13/07/2012
A GULA I
A boa notícia para nos orgulhar foi a que teríamos a Copa do Mundo e a Olimpíada. De quebra, muitos empregos, muitas obras de infraestrutura, geração de riquezas e a imagem de um país feliz, desenvolvido e maduro. E quase todos acreditaram. Até eu. Na verdade, fomos todos nós enganados por uma bem urdida trapaça feita entre os políticos do poder e interesses da gula de gente que o cerca, ganha e reparte os ganhos, todos eles pagos regiamente por nossos pesados impostos.
A GULA II
A Copa e as Olimpíadas foram, na verdade, disfarces caros e megalômanos, para gerar obras, ?investimentos? e despesas superfaturadas, fora do controle e fiscalização; com legislação frouxa e até especial, para locupletar grupos de políticos e econômicos. E ainda de troco, não cumpriram o que juraram adimplir com os organizadores, os quais acreditaram na nossa palavra dita e assinada e cederam os direitos da realização dos eventos. Ainda tentamos à chantagem e depois, ainda mandamos todos tomar chá, porque aqui é assim: ?temos regras próprias?, mas que as escondemos na hora do acordo ou juramos mudá-las em hora própria ? porque aqui é assim - conforme se acordou em protocolos solenes e perante a imprensa (mundial).
A GULA III
Enquanto aqui se gastava dinheiro a rodo e sem controle, para comemorações e propagandas se atrasavam projetos e obras para aditivá-las e até superfaturá-las na emergência. O dinheiro que sobrou e sobra para a festa de poucos, está faltando para o país resolver problemas cruciais mínimos, alguns deles direitos constitucionais como saúde, segurança, proteção social, educação, habitação, ou infraestrutura para dar competitividade ao Brasil, entre outros, que não daria apenas a imagem de um país feliz, desenvolvido e maduro, mas de país verdadeiramente comprometido com o seu futuro e sua gente.
A GULA IV
Esta esperteza se tornou agora uma prática comum entre alguns, se não todos, os grupos de políticos. Eles não debatem mais ideias, planos de governo ou se autofiscalizam nos resultados. Ao contrário se unem ou se sucumbem, pois todos compreenderam bem as regras deste jogo pérfido contra a sociedade. E ai daquele que tentar desnudar ou contestar, como a imprensa. É melhor sempre ganhar, mesmo que pouco, do que ganhar sozinho, e muito, a ter fiscais à infernizar o mandato.
A GULA V
Hoje, estes políticos ao invés de se comprometer em realizações, estão mais interessados em buscar verbas governamentais. Onde há dinheiro fácil, eles estão lá. E por quê? Fica mais fácil reparti-lo entre eles, entre empreiteiras, entre fornecedores, entre os muitos intermediários e facilitadores, principalmente, além de outros agentes do ramo como Ongs e Oscips de araques. Foi-se o tempo em que se causava constrangimento, mas se justificava: ele rouba, mas faz. Hoje. Rouba-se e não se faz e tudo fica por isso mesmo. E quando chega na Justiça, os casos se perdem em boas defesas. É por isso que gente honesta hoje é manchete do noticiário, como aconteceu esta semana em São Paulo. Lá moradores de rua acharam e devolveram R$20 mil. Não eram políticos, nem gente de esquema, engravatada e pastinha.
SOBRE O TRAPICHE
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, acaba de ter uma vitória no Tribunal de Justiça e que pode dar novo encaminhamento nas pendências que ele possui daquela fatídica entrevista na Rádio Sentinela no dia 27 de fevereiro de 2007. ?Decisão: por votação unânime, reconhecer, de ofício, a prescrição da pretensão punitiva do Estado, na forma retroativa, julgando-se extinta a punibilidade do apelante, prejudicado o recurso?. O relator foi o desembargador Altamiro de Oliveira e a decisão é da ação movida pelo médico e ex-presidente do PMDB de Gaspar, Odilon Luiz Áscoli.
