Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

17/04/2017

PEDIRAM.PROMETERAM. LEVARAM. E NÃO CUMPRIRAM.
POLÍTICOS CATARINENSES “INOVARAM” COM CAIXA DOIS:
DESONRARAM ATÉ LEI NATURAL DO ACORDO CRIMINOSO.
Os delatores da Odebrechet contaram como foram enganados pelos políticos catarinenses que gravitam e fazem o governo de Raimundo Colombo, PSD, o “Ovo”. Um jogo arriscado. Se a “lei” da máfia ou do tráfico fosse prevalente, já se teria cobrado a dívida com a vida. O relatório abaixo da delação é auto-explicativo e faz o serviço do jornalismo investigativo. Diz que aos envolvidos lhes falta caráter. O fato de prometer uma suposta noiva e não entregá-la ao cortesão depois de se receber o dote pactuado, inflacionado por várias vezes por malandragem, querem esses mesmos espertos, transformá-la (a noiva intacta) em álibi para inocentá-los, deixá-los livres da promessa e provar que se houve a paga do dote, foi uma esmola caritativa por ser Catarina, a de Alexandria (288/307, decapitada pelo Imperador Maximiliano II, que até desejou desposá-la), uma santa. Como dizia Tancredo Neves, “a esperteza quando é demais, come o dono”. Ou acham esses políticos espertos catarinenses de que será palavra de um contra a do outro? De que não há provas concretas destes jogos e da entrega “dos dotes”? De que feito de boba e trouxa, a cortesã Odebrechet não estará com sede de vingança e muito mais do que contra os que cumpriram às contrapartidas?
CLIQUE AQUI e veja o texto completo.

A IMPRENSA I
A corrupção desenfreada na relação criminosa e promíscua dos empresários, gestores públicos, assessores, sindicalistas, índios, policiais e políticos afanando os pesados impostos dos brasileiros, incluindo os dos 13,5 milhões de desempregados, tem muito a ver com a omissão, partidarização, submissão, ideologização, medo, envolvimento em vários níveis. Tem a ver a preguiça, o novo modelo de negócio, a crise econômica e a proximidade comprometedora da imprensa com o poder. Em alguns momentos a imprensa quer ser o próprio poder. Em outros, os agentes da imprensa têm os poderosos não como fontes do alimento de seus clientes – a base do jornalismo -, mas como um espelho de status e desse enlaçamento de interesses, compromete-se seriamente à isenção, o profissionalismo e obrigação de informar.

A IMPRENSA II
Exagero? Então olha como o pai de todos os esquemas, Emílio Odebrechet, nos ensina: “O que incomoda é quando vejo todos esses poderes - a imprensa, tudo, reagirem como se isso fosse surpresa... (todos sabiam)”. O que o carismático e “gente boa” Emílio nos diz, claramente? Qual é a de vocês? Eu não sou santo, mas vocês são cúmplices. Não há meias-palavras. Falhou o estado, falharam as instituições (tribunais de contas, judiciário, Ministério Público, controladorias, Receita Federal que só tem malha fina para assalariados), falhou a imprensa digna, isenta e competente, falharam principalmente os cidadãos. E pior: todos continuam flertando com a ignorância, desinformação, fanatismo e piedade, mesmo diante de tantas provas contundentes, de um processo eleitoral e de poder completamente podres. Os cidadãos estão sem saúde pública, sem empregos, com empresas fechadas, salários achatados (menos os servidores públicos), sem educação, sem plano de saúde, sem rumo, sem segurança e erradamente acham que a culpa de tudo isso é apenas dos políticos, todos escolhidos pelos votos livres, democráticos e diretos.

A IMPRENSA DE SANTA CATARINA
Na sexta-feira, por limitação na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e o de maior credibilidade em Gaspar e Ilhota, escrevi um texto sobre esse assunto na área de comentários da coluna no portal do jornal, que também é o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado, coisa rara para quem é do interior. É trabalhoso, custa caro e o bafo dos poderosos para tudo se impedir, é direto. Políticos torceram o nariz. Natural. E a imprensa? Praguejou-me. Ou seja, ela própria, uma vestal fiadora das mazelas do poder que sonegou informações e análises preciosas aos seus clientes, leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Mais. Diante de tudo isso, a maioria dela acha que não se deva se estabelecer na reflexão da culpa. Ao mesmo tempo, finge não saber a causa da falta de credibilidade e a razão pela qual, está pendurada nas tetas de esquemas de políticos, governos e associações, que lhes tiram também a independência, não apenas editorial, mas principalmente a financeira que em alguns casos, compromete até a existência. A seguir o comentário feito, com algumas alterações do original.

A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE I
Parte das surpresas que os catarinenses estão expostos nas revelações dos delatores da Odebrecht na Lava Jato desde terça-feira, quando o jornal O Estado de S. Paulo furou o sigilo do relator Edson Luiz Fachin, no STF, autorizando os inquéritos pela PGR, parte é fruto da incompetência da imprensa local. Desapareceu a concorrência entre tevês e entre jornais. Virou algo único. Perigoso. Sob falsa liderança, um experimentado grupo de negócios, a gaúcha RBS usou o jornalismo como arma de exploração e sobrevivência comercial. Nada mais. Eu a conheci bem do outro lado do balcão. Valente, só com os empresários. A bairrista RBS trouxe do Rio Grande do Sul a sua trupe de alienados para os fatos, a história e a memória catarinense. Um novo sotaque se impôs. Economizou. Desfez-se dos profissionais que tinham raízes e por isso, conheciam os porões da política, a manha e os traços da boa e má personalidade dos políticos de Santa Catarina. Trabalhou com servis de lá e de cá. Foi uma máquina de negócios, ganhou dinheiro, e agora na hora das vacas magras (o negócio jornal impresso vai mal, um fenômeno mundial, mesmo embalado por outras mídias como era o seu caso aqui), retira-se, lava as mãos.

A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE II
Essa relação com e de poder, deu-se com mais intensidade a partir do governo de Luiz Henrique da Silveira, PMDB, o grande negociante. Então, o executivo da RBS, Derly Massuad de Anunciação, integrou o governo de Santa Catarina. Iniciou na Comunicação, seu metié, tornou-se poderoso e chegou a secretaria de Planejamento. Como especialista, ficou por lá por 12 anos, ou seja, ultrapassou LHS. Hoje com a retirada dos gaúchos do poder e diante da venda dos negócios catarinense de TVs e jornais (um assunto ainda muito nebuloso, de quem exige transparência dos outros), Derly foi parar a Ric Record, da família Petrelli (Mário, o pai, o habilidoso, e Marcelo, o filho e executivo do empreendimento). Foi de Derly, quando na Comunicação de LHS, a ideia de eliminar ainda mais a pluralidade dos veículos nanicos e regionais. Instrumentalizou a Adjori - a Associação de Jornais do Interior de Santa Catarina – e a Acaert -, com verbas governamentais, centralizadas aos pequenos. Criou, com isso, a danosa hegemonia protetiva nas rádios e jornais do interior. Este Cruzeiro do Vale não faz parte do esquema, não está na diretoria da entidade e por isso, nem recebe prêmios. Prefere a independência, a liderança na circulação e nos acessos do seu portal próprio, diferente do pasteurizado da Adjori, para os seus. E paga caro por essa escolha.

A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE III
Calada por várias razões, comprada pois depende de verbas públicas, sem críticos com autoridade que custam caro e geram problemas aos acertos e negócios, sem autonomia e às vezes, liberdade, uma ponderável parte imprensa catarinense ficou refém do esquema público. Diminuiu-se sensivelmente o incômodo dos furos, das pautas, dos comentários e questionamentos. Lidou-se apenas com fontes alternativas na Assembleia, o Tribunal de Contas. Há inúmeros casos que se abafou. O espaço aqui seria pouco. Restrinjo-me a legados irreparáveis como o inchamento da máquina estatal em detrimento dos investimentos; os altos vencimentos e as aposentadorias precoces que comem o dinheiro de todos; a dívida que se nega, mas que foi capaz de se estabelecer nas incoerências como pedir juros simples para pagar as obrigações com o governo Federal e cobrar juros compostos dos devedores; ou então de passar a mão em ICMS devido aos municípios para fechar o seu caixa, numa pedalada cruel e contra a lei expressa... Como escrevi, a lista é grave e longa.

A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE IV
Então, a falha imprensa catarinense, precisa se reinventar o mais rápido possível como fonte de notícias, análises e guardiã de uma sociedade mais protegida contra os políticos, gestores e fornecedores espertos ou bandidos. Ela é parte da sociedade, em qualquer lugar sério e democrático, possui um papel social relevante e não apenas de expectadora. E tudo pode começar com a saída da RBS e com o escândalo da Odebrechet. Os agentes do governo do estado que enganaram a Odebrechet, não se deram por vencidos. Numa nota curta da mesmice e sem conteúdo novo, avisou na quinta-feira à imprensa que não for dócil como até então vinha sendo: “neste momento importante que atravessa o país, é preciso separar o joio do trigo, afim de evitar que sejam cometidas injustiças que se tornem irreparáveis”. Como assim? Sobram fatos. Vão calar a imprensa? Por que não calam e processam os delatores? Sabem que não podem. Pois o que está ruim, vai piorar se partirem para o enfrentamento. Dão conselhos à imprensa que se assanhou para não passar recibo. Querem que se espere a sentença final em último grau de recurso, em 20 anos, para que se dê a notícia ou se comente algo a respeito? O mundo mudou. As pessoas mudaram. Os políticos, os ladrões de todos os tipos, aperfeiçoaram à prática, e continuam mais gananciosos. Como disse Emílio: de jacarés viraram crocodilos à abocanhar cada vez mais dinheiro público, criam dificuldades e colocam preços para liberar o que é legal, e nada disso é surpresa, só para os ouvintes, leitores e telespectadores daqui. Reajam, catarinenses!

O HUMOR RETRATA MELHOR
Uma das invejas que tenho é sobre a capacidade de outros quando tratam de assunto sério e áspero, com a política, com ironia e humor. São mais eficazes do que textões sérios (que faço), principalmente no mundo digital, visual e sons de hoje. O recado é na veia. É entendido. É uma linguagem universal de que marca. Por isso, incluo este quadro do humorista Fábio Porchart, do Porta dos Fundos. Divertido? Não, é sério demais! Veja.

REGIONALIZAÇÃO I
Ainda sobre a imprensa catarinense. Se a imprensa de Florianópolis cuidar, ou vigiar, dos poderes instalados na Capital (os de lá e os de repercussão estadual), terá feito muito bem o seu trabalho. Se a imprensa de cada região cuidar do seu quintal, sem refresco aos que estão no poder e as prioridades locais, terá feito muito bem o seu trabalho. Em ambos os casos o poder de fiscalização aumenta. Ganham os cidadãos pagadores de pesados impostos e a sociedade como um todo. A imprensa de Florianópolis quer cuidar do estado – numa tentativa única de aumentar o seu faturamento e ter a hegemonia do discurso. Isso é impossível. Cobre-se então mal a Assembleia, o Ministério Público, os tribunais e principalmente o governo do estado, substituindo pelas notícias factuais da ilha, incompletas nos dados. Só para ocupar o espaço. E aí, os ratos dos nossos impostos tomam conta dos bastidores, incluindo a própria imprensa.

REGIONALIZAÇÃO II
Na outra ponta, a imprensa do interior, vive de “press releases” da fantasia gerada em Florianópolis, recebendo migalhas centralizadas numa agência de “notícias” e de recursos de órgãos públicos, da Adjori e na outra da Acaert. E aí, os ratos dos nossos impostos tomam conta na Capital e no interior. E da imprensa também. Blumenau e Joinville foram pujantes social e economicamente, quando tinham imprensa forte, rivais, mas todas, identificadas com as suas comunidades e seus líderes. A imprensa é forte quando mobiliza a comunidade para as causas prioritárias de suas aldeias, quando vive os problemas da sociedade, quando integra, quando discute e quando defende ou propaga, as raízes, seus ícones, a sua cultura local, que é micro e que não é a de Santa Catarina, feita de múltiplas diferenças.

REGIONALIZAÇÃO III
A RBS TV, por exemplo, em Blumenau, que diz não ser mais gaúcha, acaba de reduzir o seu Jornal do Almoço local de 1h10min diários para 14 minutos. Um quinto do tempo para “cobrir” 70 municípios incluindo polos como Itajaí, Balneário Camboriú, Brusque, Rio do Sul. Entupiu de conteúdos de Florianópolis e com gente que não tem nenhuma influência e identificação com o Médio Vale do Itajaí. Todos órfãos, sem voz, salvos em alguns casos, por rádios que não possuem programas enlatados, eventualmente por jornais que não se atrelam a Adjori, ou a competição que se inicia nos portais e tragada pela realidade das redes sociais. Os políticos, os traficantes, os ladrões de todos os tipos agradecem. Não vão ficar expostos e a comunidade não vai debater, conhecer e buscar soluções para as suas crescentes vulnerabilidades. Ou seja, a imprensa, como diz Emílio Odebrechet, uma parcela ponderável é ou não culpada por todo esse mar de lama? E nesse oceano de perdas, Criciúma e Chapecó hoje possuem imprensa regional competitiva e forte. Chega da pasteurização e hegemonia da informação e opinião sobre e para os catarinenses.

O OUTRO LADO
Os políticos e todos sempre citados em notícias que não lhes apetecem, desmoralizaram o tal necessário e politicamente correto o “outro lado”. Nesta semana então de delações, abusaram da falta de criatividade – que sobrou nos roubos dos pesados impostos dos brasileiros - e de mínima inteligência com os ouvintes, telespectadores e leitores. Ouvido e lido em outras palavras esse “outro lado”, sempre quiseram dizer: fiz, não encham o saco e se insistirem em me culpar, ainda vou me vingar de tal forma que vocês não conseguirão se levantarem. Ou seja, ainda ameaçam usar a Justiça a quem dizem influenciar (?). No outro canto, como vingança, ameaças ou chantagem para se esquecer esse assunto de corrupção, arrumam formas diretas e indiretas para o prejuízo financeiro aos veículos, que já estão numa lástima diante da crise econômica, gerada exatamente por errática influência ou má fiscalização dos políticos na preservação da economia de mercado e equilíbrio das contas públicas.

CONSTRUÇÕES PODRES
As obras com recursos Federais em Gaspar da gestão petista, todas a era Dilma Vana Rousseff, Ideli Salvatti, Décio Neri, Ana Paula Lima e Pedro Celso Zuchi, estão podres ou possuem problemas. O CDI Dorvalina Fachini, no bairro Sete, caríssimo, feito sobre solo instável, por causa disso, está em reformas permanentes. A cabeceira da margem direita da ponte Vale, na mesma região, com igual problema devido à instabilidade do solo, obrigou o fechamento da recém-inaugurada ponte e sem data para reabri-la. O prédio do Instituto Federal de Educação, no bairro Bela Vista, a referência da propaganda petista, está rachando e os alunos estão preocupados. Engenheiro por lá, por enquanto, nenhum. Confira no vídeo. Esse prédio foi inaugurado no dia 28 de setembro de 2012, portanto ainda nem fez cinco anos. A única obra federal que saiu o olho da cara e ainda não deu problema, foi o muro de capim que se fez no morro do Samae do Centro. Ou seja, de capim a engenharia federal entende. Acorda, Gaspar!

MUDAR E RENASCER I
A pequena comunidade católica da Capela São Braz e naquele ano de 1991, longe e quase isolada Lagoa, na Margem Esquerda, teve uma ideia para impregnar a religiosidade de seus comunitários: criar um grupo de “teatro”, o Luz Divina, e fazer a representação da Paixão de Cristo na Sexta-Feira Santa. A coisa pegou, ficou grande. Com o crescimento vieram as despesas, o descontrole e o desânimo. Então tudo parou em 2003, no Moto Clube. Como a Páscoa é a simbologia da ressurreição, do recomeçar e liderar, depois de 16 anos, tudo voltou pela obstinação de duas comunitárias Vera Alves, Andreia Symone Zimmermann Nagel e outros mais 100 atores, produtores, auxiliares, voluntários de todos os tipos da Lagoa. Resultado? Sucesso e comemoração que podem ser percebidos nas fotos abaixo.

MUDAR E RENASCER II
Quase mil pessoas, comunitárias e de outras localidades de Gaspar e Ilhota, foram lá no pátio da Capela São Braz na sexta, ver o ressurgir do Luz Divina e a capacidade de organização de quem se lançou ao desafio. Sem ingressos, gastou-se perto de R$12 mil, arrecadados com pequenos patrocínios, uma rifa, uma noite do paste e na sexta-feira com uma barraca de pastel e refrigerantes. Pediu-se alimentos não perecíveis e cobertores aos expectadores que pudessem contribuir. Eles vão ser doados à Casa Lar. Do poder público? Promessas e de custo elevado para os gasparenses. Os comunitários da Lagoa, conseguiram serviço bem melhor, por um terço do preço que é cobrado para a prefeitura. Até nisso, eles deixaram lições. Acorda, Gaspar!

ILHOTA EM CHAMAS I
Até aqui você leu – e lerá mais - como as omissões dos cidadãos, da imprensa, dos órgãos de fiscalização entre elas o próprio Legislativo que em tese seria a representação dos cidadãos, bem como a lerdeza da Justiça, falharam e permitiram que a corrupção se generalizasse, com os políticos e gestores públicos roubando os nossos pesados impostos e que estão faltando à saúde pública, educação, assistência social, habitação, obras de infraestrutura, saneamento, segurança. Agora, vou tratar de um escárnio num grotão, o de Ilhota, onde creiam, é tudo pior do que se vê nos grandes jornais.

ILHOTA EM CHAMAS II
São mais ou menos quatro mil municípios com características idênticas. Não possui imprensa ou ela é do poder, o Legislativo é de amigos, os fornecedores igualmente e ai de quem tente policiar alguma coisa. Corre até risco de vida. Volto. Ilhota não tinha imprensa interessada. Agora há esta coluna. Não havia denunciantes. Desde a ex-administração de Daniel Christian Bosi, PSDB, há. Pior, isso foi entendido pelos adversários que tomaram o poder, como alinhamento. O cidadão Aurélio Marcos de Souza está provando que não. Então, esta nova situação virou um problemaço para o poder de plantão, incluindo a própria Câmara que dá maioria a esse poder. E os políticos ao invés de se enquadrarem, estão tramando constrangimentos, vinganças e até processos para calar os fiscais.

ILHOTA EM CHAMAS III
A transparência é zero. É coisa herdada e de quem nunca foi vigiado. Os atos do PMDB que está no poder, no passado, não muito distante, eram pregados, mas nem sempre, na porta do gabinete do prefeito. Quando se precisava de prova física da publicação obrigatória, fazia-se em Joinville, em jornal que nem passava por Ilhota, como relatam denúncias do Ministério Público que cuida da Moralidade Pública. Agora, na atual administração de Érico de Oliveira, PMDB, enquanto ele insiste na sua rede social ser um “gestor transparente”, que ouve o povo, a prática do seu governo o condena: vários atos oficiais que praticou nunca foram revelados no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet. Vai mais longe: humilha -quem insiste em ter acesso aos dados públicos, obrigatórios à publicidade e que o prefeito os sonega publicamente.

ILHOTA EM CHAMAS IV
Exagero? Aurélio Marcos de Souza é advogado. Foi procurador geral do município de Gaspar. Foi até o final do ano passado, assessor jurídico da Câmara de vereadores de Ilhota. Ou seja, não é nenhum neófito nos meandros da coisa pública. Rela ele: “requeri informações públicas que deveriam estar disponíveis a todos na prefeitura de Ilhota. Como o prefeito resolveu me ignorar, socorri-me ao poder Judiciário que acolheu meu pedido, determinando que o município prestasse tais informações. Ocorre que solicitei que tais informações fossem me enviadas por email, conforme possibilidade fornecida pelo próprio sistema de solicitação”. Ou seja, Aurélio não inventou nada: a prefeitura oferece esta facilidade.

ILHOTA EM CHAMAS V
“Agora o município de Ilhota, por meio de sua Controladora Janete Custódio, que nada controla, disse que tais informações estão à disposição, mais tenho que ir lá tirar cópias e pagar por elas. Mas, como asssim pagar por uma coisa que deveria estar disponível a toda a comunidade através do Portal Transparência e do Diário Oficial dos Municípios”, questiona Aurélio Marcos que esclarece o óbvio: “tenho certeza que o prefeito Érico faz isto para constranger quem pede a informação: primeiro porque a pessoa terá que se deslocar até lá; terá que ficar sentado à espera da boa vontade de algum servidor; terá que ficar exposto podendo ser agredido por algum maluco de plantão; e ainda terá que pagar por algo que se estivesse devidamente publicada, seria de graça e não incomodaria ninguém na prefeitura”. Este é o retrato da vergonha e de como funciona o poder nos pequenos municípios. Na propaganda, um discurso quase canalha. Na prática, um ato que beira o crime. “Vou representar o prefeito de Ilhota e a Controladoria por este fato também”, informa Aurélio Marcos. Faz bem. É o mínimo.

VAMOS PAGAR, SIM I
Na coluna da terça-feira passado, sob o título de “a herança de Paulo Afonso”, afirmei: o prejuízo da tal de Santa Catarina Participação e Investimentos S. A., conforme balanço de 2016 que acaba de ser publicado é de R$6,2 bilhões. O que representa isso? Três meses inteiros de arrecadação bruta do Estado. Se essa conta tivesse que ser bancada hoje, cada um dos 7 milhões de catarinenses teria que desembolsar R$ 883. Eu estava errado e técnicos que tratam desse assunto no âmbito político e governamental me corrigiram: em algum momento das nossas vidas, os catarinenses serão chamados para colocar dinheiro dos seus bolsos, em imposto extra, para pagar esta dívida, sem que os objetivos tenham sido atingidos.

VAMOS PAGAR, SIM II
A Invesc foi criada pela lei estadual 9.940, de 19 de outubro de 1995, com 12 “nobres” objetivos: regionalização da saúde; a concessão da exploração de rodovias estaduais; a conclusão e restauração da BR?282; a pavimentação de estradas estaduais e de acessos a municípios; a reorganização do sistema estadual de assistência técnica e de extensão rural; a duplicação da BR?101 no Estado; a implantação do sistema exportador integrado de transporte de São Francisco do Sul; a sistematização do apoio tecnológico e gerencial para as micro e pequenas empresas; a desenvolvimento e implantação da política estadual de saneamento básico; a intensificação do programa de eletrificação rural; a reformulação e modernização do sistema de segurança pública e apoio creditício ao meio rural. Quando a fatura chegar ficará claro que somos enganados por discursos de políticos e vamos pagar caro porque não fiscalizamos e deixamos soltos governantes e deputados estaduais.

COMO FUNCIONA I
Quando se tem uma imprensa atenta, com credibilidade e cidadãos conscientes, o poder público responde. Na marra, mas responde. Na edição de sexta-feira, publiquei que na quarta, Mauricio José de Souza, tinha sido oficializado comissionado da prefeitura como coordenador geral do Sine, de Gaspar. Mas, na quinta-feira, em plena era do desemprego massivo, o Sine de Gaspar não abriu: fez ponto facultativo. Maurício disse que não é do serviço. As pessoas desempregadas iam lá e davam com a cara na porta fechada (veja a foto). Os desempregados, que não possuem direito às tetas do poder público, mas as sustentam, telefonavam para órgãos plantonistas da prefeitura de outros setores que funcionavam. Queixavam-se. Queriam orientação.

COMO FUNCIONA II
Um dos funcionários ouvintes desses telefonemas e pertencente a um órgão municipal e que não tem a obrigação de ouvidoria, tomou duas atitudes: orientou os queixosos a bater foto e enviar para o jornal; ao avisou o gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB do que estava acontecendo e da orientação. Foi um rolo só. “Vocês estão querendo nos f...?”. Esbravejou do outro lado. Ora quem está ganhando e não está exercendo o seu papel de servir ao cidadão, é exatamente o governo. Resultado: às 10h de quinta-feira apareceu uma informação no site da prefeitura de Gaspar esclarecendo que quinta-feira era ponto facultativo no Sine. As 11h, o Sine abriu, quando já todos os desempregados tinham desistido da ajuda. Agora, só falta a perseguição Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Um setor complicado e praticamente monopólio. A prefeitura de Gaspar cancelou a licitação para o registro de preços para futuras compras de gases medicinais, com fornecimento de cilindros em regime de comodato.

O dinheiro público. A Câmara de Gaspar vai “investir” R$90 mil este ano para divulgar atos com jornais. Jornais? Tem tudo para ser de um só e não é não é o Cruzeiro do Vale. Já para rádios, no mínimo três para Gaspar e outras de Brusque e Blumenau, vai repartir R$60 mil.

Já a prefeitura de Gaspar se prepara para fazer a sua licitação para serviços marketing, propaganda e veiculação nos veículos da região, depois de cancelá-la a que a administração petista preparou.

Mudou a data, mais uma vez. Será no dia 25 de maio. Nesta terça-feira será o sorteio da “sub-comissão técnica” da licitação, ou seja, vai se saber quais os “profissionais” da área ligados à prefeitura, autarquias, fundações e à Câmara que vão analisar as propostas. Ai, ai, ai.

O ex-deputado Federal e ex-presidente do PP de Santa Catarina, João Alberto Pizzolatti Júnior, enrolado na Lava Jato, está por um fio no foro privilegiado para se escapar do juiz Sérgio Moro.

A Justiça já o retirou duas vezes da secretaria de enrolação que ocupa em Roraima. É que o MP não concorda que gente impregnada de dúvidas seja agente público e político. A governadora pepista Suely Campos, o nomeou pela terceira vez. Numa dessas ele amanhece em Curitiba.

O presidente do Samae de Gaspar, José Hilário Melato, PP, despachou para o Fórum da Comarca, o encanador motorista efetivo, Evandro Sérgio Luz. Hum!

Esperado e tem gente de olho grande. Está confirmado para o dia 26 de abril a licitação do município de Gaspar para o registro de preços para futuras aquisições de tubos, grelhas, lajotas, tijolos, pavers, meio-fios, calhas e tampões.

Pós eleição. Na terça-feira ouvimos, fomos “ensinados”, ou esclarecidos, por Emílio e Marcelo Odebrechet, e seus diretores de como se compravam ou como fabricavam as dirigidas Medidas Provisórias no Congresso Nacional. Elas davam vantagens fiscais a determinados grupos de interesse. Em Gaspar, a Câmara tornou lei, um projeto para dar benefícios aos maus pagadores.

A iniciativa do projeto de lei foi do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e que estava no poder há três meses quando enviou o assunto para o Legislativo. A aprovação aconteceu na terça-feira à tarde. Na quinta-feira, numa rapidez incomum, já estava publicada no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair. Acorda, Gaspar!

Na marra. O professor e o “ex-poderoso” chefe de Gabinete, Doraci Vanz, foi removido de ofício em 15 horas semanais da Escola Zenaide Schmitt Costa para a Escola Professora Dolores Krauss. Ou seja, passou agora a ter lotação de 15 horas semanais na Zenaide Schmitt Costa, 15 horas semanais na Professora Dolores Krauss e 10 horas semanais na Luiz Franzói.

Mais enrolação. A Construtora Tertel ganhou e não entregou o trecho dois da drenagem pluvial e pavimentação asfáltica da Rua Amádio Beduschi, em Gaspar. No dia oito de dezembro, a prefeitura abriu uma sindicância para apurar e punir o atraso. Até agora nada. A comissão acaba de pedir mais 60 dias para apurar o que aconteceu. Coisa difícil!

Escolhas. Faltam remédios nas farmácias do município. Mas, Gaspar, o poder de plantão continua em campanha, fazendo circo e atendendo clientes eleitorais. No dia 28 de abril está marcada a licitação para a compra de medalhas e troféus.

Ilhota em chamas VI. Rebaixada? Não é fácil essa vida de comissionado. Rosilene Fronza Zimmermann deixou de ser diretora de departamento para ser chefe de divisão.

Ilhota em chamas VII. Economia? Mais gente comissionada: Dayana Karina Correa da Silva, como diretora de Departamento, Taína Batista, como chefe de Divisão e Guilherme da Cunha, como chefe de Divisão.

