Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

27/04/2017

FERIADÃO DOS PELEGOS, POLÍTICOS E FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS
ESTÁVEIS DE ALTOS VENCIMENTOS. TUDO PELA CONTINUIDADE
DAS MORDOMIAS PAGAS PELOS QUE GANHAM SÓ O MÍNIMO


As “centrais sindicais” vão às ruas hoje. É a tal Greve Geral. É para ampliar o feriadão – que vai até segunda-feira dia Primeiro de Maio - num país tentando se recuperar de uma grave crise econômica. Crise criada pelo PT, seus sócios (incluindo o PMDB) e os partidos de esquerda do atraso, no poder. Vão protestar contra o quê, se foram os quase 17 mil sindicatos (11.500 de trabalhadores e mais de 5 mil de patrões) que, calados, coniventes e saboreando polpudas verbas e poder, produziram o caos econômico, social e político? Apoiaram um governo corrupto, ladrão e incompetente. Um modelo de poder que usou os pobres materiais e enganou os analfabetos, ignorantes e desinformados; que produziu achatamento salarial e 13,5 milhões de desempregados na iniciativa privada, recessão e a volta da inflação alta. Protestam contra o fim do imposto sindical que tira na marra um dia de salário do trabalhador, contra a reforma da previdência que vai cortar os benefícios de políticos e servidores estáveis de altos vencimento (os únicos que tiveram reajustes e não perderam empregos na crise do feita pelo PT e a esquerda), mas que se aposentam cedo, com vencimentos integrais e reajustes plenos, inclusive de produtividade dos da ativa, um benefício que não é permitido há décadas para 63% dos trabalhadores das fábricas, comércio, domésticos, rurais e escritórios. Esses só conseguem se aposentar em média aos 66 anos e recebendo apenas um salário mínimo. O PT, PCdoB, CUT, MST, PCO, PSTU, PSOL, Igreja Católica – a que não paga impostos, a que apoia a miséria e a ditadura da Venezuela -, com outros, estão nas ruas hoje, para defender os privilégios de poucos, vergonhosamente, usando a ignorância dos fracos.

MAIS COMISSIONADOS
A prefeitura de Gaspar dá entrevistas. Jura que está economizando, mas não nas nomeações dos comissionados. Fernanda Matsukura Lindemeyer, para assessora administrativa do Gabinete do Prefeito; Raquel Marshall Gadea, outra assessora administrativa do Gabinete do Prefeito; Carlos Antônio Schmitz, para coordenador geral de manutenção da Secretaria de Saúde; Welinton Graffunder Lins, para assessor de Assuntos da Juventude da Fundação Municipal de Esportes, Turismo, Cultura e Lazer; Marcelo Luís Colla, para assessor administrativo da Procuradoria Geral ; Simone Josiane Pereira Alves de Andrade, para coordenadora de serviços da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos; Luiz Ricardo Schmitt, para diretor geral Administrativo da Secretaria de Saúde. Já os efetivos Jussara da Costa Miranda, será encarregada geral de Contratos da Secretaria de Administração e Gestão; Andrea Lídia Schramm, será coordenadora de serviços da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos; e Gustavo Lindner Foppa, diretor de cadastro técnico da Secretaria de Planejamento, Meio Ambiente e Defesa Civil.

ILHOTA EM CHAMAS
O prefeito Érico de Oliveira, PMDB, está tonto. Primeiro achou que imprensa séria é coisa de São Paulo. Errou. Depois, na falta de oposição política, encontrou um calo chamado Aurélio Marcos de Souza, a quem usou para vencer e descartou. E para complicar, desconhecia o poder das redes sociais, nas quais zombava e recebeu o troco. Para ganhar fez promessas fáceis. Pensava não ser cobrado. Enganou-se. Prometeu transporte gratuito para os universitários – o que não obrigação municipal. Tentou fingir problemas. Foi cobrado. Voltou atrás. Enrolou. Só agora em maio, depois de dizer que tinha resolvido esse assunto, é que colocou um Projeto de Lei pedindo autorização à Câmara para criar esta despesa. Vota-se hoje. O PL mostra que mentia. Para quem tentou diminuir o Orçamento da Educação de 30% para 25%, nada surpreende.

TRAPICHE


Quem votou contra os trabalhadores do século 21 e a favor do peleguismo do século 20? Os dois deputados do PT, Pedro Uczai e Décio Neri de Lima; nenhuma novidade. Esperidião Amim Helou Filho, PP, o que diz defender a livre iniciativa; Jorge Boeira, PP, de origem petista; Carmem Zanoto, PPS, representantes dos funcionários públicos e Giovânia de Sá, PSDB, o único voto dissidente dos tucanos na Câmara. Conseguiu, aparecer.

Ilhota em chamas II. Depois da promotoria que trata na Comarca da Moralidade Pública (Chimelly Louise de Resenes Marcon), chegou a vez da que cuida da Infância e Adolescência, dos Direitos dos Consumidores, instaurar três inquéritos contra o município de Ilhota.

Ilhota em chamas III. Um é para apurar supostas irregularidades no serviço de transporte escolar; o outro sobre a ausência de habilitação específica dos motoristas do transporte escolar; o terceiro sobre a cobrança indevida da taxa de coleta de lixo.

Ilhota em chamas IV. A promotora Débora Pereira Nicolazzi está preocupada com os sucessivos acidentes envolvendo os ônibus, os relatos de desleixo e a exposição das crianças transportadas.

Ilhota em chamas V. Enrolada e adiada, está marcada para quinta-feira, às seis horas da tarde, no auditório da Câmara, a audiência pública que vai discutir à alteração do Código Urbanístico para “regularização da descrição de Zoneamento do Parque Industrial”.

Ilhota em chamas VI. O outro assunto na pauta da audiência se refere aos impactos gerados pelo Loteamento Harmonia com apresentação do Estudo do Impacto de Vizinhança. Em ambos os casos, tudo para cumprir um ritual obrigatório e satisfazer à legislação, desde que o povo esteja ausente e não debata nada.

Uma pergunta que não quer calar. As escolas municipais de Gaspar vão permitir a comemoração do Dia das Mães este ano? Na gestão petista de Pedro Celso Zuchi, o avanço teórico progressista dizia que ninguém tem pai e mãe, apenas cuidadores.

Perguntar não ofende. A vereadora mais jovem de Gaspar, a jornalista Franciele Daiane Back, PSDB, é a nova porta-voz de fato do governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB? Ético não seria se licenciar por ser incompatível com a função de fiscalizar do vereador?

Para comparar. Em Gaspar, mal assumiu, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mandou para a Câmara e ela aprovou a toque de caixa, o perdão de juros, correção e multas para os inadimplentes. Um tapa na cara da maioria dos bons pagadores. Acerto de campanha.

Já em Indaial se montou uma força-tarefa para cobrar o que os devedores de impostos: cerca de R$ 14 milhões. Até o momento são 235 ações judiciais e 426 protestos. Além disso, a Procuradoria solicitou ao Detran e Registro de Imóveis a restrição dos bens desses contribuintes com o objetivo de garantir o recebimento das dívidas. “Esses valores poderiam ser destinados para áreas essenciais, como saúde, educação e obras”, bem argumentou o prefeito André Moser, PSDB.

Sempre que pergunto, os do poder plantão ficam incomodados. Afinal qual a diferença do governo do PT e do PMDB de Gaspar? Nenhuma, respondo. Veja esta da vereadora Franciele Daiane Back, PSDB, da base do prefeito Kleber e que diz ser representante do Belchior.

“O dinheiro da reurbanização da Rua Bonifácio Haendchen, no Belchior Central e Alto, já está disponível na Caixa. O projeto está sendo reparado (mais uma vez) na secretaria de Planejamento. Logo será levado à Caixa. Mas, não esperem nada para este ano”. Sinceramente: quantas vezes você ouviu os vereadores, secretários, a vice e o então prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, falarem a mesma por anos afio? Acorda, Gaspar!

O RH da prefeitura mandou um recado: quem aderir hoje à greve, terá o dia descontado e não poderá usar o banco horas. Kleber resolveu falar grosso? Uau!

 

Edição 1798

Comentários

Mariazinha Beata
01/05/2017 15:40
Seu Herculano:

"AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE".

Estou na maior ansiedade!!!
Bye, bye!
Herculano
01/05/2017 13:22
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA, EXCLUSIVA PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Sidnei Luis Reinert
01/05/2017 12:19
Prenda os honestos e solte os bandidos?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Cientistas (inclusive os políticos) ainda têm dúvida sobre o que pode ser mais resistente: um nó górdio ou um nó quântico? A História relata que o primeiro pode ser desatado com um golpe certeiro, forte e violento. A Ciência avalia que o segundo só pode ser desatado se as faixas forem separadas, mas fica a ressalva de que não é possível a separação sem quebrá-las. O Brasil vive este dilema de muitos "nós" políticos, econômicos e psicossociais a serem desatados.

A maioria continua perdendo tempo, reclamando das conseqüências, em vez de entender as verdadeiras causas. Perde-se mais tempo focando nos problemas, em vez de cuidar das soluções. Ainda é gigante a reação das pessoas à necessidade de mudanças estruturais. No máximo, são toleradas "reformas". Embora a situação esteja ruim, ainda é fraca a mobilização para promover melhoras efetivas. Joga-se, comodamente, a culpa nos políticos (craques em dar provas de desqualificação). No entanto, é fundamental a autocrítica: como se comportam aqueles que elegem os "culpados"?

Todo mundo constata que o Crime Institucionalizado é hegemônico. No entanto, em vez de entender que só dá para neutralizá-lo com uma Intervenção Institucional, muitos ainda acreditam (cínica, canalha ou burramente) que bastam ações repressivas ou judiciárias para conter os bandidos profissionais. Não bastam. Seja na zelite, na politicagem ou nas facções criminosas de presidiários, eles agem em aliança delitiva com a máquina estatal. Por isso, já passou da hora de compreender que a fonte criminosa, a verdadeira fábrica de criminosos, é o modelo de Estado Capimunista Rentista e seu sistema de corrupção.

A Lava Jato é a prova viva de como toca banda da sofisticada criminalidade que age e interege com todas camadas sociais, beneficiando alguns e prejudicando a maioria dos cidadãos. É por isso que os segmentos esclarecidos da sociedade brasileira precisam parar com a postura pouco inteligente de errar o alvo. Não adianta ficar o dia inteiro, nas redes sociais, metendo o pau em Luiz Inácio Lula da Silva, como se ele fosse o "Poderoso Chefão" do Brasil. Lula é apenas uma peça que se destaca no jogo bruto da política. Lula é conseqüência, e não a causa do sistema. Por isso, atacá-lo, só lhe dá mais força e resistência (apesar do aparente desgaste de imagem).

O sistema do Crime Institucionalizado já se reinventa e prepara uma surpresa desagradável para todos que apóiam o trabalho da Lava Jato. Nosso regramento excessivo - com leis que podem ser interpretadas a favor ou contra qualquer um, dependendo da ocasião e da intenção -, já prepara o espetáculo da impunidade. A cúpula do Judiciário já começa a libertar réus famosos da Lava Jato. A prisão domiciliar (com ou sem tornozeleira eletrônica) é uma festa.

Aliás, muitos dos condenados na primeira instância já sabem que, graças aos infindáveis recursos, acabarão soltos e (tecnicamente perdoados) no final das contas. Assim, fica evidente que praticar crimes compensa e muito no Brasil. O péssimo exemplo da impunidade só alimenta a volúpia criminosa e incentiva os "bandidos mequetrefes" a agirem com mais desenvoltura, mesmo sabendo que a mão judiciária costuma ser mais pesada com eles.

Resumindo o drama brasileiro: Se não houver mudança estrutural, com Intervenção Institucional, o Crime vai se organizar ainda mais e manter sua hegemonia. Do jeito que a coisa desanda, não demora e a situação ficará insustentável até para quem tem o monopólio estatal da força e da manutenção da soberania nacional. As Forças Armadas que se cuidem, porque o Crime Institucionalizado vai acabar com vocês, corrompendo seus membros ou inviabilizando sua atuação por contenção de recursos ou por restrições "legais".

Até quando os Generais vão continuar assistindo a um modelo que pune os honestos e beneficia os bandidos? A guerra não é mais ideológica. Mas sim dos honestos contra os bandidos? Já passou da hora de identificar e neutralizar o Crime Institucionalizado. Quem não der um golpe nos bandidos terminará golpeado por eles.
Herculano
01/05/2017 07:55
SEM DERROTA DE TEMER NA PREVIDÊNCIA, JANELA DA ESQUERDA PARA O PODER SE ESTREITA, por Vinicius Mota, no jornal Folha de S. Paulo

A centro-esquerda tem à disposição uma última grande cartada para transformar o Brasil em exceção à onda de centro-direita que engolfa nações do Ocidente. Para isso, precisa derrotar a reforma previdenciária do governo Temer.

O Datafolha simulou a eleição presidencial num quadro de fim de linha para políticos que avistaram a Medusa da Lava Jato e no fundo do vale da recessão.

A centro-esquerda torna-se mais competitiva nesse ambiente não apenas pelo resultado de Lula. A ausência do aiatolá petista, resultante de possível condenação judicial, seria preenchida por Ciro Gomes em condição favorável de partida.

O tempo, entretanto, trabalha contra o prolongamento do cenário até a eleição de outubro de 2018. A recuperação cíclica da economia tende a transmitir a eleitores esfolados de hoje a mensagem de que algum sacrifício reformista vale a pena.

Como Lula se beneficia ironicamente do impeachment, pois estaria trucidado se Dilma Rousseff estivesse no comando, qualquer candidato suficientemente distanciado dos escândalos e identificado com a abertura econômica será favorecido se tudo correr como planeja Temer.

Para que sua janela rumo ao poder não se estreite, resta à centro-esquerda derrotar a reforma da Previdência, o que faria propagar ondas de choque da crise até o pleito presidencial. O desalento poderia levar um Bolsonaro para o segundo turno, adversário dos sonhos de Lula ou Ciro.

Apesar de não ter votos para derrubar o projeto no Congresso, a centro-esquerda conta com um poderoso aliado: a república corporativista do Brasil, difícil de ser derrotada se jogar em harmonia.

Já nas ruas, a batalha parece mal encaminhada com uma "greve geral" para convertidos e sindicalistas prestes a perder boquinha de R$ 3 bilhões. A volta da violência nos protestos tampouco ajuda as pretensões da centro-esquerda.
Herculano
01/05/2017 07:50
da série: as faculdades de jornalismo são ideológicas, apenas.

EHI! SAKAMOTO VIRA O NINJA DA DESESTABILIZAÇÃO PERMANENTE, YAH!por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Leonardo Sakamoto é um blogueiro conhecido. Apresenta-se como um militante dos direitos humanos. Também é professor de jornalismo da PUC-SP. Uma aula sua sobre isenção deve ter lá a sua graça. Não sou seu leitor habitual. Não tenho tempo. Mas é claro que já vi uma coisa ou outra. O texto de que tratarei aqui me foi enviado por um amigo. Tem a sua graça porque reproduz um corte mental da extrema-esquerda que prescinde de economia política.

Se Lênin o lesse, talvez fizesse esta frase de efeito: "Esquerdismo: doença infantil do comunismo". E até escreveria um livrinho com esse título. Ah, é verdade, ele o escreveu. SaKamoto encontra uma tradução. Recomendo.

Nota de lamento antes que continue. Durante a luta pelo impeachment, cheguei a manter uma interlocução política com grupos que se dizem liberais, com viés de direita. Achava surpreendente que nada conhecessem da literatura de esquerda, embora anticomunistas ferrenhos. Sempre achei importante saber o máximo possível sobre o "inimigo", também no campo do pensamento. Ser "anti" aquilo que se desconhece é incompreensível para mim. E, obviamente, é ainda menos desculpável a um esquerdista ignorar a reza de seu próprio credo.

O Brasil vive um momento talvez único na história dos povos: empiristas do mundo virtual (!?) confrontam suas ignorâncias sectárias a serviço da entropia.

O que mesmo?
Em tempo: no livro citado, Lênin esculhamba os comunistas alemães, acusados de um radicalismo tosco, que não reconhece nem as necessidades objetivas de formação, estruturação e hierarquização de um partido. Para quem é da área e sabe do que falo (quantos?): pegava pistas deixadas por Marx em "A Ideologia Alemã". Lênin, em suma, via os comunas da Alemanha mais empenhados em revolucionar os espíritos do que a sociedade.

Sakamoto é esquerdista. Deveria ler. Sem nenhum carinho, com a sua proverbial secura, objetividade e, se preciso, fúria, diria ao blogueiro professor:
"(?) a tarefa dos comunistas consiste em saber convencer os elementos atrasados, saber atuar entre eles, e não em isolar-se deles através de palavras de ordem tiradas subjetivamente de nossa cabeça e infantilmente 'esquerdistas'."

Ou ainda - atenção, Sakamoto:
"É evidente que os 'esquerdistas' da Alemanha consideraram seu desejo, suas concepções político-ideológicas, uma realidade objetiva. Este é o mais perigoso dos erros para os revolucionários."

E, no momento ninja de Lênin, nesse livro, uma frase curta, complementada por outra de Engels:
"É triste ver como pessoas que, sem dúvida, se consideram marxistas e querem sê-lo esqueceram as verdades fundamentais do marxismo."

E aí ele saca o parceiro de Marx, num texto de 1874:
"Que pueril ingenuidade a de apresentar a própria impaciência como argumento teórico!"

O post
Mas, afinal, por que tudo isso. O nosso ninja da desestabilização permanente escreveu um texto perguntando se o governo aguentaria um 28 de abril por mês

Bem, já percebeu o leitor que talvez seja desnecessário ler o artigo. Ele dá ao artigo um tom interrogativo, mas sua esfinge não tem segredos, certo? A resposta que ele imagina óbvia é "não". Logo, o nosso "comunista alemão", meio japonês - por isso o blog é "do Sakamoto", não "do Leonardo" -, está desafiando Lênin e propondo que os senhores sindicalistas, donos das máquinas que controlam os serviços públicos, impeçam, de maneira sistemática, com periodicidade quase burocrática, uma parcela dos brasileiros de ter uma vida normal.

E aí ele se atreve naquele que Lênin certamente consideraria o trecho mais assombroso ?" sorte sua, Sakamoto, ser esquerdistas no Brasil democrático de 2017, não na Rússia revolucionária de 1917. Sei bem o que Lênin teria feito com você? Ele era mau como um pica-pau.

Ao negar que o número de pessoas nas ruas tivesse importância para medir sucesso ou insucesso do protesto, escreveu o autor:
"Mas a greve, como protesto, funciona de outra forma: o objetivo não é a demonstração de força passada por imagens da massa tomando todos os cantos, mas o silêncio dos braços cruzados que não produzem e portanto, não geram riqueza. Daí, o tempo não gasto em trabalho, mas na negação dele com um objetivo claro, pode ser usado para o que o trabalhador quiser ?" tanto participar de protestos nas ruas quanto 'abrir os trabalhos' num churrasco com os amigos."

Uau! É uma mistura, assim, de Slavoj ?i?ek (tenho sérias dúvidas de que este tenha lido Marx) com Domenico De Mais (sobre este, não tenho dúvida nenhuma), temperado por Macunaíma: "Ai, que preguiça!"

Sakamoto fundou a revolução do não-trabalho. Não é nada, não é nada? Não é nada mesmo!

A impressão que se tem, nunca vi números, é a de que descendentes de orientais tendem para as chamadas áreas de exatas. Ainda bem que não foi assim com Sakamoto. Melhor ele pensando política do que construindo pontes, túneis, prédios, viadutos?

Primitivo
E aí surge o militante esquerdista destes tempos primitivos, sem leitura. E ele já não é tão jovem: 40 anos. Nota: não o conheço e, portanto, ignoro o que leu ou deixou de ler. Refiro-me, reitero, a seu despreparo como "intelectual" ligado à esquerda. Talvez conheça tudo de Machado de Assis, Dostoievski e Proust? O homem mandou ver:
"Outro elemento de disputa do significado da greve e de seus desdobramentos são as depredações ao final de atos em São Paulo e no Rio e a violência policial. Se todas ou a maioria das 75 mil pessoas na manifestação da capital paulista (que foi um dos elementos da greve, não o seu principal como já foi dito), resolvessem ter jogado pedras ou tentado derrubar barreiras policiais que protegiam a casa de Michel Temer, teríamos duas situações: ou a casa não existiria mais (aliás, o bairro não existiria mais) ou a polícia causaria um dos maiores massacres da história ocidental contemporânea.

Ao tentar fazer com que a população acredite que um microgrupo de pessoas que não respondia aos organizadores da greve representava uma massa de professores, estudantes, motoristas, bancários, religiosos, entre outros, que marchavam em paz e sofreram com as bombas lançadas pela PM, políticos e seus aliados querem deslegitimar todo o movimento"

Eita!
Que é isso, blogueiro ninja? Vai ter de ouvir um ¡YAH! Se Sakamoto foi militante de alguma corrente política, já o foi na democracia. Se começou a se ocupar de política com os mesmos 14 anos com que comecei, isso dá 1991. Vivíamos, então, o ensaio geral da deposição de Collor. Democracia política plena.

Desde que eu era moço, multiplicar por cinco ?" no mínimo! ?" o número de manifestantes é uma obrigação técnica. Fique, meu rapaz, com 15 mil. Tá de bom tamanho. Já daria para derrubar a casa de Temer, destruir o bairro ou provocar um gigantesco massacre.

Nesses dois parágrafos, Sakamoto tenta ser sutil ?" e não parece particularmente bom nisso. Ele enxerga um potencial devastador na luta da massa ou um desfecho trágico. Huuummm? Talvez tenha esbarrado, em algum momento, no "Domingo Sangrento"? Não, Sakamoto, não é aquele da música do U2!!!

Refiro-me ao 9 de janeiro de 1905, quando, lideradas pelo padre ortodoxo George Gapon, milhares de pessoas se dirigiram ao Palácio de Inverno, em São Petersburgo, para apresentar uma petição ao czar. O soberano não estava lá. Depois de algum impasse, a soldadesca abriu fogo contra os manifestantes, em campo aberto.

O número de mortos é incerto até hoje, e as versões variam de pouco mais de 200 a 4 mil? Nota: Gapon foi visto como um infiltrado da polícia secreta do czar. Isso nunca ficou provado. Fugiu para a Finlândia e voltou em 1906, quando foi assassinado por radicais do Partido Socialista Revolucionário. Era um justiçamento: traição! Esquerdista nunca precisou de certeza para matar um "companheiro" por traição. Se bem que a extrema-direita também não.

Há quem veja naquele 9 de janeiro o elemento fulcral da revolução de 12 anos depois. Particularmente, entendo ser uma leitura estúpida e que contraria, note-se, a própria história da revolução. Assim, meu caro ninja, não tente ser sutil, imaginando que, no limite, se tiver de ser a bala, que seja. Não será.

Pueril
Mais: chega a ser pueril tentar distinguir baderneiros e lideranças. Todos sabemos que atuam em conjunto e que a senha para que comece o ataque é declarar "encerrada" a manifestação. Que é isso, Sakamoto? Você é um professor. Pense que pode haver um aluno ao menos que compreenda a lógica elementar. Não fica constrangido?

A propósito: alguém leu alguma declaração de lideranças de esquerda criticando a violência dos manifestantes, a depredação de casas, de bancos, de restaurantes, os ataques aos policiais? Como sempre, nada! Por que os mascarados nunca apareceram às manifestações em favor do impeachment? Eles sabem onde são bem-vindos e reconhecem os seus parceiros de violência.

O próprio Sakamoto, num exercício escancarado de mau jornalismo ?" e ele é um professor da área ?" escreve esta enormidade:
"[pessoas] que marchavam em paz e sofreram com as bombas lançadas pela PM".

