10/04/2012
KLEBER I
O vereador Kleber Edson Wan-Dall, 31 anos, advogado, evangélico, está pré-candidato a prefeito de Gaspar. Excelente e corajosa iniciativa. Será que é isto que o PMDB local e o regional querem? O também jovem presidente do diretório, o advogado Roberto Pereira, garante que sim. Mas, falta-lhe total convicção. Então, mais rápido do que imaginam, o partido, o pré-candidato e seus líderes precisam fazer escolhas, alinhamentos, comprometimentos e construir explicações plausíveis para algumas aparentes incoerências. O eleitorado não é bobo, muito menos o principal adversário, o PT.
KLEBER II
Se Kleber é realmente o pré-candidato do partido, por que o PMDB tentou primeiro Osvaldo Schneider, (Paca), depois o ex-vereador Rubens Benvenutti (Binho), fez ainda uma lista de sete nomes (?) e depois uma de três? Arrumou um estepe? Por que apostou em Ivete Mafra Hammes na eleição passada e não deu prosseguimento ao projeto, fortalecendo-a para que ela fosse hoje uma candidatura do partido, mais densa, viável e com reais chances na cidade? Há aí fragilidades e indecisão estratégica. Deixa tanto o PMDB como o seu candidato expostos. Pior. Pensam que a imprensa livre, plural, sem rabo preso com candidaturas não possa se lançar a estes e outros questionamentos.KLEBER III
Se Kleber é realmente o pré-candidato do partido, por que ele foi um vereador quase omisso na Oposição ao PT e ao governo de Pedro Celso Zuchi? Vai contestá-los somente agora nas dúvidas e eventuais erros da atual administração? Com que autoridade fará isto? Um pouco tarde e fora de propósito para ele e o próprio PMDB, pois teve em Raul Schiller, o mesmo comportamento. Está exposto e basta lembrar que Kleber era o presidente da Câmara quando o Executivo fez valer o projeto de lei daquele escandaloso ?trem da alegria?. Outra. Se Kleber é o pré-candidato do partido, por que o vereador esteve com um pé no PSD, exatamente por não ter espaços no PMDB? Mais. Kleber foi contra o aumento do número de vereadores. Todavia, assistiu bem quieto à manobra regimental do PT na Lei Orgânica para gerar o impasse constitucional proposital e tudo virar vaga para possíveis 13, ao invés de dez. O mundo dá voltas e pede explicações para quem é um ente público, ainda mais numa campanha política onde a ética é uma palavra quase que proibida pelos adversários, como nos jogos brutais e mesquinhos de interesses.
KLEBER IV
O PMDB está sob um dilema crucial e de inteligência: Kleber será a renovação bem como um projeto de fortalecimento do partido que já foi referência de militância e votos por aqui? Ou será uma aposta para vencer as atuais eleições? Uma é excludente da outra. Não há mágica. Se a aposta é de renovação depois de sucessivos autoexpurgos conflitantes dentro da ?república? do PMDB de Gaspar, Kleber é então candidato para valer só em 2016 (se o partido não abandoná-lo no projeto, como fez com Ivete), passando por um posicionamento vigoroso em 2014, independente do resultado que ele vier a alcançar neste ano.
KLEBER V
Se a aposta do PMDB é para vencer já, tudo muda. Kleber nasce sem ser testado, sem autonomia, sem carisma e sem ser necessariamente um fato novo. É preciso repensar alguns dogmas, e então fazer concessões, comprometer o próprio futuro (a propalada renovação) do PMDB e a projetada autonomia administrativa de Kleber. E aí inclui o PSD (Tereza da Trindade e Pepê Schmitt), o PP zuchiano do vereador Hilário José Melato, bem como a inclusão do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PPS, (ex-PMDB, motivo da cisão e ressentimentos recentes no PMDB). Adilson é o único que em pesquisas sérias possui votos para o enfrentamento neste outubro, fato que produz receios no próprio PT. Todavia, Roberto Pereira (e outros) parece inflexível a esta obviedade, a tal ponto de não colocar nas suas enquetes e até pesquisas, o ex-prefeito. Foge das realidades e aí...