Ilhota em chamas VIII. Sabem daquele ônibus da prefeitura e o carro que se chocaram no início do mês? Contrataram um ônibus da empresa Guaratuba, em regime de emergência, para substitui-lo: R$15 mil.

Ilhota em chamas IX. Esse filme você já assistiu. O provisório emergencial que vira quase permanente. Não é que o prefeito Érico de Oliveira, PMDB, renovou por mais dois meses a coleta de lixo com a Say Muller. Está alugando dela, para abril e maio, dois caminhões coletores e compactadores de lixo, com motorista e garis ajudantes. Vai pagar R$ 102.400,00.

Ilhota em chamas X. Esse caso, feito de afogadilho e cheio de erros técnicos da equipe, do ganancioso PMDB e prefeito Érico de Oliveira de tomar a Casan e suas atividades para si, vai lhe levar ao afogamento da sua administração.

Ilhota em chamas XI. O prefeito Érico assinou o decreto 41. Com isso, em menos de um mês ele cancelou os decretos 36 e 38. O 36 remanejava R$130 mil da LDO para o seu projeto intervencionista de fazer água potável por conta própria.

Ilhota em chamas XII. O segundo decreto cancelado, foi decorrente de uma conquista da transparência e da mobilização da sociedade. Refere-se à tentativa de Érico para retirar R$304 mil da educação. A manobra foi informada aqui aos ilhotenses em primeira mão. Voltou como estava no orçamento, por enquanto. Érico já tinha desistido da outra ideia do atraso: reduzir o orçamento da educação de 30% para 25% do orçamento municipal.

Ilhota em chamas XIII. Enrolação. A área urbanística e de loteamentos em Ilhota é a mais nebulosa de todas. Olha só: o que vice-prefeito, Joel José Soares, presidente do tal Conselho da Cidade de Ilhota publicou no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet – de forma quase cifrada, para cumprir o que a burocracia pede?

Ilhota em chamas XIV. Na terça-feira, dia 11, publicou edital 01/2017 de Cancelamento de Audiência Pública. Cancelava a Audiência Pública 4/2017 que deveria ser realizada no dia anterior, ou seja, na segunda-feira, dia 10. Cancelar depois da data? Hum! Qual a desculpa para o tal cancelamento? “Em virtude de incompatibilidade logística com a agenda da Câmara de Vereadores do Município”.

Ilhota em chamas XV. Ou seja, quando se marcou a audiência e se seu o curso formal não se bloqueou o auditório da Câmara para o uso? Conta outra. E se for verdade, o fato por si próprio mostra a seriedade como se trata este assunto tão relevante, mas cheios de interesses particulares e políticos, tanto na prefeitura como na Câmara de Ilhota.

Ilhota em chamas XVI. Quer mais? O que diz o texto de cancelamento? “A pauta estabelecida para a Audiência 4/2017 será reapresentada num prazo de 10 dias após novo agendamento com a Câmara de Vereadores”. Descaso vergonhoso.

Ilhota em chamas XVII. E qual era ou é o tema da audiência 4/2017? Alteração do Código Urbanístico para regularização da Descrição de Zoneamento do Parque Industrial; e impactos gerados pelo Loteamento Harmonia (processo administrativo 03/2016) através da apresentação de seu EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança).

Ilhota em chamas XVIII. Sabe quanto vai se pagar para a Epagri dar assistência rural este ano em Ilhota? R$ 40.680,00. Serão divididos em nove parcelas.

A imprensa não aprende. Teve gente com coragem e cara de pau. Conseguiu comentar as delações e esconder os nomes dos políticos amigos, ou patrocinadores, e que aparecem em todos os outros veículos. Meus Deus!

Perdido nas contas? O que está na pauta de hoje da sessão da Câmara de Gaspar. O requerimento do suplente Daniel Fernandes dos Reis e dos vereadores Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, todos do PMDB. O que querem do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB? O extrato do saldo financeiro referente às contas e aplicações do município de Gaspar na data de 31 de dezembro de 2016.

Quem era o prefeito de Gaspar em 31 de dezembro de 2016 e devia ter esse extrato? Pedro Celso Zuchi, PT. E qual a intenção desse documento? Provar que alguém está mentindo. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1797

Comentários

A. Marcos
20/04/2017 13:23
HERCULANO A DANÇA DAS CADEIRAS EM ILHOTA CONTINUA. BAIXARAM UMA PORTARIA NO DIARIO OFICIAL REVOGANDO O PODERIU DE PAGAMENTO DAS CONTAS DA PREFEITURA DA ATÉ ENTÃO SECRETARIA DE FINANÇAS ALINE DESCHAMPS. EU PERGUNTO O UMA SECRETARIA DE FINANÇAS VAI FAZER SE NAO PODE PAGAR AS CONTAS? SERÁ MAIS UMA A MAMAR NAS TETAS DA POPULAÇÃO ILHOTENSE? ELA NÃO PAGA MAIS NADA MAS NAO QUER DIZER QUE AS CONTAS NÃO SERÃO PAGAS, NO QUE DEPENDER DO NOVO TESOUREIRO DA PREFEITURA, PESSOA DE GRANDE CONFIANÇA DO SEU ERICO PREFEITO, O SEU FILHO JEAN. O PEQUENO INFANTE PEDIU AO PAPAI UM TABULEIRO DE BANCO IMOBILIARIO E O PAPI SOBERANO FEZ MELHOR, DEU UMA PREFEITURA PRO SEU PEQUENO BRINCAR DE MANDAR E DESMANDAR. COM DIREITO A SALA EXCLUSIVA E TUDO. NO LADINHO DO GABINETE DO PAPAI. ISSO PODE HERCULANO? E O NEPOTISMO? FICA ONDE?
Sidnei Luis Reinert
20/04/2017 12:15
Lava jacta est: Quem não delatar será deletado


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Delação é traição? No mundo do crime institucionalizado brasileiro, a deduragem agora é tábua de salvação. A transação penal, no entanto, começa a chegar a um limite na Lava Jato. Quem fica fazendo docinho para não concluir um acordo de colaboração corre o risco de perder o bonde da História. O que o delator tem a revelar pode perder a característica essencial de novidade comprovada, porque já foi revelada por outros colaboradores antecedentes.

A regra vale para pessoas físicas ou jurídicas que ainda tentam esconder algo que o "Oráculo" da Força Tarefa da Lava Jato já não saiba ou tenha provas. Alguns dedurados, investigados ou réus com alto potencial de condenação começam a entrar em pânico. Embora seus caríssimos defensores insistam, naquelas notinhas lidas no rodapé de reportagens, que seus clientes são inocentes, vítimas de perseguição, e que jamais praticaram qualquer ato de corrupção com dinheiro público, as delações premiadas (até agora divulgadas a conta gotas) comprovam o contrário.

Quem ainda tem alvo valioso da delatar, com provas documentais, deve correr, antes que suas condenações a uma longa temporada na cadeia se tornem irreversíveis. Este é o drama específico de dois personagens: Antônio Palocci Filho e Eduardo Cunha. Palocci quer abrir o bico, porque é uma figura que sabe demais, escondendo informações valiosas que não foram passadas pelos fiéis petralhas José Dirceu, André Vargas, e os famosos tesoureiros da legenda "Perda Total". Já Cunha segue vacilando, mas a quase certa condenação e prisão de sua esposa Claudia Cruz ou da filha Deniele pode fazê-lo mudar de idéia.

A regra é clara: Quem não delatar terminará "deletado" (no sentido informatizado do apagamento ou no sentido prático da vida que, um dia, acaba inevitavelmente em morte). Apenas o decadente mito Luiz Inácio Lula da Silva continuará posando de vítima, pois já tem certeza de que é cabra marcado para condenação.

O terror da Lava Jato está apenas começando para os corruptos. Na hora em que a bomba estourar para o lado do sistema financeiro, aí a guerra de todos contra todos assumirá sua dimensão apocalíptica. Por enquanto, o Capimunismo rentista tupiniquim e sua corrupção sistêmica estão ruindo em velocidade crescente.

Na hora em que o povão perder a paciência com a gentalha corrupta, e partir para a porrada, aí sim a bandidagem vai entender, da pior maneira possível, qual o real custo de roubar o setor público e inviabilizar o desenvolvimento do Brasil. A hora do acerto de contas final se aproxima...

Enfim, como diria o Profeta Mantiqueira, "Lava jacta est"...
Herculano
20/04/2017 12:06
ELE É UM NOTóRIO JORNALISTA ENGAJADO, 68 ANOS. POR CONTA DISSO, FOI ASSESSOR DO EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, PT. HOJE, PARECE ESTAR CANSADO, MAS COM FARO DE REPóRTER SOBRE O DESTINO DO SEU ÍCONE.

LAVA JATO FECHA CERCO A LULA NA RETA FINAL, por Ricardo Kotscho, no seu blog no portal R7

Com as intermináveis delações da Odebrecht, que fugiram ao controle, sobrou para todo mundo na alta cúpula política do país, mas o alvo principal continua sendo o ex-presidente Lula.

Faltam 13 dias. Na reta final para o interrogatório em Curitiba, marcado para o próximo dia 3 de maio, o juiz Sergio Moro fecha o cerco ao ex-presidente.

Para esta quinta-feira, está marcado o interrogatório do delator Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, figura central nas denúncias contra Lula na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba (ver matéria aqui no R7).

Na véspera, advogados do ex-presidente apresentaram documentos para provar que o agora célebre apartamento do Guarujá continua sendo de propriedade da empreiteira, não dele.

A falta de provas tem sido até aqui a principal alegação dos advogados de defesa para inocentar Lula nos cinco processos em que foi declarado réu.

É pouco crível, porém, que o juiz Moro tenha marcado a data para seu primeiro encontro cara a cara com o acusado, três anos após o início da operação, se já não tivesse juntado provas suficientes para incriminá-lo.

Desde o início, Moro tem agido mais como promotor do que como juiz, em parceria com os procuradores da República, e o embate entre os dois saiu da esfera jurídica e política para o campo pessoal.

Isso ficou claro esta semana no episódio das 87 testemunhas arroladas pela defesa, o que levou Sergio Moro a convocar Lula para acompanhar pessoalmente todas as audiências.

Lula se tornou o grande troféu de Moro, o juiz de primeira instância que comanda a força tarefa da Lava Jato em Curitiba, virou celebridade midiática e já teve até seu nome incluído entre os presidenciáveis.

A guerra que se estabeleceu na relação entre juiz e réu divide o país entre os que querem ver Lula condenado e preso e os que querem ver Moro quebrar a cara no interrogatório marcado para daqui a duas semanas.

Aliados dos dois lados já começaram a organizar caravanas para acompanhar a audiência na Justiça Federal em Curitiba, o que faz prever um clima de beligerância também do lado de fora do prédio.

O confronto direto vai ser certamente o dia mais difícil dos 70 anos de vida de Lula e o momento decisivo da carreira do jovem juiz do Paraná.

Dificilmente esta disputa terminará empatada.

Ali se vai decidir não só um dos processos judiciais movidos contra Lula, mas o futuro político do país com vistas ao cenário das eleições presidenciais de 2018, em que o ex-presidente lidera até aqui todas as pesquisas.

As denúncias contidas nas delações dos Odebrecht, pai e filho, além de vários executivos da empreiteira, sobre os benefícios pessoais oferecidos pela maior empreiteira do país ao ex-presidente, ao longo de sua carreira política, podem se tornar o grande trunfo dos acusadores, mas também dependem ainda de comprovação, e o tempo agora é curto.

Até aqui, Lula vem negando tudo e se limita a denunciar uma perseguição política que levou seus defensores a apelarem até para um tribunal da ONU.

Como fraternal amigo de Lula há mais de quarenta anos, é muito difícil para mim tratar deste assunto, mas a minha obrigação como jornalista é ser fiel, acima de tudo, à verdade factual e aos leitores.

Assim como acontece com Moro, reconheço que não tenho isenção para falar de Lula, mas por razões opostas.

Numa democracia, cabe a cada cidadão fazer seu próprio julgamento diante dos fatos apresentados, com base nos autos do processo, neste momento crucial para o destino de todos nós.

Vida que segue.
Herculano
20/04/2017 10:44
A PROVA DA IGNORÂNCIA, ANALFABETISMO, DESINFORMAÇÃO, CLIENTELISMO E PATRIMONIALISMO. A MAIORIA PREFERE OS SEUS IGUAIS PARA LEVÁ-LOS AO BURACO E SACRIFÍCIO COLETIVO NUMA CLARA PREFERÊNCIA PELO MARTÍRIO. NÃO É A TOA QUE O O BALEIA AZUL LEVA GENTE À MUTILAÇÃO E À MORTE CONTRA TODAS AS REGRAS DE COERÊNCIA E óBVIAS.

PESQUISA IBOPE MOSTRA LULA COMO O PRESIDENCIÁVEL COM O MAIOR POTENCIAL DE VOTOS DIZ IBOPE

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de José Roberto de Toledo e Daniel Bramatti. Pesquisa inédita do Ibope mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a ser o presidenciável com maior potencial de voto entre nove nomes testados pelo instituto. Pela primeira vez desde 2015, os eleitores que dizem que votariam nele com certeza (30%) ou que poderiam votar (17%) se equivalem aos que não votariam de jeito nenhum (51%), considerada a margem de erro.

Desde o impeachment de Dilma Rousseff, há um ano, a rejeição a Lula caiu 14 pontos.

A pesquisa foi feita antes de vir a público a lista do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com as delações de executivos da Odebrecht que acusaram o ex-presidente de corrupção, junto com dezenas de outros políticos. Se a divulgação das denúncias prejudicou a imagem de Lula (e de outros denunciados), não houve tempo de isso ser captado pelo Ibope.

Os três principais nomes do PSDB, por sua vez, viram seu potencial de voto diminuir ao longo do último ano e meio. Desde outubro de 2015, a soma dos que votariam com certeza ou poderiam votar no senador Aécio Neves (PSDB-MG) despencou de 41% para 22%. O potencial do senador José Serra (PSDB-SP) caiu de 32% para 25%, e o do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) foi de 29% para 22%. Os três tucanos aparecem na pesquisa com taxas de rejeição superiores à de Lula: 62%, 58% e 54%, respectivamente.

O Ibope testou pela primeira vez o potencial do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), em uma eleição para presidente. Embora seja muito menos conhecido do que seus colegas de PSDB (44% de desconhecimento, contra 24% de Alckmin e 16% de Serra e Aécio), Doria já tem 24% de eleitores potenciais (metade votaria com certeza), ou seja, tanto quanto os outros tucanos, levando-se em conta a margem de erro. Mas sua vantagem é ter uma rejeição muito menor que a dos concorrentes dentro do partido: 32%.

Assim como os nomes tradicionais do PSDB, a ex-ministra Marina Silva (Rede) sofreu redução de potencial de voto e aumento da rejeição. Agora, um terço dos eleitores a indicam como possível opção ?" eram 39% há um ano.

Método. Entre os dias 7 e 11 de abril, o Ibope realizou 2.002 entrevistas face a face, em 143 municípios de todas as regiões do Brasil. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. As perguntas eleitorais fizeram parte da pesquisa que o instituto conduz mensalmente com questionário variável, o chamado BUS.

Na pesquisa de potencial de voto, o entrevistador apresenta um nome de cada vez e pede ao eleitor que escolha qual frase descreve melhor sua opinião sobre aquela pessoa: se votaria nela com certeza, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum, ou se não a conhece o suficiente para opinar. É diferente da intenção de voto. Se aplica especialmente quando falta muito tempo até a eleição e as candidaturas ainda estão incertas.
Herculano
20/04/2017 10:34
HOJE É DIA DE BRAHMA

Conteúdo de O Antagonista.Sergio Moro tem um dia cheio.
Às duas da tarde, ele vai ouvir Léo Pinheiro e Agenor Medeiros, da OAS.

Antes disso, às dez, ele vai interrogar Antonio Palocci e Branislav Kontic, que devem permanecer calados

Lula derreteu no pós-Odebrecht.

Vai derreter ainda mais a partir de hoje, no pós-OAS.

O depoimento de Léo Pinheiro ao juiz Sergio Moro, revelando o pagamento de propinas a Lula, vai entrar para a história.

Os petistas da Folha de S. Paulo se referem à propina paga pela Odebrecht a Lula como "agrado", "conforto" e "presentes".

A empreiteira, porém, sabia do que se tratava: contrapartidas
vlad
20/04/2017 09:28
Quem precisa de 87 testemunhas para testemunhar sua inocência está confirmando que tem muitos crimes nas costas.
Herculano
20/04/2017 09:01
OLHE O SEU RABO, PRIMEIRO. MACACO

Dois leitores, com segundas intenções e na tentativa de desqualificar este espaço e este "escritor", segundo detratores, postaram suas críticas neste espaço e eu as aprovei, para mostrar as suas incoerências e que não rejeito as observações que fazem sobre o meu trablaho.

As 23.24 de ontem apareceu um tal de "vaquinha de presépio". O mesmo texto tinha outro nome um minuto antes no portal para aprovação.

Vamos lá. É de gente insignificante, de Blumenau, porque se esconde sob nome, e.mail e telefones falsos. Portanto, pressupõe-se que a argumentação também seja falsa, quando não bandida.

O missivista cobra atitudes de outros para enfrentar a mesmice e as dúvidas que supostamente se instalaram em Gaspar com a nova administração. Este enfrentamento deveria começar pelo missivista, que quer culpar e terceirizar aos outros, omitindo o que é da sua única responsabilidade como cidadão.

A SEGUNDA POSTAGEM veio nesta manhã de alguém que se escondeu sob o nome de Gilfrido Gebien. É gente que teve que sair do poder daqui pelo voto livre e ir para o exílio de Penha.

Chama-me de ironicamente de "nobre jornalista" e me compara com ele que "esta mais sossegado do que nunca" insinuando que isto teria acontecido depois "da conversa do Kleber Edson com o Gilberto Editor" e proprietário do jornal e portal o mais antigo, o de maior circulação (e acessado) e maior credibilidade em Em Gaspar e Ilhota.

Enciumado registra: "antes quando do governo medíocre do PT [reconhece e mais uma vez lava a minha alma?], o prefeito dava um passo (pra dizer outra coisa) o Herculano registrava e comentava.

Agora, o que se lê e um tal de c/c (copia e cola) dos grandes jornais do Brasil ou Ilhota em chamas, seria melhor se mudar pra lá.

Umas pinceladas no ex colega executivo e fica por aí. Sinto saudades do tempo que você mostrava o que se escondia debaixo do tapete. Será que @ ética voltou a reinar em Gaspar!

Afinal o houve Herculano, você está mais acomodado, preguiçoso ou idoso?

Será que o Kleber Edson e pacas não de bom ou ruim pela cidade? Olha a corda". adverte como se fosse perder o emprego.

1. Não sou empregado do Cruzeiro do Vale, sou colaborador. E banco todas as ações que o PT moveu na Justiça contra este escriba para calar, constranger e humilhar. Ou seja, contra o PT devia ficar calado, já contra os outros me calo porque estão comprado?

2. Não mudei nada em relação ao meu trabalho, você que não está lendo direito a coluna. Aliás, este é o mal que acomete a esquerda do atraso, vive de interpretações e narrativas que lhes convém e lhes dão melhor propinas para si e os seus.

3.Há duas colunas: uma na terça-feira, exclusivamente para o portal e outra na sexta-feira, para a edição impressa. Nelas não há nenhuma colagem.Desafio. Os comentários na internet é um espaço para os leitores e leitoras, bem como para compartilhar as minhas leituras das publicações nacionais ou regionais. Enriquecimento de conhecimento. Sempre foi assim. Nada mudou.

4. Quanto a "conversa" feita pelo poder de plantão com o Gilberto, nada sei. Ele não me reportou e não vou questioná-lo. Não há razão para isso. Tenho o meu destino nas minhas mãos. E isso é o que preocupa muitos que gostam de por o destino dos outros nas mãos dos outros.

5. Com o Gilberto, há uma promessa antiga para tornar esta coluna diária, e estou aguardando o desenvolvimento tecnológico. E segundo me promete, se dará em dias.

6. O poder instalado em Gaspar, tanto o do PT quanto o do PMDB nunca me procuraram. E fazem isso, porque sabem que não faço negócios, fazem isso, porque sabem que não possuem argumentos.

7. Quando ficar idoso, é um processo natural, necessário e felizmente não tenho como freá-lo. É como o vinho...

8. E se por questões que me fogem ao meu controle, houver dificuldades para continuar com o Cruzeiro, o meu site particular já está prontinho. É só colocá-lo no ar no dia seguinte e recomeçar a vida, para o desespero dos políticos cheios de manchas e interesses. Vai ser mais picante.

Então leitores fakes, não tenho medo de corda, ainda mais a petista cuja a lama a apodrece mais rapidamente do que eles próprios percebem. Acorda, Gaspar!
Herculano
20/04/2017 08:08
AUSÊNCIA E ALIENAÇÃO DOS PAIS DIANTE DA OBRIGAÇÃO DE EDUCAR OS FILHO, BEM COMO COMPREENDER À TECNOLOGIA EM PERMANENTE INFLUÊNCIA E EVOLUÇÃO DOS QUE PRECISAM DE CUIDADOS

OITO ESTADO TÊM MUTILAÇÕES SOB SUICÍDIOS E MUTILAÇÕES SOB SUSPEITA DE LIGAÇÃO COM BALEIA-AZUL

No Brasil, 1 em cada 10 adolescentes de 11 a 17 anos acessa conteúdo na internet sobre formas de se ferir - e 1 em cada 20, de se suicidar, segundo o Centro de Estudos Sobre Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic). Depois de postar em sua página no Facebook a frase "a culpa é da baleia", um adolescente de 17 anos tentou se jogar nesta quarta-feira, 19, do viaduto sobre a Rodovia Marechal Rondon, em Bauru, interior paulista. Trata-se de mais um caso que envolveria o jogo viral de internet Baleia-Azul, que incita a suicídio e mutilações e já causou alertas policiais e de saúde em oito Estados (SP, PR, MG, MT, PE, PB, RJ e SC).

Pesquisa do Cetic que analisou 19 milhões de internautas brasileiros mostra o avanço das buscas desse público por mutilações (11%) e mortes (6%) no universo online. Os casos mais recentes envolvem o Baleia-Azul. O maior número de registros até agora é na Paraíba, onde a Polícia Militar diz ter identificado 20 adolescentes envolvidos no jogo. O coronel Arnaldo Sobrinho, coordenador do Escritório Brasileiro da Associação Internacional de Prevenção ao Crime Cibernético, relatou tentativas de suicídio e mutilação de adolescentes em João Pessoa e nas cidades de Campina Grande e Guarabira.

A origem e até a existência do suposto jogo, com 50 níveis de dificuldade, tendo o suicídio como resultado final, é polêmica. Seu nome deriva da espécie presente nos Oceanos Atlântico, Pacífico, Antártico e Índico que chega a procurar as praias, por vontade própria, para morrer.

As primeiras informações, de 2015, relatavam um jogo de incentivo ao suicídio propagado pelo Vkontakte (VK), o Facebook russo. Posteriormente, entidades denunciaram o caso como "fake news" (notícia falsa), mas o viral não para de avançar. Participantes surgem em grupos fechados, selecionados de madrugada. Na sequência, o administrador, ou "curador", lança desafios, que já provocaram problemas em diversos países, incluindo Espanha e França.
Herculano
20/04/2017 08:00
DELAÇÕES DERRETEM ESTRATÉGIA DA DEFESA DE LULA, por Josias de Souza

Surgiu entre os delatores o engenheiro escalado pela Odebrecht para realizar a reforma do sítio de Atibaia: Emyr Costa. Ele conta como tocou a obra, fala do dinheiro vivo que teve que manusear e dá nomes aos bois. Como se fosse pouco, informa que, sob orientação de Roberto Teixeira, advogado e compadre de Lula, elaborou um contrato falso para apagar da obra as digitais da Odebrecht e da família Lula. E a defesa de Lula apenas repete: não há nada contra o ex-presidente. Vem aí a delação do empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS. Vai falar sobre a reforma do tríplex do Guarujá.

No caso do sítio, a versão oficial é de que Lula, sem pagar nenhum tostão, instalou-se na propriedade com licença dos supostos proprietários para usar e abusar, reformar e trocar a mobília, virar do avesso se quisesse. O problema desse enredo é que ele divide os brasileiros em dois grupos: os cínicos e os azarados como você e os mais de 200 milhões de patrícios que ainda não encontraram amigos tão generosos, capazes de ceder, por empréstimo perpétuo, um sítio paradisíaco.

Apesar de tudo o que está na cara, a defesa sustenta que Lula é um inocente candidato à Presidência, vítima de perseguição. Isso pode adoçar o enredo, mas não modifica o epílogo. Em maio, Sergio Moro interrogará uma pose, não um réu. Depois, condenará um projeto político, não um culpado por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Se a sentença for confirmada na segunda instância, como parece provável, vai ao xadrez um mártir petista, não um presidiário. Mas nenhuma dissimulação retórica elimina o risco real de o PT ficar num mato sem candidato.
Herculano
20/04/2017 07:57
OS OPORTUNISTAS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

No momento em que ganha força a discussão sobre a necessidade de elaborar uma nova Constituição, os oportunistas, incansáveis, pretendem transformar esse urgente debate em ensejo para disseminar a ideia de convocar uma Assembleia Constituinte para fazer apenas uma reforma política.

Uma Assembleia cujo objetivo seja apenas o de mudar as regras do sistema político serviria somente para salvar partidos e políticos ora em apuros. Não é por outra razão que essa sugestão tem sido oferecida sempre que estoura algum grande escândalo de corrupção ou grande crise política. Os petistas, por exemplo, trataram de se agarrar a essa ideia em meio ao mensalão, em 2005. Depois, pressionada pelas manifestações de rua em 2013, a então presidente Dilma Rousseff sacou da cartola a mesma proposta, como saída mágica para o desencanto dos brasileiros com a política.

Agora, mais uma vez, os petistas, não por coincidência de novo envolvidos em escândalos, estão na vanguarda desse movimento que tenta tumultuar a legítima aspiração a uma Assembleia Constituinte, convertendo-a em mero arranjo para salvar os dedos e, quem sabe, alguns anéis dos partidos e de seus caciques emporcalhados pela corrupção.

Em um evento numa universidade americana, Dilma Rousseff disse que o sistema político atual estimula o toma lá dá cá entre o governo e sua base em troca de votos no Congresso, razão pela qual precisa ser alterado. Isto é, o mesmo sistema político que o PT explorou como ninguém, colocando o Estado à venda em troca de sua manutenção no poder, deixou de ser conveniente depois que os petistas foram expulsos de campo ao serem flagrados pela Justiça fazendo gol de mão.

Como se não fizesse parte do partido que protagonizou o total abastardamento da vida política nacional, como se fosse apenas uma inocente observadora dos fatos, Dilma relançou então a ideia de uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma política. "Como ninguém pode pedir para a raposa reformar o galinheiro, porque o mínimo que a raposa faz é criar um caminho direto para as galinhas, no Brasil é necessário que seja uma Constituinte exclusiva", disse a presidente cassada. Dilma não é a única. Cada vez mais políticos, petistas e de outros partidos, têm manifestado, aqui e ali, simpatia pela ideia.

Se o objetivo é reformar o sistema político, no entanto, não há necessidade de convocar uma Assembleia Constituinte exclusivamente para esse fim. Tramitam no Congresso iniciativas bem mais simples e que resolveriam boa parte dos problemas atuais, como a que impõe uma cláusula de barreira para diminuir o número de partidos, extinguindo as legendas de aluguel, e a que acaba com as coligações para as eleições proporcionais, formadas sem nenhum vínculo que não seja o interesse meramente eleitoral.

Ao contrário do que pretendem fazer crer os defensores de uma Constituinte para realizar a reforma política, os problemas do País não se resumem ao evidente desgaste do modelo eleitoral e de representação vigente. Corre-se o risco de amesquinhar a discussão sobre a instalação de uma Assembleia Constituinte, fundamental para enfrentar os graves problemas estruturais do País, que vão muito além da evidente disfuncionalidade do sistema político.

