Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

20/06/2016

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? I
Ainda não se sabe exatamente. Espera-se que isto se torne claro no decorrer da campanha até a decisão na primeira semana outubro. Contudo, tudo vai depender do eleitorado e se ele acompanhar a mudança que está em curso no Brasil por mais transparência e comprometimento dos políticos com a sociedade. Porque se depender dos candidatos, nada mudará. Foi isso que revelou o primeiro teste. A primeira apresentação dos quatro candidatos à corrida pela prefeitura de Gaspar, começou do jeito antigo, presumindo-se um eleitorado antigo, desinformado, pouco exigente, pronto para ser seduzido por palavras e malabarismo próprios das campanhas de amigos, e não de quem se diz capaz de administrar uma cidade com graves problemas estruturais.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? II
Volto. Os quatro pré-candidatos a prefeito de Gaspar foram sabatinados pela TV Gaspar – um sistema ancorado via internet - na quinta-feira semana passada. Foi replicado pelas redes sociais dos entrevistados e teve uma boa audiência no público de e que faz a cabeça. Entretanto, a principal pergunta – feita ou não diretamente na entrevista – ficou sem resposta. Ela continua no ar: por que os gasparenses devem votar neles? Todos são santos, competentes demais – e nem todos dão provas disso - e pasmem: são praticamente iguais – à exceção do candidato do petista Pedro Celso Zuchi que vai ser a continuidade de um “grande governo realizador e transformador”. Então a sorte foi jogada para os pré-candidatos Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, Lovídio Carlos Bertoldi, PT, Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Marcelo de Souza Brick, PSD (ordem alfabética). Pois num mesmo balaio, eles são parecidos. Quem vai ser arriscar e se diferenciar?

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? III
Resumindo: os candidatos perderam uma grande oportunidade para dizerem a que vieram; de pôr à prova ideias e soluções que diferem um do outro (Lovídio é o único que vai continuar o que está aí, como reafirmou); de que conhecem de verdade os problemas da cidade, dos cidadãos e cidadãs; de que possuem caminhos para solução (ensaiaram, mas não apontaram o errado e como consertá-lo). Se não fizeram isto, por habilidade, os candidatos esconderam (e orientados por gente que sabe o que faz) não arriscaram às soluções. E por que? Presumivelmente porque não possuem planos, estão desatentos às mudanças e exigências dos eleitores e eleitoras à transparência e de comunicação. Isto é um perigo. Não perceberam, por exemplo, que todos os eleitores e eleitoras estão cansados de tanta incompetência, dúvidas, falta de diálogo e transparência, que condenam o uso incorreto pelos políticos e gestores públicos do dinheiro de todos os contribuintes, vindo dos pesados impostos.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? IV
Por incrível que pareça, o único que ensaiou uma diferenciação, não por esperteza, mas por falta de alternativa melhor, até porque é assessorado, é do ramo, está no cabresto do partido, foi o petista Lovídio. Com aquela lábia de padre com sotaque italiano vindo lá do Alto Gasparinho, usou a bengala sistematicamente “ o prefeito Celso” durante a entrevista. Parecia até que o candidato era o “prefeito Celso”. E por que? Porque todas as pesquisas internas, inclusive a do PT, mostram que o PT e a administração petista estão mal avaliadas, mas o “prefeito Celso”, de todos os líderes locais, ainda seria o melhor cabo eleitoral a qualquer candidato até mesmo fora do PT. Ah! Antes que alguém o acusasse ou rotulasse, Lovídio foi logo ressaltando ao distinto público que não “é político profissional”.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? V
Será? Então vamos por partes, como diria Jack, O Estripador. Ora se Lovídio depois de cinco anos no Samae (“inventor” da Say Muller) e três na secretaria de Obras e Transportes, na verdade um pré-escritório de favores eleitorais, é ou não a continuidade intencional do plano de poder do PT para o cabide de empregos dos seus? É ou não algo profissional? “Meu nome é trabalho. Tenho origem humilde. Pratico os ensinamentos dos meus pais”, acentua Lovídio tentando se distanciar das dúvidas que segundo ele, só acometem o PT lá em Brasília. Tenta isolar o PT daqui como não sendo da franquia nacional de sacanagens que deixou o partido a nú com a Lava Jato, Mensalão, Petrolão e outros. Esforça-se Lovídio, com isso, para dar pureza ao PT e à administração petista gasparense. Ela está envolvida em inúmeros processos, muitos deles de improbidade administrativa e de origem no ministério Público Estadual ou no Tribunal de Contas do Estado. Estranhamente este assunto que não foi objeto da entrevista.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? VI
E quanto o candidato do PT não ser um político profissional? É aí que o bicho pega. Lovídio não é político, mas se serviu oito anos continuadamente da política e agora quer mais quatro. Pega, porque dissimula. E dissimula assim tão descaradamente, porque a população aceita, não confere ou confronta o que ele diz, ou então releva achando ser coisa menor. Se Lovídio e o PT dissimulam que é o culpado além dos eleitores? Os adversários que não esclarecem. E se não esclarecem é porque devem ter lá as suas razões. Uma delas é porque não querem a devolução das pedras nos seus telhados. Ou então, porque preferem falar de flores, perfumes enquanto tudo fede, tudo se atrapalha contra a cidade.

PORQUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? VII
Então, o pré-candidato do PT ao invés de mostrar o que vai fazer do mais que está aí em oito anos de governo do “prefeito Celso” prefere se “vender” como uma pessoa simples, despretensiosa, que bebe cachaça, cerveja, refrigerantes, empanturra-se de feijoadas, churrascos, bolos, canta, “ajuda” à comunidade. Neste final de semana (foto abaixo) Lovídio cumpriu este papel de ilusionista no CRAS do Gaspar Mirim: preferiu colocar uma colher na boca e “disputar” uma “corrida” com um ovo na colher, para delírio dos que acham isto ser importante num administrador público em Gaspar. Enquanto brinca, a coisa séria não é questionada, não é compromissada e quando chegar outubro, tudo já será tarde. É uma tática manjada, principalmente nos grotões: o do candidato ser uma pessoa simples, do povo, aparentemente desprovida de vaidades para assim cativar os analfabetos, ignorantes, desinformados, humildes, bêbados e festeiros para o convencimento fácil e o voto. No outro, com o gesto está a desqualificação dos capazes, competentes, críticos e éticos, e que normalmente não se servem da política e destas encenações. Eles são triturados pelos políticos que usam todo o tipo de disfarces para continuar no poder, sem discutir propostas e compromissos com a comunidade.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? VIII
Na entrevista à TV Gaspar, o único que ensaiou – e não podia ser diferente – que tudo ficará como está em Gaspar, foi Lovídio Carlos Bertoldi. “Este é um governo realizador, transformador”. Sobre o encrencado trânsito da cidade, ameaçou dar solução que não deu durante os três anos em que foi secretário. Ele cuidava diretamente deste assunto. Curiosamente, Lovídio falou sobre uma solução que o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, sempre a defendeu e que o “prefeito Celso”, o realizador, o transformador, padrinho e bengala de Lovídio, todo o tempo a ridicularizou, condenou e se negou sequer a discuti-la com a sociedade. Curiosamente, o “prefeito Celso” fez esta desqualificação muito recentemente quando a vereadora Andreia – defensora do Anel de Contorno - mencionou na Câmara e na imprensa ser esta ideia paliativa ao Anel que se emperra por falta de defensores e principalmente na prefeitura petista, garantindo-se desta forma, as verbas do governo do Estado rubricadas no Orçamento Estadual para a cidade e solução mínima de mobilidade.

PORQUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS IX?
Ou seja: em tempo de campanha eleitoral, vale tudo, até aceitar ideias dos outros ou adversários como boas, mas que foram recusadas em tempos de realização. Tudo para causar confusão naquilo que até então era óbvio, e se resistiu o tempo todo. Já Kleber Edson Wan Dall se diz em campanha há quatro anos, quando perdeu para Zuchi por 890 votos (surpreendeu e seguiu 15.298 votos). Não mudou o discurso, apesar do mundo ter se transformado neste lapso temporal. Sobre as soluções, apenas apontou a Saúde como caótica. Entretanto, não disse como sair desse caos. Sobre a possibilidade da nuvem negra que estacionou sobre os partidos, inclusive o seu PMDB, fez questão de sublinhar que até o PSDB e o senador Aécio Neves estão sob sérias dúvidas. Ou seja, para se ver livres da culpa e da lama que se encraca os partidos e seus figurões, preferiu apontar à sujeira dos outros para mostrar que todos são iguais nesta lama. Não ficava mais fácil dizer: “eu, Kleber, estou no PMDB, lamento que gente do meu partido esteja metido em toda esta lambança, não concordo, quero a punição de todos os comprovadamente envolvidos, mas eu particularmente, estou livre deste tipo de acusação, tenho propostas e condições de governar sem me envolver com estes espertos, ladrões e sujos”. Mas, não. Preferiu repartir a sujeira com os outros como se tivesse parte no pecado. Kleber precisa de umas aulas neste assunto com o Lovídio.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? X
Por que todo o candidato insiste em afirmar que veio da iniciativa privada? Porque ela tem competitividade, porque nela sobrevive quem tem competência, porque, de uma forma mais ampla, a corrupção é menor ou combatida, porque há uma exigência ética maior, porque no setor público é lugar, e tem sido assim pelo noticiário, para incompetentes, corruptos e até ladrões do dinheiro dos pesados impostos de todos nós. Esta foi a tônica da entrevista dada pelo Marcelo de Souza Brick, o homem que nasceu aqui, quer viver para sempre aqui e morrer em Gaspar. Para Marcelo ser prefeito é uma questão de doação, de amor. Isto na iniciativa privada, todavia, é insuficiente e não daria a vaga a ninguém. Ajudaria. É o único candidato que parece ter um plano - que não revelou -para 30 anos. Ou seja, está dizendo o que os outros sucessores dele – se eleito - devem fazer depois que ele deixar a prefeitura. Não diz o que fará nos primeiros quatro anos, que será de sua responsabilidade. Fala muito em planejamento, desenvolvimento e sustentabilidade. De prático, não disse nada ou explicitou destes três itens nos 15 minutos de entrevista.

POR QUE ELES QUEREM SER CANDIDATOS? XI
E quem surpreendeu, sem ser surpreendente? A que não veio da iniciativa privada, a que não é política de carreirista (por enquanto), a que não está candidata há anos? Andreia Symone Zimmermann Nagel. Mas, derrapou e feio: “tudo é prioridade”. Opa! Como assim? Prioridade é prioridade. Quando tudo é prioridade, nada é prioritário. Falou de Saúde, Educação (sua área de conhecimento), falou da vulnerabilidade social, falou sobre o caos na Saúde, falou de mobilidade urbana, falou da recriação da secretaria de Agricultura que Zuchi e os vereadores do PT, PSD e PP riscaram do mapa na tal reforma Administrativa. Andreia arriscou conhecer o Orçamento Municipal de que 25% está reservado para a Educação e 15% para a Saúde. Avançou sobre os que os outros passaram longe, mas mesmo assim foi tudo muito genérico. Falou em dar mais transparência e citou que Gaspar está em 24º no Vale do Itajaí neste quesito, enquanto Apiúna é a primeira, Itajaí a segunda e Blumenau a quinta. Como Lovídio, foi articulada. Um usou a habilidade de ex-seminarista. O outro, a didática pedagógica exigida de uma professora. Enfim, um bom ensaio dos quatro, mas muito aquém do necessário para a mudança de Gaspar. Afinal, por que Andreia, Lovídio, Kleber e Marcelo querem ser candidatos? Ainda não se sabe exatamente. Acorda, Gaspar!



UM MUNICÍPIO QUEBRADO? I
Administração petista de Gaspar, como faz sempre o partido em qualquer lugar que administra, como fez no Brasil com Dilma nas pedaladas e no caos econômico que meteu os brasileiros, esconde ou não dar transparência à real situação financeira do município. É parte do jogo. Mas, o que não se entende, é como os candidatos a prefeito como Andreia Symone Zimmermann Nagel, Kleber Edson Wan Dall e Marcelo de Souza Brick e seus respectivos partidos PSDB, PMDB, PSD não se interessem e coloque o dedo nesta ferida aberta e revendo. Afinal, se um deles ganhar, vai ter graves problemas para executar o que promete e o que precisa minimamente ser feito.

UM MUNICÍPIO QUEBRADO? II
Ou os candidatos, cidadãos e políticos acham que o ex-secretário de Administração e Finanças, Michael Maicon Zimmermann, homem de confiança do deputado Décio Neri de Lima, PT, pediu as contas e saiu de fininho daqui por que se cansou viajar todos os dias do litoral para o trabalho ou queria se dedicar a estudos? Não. Fez isso, pensando nos problemas que poderiam lhe atingir no futuro. Vejam e comparem. Blumenau do PSDB, acaba de nos dizer que por lá encerrou o primeiro quadrimestre do ano com um déficit orçamentário de R$ 154,1 milhões. Ou seja, o valor representa a diferença entre as receitas (R$ 437,9 milhões) e as despesas (R$ 592 milhões) registradas entre janeiro e abril.

UM MUNICÍPIO QUEBRADO? III
Então por que Gaspar do PT que aparelha, Gaspar da “reforma administrativa” apoiada pelo PSD e de José Hilário Melato, PP, para dar mais vagas a comissionados, que abre mais vagas para concursado, pode ser diferente de Blumenau que tenta enxugar a máquina e não consegue conter o rombo? Segundo o secretário da Fazenda de Blumenau, José Abel do Nascimento, este resultado orçamentário contempla despesas empenhadas até o fim do ano, mas considera só a arrecadação do quadrimestre. Ou seja, na contabilidade da prefeitura já estão incluídos gastos em áreas como serviços hospitalares, energia elétrica, alimentação escolar, limpeza de ruas e manutenção de ruas, entre outros, que vão ocorrer nos próximos meses. À medida que as receitas forem entrando, diz Abel, essa diferença vai diminuindo.

UM MUNICÍPIO QUEBRADO? IV
A perda de arrecadação em Blumenau é calculada para este ano em nada menos e nada mais de R$ 85 milhões. Então, quanto será a perda de Gaspar? Por que ninguém se interessa por este debate e esclarecimento? Qual a razão da falta de transparência neste assunto crucial? Foi assim que Dilma Vana Rousseff, PT, enganou os adversários, eleitores e o país em plena campanha de 2014. Fez o diabo, como ela mesmo pregou, para vencer. Venceu. O resultado está ai: impeachment devido a mentira e a contabilidade criativa.

UM MUNICÍPIO QUEBRADO? V
No Índice de Participação dos Municípios, a parcela que Gaspar tem direito no retorno do ICMS, houve até um acréscimo para este ano: ele foi para 0,9602725. Entretanto, a coisa vai apertar a partir do ano que vem, quando começam a refletir o fechamento das empresas arrecadadoras (ou geradora) como a Votorantim e Malvee, dentro outras dezenas de pequenos negócios. E os candidatos, nem ai. Isto demonstra mal assessoramento técnico deles ou a pouca importância que dão a este assunto tão crucial. Isto exemplifica que ninguém quer esclarecer a população, tocar na ferida, mostrar a irresponsabilidade e alertar para os problemas e os tempos difíceis. Ou isto mostra que há gente alinhada e que não pode tocar no assunto? É algo muito sério para se deixar de fora do debate político eleitoral. Ele diz respeito ao futuro administrador da cidade. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE

Um currículo de político candidato na iniciativa privada: office-boy, dono de estacionamento que não deu certo. Este currículo é um problema.

“Nós em Gaspar não temos nada a temer. Devemos andar de cabeça erguida”, de Lovídio Carlos Bertoldi, assegurando que os problemas do PT são e estão em Brasília. Eles não afetam Gaspar. As pesquisas mostram percepção diferente. Então...

“Será uma campanha muito judicializada”, segundo Lovído Carlos Bertoldi. Ou ele está revelando a tática do PT de Gaspar para acuar os adversários, ou é o temor de quem já fez bobagens e que poderá chamado à Justiça pelos adversários para os esclarecimentos?

O PT fechou a coligação com o PDT, PR, PRB e agora com o PPS, que já foi do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido. O PPS tem o ex-peemedebista histórico Vitório Marquetti, como seu presidente.

É o PPS que está levando a Brasília o pedido de cassação da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, por ela ter trocado o DEM – que na eleição passada estava coligado com o PPS - pelo PSDB. Ou seja, o PT está também por detrás desta tentativa de cassação de Andreia que foi já rejeitada por unanimidade no Tribunal Regional Eleitoral, em Florianópolis.

O PT, além de anular o PPS – que no plano nacional é contra o PT -, cercou o PSB - que também em Brasília é contra o PT - a deu o partido para Giovânio Borges, ex-PSD, para ser vice de Marcelo de Souza Brick, o então presidente do PSD. Ele permitiu toda esta manobra.

O PT ainda deu para Marcelo e Giovânio, o Partido Comunista que estava no governo de Zuchi. O Partido Comunista é ideologicamente contra a livre iniciativa, a imprensa livre.

Marcelo e Giovânio tentam esconder o Partido Comunista dos gasparenses na pré-campanha e do debate, bem minimizar o apoio “logístico” do PT de Lovídio, Zuchi, Rampelotti, Dalsochio, Mariluci e Doraci.

Marcelo revelou que Giovânio Borges, junto com a prefeitura do PT de Gaspar e as verbas do deputado Décio Neri de Lima, PT, deram solução ao grave problema da Rua Amazonas, no Bela Vista. Será? Um bom mote de campanha.

Andreia explica ao distinto público que ela para ser vereadora, pediu licença sem remuneração do município. Hum!

Marcelo de Souza Brick, PSD, foi traído pela razão. Confirmou que na eleição passada não participou da eleição majoritária e que se dedicou a eleição proporcional. Foi o vereador mais votado.

Esta era a queixa recorrente da candidata do partido, Teresa da Trindade. Por isso, ela liderou e migrou para o PSB. Agora, Tereza deixou o PSB para Giovânio Borges. Só depois dela ser indicada para um cargo comissionado na prefeitura pelo PT de Pedro Celso Zuchi, de quem foi adversária na campanha passada.

Pegadinha. Na entrevista para a TV Gaspar, Marcelo e Andreia, foram questionados se estavam preparados para governar atendendo ao apelo de mudanças do eleitorado.

Citados como mudança desejada pelos eleitores, mas que na prática não teria dado certo, foram citados o prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes, PSDB e Daniel Christian Bosi, PSD, dos partidos de ambos pré-candidatos de Gaspar.

Três unanimidades: a primeira delas é que Gaspar está bem localizada estrategicamente. Mas, ninguém possui de concreto nada que possa aproveitar ou potencializar esta localização estratégica no curto e médio prazo. Desastroso.

Três unanimidades: sem que se perguntasse, todos os pré-candidatos reconheceram que a mobilidade urbana de Gaspar é um problema sério. Estranhamente, só o PT acha que tudo se resolverá com a inauguração da Ponte do Vale.

Ou seja, o PT não mais uma vez, não está pensando na mobilidade nos gasparenses. Acena com uma ideia de outro prefeito que sempre ridicularizou. Como está em campanha.

Três unanimidades: a terceira é a Saúde Pública. Ela só não é unânime porque o PT que administra a cidade acha que tudo está uma maravilha. Entretanto, o diagnóstico dos demais pré-candidatos falha quando se nega a receitar remédios ou abrir a discussão pública dos problemas.

