Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

25/07/2016

ILHOTA EM CHAMAS I
O prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, PSD, e o seu ex-coordenador de campanha, ex-secretário de Administração, ex-secretário de Assistência Social, e hoje assessor do presidente da Câmara de Gaspar, Giovânio Borges, PSB, ex-PSD, Fernando Neves, além de Jader José Alves, vão estar com os olhos em Florianópolis. As nove horas na sala de sessões da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, poderão acompanhar com seus advogados um julgamento. Ele vai decidir se recebe ou rejeita a Notícia Crime oferecida pelo Ministério Público da Comarca de Gaspar e que cuida da Moralidade Pública.

ILHOTA EM CHAMAS II
E por que o Tribunal de Justiça? É que prefeitos têm foro privilegiado. E quem é o relator deste caso? Desembargador Paulo Roberto Sartorato. E para evitar embarrigamento, já foi nomeado um advogado dativo, se os advogados de Bosi e Fernando não forem lá hoje na hora marcada. Esclarecendo. Esta ação penal é derivada desta Ação Civil Pública que tramita em Gaspar: fraude em licitação, a 8.666/93, especialmente no item que trata da dispensa ou a inexigibilidade. O vereador Luiz Fischer, PMDB denunciou. E a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, fez uma Ação Civil Pública e a Procuradoria Geral de Justiça, a Ação Penal.

QUEM DÁ MAIS? I
Qual o melhor sinal de que a campanha eleitoral na busca do cargo de prefeito e vereadores de Gaspar já começou de verdade? E antes mesmo das convenções partidárias que oficializam a partir desta semana os candidatos e coligações? Por um jeito jeito antigo de comércio: a compra e venda de votos, um escambo, inclusive, feito por gente esclarecida de ambos os lados do balcão. E tudo as claras, disputando-se um mercado entre compradores e vendedores em plena crise ética e de caça as bruxas, afrontando a legislação específica, desafiando o Ministério Público e a própria Justiça Eleitoral.

QUEM DÁ MAIS? II
Já mostrei que a prefeitura tirou a sua sessão de notícias, para não infringir a Lei. Mas, a área de comunicação dela está até com mais vapor, mobilizando com pautas, os veículos de Gaspar, Brusque e Blumenau para as notícias, além de cobrar reciprocidade das velhas e até futuras parcerias econômicas ou contratuais. Tudo nos bastidores. Tudo de forma enviesada. É o jogo do gato e do rato para não se deixar rastros e burlar o que é oficial. Na edição impressa de sexta-feira passada, na coluna no jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e credibilidade, mostrei como se propaga a paternidade da ponte do Vale, num panfleto do deputado Décio Neri de Lima, o que manda no PT daqui, para dá-la ao candidato do seu partido. E há duas semanas, surgiu uma disputa entre dois grupos partidários distintos e adversários entre si para ver quem dava mais para receber o apoio de um grupo cultural. Nas redes sociais, estamparam-se as provas de que um deu o transporte e o outro a comida para a apresentação do referido grupo fora daqui.

QUEM DÁ MAIS? III
Fui o único na imprensa a dar tal fato. Sabe o que aconteceu? Pressão, desmentidos e cobranças para a minha responsabilidade perante o processo eleitoral e os grupos de interesses. Ingênuos. Os políticos, seus apoiadores e “assessores”, de um modo em geral, consideraram a divulgação num veículo formal da imprensa uma afronta aos “negócios” deles. Uma “descoberta” indevida, antiga e tarde. Repito: ingênuos. Foi-se o tempo em que a imprensa formal podia ser controlada por meia dúzia de coronéis, espertos ou trogloditas. Nem atualizada, esta gente parecer estar. As redes sociais romperam este cerco, censura e dissimulação. O escondido, virou hit na rede sem controle. Foi o que aconteceu em Gaspar. A cidade inteira tem as provas dos delitos e não foi por nenhum veículo de comunicação, nem por esta coluna. Tolinhos esses políticos e vestidos de mandatários em tudo e todos. Eles pressupõem que estas provas só terão valor perante à Justiça se forem publicadas aqui. Alienados, parecem que não sabem o que está nos autos da Lava Jato como provas, na prisão dos supostos terroristas.

QUEM DÁ MAIS? IV
Quem compra votos sabe exatamente dos riscos que está correndo com a empreitada. Sabe que se trata de uma prática ilegal, seja ela na ação que faz e na origem do dinheiro que usa (ilícita, da sonegação, do tráfico, da lavagem, da receptação, do crime...). Se toma os riscos, sabe extamente das consequências. A consciência é tão grande, que de forma hipócrita, quem compra, “fiscaliza” e “denuncia” os outros tentando impedir à mesma prática. É um mero jogo concorrencial. Nada mais. Quem vende, além de se anular como um cidadão livre, perde o direito à cidadania e os laços de exigir do candidato se eleito, os seus direitos dessa liberdade e cidadania. Também de forma hipócrita, quem vende condena esta prática, mas nos outros, supostamente beneficiados, pois pretende ter exclusividade nos benefícios, vantagens e mercado. Ou seja, além da hipocrisia, é mera inveja e anula a solidariedade. Meu pirão primeiro. Enfim, nada se justifica. Trata-se de crime tipificado. E ponto final.

QUEM DÁ MAIS? V 
Desde que este assunto de compra de votos em Gaspar surgiu há duas semanas, conversei com alguns políticos ligados ou próximos à gestão de suas campanhas. Todos me garantiram que a Legislação mudou. O problema, todavia, é que os eleitores e eleitoras de Gaspar não mudaram. Os mesmos de sempre, e muitos outros que herdaram o ofício e a prática, estão atrás de favores e até mesmo de dinheiro como troca de votos pessoais ou da legião de eleitores de cabresto que dizem supostamente representarem. É um calçamento aqui, um aterro ali, uma canalização lá, uma viagem acolá, um médico ou exame mais adiante, brindes para festas populares que se multiplicam nesta época, dentaduras, próteses de todos os tipos, empregos (ou promessas de boquinhas privilegiadas se os doadores forem eleitos), encaminhamento de carteira de motorista, escrituras, regularização do irregular ou clandestino, pagamentos de contas atrasadas de luz, água e até de lojas, doação de tijolos, cimento, telhas, esquadrias, pisos para particulares e clubes, perdões, e assim vai.

QUEM DÁ MAIS? VI
Mudou a Legislação? Mudou. E por que mudou? Pela democracia, pela igualdade de oportunidades, pelo jogo limpo, pela valorização do discurso, da proposta, do compromisso e da atitude e acima de tudo pela liberdade de escolha. Contudo, parece que a consciência do eleitor gasparense não mudou. Ela ainda continua à venda nos períodos eleitorais. Afinal, o que mudou então? Mudou a fiscalização. Ela é está agora, devido a tecnologia em tempo real. Os smartphones que tudo gravam, fotograma e filmam e em segundos transformam o material em contundentes provas e inundam as redes sociais, que ampliam, multiplicam e dão transparência àquilo que até então estava entre quatro paredes e poucos que dirigiam o espetáculo.

QUEM DA MAIS VII?
Contudo os políticos e eleitores gasparenses parecem ignorar até mesmo esta evolução na tecnologia, comunicação e até mesmo no comportamento diante de tantos escândalos patrocinados pelo PT, PMDB, PP, PDT, PcdoB, PR, PRB no mensalão e petrolão. Desafiam. Culpam outros, adversários e até a imprensa por seus próprios vícios ou erros que estão ai para a observação e o julgamento público. Resumindo: os políticos que se dizem novos, mas bonecos ou orientados, por velhas raposas e seus antigos métodos, precisam avisar aos seus “donos” que existe o facebook, o twitter, o instagran, a ingenuidade, a malícia, de que não há crime perfeito e que existem milhares de smartphones à espreita dos deslizes, para provar de que ninguém é tão bobo assim. E para finalizar: sem punição exemplar, nada mudará. É com isto que todos estão apostando, pois no passado foi assim. Com a palavra a promotoria eleitoral. Acorda, Gaspar!

UMA INICIATIVA EXEMPLAR I
O vereador de Ilhota, Luiz Fischer, PMDB, propôs e deu entrada na Câmara – que não está de férias como a de Gaspar está – de um exemplar e interessante Projeto de Lei, de origem legislativa. As sobras do duodécimo, ou seja, do orçamento anual da Câmara ao invés de retornarem para o prefeito fazer delas o que bem entender como tem sido até aqui, agora vão para a Saúde. Fischer, um peemedebista histórico, apenas viu o que o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merísio, fez, e imitou.

UMA INICIATIVA EXEMPLAR II
O que Luiz justificou para fundamentar o seu PL 11/2016 e que acrescenta o dispositivo à lei n.º 764/97 que “instituiu o fundo municipal de saúde e dá outras providencias”? Cabe aí ressaltar que a Câmara Municipal de Ilhota nos últimos 3 (três) anos procedeu na devolução ao final dos exercícios financeiros ao Prefeito Daniel Christian Bosi –-Prefeito do Município de Ilhota -, montante de aproximadamente R$ 300.000,00. Ocorre por falta de previsão legal não cabe ao Poder Legislativo Municipal, obrigar o Chefe do Poder Executivo Municipal de Ilhota dar destinação aos valores devolvidos ao final do ano, sendo que tais valores podem ser utilizados ou destinados a qualquer tipo de atividade.

UMA INICIATIVA EXEMPLAR III
Esta situação é idêntica a de Gaspar, quando por várias vezes os vereadores tentaram dar destinações, principalmente para o Hospital, das sobras do Orçamento Anual da Câmara e foram frontalmente barrados pelos vereadores petistas, pelo prefeito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschamps Rosa e seus assessores. “Assim sendo temos que nada mais justo é que resultado da economia gerada pela Câmara Municipal de Ilhota ao longo do ano, possa ser revertida diretamente em mais recurso a saúde pública do município de Ilhota, o que tende por via de consequência melhorar significativa os serviços que se mostram deficientes, ora por falta de exames ora por falta de medicamentos. Por fim cabe aqui mencionar, que a presente iniciativa de destinar o as receitas do duodécimo do Poder Legislativo não utilizadas no respectivo exercício financeiro e são restituídas ao Poder Executivo, também foi apresentada a nível estadual, conforme cópia do Projeto de Lei nº 0153/2016 que tramita junto a Assembleia Legislativa de Santa Catarina”, ponderou Luiz Fischer, para que nada restasse de dúvidas da constitucionalidade da sua proposta. Agora, é aguardar o desfecho na Câmara e qual será o posicionamento do prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, diante de uma eventual aprovação legislativa.

TRAPICHE

Uma coluna que a concorrência gostaria de assiná-la, mas se contenta na sua leitura. Há melhor premiação do que esta?

Agora é oficial. Um candidato a prefeito de Gaspar poderá gastar até exatos R$ 134.657,70. É isto o que determinou o Tribunal Superior Eleitoral na semana passada, no anúncio feito pelo seu presidente Gilmar Mendes. Ficará muito difícil para quem não tiver discurso, conteúdo, estrutura partidária ou militância.

Ou seja. Com este valor considerado baixo, vai ter muito rolo, caixa dois, pois caixa fantasma já existe. Não é a toa que já começaram a pagar viagens e comidas, e tudo por fora e bem antes da eleição começar oficialmente. Segundo os especialistas que consultei, uma campanha vencedora nos moldes antigos precisaria em Gaspar no mínimo de R$600 mil. Há quem tenha feito projeção (e eu ouvi) de até R$ 1 milhão.

Então agora as campanhas além do marqueteiro, dos cabos eleitorais e panfleteiros para subir e descer ruas e morros, será necessário contratar um especialista em maquiagem, pedaladas e contabilidade criativa. Tudo para burlar a Lei, o Ministério Público, a Justiça e os concorrentes. E quem vem ouvindo o ministro Gilmar Mendes, juiz e promotor eleitorais daqui, está começando a ficar desconfiado que a coisa poderá pegar e ser prá valer. Mas, vão testar para não passarem recibo de trouxas.

Então. Tem gente que vai ter que pedir votos e fazer mágicas para esconder os gastos não oficiais das campanhas. Pela primeira vez os políticos ao invés de superfaturar, que é a prática que dominam bem, aprenderão a subfaturar. Em Gaspar – e outros locais - tudo vai diminuir de preço e quantidade, quando não sumir dos números, apesar de tudo existir de fato e em grande quantidade.

E um vereador quanto poderá gastar? R$17.213,39 Razoável para pagar santinhos, mas não para as pingas, cervejadas, petiscos, churrascos, rifas, carradas de barro, compra de telhas, tubos e horas máquinas, remédios, estadias, passagens, levar doentes a Florianópolis, Curitiba e Blumenau etc, etc, etc. Esta conta limite foi feita porque em Gaspar estão aptos a votarem neste ano 44.336 eleitores.

Ela está na tipóia. É só o começo. A gasparense honorária, a ex-senadora, a ex-ministra e cão de guarda no senado do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, PT, a que está em Washington, nos Estados Unidos, propagando internacionalmente de que aqui há um golpe de estado, machucou o braço. Ideli Salvatti, caiu.

Para o Belchior. A mais antiga emissora de Santa Catarina, a ex-PRC4, a Rádio Clube, de Blumenau, fez entrevista com os quatro ainda pré-candidatos a prefeito de Gaspar. Ainda vou escrever sobre elas. Mais uma vez...

A maioria dos pré-candidatos de Gaspar está tratando os gasparenses como se fossem todos eles uns tolos. E o PT depois de oito anos seguidos no governo de Gaspar, além dos quatro anteriormente vividos entre 2000/2004, está fazendo o quê? “Ouvindo” o povo? E para que? Para fazer o novo plano de governo petista. Enganação, ou durante o governo de Zuchi, o PT tamponou olhos e ouvidos aos reclamos do povo? Poderá ser tarde.

O mesmo faz o pré-candidato Kleber Wan-Dall, PMDB com as reuniões itinerantes nos bairros da cidade com objetivo de validar as principais reivindicações da população em relação às políticas públicas.

Ora, Kleber foi vereador por quatro anos (inclusive presidente da Câmara), está candidato há quatro anos e não sabe o que deve ser feito ou o que o povo mais reclama da administração petista de Pedro Celso Zuchi? Ai, ai, ai.

A apresentação do projeto da reurbanização da Rua Itajaí mostrou três aspectos para serem ressaltados. O primeiro deles foi o reaparecimento da ex-secretária de Planejamento, Patrícia Scheitt, no lugar do sempre secretário de todas as obras do prefeito Pedro Celso Zuchi, e agora no Planejamento e quem deveria estar lá mostrando e convencendo, Soly Waltrick Antunes Filho.

O segundo aspecto, é que se deixou claro mais uma vez que a prefeitura petista, a que se diz ser popular, faz os seus planos e não consegue compartilhá-los com a comunidade. Não é transparente. Apenas impõe. Uma marca não só aqui, mas nacionalmente de quem se acha o dono da verdade, das pessoas e dos destinos como se vê claramente no processo de impeachment de Dilma Vana Rousseff.

Foi assim com a reurbanização do Centro, por exemplo entre tantas outras ações comunitárias. Além do improviso naquela obra, drama e conflitos entre as pessoas e burocratas nas discussões públicas, além de todos os prazos estourados com prejuízos para moradores e comerciantes. Mais uma vez Zuchi teve que vir a público, depois do cancelamento do início das obras da Rua Itajaí, para se explicar, e se enrolar.

O que poderia ser um comício com louros para si, seu partido e candidato, virou um grande constrangimento. E o PT só foi lá conversar com os moradores e comerciantes da Rua Itajaí porque se está às vésperas das eleições. Nada mais. E ainda assim por que? Porque a situação não anda bem para o lado do partido e da administração de Pedro Celso Zuchi.

O terceiro aspecto a ser ressaltado é de que vão fazer mais uma vez outra obra incompleta, como a maioria com o selo petista daqui. Ou seja, sem o devida coleta de águas e esgotos.

E qual a desculpa de Zuchi? De que não há mais tempo para rever e discutir este assunto. É que tudo já foi contratado e aprovado. Ou faz assim, ou se perde o que está incompleto. Resumindo: mais uma obra sem necessária discussão com a comunidade, com as decisões tomadas entre poucos entre quatro paredes. Acorda, Gaspar!

Perguntar não ofende. O deputado estadual desaparecido Ismael dos Santos, PSD, vai apoiar o seu partido com Marcelo de Souza Brick ou Kleber Edson Wan Dall, PMDB, da sua igreja evangélica?

Fatos anteriores, repetidos, e fotos já desta pré-campanha, provam e comprovam que o deputado não tem partido. Partido é um detalhe que a Lei lhe impõe para poder pedir votos ao rebanho de fiéis. O que mesmo Ismael fez por Gaspar nos seus mandatos?

Ismael estava aqui em Gaspar na semana passada para apoiar a candidatura a vereador de Silvio Cleffi, PSC, partido que estará na coligação de Kleber. Kleber e Lú atentos para as bençãos.

 

Edição 1760

Comentários

Paty Farias
28/07/2016 18:47
Oi, Herculano;

A Anvisa proibiu a venda dos extratos de tomate Amorita, Predilecta, Aro e Elefante, além de um lote de molho de tomate tradicional da marca Pomarola.
Todos estavam com pelos de rato.
Do Blog do Políbio

É, a solução é o regime tipo Venezuela, onde não tem nem pelo de rato para comer.
Joaquim
28/07/2016 14:07
Talvez o PMDB tenha 200 pessoas, visto que já desatribuíram os CARGOS COMISSIONADOS... Estão se vendendo por CARGO.... até briga o PMDB já está alimentando. ACORDA GASPAR.
Sidnei Luis Reinert
28/07/2016 12:28
Temer quer eliminar risco de nova eleição presidencial, enquanto Meirelles se credencia como candidato


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Tucanos e uma ainda pequena banda da petelândia, junto com os seguidores de Marina Silva, torcem uma complicada manobra político judicial para que o Tribunal Superior Eleitoral promova a impugnação da chama Dilma Rousseff/Michel Temer na reeleição de 2014. Inteiramente focado no resultado favorável do impeachment da Dilma no Senado, e na torcida para que a economia melhore junto com sua popularidade (perigodamente em baixa) o interino Michel trabalha, discretamente, nos bastidores, para que as broncas contra Dilma corram separadas das dele.

Um fato novo ouriçou os que sonham com a possibilidade (hoje ainda remota) de uma nova eleição presidencial no curto prazo. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, enviou ao Supremo Tribunal Federal o pedido do Ministério Público Eleitoral para que investigue indícios de irregularidades no contrato de R$ 4,8 milhões da campanha petista com a DCO Informática. Tucanos lançam suspeitas de que a empresa sediada em Uberlândia (MG), contratada para disparar mensagens eleitorais via aplicativo whatsapp, tenha sido a responsável pela falsa informação de que o presidenciável Aécio Neves acabaria com o Bolsa Família, caso se elegesse.

A denúncia tem chances de gerar problemas para Dilma e Temer - juntos e misturados. O Ministério Público Eleitoral não deseja separar responsabilidade sobre as condutas de um ou de outro por problemas na condução da campanha reeleitoral passada. O caso pode render investigações fiscais e até criminais - sobretudo contra Dilma. Por isso, Temer tem tanta pressa que a economia destrave, para que ações de marketing possam salvar imagem - ainda sem confiança pela sempre volátil opinião pública.

Enquanto Dilma não sai definitivamente, e Temer torce pelo milagre econômico, combinado com a providencial lentidão do TSE, quem faz de tudo para ficar bem na fita e na foto para qualquer eventualidade eleitoral é Henrique Meirelles - que nunca escondeu de amigos próximos que sonha ser Presidente da República. Todo esforço imediato do ministro da Fazenda é para entrar para a História como o homem que resgatou a austeridade dos gastos públicos depois que o Plano Real foi estuprado pelos 13 anos de incompetente e péssima gestão da petelândia.

Meirelles já conseguiu até que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, lhe prometesse que bota pra votar, até outubro, uma Proposta de Emenda Constitucional obrigando um teto para a gastança pública. Meirelles só se queima quando insiste na ameaçadora retórica de que terá de aumentar os impostos, se o Congresso não aprovar a limitação do crescimento das despesas à inflação passada.

