Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

27/05/2016

PERDEU, MANÉ! (I)
A classe política de Gaspar está de luto. Os políticos e os que gravitam em torno deles, esses mascates das sacanagens para os amigos, manés estão desolados. E logo neste ano, feito de eleições municipais, talhado para se defender e vender vantagens aos cabos eleitorais numa “guerra” pela busca do poder a qualquer preço. Os políticos do atraso –e seus “pensadores” e apoiadores - descobriram que as suas sucessivas manobras – incluindo as protelatórias -, não deram certo. Vão ter que se enquadrar. Perceberam que há lei e que ela quando exercida, iguala todos – fracos, fortes, adversários, pretendentes e sacanas - diante dela quando se expressa, se exige e se exerce na sua plenitude. Inconformados, os políticos e interessados - de boa e má fé – tiveram que se dobrar às orientações do Ministério Público, que cuida na Comarca da Moralidade Pública. Entretanto, os políticos no poder não estão satisfeitos. Continuam achando – e vão achar por todo o sempre, pois assim já foi no passado - que a promotora pública Chimelly Louise Resenes Marcon, é um problema. Para eles, ela precisa ser removida. E imediatamente. Vergonhosa conclusão.

PERDEU, MANÉ! (II)
A que me refiro? Ao Projeto de Lei 07/2016 que o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, deu entrada no dia Primeiro de Março na Câmara sobre “a concessão e exploração do serviço público de transporte individual de passageiros por táxi no município de Gaspar”. Estava “pronto nos bastidores” um grande acertão. E se algum partido ou vereador tentasse questioná-lo, o cadafalso do PT já estava pronto. Seriam tratados como inimigos dos taxistas e marcados para “morrer” na campanha eleitoral de outubro. Jogo duro, direto e bruto.

PERDEU, MANÉ! (III)
Zuchi fez o que outros prefeitos e políticos já fizeram quando estavam ou queriam chegar ao poder. Nada mais. Só que desta vez, diante do silêncio medroso dos que discordavam, apareceu a promotora Chimelly. E aí os planos melaram. Prevaleceu a lei. Primeiro o PT tentou esconder o assunto de todos, estufou o peito e bancou o projeto combinado entre poucos e em gabinetes. Quando, todos o conheceram, houve resmungos, quase todos de resignação. Outra vergonha. Como era delicado, até a imprensa – a não ser esta coluna - deu pouca bola para os desacertos que o tornava inconstitucional. O PT, a maioria dos políticos e os taxistas lutaram por uma lei que referendava o errado e sacramentava os privilégios. Como a coisa não prosperou dentro da Câmara, como o PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi estão na alça de mira do Ministério Público, uma comissão foi criada para “expor” e pedir o aval do errado para a promotora.

PERDEU, MANÉ! (IV)
Na reunião Fórum, Chimelly desenhou (literalmente, com papel e caneta) o que podia e não podia no PL, diante da insistência de alguns participantes, do tipo: “mas, doutora...”. Na sessão seguinte, um chororô na Câmara. Vereadores inconformados. Taxistas preocupados com o pior pois viram que seus políticos prometiam o que não podiam entregar. O PT, na voz do seu presidente e líder de Zuchi, chegou a insinuar que há leis que não devem ser cumpridas (meu Deus, e ainda culpam os outros de golpe). O que era urgente, quase saiu de pauta. Mas, a pressão dos taxistas continuava. Até que na semana passada, a promotora foi chamada à Câmara (e foi) para a derradeira tentativa de acordo. Novamente, insinuou-se fechar pelos menos um olho para aquilo que exige a lei. Não deu certo. Mas, avançou-se para todas as partes. O PT, o Mané, compreendeu, que a lei não foi feita para os amigos, correligionários, cabos eleitorais, para a hora da busca dos votos em anos de eleições, mas para dar acesso em igualdade de condições a todos numa concessão pública municipal, com regras claras. Ufa!

PERDEU, MANÉ! (V)
Quais os principais pontos controversos que ficaram acertados ou alcarados entre o município de Gaspar, os taxistas, os vereadores e o MP, que deverão estar na lei sem pegadinhas? Está proibida a transmissão hereditária (para filho, irmão, pai, tio, primo...) dos que possuem licença (hoje e no futuro). Se o titular morrer, nova licitação. Os taxistas de hoje terão mais dez anos (queriam 30 anos) sem qualquer possibilidade de prorrogação. Daqui a dez anos, estas vagas serão licitadas. Outra do acordo: a proibição da jogada de “afastamento permanente da função e/ou subcontratação de funcionários”. A princípio, acabou a figura do gigolô de taxista em Gaspar. Ou ele próprio trabalha, ou perde a licença e outro disputa à esta vaga por edital público. A incapacidade para o trabalho ou eventual falecimento geram a abertura de vaga e a nova consulta pública de interessados. Este item e os dez anos foram os que mais assustaram o pessoal. Ganharam Gaspar e os gasparenses.

TRAPICHE

Perguntar não ofende: quanto mesmo vai custar aos gasparenses a passagem da tocha olímpica por Gaspar?

A prefeitura de Gaspar e o PT anunciaram que vão “renovar” a intervenção no Hospital de Gaspar. Estão sucateando-o. Os funcionários denunciam que nem o Fundo de Garantia estão depositando.

A “renovação da intervenção” da prefeitura no Hospital é uma jogada financeira. Como a prefeitura está quebrada e esconde isso, como fez Dilma Vana Rousseff, PT, com o Brasil diante de uma oposição inépta, fecham o CAR, diminuem as atividades da Policlínica e alguns postos, transferindo as despesas e serviços para o Hospital.

Por falar nisso: cadê a praça que se faria com concurso público para o terreno onde ficava o posto de saúde do Centro, demolido na calada de um sábado à tarde? Mentiras no PT, no paço e secretarias abundam. E muitos ainda acreditam nelas.

O ex-assessor de Pedro Celso Zuchi, PT, Paulo Roberto Eccel, perdeu todas, e agora além de não mais ser prefeito de Brusque, está inelegível por oito anos. Quem deu conta deste recado em Brusque, Florianópolis e Brasília? Outro ex-assessor de Zuchi e ex-petista de carteirinha, o advogado Mário Wilson da Cruz Mesquita.

Aliás, o PT de Gaspar e Zuchi estão apavorados se e quando o doutor Mesquita resolver tirar o lixo debaixo do tapete e limpar os cemitérios públicos daqui...

Tem gente com um book de fotos, vídeos e papelada para entregar ao Ministério Público Eleitoral da Comarca tão logo um candidato que está na praça seja oficializado. Trataria de suposta compra antecipada de votos.

O PSD de Marcelo de Souza Brick e o PSB de Giovano Borges querem agora esconder que estão juntos em Gaspar com o Partido Comunista e que ele quer – e não abre mão - de fatia poderável no governo dos dois se vencer.

As resoluções da mesa diretora da Câmara de Gaspar se tornaram secretas. Elas foram retiradas do site da Câmara de Gaspar. Isto contraria a decisão judicial numa Ação Civil Pública do Ministério Público.

O PSDB de Andreia Symone Zimmermann Nagel iniciou o processo de escolha do vice. Não está fácil. O “queridinho de todos”, Renato Beduschi, ex-PMDB, já disse que não quer. Estão na lista ainda Claudionor de Souza, Luiz Buzzi Sobrinho, Amadeu Mitterstein, Renato Nicoletti, Luiz Roberto Schmitt (Bebeto), Volney Henriques, Charles Roberto Petry, Moacir Barbieri, Roberto Tognoli...

Na quarta-feira às 19h, no auditório do CDL, faço uma espécie de talk show com convidados especiais: meus leitores e leitoras. É antes, a minha homenagem aos 26 anos – que se completará exatamente no dia primeiro de junho - do jornal Cruzeiro do Vale e ao seu sonhador, corajoso, editor e proprietário, Gilberto Schmitt. Nada é fácil.

No evento, simples, direto, provocarei os presentes sobre a importância da imprensa, do pensar e observar na consolidação da democracia, da sociedade. É gratuito. A reserva antecipada que se está solicitando, é apenas uma prevenção para o conforto, devido à limitação do espaço no auditório. Vai que dá gente...

Comentários

Herculano
30/05/2016 19:06
MÁQUINA DE BLUMENAU FAZ SINALIZAÇÃO EM GASPAR

Olha só esta. A Ditran - Diretoria de Trânsito de Gaspar - subordinada à secretaria de Obras tocada por Lovídio Carlos Bertoldi, pré-candidato a prefeito do PT - tem um orgulho: a compra de uma máquina para fazer a sinalização das ruas.

Sabe quanto ela custou aos gasparenses? Mais de R$101 mil. Fizeram uma divulgação danada na época, mesmo sob questionamentos de que não havia tantas ruas e tanta demanda para tal equipamento.

E o que aconteceu altas horas da noite e madrugada da semana passada? A Empresa Sinal Blu veio aqui fazer o serviço.

É! Precisa-se gastar o monte de dinheiro arrecadado com as multas dos motoristas incautos por aqui. Elas estavam sendo desviadas no uso para outras finalidades como atestou o Tribunal de Contas do Estado e o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública.

Então se há máquina, ociosa na demanda, qual a razão de contratar terceiros para o serviço que poderia ser feito pela própria secretaria de Obras e a Ditran? Ou subutilização a deixou "travada" para a finalidade que foi comprada? Acorda, Gaspar!
Ana Amélia que não é Lemos
30/05/2016 13:37
Sr. Herculano:

MULHERES FORA DO GOVERNO E À FRENTE DO JUDICIÁRIO
"Se não há mulheres no ministério de Michel Temer, no Judiciário elas vão chefiar os mais importantes tribunais do País, a partir de setembro: a ministra Cármen Lúcia será presidente do Supremo Tribunal Federal e a ministra Laurita Vaz vai presidir o Superior Tribunal de Justiça. Mas não é opção dos tribunais: esta é a vez de as ministras assumirem as presidências do STF e do STJ, observando o critério de revezamento".

Se não é opção dos tribunais, e sim o critério de revezamento, espero que estas duas mulheres assumam seus cargos neste revezamento e que não façam como a Câmara dos Vereadores de Gaspar fez com a Vereadora Andréia.
Herculano
30/05/2016 12:46
DEU ZEBRA. E PARECE QUE ALGUMA COISA ESTÁ MUDANDO NO BRASIL. MAS SE O CASO FOSSE COM ALGUÉM DO PT, A HIST?"RIA SERIA BEM DIFERENTE. VEJA S?": CGU TEM ENTREGA DE CARGOS EM MASSA EM PROTESTO CONTRA MINISTRO. SE A MODA PEGA OS POLÍTICOS ENTENDERÃO POR QUE MILHÕES FORAM AS RUAS PEDIR O IMPEACHMENT

Conteúdo Congresso em Foco. Texto de Edson Sardinha e Gabriel Pontes. Chefes de 23 representações estaduais da CGU e outros 200 ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior (DAS) anunciam a entrega de seus cargos para pressionar a saída de Fabiano Silveira. Servidores farão marcha até o Planalto para cobrar a demissão do ministro.

Em protesto contra o ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, Fabiano Silveira, chefes de 23 representações estaduais da Controladoria-Geral da União (CGU) e outros 200 ocupantes de cargos de direção e assessoramento superior (DAS) anunciaram a entrega de seus cargos nesta segunda-feira (30). Eles afirmam que não trabalham com o novo ministro e cobram a imediata saída de Fabiano, flagrado em conversa gravada orientando o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado a se defenderem na Operação Lava Jato.

Os nomes dos chefes demissionários foram lidos em um carro de som durante o protesto que barrou a entrada de Fabiano no ministério e promoveu uma lavagem, com água e sabão, na fachada da CGU e no nono andar, onde fica o gabinete do ministro. Um grupo de servidores da CGU cercou o carro de Fabiano e o impediu de entrar na sede do ministério. Cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, ocupam a entrada do prédio, localizado no Setor de Autarquias Sul. Os manifestantes devem sair daqui a pouco em marcha até o Palácio do Planalto para cobrar a demissão de Fabiano.

Em nnota divulgada nesta manhã, o Sindicato Nacional dos Analistas e Técnicos de Finanças e Controle (Unacom) pediu a saída imediata de Fabiano Silveira. "O Sr. Fabiano Martins Silveira, ao participar de reuniões escusas para aconselhar investigados na operação Lava Jata, bem como ao fazer gestões junto a autoridades e órgãos públicos a fim de apurar denúncias contra seus aliados políticos 'demonstrou não preencher os requisitos de conduta necessários para estar à frente de um órgão que zela pela transparência pública e pelo combate à corrupção'", afirma o comunicado assinado por Rudinei Marques, presidente do Unacom Sindical.

Além de cobrar a exoneração imediata de Fabiano Silveira, o sindicato também pede a revogação da medida provisória assinada pelo presidente interino Michel Temer que criou o Ministério da Transparência, alterando a estrutura da CGU. Outro ponto reivindicado pelos sindicalistas é a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC 45/2009) que dá "soberania" à CGU para investigar e apresentar laudos. Embora tenham conseguido o apoio de todos os líderes partidários. chegoua ficar em primeiro lugar nalista de prioridades.renan negou e disse que a pauta era muito corporativista e não botou

O diálogo entre Fabiano Silveira e Renan foi gravado na residência oficial do Senado em 24 de fevereiro, quando o atual ministro era conselho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro também fez recomendações a Machado sobre como ele deveria se comportar diante de uma medida cautelar, conforme revela reportagem do Fantástico. Funcionário de carreira do Senado, Fabiano é considerado indicação de Renan para o ministério.
Herculano
30/05/2016 07:49
POR MAIS RIGOR DA JUSTIÇA, por Ricardo Noblat, do jornal O Globo

Sejamos francos: políticos com medo de serem presos conspiraram, sim, para derrubar a presidente Dilma. Um governo fraco, autor de graves erros, daria vez a um governo de "salvação nacional" encabeçado pelo vice Michel Temer, capaz de tirar o país do atoleiro econômico. E assim, suspeitos ou acusados de corrupção poderiam salvar-se mediante um acordo que freasse o avanço da Lava-Jato. Que tal?

NADA DE estranho. Nem mesmo de absurdo. Os donos do poder, fossem eles políticos ou não, sempre souberam construir acordos e preservar a própria pele em detrimento da moral e da Justiça. Por extensão, também suas fortunas e posições na hierarquia social. A história do país está repleta de exemplos. E magistrados jamais foram insensíveis a tais acordos. Pelo contrário.

É DISSO, EM resumo, que dão notícia as gravações de Sérgio "Lobo de Wall Street" Machado, presidente da Transpetro nos últimos 12 anos e bem-sucedido caixa oculto para enriquecimento dos caciques do PMDB e financiamento de suas campanhas eleitorais. Apetrechado com equipamentos de escuta e monitorado por agentes federais a pouca distância, Machado foi à luta e saiu laureado.

NO PERÍODO DE uma semana, a divulgação das gravações atingiu três vistosos alvos - os senadores Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL), e o presidente de honra do PMDB José Sarney (MA), ex-presidente da República. Jucá perdeu o Ministério do Planejamento. Renan, a vergonha, se vestígio dela ainda lhe restasse. Sarney arranjou um triste fecho para sua biografia.

O BRASIL VIVE "sob a ditadura" da Justiça, reclamou Sarney. Que aconselhou Machado a não meter advogados em tratativas para escapar da Lava-Jato. Sarney tinha outro plano: acionar o ex-ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Cesar Asfor Rocha, amigo de Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF). Quem sabe Teori não ajudaria Machado?

A ASFOR ROCHA, Renan preferia o advogado Eduardo Ferrão, também amigo de Teori. Sarney e Renan garantiram a Machado todo o empenho para que seu caso não "descesse" à República de Curitiba, chamada de "Torre de Londres" por Jucá. "É preciso estancar a sangria", advertiu Jucá. E "a moça" imaculada (Dilma) carecia de forças para a tarefa. Temer teria certamente.

É MAIS CORRETO dizer que Dilma "carecia de forças" para socorrer políticos em apuros do que de vontade. A Procuradoria-Geral da República quer investigá-la pela nomeação de um ministro sob o compromisso de votar a favor da libertação de empreiteiros presos pela Lava-Jato. Segundo Sarney, a imaculada Dilma pediu à Odebrecht que pagasse no exterior despesa de sua campanha.

POR QUE EM tantos diálogos gravados ou reproduzidos, políticos sugerem dispor de livre trânsito entre ministros de tribunais superiores? Alguns por fanfarronice. Outros porque têm de fato. Não há julgamento puramente técnico. São homens e mulheres que julgam. E por mais que persigam um estado de isenção plena - e nem todos perseguem -, jamais o alcançam.

O STF MANDOU para a cadeia 25 dos acusados pelo escândalo do mensalão do PT, mas recusou-se a investigar a fundo a responsabilidade de Lula no episódio. Desta vez, tudo indica que será mais rigoroso com os réus da roubalheira na Petrobras, sem condescendência com nenhum, seja por distração ou - muito pior - conivência. É o que se espera dele.
Herculano
30/05/2016 07:11
SEGURO POPULAR DE AUTOS DEVE TER NOVAS REGRAS ATÉ O FIM DE JUNHO

Conteúdo da Coluna Mercado (Maria Cristina Frias)do jornal Folha de S. Paulo. Em até um mês, a Susep (Superintendência de Seguros Privados) deverá alterar as regras para o seguro popular de automóveis, afirma Roberto Westenberger, superintendente do órgão.

As mudanças e os esclarecimentos das regras definitivas estavam sendo muito aguardados pelo setor, que está em compasso de espera para lançar seus produtos.

Aprovado em março deste ano, o seguro, voltado a veículos com mais de cinco anos, deverá ser até 30% mais barato que o regular.

Uma das mudanças é a atual restrição ao uso de peças originais em reparos. Pela regra vigente, só podem ser usadas as vindas de empresas de desmonte - as seguradoras alegam que não há oferta para a demanda do mercado.

Novos itens também poderão ser usados, desde que certificados, diz Westenberger.

"Reconhecemos que não seria possível massificar o produto e depender de um estoque de peças de desmonte."

O mercado também pleiteava limitar o produto a veículos com mais de cinco anos.

O receio é que, em caso de acionamento do seguro e uso de peças recicladas, o cliente perca a garantia do veículo e se queixe às seguradoras.

A restrição não deverá constar no texto, mas a recomendação da agência é que as empresas não aceitem veículos que estejam dentro da garantia, diz o superintendente.

Para evitar problemas, será exigido que o cliente assine um documento no qual atesta estar ciente dos riscos.

Outra demanda é o uso de uma rede credenciada para o conserto -a possibilidade, no entanto, já é prevista no texto publicado. "De qualquer forma, vamos reforçar a autorização", afirma Westenberger.

As mudanças deverão ser feitas até o fim de junho.

ENTENDA AS REGRAS
Novo seguro popular para veículos

O que é?
Voltada a carros com mais de cinco anos, seguro popular permitirá o uso de peças usadas, oriundas de desmontagem, e prevê preços 30% menores que os regulares

Como deverão ficar as regras?
> Além de peças de desmontagem, deverão poder ser usados itens novos, desde que certificados
> Em caso de veículo novo, cliente deverá assinar termo em que alega estar ciente de risco de perda de garantia
> Seguradora poderá dar descontos a clientes que optarem por rede credenciada

20 milhões de veículos é a frota com mais de cinco anos no país.
Herculano
30/05/2016 07:06
SEM NOÇÃO, SEM SALÁRIO, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Em tempo de falta de grana inclusive para programas sociais, faço uma sugestão: bloquear salários e emendas dos parlamentares até que tratem o país com o mesmo senso de urgência que tiveram ao afastar a presidente Dilma.

Apenas depois que eles tivessem aprovado as medidas necessárias para tirar o Brasil da crise é que seus salários seriam liberados, e o dinheiro de suas emendas para suas bases eleitorais seria desbloqueado.

Faço tal proposta ao notar que o Congresso age num ritmo como se bastasse afastar a petista para o país voltar à normalidade. Não. Ela havia perdido as condições de governabilidade, mas tudo ainda está por ser feito para sairmos da crise.