O PMDB até colocou recentemente o bode na sala e ganhou espaço aqui, mas...

 

Edição 1754

Comentários

MARIA
23/06/2016 22:46
ESTE É NOSSO!!!! NATAN SCHMITT POÇO GRANDE E GASPAR JUNTOS E OS AMIGOS!!!!
Lélo Piava
23/06/2016 21:42
Herculano esquecesse e citar que Marcelo e o próprio esqueceu que trabalhou para Jean Kulmanh ganhando bem para não fazer nada.
Herculano
23/06/2016 20:23
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Ela foi feita especialmente para a edição impressa desta sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e de maior credibilidade.

Tem de tudo um pouco, inclusive dos pré-candidatos que por aqui, passaram pela primeira avaliação. E não foi nenhuma Brastemp. Acorda, Gaspar!
Ana Amélia que não é Lemos
23/06/2016 18:40
Sr. Herculano:

A jornalista Vera Magalhães, coluna Radar de Veja, diz esta tarde que se Dilma Rousseff ainda sonhava em dar umas voltinhas de moto na garupa de Carlos Gabas, vai ter que arrumar um outro colega para o passeio.

O seu condutor, o ex-ministro da Previdência, foi preso pela Polícia Federal.

Na busca que a PF fez hoje na casa do ex-ministro foram apreendidas suas duas motos Harley-Davidson.

Uma delas ficou famosa justamente por ter sido usado por Gabas e Dilma num passeio por Brasília quando até mesmo a segurança do Planalto foi driblada.

Dilma, porque não te gabas?
Mariazinha Beata
23/06/2016 18:20
Seu Herculano;

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA "MÁFIA DOS SHOWS PÚBLICOS".

Todos "comendo" o nosso dinheiro.
Esses cantores não se garantem com um show montados por eles?
É o petê fazendo escola.

Bye, bye!
Herculano
23/06/2016 15:50
NO TWITTER

você se atualiza em @olhandoamare
acompanhe e opine junto.
Herculano
23/06/2016 15:46
da série: parece até que descobriram a pólvora. Há muitos anos esta prática devastadora entre políticos, empresários e artistas devastam os cofres públicos, com roubo e principalmente sonegação de tributos para todas as partes.

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA "MÁFIA DOS SHOWS PÚBLICOS"; DESVIOS PODEM PASSAR DE R$100 MILHÕES, por Ricardo Feltrin, para o Uol (Folha de S. Paulo)

Parte 1

A Polícia Federal, a Receita e o Ministério Público Federal estão investigando uma "máfia" dedicada a fraudar a compra e venda de shows públicos de grandes artistas.

Segundo levantamento obtido pela reportagem, o volume de dinheiro obtido por meio de fraude na contratação, superfaturamento de cachês ou infraestrutura pode passar de R$ 100 milhões apenas nos últimos três anos. Somente no interior de São Paulo há R$ 15 milhões já bloqueados pela Justiça a pedido do Ministério Público Federal.

Por enquanto há investigações em curso em São Paulo, Rio, Pernambuco, Amazonas, Bahia, Pará, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte. A investigação começou em 2010, no interior de São Paulo, e depois se espalhou pelo país.

Quem a iniciou foi Thiago Lacerda Nobre, hoje chefe da Procuradoria Geral da República em São Paulo, e procurador da República em Santos.

"Quando viajava a trabalho pelo interior de São Paulo comecei a perceber que algumas cidades minúsculas estavam fazendo eventos com artistas de renome nacional, cujos cachês eram caríssimos. Começamos a investigar porque não havia como aquelas cidades bancarem tantos shows e festas de peão. Acabamos descobrindo uma série de irregularidades, que envolviam não só as cidades, mas até o governo federal, que era fraudado por meio de convênios culturais", afirmou o procurador em entrevista exclusiva ao UOL.

Segundo Lacerda Nobre, somente no interior de São Paulo 32 cidades com governantes ou contratantes (de áreas culturais ou de eventos) estão hoje sofrendo ações de improbidade; além disso, há dez ações criminais em curso contra ex-prefeitos suspeitos de envolvimento ou facilitação das fraudes, e mais R$ 15 milhões já bloqueados até que as investigações terminem.

"Esse valor se refere apenas a bloqueios já realizados entre 2010 e 2013, e somente na região de Jales", afirma o procurador.

No restante do país, segundo a reportagem apurou junto a fontes da PF e MPF, as fraudes podem somar mais de R$ 100 milhões desde 2013. Há novas ações sendo iniciadas em outros Estados, porém.
Herculano
23/06/2016 15:45
da série: parece até que descobriram a pólvora. Há muitos anos esta prática devastadora entre políticos, empresários e artistas devastam os cofres públicos, com roubo e principalmente sonegação de tributos para todas as partes.

POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA "MÁFIA DOS SHOWS PÚBLICOS"; DESVIOS PODEM PASSAR DE R$100 MILHÕES, por Ricardo Feltrin, para o Uol (Folha de S. Paulo)

Parte 2

Um dos artistas já condenados a ressarcir os cofres públicos nos últimos meses foi o sambista Zeca Pagodinho. Sua empresária, Leninha Brandão, confirma a condenação, mas nega irregularidades e afirma que os advogados do artista vão recorrer (leia texto abaixo). No caso de Zeca, a ação contra ele se desenrolou em Brasília.

Modus operandi

A fraude mais comum, segundo o procurador, é aquela em que um atravessador recebe informação privilegiada de que esta ou aquela cidade fará uma grande festa (de aniversário por exemplo) e que a intenção é de contratar a dupla sertaneja "X". De posse da data, o atravessador então se antecipa, entra em contato com a dupla e faz uma oferta de compra da data em questão.

Quando um funcionário da prefeitura entra em contato com o empresário da dupla, dizendo que a cidade tem interesse em contratar seus artistas, é informado que a data em questão já está vendida, e que a prefeitura deve procurar o empresário - atravessador. Não raro, a prefeitura acaba pagando um preço às vezes exorbitante pelo cachê dos artistas de seu interesse, porque o "atravessador" sabe que não há outras opções e "enfia a faca" no município.

O problema é que, segundo o Ministério Público Federal, há suspeitas de que muitos empresários e mesmo artistas decidiram entrar no "esquema" nos últimos anos. Há uma lista de empresas, empresários e artistas sendo investigados. Dezenas de sigilos fiscais já foram quebrados, com autorização da Justiça.

Técnicos da Receita Federal, por sua vez, estão cruzando dados de faturamento de artistas com dados declarados por prefeituras que os contrataram.

Máfia regionalizada

Segundo dados obtidos pela reportagem, a "máfia dos shows" está hoje instalada em ao menos oito estados. Em cada um deles, a máfia designou um "atravessador", ou comprador de shows.

Sempre que uma cidade do interior desses estados quer comprar o show de algum grande artista, acaba sendo "obrigada" a tratar da contratação por meio do atravessador desse estado. Mesmo em alguns casos, contratações de artistas por empresas e locais privados também foram prejudicadas.

Os escritórios e suspeitos investigados pela força-tarefa estão atualmente localizados em São Paulo, Rio, Fortaleza, Recife, Manaus, Salvador, Belém, Natal e Teresina.

Outra modalidade de fraude que está sendo investigada envolve a contratação dirigida de empresas ligadas a funcionários públicos (de áreas como Cultura e Eventos) que vem mantendo monopólio no fornecimento de equipamentos e infraestrutura para grandes shows, como som, iluminação, segurança e até banheiros químicos.
Herculano
23/06/2016 08:50
O GRINGO ERA CARIOCA, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

É equivocada e atrasada a legislação que limita a participação estrangeira em companhias aéreas ?" só agora sendo modificada.

Está em votação no Congresso a medida provisória pela qual estrangeiros poderão ser donos e controladores de companhias aéreas brasileiras.

Mas já não pode?, perguntará o leitor acostumado, por exemplo, a voar pela Azul. O dono é o americano David Neeleman, que havia fundado três companhias aéreas nos EUA, uma das quais a revolucionária JetBlue. A brasileira Azul foi a sua quarta, criada em 2008.

Além do capital próprio que trouxe dos EUA, Neeleman recolheu investimentos de George Soros e de um fundo de São Francisco, aos quais se juntaram, minoritariamente, acionistas brasileiros.

Portanto, não havia dúvidas. Eram capitalistas estrangeiros desembarcando no Brasil para competir no mercado local, com uma empresa sob seu controle. E só agora, oito anos depois, estão discutindo a lei que permite isso?

Neeleman é, ou era na ocasião, um empresário essencialmente americano. Fez sua vida nos EUA, lá estudou e abriu seus negócios, ganhou dinheiro, nunca havia tido atividade empresarial no Brasil antes da Azul. Em 2008, a lei, que agora tentam mudar, dizia que estrangeiros poderiam ter até 20% de companhias aéreas brasileiras.

Portanto, a Azul não poderia ter nascido, não fosse um acaso familiar. Há 56 anos, os pais de Neeleman passaram uma temporada no Rio de Janeiro e aconteceu de David nascer aqui. O gringo é carioca! Como quem nasce no Brasil, não importa a nacionalidade dos pais, é brasileiro, o país, nas voltas da história, ganhou uma bela companhia aérea ?" que, além de tudo, voa com jatos da Embraer, não utilizados pelas grandes brasileiras.

Reparem: se a mãe de David tivesse escolhido dar à luz nos EUA, o Brasil teria perdido uma empresa que acrescentou capital, tecnologia, empregos diretos e indiretos e outras novidades ao mercado local. Uma pequena decisão pessoal ?" e tudo teria mudado no setor brasileiro de aviação.

Temos aqui duas demonstrações. A primeira mostra os melhores efeitos positivos do investimento estrangeiro. A segunda indica como é equivocada e atrasada essa legislação que limita a participação estrangeira ?" só agora sendo modificada. Diziam que se tratava de um caso de segurança nacional garantir a propriedade para brasileiros.
Herculano
23/06/2016 08:50
O GRINGO ERA CARIOCA, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Pois alguém se sentiu ameaçado pela Azul? O funcionamento dessa companhia é o melhor argumento para que os deputados e senadores votem logo a lei que permite o controle do capital estrangeiro nas companhias aéreas.

Não recupera negócios perdidos ?" quantos Neelemans teriam desembarcado por aqui? ?" mas abre o mercado futuro. Já não é um bom momento da economia brasileira e do setor: a Gol está em dificuldades financeiras, e a Tam já é Latam, incorporada pela chilena Lan, numa operação que não foi venda legalmente, mas que é na prática.

É mais provável que estrangeiras entrem comprando participação nas nacionais, em vez de abrir novas empresas. Será útil de qualquer modo. Em vez de dívida, as companhias locais receberão capital.

Se o controle mudar, qual o problema? O que preferem: uma nacional quebrada ou uma multinacional funcionando?

Por outro lado, tem gente dizendo, inclusive no governo, que haverá maior competição e, pois, até uma possível queda no preço das passagens.

Não é por aí. As passagens são mais caras quando compradas aqui por causa do "custo Brasil" ?" que vai desde preço de combustível e infraestrutura precária até a carga tributária e os encargos trabalhistas.

Não é apenas a legislação sobre capital estrangeiro que bloqueia investimentos no país. Os legisladores poderiam aproveitar o momento para promover uma ampla abertura ao capital externo. É praticamente a única chance de revigorar os investimentos em infraestrutura, considerando que o setor público está quebrado e grandes empresas construtoras estão envolvidas na Lava-Jato.

BOA VONTADE

E por falar em governo, é impressionante a boa vontade com Michel Temer nos meios econômicos. O presidente aprova aumentos para o funcionalismo, dá descontos para os estados, tudo aumentando as despesas de um governo já no vermelho, e o pessoal contemporiza: tudo bem, acerta lá na frente.

Dá uma ideia de como era detestado o governo Dilma.
Herculano
23/06/2016 08:48
A REGRA DO JOGO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

O escândalo do mensalão mostrou por que tantos políticos se estapeiam pelo controle de estatais. A disputa pelas empresas públicas é parte do jogo sujo das eleições. Os órgãos mais cobiçados são chamados de "fabriquinhas". Produzem milhões de incentivos para bancar partidos e campanhas.

Quem nomeia passa a influir em contratos e licitações. Também garante acesso privilegiado aos fornecedores, que pagam pedágios e retribuem favores com doações. Assim funciona a parceria ancestral entre políticos e empreiteiros, foco das investigações da Lava Jato.

A regra é tão conhecida que passou a ser vista como o padrão normal da política. "Alguém imaginava que os partidos disputavam diretorias de estatais para fazerem coisa boa?", ironizou nesta quarta (22) o ministro Luís Roberto Barroso, em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

A corte discutia o caso do deputado Eduardo Cunha, que virou réu pela segunda vez sob a acusação de desviar dinheiro da Petrobras para as contas que ele diz não ter na Suíça.

"Isso faz parte da rotina brasileira há muito tempo. O propósito era este mesmo: desviar recursos", afirmou Barroso, ao comentar a guerra por cargos na estatal. "É triste. Dá uma sensação muito ruim de que o jogo é jogado de uma forma muito feia."

Apesar do diagnóstico sombrio, o ministro concluiu o voto com uma mensagem positiva. "Há uma coisa nova acontecendo no Brasil. Não é mais aceitável desviar dinheiro público, seja para o financiamento eleitoral ou para o próprio bolso", disse.

Ele lembrou que a sociedade já deixou de ser tolerante com outros males antigos, como o racismo e a violência contra a mulher. "Estamos vivendo o fim de uma era de aceitação do inaceitável", afirmou.

Gostaria de compartilhar do otimismo do ministro, mas as ofertas de Dilma Rousseff para barrar o impeachment e de Michel Temer para aprová-lo sugerem que a regra do jogo ainda não mudou.
Herculano
23/06/2016 08:46
A POLÍCIA FEDERAL ESTÁ NAS RUAS ATRÁS DE GENTE QUE SE DIZ ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA APENAS POR TER PERTENCIDO AOS GOVERNOS DE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA E DILMA VANA ROUSSEFF, PT

Este, hoje, certamente, não é o melhor salvo conduto. Mas, um complicador.
Herculano
23/06/2016 08:40
AUTORIDADES CONTRA O JORNALISMO, por Eugênio Bucci, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Na terça-feira, uma reportagem de Vandson Lima e Andréa Jubé, do jornal Valor Econômico, trouxe uma notícia preocupante, mas não surpreendente. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a nove inquéritos no Supremo Tribunal Federal, no âmbito da Operação Lava Jato, articula mudanças nas regras da delação premiada. Segundo a reportagem, o presidente do Senado quer enxertar em um dos nove projetos em tramitação no Congresso Nacional que dispõem sobre a matéria pelo menos três mudanças: dar um prazo de 45 dias para que os delatores apresentem provas documentais, ou elas perderão a validade; proibir acordo de delação premiada para quem já se encontre preso; e, em terceiro lugar, anular as delações cujos conteúdos tenham sido noticiados. Entre as três, a terceira mudança é a mais escabrosa.

Não surpreende que os políticos tentem minar o potencial investigativo das delações premiadas. Renan Calheiros é só mais um. Não surpreende que queiram enquadrar a imprensa. Mas que preocupa, preocupa. As investidas contra o direito do cidadão de se informar estão a cada dia mais mirabolantes e ameaçadoras. Esta, agora, de se aproveitar de uma informação jornalística publicada para anular o depoimento de uma delação premiada é perversamente escarnecedora. Se emplacar, o presidente do Senado vai ferir de morte dois coelhos com um tiro só: o primeiro é a delação premiada propriamente dita; o segundo, a liberdade de imprensa.

Para começar, vai ferir o direito que a sociedade tem de, por meio do Ministério Público e da Polícia Federal, fiscalizar o poder (e as tramoias do poder). Pare para pensar um pouco. Se já estivesse valendo, essa restrição teria matado dezenas de delações premiadas em curso, todas elas detestadas por centenas de políticos profissionais. Sopa no mel. A delação de Delcídio Amaral, ex-líder do governo Dilma Rousseff no Senado Federal, teria virado arquivo morto. Muitas outras iriam para a mesma cova. A função investigativa do Ministério Público e da Polícia Federal teria sido gravemente prejudicada. E por quê? Ora, porque um jornalista fez o trabalho que a sociedade legitimamente espera que ele faça: publicou o que descobriu.

Para continuar, o sonho de consumo de Renan Calheiros fere de morte também a liberdade de imprensa, pois aterrorizaria as redações com a ameaça de pôr nelas a culpa pelo malogro das investigações.
Herculano
23/06/2016 08:39
AUTORIDADES CONTRA O JORNALISMO, por Eugênio Bucci, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

O Brasil tem tradição liberticida. Até hoje, vira e mexe, alguém aparece com a ideia de punir o repórter que revelou passagens de alto interesse público num processo em segredo de Justiça. Atenção a esse ponto. A mentalidade autoritária não se contenta com o direito (legal e legítimo), que já existe, de se processar um órgão de imprensa que tenha devassado a intimidade de alguém. Insatisfeitos, pleiteiam a punição da reportagem que revele aspectos de alto interesse público num processo protegido pelo sigilo de Justiça, mesmo quando esses aspectos não arranham a intimidade das partes envolvidas. O sonho de consumo de Renan Calheiros se inscreve nessa tradição.

As mentes autoritárias não admitem o óbvio: o sigilo de Justiça deve ser guardado, sim, mas pela Justiça e por seus magistrados, não pelos jornalistas. A estes não cabe o dever funcional de preservar o sigilo de Justiça. Ao contrário, o dever do jornalista é descobrir segredos que escondam informações de interesse público e transmiti-las ao cidadão o quanto antes.

O mesmo raciocínio vale para segredos de Estado. Se descobertos por editores e repórteres, e se são de interesse público, o dever das redações é publicá-los. São incontáveis os exemplos históricos que demonstram que o cumprimento desse dever fortalece a democracia. Lembremos os papéis do Pentágono e o caso Watergate, nos Estados Unidos. No Brasil, lembremos a Operação Boi Barrica (que rendeu a este jornal uma censura judicial até hoje não revogada pelo Supremo Tribunal Federal), além de inúmeras boas reportagens que contribuíram para o esclarecimento dos crimes de tortura (no tempo da ditadura militar), de desvios no governo Collor, dos escândalos do governo Fernando Henrique Cardoso (os bastidores da aprovação da reeleição dele mesmo, entre outros) e, mais recentemente, dos crimes ligados aos processos do mensalão e do petrolão.

Se não puder publicar segredos do Estado (do Judiciário, do Executivo e do Legislativo), o que restará à imprensa? Publicar horóscopo, Os Lusíadas, receitas de bolo e, quem sabe, resenhas literárias sobre as obras completas de José Sarney?

Já sabemos que punir jornalistas que cumpram o seu dever é uma forma indireta de punir a sociedade. Agora, o presidente do Senado parece inovar. Vai direto ao ponto: pune diretamente a sociedade sem ter de passar pelo intermediário. O jornalista publicou uma notícia sobre uma delação premiada? Simples. Jogue-se no lixo toda a investigação. Consequentemente, puna-se o Ministério Público, puna-se a Polícia Federal, e, de quebra, puna-se o cidadão.

