17/04/2017
PEDIRAM.PROMETERAM. LEVARAM. E NÃO CUMPRIRAM.
POLÍTICOS CATARINENSES “INOVARAM” COM CAIXA DOIS:
DESONRARAM ATÉ LEI NATURAL DO ACORDO CRIMINOSO.
Os delatores da Odebrechet contaram como foram enganados pelos políticos catarinenses que gravitam e fazem o governo de Raimundo Colombo, PSD, o “Ovo”. Um jogo arriscado. Se a “lei” da máfia ou do tráfico fosse prevalente, já se teria cobrado a dívida com a vida. O relatório abaixo da delação é auto-explicativo e faz o serviço do jornalismo investigativo. Diz que aos envolvidos lhes falta caráter. O fato de prometer uma suposta noiva e não entregá-la ao cortesão depois de se receber o dote pactuado, inflacionado por várias vezes por malandragem, querem esses mesmos espertos, transformá-la (a noiva intacta) em álibi para inocentá-los, deixá-los livres da promessa e provar que se houve a paga do dote, foi uma esmola caritativa por ser Catarina, a de Alexandria (288/307, decapitada pelo Imperador Maximiliano II, que até desejou desposá-la), uma santa. Como dizia Tancredo Neves, “a esperteza quando é demais, come o dono”. Ou acham esses políticos espertos catarinenses de que será palavra de um contra a do outro? De que não há provas concretas destes jogos e da entrega “dos dotes”? De que feito de boba e trouxa, a cortesã Odebrechet não estará com sede de vingança e muito mais do que contra os que cumpriram às contrapartidas?
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A IMPRENSA I
A corrupção desenfreada na relação criminosa e promíscua dos empresários, gestores públicos, assessores, sindicalistas, índios, policiais e políticos afanando os pesados impostos dos brasileiros, incluindo os dos 13,5 milhões de desempregados, tem muito a ver com a omissão, partidarização, submissão, ideologização, medo, envolvimento em vários níveis. Tem a ver a preguiça, o novo modelo de negócio, a crise econômica e a proximidade comprometedora da imprensa com o poder. Em alguns momentos a imprensa quer ser o próprio poder. Em outros, os agentes da imprensa têm os poderosos não como fontes do alimento de seus clientes – a base do jornalismo -, mas como um espelho de status e desse enlaçamento de interesses, compromete-se seriamente à isenção, o profissionalismo e obrigação de informar.
A IMPRENSA II
Exagero? Então olha como o pai de todos os esquemas, Emílio Odebrechet, nos ensina: “O que incomoda é quando vejo todos esses poderes - a imprensa, tudo, reagirem como se isso fosse surpresa... (todos sabiam)”. O que o carismático e “gente boa” Emílio nos diz, claramente? Qual é a de vocês? Eu não sou santo, mas vocês são cúmplices. Não há meias-palavras. Falhou o estado, falharam as instituições (tribunais de contas, judiciário, Ministério Público, controladorias, Receita Federal que só tem malha fina para assalariados), falhou a imprensa digna, isenta e competente, falharam principalmente os cidadãos. E pior: todos continuam flertando com a ignorância, desinformação, fanatismo e piedade, mesmo diante de tantas provas contundentes, de um processo eleitoral e de poder completamente podres. Os cidadãos estão sem saúde pública, sem empregos, com empresas fechadas, salários achatados (menos os servidores públicos), sem educação, sem plano de saúde, sem rumo, sem segurança e erradamente acham que a culpa de tudo isso é apenas dos políticos, todos escolhidos pelos votos livres, democráticos e diretos.
A IMPRENSA DE SANTA CATARINA
Na sexta-feira, por limitação na edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e o de maior credibilidade em Gaspar e Ilhota, escrevi um texto sobre esse assunto na área de comentários da coluna no portal do jornal, que também é o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado, coisa rara para quem é do interior. É trabalhoso, custa caro e o bafo dos poderosos para tudo se impedir, é direto. Políticos torceram o nariz. Natural. E a imprensa? Praguejou-me. Ou seja, ela própria, uma vestal fiadora das mazelas do poder que sonegou informações e análises preciosas aos seus clientes, leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. Mais. Diante de tudo isso, a maioria dela acha que não se deva se estabelecer na reflexão da culpa. Ao mesmo tempo, finge não saber a causa da falta de credibilidade e a razão pela qual, está pendurada nas tetas de esquemas de políticos, governos e associações, que lhes tiram também a independência, não apenas editorial, mas principalmente a financeira que em alguns casos, compromete até a existência. A seguir o comentário feito, com algumas alterações do original.