Dizer o quê? Mesmo durante a ditadura militar, com raras exceções, e sei bem as borrachadas que levei, a Polícia Militar reage a ataques ou a determinações que os manifestantes insistem em não-cumprir. E eu sempre tenho receio quando algum porra-louca investe contra um soldado porque a tropa é treinada, como toda força dessa natureza, na base do "um por todos e todos por um". É uma atividade perigosa e não tem como ser de outra forma.

Ademais, Sakamoto tem de levar a sério os próprios argumentos, né? E se a PM não estivesse lá para proteger a casa de Temer? Não aconteceria, é certo, massacre nenhum. Mas o imóvel teria sido destruído. Talvez o bairro também.

Encerro
Sakamoto, o troço foi um fiasco. Isso não quer dizer, como revelam pesquisas, que a esquerda esteja morta. Mas não em razão dessa selvageria. Aliás, se eu pensasse apenas taticamente, torceria pela progressiva violência dos "companheiros". É a propaganda de si mesma que a direita precisa que a esquerda faça.

Sabem o que eu lamento? Gostaria que Sakamoto fosse mais influente na esquerda; gostaria que esta adotasse as suas teses. Infelizmente, seus comandantes são mais preparados do que isso. E não poderiam ser mais gratos do que são à direita xucra ?" mas essa questão é para outro post.

Sakamoto, leia Lênin.

Sakamoto, leia.

YAH!
Herculano
01/05/2017 07:03
HOJE TEM O TRADICIONAL TORNEIO DO CLUBE ATLÉTICO TUPI, O ÍNDIO DE GASPAR, NO CARLOS BARBOSA FONTES.

TEM AINDA, O FINAL DO ENCONTRO DE AEROMODELISMO PARA SE CURTIR
Herculano
01/05/2017 07:00
FALTA AO GOVERNO ALGUÉM COM FORÇA ELEITORAL PARA DEFENDER AS REFORMAS, por Leandro Colon, no jornal Folha de S. Paulo

Ao se tornar presidente efetivo, no dia 31 de agosto, Michel Temer disse que era "hora de unir o país". Oito meses depois, o país parece estar unido, mas contra o governo. Temer, a duas semanas de completar um ano no cargo (somando o período de interinidade), tem 9% de aprovação e uma gestão avaliada como ruim ou péssima por 61% da população, diz o Datafolha.

O quadro se agrava quando as pessoas opinam sobre a reforma da Previdência, o trunfo do presidente para recuperar a economia e, em consequência, alavancar a popularidade: 71% a reprovam, sendo que 87% são contra as mudanças na idade mínima e no tempo de contribuição, que sustentam o texto em discussão.

Diante disso, Temer pode recuar e desistir das propostas? Improvável. O peemedebista pegou uma estrada sem placa de retorno. Apostou na reestruturação da Previdência como sobrevivência de governo e recuperação econômica. Não há outra rota para ele que não seja seguir adiante para fazer valer o discurso de que é sim impopular, mas um reformista.

Sem o respaldo das ruas, Temer tem de se pendurar na base de aliados no Congresso. O problema é que a lua de mel dele com os partidos que em tese o apoiam emite sinais de fadiga. A euforia política gerada no Palácio do Planalto no fim de 2016 com a aprovação da PEC do teto do gasto público evaporou.

Pense no dilema de um deputado candidato à reeleição em 2018: quanto vale abraçar um governo com 9% de aprovação e votar a favor de uma reforma rejeitada por 71% dos brasileiros? Ou é melhor abandonar o barco para evitar um fiasco nas eleições?

O Datafolha aponta queda significativa de Aécio Neves e Geraldo Alckmin, os principais presidenciáveis que apoiam o governo. O próprio presidente tem pífios 2% das intenções (e rejeição de 64% no primeiro turno). Faz falta ao Planalto uma figura nacional e popular, com expectativa eleitoral, para defender as reformas e negociar votos no Congresso
Herculano
01/05/2017 06:56
POLÍTICOS TEMEM QUE 'SEM-VOTOS' DESTRUAM O PSB, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

No Senado e na Câmara, o temor de parlamentares do PSB é que o partido entre numa espiral de declínio como o PDT, pelas decisões autoritárias da cúpula. A direção do PSB é controlada por sem-votos como o próprio presidente, Carlos Siqueira, que jamais disputou eleição para síndico de prédio, assim como o PDT de Carlos Lupi, sem-votos que fez o PDT diminuir de relevância e de tamanho no Congresso.

DEBANDADA
Políticos com mandato querem evitar uma debandada do PSB após a direção nacional retaliar deputados que apoiaram a reforma trabalhista.

VIÚVAS DE LULA
O PSB está dividido em grupos, das "viúvas de Lula" aos herdeiros do falecido Eduardo Campos, que por sua vez contém subdivisões.

ALMA DE PETISTA
Compõem as facção das "viúvas de Lula" tipos como Roberto Amaral, que, filiado ao PSB, pareceria mais à vontade militando no PT.

BAJULAÇÃO INÚTIL
Deputados acusam dirigentes sem-votos do PSB de fazer demagogia com reformas, na tentativa inútil de agradar sindicalistas ligados ao PT.

LULA DEVE ESPERAR O PIOR, NA DELAÇÃO DE PALOCCI
Lula disse ter "certeza absoluta" de que não será delatado pelo seu ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Mas convém o ex-presidente se preparar para o pior. Além de contar como dividia as propinas com Lula, Palocci detalhará o rateio de R$128 milhões dos R$ 300 milhões usados pela Odebrecht para bancar o esquema de corrupção do PT. Essas pistas têm sido vazadas por pessoas com acesso ao ex-ministro.

PASSAPORTE ITALIANO
Palocci admitirá o óbvio: ele é o "Italiano" nas planilhas de corrupção da Odebrecht, numa referência ao fato de ter passaporte da Itália.

DEMANDAS
O ex-ministro deixará Lula muito mal ao revelar suas "demandas" na gestão da conta-propina de R$ 40 milhões reveladas pela Odebrecht.

ENTREGANDO PARCEIROS
Palocci promete entregar contas no exterior, negociatas a mando de Lula, favores a empresas e a bancos em troca de propina etc.

CORTINA DE FUMAÇA
Renan Calheiros não ataca as reformas por divergir delas, afinal nem sequer as conhece direito. Sua intenção é tentar desviar as atenções dos 16 inquéritos que avançam contra ele na Polícia Federal.

DORIA SE CREDENCIA A 2018
O prefeito de São Paulo João Dória Jr está no primeiro mandato, mas nada tem de principiante. Encarna o antipetismo como nenhum outro tucano, escolheu Lula como adversário e se credencia cada vez mais às eleições presidenciais de 2018. Não é opinião, é pesquisa.

NÃO BASTA TER VOTOS
Além da disposição para encarar o PT, Dória tem levado sorte. Ativistas da CUT/PT articularam cuidadosa operação para impedi-lo de entrar na prefeitura, mas chegaram tarde: madrugador, ele já estava trabalhando.

CORAGEM DE MAMAR EM ONÇA
Tem gente que admira e os que detestam o ministro Gilmar Mendes, do STF, mas todos concordam: ele tem coragem de mamar em onça, como se diz no Nordeste. Soltar Eike Batista foi mais uma prova disso.

VETOS SOB ANÁLISE
Nesta terça o Congresso vai se reunir à noite em sessão conjunta para analisar 15 vetos presidenciais. Um deles é o veto à liberação total para empresas terceirizarem todas as suas atividades.

SARNEY, O RETORNO
José Sarney ainda não respondeu aos apelos dos correligionários do Amapá que o estimularam a candidatar-se em 2018 a uma vaga no Senado. Tem grandes chances. Além de manter enorme popularidade no Estado, seus eventuais adversários têm ficha suja no TRE local.

TOQUE DE CAIXA
Aprovada na última quarta (26) pela Câmara dos Deputados, a reforma trabalhista começa a tramitar no Senado nesta terça-feira (2). A expectativa é que seja aprovada ainda na segunda quinzena de maio.

SEGURANÇA NO TJ
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Estado onde magistrados foram assassinados, vai receber em maio os primeiros 28 dos 50 policiais militares da reserva que irão fazer a segurança do Judiciário.

PENSANDO BEM...
...CUT e PT não imaginavam que os brasileiros fariam greve de greve, provocando o fiasco na promessa de "parar o Brasil".
Herculano
01/05/2017 06:51
MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO NESTE PRIMEIRO DE MAIO:71% DOS BRASILEIROS SÃO CONTRA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, MOSTRA DATA FOLHA. OU SEJA, O MESMOS ENTREVISTADOS QUE COLOCARAM LULA COMO FAVORITO NAS PRóXIMAS ELEIÇÕES. SINTOMÁTICO O RESULTADO.

Texto de Ana Estela de Souza Pinto. Sete em cada dez brasileiros se dizem contrários à reforma da Previdência, mostra pesquisa realizada pelo Datafolha. A rejeição chega a 83% entre os funcionários públicos, que representam 6% da amostra e estão entre os grupos mais ameaçados pelas mudanças nas regras para aposentadorias e pensões.

Há maioria antirreforma entre todos os grupos sociodemográficos, e a taxa cresce entre mulheres (73%), brasileiros que ganham entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com ensino superior (76%).

O Datafolha fez 2.781 entrevistas em 172 municípios na quarta (26) e na quinta (27), antes das manifestações ocorridas na última sexta-feira (28). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Apesar da rejeição à ideia de mudanças, a maioria dos entrevistados concorda com tópicos que o governo pretendia mudar na proposta inicial e outros que ainda estão em discussão no Congresso.

MENOS DIFERENÇAS

É o caso, por exemplo, das regras especiais que permitem aos professores se aposentar cinco anos mais cedo do que outros trabalhadores.

A proposta original do governo previa que os requisitos para aposentadoria seriam os mesmos para todas as profissões, gêneros e setor de trabalho, com exceção de policiais militares dos Estados e membros das Forças Armadas.

A proposta foi alterada pelo relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA). Na versão que os deputados debatem, professores e policiais mantêm condições mais favoráveis de aposentadoria.

A maioria dos entrevistados pelo Datafolha, porém, é contra essa diferença nos casos de professores (54%), policiais (55%) e militares (58%). O governo promete enviar ao Congresso mais tarde outro projeto para tratar das aposentadorias dos militares.

No caso dos trabalhadores rurais, 52% dos brasileiros querem que eles continuem se aposentando mais cedo, condição também mantida no projeto de Arthur Maia.

Mesmo entre os que se dizem favoráveis a uma reforma previdenciária, há discordância em relação a três pilares: idade mínima de aposentadoria de 65 anos para homens, de 62 para mulheres, e a nova fórmula para cálculo de benefício, que exige 40 anos de contribuição para receber o benefício máximo.

Questionados sobre os três pontos em conjunto, 87% declararam oposição às mudanças. Deles, 83% são contra o tempo necessário para benefício pleno: 60% citaram a regra e outros 23% disseram rejeitar todas as três mudanças.

A regra dos 40 anos não atinge quem contribui pelo salário mínimo. Para esses trabalhadores, mais da metade dos beneficiários, a aposentadoria plena pode ser obtida com 25 anos de contribuição.

A mudança também não leva necessariamente à perda de benefício para trabalhadores do setor privado, que hoje têm o valor reduzido pelo fator previdenciário.

Outros 27% são contra a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria dos homens e 25% se opõem à idade de 62 anos para mulheres.

COMEÇA AOS 60

A instituição de uma idade mínima é uma das principais mudanças da reforma, e atinge trabalhadores do setor privado que hoje podem se aposentar por tempo de contribuição, com 30 anos no caso de mulheres ou 35, se homens.

Na média, os pesquisados pelo Datafolha disseram que esperam se aposentar aos 60 anos, mesma idade declarada em pesquisa feita no ano passado e próxima da idade em que, na média, os brasileiros se aposentaram em 2016.

Caiu, no entanto, a parcela dos brasileiros que considera que a população hoje se aposenta mais tarde do que deveria. Eram 59% no ano passado, e hoje são 52%. Os que consideram que a retirada do mercado de trabalho se dá na idade adequada passaram de 27% para 38%.

ENTENDA

A reforma da Previdência foi proposta pelo governo em dezembro de 2016, com a justificativa de que o envelhecimento da população brasileira tornará suas contas insustentáveis.

A Previdência consome hoje 57% dos gastos do governo, que tem aumentado a dívida pública para financiar suas despesas. A queda dos juros e a reativação da economia dependem do equilíbrio das suas contas.

O projeto atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, que já fez várias alterações na proposta original do governo, precisa ser aprovado por 60% dos deputados e dos senadores em duas votações para entrar em vigor
Herculano
01/05/2017 06:37
OS SEM-TETO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Para sustar a alta galopante da dívida do governo, fixou-se, no ano passado, um teto para os gastos federais, que daqui em diante não podem crescer acima da inflação.

Há outro teto imposto à administração pública, mais antigo, segundo o qual os salários dos servidores não ultrapassarão os pagos aos ministros do Supremo Tribunal Federal -hoje, R$ 33.763 mensais.

A experiência com o limite remuneratório, cujas primeiras versões datam dos anos 1990, ensina que a burocracia estatal sempre busca meios de esquivar-se das tentativas de conter sua expansão. No mais das vezes, com sucesso.

Num exemplo, esta Folha noticiou que 97% dos membros do Ministério Público paulista receberam, em 2015, vencimentos superiores ao que se imagina ser o máximo permitido pela Constituição. Mas, sustenta a categoria, nenhuma regra foi infringida.

A corporação ampara-se em expediente mais que conhecido: inflam-se os rendimentos com toda sorte de abonos, auxílios e outros penduricalhos extrassalariais.

Artifícios do gênero abundam também no Judiciário, onde o gasto médio com cada magistrado atingiu R$ 46,2 mil mensais, conforme o Conselho Nacional de Justiça.

Exemplos de supersalários tendem a ser mais numerosos daqui para a frente -o Supremo Tribunal Federal decidiu, na quinta (27), que a remuneração de um servidor com dois cargos públicos pode extrapolar o limite constitucional.

Tais casos hiperbólicos despertam a atenção geral, sem dúvida, porém estão longe de descrever a extensão do poderio das corporações do funcionalismo.

Uma demonstração mais eloquente encontra-se nos resultados recém-divulgados das contas do Tesouro Nacional, no primeiro trimestre sob a vigência do teto para os dispêndios.

Enquanto programas de governo passam por severa contração, para compensar a alta inevitável dos encargos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), as despesas com pessoal ativo e inativo expandem-se em taxa vigorosa -projetada em cerca de 5% acima da inflação até o final do ano.

Trata-se de reflexo dos reajustes salariais generalizados concedidos pelo governo Michel Temer (PMDB), que preferiu não enfrentar a pressão dos servidores.

Certamente mais cômoda, tal escolha implicará custos crescentes se mantida nos próximos anos. Assim o evidenciam, também, as concessões feitas a professores e policiais na reforma da Previdência.
Herculano
30/04/2017 21:44
O PLANO DE LULA PARA FUGIR PARA O PALÁCIO DO PLANALTO

Conteúdo de O Antagonista. O plano de Lula está desenhado no noticiário e na pesquisa Datafolha.

Lula não quer fugir para o exterior, mas para o Palácio do Planalto, no final de 2018.

Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula politiza os seus inquéritos e processos. A chicana jurídica incorpora a chicana política, com a falácia de que, sem ele na disputa, a eleição presidencial perde legitimidade.

Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula conta com o STF. O Supremo pode ajudá-lo de duas formas: esvaziando a Lava Jato por meio da revogação das prisões preventivas de gente disposta a entregar Lula e permitindo que ele seja candidato ainda que na condição de réu ou condenado.

Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula conta com políticos e jornalistas que, assim como ele, fazem parte do sistema que arruinou o país. Esses políticos e jornalistas farão de tudo para passar leis que, a pretexto de garantir o Estado de Direito, atem as mãos da Lava Jato, continuem a garantir foro privilegiado aos corruptos e deem sobrevida ao sistema que arruinou o país.

Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula conta com a CUT pelega e outros movimentos fisiológicos, mais conhecidos como "movimentos sociais", dispostos a tocar fogo nas ruas.

Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula fará de tudo para sabotar qualquer chance de a economia esboçar uma reação positiva neste ano e no próximo. A sabotagem consiste em derrotar ou esvaziar ao máximo as reformas do governo Temer, a fim de afastar investidores. Para tanto, Lula conta com a sua tropa de choque no Congresso. Ela inclui boa parte do PMDB, que está embarcando no populismo político e fiscal para tentar reeleger-se.

Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula conta com adversários como Jair Bolsonaro, que facilitará o trabalho de polarização a seu favor, e Luciano Huck, que Lula já começou a chamar de "o candidato da Globo".
Para fugir para o Palácio do Planalto, Lula quer fazer terra arrasada da democracia, da Justiça e do Brasil.

Lula fez o governo mais corrupto da história.

É a opinião de 32% dos eleitores, segundo o Datafolha.
Ele é considerado mais corrupto do que Dilma Rousseff e Fernando Collor.

Lula voltou a ser o que era em 1994.

Ele chegou a liderar a disputa apostando contra o Plano Real, mas perdeu no primeiro turno contra FHC, com 27% dos votos.

Como mostra o Datafolha, a maior parte do Brasil, hoje, é anti-Lula.

E esse número vai aumentar se a economia melhorar até a campanha eleitoral de 2018.

Sergio Moro derrotaria Lula no segundo turno.
O Datafolha resolveu incluir esse cenário em sua pesquisa presidencial.

É uma clara manobra para ajudar a defesa de Lula.
O Datafolha quer confundir as coisas, tratando os crimes de Lula como matéria eleitoral.

Mas é mentira.

Lula será condenado porque roubou, e não porque a Lava Jato quer eliminá-lo da disputa de 2018.

A pesquisa do Datafolha mostra que, no segundo turno, Marina Silva derrotaria Lula por uma pequena margem: 41% a 38%.

Apesar de não ser investigada pela Lava Jato, ela também vem perdendo apoio, porque representa a velha esquerda, e quem quer a velha esquerda vota diretamente em Lula, porque não vê o menor problema em eleger um criminoso.

É preciso impedir a candidatura de Lula em 2018.
É preciso impedir a candidatura de todos os réus na Lava Jato, de todos os partidos.

Lula é rejeitado por 45% dos eleitores.

Esse número vai crescer quando ele for condenado por Sergio Moro.

Mas impedir sua candidatura é mais importante do que derrotá-lo eleitoralmente.

Aqueles que fraudaram a democracia, usando propinas para se eleger, precisam ser afastados das urnas.

O Datafolha mostra que, em 2018, se Lula puder concorrer, teremos um plebiscito: Lula contra anti-Lula.

O anti-Lula vai ganhar.

Mas nós sairemos perdendo.

No ano que vem, o Brasil tem de olhar para o futuro.
E Lula representa o passado ?" só o passado.

O segundo maior vencedor do DataFolha foi João Doria.

Seus concorrentes dentro do PSDB ?" Geraldo Alckmin e Aécio Neves ?" simplesmente derreteram. Eles aparecem em quarto ou quinto lugar no primeiro turno, com ridículos 6% e 8%.

Quanto a João Doria, ele tem apenas 9% do eleitorado, mas sua margem de crescimento é grande, como mostra seu desempenho no segundo turno com Lula: ele perde por 43% a 32%.

Lula pode comemorar seus 30% no Datafolha.

O maior vencedor da pesquisa, porém, foi Jair Bolsonaro.

Ele é um candidato de verdade. Tem 15% dos votos no primeiro turno.

E, no segundo turno, consegue um resultado melhor do que Aécio Neves e Geraldo Alckmin no mano a mano com Lula: 43% a 31%.

Lula ainda pode contar com o curral eleitoral nordestino, além do seu curral eleitoral na USP.

É muita gente, mas o contingente anti-Lula, que se recusa a entrar no curral, é muito maior.

Diz a Folha de S. Paulo:

"É provável que o ex-presidente beneficie-se da memória de bons anos de crescimento e distribuição de renda durante seu governo. Entre os mais pobres e menos escolarizados, seu nome é preferido por 40%; no Nordeste, são 50%.

No primeiro turno, Lula perde entre os mais abonados, que preferem Bolsonaro. No segundo, aparece em empate técnico com Marina e com o juiz Sergio Moro.

Tais simulações dizem menos sobre a disputa pela Presidência e mais sobre as aspirações de quase metade do eleitorado - procura-se uma alternativa".
Sidnei Luis Reinert
30/04/2017 19:54
STF e o PT fraudaram as eleições.

As eleiçôes brasileiras são cem por cento INVÁLIDAS pois as urnas são sujeitas a fraudes. O impeachment da Dilma foi apenas uma negociação, um truque sujo para burlar a Justiça:

https://www.youtube.com/watch?v=N7u0H8Eq_HA&app=desktop
Herculano
30/04/2017 15:36
LAVA JATO FEZ DE 2018 UMA LOTERIA SEM PRÊMIO, por Josias de Souza

Escolha sua metáfora para o desafio que o eleitor brasileiro enfrenta na sua tarefa de escolher o próximo presidente da República. Jogar numa loteria sem prêmio talvez seja a descrição mais sintética e adequada. O Datafolha divulga neste domingo dados paradoxais sobre Lula. O governo do pajé do PT é visto como o mais corrupto por 32% do eleitorado. Embora supere até a gestão de Fernando Collor no quesito roubalheira, Lula ampliou sua liderança na corrida presidencial. Jair Bolsonaro, defensor da ditatura militar, cresceu e divide a segunda colocação com Marina Silva.

Quer dizer: o eleitor brasileiro oscila entre o 'rouba, mas faz' e o 'dane-se'. Ou, por outra, o eleitorado se divide entre o lamentável e o impensável. Faltam 17 meses para a disputa presidencial. Uma pesquisa feita com tanta antecedência vale mais pelo que sinaliza do que pelos percentuais que exibe. E o Datafolha sinaliza duas coisas: 1) A Lava Jato desconstruiu a conjuntura política. Gente poderosa tornou-se impotente. 2) Falta matéria-prima para erguer sobre os escombros algo que não se pareça com um novo desastre.

Há cadáveres demais na lista de candidatos. Entre os zumbis estão os tucanos Aécio Neves e Geraldo Alckmin, reduzidos a um dígito. Considerando-se que Lula pode virar um ficha-suja antes de ser formalizado como candidato, o cenário de terra arrasada favorece o surgimento de demagogos. Por ora, quem mais se parece com uma versão nacional de Donald Trump é Bolsonaro.

Como alternativas à aventura, há Marina Silva ou o caos - que muita gente acredita ser a mesma coisa. Corre por fora o prefeito paulistano João Doria, que aparece numericamente à frente do padrinho Alckmin.

Livrando-se de uma condenação, o que parece cada vez mais improvável, Lula será o principal adversário de si mesmo. Numa ponta da pesquisa, ele lidera as intenções de voto. Na outra ponta, Lula disputa com o tucano Aécio Neves o título de campeão da rejeição. E ainda está na alça de mira de dois novos delatores - Antonio Palocci e Renato Duque. Moído pela Lava Jato, não terá senão a alternativa de apoiar um outro nome. Se Lula optar por Ciro Gomes, do PDT, pode alçá-lo a um terceiro lugar na pesquisa. Nessa hipótese, a menos que surja alguma novidade, o eleitor ficaria entre o lamentável, o impensável e o imponderável.
Herculano
30/04/2017 15:33
Só 17% DOS RECURSOS FORAM REPATRIADOS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Alexa Salomão e Marcelo Godoy. Apesar de ser chamado de "repatriação", essa não é a melhor definição para o programa que legalizou bilhões em recursos clandestinos no exterior. Um levantamento feito pelo Estado, por meio da Lei de Acesso à Informação, identificou que a imensa maioria do dinheiro não voltou para o Brasil.

Segundo a Receita Federal, foram regularizados R$ 152,7 bilhões até agora, mas permanecem lá fora R$ 126,1 bilhões ?" quase 83% do total. O Banco Central registrou a entrada no País de R$ 26,6 bilhões. Detalhe: o grosso, R$ 151,6 bilhões, pertence a pessoas físicas.

