28/07/2016
AS MINORIAS DO PT DE GASPAR I
O PT que governou Gaspar nos últimos 12 dos 16 anos, está sem discurso, sem projeto, sem justificativa e com medo de perder o poder e ao mesmo tempo ser devassado devido à falta de transparência, dependendo de quem ganhar as eleições de dois de outubro por aqui. E por isso, está apelando e mostrando por fotos e fatos nas redes sociais dos encontros de pré-campanha que ele, e só ele PT, por ser progressista, popular e plural, é capaz de tratar, respeitar, valorizar as minorias e proteger os fracos ou discriminados. Falso. Factoide. Dissimulação. Propaganda enganosa para analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos. A realidade desmonta à farsa. Pedro Celso Zuchi teve como vice em 2000/2004, Albertina Deschamps. O que fez? Não a deixou crescer no partido e a excluiu do processo de poder. Qual a razão? Por não ser submissa ao grupo que domina o PT daqui comandado pelo PT de Blumenau e que lá, não consegue mais ser poder há décadas. Albertina virou um incômodo, uma pária, um problema.
AS MINORIAS DO PT DE GASPAR II
Ah, mas isto é passado, é do embate plural interno, alegam alguns petistas quando confrontados com a realidade. Balela, o PT nacional sempre conviveu com as suas correntes. Em Gaspar, no entanto, o PT não permitiu esse diálogo plural interno. Tem dono e pronto. Se faz isso com a cidade e os cidadãos obrigados a engolir sem explicações as suas determinações, não calaria quem questiona no partido? A história se repetiu. Então vamos ao presente. Quem é a vice de Pedro Celso Zuchi nestes últimos oito anos? A berçarista e ex combativa vereadora, Mariluci Deschamps Rosa. Qual o papel de destaque dela no governo de Zuchi? Nenhum. Decorativa. Foi abafada, escanteada e só não sumiu do mapa como Albertina, por ser dócil e amestrada ao grupo. Se contentou em ser a sombra da família Zuchi e dos Lima. Veja então o que aconteceu na hora de disputar o cargo de prefeita de quem seria uma herdeira e um processo natural? Foi preterida, anulada, como Albertina. Transparência com a sociedade para eventuais problemas? Zero. O PT plural e defensor da diversidade, inclusive de gênero, em Gaspar preferiu o patriarcado, o machismo puro. Desta vez nem disfarçou: o pré-candidato a prefeito e a vice, serão homens.
AS MINORIAS DO PT DE GASPAR III
Apesar das mulheres serem a maioria das eleitoras de Gaspar, quantas mulheres estiveram no primeiro escalão do governo de Pedro Celso Zuchi nestes oito anos, além de Mariluci? Patrícia Scheit, no Planejamento (já saiu e foi trocada por um homem), Maristela Cizesky no Desenvolvimento Social, Marlene Almeida, na Educação (que substituiu um longo secretariado de um homem) e de nomeação recente, além de Mara Lucy Fabrin Áscoli, na procuradoria Geral do Município, de nomeação recentíssima, mas que saiu e voltou neste curto período, herdado um cargo sempre ocupado por homens. E quantos negros ocuparam o primeiro escalão, num governo que fez questão de estabelecer cotas, com discursos duros de constrangimentos na Câmara, nos concursos públicos como a grande conquista e que agora publica fotos de reuniões de pré-campanha nas redes sociais se estabelecendo como o único que dialoga e se preocupa com este tipo de inclusão social e racial? Como se vê, muita manipulação e propaganda enganosa. São os fatos e práticas que desmente o discurso e a teoria, diante do silêncio da sociedade e dos políticos locais que não conseguem enxergar e apontar sequer a hipocrisia e a incoerência.
O PSD do vereador Marcelo de Souza Brick e o PSB do vereador e atual presidente da Câmara, Giovano Borges, ex-PSD até dois meses atrás, foram os primeiros a confirmar a candidatura a prefeito e vice em convenção partidária em Gaspar. Na quarta-feira se juntaram com o Partido Comunista, que estava com o PT e Pedro Celso Zuchi por quase oito anos.
O PSD, o PSB e o Partido Comunista são o plano B do PT, se a candidatura do ex-secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi e do médico Odilon Áscoli, PR, ex- PMDB, não decolar. A chapa petista será oficializada no domingo.
Enquanto o PT esconde as mulheres e perde a oportunidade histórica que estava encaminhada, o PSDB tentará eleger a primeira mulher a prefeita de Gaspar, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel. Ela fará par com o suplente de vereador, Charles Roberto Petry, DEM.
Ambos são professores de profissão. A última vez que Gaspar teve um professor como prefeito, foi com Francisco Hostins (1989/92), então no PDC. Naquela época, ele promoveu, com uma equipe profissional, um choque de renovação e gestão administrativa. Por isso é lembrado até hoje pelos gasparenses.
O PMDB homologa o ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Kleber Edson Wan Dall, na quarta-feira, com o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, na vice. O PMDB e o PP lutaram até o momento que fecho a coluna para ter a desistência do PSDB.
O PMDB não contava o PSDB como adversário e nem com a filiação nele, de Andreia, a quem o PMDB impediu com o PT dela ser presidente da Câmara em 2014, elegendo mais uma vez José Hilário Melato, PP.
Um governo relapso. O governador Raimundo Colombo, PSD, - o que continua prefeito de Lages - está com uma propaganda institucional no ar nas tevês e rádios. Nela ele se orgulha da qualidade dos catarinenses. Só isto para suportar um governo tão ruim, feito de propaganda enganosa.
O governo afirma que enquanto os outros Estados atrasam salários, Santa Catarina está em dia, como um sinal de boa administração dos recursos financeiros. Mente, omite ou chama os catarinenses de tolos. Só não atrasa porque o Estado não está pagando o que deve à União. Nem mais. Nem menos.
Colombo foi o governador que mais endividou o Estado, prejuízo que terá que ser pago por outros governadores com mais impostos de todos os catarinenses. Para equilibrar minimamente as contas o governador foi à Justiça. Queria pagar as dívidas pactuadas com juros compostos à União com juros simples.
Na outra ponta, malandro de araque, numa contabilidade que aprendeu com o PT e Dilma Vana Rousseff, de quem virou amigo de última hora quando ela já caminhava para o buraco, não liberou aos catarinenses pagarem o que lhe devem ou atrasam as obrigações com os tais juros simples. E a imprensa catarinense, por necessidade econômica, providencialmente calada.
Iniciativa popular. O suplente de vereador do PPS, Lelo Piava, (Welligton Carlos Laurentino), está coletando assinaturas para propor Projeto de Lei de origem popular. Ele quer que as “sobras” da verba anual da Câmara (duodécimo), sejam revertidas para a Saúde e o Hospital de Gaspar.
Durante oito anos, o PT não permitiu que os vereadores dessem a destinação deles a esta “sobra”, pois segundo a legislação, ela deve retornar ao Orçamento do Executivo e só ele pode dar a destinação que quiser. Normalmente serve para fechar os buracos da prefeitura.
Iniciativa legislativa. Uma lei semelhante liderada por Gelson Merísio, PSD, presidente da Assembleia, foi aprovada por lá. Em Ilhota, quem fez o projeto de lei semelhante e deu entrada esta semana, foi Luiz Fischer, PMDB. O prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, promete vetá-lo.
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