19/09/2016
A CONTINUIDADE I
Depois do PT nacional orientar e quase obrigar os petistas candidatos à não “esquecerem” da defesa pública do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ameaçado por denúncias na Lava Jato, Lovídio Carlos Bertoldi, candidato à sucessão do prefeito Pedro Celso Zuchi aqui em Gaspar, mudou radicalmente de tom. E faz isso, após fazer desaparecer também a cor vermelha bem como a estrela da propaganda eleitoral partidária, de esconder o vice e catapultar o amuleto de pesquisa chamado “prefeito Celso”. No debate de sábado passado promovido pelo Cruzeiro do Vale, Rádio Sentinela do Vale e TV Gaspar – um sistema via internet -, Lovídio disse com todas as letras que ele é a continuidade da atual administração petista. Foi convicto, firme, claro sobre esse assunto logo na abertura do debate e no decorrer dele. Assumiu riscos. E por que? É que Lovídio e o PT não possuem mais, nesta altura do jogo, muitas alternativas. Jogam com tudo é para diminuir o tamanho do revés. E se Lovídio é a continuidade, há coisas que não vão bem para o lado do PT, do “prefeito Celso” e por consequência do candidato Lovídio, preparado durante mais de sete anos para este embate que se tornou quase inglório.
A CONTINUIDADE II
E quem lembrou isso durante o debate? A professora, vereadora e candidata Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Talvez para ser coerente ao tema da sua campanha: mudanças e que até um concorrente ensaiou plagiar na propaganda no final de semana. Ela foi direta, naquilo que os outros sabiam, mas, mais uma vez preferiram o silêncio. Perguntou: “se o senhor representa a continuidade do que se fez até, é de se esperar que continuem as faltas de vagas nas creches, os problemas do Hospital, as filas nos postos de saúde, a espera na policlínica...? Lovídio desconversou. Preferiu falar em obras. Aliás, Gaspar precisava deste debate. Ele mostrou de forma insofismável, a razão pela qual a maioria dos candidatos não queria que este tipo de embate democrático por aqui. Chega de sabatina morna, até porque parte da imprensa ou não está preparada, ou não possui dados da incoerência, ou está com medo da ressaca, ou não conhece os reais problemas do município. O debate serviu para tirar algumas máscaras.
A CONTINUIDADE III
Num ambiente de fracas perguntas dos jornalistas, radialistas, apresentadores e representantes das entidades empresariais (e ficou, mais uma vez, faltando as do povo), Gilberto Schmitt, editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, salvou-se nesse marasmo pelo menos uma vez, antes que tudo esquentasse quando os candidatos puderam perguntar entre si, num exercício sem resultados para salvar as próprias peles e ao mesmo rempo, tentar arranhar as dos adversários, feitas de miçangas que douram à fantasia dos seus planos de Governo (está tudo gravado). Na pergunta sobre saneamento, Gilberto tascou o que todos querem saber: se Lovídio é a continuidade, na sexta-feira, o jornal Cruzeiro do Vale mostrou que entre pouco mais de cinco mil municípios, Gaspar está exatamente no 3.656º na eficiência administrativa de seus recursos e resultados. Vergonhoso sob todos os aspectos. Lovídio gaguejou (e por dentro, certamente, praguejou o Gilberto e o Cruzeiro, apesar de “agradecer” a pergunta). Tentou desqualificar o levantamento do Datafolha como se isso melhorasse o desempenho da administração que ele quer continuar. Ela está reprovada; simplesmente isso. Precisa ser revista e melhorada. E a maioria dos candidatos não tem a mínima noção de como fazer isso. Jogaram soluções aos ventos. Nem sabe como essas soluções são possíveis de serem realizadas, quanto custarão e de onde virão os recursos para a mágica que anunciam ao destinto público
A CONTINUIDADE IV
Mas, o que aconteceu no caso do PT de Gaspar se perder tanto, a ponto de que seja uma temeridade eleitoral defender a continuidade do “prefeito Celso”? O PT nasceu e cresceu com um discurso humano, voltado aos pobres, aos vulneráveis, aos excluídos prometendo-se resistência e oferecendo-se o utópico com a participação da força popular. Esse mesmo PT nacional – feito de gente intelectualmente esclarecida e marqueteiros que nunca foram esquerdistas ou socialistas, mas afeitos unicamente à propaganda como arma de sedução e de cara recompensa pelos serviços profissionais prestados, veja o já preso na Lava Jato, João Santana- tocou as mentes e corações dos analfabetos, ignorantes, desinformados, assistidos de todas as formas, gente que acreditava na causa. E essas soluções mágicas e utópicas, estão indo embora feitos nos votos fáceis, na lábia, no constrangimento sobre gente séria que deram poder ao PT e sofrimento, desemprego, inflação aos seus eleitores.