2018 ainda está distante. No entanto, o volume de manifestações de rua, de repente crescendo a partir da programada para domingo que vem, 31 de julho, pode facilitar ou dificultar a vida de Temer e complicar o sonho de Meirelles...
Rui Barbosa
28/07/2016 12:04
Ta 90 pessoas na foto menos os 30 e poucos candidatos mais o pessoal do partido, sobram 40 pessoas no PSD , pra 250 é muito arrogancia! Querem enganar os bobos?
Herculano
28/07/2016 10:40
A FACE DA VERGONHA DOS POLÍTICOS DE GASPAR

José Eli da Veiga é professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP) e autor de "Para entender o desenvolvimento sustentável" (Editora 34, 2015). Hoje no jornal Valor Econômico, assinou um artigo intitulado "A geografia da vergonha". E o artigo se encaixa à reflexão do retrato do que foi e é a administração petista de Pedro Celso Zuchi nestes últimos oito anos.

E por que? Não temos um metro de esgoto. Diz o PT e Zuchi, Mariluci e até Lovídio, que a coleta de esgotos foi implantado no bairro Santa Terezinha Mas,a canalização é da coleta pluvial. E mesmo que houvesse a coleta de esgoto junto com a água da chuva, não há um sistema de tratamento de esgotos.

Entretanto, vejam bem: o Samae tem uma estrutura, empregos, boquinhas como aqui houvesse um sistema de esgoto. Resumindo: o caso do Santa Terezinha é farsa, até porque na carta de intenções que a prefeitura assinou recentemente com o Ministério das Cidades e Caixa Econômica para dar manchete de papelinhos aos jornais daqui e produzir entrevistas às rádios que não perguntam, o bairro Santa Terezinha está incluído para receber o tal "novo" projeto de esgotos. Acorda, Gaspar!

Ora se o Brasil está quebrado, esperar décadas para ele melhorar na economia e então implantar o saneamento básico, é um crime dos políticos com a cidade e os seus cidadãos. Blumenau, tinha três por cento de coleta esgotos há seis anos. Hoje possui 70%, por iniciativa do ex-prefeito João Paulo Kleinubing, PSD.

O PT do atraso de Blumenau, que há décadas por lá não consegue mais ser poder, mas que manda aqui desde 2000, foi à Justiça, instrumentalizou as promotorias para que Kleinubing não iniciasse a obra pelo sistema privatizado (Odebrecht Ambiental). Queria por que queria o PT de Lula e Dilma que se tomasse dinheiro público, que não tinha, e quando tinha havia corrupção para ele aparecer a conta gotas ou interrompido como é o caso da ponte do Vale.

Como não conseguiu vingar a ideia em Blumenau, o PT de lá, mais uma vez impôs o jeito de não fazer nada aqui em Gaspar. E os gasparenses estão esperando projetos, dinheiro e obras de esgotos, apesar da estrutura de empreguismo para a gestão do esgoto gasparense. E a cidade vai esperar muito. E por causa dessa espera tudo torna-se mais difícil, as pessoas adoecem, gasta-se mais em saúde pública, além de se aumentar a poluição do o rio Itajaí por muitos anos a mais. Acorda, Gaspar.

Abaixo, vai o artigo do professor José Eli da Veiga
Herculano
28/07/2016 10:40
A GEOGRAFIA DA VERGONHA, José Eli da Veiga

Parte 1

Brasil tem mais da metade da população sem acesso a esgoto, e está na 112ª posição no ranking do saneamento

Deveria ser inaceitável que ainda houvesse multidões condenadas a abjetas condições de vida após um século e meio de vertiginosa aceleração de processos civilizadores, que se seguiu a mais de dez milênios de lentos progressos, mas marcados por cruciais surtos de desenvolvimento. Quanto tempo ainda será necessário para que isso termine? Depende do que se entenda por pobreza.

Pela convenção dominante, pobre seria quem sobreviveu em 2012 com renda inferior a US$ 1,90 ao dia. Abaixo dessa "linha" estavam 12,7% da população mundial. Mas, como se sabe, com imensas discrepâncias espaciais.

No Leste Asiático (que inclui a Coreia do Sul), 6,5% da população se enquadrava nessa condição, apesar das extraordinárias proezas do despotismo esclarecido na China. Proporção superior à da América Latina e Caribe (5,6%) e bem superior à do Norte da África (1,7%). Com o Oriente Médio nem dá para comparar, já que razoáveis dados estatísticos estão entre as vítimas de tantas conflagrações. E parece até desnecessário mencionar o sucesso do grupo de 55 países ditos desenvolvidos, que já se libertaram desse tipo de flagelo.

Na margem oposta, desempenhos piores que o do Leste Asiático ocorriam nas duas regiões vizinhas do mesmo continente: o Sul com 8,3% e o Sudeste com 15,4%. Assim como no Cáucaso, com 11,6. Mas nada que se aproximasse dos dois mais calamitosos casos de subdesenvolvimento: a África Subsaariana, com trágicos 42,6%, e a Oceania (sem Austrália e Nova Zelândia), com 29,7%.

Ao contrário do que parece, esse é um panorama que autoriza razoável grau de otimismo para 2030, prazo de validade dos dezessete Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) adotados pela comunidade global em setembro de 2015. Pois, bastará mais do mesmo. Se o crescimento econômico mundial puder manter o padrão dos primeiros quinze anos deste século, é provável que em 2030 somente em partes da África e da Oceania ainda restem intoleráveis contingentes de párias por insuficiência de renda.

O problema, contudo, é que essa agenda reconhece, desde seu primeiro objetivo, que a pobreza não se resume a insuficiência de renda. É imprescindível ter em conta as demais privações sofridas no porão da sociedade, pois a incidência de pobreza não é obrigatoriamente determinada pela renda.
Herculano
28/07/2016 10:39
A GEOGRAFIA DA VERGONHA, José Eli da Veiga

Parte 2

Só que o pensamento convencional continua a hostilizar essa conjectura. Por isso, é indispensável perguntar, por exemplo, se faz sentido não contabilizar como pobre alguém que sobreviveu 2015 excluído do elementar direito humano à higiene propiciada por saneamento básico. Não seriam pobres as famílias das crianças mortas no ano passado por recorrentes diarreias causadas pela convivência com esgoto a céu aberto?

Tal indagação seria improcedente, claro, se houvesse correlação entre as duas privações citadas: a de renda e a de higiene. Mas não há.

Para começar, no Leste Asiático 22,6% da população continuava em 2015 sem saneamento, malgrado o espetacular desempenho chinês. Mais que o triplo de pessoas privadas de higiene do que pessoas com menos de US$ 1,90 ao dia. Isto é, havia por ali perto de quatro vezes mais pobres do que faria pensar o bitolado critério da pobreza de renda.

Nas demais regiões do globo ocorrem diversos graus dessa mesma disparidade, com uma única exceção. Em 2015, só no Cáucaso a privação de renda superava a privação de higiene: 11,6% contra 4,1%. Até no clubinho dos desenvolvidos havia 4,4% das pessoas sem acesso a saneamento, enquanto no restante do mundo elas chegavam a 38,2%. Pior: atingiam impensáveis 65,5% nos 48 países classificados como "os menos desenvolvidos".

Aí está, em síntese, a distribuição geográfica da vergonha que pode ser descrita graças ao ótimo anexo estatístico do primeiro relatório de acompanhamento dos ODS, que acaba de ser lançado pelo Conselho Econômico e Social da ONU. Proíbe qualquer esperança de que a pobreza seja minimizada em quinze anos.

E podem ser úteis mais três observações:

Primeiro, justificar por que esgoto inacessível é a pior das mazelas de todas as civilizações contemporâneas. Porque sofrer recorrentes infecções parasitárias na primeira infância reduz a inteligência, diz estudo coordenado por Christopher Eppig, que está nos "Proceedings of the Royal Society" (277: 3801-3808). O cérebro é o órgão do corpo humano que mais consome energia: 87% no recém-nascido, 44% aos cinco anos, 34% aos dez. As infecções parasitárias desviam energia para ativar o sistema imunológico. Repetidas diarreias até os cinco anos roubam do cérebro as calorias necessárias a seu desenvolvimento.

Segundo, relembrar o escandaloso desempenho do Brasil. Ter mais da metade da população sem acesso a esgoto o coloca na 112ª posição no ranking mundial do saneamento (atrás até do Paraguai, na 101ª). E isso apesar de o país alcançar a 75ª colocação nas classificações por IDH ou por PIB per capita (PPC).

Finalmente, mas não menos importante, anunciar que será consagrada ao saneamento a edição da ótima revista online "Página 22" que está para sair:www.pagina22.com.br/
DESNUDADOR
28/07/2016 09:39
Esse pessoal do PSD é tão mentiroso mas tão, que até o número de pessoas na convenção eles mentem. Aprenderam direitinho com seus amigos petistas, os quaid eles foram avalistas todos esses anos.

Porque mentem tanto, desespero?

Para quem tiver alguma duvida, basta olhar esta foto, que foi o auge de publico. Não tem 90 pessoas...

https://uploaddeimagens.com.br/imagens/psd_mentiroso_menos_de_90-jpg
Herculano
28/07/2016 09:02
PADRÃO OLIMPÍADA, por Marco Aurélio Canônico, para o jornal Folha de S. Paulo

Para surpresa de ninguém, a uma semana dos Jogos o Rio ainda corre para resolver vários detalhes ?"do acabamento na Vila Olímpica até o infame caso do velódromo, passando por obras que já deveriam estar sendo usadas há tempos, como a ciclovia da Niemeyer e a linha 4 do metrô.

Até onde se viu, não há nenhum obstáculo incontornável a ponto de impedir a realização de alguma prova ou de colocar em grande risco a segurança da "família olímpica" e dos torcedores. O problema é que não se viu muita coisa.

Assim como os atletas só se deram conta dos problemas nos apartamentos quando entraram na Vila Olímpica, o público só vai saber das armadilhas e falhas de acabamento das arenas quando entrar nelas para torcer.

De qualquer modo, a vocação brasileira de deixar tudo para a última hora geralmente vem acompanhada de uma concentração de esforços para entregar a tempo a tarefa, mesmo que na base do jeitinho.

É pena que as soluções não surjam para a população carioca com a mesma presteza que os entes públicos têm demonstrado para resolver os problemas olímpicos. O site humorístico Sensacionalista traduziu bem o sentimento: "Moradores de favela se disfarçam de australianos para receberem água e luz rápido".

Assim como na Copa-2014, em que se pediu "padrão Fifa" para hospitais, escolas e segurança, o público da Olimpíada terá um tratamento a que os cariocas não estão acostumados no dia a dia - menos ainda depois de o PMDB quebrar o Estado.

E não se trata apenas da segurança, reforçada com tropas federais. Na área da saúde, o público dos Jogos terá à disposição mais ambulâncias do que o resto do Estado do Rio. Terá também uma ala VIP construída pela prefeitura num dos principais hospitais públicos da cidade, e mantida até agora inacessível aos cidadãos.
Herculano
28/07/2016 08:56
250 PESSOAS?

Ao Doralino. A foto ampla da convenção do PSD de ontem e que se espalha nas redes sociais não retrata 250 pessoas nela. Basta contar. É fato. É realidade. Então, não são só os adversários citado por você que mentem... E sem pudor algum. Qualquer analfabeto sabe pelo menos contar, e até 250 é moleza.
Herculano
28/07/2016 08:48
ALGUÉM TERIA ALGUMA DÚVIDA QUE ISTO NÃO ACONTECERIA?

No caderno sobre a Olimpíada, esta é a manchete do jornal Folha de S. Paulo: Prefeitura do Rio gasta R$ 233 milhões em contratos sem licitação.

É uma esperteza que rouba os nossos pesados impostos. Os políticos criam, inventam ou levam a problemas que diante dos prazos se lançam à desculpa da emergência. E ai, usam esta brecha da lei, para a corrupção, desvio de propinas e entregar, quando entregam, produtos, obras e serviços de má qualidade.

Isto é em todo o lugar. Você não conhece nada semelhante por aqui? Quem esta coluna sabe de algumas, mas todas escondidas da maior parte da imprensa e que tramitam no Ministério Público, Justiça e Tribunal de Contas.

O texto de Ítalo Nogueira, revela que a Prefeitura do Rio firmou ao menos 12 contratos sem licitação para a organização da Olimpíada. Os valores somados chegam a R$ 233 milhões.

A maior parte é referente a contratações emergenciais de empreiteiras para concluir arenas atrasadas. Contudo, há também serviços de simples execução e planejamento, como a construção de casas na Vila Autódromo.

Os maiores contratos foram firmados pela Riourbe, empresa municipal responsável pelas obras nas arenas.

O município afirma que todas as contratações sem concorrência respeitaram a lei de licitações, que prevê exceções. Segundo a Empresa Olímpica Municipal, os acordos foram fechados por mudanças no planejamento.

Ela contratou quatro empreiteiras para concluir as obras do Velódromo e dos centros olímpicos de Tênis e Hipismo ?"este último foi dividido por duas empresas.

Em todas essas obras, o município rescindiu os acordos com as construtoras que venceram a licitação por não cumprirem os prazos.

A Folha revelou há duas semanas que entre as contratadas estão duas firmas ligadas à família do líder do PMDB na Alerj, André Lazaroni. A Engetécnica e a Zadar pertencem a Paulo Roberto Moraes, pai do correligionário do prefeito Eduardo Paes.

Eles negam interferência política. O Ministério Público do Rio investiga o caso.

A contratação sem licitação é prevista em emergências e quando a disputa não é possível ?"como quando uma empresa detém exclusividade de uma tecnologia.

Contudo, diversos contratos sem concorrência geraram questionamentos do TCU (Tribunal de Contas da União) e do MPF (Ministério Público Federal), como compras para o esquema de segurança.

"A lei deixa margem para o administrador fazer contratações emergenciais. Cabe ao Ministério Público avaliar se elas atenderam aos requisitos", disse Jerson Carneiro, professor de Direito Administrativo e Gestão do Ibmec-RJ.

A empresa M. Rocha Engenharia foi a que firmou mais contratos sem licitação. Foram três, pela Secpar (Secretaria Especial de Parceria Públicas-Privadas) que somaram R$ 5,6 milhões.

Ela ficou responsável, por exemplo, pela construção de casas para moradores da Vila Autódromo que decidiram permanecer no terreno ao lado do Parque Olímpico.

Paes disse em 2013 que, quem quisesse, poderia ficar no local. O contrato para a construção das casas, porém, só foi assinado em maio. A promessa é que elas estejam prontas antes dos Jogos.

A M. Rocha também é responsável por reparos em áreas do Sambódromo e no entorno do Engenhão.

Emergência também foi a razão para a contratação da Jam Engenharia para o fornecimento de energia elétrica para o sistema de ar-condicionado das Arenas Cariocas.

A contratação sem licitação já havia começado no ano passado, quando a Engineering foi chamada para concluir os projetos do Centro de Hipismo, que não foram entregues em sua totalidade pela empresa anterior.
Doralino da Silva
28/07/2016 08:40
Passarinhos me contaram que a convenção oficializando Brick e Borges para concorrem ao pleito majoritário, teve muitas pessoas que não se envolvem em politica, pessoas novas, pessoas que querem ajudar a construir uma Gaspar melhor.

Interessante este fato, pois intriga a velha guarda, as raposas, os caciques, mostra que tem salvação, a informação que chegou é que teve pra mais de 250 pessoas, numa quarta feira a noite isso significa muito.

Os candidatos com um discurso sério, humildes, sempre visando o bem estar de todos, comprovam que terão sucesso independente do resultado final!

Terão na mão a maior nominata de candidatos a vereadores, fator importante para uma eleição.


Fui analisar as movimentações dos outros pré candidatos, o mais interessante é ver que tem candidato fazendo reuniões temáticas nos bairros onde só vai os mesmos, exemplo claro é ver as fotos, uma reunião no Bela Vista, você encontra algumas pessoas de lá na reunião por exemplo do Santa Teresinha ... Candidato que manda os cargos comissionados para encher a garagem, tem de tudo.


Em resumo verifica-se a importância de pessoas que não queriam se envolver com politica e hoje estão ajudando em um plano de governo, isto mostra que há ainda esperança nos homens e mulheres de bem.
Herculano
28/07/2016 08:34
da série: assim são os políticos, e no pior exemplo sempre o PT, o ético.

DILMA MUDA A VERSÃO SOBRE O CAIXA DOIS DE CAMPANHA COMO QUEM TROCA DE SAPATOS, por Josias de Souza

Em matéria de contabilidade de campanha, a virtude de Dilma Rousseff é apenas um trissílabo que torna a vida mais virtual. Num momento, o caixa dois eleitoral não existe. Noutro instante, ele pode existir. Nessa matéria, Dilma muda de versão como quem troca de sapatos.

Em abril de 2015, numa entrevista à repórter Patricia Janiot, do canal CNN em espanhol, Dilma disse ter "certeza" de que o dinheiro roubado da Petrobras não chegara às arcas do seu comitê eleitoral. Eis o que madame declarou à época:

"Se dinheiro de suborno chegar a alguém, essa pessoa tem que ser responsabilizada. É assim que tem que ser. Eu tenho absoluta certeza que a minha campanha não tem dinheiro de suborno. Isso não significa que eu me coloque acima de qualquer brasileiro, cidadão ou cidadã. Eles têm que prestar contas do que fazem. E eu prestei. Para quem? Para o Tribunal Superior Eleitoral. Entreguei todas as minhas contas de campanha. Elas foram auditadas e foram aprovadas."

Nessa época, Dilma amargava citações em depoimentos de dois delatores da Lava Jato. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. As investigações empacaram porque o ministro Teori Zavascki, relator da Lava jato no STF, avalizou o entendimento do procurador-geral Rodrigo Janot, para quem Dilma não poderia ser processada por fatos ocorridos fora do exercício do mandato.

O tempo passou. E surgiram novos delatores. Entre eles Ricardo Pessoa. Dono da construtora UTC, Pessoa informou à força-tarefa da Lava Jato que foi coagido pelo petista Edinho Silva a repassar R$ 7,5 milhões desviados da Petrobras para a campanha de Dilma. Deu-se na sucessão de 2014, quando Edinho respondia pela tesouraria do comitê reeleitoral de Dilma. Ambos insistiram: não há caixa dois.

Na semana passada, a coisa se complicou. Preso em Curitiba desde fevereiro, o próprio João Santana, marqueteiro de Lula e Dilma, destravou parcialmente a língua. Disse ter recebido numa conta secreta na Suíça US$ 4,5 milhões surripiados da Petrobras. Sem rodeios, informou que se tratava de caixa dois da campanha presidencial de Dilma em 2010.

Foi o bastante para que a "certeza" de Dilma ganhasse a consistência de um pote de gelatina: "Se houve pagamento, não foi com meu conhecimento", ela anotou no Twitter. Nesta quarta-feira (27), em entrevista radiofônica, Dilma como que lavou as mãos. E fez sumir o sabonete.

Declarou o seguinte sobre a confissão de seu marqueteiro: "Se ele recebeu os US$ 4,5 milhões que diz que recebeu não foi da organização da minha campanha. Porque ele diz que recebeu isso em 2013. Como você sabe, a campanha começa em 2010 e, até o final do ano, ela é encerrada."

Súbito, Dilma jogou a sujeira na portaria do PT: "A partir do momento em que a campanha é encerrada, tudo que ficou pendente de pagamento passa a ser responsabilidade do partido. A minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se a dívida remanescente de 2010. Não é a mim que tem que perguntar isso. Com quem ele tratou isso foi com a tesouraria do PT, como disse o próprio Santana."

No depoimento que prestou a Sérgio Moro, juiz da Lava Jato, o marqueteiro de Dilma disse que 98% das campanhas eleitorais operam com dinheiro repassado por baixo da mesa. Afirmou que jamais conseguiu se livrar dessa prática. Significa dizer que manuseou dinheiro ilegal nas três campanhas presidenciais que ajudou o PT a vencer: Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014).

