Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

11/07/2016

A FALTA DE MEDICAMENTOS

Na coluna de sexta-feira, provocado, mostrei, que o PT de Décio Neri de Lima, Pedro Celso Zuchi e Lovídio Carlos Bertoldi, debocha não do colunista como quer, mas principalmente da cidade e dos gasparenses. Enquanto fazem panfletos para promoverem uma ponte milimetricamente calculada para ser entregue às vésperas das eleições, além de marquetearem para trazer e dopar o povo para assistir o lançamento das treliças sobre a Rua Itajaí (quinta-feira haverá o segundo ato do espetáculo), escondem que faltam atendimentos nos postos de saúde, na policlínica, vagas por restrição de dinheiro para se fazer os exames laboratoriais isto sem falar na falta de remédios nas farmácias públicas. A lista dos remédios faltantes na prateleira da prefeitura está aí para ser conferida. Ou seja, e resumindo: doentes, pobres e necessitados estão relegados às manobras do ilusionismo para se manter no poder a qualquer custo. Os que sofrem, estão obrigados ao agravamento das suas doenças, quando não morrem, além do voto de cabresto. Esta lista pode ser encontrada e acessada no link http://www.gaspar.sc.gov.br/cms/pagina/ver/codMapaItem/67282

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? I

A cidade e uma parte dos seus cidadãos com acesso à internet já conhecem as oito entrevistas gravadas e disponíveis em vídeo pelos quatro pré-candidatos à prefeito de Gaspar. Elas foram feitas em duas oportunidades diferentes por dois veículos distintos. Essas entrevistas servem como parâmetros comparativos. Simples e direto. Os candidatos estavam nus. Não puderam fazer a maquiagem da edição. E nelas, devido à falta de truques, é fácil perceber e comparando essas entrevistas, que quem possui conteúdo, determinação e não se furta a responder com noção de resultado para a comunidade é, por enquanto, a vereadora e professora, Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Não se trata então de uma escolha ou preferência. É um fato. Então os outros candidatos, no mínimo, precisam urgentemente, imitá-la, ou refazer o discurso mole – e até alienado - que apresentaram até agora. Devem olhar à cidade nos seus graves problemas criados ou não resolvidos pela administração de oito anos do petista Pedro Celso Zuchi. Devem apresentar caminhos práticos de soluções, sem medo de serem julgados.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? II

Com as duas rodadas de entrevistas com todos os pré-candidatos, ficou claro e fácil de entender para os que nunca acompanharam o trabalho da vereadora na Câmara, ou nos veículos de comunicação, a razão pela qual a pré-candidata Andreia é temida por seus adversários: primeiro ela tem luz própria, é objetiva, personalidade forte, comunica-se melhor, é determinada e demonstra conhecimento e segurança naquilo que fala; segundo por ter esta determinação e coragem, foi a única a colocar o dedo na ferida e abalar o poder do PT que a humilha e constrange constantemente; terceiro, porque Andreia surpreendeu e causou desconfortos ao se lançar à este desafio de ser pré-candidata a prefeita quebrando uma fila que estava reservada ao PMDB e PP, que ainda lutam por esta homogeneidade. Entretanto, a didática, o discurso consistente, o foco, a mulher valente, aliado ao conteúdo palpável e determinação, não são de forma alguma, condições – ou as únicas - para se vencer uma eleição municipal. Apenas ajuda. Além disso, sinceridade em muitos casos atrapalha neste ambiente de velhos políticos matreiros talhados para ludibriar permanentemente os eleitores. O PT e outros esquemas partidários inclusive aqui, - como se vê em diversas operações em curso - costumam eleger apenas postes para dar empregos aos seus e perpetuar as sacanagens com o dinheiro dos pesados impostos dos cidadãos e eleitores.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? III

A entrevista de Andreia não foi lá aquela maravilha, mas de longe ela esteve à frente, ao menos nas duas entrevistas, dos seus adversários. Naquilo que lhe foi perguntada, não fugiu, demonstrou conhecer com detalhes, tem uma noção de orçamento e suas limitações de receitas, estas em declínio. Faltaram muitas perguntas, as mesmas que faltaram aos outros. Então faltaram muitas respostas, que só o dia-a-dia da campanha poderá responde-las. Finalmente, Andreia estabeleceu a prioridade de sua campanha e de seu governo, se eventualmente for eleita: saúde, mobilidade urbana e educação, no que tange a crise das creches, principalmente. Tem uma outra prioridade, que parece ser a mais importante de todas para quem se diz nova na política e promete mudanças na relação dos políticos no poder com a comunidade, mas que se apresentou apenas como rabicho quando ela terminou a entrevista: a transparência. Para Andreia, a transparência na política é o atestado de honestidade ou idoneidade de um governo para com o seu povo. Está certa e correta. E os políticos quando no mandato têm uma dificuldade danada para exercer este ato simples de cidadania e responsabilidade social. Em Gaspar, prefeitura e Câmara – onde está a vereadora –, veja o absurdo: foram instados pela Promotoria Pública que cuida da Moralidade Pública, a disponibilizar o mínimo que manda a lei específica dos dados na internet. E enrolam os gasparenses. Não os querem como fiscais do próprio dinheiro e que anda escasso.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? IV

Como os demais candidatos, Andreia reconhece que Gaspar tem potencial principalmente pela privilegiada localização geográfica. Todavia, ela explicita o óbvio: de que a cidade não conseguiu levar vantagens até agora neste potencial. Então, segundo ela é preciso organizar a cidade e atrair mais empresas para gerar renda, tributos e empregos. Entretanto, esta atração demora e pode ser uma cilada no foco de soluções que ela diz querer para a sua administração. Depois de implantada, a geração de receitas para o município só vem a longo prazo (cerca de oito anos). Ou seja, é bom para quem olha o futuro da cidade, contudo o problema de Gaspar é grave no presente. A arrecadação como Andreia mesma reconhece está caindo. Muitas empresas foram embora porque a administração de Pedro Celso Zuchi, PT, PDT (que cuida deste assunto), PCdoB (agora emprestado por Zuchi ao PSD e PSB), PR, PRB, além da Acig e Ampe (aparelhadas pelo PT até então) não tiveram capacidade de gestão, fomento, prevenção, planos e diálogo para estancar esta fuga, criada em parte pelo desastre econômico de Dilma Vana Rousseff, PT. É uma preocupação de Andreia, contudo restrito ao discurso. É urgente paliativos diante da queda brutal de receita do município e principalmente pelas dívidas que a atual gestão petista deixará para os futuros prefeitos, mas esconde. É uma situação real, que corajosamente Andreia toca e Zuchi condena. Um medo dele. Não quer nada aclarado, debatido.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? V

E por que é um problema? Porque a falta de receitas inviabiliza a cidade na sua recuperação, na sua manutenção mínima, um dormitório de Blumenau. Entre elas, a melhoria da mobilidade urbana. Andreia quer abrir as ligações entre bairros, aproveitando ou completando os muitos traçados já existentes: “vamos alargar, asfaltar e integrar o que já existe. E não desisti do Anel de Contorno. Sei que é caro. Mas precisamos começar. Tenho apoio para buscar recursos tanto para a integração interna como o Anel”, assegura apontando para o senador Dalírio Beber, do seu PSDB. Conspira contra este discurso, o fato de que nas campanhas eleitorais sempre há promessas de ajuda, mas quando se chega ao poder tudo se modifica. Basta olhar o que Lula e Dilma fizeram com Gaspar. Além do que, o PT não só quebrou Gaspar, mas também o Brasil. A recuperação vai demorar. E para completar, as verbas estaduais que seriam importantes, dificilmente chegarão diante da gestão ruinosa que faz o governador Raimundo Colombo, PSD. Ele chegou até a pedalar contra os municípios, retirando retorno obrigatórios por lei do ICMS, além de inventar a história dos juros simples para não pagar o que contraiu como dívida. Resumindo: vai faltar dinheiro e Andreia tem consciência disso. Um bom início. Mas terá que compartilhar esta dificuldade com os gasparenses para ser melhor entendida.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? VI

Entretanto, Andreia quando questionada sobre as prioridades foi clara em dois pontos: o primeiro da Saúde Pública. Vai fazer a policlínica funcionar para a finalidade que o PT a construiu, abriu e nunca a fez funcionar de verdade. Vai tentar fazer dela um centro de referência e atendimento em Saúde Pública até às 9h da noite ou até a meia-noite. Vai tentar fazer funcionar de verdade os postos de saúde nos bairros, e se possível em alguns deles, ampliar os horários de atendimento. E o hospital que o PT tomou para de lá expulsar os ladrões do dinheiro público, mas que até agora não os apontou e a dívida só cresceu ao invés de diminuir como anunciava? Andreia vai estudar o que fazer dele. Primeiro, segundo ela, vai cuidar da saúde dos mais fracos e pobres. “Lá como está no Hospital não dá. Espera-se até três, quatro horas para ser atendido em coisas simples que deviam ser feitas na Policlínica e postos. A prioridade do Hospital é a urgência e a emergência”, diagnostica.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? VII

Andreia é professora. E se eleita será a segunda nessa profissão – o primeiro foi Francisco Hostins, PDC – falecido recentemente e que deu um choque de gestão à época que é lembrado até hoje. Por isso, Andreia foi direto na ferida. Como mãe, alega, não teve acesso a creches quando precisou. Teve que se socorrer da família. “Mas, muitas mães não podem arrumar a solução que arrumei”, exemplifica. Por isso, o seu ponto central na educação estará na solução das vagas das creches. A médio prazo, segundo declarou, vai verificar onde é preciso construir os chamados CDIs. Como isto demora na burocracia e é preciso dinheiro que não tem, Andreia já definiu: emergencialmente vai contratar vagas em creches particulares que atenderem as exigências mínimas, para assim dar acolhimento e segurança às crianças das trabalhadoras que ainda não perderam o emprego na crise, ou as procuram empregos.

