15/04/2016
GASPAR CONTRA GASPAR I
Estamos em ano de campanha eleitoral municipal. E os lobos em pele de cordeiro já deram as caras. Eles detestam as boas ideias dos outros. Elas podem revelar a incapacidade dos lobos trabalharem pela cidade e os cidadãos. Vamos a mais um caso. A mobilidade urbana em Gaspar é um desastre. É uma cidade passagem. Quase tudo se afunila por aqui. Mesmo quando houver a duplicação da BR 470. Afinal, a cidade expandida e que se congestiona ainda está do lado direito do Rio Itajaí Açú. é por este lado que muitos acessam Blumenau, Brusque, parte de Ilhota e Litoral também. Somos deficientes na integração urbana interna. Somos periféricos a Blumenau. Mas, acima de tudo, somos teimosos na busca de soluções viárias comuns. Preferimos o caos. Antes olhamos interesses pessoais, votos e poder. Negamos-nos a olhar o futuro que servirá a todos. Em tempos de campanha eleitoral, é proibido de ter e principalmente expressar ideias.
GASPAR CONTRA GASPAR II
Esta coluna foi a primeira a denunciar que Blumenau, de forma organizada, porque sempre foi mais organizada nas suas diferenças, "roubava" as verbas de Gaspar consagradas no Orçamento Estadual para o tal Anel de Contorno. Blumenau fazia isso por uma necessidade de sobrevivência, porque olhava o futuro e principalmente, porque Gaspar estava sem liderança e desinteressada neste assunto urgente e vital. O Anel, que a Iguatemi cobrou o olho da cara do Governo de Raimundo Colombo, PSD, o ainda prefeito de Lages, foi projetado de forma cara, exatamente para se tornar inviável, impraticável, inexequível, defensável. Ora, com dinheiro "sobrando", no Orçamento porque Gaspar silenciava naquilo que é seu direito defender, Blumenau tomou para si e assim resolver a ligação sul com a BR 470: duplicar e endireitar a estreita e tortuosa Rua Silvano Cândido da Silva (servindo a penitenciária que ficou pronta há meses, mas não funciona ainda), com o deslocamento da ponte projetada sobre o Rio Itajaí alí no Bela Vista para o Sesi, em Blumenau.
GASPAR CONTRA GASPAR III
Gaspar acordou. Tarde, mas acordou. E a iniciativa foi da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Convidou e montou uma comissão suprapartidária, incluindo a prefeitura (que fez bico). Soube das dificuldades. Provou da trama como o custo absurdo que a torna inviável: R$336 milhões. A agora Agência de Desenvolvimento Regional de Blumenau, comandada por Cássio Quadros, PSD, boicotou. O Deinfra, de Colombo, deu de ombros. A imprensa aqui deu pouca repercussão. A de Blumenau nem piou. As entidades daqui não se entusiasmaram, mas Andreia, teimosa, insistiu. Tudo tinha o limite das verbas previstas, menos da metade que se projetava e é necessário. Andreia defendia de que Gaspar não deveria desistir. O Anel, precisava iniciar. Nem que fosse por cinco quilômetros dos mais de 20 previstos e aproveitar a verba. Tudo se caminhava no silêncio, até que o senador Dalírio Beber, padrinho da ida de Andreia do DEM para o PSDB, lá em Blumenau, seu domicilio, defendeu o projeto de lá. A imprensa e parte dos políticos daqui se interessaram imediatamente. Repercutiram. Não para defender o projeto do Contorno de Gaspar, mas para enfraquecer Andreia associando-a com a defesa de Dalírio. Oportunismo. Jogo político. O jogo que enfraquece Gaspar. Ou seja, mais uma vez Gaspar contra Gaspar.
GASPAR CONTRA GASPAR IV
Mas, desta vez deu errado. Andreia não desistiu. Ela foi ao Dalírio. Expôs o projeto do seu ponto de vista. Decidiu-se que lutariam pelos dois: o de Blumenau e Gaspar. Dalírio foi ao governador e iniciou a composição do samba. A verba que está no Orçamento Estadual para o Contorno daqui seria garantida para um projeto alternativo integrando a malha viária entre bairros de Gaspar: o lado direito do Rio, o congestionado, o problemático. Esta ideia já é antiga. Não é de Andreia. Ela é defendida há muito pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido. Ele até chegou a apresentar várias vezes na imprensa, e segundo consta, teria também apresentado recentemente ao senador. E quando tudo ia bem, do nada, o vereador Ciro André Quintino, PMDB, apareceu como pai dos arranjos. E como estamos em ano de eleição, o que se caminhava bem em favor dos gasparenses, de forma suprapartidária, voltou aos velhos tempos, a da Gaspar contra Gaspar.
