Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

24/03/2016

NÃO VAI TER GOLPE I
A coluna estava pronta e tratava de como o PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi embrulharam com nó de despacho os servidores públicos municipais e o Sintraspug na questão do reajuste para apenas recuperar a maldita inflação do governo petista de Dilma Vana Rousseff. Desisti do tema. Ele voltará. E qual a razão? É que a quarta-feira foi uma data histórica para o Belchior e os belchiorenses: preservou- -se o nome localidade que antecede até Gaspar e Blumenau. Desmascarou-se o golpe (palavra em voga pelos petistas que não querem largar o osso, pois a carne já a comeram) que o PT tramava contra a história e a memória bicentenária da comunidade. Ficou claro o desrespeito das autoridades que não tiveram a coragem, humildade e a hombridade de irem lá pedir desculpas. Mandaram garotos de recados para  dar a cara de pau ao tapa. O povo do Belchior apoiou maciçamente a criação do Distrito. Não a troca do seu nome. Por fim, a audiência pública da Câmara não chamou a atenção da imprensa. Ela não testemunhou a força e a indignação histórica da comunidade. Lamentável

NÃO VAI TER GOLPE II
Sociedade Harmonia, Belchior Alto. Quase 200 pessoas. Fazia muitos anos que uma audiência pública não reunia tanta gente. Horas antes, o PT do prefeito Pedro Celso Zuchi anunciava que voltou atrás na ideia de jerico e prepotência, fundadas em mentiras. Era uma tentativa de esvaziar a audiência, retirando a força comunitária e o objeto dela. Tirou o argumento da discussão, mas não a união do povo de lá. Ele foi machucado na sua origem. Zuchi espalhou – e lá os seus emissários confirmaram: exibiram o “documento” (ou papelinho). Protocolou na Câmara a segunda emenda aditiva ao Projeto de lei de sua autoria. Retirou a primeira, a da esperteza. Esta segunda emenda diz que Zuchi e o PT voltavam atrás. O Distrito passaria, quando criado, a ser chamado de Belchior, e não mais de Prefeito Tarcísio Deschamps. Agora, cuidado! O PT como um todo, e não apenas o de Gaspar, é vingativo. Veja o que acontece no cenário nacional. A história pode não terminar aí. O Belchior também já deu o recado: está acordado!

NÃO VAI TER GOLPE III
“O poder emana do povo”, lembrou o presidente da Associação de Moradores do Belchior, Carlos Roberto Pereira. Ele lamentou que se tomou uma decisão tão séria e desejada há muitos anos pela comunidade, mas de forma torta: “que sirva de lição, antes de decidir entre poucos, é preciso ouvir a comunidade; a gente não quer intrigas como esta”. Foi muito aplaudido. Até o petista José Carlos Junkes, o Zecão, presidente da Associação do Arraial do Ouro, mostrou-se a favor do Distrito. Ele foi mais: o sonho dele é ver a Margem Esquerda ser um novo município. Sobre o nome, fez o jogo: evitou comentar. A mais expressiva manifestação foi sem dúvida do ex-vereador Laurentino Schmidt, com seus 92 anos. Lúcido, firme, objetivo, numa manifestação curta, apoiou a criação do Distrito, rechaçou a troca do nome da comunidade e contou aos presentes luta que viu e teve durante mais de 50 anos para a criação do Distrito do Belchior, sempre negado pelos políticos da sede aqui na Margem Direita. Resumindo: o PT consegue da limonada (a boa ideia que quer colocar em prática), um limão. Triste.

NÃO VAI TER GOLPE IV
E o PT e o prefeito Pedro Celso Zuchi? Não apareceram. Assim como a vice Mariluci Deschmps Rosa, o presidente do PT e líder do governo, José Amarildo Rampelotti, Antônio Carlos Dalsochio, Lovídio Carlos Bertoldi... Fizeram, com o gesto, questão de sublinhar ao povo do Belchior o desrespeito. Correram do pau, literalmente. Mandaram para lá o recém-chegado secretário interino de Administração e Gestão, Carlos Alberto Peixer Vinci. Ele não conhece a história, o sentimento do povo de lá. Desconhecido, passageiro partidário, pau mandado, a comunidade nem teve coragem de enfrentá-lo, até porque não tinha nada a dizer, a refutar, a explicar. O conhecido secretário de Desenvolvimento e Renda, sindicalista, jornalista Silvio Rangel, PDT, ficou estrategicamente quietinho num canto, dividindo a mesa com o único vereador do PT que apareceu por lá, Hamilton Graff.

NÃO VAI TER GOLPE VI
Já a estrela petista, raivosa, foi jovem o desconhecido assessor administrativo da procuradoria, Fernando Borba Castro. Foi colocado no lugar dele pela plateia. Informado de que a mudança do nome se deu porque a família  de Tarcísio Deschamps não tinha dado a autorização, a qual pediu para retirar o nome do projeto, contestou. Apresentou um papelinho da suposta autorização. Mentiu. Descaradamente. Olhado o documento, ele é de abril de 2015. E é para a homenagem como nome do prédio da superintendência. Nome que é até hoje. Esse pessoal não é fácil. Muda história e ainda se assenta em documento sem valor para o discurso.

TRAPICHE

Havia na audiência de quarta à noite mais ex-vereadores do Belchior do que os atuais vereadores da cidade. Dos 13, estavam lá quatro: Jaime Kirchner, PMDB, que presidiu a sessão e aproveitou para fazer três longos discursos; o suplente e na ativa atualmente, Charles Roberto Petry, DEM, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB e Hamilton Graff, PT. E só.

Não apareceram o presidente da Câmara, Giovano Borges, PSB (mandou dizer que estava numa audiência mais importante em Blumenau e que discutia o transporte coletivo de lá); o relator do projeto, José Hilário Melato, PP (vergonha); e o próprio autor da proposta de audiência, o suplente Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSDB (lamentável).

Quem primeiro deu a informação de que queriam trocar o nome do Belchior por Prefeito Tarcísio Deschamps na criação do distrito fui eu, aqui, nesta coluna, a mais lida na internet, no portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado e o de maior credibilidade.

Depois desta descoberta que fiz lendo a pauta e confirmando a leitura do Projeto de Lei no portal da Câmara, portanto de algo público, o Paulo Filippus, morador do Belchior Alto, membro do Movimento Brasil Livre, passou a trabalhar o assunto nas redes sociais. Ganhou a imprensa tradicional, a comunidade e por fim os vereadores. Resultado, o PT e o governo tiveram que voltar atrás.

A coragem e a cara de pau do Fernando Borba de Castro fizeram com que ele criticasse a ação das mídias sociais neste caso. O PT e os jovens da patrulha usam muito bem esta ferramenta. Todavia, por falta de razão, estão perdendo a guerra diante da realidade que não se sustenta. E estão inconformados. Perderam mais uma e por quê? Porque tentaram aplicar o golpe, mentiram, dissimularam com algo querido por uma comunidade unida e ferida, por sequer ser consultada em algo que é só deles e não dos políticos não identificados com o Belchior.

Foi o vereador Jaime Kirchner, alinhado com o PT, que bem sintetizou a sacanagem. Olhando para o vereador Mitinho, PT, revelou com todas as letras à comunidade presente. “Vocês fizeram um discurso cínico. Ameaçaram: ‘se vocês não aprovarem o projeto como está, vamos à comunidade culpá-los pelo fechamento do posto dos Correios’”. Isso se chama chantagem. A arma predileta do PT e do governo petista. Assim aconteceu com outros projetos que apareceram na Câmara com o timbre de “Regime de Urgência”.

Kleber Edson Wan Dall, pré-candidato a prefeito pelo PMDB e PP, estava na audiência. ++++ O ex-vereador Pedro Waldrich, o Dinho, pediu que as comunidades como a Cananeia, Carolina, Saltinho e Vale da Fumaça fossem também ouvidas na discussão da criação do Distrito +++ O superintendente Rui Deschamps, PT, candidato a qualquer coisa, evitou polemizar a qualquer custo ++++ Será criado o Distrito, mas neste ano não haverá dotação orçamentária maior (hoje é R$600 mil por ano), nem aumento da estrutura ++++ E por fim, a mentira. O posto dos Correios, será fechado no dia dois de abril, com ou sem a criação do Distrito. Isso também já havia sido esclarecido aos meus leitores e leitoras. O governo do PT confirmou isso na audiência. Então, acorda, Gaspar!

 

Edição 1742

Comentários

IP USA
28/03/2016 19:35
Herculano, Spam from other city!


Endereço de IP 179.187.201.130
Localização Brasil, Santa Catarina, Brusque
Latitude e Longitude -27,098060, -48,917500 (27 ° 5'53 "S 48 ° 55'3" W)
ISP Global Village Telecom
Horário local 28 de março de 2016 19:33 (UTC -03: 00)
Domínio gvt.net.br
net Speed (DSL) de banda larga / Cabo / Fiber
IDD & Area Code (55) -
CEP 88350-000
Estação meteorológica Brusque (BRXX0044)
Código do país Mobile (MCC) -
Mobile Network Code (MNC) -
Nome transportadora -
Elevação 30m
tipo de uso (ISP) Fixa ISP
proxy anônimo Não
Herculano
28/03/2016 19:15
RECLAMANTE

A leitora Zenir Krieger, pega fazendo spam aqui em defesa do seu candidato, esclareceu parcialmente a repetição das mensagens para justificar a razão pela qual partiram as mensagens de mesmo computador.

Em outra ação, reclamou no site do Jornal, a quem classifica de bom, mas que fica fica pior com a presença deste colunista. Ou seja, mais um que acha que jornalismo bom, é aquele que se cala quando não promove os seus, ou desnuda as incoerências e hipocrisias dos políticos. Ela, a censora, a que não paga as contas do jornal, mas usa dele, sugere que eu não escreva mais...

"Olá!

Leio cotidianamente o Jornal Cruzeiro do Vale, mas poucas vezes lia a coluna do Herculano, fiz dois comentários no blog dele e ele quiz insinuar que eu sou uma pessoa que não existo.

Não levarei isso em consideração. Mas se ele cha que sou uma pessoa que não existo, porque então aceitou o meu comentário? Não ofendi ninguém, não falei mal de ninguém (como ele faz rotineiramente) mas ele preferiu fazer esse comentário infeliz..

Enfim, meu marido e eu não iremos mais comentar no blog dele, mas gostaria de informar que o trabalho de vocês vai muito mais além do que uma coluna política. Vocês deveriam dar mais respeito para os leitores, que são as coisas mais importante de qualquer meio de comunicação. Parece que hoje ele manda no jornal, mas sinceramente não sei se esse tipo de comportamento é o mais indicado.

Este é meu e-mail, se quiserem estarei a inteira disposição.
Despetralhado
28/03/2016 18:55
Oi, Herculano;

A apatia que Marcelo Brick tem demonstrado em representar o povo que o elegeu querendo mudanças, não serve nem para síndico do prédio onde moro.

PSD braço do crime organizado PT, então, que morram abraçados. Pronto, falei!
Ana Amélia que não é Lemos
28/03/2016 18:49
Sr. Herculano:

José Nelto - deputado goiano pelo PMDB, em seu tweeter sobre Teori Zavaski:

"Ministro corrupto, bandido está pagando a nomeação da Dilma, mas não vai te dar paz.
Brasil inteiro perturbando (sic) Teori"

Que diferença do velho bobão, babão do Belchior!
Sujiro Fuji
28/03/2016 18:43
Tem quem pega o bonde andando e ainda quer ter razão. ACORDA GASPAR!
Zenir Krieger
28/03/2016 18:09
Fica o convite para vir me visitar visitar, me conhecer, conhecer o Fernando, aí você pode ver que aqui em casa tem apenas um computador, mande um e-mail para nós, podemos agendar sua visita, ou pode ir ir até a redação do jornal, já que você está insinuando que não existimos.
Herculano
28/03/2016 17:29
AMANHÁ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Ela é exclusiva para os leitores e leitoras que tornam o mais antigo e mais atualizado portal Cruzeiro do Vale, ser o mais acessado e o de maior credibilidade.

Acorda, Gaspar!
Herculano
28/03/2016 17:25
O CARÁTER OU A FALTA DELE. COISA DE POLÍTICOS OU DOS QUE GRAVITAM EM TORNO DELES

Aprovei os três comentários abaixo. Todos feitos na sequência. Eles aparecem por Zenir Krieger, pela segunda vez, João Paulo de Souza e Fernando P.

Eles provém de um único IP 179.187.201.130 E só os abro, pelo escrachado abuso achando que os meus leitores, e leitoras e eu somos todos uns tolos.

Então, quem falseia? Quem é paranoico? Quem persegue? Quem tiver curiosidade e tempo, pode buscar as respostas por meio deste IP. Acorda, Gaspar!
Fernando P
28/03/2016 16:38
O vereador Marcelo Brick está sempre visitando nossas comunidades e fazendo o possível para melhorar a qualidade de vida da população. Nunca deixou de lutar pelo melhor da nossa linda cidade. Tenho muito orgulho disso!!
Zenir Krieger
28/03/2016 16:28
Acabei de visitar seu blog Herculando e vi que haviam duas respostas ao meu cometário sobre Marcelo Brick. Um perfil que sequer se identifica com nome verdadeiro, mas enfim... Sua postura, na resposta logo após o primeiro comentário veio na mesma linha. Eu não conheço pessoalmente o Vereador, moro à 5 anos aqui Gaspar e por isso como cidadão resolvi mudar meu título para cá também. Ao ler seu blog, fica evidente uma perseguição ao Marcelo. Acho isso até meio paranoico. Sobre Gaspar, você deveria ir nas padarias, nos postos de combustíveis, onde as pessoas visitam cotidianamente, sair do mundinho virtual e ver se Marcelo tem algum tipo de rejeição, ninguém fala mal dele, e na política a gente sabe, que quando não se fala mal é porque está conduzindo as coisas muito bem.
Herculano
28/03/2016 15:32
DILMA PRECISA CONTAR O QUE FAZ PARA DORMIR "BEM", por Josias de Souza

Desde que o governo Dilma começou a deslizar para o caos, o país espera por um sinal de que o fim está próximo. O desembarque do PMDB, nesta terça-feira (29), talvez fique, no resumo do ocaso da gestão petista, como uma apoteose às avessas da impotência que desgoverna o Brasil. Convém dizer "talvez" para não correr o risco de carbonizar a língua. A qualquer momento pode surgir uma antiapoteose mais marcante.

A crise se arrasta há tanto tempo que já existe uma coleção de episódios que poderiam funcionar como bons epílogos. Mas quando a coisa parece estar mal, tudo fica muito pior. No instante em que o Planalto assimila a notícia de que o Delcídio foi gravado tentando comprar o silêncio do delator Cerveró, vem a revelação de que o senador também suaria o dedo.

Na hora em que as denúncias do ex-líder do governo ganham as manchetes, fica-se sabendo que o Mercadante foi gravado oferecendo vantagens a Delcídio para que travasse a língua. No momento em que o ministro mais chegado à presidente ofende a inteligência alheia com o lero-lero de que agira por razões humanitárias, a presidente resolve dar um autogolpe, nomeando o Lula para a Casa Civil.

A plateia mal havia digerido a conversão do foro privilegiado em "desaforo privilegiado" e o Sérgio Moro enrolou na garganta de Lula as fitas do grampo em que o morubixaba petista soa fora de si, escancarando o que tem por dentro.

Ainda soava no noticiário o diálogo em que Dilma informa a Lula que está enviando pelo "Messias" o ato de nomeação ?"para ser usado "em caso de necessidade"?"quando sobreveio a liminar do Gilmar Mendes. Nela, o ministro do STF susta o salvo-conduto e devolve Lula à "República de Curitiba". O juiz Moro não teve nem tempo de saborear o retorno, já que o Teori Zavascki mandou silenciar os grampos até que o Supremo decida o que deve ser feito.

Assim tem sido a rotina de Dilma. Quando conserta a antena do Planalto, estoura a privada do Alvorada. Não passa dia sem que haja um novo problema. Como se não bastasse a divisão interna do PT e todo o resto, o PMDB anuncia que irá para a oposição nesta terça-feira. O PP ameaça desembarcar na sequência. O PR e o PSD também.

Dilma repete aos auxiliares algo que disse na semana passada a jornalistas estrangeiros: "Não sou uma pessoa depressiva. Eu durmo bem à noite". Não sei quanto a você, mas eu quero uma porção do que Dilma está comendo, bebendo ou inalando, seja o que for. Diante de tudo o que se passa, quero viver no país que embala o sono da presidente da República, seja ele onde for.
Herculano
28/03/2016 15:19
MINISTROS DO STF MOSTRAM DESCONFORTO COM VIAGEM DE GILMAR, por Vera Magalhães, de Veja

Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) demonstraram nos últimos dias, reservadamente, desconforto com a longa viagem do colega Gilmar Mendes para Portugal. O ministro só retorna no dia 2 ao Brasil, o que empurrará para a próxima semana a decisão da corte sobre a nomeação do ex-presidente Lula para a Casa Civil.

Se dizendo muito pressionados pela situação, ministros lamentam o fato de a viagem do relator da ação contra a posse de Lula não ser oficial, o que poderia levar o presidente da corte, Ricardo Lewandowski, a solicitar a volta de Gilmar antes, para que o pleno pudesse analisar o mérito do caso.

O mal-estar é tal que integrantes do Supremo não descartam que ministros usem a sessão desta quarta-feira para falar abertamente sobre o inusitado da situação, que, entre outras consequências, leva a Casa Civil a ficar sob interinidade desde a semana retrasada.

Apesar das queixas, nenhum dos ministros cogita a possibilidade de o plenário analisar o mérito da nomeação de Lula sem a presença do relator, como chegaram a sugerir governistas nas últimas semanas.
Lesma Zúque
28/03/2016 14:06
Segundo Zenir Krieger: "o vereador Marcelo Brick é muito bem visto e falado. Tá aí... acho que é um nome novo, o que foge da velha política, ele nunca se envolveu em nenhuma irregularidade e pode ser uma boa alternativa para Gaspar".

Bem! Ele nunca fez nada, logo não pode ter se envolvido em nenhuma irregularidade e também significa que não serve.
ATÉ QUE ENFIM!
28/03/2016 13:16
Herculano

O texto de Ronam Santos do MBL expressa exatamente o que está acontecendo hoje no nosso país, inclusive o Dornelles tbém cita que o eleitor silenciosamente está preparando uma grande surpresa para a próxima eleição. Concordo plenamente, a classe média vai aprontar uma para esse bando de corruptos. FORA DILMA, FORA LULLA, FORA PT, FORA PMDB, FORA PP, FORA PSD, FORA PC doB, FORA PDT, FORA PRB. FORA CORRUPÇÃO, FORA SEUS CATINGUENTOS. FORA SEUS MENTIROSOS, FORA SEUS ENGANADORES. Estamos de saco cheio. Chega logo dia das eleições.
Herculano
28/03/2016 08:03
MARCHINHA DA DILMA, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Daqui não saio/daqui ninguém me tira. Eu sou honesta/ eu não roubei. Ganhei meu mandato/foi do povão. Escreve aí/creia em mim/vão me tirar/com gol de mão.

Se eu perder/pode crer/vou recorrer/ao tapetão. Assim é golpe/é armação/me derrubar só porque dei umas pedaladas lá na União.

Pintada para a guerra, essa é a marchinha que Dilma Rousseff não cansa de entoar nos últimos dias no Palácio do Planalto, transformado na última trincheira contra a batalha final do impeachment.

Reflete o desespero palaciano diante do risco real de queda do governo, pela primeira vez admitido por assessores da própria presidente, que até alguns dias se agarrava a seu canto de guerra para confiar que nada aconteceria a ela.

Um erro de avaliação. Na política, nem sempre basta ser e parecer honesto. Tem de atender seus aliados para que acreditem em você. É uma regra um pouco diferente da de são Tomé: aqui é receber para crer.

Dilma imaginou que ninguém tinha o direito de duvidar de sua honestidade e que isso bastava para se livrar do impeachment. Uma ilusão, da qual acordou um pouco tarde.

É certo que, hoje, o argumento jurídico do pedido de impeachment contra ela é frágil e, para alguns, até inexistente. Mas será usado como argumento, por uns, e pretexto, por outros, só para derrubá-la.

Dilma já deixou claro que entrará com recurso no Supremo Tribunal Federal contra essa eventual decisão. Aí, caberá ao STF decidir o rumo do país: concordar com Dilma ou com a Câmara dos Deputados.

Em Brasília, porém, dizem que Dilma pode até escapar do atual pedido de impeachment, mas não teria a mesma sorte depois que algumas delações vierem a público.

Ela seguirá dizendo ser honesta, mas sua campanha pode não ter sido tanto assim. Daí a pressa do PMDB em romper com a petista. Acelerar o que já é dado como certo. E evitar ser vítima também do que vem por aí.
Herculano
28/03/2016 07:38
CONSTATAÇÃO

Leitor que se identificou como Zenir Krieger postou aqui uma constatação nas suas andanças pela região neste final de semana: ele está muito bem falado e cotado em Blumenau e Litoral. Sobre Gaspar, onde quer ser candidato, nada.

Talvez seja por isso, que Marcelo de Souza Brick, PSD, o vereador, o presidente de um partido que está perdendo filiados às pencas por aqui, e que mesmo assim deseja ser candidato a prefeito, tenha na quarta-feira passada trocado a discussão comunitária do nome do Belchior por um aniversário em Blumenau. Estava em campanha com o possível candidato de lá a vereador Taumaturgo João Paulo, um cabo eleitoral nato.
Herculano
28/03/2016 07:24
A IMPROVÁVEL REVOLUÇÃO DE PESSIMILDO, por Renan Santos, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre

Parte 1

O fenômeno responsável pela queda de Dilma Rousseff encontra alguma similaridade com outras ocorrências mundo afora, mas também é único. A crise de representatividade política, a ojeriza ao establishment, os movimentos descentralizados e o uso da política em rede são fatores comuns, mas não explicam de maneira acurada o momento atual.

Antes de tudo, nosso movimento representa uma rearticulação de setores médios da nossa sociedade, que se encontravam dispersos em meio a um mar de informações e anseios conflitantes, a que esses setores se mostravam incapazes de dar expressão.

O aparelhamento de instâncias representativas da sociedade civil, tais como a OAB, sindicatos, entidades estudantis e igrejas, determinou o isolamento político do cidadão médio, que, ensimesmado, resmungava consigo mesmo e para os próximos seu desconforto com a corrupção, a taxação, os impostos escorchantes, os serviços públicos pífios - em suma, o "estado das coisas".

Surgia ali o "Pessimildo", o brasileiro médio que representava 40% dos votos em todas as eleições presidenciais desde 2006, mas que era incapaz de reunir dez pessoas numa praça para se fazer ouvir. Pior: era esconjurado em verso e prosa por Lula em sua cantilena anticlasse média, carinhosamente convertida em "elite branca, de olhos azuis, como o capeta encarnado, suposto empecilho no caminho da glória, entre copas do mundo, olimpíadas e ufanismos.

Pessimildo lutava uma guerra sem quartel. Votava em gente que tinha nojo de seus valores; era chamado de burro, reacionário, chato e cafona.

Seus filhos aprendiam que Pessimildo era uma categoria histórica a ser superada. E convinha aos jovens de bom gosto olhar com desdém para suas aspirações.

Na condição de empresário, convivi muito com Pessimildo. Assistia a suas constantes reclamações com os juros, os impostos e a legislação trabalhista. Sabe como é? Ele trabalha no setor privado, o pobre!. Já em 2012, podia prever que a vaca iria para o brejo. Setores como o automotivo e a construção civil demonstravam estagnação desde essa época. Indústrias fechavam aos montes. Mas era proibido ouvir Pessimildo.

A falência do modelo econômico lulista se deu ao mesmo tempo em que falia seu projeto político. O "programa de transição" petista se dava na aliança entre o dito "proletariado", então representado pelo PT, e o nosso "Ancien Régime", materializado nos velhos coronéis políticos do Nordeste, donos de empreiteiras e empresários convertidos em aristocracia no capitalismo sem riscos do BNDES.