Somente com a formulação de uma nova Constituição será possível criar um arcabouço jurídico mais maduro e realista que o atual ?" que, malgrado suas boas intenções, impôs ao País um emaranhado de exigências, muitas delas contraditórias entre si, que praticamente inviabilizam a administração pública, tornando necessária a frequente proposição de emendas que, no mais das vezes, são apenas remendos. É evidente que não basta criar uma nova Constituição para que os problemas do País se resolvam da noite para o dia, mas está claro que a atual Carta é, em si mesma, uma barreira muitas vezes intransponível para o pleno desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Não se pode permitir que tão imperiosa discussão para o País se confunda com manobras diversionistas que só se prestam a salvar os suspeitos de sempre.
Herculano
20/04/2017 07:56
HÁ UM ELEMENTO QUE ESCAPA À LóGICA DE EMÍLIO ODEBRECHET, E ELE SE CHAMA LEI, por Roberto Dias, secretário de Redação do jornal Folha de S. Paulo

"Há um Brasil que dá certo e aparece pouco nos meios de comunicação. O destaque é sempre dado ao escândalo do dia." Assim pensava Emílio Odebrecht em 2010, conforme escreveu nesta Folha. Sete anos pelo jeito mudam muita coisa, pois hoje sua visão é diferente.

Aquela mesma imprensa que ele reputava combativa demais agora trata cada escândalo "como se fosse surpresa", segundo disse aos procuradores. "Me incomoda isso."

Não é só a nova angulação do incômodo que impressiona. Emílio ficou bilionário montado num esquema de corrupção, como a Odebrecht admite. É incrível que, tendo engordado o bolso com dinheiro que deveria estar nos cofres públicos ?"não propriamente um exemplo profissional?", ele se sinta confortável em opinar sobre o trabalho dos jornalistas.

Talvez o empresário tenha conseguido comprar uma voz aqui e outra acolá. Mas o sentido do que diz sobre a imprensa não é verdadeiro.

O que nunca faltou foi falar de corrupção com empreiteiras. O acerto da Norte-Sul, o cartel no Metrô de São Paulo, as revelações de Cecílio do Rego Almeida ?"a lista é longa.

Só não é maior porque existe um elemento que talvez escape à lógica de Emílio. Chama-se lei. Um jornalista não pode publicar qualquer história que escuta. É preciso haver elementos a sustentá-la. Apenas uma operação como a Lava Jato, com instrumentos como a delação premiada, afiada em 2013, poderia levantar tamanha tampa de esgoto.

Os vídeos dão a sensação de que a ficha do empreiteiro não caiu. O tom calmo de sua fala levou o procurador Sérgio Bruno Cabral Fernandes a um momento professoral: "Eu vou depois mostrar para o senhor o Código Penal. Só pra gente se situar."

Antes quem ensinava era Emílio. Em 2002, escreveu : "Na política, é preciso acabar com a demagogia, o oportunismo, o clientelismo e a corrupção." Ora pois, eis que em 2017 estamos todos aprendendo algo
Herculano
20/04/2017 07:51
AMANHÃ DO ENFORCADO TIRADENTES, É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA PARA A EDIÇÃO IMPRESSA DO JORNAL CRUZEIRO DO VALE, O MAIS ANTIGO, O DE MAIOR CIRCULAÇÃO E CREDIBILIDADE EM GASPAR E ILHOTA

NELA MOSTRO COMO A FORCA RONDA OS QUE SE DIZEM POLÍTICOS NOVOS, MAS COM AS VELHAS PRÁTICA E A SERVIÇO DOS VELHOS POLÍTICOS QUE OS MANIPULAM NOS BASTIDORES. A CORDA, JÁ COMPRARAM, ESTÃO APRENDENDO A FAZER O Nó
Herculano
20/04/2017 07:47
COLOMBO TERÁ A MESMA JORNADA POLÍTICA, AGORA TURBULENTA, por Upiara Boschi, no Jornal de Santa Catarina, de Blumenau

Lançado pela primeira vez em 2013, o Fundo de Apoio aos Municípios (Fundam) foi peça fundamental para a reeleição em primeiro turno do governador Raimundo Colombo (PSD) no ano seguinte. A sacada de utilizar parte dos recursos captados junto ao governo federal para distribuir aos municípios deu alívio a prefeitos de todos os cantos do Estado, inclusive de partidos que não estariam com o pessedista na eleição.

No ano seguinte, o então adversário Paulo Bauer (PSDB) chegou a reclamar nos bastidores de prefeitos tucanos que não pediram votos para sua candidatura - gratos ao gesto de Colombo de repartir com quase todos os 295 municípios cerca de R$ 600 milhões dos R$ 9 bilhões conquistados junto ao Planalto para o Pacto por Santa Catarina.

Este ano, Colombo anunciou a segunda edição do projeto, prevendo R$ 700 milhões desta vez. Dentro desse contexto, a semana que passou deveria ser de festa. Na terça-feira, em Brasília, o governador conseguiu a aprovação na Secretaria do Tesouro Nacional, no Ministério da Fazenda. Ontem, no Rio de Janeiro, foi a vez de participar de uma reunião no BNDES para formatação da nova edição do programa - que deve ter gerenciamento e controle novamente realizados por uma equipe do BRDE.

É a Lava-Jato que impede que clima seja de festa como planejado. Foi depois da reunião de terça-feira no Tesouro Nacional que Colombo concedeu a primeira entrevista sobre as citações dos delatores da Odebrecht e sobre a petição encaminhada por Edson Fachin ao Superior Tribunal de Justiça para que analise se investiga o catarinense. Embora se apegue à agenda de governo, será difícil para Colombo livrar-se dos questionamentos sobre o que aconteceu ou não aconteceu na relação com a empreiteira e as supostas doações em caixa dois que teria pedido entre 2010 e 2014.

Dentro de projeto de renunciar em abril de 2018 para concorrer ao Senado, Colombo havia desenhado que seu último ano no governo não teria sobressaltos. A agenda de reformas estava razoavelmente completa com as mudanças na previdência dos servidores e no plano de carreira dos professores, além de alguns cortes na máquina do Estado. Mais que isso, que ficasse para o sucessor. Era o momento de inaugurar obras do Pacto, distribuir entre prefeitos os recursos do novo Fundam e se despedir do cargo como um governante realizador - uma espécie de Celso Ramos contemporâneo. A partir daí, mirar voos nacionais.

Por si, as delações não dão fim à jornada que começou a ser desenhada lá atrás, em 2006, quando o então prefeito de Lages ousou renunciar para concorrer a governador e acabou no Senado pelas mãos de Luiz Henrique (PMDB). O caminho ficou turbulento e vai exigir do pessedista um tipo de habilidade política que ainda não havia precisado demonstrar: resiliência.
Herculano
20/04/2017 07:44
JUIZ ACERTA, SOLTA PMs, BOLSONORIZA FALA E FLERTA COM A BABÁRIE, por Reinaldo Azevedo, de Veja

É asquerosa, para ser comedido, a argumentação do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do 3º Tribunal do Júri do Rio, para conceder a liberdade aos PMs Fábio de Barros Dias e David Gomes Centeno, do 41º BPN (Irajá). Eles foram flagrados, no dia 31 de março, executando dois traficantes em frente à Escola Municipal Jornalista e Escritor Daniel Piza, na Pavuna.

Para lembrar: os bandidos já estavam rendidos, feridos, no chão, sem risco, aparentemente ao menos, de reação. Mas não se tem a certeza absoluta disso. Nota: no embate entre policiais e marginais, a estudante Maria Eduarda Alves da Conceição, de 13 anos, foi atingida na perna e na cabeça por balas perdidas e acabou morrendo.

Antes que continue, uma lembrança. Já recebi da Polícia Militar de São Paulo uma das mais altas honrarias concedias pela corporação: a Medalha Brigadeiro Tobias (de Aguiar). No ano passado, fui paraninfo de formatura de mais de 1.200 policiais. A PM sabe por que fui chamado para essas distinções: sou um defensor dos policiais militares que honram a sua farda. Mas jamais daqueles que executam pessoas ao arrepio da lei. Se foi o caso, gente assim depõe contra a polícia.

A decisão e o argumento
E não que a decisão do juiz - acatando, em tese, argumentação da promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho - seja absurda. O desastre está em seus argumentos.

Ao se manifestar à Justiça, a representante do MPE censurou o comportamento dos dois policiais, lembrando que mesmo a guerra conta com regras, mas observou que a prisão preventiva não cabia porque inexiste "qualquer notícia de conduta intimidadora ou fraudulenta por parte dos acusados", porque "compareceram à Delegacia de Homicídios espontaneamente" e porque "mantiveram o local dos fatos íntegro para a análise dos peritos".

Em suma, ao analisar o comportamento dos policiais, a promotora não viu as razões expressas no Artigo 312 do Código de Processo Penal para manter a preventiva: a) ameaça à ordem pública; b) ameaça à ordem econômica; d) risco à instrução criminal e C) risco de não se cumprir a lei penal.

Mais: ela lembrou que não está de todo descartada a tese da legítima defesa e que, nesse caso, a prisão preventiva não pode ser decretada. E ela tem razão.

Define o Artigo 314 do Código de Processo Penal:
A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 ?" Código Penal."

E o que estabelece o Artigo 23 do Código Penal? Isto:
"Art. 23 ?" Não há crime quando o agente pratica o fato:
I ?" em estado de necessidade;
II ?" em legítima defesa;
III ?" em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.

Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.

Insuportável
Assim, a concessão da liberdade aos dois policiais, com a prisão preventiva convertida em medidas cautelares ?" ficarão afastados das ruas, por exemplo ?" encontra amparo legal. Promotora e juiz, entendo, tomaram uma decisão defensável no mérito.

A argumentação do juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, do 3º Tribunal do Júri do Rio, no entanto, é um desastre civilizacional. Poderia ter se contentando em ancorar sua decisão no Código de Processo Penal e no Código Penal. Ele decidiu, no entanto, fazer literatura ruim e, como direi?, "bolsonarizar" o argumento, o que sempre conduz ao obscurantismo. Ao fazê-lo, contaminou a própria decisão e a avaliação do Ministério Público Estadual.

O doutor disse ter passado horas e horas meditando, "especialmente [sobre] a voz das ruas"? Santo Deus! A voz das ruas, nesse caso, se confunde com o alarido bolsonarento nas redes sociais. E o homem ainda acrescenta, citando o desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo:
"As relações sociais mudaram, e a magistratura precisa mudar também. O juiz moderno não pode mais ser aquela figura da 'torre de marfim', especialista em temas do Direito, mas insensível ao que acontece fora de seu gabinete".

Tais palavras parecem justificar, deixem-me ver, os linchamentos, os justiçamentos, as punições ao arrepio da lei. Sempre que um juiz trata o arcabouço legal como "torre de marfim", ou estamos diante de um demagogo ou de alguém que decide fazer política com as leis. A menos que o doutor esteja querendo brincar de tribuno da plebe.

Ao contrário do que ele diz, o juiz tem é de tapar os ouvidos com cera para não ser tentado pelas sereias da demagogia.

Reitero: a decisão que tomou tem amparo legal. Ele não precisava é ter escrito esta outra miséria:
"O julgamento destes fatos me dá a convicção de que a decisão, seja ela qual for, será alvo de apedrejamento público. Especialistas, mesmo sem conhecer o processo, farão 'julgamentos', criarão 'teses conspiratórias', 'insinuações'."

Não sou especialista. Não conheço o processo além do que se noticiou. Mas sei reconhecer uma tese que flerta com a barbárie.

Ele vai piorar muito os argumentos ao escrever isto:
"A sociedade, estou consciente, está desestruturada pela guerra assimétrica enfrentada nesta ex-cidade maravilhosa. O cidadão, no final, pretende tão somente viver em paz e merece pelos altos preços que paga em todos os sentidos. Enfim! A turbulência faz parte do jogo democrático. Assim como a promotora de Justiça, aceito esse ônus da função. Afinal, em momentos de intolerância extrema, nós, juízes, acabamos alvo de toda sorte de ataques!".

Encerro
Não tenho paciência com esses homens e mulheres de estado que se oferecem como mártires ou salvadores da pátria. A revogação da prisão preventiva dos policiais se justifica na combinação dos Artigos 312 e 314 do Código de Processo Penal. E ponto.

O "conversê" do juiz é puro proselitismo obscurantista, a menos que ele ache que o Rio voltará a ser a "Cidade Maravilhosa" quando forças de segurança passarem a praticar penas de morte extrajudiciais nas ruas?

E para aborrecer alguns para valer, como recomendaria Voltaire: o que vai na fala do juiz reproduz não os acertos da Lava Jato, mas os seus vícios.

Todo mundo, agora, sonha em cair nos braços do povo e fazer justiça com a própria toga, como antes se fazia com as próprias mãos.

Sinto vergonha alheia.
Gilfrido Gebien
20/04/2017 07:39

O nobre jornalista, parece que esta mais sossegado do que nunca, depois da conversa do Kleber Edson com o Gilberto Editor.
Antes quando do governo medíocre do PT, o prefeito dava um passo (pra dizer outra coisa) o Herculano registrava e comentava.
Agora, o que se lê e um tal de c/c (copia e cola) dos grandes jornais do Brasil ou Ilhota em chamas, seria melhor se mudar pra lá.
Umas pinceladas no ex colega executivo e fica por aí. Sinto saudades do tempo que você mostrava o que se escondia debaixo do tapete. Será que @ ética voltou a reinar em Gaspar!
Afinal o houve Herculano, você está mais acomodado, preguiçoso ou idoso?
Será que o Kleber Edson e pacas não de bom ou ruim pela cidade?
Olha a corda.
Herculano
20/04/2017 07:36
'ALMIRANTE' AMIGO DE LULA FIGUROU NA SATIAGRAHA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O capitão de corveta aposentado Carlos Henrique Ferreira Braga, 80, chamado de "Almirante Braga" nos esquemas da Odebrecht e amigo de Lula, foi personagem da Operação Satiagraha, que investigou o banqueiro Daniel Dantas. Fontes da Marinha citam "vínculos" de Braga com outro lobista, José Amaro Pinto Ramos, que levou mais de R$ 17 milhões do programa de submarinos, segundo delatores da Odebrecht.

NEGóCIO DE ARMAS
José Amaro Pinto Ramos atua no mercado de armas, e também opera negócios entre Brasil e França, como o programa de submarinos.

COMANDANTE QUEM?
Havia preocupação na Marinha, ontem, de destacar que o Comandante Braga não atua a seu serviço desde que foi para a reserva, em 1972.

PROPINA MILIONÁRIA
A propina de Braga, dizem delatores, se originava no contrato de R$3,3 bilhões da Odebrecht no programa de construção de submarinos.

PERSONAGEM DE LIVRO
O Comandante Braga (ele não é almirante) é citado no livro "Operação Banqueiro", de Rubens Valente, sobre o caso contra Daniel Dantas.

FUNDOS DE PENSÃO NA MIRA DE NEGOCIATA DA CAIXA
Ao comprar o Panamericano, a Caixa pode ter salvado a pele do seu dono, Silvio Santos, mas salvou também dirigentes de fundos de pensão com milhões aplicados no banco falido. Por isso, a Operação Conclave, da Polícia Federal, desta quarta (19), tem conexão com a Greenfield, que devassa fundos de pensão como Petros, da Petrobras, com R$340 milhões aplicados no Panamericano na época da compra.

FUNDOS PETISTAS
Só para citar esse caso, o fundo de pensão do Petros era chefiado por Wagner Pinheiro, conhecido por suas profundas ligações ao PT.

DINHEIRO DEMAIS
Ao comprar o banco Panamericano, salvando dirigentes de fundos ligados ao PT, a Caixa-Par pagou R$740 milhões pelo mico.

SUSPEITAS SóLIDAS
As suspeitas de corrupção na negociata Caixa-Panamericano são tão sólidas que a Justiça bloqueou R$1,5 bilhão dos suspeitos.

SORTE LOTÉRICA
Dias atrás, o elevador exclusivo dos senadores despencou do 20º andar de uma das torres do Congresso, com Valdir Raupp (PMDB-RO) a bordo. Só parou após acionado o freio de segurança. Um dia depois, saíram as delações da Odebrecht. Dessas, Raupp não escapou.

QUE DIPLOMACIA?
Política externa continua episódica na agenda do chanceler Aloysio Nunes. Terça (18), ele fez política nacional, recebendo três deputados e o diretor-geral de Itaipu que deve ter citado o Paraguai no papo.

GARRETA É RUI FALCÃO
Acusado por delatores de receber propina de R$2 milhões da usina de corrupção PT/Odebrecht, o publicitário petista Valdemir Garreta pode arrastar para o centro do escândalo o presidente nacional do partido, Rui Falcão, a quem é muito, muito, muito ligado.

ÚLTIMA HOMENAGEM
O presidente do Senado, Eunício Oliveira, fez ontem uma viagem imprevista ao Ceará para prestar a última homenagem ao tio João Gonçalves Lucena, que faleceu aos 98 anos. "Ele criou, me deu comida quando eu morava na Casa do Estudante", disse, muito emocionado.

CHORO TRISTE
Em Brasília, Teatro Nacional fechado. Espaço Renato Russo fechado. À mesa de um restaurante, ontem, Reco do Bandolim quase chorava: o Banco do Brasil negou patrocínio para os 40 anos do Clube do Choro. Ele não disse nada, mas dava para ver e ouvir suas lágrimas.

PõE ORDEM, MORO
O juiz Sérgio Moro recebeu a Ordem do Mérito Militar, a mesma que, conferida aos mensaleiros José Dirceu e Roberto Jefferson, jamais foi cassada, como prevê a lei. Moro foi condecorado no grau de oficial.

UMA MÃO SUJA A OUTRA
Marcelo Odebrecht diz haver liberado R$1 milhão da "conta italiano" para a campanha de Gleisi Hoffmann (PT), em 2014, a pedido do maridão Paulo Bernardo. Foi uma das contrapartidas pelo financiamento do BNDES à Odebrecht, em Angola.

DIGNIDADE EM SEGUNDO PLANO
Os visto eletrônico para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão deve trazer R$1,4 bilhão para o Brasil, mas a ideia é dar adeus à reciprocidade e isentá-los da exigência imposta a turistas brasileiros.

PENSANDO BEM...
...aposentadoria integral para servidores faz lembrar George Orwell, para quem "somos todos iguais, mas uns são mais iguais que outros".
Herculano
20/04/2017 07:32
OS DEPUTADOS DE SANTA CATARINA QUE SÃO CONTRA A URGÊNCIA DA TRAMITAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA NA CÂMARA E A RETOMADA DO EMPREGO DOS TRABALHADORES DA INICIATIVA PRIVADA.ESTES SÃO OS VOTOS QUE DERAM ONTEM. ESPERIDIÃO AMIM HELOU FILHO FOI O ÚNICO A MUDAR O VOTO EM RELAÇÃO A PRIMEIRA VOTAÇÃO QUANDO A PROPOSTA DA URGÊNCIA FOI DERROTADA

Carmen Zanotto (PPS) - Sim
Celso Maldaner (PMDB) - Sim
Cesar Souza (PSD) - Não
Décio Lima (PT) - Não
Esperidião Amin (PP) - Não
Geovania de Sá (PSDB) - Não
João Paulo Kleinübing (PSD) - Sim
João Rodrigues (PSD) - Sim
Jorge Boeira (PP) - Não
Jorginho Mello (PR) - Sim
Marco Tebaldi (PSDB) - Sim
Mauro Mariani (PMDB) - Sim
Pedro Uczai (PT) - Não
Rogério Peninha Mendonça (PMDB) - Sim
Ronaldo Benedet (PMDB) - Sim
Valdir Colatto (PMDB) - Sim
Herculano
20/04/2017 07:24
PARA REVERTER DERROTA, TEMER MOBILIZOU MINISTROS, por Josias de Souza

Ciente de que o apoio no Congresso é o único patrimônio político de que dispõe, Michel Temer pegou em lanças para reverter uma vexatória derrota legislativa. Um dia depois de ser rejeitado, um pedido de urgência para a tramitação da proposta de reforma trabalhista foi aprovado pelo plenário da Câmara na noite desta quarta-feira. Deve-se a conversão da derrota em triunfo a uma mobilização comandada por Temer. Pendurado ao telefone, o presidente mobilizou ministros e líderes partidários. Cobrou fidelidade. E o requerimento foi confirmado por 287 votos a 144 (veja aqui a lista de votação). A coisa passou com 30 votos além do mínimo necessário. Na véspera, faltaram 27 votos.

Temer estruturou a reação já na noite de terça-feira. Com a derrota latejando no noticiário, telefonou e pediu que ligassem para os ministros que estão na Esplanada como representantes de logomarcas partidárias. Gente como Gilberto Kassab (PSD), titular da pasta das Comunicações; Maurício Quintela Lessa (PR), dos Transportes; Mendonça Filho (DEM), da Educação; Bruno Araújo (PSDB), das Cidades; e Marcos Pereira (PRB), da Indústria e Comercio. Os ministros foram incumbidos sobretudo de convocar os ausentes e virar os votos dos infiéis, contados na casa das sete dezenas. Acionaram-se também os líderes dos partidos e, sobretudo, o líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP). Funcionou.

Na prática, a mobilização refrescou a memória dos governistas sobre a natureza do governo Temer. Ao compor a sua equipe, o substituto constitucional de Dilma Rousseff caprichou na área econômica, selecionando personagens como Henrique Meirelles (Fazenda), respeitados por empresários e pelo mercado financeiro. Nas outras pastas, Temer estruturou, sem qualquer escrúpulo ou hesitação, não um gabinete dos melhores, mas dos politicamente mais rentáveis. Agora, o presidente cobra a reciprocidade.

De resto, Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, corrigiu um ''erro'' tático que cometera na noite anterior. Ele encerrara a votação antes do prazo regulamentar. Tinha pressa para votar a matéria seguinte, a proposta de renegociação das dívidas dos Estados, entre eles o seu Rio de Janeiro. Não se deu conta de que o governo ainda não levara ao painel eletrônico da Câmara os 257 votos de que precisava. Nesta quarta-feira, Maia deu ao bloco governista todo o necessário. Fez isso sob protestos da oposição, que o acusou de reeditar os métodos de Eduardo Cunha.
Herculano
20/04/2017 07:11
AS FLORES DO PÂNTANO DE TEMER, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo
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EM FILMES E seriados juvenis antigos, costumava aparecer a cena do capitão de navio ou nave espacial que pedia ao imediato um "relatório de danos" depois de sofrer um ataque pesado.

Michel Temer nem tem ainda como pedir a conta do prejuízo. Por enquanto, apenas observa algo impotente as bombas novas que vão se armando no convés, no tombadilho e nos fundilhos do seu navio.

As bombas-relógios que desde sempre eram seus ministros explodem antes da hora, antes da aprovação das reformas.

Qual o relatório de bombas?

Primeiro, ainda não se dissipou a ameaça de debandada de ao menos um terço da coalizão de 400 deputados, risco de vida para a reforma da Previdência (a conta é de gente da "oposição" do PMDB e de antigos líderes do centrão).

As lideranças governistas parecem atordoadas e descoordenadas até para fazer o arroz com feijão regimental, embora o governismo tenha aprovado, em segunda época, na recuperação, o regime de urgência para a reforma trabalhista.

Este jornalista ouve parlamentar dizendo que "cargo não adianta, nem se desse para fazer alguma coisa, mas nem tem dinheiro para nada". Há relatos pelos jornais de que as ameaças de degola de quem já tem prebenda ou não são críveis ou são recebidas com desdém (pelo cargo).

Segundo, passou a fraquejar a crença risonha e franca do pessoal do "mercado" na aprovação do kit básico da Previdência (70% a 80% da reforma, em termos de dinheiro).

Terceiro, o ambiente tanto no governo como na praça do mercado pode ser empesteado por gases tóxicos das delações e do lixo que será revirado pelo inquérito da Lava Jato e outras investigações. Não é um "pode" vago.

Há rumores ruins a respeito de desdobramentos da Zelotes. Há meia dúzia de bancos, grandes empresas e múltis investigados no caso da compra de decisões em disputas sobre impostos no "tribunal" da Receita Federal, o Carf.

Não foi possível saber se é rumor de quase fato ou estratégia de defesa o boato de que uma delação de Palocci pode implicar instituições financeiras grandes no rolo de escândalos. Mas o pessoal da praça do mercado ficou tenso, não só por isso.

Estão jogando mais terra no ventilador as novas investigações da compra de parte do fraudado e quebrado banco Panamericano (então Grupo Silvio Santos) pela Caixa (em 2009), que viria a ter como sócio o BTG, em 2011, depois que o banco passou por intervenção e tapação de rombos. A poeira chegou também a um diretor do Banco Central.

Quarto, o alarido de revoltas deve ficar maior com a greve geral do dia 28, pouco antes do 1º de Maio, quatro dias antes da votação da reforma da Previdência na Comissão Especial da Câmara, cinco dias antes do ringue Lula versus Moro.

As "reformas" seriam uma guerra civil parlamentar difícil, de qualquer modo, ainda mais com luta em duas frentes simultâneas de medo social, o trabalho e a seguridade. Mais temerário, além de reacionário, era tentar aprová-las sem pacto social algum, sem negociação, sem redistribuição de perdas. Um meio de atenuação de danos (mais impostos progressivos para abreviar o ajuste) foi vetado sem mais por Patópolis, a facção empresarial da coalizão que depôs Dilma Rousseff.

Agora, todas as flores do pântano florescem.
Herculano
20/04/2017 07:07
PREVIDÊNCIA: LIPOASPIRAÇÃO ELEVA APOIO À REFORMA, por Josias de Souza

Ao enviar a proposta de reforma da Previdência ao Congresso, em 6 de dezembro de 2016, Michel Temer afirmara: ''Sempre fizemos pequenas reformas. Eu mesmo fui relator de uma reforma previdenciária. Chega de pequenas reformas. Ou enfrentamos de frente o problema ou vamos condenar aqueles que vierem depois de nós a que batam nas portas do poder público e nada recebam.''

Decorridos quatro meses, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma, apresentou a nova silhueta da proposta. Passou por uma lipoaspiração. Ficou menos pretensiosa. Mas tornou-se mais atraente ?"ou menos repulsiva?" aos olhos dos deputados incumbidos de votá-la. O resultado ainda é incerto. Entretanto, elevaram-se as chances de aprovação.

Com o aval de Temer, o relator modificou até tópicos que o governo tratava como imutáveis. Por exemplo: a unificação em 65 anos da idade mínima para a aposentadoria de homens e mulheres. A bancada feminina bateu o salto alto no mármore do Planalto e arrancou o direito de se aposentar aos 62 anos. Na prática, todo mundo que chorou acabou levando alguma coisa.

Deputados nordestinos tornaram irrisórias as mudanças na aposentadoria rural, o lobby das polícias assegurou aos servidores armados um encontro com o pijama com dez anos de antecedência, o tucanato abrandou drasticamente as mexidas no BPC, o Benefício de Prestação Continuada pago a idosos e deficientes de baixa renda. E as pressões continuam.

Até aqui, o emagrecimento do texto original fez cair a economia que o governo esperava fazer nos próximos dez anos de R$ 800 bilhões para algo em torno de R$ 630 bilhões. Mas não resta outra alternativa a Michel Temer senão ceder. Uma eventual rejeição da proposta terá sobre o seu governo o peso de uma lápide.

A pregação de Temer também começou a surtir efeitos na Câmara. Rodeado de ministros e aliados lançados no caldeirão da Lava Jato pelos delatores da Odebrecht, o presidente sustenta que os investigados precisam reagir à onda de suspeição. E argumementa que a melhor reação seria a aprovação de reformas que tonifiquem a economia. Na expressão de Temer, não é hora de "acoelhar-se".

