Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

15/04/2016

GASPAR CONTRA GASPAR I

Estamos em ano de campanha eleitoral municipal. E os lobos em pele de cordeiro já deram as caras. Eles detestam as boas ideias dos outros. Elas podem revelar a incapacidade dos lobos trabalharem pela cidade e os cidadãos. Vamos a mais um caso. A mobilidade urbana em Gaspar é um desastre. É uma cidade passagem. Quase tudo se afunila por aqui. Mesmo quando houver a duplicação da BR 470. Afinal, a cidade expandida e que se congestiona ainda está do lado direito do Rio Itajaí Açú. é por este lado que muitos acessam Blumenau, Brusque, parte de Ilhota e Litoral também. Somos deficientes na integração urbana interna. Somos periféricos a Blumenau. Mas, acima de tudo, somos teimosos na busca de soluções viárias comuns. Preferimos o caos. Antes olhamos interesses pessoais, votos e poder. Negamos-nos a olhar o futuro que servirá a todos. Em tempos de campanha eleitoral, é proibido de ter e principalmente expressar ideias.


GASPAR CONTRA GASPAR II

Esta coluna foi a primeira a denunciar que Blumenau, de forma organizada, porque sempre foi mais organizada nas suas diferenças, "roubava" as verbas de Gaspar consagradas no Orçamento Estadual para o tal Anel de Contorno. Blumenau fazia isso por uma necessidade de sobrevivência, porque olhava o futuro e principalmente, porque Gaspar estava sem liderança e desinteressada neste assunto urgente e vital. O Anel, que a Iguatemi cobrou o olho da cara do Governo de Raimundo Colombo, PSD, o ainda prefeito de Lages, foi projetado de forma cara, exatamente para se tornar inviável, impraticável, inexequível, defensável. Ora, com dinheiro "sobrando", no Orçamento porque Gaspar silenciava naquilo que é seu direito defender, Blumenau tomou para si e assim resolver a ligação sul com a BR 470: duplicar e endireitar a estreita e tortuosa Rua Silvano Cândido da Silva (servindo a penitenciária que ficou pronta há meses, mas não funciona ainda), com o deslocamento da ponte projetada sobre o Rio Itajaí alí no Bela Vista para o Sesi, em Blumenau.


GASPAR CONTRA GASPAR III

Gaspar acordou. Tarde, mas acordou. E a iniciativa foi da vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Convidou e montou uma comissão suprapartidária, incluindo a prefeitura (que fez bico). Soube das dificuldades. Provou da trama como o custo absurdo que a torna inviável: R$336 milhões. A agora Agência de Desenvolvimento Regional de Blumenau, comandada por Cássio Quadros, PSD, boicotou. O Deinfra, de Colombo, deu de ombros. A imprensa aqui deu pouca repercussão. A de Blumenau nem piou.  As entidades daqui não se entusiasmaram, mas Andreia, teimosa, insistiu. Tudo tinha o limite das verbas previstas, menos da metade que se projetava e é necessário. Andreia defendia de que Gaspar não deveria desistir. O Anel, precisava iniciar. Nem que fosse por cinco quilômetros dos mais de 20 previstos e aproveitar a verba. Tudo se caminhava no silêncio, até que o senador Dalírio Beber, padrinho da ida de Andreia do DEM para o PSDB, lá em Blumenau, seu domicilio, defendeu o projeto de lá. A imprensa e parte dos políticos daqui se interessaram imediatamente. Repercutiram. Não para defender o projeto do Contorno de Gaspar, mas para enfraquecer Andreia associando-a com a defesa de Dalírio. Oportunismo. Jogo político. O jogo que enfraquece Gaspar. Ou seja, mais uma vez Gaspar contra Gaspar.

 

GASPAR CONTRA GASPAR IV

Mas, desta vez deu errado. Andreia não desistiu. Ela foi ao Dalírio. Expôs o projeto do seu ponto de vista. Decidiu-se que lutariam pelos dois: o de Blumenau e Gaspar. Dalírio foi ao governador e iniciou a composição do samba. A verba que está no Orçamento Estadual para o Contorno daqui seria garantida para um projeto alternativo integrando a malha viária entre bairros de Gaspar: o lado direito do Rio, o congestionado, o problemático. Esta ideia já é antiga. Não é de Andreia. Ela é defendida há muito pelo ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, hoje sem partido. Ele até chegou a apresentar várias vezes na imprensa, e segundo consta, teria também apresentado recentemente ao senador. E quando tudo ia bem, do nada, o vereador Ciro André Quintino, PMDB, apareceu como pai dos arranjos. E como estamos em ano de eleição, o que se caminhava bem em favor dos gasparenses, de forma suprapartidária, voltou aos velhos tempos, a da Gaspar contra Gaspar.

 

GASPAR CONTRA GASPAR V

Zuchi e seu PT, sempre alheios neste assunto, fez questão de jogar areia (a palavra é outra) no ventilador. Foi a rádio FM 89,9 achincalhar a ideia, os envolvidos e dizer que não há verba no governo do Estado para tal (?). Zuchi não teve iniciativa para algo simples e factível. Também não quer que outros o tenham. E por que? Simples. O seu PT acabou com o Brasil e não cumpriu o que prometeu para os gasparenses. E para que outros não possam lutar por outras melhorias, e até serem reconhecidos por isso nas urnas, então o melhor é Gaspar e os gasparenses perderem tudo, mais uma vez. Este é o PT. Estes são os políticos (de vários partidos) que atrasam a nossa cidade. Por que PT, PMDB, PP, PSD e PSDB não podem estar juntos nesta ideia? Ela, na verdade, estava sendo conduzida de forma suprapartidária pela Intersindical, via o empresário Júlio Zimmermann. Uma reunião que aconteceu no dia 1º de abril o autorizou a conduzir este assunto. Julinho, inclusive, próximo a Zuchi, diz que ter mostrado a ideia ao prefeito, que não a contestou. Com a entrada do nada de Ciro na jogada, como Andreia não largou a bandeira, e como ela é boa para todos, Zuchi virou o jogo, e contra Gaspar, mais uma vez. Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Doraci Vanz, ex-chefe de gabinete do prefeito Zuchi, será o coordenador político da campanha do PT que tentará eleger o secretário de Obras, Lovídio Carlos Bertoldi, prefeito. Ele até já saiu a chefia de gabinete. Mais uma vez, só no papel.

 

Doraci é professor de História nas escolas Luiz de Franzoi e Zenaide Costa. Devia ele voltar para a sala de aula. Todavia, uma portaria do seu ex-chefe Zuchi no dia quatro, quando já se questionava a razão pela qual Doraci não estava em sala de aula, colocou ele à disposição para passar o tempo na sede da secretaria de Educação.

 

Ou seja, Gaspar perdeu um professor e o PT continuou com o seu coordenador de campanha, e bem antes dela começar. Vai se repetir um velho problema sob disfarces. Doraci, foi o coordenador da campanha de reeleição de Zuchi. E para isto tirou uma licença prêmio indevida. O caso rola até hoje na Justiça. E todos dão de ombro.

O PT, o prefeito Zuchi, a Câmara de Vereadores e os taxistas agora querem a complacência do Ministério Público de Gaspar, o que cuida da Moralidade Pública. É para o Projeto de Lei que regulamenta a atividade no município. Ele veio para a Câmara na marra. E por quê? Porque no tempo que a promotora Chimelly Louise de Marcon Resenes pediu diálogo e sugeriu um Termo de Ajustamento de Conduta para resolver este assunto, todos mandaram bananas para o MP. O PT de Zuchi e José Amarildo Rampelotti, resolveram resistir.

 

Como podem perder privilégios e para que isso não aconteça, os taxistas e políticos querem a benção da promotora para itens inconstitucionais do projeto. Então criaram uma “comissão de diálogo”.

Na caravana de políticos estão o presidente da Câmara, Giovânio Borges, que faz o papel para o PT e a prefeitura, Ciro André Quintino, PMDB, Marcelo de Souza Brick, PSD, Andréia Symone Zimmermann Nagel, PSDB e o cunhado do prefeito Zuchi, Antonio Carlos Dalsochio, pelo PT.

Integram ainda a comitiva os atingidos e interessados, os taxistas Luiz Muller, Carlos Eduardo Muller e Robson Zeitz. E quem agora paga por esta teimosia? Os taxistas. E por que? Porque o assunto já está judicializado.

 

Edição 1745

Comentários

Roberto Sombrio
18/04/2016 20:16
Oi, Herculano.

O homem forte do prefeito, até ontem, quer ser prefeito de Itajaí?

Não acredito que o povo de Itajaí seja burro.

Perdeu Décio Lima.
Herculano
18/04/2016 16:36
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA PARA OS QUE ACESSAM O PORTAL DO CRUZEIRO DO VALE
Herculano
18/04/2016 16:35
A IMPRENSA OFICIAL PAGA QUE PERDEU, RECONHECE QUE A IMPRENSA LIVRE FOI MAIS COMPETENTE COM PROVAS E REALIDADES.

Conteúdo e texto do 247. Uma das principais indutoras do golpe parlamentar no Brasil, a revista Veja circulou com edição extra nesta segunda-feira; nela, cobrou do "presidente" Michel Temer uma agenda de privatizações começando pela BR Distribuidora e pela Infraero; além disso, mandou um aviso aos navegantes, como Marina Silva, que sonham com novas eleições: como o PSDB, que será sócio do governo Temer, não tem mais interesse na ação que pretendia cassar a chapa Dilma-Temer no Senado, ela subiu no telhado; golpe perfeito?
Sidnei Luis Reinert
18/04/2016 13:34
Certa de que perde no Senado, Dilma teme que seu fim seja no processo contra a Petrobras nos EUA


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

"Que Deus tenha misericórdia desta Nação". O voto evangélico, em tom de vingança divina, dado contra Dilma Rousseff pelo "Malvado Favorito" Eduardo Cunha, vale como premonição de vivenciaremos tempos bem mais difíceis que agora. A autorização para o impeachment prosseguir no Senado, onde a previsão é de um placar de 44 a 21 contra Dilma.

De olho no trono dela, Michel Temer assumirá o cargo se a Presidanta renunciar (ela reluta em fazer isto) ou após o Senado considerar a denúncia da Câmara admissível, afastando-a por 180 dias, para a fase de julgamento, sob a presidência do titular do Supremo Tribunal Federal, o aliado petista Ricardo Lewandowski. Dilma terá a grande chance de pedir para sair, antes que isto aconteça, como fez Fernando Collor de Mello em 1992.

O senador petista Lindbergh Farias já antecipou qual será o tom contra o substituto de Dilma: "Mesmo que Temer venha a ser um presidente interino, não vai aguentar três meses no cargo. Ele é sócio de Cunha e nós vamos expor toda sua fragilidade". Além de começar o espancamento a Temer, o PT tentará a inútil manobra de recorrer ao STF contra a decisão soberana da Câmara.

A patelândia não se conforma que tenha sido derrotada por Eduardo Cunha, réu no STF sob acusações da Lava Jato. A ironia histórica é que Cunha era aliado de confiança no primeiro mandato, mas se transformou em inimigo mortal após a reeleição de Dilma. Também foi irônica a derrota na Câmara (pelo placar de 367 a 137, com sete abstenções e duas ausências. Desde 2003, quando Lula assumiu o poder, o PT estava acostumado a contar com os votos fiéis de 195 deputados, para qualquer questão. A dúvida é se Dilma foi vítima de traição ou se Michel Temer foi brindado com mais fidelidade...

Pouco importa... Nas ruas e nas redes sociais, o povo festejou a derrota de Dilma. Não dá para comemorar o fato objetivo de que o PMDB tende a continuar no poder federal há 31 anos. Ontem, a petelândia enfiou a viola no saco e reagiu apenas com indignação ao "golpe" que tomou de Temer e Eduardo Cunha. Os petistas e aliados agora retornam ao que sempre souberam fazer muito bem: oposição. Governar não é com eles. Incompetência, demagogia populista e muita arrogância política foram traços fatais para eles e para as maiores vítimas: o cidadão brasileiro que é obrigado a suportar os prejuízos da turma do PT - sinônimo de Perda Total.

A crise econômica e a falta de diálogo com a infiel base parlamentar foram fatais para Dilma. Desde ontem, puxa-sacos dela insistem que a Presidanta promete lutar até o fim pelo mandato. Seria bom ela constatar que o fim já chegou... Pede pra sair, Dilma... Antes que você termine saída e fique mais fragilizada ainda para ser processada pelos crimes cometidos quando foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras. o Judiciário dos EUA só esperam a confirmação de sua queda para indiciá-la na Corte de Nova York...
Herculano
18/04/2016 12:26
QUANDO O PT PERDEU O CAMINHO DE CASA? por Elio Gaspari, para o jornal O Globo

Talvez em 1997, quando Lula chamou de "asneiras" as denúncias de que havia roubalheiras em contratos de firmas de consultoria com prefeituras petistas. Desde então, Lula e o comissariado fizeram uma opção preferencial pelo acobertamento e pela cumplicidade em todos os episódios em que a moralidade foi ofendida. Foi assim com as propinas que provocaram a morte do prefeito Celso Daniel. Assim foi no "mensalão" e assim o PT comportasse diante da Lava Jato.

Há um mantra em circulação: a honorabilidade pessoal de Dilma Rousseff está acima de qualquer suspeita. É verdade, mas pode-se aplicar o mesmo raciocínio ao general Emílio Médici ( 1969/1974). Ele foi um homem pessoalmente honrado. A ruína de sua biografia veio do campo da moral política. Médici nunca encostou a mão em ninguém, mas durante seu governo milhares de brasileiros foram torturados, e mais de uma centena foram assassinados.

Para felicidade do Brasil, os crimes dos governantes mudaram de eixo e, durante o consulado petista, o demônio foi para o meio do redemoinho da corrupção e das suas alianças com larápios que hoje votaram pela deposição da presidente. Dilma era ministra de Minas e Energia quando um empresário narrou-lhe malfeitorias praticadas pela Petrobras. Ela respondeu: "Não posso me preocupar com pequenas ilegalidades". Com o tempo, deixou de se preocupar com as grandes. Ela, Lula e o PT ficaram neutros contra a Operação Lava- Jato. Esse foi um dos principais fatores de erosão da credibilidade dos companheiros. (O apoio de Temer à faxina do juiz Moro é coisa a ser conferida. Por enquanto, ele continua a ser um velho aliado de Eduardo Cunha).

O resultado de ontem é uma derrota de Dilma, do PT e daquilo que se chama de esquerda. Como sair dessa? Nos anos 1970 do século passado, como Dilma, o uruguaio José (Pepe) Mujica estava na cadeia. Em 2010 Pepe elegeu-se presidente. Continuou vivendo na modesta chácara das cercanias de Montevidéo, dirigindo seu velho fusca e brincando com Manuela, sua cachorra de três patas. Basta olhar para seu exemplo.
Herculano
18/04/2016 12:22
PRESIDÊNCIA COM TEMPERANÇA, por Eliane Cantanhêde, para o jornal O Estado de S. Paulo

Caçula de oito filhos numa família libanesa, Michel Temer jamais esqueceu o dia em que, aos 7 anos e meio, foi levado pela mão do irmão mais velho, Adib, à Igreja Matriz Tietê, em São Paulo. Enquanto Adib rezava, o pequeno se distraía com os vitrais coloridos, cada um dedicado a uma virtude. Adorou a palavra "temperança". De volta à casa, correu ao dicionário com o irmão e descobriu que temperança significa equilíbrio, moderação.

"Sempre tive a sensação de que aquilo pautou a minha vida. Não gosto de briga, sou avesso a ideias radicais, tento sempre resolver as coisas conversando, negociando", diz ele, diante da perspectiva de assumir a Presidência por dois anos e nove meses após o afastamento de Dilma Rousseff.

Em sua longa carreira política, que inclui a presidência do PMDB, três vezes a presidência da Câmara e a Vice-Presidência da República, o professor de Direito constitucional Michel Temer realmente construiu a imagem de um homem comedido, que fala pouco, mede palavras, jamais grita ou usa palavrões.

Como registrado neste espaço em 22 de julho de 2015, já considerando a hipótese de impeachment de Dilma: "nele (Temer), nada falta, nada transborda; nem omisso nem verborrágico; nem covarde nem valentão; nem gênio nem ignorante; nem tão anti-PT nem tão anti-PSDB; um pouco Lula, um pouco Fernando Henrique".

Temer, portanto, tem perfil para o momento, mas isso não é tudo. Depois de um doloroso processo de impeachment, em meio a uma conjunção cruel de crises, o que mais preocupa é o entorno dele, explorado duramente ontem pelos líderes anti-impeachment. Com especial contundência do petista Afonso Florence, eles questionaram a legitimidade e as chances de êxito de um governo que terá na linha de frente o deputado Eduardo Cunha e uma profusão de suspeitos da Lava Jato (que, aliás, estavam com Dilma).

Logo, o grande trunfo de Temer é também o seu principal problema: praticamente todos os partidos aliados a Dilma descambaram na tese do impeachment, levando junto gregos, troianos e velhas práticas nada republicanas. Ele terá uma base aliada imensa - tão imensa quanto gulosa. Se usar os ministérios como Saúde, Fazenda e Justiça para saciar os aliados, não terá vida longa.

Seus articuladores juram que Temer sabe disso e acrescentam: aos 75 anos, passando por onde passou e chegando aonde chegou, ele tem que concentrar sua energia e suas armas para conclamar um pacto nacional, extrapolar o PMDB e resistir o quanto possível a concessões à sua base e a pressões populistas - e sem agredir os inegáveis ganhos sociais do início da era PT. Seu horizonte não pode ser 2018, tem de ser a história.

Formalmente, a ascensão de Temer ainda depende do acatamento do pedido de impeachment e depois do julgamento do mérito no Senado. Na prática, ninguém em Brasília acredita que, após a derrota de ontem, haja mínimas condições de Dilma voltar ao poder. Mas, se ela é "carta fora do baralho", Temer ainda enfrenta a ameaça do TSE para se manter no jogo.

Por tudo isso, Michel Temer tem pressa. Pressa para articular um pacto nacional que reúna as forças políticas, patrões, empregados e um voto de confiança de uma sociedade que está muito desconfiada. Nada disso é fácil, mas ele terá de usar toda a "temperança" aprendida nos vitrais da Igreja do Tietê, porque não tem alternativa: é acertar ou acertar. E rápido!

A nova oposição. Se os aliados de Collor fugiram covardemente na hora "h", a tropa anti-impeachment de Dilma foi guerreira, corajosa. A "base aliada" artificial escorreu pelo ralo, mas a base real foi fiel até o fim. Dilma sai, mas essa base fica, no PT ou não, e mantém o discurso e o papel de contraponto, pressão e cobrança, fundamental para o equilíbrio do jogo. E sem apostar todas as fichas em Lula.
Herculano
18/04/2016 12:19
A AMEAÇA PETISTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O Partido dos Trabalhadores (PT) nasceu no início dos anos 80 pretendendo ser o abrigo do pensamento dito progressista, o santuário da ética na política, o modelo de participação democrática de todos os setores da sociedade na política e na administração pública. Era essa a sua promessa, traduzida pela liderança carismática do ex-metalúrgico e líder sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Três décadas depois, o partido portador da grande nova revela por inteiro sua verdadeira natureza ?" autoritária e venal ?", tornando-se um dos maiores obstáculos para o pleno funcionamento da democracia, justamente no momento em que as instituições nacionais passam por um grande teste de resistência em meio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

A ameaça petista de incendiar o País - e de transformar o Palácio da Alvorada em uma cidadela para defender Dilma de um "golpe", que nada mais é do que a decisão soberana de um Congresso legitimamente eleito - é expressão clara do espírito golpista de seus líderes.

Nenhum observador mais atento da vida nacional pode se dizer surpreso. O PT sempre demonstrou muita dificuldade em aceitar as regras do jogo democrático quando esteve na oposição. Recusou-se a dialogar com todos os governos, sabotou todos os esforços para estabilizar a economia e dificultou ao máximo a aprovação das necessárias reformas constitucionais para modernizar o Estado, tudo com o objetivo de criar uma atmosfera de confronto - sob a qual, calculou, teria mais chances eleitorais. É na confusão moral que costuma vicejar o tipo de política praticado pelo PT.

Uma vez no governo, o partido da ética, herói da democracia, não se constrangeu em incentivar a promiscuidade e a corrupção para facilitar seu trabalho de controlar o Congresso. Afinal, o PT nunca demonstrou legítima disposição para dividir o poder e fazer concessões em relação a propostas de governo, algo que está na base de qualquer democracia saudável, pela simples razão de que jamais pretendeu fazer concessões. Certo de ser o portador da verdade histórica, que, por definição, inviabiliza qualquer negociação, o PT tratou a democracia como um obstáculo, a ser superado na base do simples toma lá dá cá, encabrestando as instituições. O partido de Lula, José Dirceu et caterva jamais teve aliados; sempre teve cúmplices.

Praticamente devolvido agora à condição de opositor, o PT demonstra mais uma vez que não aprendeu nada ?" ao contrário, trata de reafirmar de forma clara a sua natureza autoritária. Justamente no momento em que o País clama por serenidade, para que a transição que se completará nas próximas semanas se dê da maneira mais civilizada possível, eis que os petistas ameaçam o País com a violência que resume sua índole.

Infelizmente, podemos esperar muita intranquilidade nos próximos tempos, estimulada pela tigrada. Há ameaças de greves e manifestações diárias, cujo potencial disruptivo não é desprezível. Vários dos irresponsáveis chefes de grupelhos disfarçados de "movimentos sociais", que ganharam poder sob o lulopetismo, já expressaram sua disposição de fazer "guerra" - essa é a palavra que usaram, e não se deve ter esperança de que se trate de mera força de expressão, pois essa turma já provou muitas vezes do que é capaz.

Além disso, a expectativa é de que haja muitos problemas no Congresso, que já conhece bem o modo petista de fazer oposição. Votações cruciais para arrancar o País da grave crise em que os desastrosos governos petistas o meteram deverão ser a oportunidade que o PT espera para tentar desforrar a derrota no impeachment. Para o lulopetismo, quanto pior, melhor.

Assim, ficará claro de uma vez por todas que o PT jamais quis ajudar a construir um país moderno, decente e forte. Sua única preocupação sempre foi a de polir a biografia de Lula, construindo para seu líder messiânico a imagem de inatacável protetor dos pobres e preparando o terreno para sua perpetuação no poder, à moda dos caudilhos que marcaram tristemente a história latino-americana.

Já virtualmente fora do poder e diante da perspectiva real de ver seu grande timoneiro atrás das grades, os petistas escolheram ser oposição destrutiva - o que só vai confirmar que o PT é e será o que sempre foi: um parasita incrustado no País para exaurir suas forças com práticas facinorosas.
Herculano
18/04/2016 12:16
FALTOU RESPEITO, por Cora Rónai, para o jornal O Globo

Várias coisas nos trouxeram a este domingo sem honra, mas uma das principais talvez tenha sido a falta de tolerância do governo

Há uma guerra de decibéis lá fora, na Esplanada dos Ministérios, onde estou nessa tarde de domingo. Dois caminhões de som, um em frente ao outro, mas cada qual do seu lado do muro, berram slogans e provocações, decididos, um e outro, a ganhar no grito. São uma metáfora perfeita para um país dividido, em que, até ontem, o governo, que deveria ser para todos, esmerava- se no "nós e eles".

Hoje, porém, em pleno fervor do impeachment, o Palácio do Planalto resolveu mudar de tom, e estreou, na internet, uma campanha fofinha, em que clama por tolerância com a hashtag # respeitobasta. A imagem que acompanha o texto mostra uma borracha apagando o muro que, lá fora, divide o gramado, permitindo que as pessoas de um lado e do outro se misturem num carnaval de cores. Mas quem construiu o muro?! O cinismo da campanha é tão absurdo que vai além do reles insulto.

Várias coisas nos trouxeram a este domingo sem honra, mas uma das principais talvez tenha sido, justamente, a falta de tolerância do governo, e o seu total desrespeito pelos eleitores que preferiram outros partidos e candidatos. Ao longo dos últimos 13 anos, esses eleitores foram obrigados a ouvir, das autoridades máximas do país, que eram verdadeiros monstros, gente que não suportava ver pobres viajando de avião ou filhos de empregados frequentando a universidade.

No sábado, esse retrato odioso, que retira dos oposicionistas até a sua humanidade mais elementar, foi repetido, no plenário, por todos os deputados petistas, sem exceção. E, ainda na semana passada, recebendo mulheres no Planalto, a presidente posou ao lado de uma estudante negra segurando um cartaz onde se lia "A casa grande pira quando a senzala vira médica". É difícil até começar a explicar o grau de desrespeito que uma frase dessas encerra. A presidente de todos os brasileiros jamais poderia concordar com uma ofensa assim dirigida àqueles que apenas não foram seus eleitores.

Por mais que se negue isso, um impeachment é um ato essencialmente político. Apesar das fraudes fiscais que cometeu, e apesar da sua política sempre equivocada, é bem provável que Dilma não chegasse a este ponto melancólico se tivesse governado, indistintamente, para todos os brasileiros, e não apenas para os que votaram nela e no Temer. # respeitobasta
Herculano
18/04/2016 07:27
DILMA E COLLOR DIFEREM EM VALORES, FONTE E APURAÇÃO DE DENÚNCIAS, por Mário Sérgio Conti para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

A debacle da economia por si só não explica o esfarinhamento de Fernando Collor e Dilma Rousseff. O PIB foi negativo tanto no governo dele como no segundo mandato dela, mas os primeiros quatro anos da petista foram de crescimento, enquanto o collorido sempre rondou o zero.

Os índices de inflação são incomparáveis. Em março de 1992, a inflação foi de 84%. Em março passado, não chegou a 10%. O desemprego é equivalente: 7% no último ano de Collor e 5% hoje.

O big-bang esteve no comportamento antidemocrático dos presidentes. Ambos traíram os seus eleitores. Collor, ao decretar o sequestro da poupança no primeiro dia no cargo. Dilma, por organizar o arrocho dos que nela votaram.

Mas a traição é cláusula pétrea entre políticos. Se fosse crime de responsabilidade, meia dúzia cumpriria o mandato. E a velha demagogia ficou tóxica com o sequestro de campanhas pela propaganda.

As disputas de voto passaram a ser dirigidas por mercenários. Eles não têm compromisso com o que seus candidatos farão. O que lhes importa é receber o bônus pela vitória. A casta política adotou a embromação sistemática porque gosta de, como diz, "ter a chave do cofre", eufemismo para grossa bandalheira.

Fundiu-se um círculo de ferro: grandes empresas e grandes partidos orientam a economia em benefício próprio. Para que um presidente seja derrubado, porém, é preciso salpicar essa solda com ideologia, o ouro dos tolos.

No Brasil, a liga ideológica dos últimos sessenta anos foi a defesa ?""intransigente", claro?" da moralidade. Há aí uma aberração, que ficou gritante de Collor a Dilma: para se beneficiar da corrupção, é preciso fazer uma campanha corrupta contra a corrupção.

Três seres fantásticos foram nutridos nesse ninho de mafagafos. Primeiro, os valores desviados do Estado cresceram na velocidade da luz. Em 1989, sobraram US$ 50 milhões no caixa 2 de Collor. Já um tal de Pedro Barusco devolveu há pouco quantia igual à Petrobras em sua delação.
Herculano
18/04/2016 07:26
DILMA E COLLOR DIFEREM EM VALORES, FONTE E APURAÇÃO DE DENÚNCIAS, por Mário Sérgio Conti para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2


Por que um rato de estatal passou a valer tanto quanto um presidente gatuno? A resposta está no segundo Godzilla: o pré-sal. A sua descoberta desatou encomendas de plataformas, estaleiros, navios-sonda, tubulações, helicópteros. Todos queriam intermediar alguma falcatrua.

A derrama para deslanchar a exploração de uma energia poluidora e antissocial deu vida nova à corrupção. A quantidade virou qualidade: dólares do pré-sal foram injetados na veia dos partidos.

O terceiro mafagafo foi a corrupção repaginada. Inerente à civilização do capital, ela adquiriu feição ecumênica. Basta ver os Panamá Papers. Há neles ministros do Reino Unido e da Espanha, jihadistas, burocratas russos, Almodóvar e Roberto Carlos. Só não há americanos ?"eles lavam dinheiro em casa.

Collor e Dilma diferiram no quesito corrupção. Dinheiro sujo pagou serviçais do ex-presidente, a Fiat Elba, reformas da cobertura em Maceió, jardins da Casa da Dinda. Tudo documentado com cheques, transferências e contratos.

Contra a atual presidente, porém, não existe nem suspeita de apropriação indébita. Daí a necessidade das pedaladas fiscais. Elas justificam o pênalti político-jurídico, meticulosamente encenado, para expulsá-la do campo.

O relatório da CPI sobre Collor também teve fraudes para engabelar a galera. Os empresários aparecem nele como vítimas de extorsão. Potentados com os sobrenomes Safra e Odebrecht viraram donzelas pudibundas, vítimas do melífluo alagoano. Agora, Marcelo Odebrecht está no xadrez.

Por fim, existe diferença crucial na exposição da corrupção. Ela está na ação da imprensa e da Justiça. Em 1992, repórteres apuraram os fatos, a CPI partiu deles para estender a investigação e a Câmara afastou o presidente.

Enquanto a imprensa tinha sua hora alta, a Justiça ficou de lado. Só apareceu com o jogo acabado, quando o Supremo, confirmando seu conservadorismo, absolveu Collor.

No affaire Dilma, a imprensa pouco investigou. Fruto do espraiamento da internet e da míngua de assinantes e verbas, redações sucateadas de jornais, emissoras e revistas vivem dificuldades.