O impasse, segundo os petistas, se resolveria apenas com uma reforma política que concentrasse poderes e verbas nas mãos do partido e com o silêncio bovino do cada vez mais desacreditado Pessimildo. Cumpre lembrar: a pauta política artificial que emergiu do cada vez menos espontâneo "Junho de 2013? foi a bizarra reforma política petista, capitaneada por "movimentos sociais" e pela "intelectualidade" uspiana de esquerda.
Herculano
28/03/2016 07:24
A IMPROVÁVEL REVOLUÇÃO DE PESSIMILDO, por Renan Santos, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre

Parte 2

Tal reforma, baseada no financiamento público de campanhas e na lista fechada, representava uma mão na roda para o beneficiário maior do, nas palavras da Odebrecht, "sistema ilegítimo e ilegal de financiamento do sistema partidário-eleitoral" brasileiro: o Partido dos Trabalhadores.

Essa era a única maneira de romper com os parceiros de ocasião, que se aliavam, mas com rebeldia crescente, à coalizão governista liderada por Dilma. Segundo o modelo petista, tais aliados deveriam ser "dialeticamente" usados e superados pela concentração de poder e recursos nas mãos de um partido que detinha o controle total da maior fonte de financiamento político do país. Era pra dar certo. Mas o encanto se quebrou.

Quebrou porque "os companheiros" não contavam com o esgotamento do modelo gastador implementado por Lula e Mantega. Quebrou porque não poderiam imaginar que algo como a Operação Lava Jato pudesse existir. E, principalmente, quebrou porque as "Jornadas de Junho de 2013? representaram um enorme fracasso para a esquerda do PT. Ao invés de assustarem Pessimildo, levaram-no às ruas. E ele gostou da brincadeira.

As manifestações de 2013 eram, sim, críticas à gestão Dilma, mas não aos fundamentos da elite dirigente. Suas reivindicações, se atendidas, culminariam inevitavelmente em mais Estado e mais governo. Seus idealizadores, o "Movimento Passe Livre", continuam batalhando pelos cantos em conformidade, agora em conformidade com a estratégia diversionista do Planalto. Sem sucesso! Foi outra a catarse de 2013. A classe média, ainda que desarticulada e enfurecida, tomou das esquerdas o comando. Ainda que incapaz, então, de estabelecer uma agenda, impôs seus sentimentos e frustrações.

Foi assim que se criou a cultura de resistência que está na nas ruas. A iconografia e as palavras de ordem de 2015-2016 surgiram em 2013: "sem violência, sem partido, sem bandeira, camisetas verde-amarelas, MASP, ojeriza à corrupção?"
Herculano
28/03/2016 07:23
A IMPROVÁVEL REVOLUÇÃO DE PESSIMILDO, por Renan Santos, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre

Parte 3

Estava tudo lá. Já dizia Heráclito: "O ser de uma coisa finita é trazer em si o germe de sua destruição; a hora de seu nascimento é também a hora de sua morte." Junho de 2013 carregava o germe de março de 2015. O PT começou a morrer ali.
Quando o MBL convocou sua primeira manifestação, em 1º de Novembro de 2014, sabíamos que iria dar certo. Aprendemos em 2013 quem era o público a ser convocado. Já sabíamos os primeiros cânticos, a linguagem comum a ser observada. Conhecíamos também os erros: sabíamos que era necessário contar com lideranças legítimas e com uma agenda factível.

O surgimento do MBL, do Vem Pra Rua e dos demais movimentos de rua possibilitou a criação de um antes inimaginável tecido político que reagrupou os milhões de Pessimildos espalhados país afora.

Tudo aquilo que fora perdido em anos de aparelhamento ilegítimo das instâncias representativas da sociedade civil foi recuperado no prazo de um ano. Mais: ao contrário de fenômenos similares analisados por teóricos do mundo em rede - Occupy Wall Street, Indignados, Primavera Árabe - a revolução do Pessimildo não conta com apoio entusiasmado da academia, da imprensa e do establishment cultural. Muito longe disso, por sinal.

Esse organismo vivo, que tomou corpo ao longo de 2015, impôs derrotas fragorosas a todos os que se colocaram em seu caminho. A oposição vacilante foi atropelada pelas incisivas manifestações de 12 de abril e pela Marcha pela Liberdade, que resultou em um posicionamento pró-impeachment, na Câmara, das bancadas do PSDB, DEM e PPS. Manifestações pelegas dos outrora temidos "movimentos sociais" viraram motivo de chacota na Internet. Declarações oficiais eram convertidas em memes e piadas. Fases da Operação Lava Jato eram narradas como se fossem fim de campeonato.

Nem setores da grande imprensa escaparam. A tentativa de transformar o fenômeno em um Fla x Flu entre Cunha e Dilma naufragou, assim como a cobertura ultrajante que fizeram das aspirações dos brasileiros que saiam às ruas.

Muito a contragosto, tiveram de se render à agenda de Pessimildo: levamos o impeachment ladeira acima e unificamos um país disperso e deprimido. O monumental 13 de Março serviu como pá de cal para a luta inglória do jornalismo militante.

O combate à corrupção deixou de ser "moralismo pequeno burguês" da classe média e entrou na agenda do dia de todas as classes sociais. Ricos e pobres querem um país livre da corrupção - e não surpreende que o tema, pela primeira vez, tenha virado a maior preocupação dos brasileiros, conforme pesquisa recente da CNI.

Gostem ou não nossos intelectuais de esquerda, mas essa inédita articulação dos setores produtivos da nossa sociedade - assalariados e pequenos empresários - converteu-se numa força política sem paralelo em nossa história recente. É sólida, pois se baseia na consolidação institucional de valores já presentes na sociedade civil; é poderosa, pois comunica-se em rede numa velocidade jamais imaginada por qualquer Marina Silva.

A Revolução do Pessimildo é o fenômeno político mais excitante do mundo no momento. Seu sucesso dependerá de sua capacidade de converter tal impulso transformador em representação política, seja no Congresso Nacional, seja nos aparelhos da educação e da cultura que articulam os valores da política. Será um longo e árduo trabalho.
Mas, como a gente sabe, isso não assusta mais o Pessimildo.

Ele gosta de trabalhar.
Herculano
28/03/2016 07:06
DA ARTE DE ENGOLIR PATOS, por Vinicius Mota para o jornal Folha de S. Paulo

O volumoso conjunto de brasileiros que sai à rua a pedir o fim do governo Dilma tem um encontro marcado com a decepção. Ela será dramática se o objetivo das multidões não for atingido; se o impeachment não obtiver ao menos os 342 votos na Câmara e os 41 no Senado para afastar a presidente.

Desapontamento também haverá, embora retardado pelo júbilo inicial, na hipótese de sucesso das marchas. Após a deposição da mandatária restará cristalino o desafio amargo de consertar as finanças do Estado e de distribuir os custos na sociedade.

A manifestantes da avenida Paulista recomenda-se iniciação na arte de engolir patos amarelos. O símbolo contra a alta de tributos escolhido pela Fiesp, ela mesma inflada com imposto sindical, começará a murchar já na posse do novo governo.

Não há hipótese de saída organizada, anti-inflacionária, desta crise sem a elevação emergencial da arrecadação dos governos, a prolongar-se no mínimo até o final da década.

Pessoas que protestam na avenida talvez se admirem, e se frustrem, ao saber que elas mesmas seriam alvos preferenciais de uma reforma tributária socialmente justa. Ricos pagam proporcionalmente pouco imposto no Brasil; e os ricos somos nós que debatemos nestas páginas. Constituem a maioria dos integrantes das marchas que vão à avenida, seja defender, seja criticar o governo petista.

Sob a ótica da distribuição de renda e escolaridade, o manifestante vermelho típico da Paulista mal se distingue do amarelo. Os dois são "coxinhas", de cores distintas, posicionados no topo da pirâmide social.

Ambos teriam de dar cota maior de contribuição para o reequilíbrio econômico e político do país se essa agenda pudesse ser implementada com franqueza. Haverá maioria governante capaz de levá-la adiante? Estará essa franja de alta renda da população disposta a despertar do encantamento de pensar-se a si mesma como "classe média"?
Herculano
28/03/2016 07:02
CHEFES MILITARES JÁ SE ENTENDEM COM OPOSIÇÃO, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Um dos sinais reveladores do declínio da presidente Dilma no poder tem sido a aproximação dos chamados setores "de Estado" com a oposição. Representantes do Itamaraty, inconformados com a nova condição brasileira de "anão diplomático", e a significativa interlocução com chefes militares, em geral muito discretos. Todos se mostram preocupados, mas concordam em um ponto: o governo Dilma acabou.

PAPO RETO
Um dos comandantes das três Forças pediu reunião urgente com o Líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes (SP). Será nesta terça (29).

BRASIL FARDADO
A inquietação dos comandantes militares reflete a caserna, onde estão brasileiros indignados clamando por mudança como quaisquer outros.

AQUI NÃO É VENEZUELA
Os chefes militares rejeitaram a idéia do Planalto de decretar "Estado de Defesa" para coibir e reprimir manifestações, como na Venezuela.

AQUI HÁ DEMOCRACIA
As discussões sobre o "Estado de Defesa", cogitado por Dilma, foram reveladas a políticos da oposição nas conversas com chefes militares.

PMDB: DECISÃO DE ROMPER PODE SER ATÉ UNÂNIME
Se não for unânime a decisão da executiva nacional do PMDB de romper com o governo, nesta terça (29), será por maioria acachapante. A avaliação é do vice-presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), que presidirá a reunião e, ao iniciar os trabalhos, irá franquear a palavra. "Quero ver quem vai ter a coragem de defender Dilma", diz ele, um dos primeiros no PMDB a defender o impeachment da presidente.

ACACHAPANTE
O PMDB deverá romper e entregar os cargos por decisão de ao menos 70% dos votos. "Quem ficar não representará o partido", diz Jucá.

ÚLTIMA QUE MORRE
Romero Jucá tem esperança de que o presidente do Senado, Renan Calheiros, que ainda resiste ao rompimento, mude de ideia.

PÁ DE CAL
Resistiam ao rompimento Renan Calheiros e o PMDB do Rio, que, após encontro com Michel Temer, decidiu aderir ao desembarque.

CADÊ O RESPEITO?
Curiosidade revelada pelas gravações, agora sob sigilo, entre as autoridades petistas: Dilma chega a chamar Lula de "presidente", mas Lula nunca chama a atual mandatária de presidente. Ou "presidenta".

CALAFRIOS
O governo está apavorado com o depoimento de Renato Bayard, ex-presidente da Construtora Odebrecht. Ele atuou diretamente pela Lei dos Portos. A filha dele, Julyana, deixou a diretoria da Embraport.

MUITA CALMA NESSA HORA
Lula vai manter agenda mais discreta. O cuidado é para não inflamar os ânimos da militância pró-impeachment. Quer evitar ainda falar sobre o Judiciário para não complicar sua vida no Supremo Tribunal Federal.

IMPEACHMENT NA CABEÇA
O deputado Rubens Bueno (PPS-PR), atuante líder de oposição, diz que incluir a delação de Delcídio Amaral no processo de impeachment seria irrelevante: "O impeachment já está na cabeça do povo".

CADÊ AÉCIO?
O sumiço de Aécio Neves (PSDB-MG), após ser citado na delação de Delcídio, motivou o deputado Silvio Costa (PTdoB-PE): "tenho certeza que este silêncio não é dos inocentes", diz o vice-líder do governo.

VIROU ENFEITE
Deve dar em nada a "investigação" sobre a conversa grampeada de Dilma e Lula. O extinto Gabinete de Segurança Institucional (GSI) instalou aparelhos criptografados, mas ela não usa. Só reclama deles.

QUE VERGONHA
Um dado preocupa o Palácio do Planalto. Levantamento do governo mostra que, com o aumento da pressão popular, Dilma pode não ter nem mesmo 150 votos para derrubar o impeachment. E precisa de 171.

SUSPEITO E EXCLUÍDO
Ao se declarar suspeito para relatar o pedido de habeas corpus de Lula para assumir o cargo de ministro da Casa Civil, o ministro Luiz Edson Facchin (STF) praticamente se excluiu do julgamento do mérito.

PENSANDO BEM...
... o slogan de campanha do deputado Tiririca deve mudar, em 2018: nesses tempos na política brasileira, pior que está sempre fica.
Herculano
28/03/2016 06:56
O PT, O RUSSO E O CHINÊS, por Jaime Spitzcovsky, para o jornal Folha de S. Paulo

Liu, Ivan e José. Um chinês, um russo e um brasileiro, nascidos na década de 1980 e, hoje, com 35 anos de idade. Pertencem às chamadas "novas camadas médias".

Do ponto de vista de liberdades individuais e acesso a consumo, os representantes dessa geração vivem melhor ou pior que seus pais, quando tinham a mesma faixa etária?

Vivem melhor. Naturalmente, não se trata de ignorar o deficit de liberdade política na China, o autoritarismo do putinismo ou as imperfeições da democracia brasileira.

O fundamental, para entender o momento histórico e o processo em curso nestes países tão distintos, é acompanhar as mudanças estruturais responsáveis por, em 30 anos, abalar os pilares sobre os quais, ao longo de séculos, tais sociedades se apoiaram.

O terremoto advém com o encontro de duas tendências. Livre da ameaça comunista, o capitalismo mergulha numa fase de expansão. Precisa de novos mercados, para vender bens em larga escala.

O capitalismo encontra então um Partido Comunista sedento por injetar economia de mercado em seu país. O líder chinês Deng Xiaoping, em 1978, pisoteia dogmas e decreta o início das reformas, para resgatar a China da miséria e do isolamento herdados do maoismo e manter o poder da elite governante desde a revolução de 1949.

China sedenta por dinamismo econômico e capitalismo em busca de mais consumidores compõem o ponto de partida da equação a modelar o século 21, do ponto de vista socioeconômico. O modelo se espalha, sobretudo com a debacle da URSS, em 1991.

A ideia de injetar doses cavalares de economia de mercado, nas últimas décadas, contaminou países tão distintos como Índia, Estônia, México e Indonésia, entre outros. No mundo dos países emergentes, o tecido social passa por plásticas indeléveis.

Um processo sem paralelos na história, em função da velocidade estonteante, resulta na criação de novas classes médias, conceito amplo, apoiado não em critérios econométricos, mas no fato de parcelas expressivas da população global se despediram da pobreza absoluta.

Adicione-se ao caldeirão mais dois ingredientes globais: urbanização acelerada e revolução tecnológica sem precedentes. Mais cidades e mais redes sociais significam maior fluidez em informação e em capacidade de exercer cidadania.

Em 1999, quando o PC chinês celebrava o cinquentenário da chegada ao poder, conversei em Pequim com um funcionário do Comitê Central. Tasquei a pergunta incômoda. Quando os chineses poderão eleger seus líderes por meio do voto?

Meu interlocutor disparou: "É uma questão para meus netos resolverem". A resposta, embrulhada em simbolismo, abandonava o dogma marxista da eternidade do poder revolucionário e admitia a chegada de desafios ao PC chinês, que se intensificarão nos anos vindouros.

No caso brasileiro, repleto de diferenças com o mundo chinês, tenho a sensação de que o PT não soube ler as mudanças ocorridas nos últimos 30 anos. O tecido social se alterou drasticamente, a democracia avançou. Governar como se estivesse no século 20 é um equívoco colossal.
Herculano
28/03/2016 06:51
DESVARIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A dívida do governo cresce sem controle desde 2013, um motivo central da gravíssima crise econômica. Não há, entre as autoridades, quem se ocupe de atenuar o descalabro. Existe, na verdade, o oposto: um conluio para agravar o problema, uma conspiração que não enxerga limites mesmo diante da degradação frenética do país.

Na semana passada, a Câmara deu demonstração eloquente dessa atitude irresponsável. Os deputados federais aprovaram, em primeira votação, o aumento das despesas obrigatórias em saúde.

Trata-se de emenda constitucional que aumenta de forma progressiva, de 2017 a 2023, a parcela da receita que União, Estados e municípios devem reservar para essa rubrica de gastos. A proposta foi aprovada por 402 dos 513 deputados; somente um votou contra.

O gesto da Câmara poderia parecer meritório, por dedicar mais recursos à saúde. Nada mais distante da realidade, porém.

As contas dos governos são deficitárias, sem perspectiva de recuperação. Dado que não há previsão de cortes em outros dispêndios ?"como programas assistenciais e educação?", a Câmara acaba de manifestar sua intenção de fazer com que a dívida pública se eleve ao ponto de surgirem dúvidas sobre a solvência do governo.

Como se não bastasse, a administração Dilma Rousseff (PT) acaba de desfazer as últimas aparências de que pretendia colocar alguma ordem no balanço das contas.

O ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, confirmou as suspeitas sobre o compromisso do governo com a prudência. Aceitará um deficit primário de quase 1,6% do PIB, em vez da desde sempre fictícia meta de superavit de 0,5%.

Barbosa torna-se soldado raso da batalha de salvação do mandato de Dilma, dando tiros além do mais contraproducentes, pois desmoraliza a credibilidade que restava em algum desvão do governo.

Dilma conduziu os cofres do país à agonia, a partir de 2012. Não houve reação parlamentar. Ao contrário, no ano passado, o Congresso, com a cumplicidade da oposição, aprovou ou tentou aprovar leis que degradaram ainda mais as contas públicas e o crédito do país.

Eram as chamadas pautas-bomba: desfiguração do plano mínimo de ajuste, elevação da despesa previdenciária, aumentos para servidores, acréscimos nos gastos com emendas parlamentares e reajustes na tabela do Imposto de Renda, entre outras irresponsabilidades.

Em crise política e econômica como há muito não conhecia, o país assiste embasbacado a governo Dilma Rousseff e Congresso Nacional causarem ainda mais ruína, tornando a tarefa da reconstrução muito mais difícil.
Zenir Krieger
27/03/2016 19:47
O assunto já estrou a toda em todos os lugares... Mesmo como o clima pra lá de apartidário por conta da corrupção generalizada do PT, o assunto eleições municipais não morre. Estive visitando parentes em Blumenau e Itajaí esse final de semana e o que me surpreendeu é que tanto no litoral, quando em Blumenau o vereador Marcelo Brick é muito bem visto e falado. Tá aí... acho que é um nome novo, o que foge da velha política, ele nunca se envolveu em nenhuma irregularidade e pode ser uma boa alternativa para Gaspar. Vou acompanhar mais o trabalho dele e decidir...
Dornelles de Araújo Castro
27/03/2016 17:46
Sr Herculano!

Independente de quantos candidatos disputarem o próximo pleito, o candidato do PT fecha a porteira. Não fazem mais de 6.000. O PMDB se acha o tal, também vai se ferrar, ainda mais com o PP de Vice, os dois partidos mais corruptos depois do PT. O PSD tbém vai pra vara, estes caras acham que vão passar incólumes na eleição, vão ver o que as urnas estão preparando pra essa corja de corruptos, não vai sobrar pedra sobre pedras. Nas internas estão se cagando de medo, essa é a verdade. Vai ter tbém um grande número de votos em branco e nulos. Assim que a Dilma cair, a metade vai preso, aguardem. O eleitor silenciosamente está preparando uma grande surpresa pra essa turma.
Ana Amélia que não é Lemos
27/03/2016 14:20
Sr. Herculano:

Liga pra mim, chora por mim - do O Antagonista:

"Lauro Jardim, de O Globo:

'No encontro com Renan Calheiros e José Sarney, na semana passada, Lula comentou que havia ligado duas vezes para Michel Temer e o vice não atendeu. E não deve ser por medo de grampo.'

Isso é muito mais do que se esquivar. É ignorar."

O Mordomo de Drácula recruta cantando;
Você abusou, tirou partido de mim, abusou...

Como tweeetou o SABINO; "o Molusco pode fugir da justiça, mas jamais poderá fugir de si próprio pelos males que causou ao País.
Politicamente está morto, só faltando lacrar o caixão para não contaminar o meio ambiente!!!

Assino embaixo.
Herculano
27/03/2016 10:30
NARRATIVA RIDÍCULA, por Merval Pereira, de O Globo, por Merval Pereira

A tal "narrativa" que os que ainda apoiam o governo de Dilma Rousseff tentam estabelecer como verdade, de que o impeachment a ser votado no Congresso é um golpe judicial, sem tanques nas ruas, não tem encontrado muita receptividade fora do próprio círculo dos convertidos que, por interesses pessoais ou para não dar o braço a torcer no plano ideológico, continuam insistindo em que o PT representa uma solução para os mais pobres, e por isso deve-se fechar os olhos para os "malfeitos"

O artificialismo com que foi criada a rede de proteção social do petismo está sendo demonstrado pela triste realidade, consequência de uma política econômica desastrosa, e o que parecia ser uma solução milagrosa para reduzir a desigualdade não passava de um conjunto de ações populistas que não mudaram estruturalmente as condições do país, apenas mascararam nossa tragédia social.

O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, foi o terceiro ministro em seguida a desmistificar a tese de que o impeachment é um golpe contra a presidente Dilma. Antes dele, os ministros Dias Toffoli e Cármen Lúcia já haviam se manifestado na mesma direção.

"O impeachment, numa situação dessa, é um instrumento legítimo, pelo qual se objetiva viabilizar a responsabilização política de qualquer presidente da República. Não importa quem seja, não importa qual o partido político a que essa pessoa seja filiada" afirmou Celso de Mello, que, perguntado, disse que o juiz Sérgio Moro vem trabalhando corretamente e que a Lava-Jato tem por objetivo "expurgar a corrupção que tomou conta do governo e de grandes grupos empresariais"

Também o ex-ministro do STF Eros Grau assinou uma carta para ser juntada à manifestação de advogados e juristas favoráveis ao impeachment de Dilma, em que afirma que "quem não é criminoso enfrenta com dignidade o devido processo legal". "(...) O delinquente faz de tudo procurando escapar do julgamento. Apenas o delinquente esbraveja, grita" "(...) A simples adoção desse comportamento evidencia delinquência"

Parece não estar surtindo efeito, da mesma maneira, a ideia do golpe nos mecanismos regionais, apesar da tentativa de levar o Mercosul e a Unasul a fazerem pronunciamentos contra um suposto golpe de Estado.

Apenas os bolivarianos Maduro, da Venezuela, Morales, da Bolívia, e Corrêa, do Equador, entraram nessa campanha.

Ontem, o "Washington Post" fez um editorial pedindo a renúncia de Dilma, afirmando que ela está levando o Brasil ao precipício. O "The New York Times" já havia dito, também em editorial, que a explicação sobre o convite para que o ex-presidente Lula integrasse o seu Ministério havia sido "ridícula" e que a intenção era mesmo proteger o ex-presidente de uma condenação em instâncias inferiores da Justiça brasileira.

Com a mesma interpretação, só que com rigor maior na análise, a revista britânica "The Economist" pediu a renúncia da presidente brasileira, afirmando que o convite a Lula denunciava uma clara obstrução da Justiça.

Na falta de melhores argumentos, jornalistas chapas-brancas, muitos deles sustentados por verbas publicitárias governamentais, apelam para a desgastada teoria da conspiração internacional contra nossas riquezas naturais.

Nessa versão fantasiosamente ridícula, o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, por terem estudados em universidades dos Estados Unidos, seriam instrumentos da CIA para a derrubada do governo popular e a entrega do pré-sal à sanha das grandes empresas petrolíferas internacionais. Sem se preocuparem, sequer, com a destruição da Petrobras para alimentar bolsos particulares e projetos de poder político, que, essa sim, poderia bem ser atribuída a uma traição nacional.

Trata-se, convenhamos, de uma narrativa tão antiquada quanto ridícula, que só mesmo de má-fé, ou por ignorância, é possível aceitar.
Herculano
27/03/2016 10:26
OS ANTI-INTELECTUAIS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Mesmo diante das volumosas evidências de que o lulopetismo é autoritário por natureza, mesmo que abundem provas de que o chefão Luiz Inácio Lula da Silva e seus seguidores tramam à luz do dia contra as instituições republicanas, mesmo que seja clara a ânsia da tigrada de calar a imprensa livre e favorecer o jornalismo companheiro a serviço do pensamento único, ainda assim há intelectuais ?" ao menos é assim que eles se identificam ?" que se dispõem a defender, em nome de um suposto espírito democrático, um governo e um partido cada vez mais identificados com tudo aquilo que ofende a democracia e os padrões morais de uma sociedade civilizada.

