13/10/2015
A INDECÊNCIA I
O jornal Cruzeiro do Vale – o que se interessa e desnuda os bastidores do poder em Gaspar porque não depende dele e por isso é premiado pela liderança e credibilidade pelos leitores e leitoras-, continuou na sua senda. Na edição de sexta-feira, a esperada, ouviu ex-procuradores do município sobre o Projeto de Lei 49/2015 que pousou silenciosamente na Câmara para ser analisado, emendado e votado para a aprovação ou rejeição, se pela decência e à cidade não for retirado antes. Este projeto foi feito sob medida pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, para os petistas enrolados, incluindo ele próprio. Ele dá assistência jurídica permanente e eterna aos políticos e gestores públicos daqui.
A INDECÊNCIA II
É amplo. Pelo PL 49 quando aprovado e da forma como está com a emenda modificativa, vai permitir aos políticos – incluindo os vereadores, a cenoura colocada de propósito pelo Executivo para facilitar o trâmite e aceitação - acionarem e se defenderem no passado, presente e futuro, inclusive contra os cidadãos comuns, imprensa e autoridades que os questionarem nas suas atrocidades administrativas contra a lei, à improbidade e cidadania. Um cala boca, um constrangimento, uma censura e uma ameaça permanente com cheiro de autoritarismo, pois desiquilibra esta relação na sociedade para pedir a interferência do poder Judiciário para as dúvidas e contendas na gestão e contra os gestores públicos. Pior. Tudo pago com o nosso dinheiro dos pesados impostos e que está faltando para a Saúde Pública, para a Educação, a Assistência Social, manutenção de estradas, ruas, calçadas, acessibilidade, obras entre tantas outras coisas carentes em Gaspar. Beira ao fascismo, e feito por gente que se diz progressista nos discursos para chegar e se manter no poder permanentemente.
A INDECÊNCIA III
Na prática, o gasparense vai pagar os dois advogados: o da sua defesa, bem como o que lhe acusa e trabalha para o político e gestor público de hoje, ontem e do futuro. Inominável. Os ex-procuradores mais famosos dos últimos governos, Aurélio Marcos de Souza, que trabalhou na administração de Adilson Luiz Schmitt, ex-PMDB, PSB e PPS e hoje sem partido (que até agora não se manifestou sobre este assunto e é beneficiado pelo PL se ele for aprovado como está), e Mário Wilson da Cruz Mesquita, que trabalhou para Pedro Celso Zuchi por quatro anos – como um feroz cão de guarda até -, são frontalmente contra. Ficaram em cima do muro Luiz Carlos Pappi e o José Carlos Schramm. Este serviu ao PT e Zuchi, antes da autora técnica do tal projeto, Mara Lucy Fabrin Áscoli, e que o defende com exemplos tortos. Schramm está hoje na assessoria jurídica do Samae para onde foi “promovido” e de lá disse não conhecer bem deste PL. Alguém acredita? Áscoli estava lá no Samae, e foi promovida, substituindo Schramm neste cargo de confiança na prefeitura.
A INDECÊNCIA IV
Então está tudo em casa. Inclusive os disfarces. José Carlos Schramm, foi o advogado particular de Pedro Celso Zuchi, PT, naquele rumoroso caso do caminhão pipa, feito no seu primeiro governo de 2000 a 2004. Mas, quem pagou o advogado Schramm neste caso? Não foi Zuchi, como devia ser feito. Mas, o município de Gaspar, ou seja, os impostos dos gasparenses: R$6 mil. Tudo contra a lei, pois se tenta fazê-la somente agora para criar legitimidade de algo torto. E por causa disso, o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública foi à Justiça numa Ação Civil Pública. Pediu o ressarcimento e a condenação do prefeito com a perda dos direitos políticos por oito anos, devido à improbidade administrativa.
