Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

16/02/2016

O PASSO PERDIDO I
O que esperar de um partido que se rotula não ser de direita, de centro, de esquerda, de oposição e até mesmo, de situação? Gente com esta (ou falta de) personalidade, conteúdo e disfarçada no senso de oportunismo. Assim é o PSD no Brasil inteiro, com Gilberto Kassab, que o criou e definiu a favor do PT, hoje instalado e quieto na boquinha do Ministério das Cidades, que não possui dinheiro para nada. Assim é o PSD em Santa Catarina onde o governador – ou ainda prefeito de Lages – se tornou aliado fiel de Dilma Vana Rousseff, PT, exatamente quando ela exibe o pior do seu governo no desastre econômico, social, ético, moral e político. Esta relação estranha, nem com migalhas ela retribui como contrapartida para os catarinenses. Em Gaspar, nada disso é diferente. O PSD está aliado ao PT, mas não quer que se diga isto por aí. Está com vergonha ou quer criar vantagens para se sair do buraco em que se meteu?

O PASSO PERDIDO II
O PSD de Gaspar se orgulha ter o vereador que mais recebeu votos por aqui na eleição passada, o Marcelo de Souza Brick. Legal. Entretanto, o que ele fez com este ativo? Deixou-se perder. Pensou que ser o mais votado lhe daria o passe mágico credenciando-o para ser candidato a prefeito. Marcelo esqueceu de trabalhar, articular e criar estruturas para fazer valer este ativo político. Ao contrário. Fez um mandato sem brilho, sem transparência e sem resultados. Trocou o status de presidente da Câmara pelo cabresto da bancada minoritária do PT. O mesmo se sucede com o Giovânio Borges. Ambos, se juntam a José Hilário Melato, PP, para dar maioria ao PT na Câmara nas votações essenciais.

O PASSO PERDIDO III
O PSD trocou o futuro pelo presente. E agora paga caro. Está sem crédito. E talvez sem votos. Marcelo, por exemplo, não repetiria, se concorrer, os votos que fez para vereador. Mais, o PSD e os seus vereadores não agregam votos. Tanto que o plano de encabeçar uma chapa foi engolido primeiro pelo PMDB, num segundo instantes pelo PSDB, que demarcaram o território com o PT. No PSDB há uma porta aberta para ser vice. Entretanto, a rejeição é grande. Na última conversa que os dois partidos tiveram, o PSD botou banca, foi arrogante, ameaçou e quis ditar o ritmo. O PSDB parece estar consciente que o PSD na situação de hoje mais prejudica do que soma. Ele destrói o discurso da candidata Andreia Symone Zimmermann Nagel com essa aliança branca na Câmara em favor do PT, onde ela é praticamente a única voz de questionamentos do governo de Pedro Celso Zuchi.

O PASSO PERDIDO IV
Então o que esperar de Marcelo de Souza Brick, de Giovânio Borges, de Fernando Neves, e do padrinho de todos, inclusive do prefeito e da administração de Ilhota, Daniel Christian Bosi, o deputado Jean Jackson Kuhlmann? Ele já disse que pode ser uma linha auxiliar do PT de Blumenau que se esfacela e há muitos anos não consegue ser poder por lá. Então o que esperar de quem não é de direita, de centro, de esquerda, de oposição e até de situação, e vive em permanente negócio para se estabelecer no status político? Está mais do que na hora do PSDB de Gaspar procurar o seu rumo ou enquadrar quem ele quer como parceiro para si nesta campanha. Se não fizer isto, vai herdar a dúvida e os problemas. Por que o PSDB quando chamou o PSD para a conversar já não colocou na mesa os ajustes das diferenças? Se tivesse feito isso, o PSD teria corrido (ou se ajustado) imediatamente. Acorda, Gaspar!

O DISFARÇE? I
O PT de Blumenau de Décio Neri e Ana Paula Lima, manda no de Gaspar de Pedro Celso Zuchi e até instrumentaliza o governo de Daniel Christian Bosi, PSD. Há anos que o PT está sem chances em Blumenau. Décio voltou para Itajaí para dar um novo rumo no seu futuro político. No final de semana, ele produziu mais um factoide. O jornalista Clóvis Reis informou no Jornal de Santa Catarina, da RBS de Blumenau, que Décio teria sido convidado para se filiar pelo PDT. E Décio, ouvido, se ensaiou na onda.

O DISFARCE? II
Novidade? Nenhuma. O PDT é auxiliar do PT para encurralar adversários e jornalistas que não se calam diante das pressões e ameaças do PT. Com o PT escorregando ladeira abaixo neste mar de lama, tem gente que agora que o sugou até osso do partido, quer se livrar do dele para se perpetuar neste mundo de fantasia e dúvidas como se esta assepsia seria possível, ainda mais com os escândalos estourando e à beira de novas eleições com palanques quentes. Essa gente conhece o seu eleitorado feito na maioria de analfabetos, ignorantes e desinformados, capaz de engolir estas jogadas feitas de disfarces de ocasião.

O DISFARCE? III
Exemplos de que procurar um novo caminho não faltam para ser seguidos. Neste mesmo final de semana, aos 72 anos, ex-ministro de Educação petista de Luiz Inácio Lula da Silva, o senador brasiliense Cristovam Buarque, resolveu sair do PDT, a linha auxiliar do PT, o partido original de Dilma Vana Rousseff, tão enlameada quanto. "Cansei". Não quero que meu nome fique associado a um partido que ajudou o país a afundar. Venho falando há tempos que não vai dar certo. Foram muitos alertas. Está cada vez pior. Já não estamos em crise, estamos em decadência. E levaremos muito tempo para sair dela”. Pois é. Ainda existem políticos que se preocupam com o país, os cidadãos e o futuro de todos nós. Mas, eles não estão no PT, no PDT... Cristovam vai para o PPS.

A MOSQUITA, AGRADECE
A presidenta deu uma lição a todos nós na guerra contra o mosquito da dengue, chicungunha e zica. Explicou se tratar de uma mosquita danada e que, precisa ser combatida sem tréguas (agora, quando tudo já está infestado). Fez o discurso e a ação para disfarçar os problemas de gestão. Então colocou seus 38 ministros neste final de semana na rua em em vários estados, para fazer propaganda na tevê e combater a tal mosquita. Em Gaspar, no governo do PT da presidenta, o exemplo não é bom. No pátio da Ditran – Diretoria de Trânsito – a mosquita encontrou abrigo para desafiar a presidenta, a propaganda arranjada para encobrir os erros e os gestores públicos daqui. Zica neles. Acorda, Gaspar!



TRAPICHE

E as obras da ponte do Vale não recomeçariam agora em fevereiro? Quando o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, vai para as rádios encher linguiça e com enrolação sobre este assunto para analfabetos, ignorantes, desinformados, dependentes do partidos e fanáticos, já devidamente esclarecido há anos aqui?

O serviço para o PT. O prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, mandou vetar as poucas emendas que os vereadores Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSD, e Luiz Carlos Spengler Filho, PP, fizeram ao projeto de lei 60/2015. Ele trata da coleta, transbordo e destino final do lixo de Gaspar. E quem ganhar vai poder fazer este serviço por até 40 anos (20 anos, mais 20 para a possível renovação).

O serviço para o PT. O vereador Marcelo de Souza Brick, PSD, na última sessão impediu a votação. Pediu vistas. É que os vetos tinham tudo para passar com os votos do PSD. Com o gesto Marcelo, primeiro ele livrou a cara do PSD. Segundo, deu um fôlego para o PT arrumar mais argumentos técnicos para a defesa frágil que fez sobre a necessidade de vetos, desmoralizando o próprio Legislativo.

O Ministério Público que cuida da moralidade pública acompanha este caso muito de perto. E é aí está o nó da questão que assustou o PT e do qual ele precisa se livrar. E o PSD fez o serviço para o PT criando o fôlego com as vistas que pediu.

Arquivado. O relator da Comissão de Legislação, Justiça, Cidadania e Redação mandou arquivar Projeto de Lei 32/2015, do vereador Luiz Carlos Spengler Filho, PP, que pedia a instalação de brinquedos adaptados nos parques públicos de Gaspar. O PT prega a cidadania, mas na hora de exerce-la de verdade...

Sessão de terça-feira passada da Câmara de Gaspar teve mais um exemplo explícito de bullying.

O vereador José Amarildo Rampelotti, PT, é o líder do governo de Pedro Celso Zuchi. E como tal, ele possui o direito regimental de falar por último na sessão. E por tática, Rampelotti aproveita, invariavelmente, para atacar política e até pessoalmente, a vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB.

E faz isso sem conceder o aparte, insistentemente pedido pela vereadora. É um direito dele conceder ou não. A vereadora, quando pode, em outras sessões, reclama, retruca ou esclarece. Mas, não quando faz isso, já possui o mesmo valor se fosse no momento do debate. E Rampelotti tem plena consciência disso.

Na terça-feira, Rampelotti extrapolou. Com voz de falsete, imitou uma criança, aluno de escola primária, numa referência a vereadora que é professora. O espetáculo era para repreender a vereadora que o cobra uma postura diferente. Na plateia, o PT se deliciava mais uma vez. Na imagem da Câmara, José Hilário Melato, PP, também.

Rampelotti aproveitou para dar lições como respeito às leis e a instituições, entre elas a Câmara, que segundo ele, a vereadora não possui este senso com as crítica que o faz ou ao partido. Será? Câmara e convívio político de ambos os vereadores são impossíveis. É notório. Entretanto, é o vereador quem responde na Justiça, e com condenação em primeiro grau, por ofender uma juíza e a instituição Judiciário. Então, quem ensina, não aprendeu ou não tem autoridade para exigir de outrem o que não pratica.

Paulo Filippus, do Movimento Brasil Livre, de Gaspar, desabafa. “Disse certa vez o escritor João Ubaldo Ribeiro: É difícil que haja no Brasil indignados conta a corrupção, já que o sonho da maioria dos brasileiros é 'ter um político corrupto na família', que lhe resolva os problemas”.

Escreve-me Filippus na conclusão própria: “Ele (João Ubaldo) foi irônico, é claro, eu também não concordo. Porém aqui em Gaspar eu me deparo com esse tipo de ‘brasileiro’ toda vez que mostro alguma coisa errada de algum político ou partido. O que não falta é gente tentando defender o indefensável, por mais errado que ele esteja, só porque é amigo ou é da família”.

A corrupção e a lei, com o se vê, só existem quando se olha os outros. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1737

 

Comentários

Gasparense de Gaspar
18/02/2016 18:48
Parabéns ao vereador Mitinho pela indicação do nome de Bernardo Leonardo Spengler, para o nome do novo prédio do Samae.

Uma singela homenagem a um gasparense apaixonado por essa terra, que nunca mediu esforças para ajudar a comunidade.

Os acontecimentos quando prefeito, não apagam toda história de luta e ajuda a comunidade.
Quem conviveu e trabalhou com Nadinho, sabe que era uma pessoa honesta e lutava pelos interesses da comunidade.

Todos os gasparenses que acompanharam a história dele, sabem da SACANAGEM que fizeram pra cima dele.

E esse mesmo pessoal está querendo voltar ao poder...
Se fizeram o que fizeram com Nadinho, que era um empresário experiente, com pulso firme....

Imagina um jovem, que nunca trabalhou, fácil de ser manipulado, na mão desse pessoal denovo..

Acorda Gaspar
Sidnei Luis Reinert
18/02/2016 12:33
PROMOTOR SERÁ AFASTADO DO CASO DE LULA

Brasil 18.02.16 06:00
O promotor Cassio Conserino vai ser afastado do caso de Lula.

A decisão, antecipada pelo Valor, será tomada pelo Conselho Nacional do Ministério Público, no próximo dia 23.

Cassio Conserino, ontem à tarde, disse que ninguém está "acima e à margem da lei".

Ele se enganou: Lula está acima e à margem da lei.

http://www.oantagonista.com/posts/promotor-sera-afastado-do-caso-de-lula
Miguel José Teixeira
18/02/2016 10:19
Senhores,

Enquanto os "militontos PeTralhas" engoliam seus "pãescommortadelas" recheados com sprays de pimenta e cacetetes ao lombo, a "novazelite K-viar com chanpã" refestelava-se no triplex do Guarujá. Acordem "militontos PeTralhas"!!!

Eis um texto do Jornalista Carlos Chagas, sobre o episódio:

O 'POINT OF NO RETURN'

O vexame oferecido ontem pelo PT nas ruas do centro de São Paulo marcou o ponto do qual não há retorno na implosão anunciada a partir da reeleição da presidente Dilma, logo depois de outubro do ano passado. Ficou clara a impossibilidade de o atual governo seguir adiante na farsa construída com mentiras e prestidigitações inauguradas pelo Lula. Infelizmente, desmorona o sonho construído com esperança e malandragem.

Mais do que a evidência de haver caído a máscara dos salvadores da pátria, revela-se a impossibilidade de conciliação entre seus métodos de mudar o Brasil pelo diálogo ou de satisfazer seus ímpetos ditatoriais. Agora é na violência. Prevaleceu o direito da força entre os companheiros, mas a partir de terça-feira ficou claro que a lei celerada despertou seus contrários. Se o princípio é de esmagar o adversário, é bom olhar adiante.

Conquistado o poder, impõem-se o silêncio. Senão também o garrote. No palácio do Planalto, valeu-se o Lula de expedientes para enriquecer, coisa que não é proibida para um cidadão normal. Sua família participou. Amigos e correligionários, também. Como bicões de toda espécie. Formou-se uma quadrilha, tanto faz se germinada em casa ou no vizinho. Foi tão mal organizada que alastrou-se. E acabou contaminando o país. Despertou seus contrários, mesmo em muito menos número, mas eles mobilizaram-se, a partir de Judiciário, do Ministério Público, da Policia Federal e de parte da mídia. Veio a reação.

O diabo é que em determinado aspecto da equação foram aparecendo os responsáveis. Estes menos, aqueles mais culpados. Os grandes e os pequenos. Até o clímax. Foi quando pontificaram viagens ao exterior, propinas, triplex, sítios, empreiteiras. Não poderia ser diferente: ilações, denúncias, condenações, prisões.

Eis que, de repente, surge o astro principal no firmamento: o Lula. Sem esquecer sua turma. Bem que mobilizaram-se as forças contrárias, quer dizer, seus asseclas, mas não adiantou. Um juiz surgiria. Ou vários. O resultado eclodiu esta semana: o confronto.