Pululam manifestos assinados por esses assim chamados pensadores, acompanhados de artistas e outros profissionais cujo trabalho depende da mais ampla liberdade de expressão e opinião, todos devotados à denúncia do que qualificam de "golpe" contra a presidente Dilma Rousseff e contra o "governo popular" do PT.

Um dos mais recentes produtos desse ponto de vista é um tal Manifesto do Livro, em que mais de mil intelectuais, escritores, editores e profissionais ligados ao setor livreiro dizem que estão "ameaçadas" as "normas constitucionais vigentes".

Eles não se referem à escandalosa transformação do Estado em balcão de negócios criminosos, que, ao beneficiar partidos, políticos e empresários amigos de Lula e da presidente, dilapidou o patrimônio de todos os brasileiros, a começar pelos mais pobres. Tampouco se preocupam com o aviltamento da política promovido pelo partido de Dilma e de Lula, com a conversão do Congresso em armazém de secos e molhados. Os signatários do manifesto também não fazem menção aos ataques que Lula e Dilma estão desferindo, dia e noite, contra o Judiciário e a imprensa livre e independente, a quem acusam de tramar o tal "golpe".

Nada disso aparece no libelo desses, digamos assim, pensadores. No texto, eles preferem denunciar o "abuso de poder", a "violação dos direitos" e o "desrespeito sistemático" do Estado de Direito por parte de "setores do Poder Judiciário" ?" uma clara referência às autoridades policiais e judiciais que fazem avançar a Operação Lava Jato até Dilma e Lula. Para os signatários, as conquistas democráticas, diante disso, estão "ameaçadas" ?" e seguem-se as já banalizadas referências à ditadura militar.

Esse manifesto respeita o padrão dos tantos outros que apareceram desde que surgiram as evidências de que Dilma havia cometido crime de responsabilidade ao "pedalar" as contas públicas, o que justifica seu impeachment, e de que Lula é o chefe do bando que tomou o Estado de assalto assim que o PT chegou ao poder. Primeiro, eles negam a realidade, atribuindo a divulgação dos escabrosos fatos a um complô da "direita" mancomunada com juízes "partidários" e uma imprensa "golpista". Depois, exumam a ditadura militar para usá-la como epíteto do movimento que pretende expulsar do poder aqueles que, estes sim, conspurcam a Constituição e escarnecem da Justiça.

A adesão de intelectuais à verdade emanada do partido no poder, como mostram diversos exemplos na história, é o primeiro passo para legitimar a destruição da democracia. Quando vozes de destaque na sociedade disseminam a tese de que são "golpistas" aqueles que fazem respeitar a lei e que trabalham para que os governantes delinquentes paguem pelos crimes que cometeram, é sinal de que a confusão moral está instalada no País. Quando esses autoproclamados "pensadores" hostilizam todos aqueles que se recusam a renunciar à razão em favor da fé estatal e partidária, atribuindo-lhes planos maquiavélicos para a tomada do poder, negam a liberdade que tanto dizem defender.

Assim, para os intelectuais que venderam sua alma ao lulopetismo - alguns porque venderam também algo mais, outros porque acreditam mesmo na balela segundo a qual Lula salvou os pobres e, portanto, está acima da lei dos homens -, a defesa da democracia, que é de todos, se reduz à mera defesa do PT, de seu projeto autoritário e de seu caudilho fanfarrão.
Herculano
27/03/2016 10:15
DIZER O OBVIO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Em entrevista publicada na quinta-feira (24) por esta Folha, o advogado Carlos Ayres Britto, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, tratou de dizer o óbvio: como o processo de impeachment está previsto na Constituição, não pode ser considerado um golpe. Um dia antes, Cármen Lúcia e Dias Toffoli, atuais integrantes da corte, haviam afirmado o mesmo.

Em tese, deveria ser desnecessário recorrer a expoentes do mundo jurídico para obter resposta tão evidente quanto essa. Dada a escalada da crise política no país e da polarização exagerada que a acompanha, porém, mesmo as coisas mais óbvias precisam ser ditas.

Tome-se o caso da presidente Dilma Rousseff. Assumindo o discurso capaz de engajar sua militância, a petista disse, na terça (22), que "está em curso um golpe contra a democracia".

Dois dias depois, em entrevista a veículos estrangeiros, repetiu a ladainha. "Não estou comparando com os golpes militares do passado, mas isso [impeachment] seria uma ruptura da ordem democrática", afirmou a presidente, segundo o jornal britânico "The Guardian".

É embaraçoso que a presidente do Brasil se permita, por puro apego ao cargo, arranhar a imagem do país no exterior. Ela sabe, ou deveria saber, que seu eventual afastamento pelo Congresso representará somente o fim de um ciclo de poder, e não uma fratura da Constituição.

A frenética tática defensiva do governo está aí ?"e por isso convém reduzir ao mínimo os pretextos que possam ser utilizados pela militância na guerra retórica.

As balizas do ordenamento jurídico devem ser observadas em qualquer circunstância, como lembraram Ayres Britto e Cármen Lúcia, mas a atual conjuntura impõe uma dose extra de zelo.

Isso significa, obviamente, seguir à risca o roteiro descrito em lei. Significa fundar as decisões em bases sólidas. Significa também que os magistrados devem restringir aos autos seus comentários, sem antecipar juízos.

Não se pode deixar de criticar, nesse contexto, a viagem do ministro Gilmar Mendes a Portugal, para um seminário no qual estarão reunidos líderes da oposição. O fato de ser um evento acadêmico programado há muito tempo não diminui sua inconveniência.

Se o Executivo e o Legislativo gozam de pouco prestígio, se a presidente e lideranças do Congresso contribuem para acirrar os ânimos, cabe ao Judiciário dar o exemplo. Um processo de impeachment já é suficientemente traumático; o país não precisa sair da crise com suas instituições desacreditadas.
Herculano
27/03/2016 10:12
Da série: no vale tudo desesperado, a mídia paga pelo poder e que não mais possui credibilidade e audiência diante dos fatos, roubalheira e corrupção da qual está envolvida, reforça o discurso manjado e que não cola mais de que os grandes canais de comunicações do Brasil estão a serviço do golpe, da direita...

CÍNICA, MÍDIA DISTORCE FALA DE DILMA SOBRE GOLPE, dá em manchete do 247, aliado do PT, governo e esquerda que defende o roubo dos impostos do povo, desde que ele seja para a manutenção dos empregos e o poder da turma.

Texto do 247. Prioridade dos três principais jornais engajados no golpe de 2016, Folha, Globo e Estado, que também agiram de forma coordenada para promover o regime militar de 1964, é encontrar luminares que repitam uma obviedade: que, "ao contrário do que a presidente Dilma Rousseff afirmou, impeachment não é golpe por estar previsto na Constituição"; trata-se, mais uma vez, de uma tentativa rasteira de manipulação da opinião pública, uma vez que Dilma sempre disse que o impeachment é um instrumento previsto na Constituição; no entanto, ele apenas se torna legítimo quando os responsáveis pelo processo são capazes de apontar o crime de responsabilidade cometido pela presidência da República ?" o que nem as famílias Frias, Mesquita ou Marinho fizeram até agora.

Engajadas numa tentativa de golpe contra a democracia brasileira, assim como fizeram em 1964, as três famílias que hoje controlam os três principais jornais do País, os Frias, os Marinho e os Mesquita, passaram a se dedicar a um exercício de cinismo. A ordem, agora, é encontrar personalidades que repitam um truísmo: o de que o impeachment não é golpe por estar previsto na Constituição - como se a presidente Dilma Rousseff algum tivesse dito o contrário.

Há dois exemplos no Estado de S. Paulo deste domingo, um no Globo e um no próprio editorial da Folha.

O ponto, no entanto, é que Dilma jamais negou que o impeachment em si seja um golpe. O que ela e diversos juristas têm afirmado, assim como políticos com sólida formação jurídica, como o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB), é que um impeachment só se torna um processo legítimo quando vem acompanhado de um crime de responsabilidade cometido pelo presidente da República.

Nunca é demais lembrar que o golpe conduzido por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com apoio da oposição e de diversos parlamentares acusados de crimes gravíssimos, tem como fundamento as chamadas "pedaladas fiscais" - algo que, como diz Delfim Netto neste domingo, ocorre no Brasil desde D. João VI.

Folha, Globo e Estado, que colaboraram com o golpe militar de 1964 e agora articulam o "golpe institucional" de 2016, são incapazes de demonstrar um ponto singelo: qual foi o crime de responsabilidade cometido pela presidente Dilma Rousseff.

Enquanto isso não ocorrer, o impeachment, ainda que mascarado pela legalidade, não poderá ser chamado de outra coisa, a não ser o que efetivamente é: um golpe contra a democracia, apoiado por meios de comunicação que deveriam, em tese, defendê-la.
Herculano
27/03/2016 09:59
VAI TER DEBANDADA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Sejamos fiéis ao fato: o PMDB desembarcou do governo Dilma Rousseff faz tempo. Desde quando o presidente do partido, Michel Temer, conseguiu aprovar a fórceps e, em boa medida em causa própria, a renovação da aliança pela reeleição enquanto parte significativa da legenda propunha a ruptura. Isso há dois anos.

Portanto, a reunião do Diretório Nacional marcada para terça-feira tem como pauta exatamente a tomada de uma decisão. Trata-se antes de avalizar uma constatação. A de que o PMDB prefere um lugar no bote salva-vidas da oposição a um gabinete de luxo no Titanic comandado por Dilma e conduzido por Luiz Inácio da Silva. A analogia com o naufrágio é de autoria do senador Romero Jucá, que foi líder do governo no primeiro mandato da presidente e, em 2014, cabo eleitoral do candidato oposicionista em 2014, Aécio Neves.

De lá para cá o distanciamento só fez se aprofundar, consolidando um cenário desenhado ao longo do primeiro mandato da sucessora de Lula. Por diversas vezes o PMDB externou sua insatisfação, cuja culminância foi uma carta do vice Michel Temer dirigida à presidente, objeto de uma ofensiva de desqualificação por parte do PT.

No lugar de levar em conta que Temer era presidente do maior partido de sustentação e representava a voz da maioria, o Planalto preferiu encarar a manifestação com desdém e apostar que o fisiologismo prevaleceria ao sentido de sobrevivência do das experientes lideranças. Errou. Ainda que na terça-feira não se dê a ruptura oficial e o partido construa uma solução formalmente intermediária, não há volta: o PMDB está fora e com isso terá início a debandada.

Alerta ignorado. Há mais de um ano, a presidente Dilma Rousseff foi alertada pelo senador Delcídio Amaral sobre os riscos e consequências da Operação Lava Jato para o governo. Ele antecipou, passo a passo, o que a partir de então acabou acontecendo e sugeriu que Dilma tomasse precauções.

Além dos dois, estava no gabinete o então ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que logo em seguida, quando o senador saiu da sala, tratou de convencer Dilma do contrário. "Meu erro foi ter falado na frente dele", diz Delcídio, que soube depois o seguinte: Mercadante argumentou que ela não deveria articular qualquer composição, pois acusações e punições recairiam exclusivamente sobre os políticos e Dilma sairia não só ilesa, como a heroína da história por ter se mantido distante deles, em cujas mãos está seu destino.

Querer e poder. A julgar pela nota do Ministério Público, não basta que a Odebrecht se ofereça para colaborar com as investigações para que a empresa e seus dirigentes sejam premiados com a redução de penalidades. É preciso que tenha, no entender dos procuradores, dados novos e fundamentais para o esclarecimento da materialidade e da autoria dos crimes em processo de apuração.

Marcos Valério, o operador do mensalão, tentou entrar em acordo com a promotoria em 2012 quando o caso já estava em julgamento no Supremo Tribunal Federal e ele percebeu que não poderia contar com a prometida proteção "de cima". Na ocasião, tanto o MP quanto o Supremo recusaram a proposta porque, ao juízo deles, Valério nada teria a acrescentar que pudesse mudar o rumo da ação penal.

Resultado, Marcos Valério pegou 37 anos de prisão. Denunciado pelo senador Delcídio Amaral como receptor de suborno para silenciar sobre possível envolvimento direto de Lula, pode ainda estar sujeito a receber nova condenação. A menos que agora queira (e consiga) dar informações que justifiquem obtenção de benefício
Herculano
27/03/2016 09:56
MATERIAL PARA AUTOCRÍTICA, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

O PT teve dois traços positivos bem marcantes. Em seus primeiros anos, ele era o partido que participava de todas as denúncias de escândalos e que não estava envolvido em nenhuma. Numa fase posterior, já no poder, destacou-se como uma legenda que dava a devida atenção à questão social.

Isso ficou no passado. Depois do mensalão e do petrolão, o PT já não ousa brandir a aura de incorruptível. Ao contrário, hoje procura defender-se das acusações que lhe são imputadas dizendo que não fez nada que outros partidos não tenham feito. O próprio Lula, símbolo-mor da sigla, enfrenta dificuldades para explicar o que seria seu patrimônio pessoal.

No que diz respeito à sensibilidade social, a questão é menos caricata, mas, talvez, mais complicada. Durante os dois mandatos de Lula, a situação dos mais pobres melhorou bastante, com o país registrando avanços tanto nos rendimentos per capita como na redução da desigualdade. É preciso, porém, frisar que isso ocorreu num momento em que os ventos da economia internacional favoreciam bastante o Brasil, permitindo a Lula distribuir agrados para todos os setores da sociedade, pobres, classe média, ricos e trilhardários ?"daí os mais de 80% de popularidade que ele atingiu.

Hoje a situação é bem diferente. A alta nas commodities que beneficiava países em desenvolvimento foi revertida. Só isso já seria ruim, mas o quadro foi muito agravado pelos graves erros cometidos pelo governo Dilma na condução da política econômica. O resultado, que vivemos na pele, é o que provavelmente será a pior recessão da história do país, na qual boa parte dos ganhos sociais obtidos sob Lula serão anulados. Talvez o PT consiga manter a imagem de sigla preocupada com a questão social, mas agora com o contrapeso de ter sido incompetente na gestão da coisa pública. É bastante material para a autocrítica que o partido terá de fazer nos próximos anos.
Herculano
27/03/2016 09:36
COMO DOIS E DOIS SÃO QUATRO, por Ferreira Gullar, escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

A delação premiada de Delcídio Amaral teve seu impacto atenuado pela condução coercitiva que obrigou Lula a depor na Operação Lava Jato e ocupou o noticiário.

A publicação pela revista "Isto É", naquela semana, assustou de tal modo a presidente Dilma Rousseff que ela convocou seus ministros e, numa espécie de pronunciamento solene, afirmou que tudo o que Delcídio dissera a seu respeito era mentira.

E sublinhou que ele o fizera para se vingar dela e de seu governo que não o apoiaram quando foi preso pela Operação Lava Jato.

Todo mundo esperava que ela armara aquele pronunciamento solene para solidarizar-se com Lula, mas não foi.

Sobre sua condução coercitiva, ela disse apenas algumas palavras; o resto de seu pronunciamento foi para desacreditar a delação de Delcídio.

Sim, porque o que ele afirmara a respeito dela a compromete seriamente mostrando-a, sem dúvida, implicada em várias trapaças na Petrobras.

Uma delas é a compra da refinaria de Pasadena, quando Dilma era presidente do Conselho da empresa.

Revelado o escândalo, ela afirmou que concordara com a compra da refinaria porque a informação submetida a sua apreciação omitia os dados que ocasionaram o prejuízo.

Delcídio, em sua delação, afirmou que Dilma sabia do esquema de superfaturamento que envolveu a compra da refinaria, o que, aliás, foi confirmado por Nestor Cerveró, gestor da compra. Essa trapaça causou à Petrobras um prejuízo de 792 milhões de dólares.

Nestor Cerveró que, antes de ser preso, garantia ter a compra da refinaria obedecido a critérios objetivos e honestos, mais tarde, em delação premiada, admitiu que a transação baseou-se em um resumo técnico falho, sem informações fundamentais.

Apesar dessa compra desastrosa, Dilma ?"segundo afirmou Delcídio?" fez tudo para manter Cerveró na diretoria internacional de Petrobras, da qual foi demitido por pressão do PMDB.

Segundo Delcídio, Dilma lhe teria telefonado várias vezes a fim de que Cerveró fosse nomeado para a diretoria da BR Distribuidora, o que aconteceu.

Tudo isso indica que, ao contrário do que procurou mostrar, na qualidade de presidente do Conselho da Petrobras, Dilma fazia valer sua autoridade, mesmo porque, conforme todos sabiam, fora posta ali por decisão pessoal do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Hoje, está claro que, quando chefe do governo, Lula mandava e desmandava na Petrobras. Ele não só aprovou a compra da refinaria de Pasadena, como também determinou a aquisição de outra refinaria, no Japão, transação igualmente desastrosa para a estatal.

Também, por decisão sua, a empresa assumiu o compromisso de montar refinarias no Maranhão, no Ceará e em Pernambuco.

As duas primeiras, que não saíram do papel, resultaram no entanto em prejuízo de mais de R$ 2 bilhões. Dessas refinarias, só uma foi construída, a de Pernambuco, com resultados igualmente lamentáveis.

Tudo isso nos leva a supor que a nomeação de Dilma Rousseff para o Conselho da Petrobras fez parte do projeto de Lula para ter nas mãos a grande empresa estatal.

A ser isso verdade, era inevitável que ela, como representante do presidente da República, não só estava par dessas compras, como opinava em nome de Lula.

Tal hipótese se justifica em face das delações feitas por Delcídio Amaral.

A gravidade dessas delações é tanto maior se se considera que Delcídio era o representante da presidente Dilma no Senado e, como todos sabiam, homem de confiança dela e de Lula.

Por isso mesmo, estava a par do que os dois pensavam, faziam ou o usavam para fazer.

Tentar agora apresentá-lo como alguém que não merece qualquer credibilidade, não convence ninguém.

Ou devemos crer que eles escolheram um mau caráter para representá-los no Senado da República?

Em tempo: lamentável o modo chulo como Lula se referiu às mulheres filiadas a seu partido. E pensar que ele foi presidente da República do Brasil e acaba de ser nomeado superministro!
Herculano
27/03/2016 07:27
TEMER É A SOLUÇÃO PORQUE EVITA A ELEIÇÃO, por Elio Gaspari para o jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Parte 1

A Odebrecht enriqueceu o idioma politico nacional quando um de seus cleptotécnicos chamou de "Setor de Operações Estruturadas" seu departamento de pixulecos. As planilhas onde a empresa listou 316 maganos que amamentava apressaram a montagem de outro setor de operações estruturadas, poderoso e multipartidário.

Seu objetivo principal é obter a ascensão de Michel Temer à Presidência. Vale ressaltar que na planilha da Odebrecht estão os nomes de todos os marqueses dos grandes partidos, menos o dele.

Temer é um estuário de esperanças. Junta os cidadãos que detestam o PT, os eleitores que passaram a detestar a doutora Dilma, os empresários atônitos com a paralisia do Estado e sobretudo os políticos e fornecedores do governo, aterrorizados com a atividade do Ministério Público.

Temer é acima de tudo conveniente. Vota-se o impedimento da doutora, ele assume, reduz a tensão, forma um ministério de celebridades, consegue uma trégua (sobretudo na imprensa), leva para o governo gente que perdeu a eleição e impõe seu estilo tolerante, tranquilizando os comissários depostos. Se for possível, ajuda a preservar a vida pública de seus correligionários que temem a chegada dos rapazes da Federal. Essas seriam as esperanças.

Outra coisa é aquilo que o caminho do impedimento garante. Se não houver a deposição da doutora, haverá o risco da cassação da chapa Dilma-Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral, que levaria à convocação de uma eleição presidencial imediata e direta. Isso não interessa à oligarquia ferida pela Lava Jato nem ao andar de cima da vida nacional. Não interessa porque não tem candidato à mão e porque a banda oposicionista que está encalacrada na Lava Jato sabe que deve evitar a avenida Paulista e o julgamento popular.

Temer convém por muitos motivos, sobretudo porque evita a eleição. A serviço dessa circunstância move-se o setor de operações estruturadas. Ele não funciona como o da Odebrecht. Não tem sede, comando nem agenda detalhada. Toca de ouvido e conversa em silêncio. Quando foi necessário, aprendeu a conviver com o PT, dando-lhe conforto. Ele só não consegue conviver com a Lava Jato.

Ninguém quer rogar praga contra um eventual governo Temer, mas que tal um advogado de empreiteiras no círculo dos marqueses do Planalto ou mesmo no Ministério da Justiça?

ODEBRECHT

Em outubro de 2014, quando o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa contou suas traficâncias ao Ministério Público, Marcelo Odebrecht assinou uma "nota de esclarecimento" na qual queixou-se de "alguns veículos" da imprensa por tratarem como verdadeira a "denúncia vazia de um criminoso confesso que é 'premiado' por denunciar a major quantidade possível de empresas e pessoas".

Uma verdadeira aula.

Na semana passada a Odebrecht anunciou sua disposição de prestar "colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato." Quem souber o que vem a ser "colaboração definitiva" ganha um fim de semana em Angra, com direito a tornozeleira.

Continuando em seu tom professoral de 2014 a empresa diz que a Lava Jato revelou "a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país".

Tudo bem, antes da Lava Jato os doutores não sabiam de nada. Nem depois, visto que em novembro passado, com Marcelo na cadeia, continuavam aspergindo capilés.

O Ministério Público informa que não há negociação em andamento para se obter a colaboração definitiva ou provisória da Odebrecht.
Herculano
27/03/2016 07:26
RECORDAR É VIVER, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Diante da planilha do "Setor de Operações Estruturadas" da Odebrecht é bom lembrar que em 1995 caiu no colo do tucanato a "Pasta Rosa", com a contabilidade político-eleitoral da Federação Brasileira dos Bancos. Ela era muito mais rica e mais bem documentada do que a papelada da Odebrecht.

O tucanato sentou gloriosamente em cima da pasta, passaram-se 20 anos e continua fingindo que não houve nada.

EXAGEROS

A doutora Dilma diz que o juiz Sérgio Moro colocou "em risco a soberania nacional" ao divulgar telefonemas em que ela estava na outra ponta da linha.

Falso como depoimento de comissário. A conversa da doutora com Lula não tratou de assunto relacionado com a soberania do país. Também não envolveu qualquer recurso criptográfico. Se Moro tivesse divulgado um trecho de telegrama secreto, esticando-se a corda, o argumento da soberania poderia ter algum valor. Quem grampeou a soberania do Brasil foi o companheiro Obama, mas essa é outra história.

Já o juiz Moro diz que os grampos divulgados por ele defendiam o interesse público. Algum dia o doutor poderá explicar que interesse público havia na divulgação do telefonema 80829474, de 9 de março.

Nele Lula e sua filha Lurian combinam que tomarão café da manhã juntos no dia seguinte. Nada mais. Dessa rápida conversa resulta apenas uma curiosidade, a senhora chama Lula de "gato".

DILMA E TALLEYRAND

Coxo, Talleyrand caminhava com um aparelho ortopédico. Seduziu tout Paris, encantando a alma de mulheres e o bolso dos homens. (Ele seria o pai do pintor Delacroix.)

Atribui-se a Talleyrand uma frase que teria sido útil para os comissários que acabaram presos por causa dos pixulecos.

Um sujeito lhe disse:

"Dou-lhe vinte mil francos e não conto a ninguém".

Ele respondeu:

"Dê-me quarenta mil e conte a quem quiser".

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O NÚMERO MÁGICO É 342 E NÃO 171

A ideia de que o governo precisa de 171 votos para barrar o impedimento da doutora Dilma é verdadeira, mas incompleta. Ela é repetida com frequência, inclusive aqui.

O processo de impeachment requer dois terços dos votos da Câmara (342) para ir em frente. O número mágico é esse.

O governo não precisa de 171 votos a favor de Dilma. Essa condição seria suficiente, mas não é necessária. O que ele precisa é que a maioria favorável ao impedimento não chegue a 342.

Isso pode ser conseguido com votos contra a iniciativa (na qual o deputado se expõe), pela abstenção e sobretudo pela simples ausência. Assim, se 152 deputados ficarem a favor da doutora (19 abaixo dos 171 do terço), mas 19 outros não aparecerem na hora da votação, o pedido de impeachment vai ao arquivo.