A apuração dos delitos foi pela Justiça. Nomeadamente, pela Lava Jato, mas com a cobertura (cúmplice?) das instâncias superiores. Ela dispôs de instrumentos mais poderosos que os repórteres: prisões, interrogatórios, delações, conduções, interceptações.

A divulgação dos feitos da Lava Jato não foi neutra. Longe disso. Por meio de vazamentos ilegais, Curitiba deu preferência aos órgãos de imprensa que atacavam o governo com maior força governo.

A força tarefa organizou o estardalhaço de maneira a que os vazamentos retumbantes ocorressem na hora em que ferissem o Planalto e o PT.

Mas os vazamentos jamais foram punidos pelo Planalto nem pela hierarquia judiciária. Pior: sequer foram investigados pela imprensa. Por quê? A resposta vale um livro.
Herculano
18/04/2016 07:05
AP?"S 180 ANOS, BRASIL UNIFICA CARTORIOS, por Ronaldo Lemos, para o jornal Folha de S. Paulo.

Em 1836, a Inglaterra unificou todos os registros civis. O objetivo era simples: integrar em um único lugar dados essenciais para a vida do país.

A partir dessa aparentemente singela mudança, nascia quase que por acidente uma vertente do que chamamos hoje de "ciência dos dados" (data science). Com os registros unificados, eles se converteram em manancial de informações, um verdadeiro "big data" para a época.

O primeiro diretor-geral dos registros unificados foi um médico de origem humilde chamado William Farr. Farr era dotado de criatividade espantosa. Ao perceber as informações que tinha em mãos, começou a trabalhar em análises que vão muito além da função básica dos registros.

Por exemplo, examinou as taxas de mortalidade de cada profissão e constatou que certos profissionais morriam mais cedo (seu método de análise é usado até hoje). Em 1858, fez uma descoberta importante. Percebeu que pessoas casadas vivem mais -25 milhões de registros mostraram a ele que a vida de solteiro (ou de viúvo) não é boa para a saúde. Naquela época, entre homens de 20 e 33 anos, havia 11 mortes por 1.000 solteiros e apenas 7 para 1.000 casados (o número subia para 29 para viúvos).

Dados similares aplicavam-se também às mulheres, descontadas as mortes no parto. Diante disso, ele concluiu poeticamente: "O casamento é um estado favorável à saúde. O indivíduo solteiro tem mais chances de naufragar em sua viagem do que vidas que se juntam em matrimônio".

Farr foi também um patrono da computação. Encomendou a Charles Babbage uma de suas famosas "máquinas diferenciais", capazes de fazer cálculos mecânicos com polinômios. Queria melhorar a análise dos dados civis, produzindo tabulações gerais e criando parâmetros que são usuais até hoje, como expectativa de vida, mortalidade infantil e outros.

O que a Inglaterra fez em 1837, mutatis mutandis, o Brasil começa a fazer agora. No dia 25 de março, a Corregedoria Nacional de Justiça, liderada pela ministra Nancy Andrighi, instituiu as regras do sistema digital que permitirá integrar e compartilhar os dados dos cartórios civis, de títulos e pessoas jurídicas de todo o Brasil. Essa medida é positivamente revolucionária.

Nas palavras da ministra: "O objetivo é justamente facilitar o intercâmbio de informações entre os cartórios de todo o país, o Poder Judiciário, a administração pública e o público em geral".

Se esse registro unificado for de fato aberto e acessível a todos, isso poderá gerar uma gigantesca inovação. Será possível fazer análises inéditas sobre a atividade econômica. Enxergar nuances do ciclo de vida e morte das empresas, criar novos índices, previsões e infinitas outras formas de tomar em tempo real o pulso da sociedade brasileira. Nossa "William Farr" demorou 180 anos para chegar. Melhor tarde do que nunca.
Herculano
18/04/2016 06:56
AS MANCHETES DE QUEM É PAGO PARA DEFENDER O GOVERNO E O PT NA CHAMADA ESGOTOSFERA

"Cardozo: Dilma não se curvará e lutará até o fim"

"Frente Brasil Popular: derrotaremos o golpe nas ruas"

"Wagner: Câmara ameaça interromper 30 anos de democracia"

"Leonardo Boff: o gângster Cunha condenou Dilma, a mulher decente"

"Dino convoca ato de resistência contra o golpe"

"Duvivier defende povo na rua contra Cunha e Temer"

"Lindeber: País terá Diretas, Já! caso Temer assuma"

"Falcão: golpismo rasgou a Constituição"

"'Alô mamãe, demos o golpe...' Brasil é uma chacota para eles"

Herculano
18/04/2016 06:44
IMPEACHMENT DE DILMA É MAIOR DERROTA DE LULA, por Josias de Souza

Ninguém declarou ainda, talvez por pena, mas o principal derrotado com o avanço do impeachment é Lula.

Se o Senado ratificar a decisão da Câmara, mandando a presidente para casa mais cedo, Dilma fará as malas, avisará aos netos que está voltando para Porto Alegre e emitirá um aviso aos repórteres: "Vocês não terão mais Dilma Rousseff para chutar." Lula não pode se dar ao luxo de sair de cena. Terá de se reinventar sem descer do palco. E com a Lava Jato a lhe roçar os calcanhares de vidro.

Depois de passar à história como primeiro presidente a fazer a sucessora duas vezes, Lula reescreve o verbete da enciclopédia como o único mandatário que é desfeito pela própria criatura. Dilma ajudou bastante, mas é Lula o principal responsável pelo desastre. Primeiro porque o petrolão, espécie de mensalão hipertrofiado, foi urdido na gestão dele. Segundo porque o fiasco econômico que estilhaça a presidência de Dilma é decorrência natural do mito da supergerente, um conto do vigário de Lula em que a maioria dos brasileiros caiu.

A reinvenção de Lula será um triste espetáculo. Já estava habituado a derrotas. Perdeu três eleições presidenciais. E sempre levantou, sacudiu o pó e seguiu adiante. Mas dessa vez é diferente. Lula caiu do alto de sua empáfia. Por enquanto, comporta-se como o sujeito que, tendo despencado de um edifício de dez andares, ao passar pelo quarto piso, exclama: "Até aqui tudo bem."

Quando notar que o chão se aproxima com a velocidade de um raio, Lula iniciará a fase da negação. Repetirá em público o que diz em privado desde o início do segundo reinado de madame: 1) "Dilma não ouve o que eu digo"; 2) "Quando ouve não faz." As frases são injustas e inúteis. São injustas porque Dilma nunca escondeu a devoção que dedica ao criador. São inúteis porque, depois que Dilma terceirizou sua gestão ao criador, qualquer criança de cinco anos sabe que Lula enxerga no espelho a imagem de um culpado.

Ele chegou a esta condição por seus próprios deméritos. Por dois mandatos, abasteceu sua base congressual de propinas. O mensalão secou antes que a cúpula do PT fosse para a cadeia. Mas havia um insuspeitado petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava Jato emparedou os corruptos. E mandou para cadeia os corruptores. A jazida mixou. Deu-se, então, o previsível: a interrupção do fornecimento regular de propinas converteu aliados em traidores.

Há na Câmara 102 deputados filiados a partidos de oposição. O impedimento de madame foi aprovado por uma massa de impressionantes 367 votos. Nessa conta há 265 silvérios. Quer dizer: os governos financiaram o que agora chamam de "golpe''. Dilma foi picada pelas serpentes "golpistas" que os esquemas da era Lula engordaram. A mais venenosa chama-se Eduardo Cunha.
Herculano
18/04/2016 06:40
MARGEM PARA O PT TENTAR FUGIR DO DESMONTE É ESTREITA, POR IGOR GIELOW, do jornal Folha de S. Paulo

O virtual começo do governo de Michel Temer (PMDB) na noite do domingo (17) evidencia o fim dramático do projeto de poder do PT, hegemônico no país desde as eleições de 2002.

Com sucesso de imagem indiscutível até 2013, a sigla possui agora uma estreita margem de manobra para buscar fugir do desmonte.

A desgraça de Dilma Rousseff é, paradoxalmente, a esperança momentânea do PT. Mesmo que ela obtenha uma improvável reversão do processo de impeachment no Senado, até porque agora o polo magnético do poder se deslocou do Palácio da Alvorada para o do Jaburu, suas agruras fornecem um roteiro imediato para o partido.

A sigla poderá aferrar-se ao discurso de que sofreu um golpe ao mesmo tempo em que se distancia da impopular presidente, em um processo que colocará sua primeira e última estrela no que já foi anunciado como uma campanha permanente.

Trata-se de Luiz Inácio Lula da Silva. Paradoxalmente, a dependência da figura do popular ex-presidente levou à consequente e histórica falta de lideranças capazes de promover uma renovação imagética da legenda.

Não ajudou o fato de que o petista organizou seu partido como um sindicato, tolhendo lideranças emergentes.

Sua única preposta autorizada, Dilma, até tentou cultivar uma imagem de autonomia calcada na caneta presidencial. A dinâmica entre ela e Lula quase levou ao rompimento, mas ambos acabaram a história abraçados.

O petista tentou seduzir como ungido o então aliado Eduardo Campos (PSB-PE), só para vê-lo ir à oposição e morrer em um acidente de avião em 2014.

Em comum e significativamente, Dilma e Campos não eram petistas de raiz. Quadros da burocracia partidária, como o prefeito paulistano Fernando Haddad, fracassaram em ampliar seu leque de apoio e enfrentam enormes dificuldades na eleição de outubro.

Outros nem chegaram lá, como o ex-ministro Alexandre Padilha, e ainda há os que estão enrolados fatalmente na Justiça, como o governador Fernando Pimentel (MG). O grupo do ministro Jaques Wagner, se não for colhido pela Operação Lava Jato, tende a encastelar-se na Bahia.

A debandada de prefeitos e vereadores do partido na preparação para o pleito municipal é só um sinal da implosão já em curso. A perda do poder federal, se consumada, empurrará o PT para uma posição de nicho que já ocupou no passado: do partido de "operários e intelectuais", passará a ser o de "ex-comissionados e hipsters".

Há o agravante de que Lula, ainda com grande capital de popularidade, está desidratado. Prova disso foi o fracasso da articulação que tentou transformá-lo em superministro e a correria malsucedida para evitar a derrota na Câmara.

Mais grave é a maré de notícias ruins que o espera na seara judicial, que todas as informações disponíveis sugerem ser violenta. Lula terá de dividir seu tempo entre o palanque de denúncia do que chama de golpe e explicações a investigadores.

Os outros fatores de dificuldade do PT falam por si: a associação imediata da sigla com a palavra corrupção e a dissolução econômica e institucional que seus últimos anos de governo legaram.

Se não inventou a corrupção, o que é óbvio, as gestões petistas deram à luz esquemas como o petrolão, que emprestaram ares épicos e sofisticados à prática.

São barreiras superáveis em tese, e o Brasil é um país que desautoriza obituários políticos, mas as condições objetivas são duras e o histórico de repetição de erros não inspira bom prognóstico.
Sidnei Luis Reinert
18/04/2016 06:39
A votação dos deputados catarinenses no congresso ontem à noite ficou 14 X 2,em média 7 X 1. GOLEADA!!!!
Herculano
18/04/2016 06:35
TEMER, SEM DIREITO DE ERRAR, por Ricardo Noblat, de O Globo

Dilma tem poucos amigos. Temer, muitos. Dilma não confia em ninguém. Temer confia. Dilma vive sozinha com a mãe. Temer é casado, tem filhos e detesta a solidão.

Dilma concentra poderes. Temer delega. Dilma impõe sua vontade sem discuti-la. Temer constrói a sua ouvindo os outros.

Dilma detesta a política e os políticos. Depois da família, Temer anos ama a política e os políticos acima de tudo.

O que o resultado da votação do impeachment na Câmara teve a ver com as diferenças de temperamento, estilo e modo de vida de Dilma e Temer? Nada e tudo.

Quem derrubou Dilma foram as mentiras que disse para se reeleger e os muitos erros que cometeu desde então. Mas se ela não fosse como é, e Temer o seu oposto, talvez pudesse sobreviver a um processo que ainda está longe do fim.

Pior do que atravessar, insone, a noite de ontem, certamente será para Dilma viver o seu primeiro dia como presidente da República de direito, de fato, não.

Na vida real, o poder transferiu-se do Palácio da Alvorada, onde ela mora, para o Palácio do Jaburú, onde mora Temer.

Poucos quilômetros separam os dois palácios. Um, porém, abriga o passado em eclipse. O futuro começa a ser desenhado no outro.

É remota a chance de o Senado recusar-se a julgar Dilma. A admissão, ali, do pedido de impeachment está prevista para acontecer até o próximo dia 11.

O Senado só levou quatro dias para admitir julgar o ex-presidente Fernando Collor. É possível que em 10 dias aceite julgar Dilma. Nesse caso, ela será obrigada a afastar-se do cargo e terá o seu destino resolvido em um prazo de 180 dias.

O governo Temer começará de imediato. E dado às nuvens pesadas que privam o país de luz, e às desconfianças que cercam Temer, o vice-presidente no exercício do cargo disporá de pouco tempo para mostrar a que veio.

Um novo presidente costuma desfrutar de um mínimo de 100 dias de lua de mel com os seus governados. É da tradição. Temer não terá esse direito. Como Itamar Franco, o vice de Collor, não teve.

Tampouco a Temer será concedido o direito de errar. Ou acerta logo ou será cobrado por eventuais erros à partida, e, de quebra, por ter agido às claras para subtrair a presidência à Dilma.

Ela caminhava teimosamente para cair sozinha. Seu governo deixara de existir de há muito. Mas Temer não se limitou a esperar a queda. Ajudou a provocá-la. Nunca antes na história deste país... Pois é.

Até o golpe militar de 1964, vice e presidente não eram obrigados a ser eleitos na mesma chapa.

João Goulart foi o vice que assumiu com a renúncia de Jânio Quadros, mas os dois haviam sido eleitos em chapas distintas. Deixou de ser assim.

E porque deixou, o vice perdeu importância. Passou a ser visto como um aliado do presidente eleito, alguém, de fato, comprometido com ele e leal a ele.

Uma coisa é o vice divergir do presidente. Natural. Outra bem diferente é passar a opor-se a ele. Outra mais grave é conspirar contra ele.

Dilma sempre tratou Temer com desprezo. Daí a Temer sentir-se à vontade para ajudar a depô-la vai uma distância abissal.

Distância que separa o político sempre correto do político cuja correção depende das circunstâncias e do tamanho de sua ambição.

Temer contribuiu para aumentar os desafios que o aguardam. Além de arcar com uma herança maldita, terá pela frente a hostilidade dos inconformados com o atalho que escolheu para alcançar o poder.

Boa sorte.
Herculano
18/04/2016 06:28
ADEUS, QUERIDA!

O marqueteiro João Santana fez falta. E como fez. Talvez tenha sido a prisão mais sentida para o governo, o PT e o poder, de todos que estão em Curitiba.

O fazer de tudo como o diabo manda, ou gosta, não esteve completo. Faltou a inteligência maliciosa dos conservadores como Santana, para dar vida à patética verdade e ética das esquerdas e esquerdopatas desatualizados. Wake up, Brazil!
Herculano
18/04/2016 06:25
O AMANHÃ, por Aécio Neves, senador mineiro, presidente do PSDB, candidato derrotado por Dilma Vana Rousseff, PT, no ,jornal Folha de S. Paulo

Escrevo este artigo com a televisão ligada e, assim como milhões de brasileiros, aguardo a decisão final da Câmara dos Deputados em relação à admissibilidade do processo de impedimento da presidente da República.

Independente do resultado final que, acredito, será pelo afastamento, a hora é de serenidade e responsabilidade. Não há lugar para vencidos ou vencedores. Há um país que precisa se reencontrar com seu destino, que precisa ser reconstruído.

Todo processo de afastamento de um presidente acirra tensões e provoca desgastes na sociedade. Ainda assim, diante da gravidade da crise que vivemos, tais danos são menos dolorosos do que o prolongamento da agonia que paralisa o país.

A tarefa de reconstrução não será breve, pois estamos diante da maior recessão da nossa história. O setor produtivo precisa voltar a produzir, os trabalhadores querem de volta seus empregos, as famílias sonham com a queda da inflação e juros menores para pagar suas dívidas. As contas públicas têm de ser reequilibradas. É muita coisa a ser feita. Urge que se comece já. Mas sem ilusões.

Não se conserta um país sem um projeto claro e sem coragem para implementá-lo. O que o momento recomenda é uma distensão no ambiente, de tal ordem que permita a retomada de um debate de alto nível, envolvendo toda a população em torno de questões centrais.

A sociedade pautou este caminho. Seja nas ruas, em junho de 2013, ao cobrar melhores serviços públicos, ou durante toda a investigação da Operação Lava Jato e, mais recentemente, ao longo de todo o processo impeachment. E não há volta.

É hora de apresentarmos ao Brasil uma nova e vigorosa agenda. É hora de enfrentarmos o desequilíbrio da Previdência, fazermos a simplificação do nosso sistema tributário e fortalecermos o papel das agências reguladoras (independência e meritocracia), requalificando de forma definitiva a administração pública.

Além disso, uma maior abertura comercial ocasionaria a recuperação da confiança, o aumento da taxa de investimento e a consequente recuperação do emprego. Só assim teremos recursos para garantir e ampliar os programas sociais colocados em risco pela incapacidade desse governo.

Não há clima para desordem ou radicalismos. A transição que se inicia merece nossas melhores expectativas. A oposição, que não é beneficiária do processo de impeachment, não fugirá à sua responsabilidade e dará sua contribuição para enfrentarmos e vencermos essa crise sem precedentes, na qual a irresponsabilidade dos sucessivos governos do PT nos mergulhou.

Neste momento grave da vida nacional, o PSDB estará onde sempre esteve.

Ao lado do Brasil.
Herculano
18/04/2016 06:22
CUIDEM DO TEMER, por Luiz Fernando Veríssimo, escritor, para o jornal O Globo

Alea jacta est", como diziam na Roma antiga. Algo como "a jaca está lançada". O que pode acontecer agora: a terra se abrir e engolir Brasília antes que o Senado possa se manifestar a respeito do impeachment da Dilma, nós acordarmos todos ao mesmo tempo e descobrirmos que foi tudo um sonho mau, ou - a hipótese menos provável - o Senado não aprovar o impedimento. De qualquer maneira, a questão mais urgente da República, a partir de agora, passa a ser a saúde e a segurança do Michel Temer. Se algum a coisa acontecer com ele - uma gripe mal curada, qualquer coisa ?" assume a Presidência do país, meu Deus, o Eduardo Cunha.

Não sei muito bem qual é o processo sucessório no caso do Cunha também ser afastado do cargo por algum infortúnio. O seguinte na lista é o Renan Calheiros, é isso? Só peço que me avisem quando estiver chegando a vez do Jair Bolsonaro. O mais prudente é mesmo garantir a vida do Temer. Ele deve ter sempre uma junta médica de plantão à sua disposição e só viajar na companhia de um nutricionista, pois uma alimentação saudável é muito importante. Extremo cuidado deve ser tomado com as escadarias do Palácio do Planalto, que podem ser perigosas. Protejam o Temer de golpes de ar frio. Tomem a sua pressão de meia em meia hora.

Como disseram alguns deputados na votação de ontem, quando uma manifestação em que tantos invocam o combate à corrupção e a necessidade de moralização do país para justificar o "sim" ao impeachment é presidida pelo Eduardo Cunha, estamos muito perto de uma hipocrisia apoteótica. Mas, enfim, venceu a maioria e não há como discutir com os números. E mais uma vez um projeto de governo popular como outros que, através dos anos, com mais ou menos habilidade, tentaram sobreviver à reação de uma oligarquia encravada como unha de bruxa, cai por terra. A esquerda brasileira não aprende. Não demora, ela tenta outra vez.

O principal, no momento, é garantir a saúde do Temer. Cuidem do homem!"
Herculano
18/04/2016 06:15
PUNIÇÃO EXEMPLAR, por Vinicius Mota, do jornal Folha de S. Paulo

Os lances decisivos para o desenvolvimento das nações são em geral silenciosos e incrementais. A trepidação do impeachment de Dilma Rousseff importa menos para o futuro que o estímulo antiautoritário projetado pelo evento sobre a gestão do dinheiro público.

Nesse horizonte, as chamadas pedaladas fiscais - apelido inadequado para fraudes deliberadas, profundas e duradouras contra o pacto democrático cristalizado no Orçamento - sobrepujam, como razão para o impeachment, quaisquer outros motivos de ordem política, econômica ou moralista, os quais decerto pesaram mais no desfecho imediato.

Explodiu o custo sobre qualquer presidente disposto a fazer o diabo a fim de se reeleger. Quebrar estatais para fazer o sucessor, usar moeda clandestina de banco público para triunfar nas urnas, onerar gerações de pagadores de impostos com gestos imediatistas de cesarismo orçamentário, tudo isso ficou mais difícil.

A História poderá associar ao impeachment de Dilma Rousseff um dos episódios importantes na fixação de regras do jogo inclusivas e estáveis na sociedade brasileira. Há muita coisa a consertar, entretanto, para que essa via se consolide.

Agora mesmo o colapso das finanças estaduais e municipais desafia o edifício da responsabilidade devida pelos governantes aos cidadãos contribuintes. A Justiça, que tem atuado com firmeza no controle do abuso de poder, contribui para instilar confusão no domínio econômico.

A maioria formada no Congresso em torno de Michel Temer vai evaporar-se, inviabilizando a Presidência do peemedebista, caso se desvie da missão antipopulista à sua frente.

A hora é de refrear o instinto politiqueiro e entregar o núcleo estratégico do governo (Fazenda, BC, Justiça, Saúde, Educação e Relações Exteriores) a pessoas que, a despeito da filiação partidária, possuam luz própria e compromisso com recolocar o Brasil no trilho da sobriedade.
Herculano
18/04/2016 06:11
LEWANDOWSKI PODERÁ NÃO PRESIDIR O JULGAMENTO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Se a oposição não quer ouvir falar no ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, presidindo a sessão de julgamento da presidente Dilma Rousseff, terá de torcer para que esse "ato final" do impeachment ocorra apenas a partir de 14 de setembro, data da posse da futura presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. O mandato de Lewandowski na presidência da Corte expira no dia 10 de setembro.

SEIS MESES
O Senado terá 180 dias para julgar Dilma. Se ela for afastada em 4 de maio, como previsto, o julgamento terá de ser feito até 4 de novembro.

BOLA COM O SENADO
Aprovado na Câmara, o impeachment será instaurado após o referendo do Senado, por maioria simples, o que deve ocorrer no dia 4.

PRECEDENTE
Em 1992, Fernando Collor foi julgado após 90 dias. Nesse prazo, Dilma seria julgada em 2 de agosto. Com Lewandowski presidindo a sessão.

APOSENTADORIA
Como esta coluna antecipou em fevereiro e Elio Gaspari escreveu ontem, Lewandowski pode se aposentar ao final da sua presidência.

TEMER SERÁ O 22° ADVOGADO A PRESIDIR O BRASIL
Michel Temer será o 22º advogado a presidir o País. O Brasil já teve 41 presidentes e no início do século XX chegou a ser chamado de "República dos Bacharéis". Ao contrário de ex-presidentes que se formaram em Direito, mas não atuaram, como José Sarney e João Goulart, Temer tem longa experiência. Foi advogado e procurador do Estado de São Paulo por mais de 20 anos, antes de entrar na política.

CONSTITUCIONALISTA
Além da experiência profissional como advogado e procurador, Temer deu aulas de Direito Constitucional e escreveu livros sobre o assunto.

COMPROMISSO
A condição de jurista foi destacada pelo próprio Michel Temer, no Twitter, ao reafirmar seu compromisso com a Constituição

PREPARADO PARA A GUERRA
Eduardo Cunha previa o pior: mandou mais de 100 policiais legislativos ocuparem o Salão Negro. E tudo transcorreu na mais absoluta ordem.

FORA DO BARALHO
Tendo afirmado dias atrás que se consideraria "carta fora do baralho", caso fosse derrotada na Câmara neste domingo, a oposição trabalha com a hipótese de renúncia da presidente Dilma.

QUESTÃO DE TEMPO
Dilma se acha fora do jogo, a partir de agora, porque sabe que (1) já há número de senadores dispostos a instaurar o processo e afastá-la do cargo. E (2) sua condenação no julgamento será incontornável.

COMO QUISER
O mensaleiro Valdemar Costa Neto, controlador do PR, não quis ouvir as razões do deputado Alfredo Nascimento (AM): "Ou vota contra o impeachment ou renuncie à presidência do partido". Ele renunciou.

VOTO TARJA PRETA
O deputado Vinícius Gurgel (PR-AP), que se absteve de votar no impeachment, foi aquele que admitiu fazer uso de remédios controlados para explicar assinaturas diferentes no Conselho de Ética.

RENAN, O FIEL
A prioridade de Michel Temer é restabelecer relação de camaradagem com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O senador até concorda em bater papo, mas se mantém fiel a Dilma.

OMISSÃO TUCANA
Aécio Neves (PSDB-MG) não desaponta quem o espera em cima do muro. Ele avisou a aliados que os tucanos não pretendem pleitear a relatoria ou a presidência da comissão do impeachment no Senado.

PUNIÇÃO AOS REBELDES
O PP poderá mesmo expulsar seus deputados que votaram contra o impeachment, apesar do fechamento de questão. O caso do vice-presidente da Câmara, Waldir Maranhão (MA), é mais grave em razão das suspeitas de entendimentos para lá de suspeitos com o governo.

ANA AMÉLIA RELATORA
Ganhou força o nome da senadora Ana Amélia (PP-RS) para relatar a comissão do impeachment no Senado. Ela é respeitada pelos colegas, inclusive governistas. Mas terá de combinar com o majoritário PMDB.

CADÊ O ZÉ?
Dilma deve ter amanhecido o dia tentado falar com deputados como José Guimarães (PT-CE), que prometeu 200 votos contra o impeachment.
Herculano
18/04/2016 06:03
EM VOTAÇÃO NA CÂMARA, DILMA SO NÃO FOI TRAÍDA PELO PT E PC do B.

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Após 43 horas de discussão e mais 10 horas de votação neste domingo (17), a presidente Dilma Rousseff assistiu a um festival de traições na decisão da Câmara de autorizar o Senado a abrir o seu processo de impeachment. De sua teórica e extensa base aliada, só PT e PC do B não registraram defecções.

O abandono do barco incluiu até mesmo ex-ministros seus ?"Mauro Lopes (PMDB-MG), titular da Aviação Civil até a quinta-feira, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Alfredo Nascimento (PR-AM), que renunciou em plenário à presidência do seu partido.

Segundo a Folha apurou, Dilma e o ex-presidente Lula consideraram uma "decepção" a alteração de posição de alguns, entre eles Nascimento, já que a cúpula do partido trabalhava contra o impeachment.

Na primeira gestão de Dilma, Nascimento foi exonerado em meio à "faxina ética", como ficou conhecida a queda em série de ministros suspeitos de envolvimento em irregularidades.

Além dos ex-ministros, o governo lamentou também desembarques nos partidos de centro com quem negociava cargos e ministérios.

Nos últimos dias e até o último momento, Dilma e Lula tentaram reunir votos mínimos no PMDB, PP, PR e PSD, mas a ação contrária de Michel Temer e aliados conseguiu anular a ofensiva.

No PMDB, por exemplo, Dilma conseguiu manter o voto do líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ), e dos ministros Marcelo Castro (Saúde) e Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), que reassumiram seus mandatos. Mas a maioria da bancada (59 de 67) seguiu na direção oposta.

Inclusive Mauro Lopes, que se disse muito agradecido de ser ministro de Dilma, mas que pela "lealdade" ao PMDB e pela "mulher, filhos e netos", votava sim.

No PP, Dilma só conseguiu 7 dos 45 votos. No PSD, 8 dos 37. Por isso, as principais reclamações foram direcionados aos presidentes do PP, Ciro Nogueira, e do PSD, Gilberto Kassab. No PR a traição foi menor, mas mesmo assim grande. Vinte seis de uma bancada de 40 votaram pela saída da petista.

Além de fracassar na atração dos dissidentes de sua base, Dilma não conseguiu furar de forma relevante a coesão dos oposicionistas. Nesse bloco, teve apoio unido apenas do nanico de esquerda PSOL, que tem seis deputados, dois votos da Rede e três do PSB, aliado histórico do PT que acabou rompendo com a legenda em 2013.

Dos que não se pronunciaram no levantamento feito pela Folha sobre a intenção de voto, houve divisão exata - 17 votaram a favor do impeachment, e 17 foram contra, faltaram ou se abstiveram.

No Palácio da Alvorada, Dilma reagiu aos discursos de alguns parlamentares pró-impeachment, segundo relatos. "Como é que alguém consegue falar que se quer acabar com a corrupção olhando para o Eduardo Cunha?"

"Aqui (Câmara), não dá mais. Agora vamos para a luta e tentar reverter no Senado. Aqui, muitas traições, coisas surpreendentes, como Alfredo Nascimento. Amazonas não deu um voto para nós, Eduardo Braga [senador pelo Amazonas e ministros de Minas e Energia] não conseguiu nem um voto, como é que pode?", lamentou Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado, antes mesmo do resultado final.

Caso o Senado decida abrir o impeachment, o que é uma tendência forte hoje, Dilma é afastada do cargo. Essa definição está prevista para a primeira quinzena de maio.

Se o Senado decidir definitivamente pelo impeachment, Dilma será o 4º presidente da República a não concluir o mandato para o qual foi eleito pelo voto popular desde a Era Vargas.

Ator ativo das articulações para a destituição da petista, o vice Michel Temer, caso assuma, levará pela terceira vez o PMDB ao comando do país.

