Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

14/07/2016

AMULETO
Gaspar tem na sua história, de tempos em tempos, a sorte em revelar delegados de polícia de reconhecimento profissional no estado de Santa Catarina. Foi assim com Juraci Darolt, Ademir Serafim e Paulo Norberto Koerich. Anotem mais este nome: Egídio Maciel Ferrari. Na semana passada ele fez um serviço detalhado e longo de investigação que abriu os olhos dos blumenauenses. Antes os bandidos que agiam lá, moravam ou se escondiam aqui. Desta vez, Egídio pegou gente que agia lá e aqui no mocó em Blumenau. Aqui a delegacia de polícia dobrou o serviço pela demanda devido ao crescimento do crime e da população, mas teve diminuida pela metade os servidores. Às vezes, e não são poucas, tem que se fechar a delegacia para atender as ocorrências emergenciais. Tudo se atrasa. Uma vergonha sem tamanho do governo do estado, liderado por Raimundo Colombo, PSD, para com a sociedade e na gestão deste problema social e de segurança.

VEM ROLO AI...
... e do grosso. O Ministério Público está interessado em saber as razões pelas quais algumas empresas na nossa região sobrevivem, há tantos anos, participando e desistindo de licitações públicas em Gaspar e Brusque. Elas encontram um meio rentável de negócios mexendo só com papéis de oportunidade. Outra. Qual a razão que uniam as administrações petistas de Brusque de Paulo Roberto Eccel – este ex-assessor de Zuchi e já defenestrado por propaganda irregular - e Pedro Celso Zuchi nas licitações públicas? A empreiteira Sona está no olho deste furacão. A Soberana, de Blumenau, depois que se lançou ao embate para tornar inedônea a Torre – o caso explicado aqui várias verzes -, também está senho olhada com lupa.

O REVIDE I
Tramita no Senado Federal, de interesse da chantagem senador Renan Calheiros, PMDB-AL, (aquele que é investigado em dez inquéritos no STF, incluindo a Lava-Jato, e responde à Ação Penal por uso de documento falso), um Projeto de Lei que tem como objetivo reformar a obsoleta lei de abuso de autoridade, que é de 1965. Segundo Renan, o PL pretende acabar com a prática do "carteiraço". Nada mais nobre, e objetivo, a não ser pelo fato de que referido projeto, além de acabar com a prática do "carteiraço", atinge diretamente Juízes, Procuradores, Promotores, Policiais, investigadores e até mesmo a imprensa investigativa.

O REVIDE II
Lendo o projeto de forma objetiva e singela, pode-se até perceber boa vontade no texto, mas suas entrelinhas estão dotadas de subjetividades e expressões abertas, que podem fazer de qualquer ato praticado, um abuso de autoridade. Vale dizer, o agente público que age dentro da lei pode ser enquadrado até por respirar no processo. As defesas dos réus virarão acusação contra os acusadores, e o projeto inibirá investigações e processos. Outro Senador, Romero Jucá, PMDB-AP, (aquele, flagrado em gravação telefônica dizendo que iria convocar uma Constituinte específica para tirar poderes do Ministério Público, e também investigado na Lava -Jato) apresentou substitutivo ao projeto original, com objetivo de "corrigir falhas de redação", e, pasmem, justificando oficialmente que o novo substitutivo seria para não interferir na Lava-Jato. A pergunta que não quer calar é: pode-se confiar nos Senadores? É isso que o país deseja nesse momento? Oportunistas em causa própria, com o voto dos brasileiros e contra os próprios eleitores, pagadores dos pesados impostos que sustentam este submundo político. Wake up, Brazil!

OS NOVOS VELHOS POLÍTICOS I
Em Gaspar o que mais se propaga é de que os candidatos de oposição ao PT empoderado quase 12 anos na prefeitura, que todos são novos na política. Podem ser. Mas, as práticas são antigas. E por que? Porque estão a mandos dos velhos caciques e das velhas práticas. Um candidato vende planos mirabolantes de futuro, mas não é capaz de mostrar e detalhá-lo à sociedade. Em compensação, anda com uma pesquisa falsa – que não registrou na Justiça para ser comprovada como idônea - mostrando que está quase na liderança. Tudo para atrair votos na lábia fácil e mentira.

OS NOVOS VELHOS POLÍTICOS II
Outro candidato insiste no seu site em mostrar fotos com adversários para falsamente passar a impressão aos eleitores de que houve traição ou debandada de adversários para a sua candidatura. Se continuarem assim, se enganando, vão faltar votos nas urnas. Não é a toa, que o PMDB estadual interveio na campanha de Gaspar. Primeiro prometeram uma candidatura única contra o PT. Depois perderam lideranças para outros partidos. A primeira área que passou ao controle de Florianópolis foi a comunicação e o marketing, antes que alguma coisa fique irrecuperável. Todos com os nervos à flor da pele.

TRAPICHE

E a tocha olímpica passou por Ilhota e Gaspar. Ninguém é capaz de dizer o quanto custou o circo para os ilhotenses e os gasparenses. Não se trata de ser contra ou a favor. Trata-se de transparência e de se estabelecer a prioridade para a cidade e os cidadãos.

Em Gaspar, por exemplo, o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, não se interessou ir a Florianópolis discutir o Anel de Contorno, mas foi lá para o trajeto da tocha.

Outro exemplo. Na quarta-feira os gasparenses se surpreenderam com a notícia chantagem da Viação do Vale. Ela disse que não mais transportaria os trabalhadores e estudantes.

Ou seja, a prioridade do governo petista na terça-feira era a tocha olímpica, desviando o foco do povo dos problemas. Por isso, manipulou e adiou a má notícia, onde quer sair como herói na solução usando o Judiciário.

Se Gaspar não tem recursos financeiros para comprar remédios e estrutura para atender o pobres, doentes e fracos, público preferencial dos votos e enganação dos petistas e comunistas (agora associados com o PSD de Marcelo e o PSB de Giovânio), por que gastar com a tocha?

Outra. Para os trabalhadores e os desempregados pela crise econômica inventada pelo PT, PMDB, PSD, PP, PCdoB, PDT, PTB, PR, PRB e outros, não há vagas nas creches. Entretanto há dinheiro para trazer a tocha? Afinal qual a prioridade de um governo popular?

A primeira constatação do evento de terça-feira. Um desfile comercial promocional dos patrocinadores (Coca, Hunday e Bradesco), muito bem organizado, mas que parte da conta foi paga pelos gasparenses.

A segunda constatação. Um ostensivo desfile das forças de segurança para impressionar o distinto público. Contudo na outra ponta continuam os cidadãos a mercê dos bandidos, exatamente por falta desta proteção que se demonstrou para guardar a tocha e o evento.

A terceira constatação. Mesmo sob vigilância, o PT de Gaspar e Zuchi, não perderam a oportunidade para atos e fotos para as redes sociais pelo “Fora Temer”. Tudo em favor dos seus candidatos a vereador. Na falta de discurso e diante da lama que envolve todos, arrumaram um escapismo para aparecer e com dinheiro dos outros. Afinal quem elegeu Michel Temer, PMDB? Simples: quem votou em Dilma Vana Rousseff, PT.

A quarta constatação. A tentativa de aparecer nacionalmente não deu certo. Escolheram e colocaram um imigrante haitiano para carregar a tocha e representar à cidade. A foto na escadaria foi parar, ironicamente, numa coluna do Jornal de Santa Catarina, de Blumenau. Queriam ser manchete nacional.

A quinta constatação. Mari Inez Testoni Theis, escolhida por um patrocinador da tocha e não por Gaspar, a que na entrevista ao Jornal de Santa Catarina afirmou que correu com os militares da Defesa Civil, foi a estrela da RBS TV.

A sexta constatação. A imprensa amiga e o PT “comemoraram”. É que o prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, foi menos vaiado do que se esperava. Meu Deus!

A prefeitura desativou no seu site, a área de notícias. É uma orientação legal para a época de campanha eleitoral. Todavia, a prefeitura continua alimentando os veículos de comunicação em Gaspar, Blumenau e Brusque com pautas direcionadas. Tudo de forma intencional e organizada na reciprocidade comercial passada e futura.

Baixa comunista. Anísio Lana desistiu de ser candidato a vereador. “Sem motivação alguma para iludir um povo sobre uma coisa que não muda sua forma de ser”. E o sincerecídio se completa e é fácil se saber onde se encaixa.

“Desejo boa sorte a todos que disputarem uma vaga e que não escolham seus candidatos não pela simpatia dos sorrisos forçados. O melhor entre eles, é o que menos prometer e sim dizer como vai realizar seus projetos”, conclui Lana.

 

Edição 1758

Comentários

Herculano
20/07/2016 21:10
TRANSFERIDO DE XADREZ, DUQUE NEGOCIA DELAÇÃO! por Josias de Souza

Renato Duque, ex-diretor de Serviços da Petrobas, foi transferido nesta quarta-feira do Complexo Médico de Pinhais, onde estava preso desde julho de 2015, para a carceragem da Polícia Federal em Curitiba. O repórter Robson Bonin, de Veja, apurou que a movimentação se deve ao fato de Duque ter solicitado novamente um acordo de delação premiada. Nessa versão, ele teria melhores condições de organizar os fatos a serem delatados nas instalações da PF.

Ligado ao ex-ministro José Dirceu, também preso no Paraná, Duque era o operador do PT no esquema de propinas da Petrobras. Já foi condenado por Sérgio Moro, juiz a Lava Jato, em três processos. Juntas, as sentenças somam mais de 60 anos de cadeia. Referem-se aos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O personagem já havia pleiteado sua conversão em colaborador da Justiça. Mas os segredos que se dispôs a revelar foram considerados pelos procuradores da Lava Jato insuficientes para justificar a concessão de benefícios judiciais como a redução da pena. Duque chegou à fila da delação tardiamente. A essa altura, não parece haver muitos segredos que a Procuradoria ainda não saiba.

Duque é protagonista de outros processos que ainda se encontram pendentes de sentença. Moro suspendeu a tramitação dos autos à espera do término da negociação. As conversas são sigilosas. Indagado sobre a troca de endereço do seu cliente, o advogado de Duque, Adriano Bretas, desconversou: "Os motivos da transferência são sigilosos. Não podemos nos manifestar a respeito disso."
Paty Farias
18/07/2016 18:09
Oi, Herculano;

Claudio Humberto às 07:40hs

"EM EXTINÇÃO
A negociação de delação premiada do marqueteiro de Lula e Dilma, João Santana, deixa a cúpula do PT em pânico: sem confirmação, o núcleo partidário foi informado de que 'não sobrará um único petista'.

Tchau, Zuchi!
Herculano
18/07/2016 08:44
da série: o que os políticos em campanha e os coronéis donos de candidaturas não entendem. Nem tudo é possível comprar ou esconder, ainda mais num mundo cada vez mais plugado pelas redes sociais

JORNALISMO SUBSTANTIVO, Carlos Alberto Di Franco, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Carente de informação e boa dialética, o leitor sente-se conduzido por nossas idiossincrasias.

Jornalismo é a busca do essencial, sem adereços, qualificativos ou adornos. O jornalismo transformador é substantivo. Sua força não está na militância ideológica ou partidária, mas no vigor persuasivo da verdade factual e na integridade da sua opinião. A credibilidade não é fruto de um momento. É o somatório de uma longa e transparente coerência.

A ferramenta de trabalho dos jornalistas é a curiosidade. A dúvida. A interrogação. Há um ceticismo ético, base da boa reportagem investigativa. É a saudável desconfiança que se alimenta de uma paixão: o desejo dominante de descobrir e contar a verdade.

Outra coisa, bem diferente, é o jornalismo de suspeita. O profissional suspicaz não tem "olhos de ver". Não admite que possam existir decência, retidão, bondade. Tudo passa por um crivo negativo que se traduz numa incapacidade crescente de elogiar o que deu certo. O jornalista não deve ser ingênuo. Mas não precisa ser cínico. Basta ser honrado, trabalhador, independente.

A fórmula de um bom jornal reclama uma balanceada combinação de convicção e dúvida. A candura, num país marcado pela tradição da impunidade, acaba sendo um desserviço à sociedade. É indispensável o exercício da denúncia fundamentada.

Precisamos, independentemente do escárnio e do fôlego das máfias corruptas e corruptoras, perseverar num verdadeiro jornalismo de buldogues. Um dia a coisa vai mudar. E vai mudar graças também ao esforço investigativo dos bons jornalistas. Essa atitude, contudo, não se confunde com o cinismo de quem sabe "o preço de cada coisa e o valor de coisa alguma". O repórter, observador diário da corrupção e da miséria moral, não pode deixar que a alma envelheça. Convém renovar a rebeldia sonhadora do começo da carreira. Todos os dias. O coração do repórter deve pulsar em cada matéria.

Alguns desvios, no entanto, podem comprometer o resultado final do trabalho. A precipitação é um vírus que ameaça a qualidade informativa. Repórteres carentes de informação especializada e de documentação apropriada ficam reféns da fonte. Sobra declaração, mas falta apuração rigorosa. O poder público tem notável capacidade de pautar jornais. Fonte de governo é importante, mas não é a única. O jornalismo de registro, pobre e simplificador, repercute o Brasil oficial, mas oculta a verdadeira dimensão do País real. Muitas pautas estão quicando na nossa frente. Muitas histórias interessantes estão para ser contadas. Precisamos fugir do show político e fazer a opção pela informação que realmente conta. Só assim, com didatismo e equilíbrio, conseguiremos separar a notícia do lixo declaratório.
Herculano
18/07/2016 08:43
da série: o que os políticos em campanha e os coronéis donos de candidaturas não entendem. Nem tudo é possível comprar ou esconder, ainda mais num mundo cada vez mais plugado pelas redes sociais

JORNALISMO SUBSTANTIVO, Carlos Alberto Di Franco, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

A incompetência foge dos bancos de dados. Troca milhão por bilhão. E, surpreendentemente, nada acontece. O jornalismo é o único negócio em que a satisfação do cliente (o leitor) parece interessar muito pouco. O jornalismo não fundamentado em documentação é o resultado acabado de uma perversa patologia: o despreparo de repórteres e a obsessão de editores com o fechamento. A chave de uma boa edição, no impresso e no digital, é o planejamento. Quando editores não formam os seus repórteres, quando a qualidade é expulsa pela ditadura do deadline, quando as entrevistas são feitas só pelo telefone e já não se olha nos olhos do entrevistado, está na hora de repensar todo o processo de edição.

O culto à frivolidade e a submissão à ditadura dos modismos estão na outra ponta do problema. Vivemos sob o domínio do politicamente correto. E o dogma do politicamente correto não deixa saída: de um lado, só há vilões; de outro, só se captam perfis de mocinhos. E sabemos que não é assim. A vida tem matizes. O verdadeiro jornalismo não busca apenas argumentos que reforcem a bola da vez, mas também, com a mesma vontade, os argumentos opostos. Estamos carentes de informação e faltos da boa dialética. Sente-se o leitor conduzido pela força de nossas idiossincrasias.

Por outro lado, ao tentar disputar espaço com o mundo do entretenimento, a chamada imprensa séria está entrando num perigoso processo de autofagia. A frivolidade não é a melhor companheira para a viagem da qualidade. Pode até atrair num primeiro momento, mas depois, não duvidemos, termina sofrendo arranhões irreparáveis no seu prestígio, na sua marca.

Registremos, ademais, os perigos do jornalismo de dossiê. Os riscos de instrumentalização da imprensa são evidentes. Por isso é preciso revalorizar, e muito, as clássicas perguntas que devem ser feitas a qualquer repórter que cumpre pauta investigativa. Checou? Tem provas? A quem interessa essa informação? Trata-se de eficiente terapia no combate ao vírus da leviandade.

O esforço de isenção, no entanto, não se confunde com a omissão. O leitor espera uma imprensa combativa, disposta a exercer o seu intransferível dever de denúncia. Menos registro e mais apuração. Menos fofoca e mais seriedade. Menos espetáculo de marketing político e mais consistência.

Finalmente, precisamos ter transparência no reconhecimento de nossos eventuais equívocos. Uma imprensa ética sabe reconhecer os seus erros. As palavras podem informar corretamente, denunciar situações injustas, cobrar soluções. Mas podem também esquartejar reputações, destruir patrimônios, desinformar. Confessar um erro de português ou uma troca de legendas é fácil. Porém admitir a prática de atitudes de prejulgamento, de manipulação informativa ou de leviandade noticiosa exige coragem moral. Reconhecer o erro, limpa e abertamente, é o pré-requisito da qualidade e, por isso, um dos alicerces da credibilidade.

A força de uma publicação não é fruto do acaso. É uma conquista diária. A credibilidade não combina com a leviandade. Só há uma receita duradoura: ética, profissionalismo e talento. O leitor, cada vez mais crítico e exigente, quer notícia. Quer informação substantiva.
Herculano
18/07/2016 08:37
ANOS DE DESPERDÍCIO, editorial do jornal O EStado de S. Paulo

Os anos de lulopetismo no governo foram tempos nos quais se viveu com os olhos atados ao presente.

O Brasil não aproveita adequadamente seu capital humano, aponta estudo do Fórum Econômico Mundial. Entre 130 países, o Brasil ficou na 83.ª posição do Índice de Capital Humano, que mede como cada nação desenvolve e cultiva o potencial de seu capital humano.

Criado em 2013 para ser uma ferramenta de análise da dinâmica entre educação, emprego e força de trabalho, o índice tem a finalidade de auxiliar a tomada de decisões do poder público e dos agentes privados. Como lembra o Fórum Econômico Mundial, um adequado desenvolvimento do capital humano é decisivo não apenas para a produtividade de uma sociedade, mas também para o funcionamento de suas instituições sociais e políticas.

O estudo analisa a situação de cinco faixas etárias da população ?" menores de 15 anos, entre 15 e 24 anos, entre 25 e 55 anos, entre 55 e 64 anos e mais de 65 anos ?" a partir de indicadores de ensino, capacitação e emprego. Em 2015, o foco principal foi estudar os fatores que contribuem para o desenvolvimento de uma adequada, produtiva e saudável força de trabalho. Em 2016, o estudo concentrou seus esforços na busca por melhorar o desenho das políticas educacionais e o planejamento da força de trabalho do futuro.

O cenário global do capital humano está cada vez mais complexo e com evoluções mais rápidas, lembra o Fórum Econômico Mundial. Calcula-se que, até 2020, a cada dia entrarão 25 mil novos trabalhadores no mercado de trabalho, e, em todo o mundo, 200 milhões de pessoas estarão desempregadas. Ao mesmo tempo, estima-se que na próxima década haverá escassez de 50 milhões de trabalhadores altamente qualificados. Desafiador, o cenário impõe aos países repensar tanto a educação ofertada como a gestão do mercado de trabalho.

No topo do índice está a Finlândia, que, entre outros aspectos, conta com uma população jovem altamente qualificada, oferece a melhor educação primária e tem a maior taxa de ensino superior completo na faixa de 25 a 54 anos. Logo abaixo vêm Noruega e Suíça. Na quarta posição está o Japão, que se destaca como primeiro colocado nas duas faixas etárias mais altas - entre 55 e 64 anos e maiores de 65 anos. De acordo com o estudo, 19 países aproveitam ao menos 80% do potencial de seu capital humano.

Com o 83.º lugar no índice, o Brasil ficou em pior posição que Uruguai (60.º), Colômbia (64.º), México (65.º), Bolívia (77.º) e Paraguai (82.º). Aparece na frente de Arábia Saudita (87.º) e Venezuela (89.º), por exemplo.

Ao comentar os resultados brasileiros, o relatório destaca o contraste de ser a maior economia da América Latina e ter índices educacionais tão deficientes. O estudo lembra também que, na percepção dos empresários sobre a disponibilidade de mão de obra qualificada, o Brasil ocupa uma das piores posições. Entre as 130 nações, ficou em 114.º lugar nesse quesito.

Quando se olham os resultados por faixa etária, constata-se que o pior resultado brasileiro se dá entre os menores de 15 anos. Nessa faixa, obteve a 100.ª posição. Dessa forma, sem uma significativa mudança na educação básica, os resultados nacionais tendem a piorar ainda mais com o tempo, já que em relação aos outros países o Brasil desenvolve menos as novas gerações que as faixas etárias mais velhas.

O relatório do Fórum Econômico Mundial afirma que, entre os fatores que propiciam a longo prazo o desenvolvimento de uma nação, o capital humano talvez seja o mais importante. Pode-se, portanto, ver o Índice de Capital Humano também como uma comparação do real investimento de cada país em seu futuro.

Sob essa ótica, não surpreende a posição brasileira no ranking. Os anos de lulopetismo no governo federal foram tempos de desperdício de oportunidades, nos quais se viveu ?" por deliberada opção política ?" com os olhos atados ao presente. Característico do populismo, tal imediatismo tem um alto preço social. A população brasileira conhece bem essa conta.
Herculano
18/07/2016 08:35
BRASILEIROS PREFEREM TEMER A DILMA, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

"Um governo eleito não pode ser derrubado. Nem pela violência. Nem por artimanhas jurídicas", por Dilma Rousseff

Números do Datafolha são positivos para Temer. Tome-se como positivos para o presidente interino, Michel Temer, por de fato serem, os resultados da pesquisa nacional do instituto Datafolha realizada nos dias 14 e 15 de julho e que ouviu 2.792 eleitores em 171 municípios. Temer elegeu a economia como prioridade de seu governo. Montou uma equipe econômica que nem a presidente afastada Dilma Rousseff ousou criticar até aqui. Está se dando bem.

SÃO MUITOS os indicadores oferecidos pela pesquisa de que os primeiros 60 dias do governo provisório valeram a pena para Temer. O índice dos que consideram sua gestão ótima ou boa é de 14% - um pontinho percentual acima dos que pensavam o mesmo da gestão de Dilma no início de abril último. A reprovação, contudo, é bastante inferior à que amargava Dilma antes de ser afastada do cargo.

O GOVERNO de Temer é avaliado como ruim ou péssimo por 31% dos entrevistados. Em abril, 65% avaliavam como ruim ou péssimo o governo de Dilma. A diferença é explicada, segundo o Datafolha, pelos que acham a gestão Temer regular (42%) e pelos que achavam regular (24%) a gestão de Dilma. Pelo menos 13% não souberam dizer o que acham da gestão Temer.

EM ABRIL, quando Dilma ainda governava o país, o Datafolha mediu as expectativas dos brasileiros sobre um eventual futuro governo Temer. As expectativas eram de que seria um governo ruim ou péssimo para 38% dos consultados. Agora, o percentual dos que continuam pensando assim caiu para 31%. As expectativas de que o governo seria regular subiram nove pontos, de 33% para 42%.

MELHORARAM AS EXPECTATIVAS dos brasileiros sobre o futuro da economia do país e sobre sua situação pessoal, atingindo o maior patamar desde dezembro de 2014. Eles estão mais confiantes na queda da inflação, na diminuição do risco de ficar desempregados e no aumento do poder de compra. O Índice Datafolha de Confiança registrou avanços em cinco dos sete indicadores que o compõem.