Foi isso que aconteceu em 1984 com a emenda que restabelecia as eleições diretas. Ela precisava do voto de 320 deputados. Quem decidiu a parada foram as ausências (113). Contra, votaram apenas 65 deputados. Com 298 votos, a emenda morreu. Na hora de a onça beber água o governo pressionava deputados pedindo-lhes que não comparecessem.

No caso do impedimento de Collor, quando rompeu-se o dique de proteção ao governo eram necessários 336 votos e 441 deputados decidiram afastá-lo
Herculano
27/03/2016 07:15
Errei.

A postagem das 06:21 sob o título "CAI A ÚLTIMA BANDEIRA", é um editorial do jornal Folha de S. Paulo, e não do jornal O Estado de S. Paulo, como mencionei.
Herculano
27/03/2016 06:59
SEM MENSALÃO NEM PETROLÃO, A ALIANÇA CONGRESSUAL DO GOVERNO SOBRE APAGÃO, por Josias de Souza

Dilma escancara sua fragilidade cada vez que repete "jamais renunciarei". Na verdade, a presidente se encontra numa situação desesperadora. A única coisa que não a abandona é o medo de ser abandonada. No momento, Dilma vive o pior tipo de solidão, que é a companhia dos áulicos.

Se perguntarem a qualquer congressista ou ministro quais são os três temas prioritários da agenda brasiliense, o sujeito dirá: impeachment, impeachment e impeachment. Chegou-se a essa conjuntura monotemática por uma razão singela: o risco de Dilma ser impedida de exercer o cargo cresceu enormemente.

O pedido de impeachment deve chegar ao plenário da Câmara antes do final de abril. Ali, madame precisaria de 172 votos para livrar-se da encrenca. E seus operadores políticos já admitem reservadamente que esse apoio mínimo pode faltar à presidente da República.

Repetindo: para sepultar o pedido de impeachment, Dilma teria de contar com irrisórios 33,5% dos votos dos 513 deputados com assento no plenário da Câmara. E ela receia que até esse apoio ínfimo pode lhe ser negado. Ninguém disse ainda, talvez por pena, mas a base congressual de Dilma sofre um grave apagão.

Herdada de Lula, a coligação partidária que supostamente dá suporte a Dilma é uma aliança baseada em interesse$ inconfessáveis. E quando um matrimônio é selado na base do interesse vira patrimônio. Sem mensalão nem petrolão, a lealdade dos governistas ficou, digamos, meio cansada.

O PMDB, em cujos quadros se abrigam alguns dos mais notórios investigados da Lava Jato, deve desembarcar nesta terça-feira (29). O PP, a legenda que mais se lambuzou na petrorroubalheira, ameaça fazer o mesmo. O PR, um cartório controlado pelo mensaleiro Valdemar Costa Neto viria a seguir?

Na democracia brasileira, um projeto político que saiu pelo ladrão, os partidos perderam a função. Antes, representavam grupos ou corporações. Hoje, representam apenas os próprios interesses. Sempre houve na política essa confusão entre público e privado. A diferença é que na era petista houve uma radicalização.

Se o mensalão e o petrolão serviram para alguma coisa foi para acentuar a percepção de que há um quarto poder pairando sobre o Executivo, o Legislativo e o Judiciácio: o poder do dinheiro. A Lava Jato secou a fonte. E Dilma, que dispunha de maioria folgada na Câmara, tornou-se uma presidente minoritária.

Considerando-se que os partidos viraram paraísos fiscais, nos quais o governo investe todo o dinheiro que a corrupção é capaz de prover, Dilma conta com a perspectiva de extrair 100% de dividendos apenas do seu PT e do PCdoB. Juntas, essas "firmas" somam 71 votos na Câmara. Faltam 101 para brecar o impeachment.

Há dois dias, numa conversa com jornalistas estrangeiros, Dilma afirmou: "A oposição me pede que eu renuncie. Por quê? Por que sou uma mulher fraca? Não, não sou uma mulher fraca." Se não consegue reunir 101 gatunos pingados sem o anabolizante da corrupção, para que diabos serve a força de Dilma?

Aos que imaginam que a eventual aprovação do impeachment significará o fim de todos os problemas, um aviso: vai à cadeira de presidente o vice Michel Temer, do mafioso PMDB. Quer dizer: a política continuará condicionada aos desdobramentos das investigações policiais.
Herculano
27/03/2016 06:48
A DEMOCRACIA, NÃO O DEMO, por Ricardo Noblat, de O Globo

Frequente em discursos de muitos, até daqueles que por ela não nutrem qualquer apreço, a democracia vem sendo vítima do governo brasileiro, um serial killer obstinado que finge o inverso, mas tudo faz para aniquilá-la.

Cotidianamente, a doutrina que rege mais da metade das nações do mundo tem sido espancada por aqueles que teriam a obrigação maior de praticá-la e protegê-la, mas que só se importam em preservar a própria pele.

Democracia é um conceito complexo. Exige muito de todos. Até os países que exibem maturidade e solidez derrapam. Levantamento da revista The Economist, Democracy Index 2015, aponta que apenas 20 dos 96 países enquadrados como democracias exercem o regime em sua plenitude. O Brasil aparece entre as "democracias imperfeitas", em 51ª posição, com notas que vêm decrescendo a cada ano. Em 2006, quando a série iniciou, o país alcançou 7.38 pontos. Agora, 6.96, com perdas significativas na participação popular e no funcionamento do governo.

Uma imperfeição que a presidente Dilma Rousseff, o ex Lula e o PT têm feito questão de acentuar.

"Em defesa da democracia", Dilma usa o Palácio do Planalto para bradar "não vai ter golpe" e outras palavras de ordem contra o seu impeachment. De uma só vez cede a sede do governo ao seu partido e golpeia de morte a instituição Presidência da República, que dela quer se afastar e não sentirá saudade alguma quando ela se for.

"Em defesa da democracia", movimentos autoproclamados populares ameaçam incendiar o país caso a presidente seja legalmente afastada.

"Em defesa da democracia", Dilma e o PT atropelam tudo e todos para fazer o ex Lula ministro e, assim, poupá-lo de eventual prisão iminente.

"Em defesa da democracia", Lula solicita regalias a ministros para se safar da "perseguição" da Lava-Jato e denuncia que parte da oposição prepara um golpe, como se impeachment, com regras definidas pela Suprema Corte, fosse inconstitucional. E repete que ele, sempre ele, vai tirar Dilma dessa.

Tudo feito "em defesa da democracia".

No palanque montado em um encontro de sindicalistas, na quarta-feira, 23, Lula expôs por completo a sua visão autocrática, mítica e mística. Um papel que em nada combina com a democracia. Depois de explicar que a elite conservadora tem dificuldade para aceitar que o povo cresceu em consciência e maturidade política e que isso foi fundamental para elegê-lo presidente, disparou a máxima: "Eu sou o resultado da consciência política dos homens e mulheres deste país".

Fraca no que diz respeito à governança, a posição mediana do Brasil no ranking mundial de democracia começou a ser ameaçada em outra frente: a liberdade de expressão, que desde a primeira pesquisa conferiu as maiores notas ao país. Mas a insistência dos autointitulados defensores da democracia em acusar a mídia pelos dissabores de Dilma, Lula e seus asseclas, pode pôr isso a perder.

Useiros e vezeiros em inverter os sinais, os valores e o sentido das palavras, Dilma, Lula e os seus não enxergam outra saída a não ser a de tudo misturar. Todos são culpados pelos erros que eles e só eles cometeram e continuam a cometer. Polícia, Justiça e a maioria dos brasileiros, instigados pelas elites - exceto a elite de amigos presos em Curitiba - e pela mídia golpista são os responsáveis por todos os males, por todas as crises, pelo desemprego, pelo PIB negativo.

Ao insistir na insustentável existência de um complô de direita - um adjetivo que determina o lado físico e que na geografia política mundial nada mais diz - escorraçam o Direito, substantivo que define aquilo que é justo, reto e em conformidade à lei.

À democracia, preferem o demo (demônio, diabo), verbete que a antecede no dicionário.
Herculano
27/03/2016 06:40
CELSO DE MELLO DIZ QUE CORRUPÇÃO TOMOU CONTA DO GOVERNO E EMPRESAS

Parte 1

Conteúdo um vídeo gravado exibido parcialmente ontem a noite no Jornal Nacional. Texto da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo. Em vídeo veiculado nas redes sociais, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello afirma que o impeachment não é golpe e que a Operação Lava Jato tem como objetivo "expurgar a corrupção que tomou conta de governo e grandes empresas".

As declarações foram dadas na última quinta (24) a uma mulher identificada apenas como Ana Cláudia, que o abordou em um shopping de São Paulo. A mulher, que se identifica como "ativista", postou o vídeo no YouTube..

Ao ser questionado sobre o que pensa a respeito do impeachment, Celso de Mello disse que já se manifestou em julgamentos no Supremo, mas detalhou sua posição.

"A figura do impeachment não pode ser reduzida à condição de mero golpe de Estado", disse o ministro. "O impeachment, numa situação dessa, é um instrumento legítimo, pelo qual se objetiva viabilizar a responsabilização política de qualquer presidente da República. Não importa quem seja, não importa qual o partido político a que essa pessoa seja filiada."

A mulher quis saber qual a opinião do ministro a respeito de críticas feitas pelo ex-presidente Lula de que o comportamento do juiz Sergio Moro e da Lava Jato em geral causaram impacto na economia e foram responsáveis pelo aumento do desemprego.

Mello afirmou que o magistrado vem trabalhando corretamente e que a Lava Jato tem por objetivo único "expurgar a corrupção que tomou conta do governo" e de grandes grupos empresariais.

"Jamais a Operação Lava Jato, que tem por finalidade expurgar a corrupção que tomou conta do governo e de poderosíssimas empresas brasileiras, poderá ser considerada como causa geradora de empregos ou de crises econômicas."

Ele acrescentou que a investigação mira na "autoria e a materialidade de fatos delituosos gravíssimos que envolvem, segundo a acusação [...], uma verdadeira, preocupante e perigosa, infiltração e captura das instituições governamentais pela criminalidade organizada", disse.

O ministro reiterou que tais posicionamentos independem das ideologias ou partidos políticos aos quais os suspeitos são vinculados.

"Tudo isso que acabo de lhe dizer são observações que eu fiz em julgamentos públicos ocorridos no Supremo Tribunal Federal. Nada mais, nada menos do que isso", ressalvou.

TEORI ZAVASCKI

Mello também elogiou a decisão de Teori Zavaski, relator dos casos da Operação Lava Jato no STF e que determinou ao juiz federal Sergio Moro o envio ao Supremo de toda a apuração envolvendo o ex-presidente. Mello acrescentou que Teori vem sendo atacado injustamente e o classificou como um juiz "sério" e "competente".
Herculano
27/03/2016 06:40
CELSO DE MELLO DIZ QUE CORRUPÇÃO TOMOU CONTA DO GOVERNO E EMPRESAS

Parte 2

"A decisão [...] foi tecnicamente correta e juridicamente adequada aos padrões legais [...]. Uma decisão que está de acordo com a jurisprudência do STF. Uma jurisprudência que tem sido aplicada em outros casos, referentes a outras pessoas e em contextos complemente diversos do atual", argumentou, lembrando que trata-se de uma sentença liminar e que ainda será deliberada pelo plenário da Corte.

Em dezembro do ano passado, quando o Supremo discutiu o rito do processo de impeachment que a Câmara deveria adotar, Mello definiu o instrumento legal de deposição do chefe do Executivo como "um dos mais importantes elementos de estabilização da ordem constitucional lesada".

"O 'impeachment' ?"que não pode ser degradado nem reduzido à figura inconstitucional do golpe de Estado?" traduz, em função dos objetivos que persegue e das formalidades rituais a que necessariamente se sujeita, um dos mais importantes elementos de estabilização da ordem constitucional lesada por comportamentos do Presidente da República que, configurando transgressões dos modelos normativos definidores de ilícitos político-administrativos, ofendem a integridade dos deveres do cargo [...]", afirmou o ministro em seu voto, naquela ocasião.

Procurada, a assessoria do ministro informou que ele não conhece a mulher que o abordou e que apenas respondeu às perguntas que ela fez baseado em decisões e pronunciamentos que já fez anteriormente.

OUTRO MINISTROS

A posição de Celso de Mello é partilhada por outros integrantes da Corte, que já se pronunciaram publicamente sobre a questão. É o caso dos ministros Dias Toffoli e Cármen Lúcia.

Ambos argumentaram que o instrumento do impeachment está previsto na Constituição e que, quando o processo ocorre sem violações à legislação, não pode ser considerado golpe.

O ex-ministro do STF Eros Grau também se manifestou, em vídeo, sobre o processo. Ele criticou evento realizado pela faculdade de direito da USP no dia 17 contra o impeachment de Dilma Rousseff.

"Me espanta muito que tenha havido uma manifestação no sentido de se impedir que a Constituição seja observada e rigorosamente cumprida. Seguramente, quem não tiver culpa, quem não tiver praticado nenhum ato incorreto suficiente para levar ao impedimento não tem nada a temer", afirma.

"Agora, quem procedeu de modo incorreto tende a arcar com as consequências tais e quais previstas na Constituição. E é isso que se deve fazer no Largo São Francisco, fazer observar rigorosamente a Constituição do Brasil."
Herculano
27/03/2016 06:30
ODEBRECHT PODE TER SUBORNADO 80% DOS PARTIDOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os 24 partidos listados nos documentos da 23ª fase da operação Lava Jato comprovam a influência da Odebrecht em mais de 80% dos partidos brasileiros. Com exceção de Solidariedade, PMB, Pros, Rede e Novo, que ainda não existiam, a Polícia Federal passou a investigar se as doações eram apenas doações ou se tratavam de pagamento de propina em troca de contratos milionários com governos e a União.

MAIOR DA AMÉRICA
A Odebrecht é o maior "diretório" da América Latina, com influência na Argentina, Peru, Venezuela, Costa Rica, Colômbia, entre muitos outros.

LOBBY É COM ELE
Atolado em escândalos, Lula é visto como maior lobista da Odebrecht, tendo influenciado na introdução da empresa até em países africanos.

PIZZA À ODEBRECHT
Coincidentemente, a Odebrecht foi poupada na comissão de inquérito que apurou empréstimos irregulares do BNDES no Brasil e no mundo.

EM FAMÍLIA
Preocupa, e muito, o governo a pressão sobre Marcelo Odebrecht, dono da empreiteira, pela delação. Ele não quer ver a família na prisão.

PMDB PODE TER TERCEIRO PRESIDENTE SEM ELEIÇÃO
O PMDB, maior partido brasileiro, pode ter em Michel Temer, o vice-presidente de Dilma, seu terceiro presidente da República, sem nunca ter eleito um cabeça de chapa presidencial, após a ditadura militar. O primeiro foi José Sarney, vice de Tancredo Neves, que foi eleito indiretamente pelo Congresso. Itamar Franco sucedeu Fernando Collor, após o processo de impeachment, em 1992. Temer pode ser o terceiro.

O PRIMEIRO
Sarney assumiu a Presidência após Tancredo vencer eleição indireta no colégio eleitoral, pós-ditadura. Não concorreu em eleições abertas.

O SEGUNDO
Itamar deixou o partido para se candidatar ao lado de Collor no extinto PRN. Saiu do PRN antes do impeachment e assumiu o cargo no PMDB

O TERCEIRO
Michel Temer foi eleito e reeleito como vice de Dilma em 2010 e em 2014 e é o sucessor legítimo em caso de impeachment da petista.

E AÍ, TUDO CALMO?
Político hábil e atento, o ministro Aldo Rebelo (Defesa) "toma o pulso" da caserna reunindo-se diariamente com os três comandantes militares. Rebelo sabe como lidar com os profissionais do meio.

ÁGUA NO CHOPP
A presidente Dilma abortou ida ao casamento de Anderson Dorneles, ex-assessor especial, neste sábado (26). Cancelou após o sócio de Dorneles, Douglas Franzoni, ser levado para depor na Lava Jato. A Polícia Federal aponta que Franzoni recebeu propina da Odebrecht.

CAMINHO INEVITÁVEL
Na Câmara, a avaliação geral é que o Palácio do Planalto procura ganhar tempo contra o impeachment de Dilma. "Tornou-se inevitável (o impeachment)", garante o deputado Danilo Fortes (PSB-CE).

VOTOS CONTRA MADAME
A oposição contabiliza 40 votos dos 65, na comissão do impeachment, favoráveis à perda de mandato de Dilma. Mesmo com a pressão das ruas e a avalanche de escândalos, o governo diz ter 35 votos.

MORTADELA VIRTUAL
Ganha força a guerra pelo impeachment nas redes sociais. Do dia para noite, apareceu uma nuvem de perfis sem seguidores, novos em folha, totalmente falsos (MAVs), para atacar quem apoie o impeachment.

MEU CADILLAC
No turbilhão da crise, o Congresso aproveita o cochilo do contribuinte para aprovar leis sem relevância. Lei 13.244/2016 confere ao município de Caçapava (SP) o título de Capital Nacional do Antigomobilismo.

TUCANO NO PMDB
Os tucanos consideram quase certa a saída de José Serra (PSDB-SP) para o PMDB. Em caso de impeachment, Serra deve ser contemplado com importante ministério do futuro governo Michel Temer. Assim pode até tentar se cacifar a candidato à Presidência, em 2018. Mas tá difícil.

VOX POPULI
Eduardo Cunha considera colocar em votação a ação do impeachment no domingo, dia 17, para permitir que a população vá ao Congresso pressionar os deputados a votarem pela cassação de Dilma.

PERGUNTA NO PALÁCIO
Se o impeachment é "golpe", a posse de um vice seria o quê
Herculano
27/03/2016 06:21
CAI A ÚLTIMA BANDEIRA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Dado o descalabro econômico, era questão de tempo: no ano passado, pela primeira vez desde 1992, observou-se ao mesmo tempo uma queda na renda e um aumento de sua desigualdade entre os brasileiros. Além disso, encerra-se um período de 13 anos ininterruptos de melhoria na equidade social.

Se o PT, desde o escândalo do mensalão, já não podia mais se arvorar em defensor da ética na política, agora precisará começar a arriar a última bandeira que lhe restava.

Não é mistério que o papel preponderante para a redução da desigualdade na última década foi a forte criação de empregos, favorecida pela incomum conjunção de fatores positivos, tanto domésticos quanto internacionais.

A equidade melhorou na medida em que os salários na base da pirâmide social cresceram mais que os outros. De 2003 a 2014, a renda dos 10% mais pobres aumentou 130% acima da inflação, contra apenas 30% na camada superior.

Outros fatores foram importantes. O alargamento da cobertura da Previdência, o contínuo crescimento do salário mínimo e os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, ajudaram a espalhar renda em regiões de menor dinamismo econômico e reduziram a pobreza extrema.

Desde 2015, todos esses vetores ficaram nulos ou mudaram de sentido ?"e justamente no mercado de trabalho, o mais relevante de todos, aparece inédita deterioração.

Fecharam-se, nesse período, 1,8 milhão de vagas formais. A taxa de desocupação, medida pela Pnad contínua, atingiu 9,5% no trimestre encerrado em janeiro deste ano. Já são 9,6 milhões de desempregados.

Ao contrário do que a militância petista gosta de tentar fazer crer, o governo só pode culpar a si mesmo. O diagnóstico é claro: de força motriz para a melhoria das condições sociais, a gestão da política econômica perdeu o rumo e se transformou em obstáculo.

Acumularam-se desequilíbrios a partir de 2008, inicialmente pela insistência em expandir os gastos e o crédito público, depois pela recusa em mudar de direção enquanto havia tempo para isso.

Resultaram daí o colapso das finanças públicas e a pior recessão das últimas décadas, uma tragédia que supera as piores previsões e os maiores alertas ?"que não faltaram.

Não há como cuidar da igualdade de oportunidades, do acesso a bens públicos para todos e da redução da desigualdade com as finanças do Estado em frangalhos.

Não haverá avanços sustentáveis em equidade social sem uma economia sadia e sem crescimento. Não haverá expansão do PIB sem políticas responsáveis, que cuidem do equilíbrio nas contas públicas e reduzam a inflação.

Que ao menos a situação atual sirva para atestar que o populismo econômico prejudica sobretudo os mais pobres.
Carrapataço
26/03/2016 21:57
"Lula é ficha limpa" diz Rui Falcão presidente do PT.

Logo Lula será ficha corrida na PF. Ainda não saiu a ficha Rui Falcão porque é muito longa e vais ser preso junto com o Lula.

Herculano
26/03/2016 18:39
da série: o que mesmo esses políticos que ganham rios de dinheiro e possuem uma montanha de assessores pagos por nós fazem pela sociedade?

EM 2016, DEPUTADOS ESTADUAIS AINDA NÃO APRESENTARAM PECS E PROJETOS DE LEI COMPLEMENTAR, por Upiara Boschi, para o jornal Diário Catarinense, de Florianópolis.

Uma curiosidade em relação à atuação dos deputados estaduais. Em 2015, primeiro da atual legislatura, os parlamentares haviam apresentado 26 projetos de lei complementar (que exigem maioria absoluta para aprovação e se destinam a complementar disposições constitucionais) e 17 propostas de emenda constitucional até está época do ano. Em 2016, a semana que passou terminou sem nenhum novo projeto desse tipo.

Uma explicação era a quantidade de deputados estaduais estreando na Assembleia ano passado: 15 em 40. Em relação aos projeto de lei ordinária, não houve muita alteração. Foram apresentadas 69 propostas ano passado (30 viraram lei) e 63 este ano (quatro já valendo)
Herculano
26/03/2016 18:29
AMEAÇA. CHANTAGEM.ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO PARA O PT SO VALERÁ SE CONTINUAR NO PODER E NO COMANDO DOS DESASTRES QUE PUNE A POPULAÇÃO. NO FACEBOOK, PRESIDENTE DO PT DIZ QUE PARTIDO LUTARÁ CONTRA IMPEACHMENT

Conteúdo e texto do jornal Folha de S. Paulo.Em um post publicado neste sábado (26) em sua página no Facebook, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, afirmou que o partido está pronto para lutar contra o impeachment e que apenas a rejeição do recurso trará estabilidade política e econômica ao país.

Falcão também defendeu que o ex-presidente Lula tem plenas condições de assumir a Casa Civil.

"Vamos lutar e vamos defender o Estado Democrático de Direito. As manifestações mostram o seguinte: queremos a paz, mas não tememos a guerra. Se eles acham que haverá estabilidade derrubando a Dilma, estão muito enganados. A estabilidade virá com o fim do impeachment a possibilidade do Brasil voltar a crescer. Lula é ficha limpa, portanto não há nenhuma razão para ele não ser ministro", postou Falcão.

Na quinta-feira (24), durante ato supostamente apartidário contra impeachment, em São Paulo, o presidente do PT subiu em um carro de som e disse que "esse ato mostra que muita gente, de vários setores sociais, está lutando contra o golpe. Sabem que o impeachment significa um retrocesso, a imposição de uma pauta neoliberal, com arrocho e privatizações"
Mariazinha Beata
26/03/2016 18:24
Seu Herculano;

Sobre o comentário das 12:32horas - O Globo:

"Bonecos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff foram alvos em malhações de Judas em São Paulo, no Rio e diversos pontos do país."

Luiz Inácio Judas da Silva - cadeia neLLe!

Bye, bye!
Herculano
26/03/2016 18:09
A REPÚBLICA DOS PETRALHAS E OS PROTESTOS, Por Ricardo Vélez Rodríguez, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Contrariamente ao que pensava Tocqueville em A Democracia na América, como sendo a República "o reino tranquilo da maioria", para os petralhas ela é o reino intranquilo da minoria. Por um motivo: Lula, Dilma et caterva privatizaram as instituições republicanas para que fossem postas por eles a serviço de si próprios e dos seus amigos, tendo, de outro lado, cooptado empresários para que vendessem criminosamente bens e serviços superfaturados à Petrobrás, a fim de a elite petralha se beneficiar financeiramente e abastecer o partido para se tornar hegemônico.