Mas Renan, como já foi dito, é apenas mais um. Entre os projetos que conspiram contra a liberdade de imprensa como um atalho para acabar com o potencial das delações premiadas está o do deputado Wadih Damous (PT-RJ). A proposta que ele apresentou (4.372/16) nem disfarça: "Constitui crime divulgar o conteúdo dos depoimentos colhidos no âmbito do acordo de colaboração premiada, pendente ou não de homologação judicial". A pena é de 1 ano a 4 anos de reclusão, além de multa. O nobre deputado pode até alegar que o alvo de seu projeto não é o repórter, mas o servidor público que entregou o documento ao repórter. A alegação será vã. Do modo como foi redigido, não há margem para dúvida: o projeto, se aprovado, vai ajudar a encarcerar jornalistas que trabalharam direito. Os investigados da Lava Jato agradecem. A gente se preocupa.
Herculano
23/06/2016 08:35
ELIMINANDO PROVAS? FORAGIDO DE OPERAÇÃO SOBRE AVIÃO QUE CAIU COM CAMPOS É ENCONTRADO MORTO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Kleber Nunes, jornalista colaborador de Recife. Único foragido da operação Turbulência, deflagrada terça-feira (21) pela Polícia Federal, Paulo Cesar de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta quarta-feira (22), em Pernambuco. O corpo do empresário foi localizado por agentes da PF em um motel na cidade de Olinda.

Segundo a PF, Morato seria o real proprietário da empresa Câmara & Vasconcelos, envolvida na compra do avião Cessna Citation PR-AFA. A aeronave transportava o ex-governador de Pernambuco e candidato à Presidência em 2014 Eduardo Campos (PSB) e caiu em Santos, no litoral paulista, em agosto de 2014, matando Campos e mais seis pessoas.

O empresário era suspeito de fazer parte de um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a compra do avião que caiu, e também pode ter servido para irrigar a campanha presidencial da chapa de Campos e Marina Silva em 2014, além da eleição para governador dele em 2010.

Por meio de nota, a PF informou que as investigações sobre a morte do empresário ficarão a cargo da Polícia Civil de Pernambuco. Suicídio é uma das hipóteses investigadas pela polícia.

"Se porventura durante o percurso das investigações alguma circunstância aponte vínculos ou tenha ligação com os fatos que estão sendo apurados dentro da operação Turbulência, poderemos entrar no caso", diz o texto da PF.

Durante a operação Turbulência foram detidos os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira. Eles são donos do Cessna Citation PR-AFA. Foi a partir do avião que a PF descobriu operações suspeitas na conta de empresas envolvidas na sua aquisição.

O PSB nega irregularidades na arrecadação da campanha de 2014. A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos empresários presos
Herculano
23/06/2016 08:29
MA: ODEBRECHT GANHA MUITO ENTREGANDO POUCO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Investigadores da Lava Jato estão de olho num rentável negócio da empreiteira que mais se beneficiou da roubalheira no governo federal: a Odebrecht Ambiental, subsidiária de saneamento, cuja especialidade parece ser a de entregar pouco por muitos milhões. A empresa cobra quase meio bilhão de reais para tratar e distribuir água em dois pobres municípios do Maranhão, mas só consegue atendê-los parcialmente.

TANTO POR QUASE NADA
A Odebrecht Ambiental leva R$ 450 milhões, mas contempla só 18,9% da população de Paço do Lumiar e 41% de São José de Ribamar.

REBORDOSA
Após a deflagração da Lava Jato, há dois anos, a Odebrecht Ambiental foi uma empresas proibidas de fechar contratos com Petrobras.

OUSADIA
Têm duração de seis anos os dois contratos da Odebrecht Ambiental no Maranhão, fechados em janeiro de 2015, com a Lava Jato na rua.

À VENDA
Após as revelações da Lava Jato, a Odebrecht colocou à venda sua subsidiária ambiental. Espera arrecadar R$ 5 bilhões.

ASSESSOR DE DILMA MANTÉM INDICADOS NO GOVERNO
Denunciado na Operação Acrônimo pela decisão de pagar dívidas da campanha de Dilma com dinheiro público, Giles Azevedo tinha prerrogativas de parlamentar do PT, fazendo indicações para cargos comissionados em órgãos como a CPRM, a Cia de Pesquisa de Recursos Minerais, do Ministério de Minas e Energia. E o pior é que seus protegidos ainda estão lá, mas nem aparecem para trabalhar.

FEUDO DE ASPONE
Espécie de porta-celular de Dilma, Giles Azevedo tem predileção pela CPRM porque atuou na Secretaria de Geologia e Mineração.

NO OLHO DA RUA
A Justiça do Trabalho mandou a CPRM demitir comissionados, em 2015, e fazer concurso. Mas o órgão federal ignorou a ordem judicial.

FANTASMA EM FORMA
Servidores dizem que protegidos de Giles Azevedo, pendurados nas "tetas" da CPRM, fazem ginástica em academia no horário de trabalho.

NOVO "BOLÃO"
Após o Supremo Tribunal Federal (STF) tornar Eduardo Cunha réu em mais um processo, desta vez pelas contas na Suíça, deputados já organizam um "bolão" sobre quanto tempo ele permanecerá solto.

CNT RECUPERA O OTIMISMO
O presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, está muito otimista com o Brasil. Avalia que o governo Michel Temer já conseguiu parar a trajetória de queda da atividade econômica e fez o País retomar a confiança na retomada do crescimento em 2018.

CULPANDO GEDDEL
Aliados do presidente Michel Temer agora responsabilizam o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) pela demora na nomeação dos seus indicados para cargos na administração Michel Temer.

BOICOTE ARAPONGA
Petistas estão agarrados aos cargos, segundo denunciam aliados de Michel Temer, também porque a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ainda sob controle do PT, faria corpo mole na checagem dos indicados, demorando a liberar seus nomes para nomeação.

SEU NOME É BOMBA
O PMDB da Câmara anda apreensivo com as ameaças de delação de Eduardo Cunha, apesar de negadas pelo dito cujo. O partido avalia que o presidente afastado tem o potencial de "implodir o Congresso".

DEU CHILIQUE
O deputado Victório Galli (PSC-MT) demitiu todos os assessores. A exoneração coletiva foi digna de cinema, com direito a gritos e xingamentos. A Polícia Legislativa precisou intervir.

ABANDONADO
Eduardo Cunha procurava aliados para salvá-lo na Comissão de Constituição e Justiça, na apreciação do seu recurso contra o processo de cassação. Ele percebeu que nada poderá ser feito.

FORA DO PERFIL
O deputado Ricardo Izar (PSD-SP) tenta a relatoria do projeto de combate à corrupção, mas sofre resistência por ser considerado "muito ético". Os políticos querem alívio em relação à proposta.

PENSANDO BEM...
...se até o advogado de Dilma foi flagrado dormindo, enquanto testemunhas petistas repetiam lorotas, imaginem o telespectador.
Herculano
23/06/2016 08:23
A REPÚBLICA DOS LADRÕES, CONFORME APURA A POLÍCIA FEDERAL, CONSTATA O MININISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E A JUSTIÇA ACOLHE NOS JULGAMENTOS

É impressionante como a cada dia se desvenda a forma organizada como PT, PMDB, PP e outros se estabeleceram na senda de roubar os pesados impostos dos brasileiros pagos para a saúde pública, educação, segurança, obras...

É impressionante como a cada dia, a quem tem estômago diante do circo e farsa do PT, PC do B, PDT... que ao assistir as sessões de depoimentos no Senado na instrução do impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff, PT, constata o radicalismo do nada para se manter este mesmo roubo continuado, sob a desculpa que há um golpe.

E realmente há um golpe. Mas, é contra os ladrões e que estão inconformados em serem pegos e afastados da possibilidade dos roubos. Enquanto eles demonstravam incapacidade gerencial do país, foram tolerados pela sociedade, o que por si já é um fato grave. Agora, o que se constata é que feriram a lei para esconder a incapacidade gerencial e se manter nos ilícitos contra os brasileiros.

A pergunta derradeira. Para o PT, e neste ponto ele faz certo, os que possuem manchas, precisam ser afastados da administração. Foi assim que apontaram e apontam o dedo para os ministros e assessores de Michel Temer, PMDB. E ele os afastou. No PT, com a sociedade, Polícia Federal, Ministério Público e Justiça apontando os manchados, o PT os torna heróis do povo brasileiro, e como numa afronta, os fortalecem nos cargos públicos. É assim aqui em Gaspar também.

Então, a pergunta derradeira, diante dos fatos de hoje: a santinha do pau oco, a freirinha de araque, a senadora Gleise Hoffmann, mulher de Paulo Bernardo, continuará na bancada de defesa da presidente Dilma? Se continuar, estará consagrado o papel da quadrilha como define vários ministros do Supremo. Será que ninguém no PT não consegue enxergar esta hipocrisia, esta incoerência e ao menos disfarçar como fizeram por longo tempo enganando os brasileiros? Wake up, Brazil!
Herculano
23/06/2016 07:59
PAULO BERNARDO, EX-MINISTRO DE DILMA E LULA, É PRESO NA LAVA JATO. E NÃO É UMA AÇÃO ORIENTADA PELO JUIZ SÉRGIO MORO. BLOGS SUJOS SUSTENTADOS POR VERBAS PUBLICAS E A SERVIÇO DO GOVERNO PETISTA ESTARIAM TAMBÉM NA MIRA DESTA OPERAÇÃO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bela Megale e Mônica Bergamo. Paulo Bernardo, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, foi preso na manhã desta quinta-feira (23) em uma operação da Polícia Federal realizada em parceria com a Lava Jato. A informação foi confirmada pela defesa do petista.

Ele foi detido em Brasília, no apartamento funcional da mulher, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). A casa dos dois, em Curitiba, também é alvo de buscas.

A prisão do petista, que deve ser levado à sede da PF em São Paulo, é temporária.

Batizada de Custo Brasil, a operação, chefiada pela Delecor de São Paulo (Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros), mira em um esquema de pagamento de propina em contratos de prestação de serviços de informática do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), pasta que foi comandada por Paulo Bernardo. A operação está sendo chefiada pela Delecor de São Paulo (Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros).

As fraudes geraram subornos de aproximadamente R$ 100 milhões, entre os anos de 2010 e 2015.

Estão sendo cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, 40 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Distrito Federal, todos expedidos, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal Federal em São Paulo.

A PF tem elementos de que agentes públicos do ministério direcionaram licitações em favor de uma empresa de tecnologia e informática para gerir créditos consignados para servidores federais.

"Segundo apurou-se, 70% dos valores recebidos por essa empresa eram repassados a pessoas ligadas a funcionários públicos ou agentes públicos com influência no MPOG por meio de outros contratos ?"fictícios ou simulados", diz a PF.

Os investigados poderão responder pelos crimes de tráfico de influência, corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com penas de 2 a 12 anos de prisão.

Também é alvo de buscas a sede nacional do PT, em São Paulo. Ao chegar ao local, a polícia só encontrou porteiros, já que os funcionários chegam às 8h30.

Advogados já foram acionados pelo partido para tentar acompanhar a operação.

Há fortes rumores de que ao menos um diretor do blog "Brasil 247", tido como alinhado ao PT, também deve ser alvo da operação. Os próprios profissionais da página estão telefonando a advogados e amigos alertando sobre a possibilidade. A senadora Gleisi Hoffmann escreve para o "Brasil 247".
Digite 13, delete
22/06/2016 20:32
Oi, Herculano

"Alguém tem alguma dúvida de que a presidente afastada Dilma Vana Rousseff volta?"

Ao ler este comentário das 09:35HS, me lembrei da resposta do senador capixaba Magno Malta, deu ao Blog do Felipe Moura Brasil:

Dilma só voltará quando saci cruzar as pernas.
Sujiro Fuji
22/06/2016 20:21
Somos homo-sapiens> abatemos onça acuada com tocha. Estamos evoluindo.
Herculano
22/06/2016 20:19
AS PEDALADAS DO RAIMUNDO

E por que elas acontecem (estão em curso ainda)? Por falta de oposição qualificada. E principalmente por causa de uma imprensa capaz, preocupada em babar um governo que inventou o tal juros simples para ele quitar as suas dívidas perante a União, mas neste movimento de espertalhice contábil e conceitos fiscais próprios, exige que os contribuintes catarinenses em atraso ou com dívidas, paguem-nas com jutos compostos.

E esta ilusão foi criada pelo governador Raimundo Colombo, PSD, o que ainda está prefeito de Lages? Para esconder o permissivo alto endividamento do estado com despesas - a maioria vinda da área de pessoal não correspondida em produtividade melhoria ao atendimento ao cidadão. Ou seja, uma dívida podre pois não se constituiu em investimentos para retornos e suportar demandas futuras.

Agora, o Tribunal de Contas do Estado acaba de nos dizer que Raimundo Colombo, de tanto andar do Dilma Vana Roiussef, PT, também pedalou.

Transformou ICMS que possui uma obrigatória repartição entre os municípios e poderes, em doações assistências para escapar desta obrigação constitucional. E a imprensa de Santa Catarina, mansa. Talvez esteja ela aguardando uma parte desta doação.

E o secretário da Fazenda, com a maior cara de pau, diz que fez certo, porque atendeu uma prioridade assistencial. É réu confesso no ato ilegal e incapacidade de gerenciar recursos escassos dos catarinenses em tempo de crise, tudo por votos.
Herculano
22/06/2016 20:06
ENQUANTO DURAR, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Para Meirelles, gravidade da crise eleva o apoio a medidas fiscais de longo prazo propostas pelo governo interino. O ministro Henrique Meirelles acha que a crise é tão grave que o governo tem apoio para tomar medidas de longo prazo independentemente do fato de a administração ter pela frente alguns meses ou dois anos e meio. O governo é interino, mas tem proposto ações para os próximos 10 ou 15 anos. "São medidas para o Brasil e o menos importante é quanto tempo vai durar o governo", me disse em entrevista concedida ontem.

Esta semana, a União acertou com os estados o alongamento da dívida por 20 anos. Meirelles disse que apesar de aumentar as despesas em R$ 50 bilhões, o acordo tem vantagens.

?" Há um ganho importante porque poderá ser limitado o gasto dos estados de acordo com a inflação do ano anterior, exatamente como vai acontecer com o governo federal.

Para neutralizar o risco de que os estados fiquem com o ganho, mas não respeitem o teto para o gasto, o ministro disse que essa limitação vai ser parte do projeto de lei que fará a reestruturação da dívida dos estados e vai amarrar as duas pontas.

?" Além disso, o contrato prevê essa limitação de despesas por 20 anos, com cláusulas de violação contratual caso isso não seja seguido. Outro problema da renegociação é que quando os estados retomarem o pagamento, eles terão que pagar também o que for descontado agora nas parcelas mensais.

Meirelles explicou que a limitação dos gastos dos estados é exatamente para se criar esse espaço fiscal. O ministro rebate a ideia de que os estados tenham sido vítimas, no passado, de uma "agiotagem" por parte do Tesouro.

?" Uma parte do crescimento da dívida foi provocada pela inflação, a segunda parte é a taxa de juros real, acima da inflação, que é alta no Brasil, causa do problema fiscal. Por isso é preciso enfrentar o problema. Quanto mais a trajetória da dívida ficar insustentável, maior a taxa de juros.

Meirelles disse que o custo de refinanciar o endividamento em 2016 já estava incluído na meta de R$ 170,5 bilhões de déficit. Sobre o caso do Rio, ele disse que está sendo estudado ainda o instrumento legal que será utilizado para ajudar o estado a cobrir despesas urgentes com as Olimpíadas. Ele confirmou o valor de R$ 2,9 bilhões, e disse que os outros estados aceitaram a situação diferenciada do Rio.

Ele não quis dizer com que prazo trabalha para aprovação do teto dos gastos. Preferiu falar que a emenda é fundamental.

?" É importante que todos entendam que o crescimento das despesas de 1997 a 2015, de quase 6% acima da inflacão ao ano, é resultado das vinculações constitucionais. Por isso, um cortezinho aqui e outro ali não adianta. Ou enfrentamos o problema, alteramos a constituição ou o gasto continuará subindo. A proposta estabelece o valor mínimo real para educação e saúde e que será corrigido, por isso as outras despesas que terão que se acomodar.

A reforma da previdência será fundamental para que o gasto não cresça demais, reduzindo o espaço dessas outras despesas. Ele confirmou que se trabalha com 65 anos, como idade mínima, mas haverá um escalonamento como regra de transição.

Sobre a Oi, ele disse que os bancos públicos têm 17% da dívida total da empresa, e que a lei de recuperação judicial está sendo invocada para impedir a falência.

?" É uma empresa grande, mas existem inúmeras outras empresas, pequenas, médias ou grandes que terão problemas se a economia não retomar o crescimento. A primeira razão da recessão é a desconfiança que se estabeleceu em relação à capacidade do governo de enfrentar os problemas. A melhor forma de reverter isso é atacar a questão fiscal, essa é a proposta que estamos fazendo. Tudo que fazemos é para permitir a retomada da confiança e o fim deste círculo vicioso.

Sobre a interinidade do governo e o fato de as propostas serem para 20 anos, Meirelles respondeu:

?" Esta proposta não é deste governo, é para o Brasil. É para resolver um problema que aflige o país. Não existe outra solução a não ser olhar o longo prazo. Seja um governo de meses, dois anos e meio, quatro anos. Ou atacamos direto a questão estrutural ou vamos continuar tentando soluções de curto prazo que não resolvem. O menos relevante é quanto tempo dura este governo ou quanto tempo vou ficar nesta cadeira. O país espera que os problemas sejam resolvidos.
Sidnei Luis Reinert
22/06/2016 19:10
QUANDO VÃO POSTAR A QUADRILHA LULA DA SILVA NO COLO DO JUIZ MORO NA REPÚBLICA QUE IMPÕE A CONSTITUIÇÃO?

Postou, mas ainda não chegou

Brasil 22.06.16 18:48
O ofício de Teori Zavascki para Sérgio Moro, contendo mídias e a decisão sobre as investigações de Lula, está parado na agência dos Correios na Câmara dos Deputados desde ontem.

http://www.oantagonista.com/posts/postou-mas-ainda-nao-chegou
Mariazinha Beata
22/06/2016 18:17
Seu Herculano;

Veja só o que achei:

"O Antagonista quer saber se a animadinha Jandira Feghali já quitou seus débitos com a Justiça do Trabalho.

Em março, revelamos que a comunista não está nem aí para os trabalhadores de verdade e que foge do oficial de Justiça para não responder aos processos movidos por ex-funcionários de seu falido restaurante.

Jandira, tenha vergonha."

Mais uma incompetente no pedaço.
O partido comunista é satélite do partido dos bandidos petê, que agora aumentaram o bando se unindo com os kassabistas e os órfãos do campista.
Elle se merecem!

Bye, bye!
Casinha de Plástico
22/06/2016 14:39
Sr. Herculano:

"RETRATO DA ADMINISTRAÇÃO PETISTA DE GASPAR"

A rua Luiz Franzói foi recentemente asfaltada para encobrir aquele horroroso calçamento.
Ainda não terminaram a pintura na nega maluca e a lama já teima em se mostrar na altura do nº2100 onde há a ligação com a BR470.

Cuja ligação entre os dois pisos de asfalto é bem a cara petista. Feio é elogio.
Belchior do Meio
22/06/2016 14:28
Sr. Herculano:

Às 09:35 - " ... nem ele mais volta a ser governo fora dos grotões."