A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE I
Parte das surpresas que os catarinenses estão expostos nas revelações dos delatores da Odebrecht na Lava Jato desde terça-feira, quando o jornal O Estado de S. Paulo furou o sigilo do relator Edson Luiz Fachin, no STF, autorizando os inquéritos pela PGR, parte é fruto da incompetência da imprensa local. Desapareceu a concorrência entre tevês e entre jornais. Virou algo único. Perigoso. Sob falsa liderança, um experimentado grupo de negócios, a gaúcha RBS usou o jornalismo como arma de exploração e sobrevivência comercial. Nada mais. Eu a conheci bem do outro lado do balcão. Valente, só com os empresários. A bairrista RBS trouxe do Rio Grande do Sul a sua trupe de alienados para os fatos, a história e a memória catarinense. Um novo sotaque se impôs. Economizou. Desfez-se dos profissionais que tinham raízes e por isso, conheciam os porões da política, a manha e os traços da boa e má personalidade dos políticos de Santa Catarina. Trabalhou com servis de lá e de cá. Foi uma máquina de negócios, ganhou dinheiro, e agora na hora das vacas magras (o negócio jornal impresso vai mal, um fenômeno mundial, mesmo embalado por outras mídias como era o seu caso aqui), retira-se, lava as mãos.
A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE II
Essa relação com e de poder, deu-se com mais intensidade a partir do governo de Luiz Henrique da Silveira, PMDB, o grande negociante. Então, o executivo da RBS, Derly Massuad de Anunciação, integrou o governo de Santa Catarina. Iniciou na Comunicação, seu metié, tornou-se poderoso e chegou a secretaria de Planejamento. Como especialista, ficou por lá por 12 anos, ou seja, ultrapassou LHS. Hoje com a retirada dos gaúchos do poder e diante da venda dos negócios catarinense de TVs e jornais (um assunto ainda muito nebuloso, de quem exige transparência dos outros), Derly foi parar a Ric Record, da família Petrelli (Mário, o pai, o habilidoso, e Marcelo, o filho e executivo do empreendimento). Foi de Derly, quando na Comunicação de LHS, a ideia de eliminar ainda mais a pluralidade dos veículos nanicos e regionais. Instrumentalizou a Adjori - a Associação de Jornais do Interior de Santa Catarina – e a Acaert -, com verbas governamentais, centralizadas aos pequenos. Criou, com isso, a danosa hegemonia protetiva nas rádios e jornais do interior. Este Cruzeiro do Vale não faz parte do esquema, não está na diretoria da entidade e por isso, nem recebe prêmios. Prefere a independência, a liderança na circulação e nos acessos do seu portal próprio, diferente do pasteurizado da Adjori, para os seus. E paga caro por essa escolha.
A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE III
Calada por várias razões, comprada pois depende de verbas públicas, sem críticos com autoridade que custam caro e geram problemas aos acertos e negócios, sem autonomia e às vezes, liberdade, uma ponderável parte imprensa catarinense ficou refém do esquema público. Diminuiu-se sensivelmente o incômodo dos furos, das pautas, dos comentários e questionamentos. Lidou-se apenas com fontes alternativas na Assembleia, o Tribunal de Contas. Há inúmeros casos que se abafou. O espaço aqui seria pouco. Restrinjo-me a legados irreparáveis como o inchamento da máquina estatal em detrimento dos investimentos; os altos vencimentos e as aposentadorias precoces que comem o dinheiro de todos; a dívida que se nega, mas que foi capaz de se estabelecer nas incoerências como pedir juros simples para pagar as obrigações com o governo Federal e cobrar juros compostos dos devedores; ou então de passar a mão em ICMS devido aos municípios para fechar o seu caixa, numa pedalada cruel e contra a lei expressa... Como escrevi, a lista é grave e longa.