Dilma foi reeleita em 2014 para um mandato que se encerra em dezembro de 2018, na mais acirrada disputa presidencial da história -54,5 milhões de voto (51% dos votos válidos, contra 48% de Aécio Neves).
Sujiro Fuji
18/04/2016 00:22
O Brasil está em festa.
Festa geral!
Gaspar 1.000 graus
17/04/2016 22:47
Homenagem que fez muito sucesso no passado,aos PTralhas comunistas com dor de CUTvelo pelo impedimento da ANTA de continuar a desgovernar:

https://www.youtube.com/watch?v=yAR4OfwZbbE
Herculano
17/04/2016 22:45
UM GESTO DE ARGUMENTO, DIÁLOGO, PLURALIDADE, DIVERSIDADE E DEMOCRACIA. JEAN WYLLYS COSPE EM BOLSONARO E DIZ QUE FARIA DE NOVO

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo).Texto de Fabiana Maranhão e Wellington Ramalhoso. O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) disse que realmente cuspiu em direção a seu colega Jair Bolsonaro (PSC-RJ) e disse que faria de novo. "Eu cuspiria na cara dele quantas vezes eu quisesse", declarou. O deputado disse que não teme ser processado.

Wyllys disse ter sido insultado por Bolsonaro. "Na hora que eu fui votar, esse canalha decidiu me insultar na saída e tentar agarrar meu braço; ele ou alguém que estivesse perto dele. Quando eu vi o insulto, eu devolvi com um cuspe na cara dele, que é o que ele merece", afirmou.

Bolsonaro disse que a cusparada foi um fato gravíssimo, mas ele não decidiu se processará o parlamentar.

"Eu vou ver o que eu faço. Isso aí é gravíssimo. Uma cusparada não pode existir no parlamento. Não gosto de processar ninguém, não. Tenho centenas de processos aí por homofobia. Respeito os outros e tenho direito a ser respeitado nas minhas ideias, palavras, votos e opiniões. Uma cusparada foge da normalidade", declarou Bolsonaro.

De acordo com ele, o deputado federal Luiz Carlos Heinz (PP-RS) também foi atingido. "É o desespero. Perderam, democraticamente perderam. Chegou uma parte [do cuspe], 30% em mim e o resto no Luiz Carlos Heinz."

Bolsonaro afirmou que as homenagens feitas por ele no discurso que fez ao votar pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) irritaram Wyllys. "O meu encaminhamento [voto] ele não gostou obviamente porque eu peguei pesado. Perderam em 1964 e em 2016, parabéns ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que era o pavor de Dilma Rousseff. Me encaminhei pelas Forças Armadas, pela democracia, em defesa da família e das crianças nas escolas. Talvez seja isso, né? Ele queria aprovar o kit gay aqui, perverter nossas crianças em sala de aula. Talvez seja isso que tenha tornado ele um tanto quanto agressivo. Baixou o nível."

Antes, Bolsonaro havia dado declaração inflamada e polêmica ao aceitar o impeachment da presidente Dilma (PT). Ele exaltou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi e acusado de comandar torturas durante a ditadura militar.
Herculano
17/04/2016 21:07
WAGNER E CARDOZO FARÃO PRONUNCIAMENTO CONJUNTO, por Vera Magalhães, de Veja

Os ministros Jaques Wagner, do gabinete presidencial, e José Eduardo Cardozo, advogado-geral da união, farão um pronunciamento conjunto quando acabar a votação da Câmara da admissibilidade do impeachment.

Dilma Rousseff deve falar apenas na segunda-feira.
Herculano
17/04/2016 20:14
VELOCIDADE DOS VOTOS E MARGEM DE VANTAGEM DO SIM SURPREENDEM GOVERNO, por Vera Magalhães, de Veja

Reunidos no Palácio da Alvorada, os principais apoiadores de Dilma Rousseff assistem à sessão da câmara em silêncio, com semblante sério.

O advogado-geral da União se juntou ao grupo que já tinha Lula, Jaques Wagner, Giles Azevedo e Ricardo Berzoini, além de Dilma Rousseff.

Wagner comentou sobre a velocidade dos votos e da margem de vantagem para o impeachment.

O voto do ex-ministro Alfredo Nascimento, pelo sim, não surpreendeu.
Herculano
17/04/2016 18:22
DILMA QUIS ENGOLIR PMDB E TERMINOU MASTIGADA, por Josias de Souza

No início do seu segundo mandato, Dilma Rousseff encantou-se com um conselho do grão-petista Aloizio Mercadante. Achou que era hora de fustigar o PMDB. Converteu o vice Michel Temer em versa. Encomendou a dois ministros - Gilberto Kassab (Cidades) e Cid Gomes (Educação) - a costura de uma nova maioria congressual que não fosse tão dependente do PMDB. E instigou o petista Arlindo Chinaglia a disputar o comando da Câmara com Eduardo Cunha. Deu no que deu.

Dilma inaugurou um novo sistema de governo: o presidencialismo sem presidente. Como poder vazio é algo que não existe, Eduardo Cunha tratou de ocupar o espaço. E a criatura de Lula foi apresentada a uma evidência histórica: no Brasil pós-redemocratização, inaugurado em 1985, sempre que um presidente achou que poderia engolir o PMDB, foi mastigado. Quando joga a favor, a legenda fornece estabilidade congressual. Contra, torna-se uma força desestabilizadora.

Temer acordou neste domingo, 17 de abril de 2016, com a mão na poltrona da presidente. Kassab demitiu-se do ministério, jogou o seu PSD na trincheira do impeachment e ajuda a puxar o assento de Dilma. Quanto a Cid, virou pó em março de 2015. Soou numa gravação assim: há na Câmara "uns 400, 300 achacadores." Chamado a se explicar, apontou para Cunha. Virou um ex-ministro instantâneo. A pasta da Educação agora é ocupada por Mercadante. Expurgado da Casa Civil, o ex-conselheiro é, no momento, um inquérito esperando para acontecer na Lava Jato.

Antes de chegar a essa condição, Mercadante dinamitou a última tentativa de Dilma de acertar-se com o PMDB. Aconselhada por Lula, a suposta presidente delegou a coordenação política do seu governo a Michel Temer. Absteve-se, porém, de retirar Mercadante do caminho do vice. Temer deu por encerrada sua missão e trancou-se em seus rancores.

Em dezembro do ano passado, Temer endereçou uma carta a Dilma. "?Sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção", anotou. A carta funcionou como um spray de gasolina na fogueira do impedimento.

Abandonado pelo PT no Conselho de Ética da Câmara, Cunha empinou o pedido de impeachment que a Câmara vota neste domingo.

Neófita em política, Dilma teve de lidar com um PMDB que desafia a Teoria da Evolução pela Seleção Natural.

Uma passada de olhos pelo quadro de lideranças do partido, que supostamente representa o que o PMDB tem de melhor, inspira pavor. Noutros tempos, o PMDB tinha a cara de Ulysses Guimarães. Ficou com o semblante do Quércia. Foi adornado com o bigode de Sarney. Ganhou a sobrancelha de Jáder, a lábia de Jucá, a testa larga de Renan e, finalmente, o estômago hipertrofiado de Cunha. O PT sofreu o mesmo processo degenerativo. Com a diferença de que as deformações concentraram-se em Lula, a face única da legenda.

Vivo, Charles Darwin diria que a política brasileira converteu-se em prova de que o ser humano parou de evoluir. Pior: já começou a involuir. Mas foi assim, afrontando a ciência, que o PMDB aproveitou-se da empáfia do PT para aproximar Dilma, uma carta fabricada por Lula, da condição de coisa "fora do baralho''.
Herculano
17/04/2016 16:00
ADEUS, QUERIDA!

O que estão traindo nos discursos e vão lhes faltar nos votos, foram o que você comprou. Agora, estão se livrando daquilo que não tem base e convicção. Estão sinalizando que com as "consciências" vulneráveis, apenas estão dispostos a trocar de dependência orgânica, porque lhes falta ética e cidadania representativa. Wake up, Brazil!
Sujiro Fuji
17/04/2016 14:24
O Estadão publicou ontem, que o governo estava oferecendo apoio nas eleições municipais em troca de votos para hoje.

É preciso ser muito idiota para querer ser apoiado pelo PT em outubro.
Mariazinha Beata
17/04/2016 13:47
Seu Herculano;

Que bom, começar a leitura da Coluna com Valentina de Botas!
Estava com saudades de ler o que ela escreve.

Segundo ela, o JEC (José Eduardo Cardoso) é um homem ridículo.
Ridículos são todos os petistas com os que formam a linha auxiliar dos bandidos.
Bye, bye!
Ana Amélia que não é Lemos
17/04/2016 13:31
Sr. Herculano:

Frase do dia do Blog do Noblat:

"É melhor um final trágico que uma tragédia sem fim."
Jaques Wagner, em dezembro do ano passado, quando chefiava a Casa Civil da Presidência da República.

TCHAU, QUERIDA!!!
Herculano
17/04/2016 12:59
FELIZ IMPEACHMENT,BRASIL, por Valentina de Botas

A obsessão do PT pelo poder: uma aliada dos indignados

Um mês depois da nomeação canalha de Lula para chefiar a Casa Civil, o governo se estilhaça de modo definitivo. Impedido pela lei de consumar esse crime, o delinquente incurável passou para outro: sem ser incomodado por nenhum agente da lei, assumiu o cargo a partir de um quarto de hotel mercadejando a República no baixo meretrício institucional, comprando deputados contra o impeachment.

Enquanto isso, Dilma Rousseff mantinha a própria rotina de crimes diários rebaixando, por exemplo, o Planalto à plataforma para lançamento de ameaças contra a ordem pública, opositores, a nação indignada e o vice-presidente que se revelou mais do que decorativo. Essa é a face visível e menos, digamos, técnica da criminosa que dissolveu as contas públicas e o Tesouro. Ao mesmo tempo, a ação do bando incluía o trabalho sujo de aliados em crimes coadjuvantes.

Era o PT mostrando que só o PT conseguiria destruir o PT. Quando a nação exausta reagiu ao esbulho e foi para as ruas, obteve a ajuda definitiva do lulopetismo contra ele mesmo no deboche à nossa agonia traduzida em marchas que, esparsas, cresceram com o fermento do governo despótico. Não foi a oposição nem político nenhum, mas a marcha de milhões de indignados e a Lava Jato que encurralaram essa escória que, indiferente às leis e aos interesses e sofrimento do país, aprofundara-se no mar trevoso da própria obsessão, onde agora naufraga em algumas semanas depois de velejar por 13 anos.

O homem ridículo

Um dos coordenadores da campanha ?" já bancada pelo Petrolão ?" para o primeiro mandato de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo foi nomeado porquinho por ela e não se defendeu; Ministro da Justiça no governo dela, em razão das condições das penitenciárias brasileiras, preferiu preferir morrer a defender uma reforma que lhes desse dignidade; ainda ministro de Dilma, foi demitido por Lula e não se defendeu; advogado-geral da União, defendeu Dilma na chicana de quarta-feira no STF exigindo, com a gravidade dos pilantras sonsos, a anulação do relatório do deputado Jovair Arantes alegando que o documento não poderia registrar denúncias que, ora vejam!, não registrava; Cardozo ainda cobriu-se de glorioso ridículo ao garantir que a presidente seja derrotada alternadamente de norte a sul na votação de domingo, jamais de sul a norte. O homem ridículo é professor de direito.

Governo versus oposição, será?

Álvaro Dias, atual PV, disse que fará oposição ao governo Temer porque o ex-vice-presidente é sócio na crise ou algo assim. Se o senador se opuser ao novo governo como se opôs por 13 anos a Lula e Dilma, Michel Temer pode ficar tranquilo.

Depois de as milícias do PT pararem de queimar algumas latas de lixo e pneus e infernizar nossa vida paralisando o trânsito, com o PT desidratado e Lula preso, talvez a democracia ainda leve algum tempo até reinaugurar o fenômeno da oposição no Brasil. Nos primeiros meses do novo governo, diante da nudez sem tarjas do real descalabro contábil-fiscal-financeiro do país e o natural clima de convergência que um impeachment enseja, PV, Rede e outros oposicionistas provavelmente deem um tempo. Vejamos. Ressalvando que o partido mafioso e o dono dele jamais fizeram exatamente oposição, mas sabotagem.

Toda alegria é assim: já vem embrulhada numa tristezinha de papel fino (Millôr Fernandes)

Domingo será um dia imenso. Mas na sua trivialidade inevitável, será sucedido pela segunda-feira; e a vida segue no país que busca a única chance de iniciar a também imensa tarefa de se reconstruir. Feliz impeachment, Brasil.
Herculano
17/04/2016 12:55
BYE, BYE, QUERIDA!
Herculano
17/04/2016 12:54
ALVORADA E JABURU VIRARAM CASAS DA MÃE JOANA, por Josias de Souza

A corrupção em Brasília, uma cleptomania incurável, atingiu o seu ponto mais alto nas articulações a favor e contra o impeachment. Desapareceu até o recato. Os palácios da Alvorada e do Jaburu, projetados por Oscar Niemeyer como residências oficiais do presidente e do vice-presidente da República, foram transformados em casas da Mãe Joana. Sob seus tetos modernistas, pratica-se o troca-troca sem culpa, o vale-tudo sem ressalvas.

Quem não quiser perder a compreensão do que está acontecendo deve levar em conta o seguinte: Dilma Rousseff e Michel Temer negociam o futuro do país com o rebotalho do mensalão e do petrolão. Fazem isso com a mesma pose de líderes realistas obrigados pelas circunstancias a lidar com políticos viciados.

Dilma adota meios sórdidos para alcançar o nobre fim de evitar um golpe contra os valores democráticos. E Temer manda às favas qualquer perspectiva de revisão das práticas que conspurcam a política sob o pretexto de livrar o Brasil da delinquência fiscal e do atraso petista. Ambos oferecem a nódoas como PP, PR e assemelhados a oportunidade de obter prontuários limpos e novos negócios.

Num comício para militantes petistas, Lula resumiu assim a cena: "É uma guerra de sobe e desce. Parece a Bolsa de Valores. O cara está com a gente uma hora e, em outra, não está mais." O que o morubixaba do PT declarou, com outras palavras, foi o seguinte: os homens de bens da Câmara acompanham a cotação de Dilma e Temer, para investir seus votos naquele que oferecer as melhores perspectivas de lucro. Nesse mercado, você, caro contribuinte, entre com o prejuízo.

A convivência com o vício manjado tem um lado prático. Com ou sem impeachment, não será necessário organizar sondagens sobre o apetite dos aliados. Basta que Dilma ou Temer abram as gavetas para resgatar os anseios de mensaleiros e petroleiros. Gente como o condenado Valdemar Costa Neto, o mandachuva do PR, que saltou subitamente da prisão domiciliar para a ribalta.

Valdemar, citado aqui por ser o exemplo mais notório da desfaçatez, brilha no submundo do fisiologismo há mais de duas décadas. Ele tem experiência em impeachment. Na derrubada de Collor, quando o PR ainda se chamava PL, apressou-se em obter posições sob Itamar Franco. Nessa época, tinha uma queda pela Receita Federal. Ganhou a inspetoria da alfândega do Aeroporto de Cumbica. Ali, mandava mais que FHC e Rubens Ricupero, os ministros da Fazenda de então.

Em declaração de 1995, dada à Folha, Valdemar explicou o porquê do apreço pelo fisco: "Você imagina se tem um cara de poder com problemas na Receita. Você chega e pergunta se o cara pode te arrumar uns 3.000 votos. Você livra o cara e está eleito''. Sobre a alfândega: "O pessoal chega do exterior e pede para liberar a bagagem (?). Às vezes eu mandava um fax pedindo a liberação''.

A farra das nomeações políticas na Receita acabou com a chegada do técnico Everardo Maciel. Mas Valdemar era apenas líder de um periférico PL. Hoje, controla o PR como um cartório de sua propriedade. Do modo como o tratam, vai acabar nomeando não um inspetor de alfândega, mas o secretário da Receita Federal.

De um líder político se espera que fixe padrões morais para os seus liderados. Diante das extravagantes negociações firmadas no Alvorada, no Jaburu e em anexos como o quarto de hotel que Lula converteu em bunker, não sobra no palco nenhum ator capaz de se firmar como uma liderança ética. A cruzada do impeachment descerá aos livros como um marco da falta de ética cujo epílogo será um acordo para livrar Eduardo Cunha da cassação.

Devagarinho, o fisiologismo e a imoralidade vão deixando de ser percebidos como parte do sistema. Passam a ser vistos como o próprio sistema. Tão integrados ao cenário brasiliense quanto as curvas dos palácios de Niemeyer.
Herculano
17/04/2016 12:52
O PDT

O PDT que perseguiu o jornalismo livre em Gaspar para e a serviço do PT, colocou no cabresto os votos das consciências de seus deputados no Congresso.

Estes são os que defendem a democracia. A voz, só o que se subordinarem aos que detém a legenda. Wake upe, Brazil!
Anônimo disse:
17/04/2016 12:51
Herculano, conversando com o Cóca, líder comunitário do bairro Barracão (hoje ele está em Criciuma para assistir ao espetáculo de uma vaca voar); disse-me que sumiram as aves e animais silvestres da redondeza como: tatu, aracuã, lagarto, frango d'água e até as minúsculas rolinhas. É possível também ver pai com filhos pescando no ribeirão que corta sua propriedade, este com água contaminada por coliformes fecais para angarias o sustento de uma refeição.
Esse é o governo do PT para pais de família desempregados.

PeTê, alguém já disse que vocês são estrume, mas nem para isso vocês servem.
Herculano
17/04/2016 12:47
O PT É O ÚNICO CULPADO

No plano nacional ele, arrogante, absoluto, impôs pela incompetência e a mentida a crise a todos nós.

Em Gaspar, perseguiu.

Então...

Acorda, Gaspar!
Herculano
17/04/2016 12:31
ADEUS, QUERIDA!
Herculano
17/04/2016 09:23
POLÍTICA FALIU MAIS QUE ECONOMIA, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

É mais fácil estimar o que será da economia daqui até a eleição de 2018 do que pensar o futuro próximo da política e do "sistema partidário", essa barafunda gelatinosa mutante e despedaçada que há no Congresso.

PSDB e PT lideraram os anos politicamente mais estáveis da República, 1994-2012. Representavam projetos claros de mudança. Tinham âncoras sociais consideráveis.

Estabilidade não há desde 2013. PT e PSDB estão quase aos pedaços, literalmente. Perderam articulações sociais, entre outros desgastes graves. O resto dos partidos é ainda pior ou nanico.

O PSDB se reduziu a um triunvirato de candidatos hiperindividualistas a presidente com um departamento de bons economistas liberais. O ex-clube de elites econômicas mais esclarecidas racha em três partes carcomidas, uma delas um grupo de direita retrógrada.

Há rumores de que o PT pode rachar com uma debandada de parlamentares. Movimentos sociais ligados ao petismo, históricos ou novos, devaneiam com outras paragens políticas. A grande cola do PT é Lula.

Os dois partidos perderam peso no Congresso, dada a fragmentação crescente desde 1998. Aliás, a fragmentação cresceu tanto de 2010 para 2014 quanto de 1998 a 2010.

Além de Dilma Rousseff, algo mais grave aconteceu ou se revelou entre 2010 e 2014. Houve o Junho de 2013. Renasceu a polarização "ideológica" odienta, que amainava desde meados dos 1990.

Apodreceu o sistema de relações entre governo e Congresso. Regras eleitorais, entre outras, reforçaram incentivos para a fragmentação partidária, nome bonito para a formação de grupos que vão de tropas de barganha a bandos de extorsão.

Sim, a coisa vinha de longe. FHC formou a maioria mais sólida do período, mas adquiria apoio com ministérios (preservando os essenciais) e com emendas parlamentares; houve a compra de votos da emenda da reeleição.

Lula, mais minoritário e de início avesso ao PMDB, pagou mais caro. Inflou o número de ministérios (em 60%) para acomodar a barganha e facções petistas irritadas com a "virada à direita" de 2002. Teve mensalão e petrolão.

Nos anos da estabilidade, 1994-2012, politólogos dedicaram-se a um debate de tamanho bíblico sobre a governabilidade. Parecia prevalecer a ideia de que um sistema presidencialista com "n" partidos, o brasileiro, era "governável". Isto é, os poderes do presidente e de uma cúpula centralizada no Congresso eram capazes de organizar maiorias estáveis de partidos que votavam de modo relativamente previsível, "fiel", produzindo a legislação de interesse, em vez de impasses e tumultos.

Pois então. Algo deu errado (já dava, mas não cabe aqui).

Não se prestou atenção nas relações dos partidos com a sociedade nem a contextos sociais e econômicos que produziram essa governabilidade.

Não se atentou para a qualidade desse processo. À corrupção progressiva (escassa prestação de contas). À substância dos partidos (propõem o quê? para quem?). Ao caos do troca-troca partidário. Ao resultado da "governabilidade", às políticas aprovadas: Dilma Rousseff produziu desastre com anuência ou conivência parlamentar e social.

É uma descrição parcial do problema. Mas talvez a política esteja mais quebrada do que a economia.
Herculano
17/04/2016 09:21
JOGO PROFISSIONAL, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

A história é professora. Há 30 anos, quando Tancredo Neves vislumbrou a possibilidade concreta de se eleger pelo Colégio Eleitoral e com isso dar fim ao regime militar pela via da legalidade, o então candidato da oposição declarou: "O jogo agora é para profissionais.".

Paulo Maluf, em tese um bamba na matéria, imbatível na arte de cooptar adeptos a título de quaisquer métodos _ notadamente aqueles materialmente objetivos _ perdeu de lavada a eleição no colégio eleitoral de 1985. Não propriamente por falha na metodologia, mas por ausência da percepção do momento.

Tancredo não era um esquerdista, um radical, muito menos um revolucionário. Ministro de Getúlio Vargas, primeiro ministro da tentativa parlamentarista de João Goulart, deputado eleito de 1958 a 1956, primeiro-ministro no breve período do parlamentarismo brasileiro entre setembro de 1961 e julho de 1962.

Escolhido governador de Minas Gerais na primeira eleição direta pós-ditadura, em 1982, renunciou dois anos depois para se jogar naquela que parecia uma aventura de recuperar a esperança nacional na volta da democracia, golpeada pela queda da emenda Dante de Oliveira que, não por falta de votos, mas por ausência de quorum no Congresso em 25 de abril de 1984. Isso a despeito das pesquisas indicarem apoio de 84% da população às Diretas-Já.

Ato contínuo, a oposição, na voz do então governador de São Paulo Franco Montoro deu a palavra de ordem: "Não vamos nos dispersar". Um chamamento à continuidade da luta. No caso, em prol da retomada da democracia. Sem invocação à violência nem convocação às ruas.

Apenas o reconhecimento da responsabilidade das forças políticas na reconstrução do que havia sido destruído pelo esforço do poder autoritário. Pela via do arbítrio ou por intermédio da propaganda enganosa. Cumpre lembrar que a maioria da população brasileira já havia saudado o governo dos militares por ocasião de período bem sucedido na economia. De onde se vê que, pelo bolso, é fácil tergiversar e iludir.

Findo esse período negro, estabelecido que o valor da liberdade e do exercício da política como fator essencial para o avanço da sociedade, o País aderiu à possibilidade de sair das trevas e retomar o caminho da luz, expresso na retomada total da democracia.

Pelo visto recuperamos o estado de direito, mas não soubemos dar a ele o uso mais eficaz. Em princípio, é verdade. Olhando melhor pode ser que não seja esse o problema, partindo da premissa de Tancredo Neves de que o jogo da democracia, sobretudo quanto complicado, dispensa os amadores e requer a atuação de profissionais.

Justamente o que ocorre com o atual governo que se debate em reações erráticas frente a um adversário frio e experiente como o PMDB. O partido esperou do PT "na esquina" e, na oportunidade certa, valeu-se de seus erros. Vários e, sobretudo, primários: não levar em conta a opinião do público, apostar todas as fichas na divisão dos pemedebistas e acreditar que o velho truque de distribuir cargos seria suficiente para capturar parte da base parlamentar e, com isso, conseguir virar o jogo.

Base esta de lealdade fluida, cujos desejos, circunstâncias e apelos o PMDB conhece muito melhor que o PT, um amador na matéria. Jogador de competência que só se expressa quando as condições são completamente favoráveis. Na adversidade, não conseguem atuar de modo estrategicamente eficaz e a fábula da celebrada habilidade política cai por terra.

Isso ocorre porque os petistas são profissionais da agitação propagandística, mas completamente amadores da arte de fazer política. Tarefa em que o PMBD em geral, Michel Temer em particular, cursou especialização, pós-graduação, mestrado e doutorado até a conquista do posto de catedráticos.
Herculano
17/04/2016 09:19
HORA DA DECISÃO, Merval Pereira, para o jornal O Globo

Se a tendência detectada nas pesquisas feitas de diversas maneiras - consulta direta aos interessados ou projeções baseadas em sofisticados cálculos matemáticos - for confirmada, começa hoje uma transição que poderia ter sido iniciada na eleição presidencial de 2014.

Sabe-se hoje que essa alternância, que não se realizou por uma diferença de 3% dos votos, foi evitada por motivos que vão além das razões políticas: dinheiro transferido diretamente de esquemas corruptos irrigaram a campanha petista, permitindo uma atuação muito mais efetiva do grupo vencedor, traduzindo-se num abuso de poder econômico que a legislação pune até mesmo com a cassação da chapa. Poder econômico que está sendo largamente utilizado mais uma vez neste momento para, à margem da lei, evitar a aprovação do impeachment na Câmara.

A esse abuso de poder econômico somou-se o abuso do poder político, transgredindo a legislação em vigor no país e quebrando o equilíbrio fiscal, com trágicas consequências. Afirmar que uma presidente honesta está sendo condenada por políticos corruptos é apenas uma simplificação benevolente da situação, ou a visão distorcida de quem procura uma narrativa que justifique sua derrocada.

De nada adiantará, no entanto, essa tentativa de reescrever a História, pois as investigações em andamento no Supremo Tribunal Federal e na Justiça de Curitiba acabarão demonstrando cabalmente que a presidente não esteve alheia a todos os passos do esquema corrupto montado pelos petistas nesses 14 anos de poder.

Soa quase afrontoso o argumento de que Dilma nada roubou para si que se tenha provado, e por isso não merece ser punida, numa tentativa de opor sua situação à de Collor, como se o impeachment político ocorresse apenas quando comprovada a corrupção pessoal, desculpada a corrupção "pela causa"

Também Collor usou essa desculpa esfarrapada, baseado no fato de que o STF não encontrou provas que pudessem incriminá-lo. As evidências de corrupção, nos dois casos, no entanto, estão fartamente documentadas, e Dilma não terá a vantagem de Collor, que foi julgado em um momento em que a sociedade brasileira não estava aparelhada para uma investigação ajudada por tecnologia hoje à disposição da Justiça e apoiada por acordos internacionais que localizem dinheiro desviado no exterior.

Sem falar na delação premiada, instrumento fundamental para desvendar esquemas criminosos do tipo. Embolsar o dinheiro da corrupção, ou se beneficiar dele para fins políticos, tem a mesma gravidade para a democracia.

Os dois processos de impeachment que acontecem na nossa História com uma diferença de 24 anos mostram que nosso sistema político-partidário não se regenerou a ponto de evitar que aventureiros como Collor e Dilma chegassem à presidência da República.

Foram dois presidentes eleitos por fenômenos semelhantes, consequências de um populismo demagógico que permitiu que um salvador da pátria fosse criado por campanha de marketing, e que uma burocrata inepta fosse apresentada à população por outro salvador da pátria como sua sucessora.

A "mulher do Lula" como Dilma era conhecida nos grotões, passou a ser a "mãe dos pobres" numa farsa política tupiniquim que já havia sido encenada duas vezes na Argentina, sem final feliz.

Saídos do meio de uma coligação partidária montada pelo PT desde o governo Lula, os políticos, hoje considerados traidores e corruptos, já foram ministros, secretários e aliados importantes dos governos Lula e Dilma. E quem escolheu Michel Temer para candidato a vice foi a própria presidente Dilma, ou seu tutor Lula, o mesmo que governou com boa parte dos 300 picaretas que havia identificado depois de sua curta experiência no Congresso.

Descobrir agora que esses mesmos políticos não servem ao país é patético, e mais ainda é a tentativa de mantê-los presos a compromissos através da compra de votos, criando uma situação paradoxal de querer se mostrar uma defensora da democracia usando os mesmos métodos que nos levaram a essa situação caótica.

Um voto em Brasília está valendo ouro, disse outro dia um político. Pena que não seja simples metáfora.
Herculano
17/04/2016 09:17
O DIA "D", por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Vença ou não o impeachment - que chega a este domingo como tendência, apesar de tremeliques de última hora -, Dilma Rousseff, Lula e o PT são os grandes derrotados desse processo, que tem uma longa história, desde virar as costas a Tancredo, à Constituinte, a Itamar, ao Plano Real, com um ponto comum em todos esses momentos: o "nós" contra "eles". Enfim, a realidade se impõe novamente: o "nós" é minoria, o "eles" é a maioria. A maioria da sociedade cansou da arrogância e da beligerância dessa minoria.

Apesar de o governo martelar dentro e fora do País a versão do "golpe", não foi a oposição (muito menos o PSDB) que articulou o impeachment, redigiu e assinou o pedido de abertura, mobilizou milhões de brasileiros nas ruas, explodiu a base aliada. Em paralelo ao poderoso processo de inclusão social dos anos Lula, os responsáveis por tudo o que se está vendo e vivendo foram Dilma, Lula e o PT.