O povo gasparense é diretamente responsável pela decadência de Gaspar.
Sidnei Luis Reinert
22/06/2016 12:13
Na Olim-piada, matam a Onça e o nosso bolso


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A "calamidade financeira", decretada de forma mandrake pelo desgoverno do Rio de Janeiro, levou o governo provisório a dar uma subvenção federal de R$ 2,9 bilhões para supostos investimentos em segurança durante a competição - que é um dos mais lucrativos negócios privados do mundo, subvencionado pelo poder público de cidades sedes e países que aceitam fazer seus contribuintes de otários.

O Brasil quebrou porque é refém de um modelo econômico canalha. Os juros altíssimos tornam descontroladas as dívidas da União, Estados e municípios. A usura é mantida nas alturas celestiais para bancar a gastança crescente, sem qualidade e com nenhuma transparência dos entes federativos. Cidadãos e empresários são sempre convidados compulsórios a participar do tal "esforço fiscal": o desgovernos desperdiçam e a gente paga a conta. Somos os porcos que entram com o próprio tocinho para fazer a feijoada das organizações criminosas que assaltam o poder público.

Não dá para festejar, como parte da mídia amestrada faz, o acordo fechado pelo genial Henrique Meirelles com os governadores. Em tempos de quebradeira federativa, o governo provisório de Michel Temer fecha um alongamento dos débitos por 20 anos e uma carência de 6 meses no pagamento de dívidas "estatais" com a União. Em janeiro de 2017, os governadores passarão a pagar parcelas mensais crescentes que se tornarão integrais ao final de 18 meses.

A União abrirá mão de R$ 50 bilhões, e os Estados ganham uma sobrevida até o próximo descontrole, sempre próximo se a economia continuar desandando. Já que os governadores se deram bem, as prefeituras querem a mesma "vantagem". A Confederação Nacional dos Municípios já mandou uma cartinha ao Palácio do Planalto reclamando da exclusão das cidades. O documento ressalta que apenas a dívida previdenciária municipal atinge absurdos R$ 100 bilhões.

O Tesouro Nacional descobriu uma malandragem de contabilidade pública criativa. Estados e municípios fazem maquiagens no tamanho de seus gastos com folha para não ficarem desenquadrados dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os contadores públicos retiram despesas com terceirizados, pensionistas e inativos da conta de pessoal. Também registram apenas a remuneração líquida dos servidores, excluindo os valores pagos com a retenção do Imposto de Renda (IR).

Dados oficiais confirmam que oito Estados (SP, RJ, MG, RS, SC, PR, BA e GO), o Distrito Federal e a prefeitura de São Paulo, a despesa com pessoal e encargos saltou de 3,7% para 5,2% do PIB entre 2008 e 2015. O investimento desses entes caiu, no mesmo período, de 0,8% para 0,5% do PIB. A despesa corrente (o gasto com educação e saúde, por exemplo) teve que encolher: de 4,7% para 3,8% do PIB.

Agora, a guerra de todos contra todos evolui para o caótico campo econômico - que sofre com a mais brutal crise da História. Empresários querem a mesma "vantagem" dada aos Estados e que os municípios também reivindicam. Dirigentes da Confederação Nacional da Indústria protestam que muitas empresas estão com dificuldade em tomar crédito porque estão inadimplentes com a Receita Federal. A CNI quer um "remodelamento" do Refis e uma alíquota de 3% para o Reintegra (programa pelo qual o governo devolve às empresas porcentual relativo às receitas obtidas com exportação de produtos industrializados).

A crise não tem previsão para ser estancada. Esta é a verdade real que nem o poderoso Henrique Meirelles tenta ocultar. As empresas, grandes, médias ou pequenas estão quebradas ou em ritmo de quebradeira. Fecham postos de trabalho, para conter despesas, e acabam matando o paciente com o remédio. O desemprego atinge níveis absurdos. Poucos pagam, poucos vendem e o dinheiro some. Os calotes (forçados ou desonestos) batem recordes. O efeito dominó ferra todo mundo. Mas o Brasil entra em ritmo olímpico...
Herculano
22/06/2016 09:42
TEMER O REFORMISTA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 1

Temer quer negociar reformas estruturais após a votação do impeachment. Aprovado o impeachment no Senado como espera, o presidente Michel Temer deixa de ser interino e passa a assumir uma agenda reformista que andou parada nos últimos anos petistas, a começar pelo novo pacto federativo, que ele pretende negociar com os estados e municípios.

Animado pela renegociação da dívida dos estados, quando sentiu "um verdadeiro espírito de união nacional entre os governadores", Temer acha que será possível renegociar uma reforma tributária e levar adiante reformas estruturais de que o país necessita, todos temas polêmicos que necessitarão de uma base parlamentar coesa para chegar a bom termo.

É justamente por isso que ele não se arrepende de ter feito uma composição política na montagem de seu primeiro Ministério, que acabou sofrendo baixas devido a investigações da Lava-Jato. Ele tinha a necessidade de fortalecer a base governamental no Congresso, e tentou montar acordos difíceis dentro de um esquema que tem 35 partidos políticos atuantes.

O acordo com os governadores, com a contrapartida de que também os estados limitem seus gastos, foi um passo dado à base da negociação política que há muito não se via. Temer pretende que essa seja a marca de seu governo, com a pacificação da base parlamentar que há muitos anos vivia às turras por conta do poder hegemônico do PT.

Ele admite que tem recebido diversos recados do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, mas não vê como ajudá-lo neste momento, pois a questão deixou de ser política para estar no STF, dentro do âmbito de investigações criminais. No momento adequado, o presidente interino pretende participar das negociações para a escolha de um futuro presidente da Câmara, não para defender uma candidatura, mas um conceito: é preciso encontrar um candidato que represente a base parlamentar do novo governo, para manter a coesão que permita ao governo avançar.
Herculano
22/06/2016 09:41
TEMER O REFORMISTA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Parte 2

Temer diz que a grande diferença de seu governo é que ele escolheu uma equipe econômica de alto nível que é unida na mesma visão de Estado, e que tem o apoio firme de base aliada coesa. Ele lembra que, quando foi o negociador oficial do governo Dilma com o Congresso, não teve o apoio do Planalto devido às divisões internas estimuladas pelo PT, e a equipe econômica chefiada por Joaquim Levy não tinha o apoio nem da presidente nem do PT, o que inviabilizou o avanço do ajuste fiscal.

A reforma da Previdência deve ser apresentada logo após o desfecho do processo de impeachment, definindo idade mínima para a aposentadoria, com todas as regras de transição negociadas no Congresso. Temer diz que esse tema já fora abordado na Constituinte, e só não entrou em vigor porque houve longa discussão interpretativa que acabou evitando que a idade mínima definida na Constituição entrasse em vigor.

Hoje o parágrafo 7 do artigo 201 diz: É assegurada aposentadoria no regime geral de Previdência Social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)

I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher;

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

Estão nos planos de Temer ainda a flexibilização das leis trabalhistas, para permitir superar a crise do desemprego no país, e também a reforma política, que ele acredita ser possível aprovar sem fazer grandes malabarismos, como a convocação de uma Constituinte exclusiva, como sugerem alguns.

Ele lamenta que as cláusulas de barreira tenham sido vetadas pelo Supremo anos atrás, e considera que alguns ajustes nas regras de coligações partidárias já podem ser eficientes para reduzir o número de partidos em atuação no Congresso.

O protagonismo que o Orçamento está ganhando no processo de impeachment pode levar também a uma maior responsabilidade na sua discussão, ampliando o espaço para políticas com visão do país como um todo.

A expectativa dentro do governo Temer é que a crise por que passa o país seja um ponto de reversão de expectativas por parte do Congresso.
Herculano
22/06/2016 09:35
PERGUNTA IRRELEVANTE

Alguém tem alguma dúvida de que a presidente afastada Dilma Vana Rousseff volta? Nem o PT tem mais esta dúvida. E se ele não se cuidar, nem ele mais volta a ser governo fora dos grotões.
Herculano
22/06/2016 09:32
A ALMA DO NEGOCIO, por Dora Kramer, do jornal O Estado de S. Paulo

Se tem munição, e deve ter, Cunha vai esperar até o último momento para usar

Eduardo Cunha falou quase duas horas ininterruptas e não disse nada que não fosse de conhecimento público na aguardada entrevista em que até seus aliados supunham que ele poderia se render às evidências e renunciar. Ao posto de presidente da Câmara do qual está suspenso pelo Supremo Tribunal Federal ou do mandato de deputado.

Não fez uma coisa nem outra. Usou a atenção despertada pela expectativa de um gesto relevante para repetir o que vem fazendo há meses: negar que tenha mentido sobre a existência de contas no exterior, desancar os atos do procurador-geral da República, dizer que a dinheirama que financiou as exuberantes viagens da família ao exterior não é algo ao qual tenha acesso, ressaltar seus feitos como presidente da Câmara, negar intenção de renunciar, desmentir a ideia de delatar e cair de pau e pedra sobre Dilma Rousseff, tal como ele, afastada do cargo.

De mais candente, só os detalhes de uma conversa com o então ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que, segundo ele, lhe ofereceu o apoio do PT no Conselho de Ética em troca do arquivamento do pedido de impeachment contra Dilma. Deu local e circunstâncias do encontro e, pelo dito, recusou o acordo por não confiar que Wagner pudesse mesmo entregar o prometido. De fato, na época - por volta de outubro do ano passado - mais de um ministro dizia nos bastidores que Cunha estava sendo "conversado". Daí as declarações esperançosas de governistas de que o impeachment estava morto, embora não estivesse enterrado.

A história, bem como o declaratório como um todo, não influem nem contribuem para alterar a situação periclitante de Eduardo Cunha, na Justiça, na polícia e na política. Abrir mão da presidência da Casa não garantiria a ele necessariamente uma absolvição no plenário, como ocorreu em Renan Calheiros em 2007. O cenário hoje é muito mais adverso para acertos.

Renunciar ao mandato o levaria direto para as mãos do juiz Sérgio Moro e talvez a uma desagradável temporada em Curitiba. Cunha ainda tem um tempo até a votação do parecer do Conselho de Ética no plenário. Pelo visto ontem, resolveu ocupar o período que lhe resta ao microfone e à luz de holofotes, posição que havia abandonado desde o afastamento pelo STF. O que tem a perder com isso? Nada, visto que o principal já perdeu: a força no colegiado.

O caso dele chegará ao plenário -provavelmente em julho - onde a sentença está decretada. Isso na melhor das hipóteses, pois pode ter o pedido de prisão feito por Rodrigo Janot acatado pelo Supremo. Se acontecer, os fatos e o tempo dirão se vai aderir ou não à delação premiada negada por ele e anteriormente descartada pelos barões do esquema da Petrobrás,hoje plebeus cansados de guerra.

Por enquanto, Eduardo Cunha não precisa dizer nada além do que tem dito. Amanhã, quem sabe? Caso tenha - e deve ter - a munição que supostamente detenha, só fará uso dela quando lhe for conveniente. Ele pode ser tudo, menos ingênuo como Marcos Valério que acreditou na salvação do poder constituído.

O deputado usará todo o seu tempo e a munição que tiver deixará para usá-la no último e crucial momento.
Herculano
22/06/2016 09:29
DELÍRIOS ESTA´TISTAS E CORRUPÇÃO NA QUEBRA DA OI, editorial do jornal O Globo

Num fato para a História, o PT se liga aos três maiores fracassos empresariais do país desde Cabral: Petrobras, Sete Brasil e a "Supertele". Há causas comuns

A virtual quebra da Oi, sacramentada pelo pedido de proteção judicial, outro nome de concordata, representa a conversão em pó de delírios estatistas, expressos no sonho que virou pesadelo de ressuscitar o espírito da velha Telebras por meio de uma empresa de capital na prática misto, turbinada com dinheiro público via BNDES (sempre ele), fundos de pensão de estatais e, mais tarde, com um braço internacional baseado em Lisboa (Portugal Telecom, Banco Espírito Santo), com extensões na África de língua portuguesa (Angola, Cabo Verde).

Foi assim que a Telemar, saída de várias costelas da privatização das teles regionais do grupo Telebras, com exceção da Telesp, virou a "Supertele", em que lulopetistas e a CUT (via fundos de pensão, Previ, Petros, Funcef ) tiveram grande influência. E certamente benefícios. Mas, no final, dissabores. A ver se vêm processos.

No outro lado do Atlântico estavam a família Espírito Santo e o primeiro-ministro José Sócrates, com quem o próprio Lula manteria contatos. Implodido o grupo Espírito Santo, num caso de fraudes financeiras de repercussão mundial, a Portugal Telecom, que no descenso da ex-supertele veio a ser o maior acionista da Oi, também ruiu. Sócrates, condenado à prisão em regime fechado e, depois, domiciliar, volta e meia é citado na imprensa portuguesa como parceiro de Lula no lado obscuro da proximidade entre a tele dos sonhos lulopetistas, também dos socialistas portugueses, e da família Espírito Santo.

Neste roteiro de seriado de escândalo corporativo, circulam o ex-ministro José Dirceu, trancafiado em Curitiba, como um operador dessa proximidade entre o partido e portugueses, Otávio Azevedo, da Andrade Gutierrez, virtual dona da Oi num determinado momento, e apanhado na Lava-Jato.

Não se sabe se na delação premiada de Otávio haverá algum capítulo sobre a aventura ultramarina. Ou sobre o patrocínio de Dirceu e dos governos Lula e Dilma à vinda de portugueses para montar no Brasil um grupo de comunicação companheiro. Este também não resistiu à debacle de todos.

Restam, como sempre nessas operações, prejuízos para os contribuintes, via perdas do BNDES (a Telemar era um dos "campeões nacionais" do banco). Também para funcionários de estatais, por meio dos prejuízos dos seus fundos de pensão, e por tabela novamente o Tesouro, onde as empresas públicas baterão à porta, no socorro aos planos de seguridade dos empregados. Perdem, ainda, 877 mil pequenos acionistas, além de investidores internacionais, com os quais deverão micar títulos de dívida da telecom.

A Oi se transforma na maior recuperação judicial do país, com uma dívida de R$ 65 bilhões. Só seria superada se a Petrobras fosse uma empresa privada, condição em que tomaria o mesmo caminho. Mas a estatal também socializará seus rombos quando for ao Tesouro, como as demais.

Fica, então, para a História que o lulopetismo está ligado aos três maiores fracassos empresariais no Brasil de Cabral até agora, considerando o estouro da Sete Brasil, outro projeto delirante com o selo do PT, para substituir a importação de plataformas. Como esperado, gerou propinas, ineficiência ?" e um rombo de R$ 19,3 bilhões.
Herculano
22/06/2016 08:30
ODEBRECHT REVISA NEGOCIOS EM 29 PAÍSES PARA ANTECIPAR DENÚNCIAS, por Mônica Bergamo, para o jornal Folha de S. Paulo

Com negócios em 29 países de quatro continentes, a Odebrecht está fazendo um pente fino em cada um deles para se antecipar a possíveis denúncias e processos que ainda possam surgir como desdobramento da Operação Lava Jato.

FORA DA CURVA
A investigação interna revelou informações que surpreenderam executivos da empresa, segundo profissional familiarizado com ela. Cuba, por exemplo, é um dos poucos países em que, ao menos até agora, não foram confirmadas irregularidades relevantes.

CAIXA DOIS
Uma das explicações é a de que Cuba não faz eleições nos moldes das de países capitalistas como o Brasil, em que o dinheiro para campanha é fundamental. Boa parte das propinas pagas por empresas privadas a políticos por aqui são destinadas às disputas eleitorais, como já constatou a Lava Jato.

LISTA
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu reforçar as investigações sobre irregularidades em fundos de pensão de estatais. Ele designou três novos procuradores para reforçarem a equipe que já se debruça sobre o tema.

LISTA 2
São pelo menos 15 inquéritos em andamento, todos eles sigilosos, sob responsabilidade do Ministério Público Federal de Brasília.
Herculano
22/06/2016 08:28
O INVERNO DA NOSSA DESESPERANÇA, por Carlos Brickmann

Eis que, num raro momento de alegria, virtudes e defeitos de nossos políticos se fundem e prometem alguns dias de repouso, a semana com apenas dois dias de trabalho para eles, graças às festas juninas, e a oferta de um certo fôlego para nós. Não deu certo: a política, hoje, só em parte se faz no Congresso. A Polícia Federal também a faz: prendeu quatro empresários de farto sobrenome, ligados ao avião de Campos que caiu durante a campanha e suspeitos de integrar uma organização criminosa, lançou suspeitas sobre outros figurões, inclusive um senador de família tradicional que foi ministro de Dilma, apurou ligações entre a morte do candidato presidencial Eduardo Campos e a colheita de propinas tão fartas quanto os sobrenomes, e envolveu a OAS num repasse de verbas para sabe-se lá o que. De acordo com a Federal, a operação começou com o caso do avião. "Mas agora queremos desarticular toda essa organização. Quem são os envolvidos, o que fizeram e quem foram os beneficiados".

E, aproveitando o finzinho dos dias de trabalho desta semana, Eduardo Cunha mostrou que político ainda pode gerar confusão. Deu entrevista dizendo que não renuncia à Presidência da Câmara (da qual foi afastado); não faz delação premiada, porque não praticou nenhum crime; e não tem motivo para ser cassado. Ponto final. A semana que deu início ao inverno será de repouso para alguns parlamentares e de tensão para os eleitores.

COMO É A FICHA DELE

Cunha age com habilidade: se renunciar, continua na situação atual, de presidente afastado, e demonstra que tem algo a esconder. Mas já se sabe que é beneficiário de contas na Suíça, já enfrenta multas por movimentação internacional irregular de dinheiro, já tem mulher e filha envolvidas no caso, ambas sujeitas ao juiz Sérgio Moro. É provável que hoje o Supremo Tribunal Federal decida autorizar uma segunda acusação proveniente da Operação Lava Jato - manutenção de contas clandestinas no Exterior com dinheiro de propinas oriundas de negócios com a Petrobras.
Herculano
22/06/2016 08:27
AÇÃO DOS POLÍTICOS, por Carlos Brickmann

Frase do ex-presidente Lula: "Quanto mais me provocarem, mais eu corro o risco de ser candidato em 2018".

E se não provocarem? Vai aposentar-se, como prometeu antes de se candidatar à reeleição, dedicar-se à caça e preparo de coelhos em Los Fubangos - o seu sítio, o que é confirmadamente seu, hoje abandonado em favor de outras propriedades que, embora sejam dele, não são dele? Alguém imagina Lula quietinho numa eleição, oferecendo chá com torradas aos visitantes e, como conselhos, temperança e amor ao próximo?

AÇÃO EMPRESARIAL

Os fatos como os fatos são: para dar conta do matagal de propinas no Brasil e no Exterior, a Odebrecht comprou um banco no paraíso fiscal de Antigua, na América Central. O Meinl Bank Antigua, que antes tinha sido a base off-shore de um antigo banco austríaco, chegou a controlar 42 contas no Exterior, administrando entradas e saídas de fundos secretos - um pouco mais de US$ 130 milhões, ao mesmo tempo.

AÇÃO PRÁTICA

Por mais precisas que sejam, as delações jamais terminam: sempre sobra uma peninha (que, nas palavras do ministro Teori Zavascki, quando são puxadas revelam mais uma galinha), O mercado está na expectativa de novas revelações de Sérgio Machado sobre pedras preciosas na lavagem de dinheiro. São muito práticas: substituem milhares de dólares e são difíceis de monitorar. Há quem diga que boa parte do ótimo relacionamento dos governos petistas com Angola envolve diamantes, e com um toque religioso que aparece até no nome das instituições financeiras envolvidas. Delação premiada deve incluir tudo - inclusive temas delicados como esse.