EM DEZEMBRO DE 2014, dois meses após a reeleição de Dilma, apenas 9% viam a corrupção como o principal problema. A corrupção, agora, é citada espontaneamente como o principal problema por 32%. Compreensível, dada às investigações da Lava-Jato. Depois vêm a saúde (17%), desemprego (16%; índice mais alto desde março de 2009), violência e falta de segurança (6%) e educação (6%).

PARA DILMA, e os que apostam no seu retorno ao cargo, a pesquisa trouxe más notícias. O afastamento definitivo dela é defendido por 58% dos brasileiros. Só 35% se opõem à saída. Há ainda 3% que declaram ser indiferentes e 3% não opinaram. Em abril, 61% defendiam o afastamento e 33% eram contrários. As variações ocorreram praticamente dentro da margem de erro da pesquisa.

À PARTE A POSIÇÃO de cada um sobre o impeachment, 71% acreditam que Dilma será afastada de vez da Presidência, contra 22% que não acreditam. Entre a volta dela e a permanência de Temer até 2018, 50% imaginam que o melhor para o país seria a segunda opção. A primeira opção (volta de Dilma) seria o melhor para o país na opinião de apenas 32% dos pesquisados.

O QUADRO ELEITORAL para 2018 permanece muito indefinido. Quando confrontados com qualquer lista de candidatos, 25% dos eleitores respondem que no primeiro turno votariam em branco ou nulo. Lula lidera as simulações de primeiro turno, mas perderia para Marina Silva ou José Serra no segundo. Ele é o candidato mais rejeitado: 46% dizem que não votariam nele de jeito nenhum.
Herculano
18/07/2016 08:29
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA

Só para os leitores e leitoras do portal Cruzeiro do Vale
Herculano
18/07/2016 08:27
GOVERNO TEMER SE AJEITA E JOGA PELO RESULTADO, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Pouco mais de dois meses após tomar posse, o governo Temer vai se ajeitando e começa a melhorar na reta final de sua primeira batalha decisiva: o julgamento do impeachment de Dilma Rousseff.

Como diriam os cronistas esportivos, sobe de rendimento na hora certa. Não chega a ser um desempenho que encante a galera, que se mostra mais confiante com o novo técnico do país, mas ainda está com um pé atrás sobre seu potencial.

Esse é o retrato da pesquisa Datafolha, que corrobora o que a equipe de Temer vinha dizendo nos bastidores e joga uma ducha de água fria na presidente afastada e aliados.

Dilma contava com um fracasso na gestão Temer para ouvir o grito das arquibancadas de "volta, Dilma". No início do jogo, ficou até animada com os tropeços de seu reserva, que ocupou seu lugar no campo e está com toda pinta de virar titular.

Afinal, o Datafolha mostrou que metade da população prefere que Temer continue no lugar da petista. Até que Dilma não fez feio, 32% desejam sua volta, mas é número incapaz de gerar uma pressão avassaladora pelo seu retorno ao posto.

Mais importante para Temer é que seu governo passou a despertar mais otimismo nos brasileiros em relação ao futuro da economia e sua situação pessoal. E tem avaliação melhor do que a da antecessora.

Daí que a hipótese de volta da petista gera arrepios em muita gente. Em três conversas, um empresário, um executivo e um banqueiro tiveram a mesma reação sobre tal possibilidade: o país interrompe a tímida reação e quebra de vez.

Dois gostavam de Dilma. O terceiro, nem um pouco. Refletem o sentimento de que ela pode até sofrer um julgamento juridicamente frágil, mas errou e seu tempo passou.

Enfim, o clima começou a desanuviar no Palácio do Planalto com o time de Temer jogando para o gasto na hora certa, perto de sua primeira grande batalha. Superada, terá de mostrar a que veio. A conferir.
Herculano
18/07/2016 08:23
O DESPERTAR DOS CANHÕES, por Carlos Brickmann

Quando uma esquadra britânica partiu rumo às ilhas Malvinas, houve especialistas em política internacional que apostaram numa solução pacífica do conflito com a Argentina. Mas nunca os ingleses despacharam uma frota, caríssima, sem que o final tenha sido a rendição dos inimigos ou a guerra. No caso, houve guerra (que levou ao final da ditadura argentina).

Ações de banditismo ou guerrilha no caminho da Europa sempre terminaram em guerra ou destruição dos bandos. A guerra traz resultados mais rápidos, permitindo o desmonte das quadrilhas. E os sucessivos atentados do Estado Islâmico e similares não levarão à vitória dos terroristas nem a anos de insegurança na Europa. O cheiro é de pólvora.

Quando os Estados Unidos se formaram, não se falava em forças de ataque. Mas os piratas berberes africanos tornaram a navegação um risco tremendo, com mortes, escravizações, sequestros.

Não havia como combatê-los navio a navio: atacavam perto da costa da África, dominavam as presas e voltavam para seus esconderijos. Americanos e europeus agiram: os americanos primeiro, montando uma força de deslocamento rápido, os Fuzileiros Navais (em seu hino, fala-se das Praias de Trípoli); os franceses alguns anos depois, tomando toda a Argélia e anexando-a.

Quanto tempo a Europa irá suportar os atentados? A tese de que não basta matar formigas, e é preciso eliminar os formigueiros, significa guerra.

ENQUADRANDO O ALVO

A situação de hoje difere da que havia no século 19 - a começar pela presença de duas forças militares de porte, China e Rússia, cuja posição pode variar. Mas negociações existem para isso. A Ucrânia foi dividida apesar da oposição do Ocidente; a Líbia e o Afeganistão, destruídos apesar dos russos. E a Rússia, cheia de enclaves muçulmanos, sabe negociar.
Herculano
18/07/2016 08:22
OS PRÍNCIPES FALANTES, por Carlos Brickmann

Não, nada de imaginar uma delação premiada de Marcelo Odebrecht, o Príncipe dos Empreiteiros: ele até pode ser o porta-voz do grupo, mas eventuais confissões serão de toda a família e de toda a empresa. Basicamente, a Odebrecht vai revelar um dos grandes segredos dos Governos petistas, o esquema imaginado e implantado pelo então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

Segredo, aliás, que só existia para quem não leu o livro Assassinato de Reputações, do ex-secretário nacional da Justiça, Romeu Tuma Jr., com texto do jornalista Cláudio Tognolli: "A PF, como instrumento pessoal de pressão e intimidação"; "é o braço armado e indispensável ao projeto de poder"; a PF de Márcio Thomaz Bastos, "arrecadadora para o projeto do PT e sua equipe de arrecadadores".

Nas revelações, é citado Naji Nahas como "um dos principais agentes arrecadadores de Marcio Thomaz Bastos". Mais uma citação: "Naji Nahas era muito amigo da família Schahin e tentou intermediar um 'acordo' entre Lucio Funaro, a família Schahin e Eduardo Cunha".

Aconteça o que tiver acontecido, da forma que tenha ocorrido, a Odebrecht sabe. E o revelará pelas seguras palavras de Marcelo Odebrecht.

O NOVO JOGO

O PT sofre com boa parte dos quadros na prisão e uma das principais líderes, a Mulher Sapiens, afastada do poder. Mesmo assim, surpreendeu sua nova postura na Câmara: não lançou candidato à Presidência. Sempre ter candidatos era norma pétrea do PT, que chegou a lançar Eduardo Suplicy a prefeito de São Paulo mesmo sabendo que ajudaria o adversário Jânio Quadros. A situação do partido deve ser pior do que parece.

DILMA PROMETE FALAR

Dilma Rousseff estava decidida a não decidir, exceto em cima da hora, se iria ou não ao Senado se defender na votação do impeachment. Aparentemente, mudou de ideia. Agora garante que irá ao Senado para se defender contra a perda de mandato. E mais: acha que terá votos suficientes para retornar ao poder. Se não os tiver, será uma queda sensacional. Se tiver, será possível repetir a seu respeito a frase do jornalista James Reston sobre Richard Nixon, eleito presidente depois de ter perdido até a eleição para o Governo da Califórnia: "É a maior ressurreição desde Lázaro".

OS MOTIVOS DE DILMA

A presidente afastada deve ter informações de que, se não for ao Senado, tomará uma surra ainda maior do que a esperada. Como estamos no 60º aniversário do lançamento de Grande Sertão: Veredas, nada como lembrar uma frase do autor, Guimarães Rosa, embora de outro livro, Sagarana: "O sapo não pula por boniteza, mas porém por precisão". No caso, a precisão do pulo deve ser das mais precisas e necessárias. Um pequeno erro no salto talvez seja perigosíssimo: sabe-se lá onde batráquios desnorteados podem ir parar depois de um pulo mal dado!
Herculano
18/07/2016 08:12
QUANDO AGOSTO VIER, por Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista, ex-presidente do BNDES, no jornal Valor Econômico

Parte 1

É a vez da volta dos valores liberais de uma economia privada eficiente e gerida com competência.

A renúncia do deputado Eduardo Cunha da presidência da Câmara dos Deputados - e a eleição de Rodrigo Maia como seu sucessor - é o penúltimo passo na direção de novos rumos na política brasileira. O simples fato de que o novo presidente pertence ao Democratas, partido de centro direita no espectro partidário brasileiro, já é um sinal claro das mudanças que vêm ocorrendo depois do afastamento da presidente Dilma Rousseff. Afinal, este grupamento político foi perseguido com violência, nos últimos 10 anos, pelo PT.

Para que a hegemonia política dos últimos 14 anos seja declarada oficialmente morta falta apenas que o afastamento definitivo da presidenta petista seja aprovado pelo Senado. E isto deve acontecer quando agosto vier.

A mudança do equilíbrio político no Congresso é a condição necessária para que - também na economia - a sociedade brasileira possa encarar o futuro com mais otimismo. A equipe econômica do presidente Temer, nestes poucos meses no comando do Ministério da Fazenda e do Banco Central, já mostrou que tem condições técnicas para colocar a economia no rumo correto. Mas sem o apoio decisivo do Congresso não pode ir muito longe nesta sua tarefa. O estrago deixado pela gestão petista é profundo demais para ser superado apenas com medidas conjunturais. Reformas estruturais de peso precisam ser alcançadas nos próximos anos.

Por esta razão a vitória de Rodrigo Maia me faz ainda mais confiante no futuro. Ela pode ser considerada a peça que faltava em meu cenário - construído ao longo de várias décadas de analista das coisas da política e da economia - no qual a sociedade brasileira se levanta quando colocada diante de um abismo profundo. Já vivi pelo menos três situações como esta e tenho convicção que vou viver uma quarta. Vencemos a ditadura sem sangue, enfrentamos com serenidade o afastamento de Color e, depois de décadas de hiperinflação, construímos uma estabilidade monetária com sucesso. Não será agora que vamos sucumbir sob o peso dos erros desta hegemonia política nefasta construída a partir da vitória de Lula em 2002.
Herculano
18/07/2016 08:11
QUANDO AGOSTO VIER, por Luiz Carlos Mendonça de Barros, economista, ex-presidente do BNDES, no jornal Valor Econômico

Parte 2

Com um Congresso operacional e com uma liderança política com valores corretos, a recuperação cíclica, que já vivemos, vai prosperar e trazer o crescimento econômico de volta ao Brasil a partir de 2017. Com isto, os novos valores na gestão da economia serão perenizados nas eleições de fins de 2018 pois certamente os eleitores vão sancionar nas urnas as mudanças em curso. E a partir de um novo mandato presidencial - legitimado por eleições livres - poderemos enfrentar os novos desafios que se colocam diante de nós.

A sociedade brasileira mudou muito desde que a constituição de 1988 estabeleceu as prioridades para nosso desenvolvimento econômico e social. Como já escrevi neste espaço mensal de reflexão o Estado foi definido pelos constituintes de 1988 como o pilar principal para o desenvolvimento de nossa sociedade. Fazia sentido à época quando mais de dois terços dos brasileiros viviam na informalidade econômica e sem vinculação direta com a economia de mercado.

Mas hoje este quadro mudou radicalmente e 70% da população vive e respira a dinâmica da economia de mercado. A consequência é a crise que vivemos hoje, com o desemprego e a queda da renda pessoal afetando a vida dos brasileiros que não dependem dos programas sociais. As promessas e sonhos de uma economia comandada pelo Estado do período lulista se transformaram em sofrimento e desesperança. Algo de novo precisa ser colocado em seu lugar para que o futuro volte a ser encarado com otimismo.

Por isto é a vez da volta dos valores liberais de uma economia privada eficiente e gerida com competência. Mas esta será uma estrada longa e com partes importantes da sociedade abrindo mão de privilégios construídos ao longo de muitos anos. Para que estas mudanças ocorram com sucesso alguns marcos precisam ser vencidos com sabedoria. O mais importante deles - e que caberá aos políticos a responsabilidade maior - é o respeito aos valores ideológicos e de comportamento que marcam a sociedade brasileira de hoje. Não vivemos - nem viveremos no futuro próximo - uma revolução social de natureza liberal que permita transformar radicalmente o jeito de ser do brasileiro. Estado mínimo e comando da economia pelas forças de mercado livres de limitação regulatória não faz parte de nossa história e não vai acontecer do dia para a noite como defendem muitos. Reações que ocorrem hoje ao jeito conciliatório do presidente Temer são provas deste risco que corremos.

A construção de um processo de mudanças ao longo dos próximos anos me parece ser a alternativa que se coloca diante de nós. E as dificuldades para ter sucesso serão ainda maiores no quadro de carência de líderes novos gerado pelos anos de hegemonia deletéria que vivemos por um longo período de tempo. A corrupção política sistemática, usando o Estado como fonte de recursos ilícitos, é um exemplo marcante desta situação.

Mas não há outra saída senão irmos todos à luta.
Herculano
18/07/2016 07:40
CLÁUSULA DE BARREIRA PODE REDUZIR PARTIDOS A DOZE, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O projeto que reestabeleceria a cláusula de barreira no Brasil pode reduzir o número de partidos políticos a doze. Apenas os grandes, como PMDB, PT e PSDB, teriam sobrevida garantida, já que os pré-requisitos para a manutenção da legenda são obter 2% dos votos válidos em, no mínimo, 14 estados, e 2% do total de votos no Brasil. PP, PR, PSD, PTB, PDT, DEM, SD, PSB e PRB também se salvariam.

MENOS FATIAS
Hoje existem 35 partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral do Brasil. Eles dividem o cobiçado "fundo partidário" de quase R$ 1 bilhão.

NA TRAVE
PROS e PSC conseguiram o mínimo imposto pelo projeto (de 2% dos votos válidos) em 13 estados, nas últimas eleições. Seriam barrados.

TRADICIONAIS E FRÁGEIS
Partidos tradicionais como o PCdoB e o PPS, que existem desde 1987, também não atingem pré-requisitos impostos pela cláusula de barreira.

VAI PIORAR
A cláusula prevê atualização, a partir de 2022, elevando o mínimo de votos válidos exigido dos partidos para 3%, em ao menos 14 estados.

RJ: REFORÇO NA SEGURANÇA PODE IR ATÉ A ELEIÇÃO
Diante das suspeitas de homicídio de dez pré-candidatos na Baixada Fluminense e da crescente influência de milícias em comunidades do estado, a Procuradoria Regional Eleitoral do Rio de Janeiro quer a permanência das Forças Armadas na cidade, após os Jogos Olímpicos e Paralímpicos nos meses de agosto e setembro, para garantir a segurança de eleitores e candidatos durante as eleições deste ano.

TROPAS
A PRE solicitou à Procuradoria-Geral da República que interceda perante o Ministério da Defesa para que as tropas permaneçam no Rio.

AP?"S A VOTAÇÃO
A solicitação da Procuradoria é que as Forças Armadas permaneçam na cidade do Rio de Janeiro até 48 horas depois da votação.

VOLUME VS. BANDIDAGEM
A Força Nacional, as polícias federal, civil e militar e Forças Armadas terão 85 mil homens nas ruas do Rio. De 5 a 10 mil estarão à paisana.

ESTADO É UMA MÃE
O Ministério da Transparência, ex-Controladoria-Geral, se jacta de ter expulsado, nos primeiros meses do ano, 251 servidores por corrupção, abandono ao cargo etc. É a menor taxa de demissões do Brasil: apenas 0,0002% dos 1.116.896 servidores do poder executivo federal.

POUCA CHANCE
Defensora de Dilma na comissão do impeachment, Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) enfrentará dificuldade para retornar ao Senado. "A chance dela é a volta de Dilma", prevê o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM).

CRIATURA VS. CRIADOR
Voltou a azedar a relação entre Dilma e Lula. Ela queixa-se que o ex-presidente anda mais preocupado em construir candidatura para 2018, já ele foi ao Nordeste para se apresentar como "possibilidade".

TURISMO DE OPORTUNISTAS
O Turismo concentra 875 dos 4.720 convênios de entidades sem fins lucrativos cancelados por irregularidades na execução, desvios dos recursos ou inconsistências nas prestação de contas ao governo.

S?" FICHA LIMPA
No mesmo dia que julgou recurso de Eduardo Cunha, a Comissão de Constituição e Justiça escolheu Chico Alencar (PSOL-RJ) para relatar projeto que afasta membro da Mesa denunciado no Conselho de Ética.

EM EXTINÇÃO
A negociação de delação premiada do marqueteiro de Lula e Dilma, João Santana, deixa a cúpula do PT em pânico: sem confirmação, o núcleo partidário foi informado de que "não sobrará um único petista".

BURROCRACIA
O Corpo de Bombeiros e a Secretaria de Fazenda do Rio estão em pé de guerra pela Taxa de Incêndio (para a aquisição de material para a corporação). Bombeiros arrecadam, mas a secretaria reivindica que só ela pode arrecadar taxas. Enquanto isso, nada de novos materiais.

CUNHA NUNCA MAIS
Autor do projeto que afasta membro da Mesa Diretora denunciado no Conselho de Ética, Betinho Gomes (PSDB-PE) diz que casos como o de Cunha não podem mais inviabilizar os trabalhos da Câmara.

PENSANDO BEM...
...com o impeachment de Dilma e a cassação de Cunha é a primeira vez, desde a eleição de 2014, que o Congresso vai parar de verdade.
Herculano
18/07/2016 07:33
PETISMO SUGERE UM NOVO REFRÃO POPULISTA: ROUBA, MAS DISTRIBUI, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

É curioso o resultado do Datafolha acerca do principal problema do país. Na média, confirma-se o destaque da corrupção como a resposta bem mais frequente, dada por 1/3 dos pesquisados.

Para um grupo populoso, porém, saúde e desemprego são temas tão valiosos quanto a corrupção. Nesse estrato, cada um dos três itens obtém pouco mais de 1/5 das respostas.

Trata-se dos eleitores cuja renda familiar mensal não excede dois salários mínimos (R$ 1.760), que representam 49% da amostra. Esse padrão de desvio da média global se repete entre os 35% que estudaram no máximo até o nível fundamental.

Esse eleitor mais pobre e menos instruído, tão preocupado com emprego e saúde quanto com corrupção, proporciona melhores resultados para o petismo na pesquisa. Rejeita menos Lula e lhe dá mais intenção de votos. Apoia menos o impeachment e a permanência de Temer. É o vetor que por ora evita a implosão eleitoral do PT e de seu líder.

O populismo sempre foi uma resposta provável à degradação das condições de vida de grandes contingentes sociais. No Brasil, várias configurações da elite política já entoaram a melodia populista, que associou ao ademarismo e ao malufismo o bordão "rouba, mas faz".

A elite oriunda do sindicalismo, de movimentos católicos, da burocracia e da academia estatal agora adapta o slogan. Fazemos o que todos os outros fazem, sugere em sua ginástica mental, mas pelo menos distribuímos renda e oportunidades.

O "rouba, mas distribui" pode colar, pois há substrato demográfico para absorver a mensagem. Será, no entanto, uma via minoritária, pela qual o PT dificilmente obterá os principais cargos eletivos do país.

A fatia dos que concluíram o ensino médio, hoje 2/3 do eleitorado, está em franca expansão. É improvável, dado o colchão social brasileiro, que a base da pirâmide de renda volte a crescer como tendência secular.
Erva Daninha
17/07/2016 19:15
Oi, Herculano

O japa da Polícia Federal voltou

O "japa da Federal" voltou a prender, informa a revista Época.

Usando tornozeleira eletrônica, foi Newton Ishii quem recebeu Genésio Schiavinato Júnior, alvo da Operação Abismo, para uma temporada em Curitiba.

O Antagonista não se importa que o japonês continue trabalhando."

Moro agora pode prender o LuLLa!!!
Chegou quem faltava.
Ana Amélia que não é Lemos
17/07/2016 18:54
Sr. Herculano:

"Estava eu passando de canais na TV, quando me deparei com um programa na Globo News que discutia a saída de Eduardo Cunha da presidência da Câmara. Nele participavam Manuel Galdino, diretor-executivo da Transparência Brasil, e Roberto Romano, professor da Unicamp. Depois de alguns pontos colocados por ambas as partes, Roberto Romano diz que sua maior preocupação com o atual cenário político é a radicalização do Congresso, alertando para um possível regime autoritário.

Não é de se espantar para ninguém que a Unicamp é infestada de esquerdistas. Mas me espanta como a esquerda considera qualquer discurso diferente que não reza a sua cartilha como algo radical. Já perceberam isso?

Se alguém apresenta uma pauta voltada para o mercado, com menos impostos, menos burocracia e com um Estado mais enxuto, a esquerda o acusa de ultraliberal a favor dos empresários que quer destruir as 'conquistas' dos trabalhadores."
Artigo de Pedro Henrique Mancini de Azevedo.

Quando a ditadura é um fato, a revolução é um dever.
Do filme TREM NOTURNO PARA LISBOA.
Sidnei Luis Reinert
17/07/2016 18:42
E SE DIZEM SOCIALISTAS COMO A PTRLHADA DAQUI...

O cofre da filha de Cristina Kirchner

Brasil 16.07.16 21:01
O juiz argentino Julián Ercolini, que investiga o enriquecimento ilícito de Cristina Kirchner, determinou a abertura de cofres mantidos por sua filha, Florencia, de 26 anos, na agência principal do Banco Galicia, em Buenos Aires.

Foram encontradas caixas com montanhas de cédulas num total de US$ 4,6 milhões, cerca de R$ 15 milhões.

A imagem diz tudo.

http://www.oantagonista.com/posts/o-cofre-da-filha-de-cristina-kirchner
Sidnei Luis Reinert
17/07/2016 18:40
EXCLUSIVO: ODEBRECHT DELATA MP DA LENIÊNCIA

Brasil 17.07.16 08:42
Dilma Rousseff, como se sabe, atuou criminosamente para tirar Marcelo Odebrecht da cadeia.

Os depoimentos dos executivos da empreiteira à PGR já desmascararam as manobras do governo petista no STJ e na tentativa de suborno a Delcídio Amaral.

Mas há outra frente, igualmente explosiva, na mira dos investigadores.

O Antagonista foi informado de que a PGR está interrogando os delatores da Odebrecht sobre a escandalosa MP da Leniência, aprovada às pressas por Dilma Rousseff para tentar melar a Lava Jato.