O apoio à proposta do governo não é generalizado. Ao contrário, a resistência ainda é grande. Mas o discurso de parte dos governistas começa a mudar. "Não vai passar com facilidade, mas creio que a reforma da Previdência acabará sendo aprovada", disse ao blog, por exemplo, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Ele preside a comissão especial sobre outra reforma vital: a política. "Aprovar essa reforma da Previdência e outras não deixa de ser uma reação à Lava Jato, pois mostraremos ao país que o Congresso não parou."

Lúcio integra o rol de políticos alcançados pela delação coletiva da Odebrecht. Ele ecoa o discurso de Temer: "Se não trabalharmos pelas reformas estruturais, vamos acabar dando razão aos que dizem que não temos legitimidade para legislar." O deputado injeta pragmatismo em seu raciocínio: "As reformas vão melhorar o ambiente econômico. Se a economia reage, diminui a insatisfação popular. O que beneficia a classe política. O Lula se reelegeu na época do mensalão porque a economia estava bem.
Herculano
20/04/2017 07:03
da série: até os petistas mais ferrenhos defensores dos modelos e ideologia petistas começam admitir aos danos que a corrupção fez ao país e à economia. E só fazem isso paa uma nova jogada: a autopreservação dos bandidos com o dinheiro do povo: a lista fechada e o financiamento público da próxima campanha

DELAÇÃO REVELA MEANDROS DE UMA DEMOCRACIA CORROMPIDA, por Laura de Carvalho, economista, no jornal Folha de S. Paulo

Em palestra no dia 8, o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, declarou que, em sua opinião, "a corrupção para fins de financiamento de campanha é pior que a de enriquecimento ilícito".

Para ele, propinas depositadas em contas na Suíça não fariam mais "mal a ninguém", ao contrário de sua utilização "para trapacear uma eleição" = esta sim "terrível", pontificou.

Deixando a tarefa de ranquear a gravidade dos crimes cometidos para o Código Penal, a Justiça e o padrão moral do leitor, há na afirmação do juiz um tema que merece ser explorado. Do ponto de vista do prejuízo à democracia, as doações legais e ilegais de empresas privadas e bancos para campanhas eleitorais adquirem status similar.

Não porque ajudem um partido mais do que outro ?"afinal, todos parecem beneficiados?", e sim porque levam à aprovação de legislações, contratos superfaturados e renúncias fiscais que favorecem os doadores. Sob esse aspecto, as propinas oferecidas a políticos para a aprovação de medidas também trazem grande prejuízo ao conjunto da sociedade.

Tomemos o exemplo da aprovação da MP 613, que criou um regime de desoneração fiscal para a aquisição de matérias-primas no setor químico, o chamado Reiq ?"Regime Especial da Indústria Química.

A conversão em lei da MP é um dos objetos de inquérito aberto pelo ministro do STF Edson Fachin envolvendo os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e Eunício de Oliveira, bem como os deputados federais Lúcio Vieira Lima e Rodrigo Maia.

De acordo com as delações que deram origem às investigações, a aprovação da MP 613 no Congresso teria custado à Odebrecht R$ 7 milhões em propinas a esses parlamentares.

Segundo Marcelo Odebrecht, o sucesso das negociações para a elaboração da MP pelo Ministério da Fazenda também estaria associado às doações feitas pela empresa ao Partido dos Trabalhadores para campanha eleitoral e outros fins.

Segundo o delator, assim como muitos projetos no Brasil, a medida teria embasamento técnico e legitimidade, mas, "se você não tem acesso ao rei, você não consegue aprovar".

De fato, o governo federal já implementava à época diversas medidas de desoneração fiscal como estímulo à competitividade e ao investimento privado nos setores da indústria que estariam com as margens de lucro comprimidas. Mas a política de desoneração da folha de pagamentos, por exemplo, que foi desenhada para incluir 15 setores da economia, acabou sendo estendida para mais de 40.

Como tem afirmado a presidente Dilma Rousseff em entrevistas, as renúncias fiscais parecem ter servido apenas para elevar as margens de lucro das empresas beneficiadas, sem estimular investimentos.

As tentativas de eliminá-las desde o início do ajuste fiscal em 2015 vêm sendo inviabilizadas por um Congresso que, ao contrário, não ofereceu resistência alguma para a aprovação da PEC que limita por duas décadas o Orçamento para itens essenciais.

O prejuízo gerado por um sistema político que representa sobretudo os interesses de grupos econômicos com maior poder de influência também tem sido denunciado nos EUA, onde o financiamento empresarial de campanhas e o lobby são legais.

Para fortalecer a democracia brasileira, não basta, portanto, fiscalizar ilegalidades e julgar criminosos. Demonizar o Estado e deixar o mercado livre para ditar suas próprias regras tampouco é caminho para um desenvolvimento inclusivo e sustentável.

Nesse quadro, o financiamento público de campanhas pode revelar-se menos custoso do que parece
vaquinha de presépio
19/04/2017 23:34
Interessante, os que se dizem novos politicos de gaspar estao todos quietos com a onda de corrupcao que afeta a classe e chega bem perto de Gaspar.
Isso e' lideranca nova? Por que nao se manifestam em defesa da sociedade se e' que sao diferentes como querem disfarcar?
Alias a sociedade parece esta em transe, dopada, como se nao acreditasse no que esta vendo. Clama por alguma lideranca que os represente.
E cade as liderancas que se dizem novas? Diferentes? Cade o Mbl? Paulo filipus? O apartidario, mas que representa um movimento liderado e financiado pelo DEM, que nao tinha interesse politico e acabou com os movimentos em gaspar e depois foi candidato a vereador? Cade seus mentores e apoiadores? Alguns disfarcados de bicudo?
Ficaram nus e crus. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Se fossem diferentes como dizem, estariam liderando, ajudando a sociedade cobrar para que tudo seja passado a limpo.
Mas se fizerem isso vão se indispor com seus padrinhos que foram iscados pela lava jato aqui do ladinho. Mostram
Como São velhinhos. Tentam ser novos na forma de enganar o eleitorado.
Gaspar acordou Herculano, elegeu o que tinha de melhor como opção, que ao menos não tenta parecer o que não e', e que em Sc parece ser o partido menos enrolado.
O povo está ficando vacinado com os caras de frades.
Sidnei Luis Reinert
19/04/2017 12:27
Se Palocci delatar, pode virar um Celso Daniel?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Uma quase certa delação premiada de Antônio Palocci Filho tem tudo para ser uma bomba de efeito destrutivo complementar às colaborações premiadas da Odebrecht. Palocci é figura fundamental na arrecadação de grana para o PT. "Doutor" Palocci é o "consultor que sabe demais, tanto que ganhou demais". Se ele soltar a "língua presa", Lula tende a ser o mega prejudicado, mas não só ele.

O grande cagaço é que o médico Palocci pode trazer informações e provas que comprometam o mercado financeiro (de quem ele sempre foi queridinho) e até dos militares (no trio Marinha do Brasil, PT e Odebrecht Defesa), além de revelar mais detalhes sórdidos sobre a máquina de roubalheira petralha, sobretudo na área de saúde.

Se Palocci realmente delatar, ficam dúvidas no ar: Seria uma estratégia para detonar os inimigos, poupando Luiz Inácio Lula da Silva de algum jeito (que parece impossível)? Ou Palocci vai realmente arrasar com parte da petelândia que lhe virou as costas após o longo (e terapêutico) período na cadeia, desde setembro do ano passado.

Ex-conselheiro de Administração da Petrobras, Palocci tem condições de delatar muito além da petrolífera, onde segue concentrada a Lava Jato (certamente por falta de fôlego para abrir novas frentes investigativas). Réu em um processo por corrupção e lavagem de dinheiro, Palocci sabe tudo sobre os problemas na Eletrobrás. Seu irmão Adhemar Palocci, que atuava na Eletronorte, foi citado na delação do ex-presidente da Camargo Corrêa, Dalton Avancini.

Doutor Palocci tam tudo para revelar qual foi o papel de instituições financeiras nos esquemas de "engenharia da corrupção" da Lava Jato. Como ex-ministro da Fazenda de Lula, e ex-ministro da Casa Civil de Dilma, ele certamente sabe tudo sobre crimes até agora não apurados. Só alguém muito ingênuo pode supor que dá para lavar e esquentar tanta grana de corrupção sem a providencial ajuda de algum banco daqui ou de fora.

Palocci também sabe tudo sobre como bancos renegociam, diariamente, dívidas milionárias das "estatais". Certamente, deve ter ciência de quanto é a comissão paga (a alguém) em tais operações de "crédito". Palocci também deve ter informações sobre corrupção nas empresas do setor financeiro ?" principalmente aquelas que fazem o diabo para não pagar impostos em dia...

O "italiano" Palocci tem um problemão para aderir à delação. Seu advogado José Roberto Batochio já avisou nos bastidores que o abandona, caso parta para a deduragem. Batochio também defende Lula e o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega. Só isso explica por que, se depender dele, Palocci fica preso e em silencio forçado ?" a exemplo de ilustres petistas como José Dirceu e André Vargas.

Com certeza, o caseiro Francenildo Costa adoraria que Palocci delatasse os corruptos com a mesma "competência e truculência" com a qual tentou detoná-lo, naquele episódio de quebra descarada de sigilo bancário que acabou em pizza. Francenildo era testemunha-chave contra Palocci na CPI dos Bingos que apurava como rolavam esquemas de corrupção na famosa "Casa do Lobby" ou "Mansão da República de Ribeirão Preto", em Brasília. A coisa foi tão hedionda que até Lula acabou forçado a afastar seu poderoso ministro da Fazenda, em 27 de março de 2006.

Palocci cansou da cadeia. Quer falar... Mas a petelândia e poderosos aliados do passado não querem deixar... Tem gente maldosa recomendando que ele reze muito, para não acabar se transformando em um Celso Daniel ?" prefeito petista de Santo André sequestrado, torturado e assassinado em 2002. Aliás, Palocci herdou dele o posto de coordenador de arrecadação da campanha presidencial de Lula, no distante 18 de janeiro de 2002, em caso não esclarecido até hoje.

O cerco se aperta. Os marketeiros João Santana e Mônica Moura delataram ao juiz Sérgio Moro que as três últimas campanhas presidenciais do PT foram financiadas por dinheiro de caixa 2 empresarial. Um dos gestores desta arrecadação ilegal era, justamente, Antônio Palocci Filho. No caso da grana ilegal vinda da Odebrecht, o casal confirmou que o intermediador era Palocci.

Não tem jeito: Palocci tem de soltar a língua presa, e delatar tudo, mesmo correndo gigantesco risco de vida... Quem sabe o espírito do cadáver politicamente insepulto de Celso Daniel lhe dá alguma proteção...
Herculano
19/04/2017 06:47
PALAVRA DE POLÍTICO

"Nós [do PP de Santa Catarina] temos uma história de respeito ao dinheiro público".

Quem está dizendo isso na propaganda política partidária? O deputado Federal Esperidião Amim Helou Filho, convidando por causa disso,mais gente a se filiar ao PP.

Quem pode avalizar o que Amim afirma é o ex-presidente do PP catarinense, o ex-deputado Federal João Alberto Pizzolatti Júnior, enrolado até o pescoço com a Lava Jato e que o diretório do PP catarinense não expulsou, por causa disso, até hoje.
Herculano
19/04/2017 06:41
CRESCIMENTO EXIGE REFORMAS, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A economia pode estar crescendo mais do que se previa. Não deve ser uma expansão muito expressiva, mas pode significar o começo da superação da recessão que começou no segundo semestre de 2014 e é a mais profunda vivida pelo País em muitas décadas. É o que sugere o forte e inesperado crescimento de 1,31% do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) em fevereiro, na comparação com janeiro, cujo comportamento foi revisto, de redução de 0,26%, anunciada no boletim anterior, para alta de 0,62%. Ou seja, a expansão de fevereiro ocorre sobre um índice fortemente corrigido de janeiro.

Embora auspiciosos, esses números do IBC-Br - considerado uma antecipação dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) anunciados trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - requerem um exame cauteloso. O crescimento em janeiro e fevereiro, sempre na comparação com o mês imediatamente anterior, ainda é insuficiente para colocar o índice do Banco Central acima dos números aferidos um ano antes. Assim, o resultado de fevereiro deste ano é 0,73% menor do que o de fevereiro de 2016. No acumulado dos dois primeiros meses de 2017, a retração é de 0,12%, sem ajuste sazonal. No acumulado dos 12 meses encerrados em fevereiro, o recuo é de 3,56% em relação aos 12 meses anteriores.

Também recomenda cautela na análise desses números o fato de que parte do bom desempenho pode ser resultado de um fator estatístico. Trata-se da revisão metodológica, pelo IBGE, da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) e da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) ?" aumento na amostra de empresas participantes, alteração do ano-base das pesquisas e novas ponderações por empresas ?", que alterou os resultados desses dois setores em janeiro e influiu também nos dados de fevereiro, surpreendendo economistas de instituições financeiras. Vários deles apontaram essas mudanças como importantes fatores para a inesperada alta do IBC-Br em fevereiro.
Consultados na semana passada para a sondagem feita regularmente pelo Banco Central, esses economistas reduziram discretamente sua projeção para o crescimento do PIB neste ano, de 0,41% para 0,40%. Um mês antes, a projeção era de 0,48%, o que deixa claro que as expectativas dos entrevistados pioraram no período. No mais recente Relatório Trimestral de Inflação do BC, publicado no mês passado, a previsão foi de expansão de 0,5% neste ano.

A ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que decidiu a redução da taxa Selic de 12,25% para 11,25% ao ano, registrou, mais uma vez, que há indicações de "retomada gradual da atividade econômica ao longo de 2017". Quanto ao desempenho da economia nos próximos meses, os integrantes do Copom avaliaram que, em relação à reunião anterior, houve "pequena melhora na perspectiva de retomada da economia".

Para a inflação, as projeções dos analistas do mercado são de queda nos próximos meses. A Ata do Copom registra que "a dinâmica da inflação permanece favorável". Para este ano, a projeção predominante é de 4,1%, abaixo da meta de 4,5%.

É um cenário, em tese, bastante favorável para a adoção de uma política monetária bem menos rigorosa. O próprio Copom reconheceu que a evolução da conjuntura justificaria "uma intensificação do ritmo de flexibilização monetária maior do que a decidida". Ou seja, a queda da Selic poderia ter sido maior do que um ponto porcentual. E por que o Copom não aprovou um corte mais profundo, de 1,25 ou 1,5 ponto porcentual, como esperavam alguns economistas de instituições financeiras? Porque, justifica a ata, "a continuidade das incertezas e dos fatores de risco ainda pairam sobre a economia", o que recomendou uma decisão mais prudente.

É uma forma elegante de dizer que o processo de alívio da política monetária está condicionado a fatores políticos, sobretudo o andamento "de reformas fundamentais para sustentabilidade das contas públicas, como é o caso da reforma da previdência". Trata-se, diz a Ata do Copom, de um "processo longo e envolve incertezas".
Herculano
19/04/2017 06:36
DESCOBRIRAM O óBVIO QUE SABIAM MAS SE AUTO-ENGANAVAM POR QUESTÕES DE CONVICÇÕES E IDEOLOGIA. TRATAVAM COMO SE TODOS FôSSEMOS TOLOS, REFÉNS DE INTELECTUAIS E DOS TEóRICOS DOS ACHISMOS. FUNDAÇÕES LIGADAS AO PT E AO PSDB DEBATEM PERIFERIA EM SÃO PAULO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fernanda Mena.Em um diálogo inédito entre fundações ligadas ao PT e ao PSDB, petistas e tucanos analisaram na terça (18), em São Paulo, as transformações da classe trabalhadora urbana apontadas pela pesquisa "Percepções e Valores Políticos nas Periferias de São Paulo", da Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT.

O estudo entrevistou 63 moradores da periferia de São Paulo que votaram em candidatos petistas de 2000 a 2012, mas mudaram essa tendência com Dilma Rousseff em 2014 e Haddad em 2016.

"Há material muito interessante para reflexão a partir desta tentativa do PT de entender como o cinturão vermelho se pintou de azul", disse Sérgio Fausto, diretor do Instituto Fernando Henrique Cardoso, ao se referir à eleição de João Dória, no primeiro turno, em praticamente toda a periferia de São Paulo.

O resultado do estudo mais difundido ?"e tido como surpreendente?" sugere que as classes populares passaram a se identificar com valores liberais, sobrevalorizando meritocracia e mercado, em detrimento de um Estado que não entrega serviços.

A interpretação dos dados que levou a este resultado, no entanto, foi questionada pelos participantes do debate.

"A ideologia dominante afeta os dominados, mas não se trata de uma reprodução pura e simples. Ela é reelaborada", avalia Andréia Galvão, do departamento de ciência política da Unicamp.

Ela cita a ode ao empreendedorismo e a valorização do mercado que emergem da pesquisa. A primeira, diz, pode ser interpretada como uma "alternativa ao desemprego, portanto, estratégia de sobrevivência, muito mais do que a aspiração de ser patrão".

A segunda diria respeito a uma "lógica do consumidor, de que quem paga, exige". "O motivo para se admitir a compra de certos bens e serviços advém mais da dificuldade de responsabilizar o Estado [por um mau serviço público prestado] do que da internalização da ideia de Estado mínimo, por exemplo. Criticar a ineficiência do Estado não torna a periferia liberal."

Para Fausto, essa classe trabalhadora "escapa das classificações" tradicionais de classe do século 19.

"São pessoas que sofreram um processo de mobilidade social acentuado, num curto espaço de tempo, mas que chega a um fim abrupto."

Além disso, avalia, a "pesquisa é colhida no momento em que 'deu ruim'". "Muita gente que experimentou o plano de saúde privado e a escola privada voltou [para os serviços público]. O que vai resultar dessa experiência? Não é claro."

Ele aponta para o desafio de entender como a sociedade brasileira, "ainda que não esteja politizada", processará a atual crise política.

"Todo mundo que participou do processo de redemocratização de um jeito ou de outro operou segundo práticas que levaram à desmoralização do sistema político. É um fato. Ou a gente reconhece isso ou não tem onde se ancorar", disse.

"A Lava Jato abre uma oportunidade. Mas, falando um português medonho: deu cagada. E ela é mais ou menos generalizada
Herculano
19/04/2017 06:22
PARTE SIGILOSA DE LISTA DE FACHIN INCLUI LULA E CUNHA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Breno Pires, da sucursal de Brasília.As 25 petições feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) que ainda estão em segredo por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, incluem mais suspeitas de crimes envolvendo nomes de destaque do PT e do PMDB. Na lista, estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro Antonio Palocci, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) e o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB), entre outros.

O Estado teve acesso com exclusividade às petições, que têm como base as delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, mas tratam de fatos ainda não divulgados. Estes casos permanecem em sigilo porque a procuradoria entende que a sua divulgação pode prejudicar as investigações.

Há relatos de pagamentos de vantagens indevidas em nove campanhas eleitorais, num total de R$ 17,43 milhões - parte do valor foi pago em dólar.

A atuação de Lula é citada em relação às operações da Odebrecht em Cuba, no Porto de Mariel, e em Angola, em um contrato assinado entre o grupo baiano e a empresa Exergia, de propriedade de Taiguara Rodrigues, sobrinho da primeira mulher do ex-presidente.

O contrato previa a prestação de serviços em Angola, entre 2011 e 2014, quando Lula já não era presidente. De acordo com quatro colaboradores, no entanto, esta contratação foi feita para atender a pedido do próprio ex-presidente.

Delatores acrescentaram que a empresa Exergia não detinha experiência no ramo de construção e seria constituída por Taiguara só para fazer uso da influência de Lula. As informações e documentos serão encaminhados à Justiça Federal do Paraná, a pedido da PGR, porque fatos semelhantes já eram apurados previamente.

Em relação a Antonio Palocci, o pedido é para investigar as afirmações de delatores de que o ex-ministro fez pedido para pagamentos a campanhas eleitorais à presidência do Peru e à presidência de El Salvador. Neste último, o valor pago ao marqueteiro João Santana, segundo os relatos, foi de R$ 5,3 milhões para que ele trabalhasse na campanha de Maurício Funes, eleito em 2009.

Colaboradores também apontaram o pagamento de US$ 3 milhões para a candidatura de Ollanta Humala à presidência do Peru. Nos dois casos, o repasse teria sido feito por intermédio do Setor de Operações Estruturadas, o chamado "departamento da propina".
Cuba. Outro pedido sob sigilo trata da atuação de agentes públicos para auxiliar a Odebrecht em Cuba. Segundo o ex-presidente e herdeiro do grupo, Marcelo Odebrecht, Lula e Fernando Pimentel, ex-ministro e atual governador de Minas Gerais, atuaram a fim de que fossem viabilizadas as obras da companhia no Porto de Mariel.

Neste caso, os relatos e documentos apresentados serão encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), devido ao possível envolvimento de um governador, e também à Justiça Federal do Distrito Federal, para a análise da atuação de quem não tem prerrogativa de foro.

Belo Monte. Ainda há informações relativas à usina de Belo Monte apresentadas por seis delatores, que serão incluídas nos dois inquéritos previamente existentes no Supremo e envolve integrantes da cúpula do PMDB.

As investigações sobre Belo Monte tiveram como marco a delação de executivos da construtora Andrade Gutierrez. Os suspeitos que não detêm prerrogativa de foro são investigados, sobre esse caso, na 13.ª Vara Federal do Paraná, sob responsabilidade do juiz Sérgio Moro.
Campanhas. Além das campanhas no exterior, estão sob sigilo informações que a Odebrecht entregou sobre pagamento de valores via caixa 2 em três campanhas no Brasil. Entre os fatos relatados está o pagamento de R$ 2 milhões para o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB) na campanha eleitoral para o governo do Rio Grande do Norte em 2014, na qual, segundo os delatores, o próprio candidato e o ex-deputado Eduardo Cunha teriam pedido o dinheiro. Na petição, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, informou que já existe uma investigação prévia sobre o tema na Procuradoria da República do Rio Grande do Norte, e, com base nesse posicionamento, o ministro Fachin autorizou a remessa para o Estado.

Outra campanha citada envolve o senador Valdir Raupp (PMDB-RJ), que teria recebido R$ 500 mil na candidatura ao Senado em 2010, de acordo com delatores, corroborando informações apresentadas anteriormente pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em seu acordo de delação premiada. Neste caso, as informações serão incluídas nos autos de dois inquéritos já existentes no Supremo.

A terceira campanha sob suspeita é a de Luiz Fernando Teixeira Ferreira, deputado estadual em São Paulo pelo PT, apontado como destinatário de R$ 300 mil na campanha em que foi eleito em 2014. A petição foi enviada ao Tribunal Regional Federal da 3.ª Região.
Herculano
19/04/2017 06:17
O PAÍS JÁ É OUTRO

Conteúdo de O Antagonista. Denis Rosenfield, no Zero Hora, descreveu o caráter mafioso da ORCRIM lulopetista:

"Para além do conteúdo das falas dos delatores, em particular as do patriarca Emilio Odebrecht e de seu filho Marcelo, chama particular atenção os seus modos respectivos de expressão, a naturalidade com a qual falam de seus crimes.

Para eles, tratava-se de uma prática que tinha se tornado normal, vindo a fazer parte de sua atividade empresarial, se é que esta expressão tinha algum significado para eles. Empresários, no sentido estrito, não o eram por eliminarem a concorrência, superfaturarem os preços, não inovarem e viverem de relações mafiosas com 'seus' políticos, em particular o chefe de todos eles, Lula. O relato da intimidade entre eles é espantoso. O suposto 'pai dos pobres' revelou-se, na verdade, o 'pai dos ricos'.

O grande empresário tinha se tornado 'vermelho', enquanto o 'vermelho' vendia os seus serviços ou os comprava conforme os benefícios deles e de seus respectivos comparsas. A máfia siciliana deve ter tido inveja deles (?).

Imaginem se os ganhos da corrupção, dos superfaturamentos, dos oligopólios dessas empreiteiras e dos políticos fossem destinados, como de direito, para toda a população.

O país seria, seguramente, outro. Já o é, em certo sentido, por ter começado a limpeza."
Herculano
19/04/2017 06:11
'ALMIRANTE' DA PROPINA É VELHO AMIGO DE LULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

É um velho amigo de Lula o "almirante Braga", apontado por delatores como intermediário de propinas da Odebrecht pelo contrato no Prosub, bilionário programa de construção de submarinos. Trata-se na verdade do Comandante Braga, capitão de corveta aposentado Carlos Henrique Ferreira Braga, tão ligado a Lula que até emprestou-lhe um avião para a campanha presidencial de 1989. No governo do amigo petista, Braga vendia remédios cubanos, mesmo aqueles já produzidos no Brasil, como aspirina.

APÊ DE LUXO
Braga recebe amigos em seu apê na Av. Portugal, nº 80, vizinho ao Iate Clube do Rio, na Urca. Luxuoso demais para um militar da reserva.

VIÚVAS DA PROPINA
A propina paga a Braga estava "embutida" no contrato da Odebrecht, dizem os delatores, e seria destinada a viúvas de vários almirantes.

LOBISTA OUSADO
Delatado por Luiz Eduardo Soares, ex-Odebrecht, o Comandante Braga é um milionário dono de 15 empresas, e conhecido pela ousadia.

MAR DE DINHEIRO
Ex-almirante Othon Pinheiro, que foi presidente Eletronuclear no governo Dilma e está condenado e preso por corrupção, também recebeu propina do contrato dos submarinos.

POLÍCIA DE MADURO USA GÁS VENCIDO 'MADE IN BRASIL'
Venezuelanos denunciam que a polícia do semi-ditador Nicolás Maduro usa bombas de gás lacrimogêneo vencidas, compradas do Brasil, na repressão a manifestações contra o governo. As bombas foram adquiridas durante o governo Lula (PT), em 2010, mas seu prazo de validade, segundo fontes oficiais, venceu em 2015. Fotos de bombas de gás recolhidas por populares confirmam a data de validade vencida.

OPOSIÇÃO ATESTA
O deputado José Manuel Olivares denunciou que repressão política venezuelana usou gás vencido no "ataque" aos manifestantes.

GÁS VERMELHO
Olivares também denunciou no Twitter que as forças policiais usaram bombas de "gás vermelho", com produtos químicos desconhecidos.

BRASILEIRA
"O Brasil, no governo Dilma, vendeu armas tóxicas e estamos sofrendo com isso", brada o deputado oposicionista Luís Florido.

DINHEIRO VIVO
Marcelo Odebrecht admitiu em três delações diferentes que distribuía dinheiro em espécie a políticos e partidos. Só ao ex-tesoureiro preso do PT João Vaccari Neto ele entregou R$ 6 milhões em dinheiro vivo.

BATOM NA CUECA
O ex-executivo da Odebrecht Energia Henrique Valladares, preso na Lava Jato, reservou R$12 milhões para o PT. É o valor de compra do terreno da nova sede do Instituto Lula que acabou sendo devolvido.

CHANCE ZERO
Na Bahia, há uma certa desconfiança diante da ausência quase total de políticos baianos da lista de delatados pela Odebrecht, na Lava Jato. Político baiano sem receber grana da empreiteira? Chance zero.

DESFECHO IMPREVISÍVEL
Fontes da Lava Jato avaliam que o inquérito contra o ex-governador do DF Agnelo Queiroz (PT), a partir da delação da Odebrecht, vai "crescer muito", por envolver ao menos três grandes obras do seu governo.

VIDA DIFÍCIL NA EMBRATUR
A Embratur se complicou na licitação para contratar uma agência de comunicação digital por R$9 milhões. A vencedora, Talk, é de um amigo e conterrâneo do presidente da autarquia, Vinicius Lummertz. Além de tudo, a proposta é amadorística e fora dos padrões do edital.

MEDALHISTAS DO MAL
Levantamento da Fábrica de Ideias em 3.732 notícias em jornais, sites e tevês, de 11 a 16 de abril, coloca em evidência o PMDB em 35% das citações negativas sobre a Lista de Fachin. PT tem 31%, o PSDB 26%.

LULA LÁ
Lula e Dilma foram os políticos mais citados no noticiário sobre a Lista de Fachin. Ele 949 vezes, ela em 876. Temer, 867. Os senadores Aécio (453) e Romero Jucá (375) e o ministro Eliseu Padilha (344) também estão no topo da lista do escândalo de delações da Odebrecht.

