Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

28/07/2016

AS MINORIAS DO  PT DE GASPAR I
O PT que governou Gaspar nos últimos 12 dos 16 anos, está sem discurso, sem projeto, sem justificativa e com medo de perder o poder e ao mesmo tempo ser devassado devido à falta de transparência, dependendo de quem ganhar as eleições de dois de outubro por aqui. E por isso, está apelando e mostrando por fotos e fatos nas redes sociais dos encontros de pré-campanha que ele, e só ele PT, por ser progressista, popular e plural, é capaz de tratar, respeitar, valorizar as minorias e proteger os fracos ou discriminados. Falso. Factoide. Dissimulação. Propaganda enganosa para analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos. A realidade desmonta à farsa. Pedro Celso Zuchi teve como vice em 2000/2004, Albertina Deschamps. O que fez? Não a deixou crescer no partido e a excluiu do processo de poder. Qual a razão? Por não ser submissa ao grupo que domina o PT daqui comandado pelo PT de Blumenau e que lá, não consegue mais ser poder há décadas. Albertina virou um incômodo, uma pária, um problema.

AS MINORIAS DO PT DE GASPAR II
Ah, mas isto é passado, é do embate plural interno, alegam alguns petistas quando confrontados com a realidade. Balela, o PT nacional sempre conviveu com as suas correntes. Em Gaspar, no entanto, o PT não permitiu esse diálogo plural interno. Tem dono e pronto. Se faz isso com a cidade e os cidadãos obrigados a engolir sem explicações as suas determinações, não calaria quem questiona no partido? A história se repetiu. Então vamos ao presente. Quem é a vice de Pedro Celso Zuchi nestes últimos oito anos? A berçarista e ex combativa vereadora, Mariluci Deschamps Rosa. Qual o papel de destaque dela no governo de Zuchi? Nenhum. Decorativa. Foi abafada, escanteada e só não sumiu do mapa como Albertina, por ser dócil e amestrada ao grupo. Se contentou em ser a sombra da família Zuchi e dos Lima. Veja então o que aconteceu na hora de disputar o cargo de prefeita de quem seria uma herdeira e um processo natural? Foi preterida, anulada, como Albertina. Transparência com a sociedade para eventuais problemas? Zero. O PT plural e defensor da diversidade, inclusive de gênero, em Gaspar preferiu o patriarcado, o machismo puro. Desta vez nem disfarçou: o pré-candidato a prefeito e a vice, serão homens.

AS MINORIAS DO PT DE GASPAR III
Apesar das mulheres serem a maioria das eleitoras de Gaspar, quantas mulheres estiveram no primeiro escalão do governo de Pedro Celso Zuchi nestes oito anos, além de Mariluci? Patrícia Scheit, no Planejamento (já saiu e foi trocada por um homem), Maristela Cizesky no Desenvolvimento Social, Marlene Almeida, na Educação (que substituiu um longo secretariado de um homem) e de nomeação recente, além de Mara Lucy Fabrin Áscoli, na procuradoria Geral do Município, de nomeação recentíssima, mas que saiu e voltou neste curto período, herdado um cargo sempre ocupado por homens. E quantos negros ocuparam o primeiro escalão, num governo que fez questão de estabelecer cotas, com discursos duros de constrangimentos na Câmara, nos concursos públicos como a grande conquista e que agora publica fotos de reuniões de pré-campanha nas redes sociais se estabelecendo como o único que dialoga e se preocupa com este tipo de inclusão social e racial? Como se vê, muita manipulação e propaganda enganosa. São os fatos e práticas que desmente o discurso e a teoria, diante do silêncio da sociedade e dos políticos locais que não conseguem enxergar e apontar sequer a hipocrisia e a incoerência.

TRAPICHE

O PSD do vereador Marcelo de Souza Brick e o PSB do vereador e atual presidente da Câmara, Giovano Borges, ex-PSD até dois meses atrás, foram os primeiros a confirmar a candidatura a prefeito e vice em convenção partidária em Gaspar. Na quarta-feira se juntaram com o Partido Comunista, que estava com o PT e Pedro Celso Zuchi por quase oito anos.

O PSD, o PSB e o Partido Comunista são o plano B do PT, se a candidatura do ex-secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi e do médico Odilon Áscoli, PR, ex- PMDB, não decolar. A chapa petista será oficializada no domingo.

Enquanto o PT esconde as mulheres e perde a oportunidade histórica que estava encaminhada, o PSDB tentará eleger a primeira mulher a prefeita de Gaspar, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel. Ela fará par com o suplente de vereador, Charles Roberto Petry, DEM.

Ambos são professores de profissão. A última vez que Gaspar teve um professor como prefeito, foi com Francisco Hostins (1989/92), então no PDC. Naquela época, ele promoveu, com uma equipe profissional, um choque de renovação e gestão administrativa. Por isso é lembrado até hoje pelos gasparenses.

O PMDB homologa o ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Kleber Edson Wan Dall, na quarta-feira, com o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, na vice. O PMDB e o PP lutaram até o momento que fecho a coluna para ter a desistência do PSDB.

O PMDB não contava o PSDB como adversário e nem com a filiação nele, de Andreia, a quem o PMDB impediu com o PT dela ser presidente da Câmara em 2014, elegendo mais uma vez José Hilário Melato, PP.

Um governo relapso. O governador Raimundo Colombo, PSD, - o que continua prefeito de Lages - está com uma propaganda institucional no ar nas tevês e rádios. Nela ele se orgulha da qualidade dos catarinenses. Só isto para suportar um governo tão ruim, feito de propaganda enganosa.

O governo afirma que enquanto os outros Estados atrasam salários, Santa Catarina está em dia, como um sinal de boa administração dos recursos financeiros. Mente, omite ou chama os catarinenses de tolos. Só não atrasa porque o Estado não está pagando o que deve à União. Nem mais. Nem menos.

Colombo foi o governador que mais endividou o Estado, prejuízo que terá que ser pago por outros governadores com mais impostos de todos os catarinenses. Para equilibrar minimamente as contas o governador foi à Justiça. Queria pagar as dívidas pactuadas com juros compostos à União com juros simples.

Na outra ponta, malandro de araque, numa contabilidade que aprendeu com o PT e Dilma Vana Rousseff, de quem virou amigo de última hora quando ela já caminhava para o buraco, não liberou aos catarinenses pagarem o que lhe devem ou atrasam as obrigações com os tais juros simples. E a imprensa catarinense, por necessidade econômica, providencialmente calada.

Iniciativa popular. O suplente de vereador do PPS, Lelo Piava, (Welligton Carlos Laurentino), está coletando assinaturas para propor Projeto de Lei de origem popular. Ele quer que as “sobras” da verba anual da Câmara (duodécimo), sejam revertidas para a Saúde e o Hospital de Gaspar.

Durante oito anos, o PT não permitiu que os vereadores dessem a destinação deles a esta “sobra”, pois segundo a legislação, ela deve retornar ao Orçamento do Executivo e só ele pode dar a destinação que quiser. Normalmente serve para fechar os buracos da prefeitura.

Iniciativa legislativa. Uma lei semelhante liderada por Gelson Merísio, PSD, presidente da Assembleia, foi aprovada por lá. Em Ilhota, quem fez o projeto de lei semelhante e deu entrada esta semana, foi Luiz Fischer, PMDB. O prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, promete vetá-lo.

 

Edição 1760

Comentários

Herculano
01/08/2016 17:50
PARA COMBATER O TERRORISMO, É PRECISO APRENDER A RESPEITAR OS TERRORISTAS, Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S. Paulo

Outro dia ouvia uma famosa música cantada por uma famosa cantora e escrita por um famoso compositor que dizia mais ou menos o seguinte: "Nada nunca se conseguiu nem se conseguirá com violência...".

Parei e me perguntei: como fulano, compositor e cantor tão competente, pode escrever uma coisa idiota como essa?

Daí me lembrei que esse tipo de dificuldade cognitiva é comum em artistas, intelectuais e afins (gente que julga o mundo pelos dois livros que leu ou pela música que escreveu ou pela tese que defendeu na universidade).

Você também tem dificuldade de ver a realidade? Também projeta sobre ela essa doce autoimagem de pessoa boa e preocupada com os refugiados na Europa?

Ou é capaz de lembrar que, apesar de ser a favor das leis trabalhistas, demite sua empregada quando o FGTS fica caro? Eis um bom teste de caráter. És capaz de reconhecer isso, ou omites tal fato diante das câmeras e dos jantares inteligentes?

A ideia de que nada nunca se conseguiu ou se conseguirá com violência é de um tal absurdo que apenas um grave retardo mental pode levar uma pessoa a pensar isso.

Nem tudo, mas grande parte do que se conseguiu na história do sapiens foi conseguido com violência. Inclusive coisas que os bonitinhos se derretem e acham tão valiosas, como direitos humanos, democracia, liberdades individuais, ciência. O "diálogo" consegue muita coisa enquanto as pessoas não começam a brigar a sério por nada.

Aliás, um pequeno reparo profético: estou seguro de que, no futuro, olharão para nossa fé obsessiva na democracia como olhamos para os medievais e sua fé na leitura das vísceras dos animais. Rirão de como pudemos, um dia, levar tão a sério a soberania popular. No dia em que descobrirmos como limitar o poder (maior ganho efetivo da democracia) sem perder tempo com a soberania popular, a democracia acaba.

De volta à ideia absurda de que nunca nada se conseguiu ou se conseguirá com violência. Como diz um amigo meu esquisito, esquecemos que, para se sair dando "bom dia!" por aí, muito sangue correu na história da humanidade. A civilização é um exercício contínuo de violência, com ou sem sangue, sobre as pessoas e seus grupos de pertencimento.

Em tempos de terrorismo na Europa (ainda que a imprensa alemã minta, evitando reconhecer o terrorismo em seu território, com medo, justificado, de que isso cause pânico social diante dos milhões de refugiados sírios que a Alemanha acabou de importar), muita gente começa a despertar do longo delírio que foi esse parque temático humanista europeu das últimas décadas. A primeira coisa a ser feita no combate ao terrorismo é aprender a respeitar os terroristas e não vê-los como "vítimas sociais".

Os europeus esqueceram que o humanismo moderno é uma peça de publicidade oriunda de um debate teológico acerca do pecado original nos séculos 16 e 17. Nem a natureza humana "pecadora" existe nem a natureza humana "boa" do humanismo existe. A história é, sim, feita de sangue. E, muitas vezes, por "boas causas".

Antes que algum inteligentinho diga que sou a favor da violência, lembremo-nos de algo. Não se trata de ser a favor ou contra nada, trata-se de olhar a história e a vida real e perceber que, para que você desfile na Paulista de bike, no Iguatemi com seu Visa ou na Vila Madalena com seu Buda, muito sangue correu, corre e correrá no mundo.

Os intelectuais e afins, que deveriam nos ajudar a compreender o mundo, estão há décadas pregando concepções de mundo por aí, alheios à realidade das pessoas reais.

Ocupados com sua vaidade moral evidente, querem passar a ideia de que são pessoas boas e com bons sentimentos. Mentira. Por exemplo, ninguém detesta mais "o povo" do que artistas e intelectuais. Um professor de universidade que seja obrigado a conviver com o povo tomaria remédio contra náuseas todos os dias.

Desistimos, nós intelectuais, há décadas, de compreender o mundo. Optamos por vender ideias que façam as pessoas pensarem boas coisas de si mesmas. De certa forma, grande parte de nós produz autoajuda empacotada com palavras bonitas e elegantes.
joaquim
01/08/2016 14:59
Pior que o PMDB, que ao invés de se preocupar com a população gasparense está fazendo a distribuição de cargos antes mesmo de GANHAR as eleições é o PT que está chantageando o povo com as suas falsas promessas, dizendo que as obras do Belchior irão parar se eles não ganharem as eleições... ACORDA GASPAR... É MENTIRA ENCIMA DE MENTIRA e além disso tudo, estão usando a Superintendia que é PAGA por nós para fazer "campanha" e repassar MENTIRAS ao povo do Belchior... Superintende MARCO REINERT e ex superintende RUI DESCHAMPS, cuidado com o que vocês falam a população está mais espertas do que vocês pesam.
Herculano
01/08/2016 12:48
MARINA E CIRO, Celso Rocha de Barros, para o jornal Folha de S. Paulo

Ainda é cedo para discutir a eleição de 2018. Como a jornalista Renata Lo Prete vem dizendo, mal sabemos quem estará em condições jurídicas de ter seu nome na urna eletrônica.

Mas já é possível dizer que Ciro Gomes e Marina Silva saíram na frente na disputa pelo legado da esquerda brasileira. Cada um representa uma ala da esquerda e uma atitude frente ao Lulismo.

Ciro Gomes parece ter se posicionado para herdar a esquerda que continuou com o PT mais ou menos até o final, mas que não tem necessariamente vontade de fazer passeata pedindo libertação de dirigente petista preso. Ciro foi firme na denúncia do impeachment e tem um histórico de críticas à aliança PT-PMDB que agora parecem proféticas.

Ciro foi o primeiro governador eleito pelo PSDB e o sucessor de FHC como ministro da Fazenda no começo do Plano Real. Afastou-se dos tucanos e conseguiu razoável projeção nos anos 90 como esboço de terceira via entre PT e PSDB.

Suspeito que o espectro de um candidato como Ciro tomando a liderança da esquerda após 1998 tenha sido um dos incentivos que levaram o PT a moderar seu discurso para 2002.

Apoiou o governo Lula e construiu, com Eduardo Campos, um PSB nordestino bastante expressivo (que agora não existe mais). Se o PT tivesse sabido ceder mais cabeças de chapa para o PSB de Ciro e Eduardo, suspeito que sua vida teria sido mais fácil: essa versão do PSB talvez tivesse sido o aliado mais ao centro que sempre faltou aos governos petistas.

Mas Ciro ainda precisa mostrar que não é só um excelente entrevistado, o sujeito que sempre vai dizer algo interessante que ninguém mais teve coragem de dizer. Precisa saber conciliar seu passado de tucano "fase heroica" com sua experiência no Lulismo, posicionando-se mais como modernização da esquerda petista do que como terapeuta dos petistas revoltados com o impeachment.

Não sabemos se estará à altura da tarefa, nem se a esquerda ainda estará interessada nele se estiver.

Marina Silva, por sua vez, incorpora a esquerda que não conseguiu se encaixar direito no Lulismo: os ambientalistas, a centro-esquerda que não se interessa por populismo econômico, movimentos sociais que não aceitaram as alianças com a política tradicional brasileira. Já disse o que acho de Marina na coluna 5 de outubro do ano passado, em que recomendei "Comprar Marina".

Marina é uma anti-Marta Suplicy: rompeu com o PT no auge do Lulismo, quando os governos do PT tinham altíssimas taxas de popularidade, e rompeu por princípio (discordâncias sobre a política para a Amazônia).

Enquanto Marta foi ainda mais fundo do que o PT política brasileira tradicional adentro, Marina tentou, aos trancos e barrancos, fundar um novo partido.

O deficit de clareza e definição política de Marina uma hora precisará ser sanado. Marina terá que reconstruir muitas pontes à esquerda: apoiou Aécio no segundo turno de 2014, apoiou o impeachment. Mas os ataques dos puxa-sacos de Temer quando Marina apareceu como favorita para novas eleições pode ter restaurado parte de seu brilho.

Enfim, forças semelhantes às que compuseram a chapa Eduardo/Marina em 2013 parecem ter se posicionado para competir pelo legado do PT. Parte da disputa será decidida por quem conseguir incorporar cautelosamente parte do repertório do outro. A briga será boa.
Sidnei Luis Reinert
01/08/2016 12:35
Cada um da quadrilha com suas tarefas!!KKKKKKKKKKK

Bibliotecário, faxineiro e comilão

Brasil 01.08.16 10:13
A Coluna Esplanada traz relatos da vida dos detentos do petrolão no Complexo Médico Penal, em Pinhais. Diz que José Dirceu ganhou o apelido de "bibliotecário", pois lê compulsivamente.

André Vargas é o "comilão". "Ele rouba o queijo e sobremesa dos pratos dos colegas", diz a coluna. João Vaccari, por sua vez, é o "faxineiro", pois ajuda nas tarefas do presídio para reduzir sua pena.

http://www.oantagonista.com/posts/bibliotecario-faxineiro-e-comilao
Sidnei Luis Reinert
01/08/2016 12:24
Mais uma do Lewandowski

Brasil 01.08.16 09:31
O Antagonista já mostrou que Ricardo Lewandowski analisou 972 processos durante o plantão do STF e tomou várias decisões polêmicas, como as que contrariaram a jurisprudência da Corte sobre a execução de pena após segunda instância.

Querem saber de outra?

Na semana passada, a Polícia Federal desbaratou uma organização criminosa que desviou R$ 10 milhões do Fundef da Prefeitura de Canapi. O prefeito Celso Tenório Brandão (PMDB) e seus secretários foram alvo de mandados de condução coercitiva.

Segundo a investigação, o dinheiro público foi "inexplicavelmente transferido de contas da prefeitura para contas de pessoas e empresas ligadas a gestores municipais". Para evitar mais desvios, o Ministério Público havia pedido à Justiça Estadual o bloqueio dos R$ 7,1 milhões restantes na conta.

A Prefeitura recorreu ao STF e Lewandowski liberou a verba, alegando que seu bloqueio foi uma "violação à ordem pública administrativa e ao princípio da legalidade".

Como o ministro definiria então o desvio milionário?
Alemão do Belchior
01/08/2016 11:10
Herculano

Esse pessoal do PT não se emenda mesmo. Estão espalhando aqui pelo Belchior de que se perderem a eleição o Bairro Belchior perderá as obras que eles prometeram fazer em oito anos e não fizeram. Não aprenderam com a anta da Dilma que mentiu durante a campanha passada e deu no que deu, foi afastada e será cassada. São um bando de mentirosos, o PT daqui é igualzinho ao PT nacional. Ainda não aprenderam a fazer politica, pensam que são os bons, é assim que vão perder a eleição este ano, mentindo, o povo está de saco cheio das mentiras do PT. Apareçam aqui em casa, vou gravar o corridão que irão levar e colocar nas redes sociais, bando de mentirosos. Venham pedir votos, venham. Esquecem que agora os celulares gravam.
Herculano
01/08/2016 08:16
"Todo político pilhado na corrupção diz que é perseguido político". Modesto Carvalhosa, jurista.

JUNTOS PARA SEMPRE, por Ricardo Noblat, de O Globo

O que restará da imagem de Lula esculpida com esmero ao longo dos últimos 30 anos por artesãos voluntários, no início, e depois por artistas pagos a preço de ouro e dotados do talento de transformar o feio em bonito? Sobreviverá aos graves danos que lhe reserva o desfecho próximo da Lava-Jato? Ou tombará como em Moscou tombou uma estátua de Lenin às primícias da dissolução da União Soviética?

O LENIN DE Moscou cedeu à fúria de manifestantes, assim como a gigantesca estátua do ditador iraquiano Sadam Hussein que enfeava uma praça no centro de Bagdá. Há pouco mais de quatro meses, na Ucrânia, um Lenin de 20 metros de altura que resistira, ali, à demolição de mais de mil réplicas suas, foi finalmente removido durante celebração transmitida ao vivo pelo YouTube.

QUANTO A Lula... O político que mais se destacou na história recente do país parece ter perdido em definitivo a chance de um dia ser imortalizado em bronze ou em pedra como foi padre Cícero, cuja estátua de 27 metros de altura atrai levas de romeiros a Juazeiro do Norte, Ceará. Embora cultuado no Nordeste, Lula já não controla o seu próprio destino. A Justiça é quem controla.

NA SEMANA passada, pela primeira vez, Lula virou réu em um processo no qual é acusado de ter tentado obstruir a Justiça ao conspirar com o ex-senador Delcídio do Amaral (PT-MS) para impedir a delação de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Na denúncia feita pela Procuradoria Geral da República, ele é apresentado como a peça principal de uma organização criminosa.

ALVO ATÉ agora de seis investigações, Lula deverá em breve ser denunciado por ocultação de patrimônio e lavagem de dinheiro. A Lava-Jato reuniu indícios e provas de que ele é dono do apartamento da praia do Guarujá e do sítio de Atibaia, em São Paulo, reformados de graça pelas empreiteiras OAS e Odebrecht ?" ambas envolvidas na roubalheira da Petrobras. Há mais coisas por vir.

BASTA QUE Lula seja condenado por um juiz de primeira instância como Sérgio Moro, por exemplo, e em seguida por um tribunal de segundo instância, para que se torne um ficha-suja. Como tal, ficará impedido de disputar qualquer eleição à espera do julgamento em última instância. Seria o trágico fim da carreira política do primeiro operário a chegar por aqui à Presidência da República.

QUEDA vertiginosa, essa que Lula vive. Há dois anos, líderes de quase todos os partidos e donos de grandes fortunas o pressionavam para que se lançasse candidato no lugar de Dilma. Seria a volta triunfal do pai dos pobres e da mãe dos ricos. Sabia-se de sobra por que os pobres queriam o seu retorno. Somente agora, sabe-se por que tantos ricos também queriam.

FALTOU coragem a Lula para peitar Dilma. Sobrou atrevimento a Dilma para confrontar seu criador e arrastá-lo escada abaixo. Lula culpa Dilma por sua desgraça. Dilma culpa Lula por ter lhe deixado uma herança de corrupção. Cada um fala mal do outro pelas costas. Querem se ver logo pelas costas. E, no futuro, nem pelas costas querem mais se ver. Até nunca!

NÃO IMPORTA. São inseparáveis. Foram cúmplices em tudo o que fizeram para o bem e para o mal. O carismático ex-líder operário pode ser preso a qualquer momento, a não ser que fuja para o exterior. A executiva portadora de falso conhecimento econômico está às vésperas de ser deposta. À espera dela, processos e mais processos. E - quem sabe? ?" cadeia.
Herculano
01/08/2016 08:14
COGITAÇÕES DO MÊS DO DESGOSTO, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Agosto, dizem, é o mês do desgosto. O que começa hoje será motivo de amargura para Dilma Rousseff e Eduardo Cunha, mas vai trazer angústia a muita gente boa da política. Afinal, a Lava Jato, depois do recesso de julho, deve voltar a agitar as nossas manhãs.

No mês do cachorro louco, a presidente Dilma pode começar a sair de cena em definitivo e corre o risco de virar um dos maiores casos de ostracismo da política brasileira.

A proximidade deste desfecho faz alguns aliados do presidente interino, Michel Temer, lançarem a candidatura dele à reeleição. Alguns, com boas intenções. Outros, dentro da estratégia de sepultar tal hipótese, pois são candidatos ao posto de Temer.

O detalhe é que o presidente, na busca de se afastar da tentação, solta uma nota e diz: "Não cogito disputar a reeleição". Como bem define o Houaiss, cogitar é pensar com insistência a respeito de algo. Não chega a ser um não peremptório.

Talvez seja apenas o estilo rebuscado de Michel Temer, mas pode esconder outras cogitações, inapropriadas se postas antes do julgamento do impeachment de Dilma.

Na mira do desconsolo de agosto, Eduardo Cunha não só cogita como age para jogar a votação de sua cassação para depois do processo da petista, num sonho de sobrevivência.

Conta com o apoio de aliados no governo, temerosos de que, cassado, o ainda deputado caia atirando e tumultue o que é visto como certo, o impedimento definitivo da petista.

Não se assustem se der certo. Muitos desejam escapar de suas garras.

Ainda no campo das meditações, boa parte do PT já não suporta mais a novela do afastamento da presidente. A turma petista nunca gostou muito dela. Ganhou mais motivos depois que Dilma jogou para o PT a responsabilidade pelo pagamento de seu marqueteiro com caixa dois.

Enfim, agosto promete gerar muita desolação. Mas pode também limpar a área para o Brasil voltar à normalidade. A conferir, com aflição
Herculano
01/08/2016 08:11
SEM VOTOS, PARA ENGANAR E CONTINAR PENDURADO NAS BOQUINHAS E NO PODER, O PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL VAI SE ALIAR A PARTIDOS PRO-IMPEACHMENT NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de João Pedro Pitombo, de Salvador e Felipe Bätchtold.
Aliado histórico dos petistas, o PC do B vai deixar de lado o discurso do "golpe" e apoiar nas eleições pelo país candidatos da base do presidente interino Michel Temer, como PSB e até mesmo o PSDB.

Em Teresina (PI), o PC do B endossa a reeleição do prefeito Firmino Filho (PSDB), que concorrerá contra o deputado estadual Dr. Pessoa (PSD) e o jornalista Amadeu Campos (PTB), este último apoiado pelos petistas.

Aliado da família Calheiros em Alagoas, governada por Renan Filho (PMDB), os comunistas vão apoiar o peemedebista Cícero Almeida em Maceió (AL). Deputado federal, ele votou a favor do afastamento de Dilma.

No Recife (PE), o partido vai reeditar a dobradinha com o prefeito Geraldo Júlio (PSB), que disputa a reeleição. Os seis deputados do PSB de Pernambuco votaram pelo impeachment, incluindo o hoje ministro das Minas e Energia, Fernando Coelho Filho.