Os procuradores de Curitiba já haviam denunciado a lei:

"A Medida Provisória n.º 703/2015, que no apagar das luzes do último ano institucionalizou o 'acordão' entre as empreiteiras, previu a possibilidade de acordo de leniência sem exigência do real compromisso de autoincriminação, com a facilitação do pagamento pela empresa de indenização em prejuízo da vítima e sem a necessidade do fornecimento de informações de fatos novos".

Agora a PGR está demonstrando que o "acordão", na verdade, foi fruto de um crime.
Ana Amélia que não é Lemos
17/07/2016 18:23
Sr. Herculano:

O PT, Dilma e Lula continuam, apoiando o regime bolivariano da Venezuela, que agora passa a vergonha de ver seu povo atravessando a fronteira colombiana para comprar comida e remédios, tudo para não morrer de fome ou de doença.

Da mesma forma que aconteceu no domingo passado, também neste milhares de venezuelanos se deslocaram até a fronteira do país com a Colômbia para comprar alimentos e remédios na nação vizinha, aproveitando mais uma abertura temporária da fronteira. A decisão do governo venezuelano de suspender a proibição de entrada e saída na fronteira com a Colômbia, mantida desde o ano passado, animou muita gente que vive a centenas de quilômetros da fronteira a viajar para entrar em território colombiano e se abastecer com itens de necessidade básica, difíceis de serem obtidos na Venezuela há meses.

Falta tudo na Venezuela, sobretudo liberdade.

O regime se dissolve como bolha no ar, tudo depois da aventura bolivariana de gênero muito parecido com a aventura petista do Brasil, que mergulhou o País no descontrole dos preços e na profunda recessão.."
Jornalista Políbio Braga

Nenhum inimigo é mais forte do que a fé que carregamos em nossos corações.
Herculano
17/07/2016 10:40
ACIMA DOS PARTIDOS, por Ferreira Gullar, escritor, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Quem lê as críticas que, com frequência, faço aqui a Lula, Dilma e ao petismo em geral, pode deduzir que pertenço a algum partido político que se opõe ao PT. Estará enganado, já que não pertenço a nenhum partido e, se critico o PT, o mesmo faria com qualquer outro partido que praticasse os erros que ele praticou nesses 14 anos de governo.

É certo que fez também coisas certas, mas, infelizmente, após os primeiros anos no governo, tomou o caminho errado, certamente pelo propósito de manter-se indefinidamente no poder.

Os outros partidos, de modo geral, com raras exceções, não são tampouco nenhuma flor que se cheire, como é o caso do PMDB, que, não por acaso, foi aliado dos petistas até poucos meses atrás.

É verdade, porém, que tanto o PMDB como os demais partidos, diferem do PT num ponto, pelo menos: é que este, de inspiração populista - na linha do bolivarianismo?" ambicionava apropriar-se do poder para sempre, donde as medidas desastrosas por ele adotadas, que conduziram o país à situação lamentável em que se encontra.

Os demais partidos, que aceitam o jogo democrático, admitem a alternância de poder, determinada pela norma democrática. Por exemplo, Fernando Henrique Cardoso, findo seu segundo mandato, passou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva, mas este, ao contrário, tentou reeleger-se uma terceira vez e, só porque não o conseguiu, elegeu Dilma Rousseff em seu lugar.

Fez isso certo de que voltaria ao poder quatro anos depois e só desistiu desse intento ao constatar a herança maldita que lhe cairia nas costas. Foi por isso que fez dela candidata a um segundo mandato. Ele percebeu que suceder Dilma seria um desastre, e foi o que aconteceu no segundo mandato dela, que resultou no impeachment.

Ela foi afastada e Michel Temer, seu vice, assumiu o governo como presidente interino, conforme a Constituição.

Sucede que os petistas ?"para os quais as leis só valem quando os beneficia?" passaram a chamar de golpe o que é um procedimento legal. Foram para as ruas pedir a saída de Temer, quando este ainda não tinha completado um mês no governo. Sabem muito bem que o impeachment é um procedimento constitucional, mas, como não aceitam ter de deixar o poder, fingem não saber.
Herculano
17/07/2016 10:39
ACIMA DOS PARTIDOS, por Ferreira Gullar, escritor, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Sabem também que Dilma já não governava o país, e que muito menos poderia fazê-lo agora, se voltasse ao governo. Ainda assim, tudo fazem para inviabilizar o governo de Michel Temer, muito embora saibam que, se o conseguissem, levariam o país à debacle total. É que o PT não atua visando o interesse nacional, e sim o seu próprio interesse. Ao contrário do que costuma dizer Dilma, o lema de "quanto pior, melhor" é deles, petistas, e não de seus adversários.

De minha parte, como disse no começo desta crônica, não pertenço a nenhum partido e, por isso mesmo, quando critico os petistas não o faço por razões partidárias, mas visando o interesse do país, da sociedade, dos cidadãos, conforme meu ponto de vista, claro.

Essas são igualmente as razões que determinam minha atitude em face do presidente Michel Temer. Não o conheço pessoalmente nem tenho qualquer simpatia especial por ele. Admito mesmo que, se fosse o caso de votar nele para a Presidência da República, dificilmente o faria. Apesar disso, ao contrário dos petistas, torço para que ele tome as medidas acertadas, que nos tire deste buraco negro em que Dilma Rousseff nos meteu.

Este é o ponto para o qual gostaria de chamar a atenção do leitor. O Brasil enfrenta um dos piores momentos de sua história, com mais de 11 milhões de desempregados, inflação alta, produção industrial estagnada e um déficit orçamentário dos mais altos do mundo.

Tal situação exige dos políticos, e particularmente do governo central, medidas acertadas e urgentes para evitar que esse estado crítico se agrave. E nós sabemos que, se isso ocorrer, os mais atingidos serão precisamente aqueles que vivem de seu trabalho e, portanto, do crescimento da economia.

Atuar com o propósito de dificultar a adoção de tais medidas é atentar contra os setores mais carentes da sociedade, e é lamentável que isso seja feito por políticos integrantes de uma instituição que se intitula Partido dos Trabalhadores.

Do meu ponto de vista, não é Temer que importa, nem se é este ou aquele partido que ocupe o governo. Importa é sairmos do atoleiro.
Herculano
17/07/2016 10:36
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

Piada Pronta: "Maradona cotado para assumir a seleção da Bolívia".

Assumir ou consumir?

Ele vai consumir a seleção da Bolívia. Pra ganhar a próxima Coca!

A Coca do Mundo é Nossa!

Rarará!

Outra piada pronta: "Franceses vêm para a Olimpíada e alugam carro roubado em locadora no RJ".

O carro já vem roubado!

Rarará!

E diz que depois do Paes inaugurar a Transolímpica, Frankstemer vai inaugurar a Transilvânia! Transolímpica-Transilvânia!

E aquela faixa da polícia no aeroporto: "Welcome to Hell".

O "Kibeloco" fez quatro versões da faixa: "Welcome to Hell! Seu carregador não vai entrar na tomada".

"Welcome to Hell! O motorista do Uber está tão perdido quanto você."

"Welcome to Hell! A TV a cabo do hotel só tem três canais". Um vende joias, o outro passa a missa. E o outro é da Universal.

Rarará!

E a faixa em Curitiba é "Welcome Réu!".

E o Congresso? Deu Em Merda!

O DEM ganhou! Novo presidente da Câmara: Rodrigo Maia!

E a única coisa que eu sei do Rodrigo Maia é que ele é filho do Cesar Maia.

NEPAITISMO! Os Malas!

E sabe o que o Rodrigo Maia cantou pro Temer?

"Quando o inverno chegar, eu quero estar junto a ti."

Rarará!

E DEM quer dizer Deu Em Merda porque todos saíram.

Só sobraram três políticos: Rodrigo Mala, Agripropina Maia e ACM Neto. Ops, ACMeiometro! Neto do ACM! NETISMO!

DEM: nepaitismo e netismo!

Brasil Colônia. A Volta dos Mortos Vivos!

A Volta dos Velhos Carnavais!

Rarará!

E sabe aquele menino português que consolou o torcedor francês e viralizou na internet?

Veio pro Brasil. Veio pra BH: pra consolar a torcida do Cruzeiro.

E fez escala em Congonhas: pra consolar a torcida do São Paulo!

Rarará!

É melhor esse menino português ficar no Brasil. Consolo de torcidas!
Herculano
17/07/2016 10:27
REFORMA TRABALHISTA PRESERVA E CRIA EMPREGOS, editorial do jornal O Globo

Parte 1

Ao contrário do que proclamam corporações sindicais, quebrar a rigidez anacrônica da CLT é caminho seguro para revitalizar o mercado de trabalho

O pensamento dogmático, sectário, costuma resultar em violência. No universo das religiões, há os dramáticos exemplos de barbáries cometidas por frações do Islã radical, em várias partes do mundo. No Brasil e também em outros países, este tipo de fé religiosa cega, importada por grupos político-ideológicos, também obstrui aperfeiçoamentos legais favoráveis aos trabalhadores como um todo, mas denunciados como demoníacos ataques a alegados direitos trabalhistas.

A discussão que se arrasta há mais de década sobre o arcaísmo da legislação trabalhista brasileira volta a ganhar força no governo do presidente interino Michel Temer, obrigado a manejar com a maior crise econômica de que se tem notícia na história republicana do país.

Com já mais de 10 milhões de desempregados, devido à recessão deflagrada pela irresponsabilidade fiscal de Lula e Dilma, o país vê serem destruídas conquistas sociais tão alardeadas de palanques eleitorais.

Com quedas históricas do PIB, ao nível de 3% ao ano, a economia desemprega e, com isso, diminui a circulação de renda, reduz a coleta de impostos e agrava a crise fiscal do Estado. É vital romper esta cadeia de sucessão de desastres.

É por isso que, independentemente de várias medidas no campo macroeconômico, tudo o que tornar menos onerosa a criação de empregos é bem-vindo. Para ajudar a ampliar o mercado de trabalho, em velocidade mais alta na retomada do crescimento, e a fim de atenuar o impacto recessivo do desemprego no desaquecimento prolongado da economia.
Herculano
17/07/2016 10:27
REFORMA TRABALHISTA PRESERVA E CRIA EMPREGOS, editorial do jornal O Globo

Parte 2

Daí ser crucial a reforma trabalhista no conjunto de medidas que Temer se prepara para enviar ao Congresso - tudo indica, depois de aprovado o impeachment.

Neste campo, há uma medida-chave, mas não a única: aceitar o "negociado" por sobre o "legislado". Quer dizer, se patrões e empregados, via sindicatos, aceitarem contrariar alguma norma da arcaica Consolidação das Lei dos Trabalho ?" a getuliana CLT, da década de 40 ?", para manter e/ou criar empregos, a Justiça do Trabalho sancionará o entendimento.

É o que fez o próprio governo Dilma, no segundo mandato, quando a crise mostrou a cara, pulverizando empregos aos milhares. Ela, numa heresia, adotou o conceito do "negociado" em vez do "legislado", demonizado pela CUT, e lançou o Programa de Proteção ao Emprego. Por ele, jornada e salário podem ser reduzidos em 30%, para manter empregos. Mas o adotou de forma acanhada, parcial.

O mesmo aperfeiçoamento é tentado na reforma trabalhista do governo socialista francês, por exemplo. A reação sindical é idêntica à da CUT. Não se quer saber quantos empregos podem ser mantidos, mesmo com salários mais baixos. Pesa mais o sectarismo ideológico.

Na indústria automobilística brasileira ainda há, segundo a entidade das montadoras (Anfavea), 32 mil metalúrgicos a mais nas linhas de montagem, depois de todas as demissões. Afinal, hoje as vendas caem no mercado interno à razão de 25% ao ano.

O que fazer com eles? Já existem 21,3 mil sob o regime do PPE (menor carga de trabalho, salário mais baixo pago pela empresa). Ao contrário do que pensam mentes conspiratórias, não interessa às fábricas demitir operários. O melhor é manter o maior número possível deles, à espera da retomada do crescimento, sem necessitar fazer contratação de gente sem treinamento. Mas, dentro das regras de uma CLT feita para um Brasil ainda rural, com indústria e mercado de trabalho incipientes, nada feito. Em nome da "garantia de direitos", incentivam-se as demissões.
Herculano
17/07/2016 10:22
A ERA DAS DENUNCIAÇÕES, por Sacha Calmon, para o Correio Braziliense

Parte 1

Como é sabido, os crimes, exceto o de responsabilidade, como o nome indica, exigem a prova da sua materialidade, com base no princípio da tipicidade, e a sua autoria, para haver julgamento e pena, de acordo com os agravantes ou atenuantes do delito em cada caso concreto.

A materialidade exige que o fato delituoso preencha sua descrição prevista em lei. No caso do furto, por exemplo, o fato é subtrair coisa alheia, móvel para si ou para outrem, com o fim de assenhoramento definitivo. Se há emprego da força ou sua ameaça, já não é furto e sim roubo (furto com emprego da violência). Se me emprestam uma coisa móvel e me nego a devolvê-la, o crime já é de apropriação indébita. O peculato - basicamente - é o furto ou a apropriação indébita de coisa móvel pública (há subtipos).

A autoria não está na ação delituosa, mas na atribuição dela a determinada pessoa. Aqui entra em cena o sistema de provas: a técnica (identificação da pessoa pelas suas digitais, DNA, imagens, sistemas de câmaras ou fotos etc.), a documental, a testemunhal, por aí se vai.

Diga-se para logo que estamos todos obrigados, por lei, a denunciar a prática de crimes. Porém, se se oferece um prêmio a quem denuncia, sendo o denunciante coautor ou, de alguma forma, implicado no delito, passou-se a dizer que a denúncia tinha o viés de "colaboração premiada" para distingui-la daqueloutra, comum nos filmes de faroeste ("Procura-se vivo ou morto - recompensa: mil dólares").

A velha de séculos delação premiada é eficaz nos crimes das organizações criminosas, ou crimes contra a administração pública (quanto maior o Estado e empresas estatais, maior a criminalidade).
Herculano
17/07/2016 10:22
A ERA DAS DENUNCIAÇÕES, por Sacha Calmon, para o Correio Braziliense

Parte 2

Pois bem, a Lava-Jato começou para investigar a remessa de dólares fora do sistema financeiro, que funcionava num posto de gasolina em Brasília. O dólar é um refúgio para o dinheiro que não ousa dizer sua origem. Deu-se que o juiz Moro pegou uma linha e agarrou o novelo. Começaram, então, para os réus confessos e outros pegos com farta documentação, as chamadas "delações premiadas" em troca de substanciais reduções de penas. Mas não bastava delatar, seria preciso indicar "outras provas", preferencialmente documentais ou aptas às perícias técnicas.

Sabe-se de delator que poupou alguns culpados e que incluiu pessoas absolutamente alheias aos fatos relatados. Por isso, muito inquieta os que saem por aí, gravando conversas, garimpando conivências, insinuando dizeres que comprometam as pessoas gravadas, sem arrimo em sólidos fundamentos externos às conversas.

Sérgio Machado, com a maior naturalidade, diz que deu 200 mil para fulano, 50 a beltrano, 300 a sicrano, em 2010, em tal lugar, para isso ou aquilo, ou que se encontrou com Zé das quantas que lhe pediu propina. Isso pode ter valor, algum valor ou nenhum, se não comprovada por outros meios a veracidade da delação ou mesmo se o fato ou pessoa delatada fugir ao contexto investigado.

Veja-se o caso do Lula. Foi fotografado no triplex com Léo Pinheiro da OAS e dona Marisa foi lá várias vezes. No entanto, não está o apartamento em seu nome, nem o sítio de Atibaia, mesmo com seu roupão e pertences íntimos. O Suassuna, há gravação, pediu ao filho do Lula para fazer um churrasco no seu "próprio sítio". São indícios veementes, mas eu não condenaria Lula, a não ser que se descobrisse uma "escritura de gaveta" ou promessa irretratável e irrevogável de venda por quem é dono hoje. Outras linhas de investigação são aconselháveis.

Há um festival de delações desesperadas, pois ninguém quer ser Marcos Valério. A investigação fica tumultuada. A Justiça precisa de clareza e provas robustas. O país se vê envolto na descrença, com baixa estima e revoltado. O STF se vê abarrotado de denúncias e simplesmente não tem tempo disponível. Mas quem sofre mesmo é o povo, o pai ou a mãe de família, e são milhões os desempregados, sem ter como alimentar os seus. A política rasteira toma o lugar da alta política e da Administração Pública.

Acorda Brasil! Temer acertou na mosca ao armar a equipe econômica. Temos tudo para sair do buraco em que o PT nos meteu. Aliás, já começamos. A simples saída de Dilma já animou a economia. As medidas do Interino, mais ainda. Está na hora de voltar a crescer.

É preciso não esquecer que a confissão de boca própria é a rainha das provas, como delas, das provas, a testemunhal é a prostituta, por duas razões: primeiro pode-se ver o fato de modo distorcido, reconhecer um suposto culpado sem sê-lo, etc. Em segundo lugar, quando se atribui a terceiros atos delituosos, bem pode estar mentindo o delator. Talvez por isso diziam os romanos "testis uno, testis nullus". Uma só testemunha é nula. Precisamos de bons juízes na 1ª instância, punir a corrupção com sentenças fundamentadas. E acabar com o foro privilegiado.
Herculano
17/07/2016 10:18
PENSANDO BEM...

Quem é mais criminoso? Quem compra o voto, ou quem vende o voto? Sem um, não há outro. Na tipificação do crime é preciso ter os dois de forma clara.

Outra. Que história é essa da sociedade pedir mudanças aos políticos que lhe representa, se ela é a primeira a se lambuzar eticamente? Acorda, Gaspar!
Herculano
17/07/2016 10:13
O SUJO E OS MAL LAVADOS, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O Brasil foi o queridinho do mundo nos anos Lula, depois deu uma cambalhota e voltou a ser visto como um país atolado em mazelas históricas, potencializadas pelas várias crises. Mas, se os brasileiros fazem autocrítica, às vezes exagerada, é a hora de perguntar aos demais países, sobretudo aos ricos: quem atira a primeira pedra? Todos convivem com graves problemas.

A Turquia, um dos países mais fascinantes do mundo, sofre um real golpe de estado: tanques nas ruas, soldados e policiais guerreando, civis recrutados, centenas de mortos, tudo empurrando o país para tempos nebulosos e atraindo recriminações internacionais. Como o Brasil, o país foi ao céu e desceu ao inferno, mas por motivos bem diferentes. Só por má informação ou má-fé tentariam usar a ruptura democrática lá para reavivar a tese do golpe cá. Um golpe militar é o oposto de um impeachment institucional.

De comum, foi-se o tempo em que um orgulhoso Brasil e uma Turquia com prestígio político em alta se deram as mãos para um salto ousado: a mediação, em 2010, entre Irã e o mundo desenvolvido, na busca de uma solução para o programa nuclear iraniano. A ONU jogou um balde de água fria na articulação (para mais tarde patrocinar um acordo semelhante), mas Brasil e Turquia pelo menos tinham espaço para agir. E agora, o que sobrou do orgulho e da pretensão de ambos?

E o mundo rico não está melhor. A França acaba de cometer uma indiscrição, ao dizer publicamente que o Estado Islâmico preparava um atentado contra a delegação francesa na Olimpíada do Rio, esquecendo-se de avisar ao principal interessado: o governo brasileiro. E, enquanto se preocupava com o Brasil, o inimigo dormia ao lado.

País símbolo de liberdade, igualdade e fraternidade no mundo moderno, a França acaba de sofrer dois dos mais cruéis e covardes atentados, um em Paris, com 129 jovens mortos, e outro agora em Nice, exatamente na festa do 14 de julho, matando mais de 80 jovens, velhos, adultos e crianças. No mínimo, a inteligência e as forças militares e de segurança francesas estão levando um banho (de sangue) do Estado Islâmico e até de malucos que podem ou não agir por grupos terroristas ou crenças desvirtuadas. Mas ela não está sozinha.

O que dizer do 11 de Setembro, que atingiu as Torres Gêmeas, o coração e a alma da maior potência mundial? E do ataque a uma casa noturna LGBT em Orlando, também nos EUA, que pode ter sido um ato solitário ou uma ação coordenada com o terrorismo internacional?

Também não podem atirar a primeira, nem a segunda, nem a terceira pedras contra as mazelas brasileiras a Bélgica, a Indonésia, o sofrido Paquistão e a pouco conhecida Burkina Faso, todos eles alvos de atentados que mataram e feriram centenas de pessoas neste ano, que mal chegou à metade. A própria Turquia não passou incólume a isso. Foram dois atentados graves desde janeiro, um em Ancara, assumido por um grupo curdo radical, outro no aeroporto da linda Istambul, atribuído ao EI.

Ao largo do terrorismo, vieram o Brexit, que jogou a União Europeia e o Reino Unido no escuro, e ameaça Donald Trump, que está empatado com Hillary Clinton nos EUA, para confirmar que o mundo anda mesmo de pernas para o ar, com excesso de ataques terroristas e uma dramática falta de grandes líderes. Trump, Berlusconi, Sarkozy?! Portanto, calma lá antes de falarem mal do Brasil.

O Brasil deixou até de ser "o país do futebol", voltou a ser o dos tiroteios urbanos, baías contaminadas, zika, dengue, chikungunya e H1N1 e ganhou um acréscimo: o campeão da corrupção ?" pelo menos até que os demais deflagrem também suas Lava Jatos. Só falta a Olimpíada atrair um inédito ataque terrorista. Mas quem mesmo pode atirar a primeira pedra? Aliás, se depender dos órgãos de inteligência dos países ricos, é melhor a gente rezar. Ou chorar.
Herculano
17/07/2016 10:08
CURTO CIRCUITO À VISTA, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo.

No slogan bolado por marqueteiros, a estatal Furnas Centrais Elétricas se apresenta como "a energia que impulsiona o Brasil". Fora da propaganda, a empresa tem impulsionado escândalos em série. A disputa por seus contratos está por trás das maiores crises políticas recentes: o mensalão e o impeachment de Dilma Rousseff. Um novo curto-circuito começa a ser montado pela gestão de Michel Temer.

A guerra pela estatal precipitou os choques entre o deputado Roberto Jefferson e o governo Lula. Os fusíveis se queimaram quando o Planalto decidiu substituir o diretor Dimas Toledo, que era ligado ao tucanato mineiro e também prestava serviços ao PTB. Irritado, Jefferson passou a contar o que sabia sobre a distribuição de mesadas no Congresso.

No segundo mandato de Lula, Furnas passou à influência do deputado Eduardo Cunha. Sua cruzada contra a presidente Dilma Rousseff começou quando ela decidiu tirá-lo de perto dos cofres da estatal. "Dilma teve praticamente que fazer uma intervenção na empresa para cessar as práticas ilícitas, pois existiam muitas notícias de negócios suspeitos e ilegalidades", contou o ex-senador Delcídio do Amaral aos procuradores da Lava Jato. "Esta mudança na diretoria de Furnas foi o início do enfrentamento de Dilma Rousseff com Eduardo Cunha", acrescentou.