Segundo advogados que trabalharam na regularização, essa parcela menor foi trazida, principalmente, pelos pequenos investidores, com menos de R$ 1 milhão. Tanto é assim que os quase R$ 27 bilhões repatriados entraram no Brasil por meio de 10.194 contratos de câmbio. Isso indica que, na média, cada contrato foi de R$ 260 mil.
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Investidores com valores maiores ainda resistem. Contam que tiraram o dinheiro do País para ter uma espécie de "seguro" contra a instabilidade do Brasil e não acham que é hora de voltar. "A maior parte dos investidores prefere deixar o dinheiro lá fora até as coisas se acalmarem; querem ter uma reserva em moeda forte contra os riscos econômicos e políticos daqui. Tem crise, desemprego, Lava Jato. Ainda não estão acreditando no Brasil", diz Ordélio Azevedo Sette, sócio fundador do Azevedo Sette Advogados, que já fez mais de 100 procedimentos de regularização.

A legalização mostrou que é antiga a prática de "exportar" capital clandestinamente em tempos mais sensíveis. Pode-se dizer que o fluxo do dinheiro ilegal conta a história das crises brasileiras. "No meio do trabalho da repatriação, a gente pode ver, claramente, que os grandes movimentos de envio de recursos para o exterior foram em momentos pré-riscos políticos", diz o advogado tributarista Tiago Dockhorn, sócio do escritório Machado, Meyer, que coordenou pessoalmente mais de uma centena de repatriações. Dockhorn pontua as ocasiões que mais lhe chamaram a atenção: 1986, época do Plano Cruzado, do presidente Sarney; 1990, no confisco de Fernando Collor de Mello; 2002, quando ficou claro que Luiz Inácio Lula da Silva ganharia as eleições. "Passamos por tudo isso e estamos todos aqui, vivos, com o País aberto e funcionando."

Câmbio. Há razões financeiras também para manter o dinheiro fora do Brasil. Se o recurso foi conquistado no exterior, não está sujeito à tributação. Mas se for dinheiro gerado no Brasil e remetido para fora, a variação cambial vai fazer a diferença na volta. É preciso pagar imposto de 15% a 22,5%, dependendo do tamanho do ganho com a oscilação do valor da moeda.

Pela lei da repatriação, o patrimônio mantido no exterior foi declarado com base num dólar a R$ 2,65. Hoje a cotação passa de R$ 3. Quem trouxer o dinheiro agora vai ter um custo.

Pesa também a questão da diversificação. "A realidade do mercado lá fora é totalmente outra: tem cultura de investimento de longo prazo, uma enorme diversificação de produtos que a gente ainda não encontra aqui, por mais que o mercado local já tenha se desenvolvido", diz Adalberto Cavalcanti, sócio da RB Capital, uma subsidiária do grupo financeiro Orix.

O Orix serve de exemplo. Tem sede no Japão, está presente em 37 países e oferece alternativas de investimento como obras de infraestrutura em municípios, construção de aeroportos e projetos de energia solar.

Os especialistas também acreditam que, após estruturar um investimento no exterior, fica desconfortável voltar atrás, de uma hora para outra. "Há também uma razão psicológica para esse dinheiro não estar voltando: a pessoa organizou esse dinheiro lá fora, muita gente até herdou ou está com o dinheiro há muito tempo no exterior, e não pensou na sua situação patrimonial em termos de lá fora e aqui dentro ?" mantém lá fora para não ter de tomar a decisão agora", diz Beny Podlubny, sócio da XP Investimentos, a maior corretora do País
Herculano
30/04/2017 15:28
da série: os da esquerda defendem distribuição de renda dos outros, para si, sempre a sustentação de todos e principalmente da maioria pobre, analfabeta, ignorante e desinformada a quem diz e justifica defendê-la.

DEPUTADO DO PSOL DESISTE DE DISTRIBUIR SALÁRIO E PREFERE USAR DINHEIRO DOS PAGADORES DE IMPOSTOS, por Marcelo Faria, no Instituto Liberal de São Paulo. O deputado federal pelo Partido Socialismo e Liberdade, Chico Alencar, admitiu em entrevista à Folha que pensou em praticar o socialismo com o próprio salário de deputado, de R$ 33.763,00 por mês, mas mudou de ideia.

A ação seria em resposta a um post do site de humor Joselito Muller, intitulado "Chico Alencar causa tumulto ao distribuir seu salário em via pública", feito em resposta a um tweet do deputado socialista defendendo a "distribuição de renda".

"Se a sociedade é para todos, se a economia deve servir a todos, por que alguns têm muito e outros tão pouco? Vamos redistribuir renda".[reprodução do post do deputado no twitter]

De acordo com o deputado, a distribuição de renda, quando vem a ser a própria renda, não passa de brincadeira: "cheguei a pensar em entrar na pilha dele e marcar 'distribuição de salário' mês a mês, em pracinhas de cidades diferentes, de nomes incomuns, de cada estado brasileiro, mas desisti da brincadeira".

Fora o salário bruto, que o coloca entre a elite de 0,1% mais ricos do país, Chico Alencar e demais deputados também têm acesso ao "cotão" de R$ 35.388,11 por mês para despesas diversas (passagens aéreas, gráficas, "consultorias", etc.), uma verba de gabinete de R$ 92.000,00 mensais para contratar até 25 assessores, além de auxílio moradia, plano de saúde e "ajuda de custo" em substituição aos 14° e 15° salários, extintos em 2013. Somente no mandato atual, iniciado em fevereiro de 2015, Chico Alencar gastou R$ 637.087,39 do "cotão" parlamentar, principalmente com a manutenção do seu escritório parlamentar (R$ 242.141,36) no Rio de Janeiro e passagens aéreas (R$ 245.995,55).
Herculano
30/04/2017 13:42
A NOITE É ESCURA, por Ricardo Rangel, O Globo.

Há nos Corleone um senso de decência que falta aos corruptos brasileiros, que chafurdam na lama.

Imagine-se a cena. Emílio Odebrecht, maior empreiteiro do país, dono de uma fortuna de R$ 13 bilhões, bonachão e de riso fácil, está irrequieto e agoniado. Reúne sua mulher e sua filha, engole um uísque para tomar coragem, e anuncia, com a voz trêmula, que é tudo verdade. Tudo.

Há mais de 30 anos, ele vem comprando juízes, prefeitos, governadores, deputados senadores, ministros e até presidentes da República. E que vai delatar tudo, tim-tim por tim-tim. A choradeira é geral.

Mas... e depois? O que dizem a mulher e a filha de Emílio? A mulher pede o divórcio? A filha rompe com o pai? Claro que não, ninguém esperaria isso, e nem seria razoável que o fizessem. As respostas devem ter sido parecidas com: "não fique assim querido, você não fez nada demais".

Naturalmente, se não fosse nada demais, não haveria voz trêmula, nem choradeira, nem filho na cadeia, nem delação. Apesar disso, a frase "você não fez nada demais" é, em grande medida, sincera: depois de décadas usufruindo das benesses propiciadas pela corrupção, a pessoa cria algum mecanismo mental para justificá-la e conseguir dormir à noite. (A capacidade de negação do ser humano é poderosa, haja vista os que, até hoje, acreditam que a Lava-Jato é uma operação de direita associada ao "golpe".)

Ao transformar a corrupção em algo natural em suas vidas, corruptos e corruptores não se dão conta de que corrompem não somente a si próprios, mas também a seus parentes, seus amigos, seus empregados. Emílio corrompeu seu filho Marcelo de maneira direta, mas também corrompeu, indiretamente, seus outros parentes, obrigando-os a conviver com o crime e dele beneficiar-se ?" ou a romper com o patriarca.

Lula negociou uma mesada suja para o irmão; transformou dois filhos e um sobrinho em laranjas, e a mulher, em cúmplice numa fraude imobiliária. João Santana fez da mulher coletora de dinheiro ilegal; Jonas Lopes, do TCE do Rio, transformou o filho em mula. Junto a cada corrupto, há uma fieira de parentes e amigos envolvidos no crime. Acreditando ajudar seus entes queridos, esses criminosos roubam deles a honestidade, a decência e a dignidade.

Vito Corleone, de "O poderoso chefão", de Mario Puzo, o criminoso mais inteligente já criado pela ficção, não é completamente cínico: ele sabe que pertence a uma casta inferior, e luta, com o apoio da família, para manter o caçula Michael fora do crime: é ele a esperança de redenção de todos. O chefão é uma tragédia, e Michael não escapa a seu destino trágico: acaba por ocupar o posto do pai como capo dei capi ?" mas passa a vida tentando tornar seu negócio legítimo.

Há nos Corleone um senso de decência que falta aos corruptos brasileiros, que chafurdam na lama com orgulho e prostituem as famílias com alegria.

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Emílio ensinou ao filho que corrupção não é nada demais, e, de aprendiz, Marcelo fez-se mestre, e tornou-se o maior corruptor de todos os tempos. Sentia-se tão poderoso que demorou quase um ano para entender o que lhe aconteceu.

O modelo Kübler-Ross postula que o processo da perda tem cinco estágios: negação, raiva, negociação, depressão e, finalmente, aceitação. Preso, Marcelo entrou em negação: encarou como breve contratempo, achou que logo seria solto. A cadeia se prolongou, veio a raiva: "quem esses procuradores e esse juiz pensam que são? vou acabar com eles!". Não vimos a negociação ?" "a sentença vai ser curta, daqui a pouco saio e volto a presidir a empresa" ?", mas é certo que ela ocorreu.

Com a primeira condenação, a 19 anos de prisão, a ficha enfim caiu, e, com ela, veio a depressão: há relatos de Marcelo varrendo a cela com os ombros encurvados e o olhar acabrunhado. Quando finalmente entendeu que havia perdido, que sua vida nunca mais seria a mesma, Marcelo aceitou. E decidiu falar.

O processo de Marcelo é o mais emblemático e visível, mas todos passam por ele. Em algum momento, a pessoa aceita que perdeu, e se pergunta: "vou me sacrificar? para salvar quem? por quê?" Delcídio é o recordista: não precisou de mais de 24 horas para ir da negação à aceitação, e à delação. Cada um tem um tempo diferente, mas, no fim, quase todos falam.

Nem digerimos a Odebrecht, e lá vem Leo Pinheiro, contando tudo e afirmando que Lula lhe pediu que destruísse provas. Palocci já avisou que vai falar, e deve explicar como o PT conseguiu movimentar bilhões de dólares em dinheiro frio, que banqueiro o ajudou.

Depois de Palocci, Vaccari, que, até agora, vem resistindo tão bravamente quanto Dirceu, não terá motivo para permanecer calado. Outros falarão, e, mais cedo ou mais tarde, juízes começarão a ser denunciados (o que talvez explique a ânsia de certo ministro do STF para desmoralizar os procuradores).

A Lava-Jato não tem data para acabar: Deltan até brincou que seu objetivo é superar o Candy Crush Saga, um videogame famoso por ter um número infinito de etapas, mas o que a Lava-Jato lembra mesmo é "Game of thrones", em que o inverno é longo e a noite, escura e cheia de terrores.
Herculano
30/04/2017 13:27
COMO OS NOSSOS PAIS, Belchior, morto ontem, aos 70 anos.Música eternizada na voz dele ou na exuberante e única interpretação de Elis Regina.

Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi nos discos
Quero lhe contar como eu vivi
E tudo que aconteceu comigo

Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor é uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto é menor
Do que a vida de qualquer pessoa

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal está
Fechado pra nós, que somos jovens

Para abraçar meu irmão e
Beijar minha menina, na rua
É que se fez o meu lábio, o meu braço
E a minha voz

Você me pergunta pela minha paixão
Digo que estou encantado
Com uma nova invenção
Vou ficar nessa cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
O cheiro da nova estação
Eu sinto tudo na ferida viva
Do meu coração

Já faz tempo eu vi você na rua
Cabelo ao vento, gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança é o quadro
Que dói mais

Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Como nossos pais

Nossos ídolos ainda são os mesmos
E as aparências, as aparências não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém

Você pode até dizer que eu estou por fora
Ou então que eu estou enganando
Mas é você que ama o passado e que não vê
É você que ama o passado e que não vê
Que o novo sempre vem

E hoje eu sei, eu sei que quem me deu a idéia
De uma nova consciência e juventude
Está em casa guardado por Deus
Contando seus metais

Minha dor é perceber
Que apesar de termos feito
Tudo, tudo, tudo, tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos
Ainda somos os mesmos e vivemos

Como nossos pais!
Herculano
30/04/2017 13:19
CANTOR BELCHIOR MORRE AOS 70 ANOS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Juliana Diógenes, Renata Okumura e Pedro Antunes. Morreu na noite deste sábado, 29, aos 70 anos, o cantor e compositor Belchior, em Santa Cruz, cidade do Rio Grande do Sul.

Os familiares do músico nascido em Sobral, no Ceará, confirmaram a morte para o jornal cearense O Povo, o primeiro a informar o falecimento. Pouco tempo depois, o governador do Estado, Camilo Santana, se pronunciou no Facebook e decretou luto oficial no Ceará por três dias.

Não há informações sobre a causa da morte. O corpo do músico, desaparecido há 11 anos, deve ser transferido do Rio Grande do Sul para o Ceará ainda neste domingo, 30. O sepultamento será realizado em Sobral, município localizado a 240 km da capital.

O cantor morava em Santa Cruz do Sul há cerca de um ano, no bairro Santo Inácio, de classe média. O Estado apurou que, enquanto estava desaparecido, Belchior morou durante três semanas na Ecovila Karaguatá, uma comunidade alternativa no distrito de Rio Pardinho, a 156 quilômetros de Santa Cruz do Sul.

"Recebi com profundo pesar a notícia da morte do cantor e compositor cearense Belchior. Nascido em Sobral, foi um ícone da Música Popular Brasileira e um dos primeiros cantores nordestinos de MPB a se destacar no país, com mais de 20 discos gravados", diz o texto publicado na rede social de Camilo Santana, que segue: "O povo cearense enaltece sua história, agradece imensamente por tudo que fez e pelo legado que deixa para a arte do nosso Ceará e do Brasil. Que Deus conforte a família, amigos e fãs de Belchior."

Homenagem. Realizado na região da Praia de Iracema, em Fortaleza, desde terça-feira, 25, o festival gratuito Maloca Dragão promoverá o show "Viva Belchior - tributo dos artistas cearenses ao rapaz latino americano", que não integrava a programação inicial do evento.

A apresentação em homenagem contará com artistas da cena local, com artistas conhecidos como "pessoal do Ceará", movimento de uma cena que contou com Rodger Rogério, Amelinha e Fausto Nilo. Nomes como Nayra Costa, da nova geração, também integrará a programação.
Sidnei Luis Reinert
30/04/2017 12:03
Lula usa "delator" Palocci como blindagem?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Bem que Luiz Inácio Lula da Silva poderia responder à provocação do cientista político Bolívar Lamounier, no Facebook: "Um ex-presidente da República, um homem que se apresenta como reserva moral da Nação, vê uma horda ligada a seu partido depredando patrimônio público e privado, e até tentando atacar a residência do atual presidente, e nada tem a dizer? Mantém-se em silêncio, deixando claro que endossa tais atos? Que nome devemos dar a tal atitude?"

Se o professor quiser uma resposta cínico-pragmática, ela está prontinha: Lula aposta no quanto pior melhor, porque para ele, apesar da Lava Jato, tudo parece cada vez melhor. Quem duvida disto deveria dar uma olhada mais estratégica na mais recente pesquisa Datafolha, feita com 2781 entrevistados, em 172 municípios, na quarta e na quinta que antecedeu à greve geral pré-feriadão. No cenário mais favorável, o poderoso Lula se mantém na liderança na corrida ao Palácio do Planalto em 2018, com 31%. Marina Silva teria 16%, Jair Bolsonaro (13%), João Dória (9%), Michel Temer (2%), Luciana Genro (2%), Ronaldo Caiado (1%) e Eduardo Jorge (1%).

Um outro cenário traçado pelo Datafolha, para um eventual segundo turno, inclui aquele nome que hoje representa uma concreta ameaça jurídica (mas que também poderia ser política. Se fosse candidato (não será), Sérgio Moro venceria Lula por 42% contra 40%. Pela margem de erro de dois pontos do Datafolha, Moro e Lula ficariam tecnicamente empatados na disputa eleitoral. Já na disputa jurídica, a previsão popular é que Lula acabe derrotado por goleada. Lula sabe que perde no "tapetão". No entanto, confia que ganha na "repescagem" dos superiores e supremos recursos, daqui a uns 10 anos ou mais...

Sabe quem poderia botar mais medo em Lula do que Sérgio Moro? O nome dele seria Antônio Palocci Filho... "Só que não" ?" como dizem jovens e deslumbradas repórteres televisivas. Lula é tão malandro e estratégico que já usa a suposta "ameaça palocciana" em favor próprio. Lula passou um recadinho apavorante a banqueiros e corretoras que participaram, em 2010, daquela oferta pública de ações da Petrobras que movimentou a merreca de R$ 120 bilhões. Não foi à toa que, no universo de 86 testemunhas de defesa, Lula selecionou 26 nomes de altos funcionários de bancos, advogados especializados no mercado de capitais e auditores (veja os nomes, abaixo). As indicações causaram não só surpresa, mas também certo pavor, porque muitos podem estar relacionados em uma eventual deduragem do Palocci.

Lula é espertíssimo. Verificou que uma poderosa tática de defesa é cutucar e, indiretamente, pedir socorro aos poderosos e diabólicos deuses do mercado ?" fartamente beneficiados com super-negócios e lucros na Era $talinácio, mas que abandonaram o PT e foram decisivos na derrubada de Dilma Rousseff. A mais recente jogada de craque de Lula só aumenta a expectativa 10 de maio, quando Lula sentará na 13ª Vara Federal do Moro. Até lá, quem agora fica "apertadinha" é a nata do rentismo tupiniquim.

Resumindo: Lula parece ter mais vidas que um Gato Angorá ou outros bichos enrolados na Lava Jato...

No entanto, Lula também sabe, muito bem, que a disputa de 2018 não será ideológica, mas sim dos "honestos x corruptos".

Por isso, Jair Bolsonaro é o nome que realmente assusta a petelândia e seus rentistas sem-noção...
Herculano
30/04/2017 08:18
PARA DORIA, SINDICATOS DEVEM COBRIR PREJUÍZO COM DEPREDAÇÕES

Contrário à greve geral desta sexta-feira, o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu aos prefeitos regionais que calculem os custos com reparos em suas regiões, resultantes de depredações durante o movimento. O objetivo, segundo o prefeito, é cobrar esse valor das centrais sindicais responsáveis pela convocação do protesto.

Segundo informações do jornal O Estado de S.Paulo, Doria fez as declarações na manhã deste sábado, durante uma ação do projeto Cidade Linda. "Vamos cobrar todos os sindicatos. Eles irão dividir a conta do prejuízo que deram à cidade", afirmou o prefeito.

Em nota enviada ao jornal, a Prefeitura de São Paulo declarou que informações sobre o tamanho dos danos estão sendo calculadas e que apura quais dos grupos envolvidos na manifestação seriam responsáveis pela depredação de semáforos, pontos de ônibus e objetos
Herculano
30/04/2017 07:20
OS MAIORES CANDIDATOS À CADEIA, por Diogo Mainardi, de O Antagonista

A Época analisou as provas fornecidas pela Odebrecht à Lava Jato e fez uma escala para avaliar quem está mais arruinado e quem está menos arruinado.

Na categoria dos mais arruinados estão Dilma Rousseff, Fernando Pimentel, José Serra, Aécio Neves, Renan Calheiros, Romero Jucá, Edison Lobão, Sérgio Cabral, Eduardo Cunha e, claro, Lula.

Diz a reportagem:
"Embora haja gradação entre a força das provas em cada caso, com mais peso a um ou outro tipo de documento, nenhum político aparece tão encalacrado na delação quanto o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
As provas apresentadas pela empresa, de todo tipo, sustentam, em larga medida, os graves episódios narrados nos depoimentos por delatores como Emílio Odebrecht, Marcelo Odebrecht, Alexandrino Alencar.
Ressalte-se que os depoimentos dos delatores também são provas ?" provas testemunhais. Testemunhos, a depender da circunstância, têm o mesmo valor de provas documentais. Tudo depende da credibilidade da testemunha, da materialidade dos documentos (o que eles provam) e das exigências da lei para a correta imputação de cada crime. No caso da Odebrecht, as investigações ainda estão no começo ?" mas se iniciaram da melhor forma possível".
Herculano
30/04/2017 06:51
É PRECISO SE INFORMAR PARA SER CONTRA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, por Samuel Pessoa, físico com doutorado em economa, no jornal Folha de S. Paulo

Sexta (28) foi dia de greve geral. Escrevendo este artigo na própria sexta, às 16h30, a impressão que fica é que muito poucas pessoas se mobilizaram para a greve. Serviu para "emendar" um pouco mais o feriado desta segunda-feira (1º).

Uma característica das pessoas que são contrárias ao projeto de reforma da Previdência é o baixo grau de informação. Seria muito importante que as pessoas se informassem mais.

Um bom início é estudar as simulações para o gasto com a Previdência se as regras atuais forem mantidas. Um texto apropriado é o de de Rogério Nagamine Constance e Graziela Ansiliero, intitulado "Impacto fiscal da demografia na Previdência Social", texto para discussão do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) número 2.291, de abril de 2017 (goo.gl/bcuIMa).

Um elemento importante para o debate é a confiança. Com desconfiança em relação a espantalhos como os "interesses dos rentistas", do "capital internacional" ou seja lá qual for a teoria conspiratória que a pessoa mobilize, é muito difícil qualquer discussão. É útil, portanto, esclarecer que os dois autores mencionados acima são funcionários públicos concursados, que se dedicam há décadas ao tema.

Na tabela 1, Nagamine e Graziela mostram que, em 2014, o gasto com aposentadorias e pensões do RGPS (Regime Geral de Previdência Social) foi de 6,3% do PIB, e o dos servidores públicos civis da União foi de 1,1% do PIB, totalizando 7,4% do PIB. Para chegarmos aos 12% do PIB, total do gasto com Previdência em 2014, temos que adicionar 0,7% do PIB do BPC (Benefício de Prestação Continuada), 0,5% do PIB da Previdência dos militares e 3,4% do PIB de gastos com aposentados do serviço público dos Estados e municípios.

As simulações de Nagamine e Graziela, referentes somente aos gastos federais ?"RGPS e servidores civis; excluindo, portanto, BPC, militares e Estados e municípios-, mostram crescimento explosivo: a conta sai dos 7,4% do PIB de 2014 para 9,5% em 2025. Em 2060, chegará a 20% do PIB, 1/5 da renda da nação! A hipótese da simulação, como já registrado, é que não haja reforma da Previdência.

No texto, os autores documentam como todos os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) fizeram na última década alguma reforma. Adicionalmente, como indiquei na coluna de 12 de março, nosso gasto previdenciário já é descomunal em comparação com os países da OCDE, se levarmos em conta que nossa pirâmide demográfica ainda é jovem.

Outra fonte de informação é o relatório da recém-criada IFI (Instituição Fiscal Independente), lotada no Senado. No "Relatório de Acompanhamento Fiscal" de março, páginas 13 a 31, há um pormenorizado estudo da reforma da Previdência (goo.gl/15apnZ).

Em particular, há cuidadosa análise do deficit da Previdência e sobre qual é a "metodologia" empregada pelas instituições que alegam que não há deficit: basta tirar um monte de gastos previdenciários da conta e adicionar um monte de receitas. No entanto, como o relatório da IFI mostra, mesmo empregando essas hipóteses alternativas e indefensáveis do ponto de vista lógico, houve elevado deficit em 2016.