Vale repetir, não há como evitar como que nas novelas deixe de aparecer o que inglês se chamada de "point of no return". Com todas as suas consequências.

Herculano
18/02/2016 06:44
27 ANOS DEPOIS DA "MIRIAM DE LULA", VEM A PÚBLICO A "MIRIAM DE FHC". E JUSTO QUANDO LULA PRECISA DE SOCORRO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 1

Não quero ser e não vou ser irresponsável - já há irresponsabilidade de sobra nessa história -, mas não dá para ignorar que Miriam Dutra rompe o silêncio no momento em que Lula, a figura icônica do PT, agoniza em praça pública. O roteiro é óbvio demais, e a rede petralha está assanhada o bastante para que se descarte que há alguma mão balançando esse berço.

"Pra que tanta Miriam, meu Deus?", pergunta o meu coração, desde já pedindo escusas às Mirians que são minhas amigas, e eu as tenho: profissionais competentes, mulheres que trabalham, que se respeitam e respeitam seus respectivos amigos e familiares. Mas é claro que não dá para ignorar as coincidências que, ao se estenderem até ao nome de duas mulheres, só ressaltam os aspectos farsescos da narrativa.

Vinte e sete anos depois de a "Miriam de Lula", a Cordeiro, ter ido ao horário eleitoral de Collor para denunciar a suposta desídia do então presidenciável petista com uma filha, que, acusou ela, o pai queria que fosse abortada, eis que vem a público a "Miriam de FHC", a Dutra. E, curiosamente, usa arma idêntica, indo um pouco além.

Também FHC a teria pressionado a abortar um filho, que, mais tarde, após a morte de Ruth Cardoso, o já ex-presidente assumiu legalmente, embora dois exames de DNA tenham demonstrado posteriormente, para surpresa de muita gente e certamente sua, que não era ele o pai. Em entrevista à Folha, Miriam Dutra diz que fez outros abortos. Vai ver as pílulas anticoncepcionais perdem efeito no cerrado.

Miriam Cordeiro, a de Lula, ficou evidenciado à época, recebeu dinheiro da campanha de Collor para fazer aquela "denúncia". E Miriam Dutra? Não sei. Ela diz que fala só por amor à verdade ?" verdades um tanto estranhas. A mulher reclama da vida, de FHC, da Globo, e intuí que pode não ter a melhor relação com Tomás, o filho. Já chego lá
Herculano
18/02/2016 06:44
27 ANOS DEPOIS DA "MIRIAM DE LULA", VEM A PÚBLICO A "MIRIAM DE FHC". E JUSTO QUANDO LULA PRECISA DE SOCORRO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 2

Não quero ser e não vou ser irresponsável - já há irresponsabilidade de sobra nessa história -, mas não dá para ignorar que Miriam Dutra rompe o silêncio no momento em que Lula, a figura icônica do PT, agoniza em praça pública. O roteiro é óbvio demais, e a rede petralha está assanhada o bastante para que se descarte que há alguma mão balançando esse berço.

Miriam Dutra já havia concedido uma entrevista a Fernanda Sampaio, da revista "Brazil com Z". O título promete: "Miriam Dutra conta a sua verdade depois de 30 anos". Não há nada lá além de um ressentimento ou outro. No máximo, ela põe em dúvida o resultado de exames de DNA que demonstraram que Tomás, o filho que FHC assumiu como seu, filho seu não era. E mais não há.

Nas entrevistas concedidas a Natuza Nery e a Mônica Bergamo, da Folha, no entanto, as coisas mudam de figura e se adensam.

Miriam Diz que FHC lhe mandava dinheiro por intermédio de uma empresa. Ele admite a primeira parte ?" de fato, enviou recursos à mãe de um filho que julgava ser seu ?", mas nega a segunda. Ela também tenta emprestar certo aspecto criminoso ao fato de o ex-presidente ter contas no exterior ?" o que ele admite, já que crime não é. Estão devidamente declaradas, ele garante.

Dois momentos da fala de Miriam Dutra chamam a atenção. Afirma a Natuza: "Claro que ele [FHC] tem contas. Como ele deu, em 2015, um apartamento de ? 200 mil para o filho que ele agora diz que não é dele? Ele deu um apartamento para o Tomás."

Sim, as contas existem. Sim, ele admite a compra do apartamento e tem recursos para isso.

Mas pergunto: que mãe, dadas as circunstâncias nada corriqueiras vividas por Tomás, emprestaria um tom de denúncia a um apartamento que o filho ganhou daquele que, a despeito dos exames de DNA, atua como seu pai?

Até onde se sabe, Tomás e FHC mantêm uma relação de proximidade. Com a mãe, no entanto, parece não ser bem assim. Indagada se alguém está por trás de sua decisão de falar, ela responde:
"Ninguém. Eu vivo absolutamente sozinha na Espanha, nunca vivi tão sozinha como agora. Vivo com um cachorrinho chamado Xico, com X, não tenho vida social, não tenho nada, até pela minha fibromialgia e pela polipose adenomatosa. Eu não estou falando isso para tirar proveito de absolutamente nada. Estou lavando a minha alma. É muito difícil você ser xingada por milhões de pessoas e não vou deixar isso acontecer mais. Não podia entrar na justiça contra porque eu trabalhava na TV Globo."
Herculano
18/02/2016 06:43

27 ANOS DEPOIS DA "MIRIAM DE LULA", VEM A PÚBLICO A "MIRIAM DE FHC". E JUSTO QUANDO LULA PRECISA DE SOCORRO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 3

Há aí aquele conhecido vitimismo passivo-agressivo de quem se coloca na condição de agravado para poder atirar sem culpa. Digam-me: onde estavam as milhões de pessoas que xingavam Miriam Dutra? Ainda que pudesse ser doloroso pra ela, ninguém mais se lembrava de sua existência.

Mirians ontem e hoje
Obviamente me opus à baixaria protagonizada por Miriam Cordeiro, a de Lula. Até porque o petista havia registrado como sua a filha que tivera com ela, Luriam, e lhe dava o devido amparo. O que a levou para a ribalta foi a luta política rasteira, foi o oportunismo.

E é evidente que não dá para condescender com a Miriam Dutra, a de FHC. Especialmente porque o ex-presidente assumiu o filho e manteve intocada a relação com o rapaz, ainda que exames de DNA tenham demonstrado que não era seu filho.

A compra do apartamento de ? 200 mil, ao qual a própria mãe do rapaz tenta emprestar ares de escândalo, dado o contexto, é prova de caráter, não o contrário. A menos que a origem do dinheiro seja ilegal. Não conta que seja.

Mesmo a pensão que Miriam diz ter recebido por intermédio de uma empresa teria saído de um depósito de US$ 100 mil que FHC teria feito, segundo ela própria, com recursos próprios, para que se fetivassem os pagamentos.

Concluo
Desde a entrevista concedida por ela à tal revista "Brazil com Z", a rede petralha está assanhadíssima. Agora, então, é uma festa. É como se Lula, o herói incapaz de explicar a sua relação com um sítio e com um apartamento, já estivesse redimido.

A partir de agora, a imprensa, a oposição e os críticos do petismo não poderiam cobrar mais nada do Demiurgo porque, afinal, "FHC fez antes"? Mas fez antes o quê?

Há algum suspeita de ilegalidade na maçaroca de ressentimentos de Miriam Dutra, que configuraria um crime ainda passível de investigação? Se houver, que se investigue. Não consta.

Mas que não se use a Miriam da hora para decretar que, afinal, neste Brasil, todos são criminosos e ninguém pode cobrar nada de ninguém.

Não é verdade! Não somos todos iguais, não!

Nós não somos bandidos.

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186.224.203.66
Herculano
18/02/2016 06:32
27 ANOS DEPOIS DA "MIRIAM DE LULA", VEM A PÚBLICO A "MIRIAM DE FHC". E JUSTO QUANDO LULA PRECISA DE SOCORRO, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Parte 1

Não quero ser e não vou ser irresponsável - já há irresponsabilidade de sobra nessa história -, mas não dá para ignorar que Miriam Dutra rompe o silêncio no momento em que Lula, a figura icônica do PT, agoniza em praça pública. O roteiro é óbvio demais, e a rede petralha está assanhada o bastante para que se descarte que há alguma mão balançando esse berço.

"Pra que tanta Miriam, meu Deus?", pergunta o meu coração, desde já pedindo escusas às Mirians que são minhas amigas, e eu as tenho: profissionais competentes, mulheres que trabalham, que se respeitam e respeitam seus respectivos amigos e familiares. Mas é claro que não dá para ignorar as coincidências que, ao se estenderem até ao nome de duas mulheres, só ressaltam os aspectos farsescos da narrativa.

Vinte e sete anos depois de a "Miriam de Lula", a Cordeiro, ter ido ao horário eleitoral de Collor para denunciar a suposta desídia do então presidenciável petista com uma filha, que, acusou ela, o pai queria que fosse abortada, eis que vem a público a "Miriam de FHC", a Dutra. E, curiosamente, usa arma idêntica, indo um pouco além.

Também FHC a teria pressionado a abortar um filho, que, mais tarde, após a morte de Ruth Cardoso, o já ex-presidente assumiu legalmente, embora dois exames de DNA tenham demonstrado posteriormente, para surpresa de muita gente e certamente sua, que não era ele o pai. Em entrevista à Folha, Miriam Dutra diz que fez outros abortos. Vai ver as pílulas anticoncepcionais perdem efeito no cerrado.

Miriam Cordeiro, a de Lula, ficou evidenciado à época, recebeu dinheiro da campanha de Collor para fazer aquela "denúncia". E Miriam Dutra? Não sei. Ela diz que fala só por amor à verdade ?" verdades um tanto estranhas. A mulher reclama da vida, de FHC, da Globo, e intuí que pode não ter a melhor relação com Tomás, o filho. Já chego lá.
Herculano
18/02/2016 06:24
A BAIXARIA, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

O crédito do governo do Brasil foi rebaixado de novo, ontem. O governo do Brasil se rebaixou ontem a cabo eleitoral em uma disputa baixa do PMDB, portanto à altura de quem em tese nos governa. Agachou-se assim para cortar um rabicho da possibilidade de impeachment, rabicho que pode voltar a crescer, porém.

Tratava-se de vencer a eleição para líder do PMDB na Câmara. De derrotar o candidato de Eduardo Cunha e de apoiar o candidato do PMDB em tese governista, aquele PMDB que no Rio de Janeiro pretende lançar um candidato a prefeito que espancava a mulher.

Dilma Rousseff venceu a refrega ao preço de se tornar inimiga de metade da bancada do PMDB, ontem derrotada. Em tese, precisaria desses votos para catar dinheiros, a fim de aumentar impostos e votar suas reformas informes que promete um dia enviar ao Congresso.

O governo interferiu abertamente na pendenga. Adquiriu apoios com a promessa de dinheiro de emendas parlamentares. Demitiu por um dia aquela figura que ocupa o Ministério da Saúde, que pôde assim voltar à Câmara e votar na eleição do líder do PMDB. Essa figura volta logo ao cargo de ministro, à chefia do ministério que diz derrotado pela "mosquita", como diz a presidente.

O suposto delegado de Dilma Rousseff no PMDB, líder do partido, vai indicar os nomes para a Comissão Especial do impeachment na Câmara e o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), um grande diretor de trânsito das leis na Casa, lugar onde pode se decidir o destino de Cunha. Foi para isso que o governo gastou seu, digamos, prestígio.

Ainda mais avariado ou não pela derrota de ontem, Cunha continua, porém, capaz de paralisar a Câmara. As comissões de trabalho não funcionam enquanto o STF não responder às questões de Cunha sobre o rito do impeachment. Na luta terminal pela sobrevivência, deve "tocar o terror" na Câmara.

DESCRÉDITO

O governo se passa ao vexame de catar votos no chão peemedebista enquanto o país ainda baixa às profundas do fundo do poço.

A ruína é cada vez mais tida como irremediável por longos anos. É esse o significado do "ponto negativo" extra que o governo recebeu ontem da S&P. Não deve causar dano imediato: é um lembrete de que vamos penar para sair do buraco.

O rebaixamento adicional do crédito brasileiro não é mais do que o reconhecimento em cartório da impressão geral de que: 1) O ano extra de recessão profunda agravará a pindaíba do governo; 2) A recuperação será lenta; 3) Não há perspectiva de reviravolta, pois, além de um governo à deriva, há convulsão político-partidária sem fim.

Assim, a perspectiva é de que a dívida pública continue a crescer sem limite. Daí o descrédito adicional.

A única reforma vagamente proposta pelo governo, a da Previdência, deve estar rascunhada apenas em abril, se não for ainda mais retardada pela oposição interna no próprio governo.

Antes disso, o PT promete lançar um programa econômico que pretende desmoralizar mesmo as mínimas intenções reformistas, da boca para fora, de Dilma Rousseff. Portanto, deve assim oferecer um álibi para que outros partidos se abstenham de votar mudanças impopulares.
Herculano
18/02/2016 06:19
DECISÃO DO STF PODE APRESSAR A PRISÃO DE AZEREDO, CONDENADO NO MENSALÃO TUCANO,Josias de Souza

Decisão tomada nesta quarta-feira pelo STF pode frustrar os planos do tucano Eduardo Azeredo. Por sete votos a quatro, os ministros do Supremo deliberaram que a prisão de condenados deve ocorrer após confirmação da sentença na segunda instância do Judiciário. Aplicado ao caso do mensalão mineiro do PSDB, esse novo entendimento pode apressar a prisão de Azeredo.

Ex-presidente nacional do PSDB, ex-governador de Minas, ex-senador e ex-deputado federal, Azeredo já foi condenado pela juíza Melissa Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, por peculato e lavagem de dinheiro. Pegou 20 anos e dez meses de cadeia, em regime inicialmente fechado. Recorre da sentença em liberdade.

Há 15 dias, a magistrada Melissa Lage indeferiu recurso (embargo de declaração) formulado pela defesa de Azeredo. Com essa decisão, a doutora empurrou o grão-tucano para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, um braço da segunda instância do Judiciário. Para desassossego de Azeredo, se a sentença for confirmada ali, terá de ser executada.

Azeredo apostava na infinidade de recursos que a legislação brasileira lhe faculta, para obter, em liberdade, a prescrição dos crimes de que é acusado. Foi por essa razão que ele renunciou ao mandato de deputado federal, fugindo à condenação no STF e forçando o envio do processo à primeira instância. No Supremo, não haveria a mamata dos recursos judiciais em série.