Delcídio também ligou o senador Aécio Neves a suspeitas de desfalques na estatal durante o governo Fernando Henrique Cardoso. O Supremo Tribunal Federal instaurou inquérito para investigar o tucano.

Na semana passada, Temer anunciou que entregará Furnas à bancada do PMDB na Câmara, um aglomerado de aprendizes de Cunha. "Vou devolver a estatal a eles. Furnas pode ser mais expressiva politicamente do que o Turismo. Tem Chesf, Eletronorte, Eletrosul, Itaipu...", disse o interino ao jornal "O Estado de S. Paulo". No dialeto de Brasília, "expressiva politicamente" quer dizer isso mesmo que você está pensando.
Herculano
17/07/2016 08:53
TRAVESSURA DO DESTINO, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

É aquela história que todo mundo sabe, não é preciso contar, sobre o mês de agosto. Assume ares de fato por causa de acontecimentos nefastos ocorridos na política do Brasil, mas o confronto com a realidade não sustenta a lenda. Turbulências não escolhem data, basta conferir no arquivo da memória.

O destino não tem comando e, por isso, faz das suas. No tocante ao nosso pedaço, a mais recente é a coincidência entre o julgamento de dois processos no Congresso: o do impeachment de Dilma Rousseff, no Senado, e o da cassação do mandato de Eduardo Cunha, na Câmara. Ambos ocorrerão nesse mês que se avizinha, dando margem ao livre curso das crendices.

Desta vez, fundadas em fortes e inevitáveis simbolismos se acrescentarmos à conjunção de fatores a realização da Olimpíada no Rio de Janeiro, cuja escolha marcou o auge da euforia da era do PT no poder. O então presidente Luiz Inácio da Silva esteve na cerimônia, em Copenhague (Dinamarca), onde, junto com o então governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, festejou o fato. E o fez como proprietário do feito, bem ao seu feitio.

Passados sete anos desde aquele eufórico outubro de 2009, o ambiente é de agonia para os três personagens, embora não apenas para eles. Lula assiste ao ocaso de seu partido, Cabral vive no ostracismo (na melhor das hipóteses deve torcer para que a Justiça o deixe sossegado no esquecimento) e Paes dedica-se a falar mal do Rio; evidentemente naquilo que é da esfera do Estado, a fim de se distanciar por razões eleitoreiras do projeto político do qual foi parceiro e que agora sucumbe à crise entre outros motivos por imprevidência e improbidade.

Caso Deus se mantenha fiel à sua propalada nacionalidade e proteja seu país de origem da sanha terrorista, dará tudo certo nos Jogos Olímpicos. Na Copa do Mundo o Brasil deu um show fora do campo. Não obstante os superfaturamentos de contratos como sustentáculos da corrupção, o espetáculo foi de beleza inequívoca. Queira nosso brasileiro mais famoso e poderoso que a maravilha se repita na cidade que carrega o epíteto. Seria bonito de ver e de viver. Considerando o poder do patrono e a torcida geral, assim será.

Já para Dilma Rousseff, Eduardo Cunha e o PT o cenário adverso é uma certeza. Obra coletiva, em boa medida resultado da produção de seus autores. Dilma e Cunha vão se submeter a tribunais de juízos anteriormente formados. A Câmara vai tirar o mandato de seu ex-presidente não só porque condena os atos dele, mas primordialmente pelo desconforto da companhia e por razão da oportunidade de tentar "zerar" o déficit de imagem junto à população.

Com o PT o caso é de absoluta exaustão. Dilma em seu período de afastamento faz propostas entre o inexequível e puramente cínico. Sugere a realização de eleições gerais e acena com a possibilidade de manter a equipe econômica de Michel Temer. Lula diz sandices nas quais queira o bom senso que ele não acredite realmente. Exemplo: segundo o ex-presidente, estava tudo correndo bem no governo Dilma, até que a eleição de Cunha para a presidência da Câmara pôs tudo a perder.

Outro exemplo para finalizar: "Só serei candidato se o Brasil não der certo". Ou Lula não quer realmente se candidatar ou torce para que o País dê errado.

Crueldade universal. Os atentados terroristas em geral sinalizam a celebração do hediondo, ninguém discorda. A matança de Nice tem um simbolismo, porém, de característica específica. Ocorreu no dia em que a França celebrava a passagem da revolução de lema igualdade, fraternidade e liberdade. Com isso, exibiu o quanto o mundo está cada vez mais desigual. Desprovido de afeto e prisioneiro do rancor.
Herculano
17/07/2016 08:46
DE RAMON.MERCADER@EDU PARA J.VACCARI@POL, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Companheiro Vaccari,

Você não é Ramon Mercader. Como eu, houve poucos no mundo. Matei o Leon Trotsky em 1940, passei 20 anos na cadeia e não contei o que todos sabiam: acabei com o velhote a mando do Stálin. Quando saí da prisão, você tinha dois anos e quando morri, em 1978, você tinha acabado de se filiar ao sindicato dos bancários de São Paulo. Eu era um velho de 65 anos e você, um garoto de 20. Não vou tomar seu tempo contando minha história porque se você não leu "O Homem que Amava Cachorros", do cubano Leonardo Padura, peça-o a sua família. O final do livro não presta, mas de resto é coisa fina, sobretudo para quem está preso.

Vaccari, eu era do aparelho de segurança soviético, você era do braço do sindicalismo bancário petista, coisas inteiramente diversas. Daqui, já percebi que você, o José Dirceu e dois diretores da Petrobras (Duque e Zelada) estão em silêncio. No seu caso, a condenação está em 15 anos e deve aumentar. Se você tiver que pagar cinco anos em regime fechado, sairá da cela, em 2020, aos 62 anos. Admiro sua resistência e seu vigor ideológico, mas escrevo-lhe para dizer que são fúteis.

Na cadeia, eu sabia que tinha sido condecorado com a Ordem de Lênin. Ao sair, fui proclamado "Herói da União Soviética". Vivi bem em Moscou e em Cuba. Você nunca será um "Herói do PT". Sua família sofre com sua prisão, enquanto minha mãe estimulava meu silêncio.

Tudo o que o PT pode lhe oferecer são algumas visitas discretas de parlamentares. Não ouvi ninguém louvar publicamente seu silêncio.

Durante os 20 anos que ralei, eu sabia que no dia 1º de Maio a União Soviética desfilava seus foguetes na praça Vermelha. Graças a artes do PT (e suas), o presidente do Brasil chama-se Michel Temer e Dilma Rousseff vai morar em Porto Alegre.

Os empreiteiros que atendiam teus pedidos disseram coisas horríveis a teu respeito. Estão no conforto de suas tornozeleiras eletrônicas e posso supor que as solícitas OAS e Odebrecht colocarão mais cadeados nas tuas grades. Todos viverão com patrimônios superiores ao teu.

Eu morri com saudades de Barcelona, a cidade onde nasci, mas quando os comunistas espanhóis ofereceram-me ajuda para visitá-la, queriam que eu contasse minha história. Morri em Cuba sem rever a Catalunha e minhas cinzas foram para Moscou.

Valeu a pena? Não sei, mas garanto que no teu lugar, eu chamaria o Ministério Público para uma conversa exploratória.

Saudações socialistas

Ramon Mercader

A OI NO STF

A ex-SuperTele Oi convive com uma estranha estatística. Lidera a lista das empresas que vão até o Supremo Tribunal Federal em litígios que envolvem os consumidores. Batalha em 6.271 processos. Em segundo lugar vem o banco Santander, com 2.847 casos.

Tamanha diligência judicial pode explicar o fato de a OI gastar cerca de R$ 500 milhões anuais com advogados.

Entende-se uma das razões pelas quais a Oi foi para o buraco quando se vê que desde 2011 a taxa média de sucesso em recursos apresentados ao Supremo está em 3,04%. A dos grandes litigantes contra consumidores é de 0,21%. A taxa de sucesso da Oi ficou em 0,07%.
Herculano
17/07/2016 08:45
GULA SINDICAL, por Elio Gaspari, para os jornais O globo e Folha de S. Paulo

Com o afastamento do comissariado, centrais sindicais e sindicatos perderam algumas de suas generosas fontes de financiamento e há entidades que não conseguem fechar as contas. Hoje todo brasileiro dá um dia de seu trabalho para o aparelho sindical. Milhões de trabalhadores pagam também mensalidades para sindicatos. Há anos arma-se a cobrança compulsória de uma "taxa negocial".

Com as caixas vazias, o aparelho está com pressa para aprovar mais essa tunga. Se o governo quer fazer uma reforma trabalhista, poderia começar pela estrutura do imposto e pelas contribuições que engordam sindicatos patronais e de trabalhadores.

ERRO

Estava errada a informação segundo a qual a Odebrecht atrasou o pagamento de R$ 936 milhões pela outorga (leia-se aluguel) do aeroporto do Galeão.

Luiz Rocha, presidente da concessionária, esclarece que a cifra correta é R$ 286 milhões.

DÁ E TOMA

A pedido do Ministério Público, a Marinha cassou as medalhas do Mérito Naval que deu aos comissários José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha.

Um decreto de 2000 determina a cassação dos crachás concedidos a pessoas condenadas pela Justiça. Em 2015, o Exército expurgou da Ordem do Mérito Militar todos os mensaleiros.

Os comissários haviam sido condenados em 2012 e, em muitos casos, as condecorações são concedidas em função dos cargos ocupados pelo homenageado.

O dá e toma poderia ser evitado se fossem usados critérios mais duros na concessão das medalhas. Nunca é demais lembrar que, em 1977, o general Silvio Frota deu a Medalha do Pacificador ao legista Harry Shibata dois anos depois de ele ter assinado o laudo fraudulento do suicídio de Vladimir Herzog.

Tudo ficaria mais claro se o ato da cassação viesse acompanhado pelo nome do comandante militar que concedeu a honraria.

SOCIALISMO REAL

No dia do aniversário da queda da Bastilha, antes do atentado de Nice, o mundo soube que o presidente socialista francês François Hollande paga (com dinheiro da Viúva) um salário equivalente a R$ 36.210 ao seu barbeiro particular. Na cabeça de Hollande há poucas ideias e pouco cabelo.

É provável que o companheiro pague mais pelo seu corte que as conservadoras Angela Merkel e Theresa May. (O da Merkel era castanho escuro e medonho.)

As duas senhoras tem penteados discretos. Já o americano Donald Trump veste uma instalação e o novo chanceler inglês Boris Johnson tem como marca uma cabeleira de roqueiro, retocada no salão.

TEMER LIGOU E NÃO LIGOU, MAS LIGARIA

Só o tempo dirá o tamanho do estrago imposto a Dilma Rousseff pela sua relação agreste com a verdade. Ela tinha doutorado pela Unicamp e fora presa por "delito de opinião". Falso.

Temer chegou à cadeira de Dilma com dois episódios esquisitos na caminhada. Em dezembro passado, escreveu uma carta à presidente e seu conteúdo foi para a imprensa em poucas horas. Temer garante que o texto foi distribuído pelo comissariado do Planalto. Em abril, foi ao ar um áudio do vice-presidente oferecendo um governo de "salvação nacional".

A distribuição dessa plataforma de governo teria acontecido por engano. A verificação do episódio desmente essa versão.

Há poucos dias, saiu do Planalto a informação segundo a qual a professora Helena Nader, presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, concordara em retornar ao cargo depois de receber um telefonema do presidente.

Falso. A professora não recebeu telefonema nenhum e só reassumiu o cargo atendendo a um apelo do conselho da SBPC.

Como Helena Nader desmentiu a patranha, o palácio corrigiu-se: Temer queria telefonar, mas desistiu.

Fica combinado assim.
Herculano
17/07/2016 08:31
A RECUPERAÇÃO DA CONFIANÇA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Se bem-sucedido, diálogo estabelecerá relacionamento mais sadio de Executivo e Legislativo.

Em entrevista exclusiva publicada no Estado de sexta-feira, 15, o presidente em exercício Michel Temer manifestou a disposição de "desidratar essa coisa de Centrão" com o objetivo de promover a unificação da base situacionista na Câmara dos Deputados. Além de fortalecer a relação de independência e harmonia entre os Poderes Executivo e Legislativo, o fim do Centrão ajudaria a sanear as práticas fisiológicas que têm desvirtuado a missão constitucional da Casa de representação popular no Parlamento.

O atual Centrão é uma grande ação entre amigos que reúne pelo menos 217 deputados de 13 legendas partidárias. Isolados, eles têm inexpressivo valor parlamentar. O grupo não se pauta por diretrizes ideológicas ou programáticas, mas abriga setores da chamada Bancada BBB (Boi, Bíblia e Bala). Sua legenda emblemática talvez seja o PSD, partido que de acordo com seu fundador, Gilberto Kassab, não é de direita, nem de esquerda, nem de centro. Ou seja, está sempre aberto ao que de melhor aparecer. Foi assim que Kassab transferiu-se da oposição ao lulopetismo, passando da condição de líder mais expressivo do antigo PFL quando era prefeito de São Paulo à condição de conselheiro político e ministro das Cidades de Dilma Rousseff. Completou o salto triplo aninhando-se no regaço do governo interino como ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações.

Houve um Centrão criado na segunda metade dos anos 80 por representantes de partidos conservadores dispostos a influir no trabalho da Constituinte de 1988. Embora fosse diferente do atual na medida em que estava focado em pautas programáticas, o Centrão do governo Sarney, a quem dava apoio, inaugurou a era moderna do toma lá dá cá, explicitada no mote "é dando que se recebe", nas palavras do nem um pouco franciscano deputado paulista Roberto Cardoso Alves.

O atual Centrão surgiu de fato, embora ainda não fosse conhecido por esse nome, durante o primeiro mandato de Lula, quando expedientes como o mensalão passaram a ser usados para cooptar uma ampla base parlamentar. A principal razão para que não fosse então reconhecido com nome próprio um grupo parlamentar de apoio ao governo é que o dono exclusivo do poder era o PT, que jamais disfarçou o desprezo político pelos aliados, limitando-se a manter saciadas as suas ambições fisiológicas.

Coube a Eduardo Cunha, já por volta de 2010, pouco antes de assumir a liderança do PMDB na Câmara, surgir como mentor do grupo que, integrado preponderantemente por deputados que a ele deviam favores ?" cargos públicos e patrocínios de campanhas ?", acabou sendo conhecido como Centrão.

Pode-se argumentar que a existência do Centrão decorre do princípio de que a união faz a força. Mas que força e forças para quê? Sendo uma união para obter vantagens materiais ao sabor dos ventos da política, esses laços são inevitavelmente frágeis e rompem-se ao menor aumento da tensão. Foi o que aconteceu com o Centrão de Cunha. Aparentemente indestrutível na bonança, desmoronou-se antes mesmo que seu líder virasse carta fora do baralho.

E com isso, mudado o quadro político, tanto o chefe do governo provisório quanto o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, demonstram a intenção de abrir um diálogo político amplo e em outras bases. Se bem-sucedido, esse diálogo estabelecerá um relacionamento mais sadio do Executivo com o Legislativo, descartando arranjos políticos de grande amplitude e mínimo efeito prático erigidos sobre bases puramente fisiológicas.

A recomposição da dignidade na lide parlamentar certamente levará o povo a reconsiderar o juízo que faz de seus representantes na política. Os atores que agora sobem à cena política com importância renovada acenam com a possibilidade de restabelecer o entendimento entre Câmara e Senado, para desobstruir a tramitação no Congresso de matérias urgentes da pauta econômica e das reformas estruturantes que o País reclama. Isso é muito importante. Mais ainda será se, impondo um padrão de seriedade à vida política, conseguirem eles restaurar a confiança popular no sistema representativo que o lulopetismo aviltou.
Herculano
17/07/2016 08:28
CLÁUSULA DE BARREIRA PODE ACABAR COM PT DO B, PSDC, PSTU, PV, PC DO B..., por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Proposta de emenda à Constituição dos tucanos Aécio Neves (MG) e Ricardo Ferraço (ES) restabelece a cláusula de barreira no Congresso. Isso pode significar o fim de partidos como o PTdoB, PSTU, PSDC, PV e PSC, além de outros, como PCdoB e PPS, já que eles podem não atender ao pré-requisito mínimo de 2% de votos válidos em ao menos 14 estados nas últimas eleições. Candidatos eleitos teriam que mudar de partido se quiserem exercer o mandato.

PSOL IDEM
Partido formado por ex-petistas, o Psol só atinge o mínimo exigido em três estados e corre risco de sumir se a PEC for aprovada.

TEMER A BORDO
Uma das condições pelo apoio tucano ao impeachment de Dilma foi o compromisso de Michel Temer com a volta da cláusula de barreira.

NA MARRA
A cláusula de barreira foi estendida ao Senado porque caso contrário, de acordo com Ferraço, a Câmara jamais aprovaria a proposta.

HIST?"RICO
Projeto parecido foi aprovado em 1995, com validade a partir de 2006, mas foi vetado no STF por prever corte de recursos e de tempo de TV.

PETROBRAS: R$2,6 BI COM PUBLICIDADE EM 10 ANOS
A Petrobras, afundada em escândalos de corrupção no governo petista, gastou R$ 2,57 bilhões com propaganda nos últimos dez anos. De 2006 a 2015, a estatal brasileira foi usada para financiar agências como a Duda Mendonça Associados, a Heads Propaganda, a FCB Brasil Publicidade, a PPR - Profissionais de Publicidade Reunidos, a F/Nazca Saatchi & Saatchi e a Rede Interamericana. Neste ano, a previsão de gasto é cerca de R$ 300 milhões. Os dados são da própria Petrobras.

CENTENAS DE MILHÕES
Atualmente a Petrobras tem verba anual de R$ 330 milhões para gasto com publicidade, divididos entre as agências NBS, FCB e Heads.

GENEROSO CONTRATO
As três agências venceram licitação em 2013 para contratos de um ano, que podem ser renovados por períodos iguais por até cinco anos.

RECORDE
O ano em que o governo petista mais gastou com publicidade da Petrobras foi 2012: R$ 321,3 milhões. E 2016 ainda pode ser recorde.

APOSENTADORIA ALOPRADA
O presidente do Senado, Renan Calheiros, garantiu ao ex-ministro da Casa Civil de Dilma e ex-senador pelo PT-SP, Aloizio Mercadante, uma ótima boquinha pós-governo. Foi dada a Mercadante aposentadoria de senador: 16/35 dos subsídios ou R$18,8 mil por mês pelo resto da vida.

FRENTE POR TRÁS
São signatários da Frente Parlamentar de Defesa da Polícia Federal os ex-deputados André Vargas (ex-PT-PR), João Paulo Cunha (PT-SP), Ricardo Berzoini (PT-SP) e o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

EM XEQUE
Deputados visitam o Rio para verificar a segurança das Olimpíadas. "Não podemos permitir que, a duas semanas dos jogos, a segurança do evento seja colocada em xeque", diz Alexandre Baldy (PTN-GO).

FALTA SERVIÇO
O vice-governador do Distrito Federal, Renato Santana, passou a 4ª-feira na Câmara, costurando em apoio à candidatura de Rogério Rosso para presidente da Casa. E ainda perdeu. Deve faltar serviço no DF.

FUI
A embaixadora do Brasil em Berlim, Alemanha, Maria Luiza Viotti, já começa a apresentar suas despedidas do posto. Ela tem boa relação com Dilma e Lula e chegou até a ser cotada para chanceler.

DESPEDIDA
Após dois anos na presidência do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o advogado Caio César Vieira Rocha, de 35 anos, deixa o tribunal após 10 anos: foram 210 sessões, nas quais relatou 400 casos e participou de mais de três mil julgamentos.

DE ENTREVISTA SABE
Ao final de uma entrevista, o candidato a presidente da Câmara com apoio do PT, Marcelo Castro (PMDB-PI), indagou os papagaios de pirata que o cercavam: "Como me saí? Fui bem?". Todos aprovaram em uníssono, mas Castro perdeu a eleição de lavada.

TÉCNICO-POLÍTICO
Na posse do presidente do INSS, o ministro Osmar Terra se espantou com o perfil de Leonardo Gadelha. "Nova modalidade: um presidente técnico, com indicação política", disse. Gadelha é consultor do Senado.

PERGUNTA NA BOQUINHA
Sem espaço em cargos de comando, o PT já pensa em fazer parte da base de apoio de Michel Temer?
Herculano
17/07/2016 08:15
NERVOS NA OLIMPÍADA, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Mundo virá para a Olimpíada do Rio com os nervos à flor da pele. Quem fizesse um cenário bem negativo, quando o Rio foi escolhido para sediar a Olimpíada de 2016, não teria chegado a tanto. A realidade tem sido mais forte. O mundo virá para o Rio com os nervos à flor da pele. O Brasil receberá atletas e visitantes com um medo novo, o do terrorismo, e com velhos problemas aflorados. O Rio está em calamidade fiscal declarada pelo governador e o país tem dois presidentes.

Faltando 20 dias para o começo dos jogos, a França teve o terceiro ataque terrorista em 18 meses. O atentado em Nice lembra que qualquer coisa pode virar arma de destruição. Um caminhão numa avenida lotada de famílias comemorando o dia nacional, por exemplo. A imaginação de quem faz a segurança tem que superar a capacidade da mente doentia do terror.

O pano de fundo da nossa Olimpíada será este. A radicalização das tensões no mundo no meio de uma onda de terrorismo em grande escala. O Brasil, que sempre se considerou distante desse tipo de problema, agora precisa se preparar meticulosamente para proteger a nossa população e os atletas olímpicos. É o caso, sem dúvida, de fazer o que está sendo feito: rever todo o protocolo e dobrar todas as medidas de segurança.

Não são fatos comparados, mas aqui vivemos as nossas próprias mazelas. Era para ser diferente. Ser o momento em que comemoraríamos a limpeza da Baía de Guanabara, como aconteceu na Baía de Sydney. Ou a apresentação de uma cidade renovada, como aconteceu em Barcelona.

A segurança no Rio passou por um ciclo virtuoso em que pela primeira vez em muitos anos o morador da cidade pôde circular por áreas antes dominadas pelo tráfico. Os moradores dos bairros onde há mais violência tiveram pela primeira vez a presença do Estado. Flertamos com a esperança de resolver um problema que parecia insolúvel. Hoje há um desânimo como se tudo tivesse se perdido. Não é verdade, mas a sensação de retrocesso está no ambiente da cidade e nas estatísticas de mortes.

O desmonte das boas notícias do Rio ocorreu por erro na gestão das contas públicas. Aproveitou-se uma elevação de receitas temporárias para aumento de despesas permanentes. O Rio foi o estado que teve o maior aumento de gastos com a folha salarial, segundo a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi.

Haverá ganhos permanentes no setor de transportes do Rio, mas muito menores do que o programado. Houve a recuperação do centro do Rio e isso será um importante legado, mas a sombra da dúvida de corrupção em algumas das obras paira sobre o contribuinte, o pagador de todas as contas.

Um dos planos que o Rio e o Brasil tinham era o de aproveitar os grandes eventos internacionais aqui e alavancar a indústria do turismo. Havia exemplos de sucesso. O maior deles foi o de Barcelona.