LATAM DE BRINCADEIRA
Passageiros da Latam foram mantidos em "cárcere privado" por 2h, a bordo do voo 3722 (para Brasília), no aeroporto de Congonhas, até acabar a carga horária da tripulação. A clientela desrespeitada só foi avisada da troca de tripulação 1h30 após embarcar. O voo dura 1h20.

CADEIA NA CERTA
As redes sociais não perdem a piada: "O Lula está que nem o Brasileirão de 1985... entre Bangu e Coritiba."
Herculano
19/04/2017 06:05
EMBATE ENTRE LULA E MORO É LEMBRETE CLARO DA MISÉRIA INSTITUCIONAL DO BRASIL, por Igor Gielow, no jornal Folha de S. Paulo

A expectativa em torno do primeiro embate direto entre Luiz Inácio Lula da Silva e Sérgio Moro é um triste lembrete da miséria institucional em que vivemos. Nada sugere que algo bom sairá do episódio.

Recapitulando, em 3 de maio o juiz titular da 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, irá ouvir o ex-presidente e presidenciável petista por ter recebido favores (o famoso tríplex do Guarujá) e dinheiro (R$ 3,7 milhões, nada perto do que a Odebrecht andou contando) da empreiteira OAS.

Se seria momentoso ver o presidente mais popular de tempos recentes e o juiz que encarna a moralidade na era da Lava Jato, a coisa toda desgovernou-se para o nível da refrega. Claques pró e contra Lula prometem bagunçar o quanto for possível a sempre certinha capital paranaense, e o grau de incivilidade registrado especialmente entre os que dizem que o petista está sendo levado ao patíbulo resvala o grotesco.

A culpa é muito de Lula, que até há pouco estimulava animosidade contra o juiz. Mas também é de Moro, cujas escorregadas ocorrem justamente quando o petista é o personagem central de sua análise. Basta lembrar do episódio em que divulgou ilegalmente o diálogo entre a então presidente Dilma Rousseff e o antecessor sobre a tentativa de trazê-lo para o governo e garantir foro privilegiado ?"desastroso para o PT, ainda que anulado a posteriori.

Moro mordeu a isca lulista ao decidir que o ex-presidente deveria acompanhar os depoimentos das 87 testemunhas arroladas por sua defesa em outro caso na Lava Jato. Ora, é óbvio que esta é uma vergonhosa manobra protelatória dos defensores de Lula, mas é legal. Coagi-la sugere obstrução do direito de defesa, dando carburante a tudo o que Lula quer neste momento: se passar por vítima, ainda que soterrado pelas evidências da delação da Odebrecht.

Por fim, há uma resultante negativa de tudo isso. Eu já a chamei de "morolização" da Justiça, ou seja, quando o peso da toga se vê convertido em investidura missionária personalizada. Claro, é altamente positivo o saldo geral da Lava Jato e da atuação de Moro e seus similares em outros Estados, mas a fronteira entre rigor e brilho é muito porosa.

Moro, contudo, não é nenhum tolo. Espera-se que conduza o interrogatório com a firmeza que faltou em evento semelhante ocorrido na Justiça Federal em Brasília, quando Lula quase subiu na mesa para falar bem do Bolsa Família ou alguma outra realização de seu governo.

Institucionalmente, contudo, o dano está feito. Em tempos de dissolução moral da vida pública brasileira, é apenas mais uma nota de pesar.

*

Como disse uma influente figura do Parlamento ao comentar a tentativa de invasão desta terça (18), "o Paraguai está aí", numa referência aos protestos recentes que incendiaram o prédio do Congresso do país vizinho.

Quando manifestantes que dizem representar policiais atacam o patrimônio público porque consideram suas sinecuras ameaçadas, e o que recebem em troca é uma passada de mão na cabeça e o recuo do relator da reforma da Previdência no item sobre o qual protestavam, parece que não é exagero o comentário.

Como já está decantado, Michel Temer foi para o tudo ou nada para aprovar alguma coisa parecida com sua reforma original, visando obter o selo de aprovação da elite e, a depender do que passar, o carimbo de reformista que gostaria de receber da história. Se fracassar, será um zumbi rumo a 2018, no meio do deserto radioativo da Lava Jato. Fraquejar na primeira vidraça quebrada não insinua um bom caminho.
Herculano
19/04/2017 06:00
da série: se Dilma é contra, é porque ela deve estar errada e vai ser bom. Se ela estivesse certa, o desastre estaria anunciado como foi o seu governo.

DILMA COMPARA DORIA E LUCIANO HUCK A TECNOCRATAS 'PRODUZIDOS PELA DITADURA", por Josias de Souza.

Dilma Rousseff torceu o nariz para duas opções presidenciais que emergem nas pegadas da crise de representatividade do sistema político: o prefeito paulistano João Doria e o apresentador de tevê Luciano Huck. Comparou-os aos tecnocratas construídos pela ditadura militar a partir da "noção de que tinha de se higienizar a política." Disse considerar "lamentável" que projetos apolíticos surjam como consequência da "despolitização da sociedade."

Dilma fez essas afirmações na Universidade George Washington, na capital Americana. Após proferir uma palestra, disponível na sua página no Facebook, ela respondeu a perguntas de uma plateia companheira. Uma das indagações foi sobre as candidaturas de "pessoas famosas". Foram mencionados especificamente os nomes de Doria e Huck. "Isso se relaciona com a falta de alfabetismo político dos brasileiros?", quis saber a autora da questão, que se identificou como brasileira do interior de São Paulo.

E Dilma: "?Não podemos impedir e achar que alguém não tem o direito de concorrer. O problema é se eu voto ou se eu concordo em votar numa proposta pretensamente apolítica. Eu acho que qualquer proposta apolítica é tecnocrática. O que é ser tecnocrata? [?] Ele surge com a ditadura. Ele é um produto direto da ditadura. Eles constroem a noção de que tinha de se higienizar a política. E, ao higienizar a política, se criam os grandes técnicos, acima do voto direto, das carências da democracia, da incapacidade do nosso povo de ser mestre de si mesmo. O tecnocrata vinha decidir e fazer as escolhas políticas adequadas e a gestão adequada da atividade econômica, da atividade administrativa. Agora, surgiu um outro tipo, ou dois tipos."

Sobre Doria, que se elegeu prefeito de São Paulo cavalgando o discurso de que é empresário, não político, Dilma afirmou: "?Economia, no sentido do empresário, é cuidar de si mesmo, dos seus interesses. Não necessariamente uma pessoa que cuida de si mesmo com eficiência, dos seus interesses, será uma pessoa que corresponderá aos anseios do seu povo."

Sobre Luciano Huck, que deixou no ar a hipótese de se candidatar numa entrevista recente, a ex-presidente petista declarou: "As pessoas confundem auditório de um show de mídia com a solução dos problemas sociais. [?] Eu fui lá, chamei uma senhora, trouxe no meu programa, resolvi o problema dela. Veja como eu sou competente. Vá resolver o problema de 56 milhões de pessoas pra ver se é assim, com essa facilidade!"

Referindo-se a ambos, Dilma completou: "Eu acho que isso surge quando começa a criar o espaço da despolitização na sociedade. E é lamentável que seja assim." Antes, Dilma havia reiterado seu lero-lero a favor da re-re-recandidatura de Lula em 2018. Num instante em que a colaboração da Odebrecht aperta a corda no pescoço do seu padrinho político, Dilma apresentou-o como alvo de violenta "campanha de destruição de reputação."

"Se o Judiciário quiser afastá-lo [da sucessão presidencial], terá de pensar bastante, porque são muito frágeis as provas contra ele", opinou.
Herculano
19/04/2017 05:51
IRONIA SINDICAL, por Hélio Schwartsman, no jornal Folha de S. Paulo

A vida é cheia de ironias. Ao que tudo indica, será o governo do renegado Michel Temer que implantará o fim do imposto sindical, a grande bandeira que as associações de trabalhadores ligadas ao PT defendiam nos anos 80, mas que os petistas preferiram manter intocado nos 13 anos em que permaneceram no poder.

O imposto sindical - a contribuição obrigatória equivalente a um dia de trabalho por ano cobrada a todos os celetistas - por si só não é o maior dos absurdos. Ele se torna perigosamente contraproducente quando colocado ao lado de outro pilar da legislação trabalhista brasileira que é a unicidade sindical - a proibição de existir mais de uma associação por categoria profissional no mesmo âmbito territorial. O par é um convite à ineficiência. Os dirigentes sindicais já têm assegurada a sua arrecadação sem necessidade de prestar bons serviços para conseguir filiados e nem sequer precisam temer o surgimento de concorrência, que está vedada pela Constituição.

A desastrada fórmula, que o Brasil adota desde a Carta de 1937, é pródiga em gerar sindicatos sem nenhuma representatividade, o que favorece o peleguismo. Não é por outra razão que as agremiações mais à esquerda a rejeitavam no passado. Hoje a CUT ainda diz que é contra, mas defende uma tal de contribuição negocial, que seria rigorosamente a mesma coisa (uma cobrança compulsória imposta tanto a trabalhadores filiados como aos não filiados), mas que não estaria limitada a um dia de salário, isto é, que poderia ser até maior.

Ora, se queremos sindicatos realmente autônomos, é preciso que eles vivam exclusivamente das contribuições voluntárias de seus associados e que eles enfrentem a concorrência de outras agremiações. A proposta do governo para os sindicatos na reforma trabalhista acaba com o famigerado imposto, mas lamentavelmente ainda mantém a unicidade sindical.
Herculano
19/04/2017 05:42
QUAIS OS DEPUTADOS CATARINENSES QUE VOTARAM CONTRA A URGÊNCIA DA REFORMA TRABALHISTA?

Da bancada de 16 parlamentares, 13 estavam em plenário na hora da votação. Três foram contra:os esperados Décio Neri de Lima e Pedro Uczai, ambos do PT, além de Giovânia de Sá, PSDB.
Herculano
19/04/2017 05:37
O PRESIDENTE DA CÂMARA, RODRIGO MAIA, DEM-RJ, O MENINO MALUQUINHO, AQUELE QUE NA CASA DO POVO DISSE QUE A VOZ DO POVO DAS RUAS ERA IRRELEVANTE, NÃO POSSUI LIDERANÇA, NÃO NEGA A ORIGEM DE POLÍTICOS DUVIDOSOS DO RIO E FINGE ESTAR ALINHADO COM O GOVERNO.
Herculano
19/04/2017 05:34
CÂMARA REJEITA URGÊNCIA PARA REFORMA TRABALHISTA, por Josias de Souza

Na primeira votação relevante depois da hecatombe política da Odebrecht, o governo de Michel Temer sofreu no início da noite desta terça-feira uma derrota no plenário da Câmara. Os partidos governistas não conseguiram arregimentar os votos necessários à aprovação de um requerimento de urgência para a tramitação da reforma trabalhista. O Planalto precisava de pelo menos 257 votos. Mas só conseguiu levar ao painel eletrônico 230 votos. Outros 163 deputados votaram contra o ritmo de toque de caixa.

A derrota foi um vexame político para o governo. Temer e seus operadores davam como certa a aprovação do pedido de urgência. Celebravam antecipadamente a aprovação da própria reforma da legislação trabalhista, que, em ritmo de toque de caixa, iria a voto antes do final do mês. Imaginava-se que o triunfo serviria de laboratório para a análise de outra reforma, a da Previdência, ainda mais encrespada. O problema é que só no dicionário o sucesso vem antes do trabalho. Os governistas esqueceram de providenciar o o essencial: votos. Houve traições em penca.

O tropeço foi celebrado pela oposição aos gritos de 'Fora, Temer'. Parlamentares do PSOL e da Rede plantaram-se atrás da mesa diretora. Ergueram sobre a cabeça do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), hoje um dos principais aliados políticos de Temer, cartazes com inscrições tóxicas: "Fim do foro privilegiado já", "Isso não é normal" e "Temer não é uma delação qualquer."

Um detalhe potencializou o fiasco governista: horas antes, no início da manhã, os deputados supostamente aliados ao Planalto haviam tomado café da manhã com Temer, no Palácio do Jaburu. Ouviram apelos em favor das reformas. Estava entendido que a infantaria pegaria em lanças no plenário. Faltou mão-de-obra.
Herculano
19/04/2017 05:27
"O EXCESSO DE TUTELA DO ESTADO ESTÁ INIBINDO O ACESSO AO EMPREGO", Por Augusto Nunes, de Veja e apresentador do programa Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo

O convidado do Roda Viva desta segunda-feira foi Rogério Marinho, relator do projeto de reforma trabalhista proposto pelo governo de Michel Temer.

Deputado federal pelo PSDB do Rio Grande do Norte, ele nasceu na capital potiguar há 54 anos. Economista e professor, está no segundo mandato na Câmara. Entre outros assuntos, serão abordadas as mudanças em tópicos especialmente relevantes da CLT, como férias e jornada de trabalho. Confira trechos da entrevista:

"Uma reforma é necessária, porque Brasil está passando por um momento sem paralelos na sua história. Não temos notícia de um período de recessão tão grande. Além disso, as leis trabalhistas não têm o espírito do tempo para abranger todas as novas relações de trabalho".

"Todas as constituições brasileiras nasceram em momentos de ruptura. E é isso que estamos vivendo hoje, um período de decadência moral, econômica, ética. Podemos optar por ficar inertes ou fazer com que o Legislativo funcione".

"A reforma privilegia a resolução de conflitos através da conciliação. Na Alemanha, por exemplo, grande parte das divergências não chega ao judiciário, porque são decididas no chão da fábrica".

"Estamos privilegiando quem esteve excluído até agora, que são as micro e pequenas empresas. Elas têm uma enorme dificuldade para flexibilizar os contratos de trabalho".

"O excesso de tutela e proteção do Estado gera problemas para os trabalhadores e para os empresários. Estamos trabalhando para oferecer mais liberdade na negociação individual. Queremos permitir, por exemplo, que quem ganha mais de R$ 11 mil, o que corresponde a cerca de 2% da população, consiga gerir o próprio trabalho".

"Não recebi nenhuma garantia de Michel Temer de que o governo apoiaria o fim da contribuição sindical, mas o presidente me deixou completamente à vontade para propor isso".

"Esse número absurdo de processos trabalhistas é ruim para quem emprega, para quem trabalha e para o país. Precisamos modernizar uma legislação ultrapassada, que estimula a beligerância".

"Dezenas de formas de trabalho que existem hoje desaparecerão nos próximos 30 anos. A CLT foi feita para contemplar um Brasil rural que queria se industrializar".

"A terceirização trouxe o Brasil do século XIX para o século XXI. Nós somos o único país do mundo onde ainda existe distinção entre atividade meio e atividade fim. Mesmo assim, colocamos algumas salvaguardas para que as empresas não possam demitir um funcionário que é CLT e contratá-lo em seguida como PJ. Estipulamos uma quarentena de 18 meses".

"O fim da contribuição obrigatória fortaleceria os sindicatos. Aqueles que têm legitimidade e são realmente representativos não teriam dificuldade para conseguir contribuições de seus associados".

"A CLT é tão ultrapassada que nela ainda está escrito que o Brasil tem 22 estados, que o Acre é um território e que a mulher não pode exigir condições melhores de trabalho se seu patrão for o pai ou o irmão".

"O Brasil precisa deixar de ser jabuticaba, de ser um país que só olha para o próprio umbigo e ainda acha que está inovando neste processo. Não está. Nossa produtividade é uma das piores do mundo e o número de processos judiciais é um dos maiores. Estamos ficando para trás na questão da competição e quem tem sido prejudicado é o trabalhador brasileiro. O excesso de tutela do Estado está inibindo o acesso ao emprego e aumentando o desemprego no país".

A bancada de entrevistadores reuniu Camilla Veras de Araujo Motta (repórter de Brasil do Valor Econômico), Daniela Lima (editora da coluna Painel da Folha), Antonio Galvão Peres (professor e doutor em Direito do Trabalho), Gaudêncio Torquato (consultor político e professor de Comunicação Política da USP) e Jorge Luiz Souto Maior (juiz do Trabalho e professor da Faculdade de Direito da USP). Com desenhos em tempo real do cartunista Paulo Caruso, o programa foi transmitido pela TV Cultura.
Herculano
19/04/2017 05:21
da série: você acha que as leis feitas pelo Executivo e que passam no Legislativo para dar anistia ou perdoar multas e juros aos devedores contumazes são só para cobrar ou são acertos de campanhas para poucos?

LEIS SOB SUSPEITA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Se contratos de obras públicas respondem pela maior parte dos relatos de propina a políticos investigados pela Lava Jato, não menos tenebrosas são as suspeitas de que leis hoje em vigor tenham sido compradas ?"esta é a palavra?" pelo esquema de corrupção.

A suposição não é nova: outra operação da Polícia Federal, a Zelotes, já havia sustentado que tratativas nada republicanas, entre empresários e autoridades do Executivo e do Legislativo, impulsionaram a edição e a aprovação de medidas provisórias.

O tema, porém, ganha nova escala com as delações de executivos ligados à construtora Odebrecht.

A apuração da Zelotes concentrou-se em três MPs, editadas entre 2009 e 2013, durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, e convertidas em lei após exame do Congresso.

Já os delatores da Lava Jato falam em nada menos de 13 medidas que teriam tramitado a reboque de pagamentos da empreiteira, conforme levantamento publicado pelo jornal "Valor Econômico".

Dessas, dez tornaram-se legislação; uma, a MP 627, de 2013, aparece nas duas operações da PF ?"converteu-se na lei 12.973, de 2014, cujos 119 artigos contemplam uma mixórdia de benefícios tributários a transações e setores variados.

Entre os interlocutores mais frequentes no Congresso, destacam-se nos depoimentos e investigações nomes como os dos senadores peemedebistas Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL).

Tudo isso, deve-se recordar, ainda precisa ser posto à prova, antes que se definam culpas ou absolvições. Muitos relatos, inclusive, situam-se numa zona cinzenta entre o que pode ser chamado de lobby parlamentar ?"uma atividade legítima?" e a corrupção.

O que se sabe, no entanto, é mais do que suficiente para escancarar vícios graves dos processos legislativo e regulatório do país.

O mais óbvio deles é o recurso abusivo às MPs por parte do Executivo, sob complacência subalterna e oportunista do Congresso. O instrumento, que deveria ser reservado a casos de urgência e relevância incontestáveis, não raro apenas serve de atalho para viabilizar acertos opacos da baixa política.

Percebe-se ainda, em todas as leis ora sob suspeita, a mão pesada do dirigismo estatal, que a todo momento distribui benesses e cria regras particulares para este ou aquele setor econômico e esta ou aquela região, seja pelo arbítrio da tecnocracia, seja pela influência de grupos poderosos.

Tenha havido dolo ou não, a sociedade deve redobrar a vigilância sobre tais práticas. Não se trata de manietar o Estado, mas de cobrar normas mais simples, transparentes, duradouras e, tanto quanto possível, iguais para todos.
Erva Daninha
18/04/2017 21:11
Oi, Herculano;

"SEMPRE CHEGA A HORA DE PUXAR A ORELHA DO PAPA. E O QUE FAÇO? PUXO, por Reinaldo Azevedo, de Veja".

Este sr. Bergoglio nunca me enganou.
Herculano
18/04/2017 19:53
VERGONHA. COM O BRASIL PEGANDO FOGO E LADRõES DO DINHEIRO DOS PESADOS IMPOSTOS DOS CIDADÃOS, O SUPREMO JULGA DE QUEM É O TÍTULO DO CAMPEONATO BRASILEIRO

Conteúdo Poder 360. Os ministros da 1ª Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram na tarde desta 3ª feira (18.abr.2017) que o Sport Club do Recife é o único campeão brasileiro de 1987.

A Corte negou recurso apresentado pelo Flamengo, que reivindicava o direito de dividir o título com o clube pernambucano.

O julgamento acabou 3 a 1. Os ministros Marco Aurélio Mello, Alexandre de Moraes e Rosa Weber votaram contra o time carioca. Luis Roberto Barroso foi o único a acatar o pedido dos flamenguistas. O ministro Luis Fux declarou-se impedido de julgar o caso. Ele é pai do advogado Rodrigo Fux, que representou os cariocas.
Herculano
18/04/2017 19:49
"NO DIA EM QUE O LULA CAIR, ACABA O PT"

Conteúdo de O Antagonista. Flavio Bierrenbach, jurista, político e ex-ministro do Superior Tribunal Militar, em entrevista à GloboNews:

"Não entrei no PT por causa do Lula, porque o Lula é e continua sendo maior do que o PT. No dia em que o Lula cair, acaba o PT."

Bierrenbach lembrou que o Partidos dos Trabalhadores nasceu de "um grupo de intelectuais" e da "esquerda católica".
Herculano
18/04/2017 19:40
GOVERNADOR RAIMUNDO RAIMUNDO COLOMBO, PSD, NA ENTREVISTA À RBS TV, EM BRASÍLIA, NESTA NOITE, CONTINUOU TRUCANDO: NUNCA PEDIU, NUNCA RECEBEU DINHEIRO DA ODEBRECHET, QUE NÃO FEZ NADA NO ESTADO PARA O GOVERNO TOCADO POR ELE.

COLOMBRO ESTÁ NO PAPEL DE VÍTIMA, FIGURINO QUE LHE CAI BEM, MAS PERIGOSO E ARRISCADO NESTA ALTURA DO CAMPEONATO. APOSTA NA FALTA DE PROVAS CONCRETAS DESTE RELACIONAMENTO. DO OUTRO LADO, OS EXECUTIVOS ESTÃO ARMADOS EXATAMENTE PARA SE VEREM LIVRES ELES DA CADEIA QUE LHES RONDA. ENTÃO...

NOS BASTIDORES, SABE-SE QUE TODOS OS ENVOLVIDOS - NÃO APENAS EM SANTA CATARINA - ESTÃO SEM CHÃO E ALTERNATIVAS.

A PRIMEIRA REAÇÃO FOI NEGAR TUDO. MAS, COM O PASSAR DO TEMPO, COM AS PROVAS QUE APARECEM, COM OS CONSELHOS SEM ALTERNATIVAS DOS ADVOGADOS, GANHAM TEMPO COM AS INVESTIGAÇÕES E VÃO, A CONTA GOTAS, ADMITINDO ALGUMAS DELÍCIAS QUE SERIAM PRÁTICAS ATÉ ENTÃO "ACEITAS" NAS CAMPANHAS ELEITORAIS, COMO SINALIZOU O PRóPRIO COLOMBO, O "OVO", NA ENTREVISTA.
Herculano
18/04/2017 19:23
da série: o problema é antigo, agrava-se, tem-se o diagnóstico, mas caminhar para a solução, só discursos repetidos

"LEI PENAL AUMENTA A IMPUNIDADE E A CRIMINALIDADE", DIZ SECRETÁRIO DE SEGURANÇA PÚBLICA DE SC

Conteúdo do Diário Catarinense, Florianópolis. Texto e entrevista de Moacir Pereira.

Quais as novas ações para combater a criminalidade na Capital?
Montamos um gabinete com todas as corporações e inteligências. Além do policiamento ostensivo, reforçamos o efetivo da Delegacia de Homicídios, criação de uma força-tarefa para cumprimentos dos mandados de prisão, e também reforço às ações de inteligência.

As causas deste aumento dos homicídios estão mesmo identificadas?
A principal causa é o confronto entre as facções criminosas ligadas ao tráfico de drogas na busca de espaço para pontos de venda. O aumento da violência e das estatísticas está ligado diretamente ao confronto das facções.

E o que precisa ser feito para reduzir a criminalidade na Capital?
É preciso mudanças em todo o Brasil. O criminoso tem que ter alguma coisa a perder. Precisamos mudar com urgência a Lei Penal, a Lei Processual Penal e atualizar a Lei de Execuções Penais. Quem comete crime contra as pessoas tem que responder o processo preso. Não pode estar em liberdade.

O aumento do tráfico de armas está separado do tráfico de drogas?
Está intimamente ligado. O Estado brasileiro tem que fechar as fronteiras para evitar a entrada de armas e drogas. É preciso fazer uma ampla campanha contra o consumo de drogas. Você tem tanto o traficante vendendo drogas, como os consumidores. O consumo de drogas pela comunidade é o reflexo direto do aumento da criminalidade. Mais de 80% dos crimes em SC têm relação direta ou indireta com o consumo de drogas. A PM apreende uma arma de fogo a cada duas horas no Estado. Em Florianópolis, só nos três primeiros meses do ano foram apreendidas 196 armas, de um total de 1.039 prisões e apreensões.

A culpa é também dos consumidores?
Temos indicativos e filmes de consumidores de nível, com veículos de luxo, subindo os morros para comprar drogas. Quem fomenta a criminalidade depois se queixa que é vítima da violência.

Quais são as queixas maiores das policias Militar e Civil?
A reclamação mais comum é a fragilidade da legislação penal, que permite liberdade a criminosos reincidentes. Isto tem relação direta com a impunidade. Os policiais dizem que estão sempre "enxugando gelo".

O que a sociedade deve fazer para melhorar a segurança?
Se a sociedade deixar de consumir drogas já estará dando uma grande colaboração para redução da criminalidade. Há outra constatação: "A ausência do Estado tem como consequência a presença do crime". Mas é preciso mostrar o outro lado. Dos 295 municípios catarinenses, em 203 não se registrou um único homicídio este ano. Em outros 51, apenas um crime.
Herculano
18/04/2017 19:20
AFINAL, POR QUE EXISTE O TRÁFICO? PORQUE EXISTE O CONSUMIDOR, A DEMANDA

1. Então, o culpado pelas mortes que acontece em decorrência do tráfico e a disputa dele, é em parte ponderável feita de gente rica, classe média alta, que reclama da violência e vive culpando de fracos os operadores da cara segurança.

2. Ao invés de combater o que não se combate pela desigualdade nesta luta, não seria o caso de regular, liberar, controlar e taxar fortemente esse negócio ainda informal para pelo menos diminuir a pressão sobre segurança, justiça, saúde e assistência social revertendo os impostos arrecadados?

3. Não é assim que se faz com drogas lícitas (remédios, cigarros e bebidas)?
Herculano
18/04/2017 19:06
A que se escondeu como Rosi, mas pertence ao aparelhado IFSC, de Florianópolis.

O que está podre, além das obras públicas cujas filmagens não deixam dúvidas, é o caráter de quem as defende de que o que racha é normal e bom, e se exime na busca de uma solução pelos responsáveis.

Herculano
18/04/2017 18:54
da série: é por esta e outras, que a Igreja Católica do PT e da Esquerda do Atraso do Brasil está definhando e está desacreditada perante o seu próprio rebanho e faz crescer as evangélicas a passos largos, cada vez mais influentes nas eleições, onde todas as religiões ou seitas deveriam estar longe deste poder.

SEMPRE CHEGA A HORA DE PUXAR A ORELHA DO PAPA. E O QUE FAÇO? PUXO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Eis que o papa Francisco, aquele que já trocou beijinhos com a tiranete Cristina Kirchner, e que já recebeu das mãos do protoditador Evo Morales um verdadeiro símbolo do capeta, resolveu recusar, em carta endereçada ao presidente Michel Temer, o convite para visitar o Brasil. Atitude compatível com a de um sujeito que já foi militante peronista, não é? O jesuíta Jorge Bergoglio não é exatamente o mais ortodoxo daquela ordem cujo chefe máximo já foi chamado de "O Papa Negro", numa alusão ao poder de que dispunha na Companhia de Jesus e à cor do hábito: preto.

O convite feito por Temer tem um data comemorativa para os católicos do Brasil: os 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida, que é, para fiéis dessa religião, a padroeira do país. A cidade de Aparecida, como se sabe, abriga um dos maiores santuários católicos do mundo.

Vamos aos fatos, como faço sempre. Afinal, este espaço não se contenta com esguichos de pato que se fingem de textos analíticos, né?