A presidente, pela incompetência, o destempero e a incrível capacidade de destruir a economia nacional. Lula, por se sentir Deus e dono do País, tomar de assalto a máquina, as estatais, os fundos de pensão e adotar a rotina da provocação à maioria que está em todas as classes de renda e em todas as regiões, estuda, trabalha, mora, produz, compra, vende. O PT, por jogar fora suas bandeiras e sua história pelo poder efêmero, esbaldando-se com adversários históricos e de passado duvidoso, incapaz de cobrar coerência e até decência do seu grande líder.

Na reta final do processo de impeachment, Dilma teve uma mãozinha de governadores camaradas, recebeu o diretor da OEA e reverteu um voto daqui, outro dali, mas os erros demonstram temor: a ida ao Supremo, a decisão e o recuo do pronunciamento pela TV, martelar que Michel Temer acabará com a Bolsa Família (repetição barata do bordão "o PSDB vai privatizar a Petrobrás", de 2006). Por fim, a ida de Lula ao acampamento do MST. Para quem fala em "união nacional"...

Se conseguir os votos mínimos (1/3 da Câmara) para se segurar na cadeira, Dilma chega ao terceiro mandato como um fantasma, incapaz de incorporar uma presidente capaz de articular um pacto, arregimentar forças políticas, econômicos e sociais para reformas e para recuperar as contas públicas e a economia nacional. O mercado vai desandar. A crise vai explodir. Ela mantém o mandato, mas perde a Presidência para Lula ?" até onde a Lava Jato e a Zelotes permitirem.

Se der impeachment, Dilma vira mesmo "carta fora do baralho". Nem PT, PC do B, PSOL e PDT vão bater à sua porta, acenar com uma volta por cima. Se não der, ela insistirá que lutará "até o último minuto", mas faltarão ouvidos, tropas, armas. Hoje é o dia "D" do impeachment. Se não passar, acabou. Se passar, dificilmente o Senado desautorizará a Câmara, até porque a votação para acatar o pedido é por maioria simples e ninguém considera a hipótese de o plenário trazer Dilma de volta depois de 180 dias fora. Aí, Inês é morta, Dilma também. Quanto a seu legado, a história se encarregará de contar.

A história, porém, não acaba aí. Estará só começando, com as forças políticas se reaglutinando, o PT e seus movimentos discutindo um plano de ação, os agentes econômicos pedindo pressa, os trabalhadores apreensivos, o mundo olhando de esgueira para o Brasil. Tempos difíceis para o Brasil e para Temer.

Se ele assumir, terá de mostrar a que veio e até onde vai, com a obrigação de se livrar de Eduardo Cunha na primeira hora. É do jogo e o próprio Eduardo Cunha, um jogador, sabe que é assim. Como resume realisticamente o deputado Jarbas Vasconcelos, um governo do PMDB tem chance zero. Temer só terá chance com um governo de união. O grito de guerra de muitos que votam hoje no impeachment é "Fora Dilma, Fora Cunha", para começar do zero. Mas falta o placar...
Herculano
17/04/2016 09:02
O ORGASMO DE UM SISTEMA PODRE, por Clóvis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

Faz muito tempo que cheguei a mesma conclusão agora exposta pelo procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, que comanda a Operação Lava Jato:

"O sistema político-partidário está apodrecido", disse nesta semana Carlos Fernando, que está fazendo elogiável trabalho na perseguição de maracutaias.

É eloquente, altamente eloquente, que os dois lados da Lava Jato, o dos investigadores e o dos investigados, expressem idêntica posição.

Afinal, a nota oficial emitida pela Odebrecht ao anunciar sua disposição de colaborar com as investigações também classifica o sistema partidário-eleitoral do país de "ilegal e ilegítimo".

A Odebrecht, financiadora de praticamente todos os partidos políticos, sabe perfeitamente bem do que está falando. Afinal, como lembrou a Transparência Brasil para o "The New York Times", 60% dos congressistas brasileiros enfrentam sérias acusações como suborno, fraude eleitoral, desmatamento ilegal e até sequestro e homicídio.

Até o PT, que posou de vestal desde a sua criação até chegar ao poder federal, faz agora uma miniautocrítica, pela voz do senador Humberto Costa: "Independentemente do que venha a acontecer no próximo domingo [hoje, 17], o PT precisa se reformar, se modificar, ter uma nova maneira de fazer politica".

A reta final do processo de impeachment exibiu cenas explícitas desse sistema podre. Em um país civilizado, não é concebível que o vice-presidente da República se transforme em traidor descarado e desabrido da titular do cargo.

Se Dilma errou -e errou mais do que teria direito-, Temer foi cúmplice porque a acompanhou durante o primeiro mandato e não recusou o convite para ser de novo o companheiro de chapa na disputa pela reeleição.

Além disso, Temer está acompanhado de uma figura sinistra, Eduardo Cunha, ele próprio submetido a um processo de cassação de mandato que só não aconteceu ainda porque o sistema é podre.

Tampouco é normal que partidos como o PP e o PSD, que mamaram nas tetas do governo enquanto este ainda dava leite, de repente se bandeiem para o lado oposto e queiram derrubar a presidente que os abrigou e de cujos erros foram cúmplices, como Temer.

E isso é apenas o que sai à luz do dia. Sabe-se lá que tenebrosas transações não foram feitas ou ao menos tentadas na suíte que Luiz Inácio Lula da Silva ocupa em Brasília ou pelos oposicionistas, em outros endereços.

O triste nessa votação, para mim, não é o ganhador ou o perdedor, mas o fato de que os dois lados cortejaram o chamado baixo clero -esse que constitui o cerne do sistema que o procurador Carlos Fernando chama de apodrecido e que uma de suas grandes financiadoras, a Odebrecht, admite ser ilegal e ilegítimo.

Nem o governo atual, se ficar, nem o futuro, se Dilma virar "carta fora do baralho", deixarão de fincar suas raízes nesse sistema. A única expectativa de mudança não vem, pois, de Brasília, mas de Curitiba.

Quem sabe a Lava Jato lanceta a ferida e tira todo o pus acumulado.
Herculano
17/04/2016 07:00
DILMA FORA, MINISTROS CAIRÃO NAS MÃOS DE MORO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Várias autoridades do governo Lula estão insones porque a destituição da presidente Dilma Rousseff ocasionará perda dos seus cargos e, principalmente, de prerrogativas preciosas. Sem foro privilegiado, Lula e os ministros Jaques Wagner, Aloizio Mercadante e Edinho Silva, citados em delações premiadas da Operação Lava Jato, ficarão sujeitos ao juiz federal Sergio Moro, implacável contra a corrupção.

LULA, O INIMPUTÁVEL
Dilma decidiu nomear Lula ministro, conforme denunciou a Procuradoria Geral da República, para livrá-lo do juiz Sergio Moro.

OLHO DA RUA
O que tira o sono desses ministros enrolados é a certeza de que serão demitidos, caso Michel Temer assuma o lugar de Dilma.

NO LIMBO
Sendo afastada do cargo, Dilma terá de coçar o bolso para pagar sua própria defesa. A Advocacia-Geral da União deve defender a União.

MEDO DE CADEIA
Apesar de receber metade do salário se for mesmo afastada, Dilma poderá usar uma residência oficial do Alvorada ou da Granja do Torto.

LULA FEZ VISITA A CRIMINALISTA ÀS 6H DA MANHÃ
O ex-presidente Lula manteve reunião secreta com José Gerardo Grossi, ex-ministro de Tribunal Superior Eleitoral e um dos mais requisitados criminalistas de Brasília. O caráter sigiloso e urgente do encontro pode ser avaliado pela hora que Lula chegou ao escritório do advogado, no Lago Sul, em Brasília: antes das 6h da manhã. Os escritórios de Lula e de Grossi não informaram o motivo da reunião.

FORA DA LISTA
José Gerardo Grossi não consta da lista de advogados oficialmente contratados para promover a defesa de Lula, na Lava Jato.

MÃO AMIGA
Grossi ajudou José Dirceu quando o ex-ministro de Lula precisava de carteira assinada para se habilitar ao regime semiaberto, na Papuda.

EX-PRESIDENTE INVESTIGADO
Lula é investigado por corrupção na Lava Jato, até foi conduzido para depor pela PF sob vara, e seu filho Luiz Claudio é alvo da Zelotes.

O BRASIL REAL QUEBROU
Enquanto Dilma paralisa seu governo há semanas, para tentar escapar do impeachment, comerciantes decidem fechar lojas aos domingos, inclusive nos shoppings, em razão da crise e dos custos insuportáveis.

QUEIMA DE ESTOQUE
A oposição está de olho na "queima de estoque" de cargos, em curso no governo, para tentar barrar o impeachment de Dilma. Há suspeitas de que, além de cargos, governistas têm oferecido malas de dinheiro.

AMEAÇA VELADA
Em conversas reservadas, Lula diz estar "preocupado" com a reação de sindicatos e movimentos sociais, que a rigor ele controla, no caso de impeachment de Dilma. Mas foi ele quem convocou seguranças para "bater em coxinhas", na rua onde mora, em São Bernardo.

TUDO POR DINHEIRO
Deputados aliados do governo estão aproveitando o momento de fragilidade de Dilma para empenhar emendas parlamentares, mas se comprometem com a oposição a votar pelo impeachment.

MORTADELAS ILEGAIS
O governo Dilma e o PT ignoraram a Lei 6.815, que proíbe estrangeiros participando de protestos políticos em território nacional. Governos da Bolívia, Venezuela e outros, mandaram manifestantes "mortadelas", para fazer número nas manifestações deste domingo, em Brasília.

DIAS MELHORES
Pré-candidato a presidente pelo Partido Verde, em 2018, o senador Alvaro Dias (PR) já tem slogan, aliás, muito pouco criativo: "Dias melhores virão". Sua turma de criação precisa se esforçar mais.

CENOURA ALICIANTE
O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) protagonizou um vexame. Aceitou a cenoura que o governo acenou e indicou um aliado para ser ministro da Integração. Ficou menos de 24 horas no cargo.

#FORADILMA
Contra o discurso do governo de que impeachment é golpe, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) garante que não trabalha para Temer ser presidente: "Estou trabalhando pelo impedimento de Dilma", diz.

PENSANDO BEM?
?tudo começou com 20 centavos, quando o povo foi às ruas, em junho de 2013, sem ainda saber das "pedaladas" bilionárias de Dilma.
Herculano
17/04/2016 06:58
PROTESTOS DE 2013 MARCARAM FIM DE RETORICA TRIUNFAL DO PT, por Marcelo Coelho, para o jornal Folha de S. Paulo

Como chegamos a esta crise? Adoto o sentido anti-horário, isto é, indo do fim para o começo. Uma das coisas que mais me chamam a atenção é a ruptura final do vice-presidente Michel Temer.

O governo já afundava, é claro, mas exatamente por isso já se colocava a hipótese de uma discreta "tomada de poder" pelo peemedebista, com Dilma honrosamente entronizada como uma espécie de rainha da Inglaterra.

Sem dúvida, a personalidade da presidente e as resistências do PT impediram esse projeto. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, era bem mais difícil de tourear. O Planalto confiou, talvez, que uma rápida cassação poderia neutralizá-lo antes de qualquer pedido de impeachment.

O ambiente, de qualquer modo, já era de profunda crise econômica, alimentada pelos pressupostos da campanha petista à reeleição, em 2014. Quem não se lembra do anúncio mostrando uma família à mesa, sem comida, criada por João Santana para identificar Marina com os interesses dos bancos?

Era a estratégia do medo, já que outros caminhos emocionais ?"a esperança ou a denúncia?" estavam barrados para o PT. De bom grado, imagino, a campanha apostou naquilo que as teorias econômicas heterodoxas recomendam para situações de crise: mais gastos do governo.

Já temos o eleitorado do Bolsa Família, devem ter pensado. Boa parte da classe média já estava perdida desde o mensalão. A outra votaria no PT do mesmo jeito. Quanto ao empresariado, providenciaram-se isenções fiscais.

O esquema tinha lógica: os gastos públicos alimentavam as empreiteiras, e estas (legalmente ou não), a campanha do partido. Alimentava-se, ademais, a necessidade petista de conciliar-se com suas origens ideológicas, e de estigmatizar um adversário com o qual, em muitos aspectos, identificava-se mais e mais.

Tratava-se também da resposta possível ao terremoto das manifestações de junho de 2013. A quantidade de protestos pelo país inteiro, surgidos de repente, representava um enigma que se tentou resolver de várias maneiras.

Expressava-se, com certeza, grande insatisfação face aos serviços públicos ?"ironicamente, as esferas estaduais e municipais tinham igual ou maior responsabilidade nesse ponto, ainda mais nos grandes centros urbanos.

Expressava-se, entretanto, também uma crise de representação política ?"coisa que o governo petista tentou contornar numa proposta de reforma eleitoral ou constituinte exclusiva sobre a qual ninguém quis ou conseguiu se entender.

Em terceiro lugar, havia em junho de 2013 o esgotamento da retórica triunfalista dos "bons anos" ?"os do "nunca antes neste país". A Copa do Mundo, que seria o coroamento da era Lula, representou na verdade a elevação do nível das exigências populares ?"o "padrão Fifa".

Mais um aspecto: as condenações do mensalão mudaram a percepção de boa parte da sociedade a respeito de si mesma e de seu próprio poder. Começou a ser possível sonhar com um "país sério"; algumas coisas deixavam de ser admitidas automaticamente.

Este último fator traz consigo outro mistério: o papel do Ministério Público e da Polícia Federal. Como foi possível, se admitirmos que Lula e José Dirceu possuem um bocado de astúcia, que as coisas não tenham sido abafadas?

É que toda tentativa de abafamento pode ser combatida com informações vazadas à imprensa. Daí, aliás, o vezo de chamar a imprensa de "golpista", ao mesmo tempo em que se ostenta a "independência da PF" como um dos méritos do petismo.

Chego a imaginar uma teoria conspiratória: a de um "megavazamento" (sobre o caso Celso Daniel?) capaz de funcionar como carta na manga da polícia, a ser empregada sempre que (como agora) se tente controlá-la.

Voltando ainda mais no tempo, o mensalão foi sintoma das dificuldades do PT em se adaptar ao chamado "presidencialismo de coalizão". Uma base parlamentar fisiológica tinha de ser engolida pelos antigos puristas do partido. Corrompê-la no varejo, pagando a cada deputado, foi a tentativa de José Dirceu ?"e contra isso se insurgiu Roberto Jefferson, presidente do PTB, para quem a fisiologia tinha de passar por ele.

Indo ao fundo da coisa, a eleição de 2002 significava o "Lulinha Paz e Amor", capaz de organizar uma aliança com a direita (o partido de seu vice, José de Alencar) e com o que quer que fosse. O PT estava pronto para qualquer negócio - e demorou um bocado para ir à falência.
Herculano
17/04/2016 06:53
A GUERRA DOS TRONOS, por Carlos Brickmann

É hoje. O Palácio do Planalto de Dilma enfrenta o Palácio do Jaburu cujo soberano é Michel Temer, pela Presidência da República. É um enfrentamento meio estranho, primeiro, porque disputa de Presidência travada a partir de Palácios é quase uma contradição em termos. Vamos juntar o crucifixo do Aleijadinho? Vamos juntar as obras do Athos Bulcão? E vamos lutar por eles? Não é o caso.

O segundo motivo é que tem gente achando que vai ter guerra mesmo. Que no momento em que estiver todo mundo na rua, aplaudindo ou condenando o impeachment, muita gente irá para a briga também. Pois pode tirar o cavalinho da rua. Tanto a polícia de Brasília quanto a de São Paulo, que são as mais fortes, já determinaram as distâncias e os produtos que podem ou não aparecer numa manifestação. Por exemplo, se alguém aparecer lá com uma foice, ou com um facão, ele não vai entrar na briga não, por mais que pense que vá. A coisa vai correr tranquilamente.

Agora este colunista vai dar um palpite; palpite mesmo, não mais do que isso, porque no momento não dá para outra coisa a não ser um palpite: ganha o presidente Temer.

Dilma perde o mandato e Temer poderá até mantê-lo, dependendo do Tribunal Superior Eleitoral, TSE. Mas até lá, esse outro julgamento, é ele que ficará. Será ele que vai tentar realizar de novo o grande sonho das conversas em Brasília que negociem as diferenças entre os vários partidos.

Só não fique muito otimista. Existe ainda o juiz Sergio Moro que, agora, neste momento em que escrevo, já está há quatro dias tomando o depoimento do Príncipe dos Empreiteiros, Marcelo Odebrecht. Se o Marcelo contar tudo o que sabe, será melhor mesmo começar tudo de novo.

Cai a coroa e o rei.

UM CANTO

Gente malvada essa de Brasília. Com essa história da Dilma prometer formar um novo pacto de união, estão dizendo que ela está montando o Canto da Cisna.

BOMBA! BOMBA!

O presidente do Senado, Renan Calheiros, o peemedebista mais fiel à Dilma, o homem mais próximo do governo, informou a amigos que não vai acelerar o ritmo do impeachment quando este for encaminhado à Casa.

Ah, sim! A verdade é que depois do resultado, se o pedido passar, acabou. Derrubou. Não vai ser acelerado ritmo, não vai ter truque novo, nada que mude isso e, claro, ele tranquilamente vai ficar debaixo da lei dizendo que fez exatamente o que a Constituição manda
Herculano
17/04/2016 06:53
NOÇÃO DA SITUAÇÃO, por Carlos Brickmann

A Odebrecht já está falando de um lado. De outro, um dos mais hábeis políticos brasileiros, aquele cujo partido não tem direita, nem frente, nem esquerda, nem coisa nenhuma, que é Gilberto Kassab, já decidiu.

Sai do governo e apoia o impeachment.

SEM CÍRCULO

Dilma diz que na hipótese, que parece improvável, de ganhar a briga contra o impeachment, vai propor um governo de União Nacional, acenando antecipadamente à oposição com um pacto.

Vamos, então, analisar o pacto da Dona Dilma: enquanto ela estava no poder e mandava de todos os lados e com todos os cargos para distribuir, não conseguiu formar nem um governo. Termina com esse ministério medíocre. Um ministeriozinho. Até o Ministério de Fernando Collor era muito melhor do que esse. Agora imaginem outro, igual ou pior.

Esqueçam.

O MORDOMO, REI

Não se assuste com o vice-presidente Michel Temer. Certamente ele tem os seus defeitos, certamente não são poucos. Certamente em sua carreira política cometeu falhas ou deslizes que poderiam criar problemas para ele. Mas, enfim, é uma pessoa tranquila, conversável , educada. Não escoiceia nem subordinados, nem visitantes. Uma pessoa com quem dá para dialogar.

Em resumo, o que será possível analisar depois da votação deste domingo é se será o homem certo ou errado. Este colunista que acompanha os fatos há muitos anos não tem torcida, nem preferência, mas a impressão é que com Temer poderá ser possível pelo menos trocar ideias com nexo.

NA LINHA

O empreiteiro Marcelo Odebrecht começou a descrever ao juiz suas atividades desde muito tempo atrás. Numa delas fala amplamente e garante a credibilidade dos policiais que participaram da Operação Lava Jato. Nega que tenha comprado dossiê, mas é o que está correndo.

ESTATAL EMPREGADORA

Esse é um país singular. O mais odiado dos ministros do STF pelo governo é o Gilmar Mendes. Só que entre o patrocínio do grande evento que ele montou em Lisboa, na Faculdade de Direito, estiveram a OAB nacional , que apoia o impeachment, e Itaipu que não só não apoia o impeachment, como é do próprio Governo e dá aquele monte de empregos para aquele monte de gente que fora de lá, digamos, estaria com muitas dificuldades e engrossando o atual índice nacional de milhões de desempregados.
Herculano
17/04/2016 06:47
O VOTO NÃO É UM DETALHE, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Às vésperas da Copa de 1994, o técnico Carlos Alberto Parreira declarou que o gol era só um detalhe. A frase espantou os torcedores - afinal, o gol é o momento que mais importa no futebol. Apesar de Parreira, a seleção conquistou o tetracampeonato mundial.

Na discussão do impeachment, os políticos têm falado muito em cargos, verbas, lealdades e traições. Poucos se lembram do eleitor, que expressou sua vontade nas urnas e agora vive num país paralisado pela disputa extemporânea de poder.

Na democracia, o voto não é só um detalhe. Dilma Rousseff está na Presidência porque foi reeleita por 54.501.118 brasileiros em 2014. Como diz o comentarista, a regra é clara: governa quem recebe mais votos. A interrupção do mandato presidencial é uma punição mais grave que um cartão vermelho. Só deve ser aceita no jogo quando há prova clara de crime de responsabilidade.

O impeachment não pode ser um atalho para chegar ao poder sem o voto popular. Nem por vices que desejam mudar de cadeira, nem por candidatos derrotados nas urnas. Governantes ruins devem ser enxotados pelo povo na eleição seguinte. Este era o caminho mais provável de Dilma e do PT, que cavaram juntos o buraco da recessão.

Nos últimos tempos, passamos a ouvir que o país não pode esperar até 2018. "A economia não aguenta", repetem os porta-vozes do impeachment. Curiosamente, eles não costumam perguntar se a democracia brasileira aguenta mais uma ruptura do calendário eleitoral.

Seja qual for a decisão da Câmara hoje, um dos piores legados desta crise será a ideia de que o voto não basta. Os próximos presidentes assumirão sem a certeza de que ficarão quatro anos, como estabelece a Constituição. Quando o Congresso quiser, e a maioria do empresariado apoiar, o caminho para derrubar o governo estará aberto. Encontrar uma fundamentação legal, como as pedaladas, será só um detalhe.
Herculano
17/04/2016 06:37
A MANCHETE DOS QUE SÃO PAGOS DO POVO PARA A PROPAGANDA OFICIAL DISFARÇADA DE PODER COMO SE MÍDIA PLURAL FOSSE. NÃO HÁ IDEOLOGIA QUE SUPORTE A FALTA DE ARGUMENTOS. NÃO HÁ REALIDADE QUE SEDUZA OS QUE SOFREM COM A ALTA INFLAÇÃO, O DESEMPREGO, A FALTA DE MÉDICOS E REMÉDIOS, ESPERANÇAS... OU ESCONDA TANTO ROUBO, CORRUPÇÃO, MENTIRAS, APARELHAMENTO, CONSTRANGIMENTO, INTIMIDAÇÃO DOS ENCARDIDOS.

MAIS UMA VEZ LUDIBRIAM COMO HÁBEIS ILUSIONISTAS QUE FORAM NA MANCHETE E TEXTO PRINCIPAL DO 247 NESTE DIA 17 DE ABRIL R$ 52 MI VALEM MAIS DO QUE 54 MILHÕES DE VOTOS?

É isso o que estará em jogo neste domingo, quando uma Câmara dos Deputados, dominada por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), julgará o afastamento da presidente Dilma Rousseff; apenas na mais recente denúncia, Cunha foi acusado de receber R$ 52 milhões em propinas de uma empreiteira - ao que tudo indica, para si e sua bancada; é esse parlamento, liderado por um dos políticos mais corruptos da história do País, que poderá afastar uma presidente honesta, que teve 54 milhões de votos; golpe brasileiro já virou motivo de espanto em publicações internacionais, como New York Times, El Pais, Independent, Guardian e Washington Post, e também foi condenado pela OEA; se passar, será a vitória do crime

Há apenas dois dias, o presidente da Câmara foi alvo de mais um denúncia. Em sua delação premiada, o empresário Ricardo Pernambuco, dono da Carioca Engenharia, confessou ter pago a ele uma propina de R$ 52 milhões, em 36 parcelas.

Neste domingo, será Cunha, um dos políticos mais corruptos da história do País, o regente de um espetáculo grotesco. Depois de definir as regras a seu bel-prazer, marcando uma votação de impeachment para uma tarde de domingo sem futebol, ele poderá liderar o afastamento da presidente Dilma Rousseff, que teve 54 milhões de votos e é reconhecida como honesta até por seus adversários.

Num mundo normal, Cunha já teria sido afastado por seus pares, na Câmara, ou pelo Supremo Tribunal Federal. Mas, como bem definiu a Organização dos Estados Americanos, tudo está ao contrário no Brasil. São os corruptos que julgam a presidente honesta, tese que foi estampada nos mais respeitados jornais do mundo, como New York Times, El Pais, Guardian, Independent e Washington Post.

De onde vem, portanto, a força de Cunha? De um lado, ele se aliou aos derrotados na eleição presidencial de 2014, como o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que estarão para sempre associados a um movimento golpista liderado por um corrupto. De outro, ao que tudo indica, os esquemas Cunha não arrecadavam recursos apenas para o deputado, mas sim para toda uma bancada mantida por ele.

Ontem, o deputado Silvio Costa tocou na ferida, ao dizer que o parlamento brasileiro tem medo da maior de todas as delações premiadas: a de Eduardo Cunha. É daí que vem a sua força, que pode ser capaz de destruir a democracia brasileira
Herculano
17/04/2016 06:26
17 DE ABRIL, UM DIA IMPERDÍVEL, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Por motivos diversos, o dia de hoje será inesquecível para Dilma Rousseff, Lula e Fernando Henrique Cardoso. Em 1984, há 32 anos, esse mesmo 17 de abril tornou-se inesquecível para todos eles. Juntos, deslumbravam-se com o êxito do último comício da campanha da Diretas, no vale do Anhangabaú, em São Paulo.

Foi a maior manifestação popular ocorrida no país até então. Parecia um espetáculo produzido pelos delírios de Glauber Rocha e pela precisão de Francis Ford Coppola. Afora a multidão, a noite habitualmente modorrenta do centrão de São Paulo tinha cantorias, holofotes, a orquestra da Unicamp tocando a Quinta Sinfonia de Beethoven e uma banda com "Cisne Branco". Tudo isso e mais Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Lula e Fernando Henrique no palanque.

Ninguém seria capaz de supor que no espaço de uma geração acontecesse um rompimento tão radical. Talvez hoje eles nem fossem capazes de lembrar que nesse dia estiveram juntos.

Também não devem lembrar que, no dia 17 de abril de 1997, Fernando Henrique Cardoso estava na Presidência da República, o MST terminou sua marcha sobre Brasília e 30 mil pessoas entraram no Eixo Monumental. Slogans da marcha diziam: "FHC vendido entregando o ouro ao bandido" ou "É lutar para vencer e derrubar FHC". Outro viria a ser profético: "Fernando um, Fernando dois, qual será a merda que vem depois". Vieram Lula e Dilma. Assim, chega-se ao dia de hoje.

O 17 de abril não é uma data cabalística, mas um dia como os outros. Exposto ao tempo, revela pontos na vida das pessoas. Fernando Henrique Cardoso certamente não lembra que no dia de hoje, em 1964, saiu das casas de amigos onde se escondia desde 1º de abril e embarcou para a Argentina. Penaria o "amargo caviar do exílio". Por coincidência, o Dops registrava em seu prontuário que ele estivera ligado aos comunistas nos anos 1950, "mas nunca mais exerceu qualquer tipo de atividade ou de militância política comunista, socialista ou que fosse."

Dilma Rousseff talvez nem saiba, mas no dia 17 de abril de 1970 dois militantes da Vanguarda Popular Revolucionária regressaram ao Rio depois de uma reunião com Carlos Lamarca para finalizar o plano de sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben. Ela estava na cadeia desde janeiro e seu nome fora colocado numa lista de presos que seriam trocados pelo diplomata. O embaixador foi sequestrado em junho, mas Dilma não entrou na lista.

José Genoino, ex-presidente do PT, talvez ainda lembre que esteve na marcha do MST de 1997, mas pode ter esquecido que foi no dia 17 de abril de 1972 que uma patrulha do Exército o capturou quando caminhava numa trilha da mata do Araguaia. Ele ia avisar a outros guerrilheiros que o Exército chegara à região.

Foi no dia 17 de abril de 1980 que o governo do último general decidiu esmagar a greve de metalúrgicos do ABC e acabar com a liderança de um tal de Lula. Tomada a decisão, no dia 18 intervieram nos sindicatos e no dia seguinte prenderam Lula e outras 14 pessoas. Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, ele viraria carta fora do baralho. Vinte e três anos depois, recebeu a faixa presidencial de Fernando Henrique Cardoso.

O rei de copas de hoje pode ir para o lixo (ou bagaço), mas cartas não saem do baralho.
Herculano
17/04/2016 06:25
VAGA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

O ministro Ricardo Lewandowski voltou a dar sinais de que pretende deixar o Supremo no segundo semestre, quando sairá da presidência da Casa.

MADAME NATASCHA
A senhora, obrigada a assistir às transmissões de sessões do Supremo Tribunal Federal, pensa em imolar-se numa fogueira de dicionários.

Ela não aguenta mais as falas empoladas dos eminentes magistrados em seus doutos votos e decidiu pôr cabo à vida na madrugada de quinta-feira, quando o ministro Luiz Edson Fachin lia trechos escritos por Luiz Edson Fachin e citava um jurista italiano.

Com a devida vênia, Natasha garante que na vida real quase todos os excelentíssimos doutores falam português.

MADAME LAGARDE
A diretora-gerente do FMI, doutora Christine Lagarde, aquela que se sentiu nos Alpes viajando no teleférico do morro do Alemão, no Rio, deu-se a um momento de poesia, dizendo que sentia "ventos muito, muito gelados" no Brasil.

Podia ter deixado o comentário para amanhã, evitando jogar lenha na fogueira nacional.

Madame Lagarde tirou a metáfora de um poema do americano Robert Frost.

Frost ensinou mais coisas. Uma das mais bonitas está no seu poema "A Estrada que Não Foi Seguida".

Ele conta a história de uma pessoa que teve de escolher entre dois caminhos e termina assim:

"Duas estradas separavam-se num bosque e eu- / Eu segui pela menos viajada/ E isso fez toda a diferença".

Na maioria das vezes em que o Brasil seguiu pelo caminho pisado pelo FMI, deu-se mal.

