23/02/2016
MAIS DO MESMO I
O PMDB de Gaspar botou a sua campanha eleitoral na rua. Foi o primeiro, como foi o primeiro a definir a chapa completa. E o fez com o mais do mesmo. O candidato há cinco anos (considerando a campanha que perdeu para Pedro Celso Zuchi, PT, em 2012), o ex-vereador e ex-presidente da Câmara, ele próprio Kleber Edson Wan Dall fez e mandou um “press release” – improvisando e substituindo um profissional com esta formação e capacidade - para os meios de comunicação. Foi para anunciar e comemorar tal feito. Estas são as informações oficiais sobre o “novo” projeto: "Neste último sábado, dia 13 de fevereiro, o PMDB de Gaspar, deu início a mais um novo projeto na cidade. Chamado de ‘Prá quem quer mais’, é uma iniciativa suprapartidária de lideranças políticas, empresários, representantes da sociedade organizada, cidadãos e voluntários que buscam encontrar as respostas para os problemas da Gaspar de hoje, pensando sempre na Gaspar do amanhã”.
MAIS DO MESMO II
Como assim, suprapartidário? Basta olhar a foto acima, distribuída no mesmo “press release ”. Nela é possível ver quem comanda esta “ação suprapartidária”: o pessoal do PMDB, com o vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, já escolhido como vice da chapa já amplamente lançada e divulgada. Ai, ai, ai. A quem este pessoal quer enrolar? A imprensa ou os eleitores? Outra: empresários? Estão escondidos (não aparecem nas fotos) e isolados, quando não usados pelos políticos para transferir credibilidade ao distinto público que os atuais políticos não possuem. Os empresários – que estão sendo dilacerado pela política econômica do PT, PMDB, PP, PSD, PDT, PCdoB, PR, PRB e outros, deviam estar nas entidades de classe e lá sim, organizados, com pautas transparentes e comuns, exigindo de todos os candidatos, ações em favor da cidade, do desenvolvimento, das obras de infraestrutura. Mas, a maioria das entidades daqui foi aparelhada pelo PT. Elas estão fracas. Então, restou a alguns empresários, mostrar poder e salvar seus candidatos ou interesses partidários. Ou seja, a fraqueza não os une – empresários e políticos - num projeto de sociedade que está maltratada, amordaçada...
MAIS DO MESMO III
O outro reparo é o título desta ação - que não é ruim, não, se fosse feita em outros tempos e houve oportunidade temporal para ser pensada, organizada e efetivada- : “prá quem quer mais”. Verdade? Prá quem quer mais do que? Do governo do PT? Do silêncio por quase oito anos do PMDB à administração de Pedro Celso Zuchi? Ou dos votos e alinhamento do PP e incondicional com José Hilário Melato ao governo do PT e Zuchi? Realmente é uma aliança suprapartidária de lideranças políticas, mas que estão na chapa PMDB e PP em busca do poder. Nada mais. Então poderia ter começado com transparência total: “nós do PMDB, do PP, os que simpatizam pelos nossos partidos e causa...”. Mas, não. Preferiu o próprio candidato – talvez orientado por gente que ainda não se ligou que os tempos são outros - começar de forma torta, enganosa como se todos os eleitores fossem imbecis e fora da era do facebook, whats, youtube.... Quem está queimando Kleber Edson Wan Dall?
MAIS DO MESMO IV
O mesmo trecho que reproduzi acima, diz que “se busca encontrar as respostas para os problemas de Gaspar de hoje, pensando sempre na Gaspar de amanhã”. Lindo, emocionante e necessário se não fosse por dois aspectos: Kleber está em campanha há cinco anos – e foi vereador por quatro - e neste tempo todo ele não encontrou tempo para perceber os problemas e propor vigorosas respostas ao que está errado ou deve mudar? Vai fazer isto agora, à beira de uma nova campanha política, ou seja, procurar a poção mágica, o milagre que vai resolver, sensibilizar e mover as massas nas mentes e corações? Quem está queimando Kleber Edson Wan Dall, deixando-o exposto como se fosse um alienado antigo e permanente? Quem coordena esta campanha com ideias “tão inovadoras”?
