30/03/2012
ENROLAÇÃOCoisas das contradições e das incoerências. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, sem EPI (como mostra a foto), ou seja, num péssimo exemplo para os operários da obra (e do Samae também pegos na prática insegura), foi ver a com os seus próprios olhos a morosa obra de maquiagem da Ponte Hercílio Deeke. Justificou que foi pedir rapidez por parte da construtora para que ela seja finalizada dentro do prazo. Ué! A prefeitura recentemente contestando as observações da imprensa (e desta coluna) e a crítica de parte da população, afirmou que as obras estavam no cronograma. Não estão? Outra. Ir lá à obra para pedir agilidade aos operários e mestre de obras? Menos. Poupa-nos. Propaganda e fotos para campanha. Nada mais. Se este pedido é para valer há dois caminhos: chama a construtora no gabinete e coloca o assunto em pratos limpos com quem manda ou é dono dela. Outra providência é não pagar ou adiantar o que não foi feito ainda. Aliás, a verba federal para esta obra não foi liberada. Acorda, Gaspar!
PMDB ÓRFÃO I
O PMDB de Gaspar, até então o mais estruturado partido local até a chegada do PT, paga um preço caro por não ter renovado de forma amadurecida os seus quadros. O enfraquecimento começou quando o falecido e ex-prefeito Bernardo Leonardo Spengler, o Nadinho, foi afastado do mandato. A eleição Adilson Luiz Schmitt, numa ampla coligação que reuniu o sapo e a cobra, parecia a redenção e a renovação. Foi, na verdade, o confronto de interesses entre o novo sem rumo e o velho sem autoridade. O resultado disso tudo foi a saída de Adilson do partido, mágoas sem cura, a reunião dele em outro grupo com peemedebistas descontentes e a eleição fácil de Pedro Celso Zuchi, PT.
PMDB ÓRFÃO II
O jovem advogado Roberto Pereira, presidente do partido, pouca experiência e recém-guindado ao comando, está com a batata quente nas mãos. Não está fácil. Tenta ele reunir os pedaços do partido depois que o presidente de honra, empresário, fundador do MDB e ex-prefeito Osvaldo Schneider, o Paca, desistiu ?oficialmente? de ser o candidato a prefeito numa ampla coligação. O PMDB gasparense faz a sua reunião na segunda-feira. Vai dizer que tem força, que renovou, que é apoiado e que vai enfrentar sozinho ou coligado, a batalha de outubro. Será? O PMDB chegou a anunciar sete pré-candidatos. De cara, um desistiu: Rubens Benvenuti, o Binho. Escrevi que quem tinha sete não tinha nenhum. Então viraram três. Na verdade o PMDB só tem um candidato. E para e isto escalou o vereador Kleber Edson Wan Dall, que diz ter trânsito no PSD, devido a afinidade religiosa com o pastor e deputado, Ismael dos Santos.
PMDB ÓRFÃO III
Kleber?Foi isto que se esclareceu na reveladora e em alguns momentos constrangedora reunião que a comitiva do PMDB de Gaspar fez na segunda-feira com o presidente estadual do partido e também vice-governador, Eduardo Pinho Moreira (de camisa branca e de costas na foto). Ele ficou assustado com o que soube. Primeiro que Osvaldo Schneider havia desistido. Segundo: preocupado com a falta de pesquisa que referendasse a decisão dos peemedebistas gasparenses e terceiro, de que o grupo daqui queria garantias de emprego para o candidato para depois das eleições. ?Não me digam que vocês vão entrar derrotados na campanha??, reagiu estupefato Pinho Moreira. Ele também ficou incomodado com as questões financeiras, pedidos de convênios para se tornar propaganda de campanha, todos jogados no seu colo.