Ficou entendido que nenhum político pode atirar pedra nos outros, porque todos têm telhado de vidro. Verdade. No caso de Dilma, porém, as evidências são tão abundantes que ela tem não apenas telhado, mas janela, porta, terninho, blusa, e sapatos de vidro.
Herculano
28/07/2016 08:29
ORGANIZAR A BAGUNÇA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A crise econômica pode ter efeitos colaterais saudáveis. Como O GLOBO mostrou em reportagem recente, há boas indicações de que uma reforma política básica pode ser aprovada no Congresso, agora que a proibição de financiamento por empresas está em vigor e que os reflexos da retração da economia chegaram aos partidos.

Está sendo alcançado um consenso no Congresso para a aprovação de um projeto de emenda constitucional de autoria do senador Ricardo Ferraço, do PSDB, para a instituição da cláusula de barreira e o fim das coligações proporcionais. Com o apoio do presidente interino, Michel Temer, que ontem recebeu o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, e do novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, a PEC pode ser aprovada.

Pelos cálculos dos especialistas, as duas medidas teriam o efeito de reduzir radicalmente o número de partidos com atuação plena no Congresso. Mesmo que não fosse proibido, o financiamento de empresas estaria comprometido pela Lava- Jato e por seus filhotes, como a Custo Brasil, que flagrou a exploração do empréstimo consignado para financiamento de campanhas de graúdos petistas, como o ex- ministro Paulo Bernardo, indiciado pela Polícia Federal.

Sem ter para onde correr, os partidos mais relevantes descobriram que a verba do Fundo Partidário não pode ser desperdiçada com siglas de aluguel. Há no Congresso, em atividade parlamentar, 28 partidos, dos 35 existentes. O Fundo Partidário deste ano aumentou de R$ 311 milhões para R$ 819 milhões, já com a finalidade de suprir deficiências financeiras previstas com a nova legislação.

Mas o que torna a lei eleitoral incentivo para criação de partidos é que todos os legalizados pelo TSE têm direito a dividir igualmente 5% desse valor, o que quer dizer que todos receberão no mínimo mais de R$ 1 milhão este ano. A redução de partidos com condições de atuar no Congresso, de 35 para 10 a 12, viria acompanhada de lei que vetaria o financiamento oficial de partidos que não tivessem a votação mínima de 2% do eleitorado, espalhados no mínimo por 14 estados.

A partir de 2022, essa exigência de desempenho passaria a ser de 3% dos votos totais, mantendo- se o mínimo de 2% em cada um de 14 estados. Bem menos do que a legislação anterior, que foi invalidada pelo STF e exigia mínimo de 5% dos votos nacionais.

Prevaleceu na decisão do STF naquela ocasião a tese de que as cláusulas de barreira impedem a pluralidade partidária e seriam maléficas à democracia, e por isso mesmo inconstitucionais. Os políticos que defendiam a adoção dessas exigências para controlar a fragmentação partidária temiam que fossem conhecidas como "cláusulas de barreira" ou de "exclusão", pois pressentiam que a denominação poderia ser usada, como de fato foi, para classificar as regras de preconceituosas.

Cármen Lúcia, que presidirá o STF a partir de setembro, usou sempre a expressão "cláusula de exclusão", para dizer que, já pelo nome, não gostava da ideia.

Em termos gerais, a norma estabelecia que os partidos com menos de 5% dos votos nacionais não poderiam indicar titulares para as comissões, não teriam direito à liderança ou cargos na Mesa Diretora, bem como perderiam recursos do Fundo e ficariam com tempo restrito de propaganda eleitoral em rede nacional de rádio e televisão.

O parágrafo 7 º da proposição, diz Ferraço, expressamente garante aos eleitos por siglas que não alcançarem o funcionamento parlamentar o direito de participar de todos os atos inerentes ao exercício do mandato.

Na proposta atual do senador Ricardo Ferraço, os partidos que não atingirem o mínimo de votos poderão exercer todas as atividades parlamentares, menos receber o Fundo Partidário e o tempo de propaganda eleitoral gratuita, e seus representantes não poderão propor matérias constitucionais.

Os parlamentares de siglas sem a votação exigida poderão, se quiserem, trocar de legenda sem perder o mandato, mas não levam tempo de TV nem Fundo proporcional à votação. Os demais têm de permanecer nas siglas que os elegeram, pelo menos no mandato.

São medidas que ainda poderão ser mudadas no Congresso, mas que darão nova dinâmica à atuação parlamentar, tornando - a mais coerente com programas e projetos partidários.
Herculano
28/07/2016 08:27
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

A coluna Olhando a Maré, a mais lida, para desespero dos que fazem pressão, estará na edição desta sexta-feira da impressa do jornal mais antigo, de maior circulação e de maior credibilidade em Gaspar e Ilhota, o Cruzeiro do Vale, Acorda, Gaspar!
Herculano
28/07/2016 08:21
da série: o que Gaspar tem a ver com esta prática?

DO DESPISTE À DELAÇÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Incidem diretamente sobre a campanha eleitoral de Dilma Rousseff (PT) em 2010 - e, de forma indireta, sobre seu vice Michel Temer (PMDB)- os recentes depoimentos do marqueteiro João Santana e de sua mulher Mônica Moura ao juiz Sergio Moro nas investigações da Operação Lava Jato.

Depois de uma cortina de fumaça inicial, ao declararem que cerca de US$ 4,5 milhões em contas no exterior se originavam de serviços para candidatos em outros países, Santana e Moura convergiram em admitir que os recursos provinham do caixa dois petista.

A presidente afastada negou de pronto a existência de ilicitudes em sua contabilidade eleitoral. Diante de tantas comprovações de propinas e irregularidades em contratos com empreiteiras, é atitude mais propícia a suscitar cansaço do que a despertar maiores atenções por parte da opinião pública.

Ainda que de vasto perímetro, o círculo das investigações dá sinais de que começa a se fechar. Com contratos superfaturados, o dinheiro da Petrobras passa a empreiteiras que, por sua vez, transferem parte dele a operadores políticos, os quais remuneram regiamente, entre outros, especialistas em comunicação encarregados de perpetuá-los no poder.

Estabelecidos, aos poucos, os detalhes do esquema, aproxima-se a hora de um julgamento definitivo nos tribunais. É natural que o processo tome tempo; e, ainda que o desfecho demore, será o primeiro passo de roteiro mais extenso, que nada faz crer venha a se limitar só às ações de um ou dois partidos.

A esse propósito, não deixa de ser irônico o fato de partir de um marqueteiro - cujo ofício, afinal de contas, consiste em maquiar a realidade - uma consideração verdadeira sobre a crise política.

João Santana disse que 98% dos recursos utilizados em campanhas eleitorais proviriam do caixa dois. Uma fila "capaz de concorrer com a Muralha da China" poderia ser formada com figuras tão envolvidas quanto ele em práticas suspeitas.

Isso só não acontece, prosseguiu, porque o estariam tratando com excepcional rigor. Termina aqui, como se percebe, o flerte do comunicador com a veracidade.

As investigações sobre o marqueteiro número um do PT eram tão inevitáveis quanto as que, por exemplo, incidiram sobre os donos das maiores empreiteiras do país.

Seja como for, o mecanismo das delações premiadas haverá de facultar a Santana ampla oportunidade para inscrever muitos dos nomes na tal "Muralha da China", ora entesourados em sua memória ou seus arquivos pessoais.

Na prática, o velho hábito de inocentar-se afirmando que outros fizeram o mesmo mudou de figura com a delação premiada. Trata-se, agora, de detalhar o que antes se afirmava de modo genérico. De passar, enfim, da desconversa marqueteira para o campo, a ser esquadrinhado, da verdade factual.
Herculano
28/07/2016 07:54
ADMIRADORES DO TERROR COM AS BARBAS DE MOLHO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros.

Além do grupo preso na Operação Hashtag, a Polícia Federal monitora dezenas de outros brasileiros admiradores do grupo terrorista islâmico. Os candidatos a terroristas já não celebram nas redes sociais cada atentado cruel e covarde, mundo afora. Todos estão quietos, temendo a prisão. A PF é que comemorou, ontem, a prisão do terrorista sírio Jihad Ahmad Deyab, que sumiu do Uruguai e apareceu na Venezuela.

H?"SPEDE BOLIVARIANO
Preso em 2002 no Paquistão e levado a Guantánamo, Jihad Diyab ganhou asilo no Uruguai do ex-presidente José Mujica, em 2014.

FALSIFICADOR
Ligado ao grupo fundamentalista Osbat al-Ansar, Diyab é apontado pelos EUA como falsificador a serviço do terrorismo, e de "alto risco".

AQUI, NÃO P?"S OS PÉS
A PF acha que o terrorista sírio não passou pelo Brasil para chegar à Venezuela: ele teria sido preso tão logo entrasse em território brasileiro.

#OPERAÇÃOHASTAG
Os dois últimos brasileiros presos na Operação Hashtag foram levados ao presídio em Campo Grande, juntando-se aos outros dez terroristas.

TEMER AJUDA OLIMPÍADAS DESDE QUANDO ERA VICE
O governo não mudou, assumindo a responsabilidade pelos Jogos Rio 2016, como sugere a reunião convocada pelo chefe da Casa Civil, esta semana. Sempre foi assim. Mais interessado em escapar do impeachment do que nas Olimpíadas, o governo Dilma mantinha uma atitude desleixada, sem adotar providências como autorizar vistos ou o ingresso no País de equipamentos essenciais aos Jogos. Por isso, o Comitê Organizador Local recorria ao gabinete do vice Michel Temer.

PROVIDENCIAL
Vice à época, Michel Temer designou o amigo e auxiliar Rodrigo Rocha Loures para ajudar o Comitê Organizador a fazer o Planalto se mexer.

PEDALA
Os embaixadores Fred Arruda e Pompeu Andreucci, hoje no Planalto, ajudaram o Comitê Organizador a dar um "sacode" na turma de Dilma.

FIM DA INÉRCIA
Assumindo a presidência, Michel Temer rompeu a inércia do Planalto e deu ordens para nada faltar à organização dos Jogos Rio 2016.

NAS ALTURAS
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) voou mais que piloto de avião, e por nossa conta: foi o que mais gastou, no primeiro semestre, com passagens. Com 179 notas fiscais, pediu R$179,52 mil de reembolso.

MISERÊ NA PF
Cada agente da Polícia Federal receberá diária de apenas R$200 para atuar nos Jogos 2016. Com essa miséria, se não têm casas de parentes, nem sequer podem pagar um hotel decente.

DESTINO SELADO
Ex-presidente do Conselho de Ética, Ricardo Izar (PP-SP) diz que a votação aberta sela a cassação de Eduardo Cunha. Deputados temem pressão da opinião pública, especialmente em ano eleitoral.

NOVO ÂNIMO
O ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS) não está pessimista, anda até esperançoso nos rumos do PT nas eleições municipais. Para ele, o impeachment de Dilma "deu novo ânimo à militância".

BEIJOS MISTERIOSOS
Bomba nas redes sociais um vídeo em que Dilma manda beijos para um certo Marcelo. Não cita o sobrenome do destinatário de tanto afeto, mas seus adversários juram que seria Marcelo Odebrecht.

ADEUS, PARMALAT
Financiadora da super-equipe campeã do Palmeiras, a Parmalat se despede do Brasil melancolicamente. A Justiça do Trabalho vai leiloar, em agosto, seu complexo industrial em Santa Helena de Goiás, para pagar dívidas trabalhistas. Os bens estão avaliados em R$117 milhões.

CLIMA DE CONFIANÇA
O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) explica o motivo pelo qual o impeachment deve ser confirmado pelo Senado. "O clima de confiança volta com força a conviver com os brasileiros", afirma.

MANUAL DOS CANDIDATOS
O PSDB elaborou um manual para registro de candidaturas. A maior preocupação é que o registro será indeferido, mesmo sem impugnação, quando o candidato não atender a qualquer item previsto em lei.

PENSANDO BEM...
...o projeto que pune o "abuso de poder" deveria contemplar também políticos investigados que tentam intimidar juízes, promotores e delegados.
Herculano
28/07/2016 07:47
DADA A LARGADA. GASPAR JÁ TEM O PRIMEIRO CANDIDATO OFICIAL A PREFEITO: MARCELO DE SOUZA BRICK

Foi realizada ontem a noite a convenção do PSD de Gaspar. E nela, foi escolhido o vereador e ex-presidente da Câmara, Marcelo de Souza Brick como candidato oficial do partido.

Ele terá como vice, o atual presidente da Câmara, Giovânio Borges e que hoje está no PSB, vindo do PSD de Brick, partido onde estava filiado até dois meses atrás. Ou seja, ao eleitor pouco informado até parece que há dois partidos de siglas distintas como PSD e PSB, mas na verdade, é um só: PSD.

O PSB estava sendo dirigido em Gaspar por Tereza da Trindade (ex-PT, PP e PSD), ex-candidata a prefeita derrotada nas eleições passadas. Naquela época ela estava no mesmo partido de Brick, mas este não lhe deu apoio a sua candidatura. ficaram mágoas. O PSB foi "negociado" com a participação do PT, que articulou e elegeu Giovânio Borges para presidente da Câmara. Para deixar o PSB a Giovânio, Pedro Celso Zuchi, deu um cargo em comissão na prefeitura petista para Tereza da Trindade. Ela agora cuida agora do programa de combate a droga crack.

Outro dedo do PT na chapa de Brick está na coligação que ele fez com o Partido Comunista. O Partido Comunista trabalhou coligado com Pedro Celso Zuchi, durante sete anos. Na nominata de vereadores, também se nota participação de nomes ligados à atual administração petista, que recebeu na Câmara em alguns projetos, votos decisivos de Brick e Giovânio. Este dois fatos - a coligação com o Partido Comunista e a aproximação com a administração de Zuchi e Mariluci, desagradam sobremaneira e Brick quandos lembrados aqui com provas e nas redes sociais.

Brick foi o último a anunciar a sua pré candidatura e o primeiro a oficializá-la. Ele até tentou uma aproximação com o PMDB pedindo a vice que já estava reservada desde o ano passado ao PP.

O próximo a oficializar a candidatura a prefeito de Gaspar é o PT, no domingo. Vai homologar o ex-presidente do Samae e ex-secretário de Obras e Serviços Urbanos de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, Lovídio Carlos Bertoldi. Também no domingo, o PR deve oficializar o vice de Bertoldi, o médico Odilon Áscoli.
Pedro Eustáquio Oliveira
27/07/2016 21:31
Sr. Herculano

Pelo visto o número de pessoas presentes nas reuniões do pt é na sua maioria de comissionados, estão enganando a si próprios. Se depois de oito anos no poder não fizeram, não é agora que irão fazer, o Sr. não acha? Isso se a chapa conseguir se manter até o dia da eleição, pelo visto, com os crimes eleitorais que estão cometendo só irá sobrar duas chapas para a disputa eleitoral deste ano e se continuarem bobeando sobrará somente uma. Pelo visto a justiça eleitoral vai ter um trabalhão enorme nestas eleições. Tá sendo tudo gravado.
Herculano
27/07/2016 20:26
CANETA MÁGICA, por Vlady Oliver

O humor é a primeira coisa que essa gente esquerdosa trata de patrulhar

Sou obrigado a concordar que o melhor lançamento jornalístico de hoje não é um produto jornalístico; é uma brincadeira levada ao ar pelo facebuco. A "caneta desesquerdizadora" é uma iniciativa genial, disposta a mostrar como somos manipulados pelo eufemismo calhorda que ulula nas redações de hoje. Diversão garantida, o espaço é multidisciplinar, embora o grande alvo seja mesmo aquele jornal cheio de moscas, este sim um antro de esquerdistas em botão, gentinha politicamente correta e afins.

Sobra até para este elegante condomínio, devidamente desinfetado de tendências esquerdosas e outras febres de igual teor de circunstância. É óbvio que a coisa deve ser levada na brincadeira, coisa que esquerdista em geral não sabe fazer, pois o humor é a primeira coisa que essa gente trata de patrulhar, sempre que pode. Dos cassetas ao quase inofensivo Didi, não sobrou quase nada de humorismo no período em que durou essa nova intentona comunista nas terras da tanga e dos folguedos.

É claro que estou sendo irônico e saudosista, mas a grande maioria dos atuais "iluminados pelo progressismo barato de um Lula" não verão nada além daquilo que os leva a pedir o linchamento de um Monteiro Lobato. A caneta em questão é sim uma aula de jornalismo. Eu recomendo com todas as letras, especialmente as escritas a mão sobre a calhordice reinante em nossa imprensa atual. Aprecie com moderação.
Herculano
27/07/2016 19:55
QUEM TEM DINHEIRO E INFLUÊNCIA PARECE BRINCAR COM A JUSTIÇA.JUSTIÇA MANDA CACHOEIRA E OUTROS ALVOS DA OPERAÇÃO SAQUEADOR DE VOLTA À PRISÃO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. A Justiça do Rio decidiu na tarde desta quarta-feira, 27, mandar de volta à prisão o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, os empresários Adir Assad, Marcelo Abbud e Fernando Cavendish, dono da Delta, e Cláudio Abreu, funcionário da Delta. Os cinco foram presos na Operação Saqueador, que investiga supostos desvios de recursos de obras públicas, mas estavam cumprindo prisão domiciliar.

O julgamento do mérito do habeas corpus (HC) foi feito pela 1ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), formada pelos desembargadores federais André Fontes, Abel Gomes e Paulo Espírito Santo. Os acusados podem recorrer da decisão que confirmou a prisão preventiva no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A posição do TRF-2 foi por unanimidade.

"O País não suporta mais a corrupção, a violência e desvio de conduta das autoridades. Não suporta mais a impunidade. Tem que dar um basta", afirmou Espírito Santo, que também é presidente do TRF-2.

O desembargador Abel Gomes, relator do caso, foi favorável à manutenção da prisão preventiva. "É medida necessária para reafirmar preventivamente a ordem pública, amenizar a sensação de impunidade e reafirmar a credibilidade da Justiça".

A procuradora regional da República, Monica de Ré, defendeu no julgamento que a permanência dos acusados em liberdade representa risco de voltarem a praticar os crimes. A procuradora reivindicou ainda que os recursos "saqueados dos cofres públicos" deveriam ser devolvidos para "suprir o déficit do Estado do Rio de Janeiro".

"Permitir que (Cachoeira) fique em casa, com liberdade de articulação, é crença na redenção do ser humano, cuja vida é marcada por fatos ilícitos. Em casa, com tornozeleira, podem continuar a praticar delitos e a ação penal pode ser comprometida com a soltura deles", disse a procuradora.
Sidnei Luis Reinert
27/07/2016 12:25
O ESQUEMA REVELADO

Brasil 27.07.16 12:02
A revelação de que a campanha de Dilma Rousseff contratou uma empresa de fachada que subcontratou a empresa do assessor do tesoureiro da própria campanha é uma bomba atômica.

O Antagonista denunciou a atuação de Keffin Gracher há mais de um ano, mas nada foi feito. Além da 2k Comunicação, o assessor de Edinho abriu a Dialógica Comunicação, que também foi beneficiária de repasses diretos da campanha petista.

Releiam, por favor, o que publicamos:

Pixulequinho de Edinho

O inquérito que vai apurar as irregularidades na campanha de Dilma vai conter um capítulo sobre a Engevix, que doou R$ 1,5 milhão. O dinheiro entrou no dia 2 de outubro e no mesmo dia saiu para pagar fornecedores suspeitos ?" um deles é a Dialógica Comunicação.

A empresa pertence a Keffin Gracher, assessor especial de Edinho. A Dialógica foi criada em 2013 e fechada este ano, pouco antes da nomeação del. Na campanha do ano passado, ela embolsou R$ 1,5 milhão, dos quais R$ 420 mil foram pagos pelo próprio petista.

Pixulequinho de Edinho (2)

Além da campanha de Dilma, Keffin Gracher também emitiu notas para a campanha de Andrés Sanchez por meio de outra empresa: a 2K Comunicação, cujo endereço é uma humilde residência em Cachoeira Paulista.

A empresa foi aberta em maio de 2014, às vésperas da eleição.

A campanha de Sanchez já é alvo de inquérito no STF.