O movimento do PC do B vai na contramão do PT, que neste ano rompeu alianças regionais com caciques peemedebistas como Renan, Jader Barbalho (PA) e José Sarney (MA).

Presidente nacional do PC do B, a deputada federal Luciana Santos diz que, em uma eleição municipal, a realidade local pode se sobrepor.

"Se fosse só apoiar quem foi contra o impeachment, sobrariam o PT, uma parte do PDT e o PSOL. É um arco muito restrito", diz ela, que classifica alianças com tucanos e peemedebistas como "exceções".

O PC do B vai lançar candidatos próprios em três capitais, menos do que na eleição de 2012.

Porém, ao contrário da eleição anterior, apenas Edvaldo Nogueira (Aracaju) e Alice Portugal (Salvador) vão para as urnas com uma ampla aliança. Na capital sergipana, o candidato terá o apoio do governador Jackson Barreto (PMDB).

No Rio, a deputada Jandira Feghali será apoiada pelo PT.
Herculano
01/08/2016 07:58
O CUSTO DA CORRUPÇÃO, POR Luiz Eduardo Assis, economista, e ex-diretor do Banco Central, para o jornal O Estado de S. Paulo

O combate a este mal é um dever moral fundamental e incondicional, que prescinde de justificativa econômica

Com o entusiasmo de quem acredita ter as convicções certas, a procuradora explica numa entrevista à TV as dez medidas que o Ministério Público Federal propõe e espera ver convertidas em lei. Entusiasmada, a entrevistada vai além e avança o argumento que lhe parece definitivo: estudos demonstram que o ganho com o fim da corrupção pode alcançar R$ 200 bilhões. Nada mal. Quer dizer, então, que, acabando com a corrupção, o ajuste fiscal poderia ser feito de forma suave, sem alterar direitos, sem impor perdas, apenas coibindo o que está errado? Será mesmo? Há copiosa literatura econômica sobre a tentativa de medir o impacto econômico da corrupção.

Desde o estudo pioneiro de Paolo Mauro em 1995 (Corruption and Growth, Quarterly Journal of Economics), muitos outros economistas desenvolveram modelos quantitativos que buscam essa mensuração. Estudo mais recente de Axel Dreher e Thomas Herzfeld (The Economic Costs of Corruption: A Survey and New Evidence, 2005) sugere, por exemplo, que um aumento de 1 ponto porcentual na corrupção implica uma queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,13%. O tema, no entanto, é tão espinhoso quanto controverso. A própria definição de corrupção não é trivial. Um hábito moralmente aceito em algum país asiático, por exemplo, pode ser considerado prática delituosa na Escandinávia. Problema ainda maior é como medir a corrupção.

A alternativa mais comum é aferir não a corrupção propriamente dita, o que é impraticável, mas sua percepção - e acreditar que essas duas variáveis têm comportamento paralelo. Mas isso não é verdade quando, por exemplo, um país passa por uma fase de grandes escândalos, o que pode provocar um aumento na percepção de corrupção, ao mesmo tempo que sua prática fica mais difícil e menos provável. Este é o caso do Brasil hoje. A Transparência Internacional publica anualmente o Índice de Percepção de Corrupção, talvez o mais conhecido desses índices. Em 2015, o Brasil ficou em 76.º lugar numa lista de 168 países, com 38 pontos numa escala de 0 a 100 (a Dinamarca ficou em primeiro lugar, com 91 pontos).

Em 2012, o Brasil estava em 66.º lugar, com 43 pontos. No ano passado, ficamos na mesma colocação que Burkina Faso, Tunísia e Zâmbia e atrás de Ruanda, El Salvador e Senegal. Um otimista afeito à linguagem adocicada dos livros de autoajuda corporativa diria que "há muitas oportunidades de melhoria". Na verdade, é uma tragédia. Os modelos que tentam medir quantitativamente o impacto da corrupção apuram, para um conjunto de países num determinado ano, a relação estatística entre índice de percepção de corrupção e o desempenho econômico. Concluem, em geral, que essa relação está negativamente correlacionada e, portanto, uma queda de x% na corrupção pode induzir a um crescimento de y% no PIB.

Há, aqui, várias questões metodológicas. Essa relação pode ser alterada, por exemplo, variando o número de países no painel ou o ano de apuração. Pode, também, mudar pela especificação do modelo, linear ou exponencial. Os resultados variam muito e podem até mesmo apontar uma correlação positiva. Em artigo publicado em 2001, Raul Barreto, da Universidade de Adelaide, Austrália (Endogenous Corruption, Inequality and Growth: Econometric Evidence), usa um modelo com três equações simultâ- neas calculadas pelo método de mínimos quadrados em dois estágios para concluir que a corrupção pode estar positivamente correlacionada com o crescimento da economia (mais corrupção implica mais crescimento), o que fere o senso comum. Outra complicação metodológica que afeta a confiabilidade destes modelos é a necessidade de isolar a corrupção de outras variáveis. Pode-se argumentar sem dificuldade que a corrupção é sintoma da fragilidade das instituições que asseguram o império da lei e que é essa debilidade, não a corrupção, que explica o entrave ao crescimento econômico.

Os economistas respondem com modelos mais sofisticados, sem, no entanto, dissipar a controvérsia. A conclusão, aqui, é dupla. A primeira é que medir o custo da corrupção é tema polêmico e seus resultados são inconclusivos. A segunda é que isso não tem importância. A corrupção é um mal e seu combate é um objetivo meritório em si mesmo; não é preciso descobrir nenhuma funcionalidade para justificá-lo. Aqui cabe a distinção clássica de Kant entre imperativo categórico e imperativo hipotético. O combate à corrupção é um dever moral fundamental e incondicional, que prescinde de justificativa econômica.

Não é um meio para atingir um objetivo; é um objetivo em si mesmo. Ajuste. Acreditar na funcionalidade econômica do combate à corrupção traz, ainda, um potencial efeito deletério. Pode estimular a crença de que o ajuste fiscal que se procrastina seria indolor. Não será. O equacionamento do crescente déficit público exige necessariamente a escolha de perdedores. O equilíbrio das contas do governo exigirá uma engenhosa combinação entre redução de gastos públicos (logo, por definição, de receitas privadas) e aumento de impostos (de novo, aqui, onerando o setor privado).

Não há mágica. A questão - política, por definição - é escolher quem pagará a conta. Grupos beneficiados se articulam para vender a ideia de que o problema fiscal pode até ser importante, mas "não é comigo". Melhor apontar outros candidatos a pagarem a conta do ajuste ou sonhar com a solução idílica de que basta combater a corrupção, os privilégios e o desperdício. Convém não misturar as coisas. Combater a corrupção é urgente, necessário e essencial. Mas o ajuste das contas públicas só virá quando formos capazes de engendrar um novo pacto fiscal, o que, na ausência de uma liderança política incontroversa, parece ainda distante.
Herculano
01/08/2016 07:54
REGISTRO

Neste 1º de agosto pessoas de 223 países e territórios celebram do Dia Mundial do Escotismo. Movimento educacional que, por meio de atividades variadas e atraentes, incentiva os jovens a assumirem seu próprio desenvolvimento, a se envolverem com a comunidade, formando possíveis futuras lideranças
Herculano
01/08/2016 07:50
PT PODE SER LIMADO DAS CAPITAIS NAS ELEIÇÕES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Atolado em escândalos de corrupção, o PT pode ser riscado do mapa nas capitais, após as eleições municipais. Das 26 capitais, o partido tem chance de vitória apenas em Rio Branco, com a possível reeleição de Marcus Alexandre. Favorito anos atrás no Recife, João Paulo tem chances remotas. O PT e Lula vão se empenhar na reeleição de Fernando Haddad em São Paulo, mas vão precisar de um milagre.

ENTRE OS PIORES
O desempenho de Haddad em São Paulo é comparável ao dos piores prefeitos, tipo Celso Pitta. E ele ainda ganhou a fama de preguiçoso.

MALA SEM ALÇA
Haddad pode nem ir para o segundo turno. Hoje, ele tem 7% das intenções de voto, segundo pesquisa do Ibope divulgada sexta (29).

DEGRINGOLANDO
O PT vem reduzindo o número de prefeitos de capitais a cada eleição. Em 2008, venceu em seis capitais. Em 2012, em quatro.

FIM DO NAMORO
O PT apoiará o PMDB em uma capital (Aracaju), confirmando que os antigos aliados já não sobem nos mesmos palanques.

SERRA, O 'IMITADOR', SEGUE OS PASSOS DE FHC
José Serra poderia ter escolhido qualquer cargo, mas fez questão do Ministério Relações Exteriores porque seu projeto de candidatura presidencial, em 2018, começa por seguir os passos de quem seria o "imitador": o ex-presidente Fernando Henrique - que foi chanceler, ministro da Fazenda (no Plano real) e presidenciável. Isso explica a queda de braço, nos bastidores, com Henrique Meirelles (Fazenda).

NÚMERO 2
A disputa entre Meirelles e Serra é para determinar quem é o número 2 na hierarquia, depois do presidente Michel Temer.

ELE MANDA BEM
A presença de Serra no Itamaraty agrada os diplomatas: trabalha como um mouro, é culto, estudioso e temido no Palácio do Planalto.

ARTICULAÇÃO
Serra se conformou: o Ministério da Fazenda já não está nos planos. E sabe que tem pouco tempo para se viabilizar como presidenciável.

MERCADO QUER DEMANDA
A cantiga entoada pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda) é de que o importante é reconquistar a confiança do mercado. Mas o mercado não quer saber de confiança, quer saber de demanda. Quando o Brasil reconquistar a demanda, o mercado recupera a confiança.

PT PEGA MAL
No Rio Grande do Sul, o PT proibiu alianças com os defensores do impeachment de Dilma. Ao contrário do que os petistas previam, os partidos adoraram: coligação com o PT mais complica do que ajuda.

NOVO PRESIDENCIÁVEL
O deputado Nelson Marchezan Jr (PSDB-RS) já está sendo citado para presidente, após argumentar que a Justiça do Trabalho garante à classe trabalhadora R$8 bilhões por ano, mas custa R$17 bilhões. Ele propõe extingui-la e dobrar os benefícios para os trabalhadores.

A VOLTA DO CAIXA 2
A extrema criatividade dos políticos brasileiros busca uma fórmula malandra e segura de contornar a proibição de doações de empresas para campanhas eleitorais. O "caixa 2" vai voltar forte, este ano.

NOME IDEAL
Com o retorno das atividades do Congresso, o deputado Rubens Bueno (PPS-PR) diz que o governo Temer vai se consolidando, como ideal para momento grave. "Ele tem experiência e paciência", diz.

TALK TEMER
Premido pelo pouco tempo de seu calendário, o presidente Michel Temer inovou seus despachos. Tem recebido grupos de cinco pessoas do governo, do Congresso e da sociedade com diferentes matizes. Criou um "talk show" só para si, e os resultados têm sido positivos.

REFORÇO NO TIME
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) levou a Michel Temer, no Jaburu, um livro da assistente social Denise Paiva, que coordenou o programa contra a fome no governo Itamar Franco. Temer pediu depois para conhecê-la. E a convidou para atuar como conselheira do MEC.

DESRESPEITO
Ninguém respeita as vagas para idosos no novo estacionamento do aeroporto Santos Dumont, no Rio. Sobretudo executivos engravatados. A PM e a Guarda Civil lavam as mãos, não se responsabilizam.

DIFERENÇAS
Enquanto Michel Temer diz estar "preparadíssimo" para vaias, nos Jogos Rio 2016, Dilma ainda não reconhece as vaias na Copa do Mundo.
Herculano
01/08/2016 07:44
OS VERDADEIROS DERROTADOS DESTE DOMINGO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Foi baixa a adesão a protestos a favor da saída de Dilma e contra, mas é evidente que só os esquerdistas saíram perdendo. Vejam por quê

Gosto que lembrem o que escrevi em tempos em que a biruta de analistas varia conforme o calor ou clamor deste ou daquele grupos. No dia 13 de abril do ano passado, escrevi sobre a cobertura que parte da imprensa fez do megaprotesto pró-impeachment havido no dia anterior.

Como a manifestação havia sido menor do que aquela que a antecedera, a de 15 de março, então ficou estabelecido que havia sido um parcial insucesso. Discordei da leitura e observei: "Assim, fica estabelecido, dada essa leitura estúpida, que um protesto político só é bem-sucedido se consegue, a cada vez, superar a si mesmo. Isso é de uma tolice espantosa, na hipótese de não ser má-fé. O título do post era bastante eloquente: "MUITOS MILHARES VÃO ÀS RUAS, NO BRASIL INTEIRO, CONTRA O GOVERNO DILMA, O PT E AS ESQUERDAS. CONSTA QUE PLANALTO SUSPIRA ALIVIADO. ENTÃO É MAIS BURRO DO QUE PARECE!".

Por que isso? Neste domingo, houve manifestações em favor do impeachment e contra. Fosse o caso de tomar como medida do sucesso o número de pessoas nas ruas e se esse número expressasse a vontade da população, teríamos de concluir, junto com os doidos, que caíram tanto a adesão ao impeachment como o número de pessoas que querem que Dilma fique. Seríamos, então, governados pelos anjos. Ou por Satanás. Acontece que nem sempre o número de pessoas nas ruas é um recorte que resume a história - ou melhor: pode até resumir, mas é preciso saber ler.

Se é o caso de falar em derrota, então essa palavra cabe às esquerdas. E assim é por um motivo óbvio: de fato, Dilma está fora da Presidência. Quem carrega o furor militante de contestação, hoje em dia, são os vermelhos. Se a leitura que os esquerdistas fazem da realidade guardasse intimidade com o que sente a esmagadora maioria da população, é claro que, então, eles teriam feito o maior de todos os seus protestos. E sabemos que isso não aconteceu.

Sim, é verdade! Os que marcharam pedindo também o impeachment de Dilma - a pauta principal, pareceu-me, era a apologia do Ministério Público Federal e do juiz Sergio Moro ?" arregimentaram bem menos pessoas do que em jornadas anteriores. Nesse caso, não cabe a palavra "derrota" porque, convenham, a vitória já aconteceu: na prática, Dilma está fora da Presidência. Ainda que não seja tarefa corriqueira conseguir os 54 votos no Senado para selar seu destino, poucos duvidam dessa possibilidade. E por bons motivos.

De algum modo, a manifestação deste domingo, que teve o Vem Pra Rua como o principal promotor, entra na categoria dos "protestos a favor". E isso, meus caros, é difícil de realizar em qualquer lugar do mundo. Não vi estimativas confiáveis sobre o número de pessoas nas ruas. Achei que se reuniu mais gente até do que o esperado.

Além de haver esse aspecto de ato pró-status quo, há elementos conjunturais que explicam a adesão muito menor. A data da manifestação, observei aqui faz tempo, era infeliz: último dia das férias escolares, quando rodoviárias, estradas e aeroportos é que costumam reunir muitos milhares. Quando se marcou a data, imaginava-se que o julgamento fosse acontecer na semana próxima. Já se sabe há algum tempo que ocorrerá só no fim de agosto - a data provável do início é 29.

A manifestação de agora não teve entre seus organizadores movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o NasRuas, entre outros, que atuaram ativamente em jornadas passadas. Segundo li - estava fora do Brasil -, consideraram que a data havia se tornado inoportuna em razão do calendário do impeachment. Esses movimentos defendem um protesto mais próximo do julgamento.

O que eu faria
Já defendi e defendo o impeachment, mas pertence ao MBSMR, que é o Movimento dos Blogs sem Movimento de Rua. Se o que escrevo tem alguma utilidade aos que se mobilizam, ótimo! Se não tem, ótimo também. Não tenho vocação pra aiatolá nem digo "o que deve ser feito". No máximo, torno público o que penso.

E eu penso que não se deve marcar meganifestação nenhuma. Não creio que o dia 21, por exemplo, seja uma boa data. É o encerramento da Olimpíada. Não será um eventual ato no dia 28, na véspera do início do julgamento, que vai mudar o voto dos senadores. Na verdade, protesto a favor tem outro nome: celebração. Que os movimentos de rua convoquem a população para comemorar o impeachment, aí sim! Digamos que o próximo passo sensato, agora, é a festa, que antecede outras lutas árduas.
Herculano
01/08/2016 07:33
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E EXCLUSIVA PARA OS INTERNAUTAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Ana Amélia que não é Lemos
31/07/2016 18:37
Sr. Herculano:

Segundo o jornalista Políbio Braga, os manifestantes cantaram parabéns pra você para o juiz Sérgio Moro.
Segundo ele, amanhã será seu aniversário.

Feliz Aniversário Drº Sérgio Moro.
#SomosTodosSergioMoro
Despetralhado
31/07/2016 13:41
Oi, Herculano

"PC DO B NA LONA
O PCdoB, aliado dos petistas, que crescia em número de prefeituras desde o ano 2000, diminuirá de tamanho de maneira mais acentuada que o PT. Corre até o risco de não sobreviver à cláusula de barreira." Cláudio Humberto

É por isso que vão apoiar Marcelo Brick, para ficar com algum resquício de poder.
Como diria Eduardo Paes; coisa de pobre.
Mariazinha Beata
31/07/2016 13:04
Seu Herculano;

"O MAIS PESADO" de Eliane Cantanhede está uma maravilha. A coisa está ficando cada vez melhor.

Só não é melhor porque tenho que olhar para as fuças do padreco comunista e ler o que vomita a hiena AlmirIlhota.
Bye, bye!
Herculano
31/07/2016 10:47
"O MAIS PESADO", por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Principal liderança do País, Lula vai esgotando possibilidades para 2018

A "fonte" é quente: o que já saiu não é nada leve, mas as denúncias "mais pesadas" contra o ex-presidente Lula ainda estão por vir. É por isso que Lula e seus advogados se antecipam, em busca de uma duvidosa proteção no Comitê de Direitos Humanos da ONU. No ambiente político, a sensação é de que foi um ato de desespero, indicando que Lula sabe que pode ser preso e estaria aplainando terreno para um futuro pedido de asilo político.

Obstrução de Justiça ao tentar evitar delações premiadas contra amigos e contra si, ocultação de patrimônio no caso do sítio e do triplex, suspeita de palestras fictícias para empreiteiras, envolvimento do filho na Zelotes... tudo isso, que já não é pouco, é apenas parte da história. Os investigadores estão comendo o mingau pelas bordas, até chegar ao centro, fervendo.

No centro, podem estar as perigosas relações de Lula com o exterior, particularmente com Portugal, Angola, Cuba e países vizinhos. E o calor vem da suspeita ?" com a qual a força-tarefa da Lava Jato trabalha ?" de que Lula seja o cérebro, ou o chefe da "organização criminosa". No mensalão, ele passou ao largo e José Dirceu aguentou o tranco. No petrolão, pode não ter a mesma sorte ?" nem escudo.

Lula tornou-se réu pela primeira vez, na sexta-feira, pelo menor dos seus problemas com a Justiça: a suposta tentativa de evitar a delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró, para que ele não abrisse o bico sobre as peripécias de seu amigo José Carlos Bumlai. Peripécias essas que seriam para atender a interesses, conveniências e possivelmente pedidos de Lula.

Digamos que tentar obstruir a Justiça é um "crime menor", quando Lula é suspeito de ter ganho fortunas e viver à custa de empreiteiras, numa rede de propinas, de toma lá, dá cá. Menor, mas impregnado de simbologia e de força política.

Os fatos embolaram-se de quinta para sexta-feira, num ritmo de tirar o fôlego. Lula entra com a petição no Comitê da ONU, acusando o juiz Sérgio Moro de "abuso de poder" e "falta de imparcialidade". Ato contínuo, sai o laudo da PF mostrando, até com detalhes constrangedores, como o ainda presidente e Marisa Letícia negociaram cada detalhe da reforma de um sítio que juram não ser deles e cujo dono oficial é um íntimo amigo que não tem renda para tal patrimônio. E, já no dia seguinte, explode a decisão da Justiça Federal do DF tornando Lula réu.

O efeito prático da petição à ONU é remoto, ou nenhum. O comitê tem 500 casos, só se reúne três vezes por ano e está esmagado por guerras, atentados que matam dezenas e golpes de Estado sangrentos. Além disso, só acata pedidos semelhantes quando todas as instâncias se esgotaram no país de origem e Lula ainda está às voltas com a primeira instância. Conclusão: a ação é mais política do que jurídica.

Já o laudo da PF é minucioso e bem documentado, criando uma dificuldade adicional para Lula: ele é suspeito de mentir sobre suas propriedades não apenas em seu depoimento às autoridades, mas à própria opinião pública. Difícil acreditar que não é dono do sítio que frequenta regularmente com a família, que recebeu uma reforma feita ao gosto do casal, que abriga os barcos para os netos e parte da mudança do Alvorada após o governo. Se mentiu, por que mentiu?

Mais: Lula atacou Moro na ONU, mas se torna réu por um outro juiz, a muitos quilômetros de Curitiba. Vai alegar que há um complô dos juízes brasileiros contra ele? Porque são todos "de direita"? Ou são todos "tucanos"? Lula parece dar murro em ponta de faca, sem argumentos concretos para se defender e esgotando suas possibilidades não só de disputar em 2018, mas de liderar uma grande e saudável renovação da esquerda brasileira. "Cansei", reagiu. Mas, se a "fonte" estiver correta, o "mais pesado" ainda vem por aí.
Herculano
31/07/2016 10:45
FALTAM LÍDERES, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A atual crise brasileira revela uma aguda escassez de líderes com visão de longo prazo e capacidade de infundir confiança por meio do exemplo, problema que ainda vai perdurar por um longo período e promete ser um desafio para os eleitores nos próximos pleitos. A perda de legitimidade de políticos - independentemente de vinculações partidárias - tornou-se endêmica.

Nomes antes promissores foram varridos do tabuleiro político, e não há no horizonte novos líderes despontando. Resolvi pedir ao economista Claudio Porto, presidente da consultoria Macroplan, especializada em planejamento, gestão e cenários prospectivos, uma avaliação sobre os governadores mais promissores em atividade, nomes que podem aparecer, a médio e longo prazos, como eventuais alternativas políticas.

A Macroplan acompanha há longo tempo o desempenho de governantes, avaliando a qualidade da gestão pública no país, e tem visão detalhada de inovações em curso em governos estaduais. Porto confirma a sensação de ausência de lideranças no campo nacional, e de quadros que inspirem confiança para conduzir o país a uma trajetória de crescimento sustentável no longo prazo, mas identifica gestores diferenciados que eventualmente poderão ocupar esse imenso vazio.

Para Porto, a grave crise econômica coloca em evidência aqueles que mais têm trabalhado no ajuste estrutural das finanças públicas sem comprometer as entregas de serviços e obras à sociedade. Dos três que ele destaca numa primeira leva, apenas o governo do Espírito Santo é seu cliente.

O governador Paulo Hartung (PMDB) retornou ao cargo após um primeiro período de governo em que livrou o Espírito Santo do crime organizado e implantou um modelo de gestão política, estratégica e de austeridade fiscal reconhecido nacionalmente, especialmente pela capacidade de produzir respostas rápidas e em acordo com os demais Poderes do estado capixaba.

Não foi à toa que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, foi buscar em seu governo a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, que era secretária da Fazenda de Hartung. "Apesar do ambiente de escassez de recursos, o governo capixaba prestou os serviços de Saúde, Educação, Segurança e Assistência Social sem interrupção, pagou servidores e fornecedores em dia e terminou 2015 reequilibrado do ponto de vista fiscal, situação nada comparável aos déficits de R$ 7,6 bilhões do Estado do Rio, R$ 2,6 bilhões de Minas e R$ 2,2 bilhões do Rio Grande do Sul", analisa Porto.

Ele destaca o rigoroso ajuste de gastos de custeio de Hartung, com redução de cargos comissionados, renegociação de contratos de fornecimento e adequação dos investimentos à disponibilidade de recursos.

Outro que vem se destacando, para a Macroplan, é o governador do Rio Grande do Sul, Ivo Sartori, também do PMDB. "Embora à primeira vista possam ser interpretadas como emergenciais ou meramente pragmáticas por serem inevitáveis, as medidas do governador Sartori de disciplinar gastos revelam que ele esboça uma reação estrutural", analisa Porto.

Apoiado por coalizão empresarial e de líderes civis, Sartori liderou a aprovação da primeira Lei de Responsabilidade Fiscal estadual - com regras complementares à lei federal de 2000 - e tem objetivo de restringir concessão de reajustes salariais para outras administrações ou governantes pagarem, bem como limita contratações, criação de cargos e reajustes se a despesa com pessoal ultrapassar o limite de 60% da receita. Há poucos dias, o governo do RS ingressou com ação no Supremo contra o reajuste dos servidores dos demais Poderes do RS, aprovado pela Assembleia Legislativa.

O terceiro nome que se apresenta como contraponto ao desencanto com a política, para Porto, é o do governador de Mato Grosso, Pedro Taques, cujo currículo chama a atenção. Procurador da República antes de se eleger senador, em 2010, Taques foi protagonista na prisão de empresários e políticos acusados de corrupção, entre os quais o ex-senador Jader Barbalho.