A novidade que aproxima Azeredo das grades complica também a rotina processual dos protagonistas de mais de 80 sentenças condenatórias já expedidas pelo juiz Sérgio Moro no escândalo do petrolão. Não por acaso, Moro apressou-se em comemorar: "A decisao do Supremo fechou uma das janelas da impunidade no processo penal brasileiro", escreveu o magistrado da Lava Jato em nota.

A Suprema Corte modificou seu próprio entendimento sobre a matéria. Até aqui, uma condenação só era considerada definitiva ?"transitada em julgado, como dizem os advogados?" depois de esgotadas todas as possibilidades de recursos: perante o juiz de primeiro grau, na segunda instância (tribunais estaduais e tribunais federais de recursos), o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal.

Na nova realidade, os recursos continuam à disposição dos condenados. Mas sua utilização como ferramentas de protelação perde o sentido, já que deixam de suspender a execução da sentença a partir do segundo grau. Como afirma o juiz Moro, fecha-se uma janela para a impunidade. Ou várias.

Num julgamento ocorrido no STF em fevereiro de 2009, o então ministro Joaquim Barbosa deu uma ideia do descalabro. Analisava-se o pedido de liberdade de Osmar Coelho Vitor, um condenado por homicídio na cidade mineira de Passos. Ele foi solto porque a maioria dos ministros do Supremo concordou com a tese da defesa, segundo a qual seria imperioso assegurar o direito de não ser preso antes do julgamento do último recurso.

Joaquim Barbosa votou contra a concessão do habeas corpus. Vencido, protestou: "Se formos aguardar o julgamento de Recursos Especiais e Recursos Extraordinários, o processo jamais chegará ao fim. No processo penal, o réu dispõe de recursos de impugnação que não existem no processo civil." Nenhum país do mundo convive com a "generosidade de habeas corpus" que existe no Brasil, enfatizou Barbosa.

Para reforçar seu ponto de vista, o relator do mensalão disse que havia no Brasil casos de réus confessos que não ficavam atrás das grades. Sem citar nomes, mencionou um caso que se encontrava sobre sua mesa: "Sou relator de um rumoroso processo de São Paulo. Só de um dos réus foram julgados 62 recursos no STF, dezenas de minha relatoria, outros da relatoria do ministro Eros Grau e do ministro Carlos Britto."

Barbosa foi ao ponto: "O leque de opções de defesa que o ordenamento jurídico brasileiro oferece ao réu é imenso, inigualável. Não existe nenhum país no mundo que ofereça tamanha proteção. Portanto, se resolvermos politicamente ?" porque esta é uma decisão política que cabe à Corte Suprema decidir ?" que o réu só deve cumprir a pena esgotados todos os recursos, ou seja, até o Recurso Extraordinário julgado por esta Corte, nós temos que assumir politicamente o ônus por essa decisão."

Aposentado prematuramente, Joaquim Barbosa não participou da decisão histórica tomada pelo STF nesta quarta-feira.
Herculano
18/02/2016 06:04
SOB O MANTO DA HIPOCRISIA, por Rogério Gentile, para o jornal Folha de S. Paulo

Lula e o PT, por coerência, deveriam pedir desculpas a Silvio Pereira, o Silvinho "Land Rover", ex-secretário-geral do partido.

Em julho de 2005, pressionado e ameaçado de expulsão, Silvinho saiu do PT abatido pela descoberta de que ganhara um carro de R$ 73,5 mil de presente da GDK, empresa prestadora de serviços da Petrobras. "Cometi um erro. Não me esconderei sob o manto da hipocrisia", disse à época.

A Land Rover surgiu durante as investigações do mensalão. Com a popularidade em queda e temendo ser tragado pelo escândalo, o então presidente tratou de se desvencilhar dos companheiros. Dirceu se demitiu do ministério, Genoino largou a presidência do PT, Delúbio deixou a tesouraria e Silvio foi embora do partido. Em pronunciamento, Lula se disse traído por práticas inaceitáveis. "Foi uma facada nas costas."

O sol de Atibaia, no entanto, serviu para redimensionar o episódio Land Rover. Perto do sítio "disponibilizado" a Lula e dos favores que ao que tudo indica foram oferecidos por um consórcio de empresas para o bem-estar presidencial, o veículo de Silvinho virou um verdadeiro presentinho de criança.

O sítio de 173 mil metros quadrados foi comprado por R$ 1,5 milhão em 2010 por sócios do filho de Lula ?"um deles atua em diversos setores, do editorial ao imobiliário. A reforma do imóvel, que teria sido paga pela Odebrecht, custou, só em materiais, cerca de R$ 500 mil. A cozinha planejada, que segundo notas fiscais foi paga pela OAS, R$ 130 mil. A antena de celular instalada pela Oi ao lado do sítio, a pedido de um amigo de Lula, é avaliada em R$ 1 milhão.

Nada disso, porém, incomoda o PT. Dilma diz que o antecessor é vítima de "grande injustiça", Rui Falcão afirma que Lula sofre uma "tentativa de linchamento moral" e Gilberto Carvalho considera ser "a coisa mais natural do mundo" empresas contribuírem "com essa ou com aquela pessoa". Silvinho, a bem da verdade, nunca deveria ter saído do PT.
Herculano
18/02/2016 06:00
LENIÊNCIA RENDE R$ 188 MILHÕES PARA ODEBRECHT, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

A medida provisória 703, a MP da Leniência, iniciativa cara-de-pau que blinda empresas enroladas em escândalos de corrupção, já produz os seus efeitos: foram liberados R$ 188,2 milhões públicos à Braskem, subsidiária da Odebrecht, enroladíssimas na Lava Jato, através de financiamento da Sudene, com recursos do FDNE. O dinheiro é para "modernizar" o Centro de Petroquímicos de Camaçari, da Braskem.

Propina da Braskem

Ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa revelou à PF que levou propina da Braskem para agilizar a venda de nafta pela estatal.

Pagou barato

Paulo Roberto disse que recebeu da Braskem, de 2006 a 2012, uma média de US$ 3 milhões a US$ 5 milhões por ano, em contas na Suíça.

Grana do contribuinte

O ato que beneficia a Braskem é de Ricardo A. Barros, diretor da Sudene, e o dinheiro é do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste.

Canetada amiga

A MP da leniência vigora desde 21 de dezembro, após a canetada de Dilma, e tem efeito de lei por até 90 dias sem aprovação do Congresso.

VENDA DE ATIVOS DA PETROBRÁS TEM REGRAS SUSPEITAS

As regras para venda de ativos da Petrobras são até inovadoras, mas esquisitas. A cara do PT. A estatal escolhe um financial adviser para identificar interessados, por exemplo, numa usina termoelétrica. O escolhido terá acesso às entranhas da usina à venda, para confirmar ou não o interesse. A rigor, a Petrobras é que escolherá o felizardo, sem licitação, no escondidinho da sala de reunião. A cara do PT.

Parece, mas não é

Na Petrobras, garante-se que as regras de venda de ativos são para impedir gatunagem, mas fica parecendo o contrário. A cara do PT.

Processo secreto

O problema das novas regras de venda de ativos é que a Petrobras mantém intocável um velho cacoete: o processo não é aberto.

Haja coragem

É curioso como a Petrobras, com a Operação Lava Jato na rua, ainda fixa regras tão vulneráveis a suspeição, para vender ativos bilionários.

Justiça desrespeitada

Como ministro-chefe da Casa Civil, o ex-sindicalista Jaques Wagner precisa respeitar a Justiça. Ele continua repetindo a ladainha de atribuir as graves denúncias contra Lula ao "inconformismo da oposição".

Aos inimigos, o rigor da lei

Aliados do presidente da Câmara ironizam: a diferença entre os processos contra Eduardo Cunha e contra Renan Calheiros, amigo do governo, no Supremo Tribunal Federal, "são 9 anos de tramitação".

Olha a oposição aí, gente

Esquisito, é: o tucano Aécio Neves, armando com o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), aliado de Dilma, a aprovação da reforma da Previdência, tentando atrair o PT para outro golpe contra aposentados.

Para quem pode

Marcos Rogério (PDT-RO) dispensou os computadores do Conselho de Ética e levou para a reunião do processo contra Eduardo Cunha um turbinado tablet iPad Pro dourado, que custa entre R$ 7,3 e R$ 9,7 mil.

Reguffe deixa o PDT

O senador Antônio Reguffe (DF) entregou sua desfiliação a Carlos Lupi, dono do PDT. Cristovam Buarque (DF) também caiu fora e, como a presidente da Câmara do DF, Celina Leão, o destino é o PPS.

A regra é clara

O novo líder do PMDB, Leonardo Picciani, terá de ficar atento. Se o candidato derrotado Hugo Motta (PB) conseguir tirar dele o apoio de 4 deputados, assumirá imediatamente a liderança do PMDB. É a regra.

Tramitando há um ano

O ministro Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União, garante que o processo que investiga a compra superfaturada da refinaria de Pasadena não parou e agora se encontra na área técnica do TCU.

Elogio imprevisto

A vida não está fácil para Nelson Barbosa (Fazenda): as bancadas do PT na Câmara e no Senado criticaram os rumos da economia e o compararam a Joaquim Levy. Sem saber que o estavam elogiando.

Pensando bem?

?tentando desqualificar quem o investiga e agindo para escapar à ação da Justiça, Lula mostra que sua cor favorita amarelou.
Herculano
18/02/2016 05:38
PRATO REQUENTADO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

A administração petista reuniu representantes de trabalhadores, de entidades patronais e do Executivo federal para dar início a debates que embasarão uma proposta de reforma da Previdência Social.

Tal narrativa aplica-se a esta quarta-feira (17) e também ao dia 7 de março de 2007 ?"quando inauguraram-se os trabalhos do Fórum Nacional da Previdência Social, com a exposição de estimativas do IBGE que demonstravam ser insustentável, a longo prazo, o regime nacional de financiamento de aposentadorias.

Naquele ano, o primeiro do segundo mandato do ex-presidente Lula, o grupo de 22 participantes com direito a voto promoveu 15 reuniões, consultou mais de três dezenas de estudiosos e publicou 12 atas até o final de outubro.

A nova empreitada responde pelo nome mais prolixo de Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado por decreto presidencial em abril do ano passado, com prazo prorrogável de seis meses. A primeira reunião só ocorreu em setembro: instalaram-se dois grupos de trabalho.

No segundo encontro, o de agora, Ricardo Berzoini, titular da Secretaria de Governo, recomendou ao colegiado "maturidade" no exame das propostas previdenciárias que estão por vir. Nada de concreto se apresentou, entretanto: disse o ministro que o governo não pretende servir um "prato feito".

Convém, para abreviar as próximas altercações em torno do cardápio indigesto, recordar o aprendizado de 2007 ?"e a primeira lição é que não há acordo possível entre a ofensiva reformista e a defesa do "statu quo" pelo sindicalismo.

Os dissensos fundamentais não se alteraram desde a década passada: a redefinição de idade mínima e tempo de contribuição para aposentadoria; o reajuste dos benefícios e sua eventual desvinculação do salário mínimo; a revisão da permissividade desmesurada das regras das pensões por morte.

Só o que mudou, de lá para cá, foram as circunstâncias do governo. Antes, uma fartura orçamentária ocasional permitia uma aliança conveniente com as centrais sindicais em prol da procrastinação ?"luxo inexistente hoje.

Menos mal que o Palácio do Planalto tenha manifestado a intenção de enviar um projeto de reforma ao Congresso Nacional em abril, independentemente do desfecho de sua assembleia caseira.

Há pela frente um embate de interesses legítimos e mais amplos que os das representações classistas. Entre eles, os das futuras gerações, que arcarão com custos proporcionais à delonga do presente.
Sidnei Luis Reinert
17/02/2016 19:57
PREFEITURA ASFALTOU ESTRADA PARA SÍTIO DE LULA

Brasil 17.02.16 13:07
Em dezembro de 2011, pouco depois da instalação da antena da Oi, a Prefeitura de Atibaia iniciou uma série de obras de infraestrutura no bairro do Portão, onde está localizado o sítio Santa Bárbara.

A estrada do Clube da Montanha, que dá acesso ao sítio de Lula, ganhou asfalto novo. Foi concluída a reconstrução de três pontes e realizadas obras de drenagem.

As informações foram veiculadas pela assessoria de imprensa da própria Prefeitura em sua página oficial. No texto o secretário de Infraestrutura, Rafael Dentinho, explicou que a recuperação da estrada do Clube da Montanha era uma "antiga reivindicação dos moradores".

Reivindicação que, pelo visto, só foi atendida depois que Lula chegou.
Sidnei Luis Reinert
17/02/2016 19:47
17 DE FEVEREIRO DE 2016
Para não deixar dúvidas, S&P rebaixa o Brasil novamente menos de seis meses depois

E a perpectiva par as próximas notas segue negativa.

Por Redação Implicante | Tópicos Grau De Investimento, Recessão


Menos de seis meses depois de tirar um grau de investimento do Brasil, a Standard and Poor's fez questão de reforçar que os brasileiros vivem num país que não merece o dinheiro de investidores que buscam alguma segurança e rebaixou mais uma vez a nota do país. Desta forma, a nação comandada pelo PT há mais de 13 anos caiu de BB+ para BB, com perspectiva negativa. Ou seja? Com a expectativa de seguir caindo nas próximas atualizações.

Se já estava difícil para o Brasil receber investimentos, ficou ainda pior. O que, em tempos de crise, retira qualquer esperança de um futuro melhor a curto e médio prazo. O pior é, mesmo diante dessas derrotas econômicas, ver o governo Dilma enfileirando vitórias políticas, como a eleição de Leonardo Picciani para a liderança do PMDB. É um sintoma de que governistas não se importam. Nem oposicionistas ?" ou se esforçariam o suficiente para evitar este cenário.
Almir ILHOTA
17/02/2016 18:33
HERCULANO.


Até quando teremos que aguentar esse governo incompetente? Será que nem neste ano de eleição irão melhorar seu jeito de governar?

Mais uma vez o povo dos baús que votaram em peso no Daniel, na Tatiana e nessa equipe que aí está, terão que suportar a ausência dos serviços prestados pela balsa?