Pior é que deputados e senadores estão muito mais ocupados em tratar de seus interesses do que os do país. Gastam seu tempo tentando salvar o mandato do deputado Eduardo Cunha e buscando segurar Waldir Maranhão na presidência da Câmara. Dois estorvos.

Para piorar, e muito, ficam maquinando nos bastidores medidas para frear as investigações da Operação Lava Jato. É o que revelam claramente as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com caciques do PMDB.

E não venham dizer que estão, sim, trabalhando pelo país ao aprovar a revisão da meta fiscal -aquela que autoriza o governo Temer fechar o ano com um rombo explosivo nas contas de R$ 170,5 bilhões.
Aquela votação foi apenas o reconhecimento oficial de um Brasil quebrado. Só livra Temer de ser acusado de pedalar para gastar uma grana que a União não tem. Tal como fez Dilma Rousseff, criando a base jurídica para seu afastamento.

É preciso aprovar medidas para cobrir esse cheque em branco, criticado por petistas, mas gerado pela presidenta deles. Daí a ideia: se os parlamentares não se mexem na direção do essencial, que não ganhem salário até acordarem para o país real. Fica aqui a dica para as ruas
Herculano
30/05/2016 07:04
APESAR DOS CORTES, PETROBRAS AINDA É "INCHADA", por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

A gigante Saudi Aramco, da Arábia Saudita, a maior petrolífera do mundo, produz um de cada oito barris de petróleo do planeta, está avaliada em R$ 6,5 trilhões e tem 65 mil funcionários. A Petrobras, que nem chega perto da Aramco em produção de petróleo, está avaliada no mercado em cerca de R$ 60 bilhões, se tanto, e paga salários a 249 mil pessoas, das quais 84 mil são concursadas e 165 mil terceirizadas.

CABIDE DE PETR?"LEO
A Shell, a Exxon e a British Petroleum, outras gigantes do petróleo, empregam juntas 262.000 pessoas, 13 mil a menos que a Petrobras.

DESAFIO PELA FRENTE
Pedro Parente terá um baita desafio: a Petrobras opera 7 mil postos no mundo; a Shell tem 44 mil, mas lucra trinta vezes mais.

ASSIM NÃO DÁ
Mesmo depois cortar 30 mil funcionários e colocar mais 12 mil na fila da demissão voluntária, a Petrobras ainda tem 84 mil concursados.

INEFICIÊNCIA ESTATAL
Em 2014, antes do Petrolão, a Petrobras lucrou US$ 1 bilhão; a Shell, US$ 14 bilhões; a Exxon, US$ 32,5 bilhões e a BP, US$ 12,1 bilhões.

MULHERES FORA DO GOVERNO E À FRENTE DO JUDICIÁRIO
Se não há mulheres no ministério de Michel Temer, no Judiciário elas vão chefiar os mais importantes tribunais do País, a partir de setembro: a ministra Cármen Lúcia será presidente do Supremo Tribunal Federal e a ministra Laurita Vaz vai presidir o Superior Tribunal de Justiça. Mas não é opção dos tribunais: esta é a vez de as ministras assumirem as presidências do STF e do STJ, observando o critério de revezamento.

REPRESENTAÇÃO
Hoje, os cinco tribunais superiores têm em sua composição mulheres muito admiradas pelo saber jurídico.

DESPROPORCIONAL
Apesar da forte presença qualitativa, as mulheres ainda são apenas 18% na composição dos tribunais superiores.

PRIMEIRA INSTÂNCIA
Até o final de 2015, apenas cinco dos 27 Tribunais de Justiça nos Estados brasileiros tinham uma mulher no comando.

SÃO UNS ARTISTAS
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado usou tom irônico para se referir ao juiz federal Sérgio Moro, chamando-o de "artista". Mas "artistas" mesmo são os ladrões que ele julga.

PAPO SABIDO
Emissários de Renan Calheiros têm jurado a veículos de comunicação que ele não indicou Sérgio Machado para a Transpetro, dizendo que a escolha foi "da bancada do PMDB". Cujo líder era... Renan Calheiros.

VALE-TUDO
Petistas contrários à mudança de status da antiga Controladoria Geral da União (CGU), agora Ministério da Transparência, espalham que uma "nova logomarca" custou R$ 10 milhões. Isso é tão verdadeiro quanto nota de 3 reais ou a alegação de "golpe" no impeachment.

MESMAS PRERROGATIVAS
O novo Ministério de Transparência preserva todas as prerrogativas da velha CGU e o novo ministro, Fabiano Silveira, ainda aumentou de 60 para 70 o número de municípios sorteados para serem auditados.

CORTAR É PRECISO
O chanceler José Serra ordenou levantamento de representações diplomáticas brasileiras a serem fechadas. Embaixadas na Ásia devem ser as mais afetadas, seguidas da África.

DETALHE QUE COMPROMETE
Ganhou padrão de primeiro mundo o novo salão de embarque internacional do terminal 2 do aeroporto do Galeão, no Rio. Já os banheiros e o sistema de som ainda estão no padrão Infraero.

ÁGUA E AZEITE
Sobre a fusão entre as centrais sindicais UGT e Força Sindical, Ricardo Patah avisou: "É uma possiblidade de médio a longo prazo". A ideia inicial é combinar ações conjuntas. Unificação, só no futuro.

PÉ NO ACELERADOR
A senadora Simone Tebet (PMDB-MS) quer apressar em vinte dias a votação do impeachment de Dilma. O relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) quer votar no dia 2 de agosto. Tebet diz que 90 dias bastam.

PERGUNTA SUPREMA
Após o procurador-geral Rodrigo Janot ficar sabendo a opinião de Renan sobre seu caráter, em quanto tempo o senador vai réu no STF?
Herculano
30/05/2016 06:56
AMADURECER OU APODRECER, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

Nações maduras arbitram o entrechoque social nos orçamentos públicos. Países que apodrecem na infância dos povos o fazem com inflação, pedaladas, dívida descontrolada, confiscos e guerra civil. Acabou a procrastinação: o Brasil terá nos próximos anos de optar entre amadurecer ou apodrecer.

Na fase imberbe de nossa democracia de massas, estimulou-se a ideia de que não havia limite para financiar direitos. O atendimento ao anseio coletivo de produzir bem-estar social contornou a difícil tarefa de impor derrotas ao anacronismo, ao privilégio e à ineficiência.

Adotou-se a via clientelista: quer um direito? Então reserve uma fatia eterna da verba pública na Constituição. Se a soma de tudo ultrapassar a capacidade do Tesouro, aumentam-se os impostos e toma-se mais dinheiro emprestado, a juros de esfolar as gerações seguintes.

Na fase madura, uma democracia começa pelo começo: que projetos são os mais importantes, ao longo dos próximos anos, para fazer avançar o direito à educação? Como vamos acompanhar a sua execução? Quanto eles vão nos custar? De onde vamos tirar os recursos, dados os limites físicos do dinheiro disponível e os outros pleitos ao erário?

De que adianta ter como meta gastar 10% do PIB no ensino público? O Brasil despende hoje nesse setor, como proporção da sua renda, tanto quanto nações ricas, mas a elevação do desembolso não resultou na melhoria esperada da qualidade. Quem não tem limites para expandir o gasto não tem estímulo para aumentar a eficiência no uso do dinheiro.

Na terra do nunca dos povos imaturos, não se discute o melhor balanço entre financiar os idosos, de um lado, ou as crianças, que pagarão a conta das aposentadorias nos próximos 50 anos, do outro. Não se debate se faz sentido sustentar tantas faculdades estatais gratuitas para a elite, enquanto 90% da população recebe uma péssima educação básica.
Herculano
30/05/2016 06:51
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Só para os internautas do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acesso e o de maior credibilidade.
Herculano
30/05/2016 06:49
NÃO TEM JEITO.

O Brasil continua dominado por quadrilhas. Agora, o Ministro da "Transparência" (é com aspas mesmo)do governo para os brasileiros, Fabiano Silveira, é pego em gravações, em que se descobre ser ele instalado no poder, o advogado dos quadrilheiros.

E quem indicou ele a Michel Temer, PMDB? O presidente do Senado, Renan Calheiros, PMDB. Se fazem isto em Brasília, diante da mídia e das instituições, o que acontecerá nos grotões? Wake up, Brasil!
Herculano
30/05/2016 06:44
VERGONHA. PT E PMDB NO MESMO BARCO. MINISTRO DA TRANSPARÊNCIA DE TEMER CRITICAVA LAVA JATO, MOSTRA GRAVAÇÃO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. O ministro da Transparência, Fiscalização e Controle escolhido pelo presidente interino Michel Temer, Fabiano Silveira, criticava a operação Lava Jato e orientava investigados enquanto tinha um cargo de conselheiro do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), órgão que fiscaliza o poder Judiciário.

Fabiano Silveira foi gravado pelo ex-diretor da Transpetro, Sérgio Machado, que se tornou delator da operação, na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros. Os áudios foram exibidos pelo programa Fantástico, da TV Globo.

Numa das frases, após Machado criticar o Procurador-geral de Justiça, Rodrigo Janot, Silveira diz: "Eles estão perdidos nessa questão [da Lava Jato]".

Segundo o programa, a gravação ocorreu no fim de fevereiro, na casa do presidente do Senado. Fabiano é servidor do Senado e foi indicado para o CNJ por Renan.

A reportagem afirma que Machado disse aos procuradores que "foi à casa de Renan para conversar sobre as providências e ações que ele estava pensando sobre a Lava Jato" e disse que Fabiano Silveira e outro advogado, Bruno Mendes, participaram do encontro, dizendo que "eles trocaram reclamações sobre a operação".

A reportagem, que publica apenas parte dos áudios, diz ser possível afirmar que Fabiano Silveira e Bruno Mendes orientam os dois sobre como proceder em relação à PGR (Procuradoria-Geral da República). O atual ministro da Transparência também teria procurado integrantes da Força Tarefa da operação para pedir informações sobre os inquéritos que envolvem o presidente do Senado.

Silveira chega a dizer a Renan que ele não deveria apresentar determinados argumentos na defesa de um dos processos.

"A única ressalva que eu faria é a seguinte: está entregando já a sua versão pros caras da... PGR, né. Entendeu? Presidente, porque tem uns detalhes aqui que eles... (inaudível) Eles não terão condição, mas quando você coloca aqui, eles vão querer rebater os detalhes que colocou (inaudível)", diz o então conselheiro do CNJ.

Fabiano também diz que Sérgio Machado deve procurar o relator de um dos processos da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), sem citar qual deles. Em outro trecho, Renan diz estar preocupado com um processo específico da Lava Jato, a denúncia de que sua campanha teria recebido R$ 800 mil como propina numa licitação de frota na Transpetro.

"Cuidado, Fabiano! Esse negócio do recibo... Isso me preocupa pra caralho", diz o presidente do Senado.

OUTRO LADO

Fabiano Silveira enviou nota em que nega qualquer interferência na operação e afirma ter estado "de passagem" na residência oficial do Senado, mas que não sabia da presença de Sérgio Machado. Ele nega relação com Machado e diz que esteve "involuntariamente" e "em uma conversa informal".

"Chega a ser despropósito sugerir que o Ministério Público ?"uma instituição que já deu tantas demonstrações de independência e altivez no cumprimento de seus deveres?" possa sofrer qualquer tipo de interferência externa", informa a nota de Silveira

O presidente do Senado, Renan Calheiros, não respondeu. A defesa de Sérgio Machado diz que ele não vai se pronunciar devido ao acordo de delação premiada a que está submetido.
Herculano
30/05/2016 06:37
da série: não tem jeito, os políticos são de um partido único. O que é contra a ética, a cidadania e a vergonha na cara.

PENÚLTIMA DA GESTÃO TEMER: MINISTRO DA TRANSPARÊNCIA VINCULADO À ESCURIDÃO, por Josias de Souza

Se Michel Temer não acordar, vai chegar uma hora em que a paciência dos brasileiros, dos quais 58% já não o queriam na Presidência, se esgotará.

Quando parece que está tudo normalizado - o Romero Jucá afastado da Esplanada, o Ministério da Cultura recriado, nenhuma acusação nova feita contra o Eduardo Cunha na última meia hora, o Lula quieto, a seleção do Dunga derrotando o time do Panamá por 2 a 0, o impeachment da Dilma caminhando no Senado, as pessoas começando a se conformar com a peruca ridícula do Antônio Fagundes na novela -, surge mais uma gravação do Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro.

A encrenca se insinua pela segunda semana. Temer faz um inventário de suas preocupações e pensa: "Hoje, finalmente, vou poder dormir mais tranquilo?". E não pode. Tem que se preocupar com a nova gravação do delator Sérgio Machado, divulgada pelo Fantástico, em plena noite de domingo.

Responsável pelo combate à corrupção, Fabiano Silveira, ministro da Transparência, Fiscalização e Controle, foi gravado dando aula a suspeitos de desvio$ sobre como se livrar da Lava Jato.

Advogado, Fabiano distribuiu seus ensinamentos ao próprio Machado e a Renan Calheiros, padrinho de sua nomeação para o ministério de Temer.

Quem saiu às ruas para pedir a cabeça de Dilma e repudiar a corrupção observa tudo o que houve em Brasília e se desespera com o que ouve nas gravações de Machado. Elas sugerem que Temer no poder é uma troca de seis por meia dúzia. Afastada a ladroagem do PT, assanhou-se a ladroeira do PMDB, que está obcecada pela ideia de asfixiar a Lava Jato, não de salvar o país. Não passa um dia sem que haja um novo problema no governo seminovo - como se não bastassem o André Moura, um triplo-réu na liderança do governo, e o Waldir Maranhão, um néscio multi-investigado no comando da Câmara.

Quando o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) está quase convencendo um pedaço do país de que conseguirá achar uma saída para a crise - ainda que tenha que procurar mais um pouco -, um novo áudio captado pelo Sérgio Machado despeja no noticiário as vozes do esgoto. É como se o governo tentasse consertar a torneira dos gastos públicos e estourasse a privada. Ou Temer afasta Fabiano Silveira da poltrona de ministro ou o odor será insuportável ao final desta segunda-feira.

Na semana passada, um dia depois da saída de Jucá da pasta do Planejamento, Temer reuniu os líderes partidários para pedir empenho no Congresso. Ao abrir o encontro, declarou, batendo na mesa: "Ouvi aqui: 'O Temer está muito frágil, coitadinho, não sabe governar.' Conversa! Fui secretário de Segurança Pública duas vezes em São Paulo e tratava com bandidos. Sei o que fazer no governo e saberei como conduzir." Será? Entregar o Planejamento a um enrolado na Lava Jato, a liderança do governo a um suspeito até de tentativa de homicídio e a pasta anti-corrupção ao afilhado de Renan não parecem bons prenúncios.

Vivo, Cazuza diria a Temer: "Tuas ideias não correspondem aos fatos. Eu vejo o futuro repetir o passado. Eu vejo um museu de grandes novidades." No gogó, Temer é um defensor da Lava Jato. Na prática, chefia um governo apinhado de suspeitos e cúmplices. E os problemas não param. Na semana passada, Temer tentou apagar outro pavio. Indagou ao ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, também investigado na Lava Jato, se não seria o caso de deixar a Esplanada. O amigo não se deu por achado. O governo parece ter perdido a noção do perigo. Brinca com os nervos dos brasileiros. Ssssssssssssssssssssssssss?
Sidnei Luis Reinert
29/05/2016 21:39
Lula nas mãos de Sérgio Moro
Posted on 29 de maio de 2016 by CristalVox
Agora é oficial! Lula será investigado pelo Juiz Sérgio Moro.



O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot encaminhou, nessa sexta, 27, ao Supremo Tribunal Federal seu parecer sobre o processo que investiga a participação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva em desvio de recursos de estatais brasileiras e suas relações com empreiteiras envolvidas na denominada "operação Lava Jato". Janot manifestou seu entendimento no sentido de que Lula não possui "foro privilegiado" e que os autos devam ser enviados imediatamente ao juízo de primeiro grau.

O Relator da Lava Jato, Ministro Teori Zavaski, segundo "fontes não oficiais" no STF, deverá encaminhar para Curitiba, já na manhã desta segunda, 30 de maio, os autos que investigam o ex-presidente de ser protagonista do maior escândalo de corrupção já descoberto pelas autoridades policiais e judiciais do Brasil. Reconhecida a ausência da "prerrogativa de função" na ação, torna-se preventa, de fato, a 13ª Vara Criminal Federal , na qual Sérgio Moro é o juiz titular.

Todos os movimentos e "chicanes" procesuais encetadas pelos advogados do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva foram no sentido de retirar de Curitiba o controle das investigações, para evitar o envolvimento e, por consequencia, o indiciamento de Lula e seus familiares na Lava Jato. Nem mesmo a tentiva de "proteger" o ex-presidente na Casa Civil da presidência deu certo.

Lula não possui curso superior e as instalações que o esperam são comuns, igual a qualquer detento recolhido na Colônia Penal de Pinhais, no Paraná. Se tivesse honrado suas promessas de melhorar o sistema prisional brasileiro, por certo teria melhores acomodações no cárcere.

Lula só tem uma alternativa para não ser preso: Contar tudo o que sabe! Se fizer isso, morre logo? POLITICAMENTE?
Mariazinha Beata
29/05/2016 17:42
Seu Herculano;

Às 08:54 hs. - "Duque de Caxias precisou usar a força para deter o padre Diogo Feijó".

Quem diria, padres já foram submetidos a força para chamar à ordem.
No século XIX já havia padreco vermelho?
?" raça!!!
Bye, bye!
Ana Amélia que não é Lemos
29/05/2016 14:36
Sr. Herculano:


As sete mensagens de Cunha

Eduardo Cunha comentou no Twitter a entrevista de Dilma Rousseff à repórter chapa branca da Folha de S. Paulo.

A primeira mensagem:

"Além da arrogância e das mentiras habituais, ela demonstra a sua incapacidade e despreparo para governar".

A segunda mensagem:

"Além do crime de responsabilidade cometido e que motivou o seu afastamento, as suas palavras mostram o mal que ela fez ao país".

A terceira mensagem:

"O custo da reeleição de Dilma para o povo brasileiro já está em 303 bilhões de déficit público, além de uns 700 bilhões de juros da dívida".

A quarta mensagem:

"Com o descontrole das contas públicas, aumenta a inflação e a despesa de juros da dívida pública. A sua gestão foi um desastre".

A quinta mensagem:

"Dilma mente tanto que já estamos aprendendo a identificar quando ela mente. Basta mover os lábios".

A sexta mensagem:

Se até o Lula se arrependeu de ter escolhido ela, imaginem aqueles que ela fez de idiota, mentindo na eleição".

A sétima mensagem:

"Para ela, apenas uma frase: Tchau querida".

O Antagonista concorda com Eduardo Cunha em suas sete mensagens.

E quem sou eu para discordar de ambos ...
Digite 13, delete
29/05/2016 13:11
Oi, Herculano;

O Brasil só pode estar no estado deplorável que está, pelas respostas que a caduca consedeu à chapa branca Mônica Bérgamo.
Nem como piada, serve!
Herculano
29/05/2016 11:02
da série vergonhosa em defesa dos bandidos: "a ditadura da Justiça tá implantada. É a pior de todas", do ex-presidente, ex-senador José Sarney, PMDB.

A VITORIA DA TOGA SOBRE O COLARINHO BRANCO, por Carlos Ayres Brito, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Um dos muitos sentidos do substantivo "constituição" é este: modo peculiar de ser das coisas. Modo único de ser de tudo o que existe, pois o fato é que nada é igual a nada.

Tudo é absolutamente insimilar, aqui, neste planeta, e alhures. Daí que, já em sentido jurídico e grafada com a inicial maiúscula, Constituição signifique o modo juridicamente peculiar de ser de um povo soberano. Modo juridicamente estruturante de ser, entenda-se.

Isso por veicular, ela, a Constituição, as linhas de montagem tanto do Estado quanto da sociedade, no âmbito territorial em que tal povo exerce a sua soberania.