Pixulequinho de Edinho (3)

Ainda sobre Keffin Gracher: o assessor especial de Edinho Silva também foi auxiliar de Aloizio Mercadante. Hoje, Gracher está encarregado da nobre tarefa de administrar uma verba de R$ 30 milhões para publicidade oficial na internet.

http://www.oantagonista.com/posts/o-esquema-revelado-1b2118d2-01c1-42a1-8b94-b61ed709c6e8
Sidnei Luis Reinert
27/07/2016 12:21
Mandam os banqueiros e as bancas de Advocacia


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

No Brasil onde o terrorismo administrativo e tributário é uma lógica canalha contra quem trabalha e produz, dois segmentos ganham cada vez mais poder a partir da interinidade presidencial de Michel Temer. Os banqueiros e as grandes bancas de advocacia - que se tornam sócios em diversas operações e situações - começam a ditar as regras na economia. A aliança fortalece a estratégia capimunista rentista, nada original (sem trocadilho bancário), de aumentar impostos e usar o máximo de recursos que sejam públicos para auferir imensos lucros privados.

Pelo menos dois dos maiores bancos privados instalados aqui, Bradesco e Santander, já manifestam o interesse em administrar os R$ 300 bilhões do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. O objetivo é quebrar o monopólio da Caixa Econômica Federal na gestão do FGTS. Na onda de projetos prometidos na onda privatizante de Michel Temer, os banqueiros querem usar a grana da reserva legal dos trabalhadores em investimentos de longo prazo. A contrapartida do rentismo bancário para usar a montanha de grana seria remunerar melhor o FGTS. Atualmente, o recurso depositado no fundo rende 3% ao ano, mais a TR (Taxa Referencial de juros).

Se os banqueiros estão de olho no FGTS, e também na lucrativa cobrança terceirizada da dívida ativa da União, Estados e municípios, os grandes escritórios de advocacia - sócias dependentes do sistema financeiro e de seus rentistas - focam sua atenção na repatriação de recursos - não declarados ao fisco tupiniquim. Junto com banqueiros, a nata da banca de advocacia faz lobby pesado para alterar a lei que hoje permite a regularização de dinheiro depositado no exterior, porém não declarado à Receita Federal, desde que seu dono pague 15% de Imposto de Renda e 15% de multa.

Banqueiros e advogados pressionam Michel Temer para que o Imposto de Renda e a multa prevista pela lei de repatriação sejam aplicados apenas sobre saldos existente em 31 de dezembro de 2014 no exterior. A briga não será fácil, porque a Receita Federal exige que os tributos incidam sobre o valor total dos bens e recursos que os brasileiros já possuíram no exterior, incluindo os que foram gastos antes da data de corte do programa. Em tese, com a regularização, o dono da grana repatriada ficaria perdoado dos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsificação de dados.
Pressionado também por sua base aliada - que deve ter muitos parlamentares, financiadores deles ou laranjas precisando aderir ao programa bilionário de repatriação de grana -, Michel Temer deu sinal verde para as mudanças. O assunto será o tema principal de uma reunião agendada para esta quarta-feira entre o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles - que gostaria de deixar a lei do jeitinho que está.
O plano defendido por banqueiros, advogados e parlamentares é que o contribuinte em situação irregular não seja mais obrigado a pagar o imposto incidente sobre o total do patrimônio enviado ao exterior. Ele pagará apenas sobre o saldo existente até a data de alcance do programa, dezembro de 2014. Outra regrinha mágica é: se o contribuinte tiver gasto todo o dinheiro, o imposto não precisará mais ser pago. Apenas a multa. Os enrolados também querem garantir que possa entrar no programa de repatriação quem já é alvo de processo por deter recursos no exterior, mas ainda não condenado em última instância.
Herculano
27/07/2016 10:58
GUARDEM O CANGURU, por Rodrigo Craveiro, para o Correio Braziliense

De nada vai adiantar colocar um canguru na entrada da Vila Olímpica. Isso não vai satisfazer os australianos nem torná-los menos descontentes. A declaração do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, foi - para dizer o mínimo - insensata e infeliz. As Olimpíadas nem começaram e já damos uma lição ao mundo: a de que, no Brasil, o famoso "jeitinho" e a malemolência estão arraigados em nossos valores culturais. Talvez por isso estejamos a anos-luz de sermos uma nação desenvolvida e civilizada. Somos por demais descompromissados e temos a horrível mania de procrastinar tudo, na certeza de que, no fim, tudo dará certo, como que por milagre. Afinal, acreditamos que Deus é brasileiro.

Em nossa primeira participação como sede do maior evento esportivo do planeta, temos nos revelado péssimos anfitriões. Os apartamentos que deveriam abrigar as delegações estão "inabitáveis", de acordo com os próprios atletas. Fotografias divulgadas dos locais mostram imensas poças d"água, buracos nas paredes, fiações soltas. Em muitas unidades, faltam água e gás. O serviço de coleta de esgoto não funciona. A Suécia abandonou a Vila Olímpica, a Bielorrússia divulgou foto de janela encardida. Teve quem denunciasse até mesmo furtos dentro da Vila Olímpica.

As autoridades brasileiras mereceriam uma medalha da vergonha ante tanto desleixo. Como sempre, a corda arrebenta do lado mais fraco, e o síndico da Vila Olímpica será afastado. Pergunto: Paes, o governador do Rio ou outras autoridades não inspecionaram o local? Uma obra desse porte não deveria ser extremamente relevante para a imagem do Brasil e dos Jogos? Mais uma vez, somos expostos ao ridículo. Na semana passada, o "complô terrorista" anunciado pela Polícia Federal foi ironizado pela mídia internacional, que contestou a periculosidade dos 11 detidos e viu um bando de marmanjos conversando no WhatsApp e tentando comprar um fuzil em site do Paraguai.

Se tivéssemos devotado o mesmo zelo e rigor com a infraestrutura da Vila Olímpica, talvez não fôssemos alvos de tanto escracho. Talvez tivesse sido melhor que um ex-presidente guardasse para si a megalomania e não apoiasse com tanto entusiasmo a realização das Olimpíadas em solo brasileiro. Temos tantos problemas a resolver. Milhões de desempregados, crianças passando fome, violência desenfreada, inflação galopante, juros estratosféricos, escândalos de corrupção a torto e a direito. E queremos provar para o mundo algo ainda tão distante de nossa realidade. Os deuses do Parthenon devem estar corados de tanta vergonha.
Herculano
27/07/2016 10:55
ADEUS ÀS ILUSÕES, por José Nêumanne para o jornal O Estado de S. Paulo

Confissão do casal Santana desautoriza a versão de que Dilma é 'pessoalmente honesta'

Dilma, quem diria, logo dará adeus às ilusões. Nas campanhas eleitorais em que se elegeu e reelegeu graças aos préstimos de João Santana, inventor de patranhas, foi vendida por ele como a "gerentona" mais habilitada a pôr o País nos eixos e guiar a classe operária ao paraíso. Acusada de ter cometido crimes funcionais, o que está para interromper seu mandato, responde pela irresponsabilidade de, por culpa da roubalheira do partido que a adotou, o PT, ter gerado a quebradeira e o desemprego generalizados que condenaram a Nação às piores crises ética, econômica e política da História. E ela ainda se agarra à imagem de ser "pessoalmente honesta", que começa a desabar.

Por ironia da História, uma grave acusação foi feita por esse gênio da lorota de fancaria, cujo depoimento ao juiz Sergio Moro, da Operação Lava Jato, deu mais uma pista concreta de que, de fato, a campanha dela, que ele criou, produziu e dirigiu, foi financiada por dinheiro roubado, de propina de fornecedores da Petrobrás. A iminente homologação da delação premiada do mágico do marketing, de sua mulher, contadora e sócia, Mônica Moura, e de muitos executivos da empreiteira Odebrecht, entre os quais o presidente, Marcelo, prenuncia o fim do refrão com que Dilma enfrenta o impeachment: não levou vantagem financeira em nada nem tem conta em banco no exterior.

Para convencer policiais, procuradores e juiz, o marqueteiro, chamado de Patinhas na juventude pela fértil originalidade de letrista de música popular, na passagem de sucesso pelo jornalismo e na maturidade de publicitário milionário, decidiu abrir o bico como um "canário" da Máfia da Sicília em Chicago. E o faz de maneira cínica, idêntica à usada para inventar a torpe falsidade de um Brasil irreal de pleno emprego, redução da pobreza crônica e competente e honesta gestão dos recursos públicos. Tudo isso foi pago com o fruto do maior assalto desarmado aos cofres públicos da História, que levou à beira da falência a maior estatal do País.

Joãozinho Patinhas teve o desplante de confessar ao juiz que mentiu em depoimento anterior, após se entregar desembarcando do Caribe, "para não destruir a Presidência", uma aparente expressão de lealdade. Mas que, na verdade, continha, de um lado, o compromisso com a força-tarefa de comprometê-la. E, de outro, a ameaça de que se dispunha a "cantar", como um vil delator mafioso, que Dilma disse desprezar. "Eu, que ajudei de certa maneira a eleição dela, não seria a pessoa que iria destruir a Presidência, trazer um problema. Nessa época já iniciava o processo de impeachment, mas ainda não havia nada aberto, e sabia que isso poderia gerar um grave problema até para o próprio Brasil", depôs.
Herculano
27/07/2016 10:52
ADEUS ÀS ILUSÕES, por José Nêumanne, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

A primeira versão de "Tucano" (nome da cidade baiana onde ele nasceu, adotado como codinome nas planilhas do banco de propinas da Odebrecht) não se sustentava nas próprias pernas: segundo a narrativa, o dinheiro depositado em suas contas teria sido ganho em campanhas no exterior e o pago pelo PT foi sempre legal.

A história atual, endossada por Mônica Moura, é mais lógica: em 21 de julho, o casal admitiu ter recebido no caixa 2 US$ 4,5 milhões para quitar uma dívida da campanha de Dilma em 2010. Naquela mesma quinta-feira, o engenheiro Zwi Skornicki, tido pela força-tarefa da Lava Jato como operador de propina do esquema da Petrobrás (dito petrolão), contou ao juiz Sergio Moro ter depositado, de 2013 a 2014, em conta do casal no exterior US$ 4,5 milhões para saldar parte de uma dívida que o PT lhe ficou devendo durante a campanha.

O valor coincide, mas não o recurso ao "caixa 2", conversa mole de estelionatário confesso, que sempre doura a pílula, tentando desviar a acusação para alguma infração menor. Assim fazem quaisquer flagrados em crime mais grave. Deixo ao atento leitor a decisão sobre a quem dar fé: quem pagou ou quem recebeu a bolada?

Em matéria de cinismo, marqueteiro e "presidenta" se equivalem. O "Feira" dos registros da propina da Odebrecht se arvorou a dar lições de contabilidade fora da lei ao maior especialista em lavagem de dinheiro da Justiça brasileira. Ele disse que milhares, quiçá milhões, de políticos não prestam contas de campanhas corretamente à Justiça Eleitoral. Recorreu a metáforas dignas de sua imaginação: fariam uma fila de Brasília a Manaus, equivalente à Muralha da China, ficando aptos a ser fotografados por satélite. Seria mais persuasivo se delatasse pelo menos uma centena dentre os "98%" dos candidatos, que ele considera trapaceiros como ele.

Os exageros de João do milhão o qualificam como mestre da patroa em desfaçatez. Terá sido de sua lavra a explicação que Dilma deu para o fato de, como presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, ter autorizado a compra da refinaria de Pasadena à Astra Oil? Por que não ocorreu a ela, a conselho de sua protegida Graça Forster, exigir do ex-diretor internacional, Nestor Cerveró, relatório mais detalhado tecnicamente do que o que ela definiu como incompleto, antes de autorizar negócio lesivo ao patrimônio nacional?

Agora recorreu ao estilo de Lula, ao assegurar no Twitter: "Não autorizei pagamento de caixa 2 a ninguém. Se houve pagamento, não foi com meu conhecimento". Esse argumento é fátuo. O professor José Eduardo Martins Cardozo devia ter-lhe ensinado que, no caso, ela será acusada de ter-se beneficiado do dinheiro ilegal na campanha. À Rádio França Internacional Dilma disse que, feito dois anos após o pleito, o repasse não a atinge, omitindo que a propina pagou dívida contraída para a própria eleição.

A confissão de Santana, Mônica e Skornicki revela que o mantra profano dos partidos acusados ?" o de terem recebido doações legais e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ?" é mentiroso. Parte dessas doações se originou de propinas e as tidas como legais podem ter usado o TSE como lavanderia de dinheiro do furto.
Herculano
27/07/2016 10:49
ELEIÇÃO ATÍPICA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Acostumado nos últimos tempos ao ritmo de montanha-russa dos acontecimentos políticos, o Brasil assistirá neste ano a uma campanha eleitoral completamente diferente do habitual. A começar pelo acirramento dos ânimos do eleitorado, em decorrência dos escândalos e corrupção e do processo de impeachment contra Dilma Rousseff.

Fosse só a beligerância entre "nós" e "eles" (ou vice-versa) teríamos mais do mesmo vivido desde a última disputa presidencial. Este apenas garantirá o caráter nacional dos temas a serem debatidos nas capitais e grandes cidades. A novidade está em outros que vão distinguir das demais a eleição que escolherá prefeitos e vereadores no próximo dia 2 de outubro.

De onde, o imprevisível é a única certeza sobre o que ocorrerá num ambiente em que as empresas estão proibidas de financiar candidatos e o manejo do dinheiro "por fora" estará sob a estreita vigilância das autoridades e, por que não dizer, da sociedade.

Isso entre outras peculiaridades: redução do período de campanhas (de 90 para 45 dias), corte de dez dias na transmissão do horário eleitoral, ausência de estrelas do marketing, limite para participação de candidatos em debates, isolamento do PT por falta de parceiros dispostos a compartilhar o desgaste, ecos do processo de impeachment contra Dilma Rousseff, o PMDB na Presidência três décadas depois do governo José Sarney, investigações produzindo prisões nunca dantes imaginadas e empenho inédito dos maiores partidos numa reforma política que minimize o prejuízo da carência de recursos antes fartos por parte das empresas.

Agora acrescentemos a conjunção de fatores adversos: a crise econômica sem precedentes para duas gerações de brasileiros economicamente ativos, a radicalização das manifestações políticas na proporção direta da condenação à conduta dos políticos que leva ao aumento do descrédito na atividade e à falsa impressão de que existe alternativa boa ao sistema representativo. Esse tipo de cenário é terreno fértil para semeadura de ilusionistas de extrato populista e, não raro, pendores autoritários.

Temas muito complexos para uma simples eleição municipal? Podem até ser, mas são inevitáveis como consequência da conturbação em todos os setores e servirão como uma espécie de ensaio geral da disputa presidencial de 2018. Notadamente em relação ao financiamento das campanhas, restrito, pela nova regra, ao Fundo Partidário, à gratuidade (para os partidos) do horário eleitoral no rádio e na televisão e às doações de pessoas físicas, estas limitadas a 10% dos ganhos declarados no Imposto de Renda e ao teto de R$ 80 mil.

Antes mesmo do teste para saber qual o novo perfil das campanhas desprovidas dos costumeiros milhões, os maiores partidos já preparam a redução da concorrência na distribuição do dinheiro do Fundo e do tempo de televisão. O caminho seria a aprovação de emenda constitucional que impediria o acesso dos pequenos partidos a esses benefícios. A ideia seria reduzir para, no máximo, 12 as 35 legendas hoje existentes e barrar a criação de outras 29 que aguardam registro no Tribunal Superior Eleitoral.

Mas isso valeria apenas a partir de 2018. Neste ano, suas excelências vão ter que se virar. Para arrecadar e para convencer o exasperado eleitor sem a ajuda das miragens do marketing. Não por outro motivo que a escassez de recursos ?" sem falar na abundância de vigilância ?" está havendo desistência de candidatos que em outros tempos nada teriam a perder se mantendo na disputa. Por outra poderiam até ter a ganhar. Sobras de campanha. Eles e os respectivos partidos.

Gato comeu. E a tão prometida proposta de acabar com a reeleição? Nunca mais se ouviu falar.
Herculano
27/07/2016 07:59
TOMA QUE O APÊ É SEU, por Carlos Brickmann

Nada de estranho: você, caro leitor, não é dono de um imóvel; e, aproveitando a oportunidade que não existe, exige que os donos do imóvel que não é seu (e você proclamou que não é seu) lhe paguem por ele.

Pois é: Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, abriu processo contra a Bancoop, Cooperativa Habitacional dos Bancários, e a empreiteira OAS, pedindo que lhe paguem, "em parcela única e imediata", a quantia de R$ 300.817,37, referentes à cota de um apartamento no Edifício Solaris, no Guarujá - sim, sim, o mesmo do famoso triplex que mobilizou a Polícia Federal e o Judiciário.

Há algum tempo, na Europa, uma igreja cristã, situada ao lado de um prostíbulo, promovia rezas diárias (e em alto volume) contra as atividades do vizinho. E, claro, o volume das orações atrapalhava o movimento. Um dia, o prostíbulo foi destruído por um incêndio, e sua proprietária responsabilizou judicialmente as orações da igreja vizinha pelo problema, exigindo indenização. A igreja disse, na defesa, que as orações nada tinham a ver com o incêndio.

Este colunista não se lembra do resultado da disputa, mas nunca esqueceu uma frase do juiz: "Jamais imaginei julgar uma causa em que um prostíbulo culpe as preces do vizinho como causadoras de seu prejuízo; e a igreja afirmar que as orações não têm efeito nenhum".

BOI VOADOR

Andrea Matarazzo era o candidato de José Serra e Fernando Henrique Cardoso à Prefeitura paulistana. Perdeu as prévias para João Dória Jr., apoiado pelo governador Alckmin. Aí começou a geleia geral:
Andrea trocou o PSDB pelo PSD. Não gosta do cacique do PSD, Gilberto Kassab, e é correspondido. Apoiou Kassab para prefeito a pedido de Serra, amigo e aliado, e a pedido de Serra foi secretário de Kassab. Nesse período de aliança, nenhum deixou de falar mal do outro.

A candidatura de Andrea pelo PSD não decolou. Falou-se de aderir a Marta Suplicy e ser seu vice. Andrea rebateu: "É mais fácil uma vaca voar do que eu ser vice de Marta". Pois não é que a vaca voou? Andrea é vice de Marta, unindo também Serra, Fernando Henrique e Michel Temer.

A FARRA DO BOI VOADOR

Serra e Fernando Henrique continuam no PSDB, cujo candidato a prefeito é João Dória Jr., velho amigo e aliado, e apoiam Marta, do PMDB, antiga adversária dos tempos em que era a estrela do PT e foi prefeita (boa). Kassab foi vítima, na campanha em que enfrentou Marta e o PT, de todo tipo de ataques. Mas se aliou ao PT para criar o PSD, com a missão de esvaziar o PMDB (o que levou à crise que jogou o partido na oposição a Dilma e ao impeachment). E se aliou ao PMDB, que queria esvaziar, para derrubá-la, mantendo-se embora em seu ministério.
Herculano
27/07/2016 07:58
O BARATEIRO, por Carlos Brickmann

Lembra de Fernando Cavendish, da empreiteira Delta? Aquele da Festa dos Guardanapos, em Paris, com hotel fechado para seletos candidatos, como Sérgio Cabral, com mulheres exibindo as solas vermelhas de seus caros calçados Louboutin? Bem, Cavendish apresentou sua defesa no processo da Operação Saqueador, e disse que a Delta "foi responsável por uma economia milionária aos cofres públicos". Deve ter razão: uma economia tão grande que lhe deve ter permitido financiar a farra parisiense.

Sem essa economia, a conta da festa poderia cair no velho e bom Tesouro.

O BOM, O MAU E A MÁ

A economia está gostando do Governo Michel Temer: já se fazem previsões até de um pequeno crescimento no ano que vem. Mas a opinião pública está reticente: pesquisa Ipsos diz que apenas 16% querem que Temer continue na Presidência, enquanto 20% preferiam que Dilma estivesse no cargo. A maioria prefere algo que não está na Constituição: eleições presidenciais ainda neste ano, de preferência já em outubro.

TURISMO

Dilma diz que, se o impeachment for aprovado, vai repousar algum tempo fora do país, no Uruguai ou no Chile. São excelentes pontos turísticos, mas Dilma esquece os amigos: por que não Venezuela e Cuba?