É isso que está levando as multidões às ruas. Os petralhas incorreram no vício que Aristóteles, na sua Política, assinalava como característica dos regimes corruptos: estes ocorrem quando os que governam o fazem exclusivamente em benefício próprio. Ora, a dupla Dilma-Lula, com a posse do ex-presidente como novo ministro da Casa Civil, pensou em termos puramente domésticos, como se o Palácio do Planalto fosse a "casa da mãe Joana". Tudo é gerido, nesta República de araque, em benefício exclusivo da grande família lulopetralha. Para o resto, a maioria esmagadora dos cidadãos deste país, não há uma explicação que deva ser dada.

Acresce a isso a deformação que Lula, como populista, impingiu ao Estado Democrático de Direito e às instituições republicanas. Para ele, estas são dispensáveis, num clima de patrimonialismo rasteiro ?" segundo o jornalista Ruy Castro, "Lula transferiu a Presidência para o mictório de botequim" (O estilo é o homem, jornal Folha de S.Paulo, 16/3.

Convenhamos que o ex-presidente encarna, assim, a figura mais atrasada do líder patrimonialista, aquele identificado com personagens lendários das letras latino-americanas, como o Patriarca (que remete à figura do ditador venezuelano Juan Vicente Gómez), que presidia uma republiqueta de bananas onde burocratas se misturavam com pedintes e filhos das amantes, num clima de bordel caribenho, segundo a contundente narrativa de Gabriel García Márquez em O Outono do Patriarca (1975).

Ou como o personagem central ?" o chefete provinciano Facundo Quiroga ?" da obra de Domingo Faustino Sarmiento intitulada Facundo, Civilização e Barbárie no Pampa Argentino (1846). Facundo Quiroga semeava a miséria entre pobres, remediados e ricos da Província de São Luís, na Argentina, taxando-os com uma carga tributária insuportável, tendo-os submetido previamente ao terror policial para "abrandá-los".

Em ambos os casos, na Venezuela e na Argentina, o líder patrimonialista é essencialmente preguiçoso, somente se preocupando em se locupletar, bem como à sua corja de familiares e apaniguados, tendo as instituições republicanas caído na paralisia total. Tanto na narrativa de García Márquez quanto na de Sarmiento, só restou o poder privatizado na fazenda do tirano, que de público não tinha mais nada, pois tudo se converteu em função particular do caudilho. As notícias eram, segundo García Márquez, ilicitamente editadas por uma engenhoca que lia diretamente os pensamentos do dono do poder e os formatava com grande rapidez, para manter incólume "a nau do progresso dentro da ordem", a fim de "esconjurar a incerteza do povo num poder de carne e osso que, na última quarta-feira de cada mês, divulgava um informe sedativo de sua gestão de governo através da rádio e da televisão".
Herculano
26/03/2016 18:08
A REPÚBLICA DOS PETRALHAS E OS PROTESTOS, Por Ricardo Vélez Rodríguez, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Convenhamos que os chefetes petralhas foram, com a ajuda dos marqueteiros, muito eficientes na arte de fabricar mentiras e divulgá-las aos quatro ventos, tendo para isso decuplicado os gastos da Presidência da República com propaganda, ao longo dos anos de desgovernos petistas.

É claro o clamor das ruas nestes tempos de descarada reformulação do poder por parte dos petralhas, tendo Dilma se colocado como coadjuvante da ópera-bufa dirigida por Lula e encenada apenas pelos militantes do PT e os poucos colaboradores que restaram dos outros partidos, que já começam a abandonar a nau em perigo.

Três coisas exigem os cidadãos irados nas passeatas e manifestações que tomaram conta das praças, ruas e avenidas das cidades brasileiras:

1) A saída de Dilma da Presidência, pela via da renúncia ou do impeachment;

2) a submissão de Lula à Justiça, a fim de responder pelos seus crimes de enriquecimento ilícito e de atentado contra as instituições republicanas;

3 ?" a defesa da magistratura (notadamente do juiz Sergio Moro), do Ministério Público, da Polícia Federal e outras instâncias que colaboram com as autoridades na administração de justiça.

Pelo o que se vê pelo Brasil afora, os cidadãos deste país não estão dispostos a abrir mão de sanear as instituições. Não adianta políticos espertalhões, da oposição, tentarem capitalizar para os seus currais eleitorais a insatisfação da sociedade. Onde eles têm aparecido têm sido devidamente enxotados. A mensagem é clara: os brasileiros querem renovação da forma de fazer política. Ou os candidatos para as próximas eleições municipais reciclam os seus discursos e as suas propostas, ao vão colher a derrota nas suas bases.

A mensagem vale para as autoridades dos três Poderes. Para o Executivo é clara: o tempo de Dilma acabou. Para os magistrados vale também: os cidadãos estão de olho nas decisões dos tribunais e não aceitarão pedaladas jurídicas destinadas a manter incólumes os interesses dos donos do poder. Para o Legislativo é meridiana: os representantes do povo devem representar mesmo os interesses dos cidadãos; é necessário que o Congresso Nacional se ocupe, de forma prioritária, da reforma política, de modo a revalorizar a representação, com a adoção de mecanismos de aproximação entre eleitor e eleito, como é o caso do voto distrital.
Herculano
26/03/2016 14:40
O ODIO À LAVA JATO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo.

Faz tempo que o Brasil convive com um nível imoral de impunidade. E essa conivência é causa de grande desgosto para a imensa maioria dos brasileiros, que vivem com o suor de seus rostos e sabem que não há dinheiro fácil. Por essa razão, a Operação Lava Jato é tão respeitada e admirada pela população. Essa série de investigações, que começou a punir poderosos que até pouco tempo atrás nunca tinham levado a sério a possibilidade de um período atrás das grades, parece ser uma luz no fim do túnel. É o início de um trajeto que, se bem trilhado, pode pôr fim a um nível endêmico de corrupção na vida pública.

Esse trajeto, no entanto, não é isento de perigos. Há muito dinheiro envolvido. Há muitos interesses que antes tinham pista livre e agora são contestados. Ou seja, nem todo mundo está contente com a Operação Lava Jato. O PT e o Palácio do Planalto, por exemplo, não podem ter muita simpatia pelas investigações que desvelaram um sistema de corrupção meticulosamente instalado no governo e nas estatais, no qual líderes políticos, agentes públicos e empresários atuavam promiscuamente em benefício pessoal ou partidário, em claro detrimento do interesse público.

Diante da incapacidade de apresentarem respostas satisfatórias à Justiça para tantas denúncias de corrupção, o PT e o Palácio do Planalto foram buscar uma escapatória em sua ideologia. Querem aplicar a todo custo a máxima - tão cara à ética petista - de que os fins justificam os meios. Nessa esquisita lógica, o que realmente importa é fazer prevalecer o projeto de poder petista. Propinas de empreiteiros ou desvios de verbas em estatais não seriam intrinsecamente maus ou ilícitos. O único juízo que caberia fazer a respeito dessas ações é sobre sua utilidade ou não para a manutenção do lulopetismo no cume do governo.

O PT bem sabe que essas afirmações expressas de forma direta soariam mal aos ouvidos da maioria dos brasileiros, ainda tão afeitos à "moral burguesa". Era preciso afirmar isso com outras palavras - e aqui entra em jogo o mais recente e perigoso sofisma divulgado pelo PT e o Palácio do Planalto. Fugindo da única questão realmente importante - se o País foi ou não pilhado pelos governos petistas -, tentam uma imoral inversão de fatos já por si mesmos imoralíssimos.

Não querem discutir se violaram ou não a lei. Isso seria uma questão menor, de gente mesquinha. Eles estão acima dessas picuinhas. As respostas de Lula no depoimento à Polícia Federal são um cristalino exemplo desse modo nada decente de proceder. Assim como foi a maneira desleixada de a presidente Dilma Rousseff se defender em relação às pedaladas fiscais, tratando a Lei de Responsabilidade Fiscal como mero ornamento, e não uma norma vinculante que fixa claros limites à gestão do dinheiro público.

Na retórica petista, a disjuntiva é outra e eles se colocam como perseguidos políticos. São coitados e perseguidos. Nesse pouco convincente jeito de ver as coisas - mas muito repetido, como se a repetição desse algum tipo de substância a débil conteúdo -, os poderosos, os autoritários, os poucos democráticos seriam as pessoas e instituições que promovem a Lava Jato e só o fazem por ódio contra o líder Lula e seu magnânimo projeto de Brasil.

Nessa estranha versão dos fatos, todo o trabalho dos investigadores, dos promotores e dos juízes se basearia no descontentamento das elites com a revolução social promovida por Lula, que tanta gente tirou da miséria. O cerne da Lava Jato não seria o cumprimento da lei. Para o sofisma petista, a batalha travada na Lava Jato é entre os defensores dos reacionários - Polícia Federal, Ministério Público, Poder Judiciário - e os "progressistas", aqueles que não se detêm diante da lei, pois só querem o "bem do povo", que só eles conhecem e defendem. E tanto querem o "bem do povo" que se arriscam corajosamente por esse ideal, enfrentando as odiosas instituições retrógradas, que os perseguem acintosamente.

Essa esfarrapada retórica tem um caráter profundamente antidemocrático. Afinal, sem respeito à lei, não há igualdade entre os homens.
Herculano
26/03/2016 14:38
FARSA EM CURSO, por Merval Pereira, de O Globo

Se a História se repete como farsa, vivemos repetição do que ocorreu na Itália. Se é verdade que a História se repete como farsa, estamos vivendo no Brasil uma repetição de fatos acontecidos na Itália nos anos 1990, na época da Operação Mãos Limpas, que o juiz Sérgio Moro, estudioso do assunto, considera "uma das mais impressionantes cruzadas judiciárias contra a corrupção política e administrativa".

Com apoio popular grande durante os primeiros anos, a operação acabou atingida por diversas denúncias que, mesmo não tendo sido comprovadas, corroeram a confiança popular. A reação do sistema político teve seu auge com a eleição de Silvio Berlusconi como primeiro-ministro em 1994. Aqui, os governistas fazem o paralelo entre Berlusconi e o vice Michel Temer, do PMDB, na tentativa de convencer que a melhor solução é deixar tudo como está.

Os juízes Di Pietro - que mais tarde entraria na política - e Davigo foram convidados para serem seus ministros, mas recusaram diante da evidência de que o que Berlusconi queria mesmo era desmobilizar a Operação Mãos Limpas.

Tomou corpo, então, uma campanha de difamação contra as principais figuras da Operação Mãos Limpas, em especial do juiz Di Pietro, e acusações de abuso de poder nas investigações.

O mesmo vem acontecendo com o juiz Sérgio Moro, os procuradores doMinistério Público Federal e membros da Polícia Federal que fazem parte da força-tarefa, desde Lula atribuindo o desemprego recorde à ação anticorrupção até a tentativa de distorcer os fatos, transformando bandidos em mocinhos.

A farsa se completa com os boatos de que Lula estaria preparando um plano B de asilo no exterior caso venha mesmo a ser condenado. O mesmo aconteceu com Bettino Craxi, do Partido Socialista Italiano, condenado à revelia, que acabou se asilando na Tunísia, onde morreu, para não ir para a cadeia.

Em vez de aprovarem reformas que evitariam a corrupção, na Itália houve uma reação do sistema político, dos próprios investigados, pessoas poderosas e influentes, e foram aprovadas leis para garantir a impunidade. Por isso, os procuradores da Operação Lava-Jato propuseram as "10 medidas contra a corrupção", que pretendem apresentar como projeto de iniciativa popular ao Congresso ainda no primeiro semestre deste ano.

O procurador Deltan Dallagnol, coordenador do Ministério Público em Curitiba, anunciou esta semana que já conseguiram dois milhões de assinaturas no projeto. Na Itália de Berlusconi, o conselho de ministros aprovou um decreto-lei impedindo prisão cautelar para a maioria dos crimes de corrupção, a partir do que grande parte dos presos foi solta.

O decreto, que ficou conhecido como "salva ladrões", causou tanta indignação popular que acabou sendo revogado poucos meses depois de editado, mas provocou retrocesso nas investigações. Aqui, o PT já está tentando aprovar uma série de medidas que esvaziam o combate à corrupção.

O deputado petista Wadih Damous apresentou propostas que restabelecem um ambiente jurídico confortável para os corruptos. Uma delas define que só será aceita delação premiada de quem estiver em liberdade. O texto determina a preservação da identidade das pessoas mencionadas na delação e estabelece pena de até quatro anos de prisão para quem vazar delação.

Em outra proposta, Damous quer acabar com uma jurisprudência recente do Supremo Tribunal Federal que permite a prisão de condenado em segunda instância, restabelecendo o princípio de que, até o trânsito em julgado, o réu pode recorrer em liberdade.

A divulgação de uma suposta lista de doações da Odebrecht, com o nome de políticos que nem mesmo concorreram às eleições, colocou no mesmo saco todos os gatos, e o Congresso hoje se debate entre o processo de impeachment da presidente Dilma e a desmoralização de sua atuação.

Provavelmente a melhor saída institucional, como defende Marina Silva, e anteriormente o presidente do PSDB Aécio Neves, por sinal dois dos favoritos segundo as pesquisas eleitorais, seria a convocação de uma eleição presidencial, como previsto caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anule a eleição de 2014 por abuso de poder econômico.

Melhor ainda se houvesse uma maneira de convocar eleições gerais também para o Congresso, junto com as eleições municipais de 2016. Como não existe previsão constitucional para tal, o impeachment deve ser a saída imediata para a crise, mas não se deve descartar a hipótese de que a crise política se agrave tanto que seja preciso chegar a um acordo de renovação geral de mandatos para que seja possível reconstruir o país destruído.
Herculano
26/03/2016 14:37
O NOME DA TRAIDORA, por Demétrio Maqnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

O golpe de 1964 consumou-se porque o "dispositivo militar" de Jango Goulart não passava de um blefe do general Assis Brasil.

O golpe em curso, identificado pelo governo, avança na estrada aberta pela inércia de Dilma Rousseff, que prefere denunciá-lo em discursos a aplicar as medidas previstas na Constituição. O remédio está no artigo 137, que prevê a decretação do estado de sítio na hipótese de "comoção grave de repercussão nacional".

Sob o estado de sítio, o governo adquire poderes excepcionais para reprimir os golpistas, suspendendo a liberdade de reunião, restringindo a liberdade de imprensa e encarcerando os conspiradores. Mas a presidente nada faz, exceto falar. Isso se chama traição.

No Itamaraty, o diplomata Milton Rondó Filho emitiu circulares às representações no exterior com mensagens de alerta sobre o golpe, mandando que fossem transmitidas à opinião pública no estrangeiro. O gesto patriótico, um eco das denúncias emanadas do Planalto, valeu-lhe admoestação oficial e foi anulado por circular do secretário-geral do ministério.

A conspiração golpista tem ramificações dentro do próprio governo. Dilma reuniu em palácio, num ato de denúncia do golpe, os juristas Celso Bandeira de Mello, Dalmo Dallari, Fábio Comparato e Paulo Bonavides. Em 2001, os quatro protagonizaram tentativa de golpe urdida pelo PT, apresentando pedido de impeachment de FHC.

Os golpistas arrependidos, hoje convertidos em arautos da legalidade, conhecem o texto constitucional. Mesmo assim, não apontaram à presidente a solução contida no artigo 137, uma evidência de que simpatizam secretamente com os conspiradores. Na campanha de defesa da democracia, o governo deve se afastar de aliados ambíguos, cujos princípios oscilam ao sabor das circunstâncias.
Herculano
26/03/2016 14:36
O NOME DA TRAIDORA, por Demétrio Maqnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

A conspiração avança à luz do dia, usufruindo da inação do governo. Uma vantagem disso é que a identidade dos golpistas não está coberta pelo manto da clandestinidade. Na sua missão legalista, o governo tem o dever de elencar os criminosos. Ofereço uma lista preliminar de perigosos subversivos.

1) Sergio Moro. Crimes: violação da lei, instauração do arbítrio. O juiz obtém confissões pelo recurso à "extorsão" (Eugênio Aragão), persegue Lula por motivos políticos e divulga áudios privados da Presidência da República, ameaçando a "segurança nacional" (Dilma). Co-réus: juízes do TRF da 4ª Região, do STJ e do STF que confirmaram suas decisões.

2) Procuradores, auditores e policiais da força-tarefa da Lava Jato. Crimes: atentados contra a ordem política e econômica. A "república de Curitiba" prepara o golpe criando comoção popular por meio de vazamentos seletivos e espalhafatosas operações midiáticas. Na orgia subversiva, desestabiliza a economia, gerando desemprego e "R$ 200 milhões em prejuízos" (Lula).

3) Rodrigo Janot. Crimes: os mesmos que pesam sobre a força tarefa. O Procurador-Geral aceita delações premiadas obtidas por "extorsão" e autoriza interceptações telefônicas que envolveram a presidente.

4) Mídia. Crime: difusão de notícias destinadas a provocar comoção social. A imprensa coordena a operação golpista, disseminando os vazamentos oriundos da "república de Curitiba". Na lista de subversivos, excetue-se a "imprensa" patriótica baseada na internet e financiada por empresas estatais.

5) STF. Crime: legalização do plano golpista. A corte suprema definiu o rito parlamentar do impeachment, que é a forma política assumida pelo golpe de Estado.

6) Manifestantes do 13 de março. Crime: insurreição contra a democracia. Os milhões nas ruas são a infantaria da conspiração golpista.

Dilma trai a Constituição ao convocar CUT, MST e MTST à resistência contra o golpe. Sua obrigação é, na forma da lei, solicitar ao Congresso a decretação do estado de sítio. Se não a cumprir, sujeita-se a impeachment.
Sidnei Luis Reinert
26/03/2016 12:44
Um tubo no nariz de Rosa Weber

Brasil 26.03.16 04:20
Lula tentou se blindar no STF apelando para Rosa Weber.

Os grampos da Lava Jato já haviam revelado isso.

O que a PF descobriu, segundo a coluna Radar, da Veja, foi o nome do interlocutor de Rosa Weber: o marido de Dilma Rousseff, Carlos Araújo.

Na época do telefonema, Carlos Araújo estava hospitalizado, com enfizema pulmonar.

Foi por esse motivo que Lula - com sempre muito solidário - recomendou que ele tirasse "tubo do nariz por trinta segundos" e ligasse para sua pupila no STF.
Herculano
26/03/2016 12:43
PARTIDOS FATURAM R$ 123 MILHÕES EM DOIS MESES, por Claudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Enquanto o Brasil está mergulhado em crises política e econômica, os partidos faturaram em janeiro e fevereiro R$ 123 milhões, sacando a dinheirama do Fundo Partidário. No decorrer deste ano, a previsão é que os partidos abocanhem quase R$ 900 milhões do Fundo. Os dados estão disponibilizados no portal eletrônico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dados referentes a março não foram lançados pelo TSE.

DIVISÃO DO BOLO
O fundo é dividido entre os partidos conforme o número da bancada de deputados federais, conforme a eleição anterior ao mandato.

DINHEIRO NO BOLSO
Os partidos que mais faturaram em dois meses foram: PT (R$ 16,34 milhões), PSDB (R$ 13,47 milhões) e PMDB (R$ 13,13 milhões).

QUEM MENOS FATUROU
Os partidos que menos receberam dinheiro do Fundo Partidário foram Novo e PMB. Cada um levou uma bolada de R$ 175,68 mil.

S?" AUMENTA
No ano passado, os partidos levaram R$ 811,28 milhões. As promessas de corte ficaram no papel. Ao contrário: aumentaram.

'NANICOS' ESPERAM PMDB PARA ROMPER COM DILMA
Os partidos aliados do governo petista aguardam decisão do PMDB, marcada para terça-feira (29), para seguirem a linha do rompimento com a presidente Dilma. Chefiado pelo senador Ciro Nogueira (PB), o PP, por exemplo, se reunirá na quarta-feira (30), um dia após a provável decisão peemedebista de deixar o governo. "O PMDB tem papel importante para abrir a porteira", segundo cacique do PP.

DESEMBARQUE DOMÉSTICO
PP e PMDB estão de malas prontas para desembarcarem do governo. PR e PSD, que continuam no muro, também cogitam abandonar Dilma.

É O DESESPERO
O governo tenta, em vão, ameaçar parlamentares com exoneração de afilhados políticos alocados em estatais e empresas públicas.

REFORÇO AO IMPEACHMENT
A saída dos peemedebistas da base aliada do governo pode significar uma perda de 66 votos no processo do impeachment de Dilma.

ESCOLA DELCÍDIO
Ivo Cassol (PP-RR) pode ser o segundo senador preso em pleno exercício do mandato. O Supremo julga em 31 de março os últimos recursos do senador, que corre o risco de ir em cana no mesmo dia.

DIA DAS BRUXAS
Sem senso de prioridade e com o contribuinte cochilando, o Congresso aprova leis irrelevantes. Lei 13.246/2016 institui em 31 de outubro o "Dia da Proclamação do Evangelho". A data contrasta com Halloween.

BARCO FURADO
"Estamos convencidos de que não há como permanecer apoiando o governo", afirma o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS), sobre a discussão que deve sacramentar o abandono do partido ao governo.

PASSOU UM BOI?
Apoiadores do impeachment dizem que uma ampla vantagem pela perda do mandato inibirá o Senado de derrubar a cassação. Até os petistas acham difícil segurar o processo após aprovação na Câmara.

EMPURRANDO COM A BARRIGA
O Palácio do Planalto decidiu judicializar todas as derrotas do governo Dilma, seja no plenário do Congresso ou na comissão processante de impeachment. A estratégia oficial é "complicar para postergar".

DILMA VS. CUNHA
O governo quer intimidar Eduardo Cunha: ministros próximos a Dilma mandaram avisar que ele "cairá logo após o impeachment". Cunha deu de ombros, mas já se prepara contra as ameaças governistas.

VEM COMIGO
A reforma do Plano Temer, forjado na fundação Ulysses Guimarães com ajuda do PSDB, será um aceno aos movimentos sociais. O PMDB quer atrair apoio deste setor, tradicionalmente ligado ao PT.

IDEIA DE JERICO
Em um dos grupos de WhatsApp de parlamentares governistas, surgiu como sugestão para saída da crise aumentar o valor do Bolsa Família em R$ 50 e entregar prédios públicos vazios para os sem-teto.

PENSANDO BEM...
... o maior partido político do Brasil é mesmo o "cartel de empreiteiras".
Sidnei Luis Reinert
26/03/2016 12:39
Polícia encontrou documento de compra de ?"mega 2010 blindado, no valor de R$ 175 mil, durante buscas na casa do ex-presidente

Por Implicante | Tópicos Lava Jato, Lula


A Polícia Federal encontrou no apartamento de Lula um documento referente à doação de um automóvel Omega 2010 blindado ao ex-presidente. O presente foi dado em fevereiro de 2011, dois meses após Lula ter deixado a Presidência, por um empresário libanês.

No episódio da antena da Oi instalada para servir o sítio de Atibaia "que não é do Lula", o Instituto Lula emitiu nota à imprensa afirmando que o ex-presidente "não possui aparelho celular" como prova de que ele não teria nenhum interesse na instalação da antena. Caso resolvam seguir o mesmo padrão para este caso, esperamos para breve uma nota explicando que Lula não possui Carteira Nacional de Habilitação. Aliás, ele nem sabe dirigir.
Herculano
26/03/2016 12:35
SO AS BARATAS, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

A opção do ex-governo Dilma de ser enterrado sob protestos, enquanto lícita, evidencia algumas questões graves do momento.

O fato de que o PT não irá largar o osso com facilidade não só antevê o risco de batalhas nas ruas, mas poderá ter consequências nefastas sobre a gestão pública durante a transição para uma nova administração.

Exemplo algo benigno é a atitude de um diplomata apadrinhado do Planalto de mandar um telegrama alertando para o que o governo insiste em chamar de "golpe" ao exterior. Esse aparelhamento só é compatível com ditaduras da pior espécie.

Se isso ocorre no Itamaraty, sede da ideia de carreira de Estado por natureza, imagine o que irá acontecerá com cargos comissionados Brasil afora no caso de queda do governo.

Trata-se de um pequeno exemplo dos problemas à frente. É previsível a agitação de setores organizados à perda de poder após 13 anos; resta saber se ela transbordará às ruas.