Outro dado a considerar: essa espécie de Constituição (a originária) é habitualmente designada por sinônimos. Ora é chamada de Lei das Leis, ora de Lex Maxima, ora de Magna Carta, ora de Código Político. Explico. Lei das Leis, por ser a única lei que o Estado não faz, e no entanto se faz de todas as leis que o Estado faz. Lex Maxima, pela sua hierarquia superior às demais leis do Estado, aqui inseridas as próprias emendas a ela, Constituição. Magna Carta ou mesmo Lei Fundamental, por consubstanciar os princípios e regras que fundamentam ou cimentam ou elementarizam a personalidade humana. Finalmente, Código Político, pela referida característica de estruturar com inicialidade o Estado e a própria sociedade. Perceptível que estruturar com inicialidade o Estado é fazê-lo com todos os órgãos elementares dele. Tanto o bloco daqueles órgãos concebidos para governar (Poder Legislativo e Poder Executivo) quanto o bloco daqueles que não governam, mas impedem o desgoverno (Polícia Judiciária, Ministério Público, Tribunais de Contas e Poder Judiciário, em especial).

Um outro sinônimo, todavia, ouso propor como dotado de préstimo instrumental para o melhor entendimento da Constituição. É a locução "Carta Mãe". Isso porque toda Constituição originária é matriz de um Estado e de um Ordenamento Jurídico, ambos novinhos em folha. Mãe que jamais nasce sozinha, entretanto. O seu partejamento se faz acompanhar do partejamento da Ordem Jurídica em sentido objetivo e do Estado em sentido subjetivo.

É como dizer: a Constituição parteja a si mesma e dá à luz, simultaneamente, Ordem Jurídica de um povo soberano. Dois nascimentos a um só tempo. Como sucede com toda mulher que se faz mãe pela primeira vez. Mulher que traz à vida cá de fora o seu bebê e ainda nasce enquanto mãe mesma. E nasce enquanto mãe mesma porque até então o que havia era tão somente a figura da mulher. Não propriamente a figura da mãe. Dando-se que a Ordem Jurídica é o rebento objetivo da Constituição, tanto quanto o Estado é esse mesmo rebento, mas numa acepção subjetiva.
Herculano
29/05/2016 11:01
da série vergonhosa em defesa dos bandidos: "a ditadura da Justiça tá implantada. É a pior de todas", do ex-presidente, ex-senador José Sarney, PMDB.

A VITORIA DA TOGA SOBRE O COLARINHO BRANCO, por Carlos Ayres Brito, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, no jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Sucede, porém, que a Constituição é um tipo de mãe que jamais emancipa de todo o seu rebento. Este lhe deve obediência o tempo todo. Seja enquanto Ordem Jurídica, seja enquanto Estado. Noutros termos, a Constituição é mãe que nasce para conviver por cima, o tempo inteiro, com o seu filho. Compondo com ele um só Sistema de Direito Positivo ou, simplesmente, Sistema Jurídico. É o que se chama de princípio da supremacia da Constituição, para cuja irrestrita obediência ela concebe e monta um Sistema de Justiça, principalmente. Um Sistema de Justiça que, em dimensão federal, incorpora a Advocacia-Geral da União, os advogados privados, a Defensoria Pública e o Ministério Público da mesma União, tudo afunilando para o Poder Judiciário e, no âmbito deste, para o Supremo Tribunal Federal (STF). A Lei Suprema a ser definitivamente guardada por um Tribunal Supremo como penhor de segurança jurídica máxima.

É agora que vem o necessário link normativo: o Sistema de Justiça brasileiro não tem "fagocitado" (Wellington Lima e Silva) ou por qualquer forma traído o Sistema Jurídico igualmente brasileiro.

Não tem resvalado para esse pântano da mais ignominiosa teratologia funcional e jamais poderia fazê-lo, pois sua legitimidade provém do sistema que o antecede. Uma coisa a se seguir a outra, necessariamente, numa típica relação de causa e efeito. O Sistema Jurídico enquanto causa, o Sistema de Justiça enquanto efeito. Mas um Sistema Jurídico de que faz parte a Constituição mesma, torno a dizer, na singularíssima posição de fonte, ímã e bússola do Direito Positivo que a ela se segue ou que nela se fundamenta.

Concluo. Tenho o domínio dessas elementares noções como imperioso para o entendimento do juízo de que os passos da chamada Operação Lava Jato não têm no Sistema de Justiça brasileiro um súbito e intransponível muro. Ao contrário, tal Sistema de Justiça operou como sua chave de ignição e, depois, passou a operar como segura ponte para decisões que devem ser tão objetivas quanto não partidárias. Não seletivas em face de ninguém nem de partidos ou blocos políticos, porque assim é que determina o Sistema Jurídico igualmente brasileiro. Sistema tão jurídico quanto serviente do princípio republicano de que "todos são iguais perante a lei", nos termos da parte inicial da cabeça do art. 5.º da Constituição.

Por isso que a regular continuidade dela, Operação Lava Jato, ganhou vida própria. Tornou-se um imperativo natural. Emancipou-se de quem quer que seja e se vacinou contra qualquer tentativa de obstrução ou estrangulamento. Venha de quem vier, individual ou coletivamente. Tudo porque essa regular continuidade ganhou status de depurado senso de justiça material do povo brasileiro. Questão de honra nacional. Símbolo de uma luminosa era que, deitando raízes no julgamento da Ação Penal 470 (prosaicamente conhecida por "mensalão"), acena com a perspectiva do definitivo triunfo da toga sobre o colarinho branco dos mais renitentes e enquadrilhados bandidos. Afinal, como oracularmente sentenciou Einstein, "quando a mente humana se abre para uma nova ideia, impossível retornar ao seu tamanho primitivo".
Herculano
29/05/2016 10:46
DILMA MENTIU SOBRE ENCONTROS COM ODEBRECHT, por Josias de Souza

Parte 1

Em entrevista à Folha, Dilma Rousseff foi inquirida sobre a quantidade de encontros que manteve com Marcelo Odebrecht, presidente da maior construtora do país, preso em Curitiba desde 19 de junho de 2015. "Eu não recebi nunca o Marcelo no [Palácio da] Alvorada", afirmou Dilma. "No Planalto, eu não me lembro." Essa resposta não é verdadeira.

De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto, consultados pelo colunista, Dilma recepcionou o mandachuva da Odebrecht pelo menos quatro vezes desde que virou presidente, duas das quais no Palácio da Alvorada - ambas em 2014, ano da campanha à reeleição.

Num desses encontros que Dilma afirma que "nunca" ocorreram no palácio residencial, o empreiteiro chegou em tempo para servir-se do almoço, às 11h30 do dia 26 de março de 2014. Noutro encontro, Odebrecht foi recebido pela inquilina do Alvorada às 9h30 do dia 25 de julho de 2014.

As duas audiências concedidas por Dilma no Palácio do Planalto, seu local de trabalho, ocorreram em 2013. Uma no início do ano, em 10 de janeiro. Outra no segundo semestre, em 10 de outubro.

Dona de uma memória que seus auxiliares consideram prodigiosa, Dilma apagou os encontros com Marcelo Odebrecht da lembrança num instante em que suas relações com o empreiteiro estão crivadas de suspeitas. Nos últimos dias, vieram à luz gravações que tonificam a suspeição. Foram feitas pelo mais novo delator da Lava Jato, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Em conversa com José Sarney, gravada no último mês de março, Machado evocou a prisão do marqueteiro das campanhas petistas João Santana, ordenada por Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, no mês anterior.

- A Dilma não tem condições. Você vê, presidente, nesse caso do marqueteiro, ela não teve um gesto de solidariedade com o cara. Ela não tem solidariedade com ninguém não, presidente, disse Machado.

- E nesse caso, ao que eu sei, é o único que ela tá envolvida diretamente. E ela foi quem falou com o pessoal da Odebrecht para dar, acompanhar e responsabilizar pelo Santana, respondeu Sarney.

No momento, a Odebrecht negocia com a força-tarefa da Lava Jato um acordo para que seus executivos se tornem delatores em troca de benefícios judiciais. Na definição de Sarney, captada pelo autogrampo de Machado, a "Odebrecht vem com uma metralhadora ponto 100."
Herculano
29/05/2016 10:45
DILMA MENTIU SOBRE ENCONTROS COM ODEBRECHT, por Josias de Souza

Parte 2

Também gravado, Renan Calheiros, presidente do Senado e padrinho da nomeação de Sérgio Machado para a Transpetro, ecoou Sarney numa referência à caixa registradora da campanha de Dilma à reeleição. Renan disse que Odebrecht "vai mostrar as contas" em sua delação. E Machado: "Não escapa ninguém de nenhum partido. Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito. Governador, nenhum."

"Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso", disse Dilma ao ser instada a se manifestar na entrevista à Folha sobre os rumores de que o empreiteiro a acusará de pedir dinheiro para pagar o marketing da campanha de 2014. "Eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana [em 2014], tudo declarado para o TSE. Onde é que está o caixa dois?", perguntou Dilma.

A Polícia Federal e a Procuradoria da República trabalham para responder à indagação de Dilma. Em verdade, já reuniram um bom lote de evidências que indicam que a verba que fluiu da Odebrecht para Santana por baixo da mesa encontra-se no estrangeiro.

Antes mesmo da prisão de João Santana e da mulher dele, Mônica Moura, a PF havia recolhido no celular de Marcelo Odebrecht uma pérola com formato de ameaça. Em mensagem endereçada a um executivo de sua empreiteira, Odebrecht anotou: "Dizer do risco cta [conta] suíça chegar na campanha dela."

O "risco" insinuado no texto de Odebrecht é óbvio: parte dos serviços de marketing prestados à campanha de Dilma foi liquidada com dinheiro roubado da Petrobras. E a verba de má origem foi enviada ilegalmente para fora do país.

Nesse contexto, João Santana arde na fogueira da Lava Jato em posição análoga à de João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro petista. Ambos receberam verbas surrupiadas da Petrobras por conta dos vínculos com o PT. O que fazia Santana para o partido? Campanhas eleitorais, entre elas a campanha que resultou na reeleição e Dilma.

Os investigadores manuseiam farta documentação. Em meio aos papéis, há uma carta de Mônica Moura, a mulher de João Santana, que também está presa. Foi endereçada a Zwi Skornicki, apontado como operador de petropropinas. Na carta, a mulher de Santana indica duas contas bancárias. Uma aberta em Nova York. Outra, em Londres.

A Polícia Federal informa que essas duas contas estão associadas a uma terceira, aberta na Suíça. Junto com as contas, Mônica enviou cópia de um contrato celebrado anteriormente com offshore vinculada à Odebrecht. Deveria ser usado como modelo para as remessas do operador Zwi.

Guiando-se pelos indícios, a turma da Lava Jato identificou repasses milionários ao casal da marquetagem. Com a ajuda da Receita Federal, farejou-se até a aquisição por João Santana de um apartamento de luxo em São Paulo com verba entesourada no exterior. Sérgio Moro já determinou o bloqueio do imóvel. Servirá para ressarcir o Estado em caso de eventual condenação.

Não é só: de acordo com o delator e senador cassado Delcídio Amaral (ex-PT-MS), Dilma nomeou um ministro para o STJ, Marcelo Navarro, com o compromisso de ele votar a favor da concessão de liberdade para Marcelo Odebrecht, cuja prisão fará aniversário de um ano neste mês de junho. Navarro chegou a votar a favor da concessão de um habeas corpus a Odebrecht. Mas foi voto vencido no STJ.

"É absurda a questão do Navarro", disse Dilma à Folha, reiterando a contestação à deduragem de Delcídio. "Eu não tenho nenhum ato de corrupção na minha vida."

Graças ao depoimento de Delcício, o procurador-geral da República Rodrigo Janot requisitou no STF a abertura de um inquérito para apurar se Dilma tentou obstruir a Justiça, o que é considerado um crime. É contra esse pano de fundo tóxico que Dilma tem dificuldades para lembrar dos encontros que propiciou em Brasília ao principal empreiteiro do país.
Herculano
29/05/2016 10:34
ATIRE A PRIMEIRA PEDRA, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

A sensação é de que o Titanic está afundando, com gravações e delações atingindo tudo e todos: de um lado, os caciques e o PMDB de Michel Temer; de outro, ministros de Dilma Rousseff e o próprio ex-presidente Lula; no meio, o sempre citado tucano Aécio Neves. Ninguém pode atacar, todos precisam se defender. Ninguém tem motivos para comemorar, todos têm bons motivos para lamentar ?" e se preocupar.

O novíssimo delator Sérgio Machado fere Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney, causando estragos no governo interino de Temer. E o reincidente Pedro Corrêa, que foi do mensalão ao petrolão, mira PT, PMDB, PP e PSDB, mas seu maior rombo é no governo afastado, ao comprometer Lula.

Pedro Corrêa beneficiou-se dos esquemas mais corruptos da República e conta na sua delação divulgada pela revista Veja que Lula gerenciou pessoalmente o esquema de corrupção da Petrobrás, não só impondo diretores corruptos, mas até garantindo a divisão da propina entre os partidos aliados - por exemplo, entre PP e PMDB.

Segundo Corrêa, o ex-presidente da Petrobrás José Eduardo Dutra relutava, mas Lula o obrigou a nomear Paulo Roberto Costa para uma diretoria, de onde seria o principal operador da roubalheira. Além de dar ordem direta para a nomeação, Lula teria mandado Dutra chantagear o Conselho de Administração, a quem compete ratificar nomeações de diretores: "Quero que você diga aos conselheiros que eu nomeei que, se o doutor Paulo Roberto não estiver nomeado daqui a uma semana, eu vou demitir e trocar esses conselheiros todos".

José Dirceu foi condenado e preso pelo mensalão, está condenado e preso pelo petrolão e foi apontado pela Procuradoria-Geral da República, por ministros do Supremo e por parte da opinião pública como "chefe da quadrilha". Mas há controvérsia. A delação de Pedro Corrêa põe mais dúvida nessa hipótese.

Bem fez o juiz Sérgio Moro em denunciar as tentativas de mexer em dois novos instrumentos fundamentais para o combate à corrupção: a delação premiada (confirmada por provas) e a prisão de condenados em segunda instância (e não mais só quando tramitado em julgado). Entre os pontos comuns entre PT e PMDB, além do governo Dilma, está este: parlamentares petistas apresentam projetos mudando as regras e caciques peemedebistas atacam esses avanços das investigações em conversas com Sérgio Machado. Legislando em causa própria...

Esses áudios e a queda de Romero Jucá do Planejamento ajudam a fragilizar Temer, mas, se ele não parece nenhuma fortaleza (nem um Itamar Franco), Lula não está em condições de acusar ninguém, articular uma cambalhota na votação do impeachment no Senado e muito menos capitanear um movimento nacional pela antecipação das eleições para presidente.

Aliás, o respeitado e competente Mozart Vianna, hoje na assessoria direta de Temer na Presidência, reage à tese lulista de "eleições já" e diz que não tem o menor suporte na realidade e no ordenamento jurídico do país. Segundo a Constituição, a população elege o presidente e seu vice e, se o presidente cai, o vice assume. Só é convocada nova eleição em caso de vacância ?" por renúncia ou morte.

"Não há hipótese legal de convocar eleições nem de instalar o parlamentarismo durante o atual mandato, que é de quatro anos. Qualquer mudança, só para os futuros mandatos", diz Mozart, que foi secretário geral da Câmara e fundamental para vários presidentes da Casa.

Temer, professor de Direito Constitucional, fica mordido com a tese de que o impeachment é "golpe" e devolve, sem citar a palavra maldita, que convocar eleições é que não está previsto na Constituição. Seria uma ruptura constitucional e ruptura constitucional é que é golpe! Resumo da ópera: a alternativa legal é Temer ou Dilma. O resto está fora de cogitação - e fora da lei.
Herculano
29/05/2016 10:16
COMO FUNCIONA A MÁQUINA DE DISTORCER PARA MOER REPUTAÇÕES, A QUE CRIOU O GOLPE I

O fórum dos canalhas

Danilo Gentili, ontem à tarde, em O Antagonista, revelou como a esgotosfera funciona.

Um post que ele publicou em 2012, debochando do Big Brother, passou a circular na esgotosfera como se ele tivesse debochado do estupro coletivo no Rio de Janeiro, ocorrido nesta semana.

Como a fraude era evidente, a esgotosfera inventou mais uma fraude para acobertar sua canalhice: acusou Danilo Gentili de ter retirado do ar aquele post (que é, repita-se, de 2012).

Sabe o que é pior? Os asquerosos ganharam dinheiro da Petrobras e da Caixa para fazer essa pornografia.
Herculano
29/05/2016 10:15
COMO FUNCIONA A MÁQUINA DE DISTORCER PARA MOER REPUTAÇÕES, A QUE CRIOU O GOLPE II

Danilo Gentili: Precisamos Falar Sobre Estupro
Brasil.Danilo Gentili deu um texto de presente para O Antagonista:

"Até quando influenciadores, líderes e formadores de opinião vão incentivar o machismo e promover a violência contra a mulher?

Me lembro de Paulo Ghirdardelli, professor universitário, um educador, falando que a nordestina Rachel Sheherazade [apresentadora de telejornal do SBT] deveria ser estuprada urgente. O motivo da convocação violenta? Ele discorda de algumas opiniões dela.

Me lembro do líder Lula falando ao telefone que uma mulher ficou chateada porque não foi estuprada por cinco homens. Me lembro da Dilma, presidente do País, rindo com gosto desse comentário.

Me lembro da deputada Maria do Rosário defendendo com unhas e dentes o Champinha, o cara que junto com seus comparsas estuprou e matou uma menina.

Me lembro de Eduardo André Gaieviski, assessor da Senadora Gleise Hoffman, estuprador de criancinhas.

Me lembro do Zé de Abreu cuspindo duas vezes no rosto de uma mulher porque o marido dela discutiu com ele.

Todos esses casos de violência contra a mulher não foram piadinhas. Foram sérios.

Isso me fez lembrar de mais uma coisa: o jornalismo militante, as feminazis e os blogueiros do "bem" - esses mesmos que sempre compartilham piadas de humoristas fora do contexto convocando ao linchamento e que agora estão usando como propaganda ideológica o hediondo estupro de uma garota - ficaram completamente calados em todos esses graves casos. Me lembro até de alguns deles defendendo e justificando as atitudes dos nomes acima citados.

Desconfie de quem se escandaliza com piadinha retirada de contexto mas se cala perante casos hediondos.

Precisamos acabar com a indignação seletiva pois ela gera uma classe de pessoas que acham que estão acima do bem e do mal. Tenho medo que daqui a pouco basta alguém dizer que é da corrente ideológica deles para conseguir uma licença para estuprar.

PRECISAMOS ACABAR COM A CULTURA DA INDIGNAÇÃO SELETIVA.

No fim das contas licença para matar é o que realmente desejam. Não é a toa que sempre procuram um motivo para apedrejar qualquer pessoa discordante e fazem apologia à barbárie o tempo todo com rostos e símbolos de assassinos em seus posts e camisetas.

PRECISAMOS ACABAR COM A CULTURA DO GENOCÍDIO".
Herculano
29/05/2016 10:00
"DOU MURRO, MAS NÃO EM TODAS AS FACAS", DIZ A PRESIDENTE AFASTADA DILMA, NUMA ENTREVISTA RÁPIDA À MONICA BERGAMO, DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO


Dilma Rousseff diz que levará "ao extremo" a denúncia contra "o golpe", como define o impeachment.


Folha - A senhora diz que o impeachment é um golpe. No entanto, participa do processo, se defende. A palavra está sendo bem utilizada?

Dilma Rousseff - Por que nós dizemos que é golpe? Porque não há crime de responsabilidade. Mas tem um outro aspecto.

Até os anos 1970, o golpe na América Latina era tipicamente militar. As Forças Armadas tiravam os presidentes que as oligarquias não gostavam e destruíam o modelo democrático que o país possuía. Instituíam uma ditadura e ponto final.

Enquanto houve a guerra fria, os golpes eram absorvidos. Agora não é assim.

E o impeachment pode funcionar como um golpe. Você tira um governante mas não quebra o modelo democrático. Não pode impedir a reação, as manifestações. Essa é a grande contradição desse processo. E eu vou levar até o extremo essa contradição.