A DESCONTINUIDADE I
O PT que se desmancha, fala apenas em obras físicas e não as sociais, o cerne de seu discurso original. Enganação. O PT daqui faz a mesma coisa. Até na “participação” popular arrogantemente se negou. No caso do Orçamento Participativo, como mostrou Andreia, ele enfraqueceu as Associações de Moradores, quando não as aparelhou para seu jugo. No caso dos empreendedores, como mostrou Kleber Edson Wan Dall, PMDB, criou uma distância proposital com os investidores. Para Lovídio, de forma equivocada, a continuidade do atual governo são obras físicas que pontua, muitas malfeitas, outras inacabadas, algumas com dúvidas, e um bom número paradas. E as pessoas? Nas portas dos postos de saúde, farmácia, policlínica, do hospital, engarrafadas no trânsito, sem creches, quase sem ônibus urbano, sem contra turno, sem de saneamento, sem transparência, sem diálogo. A obra do acolhimento que o PT usou como discurso para seduzir gente fraca, ficou de lado. As pessoas saíram do centro da atenção do PT. E é por causa dessas obras físicas – a que distribui poder, associação com poderosos e corrupção - que o PT está enrolado com mensalão, petrolão, fundos de pensão, eletrolão, BNDES etc. Feriu à sua própria credibilidade. Custou caro à Dilma Vana Rousseff e leva à defesa, Luiz Inácio Lula da Silva. E o PT de Gaspar, também poderá fechar um ciclo de resistência naquilo que restou do PT de Blumenau e que manda aqui, Brusque e Itajaí, e que virou nanico em Joinville, Chapecó, Florianópolis, Criciuma....
A DESCONTINUIDADE II
Resumindo. Nada é diferente no PT de Gaspar no que tange ao cansaço das mesmices. Outra e fundamental. Com o PT fora do poder central (Brasília), como continuar algo (obras) que precisa de dinheiro, muito dinheiro, em época de crise econômica, exatamente provocada pelo PT? Pior, e como o PT não sendo mais o dono dos cofres que saqueou pela incompetência, erro e até corrupção, vai ele prover essa continuidade que se propala aqui, exatamente daquilo que está descontinuado? Se quando o PT tinha a chave do cofre não conseguiu trazer as verbas para fazer a catapulta do seu discurso eleitoral com Lovídio e o “prefeito Celso”, como fazê-lo agora? Como convencer os desinformados, a patrulha, o aparelho e mamadores de sempre, de que se fará tudo isso fora do poder Central e ainda, desqualificando o novo dono do poder legalmente constituído? Pior: os candidatos do PMDB e PSD estão na mesma linha do PT que se enfraquece. Dizem eles que vão fazer obras físicas, mas não apontam como, não provam como vão obter recursos para executarem o que prometem, não conhecem seus próprios planos de governo que registraram na Justiça Eleitoral, falam de planejamento reiteradamente, mas demonstram não conhecerem o significado apropriado dessa palavra técnica. Tem gente que finge ser oposição, mas parece ser também a continuidade de algo que está podre, comprometido e está levando ao enfraquecimento do PT daqui. Acorda, Gaspar!
