29/05/2012
PALANQUE I
Quem foi à sessão da Câmara de Vereadores de Gaspar na quinta-feira assistiu a um espetáculo verbal. O principal ator foi o vereador José Amarildo Rampelotti, líder do PT no Legislativo. A tragicomédia foi para lançar uma cortina de fumaça sobre a incapacidade ou erro intencional da atual administração municipal e assim, protegê-la da estupefata curiosidade e julgamento de valor e ético dos cidadãos e cidadãs. Estava em jogo de quem era a culpa pelas dúvidas formais da licitação 62/2012 que foi desenhada para se conhecer a empresa construtora da Ponte do Vale. Caiu-lhe bem o script.
PALANQUE II
Ato um. ?Senhores! Gaspar vive um tempo de exceção?, diagnosticou de forma sinistra. ?Em 2004 o PMDB decidiu que o PT não seria mais governo aqui. Tirou o nosso delegado (mentira: Padilha quis ir para Blumenau e assumiu Paulo Norberto Koerich, neutro, correto, técnico) e trouxe o Ademir Serafim, de Balneário Camboriú (mentira, tirou licença lá para fazer campanha em Gaspar) para nos perseguir e prender por aqui. Fomos ingênuos. Vivemos dias de intervenção e exceção. Perdemos naquele tempo. Mas desta vez será diferente?, prognosticou numa história boa para se ouvir, entretanto, relembrada com dados falsos com o propósito. Para que? Para a vitimização daquilo em que se é culpado e deve sim, explicações públicas.
PALANQUE III
Amarildo acha que o PMDB de hoje está repetindo a dose neste 2012. E se está repetindo a dose, teme perder como perdeu em 2004 por frações para Adilson Luiz Schmitt e que nem está mais no PMDB; que não denunciou nada sobre a ponte, ao contrário até desapropriou terrenos para construí-la, e que é candidato novamente, mas pelo PPS. ?Não vamos permitir este estado de exceção novamente?, reafirmou em tom exaltado (como sempre) Rampelotti. Menos, vereador, menos. Basta, neste caso da ponte, por exemplo, reconhecer que há erros, feitos pela atual a administração, que podem ser corrigidos, se assim quiser mesmo trabalhar por Gaspar o PT de Rampelotti, Dalsóchio e Zuchi. A exceção, que Rampelotti devia temer, é a teimosia em permanecer com a coisa errada e dar com os burros n?água contra o interesse da cidade e a favor de poucos daqui e de Blumenau, principalmente.
PALANQUE IV
?Se tinha algo errado, por que não procuraram o prefeito??, indagou Rampelotti. E eu retruco: e adianta? Quando o prefeito ouviu alguém que não seja o seu escolhido ou da sua família? Respondo: só quando sob pressão comunitária, judicial, administrativa ou exposto, na mídia independente. ?E por que fizeram isto só depois da licitação aberta??, questionou. ?Aí há segundas intenções. Todas políticas?, ele próprio concluiu e respondeu. Volto: será? E ai eu pergunto ao Rampelotti sem ser advogado dos que foram à Justiça: por que esperar tanto tempo para lançar e abrir esta licitação se esta verba está disponível no primeiro convênio (729665) com o Ministério das Cidades desde o dia 31.12.2009?
PALANQUE V
?Se são contra as obras, o que farão se eleitos??, perguntou sobre os autores para concluir: ?quando tiveram no poder nada fizeram?, numa acusação frontal do PMDB e numa desqualificação aos jovens do partido que encabeçam a chapa que pretende concorrer contra a reeleição de Pedro Celso Zuchi. Volto. Os jovens, senhor Rampelotti e de qualquer partido, querem as obras sim, todos os gasparenses, de todas as idades querem as obras, mas querem também a transparência, a legalidade, a impessoalidade, a moralidade e a publicidade do que está se fazendo. Chega de dúvidas. Chega de pedir a exceção para o erro e a bravata barata, demagógica e irresponsável. Como diz um velho ditado: quem não deve, não teme e parece que Rampelotti e seu grupo, temem. Querem ganhar no grito. Teme a Justiça, a fiscalização e até as urnas (que neste momento lhes é fácil). Dai a razão do espetáculo ao invés da correção do supostamente errado e que não é pouco por aqui. Acorda, Gaspar!