ATENÇÃO

O processo contra a senadora Gleisi Hoffmann, do PT paranaense, será animadíssimo - e não apenas por Gleisi ser ministra e amiga de Dilma e esposa de outro político petista de importância, o ex-ministro Paulo Bernardo; mas por esbarrar no porto cubano de Mariel, construído pela Odebrecht e financiado pelo BNDES. Pode roubar as manchetes.

SINAL DE PERIGO

Só 37% dos alunos que acabaaram recentemente o ensino médio pensam em ir para a Universidade. O número de universitários no último ano caiu 22,4%. A maior parte culpa a crise, que os obriga a trabalhar mais cedo. Resolvem seu problema, mas o desenvolvimento do país fica para trás.
Herculano
27/07/2016 07:52
JOGOS OLÍMPICOS REDUZIRÃO O RITMO DA LAVA JATO, por Claudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A Operação Lava Jato, que aterroriza políticos corruptos, reduzirá seu ritmo durante os Jogos Rio 2016, entre os dias 5 e 21 de agosto. Nesse período, a prioridade do limitado contingente da Polícia Federal será a segurança do evento, diante da necessidade de impedir ações terroristas. Depoimentos de presos e investigados continuarão como previsto, mas novas operações só devem ocorrer em casos extremos.

DESCOLAMENTO
Delegados e agentes da PF foram deslocados de Curitiba para Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo, durante os Jogos Rio 2016.

REBORDOSA
Os investigados não perdem por esperar: a retomada das operações, dizem fontes ligadas à Lava Jato, será em grande estilo.

PÂNICO
Apesar das afirmações tranquilizadoras do ministro Alexandre de Moraes (Justiça), o governo está todo mobilizado no combate ao terror.

PREOCUPAÇÃO
A ordem de não medir esforços para impedir atentados terroristas foi do próprio presidente Michel Temer.

INDICADO TENTA, SEM ÊXITO, DESCOLAR-SE DE RENAN
O deputado Marx Beltrão (PMDB-AL) fez chegar ao Planalto que não tem "qualquer relação" com o correligionário Renan Calheiros, chefe do partido em Alagoas, que o indicou ao Ministério do Turismo. Ninguém acreditou nisso no governo, assim como não acredita na afirmação do presidente do Senado, rei dessa prática, de que fazer indicações para o Poder Executivo seria "incompatível" a integrantes do Legislativo.

O INCOMPATÍVEL
Apesar da "incompatibilidade" que agora alega, Renan Calheiros foi quem indicou Vinícius Lages para o mesmo cargo, no governo Dilma.

INC?"MODO
Marx Beltrão adora ser cotado para ministro do Turismo, incomodando-se com a relutância de Michel Temer de confirmá-lo no cargo.

RELUTÂNCIA
O governo teme que Marx Beltrão seja associado a fatos negativos, após a nomeação, e espera que Calheiros assuma que o indicou.

MADRE SUPERIORA
Lula disse a aliados que a afilhada política Dilma Rousseff tem muito mais a perder que ele, na delação do marqueteiro João Santana. Ele se irrita com a pose que Dilma faz de madre superiora visitando o bordel.

PROPAGANDA, NÃO
O terror islâmico se alimenta da propaganda, por isso, pela mesma razão que não cita o nome da organização criminosa que controla presídios, o portal DiariodoPoder.com.br decidiu não mencionar mais o grupo terrorista que chegou também ao Brasil disposto a fazer o mal.

ATITUDE M?"RBIDA
A agência de notícias governamental, controlada por petistas, tentou transformar em fato negativo, ontem, o gesto-família do presidente Michel Temer de ir buscar o filho ao final do seu primeiro dia de aula.

GANÂNCIA BURRA
A ganância por uns trocados a mais fez o governo do Distrito Federal cancelar um desconto concedido a companhias aéreas no ICMS do querosene de aviação, cobrando multas e juros. Isso afugentou quase todos os voos internacionais de Brasília. Pior para a cidade.

CUSTO PB
Indiciado pela PF pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção passiva, por supostamente aceitar suborno, o petista Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma, se condenado, pode pegar até 12 anos.

MUDANÇA NA APEX
O diplomata Roberto Jaguaribe, presidente da Apex, redirecionou o processo de compras dessa agência de promoção de exportações para embaixadas. Servidores temem "esvaziamento".

?"TIMA INICIATIVA
O presidente do Tribunal de Justiça do DF, desembargador Mário Machado, autorizou contratar sentenciados dos regimes aberto, semi-aberto etc para trabalhar no protocolo judicial integrado (drive-thru), por meio da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso do DF.

ASSÉDIO MORAL
Leitor da coluna denuncia assédio do Itaú, que há duas semanas faz ligações de cobranças diárias e insistentes, sem se identificar. E o pior: o leitor nem sequer tem dívida junto ao banco. Agora vai à Justiça.

PENSANDO BEM...
...ninguém lamentou a decisão de Dilma e Lula de não comparecerem à abertura dos Jogos Rio 2016, exceto pelas vaias recolhidas.
Herculano
27/07/2016 07:43
VIVER DE ILUSÕES, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Já era tempo de os políticos aprenderem que jogadas de marketing gratuitas são contraproducentes, pelo menos num momento como o país vive, com alta taxa de desemprego, que não deve decrescer tão cedo, e um índice resiliente de inflação. Pois não é que o presidente interino, Michel Temer, resolveu usar a família para um golpe publicitário, e foi buscar o filho na escola, cercado de assessores e seguranças, e avisou a imprensa?

Oresultado foi um tumulto na frente da escola em Brasília, e um frustrado movimento para "humanizar" a imagem do presidente interino, que serviu apenas para mostrá-lo como político do velho estilo, que não recusa um papel desses para parecer bom pai.

Um exemplo de político moderno, que não teve nenhum acidente desses nos quase oito anos de mandato, é o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Não se ouve falar de um escândalo familiar dos ocupantes da Casa Branca, as filhas e a mulher Michelle estão sempre na mídia, mas de maneira bastante discreta e natural.

O ponto crucial está aí, na naturalidade dos atos e dos gestos cotidianos. Se, como ele mesmo admitiu aos jornalistas, somente ontem iria à escola buscar Michelzinho, para que então quis chamar a atenção para um ato completamente fora de sua rotina diária?

Qual o significado de ir buscar o filho diante das câmeras, se esse não é um ato cotidiano seu? É igual a chamar a imprensa para acompanhá-lo andando de ônibus, ou de trem, para ir a algum lugar. Se não pode repetir o gesto naturalmente no dia a dia, como fazem os ministros suecos, por que chamar a atenção para um fato anormal como se ele representasse um hábito de circular entre os populares, ou mesmo entre os pais dos coleguinhas de seu filho?

Será que a prisão do marqueteiro João Santana não quer dizer nada para os políticos brasileiros? Ninguém entendeu ainda que criar mundos fantasiosos que escondem as mazelas nacionais já não é aceitável num país que está mudando muito, apesar dos pesares?

O caso da Olimpíada é exemplar, a começar pela tentativa de autoridades locais de naturalizar os problemas, como se eles não pudessem ser evitados. Eles são a explicitação da má gestão do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), mas ninguém quer admitir as falhas.

Da mesma maneira, nenhum dos ex-presidentes brasileiros está disposto a aparecer na tribuna de honra do Maracanã na cerimônia de abertura. Deixaram a vaia, quase certa, para Michel Temer.

A presidente afastada, Dilma Rousseff, arranjou uma boa desculpa: diz que não quer aparecer em lugar secundário num evento que ela e o ex-presidente Lula ajudaram a trazer para o Brasil. Também o ex-governador Sérgio Cabral, outro responsável pelo evento, não deve aparecer por lá.

Somente Temer e o prefeito Eduardo Paes, por dever de ofício, vão se expor às vaias, que sem dúvida são apartidárias nesta polarização política que domina o país. Esses são sinais de nossa decadência política, que gera decisões populistas como trazer a Copa do Mundo e a Olimpíada para o país, sem que tivéssemos condições de promover esses eventos internacionais.

Construir o básico do país em todos os setores deveria ser nossa prioridade, e não viver de criar ilusões, que um dia se esfacelam diante da realidade. Pode até ser que, assim como aconteceu na Copa, os dias de competição corram sem problemas. Mas, até agora, os percalços foram muitos para receber as delegações estrangeiras com um mínimo de condições.

O que importa mesmo para o país é o depois desses megaeventos, mais que o seu decorrer, que pode transcorrer isento de transtornos (se Deus quiser). Os elefantes brancos que ficam pelo caminho, como os estádios de futebol vazios e o campo de golfe "popular", é que são elas.
Herculano
27/07/2016 07:39
TEMER DISCUTE A REDUÇÃO DO NÚMERO DE PARTIDOS, por Josias de Souza

Michel Temer cavou um espaço na sua agenda para discutir a redução do número de partidos políticos no Brasil. Receberá às 17h desta quinta-feira (28) o senador tucano Ricardo Ferraço (ES). Ele apresentou, em coautoria com o colega Aécio Neves (MG), presidente do PSDB, proposta de emenda constitucional que cria barreiras para o acesso dos partidos às verbas públicas do Fundo Partidário e à vitrine eletrônica da propaganda no rádio e na tevê (íntegra aqui). O texto condiciona a obtenção desses benefícios ao desempenho das legendas nas urnas.

Para ter representação no Congresso, um partido precisaria obter pelo menos 2% dos votos válidos nas eleições de 2018. Exige-se que a votação esteja distribuída em pelo menos 14 Estados. A exigência sobe para 3% dos votos válidos a partir das eleições de 2022. Abaixo desses patamares, a legenda ficaria de fora do Congresso. Sem funcionamento parlamentar, seria excluída também do rateio das verbas do Fundo Partidário e do tempo de rádio e tevê.

Hoje, há no Brasil 35 partidos com autorização do Tribunal Superior Eleitoral para funcionar. Desse total, 28 possuem representação no Congresso. Para 2016, os congressistas aprovaram um Fundo Partidário com anabolizante. Engordou de R$ 311 milhões para R$ 819 milhões. Pelas regras atuais, 5% desse valor são distribuídos em partes iguais para todas as legendas, mesmo as que não têm assento no Congresso. Um acinte. Os outros 95% são rateados entre as siglas na proporção dos votos obtidos na última eleição para a Câmara dos Deputados.

Ferraço estima que a aprovação de sua proposta reduzirá a menos da metade a quantidade de siglas no Congresso ?""algo entre 10 e 12 partidos, no máximo". Crítico da profusão indiscriminada de legendas, Temer é simpático à proposta. O novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comprometeu-se com Aécio Neves em apoiar a emenda. Tenta-se obter o mesmo compromisso de Renan Calheiros, mandachuva do Senado.

"O sistema partidário brasileiro faliu, está carcomido e esgotado", afirma Ferraço. "Temos agora, em 2016, um elemento muito pragmático para estimular a reflexão. Na eleição municipal, os partidos estão proibidos de receber apoio financeiro de empresas. O Fundo Partidário passa a ter uma importância enorme. Do modo como funciona hoje, partido virou um megócio. O sujeito monta um partido e, na sequência, abre uma mesa de negociação para partilhar o Fundo Partidário e vender o tempo de propaganda no rádio e na tevê. Isso é uma esculhambação completa."

A proposta de emenda constitucional de Ferraço e Aécio mexe em outros dois vespeiros: cria mecanismos que inibem o troca-troca de partidos e proíbe as coligações partidárias em eleições para o Legislativo. Prevê que os políticos que se elegerem a partir das eleições de 2016 e 2018 perderão os respectivos mandatos se trocarem de partido. Políticos que se elegerem por partidos que não consigam superar a cláusula de barreira prevista na proposta poderão trocar de legenda sem sofrer sanções.

Quanto à proibição de coligações partidárias nas eleições legislativas (vereadores, deputados estaduais e federais), a regra só passaria a vigorar a partir do pleito de 2022. As coligações continuariam permitidas nas eleições majoritárias (presidente, governadores, senadores e prefeitos).

A limitação do número de partidos tornou-se um imperativo no Brasil. Em nenhum outro país do mundo políticos e eleitores têm tanta opção partidária. O sujeito pode ser de esquerda, de centro esquerda, de meia esquerda, de um quarto de esquerda, de três quartos de esquerda, de direita responsável, de extrema direita, de direita disfarçada ou de direita da linha Bolsonaro? Não importa a ideologia do cidadão. Ele sempre encontra um partido feito sob medida. Além das 35 legendas existentes, há outras três dezenas aguardam pela emissão da certidão de nascimento na fila do cartório da Justiça Eleitoral.
Herculano
27/07/2016 07:36

PRECISAREMOS DE ANOS DE TRABALHO PARA CORRIGIR OS ESTRAGOS DE DILMA, por Alexandre Schwartsman, economista, professor, e ex-diretor do Banco Central, para o jornal Folha de S. Paulo
Precisaremos de anos de trabalho para corrigir os estragos de Dilma

A proposta de criação do teto para as despesas federais é a principal iniciativa do governo na área fiscal. É também a única iniciativa do governo na área fiscal, mas seria a principal mesmo se houvesse outras. A razão é simples: há mais de duas décadas os gastos do governo vêm crescendo a um ritmo de 6% ao ano acima da inflação.

Como o PIB não cresce (nem crescerá) à mesma taxa, a tendência é que a despesa ocupe um pedaço crescente do produto. Assim, em 1997 o gasto equivalia a 14% do PIB; já em 2016 deve atingir 20% do PIB. Se esse ritmo for mantido pelos próximos dez anos, adicionaremos algo como 3% do PIB ao dispêndio federal. Tem, portanto, razão o ministro da Fazenda ao afirmar que, "se não for aprovado o teto dos gastos de despesas (...), só resta aumentar imposto (sic)".

Há, claro, quem defenda essa alternativa, mas não parecem se dar conta das consequências. O Brasil já apresenta uma das maiores cargas tributárias entre países com renda média (é o 25º no ranking de carga tributária, mas apenas 68º em renda per capita ).

Além disso, ela é extraordinariamente complexa: segundo o Banco Mundial, uma empresa brasileira típica requer 2.600 homens-hora/ano dedicados à tarefa de pagar impostos, algo como duas vezes e meia mais do que na Bolívia (a segunda colocada), ou quase 15 vezes mais do que a média dos países da OCDE. Podemos até enveredar por essa via, mas à custa de maior ineficiência e crescimento ainda mais baixo.

O caminho passa, pois, pela contenção das despesas. Em tese, valendo a regra do teto, inverteríamos a dinâmica das últimas décadas: o gasto passaria a crescer menos do que o PIB, em algum momento levando ao ressurgimento dos superavit primários. Mais à frente esses chegariam ao valor necessário para conter a elevação persistente da dívida pública e o país retornaria a uma rota de sustentabilidade fiscal, condição necessária (ainda que não suficiente) para o crescimento mais forte.

Mesmo, porém, que o teto funcione a contento, resta ainda saber quanto tempo seria necessário para que esse cenário de sonho se tornasse realidade. Obviamente há muitas variáveis envolvidas nessa resposta, como o crescimento da economia nos próximos anos, a taxa real de juros e a resposta das receitas do governo ao ciclo econômico, assim como o sucesso das iniciativas de concessões e privatizações.

Contudo, por mais complexa que seja a interação dessas variáveis, é possível simular diversos cenários para termos uma noção de como se comportaria o endividamento do governo partindo de diferentes premissas acerca do crescimento, juros etc. A conclusão, seja das simulações que fiz, seja das realizadas por outros economistas (seguindo metodologias bastante similares), é que a estabilização da dívida demandaria, no mínimo, de 4 a 6 anos, avançando sobre pelo menos mais um mandato presidencial.

A essas dificuldades somam-se os problemas de fazer o teto funcionar sem a reforma da Previdência, que adiariam ainda mais o horizonte de controle da dívida, conforme explorado recentemente por Cassiana Fernandez e Cristiano Souza.

Tivemos a chance de tratar disso já em 2005, mas havia Dilma Rousseff no meio do caminho. Agora precisaremos de anos de trabalho para corrigir os estragos; se os corrigirmos...
Herculano
27/07/2016 07:17
MEIRELLES USOU O TRUQUE DE JOGAR NO PAÍS RESPONSABILIDADES DE PESSOAS, por Elio Gsaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Outro dia o doutor Henrique Meirelles disse que, se o projeto de limitação dos gastos públicos não for aprovado, "o Brasil terá feito uma opção errada, grave".

"Brasil", quem, cara pálida? Se o projeto não for aprovado, os deputados e senadores terão feito uma opção errada, grave. Como o presidente Michel Temer não quer briga com o Congresso, seu ministro da Fazenda diz que o erro será do Brasil. Comporta-se como se fosse um banqueiro nascido no Afeganistão e fizesse parte de um governo presidido por um líbio.

Meirelles sabe que o governo terá dificuldades para votar o teto das despesas públicas, mas tudo indica que prevalecerá. Para a reforma da Previdência e para mudanças nas relações trabalhistas as dificuldades serão enormes. O ministro e o presidente teriam o caminho da exposição e do confronto com os adversários dessas mudanças. Boa parte desses adversários está na bancada de apoio do presidente, que se aposentou aos 55 anos como procurador do Estado de São Paulo, categoria beneficiada por penduricalhos que a maioria dos trabalhadores brasileiros nunca viu.

Pelo andar da carruagem, se Temer não conseguir fazer as reforma que defende, "o Brasil" terá feito opções erradas e, então, como o próprio Meirelles reitera, virão novos impostos. Como será impossível cobrar esses impostos do "Brasil", a conta vai para os brasileiros.

Falar mal do Brasil e dos brasileiros é um velho hábito, comum tanto ao andar de cima quanto ao de baixo. As referencias astuciosamente derrogatórias do Brasil apresentam-se com disfarces. Em alguns casos, como no de Meirelles, se algo de errado acontecer, terá sido uma opção do Brasil e não dos bípedes que estão no Congresso. Há também expressões marotas, como "só no Brasil" ou "brasileiro tem mania de...". Sempre que uma pessoa fala dos maus modos desses brasileiros fica entendido que nada tem a ver com eles. O "brasileiro" é sempre o outro.

Atualmente uma banda nacional cavalga o que teria sido uma demonstração da falta de critério dos brasileiros: os 54 milhões de votos dados a Dilma Rousseff (com Temer na vice). Durante a ditadura, essa banda demófoba prevaleceu e as eleições diretas foram canceladas. Em 1969, o presidente Costa e Silva teve uma isquemia cerebral, o vice foi defenestrado e os generais descobriram que não sabiam montar um sistema racional para escolher seu substituto.

Ganha uma viagem de ida ao Quênia quem souber como foi escolhido o general Médici.

Pode-se admitir que a política de Pindorama está contaminada por ladrões e palhaços, mas enquanto as coisas pioram lá fora, aqui as coisas estão melhorando. Em novembro, o eleitor americano, que há quatro anos escolheu entre Obama e Mitt Romney, terá no menu
Donald Trump e Hillary Clinton.

O hábito de deixar mal o próprio país para disfarçar algum preconceito é amplo e irrestrito. Franceses e italianos adoram falar mal de seus países. O general De Gaulle dizia que não era possível se governar um país que tinha 258 tipos de queijos. Benito Mussolini garantia que governar a Itália era fácil, porém inútil. Há um país fora dessa regra: nenhum americano fala mal dos Estados Unidos. A frase de Meirelles seria impossível em Washington.
Rui Barbosa
26/07/2016 23:29
Ta não são eles os primeiros da pesquisa? Agora se diz morador do Bairro Santa Terezinha não sabe nem o nome da rua que mora! não conseguiu encher todos os bancos da reunião no bairro! Gaspar acordou
Mariazinha Beata
26/07/2016 18:48
Seu Herculano;

Lendo, CAMPANHAS FRANCISCANAS, de Hélio Schwartsman, me lembrei de Jandira Feghalli, deputada comunista que recebeu R$450mil da empreiteira Queiróz Galvão e agora é contra.
Que fofa!!!
Bye, bye!



Erva Daninha
26/07/2016 18:18
Olá, Herculano

"A ex-primeira-dama Marisa Leticia da Silva ajuizou uma ação na Justiça de São Paulo contra a empreiteira OAS e a cooperativa Bancoop em que pede o ressarcimento de R$ 301 mil."