VAI PIORAR
O governador Pezão empurra a crise da saúde com um gogó fatalista porque os doentes não podem ocupar seus hospitais. Com as escolas, o negócio é diferente. No Rio, há 31 escolas ocupadas.

(Doente, Pezão hospitaliza-se na rede privada, mas o médico que cuida dele formou-se, pesquisa e batalha na rede pública.)
Herculano
17/04/2016 06:24
O COMISSARIADO QUIS FRITAR O PMDB, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

No último dia 7, a melhor planilha de votos dos estrategistas da deposição de Dilma informava que, dos 342 votos necessários, tinham pelo menos 240 e, no máximo, 260.

No governo dizia-se que a situação era parecida. Contabilizavam-se 150 votos contra o impedimento, 22 abaixo do necessário.

Podem ter acontecido muitas coisas, mas certamente a capacidade de articulação de Michel Temer foi um dos principais fatores da virada.

Em abril do ano passado, Dilma Rousseff viu que marchava para um precipício e chamou Temer para assumir a coordenação política do governo. Foi uma conversa difícil e ela argumentou: se você não aceitar, o meu governo acaba. (Essas não foram as palavras textuais, mas foi o sentido.)

Temer aceitou e o comissariado petista começou a fritá-lo nas semanas seguintes. Seu "chef" era o então chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Em junho, à época do Encontro Nacional do PT, o comissário Tarso Genro condenou a aliança com o PMDB: "Não serve mais. (...) O PMDB tem zero de unidade ideológica e programática para comandar uma coalizão. Se o PT não refundar imediatamente seu sistema de alianças, dificilmente terá credibilidade para se apresentar com força política em 2018."

A contrariedade com a aliança tinha origens fisiológicas e ideológicas e Temer aguentou menos de quatro meses na função. À época, os comissários acharam que conseguiram fritá-lo.

Nos próximos meses, surgirão revelações que permitirão o entendimento do que houve entre a eleição de Dilma Rousseff e o dia de hoje. Abundarão culpados, mas uma coisa é certa: no coração dessa história estarão os autores da ideia de fritar o PMDB. Isso aconteceu antes do segundo turno de 2014, quando o comissariado achou que derrotaria a candidatura de Eduardo Cunha à presidência da Câmara, elegendo o petista Arlindo Chinaglia
Roberto Sombrio
16/04/2016 22:58
Oi, Herculano.

Em 2013 teve grandes manifestações pelo Brasil afora contra esse governo corrupto e não pararam mais.
Se a maioria do povo não quer Dilma, essa é a prova de que em 2014 as urnas foram fraudadas e para esconder as pesquisas eram manipuladas.
Mardição
16/04/2016 22:08
Os deputados que estão fugindo do plenário da Camara são ladrões.
Só ladrão foge.
Herculano
16/04/2016 20:25
UM EXEMPLO DE DEMOCRACIA E DIÁLOGO PETISTA.

Eles não suportam adversários, contraditórios, transparência e derrotas. Veja este relato.

Neste sábado, foi a vez de dois deputados do PT, em companhia de alguns "companheiros", cercarem os membros do MBL. Carlos Zarattini (SP), o de óculos do vídeo, partiu para cima de Renan Santos, e Pedro Uczai (SC) tentou pegar Kim Kataguiri pelo colarinho. Kim, um jovem de 20 anos, e líder do Movimento Brasil Livre, que junto com o Vem Prá Rua, estimulou milhões às manifestações, despertou a cidadania contra a roubalheira e a corrupção organizada pelo PT.

Pedro Uczai? De Santa Catarina? Hum!
Despetralhado
16/04/2016 19:26
Herculano;

Bolivianos que participarem de protestos serão deportados, diz PF.
É a claque enviada por Evo Morales para dar a Dilma a torcida que não tem no Brasil. Blog Felipe Moura Brasil

Gente abominável!
Ana Amélia que não é Lemos
16/04/2016 18:44
Sr. Herculano:

O Antagonista - Lula fechou a lojinha

"Lula acaba de deixar o hotel e embarcar para São Paulo. Ele dedicou o dia a tentar comprar deputados do Nordeste, num último esforço para evitar ao menos a derrota moral.

Não deu certo."

A lojinha faliu ...
Herculano
16/04/2016 18:18
A INCENDIÁRIA, CONTINUA PROPONDO O DIÁLOGO DESDE QUE ELA CONTINUE COM O F?"SFORO E A GASOLINA NAS MÃOS INTIMIDANDO E AMEAÇANDO OS QUE NÃO SE AJOELHEM AOS SEUS CAPRICHOS.

"Amanhã, domingo, na votação do impeachment, não estará em jogo o mandato de uma presidenta eleita, a primeira mulher eleita e reeleita no nosso país por mais de 54 milhões de votos. O que estará em jogo é o respeito às urnas e à vontade soberana do nosso povo. Estão em jogo, sobretudo, direitos, conquistas sociais e os avanços que com a participação de todos e todas vocês o Brasil alcançou nos últimos 13 anos",

Dilma Vana Rousseff, PT, na carta que enviou neste sábado aos acampados do MST em Brasília, uma claque paga contra o impeachment
Herculano
16/04/2016 18:08
QUEM SEJA APENAS O COMEÇO, por Plácido Fernandes Vieira, para o jornal Correio Braziliense

O PT colhe hoje o que plantou. Quando oposição, o partido se insurgia contra a corrupção, contra acordos com a direita e a elite financeira e prometia ética na política. Ao deixar a planície e se instalar no Planalto, sofreu metamorfose estupenda. Logo no primeiro governo Lula, o mensalão escandalizou o Brasil. Até hoje, cenas de Jefferson denunciando a maracutaia - "Sai daí, Zé!" - estão frescas na memória dos brasileiros que acompanharam o desenrolar do escândalo. À época, em pronunciamento, Lula se disse traído e afirmou que o PT devia desculpas à nação.

Até hoje, o país aguarda o mea-culpa petista. Em vez disso, o que todos viram e veem é que, na prática, os condenados do mensalão foram saudados pelos bons companheiros como "guerreiros do povo brasileiro". Além disso, o partido aprofundou a guinada à direita, aliando-se a todos que acusava de corruptos e culpava pelo atraso do país. Nessa lista, encabeçada pela elite financeira, estão banqueiros, empreiteiros, Collor, Maluf, Sarney, Renan, Jucá, Jader Barbalho, Temer, Cunha e toda a banda podre do PMDB, sem exceção.

Veio, então, a descoberta do bilionário esquema de desvio de dinheiro da Petrobras e de outras estatais, de venda de medidas provisórias, de Belo Monte, de obras da Copa, da transposição do São Francisco etc., evidenciando que o assalto aos cofres públicos deixou de ser mero ponto fora da curva. Tornou-se método. Investigações apontam que a ladroagem, além de servir para enriquecimento pessoal, passou a financiar a perpetuação do partido no poder.

Tradução: quem votou no PT esperando ética na política acabou vítima de estelionato eleitoral. Falando em português claro: acabou vítima de um golpe. Mas, numa total inversão de valores, quem anda sendo chamado de golpista pelo PT são os cidadãos a favor do impeachment de Dilma. Não cola. O Brasil que exige o impedimento dela tampouco avaliza Temer ou Cunha. Sabe que são apenas sócios que brigaram e agora estão em lados opostos. O sujo e o mal lavado. Quer uma prova? Veja: pesquisa Datafolha apontou que 58% da população é igualmente a favor do afastamento de Temer. E que 80% defendem a cassação de Cunha. Ou seja: se depender dos brasileiros, a lista dos políticos a serem defenestrados é longa. Dilma figura apenas como a primeira da fila.
Herculano
16/04/2016 18:05
EM DEFESA DO ESTADO - por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

De alguns dias para cá entrou no radar da oposição a hipótese de a presidente Dilma Rousseff e seus conselheiros avaliarem a decretação de Estado de Defesa no País se o resultado de amanhã na Câmara for pelo impeachment e isso provocar graves conflitos de rua. A alegação, ameaça à ordem pública, à paz social ou à estabilidade institucional.

O tema foi posto na mesa do presidente do Senado, Renan Calheiros, por um grupo de parlamentares que se reuniu com ele na última quarta-feira. O encontro teve dois momentos: um ampliado, quando se tratou do rito na Casa caso o processo venha a ser aberto; no outro, mais reservado e com compromisso de sigilo, a preocupação foi transmitida a Calheiros e pedido a ele que "prestasse atenção" à possibilidade.

A suspeita se baseia em alguns indícios. O mais forte deles, a informação transmitida por um ministro do Supremo Tribunal Federal com acesso à cúpula do PT. Segundo ele, a edição do decreto estaria sendo cogitada como uma maneira de fortalecer o discurso do "golpe" e estratégia de fazer da presidente e do partido vítimas políticas do processo, com o olhar já voltado para o cenário da deposição.

Outro dado que alimenta a desconfiança é o teor radical do discurso petista, de ameaça de incendiar as ruas, de inviabilizar eventual governo Michel Temer, do aviso do Planalto que não vai parar de lutar (a despeito das derrotas sofridas na Justiça), de montar um "bunker" de resistência no Palácio da Alvorada - usando a residência presidencial como aparelho partidário. O silêncio do ex-presidente Luiz Inácio da Silva nos últimos dias é também motivo de estranheza.

Um terceiro sinal passou a ser considerado a partir de recentes impressões dos ministros relatores no STF das ações decorrentes das operações Zelotes e Lava Jato, Carmen Lúcia e Teori Zavaski, a um interlocutor da área militar, segundo as quais o Brasil "não imagina a gravidade" do que está por ser revelado. Gravidade esta que estaria relacionada às circunstâncias penais de Lula e Dilma quando da perda de foro especial de Justiça decorrente da queda do atual governo. Nessa perspectiva, a eles reataria a luta no âmbito político. Não que uma eventual decretação de Estado de Defesa proporcionasse imunidade.

O que é o Estado de Defesa? Instrumento previsto na Constituição por intermédio do qual o presidente da República busca preservar, "em locais restritos e determinados, reestabelecer a ordem pública, a paz social, a iminente instabilidade institucional ou a alcançar áreas atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza". Ato que obrigatoriamente precisa ter o aval do Congresso.

Se decretado, implica restrições de direitos de reunião, de sigilo de correspondência, de sigilo de comunicação (telegráfica e telefônica). Pela lei, o Executivo deve consultar os conselhos de Defesa e da República, ambos atualmente inativos. Ainda assim, se o ato for de mera propaganda sem a preocupação da aprovação do embasamento jurídico, Dilma pode editar o decreto e mandá-lo diretamente ao Parlamento, onde obviamente seria derrubado.

Mas reforçaria a argumentação de que o governo recorreu a todas às ferramentas legais e, ainda assim, foi "golpeado". Objetivamente, trata-se de um esperneio. E por que não o Estado de Sítio? Porque não tem vigência imediata e depende de aprovação prévia (não referendo, como no Estado de Defesa) no Parlamento, onde a presidente não está numa situação que se possa considerar confortável.
Herculano
16/04/2016 17:52
MANOBRAS, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O Supremo Tribunal Federal (STF), na reunião extraordinária que entrou pela madrugada de ontem, assumiu uma postura classificada pelo ministro Luis Roberto Barroso como "deferente" às decisões do Congresso, tendo negado todos os recursos apresentados pela Advocacia-Geral da União e por membros de partidos governistas.

Mas dois ministros destacaram-se na tentativa de defender teses favoráveis ao governo: o presidente do Tribunal, Ricardo Lewandowski, e Marco Aurélio Mello. A tal ponto que Leandowski induziu, já na madrugada, a inclusão na ata de uma decisão que não fora votada, já que não estava em julgamento: "O Tribunal firmou entendimento no sentido de que a autorização advinda da votação havida na comissão especial é para o prosseguimento sob o teor da denúncia, na forma recebida pelo Presidente da Câmara dos Deputados, escoimando-se, para o efeito de apreciação ulterior em plenário da Câmara dos Deputados, o que for estranho à referida denúncia recebida".

Ao fim da sessão, mesmo o ministro Fachin deixando claro que não cabe ao Supremo analisar a tipificação das condutas imputadas à presidente Dilma "neste momento", Lewandowski ainda chamou atenção para a possibilidade de que a Corte volte a analisar o tema no momento adequado.

"Então isso fica proclamado o resultado, com essa explicitação, de maneira que não fechamos a porta para uma eventual contestação no que diz respeito à tipificação dos atos imputados à senhora presidente no momento adequado". Essas manobras de Lewandowski dificilmente terão conseqüência, mas certamente abriram espaço para novas contestações do governo.

Se um deputado votar pelo impeachment se referindo no microfone à Operação Lava-Jato, por exemplo, poderá servir de pretexto para uma ação da AGU. Embora ontem, no julgamento, essa tese do Advogado-Geral da União José Eduardo Cardozo já tenha sido derrotada, pois os ministros consideraram que os comentários do relator além dos pontos acatados no pedido de impeachment ?" pedaladas fiscais e decretos sem autorização do Congresso ?" foram palavras "in obiter dicta", comentários laterais para efeito de retórica.
O momento mais extravagante da sessão foi quando o ministro Marco Aurélio detectou um empate que não houvera, e pediu que o presidente Lewandowski exercesse seu direito ao "voto de qualidade", já que havia apenas 10 ministros no plenário, pois o ministro Dias Toffoli está no exterior em missão do TSE.

As liminares em discussão foram indeferidas sob a argumentação de que a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, determinando a alternância da chamada nominal dos deputados por bancadas de estados, começando pelo Norte, estava de acordo com o Regimento Interno da Câmara.
Mas cinco dos ministros acataram em parte, maior ou menor, detalhes da liminar, e Marco Aurélio viu aí um "empate", cinco a favor e cinco contra a liminar. O que provocou uma reação do ministro Teori Zavascki, que ponderou: "Primeiro temos que ver se houve mesmo empate". A seguir o ministro Celso de Mello lembrou que não há voto de minerva em mandado de segurança, pois o empate é a favor da presunção de legalidade do ato impugnado. O ministro Marco Aurélio abespinhou-se e perguntou: quando haverá o voto de minerva então?
O presidente Lewandowski declarou-se pronto a usar a prerrogativa que julgava ter, e declarou: "Tenho coragem de usá-lo". Mas a intervenção do ministro Luis Roberto Barroso foi decisiva: "Deixa eu dizer com franqueza. Embora seja contrário o meu ponto de vista, acho que em mandado de segurança, o empate significará a preservação do ato".

Ao que a ministra Carmem Lucia aditou: "Até pela presunção da validade dos atos administrativos". Barroso complementou: "Acho que tecnicamente, enfim. (...) eu não quero ganhar, eu quero fazer o que é certo".
Luiz Orlando Poli
16/04/2016 15:22
De uma coisa estou convencido, vamos enfrentar dias difíceis , agora estou convicto que os dias serão muito mais difíceis se o impeachement não passar. É algo previsível, a crise vai se aprofundar.
Herculano
16/04/2016 08:41
HOJE É DIA DE SAMBA HAVAII NA ASSOCIAÇÃO DA BUNGE
Herculano
16/04/2016 08:39
A VOLTA DA ESTELIONATÁRIA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Em vídeo, Dilma lança contra Temer as mesmas mentiras que lançou contra Aécio em 2014. Num discurso espantosamente irresponsável, a ainda presidente também diz que o Brasil está em crise por culpa da... oposição!

Parte 1

O pronunciamento da presidente Dilma Rousseff, que acabou restrito às redes sociais depois que ela desistiu da cadeia nacional de rádio e televisão, dá conta da loucura que tomou conta do Planalto. Como é que esta senhora pensa governar depois caso sobreviva?

A petista repisou a ladainha mentirosa de que está em curso um golpe no Brasil e conclamou os seus seguidores à resistência.

Uma governante que chama um processo de impeachment regulamentado pelo Supremo de golpismo diz bem a responsabilidade que tem. Mas isso, acreditem, nem foi o pior. Ela repetiu o discurso do estelionato que à levou à reeleição e lançou, agora contra Michel Temer, as mesmas acusações que fez contra o tucano Aécio Neves em 2014.

Afirmou a ainda presidente:
"Peço a todos os brasileiros que não se deixem enganar. Vejam quem está liderando esse processo e o que propõem para o futuro do Brasil. Os golpistas ja disseram que, se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira. Com que legitimidade? Querem revogar direitos e cortar programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. Ameaçam até a educação pública. Querem abrir mão da soberania nacional, mudar o regime de partilha e entregar os recursos do pré-sal às multinacionais estrangeiras. Antes de tudo, o que move os golpistas são os nossos acertos."

Como se vê, no discurso de Dilma, não houve crime de responsabilidade, e aqueles que se movimentam em favor do impeachment estão a serviço de interesses inconfessáveis. Na reta final, no desespero, Dilma retorna ao discurso terrorista da campanha eleitoral, quando atribuiu ao adversário intenções que, depois, acabaram fazendo parte do seu próprio rol de medidas.

Aquela que lidera o governo mais criminoso da nossa história se coloca como o esteio da dignidade política. Quem diria, não é? Enquanto ela gravava esse pronunciamento, o presidente "de facto" do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, distribuía cargos num quarto de hotel. Ele também gravou um vídeo em que, com a sem-cerimônia habitual, deixou claro que, se derrotado o impeachment, será ele próprio a garantia do governo. Isso, sim, é a mais pura expressão de um golpe.
Herculano
16/04/2016 08:38
A VOLTA DA ESTELIONATÁRIA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Em vídeo, Dilma lança contra Temer as mesmas mentiras que lançou contra Aécio em 2014. Num discurso espantosamente irresponsável, a ainda presidente também diz que o Brasil está em crise por culpa da... oposição!

Parte 2

Dilma foi adiante e atribuiu a seus adversários práticas que só típicas das milícias que a apoiam e que ela recebe em palácio. Afirmou:
"Para alcançar seus objetivos, estão dispostos a violentar a democracia e a rasgar a Constituições, espalhando a intolerância, o ódio e a violência entre nós".

As quatro grandes manifestações em favor do impeachment constituíram as quatro maiores da história do Brasil. Não se registrou, à diferença do que diz esta senhora em seu discurso irresponsável, um só ato de violência. Já os seus brucutus, ah, estes, sim, ameaçam, intimidam, atacam e prometem conduzir o país ao caos.
Em seu discurso, Dilma praticamente extingue os artigos 85 e 86 da Constituição. O primeiro trata dos crimes de responsabilidade - e entendo que ela foi muito além do atentado à Lei Fiscal -, e o segundo, do impeachment. Segundo a pensadora, a deposição de um presidente eleito é inaceitável e pronto. Por esse caminho, os petistas precisam começar a chamar de "golpe" o impeachment de Collor.

Esse é um discurso de guerra, não de paz. A fala injeta veneno na sociedade brasileira e se sustenta em mentiras óbvias. Se Dilma, para má sorte do país, sobrevive ao impeachment, tende, sim, a conduzir o país para a desordem. E não! O caos não será provocado por seus adversários, mas pela própria presidente e seus aliados.

Para arremate, Dilma encontrou os culpados pela situação calamitosa do país. Leiam:
"Os derrotados mergulharam o país num estado permanente de instabilidade política, impedindo a recuperação da economia, com um único objetivo: de tomar à força o que não conquistaram nas urnas".

Entenderam? Não houvesse oposição no Brasil, não haveria crise. Dilma superou Dilma na mentira, no estelionato eleitoral e na truculência retórica.

Ela, que não governa, quer ser agora a sacerdotisa do apocalipse. Mas não será.
Herculano
16/04/2016 08:29
DEMOCRACIA: O LADO CERTO DA HIST?"RIA, por Dilma Vana Rousseff, presidente, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Vivemos dias decisivos para a jovem democracia brasileira. Vivemos tempos que colocam em risco o direito do povo escolher, por eleição direta, quem deve governar o nosso país. São tempos em que a capacidade de diálogo, tolerância e respeito às diferenças políticas está sendo testada ao limite.

Vivemos sob a ameaça de um golpe de estado. Um golpe sem armas, mas que usa de artifícios ainda mais destrutivos como a fraude e a mentira, na tentativa de destituir um governo legitimamente eleito, substituindo-o por um governo sem voto e sem legitimidade.

Sou de uma geração que lutou muito pela democracia e, apesar de todas as dores e sacrifícios, inclusive a dor extrema da tortura e o sacrifício maior da vida, venceu.

Acredito no Brasil democrático e no povo brasileiro e tenho trabalhado muito para honrar os votos dos mais de 54 milhões de eleitores que me elegeram para governar o Brasil por quatro anos, até 31 de dezembro de 2018.

Neste momento, há um pedido de impeachment contra mim em julgamento no Congresso Nacional. Um pedido de impeachment aberto sem que eu tenha cometido crime de responsabilidade. Aliás, não cometi crime algum, de nenhum tipo.

Os que se pretendem meus algozes é que têm encontro marcado com a Justiça, mais cedo ou mais tarde. Para fugir dela, tentam derrubar um governo que criou leis contra a corrupção, deu transparência à administração pública e sempre apoiou a ação independente da Polícia Federal e do Ministério Público.

Tudo isso faz deste julgamento uma grande fraude. Na verdade, a maior fraude jurídica e política da história de nosso país. Destituir uma presidenta pelo impeachment, sem que ela tenha cometido crime de responsabilidade, é rasgar a Constituição brasileira. Trata-se de um golpe contra a República, contra a democracia e, sobretudo, contra os votos de todos os brasileiros que participaram do processo eleitoral.

Fazer oposição e criticar meu governo é parte da democracia. Mas derrubar uma presidenta legitimamente eleita, sem que tenha cometido qualquer crime, sem que seja sequer investigada em um processo, não faz parte da democracia.

É golpe!

Não temo investigação de qualquer natureza sobre minha conduta. Jamais me opus ou criei obstáculos a qualquer investigação, sobre quem quer que seja.

Não sou suspeita, não sou investigada, não sou ré, mas querem me derrubar por meio de um impeachment ilegal. Querem me submeter a uma das maiores injustiças que se pode cometer contra alguém: condenar um inocente.

Querem condenar uma inocente e salvam corruptos.

Peço a todas as brasileiras e a todos os brasileiros que não se iludam, nem se deixem enganar. Vejam quem está liderando este processo. Perguntem-se porque querem tanto me derrubar da Presidência e desrespeitar o voto do povo.

Será que estes que lideram o golpe permitirão que o combate à corrupção continue? Qual a sua legitimidade? O que querem dizer quando anunciam a necessidade de impor sacrifícios à população? O governo de salvação que prometem será para salvar o Brasil ou a eles mesmos?

Respeito os que se opõem a meu governo e gostariam de ver outra pessoa na Presidência. Sei que muitos pensam assim de boa-fé, porque ainda não perceberam quem são os conspiradores.

As pessoas que pensam e agem de boa fé, ao contrário dos líderes da fraude golpista, devem entender que não precisam gostar de mim para se opor ao golpe. Basta gostar da democracia. Basta respeitar o eleitor.

Nossa democracia não pode ser violentada. O voto de cada brasileiro e cada brasileira deve ser respeitado. O golpe deve ser impedido, para que o Brasil não retroceda na política, nos direitos, na inclusão.

Derrubar uma presidenta legitimamente eleita não é solução para enfrentar os momentos difíceis que vivemos na economia brasileira. Muito ao contrário: sem a legitimidade concedida pelo voto direto, nenhum governo é capaz de construir saídas democráticas para a crise. Com o golpe, a crise se aprofundaria e se prolongaria.
Herculano
16/04/2016 08:28
DEMOCRACIA: O LADO CERTO DA HIST?"RIA, por Dilma Vana Rousseff, presidente, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Faço questão de lembrar que, apesar de toda a crise, as nossas políticas sociais continuam em curso. Os jovens seguem tendo acesso ao ProUni, ao Fies e ao Pronatec. O Bolsa Família, o Mais Médicos, o Minha Casa, Minha Vida continuam íntegros e mudando a vida do povo brasileiro. Jamais rompemos ou romperemos com os compromissos por um Brasil justo e inclusivo, de todos os brasileiros e brasileiras. Sabemos que estabilizar a economia e o nível de emprego é tarefa urgente e fundamental, que enfrentaremos com ainda mais vigor, assim que superarmos a crise política.

A inflação felizmente já começou a diminuir. Os consumidores já perceberam isso em seu dia a dia, na conta de luz e no preço dos alimentos. Esta é uma boa notícia porque interrompe a perda de poder de compra das famílias e abre espaço para a redução da taxa de juros.

Estamos vendendo mais produtos para o resto do mundo e, com isso, o superávit em nossa balança comercial é crescente. Nossas reservas internacionais são elevadas e, ao contrário do que tentam mostrar na imprensa, o investimento estrangeiro direto continua vindo para o Brasil.

Os fundamentos da economia são hoje muito melhores do que no tempo em que mandavam no Brasil os líderes do golpe e o FMI. Muitas de nossas dificuldades hoje são obra do golpismo e da aposta política no "quanto pior melhor", que instabiliza o país desde a eleição.

Acabamos de firmar um acordo com os governadores para alongar o prazo das dívidas estaduais, garantindo um alívio às contas dos Estados neste momento de dificuldades. Isto é muito importante, pois diminuirá os riscos de atrasos de pagamentos do funcionalismo, permitirá a continuidade de serviços fundamentais para a população e até mesmo a retomada ou aceleração de obras.

Enviei ao Congresso uma proposta para ampliar os recursos disponíveis para gastos fundamentais, em especial na área de saúde e educação, e para dar sequência a obras que estão em andamento e a investimentos na área de defesa, fundamentais para nosso futuro. Esta proposta e a renegociação da dívida dos governos estaduais terão, juntas, impacto suficiente para gerar 1 ponto percentual de crescimento no PIB do país.

Tudo isso já está em curso. Sei que precisamos fazer muito mais e, vencida esta batalha contra o golpe, proponho a construção de um pacto nacional.

Proponho um pacto que envolva todos os segmentos da sociedade ?"todos, sem exceção?" para construirmos novas propostas para a retomada do desenvolvimento do Brasil. Propostas que devem ter como premissas a continuidade dos programas sociais e o respeito aos direitos de todos os cidadãos.

O futuro do Brasil está na inclusão social que dinamiza a economia e aprofunda a democracia. Entre as propostas de futuro, faço questão de destacar a necessária e inadiável reforma política, para aumentar a representatividade de nosso sistema, cortar a raiz da corrupção política e democratizar e tornar mais transparente a atividade política.

Faço um apelo aos brasileiros que estarão nas ruas, mobilizados, nos próximos dias, até que o golpe de estado seja derrotado. Acompanhem os acontecimentos com atenção e, sobretudo, com calma e em paz. Peço calma e paz a todos ?"aos que são contra mim e aos que estão comigo e contra o golpe.

Peço aos deputados federais de todos os Estados e de todas as agremiações políticas, sem distinção ideológica que, no domingo, tomem posição clara em defesa da democracia e da legalidade.

Desejo que suas consciências os aconselhem a votar contra o golpe, contra a interrupção de um mandato conferido pelo povo e contra os enormes riscos que a derrubada de um governo legítimo pode causar. Presto homenagem aos parlamentares de todos os partidos que estão contra o golpe. Chamo à reflexão aqueles que ainda relutam em cerrar fileiras contra o impeachment.

A história, que fará nosso julgamento definitivo, vai honrar a biografia de vocês, tanto quanto vocês estarão honrando seu país ao votar contra um impeachment ilegal. Quem defende a democracia nunca se arrepende.

A democracia é sempre o lado certo da história.
Herculano
16/04/2016 08:23
JORNAL ADMITE ERRO EM CASO DO IMPOSTO DE JOAQUIM BARBOSA

O jornal "Miami Herald" retificou uma reportagem publicada no último dia 3 que afirmava que o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa havia deixado de pagar um imposto de um imóvel comprado nos Estados Unidos.

Em reportagem publicada na terça-feira (12), o jornal americano afirma que o cartório de Miami, onde se localiza o apartamento de Barbosa, errou ao deixar de registrar o valor do imposto na época da transação.

A responsável pelo órgão, Silene Souza, reconheceu o problema, disse que pagou a taxa novamente neste ano por precaução e que está verificando o que aconteceu.

A informação original errada, publicada também pelo UOL e reproduzida pela Folha, tinha sido divulgada na ocasião em que foram revelados os documentos conhecidos como Panamá Papers, que mostram a criação de empresas offshores pelo escritório Mossack Fonseca.

A reportagem do "Miami Herald" afirmava que não havia comprovação de pagamento no sistema do Registro Público de Miami de taxa de cerca de US$ 2.000 decorrente da compra de um apartamento de US$ 335 mil na Flórida.

A advogada que representa Barbosa em Miami, Diane Nobile, disse que o ex-ministro não tem nenhuma responsabilidade sobre o caso. Barbosa sempre negou que estivesse devendo impostos e afirmou que nunca houve notificação de cobrança
Herculano
16/04/2016 08:16
AS TRÊS FASES DE LULA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Lula informa que, consumado o impeachment, "não sairá das ruas", comandando uma campanha por "Diretas Já!". Desde a inauguração do segundo mandato de Dilma, essa será a terceira fase de Lula. Tanto quanto nas duas anteriores, suas finalidades reais ocultam-se sob as motivações proclamadas.

A primeira fase, que se estendeu ao longo do ano passado, foi a da ruptura informal com o governo. Dilma 1 ?"de fato, o terceiro mandato de Lula?" consagrou a "matriz econômica" do PT, destruindo o equilíbrio fiscal e as finanças da Petrobras e da Eletrobras. Dilma 2 tinha que consertar o estrago ?"ou rumar em linha reta para um "abismo argentino". O giro ortodoxo, expresso pela nomeação de Joaquim Levy, contou com o respaldo de Lula, que não divergia sobre política, mas apenas sobre nomes, preferindo Henrique Meirelles. Contudo, a ruptura nasceu ali: o capo di tutti capi seguia o impulso de se preservar das consequências do estelionato eleitoral e da política de ajuste das contas públicas.