Segundo dados do Banco Mundial, o número de visitantes na Espanha cresceu quase 70% nos dez anos antes da Olimpíada de Barcelona e dobrou nos 10 anos seguintes. Na Grécia também houve isso, apesar de a Olimpíada de Atenas estar na lista das que deixaram mais problemas. No caso, uma grande dívida. O Brasil teve apenas um pequeno aumento de 10% de turistas no ano da Copa. O professor Mauro Rochlin, da FGV, acha que o exemplo do Rio vai esvaziar o interesse de países emergentes de sediar um evento desse porte.

?" O foco nos grandes eventos foi uma escolha equivocada do país. O caderno de encargos é extenso e muito caro. O Brasil convidou o mundo para apresentar os problemas que não conseguiu resolver ?" diz Rochlin.

A Olimpíada pode dar certo ou dar errado. Montreal ficou com uma dívida que levou 30 anos para pagar. Sydney tirou nove milhões de metros cúbicos de lixo de 160 hectares de vias navegáveis. Atenas ficou marcada por desvios e fraudes nas obras. O Rio está imerso em uma crise desconcertante, com atrasos de salários de funcionários, policiais fazendo manifestações em aeroportos carregando cartazes onde se lê "Bem-vindo ao inferno", e com o prefeito Eduardo Paes avaliando que os jogos foram uma oportunidade desperdiçada.

Ninguém imaginou cenário tão difícil. E no meio de tudo há até o fato exótico de submetermos as autoridades estrangeiras ao constrangimento de não saber que presidente cumprimentar. Mesmo assim, eles chegarão: os visitantes e os anéis olímpicos. É esperar e torcer.
Digite 13, delete
16/07/2016 20:29
Oi, Herculano;

Os Vendedores de Vento - artigo de José Carlos Marques

"Lula e Dilma, duas faces de uma mesma moeda que vale cada vez menos na escala da credibilidade política, partiram para o devaneio como arma de conquista. Nos últimos dias, mergulharam num festival de declarações histriônicas e sem vínculo com a realidade, bem ao estilo de quem pensa que pode ganhar qualquer disputa na base do grito. Lula passou a debochar da Operação Lava Jato, considerada um 'carrapato' que incomoda, segundo sua classificação. 'Isso incomoda como uma coceira. Já teve carrapato?', ironizou ele. 'Eu duvido que se ache um empresário a quem eu pedi R$ 10'. As investigações já acharam vários que declararam e demonstraram demandas de auxílio ao ex-presidente. Mas as evidências não interessam a ele. Muito menos os testemunhos que o colocam cada vez mais no centro do petrolão. Lula almeja e busca com persistência embaralhar versões a seu favor. Arrota valentia. Apela a digressões. De uns tempos para cá seus movimentos traíram a couraça de destemido, deixando escapar sinais latentes de desespero. O líder do PT tenta a todo custo escapar do cerco de Curitiba. Desqualifica o trabalho do juiz responsável, Sergio Moro. Abarrota os escaninhos do Supremo com petições pedindo o deslocamento de seus processos para outra esfera legal."

O vento que esta dupla estoca, e depois solta nos seus comícios, é estocado nos intestinos.
Herculano
16/07/2016 19:56
BRASILEIRO COMEÇA A VER TEMER COMO MAL MENOR, por Josias de Souza

Diz o brocardo que não adianta chorar pelo leite derramado. O que está feito está feito. E nada vai desfazer. No lamentável caso brasileiro, isso significa que não adianta ficar lamentando a crise. É preciso encontrar uma saída. Pesquisa Datafolha indica que os brasileiros começam a enxergar Michel Temer como uma espécie de mal menor. E não parecem mais dispostos a confiar a Dilma Rousseff uma bandeja com um copo de leite, mesmo que metafórico.

Decorridos dois meses da interinidade de Temer, 50% dos patrícios acreditam que seria melhor para o país que ele permanecesse na Presidência. Os defensores da volta de Dilma somam escassos 32%. Confrontados com uma pergunta direta sobre o impeachment, 58% defenderam a confirmação do afastamento de madame pelo Senado. Apenas 35% se opõe à sua deposição.

Esses dados ajudam a explicar tendência do Senado de punir o leite derramado. Perdoar Dilma a essa altura equivaleria a comprar briga com os 58% que pregam a descida da lâmina. Bem verdade que a taxa de aprovação do governo provisório de Temer (14%) é praticamente igual à que era ostentada pela gestão Dilma em abril (13%). Mas o "mal menor" representado por Temer é visto como ruim ou péssimo por 31%. Nesse mesmo quesito, Dilma somava extraordinários 65% antes de ser ejetada da cadeira.

Alheios à tese do 'golpe', os entrevistados já não têm dúvidas quanto ao destino de Dilma. Para 71%, a primeira mulher a chegar à Presidência República será enviada para casa mais cedo. Passará à história como protagonista de fiascos que envergonhariam um garçom de boteco. Com a diferença de que não perde a empáfia!
Anônimo disse:
16/07/2016 19:36
Herculano, prometo comentar tua resposta (às 10h18) quando acabar de rir.
Ele é da "craci" dos mortadela.

Mariazinha Beata
16/07/2016 19:02
Seu Herculano;

Ontem a tarde, numa das calçadas de Blumenau encontrei a senhora Eliana Beber.
Abraço daqui e beijinhos de lá, conversamos sobre amenidades até chegarmos ao nome de seu marido.
Ela citou-me que o senador doou (verba parlamentar) para cinco hospitais da região.
Me recordo de dois, Hospital da Vila Itoupava, valor de R$100.000,00 e para o RenalVida R$200.000,00 (alguém do PSDB pode acrescentar os demais que esqueci).
Então: alô, alô, Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a penúria está com os dias contados.
Bye, bye!
Herculano
16/07/2016 18:58
O CONCEITO DE DEMOCRACIA TURCO

O quase deposto por um golpe militar, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdo?an, tem um conceito próprio de democracia.

A Turquia é governada por um regime parlamentarista. Então Erdongan que já foi primeiro ministro, usurpa os direitos constitucionais de Binali Yildirim. E por que faz isto? Porque não possui maioria para mudar a Constituição, mas tem sede de poderes plenos e eterno.

E para completar este conceito torto de democracia dos empoderados, sejam eles de que partidos pertençam ou ideologia acreditam, ou religião pratiquem, após o golpe demitiu juízes, e equivalentes aos promotores de justiça que não são confiáveis ao que ele entende como Justiça.

E a imprensa? Toda sob intervenção e censura do Estado. E para completar: Erdogan acha que a pena de morte resolverá os problemas de dialética dele, contra quem ousar discordar dele.

Herculano
16/07/2016 18:48
INVESTIGADO, RENAN TRAMA CONTRA INVESTIGAÇÕES, por Josias de Souza

A pretexto de fazer um balanço do semestre legislativo, Renan Calheiros divulgou um pronunciamento na TV Senado. Na peça, fez autoelogios, trombeteou prioridades controversas e reiterou ameaças legislativas à Lava Jato. Alvo da operação, protagonista de inquéritos em série no STF, Renan trama, por exemplo, alterar a lei que regulamenta a delação premiada.

Disse Renan: "Com a responsabilidade de quem aprovou a delação, devo dizer que, quando a delação não for comprovada e for vazada para constranger, com o réu preso, com as contas bloqueadas e a família desesperada, quando for apenas para livrar o bandido da cadeia, para trocar personagens, contar narrativas mentirosas, citar fatos que não têm nada a ver, apenas para lavar o dinheiro pilhado, como algumas delas, evidentemente a pena precisa ser agravada e a delação até desfeita."

O presidente do Senado investe contra a Lava Jato num instante em que a operação começa a arrombar os salões do PMDB. Nunca a elite empresarial e política esteve tão ameaçada como agora. Corrupção passou a dar cadeia. O pânico do cárcere solta a língua dos transgressores. E as colaborações judiciais tonificam as investigações.

Renan se queixa das delações feitas por presos. A maioria dos delatores da Lava Jato abriu o bico fora do xilindró. Ironicamente, o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, afilhado politico de Renan, não precisou fazer escala no cárcere para suar o dedo contra a cúpula peemedebista.

O mandachuva do Senado reclama também da complacência com as falsas delações. Conversa mole. Sérgio Moro, o juiz da Lava Jato, anulou os benefícios concedidos a um delator que mentiu em depoimento sobre o ex-ministro petista José Dirceu. Graças a essa decisão, voltou para cadeia o empresário e lobista Fernando Moura, condenado a 16 anos e dois meses de prisão.

"Não se trata de tratamento severo, pois o colaborador que mente, além de comprometer seu acordo, coloca em risco a integridade da Justiça e a segurança de terceiros que podem ser incriminados indevidamente", anotou Moro na sentença. "Considero os seus depoimentos, portanto, apenas como uma confissão da prática de crimes por ele mesmo."

Renan voltou a brandir a espada que mantém sobre a cabeça de Rodrigo Janot, chefe do Ministério Público Federal. "O Senado recebeu dez pedidos de afastamento do procurador-geral da República por variadas razões", afirmou, sem especificar as alegações. "Eu arquivei cinco deles, por ineptos. Os demais estou analisando e pedi um parecer da Advocacia-Geral do Senado. Vamos aguardar a manifestação jurídica e técnica para decidir, amparados na lei."

Em seu pronunciamento, Renan reitera a intenção de levar a voto o projeto que pune o "abuso de autoridade". "Em torno desse tema, é normal que assim seja, há mais malícia do que notícia", afirmou, como a puxar a orelha da imprensa que o imprensa. A proposta encontrava-se na gaveta desde 2009. Agora, sob o crivo das autoridades, Renan avalia que o tema "está maduro para deliberação". Promete "votá-lo na segunda semana de agosto." Sugere até o nome de uma relatora: a deputada Simone Tebet (PMDB-MS).

Os planos de Renan foram ao ar nas pegadas de uma palestra do juiz Sérgio Moro na American University, em Washington, nos Estados Unidos. O magistrado declarou que o Brasil dispõe de leis anticorrupção modernas e eficientes. O problema está no trâmite dos processos. Segundo ele, o país não tem tradição de punir crimes do poder. Moro costuma lembrar que, na Itália, a célebre Operação Mãos Limpas levou a oligarquia política a alterar a legislação para dificultar o desbaratamento dos crimes. Corre-se o mesmo risco no Brasil.
Herculano
16/07/2016 18:43
LULA LIDERA DISPUTA, MAS NÃO VENCERIA O SEGUNDO TURNO, DIZ DATA FOLHA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Fernando Canzian. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera as pesquisas de intenção de voto do Datafolha para o primeiro turno da eleição presidencial de 2018.

O petista não garante, no entanto, a vitória em um eventual segundo turno e poderia ser derrotado pela ex-senadora Marina Silva (Rede) ou pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB).

Após dividir a preferência do eleitorado com Marina nos últimos levantamentos para o primeiro turno, Lula oscilou positivamente e abriu vantagem sobre a potencial adversária, que caiu.

Já os possíveis candidatos do PSDB consultados no levantamento (José Serra, Aécio Neves e Geraldo Alckmin ) oscilaram negativamente ou mantiveram patamares anteriores, o que favoreceu Lula.

Em um eventual segundo turno entre Lula e Marina, a ex-senadora venceria o petista por 44% a 32%. Lula também seria derrotado, por 35% a 40%, se o candidato no segundo turno fosse Serra, considerando a margem de erro do levantamento, de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

No geral, porém, o quadro eleitoral para 2018 permanece muito indefinido: cerca de um quarto dos eleitores (independentemente do cenário) dizem que, no primeiro turno, votariam em branco ou nulo ou não quiseram opinar sobre suas preferências.

CENÁRIOS

No cenário de primeiro turno em que Aécio é testado como candidato do PSDB, Lula aparece com 22%, Marina com 17% e o tucano com 14%.

No mesmo cenário vêm depois Jair Bolsonaro (PSC) com 7%, Ciro Gomes (PDT) com 5%, Michel Temer (PMDB) com 5%, Luciana Genro (PSOL) com 2% e Ronaldo Caiado (DEM) empatado com Eduardo Jorge (PV) com 1%.

Nessa mesma simulação, brancos e nulos somam 18%, e 7% não opinaram. Nenhum dos candidatos supera, portanto, a soma de brancos, nulos e indecisos (25%).

Aécio Neves , que disputou a eleição presidencial de 2014 com Dilma Rousseff, tem hoje metade das intenções de voto que detinha em dezembro de 2015, quando aparecia com 27%.

Entre os demais tucanos, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, aparece hoje com 8% (tinha 14% em dezembro) e José Serra com 11% (detinha 15% em fevereiro).

Do final de 2015 para cá, Marina Silva perdeu mais pontos nos cenários em que os candidatos tucanos são Alckmin ou Serra. Com Aécio, ela se manteve praticamente no mesmo patamar.

A pesquisa mostra que Lula mantém um desempenho eleitoral acima da média entre os mais pobres e menos escolarizados, e que é ultrapassado pelos adversários conforme o avanço da renda e do nível de escolaridade.

Mas o petista, que é investigado pela Polícia Federal (assim como seu partido), segue como o candidato mais rejeitado entre os eleitores: 46% dizem que não votariam nele de jeito nenhum. Ele nega irregularidades.

Aécio, que na simulação de segundo turno está em situação de empate técnico com o Lula, é alvo de dois inquéritos no Supremo Tribunal Federal.
SERGIO MORRO ROCHO
16/07/2016 16:45
Caro Herculano!

Na quarta feira os cumpamheiros fizeram uma reunião no alto gasparinho, na qual apresentaram em primeira mão o seu candidato a vice e a todo momento salientavam que não era uma reunião politica, que não poderiam pedir votos e coisa e tal. Só esqueceram de uma coisa, nem todos que participaram votam no candidato cumpanheiro, esqueceram que agora tem celular, smartfones que gravam, tem partido politico pronto com as imagens para levar para justiça eleitoral. Pelo jeito vai sobrar no máximo dois candidatos até o dia da eleição. Quem jogar limpo, quem não fizer besteira contra a legislação eleitoral vai levar fácil, fácil esta eleição. Os tradicionais, os acostumados em compra de votos e outras sacanagens que aguardem, poderão nem disputar a eleição, pelo jeito é isso mesmo que vai acontecer.
Herculano
16/07/2016 15:39
PARECE LOUCURA, MAS TEM MÉTODO, por Bolívar Lamounier, cientista político, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Elite conspiratória houve no petrolão: empreiteiros e agentes dos governos do PT

No Brasil, os intelectuais não se criticam mutuamente. Trata-se, ao que parece, de uma decorrência da exiguidade numérica: num grupo tão pequeno, questionamentos mútuos "não pegam bem". Pode também ser um modus vivendi: como a maioria combina a atividade docente universitária com algum envolvimento político, cada um se sente no direito de fazer proselitismo partidário ou ideológico sem ser "incomodado" pelos demais.

Tal entendimento parece-me até certo ponto razoável, por duas razões: de um lado, nossa vida universitária nunca se pautou pelo estrito ascetismo outrora cultivado em algumas universidades do Primeiro Mundo; do outro, momentos cruciais da construção democrática brasileira exigiram uma defesa enfática da liberdade de cátedra, estreitamente associada à de expressão do pensamento. Fato, seja como for, é que entre nós o debate aberto e por vezes contundente que se observa nos países academicamente adiantados nunca se desenvolveu.

Ao contrário dos Estados Unidos, por exemplo, onde as revistas especializadas e mesmo alguns jornais, como The New York Review of Books, regularmente publicam resenhas sérias dos novos lançamentos editoriais, no Brasil resenhar é quase sinônimo de elogiar. Essa tradição, que remonta à época nada gloriosa dos catedráticos medalhões, afigura-se esdrúxula nos dias de hoje, com o regime democrático em pleno desenvolvimento, tendo os intelectuais um papel sabidamente importante na formação da opinião pública e cada cidadão querendo saber onde vai parar o dinheiro dos impostos que paga.

Fiz as observações acima instigado por declarações da doutora Marilena Chaui, professora titular de Filosofia da Universidade de São Paulo. Farei referência a três episódios: um, de dez anos atrás, associado ao "mensalão"; outro, de 2012, em que ela disse cobras e lagartos sobre a classe média brasileira; e um recente, a respeito da Operação Lava Jato e do juiz Sergio Moro.

Na primeira, contestando a veracidade das acusações referentes à compra de apoio no Congresso pelo PT, a professora Chaui interpretou-as, bem à maneira das chamadas "teorias conspiratórias", como uma campanha difamatória urdida pela mídia, que se teria comportado como uma elite coesa. Em 2012, num evento organizado, se bem me lembro, por seu partido, num tom inusitadamente exaltado, ela declarou odiar a classe média. "Odeio-a", especificou, "porque é ignorante e fascista". Na mais recente, disse que os inquéritos em andamento nada têm que ver com combate à corrupção, tratar-se-ia de uma operação estrangeira (norte-americana, presumo) cujo real objetivo seria "tirar-nos o pré-sal", hipótese ao ver dela comprovada pelo fato de o juiz Sergio Moro ter sido "treinado pelo FBI".
Herculano
16/07/2016 15:39
PARECE LOUCURA, MAS TEM MÉTODO, por Bolívar Lamounier, cientista político, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

A questão, como se vê, é como a comunidade intelectual - cuja segmentação ideológica tive o cuidado de ressaltar acima ?" reage a tais declarações. Podem elas ser aceitas como expressões normais de um determinado ponto de vista ideológico ou extrapolam tal âmbito, a ponto de merecerem alguma crítica? É óbvio que não tenho procuração para falar por outros integrantes de tal comunidade ?" e muito menos interesse em fazê-lo. Falo por mim.

Quanto a conspirações de elite, sou forçado a perguntar se a professora Chaui ponderou devidamente as companhias a que se reuniu ao abraçar esse tipo de teoria. Falo, naturalmente, dos Protocolos dos Sábios de Sião, cânone da virulência antissemita, da acusação, também falsa e antissemita, contra o capitão Dreyfus; e mesmo da peça também falsa e antissemita, denominada Plano Cohen, obra do então coronel Olímpio Mourão Filho, produzida na antevéspera do autogolpe getulista de 1937. Quem pensa dessa forma vê conspirações por todo lado, tramadas ora pela mídia, ora pelos judeus, ora pelo imperialismo. Karl Popper discute essa questão em seu celebrado livro A Sociedade Aberta e seus Inimigos: "Não afirmo que conspirações nunca acontecem. Ao contrário, elas são fenômenos sociais comuns. (Mas) tornam-se importantes, por exemplo, quando pessoas que acreditam em teorias conspiratórias ?" principalmente pessoas que acreditam saber como criar um paraíso na terra - chegam ao poder e se engajam em contraconspirações contra inexistentes conspiradores. Porque precisam explicar seu fracasso em produzir o almejado paraíso".

Provavelmente por não ter-se debruçado sobre os problemas acima mencionados, Marilena Chaui recai na teoria conspiratória ao falar da Lava Jato, apenas substituindo a elite oculta do mensalão pelo imperialismo e pelo juiz Sergio Moro; e o mais pitoresco é que, no petrolão, houve de fato uma elite conspiratória: um conluio de grandes empreiteiros com altos agentes dos governos Lula e Dilma.

Em sua invectiva contra a classe média, não é mais a uma elite oculta que Marilena Chauí se refere, mas há um elemento comum importante a ressaltar. A ilustre filósofa ter-se-ia expressado melhor, com mais atenção à diversidade do fenômeno de que tratou, se tivesse lido Who Voted for Hitler?, de Richard F. Hamilton, mas esse não é seu método de trabalho. Ela presume, simplesmente, a existência de uma "pequena burguesia", uma camada social homogeneamente ignorante e fascista.

Apesar de sua brilhante trajetória como professora de Filosofia, ela não vê dificuldade em atribuir determinados traços a esse coletivo abstrato e hipostasiado que é sua "classe média". O mais curioso é ela ter declarado isso justo quando o governo petista trombeteava a entrada do Brasil no seleto grupo dos países "de classe média". Graças a suas políticas sociais, mais de 50% da população brasileira teria ascendido ao paraíso dos ignorantes e fascistas.
Yasmim Cordeiro
16/07/2016 14:16
Herculano

Mas aquela ajuda que o Kleber ou o Paca doaram para o grupo de dança pode né.
Você viu a Scheila agradecendo a ajuda do Kleber?
Herculano
16/07/2016 10:17
O HUMOR DE JOSÉ SIMÃO

E adorei também o cartaz feito pela Abin: "Prevenção ao Terrorismo! Pessoas suspeitas utilizam roupas e mochilas destoantes das circunstâncias e do clima. Agem de forma estranha e demonstram intenso nervosismo".

A Abin tá vendo muita série americana. Vão acabar prendendo o entregador de pizza. Ou então um corintiano. Como sempre. Sobrou pro corintiano!

E atentado terrorista já está planejado: Wesley Safadão e Anitta na abertura! Atentado Terrorista: Safadão 2016!
Herculano
16/07/2016 10:12
A TENTATIVA FRUSTRADA DE GOLPE NA TURQUIA É, NA VERDADE, UM AUTOGOLPE DE ERDOGAN, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

A tentativa frustrada de golpe na Turquia é, na verdade, um autogolpe de Erdogan

É evidente que os serviços de Inteligência do país detectaram a movimentação militar, mas Erdogan pagou pra ver; agora, pode se livrar de mais inimigos e adversários

Digamos que o diabo tivesse acordado de mau humor e resolvesse fazer uma das suas: "Deixe-me ver onde é que vou criar uma confusão para que as coisas fiquem muito complicadas; para que a Europa se sinta ainda mais insegura; para açular as ações terroristas do Estado Islâmico; para levar tensão à Otan; para deixar Obama, uma vez mais, com queixo de estátua e nada a dizer?" E o diabo não poderia ter sido mais certeiro: escolheu a Turquia.

Foi o que se viu com a tentativa desastrada e desastrosa de golpe de estado empreendida por uma parte do Exército na noite desta sexta. Ainda não está claro quais facções exatamente se mobilizaram, mas é possível que, na sua maioria, sejam lideranças laicas das Forças Armadas, que estão sendo progressivamente substituídas, diga-se, por elementos ligados ao Partido da Justiça e Desenvolvimento, do quase ditador Recep Erdogan, primeiro-ministro entre 2003 e 2014 e, a partir de então, presidente da República. Sim, há uma progressiva islamização das Forças Armadas turcas, e essa é um das raízes, apenas uma, da crise. Enquanto escrevo, fala-se em pelo menos 90 mortos e mais de mil militares presos.

Foi uma tentativa de golpe nos moldes clássicos, com tanques da rua, ocupação de emissoras de TV e ataque às forças leais ao governo. Mas falhou. Erdogan, que estava fora do país, por meio de seus porta-vozes, convocou a população a ir às ruas em defesa da legalidade. Os golpistas chegaram a anunciar o controle do país, apressando-se em dizer que agiam para preservar "a ordem constitucional, a democracia, os direitos humanos e as liberdades".