Que mulher sem vergonha!
Ella que vá para aquele lugar onde mandou os coxinhas enfiarem as panelas.
Sidnei Luis Reinert
26/07/2016 16:46
banqueira mais poderosa do mundo acabará atrás das grades junto com Janet Yellen?

Paris: Christine Lagarde é provável para evitar pena de prisão e manter seu trabalho como chefe do Fundo Monetário Internacional depois que ela foi condenada a ser julgado em França por acusações que carregam um potencial prisão.

http://www.smh.com.au/world/lagarde-likely-to-avoid-jail-time-keep-imf-job-20160723-gqc5wg.html
Herculano
26/07/2016 14:50
ESSE PESSOAL DO PT É CAPAZ DE TUDO. FRAUDAR PROVAS E LITIGAR DE MÁ FÉ NA JUSTIÇA PARA SE SAFAR DE RESPONSABILIDADE E PUNIÇÃO, ALÉM DE COLOCAR A CULPA NOS OUTROS E COM ISSO AINDA LEVAR E CONTAR VANTAGENS, SÃO MARCAS IMPRESSAS EM MUITOS ATOS DA CAUSA. VEJA ESTA. MARISA LETÍCIA PEDE RESSARCIMENTO DE R$301 MIL,E À VISTA POR IMOVEL DO GUARUJÁ, QUE PROMOTORES PÚBLICOS E POLÍCIA FEDERAL DIZEM SER DA FAMÍLIA LULA POR DOAÇÃO, ROLOS E MELHORIAS DE EMPREITEIRAS

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. A ex-primeira-dama Marisa Leticia da Silva ajuizou uma ação na Justiça de São Paulo contra a empreiteira OAS e a cooperativa Bancoop em que pede o ressarcimento de R$ 301 mil.

Marisa, mulher do ex-presidente Lula, argumenta que pagou ao longo de quatro anos parcelas de um apartamento no condomínio Solaris, em Guarujá, e que, como desistiu da compra, tem direito a receber de volta o valor corrigido.

O apartamento é investigado na Operação Lava Jato, que apura se a OAS beneficiou o ex-presidente Lula ao bancar reformas por conta própria em uma das unidades do condomínio.

A defesa de Lula vem sustentando desde o início do ano que ele nunca foi dono de uma unidade no prédio, desistiu da compra e não foi favorecido pela empreiteira.

O prédio era de responsabilidade da Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários), que, em crise financeira, repassou a edificação para a OAS em 2009.

Os advogados da ex-primeira-dama dizem ter pedido formalmente a restituição dos valores em novembro de 2015 e que, desde então, a Bancoop não deu qualquer resposta. A OAS, argumentam, é a corresponsável. Os R$ 301 mil correspondem aos valores pagos na década passada atualizados.

Em março deste ano, o Ministério Público de São Paulo denunciou Lula sob acusação de ocultação de patrimônio, lavagem e falsidade ideológica no caso do edifício Solaris.

A denúncia, que envolvia outras 15 pessoas, acabou repassada ao juiz federal Sergio Moro, que comanda a Lava Jato na primeira instância. A investigação do caso no Paraná ainda não foi encerrada.
Herculano
26/07/2016 14:31
A BOCA, BUSCH E TRUMP, por Arnaldo Jabor, para o jornal o Globo

Parte 1

Vivemos um suspense histórico, uma situação de trágicos conflitos descentralizados no mundo todo, principalmente no Oriente Médio. Como isso começou? Alguma coisa ou alguém deflagrou este tempo. Na minha opinião, foi o George W. Bush, nossa besta do apocalipse.

Ele é culpado por tudo que acontece no mundo atual e ninguém fala nele. Bush está pintando quadros em sua fazenda do Texas, enquanto o mundo que ele armou se destroça.

Finalmente, depois de 13 anos dessa vergonha, a Comissão de Crimes de Guerra de Kuala Lumpur, na Malásia, julgou e condenou Bush e Cheney por crimes de guerra. Isso.

Claro que não há quem prenda o nefasto elemento. Mas, já é um consolo.

Tudo começou com a absurda invasão do Iraque em 2003.

A invasão do Iraque foi um erro tão grave quanto, digamos, atacar o México por causa do bombardeio a Pearl Harbor em 1941. Aconselhado por seu vice-papai Dick Cheney ?" um dos piores ratos da América ?", Bush mentiu que o Iraque tinha "armas de destruição em massa".

A partir daí, Bush continuou a construir nosso futuro apavorante. Ele não era um Hitler nem um Mussolini, com seus dogmas psicóticos. Ele era a estupidez destrutiva, com trapalhadas trágicas que não tinham a obstinação sangrenta de loucos, mas a desorientação porra-louca de um bêbado boçal.

A partir daí o mundo entrou numa ciranda de horrores. Eu estava lá nos Estados Unidos e vi. Parece loucura, mas tudo começou quando Bill Clinton teve um caso com Monica Lewinsky, aquela estagiária gorda de Washington. Monica fez-lhe um boquete na cozinha da Casa Branca, entre pizzas, enquanto a Hillary dormia. Ela denunciou-o e Clinton, encurralado, mentiu na TV, declarando que nunca tivera relações sexuais com Monica. Mas ela guardara um vestido marcado por esperma do presidente, cujo DNA provava sua atuação. Vexame total para Clinton e quase um impeachment.

Aí, o Al Gore, candidato democrata contra o Bush, ficou com medo de defender o Clinton na campanha, para não ser considerado cúmplice de adultério até por sua esposa. Gore medrou.

E Bush foi eleito. Foi nessa época que a direita republicana mais degenerada começou a se articular.

Bush foi o pior presidente americano de todos os tempos, uma espécie de Forrest Gump no poder, ignorante e alcoólatra.
Herculano
26/07/2016 14:30
A BOCA, BUSCH E TRUMP, por Arnaldo Jabor, para o jornal o Globo

Parte 2

Até que um dia, para seu azar e sorte, o Osama Bin Laden derrubou as torres gêmeas no evento mais espantoso do século 21 (até agora...) e deflorou os Estados Unidos, nunca atacados dentro de casa. Não me esqueço da cara do Bush quando lhe contaram no ouvido a tragédia, enquanto ele dava uma palestra para meninos de um colégio. A cara do Bush foi de gesso, paralisada, sem uma rala emoção, sob o olhar das criancinhas em volta. A partir daí, a América quis vingança. Bush virou o "presidente de guerra" comandando a paranoia americana. Bush veio para acabar com todas as conquistas liberais dos anos 60. Só faltava um pretexto; Osama deu-o.

Aí, Bush e Dick Cheney, seu vice, derrubaram o Saddam Hussein, um ditador sunita escroto, mas que servia ao menos para segurar o Oriente Médio com sua intrincada geopolítica fanática e religiosa. No Oriente, o ódio ancestral contra os USA cresceu como nunca. Isso fortaleceu não só a Al Qaeda como seus filhotes e os homens-bomba floresceram como papoulas, iniciando a série de atentados em Espanha, Inglaterra, Índia, Bali, Boston, Paris e outros que vieram e virão. Errando sempre, Bush cumpriu todos os desejos de Osama, como um lugar-tenente burro. Essa invasão absurda estimulou o terrorismo. Osama morreu, mas sua obra foi bem-sucedida. Bush legitimou-o para sempre. Amigos, esta é a verdade brutal: a gênese do Estado Islâmico está na invasão do Iraque pelos Estados Unidos.

A América jogou dois trilhões de dólares no Iraque para uma guerra sem vitórias, porque os inimigos eram e são invisíveis. Mataram milhares de americanos jovens e arrasaram um país que hoje já é dominado pelo Estado Islâmico, perto do qual a Al Qaeda é uma ONG beneficente. Somouse a essa (perdão...) cagada a crise econômica de 2008, provocada pela desregulação total das finanças de Wall Street por Bush, precedido erradamente por Clinton.

E por essas linhas tortas, surgiu o Trump, essa ameaça à humanidade. Como? Eu chego lá...

A globalização da economia e da política ?" inevitável com a mutação do capitalismo ?" trouxe uma obrigatória convivência com o "incontrolável", trouxe o fim de certezas, trouxe uma relativização de valores morais, sexuais, políticos, insuportáveis para a grande massa da estupidez americana endêmica. A paranoia da América não podia suportar tanta democracia. O fim das certezas enlouqueceu o absolutismo fundamentalista cristão.

Depois começou a era que chamávamos de Primavera Árabe ?" ridícula ilusão do Ocidente de que os árabes estavam obcecados pela democracia dos Estados Unidos... Rs rs rs...

Obama conseguiu então matar o Osama e foi reeleito.

Mas, a morte de Osama no Paquistão indispôs mais ainda o Oriente Médio contra nós e fragilizou a liderança dos Estados Unidos como potência. Daí, tudo andou para trás: Irã, Egito, Líbia, guerra da Síria contra seu povo, apoiada claro, pela China e, oba!, pela Rússia da KGB. E hoje estamos nessa briga de foice em quarto escuro, estamos na véspera de novos horrores que não param de acontecer, agora com a terceirização do terror, com o EI oferecendo franquias para os lobos solitários do Ocidente.

Se não tivessem invadido o Iraque, o mundo seria outro. Mas o "se" não existe na História. Foi o que foi. A história é intempestiva e ilógica e as tentativas de dominá-la em geral dão em totalitarismo e ditaduras. A pior estrada foi tomada, como um fim de porre do texano fraco e incompetente.

É espantoso o mal que a estupidez de um só homem pode provocar no planeta.

Mas, afinal, pergunta o leitor, que que o Trump tem a ver com isso?

É simples; ele nasceu da boca de Monica Lewinsky, em 1997, durante aquele devastador "boquete" que mudou o mundo. E que pode destruí-lo, um dia.
Sujiro Fuji
26/07/2016 13:58
O jornalista Paulo Francis chamava Eduardo Suplyci
de Mogadon (o princípio ativo deste remédio é Nitrazepan - esquizofrenia).
Devia ter seus motivos.
Anônimo disse:
26/07/2016 13:16
Herculano;

PENSANDO BEM - Cláudio Humberto
"De todas as prisões de políticos e ex-políticos nos últimos anos, a de Eduardo Suplicy, ontem, foi a mais light."

Li no O Antagonista, que ele apenas feriu de raspão o chifre esquerdo.
Sidnei Luis Reinert
26/07/2016 12:12
Desejos dos brasileiros: Lula preso e menos impostos


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Diferentes enquetes indicam que a maioria esmagadora dos brasileiros deseja uma punição rigorosa para Luiz Inácio Lula da Silva. Simbolicamente, no imaginário popular, o ex-Presidentro é apontado como o grande culpado por tudo de ruim que agora acontece na política e na economia. O Negão da Chatuba pergunta indecentemente: "Tem culpa Lula?".

Em pesquisas e conversas informais, uma boa parte do empresariado, que pensa do mesmo jeito que o afrodescendente chatubense, aponta que o grande vilão do Brasil é outro muito pior e mais cruel. O maior bandido é o "Estado berne, ladrão", que cria Lula e outros bichos mais ou menos votados. O Estado Bandido segue a criminosa rotina de gastar mal e pior, cobrando cada vez mais impostos, taxas, "contribuições" e multas, para sustentar a organização criminosa que mantém o Brasil artificialmente na miséria.

Quem trabalha e produz tem um consenso para a grande manifestação de rua agendada para domingo que vem, 31 de julho, véspera do mês do desgosto para muito político safado. Ninguém aceita transferir mais dinheiro da produção e do trabalho para sustentar a máquina parasita dos desgovernos federal, estaduais e municipais. No entanto, o sentimento geral é que, assim que efetivado pelo impeachment ou renúncia da Dilma Rousseff, o Presidento Michel Temer promoverá "pequenos aumentos da carga tributária, forçado por um esperado acordo que se verá obrigado a fazer com o FMI, a fim de cobrir nosso rombo recorde nas contas públicas.

O roteiro do caos está traçado de forma manjada... Ontem, em palestra sobre reforma fiscal na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, sinalizou ontem que o rombo nas contas públicas de 2016 pode ser maior que o esperado: O compromisso do governo federal é com déficit da União de R$ 170,5 bilhões. Caso haja algum aumento de previsão do déficit federal, o governo tomará todas as medidas necessárias para cumprir esse déficit. Caso o fundo do poço já tenha sido atingido, caso nós tenhamos uma recuperação da atividade nos próximos meses, caso haja uma folga, aí sim usaremos essa provisão legal de compensar o aumento de déficit dos estados".

Mais cinismo que aumentar impostos é reclamar, como fazem alguns burocratas da equipe econômica, que o Brasil está arrecadando menos que o esperado com a "Repatriação de recursos enviados ao exterior e não declarados à Super Receita Federal. A esperança inicial era arrecadar R 25 bilhões com a volta da grana "mocozada" lá fora. No entanto, até agora, só entraram R$ 8 bilhões nos cofrinhos da Viúva... Quem sabe o resto do dinheiro retorna ao Brasil na onda de privatizações, fusões e aquisições que será incentivada pelo governo... As fortunas desviadas para o exterior, geralmente em falcatruas com a coisa pública, adoram voltar ao País disfarçadas de "investimentos estrangeiros diretos" - o que dá um tom de nobreza à sacanagem em nossa contabilidade pública...
Herculano
26/07/2016 11:56
CAMPANHAS FRANCISCANAS, por Hélio Schwartsman, para o Jornal Folha de S. Paulo

A eleição para prefeituras e câmaras municipais deste ano será atípica. Deveremos ter campanhas bem mais modestas que as verificadas em pleitos anteriores.

São dois os motivos para o redimensionamento. O primeiro é a decisão do STF que baniu doações de empresas. Em condições normais, esse tipo de medida teria eficácia parcial. Proibições raramente resultam no fim da atividade que se deseja banir. No mais das vezes, elas fazem com que a prática procure outros caminhos. No caso, seriam as doações de pessoas físicas, que continuam legais, ou o caixa dois. Não é do meu feitio comprar pelo valor de face declarações de marqueteiros, mas acredito em João Santana quando diz que 98% das campanhas no Brasil usam caixa dois.

Este ano, porém, as coisas tendem a ser diferentes. A Lava Jato, nosso segundo motivo, não apenas faz com que autoridades fiquem muito mais atentas às doações como também colocou em sérias dificuldades financeiras várias das empresas que tinham o hábito de despejar grandes somas em candidaturas.

Há razões, portanto, para acreditar que, desta vez, as campanhas terão mesmo de adequar-se a orçamentos franciscanos. E eu penso que isso é bom. É verdade que candidatos enfrentarão maior dificuldade para fazer-se conhecer pelo eleitor e para apresentar suas ideias. Os programas do horário gratuito também tenderão a ficar menos interessantes, o que talvez faça com que o cidadão vote com menos informação.

Apesar disso, acho que vale a pena tentar impor campanhas substancialmente mais baratas. Fazê-lo tende a diminuir a influência do poder econômico sobre políticos, o que me parece mais importante do que promover o tal de voto consciente, que não passa de uma quimera mesmo.

A má notícia é que em 2018 a conjunção de fatores que leva à seca de doações já deverá ter enfraquecido e as coisas estarão voltando ao normal.
Herculano
26/07/2016 11:54
OLÍMPIADA E AFLIÇÃO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Num ambiente tenso e polarizado como o atual, nada mais compreensível que a reação à prisão de 12 suspeitos de serem potenciais terroristas tenha ido de um extremo ao outro: muitos concluíram precipitadamente que eles são mesmo terroristas e haverá atentados na Olimpíada, outros tantos, ao contrário, estão convencidos de que as prisões foram uma grande palhaçada. Como tudo na vida, é melhor o bom senso, o meio-termo.

Há mais de um ano os órgãos de inteligência vêm monitorando tentativas de cooptação de "lobos solitários", via internet, e o sinal amarelo brilhou com intensidade quando o Estado Islâmico (EI) passou a traduzir suas mensagens para o português. O Brasil está fora do radar de terroristas, mas a Olimpíada não é brasileira, é um evento internacional sediado no Brasil.

Como o seguro morreu de velho, o governo não teve outra alternativa senão prender os suspeitos para ouvi-los, tirar dúvidas, confrontar versões. Se os Estados Unidos tivessem sido mais diligentes quando o sinal amarelo acendeu, pelo menos as 49 mortes de Orlando poderiam ter sido evitadas. Os rastros do assassino foram negligenciados.

Evidentemente, nenhum dos 12 alvos da Operação Hashtag tem qualquer culpa até que se prove o contrário e ninguém pode ser acusado ou virar suspeito por professar a religião muçulmana, ou qualquer outra crença. Mas, se houve troca de mensagens, conversas, encontros ou sinais de que podem representar algum perigo, eles precisam ser investigados.

Com algumas coisas não se brincam, ainda mais com essa sensação desconfortável de que o tsunami está chegando: Paris, Orlando, Nice, Istambul, Cabul... O Brasil está inserido num mundo em que atentados e lobos solitários deixaram de ser peças de filmes de ação e passaram a ser estratégia de grupos sanguinários como o EI.

Em conversas com o ministro Raul Jungmann (Defesa), os generais Eduardo Vilas Boas (Exército) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), o brigadeiro Nivaldo Rossato (Aeronáutica) e o prefeito Eduardo Paes (Rio), todos eles repetem a mesma coisa: não há nenhuma evidência de risco, mas não se pode descartar a probabilidade. Ou seja: é preciso ficar alerta.

Agora, diante das prisões, o tom de Jungmann foi um, o do também ministro Alexandre de Moraes (Justiça) foi outro. Talvez tenha faltado coordenação, ou combinação. Talvez não, tenha sido simplesmente proposital. Sabe o morde e assopra? Ou a tática policial do "bonzinho versus o malvado"? Pois é...

Para Jungmann, que é político e vem de muitos anos no Congresso e sabe da importância de tranquilizar a população, as delegações e os turistas que estão de malas prontas para a Olimpíada, convém reduzir os 12 presos à condição de "porras-loucas". Para Moraes, que é da área de segurança e menos sutil, é preciso mostrar firmeza, pecar por excesso, não por omissão.

A nosotros, que olhamos tudo com perplexidade e um certo temor, vale ficar um pouco com a versão de Jungmann, outro tanto com a de Moraes e torcendo para que as prisões tenham sido, sim, uma bravata brasileira, ou uma palhaçada mesmo. Melhor mais um vexame, entre muitos, do que uma real possibilidade de atentados.

O fato é que a Olimpíada nem começou e já coleciona prisões, suspeitos de serem terroristas potenciais, autoridades batendo cabeça, o grito de desaprovação da delegação da Austrália e até o prefeito Paes reconhecendo, naquele seu jeitão, que as instalações dos australianos são ruinzinhas mesmo.

Bilhões de telespectadores pelo mundo estarão vendo os jogos e espiando de rabo de olho para o Brasil, para suas virtudes e mazelas. É por isso que a Olimpíada vai começar com muito brasileiro torcendo para acabar logo, para essa aflição passar rápido, junto com o medo de atentados e de vexames.
Herculano
26/07/2016 11:52
NORDESTE É REGIÃO QUE MAIS REJEITA TEMER: 53,9%, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Levantamento do instituto Paraná Pesquisa mostrou uma leve melhora na avaliação geral do governo de Michel Temer (cresceu 2,7%), mas o Nordeste permanece a região mais crítica ao peemedebista: 53,9% o rejeitam. Em média, no restante do País, Temer tem rejeição de 52%. No Norte/Centro-Oeste, 51,5%; Sudeste, 53,4% e Sul, 45,2%. A maior parte dos indecisos são nordestinos: 10,5%. Na última avaliação de Dilma, em abril, em média 81,5% dos entrevistados a rejeitavam.

ATÉ QUE MELHOROU
Em relação ao último levantamento, o governo teve uma pequena melhora na avaliação positiva: passou de 36,2% para 38,9%.

REJEIÇÃO
Entre aqueles que rejeitam o governo Michel Temer, o número diminuiu: em junho, 55,4% desaprovavam Temer, agora são 52%.

TODOS 'REPETIRAM'
A pesquisa pediu notas de 1 a 10 para os Três Poderes: foi dado, em média, 4,6 para a Justiça, 4,2 para Temer e só 3,3 para o Congresso.