GASPAR CONTRA GASPAR V
Zuchi e seu PT, sempre alheios neste assunto, fez questão de jogar areia (a palavra é outra) no ventilador. Foi a rádio FM 89,9 achincalhar a ideia, os envolvidos e dizer que não há verba no governo do Estado para tal (?). Zuchi não teve iniciativa para algo simples e factível. Também não quer que outros o tenham. E por que? Simples. O seu PT acabou com o Brasil e não cumpriu o que prometeu para os gasparenses. E para que outros não possam lutar por outras melhorias, e até serem reconhecidos por isso nas urnas, então o melhor é Gaspar e os gasparenses perderem tudo, mais uma vez. Este é o PT. Estes são os políticos (de vários partidos) que atrasam a nossa cidade. Por que PT, PMDB, PP, PSD e PSDB não podem estar juntos nesta ideia? Ela, na verdade, estava sendo conduzida de forma suprapartidária pela Intersindical, via o empresário Júlio Zimmermann. Uma reunião que aconteceu no dia 1º de abril o autorizou a conduzir este assunto. Julinho, inclusive, próximo a Zuchi, diz que ter mostrado a ideia ao prefeito, que não a contestou. Com a entrada do nada de Ciro na jogada, como Andreia não largou a bandeira, e como ela é boa para todos, Zuchi virou o jogo, e contra Gaspar, mais uma vez. Acorda, Gaspar!
TRAPICHE
Doraci Vanz, ex-chefe de gabinete do prefeito Zuchi, será o coordenador político da campanha do PT que tentará eleger o secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi, prefeito. Ele até já saiu a chefia de gabinete. Mais uma vez, só no papel.
Doraci é professor de História nas escolas Luiz de Franzoi e Zenaide Costa. Devia ele voltar para a sala de aula. Todavia, uma portaria do seu ex-chefe Zuchi no dia quatro, quando já se questionava a razão pela qual Doraci não estava em sala de aula, colocou ele à disposição para passar o tempo na sede da secretaria de Educação.
Ou seja, Gaspar perdeu um professor e o PT continuou com o seu coordenador de campanha, e bem antes dela começar. Vai se repetir um velho problema sob disfarces. Doraci, foi o coordenador da campanha de reeleição de Zuchi. E para isto tirou uma licença prêmio indevida. O caso rola até hoje na Justiça. E todos dão de ombro.
O PT, o prefeito Zuchi, a Câmara de Vereadores e os taxistas agora querem a complacência do Ministério Público de Gaspar, o que cuida da Moralidade Pública. É para o Projeto de Lei que regulamenta a atividade no município. Ele veio para a Câmara na marra. E por quê? Porque no tempo que a promotora Chimelly Louise de Marcon Resenes pediu diálogo e sugeriu um Termo de Ajustamento de Conduta para resolver este assunto, todos mandaram bananas para o MP. O PT de Zuchi e José Amarildo Rampelotti, resolveram resistir.
Como podem perder privilégios e para que isso não aconteça, os taxistas e políticos querem a benção da promotora para itens inconstitucionais do projeto. Então criaram uma “comissão de diálogo”.
Na caravana de políticos estão o presidente da Câmara, Giovânio Borges, que faz o papel para o PT e a prefeitura, Ciro André Quintino, PMDB, Marcelo de Souza Brick, PSD, Andréia Symone Zimmermann Nagel, PSDB e o cunhado do prefeito Zuchi, Antonio Carlos Dalsochio, pelo PT.
Integram ainda a comitiva os atingidos e interessados, os taxistas Luiz Muller, Carlos Eduardo Muller e Robson Zeitz. E quem agora paga por esta teimosia? Os taxistas. E por que? Porque o assunto já está judicializado.
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