Acrescentaram que a Turquia manteria todos os seus acordos internacionais. Durou pouco. O mundo repudiou a quartelada, Erdogan venceu a parada e, podem apostar, virá um expurgo em massa de militares, e a perseguição certamente se estenderá a lideranças civis.

É evidente que uma ação dessa natureza não se planeja - E MAL, COMO SE VIU - só nos quartéis. É claro que lideranças da sociedade civil também estavam envolvidas na conspirata. E não duvidem: Erdogan vai esmagá-las. E o que sempre fez com os que se opõem a ele, mesmo sem motivos. Imaginem com uma patuscada sangrenta como essa.

Um autogolpe
A literatura política conhece a expressão "autogolpe", que designa a prática de governantes autoritários que rompem mesmo a legalidade precária que os sustenta para conquistar ainda mais poder e se impor de forma mais discricionária. Não duvidem! A raposa Erdogan está dando um autogolpe. E explico o que quero dizer.
Herculano
16/07/2016 10:12
A TENTATIVA FRUSTRADA DE GOLPE NA TURQUIA É, NA VERDADE, UM AUTOGOLPE DE ERDOGAN, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

Não! Os que desfecharam a quartelada não são seus paus-mandados - ainda que não se deva descartar que agentes infiltrados tenham ajudado a elevar a pressão dos quartéis -, mas é evidente que a Turquia não é uma república bananeira, em que meia dúzia de fardados tramam um golpe, sem que os serviços de inteligência detectem a movimentação. Acreditar que Erdogan não sabia da fermentação golpista corresponde a assinar um atestado de estupidez. Diria até que ele tanto sabia que, prudentemente, estava fora do país.

É nesse sentido que a quartelada foi um "autogolpe". Erdogan pode até ter corrido algum risco, mas o fato é que pagou para ver, na certeza de que as forças que lhe são fiéis aguentariam, como aguentaram, o embate. Não é por acaso que, no seu retorno, depois de retomado o poder, ele tenha agradecido aos céus o ocorrido. Agora, sim, ele poderá passar o rodo nas Forças Armadas como nunca antes na história da Turquia. E a Europa e os Estados Unidos vão ficar de bico calado.

O fim do mito turco
O episódio é mais uma narrativa a confirmar ?" e não digo com satisfação, mas é apenas um fato ?" a incompatibilidade entre um governo islâmico e a democracia. Erdogan concentra hoje poderes de ditador. A imprensa turca vive sob censura, e jornalistas estão na cadeia, acusados de tramar um? golpe de estado! Adversários do presidente são permanentemente perseguidos por uma Justiça que, progressivamente, se ocupa mais das leis de Alá do que das leis dos homens.

O comportamento de Erdogan em relação ao Estado Islâmico - o país é vizinho da Síria, e mais de dois milhões de refugiados já cruzaram a fronteira - é, para dizer pouco, ambíguo hoje, mas já foi de colaboração. Há a suspeita fundada de que tenha ajudado a armar o EI contra o governo de Bashar Al Assad. A Turquia abrigou, com certeza, células de movimentos terroristas contra o presidente sírio. Erdogan sabe ser implacável é com os curdos.

Se vocês me perguntarem, no entanto, se a maioria da população turca quer a semiditadura truculenta de Erdogan, a resposta é "sim". Ora, "mas a democracia não é o regime da maioria, Reinaldo?" É. Mas a simples maioria não faz democracia, como sabe o fascismo.

Que chances haveria de o mundo democrático, o que interessa - a começar dos países europeus -, apoiar um governo conquistado com os tanques? Inferior a zero. Ainda que as força leais a Erdogan não tivessem reagido, o regime não se sustentaria. A simples suposição de que um golpe nesses termos seja possível na Europa, ainda que esse pedaço da Europa seja a Turquia, já é a evidência de sua inviabilidade.

Erdogan vai se aproveitar para se livrar dos inimigos, golpistas ou não.

Vem ditadura. É o autogolpe.
Herculano
16/07/2016 10:04
O OCASO DE LULA: DESPRESTÍGIO, ABANDONO E SUSPEITAS

Parte 1

Conteúdo da revista Veja. Texto de Thiago Bronzatto, de Caruaru, e Daniel Pereira. Seis anos depois de deixar o poder, petista convive com o descrédito político, o sumiço dos amigos e os inquéritos da Lava Jato

Às 7h50 da última quarta-feira, um segurança do ex-presidente Lula chegou ao Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru, no agreste de Pernambuco. Diligente, comunicou que um Gulfstream G200, avião executivo de luxo e alta performance, estava a caminho da cidade. Minutos depois, dois representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o vice-prefeito Jorge Gomes (PSB) estacionaram seus carros no local.

Estavam apreensivos, porque não havia militantes para oferecer uma recepção calorosa a Lula. "Eles vão chegar. Pode ficar tranquilo", disse um dos líderes do MST ao segurança, tentando amenizar a tensão. Uma hora mais tarde, só oito pessoas aguardavam o ex-presidente. "Vamos partir para o plano B. Acho melhor receber o Lula no hotel. Manda o pessoal para lá", ordenou o guarda-costas.

Em seguida, ele trancou a porta de entrada do saguão do aeroporto, que é público, para evitar que alguém fotografasse o deserto que aguardava Lula, aquele que já foi um dos políticos mais populares do mundo. "O cara", como disse o presidente americano Barack Obama, numa ocasião em que se encontraram.

Lula desembarcou às 9h13 acompanhado do senador Humberto Costa (PT-PE). Driblou as poucas pessoas curiosas que o aguardavam e deixou o aeroporto pelos fundos. "Pensei que ele fosse ao menos pegar na minha mão e me cumprimentar", reclamou Augusto Feitosa, funcionário do aeroporto. Os tempos são outros. A popularidade e o prestígio de Lula também. Caruaru é testemunha dessa transformação.

Em 27 de agosto de 2010, o então presidente desembarcou no mesmo Oscar Laranjeira ao som de uma orquestra formada por estudantes de uma escola pública. O saguão estava lotado. Sorridente, Lula abraçou eleitores e posou para fotos ao lado de autoridades como Fernando Haddad, então ministro da Educação, hoje prefeito de São Paulo, e a então primeira-­dama do Estado de Pernambuco, Renata Campos. Em seu último ano de mandato, Lula beneficiava-se do crescimento econômico, que atingiu 7,5% em 2010. Nem o céu parecia lhe servir de limite. "Se a gente continuar mais dez anos do jeito que está, daqui a pouco chega a Caruaru e pensa que está em Paris, em Madri, de tão chique."
Herculano
16/07/2016 10:03
O OCASO DE LULA: DESPRESTÍGIO, ABANDONO E SUSPEITAS

Parte 2

Caruaru continua Caruaru. Figura entre as doze piores cidades para viver no Brasil. E Lula deixou de ser Lula. Lidera no quesito rejeição entre os nomes cotados para disputar a Presidência em 2018. Na quarta-feira passada, Lula discursou em Caruaru num auditório com capacidade para setenta pessoas.

A plateia era formada por militantes do MST e da CUT, que preferiram tomar o café da manhã do hotel a esperar o petista no aeroporto. A programação previa uma coletiva de imprensa. Não ocorreu. Só Lula e áulicos falaram. Mas o ex-presidente mantém um fotógrafo e uma equipe de documentaristas, sempre a postos para captar as melhores cenas.

Enquanto estava no hotel, um militante rompeu o cerco de seguranças e tirou uma foto com Lula, mas a equipe do ex-presidente o obrigou a apagá-la. A imagem mostrava uma garrafa de uísque ao fundo. Não pegaria bem nas redes sociais, foi a justificativa apresentada.

Depois do evento, Lula saiu pela garagem, num carro com os vidros fechados, e percorreu um trajeto de apenas 400 metros até o trio elétrico que o esperava para um novo discurso. "Ele parece estar meio distante do povo, com um olhar desconfiado", observou a funcionária pública Conceissão Pessoa. Em cima do trio elétrico Pantera Fashion, Lula discursou para 2.000 pessoas. Cinco ônibus, com capacidade para cinquenta passageiros, foram fretados por 1.000 reais cada um, pagos em dinheiro vivo, para postar a claque diante da estrela petista. A programação da semana passada, por exemplo, previa uma passagem pela cidade do Crato, no Ceará, onde ele receberia o título de doutor honoris causa da Universidade Regional do Cariri. A segurança fora informada de que estava sendo organizado um protesto de alunos contra a concessão da honraria. A visita foi cancelada.

Em Caruaru, Lula foi ainda a um assentamento agrário do MST. Uma banda de pífanos, também contratada por cerca de 1.000 reais, animou a festa. À mesa, famílias convidadas puderam se servir de macaxeira, jerimum, cuscuz, carne guisada e suco de acerola. Lula bebia cachaça e água. Estendia o braço direito para o alto, com o punho cerrado, e discursava contra o "golpe" que derrubou Dilma. No fim da tarde, às 17 horas, o ex-presidente partiu para o Recife no avião de prefixo PR-WTR, o mesmo que as empreiteiras Odebrecht e OAS usavam para transportá-lo ao exterior. À noite, na capital pernambucana, num evento em praça pública, Lula criticou o presidente interino Michel Temer e o juiz Sergio Moro, que em breve julgará um pedido de prisão contra ele. Falou à plateia e também à equipe que produz um documentário sobre o "golpe". Com a chuva, os militantes começaram a se dispersar, e Lula teve de encerrar o espetáculo.
Herculano
16/07/2016 09:58
O RETRATO DO ROUBO CONTRA OS BRASILEIROS

A Revista Isto é Dinheiro, traz uma longa reportagem, onde mostra como o governo do PT, PMDB, PP, PDT, PSD, PCdoB, PTB, PR, PRB e outros que se debandaram, delapidaram as estatais e fundos. Assombroso
Herculano
16/07/2016 09:31
AMARGO REGRESSO, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, em artigo no jornal Folha de S. Paulo

A ascensão do Democratas à presidência da Câmara dos Deputados na madrugada da quinta-feira passada (14) representa mais um passo no retorno da política brasileira ao que ela tantas vezes foi: condução oligárquica da modernização conservadora. Daí Rodrigo Maia combinar tão bem com o governo Temer. A coalizão vitoriosa trata de expurgar, de uma parte, os excessos arrivistas representados por Eduardo Cunha e, de outra, a incorporação das massas empreendida pelo lulismo.

É sintomático que o velho Partido da Frente Liberal (PFL), atual DEM, tenha voltado ao centro do jogo. Herdeiros da antiga Arena de 1965, e, por sua via, da UDN e do PSD de 1945, os ex-pefelistas mantiveram-se firmes, ainda que ao preço da quase extinção, em nunca se aliar ao PT. Sabiam que, mesmo eivada de contradições, a perspectiva lulista colocava em xeque o mandonismo aristocrático que eles representavam.

O fato de Maia ter sido apoiado na eleição desta semana por segmentos do PT mostra a enorme dificuldade de orientação das forças progressistas nesta conjuntura. Em lugar de se esforçar por unir os segmentos anti-impeachment, os petistas deixaram a esquerda sem voz. Optaram por manobras à meia luz, despolitizando disputa crucial.

Numa hipotética soma de votos, Marcelo Castro (PMDB-PI), Luiza Erundina (PSOL-SP) e Orlando Silva (PC do B-SP) ficariam dois sufrágios acima de Rogério Rosso (PSD-DF) (108 contra 106). Isto é, unidos poderiam almejar o segundo turno. Seria maneira de mostrar as verdadeiras opções em pauta.

De um lado, estariam os que rejeitam o golpe parlamentar, de outro, os que insistem em consumá-lo. Dividida, a oposição a Temer permitiu que a luta decisiva ocorresse entre duas alas golpistas. Ao apoiar uma delas, confunde a mobilização das ruas contra a deposição injusta da presidente legal.

É evidente que toda a opinião pública aplaude a derrocada de Cunha. Mas se era para formar frente de salvação contra mal maior, os termos de composição teriam que ser negociados entre os partícipes da mesma. Do modo como foi conduzida, pautas liberais como a PEC 241 (teto dos gastos públicos), reforma da Previdência e liberação do pré-sal, entre outras, parecem consensuais, o que estão longe de ser.

O novo presidente da Câmara, cujo perfil sociológico tucano tem a cara dos tempos vigentes, está agora livre para consumar a liberalização. A sua escolha amalgama o bloco sócio-político que deverá dirigir o país nos próximos anos. As chances de reverter o impedimento no Senado esmaeceram, junto com a presença institucional da esquerda.
Herculano
16/07/2016 09:24
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Herculano
16/07/2016 09:22
O FIM DO CENTRÃO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A organização da nova correlação de forças no Congresso exigirá do presidente interino Michel Temer mais habilidade que normalmente, pois se é certo que o centrão já não tem uma liderança que o coloque em posição de disputar o poder parlamentar, o espírito que o gerou, a vontade de ser partícipe desse novo núcleo político majoritário, existe nos diversos partidos que o compõem.

Pequenos grupos políticos surgidos em conseqüência de uma lei partidária que parece ter como lema a velha máxima de que sempre cabe mais um, acabam se transformando em máquinas de criar embaraços ao governo da ocasião para literalmente vender facilidades em troca.

Um dos problemas na reforma política que necessariamente terá que ser feita é justamente permitir a criação de espécies de consórcios partidários, que teriam os mesmos benefícios e privilégios dos partidos que atingissem o mínimo necessário de votos para atuar no Congresso.

O centrão, por exemplo, poderia se transformar num consórcio desses, e em vez de desidratar, como gostaria presidente interino Michel Temer, ganharia consistência. O difícil nessas situações é unificar siglas que não têm nada em comum a não ser o desejo de participar do jogo político para benefício próprio.

E são tantos os interesses específicos dessas pequenas siglas ?" que já chegaram a reunir 300 deputados ?" que se torna impossível saber para que lado seguirão. Se esse é um problema quase insolúvel para o centrão, sua dissolução é uma boa notícia para a prática política.

Uma tendência possível é que, diante da cláusula de barreira aprovada, esses deputados procurem uma legenda mais forte, pois perderiam a facilidade da coligação proporcional, principal responsável pela eleição de vários desses deputados de poucos votos.

Diz o ministro Geddel Vieira Lima, responsável pela ligação do governo com os partidos, que é incorreto identificar esse grupo como centrão, já que os partidos teriam identidades próprias. É uma maneira sutil de inflar o ego de cada deputado desses para atraí-los para o governo, coisa que pode parecer dispensável aos neófitos como a presidente afastada Dilma, mas é fundamental nesse jogo de aproximações que, sendo um jogo, não tem necessidade de refletir a realidade, mas apenas a aparência que cada jogador gostaria de ter.

Mesmo que a maioria deles, ou todos, estejam inclinados a estar próximos do governo, qualquer governo, é preciso fingir que sua cooptação é fruto de uma negociação política, não uma conseqüência quase automática de seu adesismo.

Peguemos Gilberto Kassab, ministro das Comunicações, Ciências e Tecnologia de Temer, ministro das Cidades de Dilma, um político de múltiplas facetas como se vê. Criou do nada o PSD, um partido que, segundo sua definição, não é de direita, nem de centro, nem de esquerda.

Pois é do PSD Rogério Rosso, o candidato do Centrão que disputou o segundo turno, exemplo do que está sendo desidratado para que a maneira de fazer política fique mais transparente. Ninguém dirá isso no governo, mas o fim do centrão tal como foi criado representa um avanço democrático que deve ser comemorado.
Herculano
16/07/2016 09:15
QUEM DÁ MAIS?

A campanha eleitoral na busca do cargo de prefeito de Gaspar já começou de verdade. E do jeito antigo: na compra e venda de votos, inclusive por gente esclarecida de ambos os lados.

Quem compra sabe dos riscos que está correndo, sabe que é ilegal na ação que faz e na origem do dinheiro que usa. De forma hipócrita, fiscaliza os outros tentando impedir à prática. Quem vende, além de se anular como um cidadão livre, perde o direito à cidadania e os laços de exigir do candidato se eleito, os seus direitos dessa cidadania. Também de forma hipócrita, condena esta prática, mas nos outros supostamente beneficiados. Ou seja, além da hipocrisia, é mera inveja. Meu pirão primeiro.

As redes sociais estamparam ontem e virou hit de audiência, provas do ato criminoso perante a legislação eleitoral vigente. Mas, de concreto, até agora, só muita indignação (e algumas claramente fingidas, dissimuladas ou de interesses partidários). Providências? Nenhuma por parte dos concorrentes que estão sendo afetados por esta deslealdade concorrencial e ética. Então...

Conversei com pelo menos três políticos ligados ou próximos à gestão de suas campanhas. Todos me garantiram que a Legislação mudou, mas os eleitores e eleitoras de Gaspar não mudaram. Os mesmos de sempre, e muitos outros, estão atrás de favores e até mesmo de dinheiro como troca de votos pessoais ou de legião que dizem supostamente liderarem.

É um calçamento aqui, um aterro ali, uma canalização lá, uma viagem acolá, um médico ou exame mais adiante, brindes para festas, dentaduras, próteses de todos os tipos, empregos (ou promessas de boquinhas privilegiadas se os doadores forem eleitos), encaminhamento de carteira de motorista, escrituras, regularização do irregular ou clandestino, pagamentos de contas atrasadas de luz, água e até de lojas, doação de tijolos, cimento, telhas, esquadrias, pisos para particulares e clubes, e assim vai.

Por que mudou a Legislação se a consciência do eleitor gasparense ainda continua à venda nos períodos eleitorais? Mudou a fiscalização, as redes sociais, os smartphones que tudo grava, fotograma e filmam e em segundo os transforma em contundentes provas.

Os políticos que se dizem novos, mas bonecos ou orientados, por velhas raposas e seus antigos métodos, precisam avisar a esta gente que existe o facebook, o twitter, o instagran, a ingenuidade, a malícia, de que não há crime perfeito e que existem milhares de smartphones à espreita dos deslizes, para provar de que ninguém é bobo. Acorda, Gaspar!
Herculano
16/07/2016 08:43
O PIOR PELO RETROVISOR, Miriam Leitão, para o jornal O Globo

Na visão do mercado, recessão pode estar perto do fim. Os efeitos da crise ainda são fortes, mas a bolsa de valores já acumulou a expressiva alta que passa de 45% desde o final de janeiro. O índice de ações do setor elétrico disparou mais de 60%, os papéis da Petrobras dobraram de valor. O resultado reflete a percepção de algumas melhoras, inclusive regulatórias, na economia e a avaliação de que a recessão está perdendo força, apesar de estar claro que não haverá a volta rápida do crescimento.

O momento mais crítico do ano para a bolsa foi no final de janeiro. Ela chegou a 37 mil pontos. Agora está em 55 mil pontos. Nos últimos dias, foram oito pregões consecutivos de alta. Isso é reflexo basicamente de dois fatores: a expectativa de melhora na economia brasileira, e também a aposta de que o Banco Central americano não vai elevar os juros na velocidade esperada, cenário que foi reforçado com a saída do Reino Unido da União Europeia.

- O mercado vive um momento de euforia, colocando nos preços a perspectiva de melhora em relação ao futuro do Brasil. Há um fluxo grande de capitais do exterior vindo para cá, por causa da menor chance de alta de juros nos EUA. Além disso, muitos ativos aqui ficaram baratos no auge da recessão - explicou o economista William Castro Alves, da Valor Gestora de Recursos.

Ontem, também houve alívio com a divulgação do crescimento da economia chinesa, que manteve o ritmo de 6,7% no segundo trimestre, na taxa anualizada. Uma desaceleração brusca na segunda maior economia do mundo atingiria diretamente o Brasil, porque os chineses são o nosso principal parceiro comercial. Além disso, teria reflexos no próprio crescimento global, com outros efeitos indiretos sobre o país.

Na bolsa brasileira, o índice do setor elétrico acumula alta de mais de 60% desde janeiro. William Castro Alves explica que a mudança de governo deu mais segurança aos investidores, que enxergam menos interferências públicas nas decisões das estatais e também na Aneel, que fica mais forte para desempenhar seu papel de órgão regulador. As chuvas recuperaram um pouco os reservatórios de água e diminuíram custos. A melhora do PIB no futuro irá elevar o consumo de energia.

- O setor siderúrgico também teve um ganho forte na bolsa. Basicamente, o mercado está dando novos preços a ativos que afundaram no auge da recessão. Também é importante frisar que isso tudo acontece porque ninguém espera a volta da presidente Dilma ao poder. O cenário básico é de aprovação do impeachment no Senado ?" explicou.

A ação da Petrobras chegou a ser cotada em R$ 4,2 em janeiro e agora voltou para a casa de R$ 11. A nova diretoria da estatal foi bem recebida pelo mercado, e as mudanças no modelo de exploração do pré-sal, em votação no Senado, serão benéficas para a companhia, que precisa focar na redução do seu endividamento. Por outro lado, empresas do setor de celulose, que vinham se beneficiando do enfraquecimento do real, estão tendo pior desempenho, assim como outras exportadoras, com a valorização da nossa moeda nos últimos meses.

O país ainda vai conviver por um bom tempo com números negativos, como os que foram divulgados esta semana nos índices de vendas de varejo, serviços e o IBC-Br do Banco Central. O mercado de trabalho também deve demorar mais para reagir, e ninguém espera a queda forte dos juros, que ajudaria a impulsionar as vendas de produtos que dependem de financiamento.

A boa notícia, neste momento, é que o mercado de capitais sempre tenta antecipar novas tendências, e a aposta agora é de que o pior momento da recessão pode ter ficado para trás.
Herculano
16/07/2016 08:35
EM SO 6 MESES, PARTIDOS LEVAM R$368,8 MILHÕES, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os partidos políticos tomaram R$ 368,78 milhões do contribuinte, entre janeiro e junho deste ano, a pretexto de "fundo partidário". O PT de Dilma e Lula foi o partido que mais embolsou nosso dinheiro em 2016: R$49,03 milhões; seguido pelo PSDB de Aécio, com R$40,4 milhões e pelo PMDB do presidente interino Michel Temer, com R$ 39,4 milhões. Ainda assim parlamentares aprovaram, em 2015, triplicar o fundo.

QUASE R$1 BILHÃO
A expectativa é que os partidos políticos brasileiros com representação na Câmara dos Deputados levem R$819 milhões apenas este ano.

DESCULPA É 'AJUSTE FISCAL'
O relator do Orçamento na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), emplacou uma emenda de sua autoria que elevava o fundo para R$600 milhões

TRIPLICOU
Até 2015, o Fundo Partidário pagava cerca de R$ 300 milhões para os mais de 25 partidos políticos com representação na Câmara.

COFRINHO GORDO
Além dos milhões do fundo, o PT ainda arranca grana de trouxas com a "vaquinha" para viagens de Dilma. Já faturou quase R$1 milhão.

PCDOB NEGOCIA ENTERRAR CPI DA UNE NA CÂMARA
A investigação sobre a União Nacional dos Estudantes está pronta para começar na Câmara, mas o PCdoB, que controla a entidade há décadas, tenta de tudo para enterrar a CPI. O partido chegou até a negociar votar no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em troca, entre outras coisas, do sepultamento da CPI. Em julho, Waldir Maranhão (PP-MA) anulou a criação da comissão, pressionado pelo governador do Maranhão, seu conterrâneo Flávio Dino, do PCdoB.