BARRADOS I
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, PMDB, declarou voto em Kleber Edson Wan Dall, exatamente na semana em que Kleber foi na presidente do Sindicato Rural, a Ivanildes Rampelotti, anunciar que traria de volta à Agricultura ao status de secretaria, criada pelo Adilson, e riscada do mapa pelo PT com os votos do PSD, PSB e do José Hilário Melato, PP, parceiro de Kleber. Eu escrevi aqui que Adilson voltaria pelas portas da frente da prefeitura se o Kleber fosse eleito. Um bafafá danado com a repercussão do voto aberto de Adilson e o meu comentário. Kleber quer o apoio e votos de Adilson, mas não quer que ele os declare em público. Kleber nem agradeceu esse apoio de Adilson. Ingratidão. Pressionado pelo PMDB e pela própria família, pois é genro do ex-prefeito e do presidente de honra do PMDB de Gaspar, Osvaldo Schneider, o Paca, Adilson, mais tarde, escreveu aqui que vai dar voto em Kleber. Entretanto, não fará parte do governo dele. O PT, o que diz jogar limpo na campanha e pede que todos façam assim com ele, explora esse apoio, achando que vai levar vantagem nisso.
BARRADOS II
Mas, a ingratidão do PMDB e de Kleber foi mais além. Virou humilhação. Na semana passada o vereador Ciro André Quintino, PMDB, fez um comício da sua campanha para os seus. Kleber foi lá apoiar e pedir votos. Adilson também, afinal ele é o cabo de Ciro desde a eleição passada. O que aconteceu à entrada do comício? Adilson foi barrado. E por que? Para não ser visto e ser fotografado ao lado de Kleber, ao lado de Ciro. Quer mais? Tem, sim senhor! Delgio Roncaglio, PMDB, candidato a vereador, fez também o seu comício. E o que aconteceu? Adilson não pode entrar nele enquanto Kleber estava lá. Pode isso? Se um candidato tem essa atitude para com uma liderança, cabo eleitoral que declara votos ao candidato e partido, que está refazendo toda uma trajetória para voltar ao PMDB, o que fará quando e se eleito? "Ninguém vai colar pegadinhas no meu jeito sincero de ser. Não vou cair nas armadilhas de vocês", advertiu Kleber ao PT de Lovídio durante o debate de sábado. Mas, esta armadilha não foi colocada pelo PT, e sim pelo própria dualidade do PMDB.
BARRADOS III
E coube a Lovídio durante o debate lembrar a ingratidão de Kleber para com Adilson: foi Adilson quando prefeito que deu mais um daqueles empregos públicos comissionados que fazem a trajetória de Kleber até aqui. Só para lembrar aos que estão distantes desta história. Adilson foi eleito prefeito pelo PMDB batendo Zuchi. Ele é um peemedebista histórico. Pressionado durante a sua gestão pelo partido, Adilson se desentendeu, saiu do PMDB, esteve no PSB e PPS. Hoje está sem partido, mas alinhavado para voltar ao PMDB a pedido do próprio presidente estadual, Mauro Mariani. Outro que Kleber Edson Wan Dall escondeu do seu comício na Sociedade Canarinhos: o deputado Federal Rogério Peninha Mendonça, o único parlamentar catarinense ausente na votação da cassação do mandato recomendada pelo Conselho de Ética da Câmara, de Eduardo Cunha, PMDB RJ. Transparência parece não ser a melhor qualidade do candidato. E nos dias de hoje é um pecado mortal para quem diz na imitação que quer mudanças ao que está ai. Perguntei neste final de semana ao Adilson se ele manteria o voto declarado. Ele me escreveu que só tem uma palavra. E ela já foi dada.
DE COSTAS PARA GASPAR?