É importante que todos aqueles que se posicionam, que assinam manifestos, que foram protestar contra as reformas o façam conhecedores da melhor informação possível. Não é essa a impressão que tenho quando vejo as declarações de pessoas contrárias à reforma previdenciária
Herculano
30/04/2017 06:47
SENADORES QUEREM DESTITUIR RENAN DA LIDERANÇA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Apesar dos desmentidos do amigo Romero Jucá (RR), os senadores do PMDB têm conversado sobre a destituição de Renan Calheiros (AL) da liderança da bancada. Ele se distancia dos colegas a cada ataque às reformas e ao governo, que quase todos apoiam no PMDB no Senado. A senadora Rose de Freitas (ES) até afirmou, em nome dos colegas, que as críticas refletem apenas a "posição pessoal" de Renan.

DERRUBAR É MOLE
Para destituir Renan da liderança basta um ofício assinado por metade mais um dos senadores do PMDB apontando um novo líder.

ISOLAMENTO
Além de Jucá (só por enquanto), Renan conta na bancada apenas com um ou outro senador hostil ao governo, tipo Roberto Requião (PR).

À BEIRA DE UM ATAQUE
Senadores do PMDB avaliam que a atuação de Renan como líder tem sido afetada por seu nervosismo pelas 13 investigações na Lava Jato.

SOLIDARIEDADE
Renan ainda não foi retirado do cargo para não parecer que o PMDB lhe puxa o tapete quando a Polícia Federal se aproxima da sua porta.

NO SENADO, O GOVERNO TEMER APROVOU O QUE QUIS
Enquanto ainda há quem não confie na aprovação da reforma da previdência na Câmara dos Deputados, no Senado o governo não tem motivos de preocupação, porque nada de braçadas: venceu todas as votações do ano, com apoio de senadores 89,9% das vezes. Das 21 votações nominais deste ano no Senado, o governo Michel Temer aprovou tudo que quis, em razão do apoio majoritário confortável.

ACACHAPANTE
O PT reúne nove dos 19 senadores oposição. Quase todos os demais 62 senadores apoiam projetos do governo.

TENDÊNCIA MAJORITÁRIA
Dos 513 deputados, 360 tendem a apoiar projetos oriundos do Palácio do Planalto, daí a confiança na aprovação da reforma da previdência.

OPOSIÇÃO NANICA
Durante todo o governo Michel Temer, até agora, a maior votação registrada pela oposição no Senado não passou dos 14 votos.

E CONTRA OS LADRÕES, NADA?
Na "greve geral" que não houve, a turma da CUT recorreu até a velhas faixas, tipo "não-privatização do Pré-sal". Sobre temas atuais, como protestar contra ladrões da Lava Jato, nada. Nem um solitário cartaz.

SEM COMENTÁRIOS
A tentativa de "greve geral" foi tão malsucedida que o governo Temer, cuja avaliação positiva anda muito baixa, nem se preocupou em reagir às manifestações. Preferiu não se misturar com o fracasso.

FOTOGRAFIA DE SARNEY
Ao ouvir elogios à sua condição aos 87 anos, o ex-presidente José Sarney os agradece, mas não perde a piada: "Você diz isso porque está vendo a fotografia; precisa ver a radiografia..."

CANJA DE MARUN
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) avalia que os protestos deram força à aprovação da reforma da previdência, cuja comissão ele preside. E ainda cantarolou: "Irmãããooo, é preciso coraaagem..."

APOIO ÀS REFORMAS
Antigo aliado de Dilma, mas empresário que presidiu a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE) é defensor convicto das reformas trabalhista e previdenciária.

REFORMA DE PETISTA
A Reforma Política, cuja votação do relatório foi adiada, tem reunião marcada para terça (2). O presidente da comissão, Vicente Cândido (PT-SP), quer alterar até regimentos internos do Senado e da Câmara.

CHIFRE NINGUÉM ESQUECE
O ex-árbitro Oscar Roberto de Godoi deu uma dica preciosa aos iniciantes, em entrevista à ESPN: "Erro de árbitro de futebol é igual a chifre. O jogador que se sente atingido não esquece nunca mais."

CONTRA O ASSÉDIO
No Acre, o Ministério Público lançou a campanha "Mexeu com Uma, Mexeu com Todas, Mexeu com o MP". A ação tem como objetivo combater o assédio à mulher no ambiente de trabalho.

PENSANDO BEM...
... "abuso de autoridade" é como o cidadão deveria chamar o comportamento dos políticos que o enganam e roubam.
Herculano
30/04/2017 06:39
SOLTURA DE GENU FOI ENORME DERROTA PARA A FORÇA-TAREFA DA LAVA JATO, por Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

O ministro Gilmar Mendes sabia do que estava falando e o que se articulava no Supremo Tribunal Federal quando disse, em fevereiro, que "temos um encontro marcado com essas alongadas prisões de Curitiba".

O encontro deu-se na última quarta-feira, e a Segunda Turma da corte, aquela que cuida da Lava Jato, soltou o ex-tesoureiro do Partido Popular, doutor João Cláudio Genu, preso preventivamente em Curitiba desde maio de 2016.

Em dezembro, ele havia sido condenado pelo juiz Sergio Moro a oito anos e oito meses por corrupção passiva.

Genu tem uma biografia notável. Antes de chegar a tesoureiro do PP, foi assessor do falecido deputado José Janene, o grão-mestre que ensinou o PT a operar com Alberto Youssef. Freguês no escândalo do mensalão, Genu salvou-se com uma prescrição.

A Segunda Turma julgou um habeas corpus em favor de Genu. Ele foi condenado, mas seu recurso ainda não foi julgado na segunda instância. Estava trancado preventivamente em Curitiba, por decisão de Moro. Era um caso clássico daquilo que Mendes chamaria de "alongada prisão".

O ministro Edson Fachin, relatando o processo, negou o habeas corpus e foi acompanhado por Celso de Mello. Por três votos contra dois, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes abriram a porta da cela de Genu. Foi uma enorme derrota para a força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Federal que ralam na Lava Jato.

Genu veio a ser o primeiro de uma série de presos de Curitiba que serão colocados em liberdade. Eike Batista foi o segundo. É improvável, porém possível, que soltem o comissário José Dirceu. Genu foi solto a partir do entendimento de que Moro e seus similares transformam prisões temporárias em cumprimento antecipado de penas.

Essas "prisões alongadas", durante as quais delinquentes como Marcelo Odebrecht acabaram colaborando com a Viúva, são parte de um quadro complexo, sem resposta fácil. Há coação? Há, mas é aquela que a lei permite. Tudo bem, mas a trinca mandou soltar Genu porque acha que é isso que manda a lei.

Numa pequena amostra, sem as "prisões alongadas" e sem as colaborações, a Odebrecht ainda seria a maior empreiteira do país, Youssef continuaria operando no mercado cambial e Paulo Roberto Costa seria um próspero consultor na área de petróleo.

A Lava Jato tomou um tiro. Até uma criança terá percebido que o Ministério Público identificou malfeitorias no Legislativo e na máquina do Executivo e pegou a mão invisível do mercado avançando na bolsa da Viúva. Faltou o Judiciário.

ABUSO

A República de Curitiba continua reclamando do texto do projeto da lei que que pune promotores e juízes por abuso de autoridade.

Todos os seus argumentos podem estar certos, mas até hoje não responderam a uma pergunta: em qualquer caso, quem condenará promotores ou juízes será outro juiz. Se ele não merece confiança, por que eles a merecem?

CAOS
O judiciário brasileiro avançou sobre os larápios e aterroriza a banda podre do Congresso, mas precisa dar um polimento nos seus próprios costumes.

Com a liberação do papelório da Odebrecht, a burocracia do Supremo Tribunal Federal deve redistribuir cerca de 200 inquéritos, mais de uma dezena deles dentro da própria corte.

Esse trabalho está engarrafado e em três semanas poucas iniciativas andaram. Há falta de pessoal e de iniciativa. A sede da Polícia Federal fica a dois quilômetros de distância. Nesses, como em todos os casos, os CDs com a documentação seguem pelo correio.

POBREZA

Durante os depoimentos de Sérgio Cabral e de Adriana Ancelmo, o juiz Moro lutou bravamente para pronunciar corretamente o nome da grife dos ternos do ex-governador. Fracassou.

Como diria o ex-prefeito Eduardo Paes, "coisa de pobre". A pronúncia correta da grife dos "su misura" de Ermenegildo Zegna é "Zenha".

LAGARDE NO ALEMÃO

Em 2013, quando viajou no teleférico do Morro do Alemão, a direta do FMI, Christine Lagarde, sentiu-se "nos Alpes".

O téléphérique está parado, mas se a doutora voltar ao morro poderá sentir-se num dos bunkers alemães da Normandia visitando a torre blindada que a PM acaba de colocar numa de suas praças.

LULA NÃO SE LEMBRE DO QUE DISSE EM FEVEREIRO

A memória de Lula está falhando. Ele anunciou que gostaria de conversar com Fernando Henrique Cardoso, mas não quer se encontrar com Temer. Nas suas palavras ao repórter Kennedy Alencar: "Eu, sinceramente, não tenho muito interesse de conversar com o Temer, porque a forma como ele chegou no governo não condiz, inclusive, com as conversas que eu tive com ele".

Essa frase de construção acrobática é falsa como uma nota de R$ 3. Em fevereiro, quando Temer foi visitá-lo no hospital Sírio-Libanês, durante a agonia de Marisa Letícia, foi Lula quem falou da conveniência de novos encontros, inclusive com a presença de Fernando Henrique Cardoso.

A proposta ocorreu logo nos primeiros minutos da visita, quando os dois já estavam sentados, e foi testemunhada por cerca de dez pessoas. Temer disse-lhe que aceitava a sugestão e deu-lhe um tapinha na perna.

Se Lula não consegue lembrar de uma conversa ocorrida há menos de três meses, pode-se entender que não lembre quem é o dono do apartamento do edifício Solaris e do sítio de Atibaia.

LULA PRESO

Tem muita gente querendo ver Lula na cadeia.

Essa cena parece ser uma solução. A menos que Lula seja trancado para começar a cumprir uma sentença, prendê-lo preventivamente ou por desacato ao juiz Sergio Moro cria um problema novo: soltá-lo.

Assim, prende-se um réu e solta-se um mártir, cuja libertação terá sido pedida em manifestações realizadas no Brasil e no exterior.

MATO GROSSO

Quem ouve os deuses do Pantanal acha que Silval Barbosa, ex-governador de Mato Grosso, que foi preso pela quinta vez em fevereiro passado, está muito perto de uma colaboração com o Ministério Publico.

O RIO DÁ CERTO

Em fevereiro passado seis jovens do colégio Santa Teresinha, de São Gonçalo, estavam à beira de uma frustração. Haviam sido aceitos numa competição da Nasa, a agência espacial americana, para modelos de veículos de transporte em terrenos de outros planetas, mas não tinham os R$ 40 mil necessários para viajar até os Estados Unidos.

Denominando-se Spacetroopers, recorreram a uma vaquinha eletrônica. O dinheiro apareceu, eles embarcaram, participaram do certame com outras cem equipes de oito países e voltaram com dois dos dez prêmios oferecidos aos estudantes do ensino médio. O grupo distinguiu-se pela liderança, criatividade e empenho para resolver problemas.

No século 18, o Rio de Janeiro sobreviveu ao saque do corsário francês Duguay Troin. No 21, com a ajuda de jovens como os Spacetroopers, dará a volta por cima dos saqueadores contemporâneos.
Herculano
30/04/2017 06:23
AJUSTE-SE À JUSTA JUSTIÇA, por Carlos Brickmann

Este colunista discorda de uma das principais reivindicações da oposição: a que rejeita modificações na Previdência e exige uma aposentadoria mais justa. Aposentadoria mais justa, acha o colunista, seria uma pensão equivalente ao último salário recebido na ativa, mais uma porcentagem que compense o aumento inevitável de gastos dos idosos.

O problema é que não há dinheiro para isso. A questão sai da esfera da justiça e passa ao setor a que efetivamente pertence, o econômico. Há dois tipos de aposentadoria: o que usamos, de repartição simples (quem trabalha paga, e os aposentados recebem. Cada geração paga a aposentadoria da anterior); e o de capitalização (o desconto de cada assalariado vai para uma conta em seu nome e é investido. Como num fundo de pensão, os rendimentos são somados ao capital. Na aposentadoria, o cidadão passa a receber parcelas de seus investimentos).

Cada sistema tem virtudes e defeitos. Ambos são limitados pelo comportamento da economia. Ambos podem ser bem ou mal geridos. Na capitalização, os aposentados recebem mais, ou menos, conforme a gestão. No nosso caso, quem cobre os buracos é o Tesouro, e surgem as reformas para que a Previdência sobreviva. No Governo Fernando Henrique, houve o fator previdenciário; agora, é o aumento do tempo de contribuição para se aposentar. Nos dois casos, não se fala em justiça. Nos dois casos, a correia sai do couro. Do aposentado.

INÚMEROS NÚMEROS

As centrais sindicais dizem que 40 milhões de brasileiros cruzaram os braços em adesão à greve geral. O Governo, extraoficialmente, fala em meia dúzia de gatos pingados, que bloqueou os transportes para impedir que a população chegasse ao trabalho. Ambos os lados têm sua parcela de razão: houve sindicatos que fizeram greve, muitas escolas de classe média alta que aderiram; houve agressões a quem queria trabalhar (no aeroporto de Santos Dumont, no Rio, por exemplo), e ações de combate urbano na tentativa (quase sempre fracassada) de bloquear o trânsito.

Em boa parte dos casos, não houve greve, mas violência para bloquear não grevistas.

GREVE DE CIMA

O mais curioso na greve foi a adesão, disfarçada ou não, de entidades de Estado. Os tribunais regionais do trabalho de Minas, Bahia e Rio Grande do Sul suspenderam o expediente, liberaram servidores, adiaram os prazos que venceriam na sexta para o primeiro dia útil seguinte (terça-feira). O TRT baiano suspendeu o expediente em todo o Estado, "por segurança institucional de magistrados, servidores, advogados e cidadãos". Desobedeceram à ordem expressa do presidente do Tribunal Superior do Trabalho, Ives Gandra, para que os TRTs funcionassem normalmente.

O TRT gaúcho foi além: explicou sua decisão de não funcionar "levando em conta as manifestações de entidades que expressaram repúdio às reformas".

MALDADE

Mas a participação na greve nada tem a ver, com certeza, com o feriadão que vai até amanhã, 1º de Maio. Com a greve, o feriadão acabou virando um super feriado, com quatro dias de duração.

CUIDADO COM A FESTA

O foro privilegiado, alvo de tantas queixas nos últimos tempos, sofreu duro golpe nesta última semana: foi derrubado no Senado, em primeira votação, mantendo-se apenas para os chefes dos três poderes. Mas ainda não é hora de festejar: eliminado o foro privilegiado, quem está sendo processado em tribunais superiores será enviado aos juízes de primeira instância. Pode ser bom para os processados, com reabertura de prazos, etc., e a possibilidade de recorrer à segunda instância e, eventualmente, de chegar ao Supremo de novo, passados alguns anos.

Há outros problemas, de hierarquia: pode um ministro do Superior Tribunal de Justiça ser processado por um juiz hierarquicamente inferior? Talvez essas questões atrapalhem o bom andamento da Justiça ainda mais que o foro privilegiado- e talvez esse tipo de problema seja levado ao Supremo.

QUEM CAI COM A ODEBRECHET

A situação financeira do grupo Odebrecht vem sendo discretamente acompanhada e discutida pela área econômica do Governo. A preocupação não é exatamente com a Odebrecht, mas com sua dívida superior a R$ 100 bilhões. Se a empresa não conseguir pagar esses débitos, vai atingir pesadamente o balanço dos bancos que lhe fizeram empréstimos. E as despesas continuam altas: os 77 executivos que concordaram em fazer delações premiadas receberam, em troca de seu afastamento da empresa, a promessa de indenizações substanciais. Enfrentando problemas e multas no Brasil e no Exterior, onde irá a Odebrecht buscar mais dinheiro?

Não é no BNDES, que já deu R$ 100 bilhões de subsídios, nos últimos nove anos, às empresas "campeãs nacionais" escolhidas pelo Governo.
Herculano
30/04/2017 06:16
COM CACIQUES ALVEJADOS PELA LAVA JATO, PSDB GRAVA PROGRAMA Só COM CARAS NOVAS DA SIGLA

Conteúdo e texto da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo.

Tudo novo de novo
O PSDB começou neste fim de semana as gravações para seu programa nacional de televisão, que será exibido dia 15 de maio. Com quadros tradicionais extremamente desgastados pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, até agora só novos rostos na estrutura da legenda foram acionados para aparecer. Integrantes da sigla admitem que é "improvável" a exibição de nomes há pouco vistos como os maiores símbolos do tucanato, como Aécio Neves e Geraldo Alckmin.

Unidos pela dor
Aécio e Alckmin marcaram para esta semana uma conversa. O senador mineiro virá a São Paulo para encontrar o governador. Será a primeira reunião após a avalanche que a delação da Odebrecht fez desabar sobre os dois.

Meia palavra basta
Em meio à crescente especulação sobre uma candidatura presidencial do prefeito João Doria em 2018, Alckmin usou seu discurso no 61º Congresso Estadual dos Municípios para afirmar que "ninguém assume um Airbus em 24 horas"
Herculano
30/04/2017 06:12
LULA ENXERGA 13ª VARA DE CURITIBA COMO UM CIRCO, por Josias de Souza.

Nos últimos dias, Lula passou a fazer graça com o depoimento que foi intimado a prestar como réu da Lava Jato. Por vezes, parece confundir a 13ª Vara Federal de Curitiba com um picadeiro. Neste sábado, o pajé do PT foi à cidade gaúcha de Rio Grande. Escalou um palanque. E divertiu a multidão companheira com falas assim:

- Eu tô até preocupado, porque o Moro deve estar vendo o meu discurso aqui. É verdade! E o Dellagnol também. E eles não estão tentando me julgar por corrupção, é pelo jeito de governar esse país. Mas eu vou continuar. Como dizia Fidel Castro: a história me absolverá.

Ouviram-se muitos risos. Mas o jeito petista de governar encontra-se tristemente escancarado nos processos do petrolão. Na primeira instância do Judiciário, onde a biografia de Lula é carbonizada, produziram-se por enquanto 131 condenações. Juntas, somam 1.377 anos, 9 meses e 21 dias de cadeia.

Lula disse estar "pedindo a Deus" para Sergio Moro manter seu depoimento agendado para 10 de maio. "É a primeira chance que eu tenho de falar o que eu penso de tudo isso que estão fazendo comigo." O orador usou timbre de presidenciável. Finge ignorar que virou candidato a fazer companhia a companheiros como José Dirceu e João Vaccari no rol dos condenados.

Nesta época de semântica desvairada, o que Lula chama de honestidade constitui a soma de tudo o que dizem dele os delatores e os achados dos investigadores da Polícia Federal e da Procuradoria. Ocorre a seguinte incoerência: Lula se diz uma coisa e sua reputação já é bem outra.

Num contexto assim, tão envenenado, Fidel e Deus ajudarão pouco. A história não absolveu o líder cubano. Condenou-o a testemunhar o colapso do regime de Havana. No mais, todos os seus crimes prescreveram antes da morte, no entendimento tácito de que as dores ideológicas e físicas de sua velhice já foram castigo suficiente.

Quanto ao Todo-Poderoso, se é verdade que Ele brasileiro, talvez se sentisse diminuído tendo que ajudar apenas o Lula a ganhar milhões em palestras e colecionar amigos dispostos a bancar-lhe os confortos. Se 10% de tudo o que está na cara for confirmado, o mais provável é que Lula não deixe nenhuma obra para redimi-lo. Pelo menos nenhuma que não tenha sido superfaturada.

No discurso deste sábado, Lula chegou a ensaiar uma caída em si: "Eu, sinceramente, não sei o que vai acontecer comigo." Mas logo voltou a destilar sua autoconfiança com desembaraço autocrático: "Eles podem se preparar, porque nós vamos voltar." E a plateia, em uníssono: "Volta Lula, volta Lula, volta Lula?" O orador entusiasmou-se:

?" Eles têm que saber que a Petrobas vai voltar a ser outra vez do povo brasileiro. [?] Eles têm que saber que o BNDES vai voltar a ser banco de desenvolvimento. Eles têm que saber que o banco do Brasil não vai mais fechar agência, vai abrir agências. [?] Eles têm que saber que a Caixa Econômica vai voltar a ser banco público. Eles têm que saber que nós vamos regular os meios de comunicação.

As palavras não deixam dúvida. Sobra talento a Lula para números circenses como malabarismo verbal, trapezismo ideológico e ilusionismo factual. No entanto, se vingasse a tese de que não há nada para investigar a respeito no líder máximo do PT, cada brasileiro viraria um palhaço instantâneo. E nem todo mundo se dispõe a usar narizes vermelhos, colarinhos folgados e sapatos grandes.

É difícil imaginar, por exemplo, um Sergio Moro de peruca avermelhada. O juiz da Lava Jato não é do tipo que veste "giubba". Tem mais cara de estraga-festas. Alguém precisa avisar a Lula que tratar a 13ª Vara de Curitiba como um circo é o mesmo que cutucar o leão com o pé para ver se ele morde.
Herculano
30/04/2017 06:07
EM BUSCA DO NOVO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Em meio à torrente de escândalos suprapartidários de corrupção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobrevive à ruína dos políticos tradicionais que ainda aspiram ao Palácio do Planalto.

O petista lidera, com larga vantagem, as intenções de voto para 2018 nos principais cenários de primeiro turno investigados pelo Datafolha. A pesquisa, no entanto, também sugere que ele teria dificuldades de bater em um segundo escrutínio um adversário que tenha escapado da devastação de reputações da elite dirigente.

Os tradicionais contendores tucanos definharam de meados de 2016 para cá. Aécio Neves caiu de 14% para 8% das preferências. Geraldo Alckmin marca 6%.

O prefeito de São Paulo, João Dória, ainda um balão de ensaio, embora deveras inflado, faz melhor figura que seus confrades veteranos, com algo entre 9% e 11%.

Os adversários mais próximos de Lula estão, cada um a seu modo, à margem das investigações da Lava Jato. A depender do cenário, Marina Silva (Rede) ou Jair Bolsonaro (PSC) ocupam o segundo lugar, com cerca de 15% dos votos.

A primeira ampara-se em sua estratégia de afastar sua imagem das práticas políticas cotidianas; o segundo explora o campo aberto a novidades mais radicais à direita -e deve parte de seus índices ao fato de estar há bom tempo em campanha, tal como Lula.

É provável que o ex-presidente beneficie-se da memória de bons anos de crescimento e distribuição de renda durante seu governo. Entre os mais pobres e menos escolarizados, seu nome é preferido por 40%; no Nordeste, são 50%.

No primeiro turno, Lula perde entre os mais abonados, que preferem Bolsonaro. No segundo, aparece em empate técnico com Marina e com o juiz Sergio Moro.

Tais simulações dizem menos sobre a disputa pela Presidência e mais sobre as aspirações de quase metade do eleitorado -procura-se uma alternativa.

Ao lado de Aécio, Lula é o segundo candidato mais rejeitado: 45% dos eleitores nele não votariam de modo algum. Apenas o presidente Michel Temer (PMDB), com 64%, é alvo de repúdio maior.

Desvaneceu-se a já reduzida expectativa que havia em torno de seu governo -tido como ruim ou péssimo por 61% dos entrevistados, contra 31% em julho passado. Seu descrédito iguala-se ao da antecessora, Dilma Rousseff (PT), às vésperas do impeachment.

Os brasileiros mostram-se fartos das crises e seus protagonistas contumazes. Cenários eleitorais, sempre voláteis, tornam-se ainda mais incertos quando parte expressiva do eleitorado parece à espera da revelação do novo.
Herculano
30/04/2017 06:05
LULA AMPLIA LIDERANÇA PARA 2018, E BOLSONARO CHEGA A 2º, DIZ DATA FOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Igor Gielow. O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) cresceu e aparece no segundo lugar da corrida para a Presidência em 2018, empatado tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva (Rede).

