08/05/2012
LOMBADAS POLÍTICAS I
Manhã cinzenta de três de setembro de 2010. Um sábado para não esquecer. Seis mortos, cinco deles adolescentes e outros onze feridos. Eles vinham de Nova Erechim, no Oeste, para dias de prazer, descobertas e lazer no parque temático Beto Carrero, em Penha. Outros 50 dividiam-se em um ônibus e carros. Salvaram-se, entretanto perderam o passeio devido à tragédia. O sacrifício e a dor das famílias mudariam o histórico de acidentes no trevo da morte da BR 470 e a improvisada entrada da cidade de Gaspar pela Rua Hercílio Fides Zimmermann. Tudo graças à imprensa e à mobilização de lideranças da comunidade. E também por um erro político, quando se quis aproveitar o fato para aparecer (e ?faturar?).
LOMBADAS POLÍTICAS II
Pressionado pelo evento que ganhou até as manchetes nacionais, bem como a oportunidade da vantagem, o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, disse que colocaria ali na rodovia Federal lombadas físicas. Eu escrevi e apostei que ele não faria isto. Simples: a rodovia é Federal. A polícia confirmou, disse que não e impediu. Mesmo assim, Zuchi foi lá posar para a capa de jornais, dar entrevistas sem consistências. Até, para não perder a pose e a cena, colocou umas placas na beira da rodovia. Quem deveria resolver o problema, continuou num cúmplice silêncio, o companheiro e superintendente do Dnit de Santa Catarina, o engenheiro e enrolão de tantas obras atrasadas e aditivadas, João José dos Santos, apadrinhado por quase dez anos pela gasparense honorária, a agora ministra Ideli Salvatti.
LOMBADAS POLÍTICAS III
Exposto e fragilizado, Zuchi e seu grupo perderam o domínio do teatro que encenavam. A população do Vale (não apenas a de Gaspar) comovida se preparava para interromper, com interrompeu, seguidamente a 470 para pedir uma solução, ao menos provisoriamente. A administração petista de Gaspar ficou no centro de uma polêmica e da incapacidade. Rápido, um dos conselheiros da armação, o procurador geral Mário Wilson da Cruz Mesquita, transferiu o foco ao procurador Federal, João Marques Brandão Néto, em Blumenau. Foi providencial e fez bem, antes que alguém virasse o padrinho político do bom combate. Foi o doutor Brandão quem obrigou o Dnit a instalar as lombadas para proteger as vidas na rodovia Federal e da qual o município não possui competência para tal. E assim aconteceu. João José, que tentava resistir, dobrou-se ao Ministério Público Federal e à Justiça. As mortes, felizmente, cessaram. Ganhou a vida e a integridade cidadã. Perdeu o jogo e a politicagem.
LOMBADAS POLÍTICAS IV
Agora estamos vivendo o evento das lombadas da SC 411, a rodovia que liga Gaspar a Brusque. Meia dúzia de pessoas politizadas está lá orientando crianças. Elas ?fecham? a rodovia para se ter as tais lombadas. Justo. Nada contra, a não ser que parecem que não querem soluções, mas mobilização e mídia em época de ano eleitoral. Por que o procurador geral de Gaspar, Mário Wilson da Cruz Mesquita não faz a mesma coisa que fez em relação a BR 470? Porque ele não vai ao ministério Público Estadual para que a promotoria acione o estado nesta obrigação? Por que não é interessante, respondo. E também porque sabe que para fazer aquela lombada funcionar é preciso uma licitação, demorada e complicada, o que dá mais tempo para os protestos persistirem e serem notícias.Politicagem.
LOMBADAS POLÍTICAS V
Onde se pede as lombadas, que repito, são necessárias e livram da morte gente que se expõe à irresponsabilidade dos motoristas, é área onde mora o prefeito Pedro Celso Zuchi e o seu cunhado, Antônio Carlos Dalsóchio (que já foi a Florianópolis numa caravana para buscar a solução e por aqui fez muitos discursos e deu entrevistas sobre isto), presidente da Câmara e ambos do PT. Vila Isabel, Barracão e Bateias vivenciam este drama faz tempo. E ele é tema para discursos, palanques e se apontar culpados. Solução de verdade, vem por uma medida de força e judicial, que a burocracia protela e emperra por incapacidade ou interesses. Por que a medida coercitiva não foi pedida até agora contra o governo do Estado e o Deinfra? Simples: porque com a solução vai terminar o circo, a mobilização, a acusação, a vitimização e o palanque. O caminho para a solução o prefeito, Dalsóchio, Mesquita e outros sabem qual é, mas preferem... Acorda, Gaspar!