O ex-pedetista, hoje tucano, tem trajetória em temas importantes, como combate à corrupção e elaboração do novo Código de Processo Civil; e, como governador, foi um dos mais firmes opositores à presidente Dilma. "No campo da gestão, Taques tem atuado fortemente na costura de parcerias com a iniciativa privada, principalmente no campo da Educação, fazendo entregas relevantes para a sociedade", destaca Porto.
Herculano
31/07/2016 10:40
O PT E A OPÇÃO DILMA, por Celso Ming, para o jornal O Estado de S. Paulo

'Os companheiros' parecem confusos e radicalmente divididos sobre apoiar a permanência da presidente afastada.

Até que ponto o PT está mesmo interessado na volta da presidente Dilma ao governo, com tudo o que viesse depois?

O teatro e a retórica sugerem que está, sim, e que o interesse do partido se identifica com o interesse da presidente. Mas não é só a lógica que aponta para outra direção. Como tem acontecido em tantos outros assuntos, "os companheiros" parecem confusos e radicalmente divididos.

A condenação do "golpe" a que se aferram peca por falha estratégica. O PT e a presidente Dilma vêm usando todos os recursos políticos e institucionais, os mesmos que passaram a denunciar como ilegítimos. Como aceitar como legítima a defesa da presidente Dilma se todo o processo deve ser considerado nulo, como opinam?

Em outras palavras, é difícil vender a tese do golpe parlamentar e judiciário se os apoiadores da presidente afastada estão usando todos os meios e prerrogativas que lhes conferem a Constituição, as leis e os regimentos, tanto do Congresso quanto do Supremo. Se aceitam as regras do jogo, não há sentido em condená-las.

A outra contradição está no comportamento prático. O PT refugou veementemente a política econômica colocada em marcha no segundo período Dilma. Descartou o que chamou de cavalo de pau na economia adotado ainda em dezembro de 2014, que "criou a sensação de estelionato eleitoral". Malhou o quanto pôde o então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e sua política de ajuste. Malhou depois o ministro que lhe sucedeu, Nelson Barbosa, e também acusou seu programa fiscal "de destruir a base social petista, gerando confusão e desânimo nos trabalhadores, na juventude e na intelectualidade progressista". E rejeitou também veementemente os primeiros passos em direção à proposta de reforma da Previdência feita pela própria presidente Dilma e pelo ministro Nelson Barbosa.

Em lugar de tudo isso, os dirigentes do PT defenderam a retomada da política econômica do primeiro governo Dilma, baseada na enorme expansão das despesas públicas, nas desonerações fiscais, na distribuição de subsídios, na derrubada dos juros, na fartura de crédito - decisões que deveriam ser reforçadas pela venda imediata de reservas externas. Ainda nesta sexta-feira, o presidente Lula declarou que a solução da economia está na expansão do consumo e na ativação do crédito, como se faltasse crédito - e como se a retranca no consumo fosse causa e não consequência dos desequilíbrios da economia.

Na Resolução sobre a Conjuntura, de 17 de maio de 2016, o PT comprometeu-se com a defesa de Dilma no processo de impeachment, mas exigiu que, uma vez vitoriosa, adotasse mudança radical de rumo na política econômica adotada antes do seu afastamento do governo.

Dilma chegou a propor que, uma vez de volta ao Palácio do Planalto, novas eleições fossem convocadas imediatamente para escolher novo chefe de governo. Mas essa é uma proposta de baixa viabilidade política, uma vez que exigiria renúncia do vice-presidente e aprovação de um Projeto de Emenda à Constituição (PEC), em dois turnos pelas duas Casas do Congresso, por maioria de três quintos.

E, antes disso, seria preciso saber com que base parlamentar contaria a presidente Dilma para conduzir a economia, especialmente depois do rompimento com o PMDB liderado pelo vice-presidente, Michel Temer, agora seu desafeto.

Independentemente disso, ou Dilma aceitaria a volta dos experimentos e do voluntarismo praticados enquanto vigorou a fracassada Nova Matriz Macroeconômica e sua política de pedaladas, ou adotaria uma variação qualquer da política de Temer, sem no entanto garantir a credibilidade necessária para isso. Qualquer que fosse a opção, teria potencial para produzir novos estragos e isso, decididamente, prejudicaria ainda mais o projeto eleitoral do PT, pelo menos o de 2018.

Por isso, faria mais sentido que o PT permanecesse na oposição, de onde pudesse tirar proveito político de possíveis tropeços do governo Temer, do que voltasse à base de apoio de um eventual novo período Dilma.

E se o PT não está inteiro contra o processo de impeachment, mais improvável ainda contar que seja rejeitado no Senado.
Herculano
31/07/2016 10:35
SOBRE HUMOR E CANGURUS, por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

A frase infeliz de Paes faz pensar: existe um humor tipicamente carioca?

Não precisamos de cangurus, mas sim de encanadores. A frase da chefe da delegação australiana na Olimpíada do Rio é mais do que uma tirada pragmática. Ela nos leva a pensar no humor. Quando prometeu os cangurus, diante das reclamações sobre problemas hidráulicos, Eduardo Paes estava fazendo humor. E, ao contrário do que ele costuma dizer, não é um humor carioca, apenas humor. Na verdade, não sei se existe um humor tipicamente carioca. Um dos maiores humoristas de todos os tempos, o carioca Millôr Fernandes era universal na maioria dos seus textos e pode ser incluído em qualquer boa seleção planetária.


Talvez exista um humor judeu, classificado, organizado em antologias, com traços marcantes, como a autoironia de Woody Allen. Mas ainda assim é um esforço classificatório. No livro "O ato da criação", Arthur Koestler descreve a dinâmica do humor e, de um modo geral, o atribui a um tipo de associação que expressa o encontro súbito de dois quadros do pensamento, uma centelha criativa que faz rir. Paes associou rapidamente um fato do mundo material, o entupimento das pias, para outro do mundo afetivo, os cangurus tão presentes no cenário australiano. A resposta australiana recolocou o quadro real da demanda.

Se examinarmos o quadro clássico da dinâmica do humor, ele apenas introduziu uma centelha criativa, com o propósito de fazer rir. No entanto, carioca ou judeu, o humor está sujeito a uma condição universal: tem ou não tem graça? É difícil aceitar a tese de um humor carioca, sempre que o prefeito do Rio diz uma frase infeliz. Existe um estado de espírito mais descontraído talvez. Mas ele também está sujeito ao julgamento do outro.

Se as frases de Paes expressam um típico humor carioca, era de se esperar que os cariocas fossem discretamente evitados por outros povos: lá vêm aqueles caras, com aquelas piadas sem graça. E não é isso o que acontece nas relações entre eles e o mundo. É compreensível que pessoas modestas atribuam seus talentos à sociedade em que trabalham, que socializem a celebração de suas conquistas. Mas torna-se um pouco difícil atribuir frases das quais ele próprio se arrepende a um traço da sua própria cultura. Como os cariocas, por serem cariocas, estivessem condenados culturalmente a dizer coisas sem graça, nas circunstâncias mais sérias. A resposta da australiana, Kitty Chiller ?" "precisamos de encanadores" - jogou Paes na realidade e foram feitos avanços nas reparações. Ministros de Brasília andaram dizendo que isso acontece mesmo com prédios novos. É a inversão do senso comum. Seria como dizer: meu carro é novo, por isso não sai da oficina.

O diálogo Paes-Chiller me jogou também numa outra dimensão da realidade. Se uma obra que custou R$ 2,9 bilhões, inaugurada com exposição internacional, foi entregue assim, o que acontece com as outras ao longo do Brasil, escondidas das câmeras, anônimas? Cobrindo uma enchente num bairro popular de São Gonçalo, a moradora me convidou para entrar em sua casa e ver o resultado de uma recente obra de saneamento. Simplesmente os canos devolviam esgoto para dentro de casa. Naquele momento, senti muito que ela fosse obrigada a viver naquelas circunstâncias desagradáveis. Era apenas uma velha senhora de São Gonçalo. O que vemos hoje atrela aquele destino individual à própria imagem do Brasil.

As reportagens mais críticas e dolorosas referem-se sempre aos graves problemas de saneamento. Uma atleta americana postou para seus seguidores: vou remar na merda por vocês. Num sentido mais amplo, a chefe da delegação australiana falou por todo o Brasil: precisamos de encanadores. Impossível esconder de uma superexposição internacional o fato de que ainda não resolvemos no XXI o problema que alguns países resolveram no século XIX, como o saneamento básico. Não é preciso ir aos bairros mais pobres para constatar essa realidade. As lagoas são um termômetro. Todas, e especialmente a Baía de Guanabara, são poluídas e decadentes. A opção de realizar a Vila Olímpica na Barra consagra um tipo de crescimento que segue o ritmo do próprio comércio imobiliário. Ao fugir das grandes concentrações, a expansão impõe ao governo custos muito altos para instalar a infraestrutura. A frase da australiana Kitty Chiller não é todo estranha à Barra de Tijuca de hoje.

Mas, certamente, ao apontar o crescimento para a região, ela pode se tornar profética: precisamos de encanadores. De uma certa forma, a Lava-Jato nos ajudou nisso. Grandes empreiteiras como a Odebrecht não terão condições de repetir seus métodos. E não poderão substituir o planejamento pela lista das obras que querem construir. O colapso dessas grandes empresas talvez abra caminho para se enfrentar com mais eficácia a tarefa do saneamento.

Se isso acontecer será também um legado da Olimpíada, teremos encanadores e os canos que ainda nos faltam.
Herculano
31/07/2016 10:30
CORRUPÇÃO INCIDE MAIS SOBRE EDUCAÇÃO E SAÚDE, por Josias de Souza

A Controladoria-Geral da União, rebatizada sob Michel Temer de Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle, realizou 221 operações especiais anticorrupção entre 2003 e o primeiro semestre de 2016. Executadas em parceria com a Polícia Federal e a Procuradoria da República, essas ações produziram uma estatística estarrecedora: 67% dos casos de desvio de verbas federais repassadas a Estados e municípios ocorreram nas áreas de educação e saúde.

Repetindo: o roubo é mais frequente nos cofres da educação e da saúde. Pense nisso sem pensar no resto. Esqueça por um instante o desemprego e a inflação. Pense só nisso. A verba da educação e da saúde, que já é insuficiente, fica mais escassa por conta dos assaltos. As escolas e os hospitais brasileiros são escandalosos em parte porque a gestão da dinheiro público nessas áreas tornou-se um escárnio.

"A Lava Jato é apenas o começo", disse o ministro Torquato Jardim (Transparência) ao comentar o flagelo da corrupção em conversa com o blog. As seis operações mais relevantes realizadas no primeiro semestre de 2016 resultaram na descoberta de desvios de R$ 143 milhões. Os seis casos mais importantes desbaratados ao longo de 2015 somaram R$ 452 milhões. Perto dos bilhões da Lava Jato, as cifras são modestas.

Mas Torquato pondera: "Admitido o critério da proporcionalidade, esses casos não são menores do que a Lava Jato. Para mim, tudo isso é muito chocante. Em 13 anos, mais de 200 operações, 67% dos desvios na saúde e na educação. É dinheiro de merenda e saneamento. Quer dizer: são gestores públicos que estão destruindo a próxima geração de brasileiros."

Torquato não exagera. Estudo repassado a Michel Temer anota: 1) na educação, a maioria dos casos de corrupção pilhados pelos órgãos de controle ocorre no Fundeb (38%), fundo que se destina ao desenvolvimento do ensino básico, e no PNAE (24%), programa de merenda escolar. Na saúde, a corrupção avança mais sobre as verbas do saneamento básico (18%) e do programa 'Saúde da Família' (13%), que fornece cuidados básicos de saúde por meio de visitas periódicas aos lares de brasileiros pobres.

A maior parte das operações especiais anticorrupção tem origem em denúncias. Das 221 operações especiais realizadas nos últimos 13 anos, 105 nasceram no âmbito da Polícia Federal, 87 foram deflagradas na antiga CGU e 29 surgiram no Ministério Público Federal. O que mais deixa inquieto o ministro da Transparência é a reincidência do roubo.

"Está acontecendo agora", disse Torquato Jardim. "Tem um município, que vou me permitir não citar o nome, em que a prefeita foi autuada pela segunda vez. Trata-se da avó de um deputado federal muito conhecido. Autuada no primeiro mandato, a prefeita continuou a praticar os delitos no segundo mandato.

O ministro realçou que o fenômeno da reiteração criminosa tornou-se latente. "No plano federal, enquanto se julgava o mensalão já se operava o petrolão. Do ponto de vista cultural, isso é uma barbaridade. Há poucos dias, com a Operação Zelotes a todo vapor, um conselheiro do Carf foi encontrar-se com um diretor do Itaú de quem tinha exigido uma bola de R$ 1,5 milhão. Apesar de tudo o que está acontecendo, o sujeito faz uma coisa dessas no shopping!"
Herculano
31/07/2016 10:25
PARTIDO QUE FALA JAVENÊS, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Discurso do PT anda tão confuso que nem parece expressar-se em português

A coerência nunca foi uma característica cultivada pelo PT, mas de um tempo para cá, desde que o infortúnio bateu com força em sua porta, a desconexão entre a realidade e a fantasia vem assumindo dimensões amazônicas nas falas e nos gestos dos petistas. Discursos e ações tão confusos que parecem ditados em idioma desconhecido.

O ex-presidente Luiz Inácio da Silva ainda se tem na conta de um líder com identificação e, portanto, apoio popular. Assim dizem considerá-lo os petistas, apontando a preferência do eleitorado por ele, como candidato a presidente em 2018. Nas mesmas pesquisas aparece também como o "preferido" em matéria de rejeição, embora esse seja um detalhe que nunca venha ao caso quando dele se trata.

Pois como entender que ele assuma posição de ataque direto ao juiz Sérgio Moro, denunciando ao mundo como deletéria sua atuação na Lava Jato, que tem sustentação na lei e, por isso, aprovação absoluta na sociedade? Uma de três: ou não está ligando para o apoio popular porque deu por encerrada a carreira político-eleitoral ou aposta na impossível hipótese de a ONU aceitar a tese da "perseguição política" ou constrói uma falsa justificativa para quando, e se, for preso.

Moro, hoje, é um ídolo e a Lava Jato um símbolo da bandeira original do PT da defesa pela ética na política. Quem se posiciona contra ambos se coloca na contramão da demanda social.

Nessa trilha, como compreender que o PT denuncie o processo de impeachment como "golpe" e ao mesmo tempo apoie a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) - tido como uma das pontas de lança do "golpismo" - para a presidência da Câmara. Pragmatismo poderia ser uma explicação se o resultado do apoio não fosse inócuo. Mas, pior. Resultou em derrota, dado que ao PT nenhum benefício decorreu da aliança firmada da disputa pelo comando da Câmara. O partido ficou com o malefício sem que tenha obtido qualquer benefício.

O dilema petista se exacerba quando o tema é a atitude a tomar nas eleições municipais de outubro próximo. Dizer o quê? Insistir na existência de um golpe ou se concentrar nos assuntos locais atinentes aos problemas das cidades? O golpe é desmentido pelos fatos, e a administração urbana retratada nos índices de rejeição a Fernando Haddad nas pesquisas sobre a possibilidade de se reeleger prefeito de São Paulo.

De onde é impossível entender o que diz o PT que abandonou de vez o português para se comunicar em javanês.

Para todos. Na proposta de reforma da Previdência a ser apresentada ao Congresso depois das eleições trabalhadores rurais deixarão de ter os benefícios adquiridos na Constituinte (em boa medida responsáveis pelo déficit geral), passando a contribuir de maneira mais equilibrada, e os funcionários públicos terão cortados alguns privilégios de modo a tornar mais igual a relação com o setor privado.

Jucá de volta. O governo não desistiu de ter o senador Romero Jucá como titular do Planejamento. Jucá deixou o cargo uma semana depois de nomeado por causa da divulgação de gravações em que fala sobre a necessidade de "estancar a sangria" da Lava Jato. Ele é investigado pela operação e alvo de outro processo no Supremo Tribunal Federal (STF).

Na ocasião do afastamento, Jucá pediu ao Ministério Público que dissesse se há ou não impedimento legal para que ele assuma o posto. Isso tem um mês e meio e o MP ainda não se pronunciou. No Planalto o tempo de espera está se esgotando. Se não houver pronunciamento em breve, valerá a interpretação de que quem cala consente.

Não por outro motivo nem por coincidência, Dyogo Oliveira continua sendo tratado e nominado como interino.
Herculano
31/07/2016 08:51
NOVES FORA, NADA, por Carlos Brickmann

O ex-presidente Lula está com problemas em todas as áreas: é difícil acreditar que não seja dono do sítio de Atibaia e do apartamento triplex no Guarujá, que não haja seu dedo nos valiosos presentes de empreiteiras com o objetivo de valorizar esses imóveis, ou que não haja outro dedo seu nas imensas vigarices cometidas por seus subalternos enquanto era presidente da República. Há investigações sobre filhos, sobre a esposa, sobre velhos amigos da política. É dificílimo que outro de seus dedos aponte dirigentes importantes do PT livres de processos judiciais ou já presos. Murmura-se sobre o que pode surgir da delação premiada do Príncipe dos Empreiteiros, Marcelo Odebrecht, pois o que já foi dito a respeito de seu Governo por empreiteiros menos nobres e homens de negócios em geral é devastador.

Lula, político nato, sabe que, se não dá para discutir os fatos, deve-se mudar o foco da discussão. Criou então um fato político, levando seu caso ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Suíça, acusando o juiz Sergio Moro de "abuso de poder". Contratou um advogado estrelado, Geoffrey Robertson, e caríssimo - dez mil euros por dia. Ele defendeu o criador dos WikiLeaks, Julian Assange. Mas que ação tomou Moro contra Lula? Nenhuma. Que pode fazer a ONU por Lula? Exceto redigir uma condenação ao Brasil, se achar que Lula tem razão, não tem o que fazer. E esse texto leva um ano para sair.

Tudo, pois, é marolinha. E, noves fora, nada.

LEITE CONTRA LULA

Moro não é, no momento, o problema de Lula: o problema é outro juiz, Ricardo Leite, da 10ª Vara do Distrito Federal. Leite transformou Lula em réu, pela primeira vez: tentativa de obstruir a ação da Justiça no caso da compra do silêncio de Nestor Cerveró. Ao lado de Lula, são réus no caso o ex-senador Delcídio do Amaral, o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai, seu filho Maurício Bumlai, o advogado Edson Ribeiro e o ex-chefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira. Com Lula entre os réus, abre-se campo para que conte sua versão das histórias a seu respeito e até busque desmoralizar os acusadores.

A GRANDE ATRAÇÃO

Lula, em busca de novos fatos, volta às conferências, depois de um bom tempo sem convite para palestras - desde as primeiras delações premiadas que as apontaram como maneira de retribuir medidas governamentais. Neste fim de semana, a palestra "Sistema Financeiro e Sociedade" foi especial para dirigentes sindicais bancários, reunidos em evento da CUT em São Paulo. É o clima festivo de que Lula gosta, com aplausos garantidos e entusiásticos.
Herculano
31/07/2016 08:51
O CUSTO DA ADESÃO, por Carlos Brickamm

Kátia Abreu, a feroz antipetista que comandava a Confederação Nacional da Agricultura, CNA, conversou com a presidente Dilma Rousseff e gostaram uma da outra. Rapidamente se transformaram em amigas de infância, Dilma levou Kátia para seu Governo, Kátia foi uma das poucas autoridades a manter-se fiel à presidente na hora do impeachment. E agora paga a conta: seus liderados da CNA não a quiseram mais no cargo. E, para não ser deposta, Kátia Abreu renunciou ao cargo. Parabéns pela fidelidade à amiga - seja a amiga quem for.

PROBLEMA ESTRANHO

Nelson Jobim já ocupou vários cargos: foi ministro de Fernando Henrique e Lula, foi ministro do Supremo Tribunal Federal, foi deputado constituinte em 1988, foi parceiro de Ulysses Guimarães na montagem da atual Constituição, é hoje advogado de sucesso. Nunca tinha sido banqueiro. Agora é: a convite do banqueiro André Esteves, grande acionista, transformou em sócio do BTG. A julgar pelas últimas fotos de Nélson Jobim, o BTG encontrou o sócio ideal: um que tem excesso de fundos.

OS GURÚS DO VICE

A ida do presidente Michel Temer à escola, para buscar o filho Michelzinho, de sete anos, foi uma iniciativa do trio de marqueteiros que o assessora. O objetivo (atingido) era mostrar que aquele cavalheiro impassível, formal, que se expressa em Português impecável e tem excelentes conhecimentos de Latim, casado com uma mulher bonita e quase 50 anos mais nova que ele, é gente como a gente, gente normal, com preocupações normais, e tem condições de obter índices mais altos de aprovação popular. O trio de marqueteiros é formado por Elsinho Mouco, Gaudêncio Torquato e Antônio Lavareda, este também responsável pela análise dos resultados.

DESCULPE, GLEISI

Esta coluna se enganou, em sua última edição, ao informar que a senadora Gleisi Hoffmann é catarinense. Gleisi não é catarinense, mas paranaense. O equivoco, pelo qual este colunista se desculpa, provocou muitas manifestações de leitores de Santa Catarina e do Paraná. Os catarinenses protestaram. Os paranaenses agradeceram.
Herculano
31/07/2016 08:42
HOJE É DIA DE PROTESTAR NO BRASIL CONTRA A CORRUPÇÃO DOS POLÍTICOS. MENOS EM GASPAR
Herculano
31/07/2016 08:42
A VINGANÇA QUASE PERFEITA DE DELCÍDIO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

O ex-senador Delcídio do Amaral deu o empurrão final para o impeachment ao acusar Dilma Rousseff de interferir na Lava Jato. Agora ele desfere um novo cruzado no queixo de Lula, que começava a deixar a lona para voltar ao palanque nas eleições municipais
.
A delação de Delcídio está na origem da notícia mais importante da semana: a decisão da Justiça Federal que transformou o ex-presidente em réu, sob acusação de obstruir as investigações do petrolão. A denúncia do Ministério Público se baseia na palavra do ex-senador. Ao se sentir abandonado pelo PT, ele apontou Lula como chefe da trama para comprar o silêncio de Nestor Cerveró.

Enquanto a defesa do ex-presidente voltava os olhos para Curitiba, a ação foi aberta por um juiz federal de Brasília. Isso reforçou as dúvidas sobre a estratégia de recorrer à ONU contra a atuação de Sergio Moro. Para um velho amigo de Lula, a ofensiva internacional pode ter estimulado uma reação corporativa contra ele. Na quinta-feira, a Associação dos Magistrados Brasileiros divulgou nota contra o ex-presidente. Na sexta, o juiz Ricardo Leite o mandou pela primeira vez ao banco dos réus.

A abertura da ação não significa que Lula será condenado, mas produz um novo revés no momento em que ele se esforçava para sair do isolamento. O giro recente pelo Nordeste havia reanimado o petista, que voltou a aparecer na liderança isolada das pesquisas para o Planalto.

No curto prazo, o recebimento da denúncia deve atrapalhar a atuação do ex-presidente nas disputas municipais. Mais adiante, pode abrir caminho para tirá-lo do jogo em 2018. Os adversários já torcem abertamente para que ele seja barrado pela Lei da Ficha Limpa, caso sofra uma condenação em segunda instância até lá.

Para Delcídio, seria a vingança perfeita se ele não tivesse que enfrentar seus próprios fantasmas. A Procuradoria acaba de pedir que o delator volte à cadeia por descumprir as regras da prisão domiciliar.
Herculano
31/07/2016 08:38
O STF QUER TRANSPARÊNCIA PARA OS OUTROS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em menos de um mês, o presidente do Supremo Tribunal Federal associou seu mandato de presidente da Corte e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a três iniciativas inquietantes para quem vê no Judiciário um guardião da liberdade e da transparência.

No início de julho, o chefe da segurança do Supremo, doutor Murilo Herz, pediu à Polícia Federal que investigue a origem do boneco inflável de Lewandowski que desfilava pela avenida Paulista nas manifestações contra o governo petista. Ele representaria um "intolerável atentado à honra do chefe desse Poder e, em consequência, à própria dignidade da Justiça brasileira".

Pouco depois, Lewandowski podou a resolução 226 do CNJ e livrou todos os magistrados de contar quanto recebem por suas palestras fora dos tribunais. (Um ministro do Tribunal Superior do Trabalho faturou R$ 161 mil com 12 palestras.) A exigência foi suprimida a pedido de Lewandowski, que julgou necessário "resguardar a privacidade e a própria segurança" dos juízes, "porque hoje, quando nós divulgamos valores econômicos, estamos sujeitos, num país em crise, num país onde infelizmente nossa segurança pública ainda não atingiu os níveis desejados...". O salário dos ministros do STF é público: R$ 39.293.

Há poucos dias, Daniel Chada, engenheiro-chefe do projeto "Supremo em Números", da FGV-Direito do Rio, e o professor Ivar Hartmann, coordenador da iniciativa, puseram na rede um artigo com um título provocador: "A distribuição dos processos no Supremo é realmente aleatória?".