KLEBER VI
E para finalizar. Há outras questões a serem resolvidas. Kleber é candidato do partido, de um novo grupo no PMDB ou da Igreja? Qual a causa que Kleber vai defender para emocionar os gasparenses? Por que votar nele e não em outro candidato, incluindo o atual prefeito? Apenas uma proposta da mudança pela mudança? Uma vingança ou um devaneio na busca de poder para quem está fora dele e de seus ?prazeres?? Gaspar já fez isto e várias vezes. Não apenas parou: voltou no tempo. Está atrasada. Mais: quem vai bancar os altos custos de campanha, espaço de rádio, a influência da campanha de Blumenau (incluindo as decisões da cúpula do PMDB que namora o PT) e a escolha que terá que ser feita entre o deputado estadual Aldo Schneider e um dos pré-candidatos a deputado em 2014, César Botelho e Paulo França. O presidente Roberto Pereira acha que tudo tem solução. E fácil, mas ao seu modo. Será? Se não houver muita conversa, paciência e pré-disposição para engolir sapos, este fácil se transformará em decepção, mágoa e novas vinganças. Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
Não deu em nada. Uma denúncia levada ao Tribunal de Contas em 2009 dava como irregular nos preços, a venda do terreno no Gaspar Mirim para a prefeitura. Lá foram construídas as habitações para os desabrigados da enchente de 2008. O Tribunal desqualificou a denúncia por ela ser exatamente anônima. O terreno pertencia ao empresário Osvaldo Schneider, o Paca.
Duas do gênio, pensador e culto Millôr Fernandes, morto recentemente aos 80 anos. ?Como são admiráveis as pessoas que nós não conhecemos bem?, e ?Democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim?.
O presidente do PMDB de Gaspar, Roberto Pereira, em tom de reclamação, contou que dias atrás foi a uma rádio local e na entrevista foi emparedado. Primeiro, na minha avaliação estava certíssimo o radialista. Segundo: quem tem ideias e está convicto de que elas são convincentes, é exatamente numa situação de aparente desconforto que se desmonta o tal ?emparedamento? do entrevistador. É uma oportunidade de ouro se for bem usada para os ouvintes descrentes. Vale mil vezes mais do que propaganda oficial e entrevista morna, paga, preparada ou arranjada. Acorda, Gaspar!
O PPS de Gaspar tinha tudo para ser um dos principais atores das eleições de outubro. Mas, ele se desmancha. O fundador, o advogado Aurélio Marcos de Souza, está inconformado com a perda de mando. O novo presidente Vitório Marquetti vestiu-se de candidato. E o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, atônito com o novo cenário no partido.
A Rodovia Jorge Lacerda é um exemplo de poucos acidentes. Entretanto, neste mês de março e abril, as sucessivas mortes desmentiram a estatística. O que mudou?
A prefeitura de Gaspar publica os seus atos no Diário Oficial dos Municípios ? uma cria da Fecam, a Federação Catarinense dos Municípios ? na internet. É, assegura, para diminuir os custos de publicação legal, obrigatória. Nada contra. Aqui isto começou com Adilson Luiz Schmitt, PPS. Todavia, há pouca acessibilidade dos comuns. Nestes dias, um passo foi dado. O link existente na home page do site da prefeitura não se limita a levar apenas ao tal DOM, mas diz o que está publicado por edição. É pouco no jogo da transparência. Deveria se disponibilizar cada publicação, com links diretos. Ainda precisa se procurar e há possibilidade, para quem não é do ramo de se perder no caminho cibernético. Acorda, Gaspar!
Trapalhadas no atacado. O Diário Oficial dos Municípios ? aquele que se esconde na internet ? traz no dia quatro de abril, seis erratas de decretos assinados pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Ontem a errata foi em concurso no Samae. Não há gente diligente e preparada para revisar os atos oficiais do governo de Gaspar? Acorda, Gaspar!
Outra trapalhada, ou proposital enxerto? Tem gente que está desconfiada das nomeações dos concursos em Gaspar. A lista dos inscritos não estaria batendo. Acorda, Gaspar!
Edição 1378
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