É muita falta de zelo, e é um tremendo desgoverno o que estamos vivendo em ILHOTA.
José Aldo Zicovi
17/02/2016 16:39
Senhores,

Que estória é essa de malucar a honra do agente de transito, o senhor Silva, isto é montagem, se for verdade, não acredito em mais ninguém, pois se verdade for que moral teria ele para se fazer cumprir a Lei?

Não acredito, um homem honrado não faria isso.
Clarice de O. Luz
17/02/2016 13:49
Referente ao vídeo que está rolando na internet, sobre o agente de transito da DITRAN. Realmente é muito interessante que esse vídeo tenha vindo a tona um ano após o acontecimento, momento esse oportuno ao qual sua esposa acaba de se lançar candidata a presidência do SINTRASPUG. Será que foram abertos processos administrativos referente aos agentes de transito que usavam os veículos como TÁXI. Acorda Gaspar, a hora e o momento de mudança esta chegando!
Michel
17/02/2016 11:35
Sr Rui será que o Sr. Celso não foi oferecer os serviços da Prefeitura para os moradores ?

Em 2012 teve gente que se deu bem no Bairro Macuco, as máquinas da Sec. de Obras tiraram barro atrás de sua casa e fizerem aterro em sua outra propriedade.

Um favorzinho desse tipo quem não quer ?

Fiquem de olho, esse ano vai rolar muito disso.
Rui
17/02/2016 08:40
Marcelo Brick desapontou muito aos moradores da comunidade Bom Jesus, muitos ainda tem suas arrozeiras pra sustento da Familia, e o homem vota pra acabar com a Agricultura em Gaspar.... O tiro no pé hein, os moradores esperam ansiosamente o nas casas para pedir voto.... ele e seu cabo Paulo Wandall pai de sua acessora....
Rui
17/02/2016 08:37
Sr Celso, caiu da cama, já pelas 08:00 da manhã , conversando com moradores do Barracão, que o ano de eleição não faz hein! Acorda Gaspar!
Herculano
17/02/2016 07:21

FUGA DE DEPOIMENTO CARBONIZA IMAGEM DE LULA, por Josias de Souza

A pretexto de socorrer Lula, o deputado federal petista Paulo Pimenta (RS) obteve a suspensão do depoimento que o ex-presidente e sua mulher Marisa Letícia prestariam nesta quarta-feira ao Ministério Público de São Paulo sobre o célebre triplex do Guarujá. Juridicamente, foi um feito. Politicamente, um desastre.

Lula sempre foi visto pelos devotos que o seguem como um mito. Ao fugir dos questionamentos do promotor Cassio Conserino, a quem acusa de perseguição, portou-se como alguém que descobriu que também está sujeito à condição humana. Potencializou, de resto, a impressão de que não dispõe de uma defesa consistente.

Na fase em que ainda tocava trombone sob o telhado de vidro, Lula se comportava como um homem que lambe o dedo depois de enfiá-lo num favo de mel. Visitou o triplex ciceroneado por Léo Pinheiro, o dono da OAS. E foge das abelhas desde que o imóvel foi pendurado nas manchetes com elevador privativo, cozinha de luxo e aparência de escândalo.

Lula costumava cavalgar sua autoconfiança com desenvoltura desconcertante. Abalroado por investigações em série, seu desembaraço deu lugar a um silêncio que diz muito sobre sua dificuldade de colocar em pé defesas consistentes. O velho chavão - "eu não sabia"- perdeu a serventia. E o silêncio não é o melhor substituto. Quanto mais Lula demora a se explicar, mais carbonizada fica sua imagem.
Herculano
17/02/2016 07:13
A ELEIÇÃO QUE NUNCA TERMINA, por Bernardo Mello Franco para o jornal Folha de S. Paulo

Há uma semana, o novo líder do PSDB na Câmara reconheceu que o partido errou no ano passado ao apoiar a pauta-bomba e sabotar o ajuste fiscal. "Cometemos algumas extravagâncias", afirmou Antonio Imbassahy a esta coluna.

Ele admitiu que a investida contra o equilíbrio fiscal foi "danoso" à imagem da sigla e prometeu uma guinada em 2016. "Vamos facilitar o que for necessário para revigorar a economia", disse, ressalvando que não apoiará o aumento de impostos.

Ontem o senador Aécio Neves reapareceu em Brasília após o Carnaval prolongado do Congresso. Seu discurso foi bem diferente. "Não há alteração de um milímetro sequer na posição do PSDB", disse, resoluto.

O tucano foi questionado sobre possibilidade de estabelecer um diálogo mínimo com o governo. Sua resposta também foi negativa. "A presidente não tem hoje autoridade e credibilidade, pelas mentiras infinitas que lançou ao Brasil inteiro, de dialogar com as oposições", atacou.

Aécio teve motivos para se queixar da campanha de 2014. Dilma Rousseff e o PT esconderam o rombo nas contas públicas. Sempre que falava nos problemas, o tucano era chamado de pessimista. Quando a eleição acabou, a presidente esqueceu o próprio discurso e abraçou a agenda econômica do adversário.

Tudo isso é verdade, mas um ano se passou e o país segue ladeira abaixo, na maior recessão da história recente. Embora a crise tenha sido gestada pelo governo, seu agravamento exige uma atitude mais responsável também da oposição, que precisa superar o ressentimento eleitoral.

Uma das tarefas mais urgentes é reformar a Previdência. A população envelhece, a taxa de natalidade despenca e o sistema precisa ser alterado o mais rápido possível. Em vez de defender as posições históricas do PSDB, Aécio diz que só aceita discutir o assunto quando houver consenso no outro lado. É mais uma forma de interditar o diálogo e prolongar a eleição que nunca termina
Herculano
17/02/2016 07:11
PT REPETE MENSALÃO PARA CULPAR SILVINHO PEREIRA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O PT e o Planalto concluíram que serve ao "público interno", mas é inútil na Justiça a alegação de que as denúncias contra o ex-presidente Lula são da "oposição inconformada com a derrota". As acusações podem levar à condenação, por isso se debruçam no detalhamento da estratégia de defesa idêntica ao mensalão: apontar o culpado de sempre, ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira, "Silvinho Land Rover", como responsável exclusivo pela gatunagem do partido na Petrobras.

Delação devastadora

Juristas com acesso ao processo da Lava Jato alertaram o PT para a delação devastadora do lobista Fernando Moura comprometendo Lula.

Chave de cadeia

Lula é citado em delações do petrolão e responde a suspeita de corrupção passiva nos casos do tríplex e do sítio em Atibaia (SP).

Pai da criança

O PT tenta fazer Silvinho Land Rover assumir a culpa sozinho, mas ele sabe que, não sendo primário, pode "mofar na cadeia".

Voluntários

Se Silvio Pereira não topar o risco, por pressão de familiares, o Planalto e o PT continuarão procurando "culpados voluntários" para blindar Lula.

PARTIDO DE ALDO "APARELHA" DEFESA E IRRITA MILITARES

Irritou as Forças Armadas a nomeação da ex-deputada Perpétua Almeida (PCdoB) para o cargo de secretária de Produtos do Ministério da Defesa. Eles convivem bem com Aldo Rebelo, também comunista, pelas qualidades pessoais do ministro, mas o "aparelhamento" vem sendo considerado "provocação". O PCdoB foi o partido da guerrilha do Araguaia, o mais sério conflito armado enfrentado pelo regime militar.

Boquinha

Perpétua Almeida vai ganhar R$ 13,9 mil. O comandante do Exército, general Villas Boas, 50 anos de serviço, recebe R$ 14,2 mil ao mês.

Mágoa antiga

A ex-deputada Perpétua Almeida tem outro "problema" com a caserna: é dela o projeto que exclui militares dos benefícios da Lei da Anistia.

Não resistiu

O antecessor de Perpétua não sobreviveu à pressão dos militares Murilo Marques Barbosa recebia salário ainda maior: R$ 30,5 mil.

Medo da rebordosa

Os "donos" do sítio em Atibaia (SP), Jonas Suassuna Filho e Jacó Bittar, este sócio de Lulinha, relutaram muito em se oferecer para depor. Temem a acusação de perjúrio, obstrução da Justiça etc. Nem precisava: estão na lista dos que serão intimados a depor, no processo.

Pizza com acarajé

O ministro Jaques Wagner (Casa Civil) atuou junto ao relator da CPI do BNDES, José Rocha (PR-BA), para barrar as investigações contra amigos de Lula, como José Carlos Bumlai. Ninguém mais.

Traição à vista

PMDB de Minas jura que votará em Leonardo Picciani para liderar a bancada, mas não é bem assim. O experiente Michel Temer duvida. Picciani é criticado por se beneficiar sozinho das benesses do governo.

Cristo Redentor

Lúcio Vieira Lima (BA) desdenha do retorno à Câmara de secretários do governo do Rio para votar em Leonardo Picciani (RJ) para Líder do PMDB: "Nem que venha o Cristo Redentor perderemos a eleição", diz.

Top-Top dá nos nervos

O Itamaraty agora oferece "programa contra estresse", com sessões de Tai Chi Chuan e "relaxamento psicossomático". Nossos diplomatas, tão qualificados, continuam à beira de um ataque de nervos com a humilhante subserviência ao aspone Marco Aurélio Top-Top Garcia.

RSVP

O ex-presidente Lula é aguardado para a festa de aniversário do PT em São Paulo, na sexta (19). A resposta está em banho-maria. Vai avaliar a repercussão do seu depoimento à Justiça, nesta quarta-feira (17).

Bataclan vertical

Alegando "profissão reconhecida" no Ministério do Trabalho, as moças que atuam no flat Garvey Park, centro de Brasília, podem assumir o controle do condomínio. Além de atuar nas treze "casas de massagem" do prédio, compraram ou alugaram cerca de metade dos apartamentos.

De saída

Jair Bolsonaro (RJ) ameaça deixar o PP seguir para o PSC, que já abriga seu filho Eduardo Bolsonaro (SP). O PP, aliás, espera cinco defecções na janela para troca-troca de partidos.

Pensando bem?

...Lula deve jurar hoje ao juiz Sergio Moro que não conhece Bumlai e que só pode ter sido um sósia que foi 111 vezes ao sítio de Atibaia.
Herculano
17/02/2016 07:03
SAUDADES DE ANTONIN SCALIA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Em 1953 o juiz Felix Frankfurter, da Corte Suprema dos Estados Unidos, voltava do funeral do presidente do tribunal, Fred Vinson, fulminado por um ataque cardíaco, e disse a um jovem advogado: "Esta foi a primeira prova que tive da existência de Deus".

Estava na agenda da Corte a decisão sobre a discriminação racial nas escolas. O presidente Eisenhower nomeou Earl Warren para o lugar e ele marcou a história do país. A segregação foi derrubada.

O comentário de Frankfurter aplica-se à morte repentina do juiz Antonin Scalia. O líder de uma revolução no pensamento jurídico americano vagou a cadeira no último ano de um presidente democrata, permitindo-lhe reequilibrar uma Suprema Corte que, com sua ajuda, tornou-se mais conservadora.

Scalia morreu aos 79 anos. Fará falta porque não é todo dia que aparecem pessoas cultas, inteligentes, corajosas e bem-humoradas como ele. Basta lembrar sua condenação da lei que determina a divulgação de velhos documentos secretos: "É o Taj Mahal da Doutrina do Desprezo pelas Consequências, a Capela Sistina da desatenção pela análise de custos e benefícios".

"Nino", como era chamado pelos colegas, foi um católico fervoroso (nove filhos) e um conservador nos anos 1960, quando quase todo mundo achava que era de esquerda. Afora ser rígido nos costumes, seu ponto era simples: a Constituição americana deve ser lida e cumprida, não deve ser interpretada pelo Judiciário. Quando Scalia começou a dizer isso, parecia um troglodita. Passou o tempo, a Corte Suprema mudou de composição e hoje parece-se mais com ele do que com a de Earl Warren. Nem se pode dizer que ele estivesse na extrema direita do tribunal, pois esse lugar é ocupado por Clarence Thomas, acumulando a primazia do extremismo com a da mediocridade.

Antonin Scalia ficou 29 anos na Suprema Corte. Seu temperamento levou-o a perder amigos na banda conservadora. A republicana Sandra O'Connor, por exemplo, tomou horror a ele. Surpreendentemente, fazia-os entre os liberais. Ruth Bader Ginsburg, a rainha da bancada, com quem ele ia à ópera e montou num elefante na Índia, explicou: "Eu gosto dele, mas às vezes gostaria de estrangulá-lo". (Quando ela cochilou durante um discurso de Obama, ele lhe disse: "Foi a coisa mais inteligente que você fez." A senhora tinha tomado um copo a mais.)

Ele pertenceu a uma cepa de homens públicos comum nos Estados Unidos, porém rara no Brasil: aqueles que estão sempre na mesma posição fundamental.

Scalia não entendia como os brasileiros diziam que algo podia ser legal, mas não era legítimo. Parecia-lhe conversa de papagaio. Quando lhe explicaram que em Pindorama houvera uma coisa chamada Ato Institucional, cujas consequências não podiam ser submetidas à apreciação judicial, espantou-se e mudou de assunto.

Passou o tempo e, em Curitiba, um procurador disse que não seria conveniente confrontar dois depoentes que diziam coisas conflitantes, pois isso seria mexer em "bosta seca". Num caso em que defendia o direito de um acusado ser confrontado com a testemunha, Scalia ensinou:

"Dispensar o confronto porque o testemunho é obviamente confiável é o mesmo que dispensar um júri porque o réu é obviamente culpado".
Herculano
17/02/2016 07:00
OS VÍCIOS E AS VIRTUDES, por Carlos Brickmann

Consta que, certa vez, contaram ao presidente Abraham Lincoln que seu mais importante general, Ulysses Grant (que também chegaria a presidente dos EUA) vivia bêbado. Lincoln replicou: então é melhor mandar o mesmo uísque aos meus outros generais, para que sejam vitoriosos como ele.

mais recentemente, o marechal Bernard Montgomery recebeu de Sua Majestade o título de Herói da Grã-Bretanha. E alfinetou o primeiro-ministro Winston Churchill, a quem não perdoava por comandar as tropas inglesas, mesmo tendo carreira militar muito menos brilhante que a dele: "Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói", disse Montgomery, referindo-se a alguns hábitos de Churchill. Churchill respondeu com o bom humor de sempre: "Eu fumo, bebo, prevarico e sou o chefe dele".