NO MURO
Há recurso apresentado contra a decisão de Waldir Maranhão. Rodrigo Maia não garante acatá-lo, mas promete: "Vamos analisá-lo".

BOLSO CHEIO
A UNE, que acusa "golpe" de Temer, mas se calou no Mensalão e no Petrolão, recebeu pelo menos R$ 44 milhões nos governos do PT

AMEAÇAS
Conforme antecipou esta coluna, a UNE ameaça invasões e até vandalismo, inclusive no Ministério da Educação, caso a CPI prospere.

'GOLPE' É FALTA DE ARGUMENTO
"Eles não têm argumento jurídico para fazer frente à nossa acusação. Se eles tivessem eles não precisariam ficar com esse discurso [de golpe]", explica Janaína Paschoal, uma dos autoras do pedido de impeachment de Dilma, em entrevista exclusiva ao site Diário do Poder.

EM FAMÍLIA
Rogério Rosso (PSD-DF) perdeu a eleição na Câmara, e a irmã dele, Gabriela Rosso, perdeu o cargo na Liderança do partido do irmão, no Senado, onde ganhava R$ 14 mil por mês desde março de 2015.

JANDIRA-WADIH
Ex-presidente da OAB do Rio de Janeiro e atual deputado federal pelo PT-RJ, Wadih Damous, deve ser o candidato a vice-prefeito na eleição deste ano chapa da deputada Jandira Feghalli (PCdoB).

SEMPRE ISSO
Ex-ministros de Dilma, os peemedebistas Marcelo Castro (PI) e Celso Pansera (RJ) lançaram candidaturas como retaliação a Michel Temer pela demora na distribuição de cargos e contra a demissão de petistas.

PRECISA APRENDER
O Planalto entrou em campo para esvaziar a candidatura de Marcelo Castro, o ex-ministro abestado da Saúde, a presidente da Câmara. "Não entenderam que agora são governo," brinca Jarbas Vasconcelos.

PROPORCIONAL
Com apoio do PT, o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) avisou ao Planalto que não vai "vender a alma", mas respeitará a proporcionalidade para relatorias de projetos e comissões.

NO RIO, NADA
Em Belém (PA), o Comissariado da Infância e Juventude resgatou duas crianças, uma de colo e outra de 11 anos, com a mãe em situação de risco. Ela usava os filhos para pedir esmola em semáforos. As crianças foram encaminhadas para um abrigo pelo Conselho Tutelar.

POLÍTICA DE INTELIGÊNCIA
"O Estado tem o dever de apresentar a sua política de inteligência e não a política de brutalidade", disse o presidente da OAB-SE, Henri Clay, sobre a onda de violência que assusta moradores do Sergipe.

PENSANDO BEM...
...com a crise, o PMDB na Presidência e o DEM no comando da Câmara o clima está cada vez mais parecido com a década de 80.
Herculano
15/07/2016 18:42
NICE, A NARRATIVA E A LAVA JATO, por Mario Sabino

O ataque em Nice é mais uma prova de que o governo francês é uma porcaria, assim como a polícia e os serviços de informação. Como jornalista, no entanto, eu não posso deixar de admirar o ritual narrativo que segue cada atentado.

Depois de descoberta a identidade do terrorista, ou terroristas, e esclarecidos o número de vítimas e as circunstâncias gerais do ataque, o procurador de Paris chama a imprensa para descrever tudo aquilo que as autoridades sabem a respeito do assunto até aquele momento, bem como o que não sabem.

O texto é cristalino e lido no tom certo - nem emotivo, nem monocórdio. A gramática também escapa completamente ilesa, como sói acontecer nestas latitudes. Tradição literária ajuda nessas horas.

A descrição do procurador de Paris confere sentido ao que parece não ter o menor sentido. Organiza a investigação policial que ganhará mais detalhes nas semanas seguintes, serve de ponto de partida para as interpretações políticas que tomarão o noticiário e esboça outro capítulo da história do país. Não menos relevante, dá início ao luto nacional e aos lutos individuais de quem perdeu familiares e amigos. De certa forma, é como o epílogo de uma tragédia grega.

Tudo é o exato contrário do que costuma ocorrer no Brasil. Quase não temos narrativas e, quando tecidas, elas pecam pela obscuridade ou mentira deslavada.

É na falta de tradição narrativa que Lula e os seus aliados apostam para deturpar o que a Lava Jato vem contando de maneira ainda demasiado técnica. Talvez seja o caso de a República de Curitiba contratar o procurador de Paris para lhe dar mais clareza. O nome dele é François Molins.
Almir ILHOTA (original)
15/07/2016 18:25
Caro HERCULANO, mais uma vez obrigado pela lucidez de seus comentários, por ser voz de um povo sem fala, sem acesso a informação, sem estradas, medicamentos, médicos, merenda nas creches, professores, salários dignos, servidores valorizados, um povo que nos últimos três anos e meio viu nossa cidade definhar, sem rumo, sem norte, sem transparência, vítimas de um governo que viu nas terceirizações uma maneira de enriquecer pessoalmente e empobrecer nossa ILHOTA, e como ninguém deles tem coragem de por a cara neste fórum de debates para defendê-los tentam confundir a opinião publica, usando o pseudo do pseudônimo, pois eu sim tenho motivos para me esconder por medo das represarias impostas aqueles que são considerados inimigos do rei. Mais uma vez parabéns a você e ao jornal cruzeiro do vale, legítimos representantes da sociedade.
Sidnei Luis Reinert
15/07/2016 12:00
Enxugando o gelo contra a corrupção e o terror?

Moro discursando nos EUA

Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Fala sério... Não foi só o insano e imperdoável terrorismo, mas a incompetência das autoridades de (pretensa) segurança, quem "triunfou" no 227º aniversário da Queda da Bastilha francesa. É muito simplório apenas jogar a culpa em maluco terrorista - providencial e friamente assassinado, depois que "deixaram" ele dirigir e atropelar centenas de pessoas, ao longo de dois quilômetros de uma via interditada para veículos em uma das orlas marítimas mais famosas do mundo, em Nice. Imagina o que os "terroristas" profissionais das facções criminosas cariocas podem fazer em nossa Olim-piada, com a polícia carioca em estado de greve...

No prestigiado ciclo de palestras no Instituto Brasil, do Wilson Center, em Wasington, onde participou do debate "Tratando dos casos de corrupção política no Brasil", o juiz Sérgio Moro proclamou que "nenhum país está condenado a ser corrupto". No entanto, Moro foi forçado a admitir a dimensão problemática da Lava Jato: "O aspecto mais problemático do caso (Lava-Jato) é que parece que o pagamento de subornos em contratos da Petrobras não foi uma exceção, mas sim a regra. Alguns dos criminosos cooperantes usaram essa palavra. Eles descreveram os crimes cometidos como uma regra do jogo em contratos do setor público. Todos esses fatos, especialmente os casos já sentenciados, permitem concluir que há um ambiente de corrupção sistêmica, que foi descoberto através da investigação".

Moro define bem o problema, reclamando de sua decepção com o governo e o Congresso no combate à corrupção: "A Operação Lava-Jato, assim como outros casos recentes no Brasil, revela que muito pode ser feito, mesmo sob o atual sistema, desde que o problema seja tratado com seriedade. A Justiça não pode ser faz de conta, com casos que nunca terminam e as pessoas que foram provadas culpadas de crimes que nunca são punidas. Vamos ser claros: o governo é o principal responsável pela criação de um ambiente político e econômico livre de corrupção sistêmica. O governo, com maior visibilidade e poder, ensina pelo exemplo. No combate à corrupção sistêmica, a iniciativa do setor privado também tem um papel relevante. A corrupção envolve aqueles que fazem pagamentos ilícitos e aqueles que os recebem. Ambas as partes são culpadas".

Em síntese: Não é fácil combater o terrorismo e a corrupção - quando os dois fatos hediondos assumem dimensões sistêmicas. Tanto no combate aos terroristas como no ataque aos corruptos, as autoridades insistem em focar nas consequências, sem eleger como alvos preferenciais as verdadeiras causas do problema. Assim, apesar de belas retóricas, seguimos no "enxugamento de gelo". Falhamos em ações preventivas. Corrupção e terror são gêmeos siameses. A primeira, geralmente, financia o segundo, que demanda mais gastos com a suposta "segurança", onde a corrupção come solta.

A corrupção e o terror não vão acabar. Geram lucros bilionários, junto com prejuízos irreparáveis para as pessoas lesadas ou assassinadas por ambos. Corrupção e terror são instrumentos de controle sobre as sociedades - sobretudo as subdesenvolvidas ou contaminadas pelos genes da desumanidade. Na França, 84 já morreram e outros 50 permanecem internados em estado grave, com risco de morte. No Brasil da corrupção sistêmica, nosso terrorismo não-declarado assassina uma média de 60 mil pessoas por ano. É muito cadáver para nosso caminhão de incompetência e permissividade com o crime institucionalizado.
Herculano
15/07/2016 10:53
MUDANÇA DE ROTA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A vitória do deputado do DEM Rodrigo Maia para a presidência da Câmara, sobretudo da maneira como aconteceu, reforça a mudança na tendência política do Congresso, reflexo do que já havia sido detectado no eleitorado na própria eleição presidencial, vencida por Dilma por menos de 3% de diferença.

O grupo formado por PSDB, DEM, PPS e PSB passou a ter o protagonismo numa Câmara que nos últimos anos foi dominada por PT e PMDB. Progressivamente, a partir da vitória de 2002, em que apenas em Alagoas o PSDB venceu, a supremacia do PT foi sendo corroída por dissensos na base aliada e pela perda constante do apoio da classe média, que vira no PT saída para a nova política e combate à corrupção e, a partir do mensalão, desencantou-se.

O PT teve que fazer uma mudança de rota de influência, refugiando-se no eleitorado do Nordeste e das pequenas cidades, onde os programas sociais, sobretudo o Bolsa Família, tornaram-se seu grande instrumento político.

Foi para o Nordeste que Lula se dirigiu recentemente em busca de apoio político, e é naquela região que o presidente interino, Michel Temer, tem seu pior desempenho, que de resto não é bom, até o momento, no país como um todo.

Não foi à toa, portanto, que Temer deu um aumento de 12,5% ao Bolsa Família, maior, portanto, que o previsto por Dilma, e gravou um vídeo dirigido especialmente aos que recebem o benefício. Já há indicações de que sua popularidade subiu um pouco depois desse anúncio, o que mostra o potencial político do Bolsa Família para o governo, qualquer governo.

Dissolvida a aliança que sustentou os governos petistas com a debandada do PMDB, o protagonismo no Congresso ficou não com o partido, mas com Eduardo Cunha na Câmara e Renan Calheiros no Senado. Embora representantes do PMDB, os dois têm um estilo político muito personalista que não transfere ao partido seus bônus, apenas seus ônus.

O centrão, que na eleição de quarta-feira começou a se dissolver, foi uma arquitetura de Cunha para fortalecer sua influência. Os pequenos partidos que o compõem ganharam uma musculatura artificial, que só tinha peso político com a coordenação do ex- presidente da Câmara.

Hoje, o centro das negociações passou a ser a antiga oposição aos governos petistas e mais, evidentemente, o PMDB, que ensaiou uma dissidência também artificial sob o comando de Lula, mas hoje já deve estar reunido em torno do poder de fato de Temer, que saiu fortalecido para apresentar ao Congresso as propostas de reformas estruturais de que o país necessita.

Impopulares elas são, e serão precisos muita convicção e suporte político para levá-las a bom termo. Por isso mesmo o PT, embora demonstre o contrário, está ansioso por encerrar o episódio do impeachment para poder reassumir o papel de oposição.

Criaria maiores obstáculos se tivesse conseguido emplacar a candidatura de Marcelo Castro, que o próprio Temer classificou de "cavalo de Troia" do petismo. Mas, na oposição, poderá denunciar todas as mazelas econômicas como se tivessem sido provocadas pelo interino tornado permanente.

O parecer do Ministério Público Federal de que não se caracteriza como empréstimo o caso do Plano Safra não parece ter o poder que lhe confere o advogado de Dilma. É claro que é um dado positivo para a defesa, mas não o definitivo, pois existem vários outros estudos em direção contrária, inclusive no MP junto ao Tribunal de Contas.

E essas discordâncias não são, como quer José Eduardo Cardozo, prova de que não é possível condenar Dilma. Como o julgamento é, sobretudo, político, basta que a maioria dos senadores tenda para um parecer, e não para o outro, que a decisão estará tomada.

Principalmente porque outras acusações, que só não estão oficialmente colocadas por questões de interpretações da legislação, têm também seu peso no convencimento dos senadores. E são muitas as denúncias de corrupção na campanha de 2014.
Herculano
15/07/2016 10:48
RAIMUNDO COLOMBO ESTÁ EXPOSTO EXATAMENTE POR QUEM O MAIS CONHECE. ELE FAZ UM GOVERNO TEMERÁRIO

Estou de alma lavada. O governador Raimundo Colombo, PSD, vira e mexe, ocupa espaços aqui, o que demonstra que não tenho preferência política partidária, mas um olho para resultados coletivos e a construção de viabilidades e bons legados para o futuro.

Exponho desastres. Colombo está sempre na contramão da história. Ele mal continua o prefeito de Lages. A sorte que nunca faltou dinheiro para os veículos de comunicação, principalmente os filiados a Adjori. Colombo ainda não teve a dimensão do que é ser governador.

Até propaganda mentirosa deu para fazer agora, depois de aumentar, como nunca antes, o endividamento de Santa Catarina, de fazê-la pedir penico com a tal história dos juros simples para pagar mas não aceito para cobrar o que devemos, de pedalar no ICMS contra os municípios, de se juntar a Dilma Vana Rousseff, quando exatamente todos os abandonavam, e assim criar um legado muito perigoso para o desenvolvimento catarinense.

A imprensa calada. Os colunistas também, apesar da rede social bombar as incoerências

E quem fez o papel de desnudar Raimundo Colombo? O seu conterrâneo e apoiador, o deputado Carlos Fernando Agustini, o Fernando Coruja, que estava no PPS e agora se aninha no PMDB, o que faz parte do governo de Colombo.

Quem relata é o jornalista lageano Edson Varella. Ele estampa "Coruja questiona 'maquiagens' no governo do conterrâneo Colombo"

"O maior volume de obras da nossa história e que segue com as contas em dia".

Deputado Coruja ocupou a tribuna da Assembleia para questionar essa 'venda' de ações do Governo do Estado na publicidade oficial. O parlamentar lembrou que "a saúde pública está em situação precária - crescem os problemas, cai o nível de atendimento e não se consegue ver uma solução em horizonte próximo".

NEM TESTE DO PEZINHO

Coruja citou a falta de medicamentos no Almoxarifado Central da Secretaria Estadual de Saúde e disse que isso afeta a população, oferecendo perigo, inclusive, a pacientes transplantados. "Nem mesmo os kits obrigatórios para o teste do pezinho, são encontrados em muitas das unidades hospitalares do Estado", aponta o deputado confirmando que a Secretaria de Saúde admite que existe um déficit de 50 mil unidades do exame.

"EM CASA PEGANDO FOGO SE DEVE COMBATER CHAMAS E NÃO PINTÁ-LA"

"Poderíamos entender as dificuldades, desde que elas sejam admitidas, mas isso não acontece. A propaganda que se veicula diz o contrário. Se está tudo bem, esses problemas precisam de solução, vamos cobrar", disse Coruja. Ele lembra que "quando a casa está pegando fogo a prioridade é combater o fogo e não pintar a casa".

'MAIS PEDALADAS QUE AS DA DILMA'

Coruja lembrou também as pedaladas do governo estadual, nas contas de 2014 - um montante de R$ 1,3 bilhão em cancelamentos de despesas liquidadas - serviços prestados e mercadorias compradas pelo estado e pendentes de pagamento. Os cálculos do TCE/SC mostram que o governo teria fechado o ano com um déficit orçamentário de R$ 918 milhões e, não com um superavit de R$ 382 milhões, como foi informado, se o compromisso já tivesse sido honrado. "Isso é mais do que as pedaladas da Dilma", ressaltou.

'COISA ANDA MUITO FROUXA'

Finalizando seu discurso, o deputado Fernando Coruja sintetizou a mensagem que queria transmitir aos seus pares, dizendo que "não existe oposição ao governo no parlamento catarinense, porque a coisa anda muito frouxa para o lado do Palácio da Agronômica".
Herculano
15/07/2016 10:18
ILHOTA EM CHAMAS

Ao Almir, o falso Almir

O governo de Daniel Christian Bosi, PSD, de Ilhota não gastou nem dez mil reais? Excelente! Mas, o seu governo não teve competência e responsabilidade para demonstrar isto para a população. Nem esta cifra pode ser verdadeira, porque você não é verdadeiro, se esconde sob o pseudônimo do pseudônimo. O um governo com porta voz falso é a melhor marca de como tudo fugiu do controle.

Transparência zero. E foi esta falta de transparência que está levando o seu prefeito a desistir da reeleição, exatamente porque não possui o reconhecimento público, como atestou nas pesquisas que fez recentemente.

E para encerrar. O analfabetismo funcional é uma doença endêmica que acomete sobre os que detém cargos públicos e poder, ou sobrevivem da sobra e sombra dele.

Eu pessoalmente, e já registrei isto: não sou contra a passagem da tocha para o circo histórico nas cidades. Você leu, mas não conseguiu entender, faltou à aula de interpretação de textos. Sou visceralmente contra, como cidadão e eleitor, e não como jornalista, à falta de transparência do que o gestor público faz com o dinheiro de todos, dos pesados impostos cobrados e sem retorno em áreas essenciais. Só isto.
Almir ILHOTA
15/07/2016 10:02
Caro Herculano,
Ilhota não gastou nem 10 mil reais com a passagem da Tocha Olímpica. Só foi gasto com o palco e com o locutor. Segurança e etc foi tudo bancado pelos patrocinadores das Olimpíadas. Outra esse circo que você chama, nunca mais passará por aqui, essa foi uma oportunidade única para nossa região. Se não vem esses eventos para cá, jornalistas malham o pau, reclamam, se vem, malham o pau e reclamam também. Conclusão, só querem Ibope. Tem que deixar de ser ignorante as vezes e ficar feliz por um evento como este. Para pra pensar, estas sendo muito, mas muito ignorante falando mal da tocha. Esse pessoalzinho que estava falando mal, foram tudo lá ver a tocha, então do que adianta? Se a tocha não importa, então fica quieto, deixa os outros curtirem o momento. Vamos tentar ser um pouco mais imparcial, sei que é difícil pra você, a busca pelo poder fala mais alto Kkkkkkkk
Herculano
15/07/2016 09:14
FALTA DE SEXO TEM CURA, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Não é a escassez de sexo que acaba com um relacionamento, ainda que isso não seja exatamente um bom sinal. O que acaba com o sexo e, consequentemente, com o relacionamento é a falta de intimidade. Esse parece ser o mal dos casamentos, dos longos namoros, do tico-tico no fubá que não ata e não desata, e não a rotina, os filhos, o Netflix, as contas para pagar.

Apenas 40% dos casais em relacionamentos longos têm uma vida sexual ativa. Piora. Cerca de 20% transam menos de dez vezes ao ano, e esse número pode ser ainda pior porque muita gente mente em pesquisas e para terapeutas sexuais. A gente nunca admite que é pior do que gostaria. Muitos casais passaram a viver como colegas de quarto. E sem benefício nenhum, a não ser a divisão de contas, e o ônus da promessa de fidelidade.

Não adianta lingerie nova, luz de velas, jantar romântico com Romanée-Conti 1934, nem sexo com hora marcada, em cima da máquina de lavar ou na escadaria de incêndio. Essas coisas podem servir como paliativo para que vocês transem uma vez por mês, mas não vão resolver o tesão do dia a dia nem trazer o que realmente importa que é intimidade.

Intimidade é procurar a mão do outro. Ligar no meio do dia para contar novidade. Ligar só para dizer oi. Tomar banho de chuveiro juntos. Deitar abraçado e conversar no escuro. Deitar abraçado e conversar no escuro, todas as noites. Cortar cebola enquanto o outro faz a salada. Dançar na cozinha. Compartilhar silêncios confortáveis. Ser o melhor amigo um do outro. Gostar das mesmas pessoas. Falar mal de outras mesmas. Sentir admiração. Entender-se pelo olhar. Sentir saudade, falta, necessidade. Voltar para cama para um abraço. Saber conjugar o verbo chamegar de trás para a frente.

Nem precisa viver sob o mesmo teto para ver a vida sexual mandar lembrança de longe. A receita é quase a mesma: no começo do relacionamento a gente beija e faz sexo o tempo inteiro. Nem de água e sono precisamos. Um dia para de beijar e só beija quando transa e transa cada vez menos e beija menos ainda. Que bosta, hein?

Beijo não é preliminar. Beijo é beijo. Beijo tem vida própria. Beijo é protagonista, não é coadjuvante. Um beijo bem dado é meio caminho andado, mas só meio. Beijo é a coisa mais gostosa da intimidade. Beijo mantém os laços apertados. Beijo de língua. Beijo com saliva. Beijo com comichão. Se vocês não se beijam com frequência, esses laços ficam frouxos, sua relação morna e o sexo... que sexo?

Pode economizar no hotel fazenda e no vinho. Ter intimidade é mais difícil do que ficar com tesão. Depois de muito tempo de relação o tesão só dá o ar da graça com aquela pessoa de sempre com intimidade e comprometimento. Não tem nada mais gostoso do que sentir tesão por quem a gente ama e transar sem ter que usar a máscara do Zorro para ser divertido.
Herculano
15/07/2016 08:19
VITORIAS E DERROTAS, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

A eleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara foi uma vitória do presidente interino Michel Temer, que atuou o suficiente para render resultados, mas não mergulhar na crise interna nem atrair chuvas e trovoadas. Foi coisa de político hábil e experimente, que precisa agora canalizar essas qualidades para fazer o País andar, a economia reagir e os agentes políticos e econômicos acreditarem minimamente que "yes, he can".

O perfil do vitorioso estava traçado naturalmente, faltava encaixar um nome. Rodrigo Maia caiu como uma luva: 46 anos, quinto mandato, filho do conhecido político César Maia, ele representa a "nova situação" ?" PSDB, PPS, PSB e o próprio DEM ?", transita bem em todos os partidos, não orbitou em torno de Eduardo Cunha e, ao que se saiba, passa ao largo da Lava Jato.

Temer fala em "pacificar" a Câmara, Maia disputou e venceu prometendo exatamente "pacificar" a Câmara. É isso que o País precisa e os próprios deputados e funcionários querem desesperadamente. Depois do "nós contra eles" das gestões do PT, da tragédia Eduardo Cunha e do vexame Waldir Maranhão, é preciso paz. Paz para trabalhar, debater, construir e se recompor com a sociedade. Até porque, em algum minuto, as prisões vão começar. É preciso uma casa sólida, confiável.