Se sim, restará às autoridades, estaduais pois assim rege a Constituição, regular a ordem desse esperneio. Tudo o que as Forças Armadas não querem é ser obrigadas a intervir nessa confusão prática?"não confundir com golpes e afins.

Mas há riscos. Se Eduardo Cunha quer fazer um circo irresponsável da votação do impeachment, ao buscar marcá-la para um domingo a fim de maximizar o quórum de manifestantes do lado de fora (que já serão muitos de todo modo), precisa também saber que os olhos do mundo verão gente fardada em torno do Congresso. Não é preciso ser um gênio para entender a mensagem a ser enviada.

Mas o que assusta nem é isso. Se a ruinosa Dilma é tratada no pretérito, o futuro pertence a uma incerteza brutal. É lista da Odebrecht para cá, é delação para lá, mas o substrato é claro: numa guerra em que são empregados artefatos termonucleares, só sobrevivem por um tempo os artrópodes. É sobre baratas e escombros que discutiremos o amanhã
Herculano
26/03/2016 12:32
"PT, O JUDAS DO BRASIL"

Este era os dizeres da placa pendurada no pescoço do Judas enforcado. Ele amanheceu sob a vistosa e histórica figueira da Praça Getúlio Vargas, em Gaspar.

Detalhe: a praça faz a entrada do prédio da prefeitura, onde o PT de Pedro Celso Zuchi, Mariluci Deschamps Rosa, José Amarildo Rampelolli, Antonio Carlos Dalsochio, Doraci Vanz, Lovídio Carlos Bertoldi entre outros estão instalados há quase oito anos, para o segundo e terceiro mandatos.

Na quarta-feira, o PT e seus próceres manobraram no último minuto para não serem malhados ao vivo, na Audiência Pública que iria discutir a arrogância e prepotência, no Belchior, onde tramaram trocar de nome do Distrito que pretendem criar.

Como se vê, só o PT e os petistas não conseguem enxergar a enrascadas que eles querem nos meter.Acorda, Gaspar!.
Herculano
26/03/2016 12:22
NÃO VAI TER GOLPE!, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Se "golpe de Estado" significa ruptura da ordem constitucional, como parece mais ou menos consensual, então os simpatizantes do governo de Dilma Rousseff estão certos ao cantar "não vai ter golpe!". Os acontecimentos dessa crise têm sido surpreendentes, não raro descambando para o surrealismo, ainda assim, por mais que eu ponha a imaginação para trabalhar, não vislumbro tanques tomando as ruas do país para apoiar aventureiros civis ou militares.

Há várias possibilidades verossímeis de desfecho. Elas incluem manutenção do atual governo até o fim do mandato, impeachment, cassação e renuncia ?"todos eles conciliáveis com a Carta. Evocar um paralelo com o golpe de 64 ou acenar com o espectro de um "salvador da pátria" pode até produzir algum efeito retórico, mas são cenários que parecem pouco compatíveis com a realidade.

Ao contrário do que tenho lido em comentários na imprensa, penso que as pessoas, incluindo a maior parte dos militantes de ambos os lados, têm se comportado até aqui de forma exemplar. Multidões que se contam em várias centenas de milhares têm tomado as ruas num ambiente de forte polarização e não há por enquanto registro de grandes incidentes. Os episódios de violência foram limitados e não raro alimentados pela já proverbial inabilidade de nossas polícias militares de lidar com aglomerações e protestos.

A democracia, como já escrevi aqui, é necessariamente barulhenta e um pouco mal-educada. Acusar, xingar, exagerar, pedir o impeachment, convocar a resistência ao golpe, tudo isso é legítimo e faz parte do jogo. A democracia, nunca é demais lembrar, não elimina o conflito entre diferentes tendências políticas que existem em qualquer sociedade. Ela apenas procura discipliná-lo, de modo que a disputa pelo poder se resolva pela vias institucionais e não as de fato. Até aqui e até onde a vista alcança, está funcionando bem.
Herculano
25/03/2016 21:23
O "BRASIL SEM MISÉRIA" DE DILMA JÁ FABRICOU QUASE 10 MILHÕES DE DESEMPREGADOS, por Augusto Nunes, de Veja

Dilma Rousseff, a presidente oficial, só pensa em escapar do impeachment. Lula, o presidente de fato, só pensa em escapar da cadeia. Os ministros, esses não sabem o que é pensar. Na terra arrasada pela corrupção e pela incompetência, multidões de vítimas do lulopetismo hegemônica só pensam na própria sobrevivência.

No país à deriva, o que está péssimo sempre pode piorar. Nesta quinta-feira, o IBGE confessou que já são 9,6 milhões os brasileiros desempregados pela crise econômica que Lula pariu e Dilma criou. Essa imensidão de gente sem salário atesta que o "Brasil sem Miséria" é um gigantesco viveiro de flagelados em acelerada expansão.

O IBGE também reconheceu que passam de 13 milhões os analfabetos com mais de 15 anos. A "Pátria Educadora" é outra fraude concebida pela Era da Canalhice - que precisa acabar antes que acabe o Brasil.
Herculano
25/03/2016 20:30
SENADO QUESTIONARÁ ITAMARATY SOBRE "TELEGRAMA DO GOLPE"

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo.

A Comissão de Relações Exteriores do Senado vai votar pedido de convocação do ministro Mauro Vieira, do Itamaraty, para explicar o envio para embaixadas, no dia 18, de telegramas com alertas de organizações não governamentais sobre um "golpe" contra a presidente Dilma Rousseff.

Numa das mensagens, o diplomata Milton Rondó Filho pediu às representações no exterior que indicassem um funcionário para dialogar com movimentos sociais nos países em que atuam. Uma hora e meia depois de uma segunda circular, o secretário-geral da pasta, Sérgio Danese, enviou telegrama desautorizando o subordinado.

Funcionários do Itamaraty informaram que Rondó Filho foi advertido por Danese, cujo cargo está imediatamente abaixo do de Vieira. O secretário-geral proibiu o diplomata de enviar novos telegramas sem sua autorização.

Rondó Filho afirmou ao superior que teve intenção apenas de dar conhecimento a movimentos sociais no exterior de avaliações de ONGs brasileiras sobre a situação política brasileira. O texto que causou polêmica, anexado num dos telegramas, foi produzido pela Abong (Associação de Organizações Não Governamentais) e "denunciava" um "processo reacionário que está em curso no País contra o Estado Democrático de Direito".

Na conversa com Danese, Rondó Filho observou que, no Itamaraty, responde pela chefia da Coordenação Humanitária e Combate à Fome e tem como função fazer o diálogo entre movimentos sociais. Esse órgão foi criado no embalo da política do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de aproximação com países da África e da América Latina. O ministério descarta uma sindicância contra Rondó Filho.

Por meio de assessores, a pasta informou que as posições de Rondó Filho foram estritamente pessoais e não ilustraram o posicionamento do ministério.

"Peça solta"

Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) avaliou que Rondó Filho é uma "peça solta" que atuou contra os interesses do país.

"O posicionamento dele certamente não é o do ministro e do Itamaraty", disse. "É um homem que está prestando um desserviço ao Brasil quando se precisa, mais do que nunca, da confiança no governo brasileiro no exterior. Ele espalhou rumores e mentiras, por isso tem de ser punido."

O Estado tentou conversar ontem com Rondó Filho por meio da assessoria do Itamaraty e de telefones em nome dele em Brasília e Jundiaí, mas não o localizou. Diplomata de carreira há mais de 20 anos, ele foi promovido pela primeira vez em 1994, ao cargo de segundo secretário, na primeira gestão do ministro Celso Amorim na pasta, no governo Itamar Franco.

Atualmente, Rondó Filho exerce o cargo de ministro de segunda classe, posição na carreira inferior só à de embaixador.

Nas embaixadas, as mensagens enviadas do Itamaraty foram recebidas com estranheza e surpresa, de acordo com fontes ouvidas na Europa e Estados Unidos. Como os telegramas foram suspensos pouco depois de serem enviados, os funcionários destacam que não houve efeito prático algum das circulares.

Na Embaixada em Buenos Aires, o alerta chegou na sexta-feira à noite, razão pela qual os funcionários, que só tem acesso às mensagens no local de trabalho, só a viram após chegar a outra circular de suspensão. "É um homem que está prestando um desserviço ao Brasil. Ele espalhou rumores e mentiras, por isso tem de ser punido"
Sujiro Fuji
25/03/2016 18:25
@AnaPaulaVolei
Então Petrobras registra prejuízo de 35BILHÕES e uma dívida de 492BILHÕES! Não, não vai ter golpe.
Já teve!
Belchior do Meio
25/03/2016 15:06
Sr. Herculano

"Temer foi dormir ontem convencido de que o desembarque do PMDB do governo será amplo, geral e irrestrito.
Em se tratando do PMDB, porém, é sempre arriscado se garantir qualquer coisa" - Ricardo Noblat.

Nós sabemos pelo nosso PMDB daqui.
O Michel Mordomo de Cemitério Temer é como petista, o que diz não se escreve.
Ana Amélia que não é Lemos
25/03/2016 14:13
Sr. Herculano:

Os 7 crimes de Dilma - Do O Antagonista:

A IstoÉ listou os 7 crimes pelos quais Dilma Rousseff poderá ser condenada (e presa):

"1- CRIME DE RESPONSABILIDADE

Obstrução da Justiça I:

Dilma disse a Lula que enviaria a ele um termo de posse de ministro para ser utilizado em caso de necessidade.

Obstrução da Justiça II:

Dilma Rousseff escalou Delcídio Amaral para articular a nomeação do ministro Marcelo Navarro Dantas, do STJ, em troca da soltura de presos da investigação policial.

Obstrução da Justiça III:

Aloizio Mercadante foi escalado para tentar convencer Delcídio Amaral a não fechar acordo de delação premiada e chegou a insinuar ajuda financeira.

Obstrução da Justiça VI:

Delcídio Amaral afirmou que Dilma costumava dizer que tinha cinco ministros no Supremo, numa referência ao lobby do governo nos tribunais superiores para barrar a Lava Jato.

(Enquadramento legal: Inciso 5 do Artigo 6º da Lei 1.079/1950)

2- CRIME DE DESOBEDIÊNCIA

Nomeação de Lula no Diário Oficial:

Apesar de decisão da Justiça Federal que sustava a nomeação do ex-presidente para a Casa Civil, Dilma fez o ato ser publicado no Diário Oficial da União.

(Enquadramento legal: Artigo 359 do Código Penal)

3- EXTORSÃO

Ameaças para doação de campanha:

Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, afirmou ter pago propina à campanha presidencial em 2014 porque teria sido ameaçado pelo ministro Edinho Silva, então tesoureiro de Dilma.

(Enquadramento legal: Artigo 158 do Código Penal)

4- CRIME ELEITORAL

Abuso de poder político e econômico na campanha de 2014:

Dilma é acusada em ação no TSE de se valer do cargo para influenciar o eleitor, em detrimento da liberdade de voto, além da utilização de estruturas do governo, antes e durante a campanha, o que incluiria recursos desviados da Petrobras.

Caixa 2:

A PF apontou no relatório de indiciamento do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que o casal recebeu pelo menos R$ 21,5 milhões entre outubro de 2014 e maio de 2015 do "departamento de propina" da Odebrecht.

(Enquadramento legal: Art. 237, do Código Eleitoral)

5- CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Pedaladas fiscais:

(Enquadramento legal: Inciso III do Art. 11 da Lei 1.079/1950)

Decretos sem autorização do Congresso:

(Enquadramento Legal: Inciso VI do Artigo 10 da Lei 1.079/1950)

6- FALSIDADE IDEOL?"GICA

Escondendo o rombo nas contas:

(Enquadramento legal: Art. 299 do Código Penal)

7- IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Visita político-partidária:

Dilma foi denunciada na Justiça por mobilizar todo um aparato de governo ?" avião, helicóptero, seguranças ?" para prestar solidariedade a Lula em São Bernardo.

(Enquadramento legal: Art. 11 da Lei nº 8.429/1992)"

Este "post" sintetiza nosso momento.
Uma presidANTA delinquente e desequilibrada!
Despetralhado
25/03/2016 13:48
Oi, Herculano;

No comentário das 21:49 horas; o LuLLadrão tem esquema (é só o que elles sabem fazer), de fugir para a Itália. E o lixo da ilha sanguinária dos assassinos Castro, é muito pobre para o novo milionário?

Elle que se cuide, Diogo Mainarde mora na Itália.
Mariazinha Beata
25/03/2016 13:38
Seu Herculano;

Às 06:11Hs: "Confederação de Pastores Evangélicos Lança Nota Em Defesa de Sérgio Moro".

E a CNBB, nada?
Ah, sei! tem muito padre petista para passar a mão na cabeça...
Bye, bye!
Anônimo disse:
25/03/2016 13:18
Herculano, muito bem elaborado o seu comentário das 07:41hs. Isso mostra que a mente petista é oficina do diabo.
Herculano
25/03/2016 11:03
A CULPA DOS OUTROS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Acossado pela ameaça cada vez mais concreta de amargar um melancólico fim de carreira atrás das grades, Luiz Inácio Lula da Silva perdeu a noção do ridículo e abriu mão da responsabilidade imposta por sua condição de líder popular. Lula protagonizou na quarta-feira passada, em São Paulo, um comício em recinto fechado dirigido a líderes das centrais sindicais ?" todos identificados com pulseiras brancas atadas ao pulso direito ?" aos quais transmitiu importante palavra de ordem: a Operação Lava Jato é um dos principais responsáveis pela crise econômica, particularmente pelo aumento do desemprego e pelo consequente "pânico criado na sociedade brasileira". Mas garantiu que, se o Congresso Nacional tiver "seis meses de paciência", ele, Lula, produzirá o milagre de transformar o Brasil no "País da alegria".

Afirmou Lula: "Essa operação de combate à corrupção é uma necessidade para esse país. Mas eu acho que vocês deveriam procurar a força-tarefa, o juiz, para saber o que eles estão discutindo sobre quanto essa operação já deu de prejuízo para este país. Será que não dá para combater a corrupção sem fechar as empresas? Já ouvi falar R$ 200 bilhões, R$ 250 bilhões de prejuízo". E acrescentou: "Quando isso terminar, você pode ter muita gente presa, mas pode ter muita gente desempregada nesse país. Vocês têm que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que está acontecendo nesse país".

São inacreditáveis o cinismo e a irresponsabilidade de Lula. O subtexto de seu discurso é claro, ao estabelecer uma hierarquia entre valores como o combate à corrupção e os interesses dos assalariados, sugerindo que estes devem prevalecer sobre aqueles, como se fosse impossível a solução óbvia de compatibilizá-los. Lula quer induzir as lideranças sindicais a enxergar o combate à corrupção como prejudicial à "classe operária". Quer ver os trabalhadores na rua atacando a Lava Jato e o juiz Sergio Moro e defendendo, na verdade, a impunidade dele, Lula, afastando os riscos de ter de pagar por ilicitudes que possa ter praticado em relações promíscuas com a elite representada pelos empresários e executivos corruptos das maiores empreiteiras de obras públicas do País.

As sucessivas derrotas de Lula, Dilma e o PT nos tribunais ?" só até certo ponto aliviadas pela decisão do ministro Teori Zavascki de manter o ex-presidente momentaneamente fora da jurisdição do juiz Sergio Moro ?" estimularam o lulopetismo a partir para um vigoroso ataque no campo político. Faz parte dessa estratégia, além dos recentes e frequentes pronunciamentos de Dilma Rousseff em atos públicos programados com esse objetivo, também a intensa agenda de encontros de Lula com lideranças políticas e com as chamadas "bases populares" do PT. A capacidade de mobilização dos petistas e das entidades e organizações sobre as quais o partido mantém forte influência já não é a mesma de tempos atrás, quando o PT e seus líderes eram exemplos de virtude, mas ainda é o trunfo mais valioso com os quais Dilma e Lula contam hoje para se livrarem do impeachment e da cadeia.

Essa estratégia, que se por um lado tem obrigado Dilma à tarefa ingrata de se haver com suas enormes dificuldades de manejar a língua e a lógica ?" na quinta-feira acusou a oposição de "criar motivos inexistentes" para atacá-la ?", por outro lado coloca Lula exatamente no lugar em que se sente mais à vontade: o palanque. Eventualmente, o picadeiro, considerando a risível promessa de criar o "País da alegria" no fantástico prazo de seis meses.

Mas Lula acha que pode tudo, até mesmo considerar-se mais poderoso do que nunca, apesar de estar na incômoda situação de enfrentar entraves na Justiça para assumir o cargo de ministro e ficar a salvo das "perseguições" de Sergio Moro. Lula preferiria, é claro, livrar-se do magistrado que se tornou herói nacional por ousar tratá-lo, e a muitos outros poderosos, como cidadãos iguais perante a lei. Do alto de sua soberba, Lula continua se achando mais igual do que todo mundo e fala como se fosse o chefe do governo ?" o que, de fato, é, depois que Dilma Rousseff se dobrou a todas as suas exigências, no desespero de salvar um mandato que não exerce.
Herculano
25/03/2016 10:54
CADA DIA UMA AGONIA, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Pensei que esta seria uma semana de trégua. E é, de certa forma, no plano nacional. Na verdade, o atentado em Bruxelas mostrou a face covarde da guerra. Ao considerá-la assim, uma semana de trégua, lembrei-me de uma grávida que entrevistei num bairro infestado de mosquitos em Aracaju: "Graças a Deus, o que tive foi chikungunya".

Os fatos da semana passada não me permitiram tratar de escutas telefônicas. Tenho experiência disso. Nas eleições de 98, um repórter ouviu ligação minha e divulgou uma frase em que dizia que uma deputada estadual era suburbana. Isso num contexto sobre implantação de aterros sanitários, que, para mim, deveriam ter um enfoque metropolitano. Reclamei de forma, mas não me detive nisso porque havia algo mais importante a tratar: o conteúdo.

O adversário na época, Eduardo Paes, fez uma grande campanha em torno disso. Vestiram camisetas com a inscrição Sou suburbano com muito amor. Ainda hoje as fotos me fazem rir.

A reação de Dilma e seus defensores foi dissociar a forma do conteúdo e discutir só aquela. A tentativa de explicar o diálogo gravado foi ridícula, segundo o New York Times. Patética para outros, que observam o fluxo dos últimos acontecimentos. No caso, não se trata de um grampo, mas de levantar o sigilo de um processo. Moro investigava Lula e o conjunto das gravações indicava a busca de um ministério para escapar do processo. O último áudio apenas foi uma espécie de CQD.

A Lava Jato é, para mim, a maior e mais bem-sucedida operação realizada pela polícia brasileira. Sua atuação é espetacular, mas, se comparamos com o futebol, é possível jogar uma partida magnífica e ainda assim cometer algumas faltas.

No meu entender, elas estão no levantamento do sigilo de áudios que tratam de assuntos pessoais, sem importância real no processo. Eu deparo com esse problema no trabalho cotidiano. Outro dia entrevistei uma cozinheira e ela disse que se casou com o primo por falta de alternativa. Minutos depois me procurou para que apagasse esse trecho da entrevista. Atendi imediatamente. Que interesse teria isso para a história que estava para contar? Nenhum.

O que é irrelevante para o público pode ter enorme repercussão na vida da pessoa. Uma frase mal colocada, absolutamente inócua para o espectador, pode desatar inúmeros dramas familiares, suspeitas, rancores.

Com escritores, juristas, tanta gente de talento defendendo Dilma, ninguém trata do conteúdo do processo levado por Moro, o que, na verdade, interessa mais ao povo. Falam em defesa da democracia, mas ignoram o mensalão, o escândalo na Petrobrás, dois ataques violentos à própria democracia.
Herculano
25/03/2016 10:52
CADA DIA UMA AGONIA, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Fui deputado alguns anos e me sinto enganado por ter de discutir com parlamentares que foram comprados pelo governo. Não há debate real. As posições foram pagas no guichê do palácio. Para mim, isso é a real negação do processo democrático. E os dados estão aí: a Petrobrás foi arrasada, apenas em 2015 teve um prejuízo de R$ 43,8 bilhões; só a Operação Lava Jato conseguiu bloquear R$ 800 milhões no exterior.

Que tipo de democracia é esta em que você compete com campanhas milionárias sustentadas com grana roubada de empresas estatais, via propinas das empreiteiras?

As delações premiadas da Andrade Gutierrez e de Marcelo Odebrecht vão demonstrar tudo isso. No caso de Odebrecht, é preciso ver ainda o que tem a falar, porque sua resistência acabou provocando um avanço da Lava Jato sobre os segredos mais guardados da empresa.

Outra discussão que reservei para a semana de trégua: a condução de Lula. Tenho amigos que a criticam, na verdade, tenho amigos que até são contra o impeachment. A Lava Jato, a esta altura, fez 130 conduções coercitivas. Mas Lula estava disposto a depor, dizem. E os outros, se chamados, também não estariam dispostos? O que determina a medida é análise dos fatos, a lógica da investigação.

Outros lembram: Lula é um símbolo. Respondo que a lei vale para todos. Está escrito na Constituição. Teríamos de redigir a emenda: a lei vale para todos, menos para os símbolos.

Aliás, o termo símbolo é muito vago. Eventualmente um homem desconhecido pode se tornar símbolo de algo. O pedreiro Amarildo transformou-se num símbolo. Um jovem negro assassinado os EUA vira símbolo do conflito racial.

É surpreendente ver como Lula se transformou, na realidade, num líder conservador: a esperança dos corruptos de melar a Operação Lava Jato. Deixando de lado o machismo, que não é novidade, suas falas gravadas mostram um personagem típico: sabe com quem está falando? Seu ataque à autonomia da Polícia Federal é simplesmente reacionário. Ainda mais, articulado com frases em que condena a busca de autonomia em outros setores. "Só Dilma não consegue governar, não tem autonomia", diz ele.

Uma visão realmente política não culpa a oposição pela imobilidade do governo. Seria o mesmo que Lenin, derrotado num bar do Quartier Latin, afirmar que a revolução fracassou por causa dos mencheviques.

Dilma não consegue governar, concordo com Lula. Mas o problema não está na oposição, está nela. Lula reconhece isso nos seus discursos, pedindo que Dilma sorria pelo menos algumas vezes. Acho um apelo inútil, como os que encontramos em algumas lojas: sorria, você está sendo fotografado.

Se Lula reconhece que Dilma não é capaz de presidir, terá de reconhecer também que errou ao lançá-la. E toda essa imensa máquina petista teria de compreender que não se inventa um quadro político, ele se faz na história cotidiana, ao longo de mandatos, no fascinante jogo político, um jogo tedioso para quem não gosta dele.

Isso são reflexões de uma semana de trégua. Não há futuro para o governo. Toda a sua energia se consome na defesa do impeachment, no medo da Lava Jato. Cada dia que um projeto fracassado consegue sobreviver é mais um dia em que o Brasil afunda. Isso parece não ter nenhuma importância para eles. Lamento.
Herculano
25/03/2016 10:42
PERDA TOTAL, por Nelson Motta, para o jornal O Globo

Podem reparar: quando negam 'veementemente' ou ordenam 'rigorosa' investigação, é sinal de mentira grossa

Depois de um ano negando "veementemente" qualquer malfeito, a Odebrecht finalmente vai assumir suas responsabilidades no "sistema ilegítimo e ilegal de financiamento do sistema partidário-eleitoral" tentando uma delação "definitiva" que salve seus sócios e executivos da cadeia.

Reparem: quando negam "veementemente" ou ordenam "rigorosa" investigação, é sinal de mentira grossa.

Quando uma grande empreiteira contribui, ainda que legalmente, para mais de 200 políticos de todos os partidos, há algo de muito podre no sistema partidário-eleitoral do país. ?"bvio que não contribui por patriotismo e espirito público, mas porque, como sabem todas as outras grandes empresas que sustentam esse sistema, quem paga a conta é que diz a hora que terminou o jantar.

O que dizer então de uma planilha com propinas pagas a políticos, funcionários e empresários, em dinheiro vivo e no exterior, com o nome e o apelido de cada um? Parece que o pessoal que paga a propina, seja como suborno ou achaque, expressa seu desprezo por quem recebe com apelidos debochados, que devem lhes ter provocado boas risadas em tempos mais risonhos.