Churchill bebia (muito), Hitler não bebia. O presidente americano Franklin Roosevelt tinha mais de uma mulher, Hitler não tinha. O marechal von Bock, que comandou a invasão a Moscou, era oficial condecorado. O marechal Rokossovsky, que o derrotou, estava preso sob acusação de espionagem e foi retirado da cadeia para comandar a resistência.

Virtudes e defeitos pessoais são pessoais, não públicos. E martelar sobre as 37 caixas de vinho que Lula mandou para o sítio de Atibaia é bobagem: aparentemente há denúncias mais graves para que ele se preocupe do que esta dos vinhos.

Que, aliás, cinco anos depois, certamente já se foram.

SO VALE SE DOER

Richard Morris, coordenador da campanha vitoriosa de Clinton em 2006, analisa a influência dos escândalos sobre candidaturas e é citado pelo ex-governador fluminense César Maia, em seu ex-blog. Algumas frases que parecem referir-se ao Brasil: "A única maneira de sair vivo (de um escândalo) é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". "A força de um escândalo é a importância política. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa. Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensivos".

Ou seja, misturar coisas graves com implicâncias menores é fazer o jogo do adversário.
Herculano
17/02/2016 06:59
ZIKA MAQUIADA, por Carlos Brickmann

Em sua incessanta movimentação contra o vírus zika, Dilma visitou sábado, no Rio, a favela Caminho do Zepelim. Na véspera, para garantir um ambiente mais agradável à ilustre mata-mosquita, funcionários da Presidência e da Prefeitura do Rio podaram árvores, recolheram lixo, varreram as ruas, limparam valas - "coisas que nunca fizeram aqui", como disse a dona de casa Diana Amorim Gonzalez, que há um mês teve zika.

Dilma certamente se orgulhou da favela tão limpinha e bem cuidada.

MAS TEM PRECEDENTE

O cordão que cada vez aumenta mais que se antecipou à visita de Dilma certamente se inspirou nas Aldeias Potemkin, da Rússia. Grigory Potemkin, ministro e amante da rainha Catarina, a Grande, preparou tudo para a visita de Sua Majestade, acompanhada de embaixadores estrangeiros, às terras recentemente conquistadas em guerra com o Império Otomano. Potemkin criou as aldeias que levaram seu nome: pequenas cidades cenográficas, habitadas por gente bonita e saudável, foram colocadas no caminho, para que a imperatriz visse e mostrasse aos visitantes como seu povo era feliz.

Mas que ninguém compare Dilma a Catarina, a Grande: Catarina foi uma tirana, chefiou o golpe contra seu marido (que foi morto pelo irmão de seu amante), mas fez um grande governo, que mudou a face da Rússia.

UMA CONFISSÃO

A informação é oficial: a Petrobras está demitindo 30 mil funcionários administrativos e devolvendo 240 mil m² de escritórios, alugados de 2005 para cá. Segundo a empresa, a produção continuará a mesma. Os 30 mil funcionários que saem e os milhares de m² alugados não farão falta.

A Petrobras deixa prédios que ocupava em Macaé, RJ, na Bahia e no Espírito Santo - onde já tinha construído novas sedes, mantendo o aluguel das antigas. Em Macaé, houve a devolução de escritórios em três endereços. Em Salvador, parte da área financeira foi transferida para a Torre Pituba, que pertence a seu fundo de pensão, o Petros, e foi construída, claro, por Odebrecht e OAS. Mas até o fim do ano a empresa paga os novos aluguéis e os antigos. E quem alugava cinco imóveis para a Petrobras no centro do Rio? O BTG Pactual - o banco de André Esteves.

Há dúvidas sobre os motivos que levaram a Petrobras ao prejuízo?

POLÍTICO É POLÍTICO

Mais de onze mil quilômetros nos separam. Mas a cabeça dos políticos nos une. Resposta do presidente sírio Bashar Al-Assad quando lhe perguntaram se pretende ficar a vida inteira no cargo, como seu pai: "A presidência não é um hobby que apreciamos. É uma responsabilidade".

Em resumo, quer ser presidente para o bem do povo. Lembra alguém, não?
Herculano
17/02/2016 06:55
O VAREJO NO ATACADO VAI MAL, por Vinicius Torres Freira, para o jornal Folha de S. Paulo

O comércio vendeu muito menos em 2015. O movimento do varejo depende de salários e crédito, que apenas por milagre vão melhorar neste 2016. De onde virá pelo menos um anteparo que evite baixas maiores na economia?

As vendas do varejo baixaram 4,3%, soube-se ontem pelo IBGE. Dadas as previsões para emprego e crédito, tenderiam a cair outro tanto neste ano. Nas contas da Confederação Nacional do Comércio, é isso o que deve acontecer: baixa de 3,9%.

O total dos rendimentos do trabalho deve cair mais do que em 2015, pois o número de pessoas empregadas e o salário médio começaram a diminuir no fim do ano passado e devem diminuir mais, pois o desemprego vai aumentar.

Os dois maiores bancos privados do país, Bradesco e Itaú, consideram que o total de dinheiro que têm emprestado deve diminuir entre 4% e 5% neste ano. No ano passado, o estoque de crédito desses bancos havia encolhido cerca de 6%.

Não há boas estimativas sobre o que vai ser dos salários neste ano. A tendência registrada no trimestre final de 2015 era de piora. Além do mais, espera-se que a taxa nacional de desemprego passe da média de uns 8,5% no ano passado para 11,5% neste. É fácil perceber que salários não tendem a aumentar em ambiente de desemprego crescente.

O crédito para as pessoas físicas parece variar com os salários e ânimos dos consumidores, que não deverão estar muito animados com as perspectivas ou com a situação da sua vida nesse ambiente de medo maior de desemprego ou desocupação de fato.

Do consumo não virá um aumento da demanda na economia, ao contrário, pois.

Dos investimentos do setor público "em obras" também não virá impulso, se é que não haverá corte adicional, depois do massacre horrendo de 2015 (no caso do governo federal, corte de quase 40%).

Do setor externo pode vir alguma ajuda, que, no entanto, ainda parece muito pequena, se alguma. Do que se trata? Numa recessão, ainda mais com um "dólar caro" (real desvalorizado), tende-se a produzir no país o que se comprava lá fora (lembram do dólar a R$ 1,60?), além de exportar mais, vender mais no exterior.

As previsões são ainda mais difíceis nesse caso, pois não se sabe muito bem como a indústria nacional vai reagir, se é capaz de recuperar mercados e se haverá mercado, pois o comércio mundial anda periclitando. Como se tem visto, há rumores de mais lerdeza na economia internacional.

O impulso viria do investimento privado (em novos equipamentos, instalações produtivas, construções)? Por enquanto, a confiança dos empresários permanece arrasada, embora dê um ou outro sinal de que, talvez, tenha parado de afundar.

Daí que vá melhorar é muito otimismo, pois: 1) Há perspectiva é de recessão feia em 2016 e estagnação em 2017; 2) Não há investimento público; 3) Não há sinal de que a ruína progressiva das contas públicas será contida; 4) O descrédito do governo é ainda abissal; 5) Os juros estão altíssimos.

Um programa de concessões, privatizações, de obras e serviços poderia fazer a roda da economia girar um tico. Mas mesmo esse plano está atolado desde que o governo o anunciou com a fanfarra ridícula de sempre, em meados de 2015
Sidnei Luis Reinert
16/02/2016 20:33
De Ronaldo Caiado:

O PT hoje deu mais uma demonstração de desrespeito a Constituição e ao uso correto do dinheiro público. Rejeitou meu requerimento de convocação do ministro da Comunicação, Edinho Silva, para explicar o uso da Voz do Brasil como instrumento de propaganda e defesa da presidente Dilma em relação ao processo de impeachment. Um programa mantido com dinheiro público que tem como função informar, de maneira imparcial, ações do Executivo, Legislativo e Judiciário. A impessoalidade é um dos princípios da administração pública, como determina a Constituição. E depois os petistas vêm cobrar imparcialidade da imprensa, se nem em um programa financiado com dinheiro do povo, que tem obrigação de ser impessoal, segue essa regra.
Sidnei Luis Reinert
16/02/2016 20:11
-Depois do governo anunciar que vai desvalorizar o real empurrando o dóllar para R$ 5,00 em um futuro próximo...
-Depois de tornar a dívida pública impagável( interna e externa)...
-Depois de acabar com as estatais...
-Depois de emprestar nosso dinheiro às empreiteiras e aos países comuno-ditadoriais( que lula disse que seria bom para nossa economia)...
- Depois de dar 50 bilhões aos BRICS...

...Acabou o dinheiro e o governo não consegue mais nem pagar os juros das dívidas públicas. Sim, iremos pagar JUROS COMPOSTOS e ninguém mais quer emprestar dinheiro ao mal pagador BRASIL. Nossa caderneta de poupança está chegando na reta alá COLLOR.

há economistas afirmando que dentro de 2 anos a inflação vai disparar como na era COLLOR se não entrar um governo estilo MACRI, DA ARGENTINA, para parar o sangramento de nosso dinheiro e estabelecer confiança no mercado

AGORA A ANTA CALOTEIRA COM CARA DE SATANÁS VEM COM MAIS ESSA:


Não é piada: Dilma agora quer meta fiscal NEGATIVA

Pois é. A nova "meta" seria um déficit de 0,5%.

Por Redação Implicante | Tópicos Crise Econômica, Déficit, Dilma Rousseff, Meta Fiscal, Meta Fiscal Negativa


A estabilidade econômica é firmada em alguns pilares fundamentais e um dos mais importantes, sem dúvida alguma, é o controle de gastos públicos. Um governo, antes e acima de tudo, precisa gastar MENOS do que arrecada. É o óbvio do óbvio, certo? Errado; ao menos para Dilma.

Depois de baixar a meta fiscal para patamares risíveis, chegando até ao zero, agora a coisa vai além: o governo quer "meta negativa" (sim, ter uma META NEGATIVA diz quase tudo sobre a incompetência de Dilma e de sua equipe). A nova proposta é de déficit de 0,5%.

O que podemos esperar disso é obviamente uma piora de todos os demais indicadores. Uma gestão perdulária, que não controla seus gastos, não consegue por conta disso atrair investidores sérios para a economia do país ?" nem permite ao mercado interno que cresça de maneira saudável e correta.

Dilma é uma piada. De muito mau gosto.
Herculano
16/02/2016 13:38
LEITURA DO OBVIO. "SE A CRISE PERSISTIR, 'O POVO' NÃO DEFENDERÁ O GOVERNO, DIZ LULA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Ricardo Galhardo e Ana Fernandes.O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 15, em reunião do conselho consultivo da presidência do PT, que o governo tem até junho para mostrar sinais de recuperação da economia. Segundo relatos de participantes da reunião, Lula afirmou que a partir do segundo semestre indicadores econômicos e sociais que avançaram durante sua gestão podem regredir aos índices do final do governo Fernando Henrique Cardoso caso a economia não melhore, apagando o legado de seus oito anos no Planalto.

"Aí não vai ter povo para defender", disse Lula, de acordo com integrantes do conselho.

Segundo relatos de conselheiros petistas, o ex-presidente pediu empenho do partido para pressionar governo e ministros no sentido de adotar medidas econômicas menos conservadoras e mais em sintonia com as demandas da base histórica do PT, contrária ao ajuste fiscal proposto pelo governo Dilma Rousseff.

Plano emergencial

Como parte da estratégia de pressão, o PT apresentou internamente um documento intitulado Plano Nacional de Emergência, cujo objetivo é propor, paralelamente ao governo, sugestões para retomada imediata do crescimento econômico.

O texto, que não foi divulgado para a imprensa, ainda será submetido do diretório nacional do partido, que se reúne no dia 26, no Rio de Janeiro. Entre seus autores está o economista Márcio Pochmann, professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, o braço intelectual do PT.

Em setembro do ano passado, Pochmann coordenou a elaboração do documento Por um Brasil Justo e Democrático, no qual faz críticas ao ajuste econômico e propõe medidas como redução da taxa de juros, flexibilização das metas fiscais e mudança no cálculo da inflação.

Na reunião a portas fechadas do conselho, sobraram críticas à política econômica do governo Dilma, mesmo depois da substituição de Joaquim Levy por Nelson Barbosa no Ministério da Fazenda, principalmente à proposta de reforma da Previdência que aumenta a idade mínima para aposentadoria.

"Eu falei que sou contra (a reforma). O (sistema previdenciário do) setor privado, que é o que está em questão, é superavitário. Não precisa de ajuste. É um erro do governo dar tanta ênfase à reforma da Previdência neste ambiente. Já reclamamos com o ministro (Miguel) Rossetto (da Secretaria-Geral da Presidência)", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.

Segundo eles, alguns participantes também se queixaram que a paralisia de obras públicas por causa do ajuste fiscal, o que tem sido alvo de reclamação de muitos prefeitos do PT e de partidos aliados que vão disputar a reeleição ou tentar eleger seus sucessores nas disputas municipais deste ano.

Em outro documento apresentado também na reunião desta segunda-feira e ainda sujeito a alterações, o presidente do PT, Rui Falcão, também cobra urgência na adoção de medidas para retomar o crescimento.

"Não se pode aguardar mais para inaugurar medidas que retomem o crescimento econômico sustentável, com inclusão social, geração de empregos, distribuição de renda, controle da inflação, melhoria dos serviços públicos, investimentos em infraestrutura", diz o texto do presidente do PT.

Bases

Em uma linha semelhante à de Lula, Falcão afirmou que a demora na melhoria do ambiente econômico e a falta de diálogo sobre as propostas do governo dificultam a relação com as bases petistas.

"Se demorar mais a obtenção de resultados concretos, capazes de reacender expectativas otimistas, a histeria golpista encontrará sempre suas fontes de alimentação no pessimismo, no descontentamento e nas frustrações de toda uma população brasileira que, uma vez despertada para a consciência de seus direitos ?" também por obra de nossos governos ?", não se contentará com pouco, nem aplaudirá, às cegas, medidas adotadas sem o devido debate junto à sociedade civil", diz o texto que também será submetido à direção do PT.

Além de Lula e Falcão, participaram da reunião os governadores do Ceará, Camilo Santana; do Acre, Tião Viana e do Piauí, Wellington Dias; os prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, e de São Bernardo, Luiz Marinho e o ex-ministro Gilberto Carvalho, além de professores, sindicalistas e economistas ligados ao PT.
Herculano
16/02/2016 13:28
DEPOIS DO CARNAVAL, por Rodrigo Constantino, para o jornal O Globo

Parte 1

Uma quadrilha tomou de assalto o Estado enquanto o gigante dormia - ou caía no samba.