É o que aponta a primeira pesquisa Datafolha após a divulgação de detalhes da delação da Odebrecht, que atingiu em cheio presidenciáveis tucanos ?"que veem o prefeito paulistano, João Doria (PSDB), surgir com índices mais competitivos.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, mantém-se na liderança apesar das menções no noticiário recente da Lava Jato.

O Datafolha fez 2.781 entrevistas, em 172 municípios, na quarta (26) e na quinta (27), antes da greve geral de sexta (28). A margem de erro é de dois pontos percentuais.

O deputado Bolsonaro, que tem posições conservadoras e de extrema direita, subiu de 9% para 15% e de 8% para 14% nos dois cenários em que é possível acompanhar a evolução. Nesses e em outros dois com candidatos diversos, Bolsonaro empata com Marina.

Ele é o segundo nome mais lembrado de forma espontânea, com 7%. É menos que os 16% de Lula, mas acima dos 1% dos outros.

Com uma intenção de voto concentrada em jovens instruídos e de maior renda, Bolsonaro se favorece da imagem de "outsider" com baixa rejeição (23%) e do fato de que o Datafolha já registrava em 2014 uma tendência conservadora no eleitorado.

Ele parece ocupar o vácuo deixado por lideranças tradicionais de centro-direita do PSDB, golpeadas na Lava Jato, confirmando a avaliação de que há espaço para candidaturas que se vendam como antipolíticas em 2018.

O senador Aécio Neves (MG), que terminou em segundo em 2014 e hoje é investigado sob suspeita de corrupção e caixa dois, é o exemplo mais eloquente da crise tucana. É tão rejeitado quanto Lula: não votariam nele 44%, contra 30% no levantamento de dezembro passado. Sua intenção de voto oscilou de 11% para 8%, quando era de 26% no fim de 2015.

Já o governador Geraldo Alckmin (SP) viu sua rejeição pular de 17% para 28%, e sua intenção de voto oscilou para baixo, de 8% para 6%. Até a delação da Odebrecht, em que é suspeito de receber R$ 10,7 milhões em caixa dois, ele passava relativamente ao largo da Lava Jato.

Marina, com "recall" de candidata em 2010 e 2014, registra tendência de queda nos cenários de primeiro turno. Para o segundo turno, ela segue na liderança, mas empata tecnicamente com Lula.

O ex-presidente mostra resiliência enquanto surgem relatos de sua relação com a construtora OAS e tendo a possibilidade de ficar inelegível se for condenado em duas instâncias na Lava Jato.

Nos dois cenários aferíveis, suas intenções subiram para 30%, saindo de 25% e 26%.

Lula atinge assim o terço do eleitorado que era considerado, antes da debacle do governo Dilma Rousseff, o piso de saída do PT. Parte do desempenho pode estar associado à vocalização da oposição ao governo Michel Temer (PMDB), impopular.

Já na pesquisa de segundo turno, Lula derrota todos exceto Marina e um nome que não havia sido testado até agora: o do juiz Sergio Moro, que comanda processos contra o ex-presidente na primeira instância da Lava Jato.

Sem partido, Moro supera Lula numericamente, com empate técnico: 42% a 40%. No cenário de primeiro turno em que é incluído, o juiz chega tecnicamente em segundo. Neste cenário, o apresentador Luciano Huck (sem partido, mas sondado pelo Novo), estreia com 3%.

Outro neófito na pesquisa é Doria, que tem tido o nome cada vez mais citado como pré-candidato ao Planalto. Ele ultrapassa seu padrinho Alckmin, ainda que dentro da margem de erro. E tem duas vantagens importantes: ainda não é um nome nacionalmente conhecido e tem baixa rejeição, de 16%.

Na hipótese de ser o candidato tucano com Lula, Doria pontua 9% no quarto lugar. Sem Lula, sobe para 11% mas fica na mesma posição, ultrapassado por Ciro Gomes (PDT) ?"que tenta se posicionar como nome da esquerda caso o petista não concorra. No segundo turno, Doria perderia para Lula, Marina e Ciro.
Herculano
29/04/2017 15:19
JUSTIFICATIVA REVOGA LIMINAR QUE SUSPENDIA COBRANÇA DE BAGAGEM DESPACHADA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Joana Cunha. Em um novo revés, a Justiça Federal revogou nesta sexta-feira (28) a liminar que suspendia a entrada em vigor da cobrança pelo despacho de bagagem nos voos no Brasil.

A decisão é do juiz federal Alcides Saldanha Lima, da 10ª vara do Ceará.

Em dezembro do ano passado, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) aprovou um pacote de regras para possibilitar a cobrança por bagagem despachada, a indenização do passageiro em caso de "overbooking", quando são vendidas mais passagens que assentos disponíveis, e a chance de desistir do bilhete comprado no prazo de 24 horas.

A cobrança pelo despacho foi a questão mais controversa, levando a uma disputa judicial. Em março deste ano, outra decisão já havia negado um recurso da AGU (Advocacia Geral da União) e da Anac que pediam queda da liminar que suspendia a possibilidade de cobrar pelo despacho.

Segundo a resolução da Anac, as bagagens podem ter um contrato separado do contrato de transporte do passageiro, ou seja, se a empresa quiser, ela pode cobrar um valor pelo transporte do passageiro e outro pelo transporte da bagagem.

"A empresa não é mais obrigada, como era anteriormente, a incluir no preço da passagem da pessoa o transporte de bagagem. Na prática, podemos ter um mercado como é nos Estados Unidos e na Europa hoje. Você pode compra uma passagem que inclui bagagem ou uma que não inclui", diz o especialista em direito aeronáutico, Guilherme Amaral, sócio do escritório ASBZ Advogados.

Trata-se de uma disputa judicial que já teve outros revezes e, portanto, ainda pode ser modificada.

"Essa liminar caiu agora porque a Anac foi até Brasília, e o STJ viu um conflito de competência. Tem dois juízes federais, um do Ceará e outro de São Paulo. O do Ceará diz que tem que entrar em prática, e o de São Paulo diz que não", explica Amaral.

"O STJ mandou juntar a decisão na mão do juiz do Ceará, que recebeu o assunto primeiro. Então ele decide as medidas emergenciais enquanto o STJ decide o conflito de competência", complementa o advogado.

Na prática, a partir de agora os contratos de venda de passagem e de bagagem poderão ser reparados, ou seja, as empresas poderão vender bilhetes sem franquia de bagagem.

Especialistas no setor estimam que, apesar das idas e vindas na Justiça, a partir deste fim de semana, as empresas voltarão a se organizar para começar a vender tarifas sem incluir bagagem e cobrar pela bagagem opcional do passageiro. Não se sabe com que velocidade elas conseguirão implementar, mas estão livres para cobrar.

Na opinião de Carlos Ebner, diretor da Iata (associação de companhias aéreas) no Brasil, o consumidor se beneficia dessa decisão. "O passageiro vai ter a escolha de decidir os serviços que ele quer comprar pelo tamanho do seu bolso. Ele pode viajar sem mala e pagando o mínimo possível."

O Ministério Público Federal defende que a cobrança por despacho fere os direitos do consumidor e que levará à piora dos serviços mais baratos prestados pelas aéreas.

O argumento do MPF é o de que a Anac não analisou a estrutura do mercado brasileiro nem o impacto sobre os passageiros com menor poder aquisitivo ao fazer a mudança.

Ainda segundo o órgão, a nova norma contraria o Código Civil, que garante o valor da bagagem despachada incluso na passagem, e o Código de Defesa do Consumidor, que impede a venda casada e a cobrança de taxas excessivas.
Herculano
29/04/2017 15:11
BOA BOFF! por Mário Victor Rodrigues, na revista Isto É

Sejamos justos, não é de agora que Leonardo Boff briga com a realidade. Tanto ele quanto seus pares, os ditos intelectuais ou grande parte da nossa classe artística, são useiros e vezeiros em rejeitar fatos que contestem suas preferências ideológicas.

De todo jeito, noves fora a costumeira desfaçatez, Boff merece o nosso agradecimento: sua tentativa de ensaiar um tom crítico ao PT nessa semana que passou, seguida de um sorrateiro endosso a Luiz Inácio, sublinhou como poucas vezes o método dessa turma.

Eleitor de Lula e Dilma, o teólogo chegou a sugerir que o Partido dos Trabalhadores deveria assumir ter sido "mordido pela mosca do poder", e defendeu que Lula, Temer e Fernando Henrique deveriam conversar pelo bem do País.

Que fique claro, não tenho nada de filosófico ou ideológico contra ele, Chico Buarque, Stedile, Wagner Moura, Frei Betto ou Márcia Tiburi. Meu negócio é estritamente pessoal. Ora essa, e como poderia ser de outro modo, se eles defendem Lula abertamente, mesmo sendo esse o grande responsável pelo maior aparato de corrupção na história do País?

Como poderia ser diferente, se, não satisfeitos em suscitar o encastelamento de facínoras nas mais diversificadas esferas de poder, com o intuito de enriquecer e sequestrar a democracia, ainda vociferam na maior cara de pau?

Como poderia ser diferente, enfim, se absolutamente ninguém que conheço, de familiares a amigos próximos, consegue vislumbrar perspectivas dignas no futuro próximo?

Admito, já cheguei a ponderar sobre como deve ser difícil renegar o próprio passado, principalmente para quem viveu durante o período em que os militares estavam no poder. Ponderei, sim, mas não por muito tempo e a razão disso é simples: ninguém precisa se sentir constrangido em rever suas crenças quando os fatos e a própria história os absolvem de culpa.

Aliás, de Ferreira Gullar a Paulo Francis, de Nelsinho Motta a Fernando Gabeira, a lista de pessoas que tiveram lucidez para enxergar o óbvio é longa. Esses compreenderam que de forma alguma traíram a si mesmos. Quando muito podem alegar terem sido enganados, e ainda assim provocariam controvérsias.

Está tudo certo, erros de avaliação fazem parte da vida e, no âmbito da política, são corriqueiros. Transigir com quem não os admite, porém, está fora de questão.

Noves fora a costumeira desfaçatez, Boff merece o nosso agradecimento: sua tentativa de ensaiar um tom crítico ao PT, seguida de um sorrateiro endosso a Luiz Inácio, sublinhou o método dessa turma
Herculano
29/04/2017 13:26
PALOCCI CONFIRMARÁ EM DELAÇÃO DESTINO DAS PROPINAS DA ODEBRECHET

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Daniel Weterman. Caso o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci feche um acordo de colaboração premiada com o Ministério Público Federal (MPF) na Operação Lava Jato, ele confirmará que é mesmo o "Italiano" das planilhas da Odebrecht e vai detalhar o destino de mais de R$ 300 milhões recebidos da empreiteira em forma de propina, dos quais R$ 128 milhões são atribuídos a ele. As informações foram publicadas na edição desta semana da revista IstoÉ.

A publicação traz que, de acordo com pelo menos três fontes que participaram das tratativas iniciais para a colaboração premiada, o ex-ministro abrirá detalhes da criação de uma conta-propina destinada a atender demandas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Parte da propina que irrigou essa conta teria sido resultado de um acordo celebrado entre ele e Lula durante a criação da empresa Sete Brasil, no ano de 2010. O ex-presidente teria ficado com 50% da propina, um total de R$ 51 milhões.

Pelo que Palocci afirmou a interlocutores que está disposto a falar, ele atestaria que R$ 13 milhões da conta foram sacados em dinheiro vivo por seu ex-assessor, Branislav Kontic, e entregues para Lula.
A campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) também estará na pretensa delação de Palocci. Segundo a reportagem, ele está empenhado em revelar como foi o processo de obtenção dos R$ 50 milhões da Odebrecht para a campanha de Dilma em 2014 e que a ex-presidente sabia da arrecadação ilícita. Na doação, estariam envolvidos nas negociações Lula e o ex-ministro Guido Mantega, além da ex-presidente.

O ex-ministro pretende mostrar ainda como empresas e instituições financeiras conseguiram uma série de benefícios durante os governos petistas, como redução de impostos, outras isenções fiscais, facilidades junto ao Banco Nacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e renegociação de dívidas tributárias.
Herculano
29/04/2017 10:08
PRESIDENTE LISTA 25 INFIÉIS PARA DEMITIR SEUS INDICADOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bruno Boghossian, da sucursal de Brasília e Paulo Gama, de São Paulo. O presidente Michel Temer listou cerca de 25 parlamentares que terão seus aliados demitidos de cargos públicos por terem votado contra o governo na proposta de mudança da legislação trabalhista e também por não apoiarem a reforma da Previdência.

A estratégia do Palácio do Planalto é tirar os cargos dos parlamentares considerados infiéis e transferir as nomeações para outros, em troca dos votos destes deputados na reforma da Previdência.

O governo considera ter sido traído por cerca de 70 deputados. Espera que as demissões ajudem a reverter a posição do resto do grupo.

Os alvos são deputados que compõem a base de Temer, mas são considerados "irrecuperáveis" - ou seja, traíram o governo e não podem ser convencidos a apoiar a reforma da Previdência.

Há nomes de dez partidos, como o PMDB (sigla do presidente), o PP (do líder do governo) e o PSB, que declarou posição contrária às reformas e deve ser o mais atingido.

Segundo a Folha apurou com dois integrantes da equipe de articulação política, entraram na lista Gonzaga Patriota (PSB-PE), Cícero Almeida (PMDB-AL), Luciano Ducci (PSB-PR), Marcelo Álvaro (PR-MG), Jony Marcos (PRB-SE), Antonio Jácome (PTN-RN).

Por compor a base aliada de Temer, esses deputados ganham junto ao governo o direito de escolher quem ocupará cargos da administração federal em seus Estados de origem. Serão alvos de retaliação, por exemplo, uma gerência do INSS, ocupada por indicação de Patriota, e um posto em Itaipu, ocupado por um aliado de Ducci.

O DEM deve ser poupado, porque entregou os votos de 100% de seus deputados a favor da reforma trabalhista.

A lista foi fechada em reunião na noite de quinta-feira (27), no gabinete presidencial, com as participações de Temer, dos ministros Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Dyogo Oliveira (Planejamento), do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

Algumas portarias internas com as demissões já foram editadas. A maior parte delas deve acontecer no início da próxima semana, como um recado de que traições em plenário não serão toleradas.

Segundo auxiliares de Temer, nem todas as demissões serão definitivas. Algumas podem ser revertidas se os padrinhos das nomeações decidirem votar com o governo na reforma da Previdência.

Além disso, parte dos deputados que votaram contra a reforma trabalhista será poupada. Temer e seus aliados decidiram manter cargos indicados por parlamentares que procuraram o governo para dizer que se posicionariam contra o texto, mas apoiariam a proposta da Previdência.

Foi o caso, por exemplo, de um deputado que avisou ao Planalto que não poderia apoiar a mudança na legislação trabalhista por ser dirigente de uma central sindical, mas se declarou aberto a discutir a reforma previdenciária. Ele manterá seus cargos no governo.

Temer e seus ministros também vão poupar parlamentares que votaram "não" na reforma trabalhista, mas vão receber cargos em troca do apoio nos próximos projetos de interesse do Planalto.

Líderes do governo reforçaram as promessas de nomeações dentro do próprio plenário, durante a votação das alterações na legislação trabalhista, na última quarta-feira (26).

Minutos depois de votar contra a reforma, o parlamentar de um partido nanico foi procurado por um aliado de Temer, que mostrou a foto da assinatura de uma nomeação que ele pleiteava há meses. Em troca da liberação, deu a promessa de votar "sim" na reforma da Previdência
Herculano
29/04/2017 08:41
TEMER VENCE; MICÃO DA ESQUERDA D[A FORÇA À REFORMA DA PREVIDÊNCIA,por Reinaldo Azevedo, de Veja

A dita "greve" já tem vencedores e perdedores. Começo por aqueles que venceram: o presidente Michel Temer e seu governo. Não! O país não parou! Não! Os trabalhadores não pararam. Não! Os brasileiros não caíram na conversa dos nababos do sindicalismo.

A avaliação do presidente e de seus assessores mais próximos é a de que esta tal "greve", dadas as suas características, colabora para dar força à reforma da Previdência.

O Congresso Nacional, por exemplo, pode constatar, assim, o tamanho real dessa gente. Aliás, isso vale também para a direita xucra, que baba verde a cada vez que se fala, por exemplo, em foro especial ou financiamento público de campanha, com voto em lista. A vida real não está no Facebook. Ali está a vida virtual.

Os senhores parlamentares, pois, que façam o que têm de fazer em benefício do país. E deixem que os "militontos" das redes sociais secretem seu respectivo veneno, seja ele vermelho ou indevidamente verde e amarelo.

Atendam, senhores, às necessidades dos brasileiros do presente, com a reforma trabalhista, e dos brasileiros do futuro, com a reforma da Previdência.

E deixem que os dinossauros de esquerda e da extrema direita se estreitem num abraço insano. São iguais e se merecem.
Miguel José Teixeira
29/04/2017 08:32
Senhores,

NOTA DE FALECIMENTO:

FALECEU ontem, vítima de usa própria incomPeTência, o PELEGUISMO, herança obsoleta da era Vargas. Já foi tarde. . .que o diabo o carregue, principalmente o subproduto gerado por ele: o maldito sapo-barbudo!
vlad
29/04/2017 07:58
Incomodados pela perda do imposto sindical e pela perda de poder, os sindicatos colocaram seus grupos de guerrilha nas ruas apenas para demonstrar força. E mostraram que não são de nada, são só vândalos mesmo.
Herculano
29/04/2017 07:53
O PT E A GREVE CONTRA OS POBRES, por Maílson da Nóbrega, economista, ex-ministro da Fazenda do governo de José Sarney, PMDB, o de maior inflação conhecida e descontrole de preços.

A greve geral que as centrais sindicais e as corporações promovem contra as reformas da Previdência e da Legislação Trabalhista é um movimento contra os pobres. Dizem defender os trabalhadores contra eliminação de direitos, sem qualquer evidência de que isso vá acontecer. Assim, resta concluir que os líderes do movimento organizaram, a rigor, uma ação política para deter as mudanças e desmoralizar o governo. Claro, há um componente não desprezível de desinformação, mas o objetivo final é inequivocamente político.

Pior, a greve tem apoio enfático do PT. Por ter ficado treze anos no poder, o partido - ou pelo menos Lula e seus principais líderes - deveria saber que a situação é insustentável. Difícil acreditar que nada tenham aprendido sobre a situação financeira da Previdência.

Se o movimento provocar a rejeição das reformas, a economia entrará rapidamente em colapso. Apesar de o Tesouro encontrar-se em rota de insolvência fiscal, os investidores compraram a ideia de que em alguns anos esse risco desaparecerá. Além da aprovação do teto de gastos, o ajuste fiscal prosseguiria com a reforma da Previdência. Outras reformas ocorreriam no próximo governo. Assim, por volta de 2026, a relação entre a dívida pública e o PIB ?" o principal indicador de solvência do Tesouro ?" chegaria a 80% ou 90%, mas depois declinaria para patamares sustentáveis.

A rejeição da reforma desmontaria instantaneamente essa premissa. A crise de confiança e a fuga de papéis públicos ocorreriam imediatamente. Seria o gatilho para uma crise sem precedentes. Já tivemos crises, inclusive a atual, infligida pela má gestão do PT. Mas todas foram gestadas ao longo de anos, com picos e aqui e acolá. Desta vez, pode ser uma explosão.

O Tesouro, sem a confiança dos investidores, teria, para financiar a dívida, que recorrer a emissões de moeda e a aumentos de impostos. Entraríamos em situação de dominância fiscal, aquela em que o Banco Central perde a capacidade de assegurar a estabilidade da moeda. Estaria aberto o caminho para a volta da inflação desembestada.

A inflação é um imposto perverso, cobrado dos que dela não podem ser defender, isto é, os pobres. Sem a modernização da legislação trabalhista, continuaríamos a perder produtividade e potencial de crescimento. O desemprego se elevaria. Seria a segunda paulada contra os pobres. O encolhimento drástico do emprego os atingiria frontalmente. Como se sabe, o desemprego prejudica a parcela menos qualificada dos trabalhadores, isto é, os pobres.

O PT apoia a greve geral na expectativa de colher os frutos políticos da derrocada do governo Temer, mas o colapso da economia criaria o ambiente para a eleição de um demagogo pior do que os mais desavisados petistas. Mesmo que ganhasse as eleições de 2018, o PT herdaria os escombros de uma economia destruída. De que valeria tamanha irresponsabilidade?

Tudo indica, felizmente, que a greve não deterá as reformas. Só acarretará desconforto para a população
Herculano
29/04/2017 07:41
PERDEM LULA, O PT E VIGARISTAS QUE NEGAM O DÉFICIT DA PREVIDÊNCIA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

E, claro, a greve tem seus derrotados, certo?

Em primeiro lugar, estão Lula e o PT. É claro que são as duas mãos que balançam o berço. Até porque controlam a CUT, a maior central sindical. Sim, outras estão metidas no rolo, como a Força Sindical. Foram igualmente humilhadas.

Perderam também os vigaristas e aproveitadores que negavam a existência do déficit da Previdência, não é?, e que, pois, na prática, incentivavam os movimentos de rua. Negar o rombo no setor é o mesmo que negar os fundamentos elementares da matemática.

Também saem derrotados os que apostavam que as reformas seriam o núcleo da plataforma das esquerdas. Ninguém caiu na conversa. A aparência de que o movimento mexeu com o país decorre do fato de partidos políticos, como PT e PSOL, controlarem sindicatos - especialmente aqueles de áreas ligadas ao serviço público.

Vão ter de se virar de outro jeito.
Herculano
29/04/2017 07:37
'GREVE GERAL' FEZ BARULHO, MAS NÃO PAROU O PAÍS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Já no início da manhã desta sexta (28) o Palácio do Planalto celebrava o fiasco da "greve geral" convocada por sindicalistas ligados à CUT, braço sindical do PT. Protestos foram realizados, mas o País não parou, segundo avaliação do sistema de monitoramento do Palácio do Planalto. Os sindicalistas se dividiram em pequenos grupos, para ações pontuais, insuficientes para tornar realidade a prometida "greve geral".

AGRESSÕES COVARDES
Mas houve conflitos com a sociedade. Com o fiasco, sindicalistas passaram a agredir pessoas no trânsito que não conseguiam bloquear.

PASSAGEIROS ESPANCADOS
No aeroporto Santos Dumont, no Rio, bandidos com bonés e camisetas da CUT espancaram passageiros na fila do check-in e para pegar táxi.

POBRES SOFRERAM
Um êxito da greve foi no transporte público de algumas cidades, onde os mais pobres não puderam exercer o direito de ir e vir.

OMISSÃO CRIMINOSA
Profissionais de unidades públicas de saúde também negaram socorro a doentes, de maioria pobre, sem plano de saúde ou médico particular.

MPF PREOCUPADO COM 'PULVERIZAÇÃO' DA LAVA JATO
Chamou a atenção do Ministério Público Federal a aprovação do fim do foro privilegiado por unanimidade, no Senado. Depois, deu para entender os 75x0: os atuais investigados e réus na Lava Jato ganham infinitas opções de recursos. Além disso, até para não sobrecarregar o juiz Sérgio Moro, há a possibilidade, prevista em lei, de pulverizar os processos para juízes dos Estados "onde os crimes foram cometidos".

SOMOS TODOS MORO
A Associação dos Juízes Federais (Ajufe) já demonstrou que não há apenas um Sérgio Moro, mas um "exército" deles em todo o País.

INEDITISMO
Nenhuma das votações nominais realizadas pelo Senado este ano teve quórum tão alto de senadores quanto a PEC do fim do foro privilegiado.

ENCAFIFADO
O relator Randolfe Rodrigues ficou encafifado: Renan Calheiros votou, como ele, pelo fim do foro. "É orar e vigiar", diz o senador da Rede-AP.

REFORMA SEGUE
Protestos contra Dilma levaram às ruas milhões contra o governo. Um mês depois ela estava na rua. O fiasco da "greve geral", ao contrário, deu força à reforma da previdência, avalia o Palácio do Planalto.