PMDB ÓRFÃO IV
A comitiva dos peemedebistas daqui voltou dividida: uma meio jururu e a outra, achando que deveria fazer a lição de casa. Só quarta-feira o partido criou espuma num ?press release?. Pessoalmente, acho que perderam uma oportunidade de ouro na reunião em Florianópolis: faltou traquejo, demonstração de força, organização, estrutura e planejamento para vencer. Por que não passaram em Itapema e não levaram o Paca para lhes servir de escudo e trânsito? Quem foi para lá? O presidente, os vereadores Wan Dall e Raul Schiller, Antônio Soares e Ivete Mafra Hammes. Quem ainda testemunhou o encontro e os momentos de desconforto no Centro Administrativo na Capital? Paulo França, Rogério Peninha Mendonça, Aldo Schneider, o vereador brusquense Ademir Braz de Souza e Ari Vechi, da Agesan.
PMDB ÓRFÃO VCom o resultado da reunião de Florianópolis, o vereador Kleber Wan Dall reflete. Em público e para a imprensa, disfarça. E os peemedebistas estão temerosos com os questionamentos e os desenlaces da reunião de segunda-feira aqui. Duas bravatas: a de que estariam fechados com o PSD para vice, dita a Pinho Moreira. O PSD confirmou a reunião, mas feita só no retorno do PMDB de Florianópolis. A outra: de que em qualquer situação seriam cabeças de candidaturas. Também há dúvidas. O PMDB por falta de opção e por culpa dele próprio, poderá ainda ser vice do PT, algo que arrepia muitos do partido em Gaspar, mas que se articula em Brasília Acorda, Gaspar!
SOBRE O TRAPICHE
?A diferença entre um político e uma galinha é que o político cacareja e não põe ovos?, uma das centenas de milhares de tiradas do pensador, jornalística, humorista, roteirista, desenhista, dramaturgo, artista gráfico, cartunista, tradutor, escritor... Millôr Fernandes, morto na quarta-feira aos 87 anos. É de Millôr também: ?Os corruptos podem ser encontrados em várias partes do mundo, quase todas no Brasil?; ?A corrupção anda tão generalizada que já tem político ofendido ao ser chamado de incorruptível?; e ?Jornalismo é oposição. O resto é armazém de secos e molhados?.
O PT está atrás de um novo secretário da Saúde para Gaspar. Honorina da Silva pediu para sair. Está doente e viu que o ambiente piora ainda mais a sua saúde.
Desvio de finalidade e política na caderneta escolar. Alunos da creche do Belchior Alto levaram dois recados para os pais. Um convite para inauguração da pavimentação asfáltica amanhã e outro para a audiência pública de apresentação do projeto da Rua Bonifácio Haendchen. Acorda, Gaspar!
De Juliano, leitor, em e-mail publicado nos comentários da coluna na internet: ?Como as coisas mudam. Quando o PT não era nada, os petistas gritavam aos quatro cantos que os direitos dos trabalhadores sempre seriam prioridade em suas lutas. Agora, um prefeito de Gaspar, do PT, bate o pé pra dar um aumento miserável e ainda quer descontar o vale alimentação dos funcionários? Mas vem cá: PT não é ?Partido dos Trabalhadores?? Afinal, ele está defendendo os direitos de quem??.
De Cristiane, leitora, sobre o mesmo tema. ?Até acho justo cortar o vale alimentação nos dias que o funcionário está de atestado. Mas o que dizer dos vários profissionais, como médicos, que faltam, não justificam, não batem ponto, tem seu ´horário especial´ de trabalho (chegam e saem a hora que querem)... Esses não levam desconto nem do vale alimentação, nem do salário, nem de nada... Uma fadinha bate o ponto pra eles e assunto encerrado. Por isso os funcionários ficam p. da vida... Esse governo trata os funcionários com dois pesos e duas medidas.?
Manchete do jornal. Feirantes reclamam da fuga de clientes e da falta de estacionamento. Ué! Reclamando agora? Aquela obra custou uma babilônia, foi construída sobre uma faixa sanitária, é minúscula e agora se descobre que é imprópria para ser Feira Livre? Quantas vezes se escreveu aqui sobre isto. Falta de planejamento e respeito com a cidade, os cidadãos e as cidadãs. Acorda, Gaspar!
Quando tirou do ar, a Câmara prometeu voltar com o seu site ontem. Não voltou. E era para confiar na promessa de político? Acorda, Gaspar!
Edição 1375
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