Numa resposta rápida, é. Cada ministro do Supremo recebe cerca de 500 processos. Em tese, ninguém pode prever qual processo vai para qual ministro. Com base na Lei de Acesso à Informação, um contribuinte pediu ao Supremo o código-fonte do programa de computador que faz a distribuição aleatória. Foi informado de que não seria atendido, tendo em vista a "ausência de previsão normativa para tal".

A lei diz que não pode haver sigilo para informação necessária "à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais".

Um programa bichado pode ser violado. A divulgação de um código-fonte não o torna vulnerável. Pelo contrário, permite a percepção de brechas. O código-fonte do Bitcoin, bem como aquele usado pelo banco Itaú para dar números aos clientes, são públicos.

Nunca apareceu maledicência que justificasse uma suspeita de vício na distribuição dos processos no STF. Ao proteger um sigilo que pode até mesmo encobrir serviço mal feito, a burocracia de Lewandowski atravessou a rua para escorregar na casca de banana que estava na outra calçada.
Herculano
31/07/2016 08:37
BACH DESAFINOU, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O esgrimista alemão Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, desceu no Rio com o pé esquerdo. Disse que "nós sabemos que os brasileiros gostam de terminar as coisas no último segundo".

Quem atrasou obras não foram os brasileiros, mas as empresas contratadas para fazer o serviço, que deveriam ter sido fiscalizadas pelo Comitê Olímpico Nacional e pela Prefeitura do Rio. Gracinhas com países, tanto envolvendo cangurus como supostos hábitos de seus povos são coisa de pobre, como diria o doutor Eduardo Paes.

A tensão provocada pelo atraso na conclusão de obras é coisa velha e vem desde os jogos de 1896, de Atenas. Atribui-se à sujeira da água de Saint Louis (1904) a morte de dois americanos da equipe de polo aquático. Os sistemas de transportes das cidades americanas funcionam direito, mas o de Atlanta (1996) entrou em colapso. Olimpíada com tudo funcionando direito com uma épica cerimônia de abertura houve a de Berlim em 1936. Anos depois, deu no que deu. (Em 1972, durante os jogos de Munique, 11 integrantes da delegação israelense sequestrados por terroristas morreram).

O prefeito de Montreal (1976) disse que era mais fácil um homem parir do que sua Olimpíada dar deficit. Ela deveria custar US$ 223 milhões e saiu por US$ 1,2 bilhão. Ninguém pode dizer que os canadenses não gostam de fazer contas.

Bach ajudaria o Rio de Janeiro e todas as outras cidades que venham a receber os jogos se, em vez de se referir a povos, der nome aos bois com quem divide o palanque das autoridades e dos notáveis.

RIO-SYDNEY
A gracinha de Eduardo Paes com a delegação australiana jogou fora uma oportunidade para que o prefeito do Rio compartilhasse com seus hóspedes um pedaço da história dos dois países.
Entre 1788 e 1868, o governo inglês povoou a Austrália com 162 mil presos tirados das cadeias. Eram o refugo da Revolução Industrial. A maioria tinha cometidos furtos, e uma menina de 11 anos tomou sete anos porque roubou um queijo. Milhares desses degredados passaram pelo porto do Rio de Janeiro, a ferros, trancados nos porões dos navios. A primeira frota, com 736 prisioneiros, aportou no Rio em 1787 e, no ano seguinte, fundou a cidade de Sydney.

Enquanto o Brasil importava escravos africanos, a Austrália transformou degredados em trabalhadores. Um ladrão de ovelhas virou latifundiário, outro virou juiz e um agitador político tornou-se líder sindical. Um estelionatário elegeu-se deputado. Estima-se que dois em cada dez australianos descendam desses pioneiros.

Em 1787, um oficial reclamou da má qualidade da cachaça carioca. Talvez os atletas de 2016 possam reavaliar seu julgamento.

TESTE DE BLOOMBERG
O bilionário Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, flechou Donald Trump em seu discurso na Convenção do Partido Democrata: "Eu reconheço um vigarista quando o vejo".

O teste de Bloomberg deveria ser incorporado por todos os eleitores de todos os países, em todas as eleições.

BOLA DENTRO
O predomínio de Henrique Meirelles no comando da economia foi uma decisão tomada há tempo por Temer.

O Ministério do Planejamento duvidou que houvesse gasolina no tanque. Havia.

VAI SOBRAR PARA OS TESOUREIROS PETISTAS
Há uma bomba relógio nas carceragens da Lava Jato. Depois que o marqueteiro João Santana e sua mulher detonaram a conexão das petropropinas com a caixa do PT, Dilma Rousseff tomou distância da tesouraria do partido. O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, seguiu caminho semelhante. Se houve caixa dois nas suas campanhas, não passou por eles.

Pelo cheiro da brilhantina, vai sobrar para os tesoureiros do PT. João Vaccari está na cadeia desde 2015 e já foi condenado a 24 anos de cana. Seu antecessor, Paulo Ferreira foi preso em junho.

Os dois guardam o silencio das múmias, mas alguma coisa nessa história não faz sentido. Vaccari e Ferreira não têm patrimônio ou padrão de vida à altura das propinas milionárias que o PT arrecadava. Se os grandes comissários não sabiam de nada, fica uma pergunta: onde os tesoureiros puseram o dinheiro?
Herculano
31/07/2016 08:27
REFORMAS DE MEIRELLES FORAM ADIADAS NA CÂMARA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decepou metade das esperanças da equipe econômica para aprovar o rol de reformas ainda em 2016, ao programar duas sessões semanais da Casa, por causa das eleições municipais. De toda a agenda apresentada pelo ministro Henrique Meirelles (Fazenda) deve ser votado e aprovado só o novo teto de gastos dos estados e municípios.

MEIO EXPEDIENTE
No período eleitoral, haverá sessões às segundas e terças, e não os três dias habituais de votação. E não serão em todas as semanas.

AMEAÇA DE CORTE
Rodrigo Maia promete cortar o ponto dos deputados faltantes, mas ninguém acredita na ameaça do novo presidente da Câmara.

ASSIM, ASSIM
Maia não é um "caxias": faltou a três das quatro votações em agosto e setembro de 2014. Em 2012, só apareceu em dois dos seis dias.

BARBAS DE MOLHO
O primeiro-secretário da Câmara, Beto Mansur, admite dificuldade em votações de reformas. "Votações polêmicas só após as eleições", diz.

TEMER DEVE INAUGURAR FAIXA NO SETE DE SETEMBRO
Aprovada a destituição definitiva de Dilma, a primeira vez que o presidente Michel Temer usará a faixa presidencial, e com pompa, será no desfile cívico-militar de 7 de Setembro. Aparecerá com ela no Rolls-Royce presidencial, no qual percorrerá a Esplanada dos Ministérios diante de uma plateia estimada em 70 mil pessoas. Ao final, receberá honras de Chefe de Estado. Ou vaias, a depender do clima na ocasião.

PASSAGEIROS ILUSTRES
Além de presidentes no dia da posse, o Rolls-Royce já foi usado para recepcionar chefes de governo e de Estado em visita ao Brasil.

BELEZA DOADA
A versão oficial é que o Rolls-Royce presidencial foi doado por Assis Chateaubriand, fundador dos Diários Associados, a Getúlio Vargas.

MODELO HIST?"RICO
De fato, o Rolls-Royce Silver Wraith 1952 foi usado pela primeira vez por Getúlio Vargas em 1953, num 1º de Maio, em Volta Redonda (RJ).

PELA BOLA SETE
O ministros do Planejamento, Dyogo de Oliveira, e de Transparência, Fiscalização e Controle, Torquato Jardim, encimam a lista dos que serão substituídos tão logo Michel Temer seja efetivado no cargo.

O PT DESIDRATA
O definhamento do PT ocorre simultaneamente à derrocada de Dilma Rousseff. Em 2014, ano da reeleição da petista, o partido elegeu 88 deputados federais, a maior bancada na Câmara. Hoje tem 59.

METADE, SE TANTO
A partir da eleição de outubro, segundo as avaliações internas mais otimistas, o PT deve diminuir muito de tamanho. A direção petista acha que talvez eleja metade dos 633 prefeitos eleitos em 2012.

PC DO B NA LONA
O PCdoB, aliado dos petistas, que crescia em número de prefeituras desde o ano 2000, também diminuirá de tamanho de maneira mais acentuada. Corre até o risco de não sobreviver à cláusula de barreira.

MEIO DEDO DE PROSA
Sempre que sabe da presença de político no Planalto, para conversar com algum ministro, o presidente Michel Temer faz questão de convidá-lo para meio dedo de prosa no gabinete. Dilma nunca fez isso, queria distância de todos, sobretudo dos políticos. Deu no que deu.

GOLEADA
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) prevê uma derrota expressiva de Eduardo Cunha no processo de cassação do mandato. "Estimo 320 votos pela aprovação do parecer do Conselho de Ética", afirma.

NÃO HÁ PROFISSIONAIS
Ainda há quem critique a prisão de candidatos a terroristas no Brasil por serem supostamente "amadores", como se fosse possível existir homens-bomba profissionais. Afinal, quantas vidas de "experiência" seriam necessárias para um terrorista ser considerado "profissional"?

MARCA DA INDIGNAÇÃO
"Não vai existir voto escondido, envergonhado, e distinção de cardeais ou do baixo clero. Todos terão a marca da indignação", diz Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), sobre o processo contra Eduardo Cunha.

PENSANDO BEM...
...acusado de tantas maracutaias, será inevitável para Lula "transformar problemas pessoais em coletivos", que ele diz não pretender.
Sidnei Luis Reinert
31/07/2016 07:03
NÃO É A TOA QUE OS COMUNISTAS ESTÃO AUTOMATICAMENTE EXCOMUNGADOS...

Comunista abortista Jandira Feghali é desmascarada ao fingir proteger os fetos contra redução da maioridade penal

Eu só vi agora, mas dias atrás internautas ?" inclusive negros, como Paulo Cruz ?" desmascararam lindamente a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) no post do Facebook em que ela finge proteger os fetos de mulheres negras e pobres contra uma hipotética redução da maioridade penal que avaliasse a "tendência à criminalidade" já nos úteros.
Detalhe 1: Jandira não é uma abortista qualquer; ela é a relatora do projeto 1.135/91, que legalizaria o aborto até a 12ª semana de gravidez e também depois, em determinadas circunstâncias. Já em 2005 e 2006, a deputada comunista era a principal aliada do governo Lula no poder legislativo, na tentativa de despenalizar completamente o aborto no Brasil.
Detalhe 2: Curiosamente, o documentário americano "Blood Money ?" O aborto legalizado", sobre o qual escrevi aqui, mostra que a legalização do aborto afeta quase três vezes mais? adivinha quem? Sim: a população negra americana, uma vez que as clínicas foram instaladas em sua maioria nas proximidades de bairros negros e pobres. Hoje se sabe que, só em 2014, cerca de 90.000 bebês negros foram mortos.
Detalhe 3: Neste momento, nos Estados Unidos, a Planned Parenthood está sendo posta contra a parede graças à divulgação semanal de vídeos, gravados com câmeras escondidas pela equipe da entidade pró-vida americana Centro para o Progresso Médico, que mostram os principais diretores da maior multinacional do aborto explicando calmamente, enquanto tomam vinhos, como e por quanto vendem as partes do corpo dos bebês abortados ?" o que é proibido por lei ?" para lucrar em dobro com o genocídio desses bebês (providencialmente mortos com o crânio esmagado para conservar o restante dos "produtos" intacto). Nos últimos dez 10 anos, a Planned Parenthood recebeu 4,3 bilhões de dólares(!) em financiamento federal, ou seja, em dinheiro dos pagadores de impostos americanos.
É isto que está por trás daquilo que as Jandiras do mundo inteiro vendem como "direito da mulher" e querem implantar no Brasil: uma indústria altamente lucrativa que comercializa os órgãos dos filhos de negros e pobres que elas juram defender.
Parabéns a todos que desmascaram a monstruosidade moral dessa gente.

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/aborto/comunista-abortista-jandira-feghali-e-desmascarada-ao-fingir-proteger-os-fetos-contra-reducao-da-maioridade-penal/
Sidnei Luis Reinert
31/07/2016 06:51
Intervenção Militar em Manaus. Temer aplica o art 142 da Constituição


Posted on 30 de julho de 2016 by CristalVox


O presidente em exercício, Michel Temer, autorizou, neste sábado (30), a atuação das Forças Armadas em Garantia da Lei e da Ordem (GLO), no Hotel Tropical, em Manaus (AM). Esse é o teor de Nota Oficial postado no site do Ministério da Defesa.

Esta decisão se dá a partir de pedido do governador do Amazonas, José Melo de Oliveira, que apontou o esgotamento da capacidade das policias estaduais para atuarem na segurança de delegações que se hospedarão no referido hotel no período dos Jogos Olímpicos Rio 2016.



Deste modo, o presidente Temer comunicou ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, que, por sua vez, fez o encaminhamento ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) sobre o preparo dos mecanismos legais visando o emprego de cerca de 600 militares do Exército e da Marinha nesta GLO.

A operação começou na manhã deste sábado e se encerra no dia 12 de agosto de 2016.
Papa Bagre
30/07/2016 15:38
Ei Almir Ilhota cover. O PSD é um partido como qualquer um. Só que seus componentes ssão tudo o que de ruim existia nos outros partidos. Então dizer que Herculano tenta desconstituir o PSD é brincadeira ate porque para descontituir algo é necessario que algo existam, e com certeza o PSD é uma de nossas piadas de mau gosto.
Herculano
30/07/2016 13:06
ENTRE O ABUSO E A IMPUNIDADE, editorial do jornal Zero Hora, da RBS Porto Alegre

Liderados pelo juiz Sergio Moro, magistrados, procuradores da República e promotores do Ministério Público Estadual do Paraná promoveram na última quinta-feira um ato de repúdio ao projeto de lei de autoria do presidente do Senado, Renan Calheiros, que redefine crimes de abuso de autoridade. Entidades de classe como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) também vêm se manifestando reiteradamente contra o projeto, que muda de forma substancial a responsabilização de autoridades. Moro chegou a afirmar que, em caso de aprovação do PLS 280/16, que tem como relator o senador Romero Jucá (PMDB-RR), as investigações contra poderosos serão barradas. Juízes e promotores interpretam o exame parlamentar da matéria como um contra-ataque dos políticos que tentam se livrar das investigações da Operação Lava-Jato ?" principalmente porque tanto o autor do texto quanto o relator estão entre os investigados.

Realmente, não deixa de ser intrigante que um projeto engavetado desde 2009 tenha voltado a tramitar exatamente no momento em que se trava uma verdadeira disputa de poder entre autoridades políticas e judiciárias, com vários parlamentares sob suspeita de corrupção e um pedido de impeachment contra o procurador-geral da República nas mãos do presidente do Senado. O texto prevê o enquadramento de comportamentos abusivos de delegados, promotores, membros do Ministério Público, juízes, desembargadores e ministros de tribunais superiores, prevendo penas de até quatro anos de prisão e multa, além da perda de função da autoridade em caso de reincidência. Considera abuso de autoridade situações como ordenar prisão "fora das hipóteses legais", recolher ilegalmente alguém a carceragem policial, deixar de conceder liberdade provisória quando a lei admitir e prorrogar a execução de prisões temporárias. Também estabelece como crime ofender a intimidade de pessoas indiciadas, constranger alguém sob ameaça de prisão a depor sobre fatos que possam incriminá-lo, submeter o preso a algemas quando desnecessário e interceptar conversas telefônicas ou fazer escuta ambiental sem autorização.

Algumas dessas situações assemelham-se muito a ações da Operação Lava-Jato, aprovada majoritariamente pelos brasileiros pela sua eficácia contra a corrupção e contra as deformações da política. Mas o projeto em exame no Senado também contém elementos que os cidadãos certamente aprovariam, entre os quais a responsabilização pessoal do agente público que prejudica alguém, infringindo a lei ou errando deliberadamente, mesmo sabendo da inocência da vítima. Atualmente, quem responde pelo erro é o poder público e, em caso de indenização, pagam o erário e os contribuintes. Essa é uma correção que se impõe.

Entre o abuso e a impunidade, tem que haver um meio-termo que garanta aos cidadãos os mesmos direitos reivindicados pelas autoridades.
Almir ILHOTA
30/07/2016 13:00
É muito divertido ver essa incessante luta do HERCULANO em tentar denigrir o PSD em Blumenau, Gaspar e Ilhota Kkkkkkkk E ao mesmo tempo ele tentar CRIAR algo que nao existe, a Andrea Nagel! Kkkkkkkk Utopia...
Sidnei Luis Reinert
30/07/2016 12:30
Salvação para Temer: aliança com militares, devassa da Lava Jato no PMDB, redução de gastos e impostos


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Michel Temer tem muitos desafios estratégicos e táticos para assumir, com plenos poderes, a Presidência da República, assim que o impeachment de Dilma Rousseff for confirmado no final de agosto - se não houver atrasos com os conchavos entre a petelândia e Renan Calheiros - um inimigo nada oculto do Presidento Interino. O Palhasso do Planalto aposta que Dilma vai renunciar na véspera da decisão, para preservar seus direitos políticos.

Ma prática, Temer só conseguirá fechar um pacto de sustentação e governabilidade se tomar medidas que rompam com o caos montado pela desastrosa gestão petista-peemedebista. Se Temer não se reinventar, e a economia não destravar depressa, acabará engolido pelo tsunami da antecipação eleitoral - na qual Lula (legítimo gono-réu) aposta suas fichas para se salvar na guerra de todos contra todos. O desfecho do desastre é imprevisível...

O primeiro passo Michel Temer já está dando. Já vazou a articulação que ele faz com a cúpula militar, assumindo compromissos de fortalecer o papel das Forças Armadas, tão logo seja efetivado na Presidência. Ao contrário do que se comenta em algumas análises, os militares não querem voltar ao protagonismo político. No entanto, exigem (este é o termo usado) condições plenas para cumprir sua missão escrita no artigo 142 da Constituição Federal, sobretudo para promover a Segurança Nacional destroçada pela ação estratégica do Foro de São Paulo. A contrapartida do acerto entre militares e Temer é neutralizar o golpismo bolivariano em adiantado curso, apesar da aparente derrocada do PT.

O segundo passo de Temer é complicadíssimo politicamente: uma limpeza na cúpula do PMDB. O Presidente terá de sair do mero apoio retórico e dar todo sinal verde para que a Força Tarefa da Lava Jato promova uma ampla devassa no partido que ele (Temer) presidia até outro dia. Interessa demais a Michel Temer que seja eliminado um de seus inimigos declarados, mas que opera na mais refinada falsidade política no trato com o governo provisório: Renan Calheiros. O Presidento Michel terá de rezar para que o "bode expiatório" Eduardo Cunha assuma sozinho suas broncas, sem causar danos letais ao grupo próximo ao presidente.

O terceiro passo de Temer também é complicado, porém é inteiramente possível, contando com o apoio da maioria esmagadora de empresários e trabalhadores. Temer terá de apostar todas as duas fichas na redução real dos gastos públicos, junto com a redução de impostos. Para isso, terá de contrariar o pensamento ortodoxo de sua equipe econômica. O andar da carruagem globalitária indica que Temer receberá forte pressão do FMI para reduzir despesas urgentemente para evitar a quebradeira sistêmica previsível do setor público no Brasil. Temer sabe que vai se ferrar se aplicar o remédio errado, aumentando a insuportável carga tributária e mantendo os juros na estratosfera.

A melhora econômica é o capital fundamental de Temer para ter sucesso nas complexas negociações políticas, jurídicas e militares. Por isso, mais que nunca, Temer precisa sentir e se render à pressão popular por melhoras e mudanças, nas ruas e nas redes sociais. O momento brasileiro exige dele serenidade, seriedade e atitudes corretas.

Temer tem capacidade de articulação para cumprir tantos desafios estratégicos. Ele só não tem o direito de errar nas táticas, cedendo aos interesses espúrios a sua volta. Temer ainda tem (pouco) tempo para provar que consegue ser um estadista. Do contrário, cairá igualzinho a Dilma.
Herculano
30/07/2016 10:47
LULA RÉU, por João Domingos, para o jornal O Estado de S. Paulo

Terá consequências políticas e históricas a decisão do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10.ª Vara Federal de Brasília, que ontem recebeu denúncia contra o ex-presidente Lula na investigação sobre a tentativa de obstruir a Justiça. Lula é acusado pelo Ministério Público, juntamente com o ex-líder do governo no Senado Delcídio Amaral, e mais cinco pessoas, de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró.

Três consequências do despacho do magistrado já podem ser sentidas pela reação do mundo político. Em primeiro lugar, a pressão de vários setores sobre o juiz Sérgio Moro, que comanda a Operação Lava Jato, está gerando outros Sérgios Moros.

Isso ficou claro quando, no mês passado, o também juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, de São Paulo, determinou a prisão do ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora petista Gleisi Hoffmann (PR), na Operação Custo Brasil.

Agora, quando toda a atenção de Lula e de sua defesa estavam voltadas para o juiz Sérgio Moro, que, anteontem, fora denunciado pelo ex-presidente ao Comitê dos Direitos Humanos da ONU, "por abuso de poder", um juiz de Brasília torna Lula réu. Não se duvide se em outras regiões do País mais juízes federais tomarem atitude semelhante.

A segunda consequência da determinação do juiz brasiliense diz respeito à movimentação das peças do xadrez político que começa agora, nas eleições municipais de outubro, e se estenderá até as eleições presidenciais de 2018.

O futuro político de Lula passa a ser incerto. Já réu em Brasília, ele pode seguir o mesmo caminho em Curitiba. Caso seja condenado na primeira instância, por um ou por outro juiz, o caminho natural é o recurso ao Tribunal Regional Federal (TRF) da região onde a ação corre. No caso de Curitiba, as decisões do juiz Sérgio Moro têm sido confirmadas pelo TRF da 4.ª Região, que fica em Porto Alegre. Se, em Brasília, a tendência for a de confirmar a decisão do juiz de primeiro grau, como ocorre em Porto Alegre, Lula se tornará ficha-suja, conforme determina a Lei da Ficha Limpa.

Claro que tudo está no terreno da suposição do que pode ocorrer. Mas, como é possível que este seja o caminho, o raciocínio de que Lula poderá ser impedido de concorrer à eleição de 2018 já não é ilógico. Portanto, embora faltem dois anos e dois meses para a próxima eleição presidencial, não dá para dizer que Lula será candidato. Mesmo combalido pelas sucessivas denúncias de envolvimento dele em esquemas esquisitos e tráfico de influência, o ex-presidente ainda é um candidato competitivo.

Em terceiro lugar, a decisão do juiz Ricardo Augusto Leite torna-se um golpe muito duro para o PT e para a presidente afastada Dilma Rousseff. Para o PT porque o partido passa pelo pior momento em seus 36 anos de vida e a tendência é que piore. Com Lula empenhado em se defender numa vara no Centro-Oeste e em outra no Sul, ele terá menos tempo para rodar o Brasil para pedir votos nos candidatos a prefeito pelo PT.

Quanto à presidente afastada, a decisão do juiz de Brasília também a atinge em cheio. O processo de impeachment é político. Por mais que o advogado José Eduardo Cardozo insista em detalhes técnicos na sua defesa, nessas alturas das coisas, a tendência é que os senadores façam associação entre Dilma e Lula e as conversas que tiveram para tornar o ex-presidente ministro, dar-lhe foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal (STF) e livrá-lo das mãos de Moro. O conteúdo da conversa entre Lula e Dilma, vazado por Sérgio Moro, tem muito mais força política do que a insistência de Cardozo em dizer que Dilma não cometeu crime de responsabilidade.
Herculano
30/07/2016 10:41
RIO 2016, HORA DO XADREZ, por Guilherme Fiúza, para o jornal O Globo

Parte 1

A Olimpíada do Rio encerra também a maratona de Lula correndo da polícia. Daí em diante, a prova é de 100 metros rasos.

Dilma e Lula não vão à Olimpíada. Foram pegos no antidoping.

O laboratório da Lava-Jato descobriu que a campanha da presidente afastada derramava milhões de reais numa empresa de fachada do setor de informática, entre outros anabolizantes criminosos. No caso do ex-presidente, uma nova substância ilegal foi atestada em laudo da Polícia Federal ?" constatando que as reformas no sítio de Lula que não é de Lula foram orientadas pelo próprio. Só a repaginação da cozinha custou 252 mil reais.

O ex-presidente já avisou que não vai deixar barato. De fato, nada que envolva Lula é barato. Perguntem aos laranjas da Odebrecht que compraram um prédio para o Instituto Lula. E lá foi o maior palestrante do mundo para Genebra, com sua comitiva, denunciar à ONU a perseguição que está sofrendo no Brasil.

A elite vermelha está rica, pode rodar o mundo se quiser, alardeando o seu sofrimento, protegida por seus advogados milionários. Há de conseguir uma rede internacional de solidariedade, para que todos tenham direito de matar a fome em cozinhas de luxo, e não falte a ninguém uma empreiteira de estimação.