Raimundo Colombo, PSD, é governador há seis anos. Quantas vezes ele veio aqui? Pode-se contar nos dedos de uma mão. Uma vez ele pousou aqui no quartel da Polícia Militar, numa emergência meteorológica. Nas outras vezes, veio na marra. Tudo palanque político para PT: uma para prometer a duplicação da BR 470, duas para lançar e inaugurar um trechinho do asfalto no Morro Serafim, que veio da verba estadual destinada a deputada petista e madrinha do PT de Gaspar, Ana Paula Lima. Colombo que mais parece prefeito de Lages, veio aqui no sábado ajudar o candidato do seu partido, o Marcelo de Souza Brick. Fez bem. Mas, um desânimo. Primeiro não veio ao Centro da cidade; não veio como um estadista reafirmar publicamente para o seu candidato que resolveria os problemas graves da cidade que precisam a participação do estado, muitos feitos com a distância do governador da cidade. Não falou com o povo. Uma caminhada patética. Sem emoção, sem a participação dos moradores por onde caminharam na Margem Esquerda, local escolhido para não atrapalhar a volta do governador a Florianópolis. Colombo, mais uma vez tratou Gaspar como grotão. E Marcelo aceitou. Por que não levou o governador ao Hospital para mostrar a realidade de lá? Por que lá está o PT. Por que não levou o governador na rua Pedrinho Schmitt onde tudo se enrola? Por que lá está a marca do PMDB. Por que não discutiu o Anel de Contorno ou as alças de acesso à Ponte do Vale? Por que esses são temas temas do PSDB. Tudo errado. Eles são temas da comunidade e que o Marcelo está prometendo resolver, ao menos no discurso. Teve oportunidade de reafirmar isso com gestos. Desperdiçou. E ai reclama da sorte. Acorda, Gaspar!
Esses políticos não se emendam. São intolerantes com as críticas e os críticos.
Marcelo de Souza Brick, PSD, mostrou que está lendo esta coluna e aprendendo. No debate de sábado fez questão de repassar a lição publicamente sobre diferença de “ao encontro de...” e “ de encontro de...”, que reportei em coluna anterior.
Aline Franzoi gastou todas as perguntas nas sabatinas anteriores. Foi generosa. Os candidatos ficaram felizes.
Jornalista deve esfolar nas perguntas. Quem responde é que deve estar preparado para convencer à plateia (ou os eleitores no caso de um debate) de que a pergunta estava inadequada, clarificando todos os pontos. Alguns preferem desqualificar os que perguntam. Por que? Porque exatamente não possuem as respostas.
As perguntas sem sal. Agora sei a razão pela qual as rádios de Gaspar não fazem perguntas decisivas aos políticos daqui e com poder decisão ou com discursos fantasiosos: perderam a embocadura, ou desaprenderam a fazê-las.
O atraso dos políticos dos dias de hoje. Todos os candidatos a prefeito em Gaspar tratam os empreendedores (capital, risco e inovação), como empresários. Se os candidatos ainda não avançaram nos conceitos, como vão governar se estão atrasados no olhar sobre o desenvolvimento empresarial organizado?
Outra. Todos os candidatos possuem planos mirabolantes para atrair empresas e empregos para Gaspar. Alguns não sabem do que estão falando. Para atrair é preciso antes a cidade dar condições como mobilidade, transporte público regular, creches, ensino público, saúde pública e não roubar os terrenos dos investidores.
Ora um investidor só é atraído se satisfeitas as condições de lucro, segurança jurídica e principalmente de estabilidade social para seus empregados, os que estão na base dessa pirâmide e faz o empreendimento ser viável. Não satisfeitas estas pré-condições, nada adiantará incentivos, benefecíos fiscais, impostos competitivos e diminuição da burocracia para apressar o tempo de abertura de uma empresa.
Pulga em cachorro magro. Tem candidatos a prefeito de Gaspar defendendo a implantação de um campus universitário na cidade. O futuro prefeito poderá até fazer gestão para isso. Pior que tem radialista que acha ser isto uma prioridade para Gaspar. Não é possível se aceitar que se use os pesados impostos de todos para isso, recursos que estão faltando para outras prioridades e necessidades.