A INCOMPETÊNCIA CATARINENSE IV
Então, a falha imprensa catarinense, precisa se reinventar o mais rápido possível como fonte de notícias, análises e guardiã de uma sociedade mais protegida contra os políticos, gestores e fornecedores espertos ou bandidos. Ela é parte da sociedade, em qualquer lugar sério e democrático, possui um papel social relevante e não apenas de expectadora. E tudo pode começar com a saída da RBS e com o escândalo da Odebrechet. Os agentes do governo do estado que enganaram a Odebrechet, não se deram por vencidos. Numa nota curta da mesmice e sem conteúdo novo, avisou na quinta-feira à imprensa que não for dócil como até então vinha sendo: “neste momento importante que atravessa o país, é preciso separar o joio do trigo, afim de evitar que sejam cometidas injustiças que se tornem irreparáveis”. Como assim? Sobram fatos. Vão calar a imprensa? Por que não calam e processam os delatores? Sabem que não podem. Pois o que está ruim, vai piorar se partirem para o enfrentamento. Dão conselhos à imprensa que se assanhou para não passar recibo. Querem que se espere a sentença final em último grau de recurso, em 20 anos, para que se dê a notícia ou se comente algo a respeito? O mundo mudou. As pessoas mudaram. Os políticos, os ladrões de todos os tipos, aperfeiçoaram à prática, e continuam mais gananciosos. Como disse Emílio: de jacarés viraram crocodilos à abocanhar cada vez mais dinheiro público, criam dificuldades e colocam preços para liberar o que é legal, e nada disso é surpresa, só para os ouvintes, leitores e telespectadores daqui. Reajam, catarinenses!
O HUMOR RETRATA MELHOR
Uma das invejas que tenho é sobre a capacidade de outros quando tratam de assunto sério e áspero, com a política, com ironia e humor. São mais eficazes do que textões sérios (que faço), principalmente no mundo digital, visual e sons de hoje. O recado é na veia. É entendido. É uma linguagem universal de que marca. Por isso, incluo este quadro do humorista Fábio Porchart, do Porta dos Fundos. Divertido? Não, é sério demais! Veja.
REGIONALIZAÇÃO I
Ainda sobre a imprensa catarinense. Se a imprensa de Florianópolis cuidar, ou vigiar, dos poderes instalados na Capital (os de lá e os de repercussão estadual), terá feito muito bem o seu trabalho. Se a imprensa de cada região cuidar do seu quintal, sem refresco aos que estão no poder e as prioridades locais, terá feito muito bem o seu trabalho. Em ambos os casos o poder de fiscalização aumenta. Ganham os cidadãos pagadores de pesados impostos e a sociedade como um todo. A imprensa de Florianópolis quer cuidar do estado – numa tentativa única de aumentar o seu faturamento e ter a hegemonia do discurso. Isso é impossível. Cobre-se então mal a Assembleia, o Ministério Público, os tribunais e principalmente o governo do estado, substituindo pelas notícias factuais da ilha, incompletas nos dados. Só para ocupar o espaço. E aí, os ratos dos nossos impostos tomam conta dos bastidores, incluindo a própria imprensa.
REGIONALIZAÇÃO II
Na outra ponta, a imprensa do interior, vive de “press releases” da fantasia gerada em Florianópolis, recebendo migalhas centralizadas numa agência de “notícias” e de recursos de órgãos públicos, da Adjori e na outra da Acaert. E aí, os ratos dos nossos impostos tomam conta na Capital e no interior. E da imprensa também. Blumenau e Joinville foram pujantes social e economicamente, quando tinham imprensa forte, rivais, mas todas, identificadas com as suas comunidades e seus líderes. A imprensa é forte quando mobiliza a comunidade para as causas prioritárias de suas aldeias, quando vive os problemas da sociedade, quando integra, quando discute e quando defende ou propaga, as raízes, seus ícones, a sua cultura local, que é micro e que não é a de Santa Catarina, feita de múltiplas diferenças.
