edital? Publicação do Diário Oficial dos Municípios ? aquele que se esconde na internet?
UFA! HÁ OPOSIÇÃO? V
Outra coisa estranha no contrato que integrava o projeto de lei. ?O autorizado (que neste caso é o CTG) obriga-se ainda a: ...III - resguardar o imóvel contra atos de terceiros e, ainda, utilizar-se de medidas judiciais cabíveis para a defesa da posse e da propriedade?. Ué! Mas não é o município de Gaspar que detém a imissão de posse daquela área que é ou era da família de Gert Fritisch? Então quem tem que defender aquela área contra qualquer esbulho não é o detentor legítimo da posse, neste caso o Município e que no projeto disse ser proprietário? Acorda, Gaspar!
EDUCAÇÃO MEIA SOLA I
A RBS de Santa Catarina e Rio Grande do Sul está no ar com uma interessante campanha. É em favor de uma educação de melhor qualidade, ou efetiva para resultados na transformação da sociedade produtiva, competitiva e de inclusão social: a Educação Precisa de Respostas. Parabéns. Num dos questionamentos, a campanha pede para que se reflita para a razão pela qual gente que estuda, estuda, estuda e não sabe ler (não falo nem dos analfabetos funcionais) ou não sabe fazer contas (raciocinar).
EDUCAÇÃO MEIA SOLA II
Faria bem a RBS se mostrasse também as respostas que estão às claras para todos nós deste desatino, mas que resistimos. Por quê? Ao ?comprar? uma boa briga a favor da sociedade, da cidadania e do futuro, evita a hipocrisia que sobra, inclusive no jornalismo, para escamotear a realidade e ?atender? o politicamente correto? Educação de verdade não pode ser feita por políticos, sindicalistas, corporativistas e ideólogos (no curto prazo). Eles insistem em substituir a pluralidade, dialética e assertividade dos técnicos para uma política de Educação, na qual se inclui, obrigatoriamente, a premiação por resultados diferenciais feitos por verdadeiros profissionais da educação (no longo prazo).
EDUCAÇÃO MEIA SOLA III
No mundo ideal do faz de conta e dos discursos, pressões e greves ? algumas delas que se aparelham nas redações ? se premiam apenas os títulos, vencimentos e à falsa carreira. Ignoram-se substancialmente o produto ensino, o mercado, a evolução e a qualidade dos egressos diante do mínimo exigível, de um novo mundo e da competitividade. Num sistema em que se defende a implantação da promoção automática de séries para não chocar emocionalmente quem possui uma dificuldade para ser superada e se conclui que a avaliação de desempenho é um ato ofensivo à dignidade humana do docente e do discente, meia sola é o que resta para todos nós, além da manipulação pela alienação. Solução? Nenhuma, enquanto houver discursos e campanhas institucionais.
SOBRE O TRAPICHE
Perguntar não ofende. Qual a razão do sepulcral silêncio do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar ? Sintraspug ? a respeito do servidor que conseguiu uma licença prêmio justificando apenas três anos de serviço na portaria ? ao invés dos obrigatórios cinco anos que é exigido para todos. Acorda, Gaspar!
Segundo a diretoria de RH do Município de Gaspar, Raquel Rose da Cunha Quadros, as portarias que concedem licença prêmio e que se escondiam na burocracia a bel-prazer do administrador público, só começaram a ser publicadas depois que a AMMVI ? Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí ? assim recomendou. Hum! Iniciativa e transparência do governante, então, nestes casos eram zero? Por quê? Acorda, Gaspar!
Um frio arrepia alguns dirigentes. Outros apostam que não vai dar em nada, pois tecnicamente já foi julgado como improcedente na Comarca e em Florianópolis. E se prevalecer o entendimento técnico que se julgou até aqui... Os recursos especiais ? do Ministério Público e do PPS e DEM ? contra o deferimento da candidatura de Pedro Celso Zuchi, PT, ganhou no final da semana passada andamento formal no Superior Tribunal Eleitoral.
O humor do leitor da coluna com a pitada de realidade. Windows. Não foi possível abrir o seguinte arquivo: político-gov.exe. O arquivo é corrupto.
O editor e proprietário do jornal, Gilberto Schmitt, relatou na sua coluna Chumbo, o caso de um senhor de 75 anos que viu o túmulo da ?família? desaparecer do cemitério. Procurou as ?otoridades? e nada. Resolveu procurar o jornal. E quando chegou em casa, as ?otoridades? já tinham a solução ao seu caso. Isto mostra quem são, como agem e que tipo de respeito dão aos cidadãos e cidadãs, as nossas ?otoridades?. Isto mostra para que serve uma imprensa livre e com credibilidade, ainda mais em época de campanha eleitoral. Isto mostra como sem credibilidade está a CPI, a Câmara e os vereadores. Não era para lá que este senhor deveria ter ido depois que foi ignorado na Prefeitura? Acorda, Gaspar!
De uma leitora da coluna. Não aguento mais todos os dias os candidatos batendo na porta para pedir. Pedir votos? Não. Eles estão pedindo na cara dura R$. Acham que os empresários têm que bancar suas campanhas, como se já não tivéssemos coisas suficiente para pagar!
Hospital e a Prefeitura estão as turras. Não estranhem se o pronto atendimento fechar antes das eleições. Acorda, Gaspar!
Voto não tem preço. Voto tem consequência. Vote pela sua cidade. Vote limpo.
Edição 1426
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