GOVERNO DAS EMPREITEIRAS
No protesto de em Brasília, sindicalistas do PT gritavam ao microfone pela "revolução socialista" para "derrubar o governo das empreiteiras". O problema é que o governo do PT, das empreiteiras, já caiu.

ALIANÇA DO MAL
Os atos de terror que incendiaram nove ônibus e várias lojas, no Rio, pode ter sido produto da retomada de uma velha aliança de ativistas da esquerda-caviar com o crime organizado que controla favelas.

BANDIDOS COVARDES
A Polícia Civil do Rio tem o dever de identificar prender sindicalistas que agrediram passageiros na fila do check-in no aeroporto Santos Dumont. É mole identificar os bandidos, há fartura de imagens.

ÍNDIOS CAÍRAM FORA
Índios deixaram os sindicalistas do PT desolados, ontem, quando começaram a levantar acampamento. Os carros de som apelavam para que eles aderissem ao protesto. Mas os índios deram no pé.

FOLGA GERAL
Como já era esperado, os únicos lugares lotados de gente ontem, como em qualquer véspera de feriadão, foram shoppings e aeroportos. Nas ruas, só a turma da CUT, que na verdade estava trabalhando.

BOMBOU
Um dos assuntos mais comentados no Twitter durante todo o dia de ontem não foi novidade para quem conhece a dupla PT/CUT. O termo #AGreveFracassou figurou em incontáveis perfis de trabalhadores.

NÃO TIRA DA CABEÇA
Enquanto a CUT, fiel escudeira do PT, tentou promover greve geral na sexta, Lula não foi visto contestando as reformas. Aproveitou para falar sobre a provável delação de Palocci, agora sua maior preocupação.

PENSANDO BEM...
...Lula não apareceu nos protestos contra as reformas ontem por um simples motivo: só faz greve quem trabalha.
Herculano
29/04/2017 07:33
ARGUMENTO QUE DEU CERTO COM COLLOR É CLONADO POR CABRAL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Ítalo Nogueira, da sucursal do Rio de Janeiro. A estratégia de defesa do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) apresentada em seu primeiro depoimento em processo da Lava Jato reprisa argumento usado pelo ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) na ação penal em que foi absolvido.

As sobras de caixa dois eleitoral foram apontadas pelo ex-presidente, que sofreu impeachment em 1992, como origem dos recursos usados por seu ex-tesoureiro Paulo César Farias para bancar suas despesas pessoais.

Cabral usou argumento semelhante ao explicar ao juiz Sérgio Moro de onde vinham os recursos para a aquisição de ternos, vestidos e a blindagem de um carro da mulher, Adriana Ancelmo.

De acordo com a secretária pessoal do peemedebista, Sônia Baptista, os gastos mensais da família eram de, em média, R$ 200 mil.

Collor foi absolvido em 1994 usando, entre outros argumentos, a tese de que os gastos pessoais e familiares de US$ 6,5 milhões pagos pelo esquema PC Farias eram quitados com sobras de valores arrecadados junto a empresas para a eleição de 1989.

Assim como Cabral, o ex-presidente tinha uma secretária pessoal responsável por gerenciar sua vida financeira pessoal, Ana Acioli. Ela movimentava conta bancária alimentada por PC Farias.

Collor foi absolvido no STF (Supremo Tribunal Federal) da principal ação penal que o acusava de corrupção no período em que ocupou a Presidência.

A tese sobre o uso de sobras de caixa dois deu suporte ao argumento principal da defesa, que tratava da ausência de provas sobre atos do então presidente que beneficiaram os envolvidos no esquema PC.

Collor foi absolvido na ação penal sobre os mesmos fatos que levaram ao seu impeachment dois anos antes.

Naquela época, não havia punição para o caixa dois. Atualmente, o uso de recursos não declarados é punido com pena de até cinco anos de prisão ?"ainda assim, menos do que o máximo para casos de corrupção, de 12 anos.

"Não posso negar uso de caixa dois e uso de sobras de campanha de recursos. Em função de eu ter sido um político sempre com desempenho eleitoral muito forte no Estado, o financiamento acontecia... Esses fatos são reais. Reconheço esse erro", disse Cabral.

A situação do ex-governador é agravada com o depoimento de delatores da Andrade Gutierrez, Odebrecht e Carioca Engenharia, que afirmam ter recebido pedido de propina diretamente dele.

No julgamento do mensalão, em que políticos de vários partidos foram condenados por receber dinheiro em troca do apoio ao governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), o Supremo decidiu por condenações sem exigir prova cabal da contrapartida.

Outra coincidência une os casos Cabral e Collor. Na ação penal no STF, PC Farias afirmou que foram arrecadados US$ 100 milhões em doações de empresas naquela eleição.

O valor é semelhante ao que os irmãos Renato e Marcelo Chebar afirmaram, em delação, manter em seus nomes em contas no exterior a pedido do peemedebista.
Herculano
29/04/2017 07:16
da série: a melhor crônica do dia geral de greve que "abalou" o Brasil no dia de ontem, segundo os sindicalistas que podem perder o imposto sindical retirado na marra dos tralhadores, os funcionários públicos, os únicos que podem realmente perder a possibilidade de se aposentar aos 45 anos com R$30 mil por mês para não inviabilizar o dinheiro dos 63% dos brasileiros que se aposentam aos 66 anos ganhando apenas e miseravelmente o mínimo.

BRASILEIRO TALVEZ QUEIRA FAZER A BARBA, NÃO GREVE, por Josias de Souza

No Brasil de hoje, qualquer pensamento otimista corre o risco de ficar velho em dois minutos. Ou em duas delações premiadas. O desemprego bate recordes. A Lava Jato é o único empreendimento que prospera. Um Congresso apinhado de larápios vota medidas amargas sugeridas por um governo abarrotado de investigados. E o PMDB alcança o ápice da perfeição: ele mesmo governa, com Michel Temer. Ele mesmo lidera a oposição, com Renan Calheiros. Foi contra esse pano de fundo caótico que as centrais sindicais convocaram uma greve geral. Considerando-se o que poderia ter sido, o movimento revelou-se bem menor do que o esperado.

Houve protestos em todas as capitais. Mas o país não parou, como se prometia. Excetuando-se algumas poucas corporações, sobretudo de servidores públicos apavorados com a hipótese de perder privilégios, o brasileiro foi à luta. A taxa de adesão espontânea à paralisação foi baixa. Nos grandes centros, quem não chegou ao trabalho foi porque esbarrou em barricadas ou na falta de transporte. Parou por pressão, não por opção.

O Planalto celebra o fiasco. Exagero. Sustenta que o protesto miúdo sinaliza aprovação às reformas. Despautério! O sindicalismo festeja o sucesso da "greve geral". Desatino. Alardeia que a sociedade brasileira demonstrou que não tolera as reformas do governo "golpista". Ilusão. Os patrícios não sabem nem o que está sendo reformado. O governo e seus antagonistas talvez devessem desperdiçar um naco de tempo para refletir sobre uma lamentável evidência: o grosso da população apertou o botão de "dane-se."

A plateia olha para os sindicalistas e enxerga no rosto deles o pânico do risco de perder a boquinha do imposto sindical. Bocejos. A arquibancada observa os índices de reprovação de Temer nas pesquisas e intui que ele está pouco se lixando para as ruas. Boceja novamente ao se dar conta de que o presidente tem duas prioridades que se sobrepõem a todas as outras: passar a impressão de que comanda e não cair.

Falta remédio para os aposentados nas farmácias populares! O Congresso votou assim? O Congresso votará assado? Quem se importa? Há gente que se desespera ao abrir a porta da geladeira! O Renan criticou o Temer? O Temer dará novas benesses ao Renan? O que isso tem a ver com o café com leite do cidadão comum?

Há 14,2 milhões de brasileiros humilhados na fila do desemprego. Essa gente talvez não queira fazer greve. Prefere fazer a barba - ou a maquiagem - antes de seguir para a enésima entrevista de emprego. A política precisa enxergar o Brasil. A política partidária e também a sindical. Do contrário, vão se tornar invisíveis. Vivo, Cazuza cantaria: "Suas ideias não correspondem aos fatos? E o tempo não para
Herculano
29/04/2017 07:03
A GREVE E AS REFORMAS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Com paralisações expressivas no transporte público e a adesão de categorias tradicionalmente ligadas à militância sindical, a greve geral convocada para esta sexta-feira (28) alterou o cotidiano das principais cidades brasileiras, havendo de ter satisfeito as expectativas de seus organizadores.

Foi, entretanto, relativamente modesta a dimensão dos atos públicos que, em clima de véspera de feriado, acompanharam o movimento ?"caracterizado pelo governo como iniciativa circunscrita à insatisfação dos sindicatos com as reformas previdenciária e, em especial, trabalhista.

A Câmara dos Deputados, afinal, acaba de aprovar projeto que, entre outras providências, extingue o imposto que financia as entidades de empregados e patrões.

Ao final do dia, incidentes lamentáveis de violência mancharam as manifestações. No Rio, ônibus foram incendiados; em São Paulo, houve danos a casas e lojas, além de confronto entre mascarados e policiais nas proximidades da residência do presidente Michel Temer (PMDB).

Com o que se tem, é difícil antever o impacto da greve no andamento da ambiciosa agenda legislativa do Palácio do Planalto. A tarefa já se mostrava árdua o suficiente antes dos protestos.

A reforma da CLT passou na Câmara com o apoio de 296 dos 513 deputados, número que, embora expressivo, não basta para que se aprovem as mudanças propostas na Previdência. Para estas, que dependem de emenda à Constituição, serão necessários mais 12 votos ?"e a capacidade de enfrentar resistências mais disseminadas.

Em nenhum país do mundo, propostas de redução dos direitos relativos à aposentadoria contarão com apoio popular. Governantes, em geral, só as apresentam quando as finanças públicas já estão em trajetória insustentável. Este é, sem dúvida, o caso do Brasil.

A alternativa que se coloca é aprovar a proposta governamental ou deixar o sistema como está.

O impacto negativo de uma derrota da emenda se faria sentir, em termos imediatos, no prolongamento da recessão, na queda dos investimentos e no aumento das taxas de juros. O mercado credor, afinal, cobrará já pela percepção de que o governo está a correr risco grave de insolvência.

Mais adiante, um colapso completo na capacidade financeira do Estado para cumprir funções básicas, como educação, saúde e segurança, teria o potencial de gerar uma crise de insatisfação popular incomparavelmente mais grave do que a que hoje se verifica.

O país corre contra o tempo - e não há paralisação que possa alterar a dura verdade desse fato.
Sidnei Luis Reinert
29/04/2017 06:00
General Etchegoyen será novo Comandante do Exército

O presidente Michel Temer iniciou uma articulação sigilosa para a troca ?" com data ainda a determinar ?" do comando do Exército.
O general Eduardo Villas Boas deve sair em breve para tratar da saúde. Articula-se no Governo a promoção do general Sérgio Westphalen Etchegoyen, atual chefe do Gabinete de Segurança Institucional, para o Comando da Força. Ele é benquisto no Exército e já comandou o Estado Maior.
O desafio do Palácio é encontrar sucessor para Etchegoyen, considerado linha dura mas bom articulador. Ele restabeleceu o GSI e reformou a Abin, antes controlada pelo PT.
A informação está postada no site Coluna Esplanada, assinada pelo jornalista Lenadro Mazzini, um dos profissionais mais bem informados de Brasília.

Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/blog-esplanada/2017-04-28/exercito.html
Posted by CRISTALVOX on abril 28, 2017
Herculano
28/04/2017 19:10
O MINISTRO GILMAR MENDES ACABA DE AUTORIZAR A SOLTURA DE EIKE BATISTA.
Herculano
28/04/2017 19:03
APóS CRÍTICAS À REFORMA TRABALHISTA, PLANALTO DÁ ULTIMATO A RENAN

Conteúdo do jornal do Estado de S. Paulo. Texto de Julia Lindner. Aliados do presidente Michel Temer afirmam que ele está "indignado" com a postura do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), contra as reformas trabalhista e previdenciária. Nesta sexta-feira, o presidente do partido, Romero Jucá (PMDB-RR), deu um ultimato ao líder. A aliados, Jucá já avaliou que a permanência de Renan no cargo dependerá do seu "comportamento quando as reformas começarem a tramitar" na Casa.

Por meio de nota, Jucá declarou que "qualquer decisão sobre a liderança do partido no Senado cabe à bancada de senadores" e que não conversou sobre o assunto com o presidente Temer.

Correligionários em pé de guerra
Renan, por sua vez, disse que "não está sabendo" de nenhum tipo de movimento contra ele, nem leu a nota do presidente da legenda. "Não sei se há movimento, se não há", respondeu. Ele destacou que a semana foi "muito tranquila" e "agradável.

Ontem, Renan voltou a criticar a reforma trabalhista em discurso no plenário, que começará a tramitar no Senado a partir da próxima semana, após ser aprovada na madrugada de quinta-feira, 27, na Câmara. O líder da bancada defendeu que os senadores tem o dever de mudar o texto. Segundo ele, a proposta chega a "constranger" e "coagir" integrantes da base governista.

"Não acredito que essa reforma saia da Câmara e chegue aqui, ao Senado Federal - reforma de ouvidos moucos -, sem consultar opiniões; reforma que só interessa à banca, ao sistema financeiro, rejeitada em peso e de cabo a rabo pela população; reforma tão malfeita, que chega a constranger e a coagir a base do próprio governo. Por isso ela vai e volta, de recuo em recuo", disse Renan.

O líder da bancada atua nos bastidores para atrasar a tramitação da reforma e modificar o texto defendido pelo governo. A ideia seria fazer com que a proposta tenha que passar pelo maior número possível de comissões (pelo menos três), antes de seguir para o plenário. Já os governistas querem que o texto passe por apenas um colegiado, em caráter de urgência, podendo ser aprovado em até três semanas no plenário.

Para o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), o presidente do partido não deve interferir em assuntos da bancada. "Não é o presidente em exercício do PMDB que tem que falar sobre liderança da bancada. O presidente em exercício do PMDB está dando uma nota estapafúrdia", reclamou. Jucá foi eleito vice-presidente do PMDB, mas assumiu o comando da sigla após Temer ser nomeado presidente da República, no ano passado.

Já o senador Airton Sandoval (PMDB-SP) avalia que Jucá deu um recado necessário a Renan. "O líder de uma bancada não pode assumir opiniões pessoais. Entendo que ele, para tomar qualquer decisão, assumir posições a favor ou contra do governo, não pode fazer isso em nome da bancada sem consultá-la. Renan está assumindo opiniões pessoais, atrapalhando o governo, e isso não pode continuar acontecendo", disse.

O senador Raimundo Lira (PMDB-PB), afirmou que desconhece algum movimento contra Renan na bancada ou interferência por parte de Temer. Ele reconheceu, entretanto, que Renan possui força para influenciar a tramitação da reforma trabalhista. "Acho que passar por três comissões seria um preciosismo e até uma forma de obstrução. Mas, se Renan permanecer com essa determinação, o que vai acabar acontecendo o que ele está querendo", considerou.

Aliado de Renan, o senador Hélio José (PMDB-DF) afirmou que a bancada está pacificada. Ele lembrou que os peemedebistas representam 33% dos senadores da Casa. "Nosso líder tem apoio de todos nós, não teve nenhum tipo de discussão [contra Renan], nunca houve. Qualquer coisa em relação a isso é falácia", defendeu.
Herculano
28/04/2017 18:54
OS ÚLTIMOS RATOS, por Rodrigo Constantino, na revista Isto É

A pós as delações que colocam Lula e o PT como os grandes responsáveis pelo gigantesco esquema de corrupção que assolou o Brasil, vemos os últimos ratos abandonando o navio em pleno naufrágio. É verdade que alguns ainda insistem, por lealdade. Mas diversos outros já ensaiam uma "autocrítica", e se afastam malandramente do terrível legado do partido. Não há nada novo aqui. Ao contrário: o fenômeno se repete com uma precisão de relógio suíço. Embusteiros e crentes fanáticos defendem algum populismo qualquer de esquerda, pregam medidas sensacionalistas que delegam ao Estado o poder para curar todos os males do planeta, e depois que a coisa toda fracassa ?" pois o fracasso é inevitável ?" eles acusam os líderes daquele experimento pela desgraça. E seguem com a defesa do socialismo.

Os oportunistas agem assim para circularem sempre em torno do poder, feito moscas no mel, enquanto os crentes fanáticos simplesmente não são capazes de enxergar a podridão da própria seita ideológica, necessitando de bodes expiatórios para manter a ideologia pura. Por isso que o socialismo já acumula mais de cem milhões de mortes no currículo, tendo deixado um rastro enorme de miséria, escravidão e terror, mas ainda conta com inúmeros adeptos. Eis a tática que eles usam: "deturparam o marxismo". Lenin, Stalin, Pol-Pot, Mao, Fidel Castro e mais recentemente Chávez e Maduro, entre tantos outros, desviaram-se do curso socialista, corromperam-se no caminho, e por isso não deu certo. Na versão tupiniquim, Lula e o PT tentaram implantar o modelo socialista, inclusive repetindo diversas vezes que a Venezuela era uma inspiração. Deu nisso.

E agora, diante dos milhões de desempregados, da inflação que destruiu a renda dos que continuaram com trabalho, e dos infindáveis escândalos de corrupção, não pensem que essa turma irá rever seus conceitos, questionar se o modelo em si é ruim, passar a defender menos Estado e mais privatizações e livre mercado. Nada disso!

Vão fazer exatamente o que já estão fazendo: culpar Lula e o PT para preservar o socialismo, o modelo intervencionista, a "justiça social" liderada pelo Estado. E assim podem continuar pregando os mesmos meios, ignorando que levam inexoravelmente a esse fim trágico, em todo canto do planeta. Sai de cena o PT, carregando consigo a culpa sozinho, para que o PSOL ou a Rede possam assumir o papel de vender ilusões como se fossem fresquinhas. A "autocrítica" é um engodo, claro, pois não investiga as verdadeiras causas do problema, não checa as premissas da própria ideologia furada. "Insanidade", disse Einstein, "é fazer tudo igual e esperar resultados diferentes". Nossa esquerda é insana, e os ratos já se preparam para embarcar no novo navio dos loucos.

"Insanidade", disse Einstein, "é fazer tudo igual e esperar resultados diferentes". Nossa esquerda é insana e já se prepara para embarcar no novo navio dos loucos
Herculano
28/04/2017 17:41
OS ROB?"S TRABALHAM (E CUSTAM CARO)

Conteúdo de O Antagonista. Os robôs contratados pela CUT e pelo PT não estão em greve.

A hashtag #BrasilemGreve chegou ao segundo lugar nos Trending Topics mundiais.

Nas ruas, porém, a greve fracassou.

Um ministro de Michel Temer disse ao Estadão que as manifestações são "espalhadas, feitas por corporações, sem adesão de massa".
Herculano
28/04/2017 17:25
da série: do que era óbvio ontem (e muito antes) e tive a coragem de escrever para a coluna impressa de hoje no
jornal Cruzeiro do Vale reproduzida acima, constata-se na imprensa nacional quase como unanimidade e nos relatos que traçam o balanço da dita greve geral. Até nas redes sociais os bandoleiros perderam, pois tiveram que esconder a prova do fracasso: as fotos e vídeos mostrando a baixa adesão, ou truculência e o vandalismo ativo sindical e ideológico de meia dúzia sobre os passivos milhões.

A GREVE DE ARAQUE INSTITUIU O DIA NACIONAL DA VADIAGEM. ENXERGAR UMA GREVE NO QUE HOUVE NESTE 28 DE ABRIL É PROMOVER ENXURRADA A TSUNAMI, por Augusto Nunes, de Veja.

A paralisação foi programada para a véspera de um feriado prolongado para somar-se à folga de primeiro de maio e produzir o maior feriadão de 2017. Disfarçado de "greve geral", o evento organizado por gigolôs do moribundo imposto sindical não foi um ato político, mas uma malandragem destinada a incentivar a ociosidade. Aumentou o movimento nas estradas. As cidades ficaram com cara de domingo. As manifestações de rua reuniram menos gente que procissão de vilarejo.

Enxergar uma greve geral no que se viu nesta sexta é promover enxurrada a tsunami. Toda greve é uma interrupção voluntária e continuada do trabalho - e interrupção voluntária não rima com barricadas com pneus em chamas, piquetes truculentos e arruaceiros hipnotizados pelo berreiro sindiota. A greve geral, como ensina o adjetivo, tem necessariamente abrangência nacional. E se ampara em reivindicações, palavras-de-ordem e bandeiras encampadas por todas as categorias profissionais relevantes.

Enfim, grevistas querem algo, berram propostas, fazem exigências. Os greveiros de hoje são contra tudo que venha do governo - da mesóclise a reformas que remoçam velharias quase centenárias. Mas não conseguem ser a favor de nada, nem têm coragem suficiente para defender publicamente a preservação dos privilégios da pelegagem. Por essas e outras, os que se nomearam líderes dos trabalhadores acabaram instituindo, neste 28 de abril, o Dia Nacional da Vadiagem.
Herculano
28/04/2017 17:13
"NÃO HAVERÁ RECUO", DIZ TEMER SOBRE AS REFORMAS, por Josias de Souza

Michel Temer disse a auxiliares nesta sexta-feira que não cogita abandonar sua agenda de reformas. "Não haverá recuo", disse. Mantém o propósito de realizar o que chama de "governo refosmista". Realça que outros países tiveram que lidar com protestos e incompreensões para realizar reformas. Sustenta que todos os que perseveraram estão economicamente mais sólidos. Repete que o esforço será recompensado com a volta da prosperidade econômica e dos empregos.

A despeito da disposição de Temer, o governo reconhece que ainda não dispõe dos 308 votos de que necessita para aprovar a emenda constitucional que reformula a Previdência. Nesse ponto, houve um ajuste na estratégia. O Planalto desistiu de marcar uma data para a votação. "Vamos votar quando tivermos certeza da vitória", disse um ministro.

Depois de aprovar na Câmara a reforma da CLT, o condomínio governista cogitara travar a batalha da Previdência no dia 8 de maio. A data foi abandonada. Avalia-se que ministros e líderes de partidos precisarão de mais tempo para seduzir - na lábia e no fisiologismo- os deputados que ainda resistem em mexer no modelo previdenciário. Os insurgentes perderão benesses como cargos e verbas orçamentárias, ameaça o Planalto.

A flexibilização do calendário não tem relação com os protestos realizados nesta sexta-feira, alega o governo. Ao contrário, o Planalto surpreendeu-se com a dispersão dos opositores das reformas. O próprio governo havia se equipado para enfrentar um movimento mais vigoroso. A percepção de Temer e de seus auxiliares é a de que não houve uma "greve geral", mas manifestações "dispersas e pontuais".

"Isso não diminui o nosso desafio", disse o ministro que conversou com o colunista. "Sabemos que não será fácil aprovar a reforma da Previdência. Não era fácil ontem. Não será fácil amanhã. Mas trabalhamos com a convicção de que é o melhor a ser feito. Por isso, achamos que vamos conseguir os votos, mesmo que demore um pouco mais.. Pode ser no final de maio, no início de junho. O que importa é aprovar."
Sidnei Luis Reinert
28/04/2017 16:45
"Greve sem corte de ponto é férias" ?" Luiz Inácio Lula da Silva

"É tudo muito rápido. Eles vão nas rodovias, colocam fogo e se espalham" ?" Globonews

A CUT aderiu à blitzkrieg.
Herculano
28/04/2017 13:04
OPERAÇÃO DA PF ATINGE O CORAÇÃO DO PMDB: RENAN, SARNEY E JUCÁ... GARIBALDI ALVES.

Conteúdo de Veja. Texto de Gabriel Mascarenhas. A Operação Satélite 2, deflagrada hoje de manhã pela Polícia Federal, não tirou da cama apenas o amigo de Renan Calheiros, Bruno Mendes.