OS CEMITÉRIOS DA VERGONHA I
O respeito com a comunidade, as instituições e a transparência dos atos do governo de Pedro Celso Zuchi e do PT pode ser medida por uma queixa, mansa, feita na quinta-feira à noite da tribuna pelo vereador Claudionor da Cruz Souza, PSDB. Ele suplicou os dados e documentos sobre as cobranças ilegais das famílias dos mortos nos cemitérios municipais de Gaspar. Até agora Claudionor não os recebeu. Faz três anos que outro pedido, o da prestação de contas da ExpoGaspar está enrolado para a Câmara, lembrou o vereador.
OS CEMITÉRIOS DA VERGONHA II
Esta lamúria do Claudionor mostra também que a imprensa trabalha melhor que um vereador. Revela que o prefeito está bem assessorado e é mais rápido. A imprensa já conseguiu os documentos que o vereador pede e não os recebe. Ela não pediu, trabalhou e foi atrás. E por conta da imprensa e do fogo amigo, a polícia e a promotoria já está espantada com o caso. Receoso, o prefeito perdeu os anéis, mas não os dedos. Orientado, foi na delegacia representar contra a empresa amiga para se livrar de culpas. Então, diferente do discurso do Amarildo José Rampelotti e Antônio Carlos Dalsóchio que pedem que antes de qualquer denúncia se fale com o prefeito para o acerto e entendimento, a denuncia pública na imprensa e nas instituições documentada, ainda é a única linguagem que o atual governo de Gaspar entende. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
?Jornalistas obtêm informações de inúmeras fontes, inclusive de criminosos. Seu dever é publicar as notícias verdadeiras de interesse público. Criminosos passam informações - verdadeiras ou falsas - com a finalidade de atingir inimigos, que muitas vezes também são bandidos. O jornalismo não tem o direito de oferecer nada às fontes, exceto o sigilo, assegurado pela lei. Mas não tem, também, o direito de sonegar ao público notícias relevantes, mesmo que sua divulgação seja do interesse circunstancial de uma facção criminosa?. Demétrio Magnoli é sociólogo e doutor em Geografia Humana pela USP é autor desta afirmação.
O vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, casou. Depois da lua-de-mel voltou à Câmara. Lu, é agente de trânsito e como tal, diz que está com os ouvidos estourados de tanta reclamação dos comerciantes do Centro. Está impossível dirigir e estacionar. E a Área Azul aprovada há três anos, mas ?reaprovada? há nove meses ainda não pariu, apesar de todas as promessas. Agora eu a pensar. Se para um caso tão simples falta vontade, verdade e competência, o que falar da licitação da ponte que é muito mais complexa? Acorda, Gaspar!
O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, diz nas rádios e faz bem, que está disposto a sentar com os denunciantes para encontrar um caminho que salve a ponte. Isto não é bem assim. Pois ele teve a oportunidade deste diálogo quando encontrou com Fernando Neves e Carlos Roberto Pereira num posto de gasolina. Convidado pelos dois para esta conversa se desculpou e saiu logo.
Tenho sinceras dúvidas sobre a qualidade das informações do núcleo inteligência, estratégia e poder do governo do PT de Gaspar. Depois de me acusar de boca e pena alugada de Adilson Luiz Schmitt, PPS, agora diz que estou a serviço do PMDB e PSD. Acorda, Gaspar!
O médico ortopedista e ex-diretor clínico do Hospital de Gaspar, Fernando César Buchen, genro do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, voltou a atuar no Hospital. Outra. Os médicos do Hospital, diante da crise financeira, estão recebendo à vista pelos seus procedimentos. Já os funcionários continuam com os salários atrasados.
O que você acha de um político que da tribuna propaga estar orgulhoso de que os políticos contas sujas estão livres de serem cobrados ou punidos pela Justiça? Pois em Gaspar o vereador José Amarildo Rampelotti, exultou esta conquista contra a lei e o povo para a vice, Mariluci Deschamps Rosa.
Você sabe quanto a prefeitura de Gaspar vai gastar em passagens aéreas este ano? R$231.502,00. Quem vai emiti-las? Elysée Viagens e Turismo Ltda. (01.639.658/0001-00).
O ex-procurador geral do município de Gaspar, Mário Wilson da Cruz Mesquita, está pedindo proteção institucional. Está com medo do grupo petista de poder para quem trabalhava e deixou na Prefeitura. Como era um dos que tramava ele sabe muito bem o que está fazendo. Pra concluir. Mais uma vez virou e mexeu, o tempo é mesmo o senhor da razão e nada como um dia após o outro. Estou de alma lavada e não sou profeta. Era óbvio que tinha algo podre no reino da Dinamarca. Vai feder ainda mais. Acorda, Gaspar!
Edição 1392
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