 

QUEM TEM MEDO DE ANDREIA? VIII

Engraçado e contraditório o que declara nas entrevistas como compromisso a vereadora Andreia na condição de pré-candidata: o PSDB dando soluções pragmáticas aos problemas populares de uma classe que ficou relegada num governo que se diz popular como o PT! Preferiu obras, as quais sugerem dúvidas, que atrasam, que infernizam a vida das pessoas por longos períodos. Outra: Andreia prometeu dar transparência total dos seus atos. E é isto que faz tremer o PT, porque eleita, o PT sabe que ela vai abrir os livros da prefeitura petista para a cidade e aí, tudo pode se complicar mais do que já está. Nenhum outro concorrente tem isso nos seus planos. Outra: eleita, Andreia diz que vai rever a revisão do Plano Diretor em que se gastou uma babilônia com a Iguatemi, foi ele feito em quatro paredes, por técnicos e não se sabe atendendo aos interesses de quem, longe da cidade e dos cidadãos e que apresentado em partes, ficou claro que não serve a Gaspar. Zuchi e o PT se enrolam na Câmara por quase três anos para discussão, emendas e aprovações. Como se pode notar, Andreia é reta e direta em assuntos que exigem ações e soluções para fazer a vida da cidade funcionar, mas que nem o PT, nem os adversários de Andreia ousam avançar como propostas ou com a clareza como ela os coloca. Afinal, quem tem medo de Andreia? E por que?

 

 

NA CONTRA-MÃO

Esta é uma cena gasparense. Rua São Pedro, sexta-feira pela manhã. No Centro, ao lado da prefeitura e à vista de todos. A rua é mão na direção da rua São José, mas este caminhão insistia vir em direção a Rua Aristiliano Ramos. Então...

 

TRAPICHE

 Na falta de planos, tem pré-candidatos (é no plural mesmo) a prefeito de Gaspar que andam com pesquisas falsas debaixo do braço percorrendo tifas, bares, pontos de taxi, igrejas para enganar analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos.

 Silenciosamente, o Samae de Gaspar colocou no ar a tomada de preços 33/2016 para a coleta de lixo. Desta vez o valor máximo mensal estimado para uma previsão mensal foi estabelecido 1.398,19 toneladas e R$ 235.469,18. Novamente, tem gente analisando este assunto com lupa.

 Hoje é dia da passagem da tocha olímpica por Gaspar. Quanto custará isto? Ninguém responde. E por que Gaspar desejou a tocha? Ninguém responde. As que rejeitaram dão pistas.

 A bela reportagem da edição de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale mostrou que são e como se escolheu, ou se indicou os carregadores oficiais da tocha por Gaspar. O que ficou claro? Que não sabemos homenagear os heróis do esporte do passado e do presente.

 E quando se resolve homenagear personalidades que são exemplos, preferimos os alienígenas, tudo para dar manchetes fáceis, carregados dos falsos símbolos dos excluídos tão propagados pelo PT, PCdoB, PDT e outros.

 Palhoça deu um exemplo bem diferente. Escolheu Tatiana, 35 anos. O que ela fez? Gestos concretos para salvar vidas. Há dois anos por acaso soube de João Victor, seis anos, condenado a norte com um câncer de fígado.

 Fez o teste de compatibilidade. Deu certo. Mas, para doar 25% do seu fígado para salvar a vida de João Victor, ela precisaria emagrecer 33 quilos. Não desistiu. Sedentária se lançou à maratona, ao sacrifício por outro. Ambos venceram a corrida. Agora, ela carregará a tocha para que sua história seja conhecida e repetida.

 O vale tudo da campanha eleitoral municipal na busca de votos que se perdeu com a credibilidade que se foi. No primeiro caso, na falta de discurso ideológico devido seus partidos e líderes estarem lambuzados, alguns políticos estão apelando para donos de animais de estimação. Se dizem defensores deles.

 O segundo caso, é mais emblemático. O até então políticos que faziam questão de se rotularem como ideológicos e éticos, estão apelando a doentes terminais e seus parentes por votos que já não ganham com o antigo discurso. Fazem agora reuniões comícios na busca de curas com remédios sem comprovação científica. Vergonhosa cara de pau ludibriando mais uma vez fragilizados.

 O terceiro caso. E há os políticos que estão se iniciando neste mundo do faz de conta. Como seus heróis no mundo político não podem mais ser citados como referência, alguns deles, presos, o neo candidato está em campanha para soltar os presos comum, como forma de reorganizar o mundo. Esperançosos, os presos já se dispõem de fazer seus parentes cabos eleitores.

 Perseguido. Pedro da Silva pediu na quinta-feira, como reza a legislação, licença da Ditran de Gaspar. É para concorrer a vereador, onde Luiz Carlos Spengler Filho já é vereador e vai a vice-prefeito.

 Mas, a Ditran no sábado das 8h às 20h não teve plantão. Quem foi escalado? Pedro da Silva. Ele protocolou o pedido no RH. E o que fez o RH? Não comunicou, segundo alega gestor do órgão, José Lourival Lana, o Garoa. Trata-se de mais uma armação do PT contra o Pedro Silva.

 A sessão da Câmara hoje será relâmpago. Começa às 14h, ao invés das 15h. E termina antes para que todos possam assistir à passagem da tocha às 15h45min. A sessão normalmente termina às 18h.

 Por falta de conhecimento de conhecimento da legislação, os edis gasparenses certamente não incorrerão. A vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, doou para a biblioteca da Câmara: 1- Código de Processo Civil e legislação correlata; 2- Estatuto da Criança e do Adolescente; 3- Código Florestal e legislação correlata; e 4- Código de Proteção e Defesa do Consumidor e legislação correlata.

 Precisa explicar. Em Blumenau, quando o deputado Esperidião Amim Helou Filho, PP, esteve para arrumar a casa à uma possível candidatura ou aliança no pleito deste outubro foi taxativo: não queria ninguém junto com o PMDB. Mas, em Gaspar esta aliança não sofre restrições. Então...

 E por falar em trânsito de Gaspar... os agentes continuam sem acesso ao portal da Detran bem como as multas de competência estadual, e nem a Polícia Militar pode multar nas competências municipais.

 Dia 31 vai haver manifestações nas ruas do Brasil contra a corrupção, o afrouxamento do judiciário a favor dos corruptos e contra a lei da mordaça dos políticos que tenta punir autoridades como juízes, promotores policiais. Em Gaspar, tudo em silêncio. Estranho.

 Engana que eu gosto. A prefeitura retirou do seu site as notícias, que na verdade servem para a propaganda de governo. Mas, como uma ilusionista profissional, está distribuindo informações às rádios de Gaspar, Blumenau e Brusque dos seus feitos, ou estimulando pautas para tais “realizações” governamentais.

 No panfleto que o deputado Federal Décio Neri de Lima, PT, fez e distribuiu para louvar a ponte do Vale como o grande acontecimento do seu partido aqui em Gaspar, o único secretário que aparece com depoimentos é Lovídio Carlos Bertoldi. Coincidentemente pré-candidato a prefeito de Gaspar. Outra esperteza pode virar um problema.

 Em outro mundo. O PMDB de Gaspar precisou fazer uma pesquisa com os gasparenses no tal projeto “Para quem quer mais” para descobrir o que a cidade inteira já sabia há muito tempo: a maioria dos entrevistados “pedem que a saúde seja olhada com prioridade”, diz o press release que o partido distribuiu na semana passada para a imprensa.

 O assunto foi debatido na reunião mensal do partido. Ela aconteceu na segunda-feira da semana passada e foi realizada na Sociedade Alvorada. “O evento contou com a participação dos partidos PMDB, PP e PSC. Partidos que apoiam os pré-candidatos a prefeito Kleber Wan-Dall e a vice, vereador Luís Carlos Spengler (Lu). Na oportunidade foram apresentados os primeiros dados do projeto ‘Prá quem Quer Mais’”, relata a nota do PMDB.

 Outra “descoberta” do PMDB na mesma pesquisa e “revelada” pelo presidente do partido Carlos Roberto Pereira, aos seus no referido encontro: “os gasparenses estão insatisfeitos com as prioridades da atual gestão [do PT]”.

 O press release, entretanto, mesmo diante deste diagnóstico de situação tão grave, estranhamente não aponta soluções do partido para os gasparenses na área de Saúde. Ocupa espaço, apenas.

 Kleber tem sido genérico sobre este assunto nas entrevistas já disponíveis. Outra: os vereadores do partido comandados por Pereira, durante o mandato, preferiram não se desgastar.

 Quem acompanhou a Câmara nestes quase quatro anos, viu que não exigiram ação concreta do governo petista de Pedro Celso Zuchi para reverter este quadro caótico na Saúde Pública de Gaspar contra os gasparenses. O PMDB, logicamente, não é culpado. Mas, a omissão como oposição, foi flagrante.

 

Edição 1758 / Versão Online

Comentários

Pagamdo Brabo
14/07/2016 16:54
Fato novo em Gaspar, mudou o procurador novamente, sai Fernando Borba e entre Mara novamente que recém, tinha sido exonerada e era cotada por muitos para ser a vice de Lovidio, Portanto seu vice ainda vai ficar na surpresa, talvez viram que a mesma pouco iria agregar na campanha
e
Herculano
14/07/2016 16:15
DOIS VOTOS CATARINENSES CONTRA CUNHA

Dois deputados catarinenses votaram hoje na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, contra o pedido do deputado Eduardo Cunha, PMDB RJ, para o processo dele voltar ao Conselho de Ética.

Esperidião Amim Helou Filho, PP, e Jorginho Mello, PR
Herculano
14/07/2016 14:00
EM POLÍTICA É ASSIM. QUANDO SE ESTÁ POR CIMA, TUDO DÁ CERTO. QUANDO BATE A ZICA, AS ARMAS E COMPOSIÇÕES DE SUCESSO, FALHAM SISTEMATICAMENTE. EDUARDO CUNHA PERDE NA CCJ E VAI A JULGAMENTO NO PLENÁRIO DA CÂMARA

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo)Fabiana Maranhão. A maioria dos membros da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara rejeitou, nesta quinta-feira (14), o recurso contra o processo de cassação do mandato do ex-presidente da Câmara e deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).