As investigações apontam para traficâncias praticadas por personagens que orbitam em torno de outros figurões do PMDB em Alagoas, Tocantins, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Roraima.

Os estados entregam os alvos. Um advogado, identificado como Amaury Cezar Piccolo, próximo a José Sarney, está entre os alvos da PF.

Gente ligada a Romero Jucá e a Garibaldi Alves também consta na lista dos mandados judiciais cumpridos mais cedo.
Herculano
28/04/2017 12:56
RBS ENROLA

O jornalismo é feito para esclarecer? Não na RBS TV. A pauta era excelente. Ela foi as ruas e perguntou ao povo qual a razão da greve e o que está se reformando

Ficou claro que ninguém sabia de nada. Sem exceção. O que prova que o governo de Michel Temer, PMDB, é zero em comunicação. O Paulinho da Força, o deputado pelego Paulo Pereira, do Solidariedade, dá um banho nos comerciais do partido contra as reformas .

Então, o Mário Mota, resolveu, no estúdio, "entrevistar" um advogado especialista, como fatos técnicos, distantes das dúvidas das pessoas entrevistas pela própria RBS. Tomou tempo. E tudo ficou obscuro como antes.

Jornalismo, antes de tudo, é simplicidade. Entrevistaram o povo nas ruas. Eles responderam. Revelaram a ignorância. Então, por que um técnico, que pode ser o advogado, não esclarece na lata, a dúvida, ou a afirmação errada, equivocada do povo entrevistado?

Parece proposital. Se a orientação gaúcha da RBS foi embora, a escola continua intacta.

A esquerda do atraso, que colocou o país no buraco, desempregou milhões e roubou bilhões (que influiu no faturamento e independência das empresas jornalísticas), e hoje com meia dúzia parou o país, agradece a incompetência do jornalismo catarinense, que monopoliza com jornais, rádios, site e tevês.
Sidnei Luis Reinert
28/04/2017 12:54
Agora que passou a reforma trabalhista na câmara, vamos ver o que está mantido:
- Férias
- 13° salário
- FGTS
- Licença maternidade/paternidade
- Hora Extra
- Adicional noturno
- Aviso Prévio
E agora vamos ver o que foi retirado:
- Imposto sindical obrigatório.
leo
28/04/2017 11:54
FOGO AMIGO. O PREFEITO TEM QUE TER UMA CONVERSA SÉRIA COM OS SEUS COMISSIONADOS DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO,E TEM QUE EXPLICAR PARA ELES QUE CARGOS DE CONFIANÇA TEM QUE APOIAR O GOVERNO.MAIS 40% DOS COMISSIONADOS DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO.AINDA SÃO DO EX GOVERNO DO PT DO EX PREFEITO CELSO ZUCHI. A PARALISAÇÃO DA EDUCAÇÃO DE HOJE TEVE O APOIO DE VÁRIOS COMISSIONADOS DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO.PORQUE OS DIRETORES DE ESCOLAS PEDIRAM ORIENTAÇÃO NA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO.UM EXEMPLO E UMA FAMILIAR DE UM VEREADOR DO PARTIDO DO PREFEITO,QUE TEM UM CARGO DE SEGUNDO ESCALÃO NA EDUCAÇÃO .QUE APOIO E AJUDOU INDIRETAMENTE NA ORGANIZAÇÃO DA PARALISAÇÃO DAQUELA ESCOLA DO FIGUEIRA.QUERO VER O PREFEITO KLEBER DE CORAGEM DE DESCONTAR O DIA DE GREVE.E QUEM PAGA A CONTA É O POVO.
Herculano
28/04/2017 11:40
"A ORDEM É DA PORRADA"

Os quadrilheiros sindicais espalharam mensagens pelo WhatsApp aterrorizando as pessoas que pretendem trabalhar hoje.

O site reaconaria.org reproduziu algumas dessas mensagens.

Numa delas, que circulou em Santos, um quadrilheiro diz:

"Esta cidade vai pegar fogo. Família linda, não tente furar o bloqueio porque a ordem é dar porrada".

Neste momento, segundo o G1, "manifestantes bloqueiam a entrada de Santos e cidade amanhece sem ônibus".

A massa de manobra da ORCRIM queimou pneus na estrada de acesso ao aeroporto de Guarulhos, mas a PM já liberou o asfalto.

O aeroporto opera normalmente.

A PM tem de dar porrada neles.

Quadrilheiros da CUT agrediram passageiros no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

A Régis Bittencourt está bloqueada nos dois sentidos.
Há mais pneus queimando do que militantes.

O metrô de São Paulo está completamente paralisado, exceto a Linha 4, que é administrada por uma empresa privada.

É preciso privatizar todo o resto.
Gabriel
28/04/2017 10:25
S?" UMA REFLEXÃO!!!
MÊS DE ABRIL
10 DIAS DE FINAL DE SEMANA
02 DIAS DE FERIADO 14/21
01 DIAS DE GREVE 28
TOTAL: 13 DIAS DE POUCA OU NENHUMA RECEITA!!!
MAS NO FINAL DO MÊS, O EMPREGADOR TEM ARCAR COM O MÊS COMPLETO DE SALÁRIO!!
PARABÉNS PARA QUEM TEM CORAGEM DE EMPREENDER NESSE PAÍS!!!
Herculano
28/04/2017 07:34
A GREVE GUERRILHA

Normalmente, a noção de greve é a mobilização de centenas ou milhares de pessoas em grandes manifestações em locais pré-determinados, em defesa de idéias opostas, mas certas.

Como possuem poucos para a causa, o PT, Centrais Sindicais e partidos da esquerda do atraso PSOL, PCdoB, PCO, PSTU, PDT, PSB optaram pela guerrilha.

Com poucos travaram à força e em atos violentos à mobilidade dos cidadãos com barricadas, barreiras, bloqueios, depredações, vandalismo e interdições nos principais eixos de movimentações urbanas, intermunicipais e até menos em rodovias estaduais e nacionais.

É claro que o sistema de transporte coletivo foi o principal alvo para imobilizar o trabalhador que não aderiu a greve. Fez com poucos, parecer, falsamente, que a maioria ou todos pararam. Alardeiam isso.

Na verdade, prevaleceu a máxima de todo o governo petista onde a minoria prevaleceu sempre sobre a maioria, usando-se os fracos, analfabetos, indefesos, ignorantes e desinformados.

Então, de verdade, não houve manifestação de ideias porque elas são próprias, neste momento de crise aguda. Há ou houve a imposição de uma minoria em defesa de privilégios pagos pela maioria. Há e houve exibição truculência para exercer o discurso de intimidação de uma posição ideológica.

O resultado disso? Não se sabe ainda. A esquerda do atraso do Brasil que causou a crise, desempregou milhões, que roubou bilhões, corrompeu e agora pela força, quer que tudo continue pior, acha que pelo medo e intimidação, preservará o seu espaço.

Caberá à sociedade escolher se fica amedrontada e se submete aos sacrifícios, ou se reage elegendo representantes mais confiáveis para as mudanças e sustentabilidade econômica, empregabilidade e modernidade da legislação, excluindo cada vez mais estes guerrilheiros.

Só a democracia possui essa capacidade de escolha e depuração.

Nas redes sociais, há uma disputa muita grande dos dois lados (baixarias, bons argumentos, informações e amostragens de abusos), num universo que há bem pouco tempo era dominado e havia um massacre dos que hoje organizam a greve que intimidavam os que ousavam contestá-los.

É que hoje, muitos sabem que o silêncio está custando caro demais para a sociedade que paga os privilégios de poucos, que paga com desemprego, com falta de atendimento à saúde, que tem sua segurança ameaçada e não vem obras de infra-estrutura para o desenvolvimento. Wake up, Brazil!
Herculano
28/04/2017 06:48
AFINAL QUEM PODE FAZER GREVE NO SERVIÇO MUNICIPAL EM GASPAR?

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, está sendo desafiado exatamente pela sua secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Bevenutti, os assessores e diretoras de confiança que ele próprio nomeou.

Se não lidera ou não tinha condições de controlar o seu próprio pessoal que é tido como de confiança, ganha para isso e vive das tetas do poder de plantão, que não fosse à rádio papagaiar e não pedisse para o RH mandar uma nota marota para as chefias, para ser desmoralizado, mais uma vez. Quem orienta ele? Vai faltar orações até o fim do mandato.

Que fosse plantar flores.

Afinal quem é o prefeito e quem escolhe seus assessores? O prefeito, o partido partido, os coligados, ou os que patrocinaram a sua campanha para estar no poder e ter mais força que o prefeito? Quem paga tudo isso, sabe-se é o povo com seus pesados impostos. Acorda, Gaspar!
Herculano
28/04/2017 06:36
GOVERNO FEDERAL IDENTIFICA MOVIMENTAÇÃO DE BLACK BLOCS PARA GREVE GERAL

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Vera Rosa, da sucursal de Brasília. O governo federal identificou que black blocs devem se infiltrar em manifestações programadas para esta sexta-feira, 28, contra as reformas da Previdência e da legislação trabalhista. Além disso, o Palácio do Planalto recebeu informações de que logo cedo haverá problemas no transporte público nas principais capitais e vias de acesso a aeroportos podem ser bloqueadas.

Na avaliação do Planalto, os organizadores da greve geral querem criar uma imagem de "caos" no País logo cedo. O monitoramento da cúpula do governo mostra que haverá piquetes de madrugada em garagens de ônibus, principalmente em São Paulo. A paralisação atingirá ônibus, metrôs e trens. Aeroportos não devem fechar, mas está prevista muita confusão na chegada e saída dos terminais.

Auxiliares do presidente Michel Temer foram informados de que haverá radicalização do movimento no fim do dia, em concentrações nos centros das capitais, e há grande preocupação com violência e quebra-quebra.

Até agora, o governo descobriu que black blocs pretendem atuar pelo menos em São Paulo e em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. A Força Nacional de Segurança está de prontidão no entorno do Planalto e também na Esplanada.

Apesar da previsão de tumulto e do ambiente de tensão, Temer vai gravar nesta sexta uma mensagem que será veiculada nas redes sociais em comemoração ao 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, na qual defenderá as mudanças na lei trabalhista.
Herculano
28/04/2017 06:36
GOVERNO FEDERAL IDENTIFICA MOVIMENTAÇÃO DE BLACK BLOCS PARA GREVE GERAL

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Vera Rosa, da sucursal de Brasília. O governo federal identificou que black blocs devem se infiltrar em manifestações programadas para esta sexta-feira, 28, contra as reformas da Previdência e da legislação trabalhista. Além disso, o Palácio do Planalto recebeu informações de que logo cedo haverá problemas no transporte público nas principais capitais e vias de acesso a aeroportos podem ser bloqueadas.

Na avaliação do Planalto, os organizadores da greve geral querem criar uma imagem de "caos" no País logo cedo. O monitoramento da cúpula do governo mostra que haverá piquetes de madrugada em garagens de ônibus, principalmente em São Paulo. A paralisação atingirá ônibus, metrôs e trens. Aeroportos não devem fechar, mas está prevista muita confusão na chegada e saída dos terminais.

Auxiliares do presidente Michel Temer foram informados de que haverá radicalização do movimento no fim do dia, em concentrações nos centros das capitais, e há grande preocupação com violência e quebra-quebra.

Até agora, o governo descobriu que black blocs pretendem atuar pelo menos em São Paulo e em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. A Força Nacional de Segurança está de prontidão no entorno do Planalto e também na Esplanada.

Apesar da previsão de tumulto e do ambiente de tensão, Temer vai gravar nesta sexta uma mensagem que será veiculada nas redes sociais em comemoração ao 1.º de Maio, Dia do Trabalhador, na qual defenderá as mudanças na lei trabalhista.
Herculano
28/04/2017 06:27
A GREVE, opinião de Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S. Paulo.

Eu deveria, direitista que sou, usar este espaço para dar um pau na "greve geral"? Janio de Freitas escreveu aqui que "protestos valem pelo seu valor simbólico".

Fato! Simbolicamente, estão nas ruas aqueles de que trata Sérgio Buarque de Holanda em "Raízes do Brasil". Ou Raymundo Faoro em "Os Donos do Poder. Os nababos da Previdência e do sindicalismo foram à luta pelo direito de continuar a esmagar, com seus privilégios indecorosos, "milhões de famílias, crianças, mulheres, velhos, trabalhadores da pedra, da graxa, da carga, do lixo, do ferro - os que mantêm o Brasil de pé
Herculano
28/04/2017 06:23
FIM DO FORO ALONGA PRAZO DE POLÍTICOS INVESTIGADOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A PEC que praticamente extingue o foro privilegiado vai possibilitar àqueles investigados e réus em tribunais superiores que ainda têm mandatos a terem processos transferidos para a vara da Justiça onde o crime teria ocorrido. Isso significa, por exemplo, que no caso da Lava Jato as ações serão enviadas à Curitiba; a Sérgio Moro. Mas também haverá abertura de novos prazos, novos recursos etc. E protelação.

LAVA JATO SALVA
Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), relator da PEC do fim do foro, a Lava Jato não será afetada pela aprovação da medida.

AMPLA DEFESA
Uma vez enviadas à primeira instância, ações contra autoridades com mandatos correrão normalmente, com chance de recursos no futuro.

PRESCRIÇÃO
Se as ações judiciais demorarem a ser julgadas, há risco de prescrição de crimes dos quais os atuais detentores do foro são acusados.

A LEI RETROAGE
Autoridades rés, investigadas e até condenados sem trânsito em julgado, podem até pedir para "rediscutir" processos na Justiça.

REFORMA TRABALHISTA FAZ AS PRIMEIRAS 'VÍTIMAS'
A reforma trabalhista até agora não afetou um só trabalhador, mas já causou baixas no campo político. Por apoiar a reforma, 4 deputados do PSB perderam cargos no partido: Danilo Forte (CE), Fábio Garcia (MT), Tereza Cristina (MS) e Maria Helena (RR). O deputado Cadoca (PE) foi expulso do PDT pelo mesmo motivo. E Michel Temer destituiu sete vice-líderes que não atuaram a favor do governo, do cargo na Câmara.

MONOCRÁTICO
A destituição dos deputados do PSB das presidências estaduais do partido foi uma decisão monocrática do presidente Carlos Siqueira.

EX-VICES
Squassoni (PRB), Luiz Busato (PTB), Tereza Cristina (PSB), Marcos Montes (PSD), Mudalen (DEM) e Cap. Augusto (PR) perderam cargos.

ATÉ CUNHISTA
Até o último aliado do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, Carlos Marun (PMDB-MS) perdeu a posição de vice-líder do governo.

ODOR DE ARMAÇÃO
Relator da emenda que enterra o foro privilegiado, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também ficou muito desconfiando com a aprovação unânime do projeto, por 75x0. Ainda haverá segundo turno de votação, por isso ele recomenda "oração e vigilância".

AINDA TEMOS A JUSTIÇA
Decisão corajosa da ministra Cristina Peduzzi, do Tribunal Superior do Trabalho, impôs aos Correios funcionamento mínimo de 80%, nesta greve político-partidária, sob pena de multa diária de R$100 mil.

GREVE MALANDRA
Greve na véspera do dia de 1º de Maio, para alongar o feriadão, é esperteza frequente no serviço público, onde a adesão será maior nesta sexta (28). Afinal, é lá onde estabilidade rima com impunidade.

BRAÇOS ABERTOS
O ministro Fernando Filho (Minas e Energia) e o pai, Fernando Bezerra (PE), líder do PSB no Senado, receberam de Michel Temer a garantia de apoio para a eventualidade de serem "obrigados" a trocar de partido.

MAGNA PERGUNTA
"Quer dizer que prender ladrão é abuso de poder?", perguntou incrédulo o senador Magno Malta (PR-ES), calando investigados e defensores do projeto original que tentava intimidar a Lava Jato.

CAIU MAIS
Aguarda-se nova pesquisa Datafolha no fim de semana, com números de avaliação do governo Michel Temer próximos do fundo do poço, onde vivia Dilma Rousseff. Integrantes da bancada "Quanto Pior Melhor" acham que a pesquisa "enterrará" a reforma da previdência.

BELO EXEMPLO
O operário aposentado Djalma Araújo, 93, concluiu o curso de Direito na Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Guarabira. Ele será homenageado em 31 de maio, na colação de grau da sua turma.

LAVANDERIA PALESTRAS LTDA.
Por seus delatores, a Odebrecht confirmou haver bancado "palestras" de Lula em Cuba para justificar o motivo da viagem: fazer lobby da empreiteira. Ou tráfico de influência, como prefere a Operação Janus.

PENSANDO BEM...
... a única greve benéfica neste momento seria uma greve geral dos dirigentes de centrais sindicais.
Herculano
28/04/2017 06:18
QUAL O PLANO ECONôMICO DA GREVE?, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

O GOVERNO de Michel Temer assustou-se com o tamanho da greve e dos protestos que, imagina, devem acontecer nesta sexta-feira (28). O protesto vai retardar a tramitação da reforma da Previdência, no mínimo.

Caso os manifestantes derrotem a reforma da Previdência e mesmo levem seus representantes para o governo, o que fariam com as contas públicas, que estariam ainda mais deterioradas em 2019?

Para começar a conversa, um exemplo circunstancial.

Na véspera da tentativa de greve geral saiu o balanço das contas do governo federal de março. O que tem lá?

1) Neste primeiro trimestre, os gastos do governo federal ficaram estáveis, se calculados como proporção do PIB, do tamanho da economia;

2) Em valores absolutos, em dinheiro, a despesa caiu uns 3,5% (no acumulado dos últimos 12 meses). Descontando a Previdência, o gasto federal caiu 10%. Na Previdência, cresceram mais de 7%. Gasto real, corrigido pela inflação;

3) Para compensar o aumento da despesa previdenciária, o talho é feito, claro, nas outras poucas despesas em que o governo pode mexer. O investimento "em obras" caiu terríveis 31% em um ano;

4) Mesmo na hipótese pretérita de que fosse aprovada a reforma da Previdência deste governo, gastos com aposentadorias, pensões etc. continuariam a crescer. Na reforma aparada, crescerão ainda mais.

O que fazer nos próximos anos? Até o início do próximo governo? O que fazer, dado de resto que os adversários ou inimigos da política econômica também rejeitam o "teto" de gastos?

Uma receita coerente teria de ser convincente sobre como conter o aumento da dívida pública. Algum aumento de impostos pode ser razoável, mas seria preciso mostrar que um aumento contínuo de impostos (dado o aumento contínuo da despesa) seria neutro em termos de crescimento econômico. Difícil.

Derrubado o "teto" de gastos e, dada a dificuldade inicial para elevar receitas do governo e o crescimento econômico, como financiar deficit e refinanciar a dívida? Recorde-se que o governo está em uma espécie de "moratória" de superavit. Pediu um prazo para vir a gastar menos do que arrecada, dando o "teto" como garantia de contenção futura de despesas. Sem garantia, o que se passa?

Nesse cenário sem "teto", sem reforma e com impostos pelo menos a princípio insuficientes, não é razoável acreditar que o custo da dívida (taxa de juros) permaneça estável. Não é plausível que, sem mais, as taxas de juros não aumentem, realimentando o complexo de problemas que a princípio se pretendia resolver: baixo crescimento e aumento da dívida. O que fazer?

Nota-se que nem se tratou do problema político de elevar impostos e do risco de haver alguma espécie de pânico financeiro caso se derrubem "teto" e reformas. Não implica que não existam alternativas. Mas há um risco bem alto de haver algum tumulto em caso de virada forte de política econômica.

Não estão em jogo aqui vastas teorizações e pensamentos mais ou menos imperfeitos sobre o futuro distante, sobre o "longo prazo", "modelos de desenvolvimento", seja lá o nome. Trata-se de dirigir até a esquina, de levar o país até 2019, 2020, sem arrebentar o motor ou furar o tanque de combustível.
Herculano
28/04/2017 06:15
da série: o resumo de um modelo de político ladrão contumaz, que usa os votos, a ignorância do povo para se estabelecer no poder e que parece muito comum entre nós

CABRAL RI, ADMITE CAIXA 2 E TENTA SALVAR A PELE DE ADRIANA



Conteúdo da coluna Radar, de Veja. Texto de Ernesto Neves. O ex-governador Sérgio Cabral negou-se a responder as perguntas feitas por Sérgio Moro. Ele seguiu aconselhamento da defesa, respondendo apenas o que foi questionado por seu advogado. Nesse momento, Cabral riu ao ser informado por Moro que "não era uma brincadeira de vaca amarela".

A defesa, então, pediu a Cabral para que esclareça a relação do seu governo com o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a Petrobras.

O ex-governador responde que sempre foi uma relação difícil. E que não tinha boas relações com a empresa, já que os interesses do seu governo divergiam da Petrobras em assuntos como a cobrança de royalties.

Perguntado pela defesa, Cabral disse que seu relacionamento com o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa era estritamente institucional. "Jamais tratei de qualquer assunto de apoio a campanha, assuntos financeiros. Jamais solicitei qualquer tipo de apoio financeiro".

Cabral confirma que comprou artigos de luxo com recursos próprios, feitos, segundo ele, com sobras de campanhas eleitorais. E que este tipo de compra não foi uma tentativa de burlar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).

Em seguida, afirma que a mulher, Adriana Ancelmo, não pode ser responsabilizada pelos atos.

"As compras eram feitas por mim. Com recursos meus e sobre minha responsabilidade. Ela poderia até escolher o produto. Mas são recursos meus".

"Não posso negar que houve caixa 2. É um fato real na vida nacional, e reconheço esse erro. Não tem nada a ver com a minha mulher e muito menos a ver com as acusações de Comperj", disse. "Minha mulher não conhece nenhum desses personagens citados".
Herculano
28/04/2017 06:09
da série: por que os políticos que foram votados por nós, são sustentados por nós, que nos roubam ainda insistem em nos meter no buraco? Eles não entendem, que depois dos que os sustentam, serão eles a se amontoarem no buraco por falta de sustentação econômica da utopia que pregam e nos condenam?

GREVE GERAL, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

Uma parte do Brasil vai parar nesta sexta (28) para protestar contra a reforma da Previdência. "Eu desaprovo o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de dizê-lo". A frase é creditada a Voltaire, mas ele nunca a escreveu. Fatos alternativos não são exatamente uma novidade. De todo modo, o aforismo resume o pensamento do filósofo em relação à liberdade de expressão: ela precisa valer independentemente de concordarmos com o conteúdo daquilo que é dito.

Essa regra pode ser estendida para a democracia. Qualquer um pode protestar contra qualquer coisa e, se a maioria da população, seguindo os trâmites legais, decide adotar uma política que levará o país para o buraco, resta-nos cair no buraco.

Penso que é bem essa a situação da reforma da Previdência. Nosso modelo é insustentável diante das transformações demográficas em curso. É claro que é possível discutir se a idade mínima para receber a aposentadoria deve ser de 65 ou de 62 anos e se o trabalhador terá 70% ou 90% de seu salário na ativa (o endurecimento de um parâmetro pode compensar o relaxamento de outro), mas não é necessário ter doutorado em finanças para concluir que, se não limitarmos os benefícios, ou eles deixarão de ser honrados, ou precisaremos tirar recursos de outro lugar.

E, como não estamos falando de dinheiro pequeno, na segunda hipótese teria de haver cortes em áreas sociais como educação e saúde ou fortes aumentos na carga tributária brasileira, que, vale lembrar, já é significativamente maior que a de países com igual nível de desenvolvimento.