MAIS DO MESMO V
Ora, Kleber deveria ter vindo a público dizer o que vai fazer de diferente e o que não vai fazer ao que está ai, se eleito. Ponto final. Dizer que está cansado de discursos, de promessas e de pesquisas que não transformem as realidades. Devia, como um estadista, dizer claramente que viu e sentiu com os seus próprios olhos o que está errado, que tem soluções para corrigir e o que deve ser corrigido ou feito de outra forma. Kleber deveria vir dizer em tom firme e convicto que durante cinco anos fez contatos com a cidade, os cidadãos e as cidadãs, organizou um grupo suprapartidário e uma massa que pensa Gaspar hoje e quer um futuro melhor, baseando-se nas experiências malsucedidas dos políticos e da gestão temerária dos últimos anos. Entretanto, sem o que dizer, ele se presta a um papel que o deixa vulnerável como capaz de liderar um processo de mudanças. Quem está queimando Kleber Edson Wan Dall? Afinal, o que é feito daquele programa de rádio em que se comunicou com a cidade durante anos? Só lero-lero?
MAIS DO MESMO VI
E o “press release” de Kleber se completa desta forma: “o projeto teve início neste sábado, pelas ruas do bairro Bela Vista, onde lideranças começaram o dia com uma breve reunião na casa da vereadora Marli (Iracema Sontag, PMDB), seguindo para colocar a pesquisa em prática. Agora em diante, o projeto acontecerá todos os sábados e terá presença em todos os bairros da cidade. O principal assunto discutido é as necessidades da Cidade e dos bairros e como o cidadão pensa que a Prefeitura pode trabalhar para estar mais próxima das pessoas. Ao final, todas as respostas servirão para auxiliar no desenvolvimento das propostas e ações na próxima eleição municipal”.
MAIS DO MESMO VII
Ou seja, e resumindo: cinco anos de alienação. Viu tudo, se viu, e agora precisa de pesquisas. Hum! Nem criatividade tiveram para lançar esta forma de retomar o contato com o público que deixaram longe durante três anos depois da derrota da 2012. Na última hora, inventam-se cenas e factoides para mobilizar, aproximar o partido e o candidato dos bairros naquilo que não fez durante este tempo todo. É por isso, que o PT reina como quer. É mais do mesmo e não para quem quer ou precisa de algo diferente para ser olhado neste mar truques e de mesmices dos políticos e da insatisfação popular. Quem mesmo está queimando Kleber Edson Wan Dall? O próprio PMDB, que com jovens, ainda não percebeu o novo tempo e às novas respostas que terá que dar ao eleitorado e à cidade. O PMDB de Gaspar continua velho, inclusive nas práticas e nas ideias. Acorda, Gaspar! E para concluir o que reporta o “press release” feito e distribuído por Kleber Edson Wan Dall. “A pesquisa também pode ser acessada e respondida pelo site: https://praquemquermais.wordpress.com".
Pedro Silva, agente de trânsito da Ditran de Gaspar, vira e mexe está no centro das discussões do setor. Ele traz denúncias como o uso indevido do patrimônio do órgão (veículos), a influência do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, para livrar os amigos das multas, bem o destino irregular do que se arrecadou com as multas por aqui. Fez bem.
Pedro acaba de sentir o bafo do PT, do poder e da hipocrisia: um vídeo antigo e curto (mas capaz de fazer um grande estrago) roda nas redes sociais. Ele mostra Pedro usando uma mangueira e água da Ditran para tirar o sereno noturno do carro dele. Pedro está em retiro e refletindo. E as complicações contra ele prometem. E de forma organizada.
Quinta-feira é dia de “homologação” na nova presidência do Sintraspug – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar. Não haverá disputa, pelo menos até o momento em que fecho a edição da coluna (atualizarei na área de comentários). O atual presidente Jovino Masson, enfraqueceu o seu vice Carlos Eduardo Junkes. E para complicar, Eduardo adoeceu às vésperas de registrar a sua chapa (e fazer a campanha). Ele foi parar no hospital para uma cirurgia cardíaca complicada e de emergência.