Numa cidade ondem faltam mais de 700 vagas em creches, que falta contra turno escolar para permitir a inclusão mínima, ou período integral para ampliar gestos de conhecimento, ou seja, a formação de base, a que o município está obrigado por lei, é inconcebível que um prefeito possa perder tempo e gastar o dinheiro dos gasparenses com ensino superior. Itajaí, Brusque, Blumenau e Indaial já se estabeleceram muito antes de Gaspar com investidores privados e ganham dinheiro com os impostos que esses estabelecimentos geram.
Antes de campus universitário por aqui é preciso gastar tempo e dinheiro dos gasparenses fazendo funcionar de verdade a policlínica e os postos de saúde, diminuir os contenciosos sociais, implantar o saneamento básico, olhar a cultura, o turismo, buscar soluções de mobilidade, solucionar os problemas de transporte coletivo, sanear e ter sob controle as contas públicas, promover a integração regional...
Outra. Esse assunto do Hospital de Gaspar é algo surreal. O PT mente descarada e reiteradamente na propaganda eleitoral de que foram os "outros" que fecharam e ele quem abriu o Hospital. Lovídio Carlos Bertoldi repete isso à exaustão. Sou testemunha de que não foi assim. Já escrevi várias vezes. Como o PT vive de narrativas...O único que pode fechar e abrir o Hospital é neste momento, o PT. E por que? Porque interviu lá. Antes, essa prerrogativa era o Conselho do Conselho que o PT sempre tentou aparelhar e comandar. Foi ele quem fechou o Hospítal para reformá-lo fisicamente com o dinheiro dos empresários. Nem mais, nem menos.
Mais. Tem candidato que vende o Hospital como sendo a sétima maravilha do século. Pior há gente que acredita nessa ilusão. O Hospital tem várias limitações. Ele é classificado de baixa complexidade. Para começar falta-lhe até uma UTI.
O Hospital só terá valor para si e os gasparenses quando estiver num contexto regional ou conhecer à sua vocação para uma especialidade. E isso só irá adiante com o fim das briguinhas políticas e com um administrador de reconhecida qualidade técnica, com pulso firme. Ele é quem buscará e amadurecerá (porque vai levar tempo e muito dinheiro) esse contexto regional ou a especialidade.
Questionado por Marcelo de Souza Brick, PSD, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, não negou. É possível que Kleber vá continuar a intervenção municipal no Hospital a exemplo do que faz hoje o PT. Só para lembrar: antes do PT meter a mão no Hospital e acusar todo mundo de roubar lá (mas não provou nada até hoje), era exatamente o grupo do PMDB que apoia Kleber que administrava o Hospital.
Discurso de efeito ou demagogia barata? No debate promovido do sábado passado, o candidato a prefeito de Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD, disse que estava vestido com as cores da bandeira de Gaspar: amarelo e branco. Quem estava lá, ou o assistia pela internet, ou olha as fotos, não viu nenhuma dessas cores nele. Daltônico ou ilusionista?
Perguntado durante o debate pelo editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt,o que fará diante do caos que virá a acontecer com o fim do contrato do transporte coletivo em Gaspar no dia quatro de outubro, o candidato do PSD, Marcelo de Souza Brick, surpreendido com uma pergunta de uma realidade, preferiu “viajar”.
Marcelo não disse nada sobre como vai resolver esse assunto gravíssimo e que atinge os trabalhadores, idosos e estudantes. Tirou do colete o discurso de sempre, do tal projeto de 30 anos, apesar dele ser candidato para quatro. Falou sobre o tal VLT - Veículo Leve sobre Trilhos -, interligação com o aeroporto, etc. Meu Deus! Depois sou eu o crítico. Eu sou é medianamente esclarecido e vacinado nessas enrolações. Só isso.
Sobre a melhoria do transporte coletivo de Gaspar, objeto da pergunta, enrolou. Ou seja, quando algo da sai fantasia daquele "planejamento" que sempre fala às plateias que nem sabe o que a palavra significa e vem para a realidade, as soluções concretas não aparecem. Alguém precisa avisar o candidato Marcelo enquanto é tempo, que isso vai levá-lo ao descrédito, apesar do pouco tempo restante de campanha.