Na saída "pela esquerda", Lula restaurou seu controle sobre a área de influência de sindicatos e "movimentos sociais", extinguindo a chama de uma oposição de esquerda ao lulopetismo. À luz do dia, o capo fustigou a casamata da Fazenda, até a queda de Levy. Na calada da noite, orientou a rebelião da bancada petista contra as medidas do ajuste fiscal. A hipótese do impedimento de Dilma foi inscrita na equação lulista como uma solução positiva da crise ?"desde que pudesse ser narrada como um "golpe das elites" contra o "governo popular". No fim das contas, um impeachment amparado na justificativa arcana das pedaladas fiscais transferiria para o novo governo o fardo da limpeza das estrebarias econômicas legadas por Dilma 1.

A segunda fase, que chega ao epílogo, é a da ruptura da ruptura. Do ponto de vista de Lula, o impeachment converteu-se de solução positiva em perspectiva assustadora desde que a Lava Jato avançou sobre o cipoal de suas nebulosas relações com as empreiteiras e o BNDES. A brusca correção de rota obedeceu ao impulso de buscar no Planalto um escudo de proteção contra as investigações judiciais. Sem abdicar do ataque aos andrajos da política de ajuste fiscal, o capo reatou com Dilma, tramando sua elevação ao posto de ministro plenipotenciário do governo agonizante.

Nessa fase, a fábula do "golpe" tornou-se a ferramenta vital para a subordinação das correntes de esquerda recalcitrantes à liderança lulista. A operação ilusionista alcançou o sucesso possível, disciplinando o PSOL e o MTST, que aceitaram perfilar-se ao lado do declinante "exército de Stédile". Lula dificilmente triunfará na batalha do impeachment, mas recuperou uma hegemonia ameaçada: a melancólica esquerda brasileira reunificou-se em torno do lobista das empreiteiras.

A terceira fase inicia-se amanhã e ganha tração na hora da posse de Temer. De volta à oposição, liberto da necessidade de encenar um engajamento com a governabilidade, Lula extrairá as implicações da narrativa do "golpe", clamando pela derrubada do "governo ilegítimo". À frente do cortejo das esquerdas, empunhará a bandeira das "Diretas Já!", tomando cuidado para que sua exigência não seja vitoriosa. O capo não deseja, realmente, submeter-se ao tribunal das urnas antes de colher os frutos do desgaste de um governo de "salvação nacional" enredado na dupla teia do desastre econômico e das investigações da Lava Jato.

A razão política de Lula é ditada pelo imperativo categórico do interesse pessoal. Na primeira fase, cortejou veladamente a hipótese de um impeachment carente de fundamento político sólido. Na segunda, combate um impeachment indispensável para preservar a autonomia do sistema de justiça. Na terceira, simulará reivindicar eleições imediatas. A democracia triunfará se o TSE entregar o que, de fato, ele não quer.
Herculano
16/04/2016 08:06
RADICAIS DE CENTRO, por André Singer, ex-assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,PT, no jornal Folha de S. Paulo

Qualquer que seja o resultado na Câmara amanhã, é patente que o país está outra vez dividido, como em 1964. Ficaram para trás os detalhes, confusões, equívocos, tropeços e trapalhadas dos últimos 15 meses. Os polos voltam a se confrontar. Mas quem radicalizou?

Desde que a presidente Dilma Rousseff tomou a trágica decisão de adotar o programa do adversário, serrando o galho no qual estava sentada, logo após a reeleição em 2014, abriu-se período de inversões. O Executivo de centro-esquerda cortava o seguro-desemprego. Os neoliberais do PSDB votavam contra o fator previdenciário. Contudo, por forças de certas circunstâncias, o ciclo lulista de conciliação acabou, a luta de classes retornou ao centro do cenário e os atores reocupam os lugares originais.

Na contagem prévia dos sufrágios parlamentares, vê-se que o único apoio sólido que restou a Dilma está à esquerda do centro. PT, PC do B, PDT e o PSOL formam o núcleo duro dilmista. Com exceção de um ou outro partido, os demais se encontram na articulação do impeachment. A surpresa está em que coube ao pivô do centro, o PMDB, dividir as águas.

A decisão chave foi tomada pelo presidente da Câmara em dezembro passado, ao considerar aceitável pedido de impedimento frágil e insuficiente. No entanto, a ousadia do questionável Eduardo Cunha (PMDB-RJ), sempre considerado ponto fora da curva no mundo peemedebista, teria ido para o lixo histórico caso outros três fatores não tivessem se acoplado. Dentre eles, o propriamente político foi a traição de Temer.

Primeiro ocorreu a inflexão da Lava Jato. Sergio Moro, face visível de sistema pouco transparente de decisões, escolheu abandonar o papel neutro de juiz para intervir no jogo partidário ao autorizar a condução coercitiva de Lula e, depois, divulgar gravação entre ele e a atual mandatária. Tornou suspeito o esforço anticorrupção realizado desde 2014, colocando-se na ponta de operação para criminalizar o PT.

O segundo fator foi a extraordinária amplitude que a televisão deu às acusações antipetistas. A partir daí, as pífias manifestações a favor do impeachment em dezembro de 2015 converteram-se nas enormes manifestações de massa de março de 2016. Nada, contudo, teria se efetivado caso o PMDB, comandado pelo vice-presidente da República, tivesse cumprido a missão conciliadora que afirma perseguir.

Em lugar de isolar Cunha e promover o acordo que Lula sempre buscou, Temer levou o seu partido à liderança do golpe constitucional que tenta afastar a alternativa popular não só do governo como da luta pelo poder. Desta vez, diferentemente de 1964, não há um Brizola, à esquerda, que se possa acusar de ter posto fogo no circo. Os centristas o fizeram.
Herculano
16/04/2016 08:00
O BOMBEIRO E A INCENDIÁRIA, por Ricardo Noblat, de O Globo

De manhã, em vídeo divulgado nas redes sociais, Lula foi conciliador:

- Derrotado o impeachment, já na segunda-feira, independentemente de cargos, estarei empenhado, junto com a presidenta Dilma, para que o Brasil tenha um novo modo de governar. Nessa próxima etapa, vou usar minha experiência de ex-presidente para ajudar na reconstrução do diálogo e unir o país.

À noite, em vídeo também divulgado nas redes sociais, Dilma tocou fogo. Fez afirmações do tipo:- [Os defensores do impeachment] podem justificar a si mesmos, mas nunca poderão olhar nos olhos da Nação, porque a palavra golpe estará para sempre gravada na testa dos traidores da democracia.

- Os golpistas querem revogar direitos e cortar programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. A ameaçam até a educação pública e querem abrir mão da soberania nacional, mudar o regime de partilha e entregar os recursos do pré-sal às multinacionais.

- A denúncia contra mim em análise no Congresso Nacional não passa de uma fraude. A maior fraude jurídica e política da história de nosso país. [Ela] poderá mergulhar o Brasil em um doloroso processo de instabilidade e insegurança.

Lula falou para os deputados que se declaram indecisos ou não querem antecipar o seu voto. Mas falou também para aqueles que defendem o impeachment sem maior convicção.

Dilma, não. Falou para os militantes do PT e de partidos de esquerda, principalmente os que acreditam em golpe e prometem oposição cerrada a um eventual governo Temer. Esses não votam.

Esta manhã, por sinal, Dilma visitará o acampamento montado pelo Movimento dos Sem-Terra para abrigar os que foram a Brasília protestar contra o impeachment. Ela foi desaconselhada a ir. Porém...

Não se sabe se deu trela a auxiliares que recomendaram ser mais prudente. Dilma só faz o que quer, e nem tudo, por exemplo, o que Lula lhe sugere. Lula estava certo em falar o que falou. Dilma?

De saída, com o discurso que não fez na televisão por medo de ser processada, ela trombou com os defensores do impeachment, chamados de golpistas e de aventureiros. Não ganhou um voto. Pode ter perdido.

O discurso do medo, na mesma linha do discurso com o qual se reelegeu em 2014, foi na contramão do que ela dissera, anteontem, ao pregar a união do país e acenar com "o diálogo nacional".

União nacional só é possível se adversários forem incluídos - ou não será união, muito menos nacional. A fala raivosa de Dilma pareceu mais com a fala de quem se sente derrotado de véspera.
Herculano
16/04/2016 07:55
FIM DE CASO, por Igor Gielow, para o jornal Folha de S. Paulo

É improvável, mas Dilma Rousseff pode até sobreviver ao voto deste domingo (17) na Câmara. Ninguém, contudo, crê na subsistência de seu ex-governo.

Lula anunciou que assumiria na prática em caso de vitória, enquanto a presidente fugia de um estapafúrdio pronunciamento de TV e bolava a próxima judicialização do inevitável. Na prática, já vivemos o pós-Dilma.

Há muita gente com boas intenções que denega as pedaladas como motivo de impedimento. Fosse o processo de degola um juízo penal, a dosimetria da pena talvez não entregasse a cabeça da soberana; as mãos bastariam, digamos.

Mas impeachment é julgamento político embasado por uma lei segundo a qual quase qualquer coisa é motivo de deposição; essas são as regras hoje. Dilma só chegou onde está por encabeçar um governo nulo e uma recessão. Fim de caso.

Outro ponto dos adversários do impeachment é o ético. Argumenta-se que Eduardo Cunha é o anticristo, que as hienas famintas do PMDB e dos PPs da vida irão refestelar-se e que a Lava Jato morrerá.

O mérito sobre os atores está correto, isso é óbvio. Mas era diferente com o PT e esses mesmíssimos aliados? Mensalão e petrolão, sofisticações agigantadas de esquemas atávicos de corrupção, são invenções exógenas? A lógica do "todos são iguais" legitima Dilma na cadeira?

Mais: a Lava Jato já está sob ameaça, e pelo governo, mas sobrevive e trabalha numa rodada fatal de delações. É um trem sem freios que Temer não teria como parar, se quisesse, isso se não acabar atropelado por ele.

Se assumir, o vice terá de usar a janela que ele mesmo citou, de três ou quatro meses, para viabilizar-se. Como isso implica melhoria de expectativas econômicas, ajuste, manutenção de apoio entre carniceiros, acenos ao social, liberdade para a Lava Jato e suportar Lula e o PT, falamos de um cenário quase intangível.

Ruim, sim. A alternativa é melhor?
Herculano
16/04/2016 05:35
POIS É. ATÉ A FAMÍLIA STÉDLIE ESTÁ DIVIDIDA E O QUE TEM VOTO NO DOMINGO, É A FAVOR DO IMPEACHMENT

Conteúdo de Veja. O deputado José Stédlie (PSB-RS), irmão do presidente do MST, João Stédile, reafirmou em discurso na Câmara seu voto... pelo impeachment de Dilma Rousseff.

Enquanto o "exército" de seu irmão engrossa o coro propagado do Planalto contra o suposto "golpe" no processo de impedimento em curso no Congresso, José Stédile afirmou que "o PSB não vai assinar embaixo da roubalheira do país" e, embora não haja certeza de que a situação do país vai melhorar com Temer na presidência, "com Dilma tenho certeza que piora".

O Stédile pró-impeachment ainda arrematou sua explanação argumentando que "quase destruíram o setor elétrico, quase destruíram a Petrobras. Só temos uma resposta a dar, que é o impeachment da presidente"
Herculano
16/04/2016 05:27
OPOSIÇÃO TEME TENTATIVA DE GOLPE USANDO O STF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais do Brasil

Líderes de oposição estão apreensivos com manobras do governo, com ajuda do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, para "melar" a votação do impeachment. "Esse governo é capaz de tudo", advertiu um senador, procurando confirmar se Lewandowski estaria em Brasília domingo. "Se ele estiver na cidade, é mau sinal", disse. Teme uma liminar-surpresa impedindo a votação.

SIMPATIA
O temor da oposição decorre das relações de amizade e simpatia que unem o ministro Lewandowski e o ex-presidente Lula, que o nomeou.

PRESENÇA NA CAPITAL
Fora de Brasília no domingo, Lewandowski, não poderá decidir nada oficialmente, e sim a vice-presidente do STF, ministra Cármen Lúcia.

VOTO VENCIDO
Nos julgamentos de quinta (14), Lewandowski poderia não votar, como presidente, mas fez questão de registrar voto favorável ao governo.

PODER SUPREMO
Lewandowski "plantou" pulga atrás da orelha da oposição ao dizer, no final do julgamento, que caberia recurso do impeachment ao STF.

DILMA QUERIA COMÍCIO NO PLANALTO COM CUBANOS
Assessores mais próximos desconfiavam que presidente Dilma anda fora da casinha, mas esta semana tiveram a certeza. Só a muito custo eles conseguiram fazê-la desistir da ideia de jerico de encher o Palácio do Planalto de cubanos, nesta sexta-feira (15), em mais um "comício", tipo provocação, para vociferar contra o "golpe" blablablá. Exigia a solidariedade pública do pessoal do programa "Mais Médicos".

CLAQUE PROFISSIONAL
O Ministério da Saúde recebeu ordens para arrumar 500 pessoas, a maioria cubanos, para o "comício" pretendido por Dilma no Planalto.

ESQUEÇA, MADAME
Dilma desistiu da "manifestação espontânea" do Mais Médicos ao ser informada não ser possível "laçar" tanta gente em poucas horas.

MAIS DO MESMO
Comício do "Mais Médicos", no Planalto, não surpreenderia cubanos, habituados a eventos bajuladores da ditadura dos irmãos Castro.

RISCO REDUZIDO
Foi a própria Dilma quem insistiu no evento com os "mortadelas" do MST, na manhã deste sábado. Toda aquela gente é paga para formar a claque, ela não corre riscos, mas sua segurança a desaconselhou.

VAI QUE É TUA, GALINHA
O deputado Abel Galinha (DEM-RR), também conhecido por Abel Mesquita Jr., será o primeiro a declarar o voto, neste domingo, na Câmara. Será o primeiro voto pelo impeachment de Dilma.

MORTADELAS CUSTAM CARO
Três dias depois de ganhar mais um patrocínio de R$ 30 milhões da Caixa, o Corinthians mobilizou um grupo de torcedores para protestar contra o impeachment de Dilma. Os mais caros "mortadelas" do País.

DILMA EM CATATONIA
O governo Dilma está em estado de catatonia. Sem nomear ministros interinos importantes como da Saúde, deixou os órgãos acéfalos, com secretários-executivos sem autorização de assinar coisa alguma.

TRETA TUCANA
As facções tucanas que apoiam os presidenciáveis Geraldo Alckmin e Aécio Neves não veem com bons olhos o nome de José Serra em eventual governo Temer. Temem que Serra ganhe competitividade.

INTENSAS NEGOCIAÇÕES
O ex-presidente Lula passou toda a sexta-feira negociando cargos e apoio para tentar salvar Dilma. Até ficou rouco. O movimento no seu hotel só perdia para o movimento na casa do vice Michel Temer.

ABRINDO AS BURRAS
Dilma deve anunciar nesta segunda-feira (18) novas medidas econômicas com ares de "pacotão do acordão". Na lista, mais facilidades no BNDES. Não quer nem saber o tamanho da conta.

BELGAS EX?"TICOS
A ministra belga dos Transportes se demitiu nesta sexta (15) por ter sido colocada sob suspeita de mentir. No Brasil, se a moda pega, certamente não sobrariam muitos no governo e no parlamento.

PENSANDO BEM...
...Dilma pode ser a primeira presidente triatleta: corre, pedala e... nada.
Herculano
16/04/2016 05:21
SITE FARÁ "RECLAMAÇO" CONTRA ANATEL POR LIMITE DE INTERNET, por Natalia Viri, de Veja
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O site ReclameAQUI promoverá um "reclamaço" contra a Anatel no dia 27 para que os consumidores possam enviar suas queixas em relação o limite de franquia dos planos de Internet que passará a vigorar a partir do próximo ano.

As reclamações enviadas nesse dia serão diretamente encaminhadas para avaliação do órgão regulador, que hoje concentra 9,3 mil reclamações no site, envolvendo os mais diversos assuntos. Relativamente à banda larga fixa, as queixas ainda são poucas, apenas 740.

Pela regra anterior, o consumidor pagava um valor fixo por mês, e podia navegar à vontade com uma velocidade pré-determinada. Agora, a proposta das operadoras é estabelecer um limite para isso.
Herculano
16/04/2016 05:15
DILMA VATICINOU EM 2014: "SEM APOIO É IMPOSSÍVEL ASSEGURAR GOVERNO ESTÁVEL", por Josias de Souza

"Sem apoio no Congresso Nacional não é possível assegurar um governo estável, um governo sem crises institucionais." Pronunciada por Dilma Rousseff em setembro de 2014, essa frase compôs a artilharia da então candidata à reeleição contra a oponente Marina Silva.

Num debate eleitoral, Dilma insinuou que a "nova política" de que falava Marina conduziria o país ao desastre. O comentário foi reproduzido na propaganda da campanha petista. Nela, um locutor declarou: "Duas vezes na nossa história o Brasil elegeu salvadores da pátria, chefes do governo do eu sozinho. E a gente sabe como isso acabou."

Ao fundo, aparecem notícias de jornal sobre a renúncia de Jânio Quadros e o impeachment de Fernando Collor. Quando comparou Marina a tais personagens, Dilma era apoiada por um conglomerado composto de 14 partidos.

Uma superestrutura em que cabia de tudo - de Paulo Maluf ao próprio Collor. O tempo passou. E o feitiço virou-se contra a feiticeira.

Dilma experimenta agora uma modalidade de solidão, que é a companhia do PT e do PCdoB. Abandonaram-na: PMDB, PP, PR, PSD, PTB? Neste domingo, a presidente irá à sorte dos votos no plenário da Câmara com receio de não dispor das 172 presenças, ausências ou abstenções de que necessita para evitar que seus antagonistas alcancem o número mínimo de votos para abrir o processo de impeachment: 342.

Eis o que dizia a campanha de Dilma em 2014. "A base de apoio de Marina Silva tem, hoje, 33 deputados. Sabe de quantos ela precisaria para aprovar um simples projeto de lei? No mínimo 129. E uma emenda constitucional? 308. Como é que você acha que ela vai conseguir esse apoio sem fazer acordos? E será que ela quer? Será que ela tem jeito para negociar?"

Dilma era apresentada como personagem jeitosíssima: "?Reúne tudo o que um governante precisa: tem conhecimento dos problemas, sabe como construir as soluções, e tem força política para realizar os seus projetos porque numa democracia ninguém governa sem partidos, ninguém governa sozinho."

Considerando-se tais critérios, Dilma seria hoje uma presidente inviável. Mesmo que sobrevivesse ao impeachment por um placar mixuruca, não disporia de uma base congressual para "assegurar um governo estável, um governo sem crises institucionais.'' E a Lava Jato impediria o PT de providenciar um novo mensalão ou um novo petrolão para comprar apoiadores.
Mardição
15/04/2016 21:25
Dizem que o pronunciamento da presidente foi cancelado por causa do panelaço.
Mentira. Foi cancelado porque ela se confundia ao dizer a palavra impeachment e queria dizer golpe.

"Mas presidenta! Golpe só faz com que fiquem cada vez mais contra a senhora".

"Então não falo. Quero fala golpe, não sei fala expixmão".

"Então presidenta, vamos por nas redes sociais. Lá vão rir da senhora mas não vão fazer panelaço porque nem todos vão querer ver".
Herculano
15/04/2016 20:03
da série: o PSD só sai da teta depois de espreme-la até a última gota e depois da votação do impeachment

GILBERTO KASSAB ACERTA SAÍDA DO GOVERNO NA SEGUNDA-FEIRA AP?"S VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT, por Fernando Rodrigues.

Ministro das Cidades não conseguiu votos para ajudar Dilma.

PSD tem 38 deputados e 31 devem votar pelo impeachment.

Dilma já foi informada e carta deve ser entregue até domingo.

Aumenta a debandada de aliados de Dilma Rousseff.

O ministro das Cidades e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, sairá do governo na 2ª feria (18.abr.2016). A decisão já foi tomada e a presidente Dilma Rousseff foi informada pelo próprio Kassab.

A carta formalizando a demissão pode ser entregue ainda hoje (6ª). Mas o mais provável é que o documento seja protocolado amanhã ou domingo (17.abr.2016).

Kassab nunca conseguiu entregar os votos de seu partido de maneira robusta para o Planalto. Nas últimas duas semanas, houve uma tentativa de associação entre PSD, PR e PP, que juntos têm cerca de 120 deputados. Essas 3 siglas seriam o esteio de Dilma para barrar o impeachment.

Deu tudo errado. Primeiro, porque não houve acordo com as bancadas dessas 3 legendas médias a respeito de cargos que poderiam ser oferecidos. Segundo, porque a pressão política geral a favor do impeachment produziu um movimento de manada e a maioria dos congressistas aderiu à oposição.

Kassab começou pensando em oferecer de 13 a 16 votos contra o impedimento da presidente. Nesta semana, a bancada decidiu majoritariamente se posicionar a favor do impeachment.

Nos cálculos internos do PSD, haverá 38 deputados federais da legenda aptos a votar no domingo (nessa data, várias legendas estão convocando deputados licenciados para reforçarem suas bancadas). Desses, de 30 a 31 devem votar contra Dilma Rousseff.

A conversa de Kassab com a presidente sempre foi franca. Ele disse à petista que não teria como permanecer no cargo após a votação do impeachment.
Sidnei Luis Reinert
15/04/2016 19:16
Novo aplicativo será lançado dia 18 próximo, o lista negra.

Idéia de gênio, para azucrinar os comunistas que estão a favor da SAPA COM CARA DE SATANÁS E DO CACHACEIRO 9 DEDOS 171-13.

Fica o convite para baixarem o aplicativo no seu telefone celular, não esquecendo de Décio Lima que não nos representa daqui.
Herculano
15/04/2016 19:15
da série: ninguém serve entre os podres, a não seja que seja o PT, PCdoB, PDT...

O GOVERNO TEMER NÃO EXISTIRÁ, por Vladimir Saflate, professor de sociologia da USP, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

A partir de segunda-feira (18), o Brasil não terá mais governo. Na democracia, o que diferencia um governo do mero exercício da força é o respeito a uma espécie de pacto tácito no qual setores antagônicos da população aceitam encaminhar seus antagonismos e dissensos para uma esfera política. Esta esfera política compromete todos, entre outras coisas, a aceitar o fato mínimo de que governos eleitos em eleições livres não serão derrubados por nada parecido a golpes de Estado.

É claro que há vários que dirão que o impeachment atual não é golpe, já que é saída constitucional. Nada mais previsível que golpe não ser chamado de golpe em um país no qual ditadura não é chamada de ditadura e violência não é chamada de violência. No entanto, um impeachment sem crime, até segunda ordem, não está na Constituição. Um impeachment no qual o "crime" imputado à presidenta é uma prática corrente de manobra fiscal feita por todos os governantes sem maiores consequências, sejam presidentes ou governadores, é golpe. Um impeachment cujo processo é comandado por um réu que toda a população entende ser um "delinquente" (como disse o procurador-geral da República) lutando para sobreviver à sua própria cassação é golpe. Um impeachment tramado por um vice-presidente que cometeu as mesmas práticas que levaram ao afastamento da presidenta não é apenas golpe, mas golpe tosco e primário.

Temer agora quer se apresentar como líder de um governo de "salvação nacional". Ele deveria começar por responder quem irá salvar o povo brasileiro dos seus "salvadores". Seu partido, uma verdadeira associação de oligarquias locais corruptas, é o maior responsável pela miséria política da Nova República, envolvendo-se até o pescoço nos piores casos de corrupção destes últimos anos, obrigando o país a paralisar todo avanço institucional que pudesse representar riscos aos seus interesses locais. Partido formado por "salvadores" do porte de Eduardo Cunha, Renan Calheiros, José Sarney, Sérgio Cabral e, principalmente, o próprio Temer. Pois nunca na história da República brasileira houve um vice-presidente que conspirasse de maneira tão aberta e cínica para derrubar o próprio presidente que o elegeu. Em qualquer país do mundo, um político que tivesse "vazado" o discurso no qual evidencia seu papel de chefe de conspiração seria execrado publicamente como uma figura acostumada à lógica das sombras. No Brasil de canais de televisão de longo histórico golpista, ele é elevado à condição de grande enxadrista do poder.

da série: ninguém serve entre os podres, a não seja que seja o PT, PCdoB, PDT...
Herculano
15/04/2016 19:14
O GOVERNO TEMER NÃO EXISTIRÁ, por Vladimir Saflate, professor de sociologia da USP, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Mas não havia outra chance para tal associação de oligarcas conspiradores. Afinal, eles sabem muito bem que nunca chegariam ao poder pela via das eleições. Esta Folha publicou pesquisas no último domingo que demonstravam como, se a eleição fosse hoje, Lula, apesar de tudo o que ocorreu nos últimos meses, estaria à frente em vários cenários, Marina em outros. O eixo central da oposição golpista, a saber, o PSDB, não estaria sequer no segundo turno. Temer, que deveria também ser objeto de impeachment para 58% da população, oscilaria entre fantásticos 1% e 2%. Estes senhores, que serão encaminhados ao poder a partir de segunda-feira, têm medo de eleições pois perderam todas desde o início do século. Há de se perguntar, caso fiquem no poder, o que farão quando perceberem que poderão perder também as eleições de 2018.

Os que querem comandar o país a partir de segunda-feira aproveitam-se do fato de o país estar em uma divisão sem volta. Eles governarão jogando uma parte da população contra a outra para que todos esqueçamos que, na verdade, são eles a própria casta política corrompida contra a qual todos lutamos. Diante da crise de um governo Dilma moribundo, outras saídas, como eleições gerais, eram possíveis. Elas poderiam reconstituir um pacto mínimo de encaminhamento de antagonismos. Mas apelar ao poder instituinte não passa pela cabeça de quem sempre sonhou em alcançar o poder por usurpação.

Diante da nova realidade que se anuncia, só resta insistir que simplesmente não há mais pacto no interior da sociedade brasileira e que nada nos obriga à submissão a um governo ilegítimo. Nosso caminho é a insubmissão a este falso governo, até que ele caia. Este governo deve cair e todos os que realmente se indignam com a corrupção e o desmando devem lutar sem trégua, a partir de segunda-feira, para que o governo caia e para que o poder volte às mãos da população brasileira. Àqueles que estranham que um professor de universidade pública pregue a insubmissão, que fiquem com as palavras de Condorcet: "A verdadeira educação faz cidadãos indóceis e difíceis de governar". Chega de farsa.
Herculano
15/04/2016 19:12
PELO MENOS UMA VEZ OS DONOS DO BRASIL PERCEBERAM QUE ESTAVAM DANDO MAIS UM TIRO NO PROPRIO PÉ. POR ORIENTAÇÃO DA AGU, DILMA CANCELA PRONUNCIAMENTO SOBRE IMPEACHMENT

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Márcio Falcão, Gustavo Uribe, Valdo Cruz e Marina Dias, da sucursal de Brasília.A presidente Dilma Rousseff cancelou o pronunciamento que faria em cadeia nacional de rádio e televisão para pedir apoio contra o impeachment de seu mandato.

Dilma decidiu seguir orientação do advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que, após assistir ao vídeo, avaliou que a fala poderia ter problemas jurídicos, já que o conteúdo do discurso é eminentemente político para um espaço dedicado a discursos institucionais.

Além disso, alguns auxiliares da presidente acreditavam que um discurso desse tipo às vésperas da votação no plenário da Câmara, marcada para domingo (17), poderia surtir efeito ruim para o governo.

A ideia do Palácio do Planalto é compartilhar o conteúdo nesta sexta-feira (15) ou no sábado (16) nas redes sociais.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República avalia uma veiculação neste sábado (16) ou somente nas redes sociais, como era a ideia inicial do governo. Mas isso só seria possível com ajustes no texto.

A oposição chegou a entrar com uma ação na Justiça Federal de Brasília para barrar o pronunciamento, alegando que não há justificativa para a medida que seria para uso pessoal.

Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma Rousseff pretendia afirmar que os defensores do impeachment podem até ter suas justificativas, mas que a história os deixará com a "marca do golpe".

O discurso chegou a ser gravado na manhã desta sexta-feira (15), no Palácio da Alvorada, a petista ressaltava no vídeo ainda que não pesa nenhuma denúncia de corrupção contra ela e que o impeachment pode representar um perigo para a democracia brasileira.

Ela pede ainda à sociedade brasileira que converse com os deputados federais de seus Estados para que eles "fiquem ao lado da democracia" e "respeitem a Constituição Federal". Segundo ela, há um "golpe em curso no país" e é preciso lutar pela democracia.

A ideia inicial era que ela gravasse uma mensagem para ser veiculada nas redes sociais, mas, diante do cenário adverso para o governo federal, que encontra dificuldades para barrar o impeachment no domingo (17), ficou definido que era melhor o pronunciamento oficial.

A proposta de ir para a televisão foi construída junto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, por sua vez, gravou também uma mensagem com o discurso alinhado ao de Dilma. A fala do petista foi veiculada nas redes sociais.

Para se preparar para o pronunciamento, a presidente convocou a Brasília o cabeleireiro Celso Kamura, responsável pelo visual da petista.
Sidnei Luis Reinert
15/04/2016 18:55
Temer disse ao Estadão que fará uma faxina (estilo macri?)

No máximo, 20 ministérios.

Anúncios prováveis de:

- Armínio Fraga / Henrique Meirelles / Marcos Lisboa no minstério da Fazenda.

- Ilan Goldfajn no Banco central.

- Carlos Ayres Brito na Justiça.

- Ronaldo Caiado na Agricultura.