Sob o olhar de Cunha, que estava presente à sessão de hoje, 48 integrantes do colegiado votaram contra o parecer do relator Ronaldo Fonseca (Pros-DF) e 12 foram favoráveis. A votação foi realizada depois de ter sido adiada por duas vezes.

Na semana passada, Fonseca apresentou seu parecer, acatando um dos pontos do recurso de Cunha em relação a supostas irregularidades ocorridas na votação no Conselho de Ética da Casa e pediu a anulação do pleito. Segundo ele, a chamada nominal feita pelo presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), foi "ilegal".

Assim como nas duas sessões anteriores, Cunha compareceu hoje à reunião para fazer sua defesa pessoalmente. Cunha reafirmou que é alvo de um "julgamento político em um processo jurídico". "O que está sendo feito aqui é uma violência jurídica, uma violência regimental e uma violência constitucional", se defendeu.

Há um mês o colegiado aprovou, por 11 votos a nove, a cassação de Cunha por quebra de decoro parlamentar. Cunha é acusado de mentir na extinta CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Petrobras ao negar ter contas no exterior. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República confirmou a existência de contas na Suíça ligadas a Cunha e a seus parentes. Cunha nega ser o titular das contas.

A representação contra Cunha foi entregue em outubro de 2015, mas seu andamento tem sofrido atrasos por causa de ações de aliados, que são acusados, por deputados que querem a cassação do peemedebista, de promoverem "manobras" para beneficiar Cunha e adiar o desfecho do caso.

Na semana passada, Cunha renunciou à presidência da Câmara depois de cerca de dois meses afastado do cargo por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Próximos passos

Depois da rejeição do parecer de Fonseca, o presidente da CCJ, Osmar Serraglio (PMDB-PR), nomeou outro relator, o deputado Max Filho (PSDB-ES), que recebeu o apoio da maioria dos integrantes do colegiado.

Minutos depois e baseado no texto de um voto em separado apresentado anteriormente por José Carlos Aleluia (DEM-BA), Max Filho apresentou seu parecer favorável ao prosseguimento do processo. "Voto pelo não conhecimento dos recursos [...] para manter a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar que julgou procedente a representação", disse.

"Isso é uma vergonha e quero repudiar isso", respondeu Cunha, criticando as rasuras feitas pelo relator no texto de Aleluia. O relatório deve ser apreciado ainda hoje pelos membros da comissão.

Na madrugada de hoje, momentos depois de ser eleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse que colocará a ação contra Cunha em votação no plenário quando houver "quorum adequado".

"Uma votação como essa tem que ter quorum elevado. Se houver 300 deputados (de 513), a imprensa pode dizer que o presidente ajudou ou prejudicou o Eduardo. Então, isso ocorrerá no momento certo e com quorum adequado", adiantou.

O então presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), chegou a declarar que o "recesso branco" da Casa deve jogar a votação em plenário para agosto. No plenário, serão necessários ao menos 257 votos para aprovar a cassação do mandato de Cunha.
Sidnei Luis Reinert
14/07/2016 12:08
Lula: Prisão inevitável! Justiça fecha o cerco em torno do ex-presidente
Posted on 14 de julho de 2016 by CristalVox


EX-JUIZ DA ZELOTES ASSUME DENÚNCIA CONTRA LULA EM BRASÍLIA. O JUIZ É DA VARA ESPECIALIZADA EM LAVAGEM DE DINHEIRO. A denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desmembrada da Operação Lava Jato e encaminhada à Justiça do Distrito Federal terá como relator o juiz Ricardo Leite, que, no ano passado, deixou o caso Zelotes. Leite é substituto na 10.ª Vara da Justiça Federal de Brasília, especializada em lavagem de dinheiro.

O processo contra Lula para o qual o juiz foi designado relator tramitava no Supremo Tribunal Federal (STF) até o mês passado. A acusação envolve a suposta tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró para evitar que ele fizesse acordo de delação premiada.

Também foram denunciados na mesma ação o ex-senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e seu filho, Maurício, o assessor do ex-senador Diego Ferreira e o ex-advogado de Cerveró, Edson Ribeiro. O processo foi enviado para a primeira instância porque nenhum dos denunciados no caso tem foro privilegiado.



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, defendia que o processo fosse enviado para o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato na primeira instância. O ministro Teori Zavascki, no entanto, entendeu que o caso não tem conexão direta com a operação que investiga o esquema de corrupção na Petrobras e o destinou à Justiça Federal em Brasília.

Zelotes Leite deixou o caso Zelotes, que investiga esquema de evasão fiscal respaldados pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda (Carf), quando o juiz titular, Vallisney de Souza, que estava emprestado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), reassumiu sua vara.

À época, Leite recusou uma série de pedidos de quebra de sigilos telefônicos e prisões preventivas de envolvidos na investigação. Por causa disso, o procurador Rodrigo Paiva pediu que ele não atuasse mais em nenhum processo da Operação Zelotes, mas o pedido não chegou a ser analisado porque o titular voltou a atuar no caso.

Longe dos processos, Leite ingressou com queixa contra o procurador sob a acusação de que Paiva atuava para poupar o PT nas investigações. A operação também apura envolvimento de bancos e grandes empresas do País acusados de comprar medidas provisórias editadas pelo governo Lula (2003-2010). O petista e o filho dele, Luís Cláudio, são alvo de procedimentos investigatórios na operação.
Sidnei Luis Reinert
14/07/2016 11:58
Eleição de Rodrigo Maia não evita manobras pelo "Fora, Temer", depois das quedas de Cunha e Dilma


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A eleição de Rodrigo Maia para cumprir um período-tampão como presidente da Câmara (rachando o "centrão") e a quase certa perda de mandato de Eduardo Cunha (até outro dia o "Rei do Centrão" deixa o Presidento interino Michel Temer exatamente no "centrão" de uma confusão política que pode ser fatal. Em meio a uma crise econômica para qual o governo não tem mostrado solução viável no curto prazo, Temer parece vítima da "realidade aumentada" da guerra institucional brasileira. No caso, o "Pokémon Go" que leva chumbo é ele mesmo. O monstrinho, com carinha do "amigo da onça", é alvo fácil da petelândia.

Até Dilma Rousseff, no alto de sua decadência, consegue atingir o inimigo Temer sem apelar para o joguinho da Nintendo que virou febre universal. Dilma prometeu ontem que vai divulgar, em agosto, uma cartinha pública de apoio a um projeto do senador Randolfe Rodrigues que apoia a realização de um plesbiscito, ainda este ano, sobre a antecipação ou não da eleição para Presidente da República. Dilma aposta na consulta que é apoiada, além de Randolfe, pelos senadores Acir Gurgacz, Cristovam Buarque, Eumano Férrer, Lídice da Matta e o "bolivariano-chavista" Roberto Requião.

Com a impopularidade que Temer ostenta (em níveis assustadores parecidos com o da Dilma), a ideia da antecipação da eleição presidencial tende a aumentar a instabilidade do governo provisório - com tudo para se transformar em um desgoverno definitivo a partir do final do mês do desgosto. A petelândia desesperada, mas não desmobilizada, já aposta que, depois da vitória do "Fora, Cunha", pode conquistar insatisfação popular suficiente para um "Fora, Temer". A cúpula petista já avalia que a manifestação de 31 de julho, para consolidar a queda de Dilma, também causará grande estrago contra Temer (tão frágil quanto um Pokemon). O joguinho promete ficar mais bruto.

O "Centrão", fundamental para a frágil estabilidade da politicagem, está pt da vida e inicialmente dividido com a vitória de Rodrigo Maia (DEM-RJ) por 285 votos contra os 170 de Rogério Rosso (PSD-DF). Com mandato-tampão até fevereiro do ano que vem, Rodrigo não é garantia de fidelidade 100% à gestão Temer. Os governistas ficaram apertadinhos ontem com o discurso eleitoral do filho de Cesar Maia. Rodrigo pregou que é necessária uma oposição forte para fiscalizar o governo.

A petelândia quer tirar o máximo de proveito da previsível queda de Eduardo Cunha, prevista para breve. Tanto que a Presidenta afastada Dilma Rousseff já confirmou ontem que irá ao plenário do Senado para fazer, pessoalmente, sua defesa contra o impeachment. Em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, Dilma avisou: "Eu não fui à comissão justamente pelo fato de que a comissão é uma comissão, não tem o conjunto dos senadores, e eu preciso do voto do conjunto dos senadores, não de parte dos senadores. Nosso interesse é falar para todos os senadores. Essa oportunidade que eu tenho, garantida pela Constituição, eu vou utilizá-la".

Em resumo: Dilma sabe que está politicamente morta. No entanto, sua missão agora é levar Michel Temer junto para a "sepultura". Depois, se vingar a campanha pela antecipação da eleição presidencial, quem fica beneficiada é a esquerda bolivariana, acuada, porém sobrevivente. Lula pode se aventurar a um retorno (se não for barrado por algum problema judicial mais sério imposto pela "República de Curitiba). E Marina Silva, petista enrustida e bolivariana light, fica sempre na moita, aguardando a hora do bote eleitoral.
É por isso que o o jogo de "Pokémon Go" contra Temer ganhará muitos adeptos, com o agravamento das crises que a politicagem não tem a menor vontade e competência para resolver imediatamente. O pragmático "Centrão" perdeu. Cobrará a conta, imediatamente, de Michel Temer, cuja equipe econômica vai cobrar, ainda mais, a conta da sociedade brasileira, aumentando impostos para financiar a gastança crescente com a máquina pública. A base aliada, reunida novamente, voltará a cobrar o que Temer talvez não possa pagar...

A tal "agenda de consenso" que Rodrigo Maia promete botar para votar tem tudo para sair caríssima para o Brasil - cuja maioria do povo exige mudanças concretas, e não meros acertos de contas entre a politicagem. Restabelecer a confiança dos cidadãos e dos empresários não será fácil...
Herculano
14/07/2016 08:37
LÍDER TUCANO: "É HORA DE DESCONFIGURAR CENTRÃO", por Josias de Souza

Líder do PSDB, o deputado Antonio Imbassahy anunciou que deflagrará na Câmara uma articulação para acabar com o chamado centrão. "Não basta eleger um novo presidente e cassar Eduardo Cunha", disse ele ao blog, na madrugada desta quinta-feira. "É preciso aproveitar esse momento para desconfigurar o centrão, derrubando os muros que separam esse grupo do resto da Câmara."