ADILSON
As notas ?embolados? da coluna de sexta-feira provocaram o debate. Isto é bom. Até houve quem questionasse as tais pesquisas nas quais tive acesso e houve ainda quem para me desmoralizar, inventasse enquetes políticas (as quais não acredito e as desqualifico, seja de que fontes elas forem) na internet. O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, possui esta capacidade de provocar. Uma coisa é certa: nenhum partido ou político gasparense, por acomodação, por erro, por medo ou porque usufrui às escondidas do atual governo do PT, construiu uma candidatura ou um projeto, mesmo que fosse para compor com o PT. Pior mesmo é perceber que não construindo agora, estes mesmos atores não terão chances de reverter este quadro em 2016, quando o PT estará mais forte, certamente, por falta de oposição. Reeleito, Zuchi e principalmente o PT, tratarão de fazer o sucessor. Ou alguém duvida? O movimento que Adilson faz hoje teimando em ser pré-candidato poderá estar sinalizando o de fazer frente agora e não perder o bonde daqui a quatro anos.
SOBRE O TRAPICHE
A Prefeitura mandou a sua assessoria de Comunicação trabalhar no sábado. Fato incomum. E para quê? Para desmentir o portal do Cruzeiro do Vale e um comentário meu na coluna na internet. Afirmamos que o Projeto Socioambiental do Santa Terezinha teve pouca adesão. Mais, o ?press release? de sábado foi para ?criar? a informação do jeito dela para as rádios na segunda-feira de manhã, as quais iriam ler o jornal ou a coluna. As fotos da Prefeitura, todavia, confirmaram a notícia daqui e o que todos viram lá. Acorda, Gaspar!
A novela da desapropriação das terras de Gerhard Horst Fritzsche para se transformar numa arena multiuso está longe do fim. O juiz da terceira vara, João Baptista Vieira Sell, concedeu imissão de posse e no despacho escreveu ?intimem-se as partes para, no prazo de 15 dias, entrarem em contato com o perito visando à apresentação da documentação necessária a elaboração do laudo?.
Está no Tribunal Superior Eleitoral o pedido que pede a reconsideração da resolução que prevê que a desaprovação das contas do candidato nas eleições passadas, implicará no impedimento de se obter a certidão de quitação eleitoral. Quem pediu? O PT. Quem aplaudiu e querem a sacanagem? Todos os demais partidos. Quem espera ansiosamente por uma decisão favorável? Todos os que tiveram irregularidades, incluindo a vice-prefeita de Gaspar, Mariluci Deschamps Rosa. Acorda, Gaspar!
Governo federal é o padrasto de Santa Catarina. Este governo é do PT há nove anos. A conclusão é do encontro da Federação Catarinense dos Municípios e da qual Pedro Celso Zuchi, PT, é vice-presidente. Quando se discutiu isto, lá também estava o presidente do Fórum Parlamentar Catarinense, o deputado Décio Neri de Lima, PT, aquele que apadrinha a gestão de Gaspar. Confira o desdém com um dos estados que mais recolhe tributos para a União: 1. Todas as obras federais em Santa Catarina estão atrasadas: aeroporto Hercílio Luz, duplicações da BR-101, BR-470, BR-280 e projetos das ferrovias. 2. O governo federal continua transferindo serviços e encargos para os municípios sem os recursos correspondentes. 3. Saúde e segurança são os maiores problemas enfrentados pelas prefeituras. E agora? Vão esconder para se ter discurso, ou vão defender o Estado desta discriminação perante o governo Federal?
Qual a primeira e mais rápida obra da administração de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, ambos do PT, para o povo de Gaspar? O fechamento da Rua Cecilia Joana Schneider Krauss, ali no pé do morro do Hospital. Ela começou num sábado pela manhã e na segunda estava completa. Faz neste mês três anos. Acorda, Gaspar!
Edição 1386
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