A INDECÊNCIA V
Saiu barato. O juiz da segunda vara, João Batista Vieira Sell quando esteve por aqui, reconheceu a improbidade administrativa, mas não suspendeu os direitos políticos de Zuchi. Ele foi condenado, na sentença de oito de abril do ano passado, a ressarcir aos gasparenses as despesas do advogado (R$6 mil) e a pagar mais uma multa de R$18 mil, tudo com juros e correção monetária, a partir do ajuizamento da ação e citação naquela época. Zuchi está recorrendo ao Tribunal de Justiça para ser livrar desta obrigação e condenação. Se o PL 49/2015 for aprovado pelos vereadores, como é retroativo, Zuchi o coloca debaixo do braço, manda para o Tribunal, apensa em sua defesa, e se livrará de tudo, e em outros pecados. Novamente, os políticos e seus jogadas entre quatro paredes e por gente instruída, mandarão bananas para os pagadores de pesados impostos e que não possuem, hoje aqui, o mínimo e legítimo retorno em serviços e cidadania. Uma farra. Mais uma comemoração. Entenderam como nada é feito sem desatar nós? Acorda, Gaspar!
SERVIÇO FUNERÁRIO I
O Ministério Público está interessado no Projeto de Lei 39/2015. Ele trata do regime de concessão da prestação dos serviços públicos funerários no município de Gaspar. O PL já tem uma daquelas emendas modificativas. Ela vai hoje à votação na sessão da Câmara. Tudo bem armadinho e silencioso como quer o poder e seus amigos. Aqui em Gaspar, este serviço é vitalício e não se renova entre “três” empresas. O Ministério Público mandou a prefeitura fazer licitação urgente. Então, estão fazendo uma nova lei para atender esta exigência mínima e moralizadora para a concessão serviço público.
SERVIÇO FUNERÁRIO II
Deixou de ser vitalício, mas nem tanto. A renovação se dará a cada 20 anos. Outra pegadinha amiga. Haverá na nova lei, se aprovada, uma empresa funerária a cada 50 mil habitantes. Hoje Gaspar com 57.981 almas vivas, segundo o IBGE, e já possui “três” empresas. Pelo critério escolhido pela prefeitura de Gaspar neste Projeto de Lei, vai diminuir para apenas uma? Faltará concorrência. O MP espera só o desfecho: aprovação dos vereadores e a sanção do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT.
SERVIÇO FUNERÁRIO III
Na justificativa que mandou junto com o PL para a Câmara, e só neste 28 de julho, o prefeito assume que está fazendo isto unicamente por uma demanda do Ministério Público. Por ele, não faria, mesmo que contrariasse a Constituição Federal. Escreveu Zuchi: “O presente Projeto de Lei visa adequar o regime de concessão da prestação dos serviços públicos funerários no Município, aos termos do art. 175 da Constituição Federal. Importa relatar que o Ministério Público do Estado de Santa Catarina, questionou a constitucionalidade do art. 7° da Lei Complementar Municipal n° 1, de 18 de novembro de 1993, que dispõe sobre o funcionamento do serviço funerário municipal de Gaspar, através de Ação Direta de Inconstitucionalidade, n° 2015.012629-0, ajuizada no Tribunal de Justiça de Santa Catarina”.
SERVIÇO FUNERÁRIO IV
“Alega o representante do Ministério Público que a expressão ‘por prazo indeterminado’ contida no citado art. 7° da Lei Complementar, afronta diretamente o texto constitucional, na medida em que permite que o serviço seja delegado a particular por prazo indeterminado e que a delegação dos serviços públicos a particulares deve ser precedida de licitação conforme dispõe o art. 175 da Constituição Federal, reproduzido no art. 137, § 1° da Constituição de Santa Catarina”.
SERVIÇO FUNERÁRIO V
E comletou Zuchi. “Ainda, dada a importância destas atividades para a sociedade, pretende-se com este Projeto de Lei disciplinar o regime de concessão da prestação dos serviços funerários, as atividades integrantes do serviço, as obrigações dos concessionários e do Poder concedente e da política tarifária, ainda, cria a Central de Serviços Funerários no Município de Gaspar. Acreditamos que este Projeto de Lei tem muito a contribuir para o desenvolvimento e organização na prestação deste serviço público o que se refletirá em um melhor serviço para sociedade. Por estas razões, contamos com o apoio dos nobres vereadores para a rápida aprovação da matéria”. Rápida, mas como num velório, tudo feito sob murmúrios.