Kleber Edson Wan Dall, PMDB, foi provocado várias vezes por Lovídio Carlos Bertoldi, PT. A intenção do petista foi provar que por detrás do papel de bom moço, há coisas que não se explicam. Uma delas é o de que ele está pendurado num emprego comissionado do governo do Estado, em Blumenau, de R$11 mil por mês. “o que você trouxe para Gaspar?” Kleber respondeu que estava cuidando das aposentadorias dos servidores estaduais da região. Sobre o que fez por Gaspar a partir de lá, nada disse.
Andreia, professora, foi direta e quase levou a nocaute Marcelo de Souza Brick, PSD, na sua principal proposta política e que foge exatamente daquele "planejamento" de 30 anos.: a de dar creche sete dias por semana durante 12 meses aos gasparenses. Ela perguntou o básico: se ele conhecia o orçamento, se ele sabia quantos estavam matriculados, quanto custava o que é atendido hoje, qual era o déficit, se ele já tinha feito as contas da sua proposta e de onde viriam os recursos para implementá-la?
Refeito do susto. Marcelo fez um discurso político e desconexo. Resumindo não trabalhou nenhum número, não respondeu o quanto estimou e não disse de onde virão os recursos. Na tréplica, Andreia afirmou que a proposta dele é irresponsável e demagógica para gente humilde e desinformada. Marcelo, fez que não era com ele. Discursou mais um pouco.
Mais outra das palavras ao léo para analfabetos, ignorantes e desinformados. Andréia quis saber de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, se ele calculou e de onde virão os recursos para as inúmeras obras que prometeu no seu plano de governo que registrou na Justiça.
Quanto ao montante de dinheiro para tudo que promete, parece que Kleber ainda não calculou, pois não respondeu a Andreia. Irritado, Kleber explicou que os recursos virão das portas que abrirá no governo do estado com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, com os deputados estaduais Aldo Schneider e Dirce Heidscheiter, bem como na União, com os deputados federais Mauro Mariani e Rogério Peninha Mendonça. Ai, ai, ai.
Incrível esta é a mesma letra da música cantada pelo PT durante oito anos, que não deu certo e que o PMDB acertadamente combate. O PT sempre jurou que precisava ser eleito para trazer as verbas de Brasília pois detinha as "chaves" dos cofres com os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, o deputado Décio Neri de Lima e a gasparense honorária Ideli Salvatti. A realidade dessa história manjada, todos conhecem por aqui.
Andreia retrucou neste assunto de que o seu plano de governo foi baseado nos recursos disponíveis e segundo ela, não fantasiou nada. É preciso conferir. Nenhum candidato a contraditou nesse quesito. Então...
Três passagens reveladoras do debate. A primeira quando Lovídio Carlos Bertoldi, PT, reclamou de Marcelo de Souza Brick, PSD, de que o governo do estado esteve e está ausente das suas obrigações para com Gaspar. Ao que Marcelo tributou isso à falta de capacidade de diálogo e iniciativa do PT e principalmente do prefeito Pedro Celso Zucki. Os dois - Lovídio e Marcelo - estão com a razão.
A segunda, quando Lovídio Carlos Bertoldi, PT, aponta para Marcelo de Souza Brick, PSD, o que ele considera empreguismo pelo governo de Raimundo Colombo, de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, na Agência de Desenvolvimento Regional, enquanto falta o repasse para o Hospital e dinheiro para o transporte dos estudantes. Bobagem. É o roto falando esfrangalhado. Os três - Lovídio, Kleber e Marcelo - precisam mudar.
A terceira é quando questionado sobre ese mesmo assunto e não entrando no mérito de uma saia justa, Marcelo de Souza Brick, PSD, diz que se eleito vai bater na mesa do governador para trazer recursos para Gaspar. Cuidado! O último prefeito que fez isso, o Adilson Luiz Schmitt, então no PMDB, com o falecido Luiz Henrique da Silveira, PMDB, de quem se dizia próximo e amigo, deu tudo errado. E quem sofreu? Gaspar e os gasparenses.
