22/05/2012
ABSOLVIDO I
Há dois anos, numa tentativa clara de intimidar e cercear o exercício do jornalismo, desqualificar o jornal Cruzeiro do Vale e de me calar nas minhas observações críticas, o ex-procurador geral do município, Mário Wilson da Cruz Mesquita, levou o editor-chefe e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt e eu às barras dos tribunais. A ameaça inconsistente e despropositada, todavia, só nos estimulou no processo crítico, de independência crível e jornalística em favor da ética, transparência, dialética e comunidade. Há quase dois meses (27 de março), o juiz substituto da Terceira Vara de Gaspar, e que já foi para Blumenau, Sandro Pierri, nos absolveu. A sentença já transitou em julgado. Ganharam a liberdade de imprensa, a transparência e a sociedade. Perderam os políticos de plantão no poder que se acham donos da verdade, das instituições, da imprensa, da cidade e dos destinos dos cidadãos e cidadãs.
ABSOLVIDO II
A divulgação do resultado a nosso favor, muito tempo depois de prolatada a sentença, mostra que tanto o jornal - o maior vencedor, pois assim validou-se o difícil trabalho jornalístico de apurar os fatos -, bem como o editor e eu, não usamos tal fato para tripudiar sobre os que nos acusaram intencionalmente. Agora, com o procurador fora do cargo público por sua própria iniciativa, resolvemos dar ao público leitor amplo conhecimento da decisão no âmbito da Jurisdição, a qual foi obtida com a ajuda primorosa dos advogados Maria Salete e Paulo Schmitt. Outras administrações como a de Bernardo Leonardo Spengler, Nadinho, PMDB e Adilson Luiz Schmitt, PPS, também foram a Justiça contra o jornal ou o seu editor. Perderam no poder (Nadinho) ou desistiram quando saíram do poder pelo voto democrático (Adilson).
ABSOLVIDO III
O que aconteceu desta vez? No dia 16 de agosto de 2010 o jornal noticiou uma invasão sobre terras públicas no Santa Terezinha, de gente que se dizia sem teto. Gilberto, informado, como jornalista, foi para lá às fotos com a repórter Fernanda Pereira. E chegaram antes do pessoal da prefeitura. Com os invasores, Gilberto e Fernanda, conversaram para apurar a matéria da reportagem. Ao chegar, atrasado, ao local dos fatos, prepotente e numa reação de fúria incontida, o doutor Mesquita a terceiros, acusou o Gilberto de estimular a invasão e invasores, para apenas ter notícia no jornal contra a administração petista. A informação foi dada pelo radialista Paulo Flores. Gilberto, inconformado com tal desatino, reagiu impulsivamente e cobrou de Mesquita, colocando dúvidas na sua conduta e competência profissional. Sentindo-se agredido, dali mesmo Mesquita foi à delegacia registrar um Boletim de Ocorrência por supostas ofensas para servir de base ao processo. E qual o meu crime? Defender dois dias depois no blog ?Olhando a Maré? (que foi invadido e retirado do ar por hackers) o Gilberto, o jornalismo, o Cruzeiro, a atividade jornalística e ao mesmo tempo, condenar fortemente a farsa intimatória do ex-procurador e sua gente.
ABSOLVIDO IV
O que sentenciou o juiz Sandro Pierri sobre este caso? Quanto ao Gilberto, o juiz rejeitou de pronto a tipificação no crime de difamação como queria o doutor Mesquita. ?Constatado que os fatos aduzidos na inicial referem-se ao crime de desacato, verifico ilegitimidade ativa ad causam, uma vez que essa infração penal é processada por meio de ação penal pública incondicionada, cuja titularidade pertence ao Ministério Público?. Ou seja, a Ação estava incorreta e nem foi aceita no seu mérito. Quanto ao meu caso, entretanto, a caracterização da difamação foi considerada pelo juiz.