Sinto muito, sabe, sinto muuuuito se uma das características deste golpe é detestar ser chamado de golpe.

Folha - A senhora tem conversado com senadores? Tem um placar do impeachment?

Dilma - Querida, de maneira alguma eu vou ficar fazendo um placar. Eu converso com vários senadores, eu vejo o que eles querem. Eles me falam da importância de fazer um processo de discussão sobre como seria o próximo governo [se ela voltasse ao cargo].

Folha - E como seria? O PT sempre defendeu, por exemplo, que a senhora taxasse os mais ricos e isso nunca foi adiante.

Folha - Tentamos aprovar o imposto sobre lucros e dividendos e juros de capital próprio. E perdemos, querida. Não passa no Congresso. É que nem a democratização da mídia. Eu fui fiadora da democracia. Não tive a menor tentação de reprimir ninguém em 2013 [durante as manifestações].

Nunca bati na mesa dizendo que eu sei tratar com bandido. Eu não sei tratar com bandido. Eu sei tratar direitinho com movimento social. Ele, a gente respeita.

Sou, portanto, a favor da liberdade de imprensa. Agora, o Brasil tem um problema, sim. Não é possível essa concentração [da mídia]. Estamos falando de regulação econômica, de restrição [à concentração], porque isso levará a uma maior democratização. É inexorável. Não é possível ter o controle oligopolista da mídia. Só isso.

Folha - Mas a senhora não falava isso quando estava no governo.

Dilma - Eu falei duas vezes durante a campanha e uma vez depois. Diziam: manda uma lei. Eu vou mandar uma lei para perder, é? Porque uma das coisas que o senhor Eduardo Cunha dizia para quem quisesse ouvir é que ele tinha feito uma negociação e que essa proposta não passaria.

Folha - Negociação com quem?

Dilma - Com os interessados, querida.

Folha - Quem?

Dilma - Ah, não, aí você pergunte para ele. Eu dei murro em ponta de algumas facas. Mas eu não tenho como dar murro em todas as facas.
Herculano
29/05/2016 09:02
BLOGUEIROS CHAPA BRANCA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Depois de três dias de discussões sobre a crise do País, os participantes do 5.º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais - que contou com a participação da presidente afastada Dilma Rousseff numa de suas sessões - lançaram uma carta aberta à sociedade cujo teor parece ter sido inspirado em escrachadas patuscadas da televisão ou em chanchadas do cinema.

Escrita com o objetivo de denunciar o "golpe parlamentar" que afastou Dilma do poder e denunciar a ilegitimidade do governo do presidente interino Michel Temer, a carta, escrita em português precário - meio parecido com o que a presidente afastada fala, o que mostra que fez escola - , raciocínio tortuoso, viés ideológico e aversão à verdade, é mais do que um besteirol. Retrata de modo inequívoco o nível de indigência intelectual e moral dos integrantes da máquina de difamação que, sustentada por dinheiro público durante os 13 anos e meio do lulopetismo, se especializou em contar mentiras, plantar boatos, caluniar adversários políticos do PT e agredir moralmente repórteres e colunistas dos grandes jornais, sempre sob o pretexto de defender a "democratização da comunicação".

A carta aberta começa acusando o Supremo Tribunal de Federal de ser um "poder acovardado". Prossegue afirmando que o governo Dilma teria subestimado a força dos jornais, revistas e televisões "a serviço do conservadorismo". Alega que Temer é elitista e machista, por não ter indicado nenhuma mulher, negro ou trabalhador para seu Ministério.

Diz que ele destruirá as empresas estatais do País e entregará os recursos do pré-sal "às multinacionais do petróleo, recolocando o Brasil na órbita dos Estados Unidos". Criticam, ainda, a demissão do presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que havia sido nomeado por Dilma dias antes da votação da abertura do impeachment pelo Senado. Aparelhada pelo PT, a empresa é uma tevê estatal disfarçada de televisão pública que foi criada em 2007 pelo governo Lula.

Apesar de ter consumido mais de R$ 3,6 bilhões de recursos federais nos últimos anos, só conseguiu chegar a 1% da audiência duas vezes - quando mostrou um documentário sobre o Rio Reno e quando apresentou um filme de Mazzaropi. Nos demais dias, a EBC - que emprega a peso de ouro alguns participantes do 5.º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais - jamais saiu do traço.

A carta aberta também apoia ocupações de prédios públicos, como forma de "resistência contra o governo golpista". Propõe ampla cobertura das manifestações contra Temer, das ações que permitam o retorno de Dilma ao Palácio do Planalto e das notícias que mostrem mulheres, jovens negros, militantes da reforma agrária e povos indígenas como "vítimas mais imediatas da escalada autoritária".

Dois parágrafos da carta aberta merecem destaque. Um é o que afirma que o governo interino priorizará a "comunicação chapa branca, favorecendo a Globo na distribuição de verbas públicas e usando dinheiro do contribuinte para salvar organizações moribundas, como a editora Abril e o ex-Estadão" (sic), cujos proprietários, além de participar do "sistema corrupto de poder que tenta se perpetuar sob a presidência de Temer", seriam "beneficiários de contas suspeitas em paraísos fiscais".

O outro afirma que o golpe faz parte de uma "estratégia de recolonização do continente e de desestabilização dos Brics" - plano esse que teria entre seus líderes o titular do Ministério das Relações Exteriores, José Serra, que é classificado como "conspirador parceiro da Chevro"".

Na parte final da carta, os blogueiros são taxativos. "Não daremos trégua à Globo, a Temer, aos traidores que se dizem sindicalistas, nem aos tucanos e empresários da Fiesp, que agiram a serviço do golpismo. Resistiremos nas ruas e nas redes", prometem eles. Se alguém deve recear essas ameaças certamente são os redatores de programas de humorismo da televisão. Agora eles têm nesses blogueiros e ativistas fortes concorrentes.
Herculano
29/05/2016 08:55
OS GRAMPOS DOS OLIGARCAS E A LAVA JATO, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Quem se lembrar do que estava fazendo na manhã de 11 de março poderá entender melhor as conversas do doutor Sérgio Machado com os magnatas de Brasília. Era uma sexta-feira. No domingo, 3,6 milhões de brasileiros iriam às ruas pedindo a saída de Dilma e festejando o juiz Sergio Moro.

Enquanto acontecia a maior manifestação popular da história do país, algumas dúzias de maganos, quatro deles grampeados, armavam esquemas para "delimitar" a Lava Jato. Nas longas conversas com Sérgio Machado, Dilma deveria ir embora para que se pudesse construir um "acordão". Segundo Romero Jucá, "tem que mudar o governo para estancar essa sangria". Costuravam fantasias de palhaço para quem fosse para a rua com bonecos ou cartazes saudando o juiz Sergio Moro.

Nenhum dos notáveis grampeados foi capaz de dizer que as ladroeiras deveriam ser investigadas.

Pelo contrário. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi chamado de "mau caráter" por Renan. Deixando-se de lado as referências de Machado à mãe do procurador-geral, Jucá chamou o juiz Moro de "torre de Londres", para onde se "mandava o coitado para confessar". Segundo Sarney, ele persegue "por besteira".

Na véspera do primeiro grampo, num jantar em Brasília, Renan expusera as vantagens do "semipresidencialismo", uma arapuca tucana onde prenderam o pé do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Para a turma do grampo, o desastroso governo petista deveria ir embora, levando consigo o alcance da Lava Jato.

Naqueles dias eram dois os países. No das conversas de Brasília, armava-se o "acordão". No das ruas, selou-se o destino de Dilma Rousseff. Falta apenas que o Senado baixe a lâmina.

Quem foi para a rua tem todos os motivos para se sentir atendido. Os grampos de Sérgio Machado mostram que, por motivos opostos, Renan, Sarney e Jucá também foram atendidos. Jucá tornou-se ministro.

Como a Lava Jato não foi estancada, Machado tornou-se um grampo ambulante, agravando o pesadelo da oligarquia ferida pela mesma Lava Jato.

VACINA

Michel Temer dispõe de uma vacina capaz de imunizá-lo contra a radioatividade da Lava Jato.

Trata-se de seguir a fórmula que livrou o companheiro Obama de muitas maluquices da maioria republicana no Congresso.

Basta o presidente interino comunicar à maioria parlamentar pluripartidária assustada com a operação: "Não aprovem nada que comprometa as atividades do Ministério Público e do Judiciário. Se aprovarem, eu veto".

BAIXARIA

Floriano Peixoto deixou o palácio do Catete e não deu posse a Prudente de Moraes. O general Figueiredo fez a mesma coisa em 1985 com José Sarney. Apesar da diferença de rituais, nenhum dos dois cometeu a grosseria de Dilma Rousseff com Michel Temer.

O vice-presidente encontrou apenas uma funcionária no seu gabinete. Até as secretárias foram levadas para o Alvorada. Ficou só uma jovem, que dias depois se foi.

Felizmente o PT poupou o novo governo do constrangimento imposto por assessores de Carlos Lacerda à equipe de seu sucessor, Negrão de Lima, em 1966. Em uma gaveta do palácio Guanabara havia cocô.
Herculano
29/05/2016 08:54
MADAME NATASHA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Madame Natasha diverte-se com o vocabulário dos políticos.

Durante o mandarinato de Dilma Rousseff identificava-se um petista de fé porque ele dizia (e diz) "presidenta".

Michel Temer ainda não completou um mês na cadeira e identificam-se as pessoas que têm poder (ou acham que têm), porque elas se referem ao "Michel". "Temer" é coisa para pobre.

BAFO DO DRAGÃO

É impossível impedir que alguns maganos saiam por aí dizendo que conversam com ministro do Supremo Tribunal Federal.

Duas bolas já bateram na trave, mas nada impede que um ministro se distraia, caindo na frigideira.

JANTAR

Na semana passada o presidente Michel Temer jantou com os três comandantes militares e o chefe do seu gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen.

BILHETERIA VIP

Pode ter parecido estranho que Vandenbergue Machado tenha aparecido numa conversas do senador Renan Calheiros. Afinal, ele trabalha na Confederação Brasileira de Futebol.

O cidadão, poderoso representante de Ricardo Teixeira, que não pode pisar nos Estados Unidos, e de José Maria Marin, que está preso em Nova York, era o anjo da guarda dos poderosos de Brasília sempre que eles precisavam de ingressos (grátis) para eventos esportivos.

NA MOSCA

Sérgio Machado sabe das coisas. Conversando com Renan Calheiros, fez uma comentário escatológico sobre o Supremo Tribunal Federal e previu: "Com essa mulher vai ser pior ainda". Acertou. Em setembro, a ministra Cármen Lúcia assumirá a presidência do tribunal, com a faca nos dentes.

BOA MEM?"RIA

O ex-senador e ex-presidente José Sarney disse que "está implantada" a "ditadura da Justiça", que "é a pior de todas".

É um homem justo. A outra, que durou de 1964 a 1985, não lhe fez mal algum.

Na ditadura dos generais, a namorada do ex-governador paulista Adhemar de Barros tinha um cofre com mais de US$ 2 milhões. Boa parte vinha de empreiteiros. A organização em que militava Dilma Rousseff levou-o.

A ditadura que combatia a subversão torturando presos orgulhava-se de combater a corrupção. A namorada de Adhemar disse que o cofre estava vazio, os generais acreditaram e ninguém incomodou os financiadores da famosa "caixinha do Adhemar". Os empreiteiros eram gente de confiança.

SÉRGIO MACHADO E O DUQUE DE CAXIAS

Alguém precisa explicar ao doutor Sérgio Machado que o duque de Caxias nunca ajudou a resolver problemas de quadrilhas de larápios.

Conversando com Renan Calheiros, o ex-senador e ex-presidente da Transpetro expôs um dos braços de seu plano para sedar a Lava Jato. Nas suas palavras:

"Fazer um pacto de Caxias, vamos passar uma borracha no Brasil e vamos daqui para a frente".

Depois, na conversa com José Sarney, Machado prosseguiu em sua vivandagem:

"Fazer um grande acordo com o Supremo etc. e fazer a bala de Caxias para o país não explodir. E todo mundo fazer acordo porque (...) não sobra ninguém".

O doutor confundiu o papel de Caxias enfrentando rebeliões políticas durante o Império com seu imaginário da proteção contra a Lava Jato. Caxias sufocou três grandes revoltas e articulou a anistia dos Farrapos do Rio Grande do Sul. A ideia de que ele pudesse passar a borracha numa encrenca como a de hoje é apenas um sonho das vivandeiras do século 21.

Pelo contrário, por motivos políticos, Caxias prendeu um ex-governante do país. Em 1842, depois de sufocar uma rebelião paulista, deteve o padre Diogo Feijó, que fora o regente do Império de 1835 a 1837. O padre, grande figura de sua época, a respeito de cuja honorabilidade jamais se disse uma palavra, escreveu-lhe: "Quem diria que, em qualquer tempo, o sr. Luís Alves de Lima seria obrigado a combater o padre Feijó? Tais são as coisas deste mundo..."

Caxias respondeu-lhe: "Quando pensaria eu, em algum tempo, que teria de usar da força para chamar à ordem o sr. Diogo Antônio Feijó?"
Herculano
29/05/2016 08:42
OPERAÇÃO SUJA A JATO, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Na mais recente turbulência política provocada pela divulgação de conversas para lá de embaraçosas de três "capas-pretas" do PMDB, um detalhe chama especial atenção: nenhum dos personagens estimulados a dizer o que não deveriam ao gravador de Sérgio Machado se animou a reclamar em público pelo fato de terem servido de cobaias na coleta de material para uma delação premiada.

Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros aludiram à inadequação do "contexto" dos trechos divulgados, negaram intenções escusas por trás das palavras obscuras, mas não impuseram reparos nem qualificaram como traiçoeiro o ato do ex-presidente da Transpetro ali sustentado pelo partido por 12 anos consecutivos. Com a anuência e o aval do PT, o dono da bola nesse período.

Ao menos os três tiveram o bom senso de não invocar o argumento da perseguição política, da conspiração ou coisa que valha. Escolados e escaldados preferiram por ora aguardar os acontecimentos sem maiores precipitações. Não cutucaram a fera ferida nem fizeram acusações aos investigadores, aos promotores que negociaram a troca de informações ou ao ministro Teori Zavascki que homologou a delação.

Nisso, se diferenciaram (sem ilações de que nisso resida mérito, por favor) dos petistas, cuja prática de atacar o mensageiro equivale a sistemáticas assinaturas de recibos, além de levá-los a desmentir as próprias versões. Um exemplo foi a reação de Dilma Rousseff à conversa em que Romero Jucá sugere que o impeachment da presidente daria conta de "estancar essa sangria".

Dilma e os companheiros de partido de imediato atribuíram ao diálogo a condição de "prova" da conspiração para derrubá-la, que nada teria a ver com o crime de responsabilidade ora em exame na comissão especial do Senado. Quer dizer, a mandatária afastada não respeita delator, mas tem o maior respeito pelas gravações feitas por Sérgio Machado na busca de sua delação. Do mesmo modo, o PT desqualifica o teor de gravações e depoimentos que implicam seus correligionários, mas qualifica o método quando o atingido é o adversário.

E cessam por aí as diferenças, pois algo mais forte os iguala: o desejo de que a operação fosse lavada da face da terra. O pitoresco da história é que as urdiduras dos referidos poderosos resultam em rigorosamente nada. Tão influentes e, ao mesmo tempo tão impotentes diante de um cenário que desconheciam, embora já tivessem tido dele uma amostra na CPI dos Correios que sustentou a denúncia da Procuradoria-Geral da República, que virou processo no Supremo Tribunal Federal e resultou na condenação de gente que se imaginava diferenciada.

Desde então, e agora mais do que nunca, o ambiente exige respeito, já dizia Billy Blanco em seu Estatuto da Gafieira. As gravações, por enquanto, não expuseram crimes. Não foram, porém, sem efeito. Mostraram ao País a discrepância entre o que dizem em público nossas autoridades e o que falam no recôndito da privacidade. Oficialmente todos eles são defensores da Lava Jato. No paralelo, contudo, revelam horror ao cumprimento da lei e à independência dos Poderes. Nutrem especial repúdio à conduta correta de servidores.

Ao ponto de um ex-presidente da República, como José Sarney, considerar que o Brasil vive uma "ditadura da Justiça". No mínimo uma contradição em termos.

Ainda que as inconfidências de suas excelências não venham a lhes render punições mais graves, já serviram para pôr abaixo a pose de distinção que assumem diante de um microfone e a inconsistência das bravatas cometidas nos conchavos. E de novo recorrendo a Billy Blanco, desta vez com A Banca do Distinto, encerremos: A vaidade é assim/ põe o bobo no alto e retira a escada/ mas fica por perto esperando sentada/ mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão.
Herculano
29/05/2016 08:39
ODEBRECHT: CRESCE EXPECTATIVA PELA PRISÃO DE LULA, por Claudio Humberto na coluna que publicou nos jornais brasileiros neste domingo

As relações promíscuas com a Odebrecht, agora expostas pelas investigações da Lava Jato, metem tanto medo nos políticos que até dão garantia ao mais poderoso deles, o ex-presidente Lula, de que será preso. Isso ficou claro numa das gravações do ex-senador Sergio Machado, quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, conta ter ouvido do próprio Lula a certeza da sua prisão "a qualquer momento".

DILMA ENROLADA
As gravações também revelam um Renan Calheiros convicto do envolvimento de Dilma com a empreiteira que mais roubou o País.

ODEBRECHT METE MEDO
O medo da língua de Marcelo Odebrecht, segundo Delcídio do Amaral, fez Dilma nomear um ministro para STJ sob o compromisso de soltá-lo.

ELA E SUAS RAZÕES
Segundo fontes ligadas à Lava Jato, Marcelo Odebrecht tem oferecido elementos de prova capazes de prender toda a "república petista".

TERCEIRA OPERAÇÃO
Na Operação Janus (nada a ver com Lava Jato), o MPF investiga Lula por tráfico internacional de influência, a serviço da Odebrecht.

EXÉRCITO PODE ASSUMIR OBRAS INVESTIGADAS NA PF
O presidente Michel Temer discute a viabilidade de o Exército assumir as obras atrasadas que estão sob controle de empreiteiras enroladas na roubalheira à Petrobras. O Planalto pediu estudo ao ministro Helder Barbalho (Integração) para ampliar a participação do Exército na transposição do rio São Francisco. A obra, que já custou mais de R$ 8 bilhões, deve ser a primeira a receber o reforço dos militares.

A LISTA É GRANDE
A Usina de Belo Monte, duas ferrovias, um aeroporto e a Usina de Angra 3 são algumas das obras que podem ser tocadas pelo Exército.

PREOCUPANTE
A situação da Mendes Júnior é a que mais preocupa: tem contratos de mais de R$1 bilhão no governo, mas suas finanças estão arrebentadas.

NOVO RITMO
Helder Barbalho turbinou repasses para os projetos em curso. Passaram de R$ 150 milhões para R$ 215 milhões ao mês.

CAINDO EM CILADA
Sarney diz em gravação que Lula "tem chorado muito", daí seus "olhos inchados", e que uma "cilada" prendeu o ex-senador Delcídio Amaral. Mal sabia que ele próprio havia caído na cilada de Sérgio Machado.

PROXIMIDADE
Renan Calheiros e a defenestrada Dilma eram mesmo próximos, ao menos até a divulgação das gravações. Ele afirma ter dito a ela, ao proibi-la de falar em renúncia: "Eu sei que a senhora prefere morrer".

VAI LEVANDO
O Planalto pretende aprovar a reforma trabalhista até o fim deste ano - ou, no máximo, no início de 2017. Aliado do governo, o deputado Paulinho da Força (SD-SP) disse que "vai empurrar" para não votar.

CACHÊ GENEROSO
Treze dias antes do impeachment, a Ancine, agência do governo que libera o acesso aos favores da Lei Rouanet, autorizou R$ 2,9 milhões para o filme "Aquarius". Os burocratas da Ancine cobraram a fatura: ordenaram que a turma exibisse em Cannes cartazes contra o "golpe".

AGILIZA, MICHEL
Partidos do "centrão" (PSD, PP, PRB, PSC, PR, PTB e PTN) e o presidente Michel Temer discutem a relação. É que o presidente ainda não formalizou alguns dos acordos fechados com seus líderes.