Do outro lado da rua, Temer esfrega as mãos cerimoniosamente, recorrendo a um velho cacoete de quando em fala em público ou precisa ser contido nas emoções. Tudo o que ele não queria era a vitória de Marcelo Castro (PMDB-PI), que virou as costas ao PMDB para se agarrar ao Ministério da Saúde, só desgarrou para votar contra o impeachment na Câmara e agora se rendeu ao jogo da oposição ?" leia-se do PT ?" sem ao menos se fingir docemente constrangido.

Castro dividiu o PMDB de Temer, quando este precisa justamente somar forças, mas só teve 70 votos e não chegou ao segundo turno e tinha uma vantagem para Temer: o Planalto pôde jogar ostensivamente contra sua candidatura. Mais complicado, e arriscado, foi tratar a do deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

Que vantagem Temer teria com a eleição de Rosso? Pouca, ou nenhuma. Primeiro, consolidaria a versão do "acordão" para dar sobrevida a Eduardo Cunha. Segundo, ele teria simultaneamente um presidente da Câmara e um líder do seu próprio governo (André Moura) mais alinhados com Cunha do que com ele mesmo.

Mas, de outro lado, como bater de frente com Cunha? Por alguma razão que até a razão desconhece, Temer é cheio de dedos e cuidados na sua relação com Cunha. Sabe-se lá por quê, apesar das muitas suspeitas sobre motivos.

Sendo assim, Rodrigo Maia veio bem a calhar para o Planalto, que arranjou um candidato para chamar de seu e agora divide os louros da vitória com ele. Mais: curtindo a sensação de que o Centrão ainda é uma força, sem dúvida, com seus 170 votos para Rosso, mas já não é essa Brastemp toda.

"Last, but not least": o PT e seus aliados não deram nem para o gasto. No rastro da ruína do governo Dilma Rousseff, o partido de Lula não conseguiu sequer lançar um candidato, nem dele próprio, nem do PCdoB ou do PDT. Quem se lançou por uma dessas siglas se lançou por conta própria. E Aldo Rebelo, líder no PCdoB, agiu institucionalmente, mais no interesse da Câmara do que no de partidos.

O PT, sem nomes para vencer, lançou um nome para rachar o PMDB, dividir a base aliada ao Planalto e deixar Temer espremido entre o candidato de Cunha e um candidato de Lula, mas deu errado. Temer acabou com dois candidatos e foi ele quem espremeu o PT e Lula.

Agora, é torcer para Rodrigo Maia realmente "pacificar" a Câmara, negociar os principais projetos com o Planalto, a base aliada, os derrotados e os adversários. Seu maior desafio é resgatar a moral e a honra do Congresso numa hora vital. Bom trabalho e boa sorte!
Herculano
15/07/2016 08:17
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Herculano
15/07/2016 08:15
DE MARX E MARXILENA, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

E quando a gente esperava que do mato teórico de Marilena Chauí não saíssem mais coelhos, eis que ela reapareceu há dias num vídeo em que a menor das sandices é acusar o juiz Sergio Moro de fazer parte de uma conspiração liderada pelos EUA para desestabilizar o Brasil.

Com aquele seu modo muito particular de simular rigor intelectual escandindo sílabas, a professora revela o objetivo oculto disso tudo que estamos vivendo: "uzamericânu" querem ficar com o nosso pré-sal! Moro teria sido o instrumento que permitiu a Michel Temer dar o golpe. Agora, a tarefa do presidente seria "destruir a República, a democracia e o futuro". Só isso. E convoca: "Nós não podemos permitir".

Uma onda de melancolia percorreu alguns nichos de esquerda que se queriam na resistência. A fala de Marilena, símbolo da intelectualidade petista, é de tal sorte tosca, primitiva, folhetinesca que muita gente se sentiu flagrada no ridículo. Ali estava a derrota inelutável!

Afinal, a decana do petismo universitário procurava dar as nervuras do real àquilo que eles também pensavam e pensam: está em curso um complô. Como ninguém ainda havia criado o enredo para tal argumento nem perfilado as personagens, a sedizente filósofa resolveu fazê-lo. E deu no que deu.

Marilena foi tratada de forma jocosa, e até com desprezo, por seus pares de ideologia, mas cabe a pergunta: o enredo que eles têm em mente é muito diferente? Com mais ou menos sofisticação, veem o que está em curso como um rearranjo das forças do capital. A crise do petismo, apeado do poder no quarto mandato, seria uma consequência da reação dos conservadores à ascensão das massas, tenham os tais conservadores, segundo cada narrativa, o nome que tiverem: "elites", "burguesia", "andar de cima", "direita"...

Isso tem história. Um dos livros de política mais instigantes que conheço, "O 18 de Brumário de Luís Bonaparte", de Marx, poderia ser definido como um brilhante ensaio sobre o nada. O autor era um pouco mais requintado do que Marilena. Desmonta com impressionante rigor intelectual a maquinação conservadora que resultou no golpe das forças da reação.

Só que há um detalhe: a maquinação não existiu. Marx primeiro a constrói para depois desconstruí-la. Afinal, ele, sim, era um estrategista. A história só estava fazendo a sua parte, movida pela indeterminação do presente.

O que isso quer dizer? As esquerdas é que têm um "projeto". Isso as define. Seja pelo enfrentamento direto, seja tentando construir a hegemonia por outros meios, seus militantes estão sempre cumprindo tarefas de olho num devir redentor. E entendem que seus adversários também se dedicam ao cálculo.

O conservadorismo, o nosso e o alheio, é muito menos imaginoso do que isso e está aborrecidamente preso ao curto prazo. Pragmático, como se viu ao longo dos últimos 13 anos, pode até se deixar capturar pelas esquerdas (infelizmente!), desde que estas se comprometam com alguma racionalidade econômica.

Em palestras que tenho dado por aí - identificado que sou, é claro!, com a queda do petismo?", sempre me fazem a pergunta angustiada: "Mas o que vem depois?" Eu não sei. Se alguém quer certezas sobre o futuro, é bom chamar um dos colunistas de esquerda. Eles sempre sabem.

Nós, os "conservadores", já nos damos por satisfeitos se conseguirmos conservar as instituições neste sábado. Se não der para reformar o homem, que tal consertar o telhado?

PS: Tiro duas semanas de folga. Estarei de volta no dia 5 de agosto, o mês em que nos livraremos definitivamente de Eduardo Cunha e Dilma Rousseff. "Agosto, augusto tempo."
Herculano
15/07/2016 08:02
TEMER ORDENA DEVASSA APOS O IMPEACHMENT, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O presidente Michel Temer ordenou que sua equipe realize uma revisão de todos os atos que Dilma tomou nas últimas semanas de governo. A ideia é passar pente fino em tudo que envolve orçamento, nomeações e contratos. Desde maio, os assessores mais próximos de Temer avaliam a "ocupação" do governo por aliados do PT, mas a intenção é apenas fazer mudanças mais profundas e permanentes após a aprovação do processo de impeachment no Senado Federal.

Pós-recesso

A expectativa do governo é de que o impeachment seja aprovado ainda em agosto, poucos dias após o fim do recesso parlamentar.

Sempre eles

Aliados de Temer no Congresso reclamam do travamento de cargos e nomeações na estrutura federal. Querem a liberação das boquinhas.

Retroativo

A equipe de Temer vai rever os decretos de Dilma desde quando Eduardo Cunha deflagrou o processo de impeachment contra a petista.

Atividade fim

Temer quer a Casa Civil encarregada apenas de governança e gestão. A articulação política fica com o ministro Geddel Vieira Lima (Governo).

Com Maia, DEM é protagonista pela primeira vez


A eleição do deputado Rodrigo Maia (RJ) para presidente da Câmara levou o Democratas para o rol de protagonistas políticos pela primeira vez no século 21. Relegado a coadjuvante na oposição aos governos do PT, o DEM ficou órfão de líderes desde a morte do senador Antônio Carlos Magalhães (BA), em 2007; o último político da legenda a ocupar posição de destaque nacional, como presidente do Senado Federal.

Décadas fracas

O DEM ainda era PFL quando ACM assumiu o Senado. Desde que virou DEM não emplacou presidentes e só elegeu três governadores.

No máximo vice

Índio da Costa (RJ) era do DEM quando foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada do tucano José Serra, em 2006. Hoje está no PSD.

Neto do avô

Prefeito mais bem avaliado este ano, ACM Neto (Salvador) era, até a eleição de Maia, o maior protagonista do DEM no cenário nacional.

Repeteco

A eleição de Rodrigo Maia para presidente da Câmara assanhou o PSDB, que já quer repetir o acordo para eleger, em 2017, um deputado próprio para comandar a Casa. O PT já avisou que não apoia tucano.

Quem? Eu?

Participou ontem do relançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Federal a deputada Raquel Muniz (PSD-MG), aquela que elogiou o marido prefeito durante o voto a favor do impeachment e ele, horas depois, foi preso pela... PF. O constrangimento foi generalizado.

Dilmistas, não

A maior preocupação do Planalto com a eleição na Câmara era garantir que o próximo presidente não atrapalhasse importantes projetos para Temer. O governo pode não ter ajudado, mas soube atrapalhar.

O governo é o mesmo

"O governo ainda está tomado de petistas", acusa o deputado Paulinho da Força (SP), do Solidariedade, que apoiou a candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF) à Presidência da Câmara dos Deputados.

Onda de legalidade

Se a "onda" de obedecer a lei continuar, os mensaleiros petistas José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, além do delator, Roberto Jefferson, e Valdemar da Costa Neto, "dono" do PR, devem perder em breve a Ordem do Mérito Aeronáutico, que ainda ostentam no peito.

Recall político

O senador Alvaro Dias (PV-PR) apresentou proposta de emenda constitucional que prevê a revogação dos mandatos do presidente, dos governadores e prefeitos. É instrumento conhecido como recall político.

Quintal de casa

Betinho Gomes (PSDB-PE) criticou manobra da CCJ que adiou o recurso de Eduardo Cunha. "A Comissão de Constituição e Justiça virou o quintal de Cunha", disse. Não adiantou, Cunha foi derrotado.

Pensando bem...

...quase um ano depois ainda há indefinição: quem cai primeiro, Cunha ou Dilma?
Herculano
15/07/2016 07:50
CUNHA NO CORREDOR DA MORTE, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Para quem se gabava de mandar e desmandar na Câmara, deve ter sido um baque e tanto. Com o mandato por um fio, o deputado Eduardo Cunha sofreu duas derrotas em apenas 12 horas. Fracassou na disputa pela presidência da Casa e não conseguiu usar a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) para melar seu processo de cassação.

O deputado-réu tentava anular outro revés, sofrido no Conselho de Ética. Em junho, depois de oito meses de manobras, o órgão conseguiu enfim aprovar o parecer que pede sua cassação por quebra de decoro. Cunha evocou uma série de miudezas para contestar o resultado. Entre outros detalhes, alegou que a votação deveria ter sido feita pelo sistema eletrônico, e não por chamada nominal.

A queixa atrasou o processo por mais um mês. Durante este período, o peemedebista acionou sua tropa de choque para alongar debates até o infinito, sempre com a intenção de adiar a votação do relatório. Contou com a ajuda do presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR), que patrocinou manobras para protegê-lo. Em abril, o paranaense já havia declarado que o correntista suíço merecia uma "anistia" por ter comandado o processo de impeachment.

Apesar do empenho para se salvar, Cunha viveu nesta quinta (14) um dia de más notícias. Na madrugada, seu candidato à presidência da Câmara, Rogério Rosso (PSD-DF), foi massacrado por Rodrigo Maia (DEM-RJ). No início da tarde, a CCJ rejeitou o relatório que o favorecia por 48 votos a 12. Alguns de seus aliados mais antigos, como o notório Paulinho da Força (SD-SP), nem apareceram na sessão.

As duas derrotas empurraram o deputado-réu para o corredor da morte. Seu destino deve ser ir a plenário em agosto, depois de duas semanas de recesso branco. Ao deixar a CCJ, Cunha anunciou uma última cartada: vai recorrer ao Supremo para tentar parar o processo. É difícil que funcione. Nas últimas três vezes em que tentou a sorte no tribunal, ele perdeu por unanimidade.
Herculano
15/07/2016 07:44
A IMPRENSA DE SANTA CATARINA, COMO SEMPRE, PROVIDENCIALMENTE, CALADA. RODRIGO CONSTANTINO REVELA, "CONCURSO DE CARTAS MARCADAS: NA UFSC É ASSIM, UMA VAGA E TEM DE SER NEGRO!"

Parte 1

As cotas raciais deveriam supostamente combater o racismo. Ao menos é o que a esquerda sempre disse. Não ficava claro como exatamente a segregação da sociedade com base no conceito de raça iria combater em vez de fomentar o racismo. Mas, afinal, lógica e coerência nunca foram o forte dos "progressistas". E eis que chegamos ao absurdo de certos concursos públicos, com base nas leis raciais, criarem para determinados cargos uma única vaga, a ser preenchida com base no critério racial. É o caso da UFSC:

A DIRETORA DO DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS (DDP) DA PRO-REITORIA DE DESENVOLVIMENTO E GESTÃO DE PESSOAS (PRODEGESP) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA (UFSC), no uso de suas atribuições e considerando o disposto no Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009 e no Decreto nº 7.232, de 19 de julho de 2010, torna pública a abertura das inscrições e estabelece as normas para a realização do Concurso Público destinado a selecionar candidatos para provimento de cargos da carreira técnicoadministrativa em educação desta Universidade, sob o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Federais, de acordo com a Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e a Lei nº 11.091, de 12 de janeiro de 2005, a ser executado conjuntamente com a Comissão Permanente de Vestibular (COPERVE).

Administrador, 2 vagas. Analista de Tecnologia da Informação, 3 vagas (1 para negros). Arquivista 2 vagas. Biólogo, 2 vagas. Engenheiro Civil, Engenheiro Eletricista, Engenheiro Mecânico, Técnico Laboratório/Biologia e Técnico Audiovisual, todos uma vaga, e todas para negros. Para deficientes, nada foi reservada.

Ou seja, se você pretende disputar vaga para engenheiro civil, engenheiro eletricista, engenheiro mecânico, técnico de laboratório ou técnico em audiovisual, é bom que tenha a tonalidade da pele mais escura ou algum descendente africano. Para essas funções só há uma vaga disponível, e ela tem de ser para negros!
Herculano
15/07/2016 07:43
A IMPRENSA DE SANTA CATARINA, COMO SEMPRE, PROVIDENCIALMENTE, CALADA. RODRIGO CONSTANTINO REVELA, "CONCURSO DE CARTAS MARCADAS: NA UFSC É ASSIM, UMA VAGA E TEM DE SER NEGRO!"

Parte 2

Ou para quem alega ser negro, já que é autodeclaratório. Mas nesse caso incentivamos a trapaça, como já aconteceu, e aí as cotas levam aos "tribunais raciais", com um juri preparado para julgar as diferentes tonalidades de quem passa ou não por negro para merecer o privilégio. A coisa é subjetiva:

4.3 Da reserva de vagas para candidatos negros 4.3.1 Nos termos da Lei nº 12.990/2014, poderão concorrer às vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrição, conforme o quesito "cor ou Edital nº 015/DDP/2016 Página 11 de 36 raça" utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 4.3.2. Das vagas destinadas neste certame, 20% (vinte por cento) ficam reservadas aos candidatos negros. 4.3.2.1 Para o cargo/especialidade/localidade que dispõe de número igual ou superior a 3 (três) vagas foi reservado automaticamente um quinto dessas vagas para candidatos negros. 4.3.3 O candidato aprovado nas vagas destinadas a pessoas negras, ao ser nomeado deverá assinar documento em que se declare pessoa preta ou parda (conforme o quesito "cor ou raça" utilizado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ?" IBGE). 4.3.3.1 Na hipótese de constatação de declaração falsa, o candidato será eliminado do concurso e, se houver sido nomeado, ficará sujeito à anulação da sua admissão, após procedimento administrativo em que lhe sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Reparem que o próprio edital não só compara deficientes e negros o tempo todo, como reconhece que os outros devem participar de uma disputa de "ampla concorrência", ou seja, os negros (deficientes?) estão isentos dessa concorrência, pois possuem privilégios:

4 DA RESERVA DE VAGAS 4.1 Em conformidade com a Lei nº 8.112/1990, com o Decreto nº 3.298/1999 e com a Lei nº 12.990/2014, haverá reserva de vagas para candidatos com deficiência e para candidatos negros, nos termos deste Edital, conforme indicado na seção 1. 4.1.1 Todos os cargos/especialidades, independentemente da reserva de vagas, poderão ter inscrições de candidatos com deficiência e candidatos negros. 4.1.2 Os candidatos que desejarem concorrer às vagas reservadas para pessoas com deficiência e/ou para candidatos negros deverão fazer a sua opção no ato da inscrição. 4.1.3 Os candidatos que não optarem por reservas de vagas concorrerão somente às vagas de ampla concorrência.

Alguém acha mesmo que esse tipo de coisa beneficia as minorias em geral? Alguém acredita que é assim que se combate o racismo e o preconceito? Criando vagas exclusivas para quem tem a pele mais escura? Tratando negros como se fossem deficientes? Tendo de aceitar o critério de autodeclaração para logo depois punir a declaração "falsa"?

Notem o tamanho do edital, a quantidade incrível de regras! Nem a Constituição Americana tem tantos detalhes!!! O Brasil é mesmo o país das leis minuciosas, que precisam imaginar cada situação. E de leis absurdas, como essas que segregam com base na "raça", justamente o conceito que pretendem superar, abolir. O Brasil cansa?
Herculano
15/07/2016 07:24
MAIS UMA PREOCUPAÇÃO. EX-MARQUETEIRO DO PT, JOÃO SANTANA CONGITA ADERIR À DELAÇÃO PREMIADA, JÁ NEGOCIADA POR SUA MULHER, por Natuza Neri, da coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo

O marqueteiro fala
A proposta de delação de Mônica Moura, mulher de João Santana, ganhou um reforço de peso. O marido, até então reticente, decidiu entrar nas negociações do acordo de colaboração da Lava Jato. Os investigadores não viam sentido em aceitar a delação de Mônica sem o depoimento do ex-marqueteiro do PT. O casal está preso desde fevereiro em Curitiba, mas o processo corre no STF. Foi remetido por Sérgio Moro à corte após a inclusão de políticos com foro privilegiado no inquérito.

Vai pegar mal
Santana tentou o quanto pôde evitar a delação. Temia muito afugentar futuros clientes. Para ele, o sigilo profissional era a garantia de que poderia continuar fazendo campanhas - ao menos em outros países.

Passo a passo
A coluna confirmou as tratativas com diversas pessoas que atuam no caso. Investigadores afirmam que as negociações estão "mornas". A defesa de João Santana nega que ele esteja negociando delação.
Sidnei Luis Reinert
15/07/2016 07:12
URGENTE:

TEMOS QUE CONDENAR O COMUNISMO NO BRASIL. NESTE VÍDEO,O COMUNISTA ALDO REBELO RECEBE OS CORTADORES DE CABEÇA DO ESTADO ISLÂMICO E OS CONVIDA A VIVER NO BRASIL.

https://www.youtube.com/watch?v=5aMigHIxWCQ
Sidnei Luis Reinert
15/07/2016 06:58
O desastre socialista

Brasil 15.07.16 04:51
O Guardian fez as contas:

"Desde julho de 2012, houve 12 atentados terroristas na União Europeia. Sete deles na França, que mataram 244 pessoas ?" cinco vezes mais do que a soma de todos os outros".

A culpa pelos atentados é exclusivamente dos jihadistas.

Mas a incapacidade do governo Hollande de proteger os franceses é desesperadora.

O Partido Socialista vai sofrer uma derrota humilhante em 2017.

http://www.oantagonista.com/posts/o-desastre-socialista
Herculano
14/07/2016 18:57
A ESCOLHA DE ODILON ÀSCOLI PARA VICE DE LOVÍDIO CARLOS BERTOLDI TENTA NEUTRALIZAR O PMDB, BEM COMO MINIMIZAR A GRAVE CRISE NA SAÚDE PÚBLICA IMPLANTADA PELO PT DE ZUCHI EM GASPAR

A escolha do médico Odilon Áscoli, um ex-peemedebista histórico e pelo qual foi vereador e secretário da Saúde de Gaspar, para ser o vice do pré-candidato petista Lovídio Carlos Bertoldi, ex-secretário de Obras e Serviços Urbanos, tem um endereço certo: o PMDB e o PP, que estão coligados, com KLeber Edson Wan Dall e Luiz Carlos Spengler Filho.

Como ex-peemedebista, Odilon tenta anular a ala mais histórica que está esfacelada e parte dela fora do partido, mas que vinha sendo tentada a se reaglutinar pelos que gerenciam a candidatura de Kleber e Lú. Outro tiro, é no PP, que tem no médico João Spengler um bom trânsito na área de Saúde e atendimento, tradicional rivalizando com Odilon. A imagem do dr. João vinha sendo usado na campanha peemedebista e pepista para angariar simpatias.

Finalmente, o PT de Gaspar tenta com Odilon, passar um recado de que a Saúde Pública será olhada de outra forma, pois no governo de Pedro Celso Zuchi, ela tem sido o seu calcanhar de Aquiles. Está maltratada e é motivo de muitas queixas e durante a campanha isto será usado exaustivamente.

Odilon já advogou abertamente o fechamento do Hospital de Gaspar, antes dele ser renovado pelos empresários. Foi a Rádio e como presidente local da Unimed, anunciou a construção do Hospital Dia da cooperativa de médicos. O terreno já foi vendido e o projeto abandonado. Agora, Odilon é um dos que advoga a intervenção do Hospital pelo PT - que tirou de lá gente da comunidade acusando-a de má gestão, mas nada se provou até hoje.

Além disso, em dois anos de intervenção, além da dívida que aumentou no Hospital, a decisão não tem produzido o resultado projetado pelo PT e por Zuchi, o que complicou muito este assunto para a campanha político.

Odilon até pensou em levar para este desafio, a sua própria mulher Mara Luci Fabrin Áscoli. Ela até se licenciou da procuradoria geral do município para esta oportunidade. O pensamento era dar uma cara feminina à chapa, a exemplo da Mariluci para Zuchi, e com Mara, fazer um contraponto a única mulher neste embate, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PMDB.

Entretanto,as grandes dificuldades do PT para esta campanha pelo desgaste da imagem nacional do partido envolvidos em escândalos e má gestão, além dos desgastes de dois mandatos aqui em Gaspar, levou a um reposicionamento do PT e a opção pelo próprio Odilon. Mara acaba de voltar para a procuradoria.

O PT foi o último a escolher o vice, o que por si só demonstra a dificuldade do partido em fazer a jogada para ter os melhores ganhos diante das dificuldades dos cenários políticos local, regional e nacional. Odilon, há muitos anos lidera nos bastidores os empresários favoráveis ao PT, e este é mais um trunfo que o PT e ele carregam para esta campanha de curta duração.

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