24/03/2016
NÃO VAI TER GOLPE I
A coluna estava pronta e tratava de como o PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi embrulharam com nó de despacho os servidores públicos municipais e o Sintraspug na questão do reajuste para apenas recuperar a maldita inflação do governo petista de Dilma Vana Rousseff. Desisti do tema. Ele voltará. E qual a razão? É que a quarta-feira foi uma data histórica para o Belchior e os belchiorenses: preservou- -se o nome localidade que antecede até Gaspar e Blumenau. Desmascarou-se o golpe (palavra em voga pelos petistas que não querem largar o osso, pois a carne já a comeram) que o PT tramava contra a história e a memória bicentenária da comunidade. Ficou claro o desrespeito das autoridades que não tiveram a coragem, humildade e a hombridade de irem lá pedir desculpas. Mandaram garotos de recados para dar a cara de pau ao tapa. O povo do Belchior apoiou maciçamente a criação do Distrito. Não a troca do seu nome. Por fim, a audiência pública da Câmara não chamou a atenção da imprensa. Ela não testemunhou a força e a indignação histórica da comunidade. Lamentável
NÃO VAI TER GOLPE II
Sociedade Harmonia, Belchior Alto. Quase 200 pessoas. Fazia muitos anos que uma audiência pública não reunia tanta gente. Horas antes, o PT do prefeito Pedro Celso Zuchi anunciava que voltou atrás na ideia de jerico e prepotência, fundadas em mentiras. Era uma tentativa de esvaziar a audiência, retirando a força comunitária e o objeto dela. Tirou o argumento da discussão, mas não a união do povo de lá. Ele foi machucado na sua origem. Zuchi espalhou – e lá os seus emissários confirmaram: exibiram o “documento” (ou papelinho). Protocolou na Câmara a segunda emenda aditiva ao Projeto de lei de sua autoria. Retirou a primeira, a da esperteza. Esta segunda emenda diz que Zuchi e o PT voltavam atrás. O Distrito passaria, quando criado, a ser chamado de Belchior, e não mais de Prefeito Tarcísio Deschamps. Agora, cuidado! O PT como um todo, e não apenas o de Gaspar, é vingativo. Veja o que acontece no cenário nacional. A história pode não terminar aí. O Belchior também já deu o recado: está acordado!
NÃO VAI TER GOLPE III
“O poder emana do povo”, lembrou o presidente da Associação de Moradores do Belchior, Carlos Roberto Pereira. Ele lamentou que se tomou uma decisão tão séria e desejada há muitos anos pela comunidade, mas de forma torta: “que sirva de lição, antes de decidir entre poucos, é preciso ouvir a comunidade; a gente não quer intrigas como esta”. Foi muito aplaudido. Até o petista José Carlos Junkes, o Zecão, presidente da Associação do Arraial do Ouro, mostrou-se a favor do Distrito. Ele foi mais: o sonho dele é ver a Margem Esquerda ser um novo município. Sobre o nome, fez o jogo: evitou comentar. A mais expressiva manifestação foi sem dúvida do ex-vereador Laurentino Schmidt, com seus 92 anos. Lúcido, firme, objetivo, numa manifestação curta, apoiou a criação do Distrito, rechaçou a troca do nome da comunidade e contou aos presentes luta que viu e teve durante mais de 50 anos para a criação do Distrito do Belchior, sempre negado pelos políticos da sede aqui na Margem Direita. Resumindo: o PT consegue da limonada (a boa ideia que quer colocar em prática), um limão. Triste.
NÃO VAI TER GOLPE IV
E o PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi? Não apareceram. Assim como a vice Mariluci Deschmps Rosa, o presidente do PT e líder do governo, José Amarildo Rampelotti, Antônio Carlos Dalsochio, Lovídio Carlos Bertoldi... Fizeram, com o gesto, questão de sublinhar ao povo do Belchior o desrespeito. Correram do pau, literalmente. Mandaram para lá o recém-chegado secretário interino de Administração e Gestão, Carlos Alberto Peixer Vinci. Ele não conhece a história, o sentimento do povo de lá. Desconhecido, passageiro partidário, pau mandado, a comunidade nem teve coragem de enfrentá-lo, até porque não tinha nada a dizer, a refutar, a explicar. O conhecido secretário de Desenvolvimento e Renda, sindicalista, jornalista Silvio Rangel, PDT, ficou estrategicamente quietinho num canto, dividindo a mesa com o único vereador do PT que apareceu por lá, Hamilton Graff.