Agora é definitivo: o líder comunitário do Sertão Verde, José Carlos Junkes, o Zecão, desistiu de ser candidato a vereador. Ele tinha sido barrado pelo instituto da Ficha Limpa, devido a falta de prestação de contas completa de uma verba social que recebeu do governo do Estado para uma entidade comunitária que dirigia. O pedido de impugnação tinha sido feito pelo promotor eleitoral Marcelo Sebastião Netto de Campos.
Luiz Carlos Spengler Filho, PP, foi o único vice que faltou ao debate. Tinha uma agenda paralela, justificou o titular, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, numa das respostas durante o debate.
Os quatro candidatos estavam bem alinhados e trajados para o debate. Os candidatos homens, todos de gravata.
Em relação as ditas sabatinas anteriores e para quem as acompanhou, nesse único debate com os candidatos, houve uma imensa melhoria no desempenho de comunicação de Lovídio Carlos Bertoldi, PT, e de Marcelo de Souza Brick, PSD. O que faz um “media trainning”!
Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, tem uma boa noção devido o emprego metodológico da didática que usa como professora. Kleber Edson Wan Dall, PMDB, amadureceu muito tanto pela orientação profissional específíca, mas porque já foi vereador, experimentou uma campanha a prefeito e se desenvolveu num programa de rádio que fez para se sustentar como pré-candidato.
Por que esconder o parceiro? Os demais candidatos quando poderam, enfatizaram quem são seus parceiros de coligação. Marcelo de Souza Brick, PSD, é o úncio que escondeu que o Partido Comunista do Brasil – que esteve sete anos com Pedro Celso Zuchi, PT - é seu parceiro de jornada nesta disputa.
Louva-se a organização do Cruzeiro do Vale, da Rádio Sentinela do Vale, e da TV Gaspar, bem como a competente, responsável e isenta condução do debate pelo professor e jornalista Sandro Galarça.
A escolha do local, o auditório da CDL, sem torcedores, foi outra inovação que contribuiu muito para a qualidade do debate. Os torcedores simpatizantes e partidários ficaram do lado de fora e deram outro espetáculo de civilidade.
Os velhos caciques, com as velhas práticas estão sendo derrotados pela transparência e as mídias sociais, as quais eles não controlam, não conseguem censura-las, como ainda insistem em controlar e censurar os meios de comunicações tradicionais. Este é um passado que não volta mais.
O PMDB acusa o PT de “jogar sujo”. O PT diz que é o PMDB faz isso. E cita à ida da coligação a Florianópolis para mexer os pauzinhos e lá desenterrar um processo do século passado, contra o médico Odilon Áscoli, PR, vice de Lovídio Carlos Bertoldi.
Meio sem jeito, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, negou a acusação, contudo isso não ficou muito claro. Pois do nada, sem ter sido citado, disse que o seu vice, o Luiz Carlos Spengler Filho, era incapaz de fazer isso. Hã?.
Lovídio Carlos Bertoldi, PT, não explicou qual o plano secreto que ele e o seu vice, o médico Odilon Áscoli, possui para o Hospital de Gaspar. E ninguém ficou curioso em descobri-lo. Incrível.
Precisa explicar melhor o que quis dizer. Ao responder a candidata Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, de como arrumaria tantos recursos para as suas muitas promessas de obras caso fosse eleito, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, ficou visivelmente incomodado e disse que “se for prefeito para apenas cumprir aquilo que a lei permite, não adianta”. Gaspar vai ser mais outro prefeito fora da lei?
Mal informado. Durante o debate, lá pelas tantas, cobrado pela falta de investimentos do governo do estado em Gaspar, Marcelo de Souza Brick, PSD, fez uma defesa enfática de Raimundo Colombo, PSD. “É um governo que está com as contas em dia. Não atrasa o pagamento dos funcionários enquanto os outros estados estão com problemas financeiros e estão atrasando os salários”.