AÇÃO OFICIAL

Ah, as relações sociais do Brasil dilmista com os países pobres, mas amigos, irmãos e cooperativos! Angola, que transformou a filha do seu presidente em mulher mais rica da África, recebeu R$ 14 bilhões; a Venezuela, detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, R$ 11 bilhões. Seguem-se República Dominicana, R$ 8 bilhões; Argentina, R$ 7,8 bilhões; Cuba, R$ 3 bilhões; Peru, R$ 2 bilhões; Moçambique, R$ 1,5 bilhão. No total, incluindo empréstimos menores, R$ 50,5 bilhões - quase um terço do déficit público que inferniza o atual Governo e que foi responsável por boa parte da crise que consumiu o Governo Dilma.

SEM COMENTÁRIOS

Diante do bloqueio de vastas verbas oficiais para as vastas viagens de Dilma, grupos petistas estão estudando o crowdfunding - a velha e popular vaquinha. Contenha-se, caro leitor, e não faça comentários engraçadinhos sobre fazer vaquinha para financiar as viagens da presidente afastada.
Herculano
22/06/2016 08:21
CALAMIDADES, por Alexandre Schwartsman, economista, ex-diretor do Banco Central

O governador interino do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública no Estado. Normalmente isto ocorre em face de um desastre de grandes proporções e, sinceramente, não há outra forma de descrever a gestão fiscal do Rio de Janeiro.

Segundo os dados divulgados pelo Tesouro Nacional acerca das finanças estaduais, enquanto o conjunto dos demais Estados registrou (a preços de 2015) superavit primário pouco inferior a R$ 26 bilhões entre 2012 e 2015, o Rio de Janeiro apresentou deficit de R$ 6,8 bilhões.

No ano passado o deficit fluminense atingiu R$ 3,6 bilhões (equivalente a 6% de sua receita bruta); já os demais Estados conseguiram gerar superavit de R$ 10 bilhões (cerca de 1% de sua receita bruta).

Esta diferença de desempenho não pode ser atribuída à receita, que cresceu de forma semelhante no Rio (0,6% ao ano além da inflação) em relação aos demais estados (0,7% anual), mas sim à evolução das despesas. Entre 2012 e 2015 as despesas no Rio de Janeiro aumentaram 4% anuais acima da inflação; nos demais Estados o crescimento nesse período atingiu menos da metade (1,7% anual).

Note-se que não foram os investimentos (presumivelmente associados aos Jogos Olímpicos, embora estes sejam de responsabilidade municipal) que causaram esse estrago, pois encolheram no período. Por outro lado, a despesa com pessoal no Rio aumentou ao ritmo de 7% anuais acima da inflação ante 3% ao ano nos demais. Isto explica quase a totalidade do aumento dos gastos não financeiros do Estado.

Resumindo, o desastre fiscal, agora batizado de calamidade pública, não caiu do céu. Em que pesem perdas de receitas mais significativas em 2016, a verdade é que o Rio gastou nos anos anteriores sem maiores preocupações com que isto viesse a ocorrer, aumentando despesas principalmente onde a rigidez orçamentária é maior. Não há outro culpado que não o governo do Estado pela penúria que hoje sofre.

Isso dito, embora o Rio de Janeiro seja um caso patológico (seguido de perto por outros, como Rio Grande do Sul e Bahia), há sinais preocupantes vindos das finanças estaduais tomadas em conjunto.

O governo federal permitiu que Estados se endividassem, supostamente para investir, mas, na prática, a falta de controle permitiu o gasto crescente com pessoal.

De fato, sua folha de pagamentos não para de aumentar, atingindo R$ 321 bilhões (60% da despesa) no ano passado, ante R$ 289 bilhões (57% da despesa) em 2012, ou seja, a trajetória dos gastos com pessoal ameaça se tornar insustentável, reduzindo o já diminuto espaço para investimentos.

Além disso, como notado acima, o aumento do peso da folha de pagamento no total das despesas torna o orçamento cada vez mais difícil de manejar, em particular nos períodos recessivos.

Estados agora conseguiram moratória de suas dívidas para com a União, alegando que se tornaram impagáveis. Não é verdade: a dívida com a União caiu de 13% do PIB no começo de 2003 para 8% do PIB hoje; impagável é uma trajetória de gastos sem controle.

No ajuste fiscal de 1998-2000 (R$ 110 bilhões a preços de hoje), Estados responderam por um quinto do total. Hoje, porém, com a capitulação do governo federal vão atuar no sentido inverso, provavelmente ampliando seus gastos em R$ 50 bilhões nos próximos 18 meses, aí sim uma verdadeira calamidade.
Herculano
22/06/2016 08:14
GOVERNO AGE PARA EVITAR RACHA ENTRE GOVERNISTAS NA SUCESSÃO DE CUNHA, por Josias de Souza

O governo interino de Michel Temer decidiu agir para evitar que o bloco governista se divida na eleição de um sucessor para Eduardo Cunha na presidência da Câmara. Coordenador político de Temer, o ministro Geddel Vieira Lima disse a líderes aliados que o Planalto trabalha para evitar disputas entre os partidos que o apoiam no Congresso.

Na segunda-feira, Geddel foi procurado por parlamentares que vaticinavam a renúncia de Cunha ao cargo de presidente. Confrontado com a possibilidade, o auxiliar de Temer permitiu-se trocar ideias sobre o futuro da Câmara. Entretanto, Cunha afastou a hipótese de renúncia numa entrevista concedida na manhã de terça. E Geddel levou o pé ao freio:

"Não havendo a renúncia de Eduardo Cunha, voltamos ao estágio anterior. Goste-se ou não, há um presidente na Câmara. A sucessão ainda não está posta."

Em meio à pregação por unidade, Geddel resume o pensamento do Planalto: "Queremos facilitar a busca de soluções que nos levem à unidade. Não vamos agravar a situação nem trazer para valor presente os problemas futuros. Existe um presidente afastado. É preciso respeitar essa situação."
Herculano
22/06/2016 08:12
SOBRE O COMENTÁRIO ABAIXO E QUE SE ENCAIXA PARA SC

O aumento do endividamento de Santa Catarina não se deu devido a investimentos, mas principalmente por crescimento da folha de pagamentos e benefícios aos servidores, além dos cabides de empregos políticos, sem melhorar assim o atendimento da máquina pública ao cidadão.

Raimundo Colombo, PSD, continua prefeito de Lages, travestido de governador. Faz de tudo para não se incomodar e tomar decisões, ter atitudes. É refém dos políticos, principalmente os do PMDB, a sua base de sustentação. Prefere até a unanimidade. Incrível. E a imprensa, conivente. Não é capsaz de olhar os números e coloca-los a nú ou sob questionamentos.

Um exemplo de que Raimundo Colombo nunca quis realmente se desgastar com coisa séria e necessária, foi a distância que tomou do que dizia ser o seu melhor amigo, o competente administrador e professor, Ubiratan Resende. A outra amostra, foi se aliar a Dilma Vana Rousseff, e ao PT catarinense, exatamente quando ambos eram decadentes e estavam todos notoriamente enlameados.

A outra amostra, são os seus comentários nas redes sociais. Eles falam apenas de flores, paisagens, climas e outras bobagens. Ele passa longe de soluções, ideias, realizações. E por que? Porque não as têm.
Herculano
22/06/2016 08:00
da série: esta leitura serve parcialmente também para Santa Catarina, onde a imprensa finge que o governador Raimundo Colombo, PSD, não aumentou assustadoramente o endividamento do estado, foi de pires na mão a Brasília, defendendo ridiculamente os juros simples, ao invés dos pactuados juros compostos e que cobra dos devedores do Estado.

O RIO E O MITO DO GOVERNO DE EVENTOS, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O decreto que colocou o Rio de Janeiro num regime de calamidade é mais uma pirueta do estilo de administração que arruinou o Estado. Havendo um problema, cria-se um evento. O problema era a falência, assinou-se um decreto, criou-se um evento e transferiu-se o problema para Brasília. Lá, um governo fraco e fiscalmente combalido capitulou, concedendo uma moratória a Estados administrados por perdulários.

O governo do Rio faliu pelo mais elementar dos motivos: gastou o que não tinha e pôs dinheiro onde não devia. O mesmo núcleo do PMDB controla o Estado desde 2007. Não é um núcleo qualquer. Seus caciques são Sérgio Cabral, Luiz Fernando Pezão, Eduardo Cunha e Jorge Picciani. Uns, como Cabral e também o prefeito Eduardo Paes, são políticos com tino para o espetáculo. Outros, como Pezão, Cunha e Picciani, costuram por dentro.

A atividade espetacular cavalgou a Copa do Mundo, reformou o Maracanã e deu à cidade uma eventual sensação de segurança com a criação das Unidades de Polícia Pacificadora e a ocupação militar de comunidades. A Copa foi-se embora, o Maracanã virou um escandaloso elefante branco e as UPPs adernaram por falta de ações sociais complementares e excesso de corrupção policial. Sobrou o teleférico do morro do Alemão, onde a diretora do Fundo Monetário Internacional sentiu-se no Alpes. A madame ecoava a cultura cosmopolita do governador Cabral no restaurante Louis XV do Hôtel de Paris, em Mônaco: "Este é o melhor Alain Ducasse do mundo". (Referia-se ao chef da casa.)

Quando um governo vive de eventos, uma crise jamais começa com a paralisação de alguma grande obra ou de um projeto da vitrine. A conta vai sempre para os serviços básicos oferecidos ao andar de baixo. A falência do Rio foi exposta no final de 2015 com o colapso da rede de saúde. Havia fornecedores que não recebiam há meses. Na ocasião o governador Luiz Fernando Pezão ensinou: "O Estado não fabrica recursos". Consome-os, mas deixa pra lá.

A aula de economia de Pezão passou longe da prática da gestão pública. Na hora de suspender serviços para a população, a matemática funciona, mas quando se trata de gastar dinheiro para sustentar a máquina, a administração pública brasileira contorna a lição da física segundo a qual dois corpos não podem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo espaço. Um servidor pode ocupar, ao mesmo tempo, duas folhas de pagamento, trabalhando num só lugar. A repórter Carina Bacelar mostrou que no Rio os secretários Christino Aureo, da Agricultura, Wagner Victer, de educação e Julio Bueno, da Fazenda, acumulam seus vencimentos com os salários de funcionários do Banco do Brasil ou da Petrobras. Victer acumula salários desde 1999. Bueno, o homem das contas, recebe como secretário R$ 16.579, e os contribuintes do Rio pagam R$ 49 mil à Petrobras pela cessão de seus serviços. Tudo de acordo com a lei, sempre superando os tetos constitucionais.

O próximo evento desse estilo espetacular de administração será a Olimpíada. Como explicou o secretário Moreira Franco, ex-governador do Rio e fundador do PMDB, "não podemos pagar um mico internacional". Disse isso no dia em que o governo pagou um orangotango nacional.
Herculano
22/06/2016 07:55
CUNHA JÁ É COMPARADO A UM "CADÁVER INSEPULTO", por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Sem o poder de antes e com sua influência derretendo a cada dia na Câmara, o deputado Eduardo Cunha fez uma escolha significativa do local de sua entrevista coletiva, nesta terça (21): o decadente Hotel Nacional, em Brasília, que já investigado por exigir da clientela pagamentos em dinheiro. Na coletiva, Cunha lembrou um cadáver insepulto, na avaliação de parlamentares que o consideram liquidado.

FERA COM MEDO
Do tipo capaz de "atropelar" quem se colocasse à sua frente, agora Eduardo Cunha já não intimida os adversários. Ele parece ter medo.

FATURA LIQUIDADA
"Ele é um doente e acredita naquilo que está falando. Ele está liquidado", afirma o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).

VOTO ABERTO, O TERROR
A maior preocupação de Cunha é que sua cassação será decidida em votação aberta na Câmara. Em ano eleitoral, traições serão inevitáveis.

CONTA OUTRA...
Para tranquilizar parceiros de sua peraltices, Cunha passou o recado que o interessava: ele diz não ter o que delatar. Ninguém acreditou.

PADILHA DIZ QUE INQUÉRITO CONTRA ELE FOI ARQUIVADO
Eliseu Padilha (Casa Civil) garante, convicto, que o inquérito nº 2741, do Supremo Tribunal Federal, em que figura como investigado, já foi arquivado há muito tempo pelo próprio ministro Marco Aurélio, que no dia 17 retirou seu caráter sigiloso e determinou que os réus, incluindo o ministro, sejam identificados pelo seus nomes completos. Tratava-se de um dos "inquéritos ocultos" extintos pelos ministros do STF.

ARQUIVAMENTO
Padilha explicou que, após diligências, o inquérito 2741 do STF ganhou novo número (3305) e foi arquivado pelo ministro Marco Aurélio.

SUPOSTA FRAUDE
O inquérito 2741 foi aberto contra Eliseu Padilha, na época deputado federal, e diversos parlamentares, por suposta fraude em licitação.

SEM SEGREDO
Em sua decisão de 17 de junho último, o ministro Marco Aurélio retirou o segredo de Justiça envolvendo a investigação contra Padilha.

ELE AINDA INFLUI
Eduardo Cunha ainda manda na Câmara. Isso ficou claro quando a TV Câmara transmitiu sua coletiva, que não tinha a menor relevância. Mas a transmissão provocou a revolta de inúmeros deputados.

VÍTIMA INOCENTE
A ordem para a TV Câmara transmitir a coletiva de Eduardo Cunha foi do presidente interino, Waldir Maranhão, mas sobrou para o diretor-executivo da Comunicação da Câmara, Cláudio Lessa: ele retornava das férias e de nada sabia, mas foi demitido.

QUEM PAGA AS CONTAS?
As denúncias sobre a caríssima produção do "documentário do golpe" deixaram seus responsáveis nervosos, ameaçadores. Mas continuam escondendo o jogo, sem revelar, afinal, quem os financia.

CONEXÕES
Familiares do marqueteiro João Santana foram acionados para negar ligação dele ao "documentário do golpe". A oposição suspeita que o objetivo da milionária produção é tentar desmoralizar as investigações contra Dilma, na comissão do impeachment.

ACORDO COMERCIAL
O ministro Blairo Maggi (Agricultura) viajará para Washington, em 28 de julho, para fechar acordo de venda de carnes para os Estados Unidos. Dilma preferia privilegiar relações comerciais com falida Venezuela.

TERRA ARRASADA
"A situação está muito ruim. O governo do PT deixou o ministério arrasado", afirmou o ministro Bruno Araújo (Cidades) sobre a real situação do ministério, sucateado pelo PT.

BOA IMPRESSÃO
Causou boa impressão a visita, ontem, do ministro Alexandre de Moraes (Justiça), com diretor-geral da PF, Leandro Daiello, ao juiz Sérgio Moro a procuradores da República da Lava Jato.

FOTO É QUE IMPORTA
O novo presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, Luiz Lauro Filho (PSB-SP), tirava selfies e vídeo-seflies durante reunião do colegiado que o elegeu para o cargo. Falar de meio ambiente, nada.

ALAVANTÚ
Esta semana a Câmara parou por causa do São João. Pela primeira vez no ano, quadrilha não será motivo de insônia e sim de alegria.
Herculano
22/06/2016 07:42
da série: tudo naquilo que o político bota a mão, principalmente os do PT, dá merda e quem paga a conta dela, são todos os cidadãos - que escolhem mal por meio dos votos livres - com os pesados impostos desperdiçados, desempregos, inflação alta, sacrifícios...

FRACASSO CAMPEÃO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Polêmica desde a concepção, a operadora de telefonia Oi prostrou-se ante uma dívida de R$ 65,4 bilhões e apresentou na segunda-feira (20) seu pedido de recuperação judicial. Trata-se do maior processo do gênero na história do Brasil ?"e isso ainda é dizer pouco.

O desfecho a que a população agora assiste com estupefação constitui o traço mais expressivo da política de campeões nacionais preconizada pelo governo Lula (PT), e da proposta de criar uma supertele num mercado em que predominam empresas estrangeiras sobrou apenas a ilusão.

A operadora sintetiza alguns dos principais vícios da gestão petista: intervencionismo, uso despudorado de recursos públicos em transações duvidosas e descaso com a qualidade da regulação setorial.

Diga-se, por justiça, que se apontam problemas desde o final dos anos 1990, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O programa de privatizações de então permitiu que um grupo não experimentado no setor adquirisse a operação de telefonia fixa nas regiões Norte-Nordeste. Nascia a Telemar.

A transação suscitou críticas à época, mas pelo menos houve uma revolução regulatória no setor, com a criação da Anatel e a fixação de parâmetros claros para proporcionar concorrência e qualidade dos serviços.

Em 2008, contudo, as regras tornaram-se um estorvo aos olhos do governo Lula. Elas impediam a fusão da Telemar com a Brasil Telecom, operadora do centro-sul, da qual resultaria a sonhada supertele.

Era preciso mudar a lei que impedia o mesmo controlador de operar em mais de uma região - e assim se fez. Também se mostrava necessário abundante financiamento estatal para viabilizar o negócio ?"e isso ocorreu.

Pior, sempre houve suspeitas de conflito de interesse devido às transações obscuras da Telemar com a Gamecorp, empresa que tem como sócio um dos filhos de Lula.

De lá para cá o caso só piorou. A fusão com a Portugal Telecom, em 2013, ocorreu após um longo imbróglio societário e resultou numa companhia superendividada.

Os conflitos continuaram a sangrar a empresa e, para completar, a evolução tecnológica se encarregou de tornar obsoleto o modelo baseado em telefonia fixa.

A era Lula embarcou no caminho irresponsável de cevar pretensos campeões nacionais com dinheiro do contribuinte e reduziu a importância das agências reguladoras, que deveriam zelar pelo bom funcionamento dos setores, arbitrando conflitos em prol do interesse público.

O epílogo é um fracasso monumental que deve ser debitado na conta petista.
Almir ILHOTA
21/06/2016 20:01
ILHOTENSES;

O dia 21 de junho de 2016 se foi e com ele a esperança de vermos pelo menos um foguete para comemorar os 58 anos de emancipação política e administrativa de nossa cidade, nada, simplesmente nada, nem bolo, nem evento, nem show, missa, culto comemorativo, só o que se viu foi nosso prefeito Daniel colocar em sua pagina no face, um agradecimento, que foi visto por muito poucos, nem curtidos ou compartilhados. Triste, lamentável, pois em 8 anos do governo anterior eram belas festas com orçamento muito reduzido, mas enfim, vamos esperar este 6 meses se findarem e com ele este que foi o pior governo que ILHOTA, já possuiu. PARABÈNS ILHOTA QUERIDA.
Herculano
21/06/2016 19:18
EMPRESA-FANTASMA INVESTIGADA NA OPERAÇÃO TURBULÊNCIA PAGOU PROPINA A SENADOR E DEPUTADO, DIZ POLÍCIA FEDERAL

Senador Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL) teriam recebido propina por meio de uma empresa alvo da operação deflagrada hoje em Pernambuco. Conteúdo da revista Veja. Texto de Thiago Bronzatto e Laryssa Borges, da sucursal de Brasília. A Operação Turbulência, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, descobriu uma ligação entre uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e o senador Benedito de Lira (PP-AL) e o deputado Arthur César Pereira de Lira (PP-AL), segundo revela documento sigiloso obtido por VEJA. Alvos da Operação Lava Jato, os parlamentares teriam recebido propinas por meio de uma empresa-fantasma que integra um esquema espúrio que movimentou cerca de 600 milhões de reais desde 2010.