REGIONALIZAÇÃO III
A RBS TV, por exemplo, em Blumenau, que diz não ser mais gaúcha, acaba de reduzir o seu Jornal do Almoço local de 1h10min diários para 14 minutos. Um quinto do tempo para “cobrir” 70 municípios incluindo polos como Itajaí, Balneário Camboriú, Brusque, Rio do Sul. Entupiu de conteúdos de Florianópolis e com gente que não tem nenhuma influência e identificação com o Médio Vale do Itajaí. Todos órfãos, sem voz, salvos em alguns casos, por rádios que não possuem programas enlatados, eventualmente por jornais que não se atrelam a Adjori, ou a competição que se inicia nos portais e tragada pela realidade das redes sociais. Os políticos, os traficantes, os ladrões de todos os tipos agradecem. Não vão ficar expostos e a comunidade não vai debater, conhecer e buscar soluções para as suas crescentes vulnerabilidades. Ou seja, a imprensa, como diz Emílio Odebrechet, uma parcela ponderável é ou não culpada por todo esse mar de lama? E nesse oceano de perdas, Criciúma e Chapecó hoje possuem imprensa regional competitiva e forte. Chega da pasteurização e hegemonia da informação e opinião sobre e para os catarinenses.
O OUTRO LADO
Os políticos e todos sempre citados em notícias que não lhes apetecem, desmoralizaram o tal necessário e politicamente correto o “outro lado”. Nesta semana então de delações, abusaram da falta de criatividade – que sobrou nos roubos dos pesados impostos dos brasileiros - e de mínima inteligência com os ouvintes, telespectadores e leitores. Ouvido e lido em outras palavras esse “outro lado”, sempre quiseram dizer: fiz, não encham o saco e se insistirem em me culpar, ainda vou me vingar de tal forma que vocês não conseguirão se levantarem. Ou seja, ainda ameaçam usar a Justiça a quem dizem influenciar (?). No outro canto, como vingança, ameaças ou chantagem para se esquecer esse assunto de corrupção, arrumam formas diretas e indiretas para o prejuízo financeiro aos veículos, que já estão numa lástima diante da crise econômica, gerada exatamente por errática influência ou má fiscalização dos políticos na preservação da economia de mercado e equilíbrio das contas públicas.
CONSTRUÇÕES PODRES
As obras com recursos Federais em Gaspar da gestão petista, todas a era Dilma Vana Rousseff, Ideli Salvatti, Décio Neri, Ana Paula Lima e Pedro Celso Zuchi, estão podres ou possuem problemas. O CDI Dorvalina Fachini, no bairro Sete, caríssimo, feito sobre solo instável, por causa disso, está em reformas permanentes. A cabeceira da margem direita da ponte Vale, na mesma região, com igual problema devido à instabilidade do solo, obrigou o fechamento da recém-inaugurada ponte e sem data para reabri-la. O prédio do Instituto Federal de Educação, no bairro Bela Vista, a referência da propaganda petista, está rachando e os alunos estão preocupados. Engenheiro por lá, por enquanto, nenhum. Confira no vídeo. Esse prédio foi inaugurado no dia 28 de setembro de 2012, portanto ainda nem fez cinco anos. A única obra federal que saiu o olho da cara e ainda não deu problema, foi o muro de capim que se fez no morro do Samae do Centro. Ou seja, de capim a engenharia federal entende. Acorda, Gaspar!
MUDAR E RENASCER I
A pequena comunidade católica da Capela São Braz e naquele ano de 1991, longe e quase isolada Lagoa, na Margem Esquerda, teve uma ideia para impregnar a religiosidade de seus comunitários: criar um grupo de “teatro”, o Luz Divina, e fazer a representação da Paixão de Cristo na Sexta-Feira Santa. A coisa pegou, ficou grande. Com o crescimento vieram as despesas, o descontrole e o desânimo. Então tudo parou em 2003, no Moto Clube. Como a Páscoa é a simbologia da ressurreição, do recomeçar e liderar, depois de 16 anos, tudo voltou pela obstinação de duas comunitárias Vera Alves, Andreia Symone Zimmermann Nagel e outros mais 100 atores, produtores, auxiliares, voluntários de todos os tipos da Lagoa. Resultado? Sucesso e comemoração que podem ser percebidos nas fotos abaixo.