A ONU é a instância perfeita para o apelo de Lula. É uma entidade recheada de burocratas bem pagos para fomentar a indústria do alarme e da vitimização. Mas a ONU não é perfeita como Lula: parte de suas ações tem efetividade, manchando o ideal do proselitismo 100% parasitário. Deve ter sido um frisson em Genebra a chegada do ídolo brasileiro ?" que passou 13 anos liderando um governo oprimido, sugando um país inteiro sem perder a ternura, e permanecendo livre, leve e solto, voando por aí. Um mago.

É justamente para continuar livre e solto que Lula foi à ONU. Ele sabe que será condenado por Sérgio Moro. Acaba de virar réu por obstrução de Justiça, no caso Delcídio-Cerveró. Nessas horas é melhor mesmo recorrer aos gigolôs da bondade internacional. É uma turma capaz de ignorar numa boa as obras completas do mensalão e do petrolão, e tratar Lula como um pobre coitado, perseguido por um juiz fascista. A lenda do filho do Brasil cola muito mais fácil do que a do filho adotivo da Odebrecht.
Herculano
30/07/2016 10:40
RIO 2016, HORA DO XADREZ, por Guilherme Fiúza, para o jornal O Globo

Parte 2

Os plantonistas da solidariedade cenográfica já bateram um bolão na resistência ao golpe contra Dilma. Claro que toda a picaretagem revelada por João Santana não comove essa gente. Nem as confissões da Andrade Gutierrez sobre a rota da propina montada com um assessor direto da companheira afastada, injustiçada e perseguida. Muito menos o buraco em que esses heróis progressistas jogaram o Brasil, escondendo déficits graças à arte da prostituição contábil. Nada disso é crime para os simpáticos jardineiros da fraude.

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro representam um momento histórico. Marcarão a demissão definitiva da mulher sapiens, e a devolução ao povo da frota federal que serve sua filha. Ainda tem gente escolarizada defendendo esse escárnio ?" contando ninguém acredita ?", mas são cada vez menos. Até a vocação para o vexame tem seus limites. A Olimpíada do Rio encerra também a maratona de Lula correndo da polícia. Daí em diante, a prova é de 100 metros rasos. Se a democracia ultrapassar a demagogia, o ex-presidente vai ter que pagar pela ação entre amigos que depenou o Brasil.

A opinião pública segue, como sempre, em sua viagem na maionese. Segundo dois grandes institutos de pesquisa, a maioria quer eleições presidenciais antecipadas.

Ou a maioria não conhece a lei, ou não está interessada em cumpri-la. É a renovação da esperança para a escola de malandragem que o país, a tanto custo, está enxotando do poder. Os heróis providenciais estão todos aí, excitadíssimos, para herdar o rebanho petista. São os que, de forma mais ou menos envergonhada, combateram o impeachment da mulher honrada ?" aí incluídos os puritanos da Rede, PSOL e demais genéricos do PT. Prestem atenção: estarão todos nas eleições municipais atacando o governo de homens velhos, brancos, bobos e feios de Michel Temer.

Esse governo careta, recatado e do lar, que não tem mulher sapiens para divertir a plateia, está arrumando a casa. Não porque Temer seja um iluminado. Ele só percebeu ?" como Itamar duas décadas antes ?" que sua única chance era botar os melhores para tomar conta do dinheiro. E botou. Saiu a delinquência fisiológica, entrou a eficiência. É assustador para os parasitas das lendas humanitárias ver a máquina nas mãos de profissionais.

O vento já virou, o Brasil vai melhorar, e isso é terrível. Como na época do Plano Real, os solidários de butique correm o risco de voltar a pregar no deserto, enquanto a vida da população desgraçadamente progride. Quem vai comprar ideologia vagabunda num cenário desses?

Só pedindo socorro à ONU. Mas se apressem, porque depois da Rio 2016 será a hora do xadrez.
Herculano
30/07/2016 10:36
LEI DA FICHA LIMPA PODE TIRAR LULA DA SUCESSÃO, por Josias de Souza

Convertido em réu pela primeira vez na Lava Jato, Lula declarou nesta sexta-feira que sente uma vontade incontida - "uma coceira" - de ser novamente candidato ao Planalto. Esse desejo, no entanto, já não depende apenas da sua vontade. Além do medo de ser preso, Lula passou a conviver com o receio de se tornar inelegível por oito anos. Nessa hipótese, sofreria um duplo revés: ficaria de fora das próximas duas sucessões presidenciais - 2018 e 2022. E ainda entraria para a história como o primeiro ex-presidente da República a ser enquadrado numa lei que ele próprio sancionou: a Lei da Ficha Limpa (número 135/2010).

Afora a acusação de tentar obstruir a Lava Jato, que o levou ao banco dos réus na 10ª Vara Federal de Brasília, Lula deve ser alvejado por pelo menos mais três denúncias que estão no forno da força-tarefa de Curitiba. Envolvem a suspeita de que recebeu favores da Odebrecht e da OAS, empreiteiras que ajudaram a pilhar a Petrobras. Esses favores se materializaram nas reformas realizadas no tríplex do Guarujá e no sítio de Atibaia, além do transporte e aluguel de contêiners usados para guardar pertences de Lula.

Entre os crimes que devem ser imputados ao morubixaba do PT, estão lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Sancionada por Lula em junho de 2010, a Lei da Ficha Limpa relaciona 14 hipóteses de inelegibilidade. São delitos que sujeitam seus autores ao banimento eleitoral por oito anos. As encrencas foram incluídas na Lei das Inelegibilidades (número 64/1990). Encontram-se empilhadas no artigo 1º. A alínea 'e' anota que "lavagem de dinheiro ou ocultação de bens" são motivos para impedir alguém de se candidatar a cargos eletivos.

De acordo com a lei, para que um político seja tachado de "ficha suja", sua condenação precisa ser confirmada por um "órgão judicial colegiado." Assim, os direitos políticos de Lula seriam suspensos, por exemplo, se o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, confirmasse uma eventual condenação decretada por Sérgio Moro. Para azar de Lula os desembargadores do TRF-4 não costumam reformar as decisões do juiz da Lava Jato.

Lula parecia sentir o cheiro de queimado ao se manifestar nesta sexta-feira. "Se o objetivo de tudo isso é me tirar de 2018, isso não era necessário, a gente escolheria outro candidato mais qualificado, mas essa provocação me dá uma coceira'', declarou, antes de exercitar o seu esporte predileto, o autoelogio: "Duvido que tenha alguém nesse país que seja mais cumpridor da lei do que eu, que respeite mais instituições do que eu.'' O diabo é que o conceito que Lula faz de si mesmo combina cada vez menos com os fatos.
Herculano
30/07/2016 10:24
SERRA EXTINGUE 'CABIDE' DE PETISTAS NO ITAMARATY, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ministro José Serra (Relações Exteriores) tomou a decisão há muito reclamada pelos diplomatas: extinguiu uma tal Coordenação-Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome, cabide de militantes petistas que sempre desafiou a autoridade dos chanceleres. O órgão foi aparelhado e chefiado, de 2011 a 2016, por um Milton Rondó, petista que no impeachment usou o cargo para difundir mentiras sobre o País.

IRRELEVÂNCIA
Criada em 2003 pelo então presidente Lula, essa coordenação sempre fez política em nome do PT e com atuação irrelevante na área.

PERNAS CURTAS
Rondó teve a ousadia de enviar circular, sem autorização, instruindo embaixadas e consulados a divulgar a lorota do "golpe" mundo afora.

LIGAÇÕES
Petista de Campinas, Rondó se ligou a Gilberto Carvalho, ex-ministro de Lula e Dilma citado em vários investigações de irregularidades.

SOB INVESTIGAÇÃO
Comissão criada há um mês no Itamaraty investiga eventual dano aos cofres públicos na época de Milton Rondó na tal coordenação.

LATAM COBRA R$11,4 MIL POR BILHETE BRASÍLIA-SP
A exploração dos consumidores pelas empresas aéreas "nacionais" atingiu o auge nesta sexta-feira (29), com os valores cobrados pela Latam (ex-TAM) por um bilhete (classe econômica) de Brasília para São Paulo (aeroporto de Congonhas), às 17h55, com retorno neste sábado (30) às 12h15: R$11.444 por adulto, sem contar as habituais "taxas e encargos". Ida e volta para Pequim, em razão da concorrência, a Latam cobra R$10.100, e cada trecho tem duração de 28 horas.

LOBBY INESCRUPULOSO
Lobby das empresas aéreas derrubou, há dias, o projeto autorizando a concorrência de empresas estrangeiras no mercado aéreo nacional.

SEM CRITÉRIO
Por R$12.600, na mesma Latam, é possível ir de classe executiva de Brasília até Tóquio, capital do Japão. O voo tem duração de quase 38h.

S?" PARA COMPARAR
Ida e volta para o outro lado do mundo, Brasília-Moscou, pela Air France (parceria com Aeroflot de Paris à capital russa), custa R$3.500.

IMPOSSÍVEL JORNADA
A poeira da derrota nem assentou, mas o "centrão" já se mexe para a eleição de presidente da Câmara, em fevereiro. Espera se reaglutinar em torno de candidato que corrija o erro da última eleição: o "cunhismo" em excesso. Difícil será chegar-se a um candidato com ficha limpa.

FATO DISTORCIDO
Uma das autoras do impeachment, Janaína Paschoal mostra que o PT distorce a declaração do procurador Ivan Marx sobre o impeachment. "A manifestação do procurador confirma a acusação", diz.

AÇO CONSTANTE
O presidente Michel Temer tem recebido empresários como recebe políticos, sem qualquer distinção. À exceção de Jorge Gerdau, o antigo "rei do aço", nenhum deles jamais foi recebido por Dilma.

ASSIM NÃO VAI
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) prevê dificuldade na aprovação dos projetos sobre "abuso de autoridade" e legalização dos jogos de azar, em tramitação na Câmara. "Como estão, não passam", diz.

SEM O PT
O deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), pré-candidato a prefeito de Manaus, garante que constrói um "arco de aliança forte", mas não crê em aliança com o PT, que perderá espaço nas eleições.

MELHOROU, MAS...
O deputado Carlos Cadoca (PDT-PE) celebra o avanço na economia, mas alerta: "A crise estancou, mas, para retomar o crescimento, temos que ter unidade e continuar dando sustentação ao governo Temer".

PÉ NA ESTRADA
O deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) relata uma maratona durante o recesso parlamentar. "No recesso, visitei 70 municípios", garante. Em outubro, será realizada a eleição de prefeitos e vereadores.

LABORAT?"RIO POLÍTICO
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) acredita que a eleição de outubro será um experimento. "Será um laboratório. Sem o dinheiro privado, haverá mais denúncias, erros, e muita judicialização", afirma.

PLANO DE FUGA
Ao fazer a "denúncia" ridícula contra o juiz Sérgio Moro na ONU, Lula confirma a suspeita de que prepara o terreno para justificar seu futuro "exílio".
Herculano
30/07/2016 10:17
O GRANDE MICO DA PRÉ-CAMPANHA DE BLUMENAU ATÉ AQUI, NA TENTATIVA DO VALE TUDO PARA SE VIABILIZAR, ENCURRLAR EM ARMADILHAS E APARECER

O PSD daqui de Marcelo de Souza Brick e de Ilhota de Daniel Christian Bosi é comandando pelo deputado Jean Jackson Kuhlmann, o ausente. Veja esta nota que o jornalista Carlos Tonet, publicou nas suas rede sociais.

Jean Kuhlmann pode até ser eleito prefeito, depois senador, governador e presidente da república.

Mas nenhuma dessas conquistas irá tirar dele o Troféu Mico do Ano 2016.

Não sei se pra meter pressão ou simples burrice, o PSD divulgou que hoje faria a apresentação do vice, anunciando o nome de Alexandre José.

Mas na Hora H a noiva disse não.

Alexandre José disse que "ia pensar" e largou o noivo afobado no altar.

Jeanzão depois deu uma miguelada.

Publicou essa linda foto dos dois dizendo que o evento foi apenas para "um convite".

Não sei de quem foi a ideia de jerico de anunciar o vice sem estar com as coisas 100% fechadas com Alexandre José, o Pensador.

Se for de um assessor, Jean deve jogar o cara de cima da ponte.

Se foi do próprio Jean, então ele mesmo deve pular da ponte.
Herculano
30/07/2016 07:59
OS NOVOS SEMITIRANOS, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Não acho que Recep Tayyip Erdogan, o presidente da Turquia, tenha simulado um golpe militar contra seu governo com o objetivo de desferir a reação e endurecer o regime. Dirigentes paranoicos evitam jogadas arriscadas.

Não há dúvida, porém, de que a destrambelhada tentativa de golpe foi um presente para Erdogan e o seu AKP, o partido islamita com o qual governa desde 2003. O presidente, que já vinha nos últimos anos adotando uma linha mais despótica, encontrou o pretexto de que precisava para deslanchar sua ofensiva autoritária. Nas últimas semanas, Erdogan já fechou 131 veículos de comunicação e mandou prender ou suspender 60 mil pessoas, a maioria militares, juízes, policiais e professores.

Com tal currículo, Erdogan se perfila ao lado de outros líderes, como Vladimir Putin, da Rússia, e Hugo Chávez, da Venezuela, na categoria dos novos semitiranos. Eles chegaram ao poder pela democracia, mas depois a torceram para servir a seus projetos de poder. O interessante é que em nenhum momento adotam uma medida que configure um rompimento muito claro com a legalidade e gozam, na maior parte do tempo, de amplo apoio popular.

Desde Platão sabemos que a democracia é manipulável por demagogos. Só que, enquanto o ateniense ainda podia sonhar com uma oligarquia comandada por reis-filósofos com acesso direto à Verdade, nós não podemos nos dar a esse luxo.

O melhor meio de evitar os semitiranos é consolidar as estruturas da democracia que visam a impedir que alguma instância de poder se sobreponha sobre as demais. Isso significa que precisamos de um Legislativo forte, um Judiciário independente e alternância do poder, para que nenhum grupo político se perpetue no comando de nenhuma das instituições. Se o governo do AKP tivesse sido despachado pelo eleitor uma ou duas legislaturas atrás, Erdogan seria hoje descrito como um estadista
Herculano
30/07/2016 07:54
HABEAS CORUPUS PREVENTIVO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Diante do amplo elenco de ilicitudes de que Lula é suspeito de ter praticado desde que assumiu a Presidência em 2003, a tentativa de ocultar a propriedade de imóveis como o de Atibaia é café pequeno.

Se Lula da Silva for preso proximamente pela Polícia Federal, não importa por qual motivo, parecerá ao mundo que é vítima de retaliação pelo fato de ter "denunciado" o Estado brasileiro ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo "abuso de poder" que teria sido praticado contra ele pelo juiz federal Sérgio Moro e pelos procuradores da Operação Lava Jato. Pois foi certamente por esse motivo esperto ?" a garantia de uma espécie de habeas corpus preventivo com aval internacional ?" que o chefão do PT foi apresentado como vítima de perseguição política. No mesmo dia, a Operação Lava Jato tornou público um laudo pericial da Polícia Federal que revela a existência de fortes indícios de que o casal Lula-Marisa Letícia tenha dado instruções específicas aos encarregados de realizar a instalação de uma "cozinha gourmet", no valor de R$ 252 mil, no aprazível sítio de Atibaia que ambos negam veementemente ser de sua propriedade. E, no dia seguinte, Lula da Silva tornou-se réu, acusado de obstrução da Justiça.

Diante do amplo elenco de ilicitudes de que Lula é suspeito de ter praticado desde que assumiu a Presidência em 2003, a tentativa de ocultar a propriedade de imóveis como o de Atibaia é café pequeno. Não se compara à responsabilidade que lhe é atribuída, por óbvia, de ser o chefe da quadrilha que por mais de uma década aparelhou o Estado, cooptou aliados a peso de ouro e assaltou os cofres públicos, especialmente os das empresas estatais, com o objetivo de perpetuar um projeto de poder e enriquecer políticos, funcionários públicos e empresários inescrupulosos.

Alegam os filopetistas, de modo especial os intelectuais e artistas que gostam de parecer paladinos da justiça social, que o lulopetismo inaugurou uma era de conquistas populares e de desenvolvimento econômico, e que para fazê-lo teve de se submeter ao constrangimento de alianças indesejáveis, mas necessárias ao ato de governar. Ou seja: os fins justificam os meios. Mas o que na verdade resultou provado com o catastrófico desenlace da aventura lulopetista é que os meios explicam o fim do sonho de um projeto de poder que pode ter até nascido com as melhores intenções, mas que ao longo do caminho se deixou perder pela soberba, pela incompetência e pela corrupção.

Hoje, os brasileiros sofrem com o legado de desesperança que receberam de Lula e de sua desafortunada sucessora. Depois de ter frustrado todas as expectativas criadas por um perverso populismo que dividiu o País entre "nós" e "eles", Lula vê agora frustrada sua própria expectativa de ter repouso virginal no panteão dos grandes heróis internacionais das causas populares. E reage com a mesma falta de escrúpulos que o levou aos descaminhos da moralidade na tentativa de se safar das consequências legais de seus trambiques. Pouco se lhe dá se, assim procedendo, enxovalha a imagem do Brasil no principal foro político internacional. Pois, recorrendo ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, Lula pode querer denegrir o juiz Moro, mas o que de fato faz é tentar comprometer o Estado brasileiro, insinuando que suas instituições são inermes diante do arbítrio de um funcionário. Com essa atitude mendaz, Lula quer fazer crer ao mundo que a Lava Jato transformou o País numa republiqueta refém do "abuso de poder" de uma autoridade judicial que peca pela "clara falta de imparcialidade" e se dedica a sucessivos "atos ilegais" movida pela obsessão de condená-lo.

Esse é o inescrupuloso estilo lulopetista de se safar de dificuldades: atirar para todos os lados, não importa quem possa ser atingido. É assim que Lula e sua tigrada se têm comportado desde o início do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, acionando suas relações nos círculos e foros esquerdistas internacionais para veicular a versão de que o Brasil está sendo vítima de um "golpe".

É improvável que a "denúncia" de Lula progrida. Entre outros motivos, porque antes de o Comitê da ONU se manifestar sobre a petição, será necessário que Lula prove ter esgotado todos os recursos legais no Brasil para se livrar do "abuso de poder". E mesmo que se configure a improvável hipótese de que a "denúncia" seja aceita para julgamento, a análise do processo pode se estender por cerca de dois anos. Para Lula, isso pouco importa. O que ele quer é manter a Polícia Federal longe de sua porta
Herculano
30/07/2016 07:47
POR QUE É TÃO DIFÍCIL PARA OS DIRIGENTES DA OLIMPÍADAS PEDIR DESCULPAS, por mariliz pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo.

Agora que todo mundo parece ter feito as pazes, que o prefeito do Rio, Eduardo Paes, teve de se desculpar por ter dito que colocaria um canguru na entrada do alojamento dos australianos, e os presenteou com a chave da cidade, fica a pergunta: por que é tão difícil para os dirigentes da Olimpíada assumir os problemas, os erros e pedir desculpas?

Falta saber se as delegações que bancaram a finalização das obras de seus alojamentos, como EUA, Itália e Holanda, também mereceram tamanha generosidade do prefeito, de algum representante da Rio-2016 ou do Comitê Olímpico Internacional (COI). É o mínimo.

Para tudo tem explicação. Mas em nenhum momento se assume culpa, incompetência, má gestão em relação às reclamações. Porque é disso que estamos falando. Há um ano, 85% da Vila Olímpica estava pronta, segundo os responsáveis. O que aconteceu de lá pra cá pra que as delegações encontrassem os apartamentos com problemas de encanamento, gás e eletricidade, além de entulho e sujeira?

Para o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a culpa é dos australianos, que apareceram antes do previsto. Sempre tem alguém culpado, menos os verdadeiros culpados. "A Austrália chegou um pouco mais cedo e resolveu entrar da forma como estava", disse. Errado, ministro. A delegação chegou exatamente na data prevista.

Tem mais desculpa esfarrapada. O presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, tentou minimizar o vexame, disse que é "normal" ter reparos em casa. "Todos nós temos problemas em casa. Muitas vezes é elétrico, bombeiro, torneiro." É pra rir ou pra chorar? E foi além: "Em todas as Vilas Olímpicas, em todos os Jogos, aconteceu isso [necessidade de ajustes]".

Bastou essa declaração para um festival de reportagens dar voz a essa bobagem. Primeiro, porque o fato de ter havido problemas em outras Olimpíadas não invalida as reclamações de agora. Parece coisa de jardim de infância. Eu fiz, mas eles também.

Segundo, porque a comparação é rasteira. Entre os exemplos, estão uma pane nos computadores, em Atlanta, e um problema de fornecimento de água num café da Vila Olímpica, em Londres.

Essa postura prepotente e arrogante de encarar críticas com cinismo, relativismo ou ataques é nossa velha conhecida. Os dirigentes da Olimpíada parecem não ter entendido duas coisas. A primeira é que são anfitriões do evento, e devem tratar seus convidados com gentileza e cordialidade. Se você dá uma festa, e a comida provoca infecção alimentar nos convidados, é seu dever dar assistência, além de pedir desculpas de joelhos.

A segunda é que não adianta colocar a culpa na imprensa pelo noticiário negativo. Uma fonte ligada à prefeitura afirmou que a reclamação constante é que um dos problemas seria o mau humor e o pessimismo da Folha e a torcida contra de jornalistas.

O problema é a imprensa, e não a imundice da baía e das lagoas, a falta de compromisso com as promessas olímpicas, os problemas nos alojamentos, os furtos, a quadra de vôlei de praia com pedras, as ruas com esgoto a céu aberto nos arredores, o transporte e a segurança.

É muito mais fácil jogar o problema no colo dos outros do que assumir responsabilidades e pedir desculpas.
Herculano
30/07/2016 07:36
A CHANCHE DE UMA PRODUTIVA REFORMA POLÍTICA, editorial do jornal O Globo

Com a proibição das doações de empresas, partidos começam a apoiar medidas que reduzam o número de legendas no Congresso, algo positivo para a democracia

Independentemente do seu resultado, o pleito municipal de outubro ficará marcado na história pelo elevado nível de judicialização. Em face da proibição de contribuição financeira oriunda de pessoas jurídicas, candidatos e partidos, todos, estarão previamente sob suspeita.

STF e Câmara convergiram nessa iniciativa, que, a pretexto de moralizar as eleições ?"e evitar práticas que a Lava Jato exibiu em profusão?", acabará por operar o oposto: a propagação daquelas distorções.

As fontes de financiamento vigentes são três: o fundo partidário, a cessão de horário gratuito no rádio e na TV e as doações de pessoas físicas.

Quanto à primeira, é insuficiente para as exigências de uma campanha, pois atende, em regra, a manutenção da estrutura partidária.

A segunda cobre precariamente a apenas um quesito da campanha, a propaganda. Com 35 partidos, a visibilidade dos milhares de candidatos será sempre insuficiente. Nada substituirá, como jamais substituiu, o corpo a corpo com o eleitor, que, num país-continente, adquire muitas vezes a dimensão de um empreendimento épico.

Quanto à terceira, o financiamento restrito a pessoas físicas, em até 10% de sua renda declarada, não tem raízes na tradição política brasileira. O eleitor não tem essa prática, nem essa cultura ?"nem muito menos meios. A população, para além dos 12 milhões de desempregados, é pobre e mal dispõe para seu próprio sustento. E ainda: com tantos partidos e candidatos, as eventuais contribuições serão pulverizadas. O que teremos então? De um lado, o favorecimento de candidatos ricos, autofinanciáveis, variações caboclas de Donald Trump; de outro, os que têm apoio de corporações ?"sindicatos, ONGs etc.

Impossível ignorar que, entre os inúmeros temas a serem tratados numa reforma eleitoral, é preciso priorizar a aprovação de uma cláusula de desempenho partidário (como forma de assegurar a própria governabilidade em todas as esferas) e o fim das coligações para as eleições realizadas sob o sistema proporcional (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais).

Isso sem olvidar, por outro lado, a necessidade de rediscussão do financiamento da política, estabelecendo regras objetivamente claras para permitir, mediante condicionantes e limites legalmente definidos, as doações de pessoas físicas e jurídicas.

Enquanto a discussão desses temas ?"os quais reputo como os mais importantes da reforma eleitoral?" for adiada pelo Congresso, veremos alguns expedientes nem previstos em lei, como é o caso da cobrança, pelo PT, de um percentual do salário de funcionários comissionados. Sendo certo que, depois de mais de 13 anos no poder ?"e tendo aparelhado as máquinas administrativas sob seu comando?", dispõe a agremiação de um contingente contributivo que os demais partidos não têm.

O mesmo se diga em relação à modalidade, inaugurada por José Dirceu para pagar sua multa no mensalão e recém-adotada por Dilma Rousseff, a pretexto de financiar viagens aéreas: pedir dinheiro pela internet. Os crowdfunding, nome dado a essa modalidade contributiva, são geralmente usados para bancar trabalhos artísticos, ações de voluntariado, pequenos negócios e coisas afins. Não há precedentes de seu uso em campanhas eleitorais, o que é preocupante por não haver regulamentação nem meios de controlar a fidelidade de sua origem.