Drácula, Nervosinho, Viagra, Candomblé, Caranguejo, Múmia, não é uma quadrilha de bandidos da Rocinha, são os homens que comandam a política brasileira, fazendo da vida pública, privada. Piada velha, mas mais atual do que nunca.

Como reconstruir um sistema politico-eleitoral quando a Lava-Jato revela ao país que dele só sobraram ruínas e escombros, que a perda é total? Como podem reconstruí-lo justamente os que o destruíram, financiados por um cartel de empreiteiras que saqueava o país e contribuía para fraudar eleições e apodrecer as instituições democráticas ?

Como o ovo e a galinha, quem veio primeiro, o político achacador ou o empresário corruptor? Tanto faz, o que interessa é que os dois se combinaram como um sádico e um masoquista, numa perfeita integração para assaltar os cofres públicos e aviltar a vida política do país, porque uns confiavam no seu dinheiro e outros no seu poder para sentirem-se acima de todos, da Constituição e das leis. Pelo menos até a Lava-Jato.
Herculano
25/03/2016 10:39
RONCOS DA REAÇÃO, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Não era de se esperar silêncio e conformismo por parte daqueles que apoiam o governo, a presidente Dilma Rousseff e o PT. Tampouco é de se menosprezar suas manifestações, apenas porque são obviamente minoritárias em relação aos protestos dos que não apoiam o governo, Dilma e o PT. Seria adotar o mesmo critério equivocado, por autoritário, de desdém à oposição da época em que os inquilinos do Planalto eram muito populares.

A situação se inverteu, mas nem por isso deixou de existir o contraditório que ora se manifesta com mais contundência devido à possibilidade concreta de que a Câmara dos Deputados aprove a abertura de processo de impeachment presidencial no Senado. Isso é uma coisa. Normal. Outra coisa bem diferente é a tentativa de se inverterem também os valores e os fatos em jogo, para transformar os agentes da lei em mensageiros da ilegalidade.

O ataque é um movimento clássico de defesa. Notadamente nos casos em que o atacante luta no campo do indefensável. Como ocorre agora, com a ofensiva governista contra o Judiciário em geral, quando as decisões não agradam, ao juiz Sérgio Moro em particular, e aos integrantes da força tarefa da Lava Jato - os eleitos como os inimigos a serem combatidos. Posição já ocupada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Com uma diferença abissal: Cunha é réu no Supremo Tribunal Federal, alvo de inquéritos e de acusações graves, o que não tira a razão do governo em agravá-lo. Já os investigadores no máximo têm questionada uma ou outra ação relativa aos procedimentos formais. É flagrante, pois, a impropriedade (para dizer o mínimo) de pretender enquadrá-los na condição de criminosos e imprimir àqueles que passeiam pelo código penal a condição de injustiçados, perseguidos e vilipendiados.

Aqui, a ordem dos fatores altera de modo absoluto o resultado: não é a democracia que corre risco, mas a "cleptocracia" que está tendo seus passos seguidos e seus esquemas desvendados.

O embate de argumentos ganharia mais consistência e equilíbrio se do lado dos governistas as aludidas injustiças fossem relativas ao mérito das questões e não apenas (embora possam ser também) nos aspectos formais. Naquele, o do fundamento das acusações, os debatedores deixam a desejar apresentando arrazoados estapafúrdios.

Como o último feito por Luiz Inácio da Silva a uma plateia de sindicalistas na quarta-feira, em que atribui a derrocada da economia brasileira a juízes, promotores e agentes da Polícia Federal. Propondo, inclusive, que os companheiros deixem de reclamar das (in) decisões da presidente Dilma e passem a cobrar da força-tarefa de Curitiba o fim das investigações em nome de um Brasil mais próspero e socialmente justo.

Não sendo piada, recende a deboche
Herculano
25/03/2016 10:36
TENTATIVA DE SABOTAGEM, por Merval Pereira, parra o jornal O Globo

Parte 1

A divulgação, sem autorização judicial, de uma lista com centenas de nomes de políticos de diversos partidos que teriam recebido doações da empreiteira Odebrecht, é sinal de que algum grupo dentro da Polícia Federal está querendo misturar alhos com bugalhos, sabotando as investigações. A lista foi apreendida há um mês, e estava sendo analisada.

O vazamento só ajuda a quem quer melar a Operação Lava-Jato. A Polícia Federal divulgou a "lista da Odebrecht" sem o Juiz Sérgio Moro saber. Ele a colocou em sigilo, por que não havia ainda a definição do que era caixa 2 e o que era contribuição legal. E agora ainda há a dificuldade de distinguir as contribuições legais daquelas que, com ares de legalidade, na verdade proveem de propinas.

A tese dos petistas e seus aliados é que "todo mundo é ladrão", e esse Congresso não tem legitimidade para aprovar o impeachment da presidente Dilma, pois está "todo mundo na lista da Odebrecht". Se todo mundo é culpado, ninguém é culpado. A tentativa é chegar a um grande acordo: está todo mundo envolvido, então vamos limpar a pedra e começar tudo de novo.

É uma situação tão surreal quanto a de Lula dizer que a Operação Lava-Jato é responsável pelo desemprego no país. O maior desemprego já registrado no país nos últimos quatro anos foi anunciado por esses dias, e Lula o atribui à Lava-Jato, e tem a coragem de afirmar que o Juiz Sérgio Moro está desempregando as pessoas.
Herculano
25/03/2016 10:36
TENTATIVA DE SABOTAGEM, por Merval Pereira, parra o jornal O Globo

Parte 2

Recentemente Lula fez outro discurso inacreditável defendendo justamente as empreiteiras, que estão no centro desses escândalos de corrupção. Segundo ele, as empreiteiras têm que ser preservadas por que geram empregos. Mas geram também favores à cúpula petista, aos políticos corruptos de maneira geral, e ao próprio Lula, enrolado em diversas denúncias de "presentes" de empreiteiras, como o sítio de Atibaia e o triplex de Guarujá, e otras cositas más.

Numa distorção completa da realidade, quem está tentando limpar a política, quem está tentando coibir a corrupção empresarial no país, é acusado de ter causado o desemprego e a queda da economia. E quem está no governo há 14 anos, que comprovadamente roubou, que quebrou a Petrobras, que acabou com a economia do país utilizando-se de decisões econômicas completamente equivocadas, além de ter permeado a estrutura estatal de métodos corruptos na nomeação de dirigentes e no direcionamento de financiamentos para empresas amigas, levando o país à pior recessão já registrada em sua história republicana, esses são os coitadinhos, os perseguidos, os defensores dos pobres e dos oprimidos.

Uma versão tão fantasiosa quanto a que vende a falácia do golpe, quando estamos há dois anos nesse processo de investigação de um vasto sistema de corrupção organizado pelo governo petista. Todos os ritos constitucionais estão sendo cumpridos, conforme atesta o próprio Supremo Tribunal Federal, que supervisiona a atuação da Força Tarefa da Operação Lava-Jato e também aprovou o rito do impeachment, corrigindo o que considerou estar errado na decisão do Congresso.
Herculano
25/03/2016 10:32
TENTATIVA DE SABOTAGEM, por Merval Pereira, parra o jornal O Globo

Parte 3

Por outro lado, é muito estranho a empreiteira Odebrecht ter anunciado um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal que nem sequer está sendo negociado. O PT e seus blogs amestrados acusam a Lava-Jato de não aceitar um acordo com a Odebrecht por que a tal lista inclui políticos da oposição, que estariam sendo blindados pelo juiz Moro.

É evidente que há em gestação um conluio do PT com o governo para tentar melar a Lava-Jato, transformando o Juiz Moro, que agora mesmo foi eleito uma das 50 personalidades mais importantes do mundo pela revista Fortune, em vilão dessa história.

A estranha divulgação da "lista da Odebrecht" pode estar relacionada com uma inscrição encontrada no celular de Marcelo Odebrecht, conforme recorda o site O Antagonista. A inscrição era "Armadilha Bisol/contra-infos", e se refere a um episódio ocorrido em 1993, quando o Congresso realizava uma CPI sobre empreiteiras.

A Polícia Federal apreendeu 18 caixas de documentos na casa de um diretor da Odebrecht que indicariam "a existência de um cartel das grandes empreiteiras para fraudar as licitações de obras públicas", inclusive com a relação de políticos que receberiam propinas.

José Paulo Bisol, relator da CPI das Empreiteiras e candidato a vice-presidente na chapa de Lula em 1989, denunciou o fato com estardalhaço, mas na realidade a lista não indicava apenas propinas, mas brindes, como calendários e agendas, e até doações legais. Ao colocar no mesmo balaio, como agora pode estar acontecendo, inocentes e culpados, a CPI das Empreiteiras, desmoralizada, foi arquivada. E, como vemos hoje, o cartel das empreiteiras continuou a atuar
Herculano
25/03/2016 10:22
QUE PAPELÃO, LULA, por Pedro del Picchia, para o jornal Folha de S. Paulo

Esta de você buscar refúgio na Casa Civil para tentar fugir da investigação da Operação Lava Jato supera todas as espertezas que você já usou e costuma usar na ação política desde a sua aproximação irreversível com os bacanas a partir do final de 2002, logo após sua primeira e triunfal eleição para a Presidência.

Consta que então, em busca de descanso após a árdua campanha eleitoral, você foi para uma fazenda em Mato Grosso, conforme relato de alguém que o acompanhou. Não seria absurdo supor que foi aí que tudo começou em matéria de novas amizades - depois reveladas indecorosas. Hoje, olhando em retrospecto, que diferença daquele Lula do início de 1981 que percorreu alguns países da Europa em busca de apoio político e financeiro para o recém-fundado Partido dos Trabalhadores, junto a partidos políticos de esquerda e organizações sindicais.

Daquela comitiva fazia parte, além de dois sociólogos depois convertidos ao tucanato, o sindicalista Jacó Bitar, pai de Fernando, sócio de Lulinha e proprietário formal do sítio de Atibaia comprado para a família da Silva desfrutar. Na época, sinceramente, ele parecia um humilde sindicalista. A sorte, seguramente, sorriu para a família dele, porque a grana do sítio ou de meio sítio, como se divulga, foi alta, coisa de milhão, também como se diz.

No meu possante Fiat 147, vermelho confesso, carreguei a comitiva petista para um convento de freiras polonesas numa periferia perdida de Roma, onde você, Lula, ganhou as manchetes internacionais ao se encontrar com o líder do Solidariedade, Lech Walesa, que estourava na mídia mundial alavancado pela eleição do papa polonês João Paulo 2º. Walesa, mais tarde, igualmente, se tornou presidente da Polônia e, segundo consta, também igualmente, se deu bem na vida.

Tempos bons aqueles em que no seu rosto estava estampada a palavra esperança. Fomos até comemorar na noite seguinte na minha casa, em companhia do secretário-geral da poderosa Federação dos Metalúrgicos italiana. Você até pediu, em meio a quantidades memoráveis de uísque e vinho, para tomar umas doses de 51 e matar a saudade do "nosso Brasil". Daquela passagem por Roma, restou-me a carta de agradecimento que você me mandou depois.

Hoje acompanho abismado o que se passa no nosso país por conta da gestão desastrosa da triste figura - o "poste" - que, do alto do prestígio de presidente mais bem avaliado da nossa história, você empurrou para os eleitores. Acontece que o "poste", como diria o seu companheiro Jaques Wagner, se lambuzou e em manobra até agora desastrada quer passar a Presidência, de fato, para você, um cidadão sem mandato denunciado pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (com pedido de prisão) e investigado pelo Ministério Público Federal do Paraná.

Defenda-se Lula. Explique o até agora inexplicável. Assuma suas responsabilidades. Vivemos num Estado democrático de Direito conquistado a duras penas, como você bem sabe. Mas não venha com essa conversa de que você iria (ou vai?) para o governo a fim de salvar a República.

Você assumiria (ou assumirá?), isso sim, para se livrar do juiz Sergio Moro e tentar o que hoje parece cada vez mais difícil, salvar o seu "poste" do impeachment ou da cassação.

Arrivederci Roma!
Herculano
25/03/2016 07:58
PROTEÇÃO PARA DELINQUIR AMEAÇA O FUTURO DA LAVA-JATO, por Ricardo Noblat, de O Globo

Dizem os petistas que a Lava-Jato só tem ido fundo no combate à corrupção porque os que governaram o país nos últimos 13 anos, justamente eles, criaram todas as condições para que a corrupção fosse enfrentada. É fato.

Ao mesmo tempo, os petistas acusam a Lava-Jato, pela boca do seu mentor, Lula, de ser em parte responsável pela crise econômica que desemprega milhões de brasileiros e reduz seu poder de compra. Não é fato. Quanto à corrupção propriamente dita...

Não, eles nada têm a ver com ela. Não sabiam de sua existência. Nunca souberam. E, portanto, não podem ser acusados de a terem promovido ou alimentado. A corrupção vem de governos passados, todos os governos que antecederam os do PT. E se ela não foi extinta...

Bem, é porque a corrupção, aqui e em toda parte, não pode ser extinta. É da natureza humana. Disso poderá dar testemunho o próprio juiz Sérgio Moro, um estudioso da Operação Mãos Limpas que varreu da Itália políticos desonestos. Varreu, é verdade. Nem por isso...

Uma nova safra de políticos desonestos sucedeu à anterior. E a Itália continua sendo um país, se não tão corrupto quanto era, mas bastante corrupto. Por que isso não poderá se repetir aqui quando a Lava-Jato, finalmente, chegar ao seu desfecho. Hein?

Trata-se de um discurso, esse dos petistas, com começo, meio e fim. Só que ele não consegue esconder o principal objetivo dos que o repetem: pôr um freio na Lava-Jato. Ela não seria desmontada. Nem impedida de ir adiante. Mas desde que respeitados os superiores interesses do país.

Neste momento, a intenção de domesticar a Lava-Jato é a única coisa que aproxima petistas de não petistas, defensores da permanência de Dilma no poder até que se esgote seu mandato e interessados em sua queda o mais rapidamente possível.

O sistema eleitoral e partidário brasileiro foi posto em xeque pela Lava-Jato e os que dele se beneficiaram ao longo das últimas décadas estão simplesmente chocados com isso. E sem chão. O sistema parecia sólido. Mas não resistiu a dois anos de uma investigação independente.

Dá sinais de que desmorona sem que haja outro modelo de sistema eleitoral e partidário sequer esboçado para substitui-lo. Tanto os petistas como aqueles que pretendem sucedê-los no governo nada têm a propor ?" a não ser a interrupção daquilo que os ameaça.

Uma fatia expressiva de políticos quer o impeachment porque o governo Dilma, dado ao seu esfarelamento, perdeu as condições de protegê-la. Imagina que um novo governo poderá fazê-lo. De sua parte, o PT e seus aliados imaginam que poderão igualmente se beneficiar com isso.

Proteção para seguir delinquindo ?" é o que pede a maioria dos políticos de todos os matizes.
Herculano
25/03/2016 07:41
PODERIA TER SIDO PIOR

Fontes ligadas ao PT e à prefeitura de Gaspar, informam que o nome do ex-vice-prefeito Dário Deschamps, irmão do ex-prefeito Tarcísio, chegou a ser ventilado para dar nome ao Distrito do Belchior.

Foi descartado pelo suposto barulho que iria dar. Acharam que o de Tarcísio não sofreria resistência. Erraram.

Se o nome de Tarcísio passasse para ser o nome do Distrito, o nome dele sairia do prédio da Superintendência, e ai sim, entraria o de Dário, por canetada e menor trauma. A homenagem estaria completa.

Em tempo: Tarcísio e Dario, na política, eram como a água e o vinho. Os dois pensavam e agiam de forma bem diferente um do outro. Inconciliáveis neste tema. Tarcísio era um conservador e egresso da Arena. Dário, um progressista e alinhado com o que é hoje o PT.
Herculano
25/03/2016 07:28
da série: como os defensores de Dilma, Lula e o PT sem discurso, apelam contra suposta ilegalidade, que não existe, e exatamente naquilo que eles um dia já defenderam ferrenhamente contra adversários, só por eles serem adversários e apenas olhando o poder para nunca dele sair como agora, quando impõe roubos, sacrifícios, divisão de classes, vingança e falta de perspectivas à uma nação. Nem na retórica se atualizaram ao século 21.

UM GOPLE E NADA MAIS, por Vladimir Safatle, professor de filosofia, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

A crer no andar atual da carruagem, teremos um golpe de Estado travestido de impeachment já no próximo mês. O vice-presidente conspirador já discute abertamente a nova composição de seu gabinete de "união nacional" com velhos candidatos a presidente sempre derrotados. Um ar de alfazema de República Velha paira no ar.

O presidente da Câmara, homem ilibado que o procurador-geral da República definiu singelamente como "delinquente", apressa-se em criar uma comissão de impeachment com mais da metade de deputados indiciados a fim de afastar uma presidenta acusada de "pedaladas fiscais" em um país no qual o orçamento é uma mera carta de intenções assumida por todos.

Se valesse realmente este princípio, não sobrava de pé um representante dos poderes executivos. O que se espera, na verdade, é que o impeachment permita jogar na sombra o fato de termos descoberto que a democracia brasileira é uma peça de ficção patrocinada por dinheiro de empreiteiras. Pode-se dizer que um impeachment não é um golpe, mas uma saída constitucional. No entanto, os argumentos elencados no pedido são risíveis, seus executores são réus em processos de corrupção e a lógica de expulsar um dos membros do consórcio governista para preservar os demais é de uma evidência pueril. Uma regra básica da justiça é: quem quer julgar precisa não ter participado dos mesmos atos que julga.

O atual Congresso, envolvido até o pescoço nos escândalos da Petrobras, não tem legitimidade para julgar sequer síndico de prédio e é parte interessada em sua própria sobrevivência. Por estas e outras, esse impeachment elevado à condição de farsa e ópera bufa será a pá de cal na combalida semi-democracia brasileira.

Alguns tentam vender a ideia de que um governo pós-impeachment seria momento de grande catarse de reunificação nacional e retomada das rédeas da economia.
Herculano
25/03/2016 07:27
da série: como os defensores de Dilma, Lula e o PT sem discurso, apelam contra suposta ilegalidade, que não existe, e exatamente naquilo que eles um dia já defenderam ferrenhamente contra adversários, só por eles serem adversários e apenas olhando o poder para nunca dele sair como agora, quando impõe roubos, sacrifícios, divisão de classes, vingança e falta de perspectivas à uma nação. Nem na retórica se atualizaram ao século 21

UM GOPLE E NADA MAIS, por Vladimir Safatle, professor de filosofia, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Nada mais falso e os operadores do próximo Estado Oligárquico de Direito sabem disto muito bem. Sustentado em uma polícia militar que agora intervém até em reunião de sindicato para intimidar descontentes, por uma lei antiterrorismo nova em folha e por um poder judiciário capaz de destruir toda possibilidade dos cidadãos se defenderem do Estado quando acusados, operando escutas de advogados, vazamento seletivo e linchamento midiático, é certo que os novos operadores do poder se preparam para anos de recrudescimento de uma nova fase de antagonismos no Brasil em ritmo de bomba de gás lacrimogêneo e bala.

Uma fase na qual não teremos mais o sistema de acordos produzidos pela Nova República, mas teremos, em troca, uma sociedade cindida em dois.

O Brasil nunca foi um país. Ele sempre foi uma fenda. Sequer uma narrativa comum a respeito da ditadura militar fomos capazes de produzir. De certa forma, a Nova República forneceu uma aparência de conciliação que durou 20 anos. Hoje vemos qual foi seu preço: a criação de uma democracia fundada na corrupção generalizada, na explosão periódica de "mares de lama" (desde a CPI dos anões do orçamento) e na paralisia de transformações estruturais.

Tudo o que conseguimos produzir até agora foi uma democracia corrompida. A seguir este rumo, o que produziremos daqui para a frentes será, além disso, um país em estado permanente de guerra civil.

Os defensores do impeachment, quando confrontados à inanidade de seus argumentos, dizem que "alguma coisa precisa ser feita". Afinal, o lugar vazio do poder é evidente e insuportável, logo, melhor tirar este governo. De fato, a sequência impressionante de casos de corrupção nos governos do PT, aliado à perda de sua base orgânica, eram um convite ao fim.

Assim foi feito. Esses casos não foram inventados pela imprensa, mas foram naturalizados pelo governo como modo normal de funcionamento. Ele paga agora o preço de suas escolhas.

Neste contexto, outras saídas, no entanto, são possíveis. Por exemplo, a melhor maneira de Dilma paralisar seu impeachment é convocando um plebiscito para saber se a população quer que ela e este Congresso Nacional (pois ele é parte orgânica de todo o problema) continuem. Fazer um plebiscito apenas sobre a presidência seria jogar o país nas mãos de um Congresso gangsterizado.

Em situações de crise, o poder instituinte deve ser convocado como única condição possível para reabrir as possibilidades políticas. Seria a melhor maneira de começar uma instauração democrática no país. Mas, a olhar as pesquisas de intenção de voto para presidente, tudo o que a oposição golpista teme atualmente é uma eleição, já que seus candidatos estão simplesmente em queda livre. Daí a reinvenção do impeachment.
Herculano
25/03/2016 06:52
AVISO

O PT de Gaspar avalia internamente que a audiência pública de quarta-feira na Sociedade Harmonia, no Belchior, é reflexo do ambiente nacional contra o partido.

Erram mais uma vez os dirigentes locais que continuam com a cabeça enterrada na areia. Pode ter este ingrediente, sim. Mas, o que aconteceu no Belchior é fruto de um erro estratégico ao mexer com o sentimento bicentenário de uma comunidade e insistir por manobras e mentiras.

Era o gol mais feito que apareceu para o PT chutar para a meta, comemorar e fechar as portas do Belchior aos críticos. Preferiu construir uma nova história para sepultar a verdadeira. Deu no que deu. Agora, acha que a culpa é da Dilma, do Lula, dos golpistas de Brasília e talvez de alguns daqui...

O PT de Gaspar só provou que não conhece o Belchior, os belchiorenses e suas lideranças. Acorda, Gaspar!
Herculano
25/03/2016 06:42
NA CONTRAMÃO DA HIST?"RIA E DA REALIDADE. PARA O PT, DILMA, LULA E A ESQUERDA, ELE É PARTIDÁRIO GOLPISTA PORQUE ESTÁ APURANDO E DECIDINDO CONTRA A CORRUPÇÃO E ROUBALHEIRA NO ESTADO E NO GOVERNO PELOS POLÍTICOS E GESTORES PÚBLICOS QUE SE LAMBUZAM COM OS NOSSO PESADOS IMPOSTOS QUE NÃO CHEGAM A SAÚDE PÚBLICA, EDUCAÇÃO, OBRAS, SEGURANÇA ENTRE OUTRAS. JÁ PARA A MAIORIA DOS BRASILEIROS, INSTITUIÇÕES E IMPRENSA INTERNACIONAL, ELE É UM ÍCONE DA LEGALIDADE.

REVISTA "FORTUNE" COLOCA SÉRGIO MORO COMO UM DOS GRANDES LÍDERES MUNDIAIS

Conteúdo das agências internacionais. Texto do jornal Folha de S.Paulo. A revista americana "Fortune" incluiu o juiz federal Sergio Moro entre os maiores "líderes" capazes de transformar o mundo.

A publicação afirma que Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância, lidera um caso que vem colocando no passado "a longa endemia da corrupção pela América Latina".

O juiz é o 13º na lista, de 50 nomes. Ao lado dele, estão nomes como o papa Francisco, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente argentino Maurício Macri.

A revista afirma que a Lava Jato ameaça a presidente Dilma Rousseff de impeachment e abalou a reputação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Para a "Fortune", Moro é "protagonista de uma edição real de 'Os Intocáveis'", em referência ao filme e ao livro que narram a perseguição ao gângster Al Capone (1899-1947).
Herculano
25/03/2016 06:32
DILMA NA CERIM?"NIA DO ADEUS, por Reinaldo Azevedo, no jornal Folha de S.Paulo

A irresponsabilidade de Dilma Rousseff e de Lula nessa reta final do governo é assombrosa. Tanto a dupla como o establishment petista sabem que nada mais pode ser feito. Acabou mesmo! Eles se dedicam agora é a criar uma narrativa da partida que possa manter reunido ao menos um pedaço da militância.