César Augusto Rosa, marido de Mariluci Deschamps Rosa, PT, fez uma doação de campanha que foi julgada pela Justiça Eleitoral como muito alta e por isto, indevida. No dia quatro de julho, houve o julgamento no Tribunal de Justiça de um recurso especial do Ministério Público, o caso foi para o Superior Tribunal Eleitoral.
Do meu leitor Fábio, de Ilhota. ?Fazer uma coligação com tantos partidos é a pior coisa que um município pode fazer. É a mesma coisa que um cabo de guerra, alguns puxam para um lado e outros para outro. É furada. Haja cadeira para colocar tantas pessoas?.
Palavra de Richard Choseki, da Copervida que administra o Hospital de Gaspar. ?Mesmo com os valores do SUS que foram bloqueados judicialmente e ainda não liberados, a Copervida como sempre comprometida com os colaboradores do Hospital, irá até o final da semana fazer o aporte financeiro para o pagamento dos funcionários de gerencia e administrativo que ainda não receberam seus vencimentos. O assunto foi pauta da reunião do Conselho do Hospital, e nesta quarta-feira teve parecer favorável ao aporte da Copervida até o desbloqueio do referido valor?.
Desabafo de Roni Muller, PMDB. ?Sobre eu ficar órfão, afirmo ao senhor e aos leitores desta coluna, que não tenho este sentimento, até porque tenho o apoio do presidente do PMDB, Dr. Roberto Pereira. Mas, com certeza fiquei mais fragilizado politicamente, quando o Toni tomou a decisão de não disputar as eleições (decisão individual dele). O projeto ficou para trás. Nunca escondi de ninguém minha vontade de disputar uma eleição como candidato a vereador. Agora tenho mais quatro anos para me organizar. Por fim, lamento muito que o Toni tenha retirado seu nome da disputa deste ano, mas, temos que respeitar sua decisão?.
O que Roni não conta no seu desabafo à uma nota que publiquei aqui é que o Antônio Osni Woliek, o Toni da Churrascaria, foi rifado pelo próprio PMDB no qual Roni é um recém-chegado, simplesmente porque o Toni era um dos possíveis elegíveis da coligação. Venceu a vontade do grupo que apoia a ex-vereadora, a ex-secretária de Saúde e ex-candidata a prefeita, Ivete Mafra Hammes. Perdeu o pragmatismo de renovação do presidente Carlos Roberto Pereira. Acorda, Gaspar!
Coisa de dar inveja aos gasparenses. Pela ordem, Joinville, Itajaí e Blumenau têm os três maiores índices de retorno do ICMS, segundo divulgou Secretaria da Fazenda. Do total de ICMS, 25% são partilhados com as prefeituras. Deste montante, 15% são distribuídos igualmente dividindo-se o valor entre o número total de municípios. Os 85% restantes são partilhados de acordo com o movimento econômico de cada cidade. Veja este detalhe: o índice provisório do ICMS catarinense coloca Ilhota como a maior variação positiva. O valor adicionado subiu 32% em relação ao ano anterior. Acorda, Gaspar!
Da série, perguntar não ofende. O que é feito do ex-procurador geral de Gaspar, o ex-petista Mário Wilson da Cruz Mesquita? Está quieto e as provas que dizia ter para a CPI da Câmara se limitaram à falta de caução ao contrato. Pela bomba que se anunciou, parece que ela se desarmou ou não tinha a potência que se anunciava. Acorda, Gaspar!
Mais uma. O concurso 001/2008 abriu 13 vagas para leituristas no Samae. Chamaram apenas sete dos aprovados. A Prefeitura e o Samae, afrontando a lei, o direito adquirido e a razoabilidade, fizeram agora o concurso 001/2012 com novas vagas para a mesma posição. Murilo Xavier da Costa Alves dos Santos que passou em 11º. Lugar foi à luta. Procurou o advogado Aurélio Marcos de Souza e o juiz João Baptista Vieira Sell, da terceira Vara da Comarca de Gaspar, concedeu a liminar para proceder à convocação e nomeação em dez dias do candidato aprovado Murilo.
Edição 1305
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