É GOLPE!
Após usá-lo na tentativa de anular a votação do impeachment, o governador maranhense Flavio Dino reluta na nomeação do intelectual Waldir Maranhão (PP-MA) secretário de Educação, como prometera.

PROMOVIDO
O presidente Michel Temer pode anunciar nesta semana Raimundo Lira (PMDB-RR) como o novo líder do governo no Senado. Lira ganhou o apoio dos senadores após o trabalho no comando da comissão do impeachment. A maioria do PMDB, e PSDB, apoia Lira no cargo.

SEM MUDANÇA
Na esteira das gravações no âmbito da Lava Jato, Michel Temer foi aconselhado a afastar ministros mencionados na operação. Por enquanto, no entanto, já avisou que não haverá mudança no governo.

PENSANDO BEM...
... a confusão anda tão grande que daqui a pouco o MP e a PF vão ter que fechar acordo de leniência com o ex-governo Dilma.
Herculano
29/05/2016 08:29
OS DESINIBIDOS, por Ricardo Balthazar, para o jornal Folha de S. Paulo

As conversas em que os líderes do PMDB discutem estratégias para conter a Operação Lava Jato, reveladas na semana passada, chocam ao expor a desinibição com que políticos atingidos pelas investigações têm se movimentado.

Em busca de aproximação com o ministro Teori Zavascki, que conduz os inquéritos da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o ex-presidente José Sarney lembrou-se de dois amigos que talvez pudessem influenciá-lo, mas em nenhum momento expressou preocupação com os riscos que a operação poderia ter.

Ao relatar um encontro que a presidente Dilma Rousseff teve com o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, antes de ser afastada, o senador Renan Calheiros descreveu seu espanto ao notar que o ministro não queria falar da crise política: "O Lewandowski só veio falar de aumento, isso é uma coisa inacreditável", disse Dilma, segundo Renan.

Poucas semanas antes, de acordo com as gravações divulgadas pelo juiz Sergio Moro em março, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não hesitara ao mobilizar um ministro e um assessor para tentar conquistar o apoio da ministra Rosa Weber, que examinava um pedido para barrar as investigações sobre ele.

Não se sabe até que ponto essas conversas chegaram, mas o resultado é sabido. Nenhum desses políticos conseguiu o que queria. Todas as decisões dos ministros do Supremo foram desfavoráveis a eles.

Pode parecer um atestado definitivo da independência do tribunal, mas ainda assim é espantoso que políticos experientes como Sarney, Renan e Lula sintam-se tão à vontade para tentar persuadir a mais alta corte do país a agir de acordo com seus interesses.

Parte do problema está no próprio STF. Alguns ministros gostam de expressar opiniões fora dos autos, como Gilmar Mendes. Isso anima os políticos que veem os ministros como suscetíveis à persuasão de amigos. Decisões individuais selam o destino da maioria dos processos que o Supremo recebe. Qualquer ministro pode interromper a discussão de um caso pedindo vistas e ignorando os prazos estabelecidos para devolução do processo.

Ao comentar as conversas dos líderes do PMDB na semana passada, Lewandowski disse que os ministros têm o dever de ouvir todos os que procuram o STF e que isso em nada afeta sua imparcialidade. Pode ser, mas há uma maneira simples de afastar do tribunal os visitantes indesejados.

Bastaria tornar obrigatória a divulgação diária das agendas com os compromissos dos ministros, indicando quem eles recebem e os assuntos tratados. Não há regras sobre isso hoje, e cada ministro faz como acha melhor. Desde o início deste mês, somente seis dos 11 ministros divulgaram seus compromissos, e só três o fizeram com regularidade
Herculano
29/05/2016 08:24
NO CAMINHO TAMBÉM ERA O CAOS, por Carlos Brickmann

No princípio, ensina a Bíblia, era o caos. No Brasil os princípios de há muito foram esquecidos, mas o caos se mantém. Gente de terceiro time abre a boca e derruba figurões; pois figurões e figurinhas são a mesma turma, unida para mamar onde for possível, tanto quanto for possível.

Quem é Pedro Corrêa? Um obscuro parlamentar pernambucano, conhecido por pouquíssima gente. É o depoimento dele que põe Lula no palco, já que o acusa, em delação premiada, aceita pela Justiça, de comandar a distribuição dos pixulecos da Petrobras e a nomear diretores mais compreensivos com as necessidades financeiras dos partidos.

E aquele Sérgio Machado, que conversou com velhos amigos, gravou tudo e entregou as gravações ao Ministério Público? Este acertou um ex-presidente da República, José Sarney, derrubou um ministro importante, Romero Jucá, e atingiu o segundo homem na linha sucessória, Renan Calheiros. Todos os figurões falaram abertamente com o homem do terceiro time. Claro: eram aliados, não tinham segredos uns com os outros.

Há mais caos no futuro. Lembra de Pedro Barusco, o gerente que ficou com uns cem milhões de dólares? Está colaborando agora com a Justiça americana, onde correm processos de quase cem bilhões de dólares contra estatais brasileiras.

E falta a delação premiada de Marcelo Odebrecht.

O INTERMINÁVEL

Sarney, no finalzinho de 2014, pronunciou seu discurso de despedida da vida pública. OK, todos pensavam saber do que Sarney seria capaz. Mas alguém imaginaria que ele, com quase 86 anos, ex-deputado, senador, presidente, seria capaz de deixar a vida pública para recolher-se à privada?
Herculano
29/05/2016 08:23
MÃO NA MASSA, por Carlos Brickmann

Pedro Corrêa confessou (Veja dá a reportagem na capa, neste fim de semana) que recebia dinheiro de uns 20 órgãos do Governo, sempre seguindo ordens do então presidente Lula. Atribui a Lula frases específicas sobre distribuição de propinas. Dá detalhes sobre suas próprias atividades no campo da corrupção, nos últimos quarenta e poucos anos. Fala sobre corrupção de 1970 para cá (em 70 o presidente era Fernando Collor, seguido por Itamar Franco, Fernando Henrique, Lula, Dilma e Michel Temer), mas o único figurão que cita é Lula.

TEM PARA TODOS

Assustado com o déficit gigantesco do Orçamento? Coisa pequena. Em setembro ou outubro a Justiça de Nova York julga ação de dois fundos de pensão contra a Petrobras. A pena máxima possível é de US$ 98 bilhões, como punição pelos prejuízos causados aos acionistas por suas fraudes.

OS NOVOS ALVOS

Um dos políticos mais próximos da presidente afastada Dilma Rousseff está na linha de tiro: o governador mineiro Fernando Pimentel, do PT. Na delação premiada do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira Neto (Bené, aquele cujo avião carregado de dinheiro foi vistoriado pela Federal), Pimentel aparece como beneficiário de propinas de 20 empresas, de empreiteiras a uma petroquímica, passando por agências de publicidade e uma indústria automobilística). As doações a Pimentel envolvem também sua esposa, recentemente nomeada, por ele, secretária de Estado. Em seguida foi afastada pela Justiça.

AGORA VAI

A Comissão de Artigos Desportivos da Assembleia paulista aprovou projeto que torna obrigatório executar o Hino Estadual, após o Hino Nacional, nos jogos interestaduais realizados em São Paulo. E nem é a marcha Paris Belfort, símbolo da revolução constitucionalista de 1932. Começa assim: Paulista, para um só instante dos teus quatro séculos, Ante tua terra sem fronteiras, O teu São Paulo das "bandeiras"! O autor do projeto é o deputado Igor Soares, do PTN.

Conforme o jogo, pode ser até a parte mais importante.

MAS VAI MESMO

Em eleição vale tudo: em São Paulo, por exemplo, o ex-tucano Andrea Matarazzo sai pelo PSD, partido do ministro Gilberto Kassab. Ambos têm sentimentos intensos um pelo outro: adorariam ver o hoje aliado coberto de rodelas de limão e com a maçã na boca. Andrea era oposição a Dilma, em cujo Governo Kassab foi ministro. E há quem jure que José Serra, que se dá bem com os dois mas cujo partido tem candidato (o empresário João Dória Jr.) poderia fechar com eles, para derrotar o governador Alckmin, tucano como Serra mas seu rival para ser candidato à Presidência.

FOI!!!

Serra é ministro de Temer e seu aliado firme. Mas o PMDB do presidente Temer tem candidato em São Paulo: a ex-petista Marta Suplicy. Entretanto, não se confunda: aqui não estamos falando de caos, o velho e permanente caos da política nacional. A palavra é outra: confusão.
Herculano
29/05/2016 08:13
PRONOMES E POLÍTICOS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Poderia considerar-se apenas um factoide, mas, dada a luz vacilante que emana do Planalto nestes primeiros tempos de governo, ganha significação política a súbita veemência de Michel Temer (PMDB).

Com dois tapas na mesa, o habitualmente maneiroso presidente interino reagiu às críticas que circulam a seu respeito. Não se mostram injustificadas, diga-se.

Enquanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, apresentou desde a posse sinais inequívocos de determinação em seus objetivos, tem sido inversa a impressão causada pelas atitudes de Temer.

Extinguiu o Ministério da Cultura - para em seguida recriá-lo. Depois de compor um gabinete do qual mulheres não fazem parte, apressou-se a encontrar quem cumprisse o requisito para ocupar cargos de segundo escalão.

A custo, desautorizou alguns ministros, que nas primeiras entrevistas externaram concepções de mau alvitre. Alexandre de Moraes (Justiça) recuou após avançar opiniões sobre a indicação do procurador-geral da República; Ricardo Barros (Saúde) precipitou-se ao sugerir o redimensionamento do SUS.

Os desencontros e desandadas conotavam um ambiente de improvisação e falta de comando, sem dúvida perturbando a aura de habilidade política de que Temer sempre esteve cercado. O pior, contudo, ainda estava (ou estará) por vir.

Revelados por esta Folha, diálogos gravados pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado custaram a Romero Jucá (PMDB-RR) seu posto no Ministério do Planejamento - e ele não foi o único peemedebista de grande porte a ter suas inconfidências divulgadas.

Pelo menos o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-presidente da República José Sarney (PMDB-AP) tiveram suas falas registradas em áudio. Pior para o trio, consta que Machado gravou muito mais do que se noticiou até agora, e não se sabe o que terá narrado aos investigadores num acordo de delação premiada.

Michel Temer, em duas semanas de governo, depara-se com o explosivo potencial de desmoralização entranhado no sistema que o sustenta. "Não temos compromisso com o equívoco", exclamou, enquanto golpeava a mesa presidencial. "Procurarei não errar, mas se o fizer, consertá-lo-ei", acrescentou, com um sorriso no canto da boca.

Fazendo da mesóclise sua marca registrada, o presidente interino pode resolver o problema dos pronomes, mas não o dos políticos da base parlamentar. Quanto a estes, não se sabe bem onde colocá-los: se na linha de frente, para que ajudem a aprovar projetos essenciais no Congresso, ou se na porta dos fundos, para que cuidem de seus inquéritos e seus processos.
Herculano
29/05/2016 08:10
CENÁRIO INTERMEDIÁRIO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 1

O cientista político Octavio Amorim Neto, professor da EBAPE/FGV, escreve no Boletim Macro do IBRE-FGV de maio uma análise com três cenários possíveis para o governo Michel Temer, onde destaca a maior possibilidade de um cenário intermediário prevalecer. No otimista, a ampla coalizão interpartidária formada logra dar-lhe uma estável maioria legislativa superior a 60% da Câmara e do Senado, o que lhe permitiria aprovar cruciais reformas constitucionais, como por exemplo, a da Previdência Social.

Para Octavio Amorim Neto, nesse cenário positivo, a política econômica deverá satisfazer as expectativas do mercado, "gerando um choque de credibilidade à la Macri na Argentina". O novo presidente aproveita a curta lua de mel que terá para propor reformas que apontem rumo à estabilização da economia e à retomada do crescimento a médio prazo.

Fundamental para a materialização do cenário otimista, ressalta Amorim Neto, "é o não envolvimento do novo presidente na Lava-Jato. O contrário seria simplesmente devastador". Além disso, o processo de impugnação da chapa Dilma-Temer não pode prosperar no TSE. Temer deve também saber se distanciar de Eduardo Cunha e lidar de maneira rápida e íntegra com os ministros que venham a ser denunciados em casos de corrupção.

O cenário otimista requer também que o PT e os movimentos sociais não consigam deslegitimar e desmoralizar a nova presidência de Temer. "Será muito importante que o novo governo saiba lidar com os protestos de rua que aqueles atores certamente organizarão".

Para tanto, analisa Amorim Neto, Temer deverá utilizar com destreza seus principais ativos: sua moderação e sua paciência, o lastro que lhe dá sua base estadual paulista, sua influência sobre o PMDB e seu conhecimento de direito constitucional. Além disso, para manter unida sua coalizão governativa, precisará emitir sinais que deem credibilidade à promessa de não se candidatar à reeleição em 2018, reassegurando o PSDB, e saber satisfazer e, simultaneamente, dar claros limites à poderosa direita varejista (PSD, PP, PR, PTB e PRB) presente em sua administração.

"Ou seja, a chave para o cenário otimista é a criação de um bom ambiente negocial que facilite a implementação de amplas reformas econômicas". Sob esse cenário, o PIB começa a ressuscitar no segundo semestre, e, em 2017, a popularidade de Temer inicia uma trajetória ascendente. Adicionalmente, nessa análise de Amorim Neto, o PMDB e seus aliados têm um desempenho aceitável nas eleições municipais de outubro de 2016.
Herculano
29/05/2016 08:09
CENÁRIO INTERMEDIÁRIO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 2

Já no cenário intermediário, verifica-se um começo caótico como o da presidência de Itamar Franco em 1992. Temer encontra grandes dificuldades para imprimir uma ação coerente aos ministros e solidificar sua base parlamentar. "Consequentemente, o apoio político do governo no Congresso não será tão grande quanto o esperado sob o cenário otimista, mas o novo presidente logra, pelo menos, formar uma maioria absoluta", analisa Amorim Neto.

De maneira complementar, o receio da queda de mais um chefe de Estado estimula a cooperação interpartidária na aprovação de apenas algumas medidas importantes para enfrentar a crise econômica. Tal como sob o cenário otimista, Temer não é envolvido na Lava-Jato, nem o processo de impugnação da chapa Dilma-Temer prospera no TSE. O PT e os movimentos sociais tentam deslegitimar o governo, mas são enredados em suas contradições e enfraquecidos pelo fracasso do governo Dilma.

"Um desempenho frustrante, mas não desolador, caracteriza o resultado do PMDB e dos seus aliados no pleito municipal de 2016. Ao fim e ao cabo, Temer consegue se equilibrar, mas sem ter força política suficiente para avançar com amplas reformas". Nesse caso, a economia apenas sai da UTI, e Temer vai capengando até o final de 2018.

Por último, o cenário pessimista de Amorim Neto implica a reiteração do padrão verificado sob Dilma, isto é, "uma mistura explosiva de paralisia decisória, rejeição do governo pelo eleitorado e contaminação mútua entre crise política e crise econômica".

Na análise, o envolvimento do alto escalão do governo em escândalos de corrupção, seguido de respostas equivocadas pelo presidente, ajudam a piorar o cenário, e a oposição se revela vigorosa no Congresso e nas ruas, gerando uma aguda crise de legitimidade para o Executivo. O atoleiro econômico continua, levando, em consequência, Temer à renúncia ou à destituição.

Para Octavio Amorim Neto, a essa altura, é difícil crer na prevalência do exigente cenário otimista. Entretanto, é duvidoso que Temer caia. Assim, ele acredita que o cenário intermediário parece ter a mais alta probabilidade.
Herculano
29/05/2016 07:55
DOMINGO DE CHUVA FINA. DIA DE LEITURAS E REFLEXÕES. O TEMPO VAI MUDAR. ENTÃO...
Roberto Sombrio
28/05/2016 21:02
Lula se diz arrependido de ter eleito Dilma.

Quem está arrependido são os brasileiros que esperavam que a Polícia Federal tivesse prendido Lula na posse em 1º de janeiro de 2003.

Não teríamos passado por isso e o PT é provavel não teria agrupado bandidos.
Herculano
28/05/2016 13:05
MELHOR COMÉDIA EM CANNES, por Guilherme Fiuza, para a revista Época (Globo)

Atores brasileiros denunciaram no Festival de Cannes o golpe de Estado no Brasil. Isso aconteceu pouco depois de o novo ministro da Fazenda declarar que sua primeira missão será descobrir e divulgar a verdade sobre as contas públicas no país. Ou seja: o governo derrubado pelos golpistas mantinha as finanças nacionais na clandestinidade - para poder cometer à vontade os crimes fiscais em que foi flagrado. Faltou traduzir para o francês: sujeitar a malandragem petista à lei é golpe.

Sonia Braga tem todo o direito de querer trocar Gabriela Cravo e Canela por Dilma Cravo e Ferradura - cada um busca a felicidade onde bem entender. O que já passou da hora é a responsabilização criminal da presidente afastada por suas insinuações de golpe de Estado. Aí já não é cinema - é Código Penal.

O governo interino Michel Temer começou da seguinte forma: Henrique Meirelles na Fazenda, Ilan Goldfajn no Banco Central, Mansueto Almeida no Tesouro, Maria Silvia Bastos Marques no BNDES, Pedro Parente na Petrobras. Vamos explicar de forma alegórica, para a criançada de Cannes entender: sai o time da penitenciária, entra o Barcelona.

Mas os progressistas fiéis à companheira golpeada não gostam de Messi, Neymar, Luisito Suárez e companhia, que acham muito antipáticos e neoliberais. O time da penitenciária tem mais ginga - e se encaixa melhor no hino revolucionário que sustenta a mística dessa gente: caminhando e cantando e seguindo o cifrão.

A ordem, portanto, é disparar contra Temer. A primeira crítica proferida de todos os lados: é um ministério sem mulheres. Para os democratas golpeados, mulher é uma espécie de patente, um atributo genérico. Qual ou quais ministras os críticos recomendavam, e pior que, ao novo governo? Ninguém sabe. Esses pobres golpeados tratam gênero como virtude, sexo como credencial.

Sendo assim, vamos à escalação das mulheres que fizeram história nos virtuosos governos petistas: Erenice Guerra, Gleisi Hoffmann, Graça Foster, Miriam Belchior, Benedita da Silva, Ideli Salvatti, Rosemary Noronha, entre outras sumidades - sem se esquecer, naturalmente, da estrela guia Dilma Rousseff. É necessário declinar os prontuários? Quem quiser diversão macabra que vá ao Google.

Viram como é fundamental um governo com mulheres?

Essa é a narrativa tosca da qual o Brasil virou refém, e não só a turma da cantilena parasitária. Exigir mulher no ministério de Temer é o que há de mais machista: essa é a autêntica mulher objeto, transformada em troféu do proselitismo. Mas eis que surge a troca de comando no BNDES. Quem assume? Maria Silvia Bastos Marques.

O Brasil bonzinho detesta a virtude. Maria Silvia vale por todas as supracitadas juntas (no que elas remotamente tenham de bom, claro), mas sua nomeação atrapalha a narrativa de que o governo Temer é PMDB, é retrógrado, é machista, é Eduardo Cunha. Silêncio total. ?"timo: muito ajuda quem não atrapalha.

O BNDES enfrenta suspeitas de ter se tornado um antro de tráfico de influência do PT - e, particularmente, de Lula, como aponta investigação do Ministério Público sobre ações do ex-presidente em favor de empreiteiras no exterior. O problema da nomeação de Maria Silvia é que isso acaba. Se não do dia para a noite, tão logo ela vá iluminando ponto a ponto as catacumbas.

Como se pode ver, o golpe denunciado em Cannes é grave: só pode ser uma conspiração para matar a elite vermelha de fome. O Barcelona está em campo para tentar reverter o calamitoso 7 a 1 petista, e a patrulha progressista está à beira do gramado jogando pedra e gritando contra os conservadores, os feios, os chatos, as recatadas e as do lar.