Em todas essas modalidades, há amplo espaço para fraudes ?"as conhecidas e as inéditas: caixa dois, uso de CPFs de sindicalizados e de membros de ONGs para diluir contribuições graúdas e dar-lhes aparência de individuais, além, claro, da vaquinha digital.

Persiste o fato de que não se faz campanha sem verba - e, havendo campanha, verba há de haver. A transparência continua sendo uma meta, fora do alcance. E o único ganho será demonstrar o quão inútil é apelar a lances de ilusionismo ético. Além de aético, um desserviço ao eleitor.
Herculano
30/07/2016 07:32
da série: a resistência às mudanças. Desde o Partido Comunista até o mais à direita, o chororô e as balelas argumentativas sempre são as mesmas

CANDIDATOS ESTARÃO PREVIAMENTE SOB SUSPEITA NESTAS ELEIÇÕES, por Ronaldo Caiado, senador do DEM por Goiás, no jornal Folha de S. Paulo

Independentemente do seu resultado, o pleito municipal de outubro ficará marcado na história pelo elevado nível de judicialização. Em face da proibição de contribuição financeira oriunda de pessoas jurídicas, candidatos e partidos, todos, estarão previamente sob suspeita.

STF e Câmara convergiram nessa iniciativa, que, a pretexto de moralizar as eleições - e evitar práticas que a Lava Jato exibiu em profusão -, acabará por operar o oposto: a propagação daquelas distorções.

As fontes de financiamento vigentes são três: o fundo partidário, a cessão de horário gratuito no rádio e na TV e as doações de pessoas físicas.

Quanto à primeira, é insuficiente para as exigências de uma campanha, pois atende, em regra, a manutenção da estrutura partidária.

A segunda cobre precariamente a apenas um quesito da campanha, a propaganda. Com 35 partidos, a visibilidade dos milhares de candidatos será sempre insuficiente. Nada substituirá, como jamais substituiu, o corpo a corpo com o eleitor, que, num país-continente, adquire muitas vezes a dimensão de um empreendimento épico.

Quanto à terceira, o financiamento restrito a pessoas físicas, em até 10% de sua renda declarada, não tem raízes na tradição política brasileira. O eleitor não tem essa prática, nem essa cultura ?"nem muito menos meios. A população, para além dos 12 milhões de desempregados, é pobre e mal dispõe para seu próprio sustento. E ainda: com tantos partidos e candidatos, as eventuais contribuições serão pulverizadas. O que teremos então? De um lado, o favorecimento de candidatos ricos, autofinanciáveis, variações caboclas de Donald Trump; de outro, os que têm apoio de corporações ?"sindicatos, ONGs etc.

Impossível ignorar que, entre os inúmeros temas a serem tratados numa reforma eleitoral, é preciso priorizar a aprovação de uma cláusula de desempenho partidário (como forma de assegurar a própria governabilidade em todas as esferas) e o fim das coligações para as eleições realizadas sob o sistema proporcional (vereadores, deputados estaduais, distritais e federais).

Isso sem olvidar, por outro lado, a necessidade de rediscussão do financiamento da política, estabelecendo regras objetivamente claras para permitir, mediante condicionantes e limites legalmente definidos, as doações de pessoas físicas e jurídicas.

Enquanto a discussão desses temas ?"os quais reputo como os mais importantes da reforma eleitoral?" for adiada pelo Congresso, veremos alguns expedientes nem previstos em lei, como é o caso da cobrança, pelo PT, de um percentual do salário de funcionários comissionados. Sendo certo que, depois de mais de 13 anos no poder ?"e tendo aparelhado as máquinas administrativas sob seu comando?", dispõe a agremiação de um contingente contributivo que os demais partidos não têm.

O mesmo se diga em relação à modalidade, inaugurada por José Dirceu para pagar sua multa no mensalão e recém-adotada por Dilma Rousseff, a pretexto de financiar viagens aéreas: pedir dinheiro pela internet. Os crowdfunding, nome dado a essa modalidade contributiva, são geralmente usados para bancar trabalhos artísticos, ações de voluntariado, pequenos negócios e coisas afins. Não há precedentes de seu uso em campanhas eleitorais, o que é preocupante por não haver regulamentação nem meios de controlar a fidelidade de sua origem.

Em todas essas modalidades, há amplo espaço para fraudes ?"as conhecidas e as inéditas: caixa dois, uso de CPFs de sindicalizados e de membros de ONGs para diluir contribuições graúdas e dar-lhes aparência de individuais, além, claro, da vaquinha digital.

Persiste o fato de que não se faz campanha sem verba ?"e, havendo campanha, verba há de haver. A transparência continua sendo uma meta, fora do alcance. E o único ganho será demonstrar o quão inútil é apelar a lances de ilusionismo ético. Além de aético, um desserviço ao eleitor.
Herculano
30/07/2016 07:24
O BRASIL NAS RUAS AMANHÃ

Na semana em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, vai um comitê da ONU, para constranger juízes, promotores e policiais federais, bem como declarar que aqui no Brasil a Justiça é uma farsa porque está questionando o PT; na semana em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se tornar réu por exatamente obstruir a Justiça e não pelo juiz Sérgio Moro que Lula quer que morra para ser exemplo de como não se deve mexer com o poder do PT, na semana em que a Polícia Federal prova de que as obras do sítio de Atibaia e do apartamento do Guarujá que Lula e o PT negam ele possuir, foram comandadas pelo próprio Lula com dinheiro sujo das empreiteiras, o povo vai às ruas.

É amanhã.

Em Gaspar, governada pelo PT há oito anos e que agora diz ser este um problema de Brasília e não daqui onde o partido na propaganda eleitoral argumenta ser "bem diferente", todavia, todos ficarão em casa. Todos em silêncio. O PT está batendo palmas. Nem um buzinaço diante da inércia, preguiça e desculpas para a falta de mobilização popular.

Em Gaspar, este tipo de manifestação tem sido aos soluços e trancos. Iniciou boa aderência. Teve participação de políticos candidatos que até alugaram um caminhão para ser palanque e disfarçadamente dar voz a eles. Como foram impedidos de serem os artistas deste picadeiro, trataram de fazer o que sempre fizeram: foram boicotando as iniciativas seguintes até minguar.

O Movimento Brasil Livre, de Paulo Filippus, e outros tomaram à frente. Renasceu. Agora é o próprio Filippus que pula fora e aponta duas razões. A primeira totalmente aceitável e ética: a de que é candidato a vereador e não poderia advogar uma causa comum, em própria. A segunda, todavia, revela a face mais imprópria do coletivo: a de que o seu MBL não aderiu nacionalmente às manifestações do dia 31, que foram convocadas pelo Vem Prá Rua e outros movimentos menores.

Ou seja, os brasileiros, até para se manifestarem por transparência, contra a corrupção e o roubo dos pesados impostos que estão faltando na saúde pública, educação, segurança obras de infraestrutura, estão nas mãos de facções. Se uma não quer, ou não se anima, parte do movimento de mudar o Brasil pára. Vergonha. O PT de Gaspar, agradece esta disputa idiota e hipócrita. Acorda, Gaspar!
Herculano
30/07/2016 07:04
QUAL PREVIDÊNCIA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Quando se caminha dos embates retóricos rumo a propostas concretas de reforma da Previdência Social, uma primeira constatação é que há não apenas uma, mas diversas previdências a reformar.

Assalariados com carteira assinada submetem-se a um regime geral que prevê aposentadorias por idade (65 anos para homens e 60 para mulheres), por tempo de contribuição (35 ou 30 anos, conforme o gênero) ou pela soma das duas condições (95 ou 85 anos).

Tais possibilidades incluem o Brasil num diminuto grupo de 13 países que autorizam a concessão do benefício sem critério de idade mínima, conforme estudo publicado pelo Ipea. Celetistas, entretanto, não terão dificuldade em apontar privilégios nas demais categorias.

Trabalhadores rurais podem aposentar-se cinco anos mais cedo, quase sem exigência de contribuições comprovadas, em modelo assemelhado à assistência social.

Entre funcionários públicos, dos quais se exige idade mínima de 55 (mulheres) ou 60 anos (homens), a grande maioria ainda tem direito a benefícios equivalentes aos salários da ativa, ou de valor próximo. Novos servidores civis perderam tal regalia; militares, não.

Na soma das partes, tem-se um sistema ao mesmo tempo iníquo e perdulário. Em comum, todos os regimes ?"e suas dezenas de regras e modalidades especiais?" demandarão recursos crescentes da sociedade para despesas não cobertas pelos aportes dos segurados.

Só no ano passado, a previdência rural contabilizou deficit de astronômicos R$ 91 bilhões; a dos servidores federais civis, de R$ 40 bilhões; a dos militares, de R$ 32,5 bilhões. No regime ainda superavitário dos celetistas urbanos, o saldo despencou de R$ 25,3 bilhões para R$ 5,1 bilhões.

Não espanta que o governo, sem ter mais como procrastinar uma reforma, incline-se pela unificação das normas previdenciárias. Esboçou-se a proposta no início do ano, ainda sob a presidente Dilma Rousseff (PT), hoje afastada, e a equipe do interino, Michel Temer (PMDB), agora a retoma.

Os objetivos não se limitam à correção de injustiças. A imposição a homens e mulheres, nos setores público e privado, de uma idade mínima condizente com a expectativa de vida nacional sustaria a sangria das aposentadorias precoces. Além disso, a cobrança de contribuições do setor agrícola daria alento às receitas.

Do ângulo político, o risco é desagradar a todos ao mesmo tempo - num país em que, como mostrou pesquisa Datafolha, a maioria almeja aposentar-se aos 60 anos.
Almir Ilhota
29/07/2016 22:09
Quinze mil? quem ganha quinze mil? Fala o nome aí que veremos se voce fala a verdade, ou se é apenas mais uma das tantas mentiras que voces tanto costumam falar...
Sidnei Luis Reinert
29/07/2016 19:54
ONU: Sobre o factóide jurídico-globalitário cometido por Luiz inácio Lula da Silva em apelar à Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas contra o juiz Sérgio Moro e a Força Tarefa da Lava Jato...

FECHARAM O STF? DEMITAM OS 11 TOGADOS SE NÃO REPUDIAREM O ATO MOLUSCO!!
Herculano
29/07/2016 19:50
RÉU, LULA ENTRA NA FAXINA DA ERA PT COMO DETRITO, por Josias de Souza

Prestes a ser confirmado pelo Senado, o impeachment de Dilma Roussef marca o fim da era petista no poder federal ?"uma época que acaba com exames de consciência e uma tentativa de faxina. Convertido em réu pela primeira vez num processo relacionado à Lava Jato, Lula entra nesse pedaço da história brasileira como detrito.

Suprema ironia: um dia depois de recorrer ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sérgio Moro, Lula foi enviado ao banco dos réus por outro magistrado. O doutor Ricardo Leite, de Brasília, aceitou a denúncia em que a Procuradoria da República acusa Lula, o senador cassado Delcidio Amaral e outras cinco pessoas de tentar sabotar a Lava Jato comprando o silêncio do delator Nestor Cerveró por R$ 250 mil.

Esse pedaço do escândalo ficou em Brasília graças ao empenho da defesa de Lula para desmembrar a Lava Jato, afastando-a da mesa de Moro. O petismo soltou fogos quando o ministro Teori Zavaschi, relator do caso no STF, decidiu manter na Capital esse naco do inquérito. Deu chabu. A exemplo do que já sucedeu com partes do processo enviadas para outras praças, juízes de São Paulo e do Rio parecem acometidos de uma espécie de 'efeito Moro'. Tomam decisões draconianas uma atrás da outra.

Para que outra época comece, a faxina é fundamental. É preciso recolocar o abajur em pé, desentortar a vara do trombone e certificar-se de que o governo de Michel Temer não continuará tentando esconder peemedebistas sujos sob o tapete. Dessa limpeza depende a qualidade da democracia brasileira.

Lula amou a democracia até o capítulo que estipulava que um ex-operário também pode chegar à Presidência da República. Passou a abominar o sistema depois que o Brasil se deu conta de que numa democracia plena todos são iguais perante a lei. Tratado como detrito e já meio farto de tanta democracia, Lula agora se queixa à ONU dos alegados excessos da "República de Curitiba".
Sidnei Luis Reinert
29/07/2016 19:48
Escola sem censura
SÃO PAULO, 29 DE JULHO DE 2016 ÀS 08:45 POR OLAVO DE CARVALHO

O nome "Escola Sem Partido" evoca o isentismo hipócrita que os jornais brasileiros encarnam tão bem, que só serve à esquerda e que ainda dá a ela a chance de acusar os adversários de querer praticá-lo

http://dcomercio.com.br/categoria/opiniao/escola_sem_censura
Flavio de Souza
29/07/2016 18:13
Almir Ilhota tu é mesmo um mau informado, o que o Daniel vetou agora foi o reajuste anual que todos servidores da câmara tem direito de receber anualmente, aquele que tu como servidor do Daniel também tem direito.
Daniel deveria de explicar porque tem um apadrinhado dele que ganha 15 mil reais por mês e tem descontado 14 mil.
Daniel também deveria de explicar onde estão os tubos que ele pagou?
Herculano
29/07/2016 17:19
E AGORA? LULA, DELCÍDIO E MAIS 5 VIRAM RÉUS SOB ACUSAÇÃO DE OBSTRUIR LAVA JATO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Márcio Falcão, da sucursal de Brasília. A Justiça Federal no Distrito Federal recebeu denúncia e transformou em réus o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio do Amaral e mais cinco pessoas por tentativa de obstrução da Lava Jato.

Eles são acusados de participar de uma trama para comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Essa é a primeira denúncia recebida pela Justiça contra o ex-presidente Lula, que também é alvo de investigação do juiz Sergio Moro, do Paraná, por suspeita de ter sido beneficiado por empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

A decisão foi tomada na quinta-feira (28) pelo juiz Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, que também recebeu a acusação contra o pecuarista José Carlos Bumlai, seu filho, Maurício Bumlai, o banqueiro André Santos Esteves, Diogo Ferreira Rodriguez, ex-assessor de Delcídio, e Edson Siqueira Ribeiro Filho, que atuou na defesa de Cerveró.

Segundo Leite, a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal tem os requisitos mínimos para a abertura de ação penal.

"Pela leitura dos autos, observo a presença dos pressupostos processuais e condições da ação (incluindo a justa causa, evidenciada pelas referências na própria peça acusatória aos elementos probatórios acostados a este feito), e que, a princípio, demonstram lastro probatório mínimo apto a deflagrar a pretensão punitiva proposta em juízo", escreveu.

Lula, o pecuarista e Maurício Bumlai são acusados de embaraço à investigação (pena de 3 a 8 anos). Delcídio, Diogo e Edson são acusados além de obstrução e por exploração de prestigio (pena de 1 a 5 anos) e patrocínio infiel (6 meses a 3 anos). Esteves foi acusado de embaraço e exploração de prestígio.

O caso veio à tona no final de 2015 quando Delcídio, então líder do governo Dilma no Senado, acabou preso após ser gravado em uma conversa na qual ofereceu auxílio financeiro para evitar a colaboração premiada de Cerveró. A ideia seria evitar que fossem delatados pelo ex-diretor. Segundo a Procuradoria, eles teriam atuado para comprar por R$ 250 mil o silêncio de Cerveró.

A denúncia tramitava inicialmente no STF (Supremo Tribunal Federal) porque Delcídio tinha foro privilegiado. Mas ele acabou cassado pelo Senado após se tornar delator da Lava Jato e o inquérito foi enviado para a Justiça Federal no DF.

A PGR afirmou que Lula "impediu e ou embaraçou investigação criminal que envolve organização criminosa, ocupando papel central, determinando e dirigindo a atividade criminosa praticada por Delcídio do Amaral, André Santos Esteves, Edson de Siqueira Ribeiro, Diogo Ferreira Rodrigues, José Carlos Bumlai, e Maurício de Barros Bumlai".

Os investigadores analisaram e-mail, extratos bancários, telefônicos, passagens aéreas e diárias de hotéis.

A afirmação de Janot foi confirmada pelo procurador Ivan Cláudio Marx na ratificação da denúncia feita na Justiça Federal no DF.

"Delcídio do Amaral, como representante do governo no Senado, não exercia a chefia do esquema criminoso. E, pelo menos nessa atividade de obstruir as investigações contra a organização criminosa, Delcídio aponta Lula como sendo o chefe da empreitada", escreveu o procurador.

E complementou: "Aqui, a narrativa de Delcídio se demonstrou clara, plausível e, ainda, corroborada pela existência das reuniões prévias que realizou com Lula antes de Bumlai passar a custear os valores destinados a comprar o silêncio de Cerveró".

PASSOS

Agora, o juiz deu 20 dias para que os advogados apresentem as defesas dos sete acusados, poderão apresentar documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas. Depois começa a fase de instrução do processo, com depoimentos de testemunhas de defesa e acusação. Na sequência, os acusados também falarão à Justiça, antes do juiz decidir se condena ou não os réus.

JUIZ

A denúncia foi aceita pelo juiz Ricardo Leite, que protagonizou polêmica na Operação Zelotes ?"que apura esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), órgão responsável por julgar os autos de infração da Receita.

Ele foi alvo de um embate com procuradores que o acusaram de atrapalhar o caso e entraram com uma ação pedindo que ele deixasse a operação porque várias decisões judiciais dificultaram a obtenção de provas.

OUTRO LADO

Em nota, a defesa do ex-presidente Lula disse que ainda não foi notificada, mas que apresentará defesa e "ao final, sua inocência será certamente reconhecida".

"Lula já esclareceu ao Procurador Geral da República, em depoimento, que jamais interferiu ou tentou interferir em depoimentos relativos à Lava Jato. A acusação se baseia exclusivamente em delação premiada de réu confesso e sem credibilidade - que fez acordo com o Ministério Público Federal para ser transferido para prisão domiciliar", escreveram os advogados.

"Lula não se opõe a qualquer investigação, desde que realizada com a observância do devido processo legal e das garantias fundamentais", completaram.

A defesa de André Esteves afirmou que ele não cometeu nenhuma irregularidade. Segundo o advogado do banqueiro, Antônio Carlos de Almeida Castro, há contradições na denúncia que aponta a participação dele no financiamento dessa trama.

"É uma enorme injustiça o André Estever ter que enfrentar uma ação penal. Vamos fazer a defesa técnica e ele será inocentado. A instrução do processo já inocentou o André. A defesa terá pouco trabalho", disse Kakay.

A defesa de José Carlos Bumlai tem negado acusações.
Almir Ilhota
29/07/2016 15:16
Vereadores de Ilhota tentam aumento no salário novamente, mas o Prefeito Daniel Bosi VETA novamente! Kkkkkkkk
Herculano
29/07/2016 12:45
ONU: CASO DE LULA PODE LEVAR "PELO MENOS 2 ANOS" PARA SER CONCLUÍDO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fábio Motta. A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que recebeu a denúncia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra o Brasil, mas alertou que o processo pode levar "pelo menos dois anos" para ser concluído, já que existe uma fila de casos pendentes de mais de 500 outras pessoas.

A denúncia foi apresentada ao Comitê de Direitos Humanos.

"Os funcionários do escritório da ONU vão examinar a petição, fazer um resumo legal e enviar aos membros do Comitê para que avaliem", informou a assessoria de imprensa da ONU. "Membros vão decidir se o caso pode ser registrado", indicou.

Um dos critérios será se "todas as vias legais domésticas foram esgotadas". Se for registrado, o caso entra como os pendentes no Comitê.

A entidade se reúne três vezes por ano, para analisar cerca de 40 casos a cada encontro. Existe a possibilidade de que um caso ganhe prioridade, mas somente se for de expulsão de um país ou alguém que esteja no corredor da morte.

Petição

Lula encaminhou ao Comitê de Direitos Humanos da ONU um recurso para tentar barrar ações que considera como "abuso de poder" do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato.

Na petição, os advogados de Lula dizem haver "clara falta de imparcialidade" nas investigações e classificam como "atos ilegais" a gravação e divulgação de conversas privadas de Lula com a presidente afastada Dilma Rousseff, além da condução coercitiva do ex-presidente para um depoimento.
Herculano
29/07/2016 12:41
JUÍZES REPUDIAM PETIÇÃO DE LULA À ONU, por Frederico Vasconcelos

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) divulgou nota em que repudia a representação do ex-presidente Lula à ONU, peça que denuncia o juiz federal Sergio Moro e os procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato sob a alegação de "falta de imparcialidade" e "abuso de poder".

" É inadmissível a utilização de quaisquer outros meios, que não os legais e constitucionalmente estabelecidos, para tentar inibir o trabalho de agentes públicos no desempenho de suas funções", afirma a AMB, que vê na iniciativa "mais uma manobra para tentar intimidar os juízes brasileiros".

***

Eis a íntegra da manifestação:

A Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) manifesta repúdio à petição encaminhada pelo ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, ao Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) na qual denuncia o juiz Sergio Moro e os procuradores da República que atuam na Operação Lava Jato por "falta de imparcialidade" e "abuso de poder."

Para a entidade, a Corte Internacional não deve ser utilizada para constranger o andamento de quaisquer investigações em curso no País e, principalmente, aquelas que têm como prioridade o combate à corrupção. A AMB vê com perplexidade as diversas tentativas de paralisar o trabalho da Justiça brasileira.

O Brasil possui órgãos constituídos de controle interno e externo para acompanhar o trabalho desempenhado pela magistratura. É inadmissível a utilização de quaisquer outros meios, que não os legais e constitucionalmente estabelecidos, para tentar inibir o trabalho de agentes públicos no desempenho de suas funções.

A AMB reitera sua preocupação, externada em diversas oportunidades, às reiteradas manobras para intimidar a atividade desempenhada pelos juízes brasileiros. O juiz Sergio Moro é exemplo e tem sido alvo recorrente de grande pressão por sua importante atuação na Operação Lava Jato.

O fato reforça a relevância da imediata rejeição ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 280/2016 que tipifica como crime por abuso de autoridade diversos atos comuns no curso de investigações.

Para a AMB o texto é uma clara tentativa de amordaçar a magistratura brasileira. Nas entrelinhas, o projeto prevê uma série de penalidades para tentar paralisar juízes e juízas, além de procuradores e policias, por desempenharem o seu ofício como determina a legislação. Tal texto, se já estivesse consolidado em lei, jamais tornaria possível uma operação investigativa como a Lava Jato.

O País e toda a sociedade precisam estar atentos aos ataques contra o Poder Judiciário, para que tal absurdo não avance no Congresso Nacional, com o único objetivo de favorecer investigados e envolvidos em grandes casos de corrupção.

Por fim, a AMB destaca a importância de um Judiciário forte e independente e alerta que qualquer movimento contrário será um retrocesso contra a transparência e a resposta que o povo brasileiro espera no combate à corrupção.
Eduardo Linhares
29/07/2016 10:46
Caro Papa Bagre, que sirva de exemplo para nós que carinha bonita e pouca idade nao pode ser considerado renovaçao politica em lugar nem no mundo. Um cidadão que nunca consegui manter nada que ganhou do pai, este que para se formar teve mas da metade da faculdade paga com o dinheiro de nossos pesados impostos, porque um iluminado de um prefeito concedeu uma bolsa de estudo.Nao poderia estar a frente dw nada.
Miguel José Teixeira
29/07/2016 10:43
Senhores,
O documento com alegações finais da defesa da presidente Dilma Rousseff, apresentado no Senado, recebeu o número 171. . .
O mesmo que identifica o estelionato no Código Penal. Eu, hein...como diria o "Esculhambador Geral da República": piada pronta!
Miguel José Teixeira
29/07/2016 10:17
Senhores,

"Tentar fazer campanha como antigamente é um risco para a candidatura. As regras mudaram, os canais mudaram e os eleitores mudaram."

Doações proibidas, outra eleição em jogo

Correio Braziliense, hoje
Marcelo Vitorino
Professor de marketing político digital pela ESPM e IESB e sócio da Presença Online


Até pouquíssimo tempo atrás, eleição era sinônimo de recursos, mobilização e forma. Bastava ao candidato ter muito dinheiro, contratar muita gente para a rua e ter um programa de televisão bem produzido, para alcançar o eleitor. Não à toa, campanhas eleitorais vitoriosas no Brasil custavam entre 5 e 10 vezes mais do que as derrotadas.

Os recursos arrecadados eram distribuídos entre custos de produção para programas de televisão, pesquisas, materiais de campanha, equipes de rua e apoios para outros candidatos.

Em campanhas majoritárias, a estratégia política consistia em fazer alianças partidárias para obter o maior tempo de televisão possível, dadas as regras de distribuição do tempo de acordo com o tamanho da bancada.

Havia, só no primeiro turno, 45 dias de campanha televisiva. Hoje está limitado a 35 dias, com a proibição do uso de recursos gráficos que transformaram campanhas em peças cinematográficas.

Uma das mudanças mais importantes nas regras eleitorais foi a permissão de o candidato divulgar suas opiniões antes do período eleitoral, por meio de suas redes sociais e sites, com a proibição de pedir votos e também da divulgação de planos de governo.