Idealizado por Cunha para sequestrar a pauta legislativa do governo Dilma Rousseff, o centrão reúne 12 legendas: PP, PR, PSD, PTB, PROS, PSC, SD, PRB, PEN, PTN, PHS e PSL. Juntas, somam algo como 225 votos. Bem mais do que os 170 votos amealhados por Rogério Rosso (PSD) no segundo turno da eleição para a presidência da Câmara. Imbassahy enxergou no fiasco de Rosso uma oportunidade a ser aproveitada.

"O que aconteceu hoje gera uma oportunidade rara, que não pode ser desperdiçada", animou-se o líder tucano. "O centrão é visto como uma bactéria dentro da Câmara. Mas há gente de valor nesses partidos. São deputados que podem ser atraídos para uma agenda de interesse do país. Nossa obrigação é tentar requalificar as relações na Câmara, derrubando muros, buscando convergências."

Imbassahy disse que já vem conversando sobre o tema com André Moura (PSC-SE), um deputado do baixíssimo clero, soldado da tropa de Eduardo Cunha, que o centrão impôs ao governo Temer por meio de um abaixo-assinado. Ironicamente, o Planalto torcia por uma vitória de Rosso, o nome do centrão, na sucessão da Câmara. Para o governo, o eleito Rodrigo Maia (DEM-RJ) é apenas um meio-termo aceitável, já que a alternativa ?"a candidatura do dissidente peemedebista Marcelo Castro, apoiado por Lula?" era vista como inadmissível.
Herculano
14/07/2016 08:34
MELHOR QUE A ENCOMENDA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Uma eleição para a presidência da Câmara em meio a um dos momentos mais conturbados da política em que o País convive com dois presidentes da República - um de fato e outra de direito -, com um processo de impeachment em andamento, crise econômica e investigações lavando a jato episódios de corrupção envolvendo políticos de alta patente, tinha tudo para dar errado para o lado do governo. No entanto deu certo. Mais certo que o esperado pelo Palácio do Planalto.

O preferido era Rogério Rosso que acabou perdendo de lavada para Rodrigo Maia. Dócil e novato em seu primeiro mandato de deputado federal, Rosso seria a garantia de uma relação de paz. Para não dizer de submissão aos interesses do Poder Executivo. Já Maia, dará mais trabalho. Não porque tenha ideias oposicionistas em relação ao governo. A questão é a personalidade do deputado dado a atritos e imaturidades. Mas, diante da situação, esse é o menor dos problemas.

Os maiores deles estão resolvidos: o sepultamento do mito da influência de Eduardo Cunha, a volta do chamado centrão ao seu real tamanho e importância (um ajuntamento de nulidades) e a retomada de um ambiente minimamente orgânico em decorrência da vitória de forças mais tradicionais e organizadas. PSDB, DEM, PSB, PPS e parte do PMDB ficaram com Rodrigo Maia e é esse conjunto que tende a prevalecer. E a esquerda que também ajudou? Aí reside a ironia, levando em conta que esse grupo é contrário ao governo Temer, prega a tese do "golpe", mas contribuiu com ele fazendo o papel de verniz na candidatura Maia. Não terá tratamento hostil, não obstante as hostilidades que continue produzindo. Afinal, uma cereja não garante o sucesso da receita, mas melhora muito a aparência do bolo.
Herculano
14/07/2016 08:29
PEQUENAS MENTIRAS, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Diferentemente do que acontece no Reino Unido, na política brasileira falhas morais e desvios de conduta são ignorados

A deputada inglesa Andrea Leadsom abandonou a disputa pela chefia do governo do Reino Unido porque foi desmascarada ao apresentar um currículo "exagerado". Não foi só por isso, claro, mas a imprensa e seus colegas do Partido Conservador bateram nesse ponto: como uma candidata a primeira-ministra pode tentar alterar sua biografia para se valorizar? O ato foi considerado uma falha moral e um erro de estratégia política.

Se estivesse disputando algum cargo no Brasil, não teria que se preocupar com isso. Dilma Rousseff fez pior. Foi apanhada pela imprensa em 2009 com um currículo falso, apresentou umas desculpas esfarrapadas e seguiu em frente. Nem seus adversários bateram nesse ponto.

Na política brasileira, desvios de conduta e falhas morais não são consideradas. Os políticos não renunciam nem quando apanhados com contas secretas, por que iriam se preocupar com "mentirinhas"?

Reparem na diferença: Andrea Leadsom, que concorria com Theresa May pelo cargo de primeira-ministra, disse em entrevistas que havia dirigido negócios financeiros por 25 anos. Seu currículo oficial a apresentava como diretora de duas instituições financeiras.

Os jornalistas checaram e, bem, era diferente. Ela havia trabalhado em instituições financeiras, mas em funções secundárias e não ligadas diretamente à gestão dos investimentos. Também não havia sido diretora, mas vice-diretora, como admitiu - e numa área não financeira, entre muitas outras vices, como descobriu a imprensa.

Sua capacidade de liderar o país já estava em xeque - e ela certamente perderia a disputa para Theresa May se fosse bater voto. Mas aquela falha liquidou sua candidatura. E mais outra declaração: que seria melhor primeira-ministra porque era mãe. Depois pediu desculpas a May, mas já era fim de caminho.

Pensaram nas declarações sem sentido da presidente Dilma? Pois tem mais: em 2009, então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, já escolhida candidata pelo presidente Lula, ainda mantinha no seu currículo oficial, registrado no site do governo, que era mestre em Teoria Econômica e doutoranda em Economia Monetária pela Unicamp. Na Plataforma Lattes, base oficial de dados de currículos na área acadêmica, constava até o nome da tese de mestrado, a data de obtenção do título (1979) e o nome do orientador.
Herculano
14/07/2016 08:29
PEQUENAS MENTIRAS, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Tudo falso, como apurou primeiramente a revista "Piauí" e depois O GLOBO. Não havia tese nenhuma, nem curso de mestrado ou doutorado concluídos. Dilma apenas frequentara aulas no doutorado. Como se explicou? Disse que não fazia a menor ideia de quem havia colocado os dados na Plataforma Lattes. Desculpa esfarrapada: só a própria pessoa tem os documentos e senhas para mexer no seu currículo. Pode passá-los para alguém, mas aí sabe ou tem a obrigação de saber o que a outra pessoa está fazendo.

E no site da Casa Civil? Outro pequeno equívoco que mandou corrigir.

Como não percebeu os "erros" durante tanto tempo? Estava trabalhando pelo Brasil - aliás, Dilma disse que não pôde apresentar teses justamente porque estava trabalhando. Mas quando, em entrevistas, era apresentada como mestre, ela não corrigia.

E ficou por isso mesmo. Parece que estava dizendo algo do tipo: Qual é? Vão criar caso por uma bobagem?

O deputado Eduardo Cunha vai perder o mandato - quer dizer, pode perder o mandato, nunca se sabe - por uma mentira. Ele disse, oficialmente, em comissão da Câmara, que não tinha contas no exterior. Quando apareceram as contas, veio com essa desculpa de que as contas não estavam em nome dele, mas de trusts, um tipo de operação financeira. Que fosse ele o beneficiário do trust, portanto, o "beneficiário" do dinheiro, não quer dizer nada, diz o deputado até hoje.

Não faz o menor sentido, mas virou um caso complicado, muitos políticos concordam com Cunha, dizem que não se pode cassar um mandato por um deslize menor - e a Câmara e o Supremo Tribunal Federal gastam tempo, energia e dinheiro com essa história.

Dizem por aqui que política é a mesma farra em qualquer país. Não é.

Na Inglaterra, não se diz que a deputada Leadsom cometeu um pequeno deslize. Diz-se que se ela mente no currículo, o quanto não mentiria no governo? Se ela apresenta um currículo falso - algo de sua inteira responsabilidade ?" o que mais pode fazer?

E por falar em casos acadêmicos: em 2011, o ministro da Defesa da Alemanha, Karl-Theodor zu Guttenberg, renunciou ao cargo porque foi apanhado em um plágio na sua tese de doutorado. Ele tinha 39 anos, era o mais promissor político do momento. O tal "erro", como ele admitiu, havia sido cometido 15 anos antes, quando ele nem pensava em política.

Pediu desculpas e saiu. A universidade cassou o seu título.

Pois é, pensaram assim: se o cara começa roubando no doutorado, imaginem o que mais pode fazer.
Herculano
14/07/2016 08:22
SEM REFORMAS, SINAIS DE MELHORIA NÃO PERSISTIRÃO, editorial do jornal O Globo

Não se deve confiar na imagem inspirada no senso comum de que a economia chega ao fundo do poço e volta. Nem sempre, como tem demonstrado a Venezuela

É sempre perigoso aplicar a assuntos complexos receitas simples do senso comum. Uma delas é que "tudo o que cai sobe". Nem sempre, quando se trata do ambiente econômico.

O economista e ministro Mário Henrique Simonsen costumava dizer que em economia não existe fundo do poço, porque, em algumas circunstâncias, ele desce junto. A depender da crise, o poço também afunda.

O exemplo do momento é a Venezuela, onde o delirante projeto bolivariano do "Socialismo do Século XXI" desorganizou de tal maneira o país que, mesmo tendo uma das maiores reservas mundiais de petróleo, ele naufraga numa crise humanitária de dimensões haitianas.

Não se pode garantir, portanto, que, depois de dois anos de recessões históricas, acima de 3% anuais de queda de PIB, o Brasil está condenado a se recuperar de maneira firme a partir do final deste ano/início de 2017.

Sinais positivos existem - aqueles que sinalizariam a chegada ao "fundo poço". Como já ocorreu várias vezes, a economia brasileira reage de forma rápida pelo setor externo, depois de grandes desvalorizações cambiais. Este ajuste impressiona, também auxiliado por um fato negativo: a recessão e seu efeito no corte de importações. O saldo positivo na balança comercial, no primeiro semestre, de US$ 23,6 bilhões, é recorde, por exemplo. Confirma-se, então, que, no front externo, não há mesmo o que temer.