Errado. Raimundo Colombo foi o governador catarinense que mais endividou o estado. Inchou a máquina, concedeu reajustes sem olhar as consequências. Tanto endividou e sem condições de hornar os contratos, ele foi ao Supremo Tribunal Federal com uma tese manca e hilária: a de pagar juros simples naquilo que devia com juros compostos, enquanto cobrava dos devedores do estado tudo com juros compostos. Contabilidade criativa ou estelionato?
A realidade. O que faz o governo do estado estar minimamente “equilibrado”? É a moratória que o governo Federal pactuou temporariamente com os estados. Entretanto, o governo de Michel Temer, PMDB, está – e acertadamente - tentando enquadrar todos para um dia quitar tal gastança sem fim, bem como se estabelecer na responsabilidade fiscal. Ontem mesmo, discutindo esse assunto, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, PMDB, afirmou que os governadores precisam desinchar a máquina empreguista e demitir os apadrinhados políticos.
Tudo isso vai ser cobrado. Não será pago no governo de Colombo, mas em outros. Assim é fácil fazer discursos. E quem vai dar o dinheiro para cobrir os rombos do governo estadual? Serão todos os catarinenses com os seus pesados impostos. Nem mais, nem menos. Esses políticos não se emendam quando falam aos analfabetos, ignorantes, desinformados, calados e fanáticos.
Ilhota em chamas. Em tempo de restrições de gastos de campanha eleitoral, o PMDB de Ilhota está promovendo carretas volumosas para seus candidatos. Em Gaspar, isto está restrito a vereadores onde as limitações de despesas pela Jusitça Eleitoral são bem maiores. Isso pode dar errado.
Ilhota em chamas. Uma pesquisa do Instituto Tendência, registrada publicada neste final no jornal “Diarinho”, de Itajaí, mostrou o que se sabia nos bastidores. O PSD de Daniel Christian Bosi – que desistiu da reeleição – não alavanca o seu candidato Keka, do PP. Dida, PMDB, na estimulada, bate de 57% a 25%.
Ilhota em chamas. Isto explica, a razão pela qual o candidato do PSD de Gaspar , Marcelo de Souza Brick, esconde o fato de ser parceiro de Ilhota, e de um dos seus coordenadores de campanha, Fernando Neves, ter sido coordenador e secretário lá. Em Florianópolis, o PSD com César Souza Júnior é o mesmo desastre. Agora os exemplos vêm de Rio do Sul, e que ninguém nunca ouviu falar aqui.
Nada como uma campanha eleitoral. Questionado, o canditado do PT, Lovídio Carlos Bertoldi, disse que vai dar atenção e até construir uma casa de passagem para o andarilhos e mendigos que há quase oito anos pousam na entrada principal da prefeitura de Gaspar. E apertado, Lovídio disse que isso é de foro pessoal e por ter sido ele e seu vice, seminaristas.
Duas. No colegiado Lovídio não conseguiu sensibilizar o partido e padrinho da sua campanha, o "prefeito Celso" a ter compaixão neste assunto durante anos. Mais, a secretária que cuida deste assunto em Gaspar, é Maristela Cizeski. Ela sempre foi da pastoral da criança. Ou seja, a religião católica nunca teve influência na solução desse assunto humanitário.
Intrusos. Numa sabatina dos empresários, o PT colocou em local privilegiado como um representante das entidades, o advogado do partido, Rodrigo Fontes Schramm. No debate de sábado quem orientou o candidato Lovídio Carlos Bertoldi, foi o coordenador das campanhas de Pedro Celso Zuchi, Doraci Vanz. Mas, ele não é candidato a vereador?
Finalmente uma conclusão necessária. Gaspar precisa de campanha a prefeito todos os anos. Outra. Gaspar precisa mais debates públicos entre os candidatos. Menos censura e mais transparência. Acorda, Gaspar!
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