ABSOLVIDO V
?Todavia, esses fatos não se subsumem ao tipo penal em debate por duas razões: o fato imputado não é ofensivo, tampouco restou demonstrado o animus diffamandi por parte do querelado Herculano, elemento subjetivo do tipo. Isso porque apenas noticiou o entrevero havido entre o querelante e Gilberto Schmitt, além de expor sua opinião acerca do assunto. Publicou que o querelante teria acusado Gilberto Schmitt de instigar a invasão de terras e este, por sua vez, teria ofendido-o. Não se pode ter como perniciosa a divulgação dessa ?acusação? promovida pelo querelante, pois, em primeiro lugar, este não negou o fato na queixa. Segundo, não é fato que afete gravemente a reputação do querelante?, descreveu o juiz Sandro Pierri na sua sentença ao analisar o meu caso.
ABSOLVIDO VI
?Assinalo, também, que, embora tenha se mostrado severo em sua crítica, o querelado Herculano não ofendeu a honra objetiva do querelante (Mesquita). Estava emitindo sua opinião sobre fato envolvendo autoridades públicas, entre elas o querelante. A invasão de terras é assunto de interesse local e, por envolver jornalistas ligados ao mesmo meio de comunicação do qual integra o querelado Herculano, resolveu se manifestar acerca da matéria. O texto, aliás, não aborda apenas a pessoa do querelante, mas também critica, duramente, o executivo municipal?, expôs o juiz Sandro Pierri, para em seguida me absolver na acusação de difamação contra Mário Wilson da Cruz Mesquita.
SOBRE O TRAPICHE
Uma ausência muito sentida jantar para a consolidação da pré-candidatura de Kleber Edson Wan Dall, PMDB: a do deputado Ismael dos Santos, PSD. Kleber foi seu ferrenho cabo na última eleição. Depois dela, sumiu. Acorda, Gaspar!
Social. Hoje faz 70 anos o ex-executivo bem sucedido (Ceval e Seara) e empresário hoteleiro (Vila do Farol) e da construção civil (VOS Construções), Vilmar de Oliveira Schürmann.
Duas do empresário, ex-prefeito de Gaspar pelo MDB, presidente de honra do PMDB e ex-pré-candidato a prefeito, Osvaldo Schneider, o Paca, no jantar de Kleber Edson Wan Dall. A primeira: ?o PMDB espera contar com a imprensa, empresários e pessoas que querem uma Gaspar melhor?. Só se for a imprensa do PMDB. Porque o papel da imprensa não é se engajar em candidaturas, mas relatar os fatos e os atos dos políticos e dos administradores públicos.
A segunda. ?Queremos ver a cidade crescer, como cresceu há 40 anos no meu governo, quando criamos vários bairros, como o Sete de Setembro e Santa Terezinha, fizemos a Avenida das Comunidades e construímos diversas escolas. Esta noite vai ficar na história, mostrando que o partido está unido em torno do nome de Kleber Wan-Dall. Precisamos de uma cidade planejada para pelo menos mais 50 anos?. Excelente. Mas, vamos à prática. O que o candidato fez para preservar o Plano Diretor? As votações não mostram este comprometimento com o planejamento. O que o partido está fazendo nas mudanças do Plano Diretor e que está em curso? E qual a proposta do partido e do candidato para os próximos 50 anos? Acorda, Gaspar!
Além da Marcha que não deu em nada para os municípios e especialmente para Gaspar, o prefeito Pedro Celso Zuchi e a sua vice Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, bateram pernas atrás de um sinal sobre a inelegibilidade de Mariluci por irregularidade na prestação de contas de campanhas. O milagre ficará mesmo por conta do Tribunal Superior Eleitoral que vai analisar e julgar um perdão genérico para todos os políticos com problemas assemelhados. Se ele não vier, nem para vereadora.
Casa da mãe Joana. No Samae de Gaspar funcionário faz horas extras sem bater o ponto, mas à beira de campo de futebol reclamam e documentam outros sem o mesmo privilégio. Agora quatro comissionados, dois deles filiados ao PT, foram a Florianópolis fazer curso de ?oratória?. Primeiro há similares aqui na região e segundo, para quê? Fazer discurso na campanha eleitoral? Acorda, Gaspar!
Afinal, por que o salário de parte dos empregados do Hospital de Gaspar continua atrasado? Por que as contas dos médicos não foram colocadas em dia? Acorda, Gaspar!
Edição 1390
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