MUDAR E RENASCER II
Quase mil pessoas, comunitárias e de outras localidades de Gaspar e Ilhota, foram lá no pátio da Capela São Braz na sexta, ver o ressurgir do Luz Divina e a capacidade de organização de quem se lançou ao desafio. Sem ingressos, gastou-se perto de R$12 mil, arrecadados com pequenos patrocínios, uma rifa, uma noite do paste e na sexta-feira com uma barraca de pastel e refrigerantes. Pediu-se alimentos não perecíveis e cobertores aos expectadores que pudessem contribuir. Eles vão ser doados à Casa Lar. Do poder público? Promessas e de custo elevado para os gasparenses. Os comunitários da Lagoa, conseguiram serviço bem melhor, por um terço do preço que é cobrado para a prefeitura. Até nisso, eles deixaram lições. Acorda, Gaspar!
ILHOTA EM CHAMAS I
Até aqui você leu – e lerá mais - como as omissões dos cidadãos, da imprensa, dos órgãos de fiscalização entre elas o próprio Legislativo que em tese seria a representação dos cidadãos, bem como a lerdeza da Justiça, falharam e permitiram que a corrupção se generalizasse, com os políticos e gestores públicos roubando os nossos pesados impostos e que estão faltando à saúde pública, educação, assistência social, habitação, obras de infraestrutura, saneamento, segurança. Agora, vou tratar de um escárnio num grotão, o de Ilhota, onde creiam, é tudo pior do que se vê nos grandes jornais.
ILHOTA EM CHAMAS II
São mais ou menos quatro mil municípios com características idênticas. Não possui imprensa ou ela é do poder, o Legislativo é de amigos, os fornecedores igualmente e ai de quem tente policiar alguma coisa. Corre até risco de vida. Volto. Ilhota não tinha imprensa interessada. Agora há esta coluna. Não havia denunciantes. Desde a ex-administração de Daniel Christian Bosi, PSDB, há. Pior, isso foi entendido pelos adversários que tomaram o poder, como alinhamento. O cidadão Aurélio Marcos de Souza está provando que não. Então, esta nova situação virou um problemaço para o poder de plantão, incluindo a própria Câmara que dá maioria a esse poder. E os políticos ao invés de se enquadrarem, estão tramando constrangimentos, vinganças e até processos para calar os fiscais.
ILHOTA EM CHAMAS III
A transparência é zero. É coisa herdada e de quem nunca foi vigiado. Os atos do PMDB que está no poder, no passado, não muito distante, eram pregados, mas nem sempre, na porta do gabinete do prefeito. Quando se precisava de prova física da publicação obrigatória, fazia-se em Joinville, em jornal que nem passava por Ilhota, como relatam denúncias do Ministério Público que cuida da Moralidade Pública. Agora, na atual administração de Érico de Oliveira, PMDB, enquanto ele insiste na sua rede social ser um “gestor transparente”, que ouve o povo, a prática do seu governo o condena: vários atos oficiais que praticou nunca foram revelados no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet. Vai mais longe: humilha -quem insiste em ter acesso aos dados públicos, obrigatórios à publicidade e que o prefeito os sonega publicamente.
ILHOTA EM CHAMAS IV
Exagero? Aurélio Marcos de Souza é advogado. Foi procurador geral do município de Gaspar. Foi até o final do ano passado, assessor jurídico da Câmara de vereadores de Ilhota. Ou seja, não é nenhum neófito nos meandros da coisa pública. Rela ele: “requeri informações públicas que deveriam estar disponíveis a todos na prefeitura de Ilhota. Como o prefeito resolveu me ignorar, socorri-me ao poder Judiciário que acolheu meu pedido, determinando que o município prestasse tais informações. Ocorre que solicitei que tais informações fossem me enviadas por email, conforme possibilidade fornecida pelo próprio sistema de solicitação”. Ou seja, Aurélio não inventou nada: a prefeitura oferece esta facilidade.