Segundo o Anuário Pontifício 2017 e o Anuarium Statisticum Ecclesiae 2015, o Brasil segue sendo o maior país católico do mundo em número de fiéis: 172,2 milhões de batizados. Não quer dizer que todos vão à igreja ou que continuem católicos. Já chego lá. O país que vem em segundo lugar está muito atrás: o México conta com 110,9 milhões, seguido por Filipinas (83,6 milhões), Estados Unidos da América (72,3), Itália (58), França (48,3), Colômbia (45,3), Espanha (43,3), República Democrática do Congo (43,2) e Argentina (40,8).

Segundo esse critério, o do batismo, o número de católicos no mundo atinge 1.284.257.000 pessoas. Isso quer dizer que o Brasil representa 13,4% do total. Mas o papa argentino fez beicinho para o Brasil e resolveu não visitar o país.

Não parou por aí. Ousou ir muito além de suas sandálias de pescador em águas turvas e resolveu dar um conselho, com ar de admoestação, ao presidente Michel Temer:

"Sei bem que a crise que o país enfrenta não é de simples solução, uma vez que tem raízes sócio-político-econômicas, e não cabe à Igreja nem ao papa dar uma receita concreta para resolver algo tão complexo (?). Porém não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que, muitas vezes, se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira".

Começa bem aquele que admite que não cabe à Igreja dar receita concreta, mas acaba mal o que censura "algumas soluções fáceis e superficiais". Eu ouviria com prazer as respostas complexas e profundas do Sumo Pontífice.

Demagogia
Com a devida vênia, trata-se de demagogia. O Anuário Pontifício de 2017, com informações de 2015, traz dados que precisam ser vistos com cuidado. Fosse como vai ali, 86% dos brasileiros seriam católicos. Atenção! Eles podem ter sido batizados, o que é outra coisa. Segundo pesquisas Datafolha, em 2014, eram 60% os que se diziam católicos; em 2016, esse índice havia baixado para 50%. Entre outubro de 2014 e dezembro de 2016, 9% afirmam ter deixado a religião.Mas o papa está preocupado em fazer frases de efeito e se recusa a visitar o Brasil.

Bem, pesquisem nas minhas colunas. Eu nunca fui um entusiasta de Francisco. Escrevi uma das minhas mais duras críticas a ele no dia 10 de julho de 2015. Observei, então, fazendo blague com uma expressão que a esquerda do miolo mole usava muito - "não me representa" -, que, embora fosse católico, o cardeal argentino não me representava.

E por que eu disse aquilo?

Eu poderia ter feito uma graça e dito que, existindo, como existe, um papa emérito, Bento XVI, tenho a chance de escolher. Mas, evidentemente, isso não contenta. O chefe da Igreja Católica, infelizmente, é o argentino Bergoglio.

Naquele ano, o papa visitou a Bolívia. Evo Morales, o protoditador do país, presenteou o sumo pontífice com uma monstruosidade herética: a foice e o martelo do comunismo, onde estava o Deus crucificado. Bergoglio fez um muxoxo protocolar, mas sujou as mãos no sangue de 150 milhões de pessoas. Ao fazê-lo, (re)encruou as chagas de Cristo e se alinhou, lamento ter de dizer isto, com aqueles que O crucificaram.

"Ah, o papa não tem nada com isso! Não tinha como saber o que faria aquele picareta!" Ah, não cola! A Igreja Católica de Roma está banida da China, por exemplo. Ficou na clandestinidade na União Soviética e nos países da Cortina de Ferro. Inexiste na Coreia do Norte e enfrenta sérias dificuldades em Cuba. Um delinquente político e intelectual como Morales não pode ofender moralmente mais de um bilhão de católicos com aquela expressão demoníaca. O papa que recusasse a oferta e a ofensa. Mas ele não recusou. E foi além.

Em Santa Cruz de la Sierra, Bergoglio fez um discurso que poderia rivalizar com o de Kim Jong-un, aquele gordinho tarado que tiraniza a Coreia do Norte. Atacou o capitalismo, um "sistema que impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza", segundo ele. E foi além: "Digamos sem medo: queremos uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema já não se aguenta, os camponeses, trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco o aguentam. Tampouco o aguenta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia são Francisco".

É de embrulhar o estômago. Em primeiro lugar, esse papa, com formação teológica de cura de aldeia, não tem competência teórica e vivência prática para cuidar desse assunto. Em segundo lugar, os movimentos que hoje lutam pela preservação do planeta são exclusivos de regimes democráticos, onde vige o capitalismo. Ou este senhor poderia fazer essa pregação na China, por exemplo, onde o capitalismo de estado é gerido pelo Partido Comunista?

Pior: o papa estava numa jornada que incluía, além da Bolívia, o Equador, outro regime semiditatorial, que acaba de fraudar eleições. Ao lado da Venezuela, esses dois países instrumentalizam o discurso anticapitalista para dar força a milícias que violam direitos individuais e que não reconhecem a propriedade privada como motor do desenvolvimento.

Evocando um igualitarismo pedestre, disse Sua, não mais minha, Santidade: "A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano é dever moral. Para os cristãos, um mandamento. Trata-se de devolver aos pobres o que lhes pertence". A fala agride a lógica por princípio. Se o tal "que" pertencesse aos pobres, pobres não seriam. A fala repercute a noção essencialmente criminosa de que toda a propriedade é um roubo. Como esquecer que essa concepção de mundo de que fala o papa já governou quase a metade do mundo e produziu atraso, miséria e morte?

Eu já tinha tido, então, alguns engulhos quando o cardeal argentino resolveu se meter a falar sobre a preservação da natureza, com uma linguagem e uma abordagem que lembravam o movimento hippie da década de 60. Ele voltou ao ponto: "Não se pode permitir que certos interesses - globais, mas não universais - submetam Estados e organismos internacionais e continuem destruindo a Criação".

Como? O homem destruindo a Criação? O catolicismo de Francisco, na hipótese benevolente, se esgota numa leitura pobre do Gênesis. Na não benevolente, é apenas uma expressão do trogloditismo de patetas terceiro-mundistas como Rafael Correa, Evo Morales, Nicolás Maduro e Cristina Kirchner, aquela que ele recebeu no Vaticano com abraços e beijinhos.

Ah, não custa lembrar: quando chegou a vez de o "direitista" Mauricio Macri visitar o Vaticano, em fevereiro de 2016, o que se viu foi uma recepção fria, de meros 22 minutos. Com o líder religioso de cara fechada. Em outubro, o presidente voltou à sede da Igreja. A recepção foi melhorzinha. Mas, ora vejam, Francisco se negou a visitar, até agora, a Argentina de Macri.

Mas, ora, ora, visitou o Brasil de Dilma, a Bolívia de Evo, o Equador de Correa e a Cuba de Raúl Castro.

Isso explica muito coisa, é claro! Explica, inclusive, por que é tão grande a diferença entre os números oficiais da Igreja e os católicos que existem de verdade.

Lamentáveis a decisão e a carta do papa!

E, bem, sempre chega a hora em que é preciso puxar a orelha também do Sumo Pontífice. Afinal, Padre Vieira puxava até a de Deus. Aí dirá alguém: "Você não é Padre Vieira, é muito inferior!". É verdade. E o cardeal argentino não é Deus, certo? Nem Bento 16.
Herculano
18/04/2017 18:36
NA DEFESA DE PRIVILÉGIOS. ATO DE POLICIAIS CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA GERA QUEBRA-QUEBRA NO CONGRESSO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Eduardo Rodrigues e Daiene Cardoso, da sucursal de Brasília.Um protesto de policiais civis contra a reforma da previdência provocou tumulto e quebra-quebra nesta terça-feira, 18, no prédio do Congresso Nacional. O deputado Lincoln Portela (PRB-MG) disse que, pelo menos, seis policiais foram detidos.Segundo o parlamentar, seriam dois policiais rodoviários federais, dois federais e pelo menos dois policiais civis detidos na delegacia interna da Câmara.

Os manifestantes tentaram entrar no prédio da Câmara dos Deputados pela chapelaria - um dos principais acessos de parlamentares, imprensa e público em geral.

Eles são de sindicatos da polícia civil de pelo menos cinco Estados: Minas Gerais, Ceará, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina.

O acesso do grupo ao prédio foi impedido pela segurança legislativa e o confronto teve início com a presença, inclusive, da tropa de choque. Foram lançadas bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta, muitas pessoas estão passando mal e os manifestantes quebraram os vidros da chapelaria.

O acesso ao prédio do Senado foi trancado e o plenário da Câmara dos Deputados, onde está prevista a votação na tarde de hoje do projeto de recuperação fiscal dos Estados, também foi fechado.

Depois do quebra-quebra na chapelaria, os policiais deram a volta no espelho d'água e subiram a rampa do Congresso para tentar invadir o Salão Negro. A tropa de choque da Polícia Legislativa conseguiu conter o grupo fora do prédio, evitando mais danos ao patrimônio público.

Um grupo de manifestantes foi recebido na liderança do governo para uma conversa com o relator da reforma da Previdência, o deputado Arthur Maia (PPS-BA). Segundo Lincoln Portela, o grupo está frustrado com a proposta, que chamou de "colcha de retalhos". O parlamentar afirmou que a categoria está há meses negociando, mas sem sucesso.
Herculano
18/04/2017 18:30
RETóRICA DE LULA EMPURRA PALOCCI À DELAÇÃO, por Josias de Souza

Antonio Palocci tomou gosto pela ideia de se tornar um colaborador da Justiça. Sua movimentação injeta na decomposição do petismo uma novidade: a autofagia companheira. Acusado de coletar verbas por baixo da mesa em nome de Lula, Palocci viu-se imprensado entre dois gigantes. De um lado, a provedora Odebrecht, que diz ter bancado os confortos do morubixaba petista. Na outra ponta, o beneficiário dos mimo$, que jura não ter recebido nada. Se não colocar o dedo para suar, Palocci acaba migrando para a inusitada condição de desviador dos desvios.

Com sua retórica da negação, o próprio Lula empurra o companheiro para o colo dos investigadores. Na semana passada, o "guerreiro do povo brasileiro" ironizou a revelação de Marcelo Odebrecht de que provisionou R$ 40 milhões nas planilhas do departamento de propinas para atender às necessidades do "Amigo" da construtora. Tudo combinado com Palocci, que destacou um assessor, Branislav Kontic, para apanhar dinheiro vivo e levá-lo até Lula. Coisa de R$ 13 milhões entre entre 2012 e 2013.

Disse Lula: "Quem tiver contando mentiras, quem tiver inventando historinhas, quem tiver dizendo que criou uma conta pra mim, para um terceiro? Já faz sete anos que eu deixei a Presidência. Essa conta está onde? Esse terceiro está onde? Esse cara deve estar comendo, então, o dinheiro que era pra mim, porra!"

Lula deixou Palocci na situação do português da piada, que recebe sua primeira aula prática depois de entrar para divisão de pára-quedismo da Aeronáutica. "Estamos a dois mil pés de altura", diz o instrutor ao recruta. "Você saltará por aquela porta. Ao puxar a primeira cordinha, o pára-quedas se abrirá. Se isso não acontecer, o que é improvável, puxe a segunda cordinha. Se não abrir, o que é improbabilíssimo, puxe a terceira cordinha e o equipamento se abrirá. Lá embaixo, haverá um jipe à sua espera, para levá-lo de volta ao quartel." Joaquim salta. Puxa a primeira cordinha. Nada. Puxa a segunda. Nem sinal. Puxa a terceira. E o pára-quedas permanence fechado. O recruta se inquieta: "Ai, Jesus! Agora só falta o jipe não estar lá embaixo."

Palocci ouviu dizer que a Lava Jato não chegaria à Odebrecht. Chegou. Disseram-lhe que Marcelo Odebrecht jamais seria preso. Está hospedado numa unidade do Moro's Inn de Curitiba há quase dois anos. Juraram-lhe que o príncipe das empreiteiras nunca se tornaria um delator. Os vídeos da deduragem estarrecem os brasileiros no horário nobre da tevê há uma semana. As falas de Lula mostraram a Palocci que não há nenhum jipe esperando lá embaixo.
Kleber
18/04/2017 17:43
Esse prefeito que tá aí só aparece no face pra dar notícia boba. Vai bater o recorde de mais tempo sem obra. Por enquanto a maior obra foi entupir a prefeitura de cargos comissionados. Do PT tinha incompetentes mas esses que estão aí vieram pra contrariar a lei e isso não pode.
Sidnei Luis Reinert
18/04/2017 12:12
"Quem Temer tem medo" e corre para aprovar reformas "a jato", enquanto Moro aplica "golpe" em Lula


Releia o artigo: Hora de acabar com segredinhos na Lava Jato

Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Luiz Inácio Lula da Silva corre o risco de sentar, no mínimo, 88 vezes na 13ª vara Federal em Curitiba. O juiz Sérgio Moro aceitou ouvir 87 testemunhas de defesa listadas pelos advogados de Lula. A condição é que, Lula esteja presente em todas estas tomadas de depoimentos, a fim de assegurar seu amplo direito defensivo. A determinação de Moro tira a força da mega-arruaça agendada para o próximo dia 3 de maio. A Petelândia ameaça levar um mínimo de 60 mil manifestantes à capital paranaense, em solidariedade ao líder que teme ser condenado e acabar preso na Lava Jato.

Enquanto a maioria ainda perde tempo se preocupando com um Lula suicidado politicamente, o governo segue cumprindo a agendinha de reforminhas ?" tudo com a finalidade de tirar os olhos da opinião pública sobre meganegociatas com ativos estatais colocados à venda a preço de banana. O esquema interessa a muitos dos ladrões na Lava Jato, pois poderão usar a grana ilegal que esconderam no exterior para comprar participações nas empresas assaltadas ou roubadas por eles. Assim caminha Bruzundanga rumo à consolidação como colônia de exploração subdesenvolvida, com crescimento econômico ridículo, sempre inferior ao resto dos outros países.

Em meio às armações da bandida-politicagem, as conseqüências da megadelação da Odebrecht continuam produzindo efeitos positivos sobre a inerte e lerda máquina de fiscalização do pífio mercado de capitais brasileiro. Depois de alertada há mais de 10 anos por investidores, a Comissão de Valores Mobiliários resolveu quebrar o segredo que, desde dezembro de 2014, havia aberto um processo administrativo sancionador contra sete ex-diretores da Petrobras por supostas irregularidades na contratação da construção do navio-sonda Titanium Explorer. Os principais alvos são os ex-presidentes da companhia, Graça Foster e José Sérgio Gabrielli.

A CVM também investiga outro assunto que tem impacto econômico mais grave que o caso do navio-sonda, pois envolve gigantes do mercado financeiro. Tratam-se das falhas nas informações divulgadas aos investidores na capitalização que levantou US$ 69,9 bilhões em 2010. A CVM apura se houve indução dos investidores a erro na oferta de ações ?" conforme denúncias de investidores. Este caso mexe com os ex-presidentes Graça Foster e José Sergio Gabrielli, do ex-diretor de Relações com Investidores Almir Barbassa. Outros alvos são o Banco Bradesco BBI e seu executivo Bruno Boetger. Breve, a CVM pode divulgar no que rendeu a investigação...

Lá fora, o bicho pega na "Car Wash"... A Corte Federal do Brooklin, nos Estados Unidos, condenou a Odebrecht a pagar US$ 2,6 bilhões (R$ 8 bilhões) em multas relacionadas a corrupção. No acordo fechado com a empreiteira, o juiz Raymond Dearie destinou US$ 2,39 bilhões ao Brasil, US$ 116 milhões à Suíça e US$ 93 milhões aos EUA. As acusações são de pagamento de US$ 788 milhões em propina a funcionários dos governos de 12 países com o objetivo de fechar contratos para grandes obras.

Apesar de grandes avanços lá fora, a Lava Jato ainda parece lenta demais na apuração de crimes societários cometidos contra investidores da Petrobras no Brasil. A Força Tarefa da República de Curitiba ainda trata a empresa como "vítima" e não como "Pessoa Jurídica" que praticou irregularidades ou cometeu crimes. Por enquanto, os processos individualizam alguns ex-dirigentes que se tornaram delatores premiados, muitos empresários e, agora, centenas de políticos dedurados pela Odebrecht. Ainda não tiveram seus nomes publicamente enrolados em processos judiciais os membros da ex-cúpula dirigente da companhia (principalmente da presidência e da área financeira, que autorizavam e faziam pagamentos às empreiteiras).
Rosi
18/04/2017 10:53
Sobre a publicação "CONSTRUÇÕES PODRES" o sr. deveria se informar melhor antes de publicar "achismos"!!!
Mais Uma Vez
18/04/2017 10:04
Esse prefeito pelo andar vai bater o recorde em adiamentos de obras, adiou pela segunda vez o inicio da pavimentação da rua Artur Poffo e Pedro Schmitt Junior, este ultimo marcado para o dia 17 de abril, mas nem sinal da empreiteira e das maquinas, só resta saber esse nosso prefeito não sabe o que fala ou esta mal assessorado?
Herculano
18/04/2017 09:14
SINAIS

O vereador Francisco Solano Anhaia, PMDB, de Gaspar e da base aliada de Kleber Edson Wan Dall já dá recados cifrados em público: "somente com lealdade a caminhada será segura".
Odir Barni
18/04/2017 09:06
CUIDADO COM O DESTINO DO LIXO RECICLÁVEL!

Caro, Herculano;

Pra onde vai o lixo reciclável? Esta foi a pergunta do JINRA em sua coluna de hoje, pra muitos pode não ser importante ,pra mim, é a mais importante, é das pequenas coisas que começam os grandes negócios. A corrupção nacional tem gente que chega para verificar o que não chama a atenção são essas pequenas coisas que exigem da comunidade um certo cuidado com tudo que é possível reciclar. A campanha que o prefeito Kleber faz é importante e não é novidade; vem do tempo que a professora Lorena Bhon Bornhausen saia nas casas para orientar sobre a importância do projeto. Todos nós captamos sua mensagem, foi pioneiro e exemplar para toda Santa Catarina. O que não se esperava é que o lixo reciclado, aquele que tem um valor comercial maior era vendido em benefício de poucos; ferro, alumínio,cobre,entre outros eram selecionados e vendidos cujo valor a prefeitura nunca viu. Que digam o José Arani Wilvert e o José Junkes, o Zecão autores da denúncia. O atual presidente do SAMAE, José Hilário Melatto é um profundo conhecedor do assunto, já era vereador na época. Convém ficar de olho, não ponho dúvidas na equipe e nem no trabalho do atual prefeito e sua equipe, tiveram muito tempo para saber separar o joio do trigo.
Herculano
18/04/2017 08:59
PALOCCI DELATA LULA E BANCOS

Conteúdo do O Antagonista. "Antonio Palocci deu o primeiro passo para sua delação premiada", diz a Folha de S. Paulo.

"Pessoas ligadas a Palocci dizem que os principais temas que o político pretende tratar envolvem corrupção de empresas do sistema financeiro, como bancos, além de conglomerados que não integram grupos de empreiteiras.
Na lista também há fatos ligados ao ex-presidente Lula - de quem ele defendeu interesses econômicos - e às campanhas do PT".

A reportagem é verdadeira e confirma o que O Antagonista publicou no domingo [e que republiquei aqui].

Há cerca de duas semanas, segundo a Folha de S. Paulo, Antonio Palocci "teve uma reunião com a força-tarefa de Curitiba na Polícia Federal em Curitiba".
A PF participou do encontro.
A reportagem apurou que "a sugestão para que a PF sentasse à mesa partiu do empreiteiro Marcelo Odebrecht".
E mais:

"A primeira opção do ex-ministro para conduzir sua delação era o advogado Marlus Arns".

O processo de Antonio Palocci está chegando ao fim.
Na quinta-feira, ele será interrogado pelo juiz Sergio Moro. Depois disso, só vão faltar as alegações finais de acusação e defesa e a sentença.

Como diz a Folha de S. Paulo, "essa é a fase crucial em que um preso decide se faz ou não a delação já que, depois de sentenciado, ele enfrenta uma negociação muito mais dura para fechar um acordo".

O STJ deve julgar hoje o pedido de liberdade de Antonio Palocci.

O PT espera que, se o Italiano for solto, ele desista de assinar um acordo com a Lava Jato.

O operador de Lula, Antonio Palocci, está negociando um acordo com a Lava Jato.

O operador dos tucanos paulistas, Paulo Preto, deve seguir o mesmo caminho.

Diz a Folha S. Paulo:
"Um dos delatores da Odebrecht, o executivo Luiz Eduardo Soares, diz em depoimento que o ex-diretor do Dersa Paulo Vieira Souza, conhecido como Paulo Preto, devolveu R$ 4 milhões para a empresa em 2010.

Posteriormente, o equivalente a esse valor em dólares, US$ 2 milhões, teriam sido depositados para José Serra em conta no exterior do empresário Jonas Barcellos, dono do grupo Brasif.

Os R$ 4 milhões foram pagos pela Odebrecht por causa da obra do Rodoanel Sul, segundo o delator"
Herculano
18/04/2017 08:52
PETISTA ENXERGA "FRAUDES" EM CONGRESSO DO PT, por Josias de Souza

O PT já não consegue manter entre quatro paredes as brigas que trava consigo mesmo. Engalfinham-se em público dois dirigentes da legenda: o presidente do diretório paulista, Emídio de Souza, e o secretário Nacional de Formação, Carlos Henrique Árabe. O ringue é o site do PT.

Criticado por Emídio num artigo, Árabe revidou com um texto ácido. A certa altura, anotou: "Há indícios de fraudes, que serão averiguados" Referia-se a irregularidades farejadas na etapa municipal do 6º Congresso do PT, que elegerá os dirigentes novos e seminovos da legenda. O autor do texto não dá nome às fraudes nem aos fraudadores. Quer dizer: o arranca-rabo terá novos round.
Herculano
18/04/2017 08:47
POR QUE A ODEBRECHET É UMA EMPRESA ANTICAPITALISTA FRUTO DA INTERVENÇÃO ESTATAL NA ECONOMIA, por João César de Melo, para o Instituto Liberal.

Muitos estão dizendo que os esquemas de corrupção entre o governo e a Odebrecht são um retrato do capitalismo. Quem diz isso não sabe o que é capitalismo. Ingênua ou cretinamente, relaciona capitalismo apenas à busca do lucro.

Capitalismo significa ambiente de trocas espontâneas entre pessoas e empresas, sem interferência do governo. Capitalismo = livre mercado. Uma pessoa ou empresa diz o preço do seu trabalho e outras pessoas e empresas aceitam ou não esse preço. Simples assim.

Capitalismo e programas econômicos do governo não se entrelaçam.

Em um ambiente de livre mercado, o governo seria como o juiz de futebol que, apesar de estar em campo e atento às jogadas, pouco é percebido pelos jogadores e pelo público, pois intercede raramente. Ele apita, interrompe a jogada fora das regras e pune. O resultado dessa "invisibilidade" do juiz é que os jogadores ganham mais liberdade para se movimentar, para criar jogadas, para fazer gols.

No socialismo, o juiz se coloca sempre ENTRE os jogadores, correndo junto deles para prevenir irregularidades e violência. Qualquer pessoa que entende minimamente de futebol, visualiza que dessa forma o juiz acabaria interferindo nas jogadas, bloqueando a movimentação dos atletas, muitas vezes esbarrando neles, amarrando o jogo.

Ou seja: quanto mais o governo tenta prevenir fraudes e abusos econômicos, mais ele limita o desenvolvimento da própria economia.

Outro ponto que deve ser compreendido é que o estado é, em conceito e prática, uma instituição socialista. Todos os governos são socialistas. Uns mais, outros menos.

Governo remete a controle. Controle remete a planejamento centralizado. Planejamento remete a interferência nas relações espontâneas das pessoas. Não existe nenhum governo que não se coloque como "promotor da igualdade social" por meio de programas.

O que distingue os governos e determina o desenvolvimento de um país é justamente o nível dessa interferência. Os países que ocupam o topo da lista de desenvolvimento social e econômico também ocupam o topo da lista dos país com maior liberdade econômica; e, não por coincidência, também são os que registram menos casos de corrupção.

Lembramos também que o conceito de livre mercado ?" capitalismo ?" rejeita qualquer ajuda do governo às empresas, rejeita todo tipo de subsídios, rejeita todo tipo de concessão de crédito, rejeita qualquer coisa que favoreça alguma empresa no mercado.

O socialismo, por sua vez, baseia-se na ideia de que o estado deve controlar a economia a fim de impedir as "falhas de mercado", redistribuir renda e promover a igualdade social.

Esse controle se dá por meio de intervenções e programas econômicos ?' o governo escolhendo quais setores e empresas devem prosperar graças a injeção de dinheiro confiscado da população.

Considerando tudo isso, vejamos o caso da Odebrecht.

A empreiteira não é fruto do capitalismo, mas de políticas econômicas que, desde o regime militar, concederam a ela incentivos e créditos especiais. Ou seja: a Odebrecht é fruto de uma mentalidade de esquerda, anticapitalista.

O programa econômico do regime militar em nada se difere ao programa defendido ferozmente pelos atuais socialistas. O programa econômico imposto pelo PT foi tão nacionalista e intervencionista quanto o dos militares. Ambos privilegiaram grandes empresas e setores com diversos tipos de incentivos. Ambos promoveram um plano "desenvolvimentista" baseado em grandes obras de infraestrutura marcadas por superfaturamentos e corrupção. Para sustentar isso, ambos endividaram o país gerando o mesmo resultado: ineficiência, recessão e desemprego.

A Odebrecht é fruto disso. A Odebrecht é filha do estado.

Num ambiente de livre mercado, uma empresa só cresce se realmente for eficiente porque não terá um governo lhe ajudando, lhe emprestando dinheiro sob condições especiais e lhe concedendo subsídios e isenções.

Marcelo Odebrecht confessou, em um de seus depoimentos, que a Braskem só não foi à falência porque o governo a salvou. Num ambiente capitalista, ela simplesmente teria falido e seu espaço no mercado teria sido ocupado por outra empresa. Simples assim. Mas, como vivemos num país impregnado de socialismo, a Braskem recebeu todo tipo de ajuda do governo ?" e, em retribuição, financiou as campanhas eleitorais de seus "salvadores".

O que Lula fez para salvar a Braskem? Simplesmente mandou a Petrobras associar-se a ela. Foi assim, quase como mágica, que a empresa se manteve no mercado. Uma "mágica" financiada pela população brasileira.

Emílio Odebrecht, pai de Marcelo e patrono da empresa, confessou em depoimento que sustentava Lula desde os tempos em que ele era apenas um sindicalista. Essa informação, por si só, destrói o argumento da esquerda de que as grandes empresas sabotam os projetos socialistas em favor de políticas liberais.

Pergunto: por qual razão um grande empresário apoiaria um líder ou movimento que diz que o governo não deve conceder qualquer privilégio aos empresários? Não existe razão; e, por isso, eles não apoiam.

A grandes empresas, como Emílio Odebrecht confessou, gostam e querem governos intervencionistas para que consigam benefícios. Tudo o que elas não querem é um governo realmente liberal, que acabe com o crédito fácil, com os subsídios, com as isenções e que abra o mercado aos concorrentes.

O caso da Odebrecht é apenas um entre dezenas que representam o cenário atual da economia brasileira, com as empresas que mais receberam dinheiro do governo quebradas ou enroladas na Lava Jato. Isso foi previsto pelos liberais. Toda a literatura liberal alerta para os problemas que o intervencionismo gera, principalmente para os mais pobres.

Alguém pode provocar: "ah, então no capitalismo todos os empresários são bonzinhos, ninguém frauda, ninguém corrompe".

Respondo: não há uma única linha na literatura liberal que diz isso. O que dizemos é que, num ambiente de livre mercado, o estado não participa do "jogo" do mercado e nem é um sócio oculto das grandes empresas, o que reduz e muito as oportunidades de corrupção. Isso não é apenas uma tese. Isso é um fato comprovado nos países mais desenvolvidos.

A burocracia, as sobretaxas e as regulações privilegiam as grandes empresas, restringindo ou mesmo impedindo o crescimento de concorrentes.

Os programas econômicos são formas legais que os políticos criaram para injetar dinheiro em grandes empresas, para receber delas apoio financeiro.