Mas esta não é uma crise no figurino brasileiro clássico. Não eclodiu porque a economia esgotou a capacidade de pagar compromissos externos. Ao contrário, tanto que há nas reservas mais de US$ 300 bilhões. O Brasil de Lula e Dilma quebrou foi em moeda nacional, com a irresponsável administração fiscal da presidente, motivo do pedido de seu impeachment.

Se no passado o governo precisava se tornar solvente em dólar, hoje ele necessita fazer o mesmo com relação ao real, à sua dívida interna, em marcha batida para atingir 80% do PIB. Para a economia brasileira, um dos últimos estágios em direção à insolvência na dívida interna.

Não se sai desta turbulência viajando a Washington, Nova York ou Londres. Desta vez, a solução está com os próprios brasileiros: Executivo e Legislativo. Hoje, mais com este.

Estimativas feitas por departamentos de análises de instituições financeiras já apontam para novos ares. O Relatório Focus, do Banco Central, atualizado semanalmente com base nessas projeções, tem projetado algum crescimento do PIB em 2017.

Mas expectativa positiva, por si só, não resolve. Ou seja, o governo interino de Michel Temer tem de encaminhar ao Congresso as reformas sem as quais o Brasil continuará no atoleiro: previdenciária, orçamentária a e na legislação trabalhista. Para começar.

Entende-se que o Planalto de Michel Temer transita sobre uma camada fina de gelo, porque ainda necessita que o impeachment de Dilma seja finalmente aprovado, o que se prevê para o final de agosto.

Mas comprometer mais ainda o equilíbrio fiscal - como no trem da alegria dos reajustes do funcionalismo - é como queimar a ponte à frente da travessia. O problema se expressa nos números da meta fiscal. Os R$ 139 bilhões para 2017 ainda são muito elevados. Há vários aspectos da atual conjuntura econômica que apontam para a recuperação. Porém, sem as reformas, volta-se ao tempo dos "voos de galinha".
Herculano
14/07/2016 08:19
MARINHA ENFIM CASSA HONRARIAS DE MENSALEIROS, por Cláudio de Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Finalmente, quase quatro anos após a condenação pelo Supremo Tribunal Federal, os mensaleiros petistas José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha, além do delator do esquema, Roberto Jefferson (PTB), e do dono do PR, Valdemar Costa Neto, tiveram cassadas a Ordem do Mérito Naval, uma das mais altas condecorações da Marinha do Brasil. O ato é do comandante, almirante Eduardo Bacellar Ferreira.

EXIGÊNCIA LEGAL
Os decretos que criam as honrarias trazem também a obrigação de cassá-las de agraciados que forem condenados pela Justiça.

ORDEM CUMPRIDA
Segundo o ministro Raul Jungmann (Defesa) a cassação da medalha "foi uma decisão do Ministério Público. Apenas cumprimos uma ordem".

TRANSITADO EM JULGADO
Os mensaleiros são corruptos transitados em julgado no STF desde 28 de novembro de 2012. Suas penas somaram 282 anos de cadeia.

PUXOU A FILA
Em 2015, o general Villas Boas cassou a Medalha do Pacificador, maior condecoração do Exército brasileiro, de todos os mensaleiros.

PLANALTO AGIU PARA ESVAZIAR CANDIDATURA ABESTADA
Apesar de ter anunciado que não iria interferir na eleição do presidente da Câmara, o governo Temer atuou nesta quarta (13) para esvaziar a candidatura de Marcelo Castro, candidato do PMDB e ex-ministro de Dilma. Ele é aquele ministro-abestado indicado pela ala do PMDB que apoiava o PT, mas que se licenciou do Ministério da Saúde duas vezes, em meio à crise do vírus Zika, para votar contra o impeachment.

GOVERNO LIGADO
O presidente Michel Temer ficou incomodado: convocou dez deputados fortes do PMDB para desestabilizar a candidatura de Marcelo Castro.

INIMIGO DO GOVERNO
No encontro, Temer avisou aos deputados aliados que o PMDB não pode se comportar como inimigo de governo comandado pelo... PMDB.

DILMISTAS NUNCA MAIS
"Não dava para apoiar a candidatura de aliado de Dilma", confidenciou Paulinho da Força (SD-SP), que apoiou Rogério Rosso (PSD-DF).

JOGOU A TOALHA
Em conversa com um senador do PT, Lula confidenciou que o governo Michel Temer conduz a economia melhor do que Dilma: "Nem o Lula acredita mesmo na reversão do impeachment", confidenciou.

JARDIM DO IMPEACHMENT
Aliados do governo Temer apelidaram o grupo de defensores de Dilma Gleisi Hoffman, Fátima Bezerra e Vanessa Grazziotin, Humberto Costa e Lindbergh Faria na comissão do impeachment de "jardim de infância".

DEMONSTRAÇÃO DE FORÇA
Assim que chegou à CCJ a informação do adiamento da eleição de presidente da Câmara, Cunha sacou o telefone e fez uma ligação. Minutos depois o horário foi mudado e a sessão da CCJ, encerrada.

POLO DIMINUIU
Números da Suframa revelam que o polo de Manaus faturou R$ 28,4 bilhões entre janeiro e maio deste ano. São 11,36% a menos em relação ao mesmo período de 2015, que registrou R$ 32 bilhões.

CARA DO DESÂNIMO
Os aliados de Dilma Rousseff não escondem o desânimo. O deputado José Guimarães (PT-CE) conversava, com cara de poucos amigos, com aliados petistas antes da votação de presidente da Câmara.

CUNHA, NÃO
Deputados dilmistas explicaram a preferência por Rodrigo Maia contra Rogério Rosso, na disputa pelo comando da Câmara: "com Rosso, Eduardo Cunha continua dando as cartas," acusa deputado do PSOL.

CONTRA A EXPLORAÇÃO
O Ministério Público do Rio de Janeiro deflagrou operação em conjunto com a Polícia Militar para coibir a prostituição infantil na Barra da Tijuca e no Recreio dos Bandeirantes. Foi criada a partir de denúncias sobre o aumento constante da exploração sexual de menores na orla do Rio.

ORGULHO INADIMPLENTE
A organização da Parada do Orgulho Gay de SP está inadimplente com o governo federal desde 2008 quando recebeu R$300 mil para o evento. Ainda assim levou R$250 mil, em 2009, e R$300 mil, em 2010.

PENSANDO BEM...
...se o PMDB defende mesmo o retorno de Dilma, a escolha de Marcelo Castro para presidente da Câmara cairia como uma luva.
Herculano
14/07/2016 08:00
DUPLA RESSUREIÇÃO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A eleição de Rodrigo Maia à presidência da Câmara representa uma dupla ressurreição: de seu partido, o DEM, e de seu clã familiar, que enfrentava uma fase de declínio na política carioca.

O antigo PFL parecia condenado à extinção. Fundada a partir de uma costela da ditadura, a legenda engordou nos governos Collor e FHC, mas sucumbiu ao ser despachada para a oposição na era petista. A mudança de nome não interrompeu a trajetória de queda. A bancada da sigla despencou de 105 deputados eleitos em 1998 para apenas 21 em 2014. Pela primeira vez, o DEM não elegeu nenhum governador.

A sigla respirava por aparelhos, mas voltou a dar sinais de vida no ano passado, em aliança com Eduardo Cunha. Finalmente, encontrou a redenção com o impeachment de Dilma Rousseff. O interino Michel Temer recompensou o DEM com o cobiçado Ministério da Educação.

A eleição de Maia também representa uma reviravolta inesperada para sua família. Seu pai, Cesar Maia, foi prefeito do Rio por três vezes e chegou a sonhar com a Presidência da República em 2006.

Transformado em alvo do PT, viu seu prestígio minguar depois de uma intervenção do governo Lula nos hospitais municipais. Foi abandonado por aliados, perdeu duas eleições para o Senado e se conformou com uma cadeira de vereador. Rodrigo manteve o mandato de deputado, mas não conseguiu alçar voos maiores. Em 2012, tentou a prefeitura e sofreu uma derrota acachapante, com menos de 3% dos votos.

Uma conjunção improvável de fatores o transformou em presidente da Câmara. Isso só foi possível devido ao apoio da esquerda e à reação dos grandes partidos às manobras de Eduardo Cunha e do centrão.

Agora Maia terá que provar que se livrou da influência do correntista suíço e não usará o cargo para salvá-lo. Os gritos de "Fora Cunha" que ecoaram ontem no plenário apontaram o caminho certo a seguir.
Herculano
14/07/2016 07:56
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA

Ela é exclusiva para os leitores e leitoras da edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação em Gaspar e Ilhota, o de maior credibilidade.

Herculano
14/07/2016 07:54
RECUPERAR A IMAGEM, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

O resultado do primeiro turno da eleição para presidência da Câmara mostrou o fortalecimento do governo Temer, que teve apoio dos dois finalistas, e a derrota de Lula, marcando que o PT está mesmo em minoria no Congresso.

Fora os diversos Severinos que se apresentaram como candidatos apenas para terem seus dez minutos de fama, houve uma boa surpresa nos discursos de deputados mais influentes na Câmara: o reconhecimento de que é preciso resgatar a credibilidade dos políticos diante da sociedade brasileira.

O mandato que tantos cobiçaram terá apenas seis meses, mas é nesse intervalo até a próxima legislatura, com mandato de dois anos, que poderão ser dados os primeiros passos para o restabelecimento da imagem da Câmara, que todos destacaram ser a face mais visível do Congresso, aquela que deveria representar os cidadãos.

Esse estado de espírito combina com o que está acontecendo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, onde são poucos os que se atrevem a defender o deputado Eduardo Cunha, e muitos são os que, mesmo sob a vigilância dele, dispõem-se a enfrentá-lo, com palavras e votos.

Cunha, sem dúvida, continua com capacidade de atuação nos bastidores, tanto que conseguiu transferir para hoje a votação que confirmará sua ida a julgamento no plenário da Câmara.