Essa síndrome brasileira parece não ter cura. Freud (ou Nelson) poderiam diagnosticar uma inconfessável vontade de apanhar (por qualquer placar). Foi o que se viu no UFC Brasil. O campeão dos pesos pesados não resiste à presepada e entra com musiquinha de Fórmula I, "sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor", diz que são 45 mil com ele no octógono e... Os 45 mil são nocauteados com uni direto no queixo aos dois minutos de luta.

Prezados parasitas da mística, vão procurar sua turma no Festival de Cannes - e celebrar o prêmio de melhor comédia. Deixem o Brasil que trabalha trabalhar.
Herculano
28/05/2016 09:26
NA NARRATIVA PETISTA, TER SIDO ALGUM DIA TUCANO É COMO SE FOSSE UMA DOENÇA INCURÁVEL E UM SINAL MALIGNO PARA SEMPRE

Abaixo está o artigo, de gente esclarecida, André Singer. É de uma família de intelectuais de esquerda, a começar por seu pai, o sociólogo e professor Paul Singer, ou da sua irmã, a jornalista Susana, que foi até ombudsman do jornal Folha de S. Paulo.

Ao se referir aos desatinos de Sérgio Machado, PMDB, ladrão confesso na diretoria na BR Distribuidora - por 12 anos do governo petista - para o poder comandado pelo PT, referiu-se André ao gatuno, como um "ex-tucano", sendo isto então a causa do mau caratismo e conduta com o dinheiro estatal, feito em grande parte de todos nós.

Ou seja, roubou para o PMDB em nome e protegido pelo PT, só porque era "ex-tucano". E assim tem sido de forma reiterada quando alguém é pego com a mão na massa embolsando os nossos pesados impostos e que não seja um genuíno petista (? que eu saiba ninguém que está no poder petista, nasceu petista), porque este, "petista genuíno", de pronto e originalmente está perdoado. Faz ele parte da índole e da causa (que deve ser a de roubar).

Na narrativa e máxima petista, só tucano rouba. E deve ser mesmo, porque todos os tucanos ficam quietos e aceitam esta pecha, não conseguem devolver as pedras lançadas sobre os seus telhados. E a ladroeira do PT, PMDB, PP e outros só foi possível, graças ao silêncio criminoso do PSDB, PPS, DEM e outros, que eleitos para ser oposição, falharam, fracassaram, acovardaram, não enfrentaram, não denunciaram. E assim, a quadrilha tomou conta do que era do povo brasileiro.

Delcídio do Amaral, ex-tucano, também sentiu na carne esta discriminação de origem, de quem não possui caráter, vergonha na cara, pois a ética se foi há muito e prevaleceu o código dos criminosos.

Ao ser pego fazendo o serviço a mando do PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, de Dilma Vana Rousseff, como confessou ao Supremo e gravou nas interlocuções, Delcídio foi abandonado pelo PT, exatamente por ser um ex-tucano, e por isso, um pária útil da quadrilha, que se disfarça de esquerda e de intelectual, preocupada com o povo, a diversidade, as minorias, os indefesos para esconder os verdadeiros atos e propósitos.

Deu no que deu este abandono sectário, malandro e traíra ao Delcídio escalado pelo próprio PT para ser a linha de frente nos crimes petistas: o PT levou a maior invertida na espertalhice malandra que tentou. Se tivesse protegido o ex-tucano, que roubava e sacaneava a Justiça a mando, talvez teria o PT - para a desgraça dos pagadores de pesados impostos levados a rodo e a roubo - tido melhor sorte.

O que o PT não explica e não prova, é que tanto Delcídio como Sérgio Machado, enquanto tucanos, não tiveram práticas delituosas para seus partidos, poder e pessoalmente que só praticaram quando estavam sob manto e proteção do PT, PMDB...

O que o petistas não explicam, é que buscaram esses tucanos para si, exatamente para dar ao poder, ao partido e a si próprios, áureas de competência e dignidade que nunca tiveram.

O que o PT não explica é que ao aceitar tucanos em seus quadros, marcou-os para sempre como bostas e que estão prontas para serem apontadas como as responsáveis pelo fedor petista, e que descartando-as este fedor que inunda o Brasil sumisse como num passe de mágica.

E não sumirá, pelo simples fato de se estar num chiqueiro.

Em Gaspar, Doraci Vans, ex-chefe de gabinete, coordenador de campanha petista já foi até candidato a vereador pelo PSDB de Brusque, onde teve míseros votos. O presidente do Samae, Élcio Carlos Oliveira, foi um dos fundadores do PSDB de Gaspar. Então é bom eles tomarem cuidado: são tucanos. E para os petistas, tucanos são... Acorda, Gaspar!
Herculano
28/05/2016 08:54
OS LIMITES DO SUS, por Dráuzio Varella, para o jornal Folha de S. Paulo

Políticas públicas destinadas exclusivamente aos mais pobres estão fadadas ao fracasso.

Do abastado ao humilde, qualquer brasileiro pode vacinar os filhos na unidade de saúde, receber transplante de fígado pelo SUS e os medicamentos para a Aids, como se vivesse na Noruega. Nossos programas gratuitos de vacinações, transplante de órgãos e de distribuição de drogas anti-HIV são os maiores do mundo.

O sucesso desses programas se deve ao fato de serem universais. Se vou à Unidade de Saúde e faltam vacinas, basta ligar para os jornais que a denúncia aparecerá na primeira página.

Por que nosso programa de planejamento familiar não sai do papel, condenando os mais pobres a ter filhos indesejados que não conseguem sustentar? Por uma razão simples: quem está bem de vida tem acesso pleno aos métodos anticoncepcionais e ao abortamento ilegal. A mulher que peregrina pelas unidades de saúde atrás de um DIU ou da laqueadura, direito garantido por lei, vai reclamar para quem? Para o bispo?

Dissemos na Constituição de 1988 que saúde é direito do cidadão e dever do Estado. Faço minhas as palavras da jornalista Cláudia Collucci em sua coluna: "Isso é lindo, uma conquista da qual não podemos abrir mão. Mas, na prática, nem países mais ricos e menos populosos ousaram prometer 'tudo para todos em saúde'".

O paradoxo é que de um lado as políticas públicas que deram bons resultados são as universais, de outro, a falta de recursos orçamentários, de gerenciamento competente e a praga da corrupção impõem aos dependentes do SUS uma assistência médica de difícil acesso, imprevisível e muitas vezes de baixíssima qualidade.

Não há como fugir da realidade: se as verbas destinadas à saúde são insuficientes, quanto menos utilizarem os serviços do sistema único os brasileiros que podem pagar por eles, mais recursos sobrarão para atender os que contam apenas com o SUS.

Num país cartorial, com as desigualdades abissais como o nosso, é absurda e injusta a ideia de considerarmos todos iguais diante do SUS, porque os mais ricos e influentes passarão na frente dos mais necessitados.

O fazendeiro mais influente da região entra na sala de espera do pronto-socorro público da cidadezinha. Quem será atendido antes? É justo o cidadão bater o BMW, gastar R$ 250 mil na oficina e operar o rosto no Hospital da Clínicas? Está certo precisar de um remédio importado e mover ação judicial contra o SUS, porque o advogado considera mais fácil ganhar do Estado do que enfrentar o departamento jurídico do plano de saúde?

Se a saúde pública do país vive momentos difíceis, o futuro poderá ser trágico. A faixa etária da população que mais cresce é a que já passou dos 60 anos. O Brasil fica mais velho e envelhece mal: 52% dos adultos estão acima do peso saudável, metade das mulheres e homens chega aos 60 anos com hipertensão arterial, perto de 12 milhões sofrem de diabetes ?"pelo menos um terço dos quais só descobrirá quando surgirem complicações graves.

O desafio é gigantesco. Somos obrigados a lidar com os problemas dos países ricos, antes de termos nos livrado das enfermidades do subdesenvolvimento: dengue, zika, tuberculose, malária e até hanseníase.

O aperto financeiro para tratar dos doentes que recorrem ao SUS é de tal ordem que não sobram recursos para investir em medidas preventivas. E o enfoque da saúde pública tem que estar na prevenção. Programas como o Saúde da Família devem ter prioridade absoluta e chegar às comunidades mais desprotegidas. Entre outras medidas, há que divulgar exaustivamente os cuidados preventivos pelo rádio, TV, internet e celular.

Em entrevista a Cláudia Collucci o atual ministro da Saúde chegou a sugerir que o SUS precisaria ser redimensionado. Diante da gritaria, parece que recuou. Não sei o que ele quis dizer com esse redimensionamento, mas foi pena haver recuado. A discussão viria em momento propício: se não há dinheiro para todos, que os estratos mais ricos da população cuidem da própria saúde e deixem o SUS para os que não têm alternativa. Não é lógico?

Está na hora de deixarmos de lado a hipocrisia utópica e o estrabismo ideológico de antigamente.
Herculano
28/05/2016 08:46
EM BUSCA DA DITADURA PERDIDA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

A economia política do lulopetismo foi decifrada pela revisão da meta fiscal aprovada no Congresso. O rombo de R$ 170 bi nas contas públicas, fruto da doutrina econômica abraçada por Dilma Rousseff, não inclui as futuras, incontornáveis, capitalizações da Petrobras, da Eletrobras e da Caixa, devastadas por um governo que sempre acusou seus críticos de nutrirem um projeto de destruição das estatais. Submetidas à colonização partidária, as empresas em estado falimentar sustentaram o bloco de poder articulado em torno do PT, financiando a maioria parlamentar governista. Mas, posta diante do impeachment, a esquerda brasileira brada contra um golpe imaginário e convoca o espectro de 1964.

Dilma deu a largada, falando em "tortura" e na "resistência" à ditadura militar. Samuel Pinheiro Guimarães recolheu o bastão, assegurando que o impeachment nasceu dos "mesmos golpistas históricos de 1964". O jornalista Mino Carta, um entusiasta de Emílio Médici e da maquinaria de tortura em 1970, percorreu o trecho seguinte, escrevendo que "em 64, a casa-grande chamou os soldados para executar o trabalho sujo, desta vez os tanques são substituídos por uma Justiça politizada". No mesmo diapasão, o efêmero ministro da Justiça Eugênio Aragão sugeriu que o juiz Sergio Moro faz uso de "extorsão" e, quase, de "tortura". Finalmente, na inevitável hora dos artistas, as análises "históricas" e "jurídicas" cederam lugar à folia carnavalesca dos paralelismos: Caetano Veloso identificou nas manifestações anti-Dilma a alma da Marcha da Família e Wagner Moura comparou os escândalos descritos pela Lava Jato à "cruzada pela moralidade" que aureolou o golpe militar.

A nota musical do "retorno ao passado" embala igualmente a esquerda argentina desde o triunfo eleitoral de Mauricio Macri. No país vizinho, os órfãos do kirchnerismo manuseiam a expressão "direitos humanos", uma senha traumática que remete à "guerra suja", sempre que se referem ao novo governo. O jornalista Horacio Verbitsky, ex-dirigente dos Montoneros, profetizou ainda antes da posse que "o governo de Macri violará fortemente os direitos humanos". De lá para cá, a profecia converteu-se em acusação sistemática, disseminada por variadas agências de propaganda e sob os mais diversos pretextos.

O presidente teria feito uma "prisioneira política", na figura de Milagro Sala, fundadora da organização esquerdista Túpac Amaru, mesmo se a controvertida ordem de prisão partiu de um governador provincial que não pertence ao partido de Macri e foi confirmada pelo tribunal competente. Segundo um manifesto de intelectuais e artistas, o presidente seria um traidor do compromisso argentino "com a verdade, a memória e a justiça" porque um gestor cultural ligado à sua antiga gestão em Buenos Aires sugeriu que o número de desaparecidos políticos durante a ditadura está sujeito a debates históricos. De acordo com Hebe de Bonafini, líder das Mães da Praça de Maio, uma neo-kirchnerista que se rebaixou a ponto de aplaudir os atentados de 11 de setembro de 2001 e os sequestros das Farc, "Macri é um ditador criado pelo voto", que "tira o emprego do povo" e "mata de fome".

A esquerda corre em busca da ditadura perdida para escapar dos dilemas do presente. Numa ponta, o regime cubano anuncia a legalização de empresas que empregam trabalho assalariado e aposenta o tabu mais sagrado, explicando que "a propriedade privada em certos meios de produção contribui para a eficiência econômica". Na outra, sob o "socialismo bolivariano", a Venezuela desce rumo ao caos, ilustrando as implicações extremas do lulopetismo e do kirchnerismo. Mas os espantalhos de 1964 e da "guerra suja" desviam os olhares, adiando o encontro com a realidade.

É uma pena. Brasil e Argentina precisam da voz de uma esquerda lúcida, curada da maldição do sonambulismo.
Herculano
28/05/2016 08:40
EM GRAVAÇÃO, RENAN AFIRMA: DILMA 'É CORRUPTA', por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Citada como "inaudível" na transcrição do inquérito vazada à imprensa, na gravação é clara a expressão que Renan Calheiros utiliza para se referir a Dilma Rousseff, na conversa com o ex-senador Sérgio Machado. Diz claramente "a mulher é corrupta", sobre a presidente afastada, tão logo Machado afirma que o presidente do Senado sabe que a delação de executivos da Odebrecht "taca tiro no peito" de Dilma.

ODEBRECHT E DILMA
A gravação tem sons que dificultam a compreensão, mas Renan é claro: confirmada delação de Odebrecht, "não tem jeito" para Dilma.

DELAÇÃO DÁ MEDO
Sérgio Machado também se mostra demasiadamente preocupado com a delação de Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira.

TROCA-TROCA
A frase "a mulher é corrupta", que atropela uma fala anterior, atribuída a Renan na transcrição oficial, pode ser também de Sérgio Machado.

NO PROCESSO
A transcrição do áudio obtido pela imprensa junto ao processo da Lava Jato atribui a frase sobre a corrupção de Dilma a Renan.

JUSTIÇA TEME RETALIAÇÃO DA CÚPULA DO CONGRESSO
As gravações envolvendo políticos importantes, como o presidente do Senado, e o ato do presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, acabando com a "tramitação oculta" de processos, levou setores da magistratura a temer retaliações do Congresso à Justiça, na Lava Jato, como a aprovação de projetos que sinalizam a impunidade, a exemplo da proibição de delação premiada para suspeitos presos.

EXEMPLO A SER EVITADO
O temor na Justiça é a repetição do que ocorreu na Itália pós-operação Mãos Limpas: leis limitando investigação contra políticos corruptos.

TERRA ARRASADA
De acordo com um ministro do STF, há político agora que não esconde a intenção de ir à forra contra as iniciativas do Judiciário.

APERTANDO NO BOLSO
A frase "ditadura da Justiça no Brasil" não é só de José Sarney. Parece ser um consenso da maioria do Congresso, que teme a Lava Jato.

PMDB NA ENGORDA
Após o encontro do presidente Michel Temer com a bancada feminina da Câmara, a ex-deputada Fátima Pelaes ganhou força para assumir a Secretaria das Mulheres. É mais um cargo que vai para o PMDB.

FRONTEIRAS FISCALIZADAS
O governo pretende reforçar o controle das fronteiras terrestres. Segundo o cálculo do ministro José Serra (Relações Exteriores), o Brasil perde R$ 20 bilhões/ano com o contrabando de mercadorias.

HORA ERRADA
Quando se fala em reforma da Previdência, Michel Temer enfrenta no Congresso a mesma resistência dos tempos de Dilma. Ninguém quer se comprometer com a medida em ano eleitoral.

DIFERENÇA CRUCIAL
O deputado Danilo Fortes (PSB-CE) aponta a diferença básica entre Michel Temer e Dilma Rousseff: "Temer busca o diálogo, discutindo as propostas com o Congresso, sem arrogância. Já no PT...", garante.

PAUTA BOMBA
O PT tenta colocar em votação projetos que aumentam salários e os custos do governo. Michel Temer está sabendo da estratégia petista, mas não acredita no que chama de "irresponsabilidade do Congresso".

MUITA CALMA
O governo não esconde a preocupação com os desdobramentos da Operação Lava Jato, com delações que podem implicar a cúpula do PMDB. Mas a ordem é manter a calma e a cautela.

SINAL VERMELHO
O Ministério Público está de olho em Furnas, após Delcídio do Amaral decidir elogiar o presidente da estatal energética. Aliados de Dilma ficaram furiosos com Delcídio, que chamou atenção para Furnas.

PASSANDO A BOLA
O governo não acredita em mudanças no Congresso após gravações da Lava Jato, que complicam políticos de diversos partidos. "No momento da necessidade, o Congresso ajuda o Brasil", diz um ministro.

PENSANDO BEM...
...só vencedores da loteria da Caixa têm o mesmo tipo de sigilo concedido aos 33 estupradores da jovem no Rio de Janeiro.
Herculano
28/05/2016 07:51
DUROU POUCO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O relativo otimismo que qualquer novo governo provoca no cidadão médio vigorou menos de 15 dias. Na décima jornada, a vilegiatura de Michel Temer foi atingida por bomba revelada pela Folha. As gravações premiadas do peemedebista Sérgio Machado, depois complementadas pela Globo e acrescidas da delação de Pedro Corrêa, ex-presidente do Partido Progressista (PP), na "Veja", atingem o coração do poder.

Aninhado na cúpula do PMDB, o ex-tucano Machado tem informações capazes de comprometer todos os homens do presidente. Mais ainda, deve conhecer em detalhes o esquema de financiamento do partido, o qual parecia passar por certo diretor da Petrobras, supostamente indicado pelo atual ocupante do Planalto.

A derrubada do ex-ministro do Planejamento Romero Jucá, personagem central do gabinete temerário, constitui apenas o aperitivo da investigação. O roteiro completo estava, aliás, anunciado em reportagem de "O Estado de S. Paulo" três semanas atrás (8/5). Nela, se anunciava que depois de desbaratar o esquema de arrecadação do PP e do PT, chegara a vez de a Lava Jato fazer o mesmo com a sigla outrora comandada por Ulysses Guimarães.

Não se trata, portanto, de evidenciar apenas o envolvimento de figuras célebres como o presidente do Senado, Renan Calheiros, ou do ex-presidente da República José Sarney em diálogos algo assustados (e assustadores). Os procuradores buscam provas palpáveis de desvio de recursos públicos. Caso as consigam, a carceragem será o destino possível dos acusados.

Exatamente por conhecer tais planos, talvez tenha Machado decidido soltar as fitas, como se diria em linguagem antiga, de modo a evitar a própria prisão. Gravadas em fevereiro/março passado, funcionavam como recurso para a hora do aperto, que chegou. O quanto a divulgação interessava também aos investigadores é difícil avaliar.

Seja como for, dois elementos precisam, a esta altura, ser registrados. O primeiro é que a Lava Jato, em seus óbvios cálculos políticos, não se voltou apenas contra o PT. Quando for feito o balanço da seletividade utilizada pelos que dirigem o processo - um emaranhado de personagens, do qual agora se destaca o procurador-geral Rodrigo Janot - será mister reconhecer o estrago também realizado na governança peemedebista.

Em segundo lugar, as chances de aprovação no Congresso das medidas neoliberais anunciadas por Henrique Meirelles terça-feira (24), às quais se somariam a reforma da Previdência e a flexibilização da CLT, diminuem à sombra das suspeitas lançadas nesta semana. Se, em condições normais de temperatura e pressão, parlamentares resistem votar medidas impopulares, maior será a dificuldade com a polícia no encalço dos proponentes.
Herculano
28/05/2016 07:36
ÁUDIOS PROVAM O GOLPE... DO PT CONTRA O ERÁRIO, por
Josias de Souza

Os historiadores fascinarão os brasileiros do futuro quando puderem se pronunciar sobre os dias atuais sem se preocupar em saber o que vai sobrar depois que a turma da Odebrecht começar a suar o dedo. O relato sobre o apocalipse do PT no poder encontrará a exatidão no exagero. Buscará paralelos na dramaturgia grega ao relatar como o petismo saiu da História para cair na vida.

No início desta semana, o PT imaginou que poderia reescrever a história a partir da gravação de uma conversa em que Romero Jucá insinua para Sérgio Machado que a queda de Dilma e a ascensão de Temer poderia resultar num "pacto" para "estancar a sangria" da Lava Jato. Está confirmado o golpe, alardearam Dilma e os petistas.