REGISTRO
Com gasparense Fábio Geraldo Venhorst, o Coruja, 74 anos, que morreu no domingo e foi enterrado ontem, dividi por quase sete anos tarefas reportagens e editoria na redação do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, quando o jornal era uma referência estadual na década de 1970. O jornal pertencia ao grupo Coligadas, de Blumenau, que teve entre outras a TV que hoje pertence a RBS Blumenau, as rádios Clube (a pioneira PRC 4), Difusora, ambas de Blumenau, e mais as rádios Clube de Indaial e a daqui, tocada por algum tempo pela sua irmã Nadir, também já falecida. Na redação do JSC havia um mestre, saudoso, o gaúcho de Caxias do Sul, Nestor Carlos Fedrizzi, Esteve na mesma época, com Fábio e comigo naquela redação, outro gasparense da gema: José Deschamps, o Juca.
A TRANSPARÊNCIA I
O Portal Transparência na prefeitura de Gaspar, do PT, apesar da obrigação que há por uma Lei Federal, só apareceu minimamente há uma semana por pressão e exigência do Ministério Público. E isso só depois de uma grande parte das prefeituras terem atendidas esta exigência mínima de cidadania para com a sociedade. Blumenau, governada pelo PSDB com Napoleão Bernardes, por exemplo, foi uma delas. E este atraso proposital aconteceu justamente para quem exige isto dos outros quando na oposição, que se diz popular, progressista e de esquerda onde o povo é o dono do seu destino. E uma rápida passada nos salários dos servidores no portal recém-aberto, fica-se sabendo a razão de tanto segredo: tem gente com privilégios. Uma vergonha, nem tanto por erro, mas por deliberada intenção, que ainda vai dar muita dor de cabeça para os privilegiados e seus chefes, secretários e prefeito.
TRANSPARÊNCIA II
E o que aconteceu há mais de um ano e meio? Inconformada com o desprezo da administração petista com um assunto tão sério, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, então no DEM, hoje está no PSDB, fez a indicação 158/2014 no dia Primeiro de Abril ao prefeito Pedro Celso Zuchi. E o que ela pedia? Exatamente um Projeto de Lei para disponibilizar informações do quadro funcional do Poder Executivo no sítio oficial da prefeitura na internet. “Ainda, com o intuito de contribuir na elaboração desta lei, segue um anteprojeto de lei que poderá ser utilizado na confecção da referida norma a ser criada em nosso município”. Zuchi, a sua equipe e o PT não só desprezaram a vereadora no seu papel de fiscalizar em nome de seus eleitores, mas também mandaram uma banana para a população que tem este direito: o de saber o que é feito e pago com o seu dinheiro.
TRANSPARÊNCIA III
O que justificou a vereadora ao prefeito para tal pedido naquela época em que não foi ouvida? “O direito à informação é um ponto primordial para a democracia. Com a população bem informada haverá uma participação maior na elaboração e fiscalização de políticas públicas. A informação é um direito fundamental do cidadão e uma obrigação do Poder Público em publicar os seus atos, em conformidade com o previsto na Constituição Federal em seus artigos 5º, inciso XXXIII, e 37, § 3º, II”.
TRANSPARÊNCIA IV
Arrematou: “ A partir do momento em que alguém ingressa no setor público deve se submeter às regras que decorrem até da Constituição, quanto ao princípio da publicidade e da moralidade. Portanto, não há empecilho na divulgação do salário, considerando também que com a divulgação é mais fácil fiscalizar distorções, pois a publicidade possibilita a eficiência. Desse modo, tendo em vista o interesse público do presente anteprojeto de lei, esperamos que em breve o projeto seja enviado para apreciação dos Edis, na certeza de que a medida proposta implicará em um grande avanço na Gestão Pública e na aplicação dos princípios explícitos e implícitos da Administração Pública”. Não veio. Chegou agora na marra e por medo das punições pedidas pelo Ministério Público que defende o cidadão. E é por coisas assim, que o PT não suporta e persegue Andreia, não tolera o MP daqui e vive desacreditando juízes que não julgam a seu favor. Acorda, Gaspar!
A REALIDADE
O jornalista Willian Waak foi a Fortaleza, no Ceará, e participou de um debate para a Federação das Indústrias de lá. A sua síntese sobre o Brasil e o governo do PT, é impressionante. Você pode assisti-lo em https://youtu.be/nJtR7ncvaDM.