"Uma das empresas utilizadas pelo grupo criminoso sob apuração - a Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda. - fora beneficiária de recursos provenientes de empresas controladas por Alberto Youssef, mais especificamente a Empreiteira Rigidez Ltda. e a MO Consultoria Ltda. Tais repasses suspostamente teriam sido efetuados como pagamentos de vantagens indevidas ao senador Benedito de Lira e ao deputado federal Arthur César Pereira de Lira, conforme acordos de colaboração premiada", diz a PF, em seu pedido de compartilhamento de informações da Operação Lava Jato enviado ao Supremo Tribunal Federal, que deferiu o acesso ao inquérito envolvendo os parlamentares do PP.

As investigações que culminaram na Operação Turbulência se iniciaram em janeiro deste ano, após a PF receber um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de inteligência ligado ao Ministério da Fazenda. De acordo com o documento, as empresas Geovane Pescados Eireli e Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem Ltda. registraram movimentações de recursos de forma atípica e suspeita. Ao longo das diligências, descobriu-se, então, que se tratavam de meras firmas de fachada, utilizadas para escamotear o fluxo de dinheiro sujo e o destinatário final. Tanto a Geovane Pescados, em nome de um pescador, como a Câmara & Vasconcelos Locação, de Paulo Cesar de Barros Morato, estão envolvidas na compra do jatinho Cessna Citation PR-AFA, que caiu em agosto de 2014 e matou o então candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB), ex-governador de Pernambuco.

"O modus operandi apurado até o momento é bastante assemelhado ao investigado no bojo da Operação Lava Jato", diz a PF, destacando que as informações da Lava Jato do inquérito envolvendo Benedito e Arthur Lira são de "extrema relevância". Apesar de não serem alvos diretos da Operação Turbulência, os dois parlamentares são investigados em procedimentos que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeitas de terem recebido propina de contratos fraudados na Petrobras. Lira-pai e Lira-filho já tiveram 4,2 milhões de reais em bens bloqueados por decisão do ministro Teori Zavascki, relator do petrolão no STF.

Procurado, o senador Benedito Lira disse por meio de sua assessoria de imprensa que "não tem contato algum com o doleiro Alberto Youssef" e que "já prestou esclarecimentos à Polícia Federal". "O único recurso que o PP recebeu foi uma doação de campanha no valor de 400 000 reais, que foi declarada na prestação de contas do partido", disse. Procurado, o deputado Arthur Lira disse que não vai comentar.

Na Operação Turbulência, a PF prendeu os empresários João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite, Apolo Santana Vieira e Arthur Lapa Rosal. Lyra e Apolo são apontados como os donos do jatinho que levava Eduardo Campos durante a campanha eleitoral de 2014. A Justiça também expediu 33 mandados de busca e apreensão e 22 de condução coercitiva.
Herculano
21/06/2016 19:06
RETRATO DA ADMINISTRAÇÃO PETISTA DE GASPAR

1. Primeiro espalhou agora a tarde a notícia de que foi suspensa a reurbanização da Rua Itajaí. Espalhou também culpados, tentando livrar a responsabilidade da gestão de Pedro Celso Zuchi.

2. E para completar, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, mostrou agora a tadde - e virou líder de audiência no seu facebook - o estado lastimável e deprimente da Rua Madre Paulina, uma transversal da rua Itajaí, próxima a Verde Vale. A promessa de calçamento está resumido em lama.

3. E olha que o pré-candidato do PT para a continuidade do atual governo de oito anos é o ex-secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi. Parece até conspiração contra ele.

4. Aliás, o PT de Gaspar gosta de conspirar e sacrificar a população de Gaspar. Quem não se lembra de quanto tempo e o sacrifícios impostos aos moradores e comerciantes do Centro com a reurbanização das São José, São Pedro e Industrial Beduschi. Quem não se lembra dos anos que demoraram para se recuperar a ponte Hercílio Deecke, impondo-se sacrifícios a todos por aqui. Acorda, Gaspar!
Herculano
21/06/2016 18:41
ATÉ TUCANOS ACHAM QUE DELAÇÕES DEVEM COMPROMETER PLANOS DE AÉCIO PARA 2018, por Josias de Souza

As coisas poderiam estar tranquilas e favoráveis para Aécio Neves, pois Dilma foi afastada, Lula virou assunto para o doutor Sérgio Moro e Temer aparece nas sondagens eleitorais com um percentual nanico de 2%. Entretanto, os planos presidenciais de Aécio também se dissolvem no caldeirão flamejante da Lava Jato.

Em privado, até os companheiros de partido de Aécio avaliam que são remotas as chances de ele conseguir restaurar a biografia até 2018. O nome de Aécio frequenta os lábios de delatores com uma frequência embaraçosa. Foi citado pelo doleiro Alberto Yousseff, pelo senador cassado Delcídio Amaral, pelo ex-deputado mensaleiro Pedro Corrêa e pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Por ora, Aécio já foi brindado pelo procurador-geral da República Rodrigo Janot com um par de pedidos de inquérito no STF. O mais espinhoso destina-se a investigar denúncia reiterada por Delcídio sobre a alegada participação do grão-tucano num esquema de coleta de propinas na estatal elétrica Furnas.

Sérgio Machado, um ex-tucano convertido ao PMDB, acusou Aécio de receber dinheiro de empreiteiras por baixo da mesa. Ele cita episódio que diz ter ocorrido em 1998, quando Aécio se equipava para disputar o comando da Câmara. Com a ajuda de Machado e do ex-governador alagoano Teotônio Vilela Filho, Aécio teria amealhado R$ 7 milhões para aplicar nas campanhas eleitorais de 50 deputados do PSDB. Desse total, disse Machado, Aécio teria retido R$ 1 milhão em dinheiro vivo.

Mesmo os líderes tucanos que duvidam da culpa de Aécio acham que ele dificilmente conseguirá se desvencilhar completamente das suspeitas até 2018. Recorda-se, de resto, que há novas delações por vir. Receia-se que seu nome seja levado novamente às manchetes de ponta-cabeça depois que vierem à luz as revelações da turma da OAS e da Odebrecht.

Na sucessão de 2014, Aécio saiu das urnas como o candidato tucano que mais se aproximou da poltrona de presidente desde o término dos dois mandatos de FHC. Amealhou 48,36% dos votos válidos. Ficou apenas 3,28 pontos atrás de Dilma, reeleita com 51,64% dos votos válidos.

Nessa época, Aécio apresentava-se ao eleitorado como um gestor moderno e eficiente. Se os líderes tucanos ouvidos pelo repórter estiverem certos, ele chegará a 2018 como um dos mais promissores presidentes que o Brasil jamais terá.
Herculano
21/06/2016 18:38
FOTO FEIOSA?

Mariazinha, você tem razão. Feiosa não é a qualidade, propriamente dita. Mas, o conteúdo e intenção. Ela "feiosamente" registra o que se desmente por ai: a farsa onde o eleitor se auto engana e prejudica a cidade.
Sidnei Luis Reinert
21/06/2016 15:48
De Ronaldo Caiado:

A "campeã nacional" de Lula na área de telefonia. São quase R$ 16 bilhões tomados pela Oi junto a bancos oficiais (R$ 10 bi do BNDES, R$ 4 bi do BB e R$ 1,8 bi da Caixa). Não bastasse isso, o BNDESPar, braço de participações do BNDES, detém 4,63% do capital total da empresa (apoio financeiro via participação no capital). Olha o potencial de prejuízo aos cofres públicos! Isso é negócio do Lula e do PT! Mais uma para o legado. Foi decisivo o papel de Lula na fusão Oi-Brasil Telecom, com ajuda fundamental dos bancos oficiais, notadamente BNDES.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/06/1783621-oi-pede-recuperacao-judicial-de-r-53-bilhoes.shtml?mobile
Despetralhado
21/06/2016 14:09
Oi, Herculano

O jornal Estadão diz esta manhã que "há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a políticos e formação de caixa dois de empreiteiras".

As investigações visam apurar tudo sobre o jatinho que era usado pelo ex-governador Eduardo Campos.

Esta operação que se chama Turbulência vai pegar o PSB de Gaspar?
Mariazinha Beata
21/06/2016 13:53
Seu Herculano;

A OI afundou?
É só os petistas meter as patas que nada dá certo.
Um bando de incomPeTentes.

Este aqui;
"Um currículo de político candidato na iniciativa privada: office-boy, dono de estacionamento que não deu certo."
Também teve uma lojinha de 1,99?

A foto é com gente tão feiosa quanto mal tirada ...
Bye, bye!

A foto é tão feia tanto quanto
Morador do Centro
21/06/2016 12:44
Gaspar sem memória !

Demoliram a casa histórica do antigo posto de saúde e nada construíram no terreno, virou estacionamento público.

Agora é a vez do coreto, fecharam a parte debaixo com paredes cegas e abandonaram a obra.

Será que fecharam para os andarilhos para não passar frio ?

Será que foi a indefesa civil que fez alguma coisa ?
Sidnei Luis Reinert
21/06/2016 12:15
UM ACIDENTE DE 600 MILHÕES DE REAIS

Brasil 21.06.16 07:47
A Operação Turbulência é imensa.

Cerca de 200 policiais federais dão cumprimento a 60 mandados judiciais, sendo 33 de busca e apreensão, 22 de condução coercitiva e cinco de prisão preventiva.

Investigando a propriedade do jatinho que matou Eduardo Campos, durante a campanha presidencial, a PF descobriu um grupo especializado em lavagem de dinheiro, em Pernambuco e Goiás, que teria movimentado mais de 600 milhões de reais desde 2010.

Segundo o Estadão, "há suspeita de que parte dos recursos que transitaram nas contas examinadas serviam para pagamento de propina a políticos e formação de caixa dois de empreiteiras".

http://www.oantagonista.com/posts/um-acidente-de-600-milhoes-de-reais
Herculano
21/06/2016 12:10
A ODEBRECHET PRECISA SER EXTINTA, por Mario Sabino

A esta altura, não há dúvida razoável: a Odebrecht é uma organização criminosa disfarçada de empresa. Como tal, tem de ser totalmente desmantelada. A Odebrecht precisa ser extinta.

Está errado dizer que ela mantinha um departamento de propina. O correto é afirmar que era composta por um núcleo de corrupção cercado de departamentos que lhe serviam de fachada para roubar dinheiro público. Tanto é que a transferência para esse núcleo significava uma promoção para os funcionários.

A Odebrecht lavava o dinheiro de contratos hiperfaturados com a construção de obras mais ou menos capengas, a depender da visibilidade que elas lhe proporcionavam para a obtenção de mais contratos hiperfaturados. A fim de manter o esquema funcionando, a organização viabilizava financeiramente a eleição de políticos comprometidos com ele. Mais: a Odebrecht chegou a contratar um ex-presidente da República como lobista, para garantir um fluxo ainda maior de dinheiro público para o seu caixa, por meio de empréstimos a juros subsidiados pelos contribuintes.

Até a ascensão de Marcelo, a Odebrecht atuava como as outras empresas que há anos participam do assalto aos cofres da União, dos estados e municípios. O novo presidente da organização, no entanto, aperfeiçoou e ampliou a roubança, criando o departamento de propina que se transformou no coração de toda a estrutura.

Ele não parou por aí. A Odebrecht comprou um banco no exterior para otimizar a distribuição de dinheiro sujo aos seus cúmplices. Isso vai muito além da infiltração mafiosa no sistema financeiro europeu. É como se a máfia italiana houvesse ela própria adquirido um banco para fazer as suas transações espúrias. Marcelo Odebrecht é um gênio do crime.

Não há acordo de leniência possível com essa organização criminosa. A extinção da Odebrecht é necessária para depurar o capitalismo brasileiro e também a política do país. Ponto final.
Sidnei Luis Reinert
21/06/2016 12:06
Previsão de chumbo grosso?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

O Supremo Tribunal Federal não deve conceder habeas corpus para Eduardo Cunha frequentar a Câmara dos Deputados? É mais fácil que o STF decrete a prisão preventiva do "Malvado Favorito" que ameaça se transformar em "Delator Predileto". Cunha segue jurando que não vai renunciar. Mas já foi avisado que, se não tirar o time por vontade própria, vai parar na cadeia. Tudo pode acontecer.

Michel Temer - que ainda teme os efeitos negativos da Lava Jato sobre seus ministros provisórios - tomou a providência mais pragmática para se segurar no poder. Devolveu os "poderes" burocráticos que Dilma Rousseff tirou dos comandantes militares. A decisão foi uma sinalização de apoio à caserna, em busca de uma reciprocidade de apoio.

No momento, a única coisa que os militares não aceitam, de jeito algum, é o retorno da comandanta Dilma. Também não querem ouvir falar de "golpe". Alguns, na reserva, ainda aceitam a tese de uma "intervenção", caso ocorra uma completa ruptura institucional. Na ativa, a maioria prefere que nada de mais tenso aconteça. Na inércia, quem se beneficia, no curto prazo, é Temer.

O apoio das forças armadas é fundamental sob risco de alguma manobra golpista da petelândia - que continua falando muito, mas pouco fazendo em termos revolucionários. A sorte do Brasil é que o projeto da cúpula petista consistia em conquistar, primeiro, o poderio econômico para, depois, conquistar e consolidar uma hegemonia política. O Mensalão e a Lava Jato, no meio do caminho, atrapalharam tudo.

Por isso, não dá para acreditar que entremos em uma temporada de chumbo grosso. O velho jeitinho brasileiro não deixa. Os revolucionários daqui, ainda bem, são mais vagabundos, incompetentes e covardes que os de outros lugares. O único mal que a turma do Foro de São Paulo deixou, concretamente, foi a desestruturação da Política - que pode comprometer o futuro democrático de um País idiotizado ideologicamente e desestruturado economicamente.
Herculano
21/06/2016 10:57
OI: VAI À LONA A EMPRESA QUE SIMBOLIZOU A ERA LULA, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Afundada em dívidas, a gigante da telefonia pede recuperação judicial. Tamanho do espeto: espantosos R$ 65,4 bilhões. Um dos sócios é o BNDES

Ai, ai?

A Oi entrou com um pedido de recuperação judicial. Pois é? Está tentando um recurso para ver se evita a falência. Isso quer dizer que a empresa não tem como pagar as suas dívidas, que chegam a R$ 65,4 bilhões. Se vocês queriam ver enterrado mais um símbolo da era Lula, pronto! Eis aí.

Não custa lembrar. A Oi passou a ter esse nome depois que a Telemar comprou a Brasil Telecom, de Daniel Dantas. Ainda com o antigo nome, a Telemar resolveu, ora vejam que graça!, ser sócia de Fábio Luiz da Silva, o Lulinha, na Gamecorp.

Não só! Lula mudou a Lei Geral de Telecomunicações para permitir que a Telemar comprasse a Brasil Telecom, com financiamento do BNDES. Escrevi largamente a respeito neste blog. Cheguei a cravar uma frase: "No mundo inteiro, os negócios se fazem de acordo com as leis; no Brasil, as leis se fazem de acordo com os negócios".

Num post de 2013, cujo título vai abaixo, explico a operação.

TELEMAR OI

Ah, sim: a Oi não está conseguindo arcar com os compromissos assumidos junto à Anatel. Já assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), mas não adiantou.

Não obstante, a empresa foi muito prestativa em fazer o que não era sua obrigação: instalou uma antena para servir Lula no tal sítio de Atibaia?

Desde o começo
Desde o começo, a Telemar vem embalada em polêmica. Quem, a esta altura, deve olhar estoicamente para o horizonte é Luiz Carlos Mendonça de Barros, que chamou a turma da Telemar, o que foi revelado por um grampo ilegal, de "rataiada". O então ministro achava que o grupo acabaria se comportando mal.

Bem, a história da suposta privataria - nunca aconteceu! - é aquela em que bandidos saíram como mocinhos, e mocinhos, como bandidos.

A Telemar era formada por Previ, BNDES, Petros, Andrade Gutierrez e Grupo La Fonte, de Carlos Jereissati. Os fundos e o banco público concordaram em ficar fora da gestão, a cargo apenas dos sócios privados.

Quando Lula mudou a lei para permitir que a Telemar comprasse a Brasil Telecom, havia o discurso de que o país precisava de uma grande empresa nacional de telefonia. Pra quê? Não sei. Perguntem a quem enriqueceu ou ficou ainda mais rico. Os brasileiros não ganharam nada com isso.

E o que acontece agora?
O juiz vai analisar o pedido da Oi e decidir se autoriza ou não a recuperação. Se não autorizar, é falência. Se der sequência, há 60 dias para o solicitante apresentar um plano de recuperação.

Esse plano será submetido aos credores. Em 180 dias, dirão se concordam ou não. Havendo recusa, há a decretação da falência.

No período, a empresa para de pagar suas dívidas, mas o tal plano tem de dizer como serão saldadas posteriormente. No tempo em que durar a recuperação, as ações não podem ser negociadas em bolsa.

Nota: o mercado considera a situação da Oi irrecuperável. A maioria aposta mesmo é na falência.

Que a empresa tenha ruído um mês depois do PT, vamos convir, eis um forte simbolismo.
Herculano
21/06/2016 09:36
NÃO HÁ FICHAS LIMPAS, por Arnaldo Jabor, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Não, não sei mais analisar a situação brasileira. Os fatos estão muito à frente de qualquer interpretação, que é sempre fugaz, com uma lógica que se perde em poucos instantes.

A sensação que tenho ?" estamos reduzidos a sensações ?" é que os hábitos tradicionais do velho patrimonialismo brasileiro, com suas teias ocultas de escândalos, estão arrebentando juntos e irrompendo da lama escondida por séculos.

Uma das razões é que nossa corrupção deslavada, nosso secular desgoverno se fragilizaram neste mundo contemporâneo global e digital. Nosso atraso ficou atrasado. As informações na velocidade da luz fizeram a opinião pública acordar sem saber bem para que ainda, mas já é um avanço.

Aquele estranho país, oscilando desde sempre entre o público e o privado, está deparando com um perigo: a própria ideia de "país" está ameaçada, se esgarçando com ilhas de civilização cercadas de miséria por todos os lados. Instituições continuariam existindo, mas sem poder para regular a vida social.

A consciência do desastre é grande, mas ninguém sabe o que colocar no lugar da merda que está aí. Não sabe porque talvez não haja. Como traçar um plano político onde a política se desintegrou? O Brasil é uma quadrilha. Todos estão implicados de algum modo. Nunca existiu vida sem o Caixa 2. Nisso, o Lula acertou. Esse era o método de funcionamento "normal". Era impossível um político ignorar isso. Era normal. Agora, estão abertos os intestinos da pátria que nos pariu. E surge mais uma verdade óbvia: não há inocentes para ocupar cargos públicos. Todos são cúmplices. Não há fichas limpas. O Temer sabe disso e inteligentemente nomeou a melhor equipe econômica que já tivemos, sem contar líderes como Meirelles, Serra, Maria Silvia Bastos, Pedro Parente etc. Eles partiram para impor o óbvio na economia destroçada pelos ladrões e imbecis. Conseguirão?