O excesso de funcionários públicos também é um traço característico do socialismo e da desgraça de qualquer país, já que faz com que os cidadãos produtivos trabalhem para sustentar aqueles que não produzem.

Os programas sociais são o engodo. Enquanto o governo destina montanhas de dinheiro às grandes empresas, distribui esmolas aos mais pobres.

É preciso entender que nenhuma empresa, por maior que seja, consegue roubar a sociedade sem a ajuda do estado.

A Odebrecht não roubou o governo, não roubou a Petrobras. Ela roubou milhões de brasileiros, uma massa de pessoas comuns que trabalha quase metade do ano para pagar impostos ao governo. Mas a Odebrecht só conseguiu fazer isso por causa de pessoas como Lula e Dilma; e essas pessoas só tiveram poder para beneficiar a Odebrecht porque no Brasil impera a crença de que o governo deve "impulsionar e economia".

Toda "política econômica" necessita de uma imensa rede de ministérios, secretarias, agências e conselhos para ser efetivada. Cada nó dessa rede é controlado por um grupo político. Cada grupo político têm seus interesses particulares e a necessidade de se manter o poder. Motivados por isso, criam dificuldades burocráticas e fiscais para, logo em seguida, vender as facilidades que apenas as grandes empresas podem pagar.

Portanto, toda "política econômica" governamental é, por si só, um vetor de corrupção.

Os socialistas e "desenvolvimentistas" argumentam que, ao ajudar as grandes empresas, ajuda-se toda a cadeia produtiva, preservando e criando empregos, aumentando a arrecadação, cuja receita é convertida em programas sociais. Os fatos provam o contrário.

Além de motivar a corrupção, tais "ajudas" alimentam a ineficiência, gerando prejuízos e perda de mercado de setores inteiros da economia, levando as empresas à falência ou a receber mais e mais dinheiro do governo para evitar que ela aconteça, drenando a riqueza do país e diminuindo a arrecadação de impostos, reduzindo os recursos para os programas sociais governamentais, serviços essenciais e pagamento de salários. Foi isso que o PT fez no Brasil.

Programas econômicos são sustentados pelos confisco de parte da renda das pessoas comuns para distribuir o montante entre as grandes empresas.

Política monetárias significam que o governo imponha uma taxa de juros à população e ofereça outra menor à essas mesmas empresas.

O resultado disso tudo é que as empresas comuns lucram menos, ficam com menores condições de contratar e ampliar seus negócios, o que enfraquece o mercado e aumenta o poder do governo, que se torna o maior concentrador de riqueza, destinando a maior parte para manter seus financiadores eleitorais e a si mesmo. Os liberais são contra tudo isso.

O que os liberais defendem é que as pessoas tenham plena liberdade para comercializar seu tempo, seu trabalho, suas ideias e seus talentos. Se o estado não tivesse o poder de interferir nas relações mercado, as empresas teriam que crescer sozinhas. Fenômenos como a Odebrecht não existiriam.

No ambiente de livre mercado também haveriam empresários que agiriam de má fé, mas eles não teriam condições, por maiores que fossem suas empresas, de redigir leis, medidas provisórias e portarias em seu benefício. As consequências da má fé de um empresário sempre seriam muito limitadas. Ele poderia prejudicar seus clientes, mas não toda a sociedade.

Exigir que o estado não se intrometa nas relações econômicas não é um mero fetiche liberal. É uma necessidade. É uma urgência. Vivemos num continente de cultura patrimonialista, onde a grande maioria das pessoas tende ?" caso tenha oportunidade ?' a se apropriar do estado. Reduzir o estado é minimizar essa oportunidade. É minimizar o ambiente para a corrupção. Reduzir o estado é facilitar e baratear a vida das pessoas para que elas possam trabalhar melhor, lucrar mais, enriquecer mais e ter mais condições de ajudar, voluntariamente, outras pessoas.
Herculano
18/04/2017 08:11
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Herculano
18/04/2017 07:13
PRIMEIRA MINISTRA BRITÂNICA THERESA MAY, ACABA DE ANUNCIAR A ANTECIPAÇÃO DAS ELEIÇÕES GERAIS PARA OITO DE JUNHO, PARA DAR LEGITIMIDADE AO NOVO GOVERNO QUE VAI ESTAR FORA DA UNIÃO EUROPEIA.

SE FOSSE NO BRASIL OU NUM PAÍS LATINO AMERICANO, AS ELEIÇÕES SERIAM ADIADAS OU CRIADAS MECANISMOS PARA A PERMANENCÊCIA NO PODER COM O ARGUMENTO QUE ISSO SERIA NECESSÁRIO PARA A ESTABILIDADE POLÍTICA E ECONôMICA
Herculano
18/04/2017 07:05
GENERALIZAÇÃO PERIGOSA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O objetivo do processo penal é identificar a autoria e materialidades de tipificados crimes, para que sejam devidamente punidos. Só com esse minucioso trabalho de investigação é possível combater a impunidade, que tanto mal causa ao País. Pois bem, diante da profusão de denúncias e delações no âmbito da Operação Lava Jato, tem-se às vezes a impressão de certo descuido em relação à necessária diferenciação das condutas investigadas, como se tudo fosse a mesma coisa. Tudo é genericamente classificado como propina.

Em entrevista ao Estado, o jurista Célio Borja, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-ministro da Justiça, adverte para essa perigosa generalização. "A responsabilidade penal depende de prova. As delações são apenas a narração de fato que pode ser criminoso ou não. Às vezes não é criminoso. Por exemplo, dizer que o candidato recebeu doações. É preciso provar que o candidato sabia que as doações vinham de fonte ilícita. Mas ninguém se preocupa com isso. Pelo fato de ter sido citado em delação, ele acaba no rol dos culpados", disse Célio Borja.

Não se trata de uma filigrana jurídica. Quando um delator afirma que deu dinheiro de caixa 2 da sua empresa à campanha de determinado político, ele está confessando que praticou uma ação ilegal ?" manter recursos econômicos não contabilizados e indevidamente fora do alcance do Fisco. Dessa sua confissão não decorre necessariamente a prática de uma ilegalidade por parte de quem recebeu dinheiro daquela fonte.

Doar dinheiro proveniente de caixa 2 é uma ação. Outra ação, de natureza diversa, é o recebimento desses valores. Não cabe a quem recebeu dinheiro para sua campanha política comprovar que o doador obteve esse dinheiro de forma lícita. Isso é responsabilidade do doador. Quem recebe a doação responde tão somente pela forma como recebeu a doação. Por exemplo, se esses valores foram contabilizados perante a Justiça Eleitoral.

Outra possível ilegalidade nessas transações de recursos econômicos entre empresas e partidos políticos é a simulação de doação, quando na verdade o que houve foi, por exemplo, extorsão ?" gente aproveitando de suas funções públicas para exigir que empresas fizessem doações a seus partidos políticos. Nesse caso, haveria a chamada corrupção passiva, a que o Código Penal atribui a pena de reclusão de 2 a 12 anos, além de multa.

Como se vê, são condutas diversas, ainda que todas possam, de forma generalizada, ser descritas como doações eleitorais ilegais, por haver algo nelas em dissonância com a lei. Cabe ao poder público identificar com precisão cada conduta, para que cada uma receba o tratamento que merece, de acordo com a lei.

Generalizar condutas, como se todas tivessem a mesma gravidade, é a negação do processo penal, cuja finalidade é justamente identificar, com provas, as condutas e seus autores. É, portanto, deletério chamar tudo genericamente de propina. Por dar a entender, mesmo sem provas concretas, que todo mundo envolvido nessas doações é culpado, esse modo de proceder fere o princípio da presunção da inocência. Essa inversão tem sido tão frequente que parece caber ao investigado provar sua inocência, quando o bom Direito aponta exatamente para o lado oposto. É o Estado que deve provar a culpa dos acusados.

Certamente, é mais fácil para a Polícia Federal e o Ministério Público afirmar que tudo é propina, já que, nesse caso, estariam isentos de buscar as provas respectivas. No entanto, é exatamente esse o trabalho que lhes cabe, até mesmo porque as delações apontam apenas, muitas vezes, para ilegalidade originariamente praticada por quem doou.

Como alguns procuradores rapidamente perceberam, incriminar todas as doações tem também reflexos diretos sobre a política e pode, em último termo, levar a uma devastação dos partidos políticos. O que deveria ser ocasião para extremar a prudência, identificando com maior rigor cada conduta, foi motivo para que alguns - essa é a impressão que dão - se sentissem desobrigados de identificar as condutas. Com essa generalização, estariam sendo apartidários, dizem. Ora, seu trabalho, pago pela sociedade, deve ser guiado pela lei, e não por opiniões políticas
Herculano
18/04/2017 07:03
NEGóCIO DA AUTOAJUDA BEBE ÁGUAS ILUSóRIAS QUE CORROMPEM CABEÇAS, por João Pereira Coutinho, economista e escritor português, para o jornal Folha de S. Paulo

Escrever um livro de autoajuda? Já pensei no assunto. A culpa é de um amigo editor que, sazonalmente, lá aparece com suas vestes de serpente. "Um pseudônimo, dez leis fundamentais, fortuna garantida", proclama o diabrete.

Rio sempre. Mas, aqui entre nós, já experimentei o embuste no segredo do lar. Impossível. Dez páginas de escrita e já estou a explodir todos os mitos dos livros de autoajuda. É a triste verdade: a única coisa que sou capaz de escrever são livros de antiajuda. Mas quem quer lê-los?

Pelos vistos, muita gente. Percebi isso depois de ler "The Path", de Michael Puett e Christine Gross-Loh. Verdade: o livro, apesar do título enganador, é um estudo sério sobre filósofos chineses como Mencius, Laozi, Xunzi e o inevitável Confúcio.

E os autores dispensam apresentações: Michael Puett é professor da Universidade Harvard e o seu curso sobre filosofia oriental é o terceiro mais concorrido da universidade (depois de economia e engenharia informática). Christine Gross-Loh, graduada pela mesma universidade, é uma reputada jornalista americana.

O livro só é de antiajuda porque, acertadamente, identifica o molde intelectual dominante no Ocidente: uma curiosa mistura de calvinismo com iluminismo. Ou, simplificando, uma doutrina que convida os seres humanos a encontrarem o seu "plano" de salvação pessoal e a seguirem-no com obstinação racionalista. O negócio da autoajuda bebe dessas águas.

São águas ilusórias, defendem os autores. E eu, deslumbrado pela inteligência deles e dos filósofos que eles apresentam, aproveito para responder a cinco leis dos livros de autoajuda que corrompem muitas cabeças desesperadas.

1ª: "Encontre o seu verdadeiro eu".

Ridículo. Não existe nenhum "verdadeiro eu", uma espécie de personalidade original a salvo de todas as máscaras sociais. Nós somos o produto dessas máscaras ?"as mesmas que nos permitem ser diferentes pessoas em diferentes contextos. Algumas podem ser nocivas, sem dúvida. Mas é através de um novo ato de imaginação, e não de "purificação", que somos capazes de mudar de máscara.

A busca da "autenticidade" é uma fantasia patológica que nega a nossa condição de seres artificiais. Vivemos, não quando nos "descobrimos" ?"mas quando nos "reinventamos".

2ª: "Ame quem você é".

Por amor de Deus, não faça isso. Não existe nenhuma "identidade" fixa para você amar. Além disso, amar quem você é pressupõe um conceito de naturalidade que, para além de inexistente, pode ser perigoso: nem tudo o que você é "naturalmente" é aceitável ou louvável.

Se todas as pessoas "aceitassem" o que são (passivamente e sem vontade de mudança), a sociedade era uma selva. Só existe civilização porque as pessoas não se apaixonaram por elas próprias.

3ª: "Visualize o que deseja e a felicidade virá".

A sério? Esse conselho assenta em duas falácias: a ideia de que o mundo é coerente e estável e a ideia de que você é coerente e estável. Nenhuma das premissas sobrevive a uma indagação empírica.

O mundo é atravessado por contingências que não dependem da sua exclusiva vontade (oportunidades imprevistas, crises imprevistas etc.). E você faz parte dessa indeterminação (amores imprevistos, doenças imprevistas etc.). O tempo transforma-nos ?"e não apenas biologicamente.

4ª: "Confie nos seus instintos".

É um bom conselho ?"se você é um animal. Fugir de predadores, procurar comida, encontrar uma caverna para dormir etc. Nos seres humanos, os instintos podem ser apenas medos, aspirações irrealistas, falsas certezas.

Por outro lado, a noção de "espontaneidade" não significa seguir instintos ignaros. Em qualquer profissão, em qualquer existência, o que chamamos "espontaneidade" é, na verdade, uma "espontaneidade treinada": depois de assimilarmos a racionalidade da técnica, elevamo-nos acima da técnica ?"instintivamente. Um bom cozinheiro, ou um bom pianista, sabe disso.

5ª: "Existe um livro que revela o plano".

Nunca acredite em nenhum livro ou plano. Seguir um plano significaria duas coisas.

Primeiro, você não saberia lidar com todas as complexidades que escapam à rigidez do plano. E, segundo, você não saberia reconhecer caminhos alternativos: com os olhos fixos na felicidade prometida, você seria cego para a potencialidade dos entretantos. Confiar no plano é limitar uma vida
Herculano
18/04/2017 06:58
ODEBRECET É MENOS ÉTICA QUE UMA BOCA DE FUMO, por Josias de Souza

José Sarney sabia o que estava dizendo. Pilhado no autogrampo do ex-correligionário Sérgio Machado, o morubixaba do PMDB avisara com quase um ano de antecedência: a delação da turma da Odebrecht produzirá o estrago de uma "metralhadora calibre ponto cem." A rajada de imoralidades, de potência inaudita, atingiu inclusive Sarney, citado em inquérito direcionado à Justiça Federal de Goiás.

A Odebrecht, multinacional da construção, era a vanguarda do capitalismo brasileiro. Por um descuido, a casa caiu. E Marcelo Odebrecht virou bandido. Mas se não tivesse esquecido de maneirar continuaria a ser um menino de ouro. Como poucos, ele sabia ser audaz. Sob seu comando, a empreiteira cresceu extraordinários 520% nos dez anos que antecederam a Lava Jato.

Gente assim, como Marcelo Odebrecht, sempre na fronteira da marginalidade, tanto poderia estar operando no mercado da construção pesada como numa boca de fumo. O comércio de drogas ilícitas e o tráfico de dinheiro comandado pela Odebrecht revelaram-se negócios muito parecidos. A diferença é que há mais ética num ponto de venda de maconha e cocaína do que num escritório da empreiteira.

Quem vai ao pé de um morro para comprar drogas sabe que coloca o seu vício a serviço de uma engrenagem criminosa. Quem comercializa o bagulho não ignora que corre o risco de ser preso. Na boca de grana da Odebrecht, nada era o que parecia. Sob o manto diáfano do sucesso empresarial, rolava grossa corrupção, praticada por gente que se imaginava acima da lei.

O criminoso do morro é protagonista de velhas e reacionárias teses sobre a influência do meio miserável na proliferação da bandidagem. A maior evidência de que a pobreza não produz bandidos é que a imensa maioria dos pobres não rouba, não mata e obedece às leis. Sucede coisa diferente com os executivos da Odebrecht e das empreiteiras coirmãs. Essa gente, sim, é um produto do meio.

Marcelo Odebrecht e sua turma são filhos da cultura cleptocrata que vigora no Brasil desde a chegada das caravelas. Assistindo-se à performance dos delatores, nota-se a intenção de todos eles de culpar a sociedade, que praticamente os obrigou a ser o que são, com todas as facilidades que lhes proporcionou - a cegueira da Receita, a impunidade, a cumpilcidade de todo o sistema político?

Tudo conspirava a favor do sucesso da Odebrecht. Não fosse pela intromissão da força tarefa da Lava Jato, que arrombou o departamento de propinas, e pela audácia de Sergio Moro, que enjaulou o príncipe das grandes empreitadas no Moro's Inn, tudo continuaria como antes. Era parte do modelo. Daí o desejo mal disfarçado de Emílio 'Era Tudo Normal' Odebrecht de que o Brasil sinta remorso pelo que fez com seu negócio e se apiede de sua família.

A turma da boca de fumo tem muito a desaprender com os Odebrecht. Não é à toa que tem traficante patrocinando campanhas eleitorais. O negócio é mais lucrativo e bem menos arriscado.
Herculano
18/04/2017 06:53
POR QUE NÃO ESTAMOS NAS RUAS? por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, para o jornal Folha de S. Paulo.

Em 2013 eu e milhões de brasileiros tomamos as ruas do Brasil. Não era por 20 centavos. Era por um Brasil melhor, um país que funcionasse. Não havia coerência ou clareza ideológica entre os participantes. Havia apenas a esperança de que a ação coletiva de tomar as ruas produzisse a transformação.

Em 2015 e 2016 fui às ruas novamente, desta vez com um objetivo claro: o fim de um governo incompetente e corrupto que cometera fraude para mascarar a ruína do Estado brasileiro. O que nos movia era a indignação. Extirpar a cabeça do esquema que assaltava o país foi uma vitória real, embora insuficiente.

Em 2017, a "mãe de todas as delações" escancara a podridão do nosso sistema. A classe política joga abertamente contra a população. A julgar pelos últimos anos, seria o momento ideal para nos fazermos ouvir nas ruas novamente. E, no entanto, não nos mexemos. Por quê?

Se 2013 foi o ano da esperança e 2015 o da indignação, em 2017 ficamos sem nenhum dos dois.

Não há esperança sem a perspectiva de algo bom. Sempre repetimos que político "é tudo farinha do mesmo saco". Isso não é estritamente verdade. Há graus: há quem burle regras eleitorais; quem roube para proveito pessoal; e quem roube para perpetuar um projeto de controle do país. Ainda assim, mesmo diferenciando os sacos de farinha, não dá vontade de levar nenhum. O menos pior não inspira.

Além disso, o sistema político é poderoso demais e detém as ferramentas para se perpetuar. A cultura e as instituições vencem os bons propósitos. Transformam a ética protestante dos alemães da Odebrecht em pixuleco. Não que a ética protestante, com toda sua repressão e neurose, nos fosse desejável. Mas seria importante acreditar que algo -algum ideal, alguma norma- pudesse ser preservado da nossa entropia moral. Sem isso, nenhum anseio persiste.

Não dá nem para se indignar. Chegamos ao ponto de saturação; nada mais choca. A partir de um ponto o cinismo toma conta. A revolta pelos ideais traídos dá lugar à suspeita de que todos os ideais são um truque para enganar os otários. A causa não está perdida; ela nunca existiu.

E ainda piora. A corrupção que nos deprime é problema pequeno dentre os que afligem o Brasil. Os R$ 10 bi desviados pela Odebrecht em nove anos não fazem cócegas no déficit primário de R$150 bi só neste ano, nos 13 milhões de desempregados, na aceleração do desmatamento e no analfabetismo funcional generalizado. Não tem a quem recorrer: o câncer já entrou em metástase. As luzes vão se apagando. Acabou.

Mas não toque ainda o tango argentino.

Felizmente, as sociedades não seguem o ciclo biológico. A morte não é o fim. Continuaremos a existir e a nos virar. A opção é dupla: ou assistir passivamente à terra arrasada e torcer para que os novos representantes sejam de outro material, melhores e menos corruptíveis, que seus antecessores. (Dica: não serão.)

Ou então aceitar um desafio mais ousado: refundar o Brasil. Dar início a uma Constituinte que redesenhe o formato e o papel do Estado e os incentivos para quem nele ingressa. Nada menos que um novo começar do zero está à altura da falência múltipla que nos paralisa. Em vez do país morto-vivo, apostar tudo na ressurreição. Se há um momento possível, é agora. Por que não estamos nas ruas?
Herculano
18/04/2017 06:48
LULA MONITORAVA PROPINODUTO DO PT DESDE 2010, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Marcelo Odebrecht criou sistema de "contrapartida" para se certificar de que seu principal interlocutor no PT antes de 2011, Antônio Palocci, falava de fato em nome de Lula. Ele pedia ao pai, Emílio, para informar a Lula sobre propinas já pagas ao PT, totalizações e valores que só a Odebrecht tinha. Em 2010 pediu que o pai informasse a Lula sobre o total ao PT: R$ 200 milhões. Palocci mencionou o valor numa conversa posterior; era a prova de que seu interlocutor falava em nome de Lula.

LULA SEMPRE SOUBE
Além de Emílio, o ex-executivo Alexandrino Alencar era usado para fazer a "ponte" com Lula, que monitorava o propinoduto.

COMANDANTE MÁXIMO
A delação de Marcelo Odebrecht reforçou no Ministério Público Federal que Lula era mesmo o "comandante máximo" ou chefe da quadrilha.

DOIS ANOS, R$200 MILHÕES
Marcelo pediu a Emílio Odebrecht para informar Lula do balanço: em dois anos, foram R$200 milhões em propina paga ao PT.

JOGANDO 'VERDE'
Lula já sabia dos R$200 milhões quando Palocci "jogou verde" para Marcelo, citando R$300 milhões. Marcelo corrigiu, firme: "Foram 200".

TARCÍSIO DEVE SUBSTITUIR LUCIANA LóSSIO NO TSE
O presidente Michel Temer deve nomear o advogado Tarcísio Vieira de Carvalho Neto para a vaga da ministra Luciana Lóssio, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O mandato dela se encerrará no dia 5. Ele foi o primeiro colocado na lista tríplice definida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ministro substituto no TSE desde fevereiro de 2014, Tarcísio é um dos advogados eleitoralistas mais admirados do País.

O MAIS ANTIGO
O futuro ministro Tarcísio é o mais antigo da classe de advogados no TSE. Ele foi assessor do ministro Marco Aurélio no STF durante anos.

TRADIÇÃO
Como o ministro Admar Gonzaga, que assumiu a vaga de Henrique Neves, Tarcísio é o que está há mais tempo na condição de substituto.

JULGAMENTO IMPORTANTE
O sucessor de Luciana Lóssio poderá vir a participar do julgamento da ação do PSDB que pede a cassação da chapa Dilma-Temer.

FATURA ZERADA
A construtora Odebrecht, que recebeu mais de R$1 bilhão por ano do governo Dilma, entre 2013 e 2015, ainda não recebeu um único centavo do governo Michel Temer neste ano de 2017.

COMO AGIA A QUADRILHA
Segundo Marcelo Odebrecht, em maio de 2014 foi procurado pelo ex-ministro Guido Mantega: "Veio uma orientação dela [Dilma] de que daqui pra frente todos os recursos de vocês vão ser direcionados para João Santana e Edinho (Silva). E não mais para o Vaccari".

MINISTRO MUITO FRACO
Um único despacho em São Paulo marcou a agenda de Aloysio Nunes (Relações Exteriores), nesta segunda. Não admira que a Argentina já tenha emplacado a visita oficial de Maurício Macri a Washington.

STF VIROU STJD
Enquanto um juiz federal do Brooklyn, em Nova York, condenou ontem a Odebrecht a devolver R$7,4 bilhões ao Brasil, o nosso Supremo Tribunal Federal discute nesta terça-feira (18) se o título brasileiro de 1987 deve ficar com o Sport de Recife e não com o Flamengo, do Rio.

NENHUMA RELAÇÃO
Apesar das conhecidas relações do ex-governador Sérgio Cabral com seu ex-secretário Sérgio Côrtes, o fundo Soberano de Cingapura (GIC Private) diz não haver qualquer tipo de parceria nos investimentos.

MAIOR CLIMA
O senador Fernando Bezerra Coelho (PE) não mexe um só músculo, exceto para expressar satisfação, quando ouve críticas ao governador do seu Estado, Paulo Câmara. Que, como ele, é filiado ao PSB.

TRIBUTO À IRRELEVÂNCIA
Em meio a votações como as reformas da Previdência, Trabalhista e Política, a Câmara dos Deputados arrumou tempo para votar o projeto que dá nome do ex-prefeito de Lavras a um trecho da BR-265.

ESPELHO MEU
Jornalões noticiaram ontem o que nossos leitores sabem desde o dia 12: "Ela", como a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) era chamada na Odebrecht, negociou pessoalmente propina de R$1,5 milhão.

PENSANDO BEM...
...classificada como "nitroglicerina pura" em uma época, a delação de Paulo Roberto Costa virou um traque, perto das bombas da Odebrecht.
Herculano
18/04/2017 06:41
COMO VIVE, É COMAPARSA, É INCOERENTE E HIPóCRITA. PT QUER CPI SOBRE OBRAS NOS GOVERNOS DO PSDB EM SÃO PAULO. E ESTÁ CERTO. AGORA SOBRE A MESMA BILIONÁRIA CORRUPÇÃO NAS OBRAS FEDERAIS SOB SUA TUTELA, ACHA ISSO PERSEGUIÇÃO E DESNECESSÁRIO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Reynaldo Turollo Jr. A oposição ao governo Geraldo Alckmin (PSDB) na Assembleia Legislativa de São Paulo vai apostar numa eventual fragilidade da base, que teve quatro deputados citados nas delações da Odebrecht, para pedir a instalação de uma CPI para investigar obras da empreiteira no Estado.

Entre as maiores obras citadas estão a linha 2-verde do Metrô, o Rodoanel Sul e a rodovia Carvalho Pinto, todas de governos tucanos e que teriam gerado repasses ao senador José Serra e ao ministro Aloysio Nunes (Relações Exteriores), ambos do PSDB.

Alckmin também foi citado por suposto recebimento de caixa dois ?"o caso dele foi remetido ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), devido ao foro como governador.

Tradicionalmente, a oposição não consegue emplacar CPIs na Assembleia. São necessárias 32 assinaturas para a abertura de uma CPI. O PT tem 15 deputados e o PSOL, 2.

Para o líder do PT na Casa, porém, o clima mudou com as delações. "Agora é diferente, a base fica sob suspeita [se recusar a CPI]. Por qual razão não vão querer investigar?", disse Alencar Santana Braga.

Quatro deputados da base foram citados pela Odebrecht, todos por suposto caixa dois em 2010: o líder do governo, Barros Munhoz (R$ 50 mil), o líder do PSDB, Roberto Massafera (R$ 30 mil), o ex-presidente da Assembleia Fernando Capez (R$ 100 mil) e o líder do PTB, Campos Machado (R$ 50 mil).

Na oposição, o petista João Paulo Rillo também foi citado por supostamente ter levado R$ 500 mil em 2012, quando se candidatou a prefeito em São José do Rio Preto (SP).

O PT vai se reunir na manhã desta terça (18) para discutir a proposta de CPI. A ideia é unificar todos os outros pedidos de CPI apresentados recentemente e que não vingaram ?"como o de uma CPI da Dersa e outro para investigar o TCE (Tribunal de Contas do Estado). Para isso, buscará apoio do PSOL.

O QUE DIZEM OS DEPUTADOS

Procurado, o tucano Barros Munhoz criticou a iniciativa da oposição. "Não tem nenhuma procedência, não tem nenhum cabimento, é estapafúrdio, é ridículo, é cômico, é grotesco, é infantil. Não tem nada de sério nessa proposta. É uma tentativa de politizar da forma mais boba e trágica que já vi", declarou.

Fernando Capez afirmou que, conforme o depoimento do delator, a Odebrecht não tem nenhuma relação com sua pessoa. "No mais, [sobre a criação da CPI] seguirei a orientação da minha bancada como todos os demais deputados do meu partido", disse.

Rillo, do PT, negou ter recebido caixa dois da empreiteira. "Nego veementemente ter recebido doações do grupo Odebrecht e confio nas investigações para esclarecerem falsas acusações sobre uma prática que venho publicamente repudiando ao longo da minha vida política", disse, em nota.

A Folha não conseguiu localizar Massafera e Campos Machado.
Herculano
18/04/2017 06:32
NO PODER, LULA E DILMA PROMOVERAM E DEFENDERAM MUDANÇAS NA PREVIDÊNCIA, por Eduardo Cucolo, secretário de redação da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo


Uma nova proposta de reforma da Previdência será conhecida nesta terça-feira (18), com a apresentação do texto costurado entre o governo federal e o deputado Arthur Maia (PPS-BA).