Passaram-se os dias. Sobrevieram as gravações dos diálogos que Machado travou com Renan Calheiros e José Sarney. Veio à luz a delação do ex-deputado Pedro Corrêa, do PP. Antes que pudesse comemorar uma mudança dos ventos, o PT viu-se enredado num redemoinho que o devolveu rapidamente à defensiva.

Numa das conversas colecionadas por Machado, Sarney declarou que a própria Dilma pediu dinheiro à Odebrecht para nutrir a caixa registradora de sua campanha e remunerar o marqueteiro João Santana. Previu que madame será abatida numa confissão da turma da empreiteira, "metralhadora ponto 100".

Em sua delação, Corrêa iluminou o submundo em que Lula se meteu para comprar apoio congressual com dinheiro roubado da Petrobras. Estilhaçou a retórica do "eu não sabia" ao relatar reuniões em que o morubixaba do PT apartou brigas dos aliados por dinheiro ilegal e ordenou a nomeação de diretores larápios para a estatal petroleira.

Quando puder relatar à posteridade tudo o que sucedeu, a História descreverá uma fantástica sequência de fatos extraordinários acontecidos com pessoas ordinárias - em todos os sentidos. E concluirá que houve, de fato, um golpe no Brasil. Um golpe do PT e da quadrilha que gravitou ao seu redor contra o erário.
Carrapataço
27/05/2016 23:22
O Despetralhado não sabe, mas o PT daqui quer que a tocha Olímpica passe por Gaspar pra ver se traz alguma luz pro partido que está as escuras faz tempo.
Herculano
27/05/2016 20:26
POR ONDE ESTARÁ A GASPARENSE HONORÁRIA IDELI SALVATTI, A FEROZ DEFENSORA DE LULA E DO PT QUE SE ESFACELAM? NUM SERVIÇO MUITO ESPECIAL. PROPAGANDO QUE INTERNACIONALMENTE QUE AQUI HÁ UM GOLPE EM CURSO

Conteúdo da revista Época. Ex-ministra de Relações Institucionais e de Direitos Humanos no governo da presidente Dilma Rousseff, Ideli Salvatti está imune à onda de demissões que afeta os petistas desde a posse de Michel Temer como presidente interino. Isso porque Ideli ocupa o posto de secretária de Acesso a Direitos e Equidade da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, Estados Unidos, desde a metade do ano passado.

Foi Dilma quem pediu ao secretário-geral Luis Almagro que providenciasse a sinecura para Ideli.

Como a indicação foi de Almagro, há pouca margem para o Itamaraty tentar tirá-la do cargo. Almagro era alinhado ao governo petista e chegou a dizer que não há fundamento para o impeachment de Dilma. Afirmou ainda que o "mandato constitucional" de Dilma deve ser reconhecido.

O marido de Ideli, Jeferson da Silva Figueiredo, também arrumou um emprego na OEA.
Herculano
27/05/2016 18:19
OS POBRES E MISERÁVEIS QUE SUMIRAM DO BRASIL MARAVILHA DO BRASIL MARAVILHA JÁ SÃO QUASE 75 MILHÕES NO BRASIL REAL, por Augusto Nunes, de Veja

Números divulgados pelo próprio governo implodem a mágica malandra de Lula e Dilma

Lula jura que acabou com a pobreza. Dilma jura que erradicou a miséria. E os devotos da seita repetem que, nos últimos 13 anos, 45 milhões de excluídos foram incluídos na classe média. Faltou combinar com os responsáveis pelo Cadastro Único para Programas Sociais, à disposição dos interessados no site oficial do Ministério de Desenvolvimento Social (e Agrário, depois da recomposição do primeiro escalão do governo Michel Temer).

A vigarice inventada pelo padrinho e expandida pela afilhada é implodida pelo cadastro que "reúne informações socioeconômicas das famílias brasileiras de baixa renda - aquelas com renda mensal de até meio salário mínimo". Como constatou o jornalista Clóvis Rossi em sua coluna na Folha, "famílias de baixa renda é um piedoso eufemismo para pobres ou, até, para miseráveis, conforme se pode ver quando se separam os cadastrados por faixa de rendimento".

Atualizados em janeiro de 2015, os números confirmam aos berros que Lula e Dilma mentem mais do que piscam. São quase 39 milhões os que ganham de R$0 até R$77. Estão perto de 15 milhões os que juntam mensalmente entre R$77,01 e R$154. Passam de 19,5 milhões os situados na faixa que vai de R$154,01 até meio salário mínimo. Tudo somado, os pobres e miseráveis oficialmente desaparecidos eram, há pouco mais de um ano, exatamente 73.371.179.

A imensidão de excluídos que sumiu do Brasil Maravilha ficou maior no Brasil real. Os números do próprio governo provam que a dupla de mágicos malandros apenas escondeu o que nunca deixou de existir. Haja cinismo.
Herculano
27/05/2016 17:56
É POSSÍVEL CONCLUIR QUE A CABEÇA DO CAMARÃO CONTINUA A CONTROLAR O PAÍS?
Herculano
27/05/2016 17:43
da série: o PT das redações enxerga nas virtudes que garantem vitórias aos outros, crimes continuados

UMA ESTUPEFACIENTE REPORTAGEM DO UOL SOBRE O MBL: ESCANDALIZAÇÃO DO NADA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 1

Matéria tenta vender como novo o peixe podre e busca transformar em coisa escusa o que é um trabalho legítimo e legal de parceria

Alinhamentos os mais interessantes estão em curso. Um historiador pode ter dificuldade, no futuro, para identificar quem é quem. Colaboro como os pósteros. No momento, a extrema direita caquética, quase desencarnada em Olavo de Carvalho, resolveu se juntar ao PT, PSTU, PSOL e à militância de esquerda infiltrada na grande imprensa para atacar o impeachment - que ainda não aconteceu, é bom lembrar - e aqueles que lideraram a ação, em especial o MBL (Movimento Brasil Livre).

Uma reportagem de incrível má-fé, e sobre o nada!, foi estampada no UOL, assinada por Pedro Lopes, que não sei quem é, e por Vinicius Segalla, notório militante de esquerda nas redes sociais e, segundo comenta por aí - ele é meio boquirroto -, inimigo do MBL. Por quê? Ele deve saber. Título do texto: "Áudios mostram que partidos financiaram MBL em atos pró-impeachment".

Como é que o inimigo do MBL e seu parceiro chegaram a essa conclusão? Ouviram uma gravação em que Renan Santos, um dos coordenadores do movimento, critica Olavo de Carvalho, chefe espiritual da extrema direita hidrófoba. Aiatolavo, como o chamo, vinha atacando os grupos pró-impeachment em razão de sua parceria com partidos políticos. A Múmia Falante e Fumante da Virgínia queria invadir o Palácio do Planalto e defendia um golpe militar. Defende ainda hoje. Generais chamam Olavo, em suas piadas, de "velho babão" e "carpideira banguela". No tal áudio, Renan explica por que é preciso atuar com os partidos e deixa claro que estão trabalhando em conjunto. Leiam a transcrição de sua fala:

"O lance é assim. Bom, vocês já sabem, não preciso nem falar pra vocês. Ali [RENAN FALA DA EXTREMA DIREITA] é um monte de garoto. Garotos, mulheres, sociopatas, com comportamento social errático, com poucos amigos, com várias frustrações psicológicas. Frustrações pessoais, afetivas e tal. E que acabam encontrando este discurso 'Ah sou conserva, sou reaça, opressor'. Maior mentira, eles não oprimem! Mentira! São uns coitados! É uma gente que vê, por exemplo, no comportamento do Olavo, meio falastrão, fumando, falando palavrão, no Bolsonaro, uma redenção pra a própria miséria deles próprios. E acabam entrando nessa idolatria.

E aí eles veem no MBL - o MBL incomoda muito por causa disso -, eles veem no MBL o contrário, eles veem um monte de gente que tem uma postura aberta, cara de pau, mas ao mesmo tempo qualificado. A maior parte da galera do MBL é alegre. Você pega da galera da Banda Loka no RS, a galera do Nordeste, todo mundo é muito leve. E isso incomoda eles. Ser leve, ser agradável, ser tranquilo, ser inteligente.

Não precisa ficar incorrendo nisso. Isso incomoda o cara, o cara é negativo. Eles não gostam de ir numa boa festa, de dar risada. Eles acham que estão numa missão, quase religiosa. Pessoas pesadas, né? Então é natural que eles percam tempo e façam hangouts sobre a gente enquanto a gente tá aí tocando nossas coisas.

O MBL acabou de fechar com o PSDB, DEM e PMDB uma articulação pra eles ajudarem. Ah, e também com a Força Sindical, que é o Paulinho né?, pra divulgar o dia 13. Usando as máquinas deles também. Enfim, usar uma força que a gente nunca teve. E foi o MBL que montou isso. A gente está costurando com todos eles pra ter o impeachment.

Então a gente tá em outra, a gente tá realmente causando problemas pra Dilma. E eles estão numa outra, eles estão lá tentando resolver os traumas e as frustrações deles e projetando na gente tudo aquilo que eles gostariam de ser, mas não são. Então, deixa eles. Raquel, a gente já conhece teu trabalho, vamos embora, vamos vencer. Muita gente nossa já sofreu este tipo de coisa. A Ana sofre em Goiás. Eu já sofri ataques desse Alex Brun. O Kim, coitado! Mas dane-se. A vida continua. O MBL continua, e continua crescendo, a despeito deles. Gostem eles ou não."
Herculano
27/05/2016 17:42
da série: o PT das redações enxerga nas virtudes que garantem vitórias aos outros, crimes continuados

UMA ESTUPEFACIENTE REPORTAGEM DO UOL SOBRE O MBL: ESCANDALIZAÇÃO DO NADA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 2

De volta à matéria do UOL

O primeiro problema grave da reportagem do UOL é tratar como novidade o que novidade não é. Publiquei um post sobre esse áudio no dia 13 de maio.

Em segundo lugar, o MBL jamais escondeu que trabalhava com partidos. Atenção! Trabalhar com os partidos, atuar em parceria em favor do impeachment, é coisa muito diferente de "ser financiado", o que faz supor uma relação escusa, em que há subordinação política.

Reportagem do Estadão do dia 26 de fevereiro informava a criação do comitê suprapartidário em favor do impeachment, integrado pelo MBL. O que o sr. Segalla pretende informar, além da má-fé?

Em terceiro lugar, dizer o quê? Uma reportagem como a da UOL não para em pé porque o texto não corresponde ao título. Leiam: não há uma só evidência do tal "financiamento". É claro que o MBL tinha e tem de trabalhar com os partidos políticos. São eles que decidem sobre o impeachment. A extrema esquerda e a esquerda se incomodam com isso porque gostariam que todos fossem idiotas como Olavo de Carvalho: hostilizassem os políticos. Já digo por que o Inimputável da Virgínia precisa disso.

Atenção! Dei uma palestra no Primeiro Congresso Nacional do MBL. Aconteceu em novembro do ano passado. O movimento deliberou ali a parceria com os partidos de oposição, o que nunca quis dizer subordinação, e decidiu ali que lançaria candidatos em várias legendas, mas com a marca MBL. É o correto.

Atenção! Não há nada de novo nisso. Tratei desse assunto no último programa "Painel" do ano passado, comandado por William Waack.

Reitero. A reportagem é vergonhosamente de má-fé porque tenta transformar uma parceria clara, necessária e admitida numa espécie de relação escusa. Ao buscar evidenciar o suposto desdouro moral ou crime, não apresenta fato nenhum. Pior do que isso: busca uma contradição que absolutamente não existe entre o que prega e o que faz o MBL .

Olavo de Carvalho e o sr. Segalla, ambos esbirros do PT - e cada um com seus motivos -, não se conformam que o movimento tenha conseguido juntar a força das ruas com a atuação institucional. E a união foi vitoriosa. Quem perdeu? Olavo e as esquerdas. Estas porque deixaram o poder, e aquele porque perdeu grana. Muita gente que comprava o curso do "professor" percebeu que Olavo precisa que tudo dê errado para que ele tenha razão.
Ana Amélia que não é Lemos
27/05/2016 16:23
Sr. Herculano:

Banditismo em Gaspar.
Ouvi ontem:

Uma mulher que se diz chamar Sueli, que diz morar no Bairro Vila Isabel se apresenta como faxineira.
Dentro da casa da incauta, a meliante abre portas, gavetas, revira armários ... ao ser pega de surpresa diz que vai à polícia fazer queixa, que foi chamada de ladra, que a polícia acredita nela porque tem respaldo na corporação.
Pode isso?

Pode. Em São Paulo (vi no jornal da Band), uma mulher faz compras, paga, vai embora.
Dias após, devolve a mercadoria e quer ser ressarcida. Quem se negar atender seu pedido, ela chama o "amigo íntimo" que é policial e resolve o problema no braço.
Mariazinha Beata
27/05/2016 13:41
Seu Herculano;

Sorry! Cliquei antes de finalizar.
Na minha relação falta alguém que tem esta atitude que é típica de ditadores?

A promotora pública CHIMELLY LOUISE RESENES MARCON
é o nosso juiz SÉRGIO MORO.
PARABÉNS a ambos, pela coragem e enfrentamento!

Bye, bye!
Mariazinha Beata
27/05/2016 13:35
Seu Herculano;

PERDEU, MANÉ!

Os políticos do atraso com seus "pensadores" e apoiadores devem ser, além dos 4 PaTetas do partido quadrilha:

1º - Hilário Melato
2º - Jaime Kichner
3º - Marcelo Brick
4º - Giovanio Borges
5º - Ciro Quintino
6º - Celso de Oliveira (como "pensador")
7º - Marli Sontag
8º - Partido Comunista do Brasil (como apoiadores)
Despetralhado
27/05/2016 12:42
"Perguntar não ofende: quanto mesmo vai custar aos gasparenses a passagem da tocha olímpica por Gaspar?"

Acrescento: O que Gaspar ganha com a inexpressíva tocha?
Herculano
27/05/2016 12:26
DEMOCRACIA EM MODO ALEATORIO, por Bernardo Guimarães, economista, para o jornal Folha de S. Paulo

Michel Temer foi eleito vice-presidente porque Dilma teve mais votos na eleição presidencial. Se 2 milhões de votos dela tivessem sido dados a Aécio, Aloysio Nunes seria o vice-presidente. Quem votou em Dilma pode não gostar de Temer, mas era fácil entender a regra.

Agora, compare com a eleição para deputados.

Quem votou em Roberto Freire ou em Soninha Francine (ambos do PPS) leu no jornal do dia seguinte que seus candidatos não haviam sido eleitos. Mas os votos deles afetaram a eleição.

Se todos os votos deles fossem para um adversário, provavelmente não teria sido eleito o jovem Alexandre Leite (DEM), filho do político Milton Leite.

Quem teria sido eleito em seu lugar? Se todos aqueles votos fossem ao corintiano Andrés Sanchez (PT), é provável que Netinho de Paula (hoje no PDT) conseguisse um lugar na Câmara dos Deputados.

Netinho, aliás, teria sido eleito com os votos de Tiririca (PR) se o PCdoB em 2014 estivesse coligado com o PR como em 2010.

Como não estava, a maioria dos votos obtidos por Tiririca em 2014 foi para eleger gente como o Capitão Augusto (PR).

Se a coligação na eleição para deputado federal fosse igual à da eleição para deputado estadual naquele mesmo ano, os jornais do dia 27/10 teriam Roberto Freire (PPS) eleito. Por causa dos votos dados a Celso Russomano (PRB).

No final das contas, Roberto Freire (PPS) levou uma vaga na câmara porque muitos deputados eleitos pelo PSDB viraram secretários do governo de São Paulo.

Faz sentido isso?

No sistema atual, é muito difícil entender quem se beneficiará do nosso voto.

É muito difícil escolher um candidato dentre as centenas de opções disponíveis. É muito custoso saber o que fazem todos os 70 deputados eleitos por São Paulo.

Não surpreende, portanto, que a maioria não se lembre de quem recebeu seu voto na última eleição, não acompanhe o trabalho dos deputados e não saiba em quem votar da próxima vez.

Enquanto o sistema eleitoral for este que temos hoje, isso vai continuar acontecendo.

Precisamos, então, tornar mais fácil a vida do eleitor.

Uma solução para essa questão é o voto distrital.

O país seria dividido em regiões, cada uma elegeria um deputado. Assim, haveria um candidato de cada partido, no máximo. Como na eleição para governador, seria muito mais fácil conhecê-los.

Hoje, um candidato rejeitado pela maioria dos eleitores pode se eleger. Afinal, mais de 80% dos deputados eleitos recebem menos de 1% dos votos.

Um candidato maluco que agrada a 5% do eleitorado se elege e carrega outros.

No sistema distrital, cada grupo de eleitores estaria de olho em apenas um deputado, então aquele que desagrada a muitos não seria reeleito. Um deputado precisaria fazer campanha apenas em uma região menor. As campanhas ficariam mais baratas.

Seria muito mais fácil para um partido conseguir uma maioria no Congresso. Os partidos maiores teriam, em geral, bancadas maiores. Seria mais fácil governar.

Será que funcionaria? Poderíamos experimentar o voto distrital em uma eleição (por exemplo, para vereador).

Claro está, precisamos repensar o nosso sistema político. A solução envolve reformar o sistema eleitoral para tirar a nossa democracia do modo aleatório.
Herculano
27/05/2016 11:42
ÁUDIOS MOSTRAM QUE PARTIDO FINANCIARAM MBL EM ATOS PR?"-IMPEACHMENT

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo). Texto de Pedro Lopes e Vinícius Segalla. Integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) em protesto de maio de 2015 na Esplanada dos Ministérios, em Brasília

Integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) em protesto de maio de 2015 na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O MBL (Movimento Brasil Livre), entidade civil criada em 2014 para combater a corrupção e lutar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), recebeu apoio financeiro, como impressão de panfletos e uso de carros de som, de partidos políticos como o PMDB e o Solidariedade.

O movimento negociou também com a Juventude do PSDB ajuda financeira a suas caravanas, como pagamento de lanches e aluguel de ônibus, e teria tido apoio da "máquina partidária" do DEM.

Quando fundado, o movimento se definia como apartidário e sem ligações financeiras com siglas políticas. Em suas páginas em redes sociais, fazia campanhas permanentes para receber ajuda financeira das pessoas, sem ligação com partidos.

Os coordenadores do movimento, porém, negociaram e pediram ajuda a partidos pelo menos a partir deste ano. Atualmente, o MBL continua com as campanhas de arrecadação nos seus canais de comunicação, mas se define como "suprapartidário". Aliás, a contribuição financeira concedida é vinculada ao grau de participação do doador com o movimento. A partir de R$ 30, o novo integrante pode ter direito a votos.

Já os partidos políticos que teriam contribuído com o MBL têm versões distintas para explicar o caráter e a forma desses apoios, chegando em alguns casos a negá-los.

Na longa reportagem, não fica claro se este ato - o apoio suprapartidário dos partidos em ajuda logística e de materiais - é criminoso e ilegal, como a princípio tenta expor o material, sem no entanto, ter esta conclusão.
Antonio Carlos
27/05/2016 09:50
Bom dia Povo Gasparense.
Aproveitando meu horário de café, não pude deixar ler esta coluna e compartilhar meu sentimento tendo o mesmo pensamento do comentário das 07:33.
Hoje trabalha quem realmente sustenta essa palhaçada toda que são os Políticos e funcionários Públicos.
Quando vão tomar vergonha na cara e trabalhar de verdade. Aos funcionários públicos que tanto reivindicam melhores salários e etc.. Por que não protestam quanto essa palhaçada de dia facultativo.
Herculano
27/05/2016 08:41
ELEIÇÃO DE CÃO

O negócio está tão ruim, que tem vereador do PT, que para se eleger, agora está pedindo voto para cachorros e cadelas nas redes sociais. Triste.

1. Escondeu a sua foto. Substitui por uma de um cachorro ou cadela. Dissimulação é próprio do PT.

2. Cachorro e cadelas não sabem ler, mas são amestrado. Fazem o que seus donos querem e nem sabem bem o porquê. Tudo a ver com o PT.