ILHOTA EM CHAMAS V
“Agora o município de Ilhota, por meio de sua Controladora Janete Custódio, que nada controla, disse que tais informações estão à disposição, mais tenho que ir lá tirar cópias e pagar por elas. Mas, como asssim pagar por uma coisa que deveria estar disponível a toda a comunidade através do Portal Transparência e do Diário Oficial dos Municípios”, questiona Aurélio Marcos que esclarece o óbvio: “tenho certeza que o prefeito Érico faz isto para constranger quem pede a informação: primeiro porque a pessoa terá que se deslocar até lá; terá que ficar sentado à espera da boa vontade de algum servidor; terá que ficar exposto podendo ser agredido por algum maluco de plantão; e ainda terá que pagar por algo que se estivesse devidamente publicada, seria de graça e não incomodaria ninguém na prefeitura”. Este é o retrato da vergonha e de como funciona o poder nos pequenos municípios. Na propaganda, um discurso quase canalha. Na prática, um ato que beira o crime. “Vou representar o prefeito de Ilhota e a Controladoria por este fato também”, informa Aurélio Marcos. Faz bem. É o mínimo.
VAMOS PAGAR, SIM I
Na coluna da terça-feira passado, sob o título de “a herança de Paulo Afonso”, afirmei: o prejuízo da tal de Santa Catarina Participação e Investimentos S. A., conforme balanço de 2016 que acaba de ser publicado é de R$6,2 bilhões. O que representa isso? Três meses inteiros de arrecadação bruta do Estado. Se essa conta tivesse que ser bancada hoje, cada um dos 7 milhões de catarinenses teria que desembolsar R$ 883. Eu estava errado e técnicos que tratam desse assunto no âmbito político e governamental me corrigiram: em algum momento das nossas vidas, os catarinenses serão chamados para colocar dinheiro dos seus bolsos, em imposto extra, para pagar esta dívida, sem que os objetivos tenham sido atingidos.
VAMOS PAGAR, SIM II
A Invesc foi criada pela lei estadual 9.940, de 19 de outubro de 1995, com 12 “nobres” objetivos: regionalização da saúde; a concessão da exploração de rodovias estaduais; a conclusão e restauração da BR?282; a pavimentação de estradas estaduais e de acessos a municípios; a reorganização do sistema estadual de assistência técnica e de extensão rural; a duplicação da BR?101 no Estado; a implantação do sistema exportador integrado de transporte de São Francisco do Sul; a sistematização do apoio tecnológico e gerencial para as micro e pequenas empresas; a desenvolvimento e implantação da política estadual de saneamento básico; a intensificação do programa de eletrificação rural; a reformulação e modernização do sistema de segurança pública e apoio creditício ao meio rural. Quando a fatura chegar ficará claro que somos enganados por discursos de políticos e vamos pagar caro porque não fiscalizamos e deixamos soltos governantes e deputados estaduais.
COMO FUNCIONA I
Quando se tem uma imprensa atenta, com credibilidade e cidadãos conscientes, o poder público responde. Na marra, mas responde. Na edição de sexta-feira, publiquei que na quarta, Mauricio José de Souza, tinha sido oficializado comissionado da prefeitura como coordenador geral do Sine, de Gaspar. Mas, na quinta-feira, em plena era do desemprego massivo, o Sine de Gaspar não abriu: fez ponto facultativo. Maurício disse que não é do serviço. As pessoas desempregadas iam lá e davam com a cara na porta fechada (veja a foto). Os desempregados, que não possuem direito às tetas do poder público, mas as sustentam, telefonavam para órgãos plantonistas da prefeitura de outros setores que funcionavam. Queixavam-se. Queriam orientação.
COMO FUNCIONA II
Um dos funcionários ouvintes desses telefonemas e pertencente a um órgão municipal e que não tem a obrigação de ouvidoria, tomou duas atitudes: orientou os queixosos a bater foto e enviar para o jornal; ao avisou o gabinete do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB do que estava acontecendo e da orientação. Foi um rolo só. “Vocês estão querendo nos f...?”. Esbravejou do outro lado. Ora quem está ganhando e não está exercendo o seu papel de servir ao cidadão, é exatamente o governo. Resultado: às 10h de quinta-feira apareceu uma informação no site da prefeitura de Gaspar esclarecendo que quinta-feira era ponto facultativo no Sine. As 11h, o Sine abriu, quando já todos os desempregados tinham desistido da ajuda. Agora, só falta a perseguição Acorda, Gaspar!