Teve sorte, porém, ao enfrentar nessa guerra regimental um atabalhoado vice-presidente em exercício, Waldir Maranhão, que tentou adiar a votação para a presidência da Câmara a fim de dar tempo à CCJ de terminar o serviço ainda ontem.

Mas, fraco, Maranhão foi e voltou de sua decisão várias vezes, deixando claras suas intenções políticas, o que permitiu ao deputado Osmar Serraglio, aliado de Cunha, adiar a sessão, dando mais uma noite ao condenado inapelavelmente à degola pelo plenário.

Cunha tornou-se o exemplo a ser dado pela Câmara à sociedade, e nem mesmo sua ameaça de que os demais deputados terão o mesmo destino que ele, se a cassação acontecer, amedrontou a maioria. Ninguém quer demonstrar que se considera igual a ele. Mesmo que seja, mesmo que Cunha saiba que é.

Mas o espírito que domina a CCJ e o plenário é o mesmo revelado em diversos discursos dos candidatos, a necessidade de reverter a imagem negativa que o Congresso tem diante do eleitorado, e até mesmo uma pesquisa que mostra que 90% dos eleitores não se consideram representados no Congresso foi citada como sinal de que as coisas chegaram a um ponto insustentável, e que é preciso fazer alguma coisa para recuperar a confiança dos brasileiros.

Admitir que estamos em uma crise política sem igual, e que, se nada for feito para superá-la, todos naufragarão juntos, é um primeiro passo para a busca de uma solução. Não seria surpresa se, deste caos em que a política brasileira está metida, saísse um projeto de reforma política que desse uma organização básica à atuação do Congresso.

O número exagerado de candidatos que se apresentaram para a presidência da Câmara é uma consequência do sistema partidário sem limitações mínimas para que partidos sejam representados no Congresso.

O governo Temer, que teve uma quase unanimidade de apoio nos discursos, tem uma proposta de reforma política minimalista que pode ser um bom início, baseado em dois pontos fundamentais: cláusulas de barreira e fim das coligações proporcionais.

É sinal de que, na Câmara, o questionamento ao governo Temer não encontra eco o fato de que não tenha havido candidato, fora dos tradicionais aliados do PT, que se colocasse contra o governo.

A maioria está sintonizada com a necessidade de recuperar a governabilidade perdida nos anos Dilma Rousseff, especialmente nos últimos meses, em que o Congresso estava em pé de guerra com o Planalto.
Herculano
14/07/2016 07:51
SEM TRANSPARÊNCIA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Do descrédito geral que engolfou o Executivo e o Legislativo, o Judiciário emergiu não apenas como instituição comparativamente ilesa de suspeitas, mas também como instrumento decisivo para a regeneração do quadro de dissolução de comportamentos instituído na democracia brasileira.

Sua cúpula, entretanto, parece ter-se dedicado nos últimos dias a desencorajar expectativas tão ambiciosas. Quando trata de defender os seus, o que o Poder dá mostras, para ficar na superfície visível, é de pequenez.

Não bastou, nos últimos dias, a abusiva determinação da presidência do STF no sentido de identificar os responsáveis pelos "pixulekos" que ironizavam seu ocupante, o ministro Ricardo Lewandowski, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

De forma policialesca, rompia-se ali com o princípio constitucional da liberdade de expressão, tentando abafar a crítica das ruas, expressa por meio de bonecos infláveis que, afinal, já haviam satirizado outros personagens públicos sem que ninguém se animasse à pomposa, caricata e apoplética tolice da ameaça judicial.

Mas ninguém precisa censurar "pixulekos" para sair desmoralizado quando por si mesmo se encarrega de proteger interesses financeiros que obviamente comprometem a independência requerida de um juiz.

A opinião pública se vê informada, com efeito, de que juízes, desembargadores, ministros das altas cortes do país recebem cachês para palestras ?"pagos por administrações estaduais, associações e empresas privadas, não poucas com causas a tramitar na Justiça.

Eis que o Conselho Nacional de Justiça, cuja presidência cabe a Lewandowski, decide derrubar a proposta de que sejam tornados públicos os montantes recebidos em troca das exposições equiparadas, numa pirueta interpretativa, à atividade de magistério.

Argumentou-se, conforme relato do jornal "Valor Econômico", que era preciso resguardar a intimidade e a segurança dos magistrados.

Depois de receber as verbas, cujo valor se desconhece, os magistrados não estarão compelidos a declarar automaticamente sua suspeição no julgamento de casos que envolvam as fontes pagadoras.

A ironia, uma das muitas do caso, é que figuras como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e seu célebre instituto, veem-se sob suspeita exatamente por terem recebido recursos de construtoras a título de palestras proferidas.

Risco à segurança, argumenta o CNJ. Risco de desmoralização? Não, nunca. Este vem dos "pixulekos". Quanto aos pixulés, na gíria para gorjeta, que fiquem em sigilo.
Herculano
14/07/2016 07:47
ESTA NOTA MOSTRA UM DELÍRIO JORNALÍSTICO OU ENTÃO, O QUE É PROVÁVEL, O CARÁTER CRIMINOSO E DOENTIO DE UMA ORGANIZAÇÃO QUE SE DISFARÇA DE PARTIDO PARA SEMPRE CONTINUAR NO PODER E SACRIFICAR O DESTINO DE UM PAÍS. DEPOIS DE INSISTIR EM GOLPE, DE LANÇAR O "FORA TEMER" E QUE NÃO DERAM RESULTADOS ATÉ O MOMENTO, AGORA DILMA QUER SE ALIAR Á EQUIPE DE TEMER PARA ENFRAQUECER A TESE DO IMPEACHMENT

Dilma fará acenos à equipe econômica de Temer para tentar se salvar do impeachment, por Natuza Neri, na coluna painel do jornal Folha de S. Paulo

Longe do gueto
Foi calculado o discreto elogio de Dilma Rousseff a Henrique Meirelles (Fazenda). A presidente afastada tem sido fortemente orientada a sinalizar que manterá a equipe econômica de Temer caso reassuma o poder. Serão feitos acenos aos poucos. Para voltar, Dilma mandará recados de mudanças também no time político. A tática é vender um projeto de governabilidade, inclusive com menos PT nos postos de comando. A chance de reversão do quadro no Senado, porém, ainda é vista como remota.

De emocionar
Dilma chamou Meirelles de "pessoa competente". Mas nunca foi fã do ministro.

Para você
O elogio teve endereço certo: Cristovam Buarque (PPS), autoproclamado indeciso no impeachment, já disse querer ver a equipe econômica mantida.
Herculano
14/07/2016 07:34
EDUARDO CUNHA E LULA FORAM OS MAIORES DERROTADOS NA SUCESSÃO DA CÂMARA, por Josias de Souza

Na sucessão interna da Câmara, os maiores perdedores foram Eduardo Cunha e Lula, dois inimigos cordiais. No alto do cadafalso, com a lâmina roçando-lhe o pescoço, Cunha apostou em Rogério Rosso, do PSD. Revelou-se uma bola de ferro. Levou a pique um candidato que entrara na disputa com ares de favorito. Lula insuflou a candidatura de Marcelo Castro, o 'quinta-coluna' do PMDB. Provocou uma reação que desaguou na vitória de Rodrigo Maia ?"logo ele, um panfletário do impeachment, ex-aliado de Cunha, político do DEM, a legenda que Lula por pouco não baniu da cena eleitoral.

Consumado o resultado, ouviram-se gritos de guerra. Primeiro: "Fora Lula" e "fora Dilma". Depois, a plenos pulmões: "Fora Cunha". Maia prevaleceu sobre Rosso no segundo turno. A diferença de votos impressionou a todos: 285 a 170. O placar estava crivado de ironias. Idealizado por Cunha, o grupo dinheirista batizado de centrão, que deveria apoiar Rosso, dividiu-se. Pedaços do PR e do PP caíram no colo de Maia. Os órfãos de Dilma ?"PT, PDT e PCdoB?", a pretexto de evitar o triunfo de um aliado de Cunha, também engordaram o cesto de votos de Maia, que já havia atraído os parceiros da ex-oposição: PSDB, PPS e PSB.

Ex-ministro de Dilma, avesso ao impeachment, Castro, o peemedebista dissidente, sucumbiu no primeiro turno. Surgira como novidade 24 horas antes da disputa. Ao enxergar as digitais de Lula na articulação, o Planalto evoluiu rapidamente da perplexidade para a reação. Para retirar o candidato tóxico do PMDB da pista, o governo do PMDB mandou às calendas o lero-lero da "neutralidade", ligando o trator. No segundo turno, sem Castro, a infantaria de Lula aderiu a Maia, tido como "mal menor". A votação foi secreta. Mas estima-se que apenas o PT contribuiu para o triunfo do DEM com algo entre 30 e 40 votos.

Generalizou-se entre os partidários de Maia o entendimento segundo o qual o centrão, herança maldita de Cunha, está com os dias contados. Vice-líder do PSDB, o deputado pernambucano Daniel Coelho, por exemplo, já dá o grupo por liquidado. De fato, o derretimento de Cunha privou esse pedaço fisiológico da Câmara de sua principal referência. Mas as legendas do centrão continuam lá, na fila do guichê do governo. Organizadas em grupo ou isoladamente, essas agremiações não perderão sua vocação fisiológica. Se for preciso, tocarão fogo no circo e correrão para a bilheteria. Costumam fazer isso nos momentos em que são chamados a exercitar o patriotismo, votando projetos de interesse do governo.
Herculano
14/07/2016 07:30
A MESMA IMPRENSA QUE MANCHETEIA O CRIME, ESQUECE DE ANUNCIAR A PUNIÇÃO

Ontem foi dia de júri popular em Gaspar.Lembram daquele homicídio numa festa numa Associação no Bairro Oleo Grande? A vítima era do Barracão e foi morta por uma turma da Cohab. Um foi identificado: Paulo Cezar. Foi condenado a 26 anos de prisão. Homicídio qualificado e porte de arma de fogo. Vai continuar preso. Uma boa resposta da comunidade, via o júri, contra a criminalidade que crassa na cidade e região.
Sidnei Luis Reinert
14/07/2016 07:11
Caiado: 'Lindbergh está salivando muito e tem as pupilas dilatadas'

Brasil 13.07.16 21:12
Os holofotes se voltaram tanto para a Câmara que perdemos hoje o duelo entre Lindbergh e Ronaldo Caiado.