Seria bacana se a turma que rejeita "in limine" a proposta do governo apresentasse um projeto alternativo que pare em pé, mas não creio que isso ocorrerá. Sua motivação é mais política do que técnica. A dificuldade da sociedade em resolver um problema que no fundo é aritmético pode soar exasperante, mas faz parte das atribulações do jogo democrático
Herculano
28/04/2017 06:04
PSDB E PT CHEGAM À ANTESSALA DE 2018 ZONZOS, por Josias de Souza

A Lava Jato transformou os preparativos para 2018 numa espécie de batalha no escuro entre soldados desnorteados e comandantes embriagados. PT e PSDB, os partidos que monopolizam as disputas presidenciais há mais de duas décadas, estão zonzos. A situação penal de Lula se deteriora mais rapidamente do que a do rival Geraldo Alckmin, o único cardeal da enfermaria tucana que ainda se considera no páreo. Sem foro privilegiado, Lula arde na frigideira de Curitiba. Alckmin caiu no banho-maria do Superior Tribunal de Justiça, o foro dos governadores.

Petistas e tucanos entram na fase de pré-campanha em condições semelhantes. O mal do PSDB é que o partido tem um excesso de cabeças e carência de miolos. O PT padece da mesma carência, com a diferença de que tem uma cabeça só. As duas legendas revelam-se capazes de tudo, menos de admitir suas culpas, primeiro passo para um reinício honesto.

Lula, já bem passado no óleo do juiz Sergio Moro, está diante do risco real de se tornar um ficha-suja antes de virar candidato. Mas demora a autorizar a deflagração do Plano B chamado Fernando Haddad. Alckmin ergue o bico para negar as acusações que o assediam e finge não notar que o pupilo João Doria vai virando o Plano B do grupo de Aécio Neves. Não será fácil para o eleitor escolher um presidente entre os sobreviventes. Por sorte, os gatunos tornam-se menos pardos à medida que vai ficando claro que os partidos viraram meras filiais de organizações como e Odebrecht e OAS.
Herculano
28/04/2017 06:01
AVANÇO TRABALHISTA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Deu-se na madrugada desta quinta-feira (27) o primeiro passo da ambiciosa e decisiva agenda reformista deste ano.

Por 296 votos a 177, a Câmara dos Deputados aprovou projeto que altera de maneira substantiva a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cujos alicerces remontam aos anos 1940.

Tratar de normas que regem as relações entre patrões e empregados será tarefa delicada em qualquer lugar e momento; aqui, a revisão de práticas tão enraizadas converteu-se em tabu.

A mudança pode não ser isenta de riscos, mas é, sem dúvida, necessária. Se não constitui panaceia, a reforma votada traz avanços importantes, na direção correta.

De mais fundamental, determina-se que acordos coletivos, negociados entre empresas e representantes dos trabalhadores, prevalecerão sobre os ditames da CLT, ressalvados direitos básicos como férias e fundo de garantia.

Reduz-se, assim, a excessiva tutela do Estado sobre as relações privadas, que muitas vezes dificulta ou inibe entendimentos capazes de preservar empregos.

Numa grata ousadia, o texto elimina a excrescência do imposto sindical (chamado eufemisticamente de contribuição obrigatória), arrecadado por entidades patronais e de trabalhadores.

Não surpreende, pois, que sindicatos encabecem a oposição ao projeto, à qual se somam os partidos e militantes de esquerda. Afora o discurso fácil contra a perda de direitos, porém, não se ouvem dos críticos contrapropostas razoáveis.

Fato é que a miríade de imposições da CLT a torna uma legislação excludente. Os celetistas típicos compõem apenas cerca de um terço da força de trabalho do país; um contingente semelhante vive na informalidade ou labuta por conta própria, no mais das vezes em condições precárias; outros 13% estão desempregados.

O restante das vagas disponíveis se distribui entre empregados domésticos e servidores públicos, que dispõem de regimes de trabalho próprios, e empregadores.

Uma nova regulação, além de estimular o emprego formal, deve dar conta da realidade atual do mercado de trabalho, que demanda maior liberdade de contratação. Há amplo leque de atividades centradas em projetos e tarefas com duração determinada, em vez de contratos de longa duração.

Não se pode desconhecer que o país é profundamente desigual.

Profissionais qualificados, em setores modernos, dispõem de considerável poder de barganha; nos meios arcaicos, trabalhadores ainda são vilipendiados. Estes devem ser protegidos por legislação realista; a atual não o faz a contento.
LEO
27/04/2017 22:15
CHAPA QUENTE.
AP?"S UMA REUNIÃO INTERNA NO DIA 25/07 NA SECRETÁRIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL.AONDE A CHAPA FICOU QUENTE.POR VOLTA DAS 17 HS .FOI PRECISO CHAMAR A AMBULÂNCIA, PARA LEVAR O SECRETARIO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA O HOSPITAL DE GASPAR.LOGO VEIO PARA O HOSPITAL, UM DOS MANDA CHUVA DA PREFEITURA QUE MANDOU TODO OS FUNCIONÁRIOS DO PRONTO SOCORRO ,PARAR O QUE ESTAVAM FAZENDO E DAR ATENÇÃO AO SECRETARIO. TEM GENTE QUE NÃO AGUENTA A PRESSÃO.
leo
27/04/2017 21:51
SAIA JUSTA NA PREFEITURA.O PREFEITO FALOU NA RADIO QUINTA,QUE AS ESCOLAS FUNCIONÁRIA NORMALMENTE.O RH DA PREFEITURA ENVIOU RECADO.QUE QUEM ADERIR A GREVE DE SEXTA,TERÁ O DIA DESCONTADO.E NÃO PODE USAR O BANCO DE HORAS.AGORA O BILHETE QUE A ESCOLA DO BAIRRO FIGUEIRA ENVIOU PARA OS PAIS.GASPAR,26 DE ABRIL DE 2017. SENHORES PAIS,COMUNICAMOS QUE NA SEXTA FEIRA NÃO HAVERÁ AULA. MOTIVO;PARALISAÇÃO NACIONAL CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA.POR SER UM ASSUNTO DE INTERESSE DE TODOS BRASILEIROS,INCLUSIVE DAS GERAÇÕES FUTURAS,OS FUNCIONÁRIOS DA ESCOLA DOLORES KRAUSS NÃO TRABALHARÃO TODO O DIA. PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS.SEGUNDO UMA AMIGA DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO. A EQUIPE GESTORA DA ESCOLA DA FIGUEIRA FEZ CONTATO COM A SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO PARA VER COMO AGIR.RECEBEU ORIENTAÇÃO PARA NÃO FAZER NADA PARA ATRAPALHAR O MOVIMENTO.O MAIS ENGRAÇADO,QUE ESTES FUNCIONÁRIOS TEM O APOIO DE COORDENADOR,ASSESSOR DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO,E ALGUNS DIRETORES DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO.ENGRAÇADO OS COMISSIONADOS DA SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO NÃO ERAM PARA APOIAR O GOVERN? AI AI É O FOGO AMIGO.
Roberto Sombrio
27/04/2017 21:14
Oi, Herculano.

Amanhã é o dia dos vagabundos deste país.
Só falta exigirem que vire feriado.
Sujiro Fuji
27/04/2017 21:05
É uma greve de pelegos para pelegos.
Belchior do Meio
27/04/2017 20:45
Sr. Herculano:

No meu bairro, a bastarda do PMDB, cria da Vergonha do Belchior, a tucana de baixa plumagem não nos representa.
Ana Amélia que não é Lemos
27/04/2017 20:35
Sr. Herculano:

"- Atualização: Os médicos descartam a hipótese de Eunício de Oliveira estar com encefalite viral".

Que pena!

A encefalite viral é contagiosa e a sua transmissão é feita através do contato com as secreções respiratórias, como saliva ou espirros, de uma pessoa infectada ou através do uso de utensílios contaminados, como garfos, facas ou copos, por exemplo.
Assim, durante o tratamento, é muito importante que a pessoa mantenha boa higiene e utilize uma máscara facial para evitar a transmissão dos vírus.

Seria um bom começo para acabar com o senado.
Todos em casa.
Herculano
27/04/2017 19:14
EM CRISE, BRF REALIZA REUNIÃO COM QUóRUM RECORDE, por Maurício Lima, do Radar On Line, de Veja

A crise uniu a BRF. Enrolada na Carne Fraca e com funcionários ameaçando entrar em greve pelo não pagamento de PLR, a companhia realizou na manhã desta quarta-feira (26) uma reunião na sede da empresa, em Itajaí (SC).

E a companhia começou a juntar os cacos. Além da eleição dos novos membros do Conselho de Administração, todas as propostas apresentadas foram aprovadas no encontro, que registrou ainda um dos maiores quóruns da história da companhia (84,5% do capital votante).

Reconduzido ao posto de presidente do Conselho, Abílio Diniz comemorou o encontro: "Essa reunião é um marco para a BRF", disse
Herculano
27/04/2017 19:07
ROBERTO REQUIÃO É ISSO AÍ, por Augusto Nunes, de Veja

O senador doido de pedra agora quer castigar jornalistas com tapas no focinho

Por ter nascido com graves defeitos de fabricação, o senador Roberto Requião foi desde sempre candidato a um manicômio reservado aos doidos de pedra. Conseguiu piorar espetacularmente depois que comeu mamona (e gostou) para bajular o amigo Lula. Há dias, colérico com sensatas observações de Sérgio Moro, afirmou que o juiz da Lava Jato anda consumindo alguma erva estragada. Agora, resolveu castigar com tapas no focinho qualquer jornalista que o aborreça.

Cumpre ao eleitorado paranaense transformar urna em arma e mandar Requião para casa. Em homenagem aos incontáveis desserviços prestados ao Paraná e à nação, não custa premiá-lo com uma velha e boa camisa-de-força
Herculano
27/04/2017 19:02
FORA DE CONTROLE? JOGO DE GENTE QUE SABE DEMAIS E QUE AGORA RESOLVEU DIMINUIR SUAS POSSÍVEIS PENAS

PALOCCI (LULA) TENTA CALAR DUQUE

Conteúdo de O Antagonista. A defesa de Antonio Palocci e Branislav Kontic entrou com recurso para impedir a colaboração judicial oferecida mais cedo por Renato Duque [veja texto abaixo].

Trata-se de uma medida desesperada de José Roberto Batochio, que também defende Lula, para impedir que Duque imploda o chefe da Orcrim. Ou seja, é uma medida desesperada do próprio Lula.

Resta saber se Batochio tomou a iniciativa sem consultar Palocci. Caso contrário, o gesto revela uma estratégia dupla: enquanto o italiano combina sua defesa técnica com Lula, negocia com o advogado Adriano Bretas um acordo de delação premiada.

É uma jogada arriscada.
Herculano
27/04/2017 18:51
STF PERMITE GANHO ACIMA DO TETO PARA SERVIDOR QUE ACUMULA CARGOS PÚBLICOS

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Rafael Moraes Moura, Breno Lemos Pires, da sucursal de Brasília. Por 10 a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na tarde desta quinta-feira, 27, que, nos casos de servidores que ocupam dois cargos públicos, o teto remuneratório deve ser incidido sobre cada um dos vínculos, e não sobre o somatório dos ganhos do agente público. Dessa forma, a Corte autorizou que o salário das duas remunerações extrapole o atual teto remuneratório - de R$ 33,7 mil.

Os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Ricardo Lewandowski, Luiz Fux, Rosa Weber, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Celso de Mello e a presidente do STF, Cármen Lúcia, acompanharam o voto do relator, ministro Marco Aurélio. O único voto divergente foi proferido pelo ministro Edson Fachin.

A Constituição Federal proíbe a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto para professores e profissionais de saúde com profissões regulamentadas, como médicos. A Constituição também prevê que a remuneração dos ocupantes de cargos públicos não poderá exceder o teto remuneratório - o entendimento firmado pelos ministros do STF é de que essa restrição deve valer para cada um dos cargos.

"Estamos diante de um conflito de dois comandos constitucionais. Um deles autoriza em determinadas situações a acumulação remunerada de cargos públicos e de outro lado o artigo 37, inciso 11 (da Constituição Federal) fixa o chamado teto remuneratório. Há um claro conflito. Essa aporia precisa ser resolvida pelo Supremo Tribunal Federal", disse Lewandowski.

"Não se pode exigir de ninguém que se trabalhe de acordo com uma remuneração ínfima ou irrisória", completou o ministro.

Para o ministro Luís Roberto Barroso, "impedir que alguém que acumule legitimamente dois cargos receba adequadamente por eles significa violar direito fundamental que é do trabalho remunerado". "Seria impor a alguém trabalho não remunerado", observou Barroso.
O julgamento começou nesta quarta-feira, quando o ministro Marco Aurélio Mello defendeu o entendimento de que a incidência do teto separadamente sobre cada um dos vínculos "não derruba o teto". Marco Aurélio ainda frisou que o teto não pode desestimular aqueles agentes públicos que queiram ocupar cargos importantes.

"A interpretação constitucional não pode conduzir ao absurdo de modo a impedir a acumulação de cargos que já tenham alcançado patamar máximo de vencimentos", disse Marco Aurélio.

O entendimento firmado no julgamento, concluído nesta quinta-feira, servirá para outros 88 processos que atualmente tramitam em diversas instâncias em todo o País.
Herculano
27/04/2017 18:44
13 MOTIVOS PELOS QUAIS TODO SOCIALISTA QUE USA O FACEBOOK É UM HIPóCRITA, por João Cesar de Melo, no Instituto Liberal de São Paulo.

Sempre que ouço um socialista defendendo a liberdade, lembro-me de todos os partidos que apoiam e também dos regimes que esses partidos defendem. Partindo de um princípio básico de coerência, creio que qualquer pessoa acharia um completo absurdo um vegetariano almoçar todos os dias numa churrascaria ou um defensor dos direitos dos animais usar sapatos feitos de couro de jacaré. Sendo assim, não seria incoerência uma pessoa que defende direta ou indiretamente regimes que restringem a liberdade de expressão se utilizar de uma ferramenta que potencializa essa liberdade?

Abaixo, enumero treze contextos que demonstram que o Facebook representa tudo o que o socialismo rejeita.

1° - O Facebook originou-se nos Estados Unidos, não noutro país, porque a liberdade de expressão é respeitada. Qual governo da América Latina permitiria que uma pessoa comum criasse uma rede social com suas próprias políticas de privacidade e termos de uso, usada para criticar e ridicularizar políticos, formar grupos e organizar manifestações contra o governo? Nenhum. O Facebook atrai usuários exatamente por oferecer a liberdade que regimes socialistas coíbem.

2° - Mark Zuckerberg e seus colegas de faculdade eram dignos representantes do que os socialistas chamam de "elite branca burguesa" - jovens alienados e pervertidos que criaram uma rede social visando promover a farra dos estudantes. Pior: Zuckerberg é judeu.

3° - Logo que sua rede foi expandida para outras universidades, Mark Zuckerberg enxergou a possibilidade de obter altos lucros e procurou investidores capitalistas que impulsionaram seu negócio até chegar à escala atual, com mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo. Sob a ótica marxista, Mark Zuckerberg contribui para acentuar a desigualdade social e econômica, já que ele se tornou mais um bilionário enquanto ainda existem pessoas passando fome no mundo.

4° - A falta de regulamentação estatal possibilitou o Facebook ser um importante vetor do liberalismo, com pessoas e empresas promovendo ideias, produtos, serviços e viabilizando negociações espontâneas, livres da intromissão do governo. Ou seja: o Facebook é a mais escrachada apologia à liberdade econômica.

5° - O Facebook permite que cada pessoa selecione "amigos" em função de seus interesses e preconceitos particulares, o que, sob a ótica socialista, incita discriminações.

6° - O Facebook também permite que seus usuários selecionem livremente quais grupos e causas lhes são mais interessantes, o que estimula a percepção de que não precisamos do estado para nos dizer o que é bom e o que é ruim.

7° - Completando a apologia ao livre mercado, o Facebook permite que as pessoas punam as empresas que agem de forma discriminadora ou fraudulenta. Hoje, empresas temem muito mais uma publicação crítica a seus produtos ou serviços que se torne viral no Facebook do que processos abertos na justiça estatal. Ou seja: o Facebook incita as pessoas a rejeitar o estado.

8° - Enquanto os socialistas cobram que a sabedoria estatal "democratize da mídia", o que seria nada menos do que desmantelar os grandes veículos de comunicação à força, a gigantesca empresa capitalista chamada Facebook possibilita que qualquer cidadão do mundo seja um repórter, desminta a grande imprensa e denuncie o governo. Graças ao Facebook, a opinião pública é cada vez mais formada pelo conjunto de publicações de pessoas comuns dispersas por toda a sociedade - mais uma vez, contrariando a ideia socialista de controle da imprensa para "proteger a sociedade" de supostas manipulações.

9° - Para o desespero dos socialistas, as ações dos governos ao redor do mundo estão sendo cada vez mais pautadas pela opinião de cidadãos comuns a partir do termômetro do Facebook, reduzindo o movimento sindical ao ridículo.

10° - O Facebook comprova a eficiência das iniciativas privadas de solidariedade. Pessoas comuns podem sensibilizar a sociedade com muito mais facilidade do que governos. Por meio de simples publicações, podem chamar a atenção de milhões de pessoas ao redor do mundo sobre questões ambientais, humanitárias, políticas e econômicas numa escala muito maior do que métodos típicos da esquerda como parar o trânsito, vandalizar a cidade e incitar a violência.

11° - Enquanto os socialistas insistem que o estado deve ser o principal promotor da arte, o que acaba privilegiando os artistas "bem relacionados" e aqueles enquadrados num ou noutro grupo pré-identificado pelo governo - geralmente vinculados à esquerda - o Facebook possibilita que qualquer artista, independentemente de sua ideologia, religião, "raça" ou opção sexual divulgue seu trabalho, conquiste público e ganhe dinheiro.

12° - Lembrando que o Whatsapp pertence ao Facebook, foi o aplicativo, e não as regulações governamentais, que obrigaram as tradicionais empresas de telefonia a melhorar e baratear seus serviços, comprovando definitivamente que só a liberdade econômica qualifica as relações de mercado.

13° ?" Mark Zuckerberg se diz de esquerda. Ele pode se enxergar e dizer o que quiser, e isso por si só torna evidente o valor do capitalismo, que não cobra bajulações, fidelidade ou apologias. Mesmo alguém como Zuckerberg, que critica o capitalismo, pode criar uma das empresas mais capitalistas do mundo ?" sem distribuir igualmente suas ações aos bilhões de "proletários" do mundo, claro, afinal socialismo bom é só com o dinheiro alheio.

Contudo, lembro aos socialistas que nada os impede de substituir o Facebook por uma rede desenvolvida e viabilizada por eles mesmos. Uma nova a revolucionária ferramenta de interação social sem publicações fúteis, burguesas, machistas, nazistas, fascistas, racistas, opressoras ou "neoliberais", com grupos voltados exclusivamente para a construção do socialismo e páginas de promoção e venda de produtos fabricados sem a "exploração do trabalho". Anúncios de grandes corporações capitalistas seriam rejeitados. Publicações de mulheres e de pessoas negras, gays ou pobres seriam especialmente impulsionadas pelo Foicebook para reparar séculos de indiferença da classe burguesa.

Creio, inclusive, que a esquerda não teria dificuldades em conseguir verbas de governos para viabilizar essa nova rede. Prevejo até um lançamento simultâneo em Cuba e na Venezuela, demonstrando para todo o mundo o poder e a "independência" da América Latina.
Herculano
27/04/2017 18:32
EUNÍCIO ASSISTIA À TV QUANDO DESMAIOU EM CASA, por Josias de Souza

Internado na UTI do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, passou mal antes de desmaiar, na madrugada desta quinta-feira. Foi amparado pela mulher, Mônica Paes de Andrade Oliveira, que relatou o susto a amigos que estiveram no hospital. O casal estava defronte da televisão.

Exames preliminares descartaram a ocorrência de Acidente Vascular Cerebral. Segundo o relato de Mônica, os médicos suspeitam de encefalite viral. É uma infecção do sistema nervoso central que provoca a inflamação do cérebro. Mas o diagnóstico ainda não foi confirmado.

Antes de passar mal, Eunício exalava satisfação com o resultado da sessão noturna que acabara de presidir. Os senadores haviam aprovado duas propostas de grande repercussão: o projeto sobre abuso de autoridade e a emenda constitucional que acaba com o foro privilegiado para congressistas e autoridades.

O senador irritou-se com uma reportagem do Jornal Nacional. No trecho que o abespinhou, a notícia informava: "?o Senado, que tem 28 parlamentares respondendo a inquéritos da Lava Jato no Supremo, deu 75 votos a favor do fim do foro privilegiado. Foi unanimidade, só o presidente Eunício Oliveira não votou?"

Pelo regimento interno do Senado, o presidente é proibido de votar, exceto quando há empate. Eunício achou que ficou parecendo que ele era contra o fim do foro. Algo que, na sua opinião, não fazia jus ao papel que desempenhara. Ele dizia ter articulado a aprovação da emenda em negociações que vararam a madrugada na noite anterior.

Depois de telefonar à emissora para se queixar, Eunício rendeu-se ao futebol. Assistiu à partida Atlético-PR 2 X 0 Flamengo, válida pela Taça Libertadores. Chegou a cochilar durante o jogo. De repente, sentiu-se mal. Segundo Mônica, ele estava pálido. Suava muito antes de perder os sentidos. Foi levado às pressas pelo filho à Clínica Daher, mais próxima de sua casa. Depois, removeram-no para a UTI do Hospital Santa Lúcia, onde se encontra.

- Atualização: Os médicos descartaram a hipótese de Eunício estar com encefalite viral.
Herculano
27/04/2017 18:30
CARMEM ZANOTTO

A deputada Carmem Zanotto, PPS, oriunda da região serrana e ex-secretária de Saúde, votou mais uma vez com os servidores e contra os trabalhadores de onde vieram a maioria dos votos que asseguraram a sua eleição.

Votou contra as reforma trabalhista contrariando a orientação do seu partido. A coluna Olhando a Maré, questionou o ministro, Roberto Freire.

E ele respondeu seco ao admitir que havia constrangimento no partido pelo voto da deputada, mas respeitava o posicionamento de Carmem: "ela já se comprometeu a votar a favor da Reforma Previdenciária. PPS irá fechar questão".

Então tá! Agora é anotar, esperar e conferir.
Herculano
27/04/2017 18:18
RENATO DUQUE VAI ABRIR A PORTA DO INFERNO

Conteúdo de O Antagonista. A Folha de S. Paulo informa que Renato Duque "protocolou um pedido ao juiz Sergio Moro para ser interrogado novamente no processo em que é acusado de receber propina quando estava na estatal.
No documento ele manifesta a vontade de colaborar com as investigações.

Nas palavras de pessoa próxima ao ex-diretor, ele vai 'abrir a caixa de ferramentas' e, com elas, 'a porta do inferno', contando 'tudo o que sabe' do esquema de corrupção na Petrobras".

PALOCCI PRECISA MOSTRAR ONDE FORAM PARAR OS BILHÕES DA SETE BRASIL

Até o fim de 2014, quando a Sete Brasil entrou no radar da Lava Jato, a empresa já tinha enviado quase US$ 7 bilhões para 29 offshores na Holanda - todas com nomes de praias brasileiras.

Outros US$ 181 milhões foram pagos em "Construction Management Agreement (CMA)", destinados ao acompanhamento dos contratos de EPC. Na prática, foram criados contratos de monitoramento de construção das sondas nos estaleiros no Brasil - sondas não entregues.

Antonio Palocci precisa entregar tudo, especialmente as contas onde a propina para Lula e o PT está escondida.

Os relatos de Antonio Palocci sobre a propina de Lula na Sete Brasil confirmam os fatos narrados por Renato Duque, que também está tentando fechar um acordo com a Lava Jato.

Segundo o Valor, Renato Duque "busca meios de comprovar as entregas de dinheiro em espécie no Instituto Lula".

Antonio Palocci "ainda terá de detalhar como a suposta propina solicitada por Lula foi acertada".

Mas o Valor antecipa que João Vaccari Neto participou dos repasses.

A delação de Antonio Palocci criará um problema para o também delator Pedro Barusco, que foi responsável pela estrutura financeira da Sete Brasil.

Quando firmou sua delação, Barusco entregou US$ 98 milhões à Lava Jato e garantiu que o dinheiro era dele. Está cada vez mais claro que Barusco não entregou tudo.

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