A Lava-Jato está matando o velho país vira-lata, graças a Deus, mas como salvá-lo, como organizar um país melhor? Tudo funcionava mal, mas funcionava pelas regras da velha roubalheira analógica. Havia até uma certa doçura nos ladrões de galinha. Depois do PT, tudo enguiçou. Sempre achei que o PT no poder seria uma previsível ladainha de slogans comunas, de voluntarismo, de gastos públicos malucos, mas nunca supus que eles pudessem causar um estrago desse porte, com 170 bilhões de buracos negros no Estado. Isso foi o resultado da estupidez ideológica aliada à direita mais feudal do país, de Lenin a Sarney. O PT não me decepcionou apenas por seus erros; ele me fez descrente da raça humana.
Herculano
21/06/2016 09:35
NÃO HÁ FICHAS LIMPAS, por Arnaldo Jabor, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

E vamos combinar: já há uma catástrofe. Queremos não ver, mas a evidência é perturbadora. O país foi metodicamente danificado econômica e socialmente. Eu e provavelmente muitos de vocês leitores não vamos sofrer tanto com a estagflação que vivemos. Agora, os que não lerão esta coluna, milhões de desvalidos, vão sentir na carne o novo estilo para a miséria. Vem aí a nova miséria ?" um "arrière-goût", um toque de... África e Índia. Sim.

A miséria era o grande capital do governo Lula. O PT sempre teve ciúmes da miséria. Sempre que o FHC tentou cuidar da miséria, o PT reagiu como um marido enganado.

Antes, havia uma miséria "boa", controlável. Tínhamos pena, ela aplacava nossa consciência, desde que ficasse no seu lugar. A miséria tinha uma "função social". Achávamos que nosso escândalo ajudava os pobres de alguma forma. Para nós pequenos burgueses, a miséria era bandeira abstrata, a miséria dos outros era nosso problema existencial. O fim das ilusões gerou um desalento que dá lugar a um alívio quase feliz.

A situação é gravíssima e ninguém sabe como revertê-la. Como imaginar esse Congresso sujo aprovando reformas e ajustes contra o atraso, justamente eles que desejam o atraso, tão propício a roubalheiras mais tradicionais? O escândalo foi desmoralizado ?" estamos sendo arrasados pela "normalidade". Isso. Estamos nos acostumando a essa anomalia e vamos aceitando a crescente desgraça com fatalismo ou cinismo: tinha que ser assim ou dane-se...

E aí surge a turma do "precisamos", da qual eu faço parte, tristemente. "Precisamos" disso, daquilo, mas ninguém sabe como resolver. Não temos agentes executores da política do "precisamos".

"Precisamos" resolver o problema da administração nos estados e municípios, que já estão sem verbas para pagar os funcionários públicos, os hospitais sem remédio, os limpa-fossas, sei lá. "Precisamos" combater a violência, mas nada funciona para impedir o crime crescente. A polícia não tem dinheiro. Os criminosos têm grana para comprar até canhões antiaéreos no Paraguai. Não é que a violência vai apenas crescer; não há como impedi-la, com traficantes vagando de metralhadora no Centro da cidade, estuprando e matando.

Como imaginar um plano possível para salvar e melhorar as favelas no Rio ou Recife ou Alagoas, em todas as cidades principais, para além das UPPs? O que fazer? Cartas para a Redação. Esta crise é especial, talvez invencível. Em geral, as crises surgem, acontecem e, quase sempre, somem. Acabam. Até a terrível ditadura tinha um fim previsível, mas, depois de 12 anos de absurdos do PT, esta crise agora é de areia fina, de areias movediças; ela talvez não acabe, pois não tem um defeito único a combater ?" é uma miscelânea de crimes históricos. A crise não tem um inimigo só ?" é um ramalhete de equívocos.

A miséria é a ponta suja de uma miséria maior. Nós fazemos parte dela. O Brasil está contaminado de misérias. Não existe um mundo limpo e outro sujo. Um infecta o outro.

A burocracia é miséria, a corrupção é miséria, a estupidez brasileira é miséria. A miséria não está nas periferias e favelas; está no centro da vida brasileira.

Somos uns miseráveis cercados de miseráveis por todos os lados.
Herculano
21/06/2016 09:32
TEMER AMARRA GOVERNADORES, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O presidente interino, Michel Temer, está fazendo uma manobra de alto risco ao firmar rapidamente um acordo sobre as dívidas dos estados, dando aos governadores uma anistia até o fim do ano, e reduzindo paulatinamente a dívida nos outros 18 meses. Resolveu em poucos dias o que a presidente afastada, Dilma Rousseff, não resolvera em anos.

Pode-se atribuir à incapacidade de negociação política de Dilma essa mudança súbita de atitude, ou, ao contrário, à tarimba do presidente Temer, mas fica também possível a narrativa dos apoiadores do antigo governo de que na verdade o perdulário é Temer, e não Dilma.

Na verdade, é impossível afirmar que Dilma não foi descuidada e perdulária no trato da coisa pública, mas é possível estranhar de onde o governo tira tanto dinheiro para fazer acordos com vários setores, inclusive com aumentos salariais, num momento em que tenta viabilizar limite do gasto público. Estaria aí o aumento do déficit para R$ 170 bilhões?

O fato é que Temer amarrou os governadores ao sucesso de sua política econômica, pois somente se o país voltar a crescer será possível compatibilizar esse acordo de agora com as finanças abaladas do país.

A promessa de incluir os estados no decreto que limita gastos é também boa ajuda aos governadores, que serão obrigados por lei a cortar custos, revertendo erros que eles mesmo cometeram quando achavam que a bonança econômica seria eterna.

Como no verso de Vinicius de Moraes, foi eterna enquanto durou, e agora os governadores pagam o preço da desídia com que trataram o dinheiro público. O lado político do acordo com os governadores ainda tem a vantagem de conseguir apoio no Congresso para aprovar medidas econômicas que darão direção ao futuro da economia, sinalizando para os investidores que o governo interino tem forte apoio no Congresso, e, efetivado, terá condições para reequilibrar as finanças.

O programa de concessões e privatizações será lançado brevemente, a partir do momento em que os sinais advindos das aprovações no Congresso garantam aos investidores uma perspectiva segura.

Várias medidas liberalizantes estão em vias de aprovação no Congresso, como possibilidade de empresas aéreas estrangeiras poderem adquirir até mesmo 100% das nacionais, e fim da obrigatoriedade de a Petrobras investir pelo menos 30% em todos os campos de petróleo que forem licitados, sendo a operadora da exploração.

O novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, já disse com todas as letras que a estatal não tem condições de exercer essa obrigação, e o projeto do ministro das Relações Exteriores, José Serra, ainda dá o direito de a estatal decidir quando exercerá esse direito, isto é, permitirá que ela decida qual o momento ideal para ser a controladora da exploração, e quando ela, por razões próprias, abrirá mão desse privilégio que a lei lhe concede.

Há também o interesse da Petrobras de abrir mão da exigência de conteúdo nacional, que até agora só fez aumentar os custos dos equipamentos, e não conseguiu viabilizar indústria naval artificialmente montada. Todas essas sinalizações, espera o governo, darão confiança aos investidores de que o país vai no sentido de estimular os investimentos e buscar parcerias com o setor privado para voltar a crescer.
Herculano
21/06/2016 09:31
CONSPIRAÇÃO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Brasília está cheia de teorias conspiratórias na véspera do pronunciamento de Eduardo Cunha. Além de relatos de que ele estaria pressionando Temer para uma solução, e até mesmo PSDB e DEM para que mudem seus representantes na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, há quem veja no recuo de seu velho aliado Maranhão não uma traição, mas colaboração, para não aumentar a chance de o STF optar pela prisão de Cunha diante de manipulações seguidas.

O julgamento do plenário cairá em pleno recesso, e dificilmente haverá quorum para cassá-lo naquele momento, dando-lhe uma sobrevida. O mesmo objetivo, aliás, teriam tido Tia Eron e Wladimir Costa , que votaram contra Cunha no Conselho de Ética.

Segundo essa versão, Tia Eron votou contra Cunha para fazer-lhe um favor, e Wladimir da mesma forma, além de evitar que os louros fossem para o presidente do Conselho, José Carlos Araújo, que desempataria contra Cunha. Tais teorias conspiratórias só demonstram que o presidente afastado da Câmara mantém intacta pelo menos a mística em torno de sua invencibilidade. Hoje teremos uma ideia mais clara até onde vai o mito e como a realidade se imporá, caso ele renuncie à presidência da Câmara para tentar salvar a pele.
Herculano
21/06/2016 09:29
PAGANDO MICO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O ministro Geddel Vieira Lima, da Secretaria de Governo, não cansa de dizer que o governo Temer não vai deixar que o Brasil "pague mico" na Olimpíada. Deus o ouça, porque nada está fácil. Na melhor das hipóteses, a Olimpíada de 2016 vai seguir o caminho da Copa de 2014: torrentes de más notícias antes, um sucesso durante e um misto de dívidas e elefantes brancos depois.

O Planalto estava desolado ontem com mais uma manchete negativa desabando sobre o Rio de Janeiro, que continua lindo, mas... Num dia, o governador interino Francisco Dornelles decreta estado de calamidade. No outro, 25 bandidos (25?!), armados com fuzis e explosivos, invadem o hospital Souza Aguiar, matam um paciente, ferem duas outras pessoas e resgatam um famoso traficante. O Souza Aguiar tem a maior emergência do Estado e é um hospital da Olimpíada.

O mundo, que há alguns anos olhava para um Brasil alegre, promissor e pujante, agora vê um País deprimido, sem horizonte e desabando. É a propaganda do "golpe", crise econômica, corrupção, zika, chikungunya, dengue, H1N1, poluição da Baía de Guanabara, obras atrasadas. Nem a ciclovia recém-inaugurada fica de pé. Sem falar nos velhos males, como a violência urbana. Até adolescentes e crianças são ora massacrados por balas perdidas, ora tragados pelo tráfico.

As conexões dos órgãos de inteligência com o mundo são importantes, fundamentais até, para tentar detectar qualquer tipo de ameaça terrorista, num mundo em que o terrorismo visa multidões, jovens e cidadãos dos países ricos, presenças obrigatórias em Olimpíada. Mas CIA (EUA), Mossad (Israel), DGSE (França), MI-5 (Reino Unido) e SVR (Rússia) não têm nada a ver com a profunda crise do Brasil, a falência do Rio, traficantes, balas perdidas, obras atrasadas e propinas. (Sem contar, cá entre nós, que eles próprios têm levado bolas fora no combate ao terrorismo e na prevenção de ataques).

Então, quem pariu a Olimpíada (na época das vacas gordas) que a embale (nas vacas magérrimas), o que significa que o governo federal tem de despejar boa vontade e recursos no Rio e, por conseguinte, nos demais Estados igualmente depauperados. Se dá para o Rio, tem de dar para Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais... todos eles afundando em crises, atrasando salários e ameaçando o futuro político de seus governadores. Sem luz no fim do túnel.

É assim que o governo interino de Temer vive no pior dos mundos: o impeachment definitivo de Dilma Rousseff vai esticando, três ministros já caíram, outros estão na mira da Justiça e a crise na economia corrói os resquícios de otimismo. Nessa conjuntura, Temer aposta as fichas na sua equipe econômica e confia no seu taco para aprovar o que tem de ser aprovado no Congresso. Mas isso implica um sem-fim de concessões ?" e micos.

Na política, Temer cedeu cargos a torto e a direito para manter sua base aliada e chegou a nomear para a Secretaria de Futebol do Ministério do Esporte o ex-deputado Gustavo Perrella, bem conhecido depois que o helicóptero da sua família foi flagrado pela polícia transportando mais de 400 quilos de cocaína. No fim do governo Dilma, o marido da "Miss Bumbum" causou frisson. O que dizer de Perrella no começo do governo Temer?

Na economia, o presidente interino já cedeu aos funcionários do Judiciário, mesmo contabilizando o efeito cascata nos Poderes e nas demais categorias. Agora, cede ao Rio, por causa da Olimpíada, mesmo sabendo do efeito cascata nos demais Estados e, quiçá, nos municípios. Bem, e como fica o ajuste fiscal, se o rombo é de R$ 170 bilhões? Em época de cobertor curto, Temer prometeu "a revisão do pacto federativo", mas o problema é fazer um pacto com quem acaba pagando a conta: a sociedade brasileira.
Herculano
21/06/2016 09:25
A TENTAÇÃO DA DELAÇÃO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A praia do Futuro é uma das mais procuradas por quem gosta de relaxar ao sol de Fortaleza. Em torno de suas areias cresceu o bairro Dunas, endereço de mansões protegidas por muros altos e cercas eletrificadas. É numa delas que repousa Sérgio Machado, o ex-presidente da Transpetro que abastecia políticos com dinheiro do petrolão.

Depois de delatar os comparsas, o peemedebista foi premiado com o regime de prisão domiciliar. Não passou um único dia na cadeia e foi autorizado a se recolher ao conforto do lar, onde poderá matar o tempo entre a piscina, a quadra poliesportiva e a churrasqueira. Ele ainda terá autorização para sair de casa em ao menos oito datas até 2018, quando se livrará da tornozeleira eletrônica.

Machado não é o único réu do petrolão a levar uma doce vida depois de fechar acordo de delação com a Lava Jato. Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, habita um condomínio exclusivo em Itaipava, na região serrana do Rio. É vizinho de altos executivos e de um ministro do Supremo, que acumulou patrimônio como advogado de renome.

Pedro Barusco, o ex-gerente da estatal que organizava planilhas de propina, aproveita o mar em Angra dos Reis. No ano passado, foi fotografado à vontade numa cadeira de praia, dando baforadas num charuto e tomando cerveja. Ele cumpre pena em regime aberto, que dispensa a companhia da tornozeleira.

Eduardo Cunha, o deputado, levou uma vida de milionário no período em que a Petrobras era saqueada - na certa, uma coincidência. Hospedou-se nos hotéis mais caros do mundo, jantou nos melhores restaurantes e colecionou carros importados, alguns registrados em nome da empresa Jesus.com.

Agora Cunha está ameaçado de prisão e ouve conselhos para oferecer uma delação à Lava Jato, hipótese que assombra figurões no Congresso e no governo interino. Os exemplos de Machado, Costa e Barusco devem ajudá-lo a decidir
Herculano
21/06/2016 09:21
A UNIÃO CEDEU, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

O governo decidiu fazer um acordo a qualquer custo. A União está cheia de rombos, mas decidiu ceder aos estados para fazer um acordo sem eles terem se comprometido com contrapartidas. Durante seis meses os estados nada pagam e depois em 18 meses os pagamentos terão descontos decrescentes. O governo diz que o custo será de R$ 50 bilhões, mas nada impede que esse valor aumente.

Os estados estão em situação difícil, mas nem todos têm o mesmo quadro. Os maiores devedores são os grandes estados e eles é que serão os beneficiários dessa concessão feita pelo governo federal. A dívida de São Paulo é 40% do total. Piauí já quitou sua dívida. É tão grande o débito paulista que seu desconto será maior do que o dos outros ?" R$ 400 milhões por mês - mesmo assim ele pagará uma parte da dívida, nestes seis meses de carência de todos os outros. Mas as concessões não ficaram só nisso: o governo concordou em alongar por mais 20 anos a dívida, e dar um prazo de dez anos na dívida junto ao BNDES. O presidente em exercício, Michel Temer, disse que "depois de um longo inverno uma luz se acendeu no horizonte". A conta dessa luz pode ser alta demais.

A situação em que o país está, com o Tesouro no vermelho e os estados inadimplentes, é resultado da mesma irresponsabilidade. Os estados e a União acharam que a alta da arrecadação era para sempre. O Rio errou mais porque teve uma receita extraordinária, que todos sabem que é finita e oscilante, e a tratou como se fosse permanente e estável, criando despesas obrigatórias.

O Espírito Santo também é dependente da receita de petróleo, mas ao chegar ao poder em 2015, o governador Paulo Hartung com a sua secretária de Finanças Ana Paula Vescovi, hoje secretária do Tesouro Nacional, sabiam que não poderiam pagar todos aqueles compromissos assumidos no Orçamento. Numa negociação difícil com a Assembléia Legislativa, Hartung refez o Orçamento que recebeu da antiga administração e mostrou que teria que cortar despesas. Quem agiu antes, está em situação menos difícil.

A origem da dívida, no fim dos anos 90, foi uma negociação bem-sucedida. O governo federal na administração Fernando Henrique salvou os estados de dívidas caras junto ao mercado e ficou sendo o credor. De início houve subsídio e durante todo o tempo, porque o Tesouro paga mais caro pela sua dívida do que cobra dos estados. O fato é que por vários erros, e pelas circunstâncias atuais, de queda de receita, o país chegou a um momento em que nenhum dos entes federados consegue pagar os mais urgentes dos compromissos.

O governo Michel Temer está premido pelo fato de ser uma administração interina, pelo tempo dado pelo STF para que se negocie, e pelas urgências dos estados. Foi pedido aos estados que aceitem um limite nas despesas igual ao que está na PEC do teto das despesas federais. A vantagem os estados terão de imediato, a contrapartida é ainda incerta.

O Rio terá um tratamento diferente, pela Olimpíada que acontecerá no estado em menos de dois meses, e há gastos que são inadiáveis. Esse é a única razão que particulariza o Rio, porque a União não pode achar que há entes federados mais importantes do que outros.

O governo federal está há três anos em déficit primário e terá um quarto ano no vermelho, na pior crise fiscal da história do país. Mesmo assim, o presidente Temer decidiu aumentar o custo federal para socorrer os estados. Dentro de dois anos eles terão que pagar os juros normais e mais o que deixar de ser pago agora. Haverá então um novo pedido de moratória.
Herculano
21/06/2016 09:19
REGISTRO

Quem aniversaria hoje é o presidente do PSDB de Gaspar, o advogado Renato Nicoletti.
Herculano
21/06/2016 09:17
"INQUÉRITO OCULTO" NO STF TEM PADILHA COMO ALVO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Ao abrir a caixa preta com inquéritos ocultos, onde os réus nem sequer apareciam como investigados, o Supremo Tribunal Federal encontrou um inquérito (nº 2741) aberto contra o então deputado e atual ministro Eliseu Padilha (Casa Civil), e outros deputados federais e estaduais, sobre supostas fraudes em licitação. O ministro Marco Aurélio ordenou que o nome do ministro, e não apenas suas iniciais, constem da ação.

PGR SOLICITOU
O inquérito que tornou Eliseu Padilha investigado por "indícios de crimes" foi solicitado pelo Procurador-Geral da República.

TEM GRAVAÇÕES
Entre as provas contra Padilha, anexadas ao inquérito, há uma lista de DVDs cujo conteúdo permanece restrito à defesa e a procuradores.

PF FAZ DILIGÊNCIAS
Atualmente, o inquérito contra o ministro Eliseu Padilha & outros está na Superintendência de Polícia Federal do Rio Grande do Sul.

LONGA REUNIÃO
Esta coluna aguardou a defesa de Eliseu Padilha até o fechamento desta edição, mas ele se manteve todo o tempo "em reunião".