Com recursos limitados, pouco tempo de televisão e pouco tempo de campanha de rua, a internet passou a ser o foco principal do trabalho de qualquer candidatura que tenha intenção de vencer.

Os elementos que faziam vencedores não mais existem nessa nova realidade. Porém, é preciso ter conhecimento excepcional da internet, suas possibilidades e sua forma de trabalhar, situação que até hoje não foi plenamente vivenciada por quase nenhuma campanha no Brasil.

As campanhas de Obama mostraram o caminho: é preciso investir em coletar leads (informações) dos eleitores e usá-las adequadamente para promover engajamento.

Poucos entenderam o recado. Coletar leads não é a mesma coisa que ter uma página no Facebook bem bacaninha ou ter um aplicativo mobile que somente os parentes do candidato vão baixar.

Coletar leads exige o comprometimento do candidato com bandeiras, com o debate de temas polêmicos e coloca a qualidade do conteúdo em primeiro lugar, muito diferente do que acontecia com as campanhas na televisão, programadas para acertar o tom e a linguagem, apostando no poder de repetição. Quem tem mais de 30 anos vai se lembrar do "Lula lá, brilha uma estrela..."

Simpatizantes e eleitores só entregarão seus e-mails e telefones se sentirem proximidade com as ideias do candidato, encontrarem ambientes tecnológicos amigáveis para fazer esse tipo de interação e forem motivados diariamente.

Claro que esse tipo ambiente deve ser bem construído, com segurança, e ter inteligência de tratamento de dados por trás, o que não o deixa exatamente barato, mas, diante desse novo cenário, o investimento é essencial.

Um ponto importante: usar os dados coletados adequadamente não é a mesma coisa que mandar spam. Obama e o Democratas sabiam disso.

Nos Estados Unidos, os candidatos precisam pagar para anunciar na televisão, logo, arrecadar recursos foi a prioridade do uso da base de dados cadastrada ao longo de 5 anos pelo partido.

Eles sabiam o que estava por trás de cada endereço de e-mail. Se o dono do endereço era homem, se tinha filhos, a que grupo étnico pertencia, onde morava e outras informações.

A comunicação, por meio de envio de mensagens, era feita de forma a parecer pessoal. Criando empatia com o receptor. Nunca houve no Brasil uma campanha que utilizasse tamanha inteligência.

Os políticos brasileiros ficaram impressionados com os feitos dos estadunidenses, mas não se dispuseram a aprender que o fenômeno das campanhas de lá tinham muito mais a ver com planejamento e estratégia do que com o uso de mídia social.

Ter muitos fãs no Facebook é pouco representativo para mobilizar. A legislação eleitoral continua proibindo qualquer tipo de investimento publicitário na web, o que inclui o patrocínio de publicações para fãs. O próprio Facebook alterou sua ferramenta e agora praticamente deixou de exibir publicações de páginas sem patrocínio, praticamente inviabilizando o uso para fins eleitorais.

Não adianta se enganar, os caminhos para candidatos brasileiros passam, em primeiro lugar, por endereços de e-mails e números de celular.

Campanha na web é basicamente tecnologia (boas e confiáveis plataformas), conteúdo (segmentado de acordo com grupos de eleitores) e estratégia (que determina as abordagens e a mistura ideal entre o conteúdo e a tecnologia).

Vejo que muitos pré-candidatos não começaram ainda a trabalhar de olho na mudança do jogo eleitoral. A maioria ainda não entendeu que as condições que conheciam não existem mais.

Tentar fazer campanha como antigamente é um risco para a candidatura. As regras mudaram, os canais mudaram e os eleitores mudaram. O melhor que os candidatos podem fazer é buscar uma equipe qualificada para auxiliá-lo ou preparar a sua equipe para a eleição mais difícil de todos os tempos.


Papa .Bagre
29/07/2016 09:39
O prefeito de Ilhota do Psd é muito encraçado mesmo. Esta sendo processado por ter pago tubos que nunca apareceram. Agora nao quer deixar que o dinheiro que sobra dos vereadores seja usado na saude. Saude que em Ilhota esta na UTI.
Herculano
29/07/2016 08:36
A LUTA PELA BOQUINHA SINDICAL, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

É por essa razão que as principais centrais sindicais do País começam a se organizar para, em conjunto, impedir que o governo do presidente em exercício Michel Temer leve adiante uma necessária reforma trabalhista.

Quando se trata de atravancar qualquer iniciativa que possa significar a modernização e a racionalização das relações de trabalho, os chefões dos sindicatos esquecem até mesmo as mais agudas rivalidades políticas que os separam. Sabem que precisam unir forças para manter inalterada uma situação que confere aos sindicatos um enorme poder e abundantes recursos.

É por essa razão que as principais centrais sindicais do País começam a se organizar para, em conjunto, impedir que o governo do presidente em exercício Michel Temer leve adiante uma necessária reforma trabalhista. A mais recente adesão a esse movimento é a da Central Única dos Trabalhadores (CUT), braço sindical do PT.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, informou que, depois que o processo de impeachment for encerrado, engrossará as fileiras dos que pretendem "negociar" com o governo os termos da reforma ?" em outras palavras, pressionar o Planalto, sob ameaça de infernizar a vida dos brasileiros em geral com greves e piquetes, para manter a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) exatamente como está, como se o País ainda estivesse na década de 40 do século passado.

"Depois que (o impeachment) passar no Senado, nós vamos negociar, com Temer ou com Dilma", informou Freitas, segundo o jornal Valor. Pode-se dizer que tal disposição - ainda que o verbo "negociar", na boca dos capi da CUT, frequentemente tenha o mesmo sentido que "chantagear" - é uma mudança significativa em relação às atitudes dos sindicalistas do PT até aqui. Em primeiro lugar, o líder da CUT admite conversar com Temer, cujo governo a central diz considerar "ilegítimo" e contra quem Vagner Freitas havia prometido mobilizar os trabalhadores para "ir para as ruas entrincheirados, com armas na mão", caso o impeachment avançasse. Agora, ao aceitar "negociar" com Temer, Freitas sinaliza que a CUT reconhecerá o governo do peemedebista, abandonando, na prática, a patacoada segundo a qual está em curso um "golpe" contra a presidente Dilma Rousseff.

No entanto, o que poderia ser sintoma de amadurecimento da CUT nada mais é do que o recorrente oportunismo sindical. Diante da constatação de que as demais centrais sindicais já estão na mesa de negociação com Temer há algum tempo, a CUT parece ter percebido que ficaria isolada, sem nenhuma influência sobre os desdobramentos desse processo, restando-lhe a patética defesa de Dilma, por quem, aliás, os sindicalistas do PT jamais morreram de amores.

Nos cálculos da CUT, portanto, a eventual lealdade que a central ainda pudesse nutrir em relação à governante petista foi preterida pelo mister de preservar seu poder. E isso implica juntar-se a velhos rivais, especialmente a Força Sindical, com quem a CUT disputa espaço desde os anos 90, quase sempre em campos políticos opostos.

Agora mesmo, enquanto a CUT jurava defender Dilma com unhas e dentes, a Força Sindical alinhava-se a Temer. Mas, sendo esse o sindicalismo de resultados, nem tudo é tão simples. Do mesmo modo que a CUT começa a abandonar Dilma, o apoio da Força Sindical a Temer muitas vezes se assemelha a oposição, com direito inclusive a ameaças de greve geral.

Tudo isso porque o governo Temer pretende encaminhar ao Congresso uma proposta de reforma que atualize a CLT, para fazer a legislação acompanhar a modernização tecnológica, que alterou as relações de trabalho, e privilegiar o negociado em relação ao legislado, fortalecendo a negociação coletiva e permitindo que cada setor produtivo encontre as melhores soluções para cada caso.

É claro que uma reforma assim, se levada adiante, pode representar risco para o poder quase imperial que as centrais sindicais exercem sobre o mercado de trabalho. Para essa turma, pouco importa se as mudanças visam a criar mais empregos, pois a preocupação dos sindicatos não é com os 11 milhões de desempregados atualmente no País, e sim com a manutenção de um sistema que lhes dá o monopólio da negociação trabalhista e é sustentado, na marra, pelos assalariados, gente que, ao contrário dos sindicalistas, tem de trabalhar para viver.
Herculano
29/07/2016 08:26
PARA QUE SERVE A HONESTIDADE DE DILMA E LULA?, por Josias de Souza

Parte 1

Munidos de autocritérios, Dilma e Lula se consideram as pessoas mais probas que já conheceram. Em maio, Dilma discursou: "Falam que eu sou uma pessoa dura. Eu não sou uma pessoa dura não. Eu sou honesta, é diferente!'' Em janeiro, Lula já havia se jactado: "Se tem uma coisa de que me orgulho é que não tem, nesse país, uma viva alma mais honesta do que eu." O depoimento de Otávio Marques de Azevedo, mandachuva da Andrade Gutierrez, ao juiz Sérgio Moro suscitou uma indagação singela: para que serve a honestidade de Dilma e Lula?

Qualquer pessoa é capaz de testemunhar o conceito extraordinário que faz de si mesma. Nada mais humano. No entanto, com todo o respeito ao direito de Dilma e Lula de se autoelogiar, o que sobra no final é um conjunto de fatos. E os fatos transformam a honestidade presumida da dupla numa ficção que ajuda a explicar a realidade brasileira - uma realidade marcada por governos corruptos presididos por pessoas presunçosas.

Otávio Azevedo repetiu para Moro o que dissera em delação para a força-tarefa da Lava Jato: em 2008, o grão-petista Ricardo Berzoini, então presidente do PT, pediu propina de 1% sobre todas as obras federais tocadas pela Andrade Gutierrez nos governo petistas - obras do passado, do presente e do futuro. Participaram da conversa Paulo Ferreira, então tesoureiro do PT, e João Vaccari Neto, que assumiria depois a gestão das arcas petistas. Embora considerasse as propinas como mero "custo comercial", incluído no preço final dos empreendimentos, o executivo da construtora espantou-se.

A propina requisitada por Berzoini deveria incidir sobre "todos os projetos federais que a Andrade estaria executando e que já tinha executado de 2003 [quando Lula assumiu seu primeiro mandato] para a frente", contou Otávio Azevedo ao juiz da Lava Jato. "Ou seja, projetos inclusive já terminados. E também dos projetos futuros. Eu realmente estranhei demais a colocação. [?] Fiquei bastante constrangido pelo pedido de 1% de contribuição. Essa reunião foi [?] extremamente desagradável. Foi uma reunião dura."

Depois de um debate interno, a empreiteira cedeu ao assédio do PT. Excluiu do acerto apenas as obras pretéritas. Manteve os canteiros já abertos e os empreendimentos futuros. O acerto vigorou de 2008 até 2014. Nesse período, a Andrade Gutierrez borrifou na caixa registradora do PT algo como R$ 40 milhões em dinheiro surrupiado do Tesouro Nacional por meio da elevação dos preços das obras. Os pagamentos foram feitos em anos eleitorais e também nos anos em que não houve eleições. Segundo o delator, 99% da grana foi entregue ao partido, não aos comitês de campanha.

Afora a propina, a Andrade Gutierrez ainda repassava ao PT as doações convencionais de campanha. Somando-se a "verba vinculada'' às obras e os donativos eleitorais, o PT mordeu a empreiteira em R$ 90 milhões durante seis anos. Otávio Azevedo relatou a Sérgio Moro que, em 2014, o apetite dos coletores da campanha de Dilma foi voraz. Eram dois os cobradores mais incisivos: Giles Azevedo, então secretário-executivo do Gabinete Pessoal de Dilma, e Edinho Silva, tesoureiro do comitê de campanha do PT.
Herculano
29/07/2016 08:26
PARA QUE SERVE A HONESTIDADE DE DILMA E LULA?, por Josias de Souza

Parte 2

"Eles [Giles e Edinho] começaram a pressionar demais para as doações da campanha da presidente Dilma", relatou o mandachuva da Andrade a Sérgio Moro. Noves fora as propinas que vinham sendo pagas ao PT, o comitê de Dilma pedia a bagatela de R$ 100 milhões. "Era muito dinheiro. O meu papel era preserver esse dinheiro e tentar apoiar especialmente quem está ganhando. Apoiar quem vai perder não era o meu objetivo". Em dado momento da campanha, os presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves (PSDB) revelaram-se opções atraentes para a Andrade.

O delator prosseguiu: nas pesquisas, "subia o Eduardo Campos, subia o Aécio, a Dilma começava a ter uma queda. Eu, então, segurei as doações eleitorais, tanto do Aécio quanto da Dilma. Aí eles ligaram." De acordo com o depoimento, Giles Azevedo, na época um dos assessores mais próximos de Dilma, tocou o telefone para um executivo da construtora chamado Flávio Machado.

"O Flávio me ligou preocupado? O Giles tinha ligado para ele dizendo que eu não estava tomando a decisão de apoiar, que isso ia pegar muito mal para a Andrade, que a Andrade não pode fazer isso com a Dilma, que a Dilma era muito amiga nossa." Segundo disse ao juiz, Otávio Azevedo telefonou para Edinho Silva, o tesoureiro da campanha petista. Marcou uma reunião. Além de Edinho, participou João Vaccari, que já havia assumido a tesouraria do PT.

"Qual foi o motivo de eu pedir para o João Vaccari ir? Foi justamente para mostrar para o Edinho que nós tínhamos feito [naquele ano] R$ 15 milhões de doações para o PT." Otávio Azevedo deixou claro nesse encontro que, não fosse o desembolso das propinas exigidas por Berzoini e recolhidas por Vaccari, a Andrade Gutierrez poderia ser mais generosa com as arcas da campanha de Dilma.

Sérgio Moro quis saber do depoente se ele deixou realmente claro na conversa que vinha realizando as tais "doações vinculadas", eufemismo para propinas. "Não só nessa, como numa outra reunião", respondeu o executivo. "Se não houvesse doação vinculada, eu poderia ter doado direto para a campanha da Dilma. Eu quis também jogar com ele [Edinho], no sentido de ele entender que eu estava ali cumprindo obrigações deles próprios, orientações deles próprios desde 2008."

A pressão de Edinho deu resultado. A Andrade Gutierrez doou R$ 10 milhões à campanha de Dilma. No mesmo dia, a empresa efetivou uma doação também para a campanha tucana de Aécio Neves, contou Otávio Azevedo. Edinho Silva não se deu por achado. Em telefonema para o executivo da empreiteira disse que os milhões doados "não eram nada, era um troco." Queria R$ 100 milhões. O interlocutor lhe disse que o limite da construtora para as doações de campanha era de R$ 104 milhões.

O delator reproduziu para Moro o que dissera para o tesoureiro de Dilma: "Nós vamos também apoiar outros partidos. E tem governadores, senadores, deputados. Ele, muito insatisfeito, voltou a ligar para cobrar." Espremido, Otávio Azevedo pediu para se encontrar com Giles Azevedo, o assessor de confiança de Dilma. Edinho também estava presente.
Herculano
29/07/2016 08:25
PARA QUE SERVE A HONESTIDADE DE DILMA E LULA?, por Josias de Souza

Parte 3

"Fui lá para explicar para eles. Falei exatamente a mesma coisa. Falei das doações vinculadas que a gente estava fazendo [para o PT], falei de Belo Monte, me lembro perfeitamente que foi a obra que eu falei com ele com clareza. E os outros projetos federais que nós temos a obrigação de conbtribuir. Cara, nós estamos fazendo demais - R$ 100 milhões?!? Vocês estão doidos."

Nesse ponto do depoimento, Otávio Azevedo revelou que o apetite do PT era maior do que ele poderia supor: "Foi aí que eles falaram: 'ah, nós esperamos que as grandes empresas contribuam com R$ 500 milhões, R$ 600 milhões. Um número gigantesco. Eu disse para eles que talvez pudesse fazer um esforço adicional, mas que não contassem com a Andrade Gutierrez."

A empreiteira repassou para Edinho, antes do primeiro turno da eleição, mais R$ 5 milhões. "E eles novamente acharam horrível: 'Pô, mas só isso?!?' Deixamos passar a eleição. Em meados de outubro, voltei no comitê central deles. Estive de novo com os dois [Giles e Edinho]. Disse que acabou, que não ia fazer. Eles estavam pressionando muito. E nós resolvemos, ainda, fazer mais duas doações ?"uma de R$ 2 milhões e outra de R$ 3 milhões, na véspera da eleição, perto do Segundo turno."

"Mas ainda não acabou", prosseguiu Otávio Azevedo. "No dia 3 de novembro, o Edinho foi me visitar. E pediu mais dinheiro para fechar a campanha. E aí, realmente, não pagamos. E ela já eleita. E nós não contribuímos."

Em seu depoimento, o executivo da Andrade Gutierrez esclareceu que a construtora distribuía dinheiro para ficar bem-posta no conceito do governo. Nesse ponto, Otávio Azevedo aproximou involuntariamente as administrações do PT da famigerada gestão de Fernando Collor. Naquela ocasião, como agora, alguns dos mais respeitados empresários pagaram milhões a P.C. Farias, o coletor de Collor, sabendo que estavam comprando a atenção do governo.

A diferença é que, sob Collor, os empresários foram poupados. Hoje, a oligarquia empresarial frequenta a carceragem de Curitiba e torna-se colaboradora da Justiça. Delatores como Otávio Azevedo empurram para dentro dos autos da Lava Jato fatos que Dilma e Lula não teriam como desconhecer. No comando do PT, Berzoini não teria achacado a Andrade em 2008, nas pegadas do escândalo do mensalão, sem o conhecimento de Lula. Do mesmo modo, o assessor de confiança Giles e o tesoureiro Edinho não fariam com Dilma a descortesia de mantê-la desinformada sobre as mordidas que o PT dava na construtora ?"por cima e, sobretudo, por baixo da mesa.

Repita-se, por oportuno, a pergunta anotada no título da notícia: para que serve a honestidade de Dilma e Lula?
Herculano
29/07/2016 08:10
da série: o que é preferível no poder? ladrões, incompetentes e mentirosos, ou atores, líderes, que tiraram o país do atoleiro econômico e gerou empregos? Os brasileiros preferem os primeiros.

UM ATOR NA CASA BRANCA, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Os candidatos que tentarão a sorte em outubro deveriam parar tudo e assistir à performance de Barack Obama na convenção do Partido Democrata. De saída da Casa Branca, o presidente americano deu uma aula de retórica política ao pedir votos para Hillary Clinton.

Obama subiu ao palco ovacionado como um popstar. Antes de começar o discurso, distribuiu acenos, esbanjou sorrisos e esquentou a plateia com brincadeiras. O semblante bem-humorado combinava com a mensagem que ele queria passar. Depois de oito anos no poder, o presidente foi à Filadélfia com a missão de vender otimismo para eleger a sucessora.

"Estou ainda mais otimista sobre o futuro da América do que jamais estive", disse. Ele enumerou vitrines de sua administração, como a recuperação da economia e a reforma no sistema de saúde. Depois exaltou o "sonho americano" e retomou o mote da esperança, que embalou sua campanha vitoriosa em 2008.

Obama reconheceu que o partido está dividido e pediu aos admiradores do socialista Bernie Sanders que aceitem apoiar Hillary, próxima a banqueiros e grandes empresários. Ele admitiu que a aliada cometeu "erros", mas enalteceu sua qualificação para comandar o governo.

O presidente usou o carisma e o otimismo como armas contra o rival Donald Trump, que disputará sua cadeira pelo Partido Republicano. Ele descreveu o magnata como um político demagogo, que semeia medo e insegurança para colher votos.

Para atrair os republicanos que não gostam de Trump, Obama elogiou Ronald Reagan, o astro de cinema que chegou ao poder em 1981. Disse que o ex-presidente via os EUA como "uma cidade iluminada numa colina", enquanto o milionário vê o país como uma "cena de crime".

A menção a Reagan foi oportuna. Embora tenha deixado muitas promessas pelo caminho, Obama foi o melhor ator a passar pela Casa Branca desde o galã de "O Amor Está no Ar" e "Em Cada Coração um Pecado".
Herculano
29/07/2016 08:06
LULA BUSCA REFÚGIO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Não bastasse a exposição internacional de nossas mazelas proporcionada pela realização da Olimpíada, vem agora o ex-presidente Lula pedir ajuda ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, como se fôssemos um país sem instituições jurídicas independentes, como quaisquer dessas repúblicas de banana em que ele deu pretensas palestras, e onde liderou o lobby em favor de empreiteiras nacionais.

Por feliz coincidência, no mesmo dia em que Lula tenta colocar o país numa situação vexaminosa, mas só conseguiu dar um tiro no próprio pé, uma perícia da Polícia Federal expõe fatos que indicam que o ex-presidente e sua família são os reais proprietários do sítio em Atibaia em que as empreiteiras OAS e Odebrecht fizeram obras orçadas em R$ 1,2 milhão.

Além de, segundo especialistas, não haver o menor sentido em pedir intervenção internacional na soberania brasileira, as decisões do Conselho da ONU são "administrativas e declaratórias", e o mais provável é que o pedido seja recusado sem maiores análises, por impróprio.

Enquanto Lula vai dando demonstrações de que não tem preparo para as adversidades políticas, acumulam-se provas e testemunhos da verdadeira organização criminosa que a Procuradoria-Geral da República diz ser chefiada por ele. Segundo a PGR, a "organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Lula dela participasse".

Em outro ponto, em que pede para que Lula e outras autoridades sejam incluídos no inquérito principal, o procurador-geral, Rodrigo Janot, que, aliás, é acusado por Lula de o perseguir, afirma: "Os diálogos interceptados com autorização judicial não deixam dúvidas de que, embora afastado finalmente do governo, o ex-presidente Lula mantém o controle das decisões mais relevantes".

Os advogados de Lula acusam também o juiz Sérgio Moro de ter como objetivo colocá-lo na cadeia. Nas mensagens interceptadas pela Polícia Federal nas investigações sobre o sítio de Atibaia e o tríplex do Guarujá, o ex-presidente da empreiteira OAS Léo Pinheiro anota que vai abrir dois centros de custo: "1º Zeca Pagodinho (sítio)" e "2º Zeca Pagodinho (praia)", alusão ao tríplex do Guarujá.

O nome dos centros de custo deve ter sido dado devido ao teor etílico dos relatos do engenheiro Paulo Gordilho, que cuidou das obras, sobre seus encontros com Lula para definir as intervenções: "Bebemos eu e ele [Lula] uma garrafa de cachaça da boa Havana mineira e umas 15 cervejas", escreveu em mensagem interceptada pela PF.

O caso do sítio de Atibaia ainda vai ter novos desdobramentos, pois, na delação da Odebrecht, alguns executivos, especialmente Marcelo Odebrecht, admitirão que participaram também das obras. Tratam a questão como "um favor" que fizeram a Lula depois que as obras da OAS deram problema e dona Marisa reclamou.

O ex-presidente então pediu ajuda à Odebrecht, que interveio nas obras para terminar, mas sem ligações com o lobby, que admitem ter sido feito. Esse lobby, eles alegam ser o papel de um expresidente em qualquer país do mundo.

Essa promiscuidade entre o público e o privado ?" as obras no sítio foram encomendadas e começaram quando Lula ainda era presidente, em 2010 ?" é recorrente nos relatos de vários colaboradores da Operação Lava-Jato, e incluem a presidente afastada, Dilma Rousseff, que alega não saber de nada sobre o pagamento de propina por caixa 2 para o marqueteiro João Santana pela Odebrecht, em conta no exterior.

Se o Conselho de Direitos Humanos da ONU resolvesse investigar a fundo a questão, teria muito trabalho pela frente. É de se prever que as associações de juízes e procuradores saiam em defesa do Ministério Público e de Moro, pois estão sendo expostas ao julgamento internacional como se fizessem parte de um sistema judicial completamente manipulado.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que pode ser considerado o chefe do Poder Judiciário, tem obrigação de reagir a essa tentativa de desmoralização, mas o atual presidente, Ricardo Lewandowski, não dá sinal de reação.
Herculano
29/07/2016 08:00
ESTE LAUDO NÃO LEVARÁ PARA A ONU PARA NÃO FAZER PROVA CONTRA SI PROPRIO. PF INDICA QUE LULA ORIENTOU REFORMAS DE R$1,2 MILHÃO EM SÍTIO

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Flávio Ferreira, enviado especial a Curitiba e Bela Megale. Um laudo produzido pelo setor de perícia da Polícia Federal aponta indícios de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a mulher dele Marisa Letícia orientaram reformas feitas no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do petista.

Segundo os peritos da PF, as obras na propriedade rural começaram a ser projetadas em setembro de 2010 e tiveram início em novembro de 2010, quando Lula ainda exercia o seu segundo mandato na Presidência da República.

Os trabalhos no sítio prosseguiram até outubro de 2014 e custaram ao todo R$ 1,2 milhão, de acordo com a avaliação da perícia da PF. Em fevereiro, a Folha revelou que as obras no sítio em Atibaia custaram mais de R$ 1 milhão segundo fornecedores de materiais e serviços ouvidos pela reportagem, pelo Ministério Público de São Paulo e interlocutores de uma construtora que trabalharam na obra.