Lindinho chamou Caiado de "cara de pau", que pediu "exame antidoping" do petista. Caiado, que é médico, disse que o petista estava "salivando muito" e tinha as "pupilas dilatadas".

No momento, estava sendo discutido o projeto de lei que prevê o reajuste aos servidores da Defensoria Pública.

https://www.youtube.com/watch?time_continue=1&v=36-CsDm4pOE
Herculano
13/07/2016 22:06
ESPERIDIÃO AMIM CONSEGUIU 36 VOTOS PARA PRESIDENTE DA CÂMARA. O SEGUNDO TURNO SERÁ ENTRE MAIA E ROSSO. PT COMEU POEIRA

Conteúdo do Uol (Folha de S. Paulo).A eleição para a presidência da Câmara será decidida em 2º turno entre os deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Rogério Rosso (PSD-DF). Mais teve 120 votos, contra 106 de Rosso. O terceiro colocado foi o ex-ministro Marcelo Castro (PMDB-PI), com 70 votos.

A segunda votação deverá ser realizada nas próximas horas, após nenhum dos 13 candidatos ter conseguido, na noite desta quarta-feira (13), reunir os 257 votos para conquistar o cargo em 1º turno.

Em quarto lugar, ficou Giacobo (PR-PR), com 59 votos, seguido por Esperidião Amin (PP-SC), com 36; Luiza Erundina (PSOL-SP) ?" 22; Orlando Silva (PCdoB-SP) - 16; Fabio Ramalho (PMDB-MG) ?" 18; Cristiane Brasil (PTB-RJ) ?" 13; Carlos Henrique Gaguim (PTN-TO) ?" 13; Carlos Manato (SD-ES) ?" 10; Miro Teixeira (REDE-RJ) - 6; Evair Vieira de Melo (PV-ES), com 5.
Erva Daninha
13/07/2016 18:27
Oi, Herculano

"AMANHÃ SERÁ DIA DE SÃO TOMÉ DO PT DE BLUMENAU QUE MANDA EM GASPAR..."

Vai que seja mesmo ...
O ditado deixa claro; existem os espertos apenas porque existem os tolos.
Ana Amélia que não é Lemos
13/07/2016 18:24
Sr. Herculano:

Artigo de Marcelo Aiquel-A operação "Vaca Louca"

"Depois de ter sugado todas as reservas das tetas da República brasileira, dilapidando o país, e deixando um prejuízo maior que o causado pelo roubo do nosso ouro pelos colonizadores portugueses, a guerrilheira bolivariana e seus asseclas festejam o resultado de uma 'vaquinha' organizada para bancar as viagens da defenestrada ex-presidente pelos quatro cantos do mundo.

É a tal 'vaquinha' para pagar as viagens?

Que é tão hilária e debochada quanto foi à outra 'vaquinha', criada para ajudar o pobre e coitadinho do Zé Dirceu a quitar uma multa que a Justiça lhe impôs. Naquela coleta, em que alguns ridículos artistas nacionais sacaram até dinheiro do bolso para, após, descobrirem que o Zé Dirceu havia faturado muitos milhões, mesmo estando preso, por obra das 'consultorias' mágicas que fazia (pois é, e só depois descobriram? Evidente, até porque o bom petista NUNCA sabe de nada ...)

Não é que agora, novamente 'choveu dinheiro' na conta aberta para ajudar à guerrilheira?"

Como PeTralha não dá nada de graça, isso é dinheiro lavadinho de alguma continha ...
Luis Cesar Hening
13/07/2016 18:10
Bom sem onibus Gaspar não vai ficar, a empresa que se aproveitou, o prefeito que enrolou todo este tempo, agora que a agua chegou nos gluteos entrou com uma liminar e o juiz determinou que a empresa preste o serviço até a abertura da licitação, como sempre desafia o bom senso e a justiça e so age quando obrigado
Herculano
13/07/2016 17:31
AMANHÃ SERÁ DIA DE SÃO TOMÉ DO PT DE BLUMENAU QUE MANDA EM GASPAR...

A aposta é de que o número de analfabetos, ignorantes, desinformados, amedrontados, necessitados, calados por esperteza e fanáticos, seja maior do que os esclarecidos.

Vai que seja mesmo...
Sidnei Luis Reinert
13/07/2016 17:26
Exclusivo: MPF investiga contrato de R$ 28 bilhões da Odebrecht

Brasil 13.07.16 15:23
A pedido do TCU, o MPF em Brasília abriu investigação sobre o contrato de R$ 28 bilhões para a construção do estaleiro que será usado para a montagem do submarino de propulsão nuclear.

O procurador Ivan Marx já requisitou inquérito policial e se reuniu com os auditores de contas. Ele descobriu que há uma investigação em curso no Ministério Público Militar e agendou uma inspeção.

Marx já requisitou ao Itamaraty a coleção de telegramas trocados entre as embaixadas brasileira e francesa relacionada à compra dos submarinos da DCNS e à contratação, sem licitação, da Odebrecht para construir o estaleiro onde serão montados.

http://www.oantagonista.com/posts/exclusivo-mpf-investiga-contrato-de-r-28-bilhoes-da-odebrecht
Herculano
13/07/2016 16:09
O RETRATO DA ADMINISTRAÇÃO DO PT DE GASPAR ESTÁ TAMBÉM NA AMEAÇA DA VIAÇÃO DO VALE PARALISAR O SERVIÇO NO MUNICÍPIO. O PT E ZUCHI SE PREOCUPARAM COM A TOCHA OLÍMPICA PARA FAZER CIRCO AO POVO, QUER ENTREGAR A PONTE DO VALE SO ÀS VÉSPERAS DAS ELEIÇÕES PARA TER VANTAGENS ELEITORAIS, MAS FALTAM REMÉDIOS, ATENDIMENTOS NOS POSTOS DE SAÚDE, VAGAS NAS CRECHES ENTRE OUTRAS. AGORA, OS TRABALHADORES E ESTUDANTES ESTÃO AMEAÇADOS DE FICAREM A PÉ. SEMPRE A CONTA SOBRA PARA OS MAIS FRACOS.

A Viação do Vale fez o serviço de transporte coletivo aqui na concessão que ganhou irregularmente, como ela própria admite ao afirmar que o Tribunal assim considerou para não querer mais negociar a permanência aqui, no tempo todo que durou o contrato.

Para exercer mesmo assim de forma irregular o que disputou, escudou-se da Justiça, a mesma que invoca para chantagear para ser compensada (e até anistiada naquilo que terá que ressarcir) pelo município para não deixar mão os gasparenses, exatamente no meio de um processo eleitoral e do qual o PT será, aparentemente, o politicamente mais prejudicado.

E quem sustentou este embate na Justiça, contra a cidade e os cidadãos este tempo todo além da própria Viação do Vale? O município, o PT e Pedro Celso Zuchi e a frágil, ou comprometida oposição. Mais ninguém.

A Viação do Vale ganhou a licitação no primeiro mandato de Pedro Celso Zuchi, em 2002, no grande feito da sua administração. Entretanto, ela não cumpriu o que estava no edital da própria prefeitura e assim procedeu alijando desleal e criminosamente concorrentes, entre eles, a Viação Verde Vale.

O problema foi parar na Justiça e está lá até hoje quando se encerra o contrato por longos 14 anos (de enrolação). Quem é o culpado além do PT? A oposição que sabia o tempo todo da situação irregular (ao menos esta coluna esclarece neste problema há quase oito anos, o tempo que ela existe) e não foi capaz de exigir uma solução e proteger a população, principalmente a mais carente, a que o PT usa para votos, enganação e poder. Ah, se fosse o PT na oposição! Isto já teria tido um outro curso.

E os outros culpados? A Justiça, o Tribunal de Contas e a própria imprensa que não mexeu neste vespeiro por interesses comerciais e porque sofria pressões. A Justiça esticou o processo e nada decidiu nos múltiplos recursos tentados pela município. E o Tribunal de Contas que não deu um basta nesta situação irregular e nem puniu até hoje o prefeito Pedro Celso Zuchi. Ou seja, o prefeito permitiu a irregularidade, nem a corrigiu nos quase 10 anos, dos 14, em que durou o contrato.

O que vai acontecer? O PT e a prefeitura vão arrumar mais uma situação de emergência para dar solução - foi assim com o Hospital, com o lixo -, fora dos parâmetros legais de normalidade. E quem vai ser beneficiado com isso tudo? A má gestão pública intencional ou não, os políticos, empresários que vivem e levam vantagens de carniça como esta, os políticos omissos eleitos para fiscalizarem e que se escondem na defesa do bem comum. Quem perde? Os gasparenses pagadores de impostos, os trabalhadores e estudantes, a decência, a gestão pública séria e organizada, a previsibilidade.

E para encerrar. Quem mesmo é mesmo que cuida deste assunto na prefeitura? A Ditran, feita de amigos, enrolados e cheios de problemas. Primeiro foi Jackson José dos Santos. Agora, o Garoa, José Lourival Lana, que vai deixar todos no sereno. E quem manda nesta área por lá? Heriberto Frena. De que partido mesmo ele é? Acorda, Gaspar!
Herculano
13/07/2016 14:52
LULA MIRA EM TEMER E ACERTA EM FERNANDO HADDAD, por Josias de Souza

Ao empurrar o PT para dentro da articulação que resultou no surgimento da candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI) à presidência da Câmara, Lula revelou-se dono de uma pontaria peculiar. Apontou para Michel Temer. E acertou pelas costas o petista Fernando Haddad, prefeito de São Paulo.

Candidato à reeleição, Haddad molha a camisa para construir a coligação partidária que lhe dará suporte. Tratava como favas contadas a adesão do PR. Mas o mensaleiro Valdemar Costa Neto, dono da legenda, ameaça deixar Haddad falando sozinho se o PT negar apoio ao deputado paranaense Fernando Giacobo, postulante do PR à poltrona de presidente da Câmara.

