18/05/2017
PROPAGANDA DA DOR I
O que apareceu na última na sessão da Câmara de Gaspar, uma semana depois de ser manchete na imprensa de Gaspar, menos aqui? A indicação 279/2017 do presidente Ciro André Quintino, PMDB. O que ele pede ao prefeito de Gaspar, Kleber Edson Wan Dall, PMDB? “Providenciar a criação de uma ‘lei’ para um ‘Programa Fila Zero’ no atendimento de pessoas diagnosticadas com câncer nas unidades de saúde do Município”. E para que? Para a “priorização do atendimento de consultas ou exames a esses pacientes num tempo máximo de 72 horas”. Ciro, Ciro, Ciro! Depois de colocar o Legislativo institucionalmente de joelhos ao Executivo por várias vezes, agora, Ciro quer operar milagres com a dor e a esperança alheias. Se não combinou, colocou Kleber refém da sua propaganda enganosa para analfabetos, ignorantes, desinformados, gente pobre, usada e sofrida pela doença.
PROPAGANDA DA DOR II
Primeiro, Ciro, é preciso diminuir a zero as filas de diagnósticos, para qualquer doença, as mais simples, por exemplo, na policlínica ou nas especialidades. Elas levam meses. É nelas que estão esses doentes de câncer sem diagnósticos me se agravando na doença que possuem e nem sabem, porque não são atendidos. Este é o básico, vereador. Nem mamógrafo, Gaspar possui! Segundo, diagnosticado numa dessas eternas filas de suplícios, um doente com câncer, onde ele vai se tratar? Em Gaspar? Qual o centro de oncologia ou de especialidade públicos que possuímos, a não ser a heroica Rede Feminina de Combate ao Câncer? Terá que ser encaminhado à outra cidade como Blumenau, Florianópolis, Curitiba... E lá começa a via crucis de verdade, a fila do SUS, onde a “lei” que o vereador Ciro pede para ser inventada aqui, não vale nada. Gaspar não possuirá mais jurisdição sobre o doente, à fila e à prioridade de atendimento. O máximo que Gaspar poderá oferecer é o transporte, assistência social, psicológica ao paciente e à sua família. Ah, Herculano, você exagera! Gaspar pode oferecer os remédios. Sim! Concordo. E nesses casos, só se for à Justiça, pois nas farmácias básicas é rotina faltar até os mais simples, para doenças comuns. Então o que falar de doenças complexas como as do câncer?
PROPAGANDA DA DOR III
Essa de políticos se meterem em assuntos que não conhecem, mas dominam bem, o marketing para jogar o emocional de gente desinformada, levou-os até a defenderem, em plena campanha eleitoral do ano passado, pílulas contra o câncer, sem comprovação científica, e que não curavam nada. Lembram-se? E para não ir longe mais neste assunto que beira a crime: quem deve dar prioridade num atendimento médico, é o médico, o técnico e não o político ou o gestor público atrás de manchetes e votos fáceis. Se atenderem prioritariamente um tipo de doença como o câncer, isso significará que os outros doentes, com outras doenças, tão graves quanto um câncer, padecerão ou morrerão? Mais. Por que Ciro ao invés de pedir ao prefeito, Ciro já não oferece um exemplo de projeto de lei? E se fosse sério, Ciro teria primeiro feito a “indicação” e depois a propaganda para a sua auto-promoção na imprensa local. Agora sobre um urgente e necessário programa para o “Fila Zero” nos postinhos e policlínica de Gaspar, Ciro ficou bem quietinho. Por que? Porque por enquanto é impossível. Acorda, Gaspar!
EVITANDO O PIOR
Na manhã do sábado de três de setembro de 2011, uma van de Nova Erechim, Oeste do Estado, com 13 estudantes adolescentes, motorista e uma professora, chocou-se com um caminhão no trevo da Fides Zimmermann com a BR 470. Todos, com outros iam ao Beto Carrero. Cinco morreram. Precisou das mortes, da comoção nacional e o espetáculo da equipe do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, para a imprensa, que queria fazer lombadas físicas na marra lá onde não tinha jurisdição (por ser federal), para o Dnit se mexer e colocar as lombadas eletrônicas que funcionam até hoje. Desta vez, pouco metros acima em direção a Blumenau, a comunidade do Sertão Verde, não esperou as mortes das suas pessoas. Fechou preventivamente, o desvio que se improvisou por ali para duplicar a BR. Deu certo. Negociou-se os cuidados preventivos mínimos entre moradores, Dnit, empreiteira e o governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Com a reabertura da ponte do Vale, entretanto, as pessoas continuam expostos como naquele três de setembro de 2011, a nova principal intersecção de Gaspar com a BR 470. Todos calados. Estão esperando o pior? Acorda, Gaspar!
Lembram-se daquela encenação, improvisação e propaganda, para levar a sede do governo de Gaspar no dia seis de abril para comemorar um ano da instalação do distrito do Belchior?
Já tem um resultado concreto anunciado pela própria vereadora do distrito, Franciele: Daine Bach, PSDB, porta voz ao alcaide de Gaspar: a emissão de quatro carteiras de identidade e que ficaram prontas 40 dias depois.
Perguntar não ofende. O que concretamente foi feito pelos políticos para dar mais segurança moradores do Belchior Baixo em função da instalação da Penitenciária de Blumenau nos limites de lá? Houve só circo naquela audiência pública em que a administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, se omitiu e deixou a oposição tomar conta?
As fotos feitas na Praça Getúlio Vargas, para simbolizar o ato da criação do Conselho Municipal da Mulher em Gaspar, são retratos preocupantes e recorrentes na administração de Kleber Edson Wan Dall, PMDB e Luiz Carlos Spengler Filho, PP.
Nelas, parecem que o Conselho foi feito para apenas servir às mulheres do poder de plantão. Faltou representatividade e pluralidade da sociedade gasparense no ato. Na rarefeita plateia, a maioria de homens desse mesmo poder batendo palmas.
Ciro André Quintino, PMDB, não quer discutir se a Câmara pode ou não construir a sua sede própria. Depois de comprar 11 frigobares para suas excelências dar água gelada ao povo nos gabinetes, resolveu, com aval da mesa diretora, comprar móveis novos (armários e mesas), além de cadeiras para o plenário. Ulalalá.
Esse dinheiro, Ciro, nem a mesa diretora, nem a Câmara devolveram para a prefeitura.
Jornalismo manco. Joelson dos Santos, apresentador do novo micro Jornal do Almoço da NSC de Blumenau, ficou “surpreso”. É que sua reportagem descobriu que a ponte do Vale sequer tinha passado pelo teste de carga (feito na quarta-feira), apesar de liberada pelo ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT.
Joelson questionou como isso aconteceu. Fez escada para Valther Ostermann rechear um comentário com o mesmo tom. Mas, espera aí! A então RBS, hoje NSC, veio aqui, com seus repórteres, fez várias reportagens sobre a abertura e fechamento da ponte e não sabia disso?
Os leitores e leitores desta coluna sempre souberam disso, inclusive sobre a omissão do jornalismo da RBS. Relatei isso em pelo menos em duas oportunidades. Então estão passando recibo. Cara de paisagem e surpresa? Hum!
Outra. Apesar da prefeitura “sugerir” que poderia se dar em abril, escrevi há semanas que a reabertura da ponte do Vale estava sinalizada no aditivo que a prefeitura fez com a empreiteira Artepa Martins.
Ele vence no dia 31 de maio, prorrogável até dia 30 de junho. A entrega do laudo do teste de carga está prometida para em 15 dias. Coincidência? Não. Óbvio se não houver outro aditivo.
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