3. E ao que se saiba não foram permitidos títulos para eles porque tinham dificuldades na leitura das digitais. Como no caso do PT só haverá pegadas rastreáveis...
Herculano
27/05/2016 08:32
SARNEY VIRA SÍMBOLO DO DESESPERO DA OLIGARQUIA, por Josias de Souza

Parte 1

José Sarney: "A ditadura da Justiça tá implantada, é a pior de todas!"

Sérgio Machado: "E eles vão querer tomar o poder. Pra poder acabar o trabalho"

A fabulosa epidemia de corrupção revelada pela Lava Jato fez do Brasil um pedaço do mapa onde há a maior possibilidade de surgir um país 100% novo. Caos não falta. O diálogo reproduzido acima revela que essa nação inteiramente outra talvez já tenha começado a existir.

Nascida na periférica comarca de Curitiba, a investigação que deu à luz um Brasil diferente sobrevive a todas as bruxarias e conchavos urdidos por políticos que se habituaram a viver no epicentro do ilícito sem sofrer qualquer tipo de embaraço. A oligarquia corrupta está acuada.

A "ditadura da Justiça" de que fala Sarney é o outro nome de Estado Democrático de Direito. Renan Calheiros responde a uma dúzia de inquéritos. Eduardo Cunha é um réu afastado do mandato pelo STF. Marcelo Odecrechet está preso e negocia uma delação. Pilhados num diálogo vadio, Dilma e Lula foram denunciados no Supremo por tentativa de obstruir a Justiça.

Como se fosse pouco, os cardeais do PMDB ?"Sarney entre eles?" foram gravados pelo amigo Sérgio Machado, subitamente convertido num silvério que, apavorado com a ideia de ser preso por ordem do "tirano" Sérgio Moro, tenta comprar com suor do dedo a proteção judicial que seus correligionários já não conseguem prover.

O autogrampo do ex-presidente da Transpetro pendurou no noticiário, de ponta-cabeça, caciques políticos capazes de tudo, menos de levar à balança meio quilo de explicações que afastem as suspeitas que rondam seus prontuários.

Natural que seres como Sarney sejam tomados de assalto (ops!) pela estranheza. Não estavam habituados a esse tipo de situação. Construíram suas carreiras num Brasil em que, acima de um certo nível de renda e de poder, ninguém devia nada. Muito menos explicações. Esse país em que os ratos colocavam a culpa no queijo e tudo ficava por isso mesmo não existe mais.

Em 21 dezembro de 2014, Sarney havia escalado a tribuna do Senado pela última vez, para pronunciar o que deveria ter sido um discurso de despedida de sua vida pública de seis décadas. O orador somava, então, 84 anos.
Herculano
27/05/2016 08:31
SARNEY VIRA SÍMBOLO DO DESESPERO DA OLIGARQUIA, por Josias de Souza

Parte 2

Os incautos imaginaram que estivessem diante de um aposentado. Mas se as fitas do companheiro Machado revelam alguma coisa é que Sarney é, por assim dizer, inaposentável. Ele permanece no palco como protagonista da própria imolação. Faz o papel de um Napoleão se descoroando.

No discuso de sua suposta despedida, Sarney reservou um parágrafo à autocrítica (assista abaixo). Declarou: "Precisamos levar a sério o problema da reeleição, que precisa acabar, estabelecendo-se um mandato maior. Até fazendo mea-culpa, de arrependimento, eu penso que é preciso proibir que os ex-presidentes ocupem qualquer cargo público, mesmo que seja cargo eletivo. [?] Eu me arrependo, acho que foi um erro que eu fiz ter voltado, depois de presidente, à vida pública."

O Brasil não poderia prescindir de Sarney nesse momento. Sua aversão à Lava Jato é essencial para provar que o país está no caminho certo. Depois de encher as praças na luta pelas eleições diretas, o brasileiro viu subir ao poder, pela via indireta do Colégio Eleitoral, José Sarney, o vice mais versa da história, grande amigo da ditadura militar até seis meses antes.

Sarney deve sua Presidência a uma conspiração do acaso com as bactérias que invadiram o organismo de Tancredo Neves atrás de encrenca. Foi um gestor temerário. Governou mal tão bem que não teve condições políticas de indicar um nome para sucedê-lo. Vangloria-se de ter completado a transição da ditadura para a primeira eleição direta. Deu em Fernando Collor.

Eleito senador pelo Amapá três vezes, Sarney esmerou-se. Presidiu o Senado quatro vezes. Estrelou o escândalo dos atos secretos. Deu emprego a uma sobrinha de sua mulher que morava em Campo Grande; deu um contracheque a uma sobrinha do genro que residia em Barcelona; alçou à folha um personagem ("Secreta") que trabalhava como mordomo na casa da filha Roseana Sarney?

Não era o Amapá ou o país que tinha um senador. Era Sarney que possuía o Brasil. Sob FHC, Lula e Dilma, foi aquinhoado com generosos nacos do Estado. Cavalgando a administração pública, Sarney logrou alcançar a prosperidade privada. Seu nome fundiu-se ao patrimonialismo nacional. O desespero de Sarney, o oligarca mais longevo da República, é o melhor símbolo que a Era da Lava Jato poderia arranjar.
Herculano
27/05/2016 08:28
COMO PENSAM OS POLÍTICOS. IGUALZINHO AOS BANDIDOS

"A ditadura da Justiça tá implantada. É a pior de todas", José Sarney, ex-presidente da República, ex-senador pelo Amapá, e senhor de um dos piores estado de Desenvolvimento Humano do Brasil, o Maranhão.
Herculano
27/05/2016 08:22
OS MANÉS

O tema da coluna de hoje, mostra como os políticos - e não só os que estão no PT que se arruína por conta de sua lama - acham-se donos das leis e das pessoas, as quais eles teimam em torna-las suas marionetes para o permanente poder e mando.

O PT em Gaspar sempre desafiou a lei - basta olhar o que está no Judiciário - , constrangeu quem tivesse a mínima opinião diferente e foi mais além: tentou colocar sob suas botinas do desprezo e reino, o judiciário e principalmente o Ministério Público, a quem entre paredes, sempre disse ser seus, com gente sua, da causa - como se desvenda nos grampos de espertos nos casos de Brasília.

Como acontece no plano nacional - até porque o PT daqui não difere em nada dele por se tratar de uma franquia nacional de sacanagens - experimenta os reveses natural de uma democracia que se afirma, de um processo dialético que alcança a sociedade pela imprensa e as mídias sociais (estas sem controle e censura) e do rito ao contraditório, a que estavam desacostumado: explicar, debater ideias que preferiram substituí-las por narrativas.

Mesmo assim, o PT se nega à nova realidade, a que praticamente o exclui, o que o desnuda, o que expõe seus caricatos líderes. Em Gaspar, o PT arruma culpados para os seus erros e a persistência neles. Para ele, o Judiciário que é retrógado e de grotão (mas que se confirma em instâncias superiores), o Ministério Público que é partidário, doentio e perseguidor, e até esta coluna que estaria a serviço dos fascistas, direitistas, conservadores, neoliberais, coxinhas... Ufa!

O que é certo, é que a mesma lei que o partido exige para os outros quando na oposição- e faz certo - o PT da situação dá como letra morta para ele, modifica-a ferindo a Constituição e a impõe para dar frutos apenas para si e os seus, ou aqueles que podem lhe dar sustentação no poder absoluto.

O Brasil está mudando. Em Brusque, filial de Gaspar, que é uma filial de Blumenau e que de lá correu, já mudou. Em Gaspar há chances para mudar em outubro. Mas não deverá trocar apenas de partido. Mas, às práticas do PT e que acompanha outros partidos quando no poder. Acorda, Gaspar!
Herculano
27/05/2016 07:57
ESCÁRNIO, por Vladimir Saflate, professor de filosofia na USP, para o jornal Folha de S. Paulo

Esta é a melhor palavra para descrever as duas primeiras semanas de governo provisório. Escárnio produzido por ministros com declarações bombásticas de reformas absurdas e desmentidas no dia seguinte, como se fôssemos obrigados a viver em um estado contínuo de desorientação e desgoverno.

Escárnio de outros ministros grampeados em conversas nas quais o apregoado impeachment moralizador se mostra como a cortina de fumaça para livrar seus pescoços da guilhotina da Lava Jato. Escárnio de um governo que terceirizou sua política econômica para o sistema financeiro.

Governando o país como um açougueiro, seu ministro-banqueiro apresentou ao país um plano de cortes que visa conservar intacto os lucros de seus amigos banqueiros e os rendimentos de seus sócios rentistas.

Diante dos desafios da economia, não passou na cabeça de sua equipe utilizar reservas internacionais, aumentar impostos para os ricos, recriar a CPMF, taxar lucros bancários ou auditar a dívida pública brasileira. Nunca na história recente deste país alguém teve a coragem de apresentar um plano que penalizasse tanto a população mais pobre, que sofrerá nos próximos anos o resultado da limitação dos gastos em educação e saúde, além da retração do Estado como agente indutor de investimentos.

A viabilidade do SUS, um sistema universal para 180 milhões de pessoas e que cobre um território quase do tamanho de toda a Europa, encontra-se ameaçada.

Não por outra razão, seu "ministro da Saúde" afirmou, em um lapso de honestidade, que considerava a manutenção de sua universalidade inviável. Da mesma forma, aqueles que saíram às ruas em 2013 exigindo uma "educação padrão Fifa" terão que se contentar com uma "educação padrão restos a pagar", marcada até mesmo pelo risco de eliminar o piso nacional de salário para professores.

Enquanto isso, seu ministro da Educação produzia mais um escárnio à comunidade educacional utilizando seu tempo, que deve estar bastante livre, para receber "propostas" de grandes estudiosos da educação nacional como o senhor Alexandre Frota e seus amigos do Revoltados Online. Ao ser questionado sobre a pertinência de tal encontro, o referido ministro saiu-se com a afirmação de que "esse ministério comporta a pluralidade e o respeito humano a qualquer cidadão".

Então que tal começar por explicar por que um dos primeiros encontros do senhor ministro é com pessoas que nunca pisaram em uma sala para dar aulas, mas que, com uma discussão esdrúxula de "escola sem partido", visam exatamente impedir que a pluralidade seja ensinada a nossos alunos?

Pessoas que não querem que nossos alunos sejam confrontados a diferentes leituras do mundo, a processos que questionem suas certezas e a representações e opiniões que desenvolvam sua capacidade crítica.

Segundo esses pilares da educação nacional, nossas escolas estariam infestadas de marxistas doutrinando nossos alunos. Não por acaso, esse era o discurso que ouvíamos no início da ditadura militar. Pois foi diretamente de lá que essa discussão retornou.

No entanto, qualquer um que realmente leu os livros que nossos alunos recebem nas escolas públicas sabe que eles conhecerão tanto a visão liberal quanto a visão marxista, descobrirão tanto quem foi Marx quanto quem foi Locke e Adam Smith. Eles terão visões distintas sobre fatos históricos complexos e poderão compor um quadro no qual várias matrizes se apresentam.

Mas talvez essas sumidades queiram mais. Por exemplo, talvez elas queiram que não se fale da tortura na ditadura militar, que se mostre que há também "um outro lado" para o qual torturador é herói.

Bem, segundo essa lógica, poderíamos então ensinar os "dois lados" do nazismo e do "antisemitismo", por que não? E se é para retirar toda "ideologia" da escola, que tal aproveitar e começar por fechar as escolas confessionais? Afinal, tem algo mais "ideológico" do que religião?

Sugiro também impedir toda discussão sobre ética e moral. Pois conceitos como "liberdade", "autonomia", "diversidade", "igualdade", "respeito à alteridade" são necessariamente carregados de "ideologia".

Saint-Just afirmou, no calor da Revolução Francesa: "Aquele que brinca ao ocupar o coração do poder tende à tirania". Vendo o que o governo interino ofereceu ao país nessas duas primeiras semanas, a única coisa a dizer é: "Eles só podem estar brincando".
Herculano
27/05/2016 07:54
CARTÕES DE DILMA TORRARAM R$ 32,5 MIL/DIA, ESTE ANO, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Somente em 2016, até ser afastada pelo Congresso, Dilma conseguiu estabelecer a impressionante marca de R$ 4 milhões gastos usando cartões corporativos, pagos pelo contribuinte brasileiro. Isso significa que cartões corporativos do Planalto gastaram, em média, mais de R$ 32,5 mil por dia, incluindo os feriados e fins de semana. Em 123 dias, este ano, seu governo torrou R$ 13,7 milhões utilizando cartões.

DIÁRIAS GENEROSAS
O descontrole de Dilma beneficiou servidores e até pessoas estranhas ao governo, que receberam R$104,7 milhões em "diárias", só este ano.

TUDO EM SIGILO
O contribuinte não pode saber detalhes sobre 90% dos gastos usando cartões corporativos. Lula impôs "segredo" desde o primeiro escândalo.

CARAS MORDOMIAS
O uso abusivo de cartões corporativos inclui cabeleireiro, hotéis de luxo, restaurantes, aluguel de carrões, passagens etc.

MOLEZA VITALÍCIA
A Presidência detalha apenas gastos de quatro portadores de cartões, também pagos por nós: seguranças dos ex-presidentes FHC e Lula.

TEMER OUVE APELOS PARA "ENXUGAR" PRIVILÉGIOS
Têm sido insistentes as sugestões para o presidente Michel Temer implantar uma "revolução" no setor público, a fim de torná-lo eficiente, com um sistema remuneratório vinculado ao cumprimento de metas. E eliminando privilégios tipicamente brasileiros, que custam caro, como carros oficiais, casas e apartamentos funcionais, auxílio-residência, auxílio-paletó, "direito" a primeira classe em viagens aéreas etc.

BOM PARA O SERVIDOR
O sistema de cumprimento de metas, adotado ainda em alguns estados e municípios, favorece o servidor comprometido com o trabalho.

CARRO OFICIAL LEVADO A SÉRIO
Em países desenvolvidos, somente chefes de poder têm privilégios. E carro oficial é ambulância, viatura policial e caminhões de bombeiros.

ESFORÇO CONJUNTO
A ideia seria articular o engajamento dos três poderes na modernização e enxugamento de privilégios no setor público.

OBESIDADE
O Palácio do Planalto estuda como promover uma "lipoaspiração" na estrutura da estatal EBC (Empresa Brasil de Comunicação). Custa mais de R$650 milhões por ano ao contribuinte.

CAMPEÃ DE REJEIÇÃO
O movimento contra Dilma é o segundo mais popular da história, em todo o mundo, do site Change.org, plataforma especializada em abaixo-assinados: só perdeu para a campanha de uma mãe da Flórida (EUA) pedindo justiça para o assassinato de seu filho adolescente.

SANTANA EM AÇÃO
A equipe do marqueteiro João Santana, que faz um documentário sobre o impeachment, continua constrangendo adversários do PT. Eles tentaram obrigar o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) a gravar.

OS MAIS COTADOS
Após a negativa de Romero Jucá (PMDB-RR) de assumir o cargo de Líder do Governo Temer, os senadores Raimundo Lira (PMDB-PB) Ana Amélia (PP-RS) e Simone Tebet (PMDB-MS) são os mais cotados.

ATLETAS SEXUAIS
Em meio de tantas bandalheiras, uma notícia que lembra prazer. O Comitê Olímpico Internacional vai distribuir camisinhas para os atletas que vierem ao Brasil. Serão 42 para cada um. Haja hormônios.

PEGADINHA MALANDRA
Afeta dramaticamente os brasilienses a nova lei obrigando os carros a ligar faróis durante o dia, nas rodovias. É que para aumentar sua fatia no rateio do CID (imposto sobre combustíveis), o governo do Distrito Federal converteu 99% de suas avenidas em "rodovias".

CÃO QUE LADRA
Na sua ultima aparição no Conselho de Ética, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que na segunda (23) voltaria a frequentar seu gabinete. A semana já acabou em Brasília e o deputado afastado não deu as caras.

HOSPITAL VETERINÁRIO
O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) sugeriu ao governador Rodrigo Rollemberg a criação de um Hospital Público Veterinário no DF. Segundo Tripoli, a consulta particular não custa menos de R$ 200.

OUVINDO BEM...
...as gravações com Jucá, Renan e Sarney não são nenhuma Brastemp tipo Delcídio, Mercadante, Lula, Marisa, Wagner etc.
Herculano
27/05/2016 07:49
O BRASIL JÁ MELHOROU, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Qualquer pessoa que tenha lido com um mínimo de atenção a transcrição dos diálogos de Sérgio Machado com Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney sabe que não há neles absolutamente nada de politicamente relevante.

Se há outros com conteúdo bombástico, não sei. É bom que tenham vindo a público. Demonstram que há ao menos o risco de o Brasil dar certo... Os únicos a encontrar um sentido transcendente - isto é, que vai além da conversa mole - nos diálogos foram os petistas e os colunistas do Velho Regime. Vamos ver.

Um jurista de muitas lentes ou um rábula de porta de cadeia sabem que não há neles crime nenhum. De ninguém. Era forçoso que Jucá fosse apeado do Planejamento, mas não porque tenha atentado contra a Lava Jato ou a saúde das instituições. Aquele papo é incompatível com o cargo que ocupa. Falta de decoro ou de vergonha não é crime.

Síntese da conversa do ex-ministro com Machado: ameaçado, anteviu que tudo se resolveria quando Michel Temer fosse presidente. Tanto o interlocutor não acreditava, notem, que estava gravando o bate-papo para fabricar uma prova ou um instrumento de chantagem.

E com Renan? O presidente do Senado acha necessário disciplinar as delações premiadas. Eu também. Provavelmente, queremos disciplinas distintas. Nos dois casos, onde está o crime? E José Sarney? A conversa é ainda mais estratosférica. O ex-senador promete tornar o interlocutor imune a Sergio Moro. Como? Ninguém faz a menor ideia. Nem o lírico de Saraminda.

Nesta mesma Folha, li que um emissário de Temer esteve com procuradores para desfazer a boataria de que, se presidente, o então vice iria frear a Lava Jato. Referindo-se às gravações e ao encontro, os petistas gritaram: "Conspiração! Dilma foi vítima de um golpe!".

Segundo os petralhas, os ditos "golpistas" tramavam contra a ora Afastada tanto quando manifestavam o desejo de frear a operação como quando diziam que esta é intocável. Cobrar raciocínio lógico de esquerdistas é perda de tempo. Seu negócio é ganhar um debate mesmo sem ter razão. Entendem que dialética é a arte de fazer a mentira brotar da verdade e a verdade, da mentira. Em qualquer dos casos, trapaça.

E por que os vazamentos me levaram a pensar que até há o risco, ainda que não assim tão grande, de o Brasil dar certo? Pense comigo, leitor amigo. Já vieram a público gravações com Lula, Dilma, Jaques Wagner, Jucá, Renan e Sarney. Estamos falando de uma presidente da República, dois ex-presidentes, um ministro de Estado e dois dos mais poderosos senadores. Os membros dessa plêiade pertencem aos maiores partidos do Brasil. Todos impotentes. O Brasil já melhorou!

Todos estavam empenhados em dar um jeito na Lava Jato. E, no entanto, o que cada um deles pôde fazer, além de nada? A suposição de que as falas de Jucá, Renan e Sarney evidenciam a natureza golpista da deposição de Dilma é só um atestado de má-fé e de vigarice intelectual.

Elas não fabricaram o crime de responsabilidade cometida pela Afastada nem orientaram o voto de deputados e senadores. Não são nem causa nem consequência do fato jurídico e do fato político.

De resto, eu tenho o direito de dizer ao telefone que já acertei o conteúdo da próxima encíclica com o papa Francisco. Agora é só torcer para ninguém divulgar a minha conversa.

Hora de mudar de assunto.
Herculano
27/05/2016 07:33
HOJE É DIA DE TRABALHO

Mas só para os pagadores de pesados impostos que ainda estão empregados e não quebraram pelo estado da economia as suas empresas.

Para os políticos e a quase totalidade dos funcionários públicos, os que são pagos por nossos pesados impostos, é feriado.

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