Enquanto a administração petista de Gaspar tenta calar a imprensa tradicional, nas redes sociais os gasparenses retratam a realidade e a sua insatisfação. É isto o que retrata a ilustração acima e que circula na cidade entre os internautas. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Quando mesmo foi anunciado de que as obras da Ponte do Vale Recomeçariam? Quem foi o porta voz da notícia? Já estamos em outubro. Julho é algo muito distante. Acorda, Gaspar!
Propaganda eleitoral do ano que vem I. O petista Décio Neri de Lima, deputado Federal, ex-prefeito de Blumenau, e sem muita vez por lá, e que manda no PT e na administração de Pedro Celso Zuchi, trocou o domicílio eleitoral e voltou para Itajaí, sua cidade natal. Os adversários dizem que vão fazer a propaganda eleitoral mostrando as mazelas de Gaspar aos itajaienses.
Propaganda eleitoral do ano que vem II. O padrinho da administração de Daniel Christian Bosi, PSD, em Ilhota é o deputado estadual Jean Jackson Kuhlmann. Ele quer ser novamente candidato a prefeito de Blumenau. Se houver a comparação para os blumenauenses, a coisa não vai ser boa.
Propaganda eleitoral do ano que vem III. Esta comparação por aqui já fez estragos. O ex-presidente do PSD de Gaspar, Fernando Neves, foi secretário de Administração e depois de Assistência Social, de Daniel, mas saiu de lá desgastado.
O PMDB de Gaspar disse que não se surpreendeu com a saída do DEM para o PSDB da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel e que isto não afeta em nada a campanha vitoriosa com Kleber Edson Wan Dall.
Entretanto, não combina com vários movimentos que fez ou faz para neutralizar troca: a armação por terceiros para cassá-la por infidelidade partidária; a tentativa por paus-mandados para destituir o presidente do DEM, Luiz Nagel, marido de Andreia; e a oferta por emissários para se unir ao PMDB oferecendo a secretaria da Educação e a procuradoria do Município, entre outros penduricalhos para que os tucanos daqui continuem numa Kombi e desistam da corrida à prefeitura.
Este fato novo surpreendeu a todos, e mais do que isso: mostrou que por vias tortas e interesses comuns, inclusive fora dos partidos, o PT, PMDB, PSD e PP estavam unidos para não perder, ganhando um, ou outro. E Adilson Luiz Schmitt, ex-prefeito, ex-PMDB, PSB e PPS, hoje sem partido, que dizia estar de quarentena por cinco anos, era cupido de parte desse jogo. Ele se sentiu traído por não ter participado do acerto de Andreia com o PSDB e ter informado parte do grupo de interesses.
Ilhota em chamas I – Depois que as dúvidas afloraram e o assunto polêmico virou notícia no jornal Cruzeiro do Vale e na imprensa regional via o Jornal de Santa Catarina, o prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, tomou uma atitude drástica. Pediu à Câmara de lá, a retirada do projeto de lei 51 (sugestivo, heim!), de janeiro deste ano e que criava o Parque do Morro do Baú. Justificativa? O tal parque, com medidas e preços polêmicos, vai ser criado por decreto do prefeito. Assim, simples.
Ilhota de chamas II - Entendidos dizem que o prefeito Daniel vai ampliar os problemas que ele já possui neste assunto. O decreto deveria vir acompanho de estudos técnicos e científicos, além e principalmente das audiências populares. Nem um, nem outro. Então o rolo tende só aumentar...
Advogados dos políticos com o nosso dinheiro. A promotora que cuida da Moralidade Pública na Comarca, Chimelly Louise de Resenes Marcon, mandou instaurar um procedimento administrativo, o de número 09.2015.00009185-0. O que ela quer? Verificar a regularidade do Projeto de Lei n. 49/2015, de autoria do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, que confere direito à assistência jurídica integral aos prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais, em procedimentos judiciais ou administrativos decorrentes de atos praticados no exercício de suas atribuições constitucionais, legais e regulamentares, no interesse público do Município.
Hum! Os políticos estão praguejando contra uma parte da imprensa daqui, que por dever jornalístico, que se interessou por este assunto para trazer luz e debate público entre nós. Agora, estes mesmos políticos, de todos os matizes, conservadores, progressistas, de direita, centro e esquerda, estão praguejando contra a promotora... Acorda, Gaspar!
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