DADOS DA PESQUISA
O Paraná Pesquisa entrevistou 2.020 eleitores, em 158 municípios de 24 estados brasileiros, entre 20 e 23 de julho. A margem de erro é 2%.

PUBLICIDADE DE DEPUTADOS CUSTOU R$ 23 MILHÕES
A Câmara torrou R$ 22,92 milhões, no primeiro semestre de 2016, com a "divulgação da atividade parlamentar" dos deputados federais. Partido do deputado afastado Eduardo Cunha (RJ), o PMDB lidera os gastos com a divulgação de suas excelências: R$ 3,14 milhões. O PT aparece em segundo, com R$ 2,27 milhões. Ano passado, a Câmara gastou R$ 49,31 milhões para divulgar os trabalhos de seus deputados.

SEU DINHEIRO
A grana é ressarcida via Cota para Exercício da Atividade Parlamentar, a "verba indenizatória", e serve para quase qualquer despesa.

PRIMEIROS
Quem mais recebeu: César Halum (PRB-TO), R$ 181 mil, Tia Eron (PRB-BA), R$ 180 mil, e Alberto Fraga (DEM-DF), R$ 159 mil.

ÚLTIMOS
Os partidos que menos pediram reembolso na Câmara dos Deputados foram o PRP (R$ 26 mil), PSL (R$ 37 mil) e PEN (R$ 57 mil).

INÉDITO
Desde a criação do Bolsa Família, em 2004, os gastos aumentaram todos os anos. Na gestão Temer é a primeira vez que o governo federal gasta menos que no ano anterior. Em 2015 foram R$ 27,6 bilhões, e este ano, se mantido o ritmo, serão R$ 22,4 bilhões até dezembro.

CRONOGRAMA NO PRAZO
A defesa de Dilma Rousseff apresenta nesta terça-feira as alegações finais à comissão do impeachment no Senado. Para desespero petista, o cronograma votado pela comissão está sendo cumprido à risca.

SINAL DE ALERTA
Dilma nega caixa dois em sua campanha, mas os petistas acenderam o sinal de alerta. O marqueteiro João Santana é muito próximo da presidente afastada e o acordo de delação não perdoa mentiras.

MAIS INFORMAÇÕES
A Lava Jato investiga se a Mônica Moura, mulher do marqueteiro dos petistas, João Santana, esconde informações sobre a cúpula do PT, sobretudo em relação ao ex-presidente Lula e à presidente afastada Dilma Rousseff. Os dois negociam acordos de delação.

QUE RESPEITO?
"Mentir e usar dinheiro sujo para ganhar a eleição não se enquadra em respeito", diz o deputado Onyz Lorenzoni (DEM-RS), sobre a desculpa de Dilma de "falta de respeito à lei" por causa do impeachment.

DÉJÀ VU
O casal João Santana e Mônica Moura teme o mesmo destino de Marcos Valério, o publicitário que levou a maior pena entre condenados do mensalão. Além da mais longa pena, foi "abandonado" pelo PT.

CARMA
Em relação ao difícil momento vivido pela classe política, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) diz: "a Câmara com o seu carma (Eduardo Cunha); o Senado, com o seu (o impeachment de Dilma)".

OTIMISTA
Marcos Rotta (PMDB-AM), que disputará a prefeitura de Manaus, está confiante: "Eu sou o único dos oito pré-candidatos que consegue derrotar o prefeito [Arthur Virgílio] no segundo turno", diz o deputado.

PENSANDO BEM?
?de todas as prisões de políticos e ex-políticos nos últimos anos, a de Eduardo Suplicy, ontem, foi a mais light.
Herculano
26/07/2016 11:42
REGISTRO

Quem faz 96 anos hoje é Pedro Souza, o seu Cobrinha, cobra no cavaquinho, figura incorporada a Gaspar, mas nascido em Biguaçu.
Herculano
26/07/2016 08:16
MORRENDO PELA BOCA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O prefeito Eduardo Paes é um exemplo típico de político promissor que pode se perder pela boca, e, na falta de líderes que nos assola, tomara que encontre o justo balanço entre a desejável popularidade e o reprovável populismo.

Na reação imediata que teve diante da reclamação da equipe australiana sobre as condições precárias dos alojamentos dos atletas daquele país na Vila Olímpica, Paes não resistiu a uma piada, dizendo que estava pensando até em colocar alguns cangurus para que os australianos se sentissem em casa.

Só depois de receber uma resposta à altura de sua inaceitável postura ?" "não precisamos de cangurus, mas de encanadores" ?" o prefeito Eduardo Paes assumiu a condição de um administrador responsável, e admitiu que são necessários reparos urgentes nos alojamentos, e não apenas no da Austrália.

À vergonha de não entregar em condições habitáveis os alojamentos dos atletas soma-se a arrogância de nossas autoridades, que não aceitam as críticas mais banais. O presidente do Comitê Organizador Brasileiro, Carlos Nuzman, teve a pachorra de afirmar que a Vila Olímpica é a melhor e mais bem montada de todas as Olimpíadas já realizadas no mundo.

Como se não soubesse dos problemas que o seu COB está tendo para até mesmo colocar produtos de limpeza nos alojamentos, no que foi providencialmente ajudado pelo prefeito do Rio.

Cada quarto tem aparelhos transmissores de TV a cabo, mas não os televisores que estavam previstos. Por falta de dinheiro, há agora uma televisão por andar, mas provavelmente o COB está pagando os pontos de retransmissão de TV a cabo nos quartos.

É claro que a cidade do Rio é das mais bonitas, se não a mais bonita, do mundo, e as transmissões para os bilhões de espectadores do mundo inteiro terão deslumbrantes visuais. Mas não é possível esquecer, e os meios de comunicação do mundo inteiro não estão deixando isso acontecer, a poluição da Baía da Guanabara, que desafia governos seguidos há anos, e nem mesmo saber da realização da Olimpíada com sete anos de antecedência serviu de estímulo a um trabalho mais sério.


É inevitável que as competições sejam atrapalhadas pelos entulhos jogados no mar, e a repercussão internacional não será boa. E não vai adiantar achar ruim com os jornalistas internacionais, pois só estarão mostrando a triste realidade que não conseguimos superar. E nem dizer que a questão é federal ou estadual, não municipal.

Assim como é inadequado, para dizer o mínimo, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, tirar o corpo fora dizendo que esse problema da Vila Olímpica não tem nada a ver com o governo federal. Não tem mesmo, mas o governo Temer não escapará das críticas se alguma coisa der errado.

Paes é provavelmente o melhor prefeito que o Rio já teve nos últimos anos, superando em criatividade e realizações seu mentor, o ex-prefeito Cesar Maia. Mas se excede na maneira artificialmente descontraída com que se comunica. Alguém precisa dizer a ele que ser carioca não quer dizer ser ligeiro nos comentários, nem piadista fora de hora. Essas são, na verdade, características negativas do carioca, que não devem ser valorizadas.

Espera-se de um líder justamente o exemplo de comportamento, e não a leviandade de gestos e atitudes que o ex-governador Sérgio Cabral gostava de exibir, e da qual agora Eduardo Paes perigosamente se aproxima. Sua melhor versão é a de ontem, quando tratou a sério dos problemas da Vila Olímpica, e não aquela que ficou na conversa telefônica com o ex-presidente Lula, por exemplo, em que desandou a fazer comentários ligeiros sobre tudo e todos, querendo ficar à altura do político popular que é Lula.

O mesmo já havia acontecido com o ex-governador Sérgio Cabral, flagrado em um vídeo ao lado de Lula tratando mal um adolescente de uma comunidade que reclamava uma quadra de tênis. Cabral menospreza o desejo, dizendo que tênis era um esporte burguês. Os dois, diante do líder popular, exibiram posturas supostamente populares, e só foram banais.

Mesmo que essa Olimpíada não seja o trampolim para impulsionar Paes da prefeitura do Rio para a candidatura presidencial, como chegou a ser aventado em algum momento, ela pode vir a ser o coroamento de uma gestão arrojada e competente que levará o prefeito do Rio a uma carreira política promissora.

Desde que deixe de lado essa busca da popularidade fácil.
Herculano
26/07/2016 08:11
A VERDADE E A MENTIRA, por Ricardo Breier, presidente da OAB gaúcha, no jornal Zero Hora, da RBS Porto Alegre

Vem em muito boa hora a notícia da iniciativa da Justiça do Trabalho no sentido de apurar eventuais mentiras ditas em depoimentos testemunhais. De fato, a prova testemunhal, por sua natureza, por vezes se presta para mascarar a verdade, em favor de uma ou de outra parte. Tal prática não é geral, e sim episódica. Entram aqui alguns fatores humanos, que vão do esquecimento dos fatos em discussão à deliberada vontade de desvirtuar a realidade, por pressão, por ressentimento ou por falta de ética, auxiliando uma das partes na obtenção de um resultado imerecido no processo. Essa constatação é, portanto, verdadeira.

O advogado, como regra, narra ao juiz, tecnicamente, os fatos que lhe foram descritos pelo cliente. Isso é uma verdade. Afirmar que a mentira é um elemento frequentemente presente nas ações e que conta com o beneplácito e a aceitação por parte de todos os advogados não é uma verdade. Em algumas situações, o advogado é induzido ao erro tanto quanto o juiz que invoca fato inverídico como razão para decidir.

Devemos deixar claro que não nos coadunamos com práticas que fujam da ética profissional e que temos o Tribunal de Ética e Disciplina para julgar tais casos. Mesmo que uma ínfima minoria de profissionais possa contribuir com essas práticas, não iremos aceitar que toda a advocacia seja atacada e acusada como se isso fosse regra. A conduta ética é um norteador na nossa profissão e reflete-se em uma advocacia fortalecida.

Além do combate à mentira, medida da qual também somos defensores, desde que tomada com base na verdade, esperam-se do Judiciário Trabalhista outras iniciativas igualmente alentadoras, no sentido de aperfeiçoar a jurisdição, entre as quais incluiríamos um tratamento mais respeitoso aos procuradores e partes, especialmente no 1º grau, nunca esquecendo que os advogados são os seus maiores aliados na produção da justiça e que qualquer visão contrária a essa obviedade constitucional é outra inverdade e um desserviço à sociedade
Herculano
26/07/2016 08:08
JINGLE DE JOÃO SANTANA ENCERRA ATO COM DILMA, por Josias de Souza

Dilma Rousseff participou nesta segunda-feira, em Aracaju (SE), de ato contra o impeachment. Em discurso, criticou a política educacional da gestão interina de Michel Temer e reiterou sua confiança no julgamento dos senadores. "Somos capazes de convencer, temos argumentos, a razão está do nosso lado, a democracia está do nosso lado", disse.

O ato foi encerrado ao som do jingle 'Coração Valente, composto para a campanha presidencial de 2014 pelo marqueteiro João Santana e sua equipe. Termina com versos que potencializam o estelionato eleitoral que se materializaria no segundo mandato: "O que tá bom vai continuar/O que não tá, a gente vai melhorar".

O bom era mera ficção. E ainda se verificou que há males que vêm para pior. Dilma tornou-se um impeachment esperando na fila para acontecer. João Santana, preso em Curitiba, precisa de um marqueteiro que lhe restaure a imagem de mago.
Herculano
26/07/2016 08:00
A VACA VOOU, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Há quatro meses, perguntaram ao vereador Andrea Matarazzo se ele deixaria de ser candidato a prefeito de São Paulo para apoiar a senadora Marta Suplicy. "É mas fácil uma vaca voar!", respondeu o dono das gravatas mais elegantes da Câmara Municipal. A mimosa decolou nesta segunda (25). O ex-tucano será o vice da ex-petista, agora filiada ao PMDB.

A aliança escreve um novo capítulo na história de reviravoltas da política paulistana. Um deputado sugeriu que a chapa seja chamada de "Ma-mata". Outros apelidos virão.

Embora tenham nascido no mesmo berço aristocrático, Marta e Matarazzo sempre militaram em campos opostos. Ela entre os petistas, sob a liderança de Lula; ele com os tucanos, ao lado de José Serra e FHC.

O chanceler do governo interino tem tudo a ver com o acordo. Serra convenceu Matarazzo a se filiar ao PSD, de seu escudeiro Gilberto Kassab. As pesquisas fizeram o resto, ao mostrar que o vereador não teria chances como cabeça de chapa.

O pano de fundo da aliança é a corrida presidencial de 2018. Ao inflar sua velha rival, Serra atrapalha Geraldo Alckmin, que lançou o estreante João Doria. O ministro e o governador medem forças no PSDB enquanto o senador Aécio Neves tenta acertar as contas com a Lava Jato.

A chapa Marta-Matarazzo parece ter potencial. A ex-prefeita ganha tempo de TV e passa a contar com um puxador de votos na parte rica da cidade. Ela precisa reduzir a rejeição nos bairros centrais, que buscam alguém que seja capaz de derrotar o PT e não se chame Celso Russomanno.

O problema é que Marta sempre foi alvo do antipetismo, que a venceu em 2004 e 2008. Ela ainda terá que explicar as novas companhias ao eleitor da periferia, que sustenta sua popularidade nas pesquisas.

A missão da senadora será difícil, mas não chega a ser impossível. Há quatro anos, Fernando Haddad virou prefeito depois de unir Lula e Paulo Maluf na mesma foto.
Herculano
26/07/2016 07:53
ALVOS NO RIO, por José Casado, para o jornal O Globo

Pedido de partilha de provas expõe dezenas de agentes públicos, meia dúzia de empresas estatais e 19 grupos privados em casos de improbidade administrativa no Rio.

Sexta-feira passada, chegou à mesa do juiz federal Sérgio Moro, em Curitiba, uma carta de um grupo de promotores fluminenses: pediam autorização para uso de provas dos processos sobre corrupção na Petrobras nas investigações de crimes de improbidade administrativa no Estado do Rio. No alvo estão dezenas de pessoas, meia dúzia de estatais e pelo menos 19 empresas privadas. Foram indicados 15 inquéritos em curso sobre ilícitos em negócios do estado e da prefeitura do Rio.

As investigações afetam diretamente os interesses acionários dos seguintes grupos privados nacionais e estrangeiros: Odebrecht, Mitsui, Camargo Corrêa, Carvalho Hosken, Concremat, Ishibrás, MS Control, Delta, Carioca Engenharia, Queiroz Galvão, New Water, Cowan, BBPP Holdings, YPFB Transporte do Brasil, GTB-TBG Holdings, Mubadala Development, Servix, Andrade Gutierrez e OAS.

Atingem, além da Petrobras, estatais locais como Cedae, Emop, Riourbe, Riotrilhos, Edurp e autarquias. Envolvem diretamente dois ex-governadores, Sérgio Cabral e Rosinha Garotinho, e 20 pessoas físicas ?" de empresários como Fernando Cavendish, da empreiteira Delta, a dirigentes de empresas públicas.

Oito promotores trabalham nesse conjunto de processos civis que, no Rio, representa o principal desdobramento das investigações penais de Curitiba. Em 2014, quando começaram a ser desvendados os casos de corrupção na Petrobras, procuradores federais perceberam a recorrência de fatos e personagens nos inquéritos de Curitiba e do Rio. Pediram, e conseguiram, a transferência de provas de crimes de corrupção obtidas na época pelos promotores fluminenses.

Agora, os promotores estaduais reivindicam contrapartida, uma cooperação nas ações civis paralelas, focadas no conluio de agentes públicos e privados em prejuízo do Erário.

Para pessoas físicas, as punições previstas incluem suspensão de direitos políticos por até oito anos, perda de função e multas. Para empresas privadas, as sanções começam na interdição do acesso a incentivos fiscais e creditícios e chegam à indenização pelos danos à sociedade. Recentemente, em processos por improbidade no caso Petrobras, seis empresas (Camargo Corrêa, Sanko, Mendes Júnior, OAS, Galvão e Engevix) acabaram condenadas a pagar R$ 4,47 bilhões ?" 20 vezes a soma das sanções por esse tipo de crime em todo o país, até 2014.

Tem sido marcante a cooperação entre Judiciário, Ministério Público, polícia e órgãos como Banco Central, Conselho de Atividades Financeiras e Receita Federal. É novidade originada da ascensão de uma nova geração de servidores públicos concursados, devota da revolução tecnológica e de gestão. Primeiras vítimas dessa mudança foram os escritórios de advocacia privada, que há dois anos se veem obrigados à reinvenção.

Até há pouco, a experiência em Curitiba podia ser considerada exceção ?" tempestade perfeita no sistema de Justiça, pela soma de forças em circunstâncias excepcionais, com resultados rápidos e transformadores.

Já não é bem assim. Há evidentes desdobramentos, com objetivo similares, a despeito do burocratismo no Judiciário, que só favorece a impunidade. A iniciativa dos promotores do Rio é outro indício da reciclagem nos órgãos de defesa do interesse público.
Herculano
26/07/2016 07:49
O LADO BOM (PARA ELE) DA PRISÃO DE SUPLICY, por Augusto Nunes, de Veja

O candidato a vereador saiu no lucro da delegacia que o hospedou por três horas.

Eduardo Suplicy tem pelo menos seis motivos para obrigar-se a enxergar o lado bom da prisão determinada por um oficial de Justiça e executada por soldados da PM. Ele foi para a gaiola por tentar impedir que se cumprisse a ordem de reintegração de posse de um terreno pertencente à prefeitura de São Paulo. Saiu no lucro, atestam meia dúzia de constatações:

1. Pela primeira vez em muitíssimos anos, o ex-senador foi carregado nos braços do povo - representado, no caso, por soldados da Polícia Militar.

2. Teve três horas para expor ao delegado e a um punhado de policiais as maravilhas do programa Renda Mínima. Foi a maior plateia reunida por Suplicy desde a descoberta do remédio capaz de curar todos os males do Brasil.

3. O espaço que lhe reservou o noticiário jornalístico pode igualar o que conseguiu ao fantasiar-se de Super-Homem num corredor do Congresso.

4. Muita gente que não sabia por onde andava a figurinha carimbada ficou sabendo que abandonou o emprego de secretário municipal de Direitos Humanos para candidatar-se a vereador.

5. Como já sabe que a PM apenas cumpria uma ordem de reintegração de posse solicitada por Fernando Haddad, não precisa mais deitar-se no meio da rua. Basta visitar o companheiro prefeito e convencê-lo a doar o terreno aos invasores.

6. Pelo que disse ao sair da cadeia, foi muito bem tratado pelos carcereiros. "Fomos conversando numa boa", revelou ao lhe perguntarem o que aconteceu entre o momento da prisão e a chegada à delegacia, onde o clima amistoso foi mantido.

Suplicy precisa dizer isso a Lula, que anda com medo de cadeia. O chefe talvez se sinta menos angustiado com a aproximação da decolagem rumo à República de Curitiba.
Herculano
26/07/2016 07:42
SUPLICY PROTAGONIZOU CIRCO POLÍTICO AO SER DETIDO, por Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, no jornal Folha de S. Paulo

Na última segunda-feira (25), o ex-senador e candidato a vereador Eduardo Suplicy (PT) foi o protagonista de um verdadeiro teatro eleitoreiro. A Polícia Militar executava a reintegração de posse de um terreno na Zona Oeste de São Paulo, mas os invasores decidiram reagir fazendo barricadas, ateando fogo a um ônibus e jogando pedras e paus nos policiais. O petista, então, resolve liderar a "resistência", deitando-se no chão para impedir a passagem dos tratores que desmanchariam os barracos. A polícia o deteve e o levou à delegacia para prestar depoimento.

Relegado à irrelevância desde que perdeu a eleição para o Senado em 2014, o ex-secretário de Direitos Humanos de Fernando Haddad (PT) não tem o respeito nem da futura ex-presidente Dilma Rousseff, que o fez esperar três anos por uma audiência e só o recebeu depois de ter sido afastada. Agora, concorrendo a uma cadeira de vereador em São Paulo, busca desesperadamente os holofotes.

O oportunismo de Suplicy não poderia ser mais escancarado. Apesar de a reintegração de posse ter sido solicitada à Justiça pela Prefeitura de São Paulo, comandada por Haddad, o ex-senador escolheu criticar "a truculência da Polícia Militar do governo Alckmin", dizendo que, "se fazem isso com um ex-senador da República, imagine o que sofre a população que tanto precisa de apoio".