Essa, na verdade, é apenas mais uma de muitas versões que vão aparecer até que se chegue ao final da tramitação. Serão necessárias ao menos cinco votações entre comissões e plenários na Câmara e no Senado.
Até a promulgação das novas regras, haverá muito espaço para discussões. Nesse debate, é importante que algumas coisas não se percam.

Por exemplo, que a idade mínima de 65 anos passe a valer para todos os brasileiros. Hoje, a regra se aplica apenas a homens do setor privado que não conseguem alcançar 35 anos de contribuição para se aposentar mais cedo.

E que o teto do INSS (R$ 5.531) seja aplicado a todas as pessoas, com o fim da concessão de benefícios acima desse valor para funcionários públicos e políticos.

Nenhuma das propostas apresentadas até agora garante essas duas mudanças. A reforma reduz desigualdades, mas mantém privilégios.

Outro efeito desejável, equilibrar gasto e arrecadação, também não será alcançado com as novas regras. Por isso, já houve muitas reformas. E haverá outras. Todos os últimos três presidentes mudaram algo. Não é só uma maldade do governo atual.

Em janeiro de 2016, Dilma Rousseff afirmou que iria "encarar a reforma da Previdência" e que "não é possível que a idade média de aposentadoria no país seja de 55 anos".

Em 2003, Lula afirmou que era necessário "um sistema justo e sustentável, que garanta pagamento das atuais e futuras aposentadorias." E que "muito em breve não haverá dinheiro para pagar pensões, benefícios e aposentadorias".

"Isso não acontecerá no meu governo. Mas o jovem sofrerá amanhã as consequências." O discurso de Luiz Inácio agora mudou. Mas, na época, Luiz Inácio avisou
Jinra
18/04/2017 00:19
Seu Herculano

O fedor do lixo continua, parece que a reunião do fia 21 de janeiro de 2017 do proprietário da transolido com presidente do Samae surtiu efeito.
E pra onde ta indo lixo reciclado?
Mariazinha Beata
17/04/2017 20:32
Seu Herculano;

"O que está na pauta de hoje da sessão da Câmara de Gaspar? O requerimento do suplente Daniel Fernandes dos Reis e dos vereadores Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, todos do PMDB."

Ué, elles não fazem mais parte do Partido Quadrilha?
Cansaram de ser bandidos?
Bye, bye!
Herculano
17/04/2017 20:04
UM RECADO óBVIO AOS POLÍTICOS CATARINENSES E A ESPERTEZA DE VENDER A NOIVA E NÃO ENTREGÁ-LA PARA O CASóRIO.ÁLIBIS SEM NEXO E CARÁTER

Conteúdo de O Antagonista. Com o acesso ao backup da propina da Odebrecht, como revelado por O Antagonista, os investigadores da Lava Jato terão todas as contas, offshores e registros de transferências de recursos.

Além de metadados de servidores e emails, será possível rastrear de laranjas até os beneficiários finais da propina. É matador.
Herculano
17/04/2017 20:00
"COM DILMA, ESTARÍAMOS PRóXIMOS DA VENEZUELA"

Conteúdo de O Antagonista.Miguel Reale Jr, um dos advogados do impeachment, também escreveu ao O Antagonista sobre este primeiro ano sem Dilma Rousseff:

"Ficou comprovado que a parte principal do pedido de impeachment estava certa, acerca da responsabilidade de Dilma Rousseff pelos desvios na Petrobras."

O jurista emendou:

"O país respira aliviado, com inflação baixa, controle fiscal, dólar baixo, nota de risco evoluindo, Petrobras se recuperando, setor elétrico também, políticos de todos os partidos processados. Com Dilma, nada disso teria sido possível e estaríamos próximos da Venezuela."
Herculano
17/04/2017 19:49
ELE VAI SE ACOSTUMAR AO CLIMA DE CURITIBA ANTES DE EVENTUALMENTE SER PRESO. MORO EXIGE PRESENÇA DE LULA EM TODAS AS AUDIÊNCIAS PARA OUVIR 87 TESTEMUNHAS

Conteúdo da Globo News no G1 em Curitiba. Reportagem e texto de Aline Pavaneli e Isabela Camargo. O juiz federal Sérgio Moro decidiu ouvir as 87 testemunhas de defesa arroladas pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ação Penal da Lava Jato, mesmo considerando o número "bastante exagerado". No entanto, magistrado afirmou que a presença de Lula será exigida em todos os depoimentos.

"Será exigida a presença do acusado Luiz Inácio Lula da Silva nas audiências nas quais serão ouvidas as testemunhas arroladas por sua própria Defesa, a fim prevenir a insistência na oitiva de testemunhas irrelevantes, impertinentes ou que poderiam ser substituídas, sem prejuízo, por provas emprestadas", diz o despacho.

A decisão de Moro, que é responsável pelas ações da lava Jato na 1ª instância, foi publicada no sistema da Justiça Federal do Paraná no fim da tarde desta segunda-feira (17). A justificativa da decisão é "evitar alegações de cerceamento de defesa".
O G1 tenta contato com a defesa do ex-presidente Lula.

A acusação
O processo apura se a Odebrecht pagou propina por meio da compra do terreno onde seria construída a nova sede do Instituto Lula e do apartamento vizinho ao do ex-presidente em São Bernardo, no ABC Paulista.

Os procuradores afirmam na denúncia que, na tentativa de dissimular a real propriedade do apartamento, a ex-primeira-dama Marisa Letícia chegou a assinar contrato fictício de locação com Glaucos da Costamarques, também réu no processo. A força-tarefa considera Costamarques testa-de-ferro de Lula.

Além dessa suspeita, envolve a compra frustrada de um terreno para a construção de uma sede para o Instituto Lula.

Além de Lula, há outros sete réus nesta ação. Entre eles estão o ex-presidente da Odebrecht S.A Marcelo Odebrecht, o ex-ministro Antônio Palocci, e Roberto Teixeira, um dos advogados do ex-presidente.
Herculano
17/04/2017 19:36
PRIMEIRAMENTE, FORA LULA! por Ricardo Noblat, de O Globo

Quem foi Marcelo Odebrecht? O mandachuva do país durante o reinado do PT? O chefe de uma sofisticada organização criminosa? Ou o "bobo da corte" afinal preso e forçado a delatar?

E Lula, quem foi? O primeiro operário a chegar ao poder? O maior líder popular da História? Ou o presidente que fez da corrupção uma política de Estado?

Marcelo será esquecido. Luiz Inácio Odebrecht da Silva, jamais.

Em dezembro de 1989, poucos dias após a eleição do presidente Fernando Collor de Melo, o deputado Ulysses Guimarães (PMDB-SP), ex-condestável do novo regime, almoçava no restaurante Piantella, em Brasília, quando entrou a cantora Fafá de Belém, amiga de Lula. "Como vai Lula?", perguntou Ulysses. Fafá passara ao lado dele o domingo da sua derrota para Collor.

E contou: "Lula ficou muito chateado, mas começamos a beber e a comer, os meninos foram para a piscina e ele acabou relaxando". Ulysses quis saber: "Tem piscina na casa de Lula?" Fafá explicou: "Tem, mas a casa é de um compadre dele, o advogado Roberto Teixeira". Ulysses calou-se. Depois comentou com amigos: "O mal de Lula é que ele parece gostar de viver de obséquios". Na mosca!

Lula viveu de obséquios. Vive. O dinheiro não o atrai. A rotina da política, tampouco. O conforto e as facilidades, sim. Terceiriza a missão de obtê-las.

O poder sempre o fascinou. E para conquistá-lo e mantê-lo, mandou às favas todos os escrúpulos que não tinha.

Os que o cercam em nada se surpreenderam com a figura que emerge das delações dos executivos da Odebrecht.

É um pragmático, oportunista, que se revelou um farsante. Emilio, o patriarca dos Odebrecht, decifrou Lula muito antes de ele subir a rampa do Palácio do Planalto. Conquistou-o com conselhos e dinheiro.

Perdeu nas vezes em que ele foi derrotado. Recuperou o que perdeu e saiu com os bolsos estufados quando Lula e Dilma governaram. Chamava-o de "chefe". Emílio era o chefe.

Nos oito anos da presidência do ex-operário que detestava macacão e sonhava com gravatas caras, o país conviveu com o Lula que pensava conhecer e, sem o saber, também com Luiz Inácio Odebrecht da Silva, só conhecido por Emílio e alguns poucos.

"Cuide do meu filho", um dia Lula pediu a Emílio. Que retrucou: "Cuide do meu também". Emílio cuidou de Fábio. Lula, de Marcelo.

De Lula cuidaram Emílio e Marcelo, reservando-lhe uma montanha de dinheiro em conta especial para satisfazer-lhe todas as vontades. Lula retribuiu com decisões governamentais que fizeram a Odebrecht crescer muito mais do que a Microsoft em certo período.

A Odebrecht pagou a Lula, e Lula pagou a Odebrecht, com a mesma moeda ?" recursos públicos. Quem perdeu com isso?

A Odebrecht ganhou mais dinheiro à custa de Lula do que ele à custa dela, mas Lula foi mais esperto. Criou seu próprio banco, administrado pela empreiteira. E quando precisava sacar, outros o faziam em seu nome.

Imagina não ter deixado impressões digitais nas negociatas em que se meteu. A polícia já identificou muitas. E outras serão identificadas antes do seu depoimento em Curitiba.

Corrupção mata. Mata sonhos, esperanças, alucinações. Mata o passado, o presente e compromete o futuro. Mata também de morte morrida à falta de saneamento, hospitais, escolas, segurança pública. A impunidade mata tanto ou mais.

A hora e a vez são da Justiça. E ela será julgada pelo que fizer ou deixar de fazer.
Herculano
17/04/2017 18:10
SE LULA FOR CANDIDATO EM 2018, A ÚNICA SAÍDA SERÁ O AEROPORTO, por Mario Sabino, de O Antagonista.

Quando petistas disseram que, sem Lula na disputa, a eleição presidencial de 2018 será "ilegítima", ficou claro para mim que eles projetam três lances à frente no jogo político-policial. O primeiro lance está desenhado: o comandante máximo será condenado na primeira instância, por Sérgio Moro, até o final deste semestre, no processo do triplex do Guarujá. Léo Pinheiro, da OAS, contribuirá para tanto. O segundo lance será, naturalmente, recorrer ao tribunal revisor das decisões de Curitiba, o TRF4, em Porto Alegre. Como é altamente improvável que Lula seja absolvido nessa segunda instância, dada a abundância de provas contra ele e o rigor exemplar dos seus desembargadores, a confirmação da condenação ocorrerá até dezembro ou, no máximo, o início do ano que vem. Restará o terceiro lance no STF.

Quando falam em ilegitimidade de uma eleição presidencial sem Lula, os petistas já apelam ao Supremo, um tribunal que costuma ser, digamos, sensível a argumentos aparentemente políticos. Mas a verdade é que ficou difícil para os ministros do STF aceitarem essa falácia petista, mesmo que desse para desprezar tudo de concreto que atesta a culpa do comandante máximo. Até o momento, se não perdi a conta, Lula é réu em outros quatro processos ?" e pode ser condenado em primeira instância num deles mais cedo do que se imagina. Além disso, com as delações da Odebrecht, ele passará a ser investigado diretamente em mais seis inquéritos, para não falar dos demais nos quais o seu nome surge com força. É impossível Lula não virar réu em pelo menos um dos processos a serem abertos.

Há uma decisão recente do Supremo que torna absurdo colocar Lula na disputa pelo Planalto. Em dezembro último, o tribunal manteve Renan Calheiros na presidência do Senado, mas, por ser réu, o tirou da linha sucessória da Presidência da República. Ou seja, ainda que adie para depois da eleição presidencial o julgamento de recurso em ação penal que tenha condenado Lula, seria no mínimo ilógico permitir que um réu entrasse na corrida eleitoral para a mesma função.

Os mais céticos dirão que nada do que escrevi acima importa. O STF vai ignorar sua jurisprudência e também absolver rapidamente Lula em todos os processos que porventura chegarem ao tribunal, a fim de que ele possa concorrer ao Planalto - e, se for vitorioso, ganhar foro privilegiado e suspender o jogo. Bem, diante dessa esculhambação, com o perdão do clichê, só restaria a saída do aeroporto aos cidadãos que ainda puderem pagar uma passagem para o exterior.
Herculano
17/04/2017 18:07
17 DIAS DE ATRASO

O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, fez, com 17 dias de atraso, o balanço dos 100 primeiros dias governo dele.

Cobrei na semana passada comparando com outros prefeito e municípios que já tinham feito isso. Foi uma correria neste final de semana para arrumar assuntos e números.

Ganhos para a sociedade? A principal marca até agora foram os dois adiamentos da abertura da ponte do Vale. Voltarei ao tema. Acorda, Gaspar!
Herculano
17/04/2017 18:01
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL É HERANÇA FASCISTA, DIZ RELATOR DA REFORMA TRABALHISTA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Altamiro Silva Junior. O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), relator da reforma trabalhista, afirmou nesta segunda-feira em evento em São Paulo que a contribuição sindical é uma herança fascista, pois faz parte dos pontos que falam do direito sindical da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) que foram inspirados nas normas do italiano Benito Mussolini.

"Essa é uma herança fascista que já dura 70 anos. Estamos propondo que a contribuição sindical passe a ser opcional", afirmou durante palestra na Câmara Americana de Comércio (Amcham) para falar dos principais pontos da reforma trabalhista. "É um anacronismo absoluto", completou. O pagamento da contribuição sindical é obrigatório e vale tanto para os funcionários sindicalizados quanto para aqueles que não são associados a sindicatos. A contribuição movimenta cerca de R$ 3,6 bilhões por ano.

Marinho disse que o Brasil tem sindicatos em excesso, somando 17 mil entidades e que acabam sendo pouco representativos. O parlamentar destacou, por exemplo, a existência de um sindicato da indústria naval do Amapá, Estado que não tem mar. "O Brasil é campeão mundial de sindicatos", disse ele, citando que a Argentina tem 96 entidades, a Alemanha oito e o Reino Unido, 168.

Ao tornar opcional a contribuição sindical, Marinho disse que a intenção é fortalecer os sindicatos que são verdadeiramente representativos. "Precisamos ter sindicatos sérios, legítimos", disse durante a palestra. O próprio deputado propôs a medida e disse que, quando ela foi divulgada, passou a concentrar as discussões da reforma trabalhista. "Sou abordado pelos corredores para falar sobre a contribuição sindical.
Mas há muitas bizarrices na legislação", afirmou, ressaltando que a CLT tem 922 artigos e a reforma modifica 117.

Saiba o que pode mudar no seu emprego com a reforma trabalhista

Terceirização.
Na apresentação para empresários na Amcham, o deputado defendeu ainda a terceirização, falando que o modelo adotado pelo Brasil era do século 19. O projeto aprovado recentemente no Congresso permite que todas as atividades de uma empresa sejam passadas a terceiros, acabando com a diferenciação da atividade-fim e meio, que só existe no Brasil.

O deputado não acredita que a aprovação da terceirização vá levar ao aumento da contratação de pessoas jurídicas pelas empresas, movimento que vem sendo chamado de "pejotização". Segundo Marinho, a legislação colocou uma salvaguarda que impede a empresa por 18 meses de demitir o trabalhador contratado pela CLT para contratar um PJ. "Isso elimina qualquer possibilidade dessa pejotização. Ninguém vai demitir um funcionário para esperar um ano e seis meses para readmiti-lo. Seria uma burrice extraordinária do dono da empresa."

O que propõe a nova lei da terceirização
Marinho está em São Paulo nesta segunda-feira para uma série de encontros com empresários e dirigentes de empresas. Após o evento na Amcham, ele participa de reuniões na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Herculano
17/04/2017 17:52
O MAIOR ÍCONE MARXISTA DETONA O PT E A ESQUERDA LATINA, por Clóvis Rossi, no jornal Folha de S. Paulo.

Os governos de esquerda que se disseminaram pela América Latina, Brasil inclusive, fracassaram. No caso do Brasil (e também da Venezuela), o fracasso não é apenas das políticas adotadas mas também do ponto de vista ético.

Não, não é a análise de algum direitista empedernido mas de ninguém menos que o maior ícone do marxismo, talvez o último marxista relevante ainda existente no planeta, depois que o colapso da União Soviética sepultou todos os demais sob os escombros do Muro de Berlim.

Chama-se Noam Chomsky, linguista, filósofo e ativista político, que completará 90 anos em 2018.

Eis o que disse Chomsky em entrevista para "Democracy Now", programa diário de "notícias independentes", como se pode ler no seu sítio na internet:

Depois de reconhecer que houve conquistas, ressalva que "os governos de esquerda fracassaram em usar a oportunidade disponível para tentar criar economias sustentáveis e viáveis. Quase todos - Venezuela, Brasil, outros, Argentina - dependeram da alta de preços das commodities, que é um fenômeno temporário. O preço das commodities de fato subiu, principalmente por causa do crescimento da China. Por isso houve aumento no preço do petróleo, da soja e assim por diante".

Prossegue: "Em vez de tentar desenvolver uma economia sustentável com manufaturas, agricultura etc, eles simplesmente apoiaram-se nas commodities - matéria prima que podiam exportar".

Neste ponto, Chomsky enfia o dedo na ferida com mais força:

"Isso [a dependência das commodities] é muito daninho, é um modelo daninho de desenvolvimento, porque, quando você exporta grãos para a China, digamos, eles exportam bens manufaturados para você, o que mina suas indústrias manufatureiras".

A análise de Chomsky está longe de ser uma novidade. Uma penca de analistas cansou de fazer a mesma avaliação sobre os governos de Lula e Dilma, para ficar só no caso do Brasil.

O que há de novo é que alguém de esquerda enfim abre os olhos e diz o rei está nu, coisa que nenhum intelectual de esquerda o fez até agora no Brasil.

Apenas frei Betto apontou, mais de uma vez, o fato de que os governos do PT reproduziram políticas de governos anteriores e não introduziram reformas estruturais (se me escapou algum outro analista de esquerda que tenha feito análises parecidas, me avise, leitor).

Mas Chomsky não se limita à crítica no campo da economia. Ataca também a corrupção, nos seguintes termos:

"Como se não bastasse [o modelo daninho de desenvolvimento], houve enorme corrupção. É simplesmente doloroso ver que o Partido dos Trabalhadores no Brasil - que implantou medidas significativas?" simplesmente não pôde manter as mãos fora da caixa registradora. Juntaram-se à elite extremamente corrupta, que está roubando o tempo todo, tomou parte [no esquema] e desacreditou-se".

Ao contrário da esquerda brasileira, que continua endeusando Lula como se fosse o único político honesto na face da Terra, Chomsky preconiza a escolha de novas lideranças.

Pede "forças mais honestas que, primeiro de tudo, reconheçam a necessidade de desenvolver a economia de uma maneira que tenha um alicerce mais sólido, não apenas baseado na exportação de matérias primas, e, em segundo lugar, sejam honestas o suficiente para desenvolver programas decentes sem roubar o público ao mesmo tempo".

Quando é que a intelectualidade que se acha de esquerda vai ter a decência básica de dizer o que seu ícone maior está dizendo agora? Até um cardeal petista já admitiu que seu partido "lambuzou-se" (pena que ele próprio esteja na lista dos suspeitos de se ter lambuzado).

Não adianta nada elaborar manifestos com projetos para o país se não se disser que, com a corrupção que corroeu o principal partido da esquerda, não há desenvolvimento possível e, portanto, são necessárias "forças mais honestas".

Além da economia continuar dependente do petróleo, "certamente mais do que no passado", há "a corrupção, a roubalheira, que tem sido extrema, sob e especialmente depois da morte de Chávez".

Termina dizendo que as promessas dos primeiros dias do chavismo "têm sido significativamente perdidas".

Até quando a esquerda brasileira vai continuar sócia do imenso fracasso que é o socialismo do século 21 e da promiscuidade com uma empreiteira que confessou, de público, um lote impressionante de maracutaias?

*

P.S.: O leitor Roberto Mifano chama minha atenção, com razão, para o fato de que intelectuais de esquerda fizeram, sim, críticas à atuação do PT. Quando escrevi que haviam silenciado, me referia não a todos os de esquerda mas aos petistas propriamente ditos. Mifano lembra, entre outros, de Chico de Oliveira, Paulo Arantes, Michel Lowi e Roberto Schwarz, aos quais peço desculpas pela omissão
Herculano
17/04/2017 17:47
VEJA POR QUE O PEDIDO DO PSOL PARA INVESTIGAR TEMER SERÁ RECUSADO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Quando o PSOL não aparece, por intermédio de um de seus deputados, cuspindo em alguém, surge, na pessoa de algum outro, tentando derrubar uma autoridade.

É uma vocação. Sem eleitores, o partido se esmera na? convicção.

O PSOL resolveu recorrer ao Supremo contra parecer da Procuradoria-Geral da República, segundo a qual o presidente Michel Temer não pode ser investigado por ato estranho à sua função.

Trata-se de aplicar o Artigo 4º do Parágrafo 86 da Constituição, a saber: "§ 4º O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções".

Mas pode investigar ao menos?

Há jurisprudência no Supremo, em decisão do ministro Celso de Mello, no Inquérito 672-6. Diz o seguinte: "De outro lado, impõe-se advertir que, mesmo na esfera penal, a imunidade constitucional em questão [aquela do Presidente da República] somente incide sobre os atos inerentes à persecutio criminis in judicio. Não impede, portanto, que, por iniciativa do Ministério Público, sejam ordenadas e praticadas, na fase pré-processual do procedimento investigatório, diligências de caráter instrutório destinadas a ensejar a informatio delicti e a viabilizar, no momento constitucionalmente oportuno, o ajuizamento da ação penal". (STF. Tribunal Pleno. Relator Min. Celso de Mello. Inquérito n. 672-6/DF) (grifos no original)

Vamos ver: a "persecutio criminis in judicio" é a fase judicial da persecução penal. Vale dizer: um presidente da República não pode ser levado aos tribunais por atos considerados estranhos à sua função.

Segundo Celso de Mello, no entanto, procedimentos pré-processuais são possíveis: "informatio delicti". Nesse caso, os procedimentos seriam adotados, e o presidente em questão poderia ser processado depois de encerrado o mandato.

E Pasadena?
Quando Rodrigo Janot afirmou que a Dilma presidente não poderia ser investigada pelos descalabros na refinaria de Pasadena, eu, Reinaldo Azevedo, lembrei aqui a decisão de Celso de Mello: investigada, bem, isso pode. Não pode é ser processada.

Ficou parecendo só militância antipetista. O fato é que Janot mandou seu parecer para o ministro Teori Zavascki, e este concordou com a Procuradoria-Geral da República.

Despacho de Teori de 25 de abril de 2015 foi definitivo. Ele lembrava, sim, ser possível investigar (apenas INVESTIGAR) a presidente, mas que cabia ao Ministério Público requisitar a apuração. É descabido, lembrou Teori, e é, um ministro do Supremo, de ofício, abrir um inquérito.

Nas suas palavras: "A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é pacífica no sentido de ser irrecusável o pedido de arquivamento de peças de informação ou da comunicação de crime, feito pela Ministério Público, quando fundado na 'ausência de elementos que permitam ao Procurador-geral da República formar a opinio delicti'".

A "opinio delicti" é a certeza do MP de que o delito foi cometido.

Como ficamos?
Ora, se o Ministério Público Federal pedir a simples abertura de inquérito, fase pré-judicial, o Supremo pode avaliar se aceitará ou não ?" que fique claro: sem abertura de processo judicial. Se o próprio MPF diz que a investigação é descabida, não cabe ao Supremo tomar decisão de ofício.

Assim, é claro que o PSOL vai ser derrotado. E sabe disso. Está apenas fazendo firula.

Sim, encerrado o mandato, a pessoa em questão pode ser processada. Vale dizer: a investigação sobre os descalabros de Pasadena pode alcançar Dilma e Lula se o Ministério Público Federal quiser.

Está claro?
Herculano
17/04/2017 17:44
UMA FILOSOFIA DA MENTIRA, por Luiz Felipe Pondé, no jornal Folha de S. Paulo

Se no futuro existir um medidor de mentiras, o início do século 21 ganhará o prêmio de era da mentira.

Uma filosofia da mentira é algo necessário para qualquer dossiê de temas urgentes. Sabe-se que a mentira foi duramente condenada pelo filósofo Immanuel Kant no século 18. Para ele, se ninguém mentisse, o mundo seria mais ético e mais "transparente". Se vivesse hoje, acreditaria, provavelmente, na gestão ética dos indivíduos através de uma espécie de sistema universal de compliance.

Contra essa ideia de um mundo perfeito da transparência, o russo Dostoiévski, no século 19, visitando feiras de ciência da Europa ocidental, já percebia a morte da privacidade pelas mãos de um "palácio de cristal" onde a vida seria um fato "claro e distinto".

No Brasil, nosso maior filósofo da moral, Nelson Rodrigues, em pleno século 20, clamava "mintam, mintam por misericórdia!". Nelson pensava que, sem a mentira, a vida em sociedade seria impossível. A mentira, nesse caso, era uma forma de doçura para com as fraquezas humanas. Aquele tipo de mentira misericordiosa que sustenta jantares em família, amizades, longos relacionamentos, silêncios honrosos em nome de um morto ou a piedade diante de uma feia.

Mas há formas de mentira que precisam ser mais analisadas por nossa vã filosofia. Refiro-me à mentira a serviço do marketing moral. Esse tipo de mentira visa vender a ideia de que somos uma época mais avançada em costumes, afetos e comportamentos. Se formos à tradição filosófica, veremos que a mentira contemporânea se encaixa no tipo de mentira que se chama mentiras da vaidade. Vejamos três casos.

A vaidade ferida, normalmente, se transforma em sua irmã ainda mais miserável, a inveja. A falsa afirmação do marketing moral de que todas as pessoas são iguais (uma corruptela da ideia justa de que todos devem ser iguais perante a lei, mentira essa evidente, na verdade) gera, no convívio interno a instituições, a mentira travestida de normas burocráticas.

Alguém sob forte inveja pode, facilmente, querer destruir a fonte de sua humilhação cotidiana (por exemplo, destruir alguém muito melhor do que você profissionalmente) lançando sobre essa fonte (uma pessoa, na maioria dos casos) um conjunto de normas que visa inviabilizar a vida dessa pessoa.

Se indagado acerca da causa desse conjunto de normas burocráticas asfixiantes, o mentiroso no exercício de sua função burocrática dirá que apenas exerce sua função, aplicando as normas.

Como muitas normas burocráticas visam mesmo à destruição da espontaneidade e criatividade, e riscos inerentes às duas, em nome da mediocridade segura, o mentiroso burocrático estará seguro no exercício de sua função. Não prestamos a devida atenção ao fato que a mediocridade é a forma mais segura de viver que existe.

Fala-se muito em "pensar fora da caixa", mas, na verdade, nunca o mundo corporativo investiu mais no seu contrário: as pessoas devem ser cada vez mais medíocres e respeitadoras dos limites dessa caixa.

O dinheiro acumulado sempre leva o seu dono à conclusão de que a melhor política é a covardia. Apesar de se falar o contrário disso, a verdade é que o acúmulo tende a tornar você uma formiga contida em seu formigueiro.

Falar em "pensar fora da caixa" é para o pensamento da "gestão de ideias" o que a punheta é para o sexo: uma atividade segura, sem riscos de engravidar alguém. Quando o risco de perda é muito alto, a melhor política é a mediocridade que paga pouco, mas sempre paga.

As relações entre homens e mulheres nunca foram tão ruins como hoje. O desinteresse pelo sexo é seu maior sintoma. Sexo suja, implica em riscos e precisa de um "outro" para ser realizado.

Aliás, uma das maiores mentiras contemporâneas é a masturbação ética ao redor da "alteridade"(o tal do "outro"). Fala-se muito dele, mas o eliminamos à nossa volta. Outros na África são mais seguros do que em casa. A ideia de que as pessoas evoluíram nos afetos é, talvez, a maior de todas as mentiras contemporâneas. Suspeito, na verdade, que "involuímos". Somos uns retardados do afeto.

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