Quando a presidente, seu antecessor e a cúpula petista gritam "golpe!", já não falam mais para o conjunto dos brasileiros. É um discurso voltado para os fiéis, para a militância. Criar uma mitologia da derrota, para os tempos de deserto, é tão importante como criar uma da vitória para os tempos de bonança.

O PT está deixando o poder, mas pretende voltar. Para que possa se reorganizar, terá de encolher; de buscar as suas origens; de resgatar a mística do confronto de classes; de excitar, como nos tempos primitivos, não o desejo de consumo das massas, mas o ressentimento dos oprimidos. Lula não quer deixar o poder como um ladrão, mas como um excluído.

Será o patriarca banido da Terra Prometida depois de tê-la conquistado. Viverá de contar histórias e de excitar a imaginação dos mais moços. O PT, como o conhecemos, está morto, mas não a mística intelectualmente vigarista da redenção dos oprimidos que o embala. Esta é um dado permanente na história.

Até um novo barbudo já veio à luz para divulgar "a palavra". O Lula renascido é Guilherme Boulos. Consoante com os tempos da nova esquerda, ele não vem do chão de fábrica, mas dessas milícias supostamente benignas a que chamam "movimentos sociais".

Achando que um é pouco, o rapaz comanda dois movimentos: o MTST e a Frente Povo Sem Medo. Deveria logo abrir uma incubadora de produtos ideológicos do gênero. Se houver impeachment, o novo profeta promete "incendiar o país". Dito de outro modo: se o Congresso não vota como quer Boulos, ele não reconhece o resultado.

Lula nasceu para a política quando a esquerda foi levada a aderir à "democracia como um valor universal", para citar um texto de 1979, de Carlos Nelson Coutinho. Boulos será o líder de um período partidário em que a tolerância perderá até seu valor instrumental. Sem violência, ele está convicto, não haverá redenção. Sai Coutinho do altar, entra um delinquente intelectual como Slavoj Zizek.

Não se descarte, anotem aí, a criação de uma nova sigla que funda o que restar de PT, PSOL, PSTU e outras excrescências mais à esquerda. Como no começo.

A certeza de que o impeachment virá e a necessidade de organizar a resistência com os apaniguados expulsos do paraíso levam Dilma e Lula a anunciar país e mundo afora que um golpe está em curso no Brasil.

Fora do ministério, ele apenas exercita a retórica irresponsável de sempre, cada vez mais típica de um Lula que se mostra uma farsa de si mesmo. Ela, no entanto, se o que está na Constituição é para valer, está incorrendo em novo crime de responsabilidade ao acusar, na prática, o Supremo Tribunal Federal, que votou o rito do impeachment, de fazer parte de uma arquitetura golpista.

Não se descarte, ainda, que alguns cadáveres possam integrar essa narrativa da partida. Eles sempre estão no imaginário delirante e essencialmente criminoso das esquerdas. Ora, o que são alguns mortos quando o que está em jogo é a salvação da humanidade ?"e algumas contas secretas na Suíça?
Herculano
25/03/2016 06:11
CONFEDERAÇÃO DE PASTORES EVANGÉLICOS LANÇA NOTA EM DEFESA DE SÉRGIO MORO, por Monica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo

Formada por líderes de igrejas evangélicas como Sara Nossa Terra, Universal, Assembleia de Deus e Batista, a Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil divulga nota nesta sexta (25) em defesa do juiz Sergio Moro, do combate à corrupção e da punição dos culpados. Assinado também pelo Fórum Evangélico de Ação Política, o texto chama de "uma afronta às instituições" a nomeação de Lula como ministro.

EM ORAÇÃO
"Acreditamos, acima de tudo, que a igreja do Senhor deve recorrer à oração, obedecendo aos princípios bíblicos de orar por aqueles que estão investidos de autoridade para que sejam sóbrios, sábios e justos", diz a carta.
Herculano
25/03/2016 06:08
GOVERNO AVALIOU USAR MODELO CHAVISTA DE GOLPE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Chefes militares informaram a oposição, em reuniões secretas, que o governo discutia a adoção de medidas semelhantes àquelas utilizadas na Venezuela para sufocar os protestos de rua. Houve inclusive tratativas com próceres da semi-ditadura venezuelana. O plano era decretar "Estado de Defesa", suspendendo direitos fundamentais, como de reunião (e manifestação) e sigilos telefônicos e de correspondência.

PARA CALAR AS RUAS
O pretexto do "Estado de Defesa" seria evitar "graves distúrbios" em cidades onde ocorreram as maiores manifestações, no dia 13.

CERCO POPULAR
O Estado de Defesa esteve na iminência de ser decretado no dia em que 6 mil pessoas gritaram "renuncia, renuncia", diante do Planalto.

GRITOS E CHORO
Fontes palacianas relatam que uma assustada Dilma gritou e chorou muito, ao se ver sitiada e retirada às pressas no Palácio do Planalto.

JERICO PETISTA
Surgiu a ideia de jerico do "Estado de Defesa" após o protesto do dia 13, o maior da História, com o pânico a Dilma e de dirigentes do PT.

CARTÕES: GOVERNO JÁ TORROU R$ 5,8 MILHÕES ESTE ANO
Os gastos do governo Dilma com cartões corporativos em 2016, o ano da gravíssima crise econômica do Brasil, superaram os R$ 5,8 milhões em menos de dois meses. Mais da metade dos gastos, entretanto, não serão conhecidos pelo contribuinte, pois são mantidos no mais absoluto sigilo, sob desculpa de que a transparência das informações sobre as compras pode "comprometer a segurança da sociedade e do Estado".

DILMA CAMPEÃ
A Presidência de Dilma segue com a maior fatura entre os órgãos da administração direta: R$ 1,8 milhão, mas 90% dos gastos são secretos.

LOGO ATRÁS
Atrás da Presidência por pouco (R$ 1,4 milhão), o Ministério da Justiça, com a Polícia Federal, mantém sob sigilo mais de 98% dos gastos.

ANOTA AÍ
Em 2015, o governo Dilma conseguiu torrar mais de R$ 56,2 milhões com os cartões corporativos, quase tudo sigiloso, sem explicações.

FALHA NA COMUNICAÇÃO
Dilma convocou jornalistas estrangeiros ao Planalto, ontem, para conceder entrevista para criticar o processo de impeachment, defender Lula e atacar Eduardo Cunha. Chamou a atenção nos EUA que foi essa a primeira entrevista dela ao maior jornal do mundo, o NY Times.

NÃO É GOLPE
A oposição calcula ter os votos necessários para o impeachment de Dilma: 342. A ideia, no entanto, é conseguir 400 deputados federais favoráveis à cassação, para acabar com o discurso de "golpe".

NA CALADA DA NOITE
Aproveitando o cochilo do contribuinte, o Congresso aprova leis de baixa (ou nenhuma) relevância para a sociedade. Lei 13.248/2016, por exemplo, institui o dia 18 de junho como Dia do Tambor de Crioula.

NOVO ALVO
Lula, que tem forçado encontro com o vice, já sabe que vai ouvir da boca de Michel Temer que o PMDB vai pular fora do governo. Ele tenta assediar o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), mas não vê efeitos.

ADESÃO DE OURO
A oposição anda confiante na destituição da presidente Dilma pela via constitucional, por meio do impeachment. Não crê em favorecimento do Supremo porque "a população aderiu ao impeachment", diz um líder.

PÉ NA TÁBUA
O presidente do conselho de ética, José Carlos Araújo (PR-BA), chama a comissão do impeachment de Fórmula 1, pela velocidade do trâmite. Acabou apelidado de "Barrichelo", por estar sempre atrás de Cunha.

CAMPANHA PELO IMPEACHMENT
A oposição está disposta a constranger os deputados que não apoiam o impeachment. Será lançada uma campanha, nas redes sociais, "denunciando" quem apoia Dilma, que tem menos de 10% de aprovação, segundo as pesquisas de opinião mais recentes.

SEIS POR MEIA DÚZIA
PCdoB é forte candidato a herdar o Ministério do Esporte, que era do PRB até romper com o governo. Não muda muito, os comunistas sempre tiveram a caneta do ministério, o que irritava os republicanos.

PERGUNTA NO GOVERNO
O que o ex-presidente e quase ministro Lula fará de diferente em seis meses que os governos petistas não fizeram nos últimos 14 anos?
Herculano
25/03/2016 05:56
MANIFESTANTES FAZEM FOGUETORIOS EM FRENTE À SEDE DA GLOBO EM SP

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo).Participantes de ato contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff fazem foguetório em frente à sede da Rede Globo em São Paulo, na zona sul da cidade. Alguns manifestantes tentaram pichar o prédio da empresa, mas foram contidos por policiais. Nomeado "Ato em defesa da democracia - a saída é pela esquerda", o protesto foi convocado pela Frente Povo Sem Medo, formada por ao menos 27 movimentos sociais, tendo o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) à frente. O ato teve início no Largo da Batata, no bairro de Pinheiros. A PM estima o público presente em 17 mil pessoas; a organização fala em 30 mil
Herculano
25/03/2016 05:49
O PARAGUAI É AQUI, por Guilherme Boulos, formado em filosofia na USP, classe média alta, coordenador nacional do MTST e da Frente de Resistência Urbana, no jornal Folha de S. Paulo

A discussão se há ou não um golpe em curso no Brasil deixou de ser uma controvérsia acadêmica. Invadiu ruas e praças. Está nas mesas de botequim.

Muitos fazem analogia com 1964, quando os militares derrubaram o presidente João Goulart e estabeleceram uma ditadura que durou 20 anos. Há paralelos, é verdade: o engajamento de entidades empresariais, a atuação partidária da maioria da imprensa e o uso abusivo do mote da corrupção ?"empunhado inclusive por corruptos notórios?" para insuflar manifestações de rua.

Mas há também muitas diferenças.

Em 1964, o governo de Jango encampou o programa das reformas de base, que incluía os projetos de lei das reformas agrária e urbana, controle da remessa de lucros para o exterior, dentre outras medidas que enfrentavam a elite econômica. Por isso foi derrubado.

A situação com Dilma é outra. É verdade que setores da burguesia e da classe média urbana se incomodam com as políticas sociais dos governos petistas, com a ampliação do crédito popular e o aumento da massa salarial. Mas é igualmente verdade que, no segundo mandato, Dilma tem aplicado a regressão dessas próprias políticas.

A agenda atual do governo nada tem de popular. É a agenda da austeridade, com corte de investimentos sociais. São as reformas da previdência e fiscal, exigidas pela banca. Querem derrubar Dilma não por terem seus projetos contrariados, mas pela avaliação de que seu governo não tem força para levá-los adiante.

Essa é uma importante diferença entre 1964 e 2016. Outra é a participação dos militares. Não há tanques nas ruas e ?"até onde se sabe?" tampouco agitação nas casernas.

Mas, mesmo assim, há golpe. É isso que precisa ser compreendido: o golpismo de ontem não é o mesmo que o de hoje. Os golpes militares clássicos saíram de moda. Não há mais espaço para a marcha do general Olímpio Mourão nem para o bombardeio do Palácio de La Moneda.

Os golpes de hoje são de novo tipo. São "forçagens" na institucionalidade, com respaldo parlamentar e ?"por vezes?" legitimação judicial.

Em Honduras, o presidente Manoel Zelaya foi derrubado em 2009 por um golpe com legitimação da Corte do país. Um avião o exilou na Costa Rica. Determinaram sua prisão por "crime de traição". Mas o mundo inteiro acusou o golpe. O país foi suspenso pela OEA. Até vozes reacionárias tiveram que se expressar.

No Paraguai, em 2012, o presidente Fernando Lugo foi deposto por um impeachment sem razão jurídica, acusado apenas pelo "fraco desempenho de suas funções". Golpe cuspido e escarrado, reconhecido internacionalmente como tal. O Paraguai foi suspenso do Mercosul.

Na ocasião, o jurista brasileiro Pedro Serrano disse: "O que houve foi um 'julgamento' a jato e de exceção. O prazo de defesa foi exíguo, sem a oferta da devida dilação probatória, as acusações têm caráter preponderantemente ideológico e não de juízo de ilicitude na conduta. A decisão já se encontrava decidida e escrita antes da apresentação da defesa".

O modelo de golpe orquestrado pela direita brasileira ?"com amplo apoio no empresariado e na mídia?" é o paraguaio. Querem estabelecer para nossa democracia (já limitada) o parâmetro da ainda mais frágil democracia paraguaia.

Junto com o retrocesso institucional vem o clima macarthista de intolerância, o desrespeito a garantias constitucionais e, seguramente, um aprofundamento do ataque aos direitos sociais das maiorias. O Brasil pode demorar décadas para se recuperar deste golpe e cicatrizar as feridas.

Por isso este é um momento de resistência. Não pelas políticas do governo de Dilma, mas apesar delas. Resistência pelas liberdades democráticas, pelo direito de ir às ruas com a cor que quiser para defender o que quiser. Resistência contra uma imprensa partidarizada e um Judiciário seletivo. Resistência por saber o que vem depois.

Nesta quinta-feira (24) haverá mobilizações pelo país em defesa da democracia e de uma saída popular para a crise. Em São Paulo, o largo da Batata estará repleto de povo ?"de todas as cores e origens?" com a coragem dos resistentes. No próximo dia 31 milhares se concentrarão pelas mesmas causas em Brasília.

Resistir é preciso. Ao menos nisso, o Paraguai não será aqui.
Herculano
25/03/2016 05:43
PMDB JÁ ENDEREÇOU COROAS DE FLORES PARA DILMA, por Josias de Souza

O cronista Nelson Rodrigues dizia que morrer significa, em última análise, um pouco de vocação. Jurada de morte, a gestão Dilma finge estar cheia de vida. Mas o governo é um vivo tão pouco militante que o PMDB decidiu enviar-lhe coroas de flores e atirar-lhe na cara a última pá de cal. Deve fazer isso na próxima terça-feira, quando seu diretório nacional planeja desligar da tomada o aparelho que mantém a respiração artificial do governo.

A situação da gestão Dilma é de uma simplicidade estarrecedora. Fraca, inepta e impopular, a presidente cavalga uma megacrise de três cabeças ?"ética, econômica e política. Sua administração encontra-se em estado terminal. Até o diretório do PMDB no Rio, que segurava a vela na porta da UTI, optou pelo desembarque. Considerando-se o faro aguçado da caciquia que controla o partido, se o PMDB decidiu tomar distância é porque o governo chegou à fase da decomposição. Outras legendas virão atrás.

Ah, o PMDB. Isso é que é partido eficiente! Ajuda eleger, vira cúmplice no assalto às arcas públicas, rompe fazendo cara de nojo e prepara, estalando de pureza moral, a transição que levará Michel Temer à poltrona de presidente da República com o apoio da oposição. Exausto de ajudar Dilma, o principal aliado do Planalto concluiu que chegou a hora de substitui-la. E não há Lula capaz de fazer ao PMDB oferta tão tentadora quanto a troca de sete cadeiras de ministro sob Dilma pela poltrona de presidente num cada vez menos hipotético governo-tampão de Temer. A essa altura, só há uma força em condições de deter os planos do PMDB: a Lava Jato.
Herculano
25/03/2016 05:41
PAÍS CONFLAGRADO, por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S.Paulo

Fui ao Oriente Médio e, na volta, encontro o Brasil conflagrado. Quando saí, o governo Dilma respirava por aparelhos; agora, estertora. O fato que mais contribuiu para lançar combustível às chamas foi a divulgação, por Sergio Moro, da gravação de um diálogo comprometedor entre Dilma e Lula.

Para os simpatizantes do Planalto, o juiz federal violou todas as regras atinentes a escutas telefônicas, ao privilégio de foro e desrespeitou a instituição da Presidência da República, a soberania nacional etc. Deveria estar atrás das grades. Para a turma pró-impeachment, Moro agiu como herói ao lançar luzes sobre as entranhas pouco iluminadas do poder.

Como tudo na vida, a questão é mais nuançada. Pelas análises de juristas que li, acho que dá para sustentar que a produção das provas, que incluem o diálogo comprometedor, foi legal; há dúvidas sobre sua validade num eventual julgamento da presidente; e é mais ou menos certo que Moro avançou o sinal ao revelar "urbi et orbi" seu conteúdo.

Isso, é claro, só vale no âmbito jurídico. Na esfera política, é preciso ser apaixonadamente petista para não perceber que o juiz recorreu a um expediente de que o PT não só se utilizou no passado como frequentemente elogiou, que é tornar público aquilo que aos poderosos interessa manter secreto ?"mesmo que para isso certas leis tenham de ser violadas.

Para ficar num caso recente, o governo não se mostrou tão zeloso com procedimentos quando o ex-agente americano Edward Snowden, em violação às leis dos EUA, divulgou em 2013 dados que mostravam Washington bisbilhotava a presidente brasileira. Um ministro de Dilma disse na ocasião que o ex-espião prestara um "serviço à humanidade".

No que a atitude de Moro difere da de Snowden? Mesmo que o diálogo não valha como prova num tribunal, foi bom para o país ter tomado conhecimento dessa conversa? O velho PT teria dito "sim" sem pestanejar.
Roberto Sombrio
24/03/2016 23:24
Oi, Herculano.

E o PMDB que se diz diferente e que diz ter uma solução para o Brasil, continua agarrado nas tetas da Dilma.
Que surpresas podemos aguardar para os próximos dias e meses? Se o PMDB assumir o governo o que muda se estão com o PT nesses 14 anos e com o mesmo pensamento?

Lula vai fugir? Todo burro foge quando acuado. Todo marginal foge quando descobrem seus golpes. É um covarde cagão e não me surpreende que vá fugir. É a vergonha dos petistas que sempre endeusaram o cara.
Lula é vidente. Bate até a Mãe Diná. Ele sempre disse que o PT era diferente e bota diferente nisso. Nunca na história desse país apareceu uma turma de marginais tão escrotos.
Herculano
24/03/2016 21:49
CAPA EM LETRAS GARRAFAIS NA CAPA DE VEJA QUE JÁ ESTÁ CHEGANDO AS BANCAS: O PLANO SECRETO DE LULA PARA EVITAR A PRISÃO: PEDIR ASILO À ITÁLIA E DEIXAR O BRASIL

Deixar, ou fugir?

Numa crise que já revelou tramas e enredos antes inimagináveis, nada mais parece capaz de provocar surpresa nem espanto ?" e, no entanto, surpresa e espanto insistem em aparecer. Nos últimos dias, VEJA apurou o fio da meada que leva a um plano secreto destinado a tirar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil, caso sua prisão seja decretada. O plano prevê que Lula pediria asilo a uma embaixada, de preferência a da Itália, depois de negociar uma espécie de salvo-conduto no Congresso, que lhe daria permissão para deslocar-se da embaixada até o aeroporto sem ser detido ?" e, do aeroporto, voaria para o país do asilo.
Herculano
24/03/2016 21:25
ERA O QUE FALTAVA: LULA AGORA ATRIBUI O DESEMPREGO A MORO, JUIZ DO PETROLÃO, por Josias de Souza.

Parte 1

Preso há nove meses em Curitiba, condenado a 19 anos de cadeia e prestes a amargar novas sentenças, Marcelo Odebrecht revelou o desejo de alistar-se na infantaria dos delatores da Lava Jato. A força-tarefa do petrolão trata a novidade como rendição, não delação. Para obter benefícios judiciais, o príncipe regente da Odebrecht terá de dedurar até a sombra. A exposição das relações promíscuas da maior empreiteira do país com Lula é ponto de honra para os procuradores. Querem detalhes sobre as palestras, o tráfico de influência internacional, os repasse$ ao Instituto Lula, a reforma do sítio de Atibaia, tudo e mais um pouco.

O hálito quente dos executivos da Odebrecht na nuca de Lula aqueceu-lhe a placa do processador. Durante discurso para uma plateia de sindicalistas na noite desta quarta-feira, em São Paulo, o sábio da tribo do PT ofendeu o bom-senso.

Responsabilizou o doutor Sérgio Moro pelo desemprego. Fez isso horas depois de o IBGE informar que a taxa de desemprego nas seis maiores regiões metropolitanas do país cresceu de 7,6% em janeiro para 8,2% em fevereiro. Entre os jovens de 18 a 24 anos, o flagelo é bem maior: 20,8%. Em cada cinco jovens, um encontra-se no olho da rua.

"A Operação Lava Jato é uma necessidade para esse país", disse Lula, antes de revelar suas reais intenções: "Agora, eu queria que vocês procurassem a força-tarefa, procurassem o juiz Moro pra saber se eles estão discutindo quanto essa operação já deu de prejuízo à economia brasileira."

Lula pediu aos sindicalistas que perguntem ao juiz da Lava Jato "se não é possível fazer o combate à corrupção sem fechar as empresas, sem causar desemprego." Escorou sua pregação num organismo que costumava satanizar: "Segundo o FMI, 2,5% da queda do PIB se deve ao pânico criado na sociedade brasileira." Numa evidência de que sua placa ferveu, Lula declarou: "Quando tudo isso terminar, você pode ter muita gente presa, mas você pode ter também milhões de desempregados nesse país."

O mensalão e o petrolão nasceram na administração Lula. Se o morubixaba do PT não tivesse repartido as diretorias da Petrobras entre seus cleptoaliados, não haveria Lava Jato. Mas ainda assim existiria a ruína econômica, porque essa parte do desastre nacional está associada a outra criação de Lula: o mito da gerentona. Superando as previsões mais pessimistas, Dilma revelou-se um fiasco gerencial sem precedentes. No momento, arrasta pelos corredores do poder as correntes da impopularidade. É reprovada por 69% dos brasileiros, informa o Datafolha.
Herculano
24/03/2016 21:24
ERA O QUE FALTAVA: LULA AGORA ATRIBUI O DESEMPREGO A MORO, JUIZ DO PETROLÃO, por Josias de Souza.

Parte 2

O ruim pode ficar muito pior. Lula revela-se decidido a "ajudar" sua criatura. "Nem que seja a última coisa que eu faça na vida, vou ajudar a Dilma a governar esse País com a decência que o povo merece.'' Barrado por uma liminar do ministro Gilmar Mendes, do STF, o salvador ainda não conseguiu assumir nem a Casa Civil. Mas acha que está exercendo seu terceiro mandato.

Lula deu a entender que algo lhe subira à cabeça na sexta-feira da semana passada, quando discursou no coração de São Paulo, na manifestação que o sindicalismo e os movimentos sociais convocaram para apoiá-lo e para se contrapor ao impeachment. "A impressão que tive na Avenida Paulista foi que vocês estavam me dando posse.''

Há 14 dias, numa palestra para empresários paranaenses, Sérgio Moro soou como se antevisse as críticas de Lula. Declarou-se "consternado com esse quadro econômico de recessão e de desemprego." Mas disse não não dar crédito à tese segundo a qual "a culpa é da Lava Jato." Mencionou os "movimentos favoráveis no mercado", com oscilações positivas nos índices da Bolsa de Valores, quando há diligências policiais. "Para mim é um indicativo de que a Lava Jato não é exatamente um problema." Reiterou: "Trabalhar contra um quadro de corrupção sistêmcia é algo que só nos traz ganhos. Não tenho nenhuma dúvida quanto a isso."

Moro afirmou que só há dois caminhos à disposição. E a "sociedade democrática brasileira" terá de optar por um deles. "Podemos fazer como se fez muito: varrer esses problemas para debaixo do tapete, esquecer que eles existem" ou "enfrentar os problemas com seriedade e da forma que eles devem ser enfrentados." Para o magistrado, "a primeira alternativa não é aceitável."

No Brasil, sempre que uma investigação ameaça a aliança que une as oligarquias econômica e política, fabricam-se crises e teses para avacalhar os inquéritos. Lula faz pose de alternativa. Mas frequenta a cena política como principal operador da turma do tapete. Age para esconder a sujeira. Vale a pena ouvi-lo de novo: "Quando tudo isso terminar, você pode ter muita gente presa, mas você pode ter também milhões de desempregados nesse país." Lula está mais próximo da cadeia do que do emprego de presidente que gostaria de reconquistar em 2018.

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