Ora, então Suplicy quer tratamento especial por ser ex-senador? Qualquer pessoa que atrapalhe o trabalho da Polícia deve, por lei, ser detida. Por que com ele seria diferente? Será que o candidato a vereador acredita que deve haver leis especiais para ex-autoridades?

É claro que não. Ele sabia que seria detido. E é por isso que armou toda essa encenação. Para, ao melhor estilo petista, se fazer de vítima e posar de herói dos oprimidos.

Suplicy foi Secretário Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, portanto, tinha poder para ajudar essas pessoas com quem ele tanto diz se preocupar. Por alguma razão, escolheu não fazer absolutamente nada. Além disso, a própria Prefeitura declarou que a área apresenta alto risco de desabamento, ou seja, caso os sem-teto continuassem lá, estariam arriscando as próprias vidas, e, se algo grave acontecesse, todos culpariam a administração municipal por nada ter sido feito.

"Ah, mas Suplicy não agiu contra a reintegração, mas contra os brutamontes da PM!". Ainda que o problema realmente fosse a suposta truculência da Polícia Militar, a atitude do ex-senador não faria o menor sentido. Se a questão é a violência dos policiais, então o correto a se fazer seria proteger os sem-teto, não seus barracos. Fica evidente que, independentemente da narrativa que Suplicy e seus acólitos adotem, não há conclusão coerente se partirmos da premissa de que o petista agiu de maneira bem-intencionada.

Em sua página no Facebook, o ex-senador publicou um vídeo intitulado "Eduardo Suplicy é carregado pela PM fascista de SP". A canalhice é evidente. Nas imagens, não há nenhum abuso por parte da polícia; as cenas simplesmente mostram o petista sendo carregado tranquilamente até um carro. Não há "fascismo". O que se vê é apenas um político desesperado por atenção criticando a polícia para alavancar a própria campanha.

Apesar da turminha descolada que gosta de defendê-lo por causa do seu jeito de vovôzão largado e seu apreço por obras-primas da música brasileira - como aquela dos "Racionais Mc's" na qual, traduzindo bem a alma do petismo, o eu lírico afirma "hoje eu sou ladrão, artigo 157"?", Eduardo Suplicy não passa de um artista político que fazia palhaçada federal e passa vergonha com seus teatrinhos políticos desde a redemocratização. Derrotado nas eleições para o Senado, Suplicy agora tenta fazer palhaçada municipal.

O triste é que, aproveitando-se da imbecilidade dos que odeiam cegamente a Policia e todos aqueles que defendem a lei, tudo indica que ele conseguirá voltar ao picadeiro.
Herculano
26/07/2016 07:26
AUMENTAR SALÁRIOS DE SERVIDORES É INDECENTE, editorial do jornal O Globo

Com o país em crise, governo Temer continua a beneficiar funcionalismo, categoria favorecida pela remuneração e também pela estabilidade.

O presidente interino Michel Temer conhece muito bem o descalabro fiscal em que se encontra o país. Tanto que seu governo se prepara para encaminhar ao Congresso propostas emergenciais para começar a reverter a situação calamitosa das contas públicas criada pela gestão lulopetista, a partir de 2009. Destacam-se entre as propostas a de um teto legal para as despesas da União e a da reforma da Previdência.

Mas o próprio governo Temer tem agido em sentido contrário ?" eleva gastos, em vez de contê-los. E começa a criar suspeição sobre tetos muito elevados na previsão de déficits. Afinal, eles devem ser reduzidos por meio de corte de despesas e não mantidos, para acomodar a elevação de gastos numa crise de falta de dinheiro no Tesouro. Pior: e ainda com ameaças de que se as corretas propostas de mudanças não forem aprovadas, será aumentada a já escorchante carga tributária, como alertou, em entrevista à "Folha de S.Paulo", o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles

É fato que, tendo assumido depois da administração ruinosa de Dilma Rousseff, e com o escamoteamento de despesas por meio de técnicas de "contabilidade criativa", o governo Temer precisa ser transparente e deixar que as estatísticas oficiais reflitam sem retoques a dramaticidade do momento.

Assim, o governo interino, com acerto, logo propôs ao Congresso nova meta para este ano, com um supostamente realista déficit primário de R$ 170,5 bilhões, cerca de 2,5% do PIB. Mas não demorou para o Planalto anunciar a concessão de aumentos salariais para várias categorias do funcionalismo ?" servidores da Câmara dos Deputados, do Banco Central, do Ministério da Educação etc. Terminou aprovado um pacote de oito projetos de lei, os quais, somados, resultam em gastos adicionais de R$ 53 bilhões até 2019. Em seguida, chegou a vez de beneficiar o Judiciário, incluindo os ministros do Supremo, cuja remuneração indexa a folha de salários de toda a Justiça na Federação. Criou-se, assim, um tsunami de reajustes.

Aumentar despesas numa crise fiscal é um disparate. Mas, nesta leva de aumentos, o governo se defendeu com a explicação de que se tratavam de reajustes já negociadas na gestão Dilma.

Mas, na semana passada, o Planalto anunciou que novos projetos de lei de reajustes serão enviados ao Congresso, desta vez para auditores fiscais da Receita ?" que chantageiam o governo com a ameaça de não lavrar multas ?" e agentes da Polícia Federal, entre outras categorias. A continuar assim, o Planalto dará razão a petistas que criticam as novas metas fiscais ?" para 2017, R$ 139 bilhões ?", tachando-as de licença para a gastança. De que Dilma foi acusada, e com razão. E Temer indica ir pelo mesmo caminho, de forma incoerente.

Não é fácil a posição do presidente interino. Precisa governar, porque a crise é grave, mas o ideal é que já tivesse a certeza da permanência no cargo até o final do mandato. Enquanto isso, tenta não contrariar senadores, os juízes do julgamento de Dilma, e, pelo visto, corporações, cuja média de salários é a mais elevada do país e ainda têm estabilidade no emprego. Um mundo à parte no Brasil. O risco, porém, é, ao tentar satisfazer a todos, Temer inviabilizar seu possível
Sidnei Luis Reinert
26/07/2016 06:45
Metade da população já quer a extinção da quadrilha.

Extinguir ou não o PT?

Brasil 25.07.16 20:55 O Antagonista
Os brasileiros se dividem sobre a extinção do PT, segundo a pesquisa do Instituto Paraná:

O PT, ou seja, o Partido dos Trabalhadores deveria ser extinto pelos escândalos

de corrupção que envolveram seu nome e membros do Partido?

Não deveria ser extinto

48,6%

Deveria ser extinto

48,4%

Não sabe/ não respondeu

3,0%
Sidnei Luis Reinert
26/07/2016 06:41
O risco eleitoral

Brasil 25.07.16 12:04
Diante da proibição de doações de pessoas jurídicas, o ministro Gilmar Mendes está preocupado com o crescimento de outro tipo de fraude nas eleições municipais.

O risco, registra a Coluna do Estadão, é que empresas usem CPFs autênticos para simular doações de pessoas físicas para candidatos.

A tarefa, portanto, vai ser fiscalizar a autenticidade dessas doações.

http://www.oantagonista.com/posts/o-risco-eleitoral
Lélo Piava
25/07/2016 22:21
Herculano o projeto do Vereador da Ilhota foi lançado por mim aqui em Gaspar oficialmente dia 30/06, ja estamos com quase 200 assinaturas, precisamos de mais 2.200, segue o link da postagem do dia 30/06
https://www.facebook.com/lelopiava/posts/1044173068951199
Herculano
25/07/2016 20:10
A ESTRATÉGIA

O PT decidiu levar com a barriga - como é do seu jeito - o impeachment da presidente afastada Dilma Vana Rousseff.

Tinha em mente dois objetivos com essa estratégia.

O primeiro ganhar a causa no cansaço e no prazo. Faria de tudo no jogo sujo para assim o prazo de seis meses ser ultrapassado. Contava com a conivência do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Ricardo Levandowsky.

O segundo, se isto não fosse possível, esticar o julgamento final para os últimos dias de agosto. E assim será. Esperavam neste jogo de esticar, um milagre, esperavam que o circo armado no Brasil e fora dele, fizesse pressão popular e institucional e assim se revertesse à tendência de aprovação no Senado.

Pois é. O prazo processual deverá ser cumprido. A data do julgamento que poderia até ter sido em julho, será no final de agosto como quer e manobrou o PT doentiamente.

Entretanto, o feitiço está contra o feiticeiro.

Quanto mais se demora, o Brasil toma jeito diante de tão avacalhado que estava na economia e credibilidade perante os agentes econômicos.

E o resultado da votação que aparentemente era justa no Senado, hoje ganha ares de folga. Esta é a cara do PT. Incompetente até para trabalhar a favor da sua sobrevivência.
jean leandro
25/07/2016 20:04
Só para informar sobre benefícios da previdência social.A primeira parcela do 13 salario.Será depositada a partir do dia 25 de agosto.O decreto que autoriza a antecipação do pagamento da primeira parcela do 13 salario. foi publicado no diário oficial da união do dia 25/07
Herculano
25/07/2016 19:55
AFETOS MORAIS, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S. Paulo7

Do que eu preferiria morrer? De tristeza ou de culpa? Proponho a você a mesma indagação. Muita gente pensa que filósofo é "racional". Tem muito filósofo assim mesmo. Que acredita nas ideias. Mas, nem sempre é assim. Para mim, as ideias seguem as taras e as emoções, se acomodam a elas, que fazem o que podem para sobreviver num mundo muitas vezes hostil aos sentimentos. Penso, como os românticos, que o centro da vida são os afetos.

Dias atrás, uma amiga me pôs uma questão de ordem moral muito instigante: do que eu preferiria morrer? De tristeza ou de culpa? Proponho a você a mesma indagação. Qual seria, entre as duas, a pior forma de morrer (ou viver)?

Caso fosse dada a você a necessidade imperativa de fazer uma escolha desta ordem, morrer de tristeza ou morrer de culpa, qual você escolheria? Não tenha pressa em responder. Afinal, nas duas alternativas está a palavra "morrer", palavra esta que exige cuidado ao ser manipulada. Nessa questão está pressuposta a escolha entre dois males (como me dizia outra amiga dias atrás).

As duas alternativas transitam pelo que na filosofia chamaríamos de experiência estética e moral. Estética em filosofia não significa a priori algo a ver com a arte, mas com as sensações por conta da palavra grega "aesthesis" ser traduzida por sensações ("anestesia" significa perda das sensações não por acaso...). Uma experiência estética toca os afetos, o gosto, as sensações.

Moral, por sua vez, fala do comportamento, da norma, da boa ou da má conduta, do certo ou do errado, enfim, do que é esperado de nós no tocante ao convívio normatizado em sociedade.

É comum imaginar-se que haveria um conflito inevitável entre uma experiência estética e uma experiência moral, já que a segunda pressupõe alguma forma de constrangimento da primeira a fim de torná-la "civilizada". Autores como os românticos alemães dos séculos 18 e 19 sonhavam com um encontro profundo entre estética e moral, no qual "o que sentimos existiria em harmonia com nossa ação moral".

Utopia? Sim, creio ser uma utopia. Somos demasiadamente contraditórios para termos qualquer forma de harmonia nesse nível. Harmônicos só os cadáveres ou os mentirosos.

Voltando a nossa questão. O que você escolheria, morrer de tristeza ou morrer de culpa?

Tristeza é um afeto, um sentimento, um estado de alma advindo da perda de algo que nos dá prazer, felicidade, gosto pra viver. Impossível esgotar os sentidos da tristeza. São Tomás de Aquino (século 13) achava a tristeza uma forma de pecado porque o mundo, segundo o Criador, é bom. Você acredita que seja bom mesmo?

Culpa, por sua vez, é um afeto essencialmente decorrente da vida moral. Muita gente acredita, como os filósofos ingleses dos séculos 18 e 19, que a base da vida moral seja o afeto, portanto, haveria uma relação profunda entre a moral e a estética. No caso, a culpa seria um afeto moral decorrente da consciência de que fizemos sofrer alguém que não merecia sofrer.

Mas na questão em si está o fato de você poder morrer de uma das duas, tristeza ou culpa. Vejamos um pouco de contexto hipotético para ajudar em sua decisão.

Imagine que essa tristeza fosse causada pela certeza de que você deve abrir mão de algo que você ama muito ou deseja profundamente. Algo ou alguém que você sinta ter buscado a vida inteira, mas que não pode ou deve ter com você a não ser que seja às custas de muito sofrimento para outras pessoas que não merecem tamanho e atroz sofrimento. Você deveria abrir mão desse seu desejo em favor do que seria o esperado em termos de normas sociais e de cuidado para com os "inocentes". Ao fazê-lo, optaria por ser triste, mas fiel ao que é certo, daí minha amiga falar em "morrer de tristeza". Escolheria a infelicidade em nome do que é moralmente justo.

Por outro lado, se você optar pelo desejo, levaria a agonia para o coração daqueles que não deveriam viver essa agonia. Daí a ideia de "morrer de culpa". Morrer de culpa seria o preço por ter sido fiel ao seu desejo. Abrir mão da felicidade em nome do "certo" pode lhe fazer infeliz. Mas, a infelicidade pode ser um dos hábitos mais profundos em nossas vidas.
Herculano
25/07/2016 19:51
COMO FUNCIONA

O ex-senador paulistano Eduardo Suplicy, PT, foi detido hoje na periferia de São Paulo. Fazia tempo que ele não tinha inventado algo para aparecer, ainda mais em época de campanha eleitoral, para capitalizar votos.

Suplicy, rico, foi defender os pobres, que estavam sendo sacados de uma área pública e de risco. Deitou no meio da rua para evitar a reintegração de posse da área e as máquinas que destruíram várias edificações improvisadas.

Mas veja os detalhes do circo que o PT e o PC do B armam para os analfabetos, ignorantes, desinformados, dependentes e fanáticos.

1. O terreno é da prefeitura de São Paulo, tocada pelo prefeito do PT, Fernando Haddad.

2. Foi ele Haddad, petista quem pediu e ganhou na Justiça esta reintegração daquela área contra os invasores, pobres e sem abrigos.

3. A oficial de Justiça foi quem pediu a força policial para garantir a reintegração, pois orientada por organizações de esquerdas lideradas pelo PT e PCdoB, os moradores resistiriam - como resistiram - a esta determinação judicial, feita após longa análise processual.

3. A polícia é estadual, de Geraldo Alckmin, PSDB. Fácil concluir que quem os ativistas do PT,PCdoB e parte da imprensa tentaram culpar pela retirada dos pobres e a prisão do senador? O governo neoliberal tucano.

4. Concluindo. Se o PT não tivesse pedido a reintegração, nada desse fuzuê teria acontecido. Se o senador, sem votos, não resistisse, não teria recebido ordem de prisão.

E quem deu a ordem de prisão e a polícia teve que cumpri-la? A oficial de Justiça, a mando do Tribunal de Justiça. E a Justiça não é de Alckmin, mas o PT e o PCdoB, sempre a consideram desprezível quando ela não está a serviço da causa, das pessoas e das ideias deles. Wake up, Brazil!
Herculano
25/07/2016 19:31
VAI TER OLÍMPIADA?, por Cida Damasco, para o jornal O Estado de S. Paulo

A 11 dias do início dos Jogos Olímpicos, o Brasil é destaque na imprensa internacional. E não é por nenhuma razão esportiva. No encerramento da corrida de obstáculos em que se transformou a preparação do País para o evento, o comitê organizador tropeçou em mais uma pedra: depois da zika, da contaminação das águas da baía de Guanabara, do desmoronamento da ciclovia, a questão agora é o despreparo das instalações da Vila Olímpica. As delegações se queixam de vazamentos de água, fios desencapados e de outros problemas prosaicos nos alojamentos destinados aos atletas

As escaramuças trocadas entre o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e os chefes da delegação da Austrália foram o principal tema "olímpico" deste final de semana. Exatamente aquele em que o tour da tocha por São Paulo e a inauguração da Vila Olímpica no Rio deveriam marcar o começo da festa. Paes cometeu mais uma impropriedade, ao ironizar que deveria ter providenciado "cangurus" para os apartamentos dos australianos, e estes responderam, de bate-pronto, que melhor seria chamar encanadores.

Pode ser só mais um incidente. Afinal de contas, segundo testemunhas oculares de outras Olimpíadas, obras incompletas às vésperas do início dos jogos, não são nenhuma novidade. Foi assim, por exemplo, na Olimpíada de inverno de Sochi, na Rússia. O que preocupa, no entanto, é que a "crise" com a delegação australiana seja apenas mais um indicador das atribulações do evento. Que, é voz corrente, tornou-se grande demais para o momento da economia brasileira.

Segundo dados divulgados no final do semestre pela Prefeitura do Rio, o orçamento total dos jogos é de R$ 39 bilhões: R$ 7 bilhões foram despejados na organização do evento, com investimento do próprio comitê organizador. Outros R$ 7 bilhões destinaram-se às instalações olímpicas e R$ 24 bilhões foram aplicados em obras que devem ficar como legado para a cidade. É o caso da revitalização do porto e das obras de transporte público como VLT, BRT e ampliação do metrô.

A grande diferença em relação à Copa do Mundo, como Paes insistia em destacar durante toda a preparação, é que, na Olimpíada, a iniciativa privada bancaria a maior parte das despesas: 60% dos gastos na construção de arenas e estádios seriam assegurados por meio de parcerias com a Prefeitura do Rio.

É claro que, num país polarizado como o Brasil dos últimos tempos, a Olimpíada virou uma oportunidade e tanto para ataques de um lado e de outro. Assim como na Copa, as redes sociais vocalizam a grande disputa entre os contra e os a favor dos Jogos Olímpicos. Só não se recorreu ao slogan "Não vai ter Olimpíada", por razões óbvias. Teve Copa e o principal vexame não ocorreu fora, mas sim dentro do campo. Exatamente ao contrário do que se esperava e do que se gabavam alguns responsáveis pelo futebol brasileiro.

Vai ter Olimpíada. E é possível até que ela supere os temores de que "nada vai funcionar" e de que o País vai pagar um mico histórico. Até porque, assim como aconteceu na Copa, há uma concentração de esforços no sentido de viabilizar o evento ?" força-tarefa para terminar as obras, força-tarefa para segurança, esquemas alternativos de transporte e o que mais for preciso.

Sem contar o "astral" dos brasileiros ?" ainda mais no Rio ?", que acaba contaminando as delegações e os turistas. Na Copa, o Brasil já mostrou que é bom nisso. Só não é bom no chamado legado. Sobram dívidas, sobram obras de infra-estrutura incompletas, sobram obras esportivas sem utilização garantida. Nessa parte, não há bom astral que dê jeito.
Herculano
25/07/2016 19:28
FAZENDA TEME O "CALOTE" DE GRUPOS DA LAVA JATO, por
Josias de Souza

As empreiteiras encrencadas na Lava Jato devem ao Tesouro Nacional R$ 1,2 bilhão em tributos e contribuições previdenciárias. Contabilizada pela PGFN (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional), essa dívida aponta para o alto, já que a Receita Federal continua impondo às empresas novos autos de infração. O Ministério da Fazenda teme amargar um calote. Por isso, criou uma força-tarefa para tentar apressar a cobrança dos débitos.

"Tenho medo que eles não tenham patrimônio para pagar as dívidas. Preocupa profundamente", disse ao jornal Valor Anelize Lenzi Ruas de Almeida, diretora de Gestão da Dívida Ativa da União da PGFN. "Uma decisão do juiz Sérgio Moro que considerar todos os bens do réu como frutos de ilícito pode bloquear todo o patrimônio do réu. Então, como seria paga a dívida com a União?"

A Fazenda se move para tentar impeder que seus créditos "apodreçam". Trava-se uma corrida contra o relógio. Anelize explica que, se essas empresas entrarem em processo de recuperação judicial, "a Fazenda Nacional não entra no rol dos credores." Daí, sobretudo, a preocupação. "É uma lógica perversa de que a cobrança dos tributos não pagos é ruim para a empresa. É cruel para nós, que temos que ficar esperando."

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