Investigadores concluíram, segundo o documento, que a primeira parte das obras, realizadas no fim de 2010 e ao longo de 2011 tiveram a participação da Odebrecht por meio do engenheiro da empresa Frederico Barbosa, o mesmo que conduziu as obras do estádio do Corinthians em São Paulo, o Itaquerão.

Como a Folha revelou em janeiro, ele foi o responsável pela condução dos trabalhos no local.

A PF elaborou uma planilha reunindo as 19 reformas feitas no sítio. A mais barata foi a demolição de uma construção antiga, no valor de R$ 1,8 mil, e a mais cara a instalação da cozinha, em R$ a instalação da cozinha gourmet, com custo estimado de R$ 252 mil.

Ao analisar a instalação de equipamentos de cozinha no sítio, o laudo aponta que a "execução foi coordenada por arquiteto da empreiteira OAS, Sr. Paulo Gordilho, com conhecimento do presidente da OAS, Léo Pinheiro, e com orientação do ex-presidente Lula e sua esposa, conforme identificado nas comunicações do arquiteto da empreiteira e de Fernando Bittar".

'FAZENDA DE LULA'
O laudo aponta mensagens de texto trocadas entre Léo Pinheiro e Gordilho, nas quais este último se refere à propriedade como "fazenda do Lula" e diz que o assunto deve ser tratado com "sigilo absoluto".
Herculano
29/07/2016 08:00
ESTE LAUDO NÃO LEVARÁ PARA A ONU PARA NÃO FAZER PROVA CONTRA SI PROPRIO. PF INDICA QUE LULA ORIENTOU REFORMAS DE R$1,2 MILHÃO EM SÍTIO

Parte 2


"Sigilo absoluto hein. Amanhã vou em um churrasco em Atibaia com o Léo [Pinheiro] na fazenda do Lula e vamos encontrar com ele na estrada e vou passar o dia com ele e D. Mariza", diz o arquiteto da OAS em comunicação interceptada pelos investigadores.

Em outra mensagem, Gordilho diz que "ele [Lula] quer uma coisa e Mariza outra. Lá vai eu e eu Léo dar opinião". Posteriormente, dá a entender que a visita ao sítio de Atibaia foi concluída. "Bebemos eu e ele [Lula] uma garrafa de cachaça da boa Havana mineira e umas 15 cervejas", escreveu.

As mensagens interceptadas indicam que as despesas de compra e instalação da cozinha no sítio e em um triplex em Guarujá(SP) foram lançadas em um centro de custos da OAS denominado "Zeca Pagodinho".

"Vamos abrir centros de custos: 1o. Zeca Pagodinho (sítio) 2° Zeca Pagodinho (praia)", escreveu o arquiteto para Pinheiro.

Posteriormente, Gordilho informa o dono da OAS que o proprietário do sítio no papel, Fernando Bittar, "aprovou junto à Dama [Mariza Letícia], os projetos tanto de Guarujá como do sítio", recebendo como resposta "manda bala".

A perícia traz uma foto de Lula que foi tirada no sítio e foi obtida em uma mídia pertencente a Gordilho, segundo a PF.

Como Folha noticiou em março, Bittar, um dos donos do sítio, afirmou em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato que Marisa coordenou parte das obras feitas na propriedade rural.

Indagado na época sobre quem foi o autor dos pagamentos das obras, Bittar disse não saber e ressaltou que tal questão deveria ser esclarecida pela mulher de Lula.

Segundo seu advogado, Bittar "primeiro fez um projeto com uma arquiteta da confiança dele, mas Marisa não gostou. Aí foi feito um segundo projeto por um engenheiro da OAS que a agradou. Ele sempre dizia para o engenheiro da OAS: 'Me apresenta a conta'. Mas o engenheiro respondia: 'Não, pode deixar, pode deixar'".

O laudo também traz notas de materiais entregues no sítio e que foram pagos por terceiros. Entre os produtos está uma porta de correr adquirida por Paulo Henrique Moreira Kantoviz em fevereiro de 2011 por R$ 5.950, segundo nota apreendida. Na época, Lula já frequentava a propriedade. Como a Folha revelou em abril, Kantovitz é engenheiro da Odebrecht.

A perícia indica que no período específico entre 2010 e 2011 o dono do sítio no papel, Fernando Bittar teria gasto cerca de R$ 1,7 milhão com a compra da propriedade e reformas. Porém, os rendimentos declarados por Bittar nas declarações de imposto de renda, nesses dois anos, são incompatíveis com os gastos apurados no sítio, de acordo com o laudo.

Procuradores investigam se as empreiteiras Odebrecht e OAS e o pecuarista José Carlos Bumlai favoreceram ilegalmente o ex-presidente por meio do pagamento de obras e melhorias para o sítio.

O relatório será analisado pela força-tarefa da Lava Jato que decidirá se denunciará ou não o ex-presidente por benfeitorias de empreiteiras realizadas no sítio de Atibaia pelo crime de lavagem de dinheiro por meio de ocultação de patrimônio.

A assessoria de Lula informou que ainda não teve acesso ao laudo da PF e por isso não iria se manifestar.
Lélo Piava
29/07/2016 07:57
Obrigado Herculano, mas faz um ano que estou no DEM , não acredito em partido mas sim em pessoas, mas graças a Deus que sai para não se filiar com o da estrela.
Ah já são quase 250 assinaturas, Ah falta de tempo que impede de coletar mais, acredito que até final deste ano saia as 2,400 necessarias..
Herculano
29/07/2016 07:38
MILIONÁRIOS, MAS INSATISFEITOS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Com raras exceções, assim funcionam as entidades sindicais, sustentadas em sua grande maioria por transferências feitas pelo governo.

Nem mesmo dispondo de bilhões de reais que caem anual e automaticamente em suas contas bancárias ?" e dos quais não precisam prestar contas nem ao poder público nem a seus associados ?" as entidades sindicais estão satisfeitas. Sindicatos, federações, confederações e centrais, patronais e trabalhistas, querem mais dinheiro do trabalhador e das empresas para continuar fazendo o que costumam fazer: remunerar regiamente seus dirigentes, assegurando-lhes adicionalmente presença destacada no ambiente social e no cenário político, investir em imóveis para auferir ainda mais renda e resistir com tenacidade à necessária modernização das relações de trabalho. Uma ou outra vez, atuam na defesa dos interesses daqueles que dizem representar. Afinal, em teoria eles existem para isso.

Com raras exceções, assim funcionam as entidades sindicais, sustentadas em sua grande maioria por transferências feitas pelo governo do dinheiro que corresponde a uma parte do salário dos trabalhadores ?" sindicalizados ou não - e do capital social das empresas.

No ano passado, essas entidades receberam R$ 3,4 bilhões. Levantamento feito pelo jornal Valor mostrou que aproximadamente 100 entre as mais de 10 mil entidades sindicais formalmente registradas no Ministério do Trabalho e Previdência Social ?" e, por isso, com direito a uma fatia do imposto sindical, cujo nome oficial é contribuição sindical - recebem valores superiores a R$ 3,6 milhões. Essa quantia corresponde ao limite de faturamento para que uma empresa seja considerada micro ou pequena e possa ser inscrita no regime tributário do Simples. Ou seja, uma centena de entidades sindicais obtém sem nenhum problema e sem necessidade de comprovar nenhuma atividade ou iniciativa, desde que registrada no Ministério do Trabalho, uma receita anual que a enquadraria no mínimo entre as empresas médias do País.

As principais centrais sindicais (CUT, Força Sindical e UGT) são as maiores beneficiárias desse sistema de transferência automática de dinheiro criado pelo Estado Novo varguista e que vem sendo modificado sempre em benefício das organizações sindicais.

Está em exame por uma comissão especial da Câmara projeto que trata do financiamento das entidades sindicais. Um de seus pontos principais é a regulamentação da chamada contribuição negocial ou assistencial, aquela que a maioria dos sindicatos cobra sobre o resultado das negociações coletivas. O Ministério Público do Trabalho tem acionado sindicatos que utilizam essa contribuição, que chega a 20% do salário mensal, impedindo sua cobrança de toda a categoria profissional e limitando-a ao quadro de associados. O projeto estende a cobrança para toda a categoria, permitindo a recusa do pagamento apenas a trabalhador que tenha participado da assembleia que criou o novo imposto ou a ele se oponha no prazo de dez dias.

Não parece difícil que a comissão aprove o projeto, pois seu presidente é o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, assim conhecido por ser o presidente da Força Sindical. O parlamentar tem acesso fácil ao Palácio do Planalto.

Do lado patronal, dirigentes de entidades como a Confederação Nacional do Comércio - a maioria dos quais está no cargo há décadas - consideram defasada a alíquota que incide sobre o capital das empresas e pedem a atualização da base de cálculo da contribuição dos empregadores.

Patronais ou profissionais, as entidades sindicais utilizam o dinheiro para sustentar viagens, salários e outras vantagens de seus dirigentes e, quando há sobra, aplicam na expansão de seu patrimônio imobiliário ou na construção de sedes suntuosas. Algumas utilizam seus recursos ?" que têm outras fontes, como rendas ditas sociais e extraordinárias, como informou uma delas ?" para confeccionar patos amarelos utilizados numa campanha contra a alta carga tributária com o título "Não vou pagar o pato". E quem paga o pato da campanha e outros gastos de entidades como essa?
Herculano
29/07/2016 07:34
MP DO TCU PEDE 'FIRME CONDENAÇÃO' DE DILMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União defendeu junto ao ministro-relator José Múcio a "firme condenação" da presidente afastada Dilma, no julgamento de suas contas de 2015, não só pelas pedaladas fiscais como também pela abertura inconstitucional de créditos por meio de Medidas Provisórias (MPs). As MPs 686, 697, 702 e 709, todas de 2015, abriram R$49,67 bilhões em créditos irregulares para ministérios, programas e bancos do poder público federal.

PAI DA MATÉRIA
É assinado pelo procurador-geral do MP de Contas, Paulo Bugarin, o contundente relatório encaminhado ao ministro José Múcio.

A REGRA É CLARA
A Constituição condiciona o uso de medida provisória para abrir crédito suplementar ou extraordinário no caso de urgência e imprevisibilidade.

EXEMPLOS NÃO FALTAM
O MP de Contas cita a MP 702/15, que liberou R$10,9 bilhões para o Ministério do Trabalho, como uma das muitas "pedaladas" de Dilma.

APENAS UMA EXCEÇÃO
Só o dinheiro para combate a dengue, zika etc (6,6% dos recursos da MP 702/15) seria legal. O restante recomenda rejeição das contas.

PT FAZ CONCHAVO PARA ADIAR JULGAMENTO DE DILMA
O presidente do Senado, Renan Calheiros, força poses sorridentes ao lado do presidente Michel Temer, mas, nos subterrâneos da política, flerta com aliados de Dilma Rousseff. Líder petista revelou haver procurado o senador para ajudá-los a empurrar a conclusão do impeachment para a segunda quinzena de setembro, usando como pretexto a realização das Olimpíadas, no Rio de Janeiro.

TELEFONE SEM FIO
O líder petista revela que os cochichos com Renan envolveram também o advogado e ex-ministro José Eduardo Cardozo.

QUEM DÁ MAIS
O problema é que Renan prometeu ao ministro Ricardo Lewandowski que Dilma será julgada antes do término da sua presidência no STF.

PRIORIDADE ABSOLUTA
Amigos leais de Temer trabalham para o julgamento ser em agosto. "É nossa prioridade máxima", diz a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).

DENÚNCIA RIDÍCULA
É ridícula, para dizer o mínimo, e chega a atentar contra a imagem do Brasil, a denúncia mentirosa de "falta de imparcialidade" do juiz Sérgio Moro, que Lula decidiu fazer na ONU. A estratégia dele é desviar o foco do que importa: as descobertas da Lava Jato contra ele.

PERDENDO O SONO
A Polícia Federal voltou o foco para o combate ao terrorismo, em decorrência das Olimpíadas. Mas Lula continua insone. Há forte indício de que a situação do petista se complicará após os Jogos.

AZEVÊDO OUTRA VEZ
Pressionado pela maioria dos chefes de missão na Organização Mundial do Comércio (OMC), o diretor-geral, diplomata brasileiro Roberto Azevêdo, decidiu disputar a reeleição. É favoritíssimo.

EM EXTINÇÃO
A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do impeachment, diz que chegou o momento de tirar o PT da política. "Se tivéssemos homens públicos de verdade, o PT não teria chegado tão longe", critica.

CARRAPATO É DOENÇA
Áreas do governo federal continuam sob controle de petistas, que se agarram como carrapatos, tentando espremer o máximo das boquinhas antes da saída definitiva de Dilma, a investigada.

COUTINHO VIRA ALVO
O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho e mais seis devem responder pelo crime de peculato, por transferir R$ 921 milhões a mais do que deveria ao fundo de pensão dos funcionários do banco, ignorando a paridade fixada em lei. A pena é de até 12 anos.

FACA NO PESCOÇO
A suposta ameaça de delação premiada do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) incomoda o Planalto. Setores do PMDB se queixam de "chantagem", mas Cunha nega a intenção de delatar seus parceiros.

O MUNDO É DOS ESPERTOS
Fornecendo refeições a hospitais públicos há 30 anos, no DF, sem licitação, a empresa Sanoli tenta anular a concorrência que perdeu. A nova manobra passará agora longa temporada no Tribunal de Contas do DF. Enquanto isso, fatura R$500 mil por dia (R$15 milhões/mês).

PERGUNTA EM ATIBAIA
Se Lula vai denunciar Sérgio Moro, quem se habilita a levar à ONU cópias de todas as investigações de corrupção contra o ex-presidente?
Herculano
29/07/2016 07:27
PARA O PT, A VERDADEIRA JUSTIÇA É AQUELA QUE LHE ASSISTE, QUE O ABSOLVE E QUE CONDENA E HUMILHA OS ADVERSÁRIOS E OS CRÍTICOS. E NO CIRCO QUE FAZ PARA SE VER LIVRE DOS JULGAMENTOS SOBRE AS IMPROPRIEDADES E ROUBALHEIRAS OU DESQUALIFICAR A JUSTIÇA E A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA, O EX-PRESIDENTE LULA RECORRE À ONU CONTRA DECISÕES DO JUIZ SÉRGIO MORO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu recorrer à Comissão de Direitos Humanos da ONU contra o juiz Sergio Moro, acusando-o de violar direitos.

A petição questiona a "privação de liberdade" representada pela ordem de condução coercitiva na 24ª fase da Lava Jato, em março.

Também reclama do "vazamento de materiais confidenciais" com a divulgação de conversas telefônicas do ex-presidente e de provas apreendidas, também em março.

Para a defesa do ex-presidente, Moro também antecipou juízo de valor ao imputar crimes ao petista em documento ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Os advogados sustentam que o Brasil assinou um protocolo de adesão a um pacto internacional de proteção aos direitos humanos em 2009, que está sendo desrespeitado com as atitudes do juiz.

A defesa contratou um escritório britânico especializado em direitos humanos. O advogado Geoffrey Robertson questiona a imparcialidade de Moro por ele ter, por exemplo, comparecido a um lançamento de um livro sobre a Lava Jato. "Ele age como uma comissão anticorrupção de um homem só."

Para Robertson, deveria haver uma distinção entre um juiz responsável por uma investigação e um juiz responsável por um julgamento.

Segundo a defesa, é a primeira vez que um brasileiro recorre a essa instância para questionar as instituições do país.

No texto da petição, os advogados de Lula dizem que Moro é incentivado a disputar a eleição presidencial de 2018 e que pode barrar a candidatura do petista o condenando em um processo judicial.

O advogado José Roberto Batochio disse em entrevista que o propósito da petição não é revogar decisões do Judiciário brasileiro.

"O que queremos é que se respeite as regras de civilização. Se não estão sendo respeitadas, que esse órgão declare ao mundo que não está sendo respeitado esse plexo de direitos e garantias que o Brasil se comprometeu a assegurar e que se recomende então que aqui sejam observados."

O Estado brasileiro, diz, terá seis meses para responder.

Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula, que também é investigado na Lava Jato, disse a jornalistas que o ex-presidente não está "fugindo da Justiça". "Ele só quer que não haja um juiz que esteja predisposto a condená-lo."

LULA INVESTIGADO

A defesa de Lula pediu formalmente neste mês que Moro se considere impedido, o que ele já rejeitou. A iniciativa foi tomada agora, diz a defesa, porque ela esgotou os recursos no Judiciário nacional.

O ex-presidente é investigado na Operação Lava Jato, que apura se ele foi favorecido por empreiteiras com reformas de um sitio em Atibaia e em um triplex em Guarujá, em São Paulo.

O caso foi enviado ao STF em março, mas voltou à responsabilidade de Moro em junho.

Em março, o juiz tornou publicas gravações de conversas de Lula com a presidente afastada Dilma Rousseff e outros políticos.
Herculano
28/07/2016 22:14
QUEM É O CULPADO?

A crise no transporte coletivo de Gaspar está longe de ser resolvido. Na audiência de hoje ficou bem claro isto.

Pelo menos pelos próximos quatro meses há um temporário alívio.

Mas quem é o responsável por isto. Já escrevi na coluna de sexta-feira passada, o PT e a administração de Pedro Celso Zuchi.

Outra: como é possível entender que planilhas mostrem o custo das passagens em Gaspar possam ser de R$4,27, quando em Blumenau, governada pelo PSDB, onde o PT de lá critica duramente os tucanos pelo valor aprovado, sendo ela precificada e cobrada em R$3,65?

Dilmo Berger, dono da Viação do Vale, não é de hoje que ele reclama de um "represamento" nos seus custos. Pode ser até que exista, mas por que isto não foi debatido de forma transparente desde o início com a comunidade?

Dilmo diz que vai cobrar o novo e o atrasado. E pelo jeito já começou. E o culpado quem é? O PT e a administração de Pedro Celso Zuchi, que não gerenciaram este grave problema no tempo em que ele surgiu. Só deixou se agravar ainda mais.

Agora, quem está com a faca no pescoço são os gasparenses. E a Viação do Vale sabe disso. Acorda, Gaspar!
Herculano
28/07/2016 22:01
ESCOLA SEM PARTIDO, EU SOU CONTRA

Nesta discussão da Escola Sem Partido como está posta, eu sou contra, pelo único simples fato de que como está é uma censura, uma volta a escuridão, tão pior quanto o que já existe hoje, a catequese de esquerda, de saiu do ambiente plural (e na maioria dos casos maduro) das universidades e veio como lavagem às cabeças em formação no primeiro e segundo graus.

O que entendo prudente, é voltar a abrir a escola ao debate e devido as ferramentas on line de comunicação, indicando claramente o que é uma ideia (pensamento) socialista, comunista, de esquerda, de direita, fascista, conservadora, liberal, positivista etc.

É preciso compreender as diferenças. É preciso entender, que nenhum de nós como cidadão e professor (e eu nunca fui e nem pretendo ser) somos regidos por crenças, valores, conhecimentos e sonhos.

Respeitá-los nesta diferença, com amplo domínio histórico e de resultados dos dois lados, ou das escolas e ideologias que acreditamos, sempre me pareceu o mais importante para se estabelecer a pluralidade, a democracia e a liberdade criativa ou responsável, inclusive na escola.
Herculano
28/07/2016 21:44
PARA MPF, DELCÍDIO AMARAL PODE VOLTAR À CADEIA, por Josias de Souza

O senador cassado Delcídio Amaral corre o risco de retornar para a cadeia. Depois de se converter em delator premiado, o ex-petista foi brindado com a prisão domiciliar. No entanto, descumpriu exigências legais.

Chamado a se manifestar, o Ministério Público Federal disse por escrito que as infrações cometidas por Delcídio "autorizam, em tese, o restabelecimento da custódia (detenção)." Assina o parecer o procurador da República Aldo de Campos Costa.

Delcídio é acusado de violar três compromissos assumidos com a Justiça: 1) desrespeitou a obrigariedade do "recolhimento domiciliar"; 2) Deixou de comparecer quinzenalmente à 12ª Vara Federal do DF, que acompanha o andamento do processo por delgação do STF; e 3) mudou de endereço sem pedir autorização prévia à Justiça.

Entre outras consequências, A delação de Delcídio forneceu matéria-prima para uma denúncia da Procuradoria contra ele próprio, Lula e o banqueiro André Esteves por tentativa de obstruir a Lava Jato. Eles foram formalmente acusados de oferecer R$ 250 mil pelo silêncio do delator Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Foram denunciados também o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, o filho dele, Maurício Bumlai, Diego Ferreira Rodriguez, ex-chefe de gabinete de Delcídio, e o advogado Edson Ribeiro.

Todos os personagens já haviam sido denunciados em dezembro do ano passado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Mas o caso desceu do STF para a primeira instância. Isso ocorreu depois que Delcídio, cassado por seus pares, perdeu o mandato de senador. A Procuradoria reiterou a denúncia na semana passada.
Herculano
28/07/2016 21:42
WHATSAPP PODER SER BLOQUEADO NOVAMENTE E LEVAR FACEBOOK JUNTO

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). Texto de Larissa Leiros Baroni. A briga entre a Justiça e o WhatsApp está longe de acabar. Em menos de um ano, já foram três pedidos de bloqueios no Brasil, que, ao todo, deixaram o app 43 horas fora do ar. A Justiça Federal do Amazonas pode ampliar esses números e ser a próxima a pedir a suspensão do aplicativo, e, dessa vez, também do Facebook.

Nesta quarta-feira (27), a Justiça Federal bloqueou R$ 38 milhões do Facebook Brasil por descumprimento de uma decisão judicial que obrigava a empresa a fornecer dados de cadastros e quebrar o sigilo de mensagens trocadas tanta pela rede social como pelo aplicativo WhatsApp.

O valor bloqueado corresponde à soma de multas individuais de R$ 1 milhão estipuladas para cada dia de descumprimento da decisão judicial. A ação - que corre em segredo de Justiça - foi movida pelo MPF/AM (Ministério Público Federal no Amazonas). "Decidimos executar a multa em uma tentativa de obrigar a empresa a colaborar", disse procurador da República Alexandre Jabur, autor do pedido.

Segundo ele, a multa diária já estipulada continua a ser contabilizada e, se o Facebook continuar a se negar a colaborar com a Justiça brasileira, novos montantes financeiros poderão ser executados em um futuro próximo. Jabur também não descarta a possibilidade de pedir à Justiça o bloqueio da rede social e do aplicativo.

"Até agora não tenho notícias de que o Facebook tenha prestado as informações solicitadas", disse o procurador. "É difícil antecipar o que iremos fazer caso a execução da multa não seja suficiente. O Marco Civil prevê a suspensão das atividades daquelas empresas que descumprirem os termos da lei e essa opção será analisada. O nosso objetivo é investigar atos ilícitos. Isso é o mais importante e precisamos da cooperação da rede social."

O que a Justiça quer dessa vez?

Ainda que o caso corra em segredo de Justiça, Jabur conta que a empresa já teria fornecido às autoridades dados cadastrais do Facebook das pessoas investigadas, mas não conteúdos dos perfis investigados. O Facebook informa que o material estaria sob responsabilidade de operadores da empresa nos Estados Unidos e na Irlanda, o que exigiria acordos de cooperação internacional para que a empresa cumprisse a ordem judicial brasileira.

A Justiça, no entanto, não aceitou o argumento do Facebook e considerou que a empresa norte-americana, por prestar serviços ao público brasileiro e possuir escritório no país, é obrigada a se adequar a legislação brasileira, como prevê o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14), e fornecer tais dados.

Quanto aos pedidos relacionados ao WhatsApp, o Facebook --que comprou o app em 2014 por US$ 22 bi-- disse não ter qualquer gerência sobre o aplicativo, como conta Jabor. "Se a empresa comprou o aplicativo, ela tem gerência sobre ele, certo? Caso contrário o CEO do Facebook não se intrometeria nos casos de bloqueios do app no país", justifica o procurador.


"Se a Microsoft, também com sede fora do país, consegue colaborar, por que o Facebook não pode fazer o mesmo? Fica muito claro que há uma política da empresa em não cooperar com as autoridades. Isso não favorecer ninguém, muito menos os usuários que usam a ferramenta para o bem. Sai ganhando apenas aqueles que querem praticar crimes de forma livre e 'segura'"

Procurador da República Alexandre Jabur

O Facebook e o WhatsApp ainda não se pronunciaram sobre o caso. Mas, em ocasiões anteriores, o WhatsApp já teria informado não ter capacidade técnica para interceptar conversas de seu sistema criptografado.

MP's se usem contra WhatsApp e Facebook

O Ministério Público Brasileiro e o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais divulgaram nesta quinta-feira (28) uma nota técnica para esclarecer os recentes bloqueios ao WhatsApp e o congelamento dos fundos do Facebook no Brasil. Segundo os órgãos, as empresas vêm ignorando a legislação brasileira, o que inviabiliza muitas investigações e aumenta os riscos do uso das redes para o tráfico de drogas, a pornografia infantil, crimes de ódio e até mesmo terrorismo.

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.