Muita gente ficou espantada com o Brasil: mesmo em meio à maior recessão de nossa história, mergulhados no caos social e vendo a zika proliferar, os foliões tomaram as ruas para sambar como se não houvesse amanhã. A revista "The Economist" chegou a traçar um paralelo com alguém que festeja diante de um precipício.

Confesso ao leitor: também fico surpreso. Alguns tentaram justificar a farra com base no argumento de que é uma fuga necessária da dura realidade, uma forma à brasileira de protestar, zombar do trágico destino. A mim parecem racionalizações de um povo que gosta mesmo é de festa.

Um americano que viveu no país nos últimos quatro anos escreveu uma carta aberta que teve grande repercussão. Nela, ele culpa o brasileiro por nossos problemas, nossa cultura, nosso "jeitinho", essa mania de não levar nada a sério. Claro que gerou revolta, pois poucos gostam de críticas, ainda mais de um gringo. Mas ele está errado?

Leandro Narloch chegou a escrever um texto inocentando o brasileiro e culpando nossas instituições. Sim, os incentivos importam, e nossas instituições são mesmo terríveis, concentram muito poder no Estado e na burocracia. Mas por acaso elas surgiram do além, num vácuo de valores, impostas por alienígenas? Nossas instituições "avançam" de acordo com a cultura predominante no povo. Ou seja, a cultura importa, e muito.

É essa cultura da malandragem, por exemplo, que explica um "herói" como Macunaíma, que acaba retratando uma realidade: o sujeito que só quer se dar bem e passa por cima de tudo e todos não é alvo das mais profundas revoltas, e sim compreendido ou mesmo enaltecido por muitos. Vide Lula, o amoral, o milionário do tríplex de frente para a praia e do sítio nababesco. O "pai do Brasil".

As colunas de Guilherme Fiuza têm retratado com perfeição a cegueira, a negligência, a falta de foco e de prioridade de boa parte da população brasileira que simplesmente tem permitido a "marcha dos oprimidos". Uma quadrilha tomou de assalto o Estado enquanto o gigante dormia ?" ou caía no samba. Não é apenas ignorância; é um problema cultural, de postura, de passividade.
Herculano
16/02/2016 13:28
DEPOIS DO CARNAVAL, por Rodrigo Constantino, para o jornal O Globo

Parte 2

Dito isso, o mal em si não está na semana do carnaval. É como se diz para quem reclama que as festas de fim de ano engordam muito: o problema não é o que se come entre o Natal e o Réveillon, e sim entre o réveillon e o Natal. Da mesma forma, o problema não está na semana de fuga da realidade, e sim nas outras 51 semanas do ano. É o que fazemos nesse período que determina nosso destino.

O brasileiro, portanto, ainda tem como se redimir, como provar que a revista britânica e o gringo se precipitaram, que não vai ficar apenas observando de camarote ou sambando enquanto a quadrilha destrói o que sobrou do nosso país. É verdade que o povo já dormiu demais, que deixou a situação chegar a esse patamar assustador. Mas ainda dá tempo de evitar o pior, de impedir um final tenebroso como o da Venezuela.

Mas isso depende totalmente de cada um de nós, dos brasileiros que, juntos, compõem o que se chama "povo". Acreditar que "alguém" fará isso por nós, virá nos salvar, isso é ingenuidade. O próprio juiz Sérgio Moro, que tem sido alvo de ataques pérfidos dos corruptos que temem a Justiça, já disse que para prender os figurões políticos poderosos será fundamental a ajuda da opinião pública e da sociedade civil organizada. Uma andorinha só não faz verão.

O PT enganou muita gente por tempo demais, mas a ficha caiu para a imensa maioria. O discurso de "justiça social" e de defesa dos mais pobres era somente um instrumento de chegada ao poder, como costuma acontecer com toda esquerda populista. Uma vez lá, os "companheiros" enriqueceram, os amigos empreiteiros e banqueiros ganharam rios de dinheiro, e o povo pagou o pato, com uma inflação galopante e fora de controle, desemprego em alta e atividade econômica despencando.

Isso precisa parar com urgência, antes que seja tarde demais. E só há uma forma de reverter o curso: tirar o PT do poder, o grande responsável por essa desgraça toda. Alguns já estão fazendo sua parte, tentando mobilizar os indivíduos, mesmo sem os recursos que os "movimentos sociais" ligados ao governo possuem. São movimentos sociais espontâneos, que não contam com "pixulecos" ou "mortadelas" para atrair gente. Só com o patriotismo mesmo.

No dia 13 de março eles esperam todos vocês nas ruas, para mostrar aos safados no poder que não seremos a próxima Venezuela. O que vale é agora, depois do carnaval. Você vai continuar sambando ou vai tentar salvar o Brasil?
Herculano
16/02/2016 13:14
O CRIME NA POLÍTICA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O documento enviado pelo juiz Sérgio Moro no dia 6 ao Tribunal Superior Eleitoral confirmando o uso de dinheiro desviado da Petrobras em doações ao Partido dos Trabalhadores como se fossem de origem legal tem importância política não apenas porque Moro ressalta que o TSE foi usado para lavar o dinheiro da corrupção na estatal, mas sobretudo porque o fez atendendo a ofícios enviados pelo ministro João Otávio de Noronha, corregedor- geral da Justiça Eleitoral.

Disse o juiz Moro: "(...) a lavagem gerou impacto no processo político democrático, contaminando- o com recursos criminosos, o que reputo especialmente reprovável. Talvez seja essa, mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras, a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático".

Não foi, portanto, uma iniciativa de Moro, que poderia ser taxada como uma perseguição ao PT, mas parte de investigação do TSE, uma das quatro abertas a pedido do PSDB. Tudo indica que todas as demais serão rejeitadas, pois se baseiam em denúncias ou difíceis de provar ou que dependem da visão pessoal do juiz que analisará o caso.

O procurador- geral da República, Rodrigo Janot, por exemplo, já avisou, em um documento sobre uma Ação Judicial de Investigação Eleitoral, que não via gravidade na denúncia de compra de votos a ponto de invalidar uma vitória eleitoral ocorrida em um universo tão amplo de eleitores.

Mas na Ação de Impugnação de Mandato Eletivo por abuso de poder econômico a situação é mais grave pois, como salienta o juiz Sérgio Moro, já existe decisão da Justiça no sentido de condenar o então tesoureiro do PT João Vaccari Neto. "Destaco que na sentença prolatada na ação penal 5012331- 04.2015.404.7000 reputou-se comprovado o direcionamento de propinas acertadas no esquema criminoso da Petrobras para doações eleitorais registradas."




Tal ação penal condenou Vaccari e mais 27 pessoas por diversos crimes, entre os quais a lavagem de dinheiro através do TSE. A força-tarefa do Ministério Público Federal identificou o uso de doações oficiais para disfarçar o recebimento de propina em pagamento lícito mas que, na verdade, tratava- se de lavagem de dinheiro. A pedido de Renato Duque, ex- diretor da Petrobras, foram feitas 24 doações ao Partido dos Trabalhadores ( PT) entre outubro de 2008 e abril de 2010, totalizando R$ 4,26 milhões.

Na sentença, Moro relaciona, entre outros, os seguintes dados que o levaram a condenar Vaccari por lavagem de dinheiro com as doações ao PT: "a) a prova material da realização das doações eleitorais pelas empresas PEM Engenharia, Projetec Projetos, Setec Tecnologia e SOG ?"leo e Gás ao Partido dos Trabalhadores, da qual o acusado João Vaccari Neto era tesoureiro;




b) a confissão de Augusto Mendonça, controlador das empresas doadoras, de que as doações eleitorais foram feitas por solicitação de Renato de Souza Duque e que faziam parte do acordo de pagamentos de propinas pelo contrato obtido pelo Consórcio Interpar com a Petrobrás, sendo abatidas da dívida;




c) (...) a declaração de Augusto Mendonça de que tratou o assunto das doações com o próprio João Vaccari;




d) a vinculação circunstancial entre parte dos pagamentos da Petrobras ao Consórcio Interpar e as doações eleitorais;




f ) a confissão de Pedro Barusco do recebimento de propinas pela Diretoria de Engenharia e Serviços da Petrobras por contratos da empreiteiras com a estatal, inclusive pelo contrato do Consórcio Interpar, e a declaração de que parte da propina era dirigida ao Partido dos Trabalhadores, com a intermediação de João Vaccari Neto, que se fazia presente em reuniões entre Pedro Barusco e Renato de Souza Duque para tratar deste assunto específico;




g) (...) a declaração de Eduardo Hermelino Leite de que foi procurado por João Vaccari Neto para realizar doações eleitorais como forma de pagamento acertado de propina em contratos da Camargo Correa com a Petrobras;




h) as declarações de Paulo Roberto Costa e de Alberto Youssef de que parte das propinas decorrentes dos contratos da Petrobras eram dirigidas a partidos políticos e que João Vaccari Neto intermediava os repasses ao Partido dos Trabalhadores;

ei) a declaração de Alberto Youssef de pagamento de propina em contrato específico da Petrobrás para o Partido dos Trabalhadores, com intermediação de João Vaccari Neto e sua cunhada, Marice Correa Lima."
Doralino Da Silva
16/02/2016 13:10
Fico imaginando de fato qual é a importância que o PMDB da para a cidade?

O próprio Kleber Wandall saiu de uma disputa em 2012 dito como o próximo prefeito! Votação na qual ja comentei varias vezes e não preciso dizer de novo que a votação atingida não é do PMDB, FATO este que não o fazem cair na terra ainda!

Como é que pode em 8 anos o PMDB não ter construído um plano de governo? Onde está a importância da cidade neste jogo? O mesmo candidato não é o candidato das mesmas proposta de 2012? Não preciso dizer que mediante a este cenário o único que corre com sede de poder é o próprio PMDB.

Nos 47 do segundo tempo, estão pensando em um projeto para a cidade, o primeiro tempo passou e o segundo está acabando! Como é que não pensaram nisto antes??
Herculano
16/02/2016 12:51
LIBELO CONTRA O LULOPETISMO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

São "crimes sem precedentes na História do País" que colocam a sociedade brasileira "diante de uma grave afronta à ordem constitucional e republicana". "Pelo até aqui apurado, o uso de apoio político deixou de ser empenhado em razão de propostas ou programas de partido. As coalizões deixaram de ocorrer em razão de afinidades políticas e passaram a ser decididas em razão de pagamento de somas desviadas da sociedade, utilizando-se, para tanto", da Petrobrás.

Essa avaliação, que não deixa dúvidas a respeito das bases podres sobre as quais os governos petistas montaram seu chamado "presidencialismo de coalizão", não é de responsabilidade de nenhum representante da "oposição de direita" nem da "mídia monopolizada". Trata-se da convicção do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que não explicita, mas deixa evidente, em benefício de quem "passaram a ser decididas" com base na corrupção as "coalizões" políticas.

A opinião de Janot foi manifestada ao Supremo Tribunal Federal (STF), em documento no qual pede a rejeição de agravo apresentado pela defesa do ex-ministro Antonio Palocci, por meio do qual se pretendia anular benefícios de delação premiada concedidos ao doleiro Alberto Youssef e ao lobista Fernando "Baiano". A pretensão de Palocci já havia sido rejeitada pelo ministro Teori Zavascki. Inconformada, a defesa do ex-ministro entrou com pedido de agravo, a respeito do qual Zavascki solicitou a manifestação da Procuradoria-Geral da República.

No processo em questão, Palocci é acusado, com base na delação premiada do doleiro e do lobista, reforçada pelo depoimento do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa, de ter exigido, no âmbito do esquema de propinas do petrolão, uma contribuição milionária para a campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010. Essas denúncias embasaram também o pedido encaminhado pelo PSDB ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a cassação dos mandatos de Dilma e de Michel Temer devido à fraude eleitoral relacionada com a captação de recursos ilegais. A propósito, em outubro último o juiz Sergio Moro, que conduz as ações da Operação Lava Jato na primeira instância, havia encaminhado ofício ao TSE apresentando documentos e sugerindo que os mencionados delatores sejam ouvidos também no processo que pede a impugnação da chapa Dilma-Temer.

Depois de quase dois anos de trabalho da Operação Lava Jato e da consequente condenação judicial de vários empresários e executivos de empreiteiras de obras federais, bem como de ex-diretores da Petrobrás e operadores financeiros, resulta perfeitamente comprovado que o propinoduto montado na maior estatal brasileira visava a beneficiar o PT e seus aliados, além, é claro, de engordar algumas contas bancárias de pessoas físicas. E o vigoroso libelo do procurador-geral da República não deixa dúvidas quanto à promiscuidade entre interesses públicos e privados que inspirou o escândalo da Petrobrás: "Os autores dos delitos utilizaram-se de complexa trama política, financeira e logística para a prática de seus crimes, resultando em bilhões de reais de prejuízos aos cofres da Petrobrás e da União, sua sócia majoritária".

Em uma de suas mais recentes intervenções públicas em defesa de Lula e do PT diante da proliferação de evidências de que, como afirma Janot, as afinidades políticas foram substituídas pela mais deslavada corrupção nas relações do governo com seus aliados, o presidente nacional petista, Rui Falcão, acrescentou uma nova categoria na relação de seus inimigos: "setores do aparelho do Estado capturados pela direita". Naquela oportunidade Falcão não teve coragem de nominar seus novos inimigos, que são, obviamente, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e setores do Judiciário, dos quais a figura mais notável é o juiz Sergio Moro. É muito provável que, daqui para a frente, na medida em que o desespero aumentar, Falcão se torne mais explícito. E Rodrigo Janot passe a ser alvo certo.

Mas o presidente do PT e sua turma não estarão inovando. Sempre partiram do princípio de que só existem duas correntes políticas no País: o petismo e o antipetismo. "Nós" e "eles". E a Justiça, quando condena petistas, o faz sempre "sem provas", como quando colocou atrás das grades os "guerreiros do povo brasileiro" que integravam a quadrilha de José Dirceu no mensalão
Herculano
16/02/2016 12:45
NA ROTA DO ATLÂNTICO, por José Casado, para o jornal O Globo

Em ofensiva com Suíça e França, Portugal prende diretor e devassa negócios suspeitos da brasileira Asperbras com a cleptocracia do Congo, país cuja dívida Dilma perdoou.