MANOBRAS PROTELAT?"RIAS DE DILMA SURTEM EFEITO
O senador relator Antônio Anastasia (PSDB-MG) já admite atraso maior que o esperado no julgamento do impeachment, favorecendo a estratégia dilmista de postergar o caso. Ainda serão ouvidas 29 testemunhas do PT, com a habitual embromação assegurada por decisões do ministro Ricardo Lewandowski, do STF. Anastasia achava que o caso estaria concluído até 2 de agosto, mas, com as manobras, isso só deve ocorrer entre os dias 9 e 10. Com isso, a decisão final do plenário pode ficar para setembro.

ATRASO É DEFESA
Se forem realizados quatro depoimentos por dia, somente em 28 (e não 17) de junho terão sido ouvidas todas as "testemunhas de Defesa".

PRAZO DEFINIDO
Apesar de favorecer Dilma, Lewandowski quer presidir o julgamento. Mas o mandato dele na presidência do STF termina em 10 de setembro.

CONTRA O TEMPO
O PT quer usar novas manobras regimentais para tentar retardar ainda mais a conclusão do processo. Já o governo Temer corre contra o relógio.

PIOR QUE ESTÁ, FICA
O PT ficou apavorado com a ameaça do ex-tesoureiro preso João Vaccari Neto de fazer delação, entregando o que sabe sobre o partido, Lula etc. "O que está feio, pode piorar", diz dirigente petista com voz trêmula.

COMBATE À CORRUPÇÃO
O governo definiu como prioridade o projeto que cria novas regras para escolha e atuação de diretores-executivos e conselheiros de fundos de pensão. "A proposta inibe a corrupção", diz André Moura (PSC-SE).

PAVÃO MISTERIOSO
Continua o mistério: ninguém sabe quem financia a caríssima produção do "documentário do golpe", mobilizando cerca de quinze "profissionais" que se comportam como militantes do PT, na comissão do impeachment.

OVERDOSE DE CAFEÍNA
Lindbergh Farias (PT-RJ) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), investigados na Lava Jato, dizem que só recebem para "café e água" os militantes petistas de João Santana, que produzem um "documentário do golpe", no Senado.

PÉ NA ESTRADA
O governo prepara um cronograma de viagens para o presidente Michel Temer. A ideia é iniciar no Nordeste após as festas de São João. Temer já teve de cancelar recentes viagens a Alagoas e Pernambuco.

MARCANDO POSIÇÃO
Segundo o deputado Glauber Braga (RJ), seu partido, o PSOL, vai lançar candidatura própria na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados. Mas nem eles acreditam minimamente em vitória.

PEDIDO ACEITO
O presidente Michel Temer vai aumentar a presença das Forças Armadas na segurança das Olimpíadas, antes em 85 mil. O pedido é do governador Francisco Dornelles (PP), após ameaça de terrorista do "Estado Islâmico".

O LEWANDOWSKI É OUTRO
O Lewandowski que foi demitido da campanha de Donald Trump é outro: Corey Lewandowski não é parente do presidente do Supremo Tribunal Federal, nem do atacante do Bayern de Munique, Robert.

PENSANDO BEM...
...após recuar de documentos que assina, o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão, desmoralizou até o dito popular segundo o qual "vale o escrito".
Herculano
21/06/2016 09:01
O PETROLÃO É DO PT, por Kim Kataguir, um dos lídres do Movimento Brasil Livre, para o jornal Folha de S. Paulo

Os petistas estão alvoroçados com a delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado - ao menos é o que fazem parecer. Até Dilma, que deve ter se esquecido de que "não respeita delatores", tentou colocar a delação de Machado em sua defesa. "Estão vendo?! Tiraram uma presidenta honesta do poder para colocar os ladrões do petrolão!". Insistindo no raciocínio esquizofrênico que joga o impeachment contra a Lava Jato, aqueles que ainda têm coragem de defender a quadrilha vermelha esquecem quem são os verdadeiros protagonistas do maior escândalo de corrupção da história do país.

O esquema do petrolão foi montado, essencialmente, para garantir a governabilidade. Parlamentares recebiam propina para votar de acordo com o governo. Numa República na qual o poder é dividido em três partes, como é o caso da brasileira, quem governa é quem detém o Executivo. O PT esteve no controle deste Poder durante os últimos 13 anos. Agora, a pergunta de um milhão de dólares: a quem interessa um esquema de corrupção que ajuda a governar?

Se a lógica não bastar - quando falamos de petistas, ela nunca basta?", podemos partir para as evidências. O vice-presidente da construtora Engevix, Gerson de Mello Almada, que foi preso no início de 2015 na sétima fase da Operação Lava Jato, afirmou que "o apoio no Congresso Nacional passou a depender da distribuição de recursos a parlamentares" e que houve "arrecadação desenfreada de dinheiro para as tesourarias dos partidos políticos" para bancar campanhas eleitorais.

Arrecadação esta que, ao que indica outra delação, também financiou a campanha de Dilma em 2014.

Segundo a revista "Istoé", Marcelo Odebrecht disse em delação que Edinho Silva, então tesoureiro da campanha petista, teria pedido R$ 12 milhões "por fora" para serem repassados ao marqueteiro João Santana e ao PMDB. Segundo a revista, Odebrecht teria confirmado com Dilma se realmente deveria fazer o pagamento. "É para pagar", teria respondido a presidenta honesta.

Não podemos nos esquecer, é claro, de Lula. O ex-presidente era peça-chave do esquema. E quem diz isso não sou eu, mas o procurador-Geral de República, Rodrigo Janot. Para Janot, "essa organização criminosa jamais poderia ter funcionado por tantos anos e de uma forma tão ampla e agressiva no âmbito do governo federal sem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dela participasse."

Lula também governou. Pacificar parlamentares com propina também era interesse dele. Como o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e o procurador da República Deltan Dallagnol, que coordena a força-tarefa da Lava Jato, já afirmaram, os esquemas do mensalão e do petrolão são uma coisa só: dinheiro público para comprar base parlamentar. A corrupção como método de governo.

O impeachment não é uma conspiração contra a Lava Jato. Quem foi às ruas pelo impeachment também o fez pela operação. O impeachment é contra o governo mais corrupto da história do país. Michel Temer, sendo vice-presidente da República, tem a obrigação constitucional de assumir o governo. Tem defeitos? Sim, muitos. Mas está longe de ser o líder do esquema que transformou o Estado brasileiro no financiador de um projeto criminoso de poder. Talvez seja isso que incomode os petistas.
Herculano
21/06/2016 08:49
LÉXICO DA POLÍTICA EMPODERADA, por Mário Sérgio Conti, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Agenda positiva: Adiamento definitivo de tarefas inadiáveis desde o século 18.

Agronegócio: Capitalismo extrativista vigente em Goiás e adjacências. Cf. A vocação do Brasil é a agricultura.

Avenida Paulista: Via de lazer, protesto e camelotagem, afazeres que congestionam o assalto ao poder.

Blindagem espiritual: Pai Isaac faz amarração total com búzios e cabala. Pagamento depois dos resultados.

Brado retumbante: "Não mandam nessa nega aqui", apud Tia Eron.

Brado vintage: "Ordem e progresso", apud Augusto Comte. Cf. "lábaro que ostentas estrelado" + "não fale em crise, trabalhe".

Coletivo: Divisão em nichos, tribalização. P. ex. Coletivo de Chefs de Guaianases; Coletivo de Evangélicos Trans; Coletivo de Taxistas Contra Maluf.

CPF na nota: Não precisa, o Alckmin fez com que esse bagulho virasse uma merreca.

Curadoria: Aparelhar o trabalho alheio. Do curador de um debate sobre sinuca ao de um torneio de mesóclises, passando pela curadoria da agenda do chefe, qualquer um pode ser Nelson Motta, curador do Festival Sonoridades.

Condução coercitiva: Ir de busão do gueto ao trampo e vice-versa.

Da hora: Sem futuro. P. ex. "O Brasil é da hora".

Democracia: "O voto é a arma do cidadão; e o cassetete é o voto do governo", apud Millôr Fernandes (ao ler Adorno).

Desigualdade de gêneros: Os manos exploram as minas, apropriando-se de seus corpos. Seu fundamento é a força.

Desigualdade social: Uma classe explora outra, apropriando-se do seu trabalho. Sua força é a ideologia.

Dia de outono. "Quem não tem teto não mais o terá. Quem só está sozinha ficará. Irá ler, velar, longos e-mails escrever e pedalará sem paz entre folhas mortas", apud Rilke, transcriado para o inverno de Dilma.

Empoderamento: Corrente feminista inspirada em Madame de Pompadour, empoderada por Luís 15. Daí a ponderação machista que atrás de toda poderosa despudorada há um imponderado.
Herculano
21/06/2016 08:49
LÉXICO DA POLÍTICA EMPODERADA, por Mário Sérgio Conti, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Empreendedorismo: Faina de um desempregado para se tornar patrão e proletário de si mesmo, passando a desfrutar da insegurança da remuneração imprevisível.

Food Truck: Carrinho de cachorro-quente ou pipoca empoderado pelo hipster-empreendedorismo.

Gourmetização: Botar trufas no miojo; empoderar lixo com luxo.

Job: Trabalho sazonal da aristocracia do precariado; bico; frila.

Lei Antiterrorismo: Cassetete jurídico para baixar no lombo da galera sem teto nem terra, black bloc, pussy riot e similares.

Leviandade: Falar das tramoias de Temer, Aécio, Renan, Neymar, Sarney etc. Sinônimos: ignomínia; não vamos prejulgar.

Michelzinho: "Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste! Criança, não verás nenhum país [ou pai] como este!", apud Olavo Bilac.

Mimimi: Onomatopeia do ruído emitido por petistas quando do recrudescimento da luta de classes.

Mout: Acrônimo de Military Operations in Urban Terrain, táticas bélicas boladas pelo Pentágono para enfrentar rebeliões em metrópoles. Estará em ponto de bala na Olimpíada. Cf. Bope, UPP, Força Nacional.

Nova Direita: Dar com o ponto de exclamação na testa dessa gente! Espancar mortadelas com vulgaridades e baixarias. Pregar pogroms de todos os corruptos, desde que petistas.

Nova Esquerda: Papa Francisco.

Per ardua ad astra: O Brasil se preparou cinco séculos para Temer.

Ponte para o futuro: Pinguela para o passado. Cf. Marilena Chauí.

Perversão coxinha: Tatuar "Michel" numa nuca bela, recatada e do lar.

Precariado: Classe decorrente da falta de empreendedorismo do exército industrial de reserva.

Roberto Schwarz: "Bolsista" que "da vida prática não entende nada" e, "inerte diante das transformações do mundo", busca contê-las num "esquema teórico já perempto", o marxismo, apud "Diários da Presidência 1997-1998", de FHC. Antídoto: Arnaldo Jabor.

Semiparlamentarismo: Impedir que a maioria social vire maioria política.

Vazar: Ir-se como água a ser retida pela panela, que se faz necessária num protesto acústico. Jogada na pia, entra pelo cano.

Vergonha alheia: Sentimento de superioridade diante das asneiras de outrem; o cálido afeto que a afaga, leitora, ao ler esse léxico.

Zona de conforto: Propaganda de bancos.

Zona de desconforto: Atibaia, Astúrias, Maricá.
Herculano
21/06/2016 08:28
IRRESPONSÁVEIS

Sidney. Esta negociação das dívidas do estado que você muito bem questiona como eleitor e cidadão, ela, na verdade é a fruto de chantagem dos governadores e deriva agora para compra do mandato de Michel Temer. Ela revela a irresponsabilidade administrativa de todos (governadores e a administração Federal).

Mostra o péssimo governo de Raimundo Colombo, PSD, que aumentou durante a sua administração o endividamento do Estado em quase 150%, criando despesas, boquinhas e diminuindo investimentos. O governo fica tuitando, por exemplo, ressaltando o acréscimo do turismo da Serra - sua origem onde ainda não deixou de ser o prefeito de Lages -, mas a Serra do Rio do Rastro está as escuras. E assim vai...

Só ele, Raimundo colombo, o ainda prefeito de Lages, para inventar o tal pagamento das dívidas de Santa Catarina ao governo Federal por juros simples. A desonestidade do político, administrador e governador está em não propor a mesma cobrança de juros simples para os que devem ou atrasam (cidadãos e empresas) obrigação para com o governo do estado.

Pior. Na dita "grande imprensa" de Santa Catarina, há gente (colunistas, repórteres e editores) que defenda esta aberração contábil e fiscal, como se fosse algo natural e necessário. E a princípio, um jornalista não seria necessariamente um analfabeto, um ignorante ou um desinformado. Todavia, pode ser então um preguiçoso, um chapa branca ou um correligionário.
Sidney Antonio Hostert
21/06/2016 00:02
Deverá ser chamado de "golpe" o acerto financeiro que Temer proporcionou aos estados?
Farão os estados uso correto deste acerto?
A oposição atual finalmente voltará as origens (de onde não deveria ter saído) cobrando o bom uso deste acerto?
Herculano
20/06/2016 20:35
MAIS UM DESASTRE DA INTERFERÊNCIA DO GOVERNO DO PT NA PROTEÇÃO DE EMPRESA PRIVATIZADA EM DIFICULDADES. OI PEDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DE R$ 65 BILHÕES, A MAIOR DA HIST?"RIA DO BRASIL

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. A operadora de telefonia Oi pediu recuperação judicial nesta segunda-feira (20). No total, a empresa incluiu R$ 65 bilhões em dívidas no processo.

É o maior pedido de recuperação judicial já protocolado no país. Em abril, a Sete Brasil, empresa criada para fornecer sondas para o pré-sal, declarou à Justiça ter dívidas de R$ 19,3 bilhões.

Em abril, a empresa tentou uma "recuperação branca", em que ficaria alguns anos sem pagar os credores locais e trocaria a dívida com estrangeiros por participação na empresa. À época, credores ouvidos pela Folha disseram que a empresa seguiria para uma recuperação judicial caso o plano não fosse aceito por mais de 95% do grupo.

Para um credor, a negociação privada é melhor que a judicial porque oferece descontos maiores (acima de 80%) e prazos superiores a 15 anos.

Também na segunda, a Oi divulgou que havia conseguido 180 dias para renegociar suas dívidas com credores em acordo com o BNDES.

O contrato com o banco de suspensão da dívida foi assinado em maio, mas só foi divulgado na segunda como parte de documentos relativos ao processo de renegociação com credores.

No dia 10, o então diretor-presidente da empresa, Bayard Gontijo, renunciou ao cargo. Ele havia assumido o cargo no início do ano, após saída repentina de Zeinal Bava, que renunciou após calote de quase 1 bilhão de euros da holding Rioforte, do Grupo Espírito Santo, maior sócio da Portugal Telecom, com quem a Oi estava se fundindo.

Ao assumir, Gontijo havia prometido reestruturar a pesada dívida da empresa.

Gontijo foi substituído pelo diretor financeiro Marco Schroeder.

A Oi encerrou o primeiro trimestre do ano com prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão. Em março, a dívida líquida da empresa estava em R$ 40,84 bilhões ?"alta de 7% ante o fim do ano passado, enquanto o caixa disponível ficou em R$ 8,53 bilhões, queda de 49,3% sobre o trimestre imediatamente anterior.
Herculano
20/06/2016 20:29
ESTADOS ACEITAM PROPOSTA DA UNIÃO E SO VOLTARÃO A PAGAR AS DÍVIDAS EM 2017

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Eduardo Cucolo, Gustavo Uribew, Machado da Costa, Marina Dias e Valdo Cruz, da sucursal de Brasília. Após uma nova rodada de negociações, Estados e União selaram o acordo para a renegociação da dívida. A maioria dos Estados só voltarão a pagar suas dívidas a partir de 2017. São Paulo, Minas Gerais e Rio Janeiro ainda terão novas rodadas de negociações para definir suas situações.

O anúncio foi feito pelo presidente interino, Michel Temer, na tarde desta segunda-feira (20), por meio de sua conta no Twitter.

A proposta que foi aceita dá uma carência de 24 meses, sendo que nos 6 primeiros o desconto será de 100%. A partir de janeiro de 2017, esse desconto será reduzido gradualmente, em 5,55 pontos percentuais por mês, até junho de 2018.

Os 14 Estados que detêm liminares no STF que suspendem o pagamento das dívidas deverão retirar as ações e pagar esse resíduo em 24 meses.

A renegociação das dívidas também alonga em 20 anos os pagamentos dos débitos com a União. Os descontos dados nesses primeiros 24 meses serão cobrados ao final desse período de carência.

As dívidas com o BNDES serão alongadas em mais dez anos, com quatro anos de carência. Neste caso, ficaram de fora as dívidas contraídas pelos Estados relativas à Copa do Mundo, realizada em 2014.

Apesar da carência maior, o impacto fiscal para o governo federal da proposta que foi aceita é semelhante a de propostas feitas anteriormente, aproximadamente R$ 28 bilhões. Esse valor, se recomposto com juros, após o período de carência.
Herculano
20/06/2016 20:23
AO RENEGOCIAR AS DÍVIDAS, TEMER CONVERTE GOVERNADORES EM ALIADOS AUTOMÁTICOS, por Josias de Souza

O acerto para a renegociação das dívidas dos Estados com a União potencializou a impressão de que o governo de Michel Temer exibe na área econômica uma funcionalidade que o distingue da gestão de Dilma Rousseff. Confirmando-se o entendimento, o presidente interino marcará em 39 dias um gol que a presidente afastada tentava marcar, sem sucesso, há seis anos e meio

Ao conceder um balão de oxigênio aos tesouros estaduais, Temer transformou os governadores em aliados automáticos da política econômica do seu governo. O êxito da estratégia de cintos apertados do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) passou a interessar a todos. Se a coisa funcionar como Brasília imagina, os governadores ajudarão o Planalto na tramitação legislativa do ajuste fiscal.

De resto, o governo desarmou uma bomba que fazia tic-tac nos escaninhos do STF - os 14 Estados que haviam obtido liminares suspendendo o pagamento das parcelas mensais de suas dívidas comprometeram-se a desistir das ações. As prestações atrasadas serão parceladas em 24 meses.

Se não existisse Lava Jato, Michel Temer talvez estivesse rindo de orelha a orelha.
Herculano
20/06/2016 20:23
AO RENEGOCIAR AS DÍVIDAS, TEMER CONVERTE GOVERNADORES EM ALIADOS AUTOMÁTICOS, por Josias de Souza

O acerto para a renegociação das dívidas dos Estados com a União potencializou a impressão de que o governo de Michel Temer exibe na área econômica uma funcionalidade que o distingue da gestão de Dilma Rousseff. Confirmando-se o entendimento, o presidente interino marcará em 39 dias um gol que a presidente afastada tentava marcar, sem sucesso, há seis anos e meio

Ao conceder um balão de oxigênio aos tesouros estaduais, Temer transformou os governadores em aliados automáticos da política econômica do seu governo. O êxito da estratégia de cintos apertados do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) passou a interessar a todos. Se a coisa funcionar como Brasília imagina, os governadores ajudarão o Planalto na tramitação legislativa do ajuste fiscal.

De resto, o governo desarmou uma bomba que fazia tic-tac nos escaninhos do STF - os 14 Estados que haviam obtido liminares suspendendo o pagamento das parcelas mensais de suas dívidas comprometeram-se a desistir das ações. As prestações atrasadas serão parceladas em 24 meses.

Se não existisse Lava Jato, Michel Temer talvez estivesse rindo de orelha a orelha.

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