- Lula e Dilma na Cadeia?KKKKKKKKKK

FORO DE SÃO PAULO, CHUPA QUE É DE UVA!!
Paty Farias
15/04/2016 18:22
Oi, Herculano;

Do Blog do Políbio

"A presidente Dilma Roussef cancelou o pronunciamento que faria esta noite via rede de TV. Dilma teria recebido conselhos do ministro José Eduardo Cardozo para ficar fora do ar."

A Dilma vai deixar muitas panelas frustradas.
Violeiro de Codó
15/04/2016 18:14
Sr. Herculano:

Então quer dizer que enquanto a Andréia suava a camisa atrás de um solução para o nosso trânsito caótico, o Ciro andava aonde, além de estar dentro das calças?
Agora quer ser o pai da criança?
Na minha terra, alcançar algo sem direito, chama-se usurpar.

Ciro, o usurpador.
#pegabem
Herculano
15/04/2016 16:49
A FALTA DE VOTOS

"Se o presidente [Dilma Vana Rousseff, PT] precisa do STF para permanecer no cargo, não pode mais ser presidente." Em outro momento completou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo: "Parece-me que a reclamação é quanto à falta de votos. Bateram na porta errada. Não é o tribunal [STF] o espaço adequado para essa reclamação.
Herculano
15/04/2016 16:45
da série: o prostíbulo se desmancha

MARCELO ODEBRECHT COMEÇA A PRESTAR DEPOIMENTOS DA SUA DELAÇÃO PREMIADA. FORÇA-TAREFA DA OPERAÇÃO ESPERA INFORMAÇÕES SOBRE PAGAMENTOS DE PALESTRAS, DOAÇÕES E REFORMAS FEITAS EM BENEFÍCIO DE LULA

Conteúdo, Diário do Poder. Os depoimentos do empreiteiro Marcelo Odebrecht à força-tarefa da Operação Lava Jato começaram há cerca de duas semanas, em Curitiba. O dono da maior empreiteira do País, que leva seu sobrenome, pretende firmar com a Justiça um acordo de delação premiada para diminuir sua pena. A decisão do empreiteiro de firmar o acordo foi revelada em primeira mão, há um mês, pelo colunista Claudio Humberto, do Diário do Poder.

Para que o acordo seja homologado, Marcelo Odebrecht precisa confessar todos os crimes que tenha praticado e revelar fatos relevantes ainda desconhecidos pela Lava Jato. Os procuradores esperam detalhes sobre a corrupção em outras áreas do governo, além do cartel formado na Petrobras.

Outro ponto essencial para uma eventual homologação do acordo é que o empresário revele informações sobre pagamentos de palestras, doações e reformas feitas em benefício do ex-presidente Lula.

Segundo o jornal Estado de São Paulo, a força-tarefa questionou o empreiteiro sobre detalhes de um dossiê que, segundo a Polícia Federal, teria sido comprado pela defesa da Odebrecht, em outubro de 2014.

O documento tinha informações que visavam tirar a credibilidade dos policiais que participam das investigações da Lava Jato. Na ocasião, a defesa da empreiteira negou envolvimento na compra do dossiê.
Herculano
15/04/2016 15:57
da série: esta gente não sabe a razão pela qual tantos estão a favor do impeachment. O PT afundado na lama, ladroeira e incompetência, diz que se escapar do impeachment vai lutar pela reforma político eleitoral. Em que planeta estão?

UMA REFORMA EXCLUSIVA PARA A REFORMA POLÍTICA, por Miguel Rossetto, Ministro do Trabalho e Previdência Social

Derrotado o impeachment, temos que sustentar uma agenda de retomada do crescimento econômico e do desenvolvimento e de uma iniciativa vigorosa para mudarmos o sistema político brasileiro por meio de uma Assembleia Constituinte exclusiva para a Reforma Política, proposta esta que já foi apresentada pela presidenta Dilma Rousseff por ocasião das manifestações de junho de 2013.

A atual crise vivida pelo país mostrou, entre outras coisas, que a sociedade brasileira não suporta mais o atual padrão de representação política, com uma estrutura partidária estilhaçada, sem qualquer identidade programática e que desconstitui a relação entre representantes e representados. O ditado segundo a qual as crises abrem janelas de oportunidade é pertinente aqui para preenchermos o futuro com a ideia da radicalização da nossa democracia.

Trata-se de uma iniciativa democrática que responde ao anseio da sociedade por mais democracia. A agenda da Reforma Política tem que ser retomada com urgência para que os problemas expostos nos últimos meses não sejam varridos para debaixo do tapete e nada mude verdadeiramente. Daí a proposta de uma Constituinte Exclusiva para a Reforma Política, que seria eleita no pleito municipal deste ano, o primeiro da história recente do Brasil, que será realizado sem financiamento empresarial das campanhas. A Assembleia Constituinte seria instalada no primeiro semestre de 2017, com ampla participação da sociedade, e os mandatos eleitos seriam dedicados exclusivamente a ela, não podendo concorrer nas eleições gerais de 2018.

Além do fim do modelo de financiamento de empresas para partidos e candidatos e do estabelecimento de um limite para doações de pessoas físicas, devemos trabalhar pela reorganização dos partidos políticos com regras internas mais democráticas e transparentes, redução dos gastos nas campanhas eleitorais, adequação das penas e tipificação dos crimes de corrupção segundo os mais avançados padrões internacionais. Já conseguimos avançar no tema do financiamento que ataca frontalmente a promiscuidade entre empresas privadas e o setor público, que, na maioria dos casos, tem sua origem nas campanhas eleitorais. Mas é preciso avançar muito mais.

A crise só será superada com mais democracia e mais igualdade. Há uma energia na sociedade brasileira, que quer preservar o sentido de um programa de governo transformador, de mudanças democráticas e conquistas de direitos sociais. Após barrar o impeachment, um de nossos desafios centrais é fazer esse programa avançar, ampliando o diálogo com os movimentos sociais e o conjunto da sociedade. Passamos por um momento de dificuldade e vamos superá-lo. A qualidade do que a sociedade e a democracia brasileira produzirão ao longo dos próximos meses dependerá dessa busca por outro padrão de representação política e do avanço do programa de mudanças que tirou milhões de brasileiros e brasileiros da zona de esquecimento social nos últimos anos.
Herculano
15/04/2016 14:37
LIBERDADE, LIBERDADE

Dois parágrafos que definem a razão pela qual o impeachment é algo de sobrevivência e retrata o desastre da administração da petista Dilma Vana Rousseff, na avaliação e discurso do jurista Miguel Reale Júnior

"Nós vivemos um momento de grande aflição no país, estamos sequiosos [sedentos] de nos libertarmos desse turbilhão de mentira e corrupção. Queremos ressurgir para a saúde. Os senhores [deputados] são nossos libertadores. Confiamos em vossas excelências. Vossas excelências são os libertadores dessa prisão que vivemos, enojados da mentira, da corrupção da inverdade".

"Qual é o crime mais grave: o crime de um presidente que põe no seu bolso uma determinada quantia ou aquela presidente que, pela ganância do poder, não vê limites em destruir a economia brasileira? Destruir a economia através de gastos, desonerações inúteis, através da corrupção e do desvio de dinheiro, levando o país a esta situação que estamos vivendo. Furtar um pedaço de dinheiro é muito menos do que furtar a esperança e expectativa de futuro",
Herculano
15/04/2016 14:29
OPA! ENTÃO TEM MUITO PREFEITO SE COÇANDO

Segundo o discurso do jurista Miguel Reale Júnior, hoje na Câmara a favor do impeachment da presidente Dilma Vana Rousseff: 'Golpe é sonegar informação de que o país está quebrado'
Herculano
15/04/2016 14:15
PAIS E ALUNOS VÃO AS RUAS AMANHÃ POR MAIS SEGURANÇA DOS QUE ESTUDAM NO FREI GODOFREDO

A APP, Conselho Deliberativo, Grêmio Estudantil, Equipe Gestora, pais, alunos, professores, funcionários e comunidade em geral estarão realizando uma Caminhada de Manifestação pela "Segurança dos Alunos da EEB Frei Godofredo".

Esta caminhada acontecerá no dia 16 de abril, sábado, às 8horas. A saída será em frente a nossa escola, na Rua Manoel Bittencourt e terá o seguinte percurso: Rua João Silvino da Cunha, Av. Francisco Mastella até a entrada da Rua 7 de Setembro e então retornando para a escola.
Ana Amélia que não é Lemos
15/04/2016 14:13
Sr. Herculano:

Sobre o comentário de Sidnei Luis Reinert - às 13:04hs., li no O Antagonista:

"O partido Solidariedade vai ao Supremo nesta tarde protocolar uma ação para tentar impedir o discurso da presidente previsto para as 20h, em cadeia nacional".

Que pena! Queria que eLLa levasse como recordação o maior panelaço nunca visto antes na história do País. Isso me lembrou CoLLor que em cadeia nacional convocou para todos irem às ruas de verde-amarelo, foram todos de preto e o resultado todos sabemos.
Sujiro Fuji
15/04/2016 14:03
Não tem graça

"- Decidiu seu voto, deputado?, perguntou O Antagonista ao deputado Tiririca.

- Decidi, respondeu, chegando ao Congresso.

- Como vai ser?

- No microfone.

Ele riu sozinho."

A resposta do bobão me lembrou Ciro André Quintino, um cara sem graça!
Mariazinha Beata
15/04/2016 13:42
Seu Herculano;

Já entendi, Ciro André Quintino é da turna do atraso. Um amouco petista.
Bye, bye!
Herculano
15/04/2016 13:31
A CLAREZA DA DISSIMULAÇÃO, DA MENTIRA, DO VERDADEIRO GOLPE. ELA PEDIU DIÁLOGO E DISSE DISPOSTA À CONCILIAÇÃO. MAS, VIVE JOGANDO GASOLINA NA FOGUEIRA. DIVIDINDO O PAÍS, ESTIMULANDO O PÂNICO. VEJA MAIS ESTA. NA TV HOJE A NOITE, DILMA DIRÁ QUE DEFENSORES DO IMPEACHMENT TERÃO "MARCA DO GOLPE", APESAR DO SUPREMO JÁ TER DITO VÁRIAS VEZES NOS JULGAMENTOS QUE ELA PEDIU QUE NÃO HÁ GOLPE E FERIMENTO DA CONSTITUIÇÃO

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Marina Dias, Gustavo Uribe, da sucursal de Brasília. A presidente Dilma Rousseff decidiu fazer um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, às 20h desta sexta-feira (15), para pedir apoio contra o impeachment de seu mandato.

Segundo a Folha apurou, a presidente Dilma Rousseff afirmará que os defensores do impeachment podem até ter suas justificativas, mas que a história os deixará com a "marca do golpe".

No discurso gravado na manhã desta sexta-feira (15), no Palácio da Alvorada, a petista ressaltou ainda que não pesa nenhuma denúncia de corrupção contra ela e que o impeachment pode representar um perigo para a democracia brasileira.

Ela pede ainda à sociedade brasileira que converse com os deputados federais de seus Estados para que eles "fiquem ao lado da democracia" e "respeitem a Constituição Federal". Segundo ela, há um "golpe em curso no país" e é preciso lutar pela democracia.

A ideia inicial era que ela gravasse uma mensagem para ser veiculada nas redes sociais, mas, diante do cenário adverso para o governo federal, que encontra dificuldades para barrar o impeachment no domingo (17), ficou definido que era melhor o pronunciamento oficial.

A proposta de ir para a televisão foi construída junto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele, por sua vez, gravou também uma mensagem com o discurso alinhado ao de Dilma. A fala do petista foi veiculada nas redes sociais.

Para se preparar para o pronunciamento, a presidente convocou a Brasília o cabeleireiro Celso Kamura, responsável pelo visual da petista.

CORPO A CORPO

Na estratégia de intensificar o corpo a corpo com deputados federais, a petista recebeu nesta sexta-feira (15) parlamentares baianos na companhia do governador Rui Costa Pimenta, do PT.

Na reta final, a ofensiva do governo federal tem sido sobre os deputados federais da Região Norte que votarão primeiro no domingo (17), como de Roraima, Amapá, Pará e Amazonas.

O objetivo é evitar que os primeiros votos criem um efeito manada sobre os parlamentares indecisos no decorrer da votação.
Sidnei Luis Reinert
15/04/2016 13:04
PREPAREM AS PANELAS

Brasil 15.04.16 11:26
Preparem as panelas. Preparem os apitos.

Hoje, às 8 da noite, Dilma Rousseff vai disparar suas mentiras em cadeia nacional de rádio e TV.

Ela está gravando seu pronunciamento neste momento, no Palácio da Alvorada.

http://www.oantagonista.com/posts/preparem-as-panelas-9853e426-4b6c-42fc-811c-a76658c8715b?platform=hootsuite
Sidnei Luis Reinert
15/04/2016 12:29
Exército, PF e Abin investigam ações urbanas de terror e risco de violência na fase pós-impeachment de Dilma



Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Exclusivo - Na véspera da derrota previsível de Dilma Rousseff, a Agência Brasileira de Inteligência vaza a informação segura de que o Brasil corre risco concreto de ameaça terrorista pelo famoso Estado Islâmico. Certamente, o perigo nada tem a ver com o fato de Luiz Inácio Lula da Silva usar um carrão blindado que ganhou de presente uma tal "Igreja Muçulmana do Brasil". Também não deve ter relação com aquela famosa marchinha carnavalesca: "EI, você aí, me dá um dinheiro aí... Me dá um dinheiro aí".

Falando sério, a ameaça terrorista por aqui coincide com o momento delicado em que a União Europeia adota novas medidas concretas contra o terrorismo, através de uma vigilância total, com pente fino a passageiros que entram e saem dos diversos países do continente. A manjadíssima doutrina revolucionária prega que o apelo à violência e ao terror, para incutir medo na massa, é sempre um recurso usado quando existe uma ameaça concreta de perda de poder ou hegemonia pela facção criminosa que toma conta de um País subdesenvolvido.

Não se torna surpresa alguma a confirmação da Abin sobre uma eventual ação dos radicais do EI por aqui. Existem fatos concretos que confirmam a presença de radicais por aqui. Um deles foi a explosão a bomba, durante o mês de março, de três carros de luxo no Itaim-Bibi (bairro de classe média alta) da capital de São Paulo. As três ações de terror, para quem duvidar: dia 04/03 , Rua Urimonduba com 9 de julho, foi estourado um Hyundai Vera Cruz, placa- DZH9057, conforme Boletim de Ocorrência 2047. No dia 23/03, foi detonado o Passat Variante, placa FUI 3747, na Rua Anacetuba 71- segundo o BO 2644. No dia 27/03, na rua André Fernandes, 51, a ação de terror atingiu o BMW EOR 0808, de acordo com o BO 2746.

Os casos são investigados pela inteligência do Exército, pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência. Coincidem com a explosão, no mesmo período, de pelo menos três agências bancárias na Grande São Paulo. Em todos os incidentes foram usados explosivos especiais, incomuns no Brasil, e largamente utilizados por terroristas nos moldes ligados. As Forças Armadas e a Polícia Militar de São Paulo também constataram que em duas operações sofisticadas de "comando", em Campinas e Santos, em março e abril, a guerrilha da esquerda revolucionária (empregando especialistas estrangeiros em explosivos) roubou R$ 70 milhões e matou dois policiais.

As ações sofisticadas do crime e terror ocorrem no mesmo momento em que o desgoverno Dilma corre o risco de acabar sem começar. A inteligência militar monitora, de perto, integrantes de supostos "movimentos sociais" que pregam e promovem ações radicais, fora da lei, sob o cínico argumento de "defesa da democracia e do mandato da Presidenta Dilma Rousseff, ameaçado pelo golpe do impeachment. Os militares têm reservas ao Movimento dos Sem Terra e afins - considerados "instrumentos do governo do crime, para a prática de Terrorismo do Estado, contra o povo e o Brasil. O MST, por exemplo, goza de imunidade, opera com recursos públicos e utiliza até um sofisticado esquema de cooperativas de crédito para movimentação de dinheiro. Sem apoio oficial, não existiria...
Luiz Orlando Poli
15/04/2016 12:12
O fim de uma era que começou com a esperança vencendo o medo e que hoje se inverte, um país que se dizia de todos e acabou sendo de poucos. De uma estrela que se apagou e nos legou a maior crise de nossa história. Enfim um clico que se encerrou. Um governo que perde a credibilidade por decorrência perde a legitimidade. O desafio de agora em diante é de como vamos juntar esses cacos e passar a reconstruir um país com 10 milhões de desempregados, com uma inflação fora da meta, com um PIB beirando os -4,0% para esse ano enfim, caso venha vingar o impeachment o vice terá uma grande desafio pela frente e ter a capacidade de de envolver toda uma sociedade nessa empreitada, sob pena de não vingar por muito tempo.Em última análise se não vier com reformas profundas cai em descrédito rapidamente.
Herculano
15/04/2016 11:09
ALGUNS TIPOS DE INGRESSOS DO BAILE DO HAVAII NA ASSOCIAÇÃO DA BUNGE AMANHÃ JÁ SE ESGOTARAM

A informação é da coordenadora do evento Indianara Schmitt. O sucesso deste "baile" que terá a Banda SA e um DJ, confirma a tradição.
Herculano
15/04/2016 11:02
GENTE ENCARDIDA. FALA EM DEMOCRACIA, MAS NÃO ADMITE O CONTRADITORIO E AS DERROTAS

Ao deixar o plenário nesta manhã, o ex-ministro da Justiça e atual Advogado Geral da União, José Eduardo Cardoso, que defende o governo petista e a presidente Dilma Vana Rousseff, não descartou entrar com nova ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o processo de impeachment, até mesmo antes da votação do domingo.

"A cada passo nós vamos avaliando", disse. Ele classificou a defesa que fez no plenário como "mais um round de uma batalha dura".

Ontem ele perdeu, várias vezes no Supremo.

Justiça boa, Legislativo bom, é aquele que serve com subserviência e acumpliciamento aos interesses de poder do PT, PCdoB, PDT... Este é o conceito de democracia que é defendido diuturnamente e que o PT não percebeu que esta intransigência e arrogância é que mais está conspirando para a derrocada final dos arlequins "democratas".
Roberto basei
15/04/2016 09:25
O que não da para entender, se houve compra de votos, se houve apoio de campanha com recursos de propina se houve as pedaladas pq não cassar a candidata e sim aguardar pelo impichament.
Herculano
15/04/2016 09:15
SEM CRIATIVIDADE. COM O MARQUETEIRO PRESO NA LAVA JATO, O PT, PCdoB, PDT E OUTROS REPETEM AS MANCHETES E AS MESMAS MENTIRAS DA CAMPANHA ELEITORAL DE 2014 QUE DERRETERAM MARINA SILVA E ALAVANCARAM DILMA. INCRÍVEL. PUXE PELA MEMORIA

ECONOMIA DE TEMER TERIA FEBRABAN E CHEFE DO ITAÚ

Conteúdo e texto do 247, canal do PT, sustentado preferencialmente por publicidade das empresas e bancos estatais.Os nomes que despontam hoje como favoritos para assumir as duas principais funções da área econômica num eventual governo Michel Temer são ligados ao setor financeiro.

Para a Fazenda, já foi sondado o executivo Murilo Portugal, atual presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Ex-secretário do Tesouro Nacional, Portugal é defensor de um forte ajuste fiscal.

Seu nome cresceu depois que Armínio Fraga, "ex-futuro-ministro" do senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que pretendia apenas oferecer ideais e sugestões. Depois de ter recomprado a Gávea Investimentos das mãos do JP Morgan, Armínio pretende continuar no Rio de Janeiro. Da mesma forma, Henrique Meirelles, que também era cogitado, acaba de lançar a operação do Banco Original e pretende continuar à sua frente.

Sem Armínio e sem Meirelles, Portugal passou a ser o nome mais forte, mas um candidato que corre por fora é o economista Marcos Lisboa, que já assessorou Antônio Palocci, na Fazenda.

Banco Central

Para o segundo cargo mais importante da área econômica, seria convidado o atual economista-chefe do Itaú, Ilan Goldfajn, que já foi diretor de política monetária da instituição.

Goldfajn ficou conhecido por sua política altamente restritiva, com juros altos, e já defendeu posições polêmicas nos artigos que escreve para jornais, como o fim da atual política de correção do salário mínimo.

Com Portugal e Goldfajn, Temer buscaria a chamada "confiança do mercado", mas corre o risco de aprofundar a recessão com cortes de gastos e juros ainda mais altos.
Herculano
15/04/2016 09:07
da série: gente encardida. Tentam provar que á golpe, que a Justiça está aparelhada e que a hoje minoria que não dá estabilidade para o governo o qual a comprava na corrupção e roubo do dinheiro público para tal, estão sendo ameaçadas por antidemocratas.

SOBERANISMO DE PACOTILHA, por Marco Aurélio Garcia, assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, PT, que por motivos ideológicos promove o isolamento do Brasil.

Mundo, vasto mundo.

A equilibrada nota do Secretário Geral da UNASUL sobre a situação politica brasileira, assim como as declarações do Secretário Geral da Organização dos Estados Americanos sobre o mesmo tema provocaram curiosas reações por aqui.

O Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado Aloysio Nunes Ferreira que, com outros de seus colegas oposicionistas, viajou há tempos a Caracas para protestar contra o Governo venezuelano, parece incomodado com as preocupações da UNASUL sobre a sorte da democracia brasileira.

Dois pesos e duas medidas.

Aloysio pode expressar - de forma vigorosa - suas opiniões sobre a política venezuelana, mas veta que o máximo responsável do principal organismo multilateral sul-americano o faça, ainda que menos enfaticamente.

Na mesma linha, O Estado de São Paulo publica, com a arrogância que caracteriza a aristocracia paulista, ainda quando decadente, editorial ("Ignorância e ousadia") criticando as posições tanto do SG da UNASUL Ernesto Samper, quanto as do SG da OEA Luis Almagro. Os dois, em sintonia com as cláusulas democráticas de ambas instituições, advertem sobre ameaças que pesam sobre a estabilidade institucional do Brasil. Detalhe: o Estadão critica a UNASUL mas, como ocorre com frequência, não se dá o trabalho de publicar a nota assinada por Samper.

Moderados, como aconselha a prática diplomática, os posicionamentos de Samper e de Almagro expressam preocupações generalizadas sobre o desdobramento da situação política brasileira nos próximos dias.

A dissimulada tentativa de golpe - cada vez mais evidente - auspiciada por setores do parlamento e da Justiça, com o forte respaldo da mídia monopolizada e de segmentos empresariais, abrirá um período de aguda instabilidade social e política no maior país da América Latina e constituirá um gravíssimo precedente para um continente que sofre há anos os efeitos desestabilizadores de uma crise global ainda em curso.

Não deixa de ser divertido, se não fosse trágico, que críticos contumazes da política externa ativa e altiva que vem sendo praticada nos últimos anos no Brasil se transformem subitamente em neo soberanistas.
Herculano
15/04/2016 07:53
ESTÃO MUDOS. CASO ENCERRADO?

Mais uma. Hoje o caso do abuso sexual praticado por um professor a uma criança de três anos na creche do Figueira, em Gaspar, foi tema de reportagem no Bom dia Santa Catarina, da RBS TV de Blumenau.

Quando chegou a vez da prefeitura dar esclarecimentos ou a sua versão, sabe o que ela fez: diz que não vai mais falar sobre isto. Caso encerrado. Encerrado? Hum!

Se fosse para divulgar papelinhos e falar sobre obras que não saem do atraso, estavam todos lá, propagandeando e de preferência, sem perguntas.

Talvez seja um truque para que todos esqueçam. A secretária Marlene Almeida estava mapeada pelo PT para ser candidata a vereadora, então... Acorda, Gaspar!
Herculano
15/04/2016 07:47
MARCO AURÉLIO E LEWANDOWSKI, ESTÁ PROVADO, NÃO TÊM MEDO DO RIDÍCULO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

Achando que o ridículo ainda não tinha atingido o estado de arte, Lewandowski praticamente incitou Dilma a recorrer de novo ao tribunal se e quando o caso chegar ao Supremo

Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski ultrapassaram nesta quinta e madrugada de sexta todos os limites do razoável. Duvido que o tribunal tenha assistido a espetáculo tão patético em qualquer tempo. Até Roberto Barroso passaria por procurador da ortodoxia. Os lances são muitos e os mais variados. Por meio de palavras oblíquas, o presidente da Corte chegou a estimular a presidente Dilma a recorrer de novo ao Supremo quando o caso chegar ao Senado. Um descalabro. E ainda resolveu ter um surto de mandonismo. Vamos às heterodoxias.

HETERODOXIA 1
José Eduardo Cardozo, advogado-geral da União, solicitou ao tribunal a licença ?" não-regimental em caso de mandado de segurança ?" para fazer a sustentação oral de sua tese, que pedia simplesmente a anulação do relatório.

Os ministros rejeitaram a sustentação porque seria um privilégio descabido. Menos, ora vejam, Marco Aurélio e Lewandowski. Este chegou a argumentar que, por se tratar de uma coisa tão especial, como o impeachment da presidente, então, por ele, a palavra seria concedida.
Ora, todo caso que chega à Corte é especial, não? Vocês já viram alguém apelar ao Supremo porque engasgou com um Chicabon? O que o presidente da Corte advogava ali era o jeitinho.

Pior: em outros mandados de segurança, a sustentação oral já tinha sido recusada aos respectivos advogados, com a concordância de? Lewandowski! Ele queria abrir uma exceção ao advogado-geral porque, afinal, ele é o? advogado-geral. Calma que ainda não foi o seu pior.

HETERODOXIA 2
Ninguém votou a favor da tese de Cardozo, a não ser, que surpresa!, Marco Aurélio e Lewandowski. Por alguma estranha razão, o primeiro afirmou que o direito de defesa de Dilma tinha sido cerceado. Fiquei com a impressão de que a dupla não tinha lido o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO).

As razões alegadas pelo advogado-geral para pedir a anulação não estão no texto. Vale dizer: Jovair desprezou a denúncia de Delcídio do Amaral e as pedaladas dadas em 2014. Houve não mais do que referências laterais a esses episódios.
Herculano
15/04/2016 07:47
MARCO AURÉLIO E LEWANDOWSKI, ESTÁ PROVADO, NÃO TÊM MEDO DO RIDÍCULO, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

HETORODOXIA 3
Numa das ações que tratava da ordem de votação, Lewandowski forçou a mão para fabricar um empate em cinco a cinco. Não entro em detalhes porque seria tedioso demais. Mas, acreditem, o empate não tinha existido. Eis que, de modo solerte, Lewandowski ameaçou usar o voto qualificado de presidente da Corte, conforme dispõe o Regimento Interno ?" a depender do caso, o presidente vota uma segunda vez.

Celso de Mello, o decano, teve de lembrar que, também segundo o regimento, em caso de mandado de segurança, não cabe o voto qualificado do presidente. Prevalece a decisão contestada. Aliás, em caso de habeas corpus, por contraste, o empate conta a favor da concessão do benefício. Também não se aplica o voto qualificado. É claro que Lewandowski sabe disso. Burro ele não é. É até muito esperto.

HETERODOXIA 4
Ao perceber que seus pares não se mostravam dispostos a enfiar a mão grande na Câmara, reconhecendo a independência que tem a Casa para cuidar de assuntos que lhe dizem respeito, Lewandowski teve um daqueles chiliques que lhe só típicos: fúria contida. E soltou pérolas como esta:
"Embora não tenham sido eleitos pelo povo, juízes têm legitimidade nacional. Como juiz da Suprema Corte, tenho legitimidade, sim para rever atos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário".

Ora, claro que sim! Se estiver nos limites da Constituição e das leis, que também valem para ministros do Supremo. Alguém precisa lembrar a este senhor que os Três Poderes são independentes e harmônicos justamente porque não existe o Poder Soberano.

HETERODOXIA 5
Achando que o ridículo ainda não tinha atingido o estado de arte, Lewandowski praticamente incitou Dilma a recorrer de novo ao tribunal se e quando o caso chegar ao Supremo. E disse com todas as letras que era preciso debater se, afinal, a presidente cometeu ou não crime de responsabilidade. A gente já sabe que Marco Aurélio e Lewandowski acham que não.

Existe uma diferença entre independência intelectual e casuísmo mixuruca.

Finalmente
E encerro com destaques positivos. Ao longo da noite, mais de uma vez, houve uma tentativa de declarar a ilegitimidade do processo porque os deputados não seriam imparciais.

Coube a Gilmar Mendes e a Celso de Mello lembrar o óbvio: eles só são deputados porque são parciais; pertencem a partidos, a correntes de opinião, e conquistam votos justamente em razão de sua? parcialidade.
Herculano
15/04/2016 07:35
MAIS PROTESTOS CONTRA A SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE GASPAR

O caso do abuso sexual uma menina de 3 anos em uma creche do bairro Figueira na última sexta-feira, dia 8, promete render nesta sexta-feira.

Haverá novo protesto contra a secretaria da Educação, pela forma como contratou e tratou o assunto tão logo ele aconteceu. Ou seja, não é só Klewelwyyk Barbosa Rodrigues (concursado), que já matou o padastro lá no Paraná quando era menor (e por isso não apareceu no atestado de antecedentes criminais), que está em maus lençóis.