Recuperando-se está quase fora do jogo. Tentou registrar a sua chapa. Entretanto, ela foi impugnada sob a alegação de irregularidade na documentação. Eduardo guarda mágoa de Jovino, do ex-presidente e hoje sindicalista na Federação, Sérgio Luiz Batista de Almeida.
Mesmo que a saúde não tivesse lhe pregado esta peça no momento crucial em que pregou, Eduardo teria dificuldades para compor a chapa e principalmente para estruturar um discurso de “oposição”, como queria, estando na diretoria do Sintranspug, numa escolha que fez: ficar em cima do muro.
Eduardo, não quis enfrentar o problema de frente no Sindicato. Resmungava, mas resignava. Errou. Tentou ficar neutro e esta “neutralidade”, agora, teve um preço muito alto para os seus planos. Este posicionamento de não enfrentamento lhe obrigou, inclusive, a trabalhar normalmente na prefeitura e ceder a licença para o exercício sindical, a Sérgio Luiz Batista de Almeida.
Com este vácuo, quem pegou o mote como sendo uma chapa de oposição e renovação, e ainda não precisou usá-lo diante do afastamento de Eduardo e da falta de oponentes, foi a telefonista da Secretaria de Obras Lucimara Rozanski Silva. Ela traz como vice a professora Kelli Cristine Santos. Até o fechamento da coluna Eduardo aguardava que uma decisão da Justiça o mantivesse na disputa. Lucimara é esposa de Pedro Silva.
E a nova diretoria do Sintranspug começa sob uma prova de fogo. O reajuste dos vencimentos dos servidores municipais. O ambiente econômico criado pelo PT nacional favorece o PT daqui. Ele vai levar este caso da forma como ele quer, até para esconder as dificuldades financeiras da prefeitura de Gaspar para absorver qualquer reajuste real.
Depois reclamam. Gaspar possui 13 vereadores. Há gente repetindo mandatos. Isto sem falar em José Hilário Melato, PP, mais que decano. Contudo, entre todos, só um possui um portal na internet para prestar conta do seu mandato: Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. E ela é novata. Todavia, na questão de transparência do mandato, Andreia deu lições aos seus pares e principalmente aos mais velhos.
O editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, pergunta na sua coluna Chumbo de sexta-feira: a quem interessa quatro candidatos na disputa da prefeitura de Gaspar? Como com ele, divido a análise deste angú, ouso meter a minha colher e arrisco uma resposta: à sociedade. Nos Estados Unidos, por exemplo, estamos assistindo as tais prévias. E para que? Para buscar os candidatos dos partidos. A briga é interna, para só depois chegar a lutar pelos eleitores nas ruas e urnas.
E a quem não interessa quatro ou mais? Eu respondo: aos que não possuem planos, aos que estão na fila e acham ser isto um qualificativo para ser cumprido entre poucos, aos que possuem interesses para seus grupos, aos que nem candidato de verdade possuem, e aos que não querem se expor e brigar nas ruas pelos votos com propostas, pois lhes faltam o poder do convencimento, capacidade e currículo de trabalho... As alternativas de escolhas não podem ser vistas como um desastre, um problema...
Por não ter (ou eliminar) alternativas, sapos e cobras reunidos num mesmo balaio inviabilizaram o governo de Luiz Adilson Schmitt, no chapão liderado pelo PMDB. Não houve discussão. Faltaram opções. Sufocaram nomes. “Uniram” o que não podia ser unido. Tudo entre paredes, entre poucos. Não deu certo, como não dá certo hoje com o PT de Dilma Vana Rousseff, sitiada e chantageada para se manter no poder à custa do nosso sacrifício. No governo de Adilson, a própria base arruinou a sustentabilidade na Câmara. Quem perdeu com a redução de candidatos em 2004? Gaspar!
Os leitores e leitoras desta coluna, já sabiam há mais de ano. A imprensa e as autoridades daqui, estavam – e continuam - obsequiosamente em estranho silêncio. Sempre reportei o golpe que Blumenau quer aplicar em Gaspar, retirando a verba estadual do Anel de Contorno Sul além de deslocar uma ponte projetada sobre o Rio Itajaí Açú no Bela Vista para construí-la defronte ao Sesi, em Blumenau, e lá achar uma saída para a BR 470 pela agora tortuosa Silvano Cândido da Silva, que ficará mais reta e será duplicada.