NÃO VAI TER GOLPE VI
Já a estrela petista, raivosa, foi jovem o desconhecido assessor administrativo da procuradoria, Fernando Borba Castro. Foi colocado no lugar dele pela plateia. Informado de que a mudança do nome se deu porque a família de Tarcísio Deschamps não tinha dado a autorização, a qual pediu para retirar o nome do projeto, contestou. Apresentou um papelinho da suposta autorização. Mentiu. Descaradamente. Olhado o documento, ele é de abril de 2015. E é para a homenagem como nome do prédio da superintendência. Nome que é até hoje. Esse pessoal não é fácil. Muda história e ainda se assenta em documento sem valor para o discurso.
TRAPICHE
Havia na audiência de quarta à noite mais ex-vereadores do Belchior do que os atuais vereadores da cidade. Dos 13, estavam lá quatro: Jaime Kirchner, PMDB, que presidiu a sessão e aproveitou para fazer três longos discursos; o suplente e na ativa atualmente, Charles Roberto Petry, DEM, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB e Hamilton Graff, PT. E só.
Não apareceram o presidente da Câmara, Giovano Borges, PSB (mandou dizer que estava numa audiência mais importante em Blumenau e que discutia o transporte coletivo de lá); o relator do projeto, José Hilário Melato, PP (vergonha); e o próprio autor da proposta de audiência, o suplente Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSDB (lamentável).
Quem primeiro deu a informação de que queriam trocar o nome do Belchior por Prefeito Tarcísio Deschamps na criação do distrito fui eu, aqui, nesta coluna, a mais lida na internet, no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado e o de maior credibilidade.
Depois desta descoberta que fiz lendo a pauta e confirmando a leitura do Projeto de Lei no portal da Câmara, portanto de algo público, o Paulo Filippus, morador do Belchior Alto, membro do Movimento Brasil Livre, passou a trabalhar o assunto nas redes sociais. Ganhou a imprensa tradicional, a comunidade e por fim os vereadores. Resultado, o PT e o governo tiveram que voltar atrás.
A coragem e a cara de pau do Fernando Borba de Castro fizeram com que ele criticasse a ação das mídias sociais neste caso. O PT e os jovens da patrulha usam muito bem esta ferramenta. Todavia, por falta de razão, estão perdendo a guerra diante da realidade que não se sustenta. E estão inconformados. Perderam mais uma e por quê? Porque tentaram aplicar o golpe, mentiram, dissimularam com algo querido por uma comunidade unida e ferida, por sequer ser consultada em algo que é só deles e não dos políticos não identificados com o Belchior.
Foi o vereador Jaime Kirchner, alinhado com o PT, que bem sintetizou a sacanagem. Olhando para o vereador Mitinho, PT, revelou com todas as letras à comunidade presente. “Vocês fizeram um discurso cínico. Ameaçaram: ‘se vocês não aprovarem o projeto como está, vamos à comunidade culpá-los pelo fechamento do posto dos Correios’”. Isso se chama chantagem. A arma predileta do PT e do governo petista. Assim aconteceu com outros projetos que apareceram na Câmara com o timbre de “Regime de Urgência”.
Kleber Edson Wan Dall, pré-candidato a prefeito pelo PMDB e PP, estava na audiência. ++++ O ex-vereador Pedro Waldrich, o Dinho, pediu que as comunidades como a Cananeia, Carolina, Saltinho e Vale da Fumaça fossem também ouvidas na discussão da criação do Distrito +++ O superintendente Rui Deschamps, PT, candidato a qualquer coisa, evitou polemizar a qualquer custo ++++ Será criado o Distrito, mas neste ano não haverá dotação orçamentária maior (hoje é R$600 mil por ano), nem aumento da estrutura ++++ E por fim, a mentira. O posto dos Correios, será fechado no dia dois de abril, com ou sem a criação do Distrito. Isso também já havia sido esclarecido aos meus leitores e leitoras. O governo do PT confirmou isso na audiência. Então, acorda, Gaspar!
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