Quinta-feira passada houve um pequeno alvoroço na sede do Banco Carregosa, na cidade do Porto (Portugal), quando policiais exibiram um mandado de busca. A casa bancária mais antiga da Península Ibérica entrou no mapa das investigações de corrupção e lavagem de dinheiro conduzidas de forma coordenada em Portugal, Suíça e França.

No alvo está o português Antonio José da Silva Veiga, diretor da Asperbras, empresa paulista percebida na Europa e na África como um dos braços financeiros da cleptocracia comandada por Denis Sassou Nguesso, que há 47 anos domina o poder na República do Congo. Veiga foi preso na semana do carnaval, em Lisboa, junto com o sócio Paulo Santana Lopes, horas depois de oferecer 11 milhões de euros (R$ 48,9 milhões) pelo controle do Banco Internacional de Cabo Verde, espólio do falido Grupo Espírito Santo.

O diretor da empresa brasileira não declara bens em Portugal, onde enfrenta atribulações fiscais desde a época em que intermediava contratos de jogadores de futebol como Luis Figo e Jardel, entre outros. No entanto, foram apreendidos oito milhões de euros (R$ 35,5 milhões) em espécie, mais quatro Porsches, Mercedes e um Bentley, além de congelados saldos bancários de dez milhões de euros (R$ 44,4 milhões).

Veiga atuava como agente plenipotenciário de José Roberto e Francisco Carlos Jorge Colnaghi, de Penápolis (SP) ?" sócios mais visíveis do grupo Asperbras. Sua intimidade com o clã Nguesso, em especial com Claudia, filha do ditador, assegurou aos Colnaghi um bilhão de dólares (R$ 4 bilhões) em contratos públicos no Congo. A devassa interrompeu novos projetos, para uma rede bancária e hospitalar.

A Asperbras foi grande beneficiária do perdão concedido dois anos atrás por Dilma Rousseff para uma dívida de US$ 280 milhões que o Congo mantinha com o Brasil. Nessa anistia, chancelada em tempo recorde e sem debate no Senado, ficou perceptível a influência de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma. Palocci tem relações fluidas com os Colnaghi. Chefe das campanhas de Lula (2002) e Dilma (2010), Palocci era usuário dos aviões da Asperbras. Um dos Colnaghi, José Roberto, foi personagem do inquérito do mensalão sobre pagamentos realizados (via Angola) ao publicitário Duda Mendonça, na campanha de Lula em 2002. Ano passado, em outra investigação, a Justiça identificou remessas da Asperbras, no Congo, para a agência Pepper, que atende ao PT desde a campanha de Dilma em 2010.

Alto risco é um derivativo natural dos laços com a cleptocracia Nguesso, hegemônica no país produtor de petróleo e de diamantes sem origem certificada ?" "de sangue", moeda corrente na lavagem de lucros do tráfico.

No poder, os Nguesso construíram uma das maiores fortunas da África. Suas propriedades incluem 66 imóveis de luxo no eixo Paris-Provence-Riviera, segundo o Tribunal de Paris. A família cultua ostentação: Antoinette, primeira-dama, gastou um milhão de euros na celebração dos seus 70 anos em Saint-Tropez. Carla Bruni Sarkozy foi o destaque.

A ação europeia que levou à prisão do diretor do grupo brasileiro Asperbras, sob suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, desenvolve-se sob um sugestivo codinome policial: "Rota do Atlântico".
Daniel S.
16/02/2016 10:43
Bom dia Herculano.
Quer ver outra barbaridade que acontece com nosso dinheiro, os 3 filhos do prefeito de Luiz Alves Viland Bork (PMDB), estão empregados no Estado. Pensa numa turma "organizada" que sabe ganhar eleição, já estão a 4 mandatos na prefeitura. Ficam 3 anos sem fazer nada, se arrastando, daí no último ano a patrola começa de manha cedinho e só para quando escurece, macadame e tubos pra tudo que é lado, um pouco de asfalto aqui, outro ali, favorzinho, uma equipe monstruosa na prefeitura que vão trabalhar somente esse ano, os famosos cabos eleitorais bancados por nós, sem contar com o ... que rola no s últimos dias. É meu caro, não está fácil nem em cidade pequena.
Herculano
16/02/2016 07:30
CRISE NO COMANDO DA POLÍCIA MILITAR DE BLUMENAU, por Alexandre Gonçalves, para o Informe Blumenau

A informação foi dada em primeira mão pela Rádio Nereu Ramos e confirmada pela comandante da 7ª Regional da Polícia Militar, Claudete Lehmkuhl . O comandante do 10º BPM de Blumenau, Fritz Alberto Bueno, pediu exoneração do posto. O motivo seriam divergências com a comandante.

"Lamento muito, peço desculpas a Blumenau", falou a coronel Claudete para o PC e o Rodrigo Vieira na Nereu nesta segunda-feira pela manhã. Declarou-se surpresa, mas garantiu não ter havido desentendimento entre os dois. "Eu entendo a atitude dele ( do tenente coronel Alberto) e apoio. Se não consegue ser mais produtivo, tem que sair mesmo", afirmou a responsável pela regional, que comanda a Polícia Militar desde Brusque até o Alto Vale do Itajaí.

O pessoal da rádio não conseguiu falar com o comandante demissionário, nem eu. Mas o motivo do pedido de exoneração seria o baixo efetivo e as cobranças por resultados.

Durante a entrevista de hoje, Claudete Lehkmuhl reconheceu a dificuldade do efetivo, mas dá entender que é preciso mais criatividade na utilização do policiamento na cidade. Ela está propondo uma redistribuição dos policiais, o que não teria sido bem aceito.

" Cobro comprometimento, lealdada e efetividade", foi uma das falas da coronel, reafirmando que sem a previsão de novas contratações, o comando deve propor soluções, " criar outros mecanismos para diminuir criminalidade, sem nos acomodar".

É um racha importante e tem como pano de fundo um problema grave de Blumenau e região. A falta de efetivo para as polícias é uma das maiores dívidas dos diferentes governadores Estaduais, inclusive o atual, de Raimundo Colombo (PSD) com as cidades do Vale.
Herculano
16/02/2016 07:15
DEPOIS DE EMPURRAR O PAÍS PARA A RECESSÃO, DILMA SO ENXERGA UMA SAÍDA: AUMENTAR IMPOSTOS, por Ricardo Noblat, de O Globo

A se acreditar na palavra da presidente Dilma Rousseff -, uma mercadoria em baixa desde que ela mentiu muito para se reeleger -, o governo não tem mais onde cortar despesas.

E, nesse caso, ou dá ou desce: ou o Congresso aprova a CPMF, o chamado imposto do cheque, ou ela se verá obrigada a aumentar outros impostos que não precisam da autorização do Congresso para ser aumentados.

Foi o que Dilma disse, ontem, em reunião com senadores que a apoiam. Ou que dizem que a apoiam ?" nunca se sabe. São remotas as chances de o Congresso aprovar a recriação da CPMF.

Mais ainda em ano de eleições. E levando-se em conta que esta presidente, e seu governo, são largamente impopulares. Sem dúvida, Dilma é a pior presidente desde que o país se redemocratizou em 1985.

Os mais velhos e céticos poderão perguntar: "E Sarney?" A inflação no governo dele chegou a 80% por mês. Mas com a morte do presidente eleito Tancredo Neves, Sarney herdou um governo que não era dele.

E mais: quer se goste dele ou não, a principal missão de Sarney era a de fazer a transição entre a ditadura militar recém-esgotada e a democracia extinta 21 anos antes. Ele cumpriu a missão.

Qual seria a missão de Dilma? Dar continuidade aos dois governos de Lula, que deixou o cargo com mais de 80% de aprovação. E devolver a ele o poder quatro anos depois ?" não oito anos depois.

Resultado? O desastre que vivemos. Ela fez tudo ou quase tudo errado. Afundou o país porque carecia de qualidades para governá-lo. E vê Lula ser tragado pelo mar de lama da corrupção.

Bobagem essa história de que a corrupção nos últimos 13 anos deve ser debitada apenas na conta de Lula. Quando nada, Dilma foi cúmplice ou conivente com muitos dos crimes cometidos.

Ela foi a principal auxiliar de Lula desde que assumiu a da Casa Civil da presidência em substituição ao ex-ministro José Dirceu. E nunca teve coragem de se rebelar diante de malfeitos. A Lula só disse amém.

A Petrobras é feudo dela desde 2003. Como acreditar que ela não fazia a mínima ideia do que se passava ali? Se nunca fez, no mínimo pecou por incompetência.

Dilma só passou a falar grosso quando foi eleita da primeira vez. E nunca mais perdeu o hábito. Uma prova disso é sua ameaça de aumentar impostos se o imposto do a CPMF não passar no Congresso.
Herculano
16/02/2016 06:59
A VELHA REVOLUÇÃO JOVEM, por Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, no jornal Folha de S. Paulo

Vez ou outra, um esquerdista, geralmente mais velho do que eu, pergunta-me algo assim: "Como você pode ser tão jovem e defender ideias tão retrógradas?". Ou: "Que mudança você quer ao defender as instituições? Por que não uma revolução?". Ou ainda: "Que rebeldia é essa que propõe 'o império da lei'?".

É fato que a juventude costuma ser protagonista de mudanças relevantes ao se rebelar contra os pais, contra o sistema, contra os costumes... É estranho ouvir um jovem falar em "fortalecimento das instituições" ou "império da lei"? Soa conformista? Para definir o que é conformismo ou a defesa do status quo, primeiro precisamos entender a forma que o establishment assumiu no Brasil.

Há mais de 13 anos, somos governados por um partido que não respeita as instituições. A natureza do mensalão e do petrolão mostra que, para o PT, a corrupção é uma norma e uma forma de governo. Grandes obras ou mudanças legais não foram levadas a efeito em razão de um bom diálogo com o Congresso ou de uma relação republicana com a iniciativa privada. Tanto a engrenagem da aprovação de leis como a da construção de obras foram lubrificadas pela propina.

Os sindicatos e os "movimentos sociais", como a CUT, o MST e o MTST, dizem criticar o governo, mas tudo o que fazem é falar mal do "ajuste fiscal", que, na prática, nem o PT defende. Nas ruas, adotam a narrativa oficial. Utilizam manifestações "em favor da democracia" para defender Dilma Rousseff e espernear contra uma tal "oposição golpista".

A União Nacional do Estudantes, aquela entidade que, ao lado da CBF, é adepta de eleições indiretas, vive fazendo manifestos em favor de "mais verbas para a educação". O governo Dilma cortou R$ 10,5 bilhões do orçamento da área em 2015, o correspondente a 10%. Essa falsa rebeldia da UNE em defesa do poder não é assim tão incondicional: desde 2006, a entidade já recebeu mais de R$ 55 milhões dos governos petistas. Na economia de mercado, que eu defendo, não existe almoço grátis. No socialismo da UNE, só a dignidade tem preço.

O Movimento Passe Livre (MPL), que, como já escrevi nesta coluna, organiza protestos que apelam a práticas terroristas, preserva de forma sistemática o governo federal, maior responsável pelo reajuste das passagens. Suas manifestações são chamadas pela presidente Dilma Rousseff ?"a mesma que considera "golpismo" os protestos em favor do impeachment?" de "questões da democracia". Em que democracia o terrorismo e o quebra-quebra são liberados?

Corrupção institucionalizada, Congresso comprado, empresários vendidos, movimentos sociais que são instrumentos de um partido, sindicatos cooptados que fornecem quadros para a gestão do Estado, atentados contra a tripartição do Poder, terrorismo tratado como questão democrática e "estudantes rebeldes" que protestam a favor... Não será este o rosto cuspido e escarrado do pior establishment?

Não há nada de retrógrado em defender o fortalecimento da República e o empoderamento da sociedade. Nosso país já experimentou ditaduras e democracias populistas e nacional-desenvolvimentistas. Hoje, estamos submetidos à cleptocracia petista. Os valores republicanos já foram violados pelos tanques e pelas canetas. Chegou a hora de defendermos o fortalecimento das instituições e o aumento do poder da sociedade diante do Estado.

Na verdade, já passou da hora de nos rebelarmos contra esse establishment. Não é preciso ser jovem para isso. É preciso ter uma dignidade que não se vende nem se compra.

Num país em que a esculhambação é a regra, defender as instituições e o império da lei é que é revolucionário.
Herculano
16/02/2016 06:52
DILMA RELANÇA IDEIA FRACASSADA DE REPARTIR CPMF, por Josias de Souza

Dilma Rousseff deflagrou na noite desta segunda-feira um esforço para tentar destravar as votações no Congresso. Recebeu os líderes governistas no Senado. "No Brasil, o ano só começa depois do Carnaval", disse a presidente, como a justificar a demora do convite.

Cada ano novo é como uma folha em branco, à espera de novas coordenadas. Podendo aproveitar a oportunidade para corrigir o curso do que não funcionou, Dilma adotou como primeira resolução para 2016 o relançamento de uma ideia que encalhou há cinco meses: dividir a arrecadação de uma hipotética CPMF com governadores e prefeitos.

Em setembro de 2015, Dilma recebera no Palácio da Alvorada 19 governadores. Seu governo acabara de formalizar a proposta de recriar a CPMF com uma alíquota de 0,20%. Presente à reunião, o ministro-chefe da Casa Civil Jaques Wagner, à época ainda à frente da pasta da Defesa, lançou sobre a mesa uma isca.

Combinado com Dilma, Wagner disse que, se os governadores conseguissem convencer os parlamentares a elevar a alíquota para 0,38%, a União repartiria o excedente com Estados e municípios. Os governadores assumiram o compromisso de guerrear pela volta do tributo. Deu em nada.

Na conversa da noite passada, com seus "aliados" no Senado, Dilma afirmou que o governo agora se dispõe a fazer, ele próprio, a emenda que modificará a proposta da CPMF, elevando a alíquota de 0,20% para 0,38%. O acréscimo de 0,18% vai para governadores e prefeitos, ela reiterou.

A chance de funcionar é menor agora do que no ano passado. Em 2016, haverá eleições municipais. E os congressistas não se animam a morder o bolso dos eleitores. O vice-presidente Michel Temer avisara a Dilma em 2015: a CPMF renderá ao governo "uma fragorosa derrota." Mas a presidente, engolfada pela crise que produziu, roda a esmo, como um parafuso espanado.