Um setor complicado e praticamente monopólio. A prefeitura de Gaspar cancelou a licitação para o registro de preços para futuras compras de gases medicinais, com fornecimento de cilindros em regime de comodato.
O dinheiro público. A Câmara de Gaspar vai “investir” R$90 mil este ano para divulgar atos com jornais. Jornais? Tem tudo para ser de um só e não é não é o Cruzeiro do Vale. Já para rádios, no mínimo três para Gaspar e outras de Brusque e Blumenau, vai repartir R$60 mil.
Já a prefeitura de Gaspar se prepara para fazer a sua licitação para serviços marketing, propaganda e veiculação nos veículos da região, depois de cancelá-la a que a administração petista preparou.
Mudou a data, mais uma vez. Será no dia 25 de maio. Nesta terça-feira será o sorteio da “sub-comissão técnica” da licitação, ou seja, vai se saber quais os “profissionais” da área ligados à prefeitura, autarquias, fundações e à Câmara que vão analisar as propostas. Ai, ai, ai.
O ex-deputado Federal e ex-presidente do PP de Santa Catarina, João Alberto Pizzolatti Júnior, enrolado na Lava Jato, está por um fio no foro privilegiado para se escapar do juiz Sérgio Moro.
A Justiça já o retirou duas vezes da secretaria de enrolação que ocupa em Roraima. É que o MP não concorda que gente impregnada de dúvidas seja agente público e político. A governadora pepista Suely Campos, o nomeou pela terceira vez. Numa dessas ele amanhece em Curitiba.
O presidente do Samae de Gaspar, José Hilário Melato, PP, despachou para o Fórum da Comarca, o encanador motorista efetivo, Evandro Sérgio Luz. Hum!
Esperado e tem gente de olho grande. Está confirmado para o dia 26 de abril a licitação do município de Gaspar para o registro de preços para futuras aquisições de tubos, grelhas, lajotas, tijolos, pavers, meio-fios, calhas e tampões.
Pós eleição. Na terça-feira ouvimos, fomos “ensinados”, ou esclarecidos, por Emílio e Marcelo Odebrechet, e seus diretores de como se compravam ou como fabricavam as dirigidas Medidas Provisórias no Congresso Nacional. Elas davam vantagens fiscais a determinados grupos de interesse. Em Gaspar, a Câmara tornou lei, um projeto para dar benefícios aos maus pagadores.
A iniciativa do projeto de lei foi do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB e que estava no poder há três meses quando enviou o assunto para o Legislativo. A aprovação aconteceu na terça-feira à tarde. Na quinta-feira, numa rapidez incomum, já estava publicada no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem hora para sair. Acorda, Gaspar!
Na marra. O professor e o “ex-poderoso” chefe de Gabinete, Doraci Vanz, foi removido de ofício em 15 horas semanais da Escola Zenaide Schmitt Costa para a Escola Professora Dolores Krauss. Ou seja, passou agora a ter lotação de 15 horas semanais na Zenaide Schmitt Costa, 15 horas semanais na Professora Dolores Krauss e 10 horas semanais na Luiz Franzói.
Mais enrolação. A Construtora Tertel ganhou e não entregou o trecho dois da drenagem pluvial e pavimentação asfáltica da Rua Amádio Beduschi, em Gaspar. No dia oito de dezembro, a prefeitura abriu uma sindicância para apurar e punir o atraso. Até agora nada. A comissão acaba de pedir mais 60 dias para apurar o que aconteceu. Coisa difícil!
Escolhas. Faltam remédios nas farmácias do município. Mas, Gaspar, o poder de plantão continua em campanha, fazendo circo e atendendo clientes eleitorais. No dia 28 de abril está marcada a licitação para a compra de medalhas e troféus.
Ilhota em chamas VI. Rebaixada? Não é fácil essa vida de comissionado. Rosilene Fronza Zimmermann deixou de ser diretora de departamento para ser chefe de divisão.
Ilhota em chamas VII. Economia? Mais gente comissionada: Dayana Karina Correa da Silva, como diretora de Departamento, Taína Batista, como chefe de Divisão e Guilherme da Cunha, como chefe de Divisão.