A secretaria Marlene Almeida, também. Os envolvidos querem a cabeça dela. Como ela é do PT, e como o PT age na proteção dos seus, se esta ideia prosseguir, ela ficará mais forte e lá permanecerá até o último minuto do governo. Exemplos não faltam no governo de Pedro Celso Zuchi que tenta ficar longe e livre deste assunto, no qual é tão culpado quanto Marlene, se culpados existem na administração pública de Gaspar. Acorda, Gaspar!
Herculano
15/04/2016 07:12
A VOZ DO BRASILEIRO QUE O PT, DILMA, LULA, PCdoB, PDT, O GOVERNO E OUTROS TEIMOSAMENTE SE NEGAM OUVI-LA

Os brasileiros não querem a saída de Dilma por causa de pedaladas ?"nem sabem bem o que é isso?" ou pedalinhos. Querem vê-la pelas costas pela atual e desesperadora situação do país. Acabar com o Brasil é crime, sim, e dos piores que podem acontecer. Qualquer um que venha depois dela, por pior que seja, não alcançará em incompetência sua gerência maldita.GERALDO DE PAULA E SILVA, professor (Teresópolis, RJ) na carta que publicou hoje no jornal Folha de S. Paulo
Herculano
15/04/2016 07:02
APROVAÇÃO DA "PILULA DO CÂNCER" É UM PASSEIO À IDADE DAS TREVAS, por Cláudia Collucci, para o jornal Folha de S. Paulo

Na Idade Média (séc. 5º-15), nozes eram usadas para tratar enxaqueca, raiz de Ranunculus, indicada para hemorroidas, e Hyoscyamus niger, para tratar cáries. Seguindo os preceitos da Grécia antiga, a medicina da época adotava a chamada teoria de assinaturas, segundo a qual se uma planta se assemelhasse a uma parte da anatomia do corpo humano, ela poderia curá-la.

O período ficou conhecido como a Idade das Trevas, a Igreja Católica controlava tudo, inclusive, o desenvolvimento científico. A fé era o único caminho a seguir.

Hoje, 14 de abril de 2016, com a publicação da lei 13.269 no "Diário Oficial da União", autorizando o uso da substância fosfoetanolamina por pacientes com câncer, voltamos à trevas. A despeito da posição contrária do Ministério da Saúde, do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e da comunidade científica e da saúde de uma forma geral, a presidente Dilma Rousseff (PT) liberou a produção, a distribuição e o uso de uma substância sintética, que ficou conhecida como a "pílula do câncer", que não tem estudos clínicos concluídos que atestem sua eficácia e segurança.

Os cinco primeiros relatórios de pesquisas financiadas pelo MCTI para avaliar a segurança e eficácia da substância indicam que a molécula não age contra o câncer. Além disso, nas análises, as "pílulas" possuem uma composição irregular, com 32,2% de fosfoetanolamina, no máximo.

A repercussão sobre a sanção de Dilma dominou as redes sociais na manhã desta quinta. "A lei é, na essência, um crime contra a saúde pública. Só nos resta recorrer ao STF [Supremo Tribunal Federal]", disse o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. "Tem gente apostando que, depois dessa, o próximo 'remédio' a ser liberado será sopa de jararaca", brincou Stevens Rehen, considerado um dos maiores cientistas da sua geração e que recentemente emplacou artigo sobre zika na revista "Science". "Legislativo e Executivo se juntam para pisotear na ciência deste país. Não basta inviabilizar o financiamento mas vão além, tripudiando sobre o próprio modelo de tomada de decisão na ciência. Criminosos", afirmou o médico e professor Luiz Antonio Santini, que já dirigiu o Inca (Instituto Nacional do Câncer).

Sim, é um dia de luto para a saúde e a ciência brasileira. A atitude irresponsável em cascata, a começar pela USP que permitiu que a substância fosse fabricada e distribuída no seu quintal por anos, passando pelos congressistas e terminando na canetada de Dilma, abre um precedente muito perigoso.

Então é isso, qualquer clamor popular, orquestrado por lobbies e interesses ainda não muito claros, é maior do que os protocolos clínicos, o parecer de comitês de ética e aprovação das agências reguladoras?

Alguém pensou que essa atitude pode colocar em risco pacientes extremamente vulneráveis, seja porque podem abandonar seus tratamentos seja porque colocarão suas últimas esperanças em um pseudo remédio que nunca passou dos primeiros testes experimentais? E isso em troca de quê? Alguns punhados de votos?

As perguntas são muitas, entre elas quem vai assumir a responsabilidade pelos pacientes que optarem por usá-la. Pela lógica, ao liberar uma substância não comprovada cientificamente, o governo assume a responsabilidade pelos desdobramentos, como uma piora do quadro de saúde do paciente ?"e, aliás, já existem relatos a respeito disso.

Às vésperas da abertura do processo de impeachment, a presidente Dilma não precisava de mais esse ato de populismo/oportunismo raso. Agora, nos resta o bom-senso dos médicos e dos seus conselhos em não prescreverem a substância. O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de Sâo Paulo) deu o primeiro passo. No mês passado, orientou que médicos não receitem aos pacientes a fosfoetanolamina, sob risco de cassação do registro profissional. O CFM (Conselho Federal de Medicina) já se posicionou contrário ao uso da substância mas ainda não editou nenhuma resolução sobre isso. O que está esperando?
Herculano
15/04/2016 06:57
A DEMOCRACIA ESTÁ AMADURECENDO. ESTE É O VERDADEIRO MEDO DO PT, PCdoB, PSOL, PSTU, PCO, PDT, CUT, MST, MTST E MUITOS OUTROS

Na democracia, os votos livres são fundamentais. É um exercício de liberdade e de escolha.

Mas, na democracia a liberdade de expressão é outro valor fundamental para que a verdadeira democracia se estabeleça, além é claro, do perfeito ou livre e transparente funcionamento de poderes como o Judiciário e o Legislativo, bem como das instituições investigativas e que proporcionam denúncias em nome da sociedade, como é o caso do Ministério Público.

O PT, o PCdoB com outros tentaram, depois de usá-los para atingir seus objetivos, passaram de forma organizada, estruturada e intencionalmente, a intimidar, desconstruir publicamente, com o fito de calar a imprensa livre. Para que? Para exatamente se perpetuar no erro, no vício e poder, evitando o esclarecimento e o contraditório públicos e abertos.

Um erro mal calculado. Um gesto de ditadores. Um exercício de tiranos, apenas para preservar o poder, a burocracia e a cleptocracia, a que rouba os nossos pesados impostos compulsoriamente cobrados de nós para servirem ao estado, à sociedade, às necessidade mínimas e básicas dos cidadãos.

Com o enfraquecimento - pela compra ou intimidação - da imprensa, vem, naturalmente, o enfraquecimento dos poderes, das instituições, das ditas oposições, das fiscalizações, das apurações, das investigações, das denúncias e dos julgamentos abertos, fundados com penas que devem ser cumpridas.

O PT, o PCdoB e outros, se escudando numa falsa premissa de que a democracia estava em jogo se houvesse o questionamento público de suas ações e má intenções, contraditoriamente ao que pregam e anunciam aos analfabetos, ignorantes, mal informáticos, aos apegados às suas tetas e fanáticos, viram e provam, que a democracia, no Brasil, apesar de jovem, está cada vez mais forte e precocemente adulta. Os mecanismos se legitimam para expulsar o criminoso, o incompetente, o sem escrúpulos (e até o de duvidosa ética), o ardiloso, o dissimulado e o mentiroso.

Este é o recado que o novo processo de impeachment contra a presidente Dilma Vana Rousseff, mas que é contra também o PT, um modo de roubar, administrar e enganar, de tolher sonhos do presente e das gerações futuras. está passando para os políticos (que fazem de partidos verdadeiras organizações criminosas, com franquias espelhadas - e espalhadas - pelos grotões brasileiros) pela nova geração de brasileiros, cansada de submeter a uma vontade de uma minoria arrogante, que finge ser ideologia, mas que constrange, humilha, zomba, sacaneia e rouba uma maioria de gente decente pagadora de pesados impostos.

Quem não entender este recado, que não é feito por reacionários, conservadores, direitistas, brancos (é só olhar o desmentido do censo oficial), elite, fascistas, coxinhas, todos rótulos pregados pelos que estão e querem se perpetuar no poder, exatamente na sanha de calar quem paga esta conta do desastre ideológico e de poder, mais uma vez.

A imprensa livre, investigativa, informativa e opinativa saiu mais forte do que entrou neste embate para calá-la. O PT, o PCdoB, o PDT, o PSOL e outros não perceberam e perderam. Vão perder mais uma vez. Pois hoje todos sabem com o usaram indevidamente a imprensa livre para ser poder, e estando lá, tentaram desmoralizá-la, enfraquecê-la, judicializando...Wake up, Brazil!
Herculano
15/04/2016 06:22
DILMA ASSISTIU DERROTA NO STF ENQUANTO DEPUTADOS FESTEJAVAM TEMER EM JANTAR, por Josias de Souza

Dilma Rousseff e Michel Temer viveram na noite passada experiências antagônicas. Recolhida ao Palácio da Alvorada, a presidente assistiu, pela televisão, à sessão extraordinária em que o STF sepultou as ações do governo contra a votação do impeachment. "Se houver falta de votos, não há intervenção judicial que salve", ironizou o ministro Gilmar Mendes a certa altura.

Os votos que escasseiam no cesto de Dilma cercavam o vice-presidente da República numa mansão no Lago Sul, bairro chique da Capital. Algo como 80 deputados apertavam a mão, abraçavam, trocavam um dedo de prosa com Temer. Muitos o chamavam de "presidente''.

Usufruíram de um coquetel seguido de jantar. Tudo oferecido pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Respirava-se no local doce fragrância da perspectiva de poder.

Pelo celular, a internet levava à mansão da filha de Heráclito, onde Temer se servia de risoto e vinho, as mesmas informações que a TV despejava sobre o tapete do Alvorada. O STF indeferiu um par de pedidos de liminares contra a ordem escolhida por Eduardo Cunha para que os deputados pronunciem seus votos no microfone.

No principal julgamento da noite, os ministros da Suprema Corte rejeitaram por 8 votos a 2 duas teses esgrimidas pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Numa, ele alegava que a comissão do impeachment cerceou o direito de defesa de Dilma. Noutra, reclamava que o relator Jovair Arantes (PTB-GO) incluiu no seu relatório temas estranhos à denúncia original - Lava Jato e pedaladas praticadas antes do atual mandato presidencial, por exemplo.

Com esses dois argumentos, Cardozo pretendia anular a sessão que o presidente da Câmara marcou para domingo. Pedia que o STF determinasse o reinício do processo. Algo que daria tempo ao governo para tentar cooptar aliados que lhe permitam atingir a marca de 172 votos, mínimo necessário para brecar o impedimento da presidente.

O STF decidiu que, na hora de votar, os deputados terão de levar em conta apenas as duas acusações relacionadas ao atual mandato de Dilma: 1) a edição de decretos que autorizaram gastos sem a anuência do Legisltivo. 2) empréstimos contraídos pelo governo em bancos oficiais as chamadas pedaladas fiscais.

Depois de circular de rodinha em rodinha, Temer acomodou-se numa das mesas. Dividiu-a com outras dez pessoas. Entre elas líderes de partidos engajados no impeachment. Nesse universo, as horas mais preciosas são as mais rápidas. Na contabilidade dos rivais de Dilma, já existem 363 votos a favor do impeachment, 21 além do mínimo necessário. Daí a incômoda sensação de que, para a oposição, certos dias, como os dois que faltam para o domingo da votação, têm 100 anos de duração.
Herculano
15/04/2016 06:16
DEFINIÇÕES DO DICIONÁRIO

Encardido
(en.car.di.do)

1. Que se encardiu, que ficou amarelado ou acinzentado pela ação do tempo ou de lavagens malfeitas (diz-se de tecido, roupa etc.)
2. Sujo, imundo: a mesa encardida de um bar.
3. P.ext. Diz-se de pele que perdeu a aparência saudável (devido a enfermidade, envelhecimento etc.): Tinha o rosto encardido e enrugado.

Inconformado

(in.con.for.ma.do)

1. Pessoa não aceita situações ou circunstâncias que não são de seu agrado. [ Antôn.: conformado. ]
a.
2. Que não se conforma: Ficou inconformada com o resultado do jogo.
[F.: in - + conformado. Sin. ger.: recalcitrante, renitente. Ideia de: form-.]
Herculano
15/04/2016 06:12
A TROCA DE MOSCAS, por Marcos Augusto Gonçalves, para o jornal Folha de S. Paulo

Estamos assistindo a um agitado processo de troca de moscas no poder sob a liderança de um réu da Lava Jato que guarda propina em contas na Suíça e possui carros de luxo registrados em uma evangélica empresa chamada Jesus.com. A presença de Eduardo Cunha à frente do processo atesta a tibieza e a cumplicidade do nosso establishment e a completa desmoralização do Legislativo.

O objetivo da movimentação, como se sabe, é levar à Presidência, a título de salvação e regeneração nacional, a figura opaca de Michel Temer, longevo mordomo dos poderosos, que se animou com a perspectiva de puxar o tapete da secretária tardo-brizolista de Lula, com quem se aliou há seis anos em chapa eleitoral.

A troca é apoiada pela direita e pela extrema-direita social e empresarial. Conta com a simpatia de amplos setores da mídia e, ainda, com as esperanças de um grupo aparentemente bem-intencionado de new liberais, que acredita ser possível implantar um modelo laissez-faire moderno em aliança com um partido tradicionalmente corrupto e patrimonialista ?"o principal deles no país.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, 60% da população em idade de votar apoia o impeachment ?"o que é muito pouco. A proporção é inferior aos 2/3 de parlamentares necessários para afastar a presidente. Lembre-se que eram 75% os que apoiavam o afastamento de Collor em setembro de 1992.

As chances dessa operação dar errado são notáveis. Em que pese uma possível euforia dos mercados nos dias subsequentes ao impedimento, o novo governo terá tarefas hercúleas e indigestas a cumprir.

Se é certo que Dilma Rousseff perdeu uma chance de ouro de ser derrotada na eleição de 2014, a direita já jogou pela janela a rara oportunidade de dividir o ônus do ajuste fiscal com um governo de esquerda. Dilma, não esqueçamos, nomeou para a Fazenda um economista fiscalista e liberal ligado ao mundo das finanças. Será difícil a nova coalizão de moscas encontrar nome mais mercadista do que Joaquim Levy.

O ajuste, como se sabe, foi proposto, mas sabotado pelo Congresso ?"inclusive com lances espetacularmente oportunistas como aquele estrelado por Aécio Neves, liderança suspeita e irresponsável do PSDB, que orientou a bancada a votar contra o fator previdenciário.

Agora, porém, o ajuste terá de ser retomado. A conjuntura pós-impeachment talvez pareça mais favorável, mas poderá se revelar bem mais difícil. A deposição de Dilma recolocará em cena a divisão predileta do PT: "eles", os ricos malvados, impondo medidas draconianas ao povo; e "nós", os injustiçados e golpeados, sempre na defesa dos desfavorecidos.

O PT, mesmo muito enfraquecido e atingido pelos escândalos de corrupção, não será mais governo e não precisará prestar contas de pedaladas e quetais. Estará livre para torpedear. E se não conseguirem que a Lava Jato prenda Lula (e esqueça a oposição), a perspectiva de uma nova vitória eleitoral petista em 2018 logo começará a ser precificada pelo mercado. E, então, acabou-se o que era doce.

Dilma está certa ao dizer que não há ajuste fiscal sem aumento de impostos. Será engraçado ver o pato liberal da Fiesp apoiar a odiosa CPMF ou outra forma de taxação ?"que certamente não incidirá sobre os mais ricos. Aquelas pessoas contra impostos que foram à Paulista fazer selfies com a PM e a ave aquática inflável vão aceitar pagar mais tributos para ajudar Temer? Aliás, me pergunto o que a Fiesp e Paulo Skaf farão com aqueles patos na hora que o PMDB propuser o aumento de impostos.
Herculano
15/04/2016 05:21
PP DEVE FECHAR QUESTÃO PARA PROTEGER DEPUTADOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A bancada do Partido Progressista (PP) deve se reunir nesta sexta (15) para discutir fechamento de questão do voto favorável ao impeachment da presidente Dilma, já definido em reunião anterior. A tendência é fechar questão para conter a pressão do Planalto contra os deputados e ao mesmo tempo dar-lhes o argumento de que, agora, são obrigados obedecer o partido para não ficarem sujeitos a processo de expulsão.

LÍDER CONFORTADO
Líder do PP, Aguinaldo Ribeiro (PB) apoia o impeachment rendendo-se à maioria da bancada, mas a questão fechada o deixa mais confortável.

VOTOS PRECIOSOS
O fechamento de questão poderá provocar a mudança de posição de sete deputados do PP que ainda se declaram contra o impeachment.

QUESTÃO LOCAL
Quatro votos do PP contra o impeachment são de deputados baianos comprometidos com questões locais, relativas à política na Bahia.

PROFISSIONAIS
A atitude do PP tem sido muito elogiada até pelos adversários. Seja qual for o resultado, o partido sairá mais fortalecido, no domingo.

IMPEACHMENT NO SENADO TORNA DILMA INELEGÍVEL
Declarando-se "carta fora do baralho", caso o impeachment passe no domingo, Dilma pode ter insinuado a possibilidade de renúncia. Mas, quando o presidente da Câmara deu seguimento ao processo, ela já ficará inelegível em caso de renúncia, segundo experiente ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Juristas acham que a inelegibilidade ficará configurada somente na abertura do processo no Senado.

LEI DA FICHA LIMPA
Há dúvida por quanto tempo ela perderia os direitos políticos. Dilma também deverá ser enquadrada na Lei da Ficha Limpa.

PEDIDO NA CÂMARA
"Mesmo se renuncie entre a aprovação na Câmara e a instalação no Senado, Dilma pode perder direitos políticos", aposta outro jurista.

PEDIDO É PROCESSO
Advogado eleitoralista diz que a Justiça pode ser acionada para determinar a inelegibilidade de Dilma a partir do pedido na Câmara.

ESPECIALISTAS
Homem forte na equipe de Michel Temer, o ex-ministro Moreira Franco tem um favorito para o cargo de ministro da Fazenda: Gustavo Franco. Mas também são cotadíssimos Murilo Portugal e Armínio Fraga.

RARA BOA NOTÍCIA
Em meio a tantas notícias ruins, o governo comemora os resultados positivos das mudanças e inovações introduzidas nos Correios após a posse de Swedenberg Barbosa em sua vice-presidência Corporativa.

FILHO DESOBEDIENTE
Ao menos publicamente, o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ) nega apoio ao impeachment. Ele não altera a posição nem quando lembram que seu pai, deputado Jorge Picciani, anunciou apoio ao afastamento.

CRAVO E FERRADURA
Além do novo líder do PR, também o anterior, pró-impeachment, falará em nome do partido, no encaminhamento da votação de domingo. A decisão é do dono do partido, Valdemar Costa Neto.

AMEAÇAS NO PDT
Prevendo debandada de deputados para o lado pró-impeachment, o PDT se reúne nesta sexta (15) para ameaçar de expulsão quem desobedecer Carlos Lupi e votar contra Dilma.

NÃO ME DEIXEM S?"
Para evitar a chamada solidão do poder, Dilma convocou um batalhão de ministros para acompanhar com ela, no Alvorada, a votação do impeachment, domingo. Serão os de sempre: Cardozo, Wagner etc.

CLANDESTINIDADE
Funcionários a serviço da Petrobras Distribuidora têm utilizado com frequência pousadas clandestinas, em Brasília. São motoristas e instrutores enviados para treinar frentistas de seus postos na capital.

ASPONES NERVOSOS
O impeachment iminente deixou insones e nervosos ocupantes de boquinhas no governo, às quais se agarraram como se fossem para toda vida, incluindo em estatais como Petrobras e BR Distribuidora.

OLHANDO BEM?
?tentando se salvar do impeachment, Dilma e Lula fazem lembrar os personagens Juba e Lula, do velho seriado de TV "Armação Ilimitada
Herculano
15/04/2016 05:14
ENTRE O CAOS E A ESPERANÇA, AO MENOS, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Por definição, o governo Michel Temer é uma opção melhor do que a eventual continuidade dessa coisa sob o comando formal de Dilma Rousseff. É uma verdade aritmética e política. O vice não será titular com menos de 342 votos na Câmara e 54 no Senado. A petista poderia permanecer no Palácio ainda que com voto nenhum. Basta, para tanto, que o outro lado não atinja o mínimo necessário em cada Casa.

Ou por outra: Temer só será presidente com uma esmagadora maioria episódica, a partir da qual se estabeleceriam caminhos para uma maioria duradoura. Dilma, no entanto, pode continuar agarrada ao osso tendo como esbirro a Armata Brancaleone dos 171 ou se faltar um único voto a seus adversários.

Há um velho adágio latino segundo o qual os deuses, quando querem destruir alguém, começam por lhe tirar o juízo. E é a isso que estamos assistindo. Duvido que mesmo os esquerdistas, por mais lassa que seja a sua moralidade, sintam conforto ao ver Lula negociar a República num quarto de hotel.

A história brasileira não exibe nada semelhante. E se ignora que algo parecido tenha se dado alhures. Especialmente quando o negociador é um homem investigado pela polícia e não exerce cargo nenhum na República.

Por mais que a sem-vergonhice política tenha atingido limites insuspeitados; por mais que nossos critérios para avaliar a ação dos homens públicos tenham cedido ao relativismo; por mais que tenhamos aderido ao pragmatismo como o último deus, um país não pode mimetizar a rotina de um prostíbulo.

E tudo isso pra quê? Como diria o poeta, "pra nada!" As negociações desavergonhadas de Lula, se bem-sucedidas, manterão o país na desordem e ainda implicarão, necessariamente, o rebaixamento do atual padrão de gestão.

Se os moralistas de última hora reclamam da qualidade dos que mudam de lado e aderem ao impeachment, como vejo fazer alguns dos colegas colunistas, peço especial atenção, então, aos relevos de caráter dos que permanecem do lado de lá, aceitando a rotina das trocas.

Não bastasse, vem um recado do quarto de hotel: se o impeachment não for aprovado, Lula, então, assumirá o governo, e haverá uma nova gestão. Ora vejam: é uma gente capaz de chamar de "golpe" a ascensão do vice, que foi eleito, segundo a norma constitucional, e de entregar a Presidência da República a quem não obteve voto nenhum. Lula, aliás, acelerou a morte do governo Dilma. E vai ser impichado junto com ela.

A única possibilidade de haver um golpe branco na República é o impeachment não sair vitorioso - já que não tem como ser derrotado. Nesse caso, Lula continuaria à frente da Presidência, como está hoje, tendo Dilma como um fantoche. Para isso chegamos à democracia? Não creio.

As esquerdas inventam gestas que só existem na sua imaginação perturbada, talhada para justificar crimes.

A deposição de Dilma seria só um rearranjo dos potentados econômicos, dispostos, mais uma vez, a espoliar o povo. Nem parece que o PT foi flagrado ora em decúbito dorsal, ora em ventral, com empreiteiros e outros membros das "zelites" menos impopulares no jornalismo.

Senhoras deputadas e senhores deputados, vocês escolherão neste domingo entre as possibilidades da esperança e o risco do caos.

E, no entanto, idiota da objetividade que sou - deixo os voos subjetivos para os colunistas do outro lado -, eu estaria aqui a defender o voto contra o impeachment se Dilma não tivesse cometido crime de responsabilidade. Mas ela cometeu.

Chegou a hora.
Herculano
15/04/2016 05:04
GENTE ENCARDIDA.QUER UMA DEMOCRACIA E O DEVIDO PROCESSO LEGAL PARTICULARES PARA SEUS ÚNICOS INTERESSES. QUEBRA O PAÍS, QUER QUEBRÁ-LO AINDA MAIS COM CHICANAS COM ESPUMAS PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, DEPENDENTES E FANÁTICOS.

GENTE ENCARDIDA. VIOLA LEIS, CORROMPE, ROUBA, MENTE, DISSIMULA, CONSTRANGE, HUMILHA E SACRIFICA PESSOAS, APARELHA E IMPÕE. COMPROMETE O FUTURO, DESEMPREGA, ANULA A SAÚDE PÚBLICA E GANHOS SOCIAIS PARA OS MAIS FRACOS A QUEM USA PARA PERMANECER NO PODER. NEGA-SE PERMANENTEMENTE AO DIÁLOGO E QUER LARGAR O OSSO.

GENTE ESCLARECIDA. PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL MAIS UMA VEZ DIZ QUE NÃO HÁ GOLPE, LEGITIMA PROCESSO EM CURSO, MANTÉM VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT PARA DOMINGO E CONFIRMA A FORMA DE CHAMADA POR ESTADO AMBAS CONTESTADAS NO TAPETÃO PELO PT E PC do B.

SINAL AMARELO.MAS, RICARDO LEWANDOWSKI - COMO NO CASO DO MENSALÃO - E MARCO AURÉLIO MELLO, DIVERGIRAM. LEWANDOWSI VAI PRESIDIR O PROCESSO NO SENADO E JÁ ANINOU MAIS UMA VEZ O GOVERNO,

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo, Com os partidos abandonando a base aliada e a pressão cada vez maior pelo impeachment, o governo decidiu recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) para barrar o avanço do processo na Câmara, mas acabou derrotado na tentativa de adiar a sessão e alterar o rito de votação.

Por 8 votos, o STF rejeitou o pedido da AGU (Advocacia-Geral da União) e de deputados do PT para suspender a votação do processo, marcada para domingo (17).

O governo alegava que a sessão não deveria ser realizada porque o relatório da comissão especial da Câmara que discutiu o afastamento da petista e recomenda o recebimento da denúncia por crime de responsabilidade teria ultrapassada o teor das acusações, citando questões estranhas, como delação da Lava Jato, e, portanto, ferindo o amplo direito de defesa.

Os ministros entenderam, no entanto, que cabe plenário da Câmara analisar a denúncia original e não o relatório da comissão. Portanto, os deputados devem avaliar suspeitas de crime de responsabilidade, relacionados às chamadas pedaladas fiscais e aos decretos que ampliaram os gastos federais em R$ 3 bilhões, sem considerar Lava Jato.

Outro argumento é que o Supremo conferiu maior poder ao Senado, que decidirá se abre ou não o processo e se a presidente será afastada, quando poderá ser feita a ampla defesa de Dilma.

Para os ministros, não houve irregularidade na fase inicial do processo. Votaram para negar a liminar (decisão provisória) para cancelar a sessão: os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Luiz Fux, Rosa Weber, Teori Zavascki, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes.
Herculano
15/04/2016 05:04
GENTE ENCARDIDA.QUER UMA DEMOCRACIA E O DEVIDO PROCESSO LEGAL PARTICULARES PARA SEUS ÚNICOS INTERESSES. QUEBRA O PAÍS, QUER QUEBRÁ-LO AINDA MAIS COM CHICANAS COM ESPUMAS PARA ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, DEPENDENTES E FANÁTICOS.

GENTE ENCARDIDA. VIOLA LEIS, CORROMPE, ROUBA, MENTE, DISSIMULA, CONSTRANGE, HUMILHA E SACRIFICA PESSOAS, APARELHA E IMPÕE. COMPROMETE O FUTURO, DESEMPREGA, ANULA A SAÚDE PÚBLICA E GANHOS SOCIAIS PARA OS MAIS FRACOS A QUEM USA PARA PERMANECER NO PODER. NEGA-SE PERMANENTEMENTE AO DIÁLOGO E QUER LARGAR O OSSO.

GENTE ESCLARECIDA. PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL MAIS UMA VEZ DIZ QUE NÃO HÁ GOLPE, LEGITIMA PROCESSO EM CURSO, MANTÉM VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT PARA DOMINGO E CONFIRMA A FORMA DE CHAMADA POR ESTADO AMBAS CONTESTADAS NO TAPETÃO PELO PT E PC do B.

SINAL AMARELO.MAS, RICARDO LEWANDOWSKI - COMO NO CASO DO MENSALÃO - E MARCO AURÉLIO MELLO, DIVERGIRAM. LEWANDOWSI VAI PRESIDIR O PROCESSO NO SENADO E JÁ ANINOU MAIS UMA VEZ O GOVERNO,

Parte 2

Relator do caso, Fachin defendeu que a denúncia original é que vai ser analisada pelo plenário da Câmara e não exatamente o relatório da comissão especial, que é questionado pelo Supremo.

"No que diz respeito a imputações do teor da denúncia como originalmente chegou é o mesmo teor inicial. Não se sustenta inviabilização da defesa inadequada. Tendo como baliza o voto majoritário [na fixação do rito do impeachment em dezembro], não constato vícios alegados e não há que se falar em nulidade do parecer",

"Para não se transformar alegações de nulidade em fetichismo, que se demonstre o efetivo prejuízo no cerceamento de defesa. Não vi demonstração de prejuízo efitvo por eventuais inconsistências", afirmou Teori Zavascki.

Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo, divergiram da maioria. Marco Aurélio propôs a concessão de uma liminar para estabelecer que a Câmara só possa analisar a denúncia original sobre as questões fiscais.

O presidente do STF afirmou que houve claro cerceamento de defesa e votou por uma liminar para retirar do parecer temas estranhos à denúncia original.

ORDEM DA VOTAÇÃO

Numa sessão longa de mais de seis horas e marcada às pressas, o STF também validou uma norma do regimento interno da Câmara utilizada por Cunha que prevê a votação do processo de impeachment de Dilma começando por deputados do Norte para o Sul, de forma intercalada.

Ficou estabelecido ainda que a chamada dos parlamentares será feita pela bancada de cada Estado, alternando uma do Norte e uma do Sul.

A metodologia de votação que foi decidida por Cunha num primeiro momento acabou alterada, após a questão chegar ao Supremo.

A ordem da votação importa porque o placar parcial no domingo pode representar uma pressão de última hora sobre os ainda indecisos.

Para os governistas, o modelo adotado por Cunha tem por objetivo criar uma "onda" favorável ao impeachment durante o início da votação, já que, pelo sistema proposto pelo peemedebista, a maioria dos parlamentares que votarão primeiro tendem a ser contrários ao governo. O governo preferia ordem alfabética ou chamada individual, sendo um do Norte e um do Sul.

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