Afora a CPMF, Dilma cogitara empinar duas reformas: a trabalhista e a da Previdência. Ficou tudo no gogó. As mudanças na legislação trabalhista foram enviadas para as calendas. A mexida previdenciária, sem o apoio do PT, subiu no telhado. Dilma voltou a mencioná-la no encontro com os senadores. Mas, encerrada a reunião, um dos presentes disse ao blog:

"Cadê a proposta de reforma da Previdência? Só existe na garganta. Se deputados e senadores baixarem no Planalto de caneta em punho e se oferecerem para assinar qualquer proposta que o governo deseje, sairão decepcionados. Não existe projeto nenhum. Pelo tom da presidente, talvez nem venha a existir. O que o governo quer mesmo é aumentar impostos. Se não tiver a CPMF, aumentará tributos já existentes."

Cortes de gastos? Dilma deu a entender que não há mais onde cortar. Nesta terça-feira, ela receberá os líderes governistas na Câmara. Ali, a aversão ao governo é ainda maior do que no Senado. A proposta de emenda constitucional que recria a CPMF encontra-se empacada na Comissão de Constituição e Justiça.

Se Dilma fizer um levantamento íntimo para saber quantas de suas resoluções para 2015, feitas no final de 2014, ela conseguiu cumprir, talvez conclua que seu único êxito foi a dieta. Perdeu mais de 15 quilos. E adquiriu o saudável hábito de andar de bicicleta diariamente. Em 2016, tem tudo para consolidar sua vocação para colecionadora de infortúnios.
Herculano
16/02/2016 06:48
MICROCEFALIA: SAUDE NÃO EXPLICA 91% DOS CASOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Enquanto luta para desqualificar médicos argentinos, que apontam o larvicida pyriproxyfen como a provável causa de microcefalia no Brasil, o Ministério da Saúde ainda não encontrou explicação para 421 dos 462 casos de malformação de bebês. Isto é, não sabe explicar a causa de 91% dos casos confirmados de microcefalia no País. Só 41 casos têm relação com o zika, segundo o último informe epidemiológico.

Governo loves zika

É estranha a aposta do Ministério da Saúde no zika como causa da microcefalia, ainda que admita comprovação em apenas 9% dos casos.

Pode ser tudo

Sem saber a causa de 91% dos casos de microcefalia, o ministério lista outras possibilidades: sífilis, rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus...

É o pyriproxyfen

Médicos gaúchos se associam à convicção dos colegas argentinos sobre o uso do pyriproxyfen como a provável causa de microcefalia.

Opção preferencial

Em nota, o governo faz sua opção preferencial pelo zika vírus e ataca a suspeita da droga pyriproxyfen como a provável causa de microcefalia.

CUNHA VOLTA DO RECESSO DISPOSTO A TOCAR O TERROR

Tido como politicamente "morto" no fim do ano passado, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, retorna do recesso disposto a atormentar o governo Dilma com derrotas e o impeachment. Ele se fortaleceu no Conselho de Ética e tem sido decisivo no crescimento da candidatura de Hugo Motta (PB) a Líder do PMDB. Para completar, caem os que acreditam que Supremo Tribunal Federal vai afastá-lo do cargo.

Conto da carochinha

Candidato a reeleição, Leonardo Picciani (RJ) trombeteia contar com 45 votos para derrotar Hugo Motta. Eduardo Cunha ironiza: "É lorota".

Respirando aliviado

O Psol ajudou Eduardo Cunha, ao entregar com atraso o aditamento à representação por quebra de decoro. Deu novo prazo à sua defesa.

Conselho amigável

Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que votou contra Eduardo Cunha no Conselho de Ética, foi substituído por Nilton Capixaba (PTB-RO).

Torrando dinheiro

Os deputados federais apresentaram recibos pedindo ressarcimento de um total de R$ 211,8 mil gastos em combustíveis e lubrificantes durante janeiro, o mês de recesso. Estão fazendo o contribuinte pagar seus passeios de férias. Ou estão fraudando desavergonhadamente.

Lipoaspiração

O PT lembra o extinto PFL em processo de decadência. O partido de Lula elegeu 75 deputados federais em 2014, mas hoje tem apenas 59 e deve perder ao menos cinco na janela de transferência partidária.

Trair e coçar...

O Planalto já flerta com Hugo Motta (PB), ante a possibilidade de derrota do governista Leonardo Picciani (RJ) na briga pela Liderança do PMDB. Dilma não quer ver no PMDB um líder hostil ao governo.

Governo parasita

O chefe da Receita, Jorge Rachid, defendeu no Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial o furor arrecadatório do governo, que quer ficar sócio de empresas que excederem o lucro presumido. Uma montanha de dinheiro destinada a desaparecer no buraco negro da gatunagem.

Exemplo

Na farra dos gastos públicos, Eunício Oliveira (PMDB-CE) garante que não usa recursos da verba indenizatória. Segundo ele, a direção do Senado nem mesmo mostra a lista dos senadores econômicos.

Raposa no galinheiro

Fiscais federais enviaram a Kátia Abreu (Agricultura) informações sobre um político e empresário pouco conhecido no ramo, Luciano Maronezi, nomeado superintendente do ministério no Rio Grande do Sul. A empresa dele atua na área ambiental e captação de recursos federais.

Transparência opaca

O governo até agora não prestou contas nem sequer de 1 centavo em gastos diretos de 2016 com Bolsa Família, diárias, cartões corporativos etc. A tarefa é da Controladoria-Geral da União, que dorme no ponto.

Droga é de outro

A gigante Monsanto informou que não fabrica e nem comercializa o pyriproxyfen, droga do larvicida que provocaria microcefalia. Também garante que mantém com a Sumitomo Chemicals apenas parcerias comerciais para produtos usados no controle de plantas daninhas.

Pensando bem?

?enquanto Dilma tenta fazer o País se concentrar em zika vírus, poucos se lembram de Lava Jato, Zelotes e impeachment.
Herculano
16/02/2016 06:40
MUITO ALÉM DA CADEIRA, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Nesta quarta, os deputados do PMDB elegerão seu líder na Câmara. É o tipo de assunto que só costuma interessar aos próprios políticos, mas vale a pena prestar atenção na disputa. O resultado influenciará o destino de Eduardo Cunha e até mesmo o de Dilma Rousseff.

A presidente apoia a reeleição de Leonardo Picciani, que chegou a ser destituído por oito dias em dezembro. Cunha pede votos para Hugo Motta, que despontou do anonimato ao chefiar o circo da CPI da Petrobras.

Quem vencer comandará a maior bancada da Câmara, com 67 deputados. O líder fala em nome do partido, orienta votações e indica os membros de comissões. No entanto, a disputa vai muito além da cadeira que, em tempos melhores, já foi ocupada por Mario Covas e Tancredo Neves.

A eleição é vital para Cunha porque revelará se ele ainda controla a tropa. Se Picciani vencer, o correntista suíço ficará mais isolado, sem maioria na própria sigla. Se Motta chegar lá, o presidente da Câmara demonstrará força e terá mais chances de escapar da cassação.

O futuro de Dilma também está em jogo. Picciani, que fez campanha pelo tucano Aécio Neves em 2014, promete atuar como advogado da petista no julgamento do impeachment. Não se trata de conversão ideológica. Ele já indicou dois ministros, incluindo o da Saúde, e agora quer emplacar o terceiro, na Aviação Civil.

A ala oposicionista aposta em Motta para forçar o rompimento do PMDB com o Planalto, o que agravaria ainda mais a crise de governabilidade no país. Por assustar Dilma, o paraibano de 26 anos tem a torcida de aliados do vice Michel Temer.

Em público, os dois dizem ter maioria. Como a eleição é secreta, ambos estão apreensivos. "Vai ter muita traição dos dois lados", previa ontem um aliado de Cunha. Ele fez piada com os rumores de que a eleição não será decidida só com argumentos. "Se o Fernandinho Beira-Mar vier visitar a bancada do PMDB, sai sem carteira", disse, aos risos.
Sidnei Luis Reinert
16/02/2016 06:09
PT TRAMANDO E AMEAÇANDO COM UM GOLPE DE ESTADO

'Risco de estado de exceção', diz Rui Falcão sobre acusações contra o PT

Ele participou de reunião do Conselho Político da Presidência do PT.
Falcão rebateu críticas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (centro) participa de reunião do Conselho Consultivo do PT (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (centro) participa de reunião do Conselho Consultivo do PT, ao lado de Rui Falcão e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O presidente do PT, Rui Falcão, afirmou nesta segunda-feira (15) que o partido se manifestará contra o que chamou de "uma série de atentados ao estado democrático de direito" ocorridos durante as investigações da Operação Lava Jato. Falcão também rebateu as críticas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"São ilações sem fundamento, direcionadas a uma pessoa e contra todas as evidências ", afirmou. "Há um risco efetivo de se gestar aqui um embrião do estado de exceção dentro do estado de direito", disse Falcão sobre os modos de investigação usados recentemente e criticados por advogados.

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2016/02/risco-de-estado-de-excecao-diz-rui-falcao-sobre-acusacoes-contra-pt.html?utm_source=facebook&utm_medium=share-bar-desktop&utm_campaign=share-bar
Herculano
15/02/2016 18:42
"NADA APRENDEM, TUDO ESQUECEM", por Carlos Brickmann

A frase é de Karl Marx: a história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa. No Brasil é diferente: é sempre farsa, é sempre tragédia.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, PMDB, aspirante à presidência da República, diz que o problema da zika é "um certo exagero", porque "morre muito mais gente de gripe do que de dengue, que dirá de zika". Claro, Sua Excelência não tem parentes que morreram de zika, nem arriscados a ter filhos com microcefalia, nem com dengue, ou chikungunya. Pode ver as coisas com menos paixão, certo?

Mas poderia estudar um pouco. O governo brasileiro da época, por volta de 1918, não temia a Gripe Espanhola, porque o vírus não teria como cruzar o Atlântico. Pois cruzou. Entre São Paulo e Rio, matou perto de 20 mil pessoas.

Paes nada aprendeu, mas não está sozinho. Dilma vinha reduzindo desde 2013 as verbas para combater o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da chikungunya e da zika (e também, não esqueçamos, da febre amarela, que já foi epidêmica no Brasil). Em 2016, não há verba para isso prevista no orçamento federal. Estados e municípios também acham que não é com eles. Em São Paulo, a Prefeitura petista de Fernando Haddad ignora os alertas da população ?"? por exemplo, prédios com piscina abandonada, com água, prontinha para operar como berçário de mosquitos (fotos já foram publicadas, sem êxito). A própria prefeitura demarcou ciclovias com postes de plástico sem tampa, do calibre de latas de cerveja. A água e as larvas não têm saída; os mosquitos têm.

Tlim, tlim, Saúde!

GRINGO É TROUXA

A questão da zika, tão desimportante para o prefeito Paes, motiva reuniões de emergência da Organização Mundial da Saúde. Para iniciar nos EUA o trabalho de prevenção, o presidente Obama liberou imediatamente US$ 1,2 bilhão. E lá o dinheiro tem de sair de uma verba orçamentária. Pedalar nem se imagina.
Herculano
15/02/2016 18:41

O NUMERO 1, por Carlos Brickmann

Lula e sua esposa, Marisa Letícia, têm depoimento marcado, quarta-feira, no Ministério Público paulista, que investiga se há ocultação de patrimônio no caso do apartamento triplex da Praia das Astúrias, Guarujá (que se configuraria se o imóvel, em nome da OAS, fosse mesmo de Lula).

Movimentos favoráveis e contrários a Lula prometem manifestar-se em frente ao prédio do Ministério Público.

A HORA DO DESAGRAVO

No dia 27, em compensação, é a hora de Lula: ele será a estrela da festa de 36º aniversário do PT. Todo o comando do partido e os principais ministros petistas falarão em sua homenagem, defendendo-o dos ataques que sofre.

Espera-se que a presidente Dilma Rousseff faça um discurso em seu favor.

ALÉM DO OCEANO

A SBM Offshore, empresa holandesa que aluga navios-plataforma para exploração de petróleo em alto-mar, detentora de diversos contratos com a Petrobras e acusada de pagamento de propina a diretores e altos funcionários da estatal, anunciou que os Estados Unidos iniciaram investigações sobre denúncias de suborno no Brasil e em Angola. Este é um problema sério: caso seja comprovado o pagamento de propinas para prestar serviços superfaturados, os investidores da Petrobras na Bolsa de Nova York podem processá-la, exigindo os dividendos a que teriam direito se não tivesse ocorrido o desvio. Sempre que se toca no assunto, as cifras citadas ultrapassam de longe o bilhão de dólares.

LÁ E CÁ

A investigação sobre Angola promete ser interessantíssima. A filha do presidente José Eduardo dos Santos acumulou a maior fortuna do país.

O JOGO DOS BILHÕES

Atenção para uma reportagem sobre a utilização dos milionários recursos do Fundo Garantidor de Crédito, FGC, criado para garantir, até certo limite, o dinheiro dos correntistas de bancos que tenham quebrado ou sofrido intervenção. O repórter é Cláudio Tognolli ?"? que, só com Assassinato de Reputações, em que o ex-secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Jr., conta uma série de segredos de Lula, vendeu 150 mil livros. É uma garantia de boa apuração e credibilidade.

Tognolli, há duas semanas, mostrou que o BTG Pactual recebeu R$ 6 bilhões do FGC para reforçar seu caixa ?"? bem na época em que o então sócio principal do banco, André Esteves, tinha sido preso, juntamente com Delcídio do Amaral, líder do PT no Senado. O tiroteio agora vai mais longe: José Papa Jr., presidente emérito da Federação do Comércio de São Paulo, da família que controlava o Banco Lavra, abre fogo em entrevista explosiva a Tognolli. Diz que todos nós somos assaltados pelo FGC e que o dinheiro é desviado de suas finalidades específicas.

Vale a pena ler em http://tognolli.tumblr.com/. Papa diz que tem cem mil assinaturas num pedido de investigações a ser enviado ao Congresso.

CUIDADO!

Os Emirados Árabes Unidos acabam de criar o Ministério da Felicidade, a ser ocupado pela ministra Ohood Al Roumi. O objetivo é garantir que os moradores e turistas tenham sempre boas condições de vida.

Mas que ninguém dê a notícia à presidente Dilma, ou em breve teremos mais um ministério atulhando Brasília.

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