Ilhota em chamas VIII. Sabem daquele ônibus da prefeitura e o carro que se chocaram no início do mês? Contrataram um ônibus da empresa Guaratuba, em regime de emergência, para substitui-lo: R$15 mil.
Ilhota em chamas IX. Esse filme você já assistiu. O provisório emergencial que vira quase permanente. Não é que o prefeito Érico de Oliveira, PMDB, renovou por mais dois meses a coleta de lixo com a Say Muller. Está alugando dela, para abril e maio, dois caminhões coletores e compactadores de lixo, com motorista e garis ajudantes. Vai pagar R$ 102.400,00.
Ilhota em chamas X. Esse caso, feito de afogadilho e cheio de erros técnicos da equipe, do ganancioso PMDB e prefeito Érico de Oliveira de tomar a Casan e suas atividades para si, vai lhe levar ao afogamento da sua administração.
Ilhota em chamas XI. O prefeito Érico assinou o decreto 41. Com isso, em menos de um mês ele cancelou os decretos 36 e 38. O 36 remanejava R$130 mil da LDO para o seu projeto intervencionista de fazer água potável por conta própria.
Ilhota em chamas XII. O segundo decreto cancelado, foi decorrente de uma conquista da transparência e da mobilização da sociedade. Refere-se à tentativa de Érico para retirar R$304 mil da educação. A manobra foi informada aqui aos ilhotenses em primeira mão. Voltou como estava no orçamento, por enquanto. Érico já tinha desistido da outra ideia do atraso: reduzir o orçamento da educação de 30% para 25% do orçamento municipal.
Ilhota em chamas XIII. Enrolação. A área urbanística e de loteamentos em Ilhota é a mais nebulosa de todas. Olha só: o que vice-prefeito, Joel José Soares, presidente do tal Conselho da Cidade de Ilhota publicou no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet – de forma quase cifrada, para cumprir o que a burocracia pede?
Ilhota em chamas XIV. Na terça-feira, dia 11, publicou edital 01/2017 de Cancelamento de Audiência Pública. Cancelava a Audiência Pública 4/2017 que deveria ser realizada no dia anterior, ou seja, na segunda-feira, dia 10. Cancelar depois da data? Hum! Qual a desculpa para o tal cancelamento? “Em virtude de incompatibilidade logística com a agenda da Câmara de Vereadores do Município”.
Ilhota em chamas XV. Ou seja, quando se marcou a audiência e se seu o curso formal não se bloqueou o auditório da Câmara para o uso? Conta outra. E se for verdade, o fato por si próprio mostra a seriedade como se trata este assunto tão relevante, mas cheios de interesses particulares e políticos, tanto na prefeitura como na Câmara de Ilhota.
Ilhota em chamas XVI. Quer mais? O que diz o texto de cancelamento? “A pauta estabelecida para a Audiência 4/2017 será reapresentada num prazo de 10 dias após novo agendamento com a Câmara de Vereadores”. Descaso vergonhoso.
Ilhota em chamas XVII. E qual era ou é o tema da audiência 4/2017? Alteração do Código Urbanístico para regularização da Descrição de Zoneamento do Parque Industrial; e impactos gerados pelo Loteamento Harmonia (processo administrativo 03/2016) através da apresentação de seu EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança).
Ilhota em chamas XVIII. Sabe quanto vai se pagar para a Epagri dar assistência rural este ano em Ilhota? R$ 40.680,00. Serão divididos em nove parcelas.
A imprensa não aprende. Teve gente com coragem e cara de pau. Conseguiu comentar as delações e esconder os nomes dos políticos amigos, ou patrocinadores, e que aparecem em todos os outros veículos. Meus Deus!
Perdido nas contas? O que está na pauta de hoje da sessão da Câmara de Gaspar. O requerimento do suplente Daniel Fernandes dos Reis e dos vereadores Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, todos do PMDB. O que querem do prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB? O extrato do saldo financeiro referente às contas e aplicações do município de Gaspar na data de 31 de dezembro de 2016.
Quem era o prefeito de Gaspar em 31 de dezembro de 2016 e devia ter esse extrato? Pedro Celso Zuchi, PT. E qual a intenção desse documento? Provar que alguém está mentindo. Acorda, Gaspar!
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