Entretanto, finalmente, este assunto foi tratado fora desta coluna. E por que? Porque o senador Dalírio Beber, PSDB, que é identificado com Blumenau, posicionou-se a favor deste projeto, avalizando o que move políticos, entidades e imprensa de lá de forma integrada. Repito: de forma integrada em favor da cidade e cidadãos de lá.
E qual o objetivo de se levantar o caso desta forma? Constranger a vereadora Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Ela foi a única a defender o Anel de Contorno, ir a Florianópolis – onde sentiu no governo do estado ser este um caso perdido por lá e aqui a má vontade do secretário regional Cássio Quadros, PSD - e fazer reuniões técnicas por aqui, onde não encontrou eco.
E qual a relação deste assunto com Dalírio Beber? Primeiro ele é o líder do PSDB na região. Segundo: Dalírio é um dos padrinhos da candidatura de Andreia a prefeito de Gaspar e neste assunto do anel, os dois estão aparentemente em lados opostos. O PSD e o PT aproveitaram a brecha.
“Eu não mudei de ideia. Blumenau tem todo o direito de criar a saída sul para a BR 470 que ela quiser, mas Gaspar possui o direito de ter o seu Anel de Contorno. Uma necessidade não anula a outra. Eu já falei com o senador sobre este assunto”, informou Andreia.
Este projeto é de 1984, foi feito pelo antigo DNOS depois das grandes enchentes de 1983 e 1984. Em 1994, houve um momento para tirá-lo da esfera federal e trazê-lo para a esfera estadual para tentar viabilizá-lo. Mas, faltam recursos. E daí o jogo de Blumenau, que se fortalece com a inércia de Gaspar.
E por que esta notícia velha se tornou nova? Foi uma tentativa do PSD de Gaspar – alinhado com o PT, por enquanto - de criar uma saia justa com Andreia. O PSD quer que ela desista da candidatura ou que ceda a cabeça de chapa para o PSD na linha auxiliar que faz para o PT.
Ao mesmo tempo o PSD e na notícia se esconde quem é que está querendo fazer esta troca – tirar a verba do orçamento de Gaspar e colocar em Blumenau - é o governador Raimundo Colombo, PSD. Por que? Para resolver a pressão organizada (e legítima) de Blumenau e a falta de recursos no orçamento estadual para as obras da saída sul de Blumenau. Simples. Aproveitam que Gaspar está sem liderança, está dividia...
Outro fator de cobrança é do próprio prefeito de lá que age pela cidade, Napoleão Bernardes, PSDB, diferente do que se passa aqui com Pedro Celso Zuchi, PT. Napoleão sabe que o seu possível rival na disputa contra a sua reeleição, o deputado Jean Jackson Kuhlmann, PSD, o que manda no PSD de Gaspar, inclusive na aliança com o PT, não teria como boicotá-lo e ser contra tal pedido: a ligação sul de Blumenau com a BR 470.
Então quem é contra Gaspar neste caso? O governador do PSD, Raimundo Colombo, que não tendo recursos resolveu “roubar” os de Gaspar; o secretário regional do cabideiro de empregos para políticos sem empregos, Cassio Quadros, PSD, os deputados do PSD, incluindo o Ismael dos Santos além de Kuhlmann, que estão em silêncio neste assunto na busca de votos para a prefeitura de lá; e os vereadores do PSD de Gaspar – Giovânio Borges, Marcelo de Souza Brick, além do ex-presidente do diretório, Fernando Neves -, que não defendem o projeto do Anel de Contorno, porque não podem ser contra o governador, porque perderam o discurso e agora não querem azer escada para Andreia. Ela só abraçou esta causa, por omissão deles.
E quem perde? A cidade e os gasparenses; as entidades aparelhadas; os políticos divididos; e parte da imprensa, se não foi enganada e assim, está perdoada (mas tinha a obrigação de checar), faz o serviço de gente que trabalha contra a cidade para salvar os seus interesses pessoais e imediatos. Vergonhoso. Gaspar e as lideranças fazem o papel a favor da cidade. E aqui o aprendizado, por enquanto é zero. Acorda, Gaspar!
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