Visto como azarão na corrida pela cadeira que foi de Eduardo Cunha, Giacobo apresenta-se nos porões como defensor dos interesses do chamado baixo clero parlamentar. Em privado, referia-se aos votos de petistas e congêneres como um passaporte para o segundo turno da disputa interna da Câmara. Sem eles, suas chances evaporam. E o acerto do PR com Haddad sobe no telhado.
Joaquim
13/07/2016 13:48
Sou um cidadão preocupado com a política brasileira e principalmente da minha cidade natal "GASPAR" e por isso tenho todos os pré-candidatos a Prefeito (a) na minha rede social.
Kleber Wandall, postou um vídeo no facebook com relação à tocha olímpica e como é do seu perfil e dos candidatos do PMDB ficou encima do "MURO", disse que concorda e ao mesmo tempo que não concorda com a tocha olímpica, assim como ele fez nas entrevistas dadas até o momento.

ACORDA GASPAR.
Paty Farias
13/07/2016 12:54
Oi, Herculano

PT perderá feio eleição em São Bernardo do Campo, diz Ibope - Do Jornalista Políbio Braga:

"Pesquisa de intenção de voto para a prefeitura de São Bernardo do Campo, São Paulo, realizada pelo Ibope Inteligência, entre os dias 5 e 7 de julho, mostra que o provável candidato do PT, Tarcisio Secoli, aparece na quarta posição em dois cenários apresentados aos entrevistados. Ele teria 5% dos votos na cidade que é comandada há oito anos pelo petista Luiz Marinho e onde o ex-presidente Lula, maior ícone da legenda, mora."

Bem feito pra eles, foram acreditar no maior mentiroso político do Brasil.

Belchior do Meio
13/07/2016 12:31
Sr. Herculano:

Lendo Ruy Castro às 08:46hs, me lembro de Jaime Kissinger Kichner:

"Depois de nos brindar com enunciados inesquecíveis sobre a mandioca, o vento estocado, a mulher sapiens, as pastas de dente que insistem em escapar do dentifrício e o meio ambiente como uma ameaça ao desenvolvimento sustentável..."

O dito cujo acima é fã dessa idiota, pudera ele ter o título de "Vergonha do Belchior", lhe encaixa como uma luva.

Sidnei Luis Reinert
13/07/2016 11:48
Lava Jato está sendo "destruída" pelo Governo Temer ?" Nota duríssima dos Delegados da Polícia Federal
Posted on 13 de julho de 2016 by CristalVox


O afastamento da Delegada Erika traria um prejuízo irreparável à continuidade da operação. O Conselho de Diretores da ADPF ressalta que Lava Jato é um patrimônio do Brasil e que cobrará maiores explicações sobre os afastamentos junto ao diretor-geral da PF e à Superintendência Regional da instituição em Curitiba. Os Delegados Federais e a sociedade estão e continuarão vigilantes para defender a Operação Lava Jato."

Leia nota, na íntegra

"ADPF manifesta preocupação com afastamentos de Delegados da Operação Lava Jato



O Conselho de Diretores da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal (ADPF) vem a público demonstrar contrariedade e preocupação com o afastamento precipitado e mal explicado dos Delegados Federais Eduardo Mauat e Duílio Mocelin, que até a semana passada integravam o Grupo de Trabalho da Operação Lava Jato, em Curitiba. O Conselho de Diretores da ADPF é composto pelos seus dez diretores nacionais e pelos 27 diretores regionais. É evidente que afastamentos súbitos dessa natureza geram atrasos e prejuízos para as investigações em andamento, que poderiam ser evitados por meio da simples manutenção do grupo atual da Lava Jato. Fala-se em "oxigenação" da operação. Porém, a carência de recursos humanos na Lava Jato é um problema antigo e ainda não superado, principalmente em comparação com operações de outras áreas. Tal fato demonstra que, efetivamente, a Lava Jato não é uma prioridade para a direção-geral da Polícia Federal. Ao invés de substituir Delegados responsáveis pelo sucesso da operação, o comando da PF e o Ministério da Justiça deveriam trabalhar para aumentar o efetivo da Lava Jato. Isso, sim, ajudaria a "dar fôlego" e a descartar de vez ameaças de desmanche do grupo responsável pela operação. Diante do cenário de incertezas gerado pela saída forçada de dois importantes Delegados da operação, o Conselho de Diretores expressa seu temor frente à possível retirada de outra liderança da operação: a da Delegada Federal Erika Marena, uma das principais coordenadoras da Lava Jato. O afastamento da Delegada Erika traria um prejuízo irreparável à continuidade da operação. O Conselho de Diretores da ADPF ressalta que Lava Jato é um patrimônio do Brasil e que cobrará maiores explicações sobre os afastamentos junto ao diretor-geral da PF e à Superintendência Regional da instituição em Curitiba. Os Delegados Federais e a sociedade estão e continuarão vigilantes para defender a Operação Lava Jato."
Sidnei Luis Reinert
13/07/2016 11:00
Candidatos a tomarem no Cunha em breve


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Torna-se incerto o resultado de uma eleição para a presidência da Câmara dos Deputados com 14 candidatos na disputa. No entanto, fica previsível mais uma derrota moral para o Brasil. O provável vencedor governista tem grandes chances de ser mais um parlamentar com folha criminal corrida - e não com currículo de bons serviços para a cidadania. A crise de politicagem deve ganhar força agravando o processo de intervenção judicial rumo a uma ruptura institucional. A aposta é alta no efeito Orloff: muitos deputados vão tomar no Cunha em breve... O problema é que a gente já toma - antes deles...

Enquanto não escolhem seu presidente, os deputados prestam mais um desserviço ao País, favorecendo o Capimunismo Rentista. A Câmara aprovou a Medida Provisória que permite ao trabalhador utilizar pelo menos 10 por cento do saldo em sua conta do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço como "garantia" para fazer empréstimos consignados - aquela modalidade com 101% de segurança para os bancos, pois não tem calote: as prestações mensais são debitadas diretamente do salário do coitado forçado a pegar a grana emprestada.

Além do uso indevido com o recurso do FGTS, a MP - que precisa ser ratificada pelo Senado - permite que bens imóveis possam ser utilizados para quitar débitos inscritos na famigerada Dívida Ativa da União. Mais uma vez, fica claro como a massa de politicagem trabalha a favor dos interesses da banqueiragem. A aposta é que o negócio movimento uns R$ 17 bilhões em novos empréstimos para trabalhadores que já estão encalacrados com dívidas impagáveis feitas na base do desespero e dos juros extorsivos acima de 43% ao ano.

Pior que isso é saber que a situação do empresário pode ficar ainda mais complicada, agravando o desemprego. O desgoverno interino volta a falar em aumento de impostos para crescer a receita estatal. O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto Almeida, admitiu ontem que o governo já tem mapeada uma série de pequenos aumentos de alíquotas em diversos tributos. O time de Michel Temer espera obter receitas de vendas de ativos e de concessões de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões no próximo ano. O que faltar para cumprir a meta de R$ 55 bilhões de novas receitas para 2017 virá dos "pequenos ajustes" nos noventa e tantos impostos, taxas, contribuições e multas impostas contra o setor produtivo.

Assim caminha Bruzundanga, o País da Olim-piada pronta e inacabada, rumo à falência de um modelo estatal canalha - que só sabe roubar recursos da sociedade, sem devolver uma contrapartida justa, a não ser mais desperdício de gastos, mantendo o Brasil artificialmente na miséria e sem chances reais de pleno desenvolvimento.

A novidade é que a maioria das pessoas já percebe como funciona essa atuação organizada da politicagem criminosa contra os interesses nacionais. O crescente descontentamento e revolta das pessoas, que precisam trabalhar e produzir, porém o desgoverno criminoso atrapalha, será o motor da Revolução Brasileira rumo à inevitável Intervenção Cívica Constitucional que mudará o Brasil.
Herculano
13/07/2016 08:50
É CADA UM POR SI E DEUS SO POR ALGUNS, por José Nêumanne, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Fiasco albanês, um prócer irrelevante e um suspeito na polícia comandam a Câmara.

Ao renunciar à presidência da Câmara dos Deputados na semana passada, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi de uma precisão cirúrgica quando desqualificou a atual administração da Casa ao empregar a expressão "interinidade bizarra". Com o morteiro disparado na direção do primeiro sucessor do presidente (também interino) da República, Michel Temer, o ex-ocupante do poderoso e honorável posto, "sem querer querendo", como rezava o mote do protagonista de um dos maiores sucessos da televisão brasileira, o mexicano Chaves, definiu a esdrúxula situação sob a qual vivemos todos nesta atual barafunda.

Esta nossa República é tudo menos honrada, serena e lógica. Os três Poderes atuam como se vivessem em mixórdia e intromissão permanentes, um nos outros e vice-versa, chamando o nefasto resultado geral, cínica e equivocadamente, de "autonomia". Esta se impôs sobre a "harmonia" na base do braço de ferro e do berro mais alto. Nas atuais circunstâncias e há bastante tempo, o lema "ordem e progresso" da Bandeira Nacional não descreve a desordem vigente, a ponto de dever ser substituído por "manda quem pode, obedece quem tem juízo". Em relação a esse recado generalizado à cidadania, o povo, impotente, fica na condição do "salve-se quem puder" e o resto que se dane.

De acordo com chamada na primeira página deste jornal, domingo, o segundo maior fornecedor da campanha vitoriosa da reeleição da presidente afastada, Dilma Rousseff, Carlos Augusto Cortegoso - conhecido como "garçom do Lula", por tê-lo servido nos anos de liderança sindical no Demarchi, famoso restaurante no circuito do frango com polenta em São Bernardo do Campo -, movimentou quase R$ 50 milhões naquele pleito. Ou seja, cinco vezes o valor que declarou. Assim, a chapa Dilma-Temer teria cometido, conforme relatório da Receita Federal, duplo crime: foi financiada por caixa 2 e, ao declarar que as doações eram legais, lavou o dinheiro sujo na máquina da Justiça Eleitoral. Um desplante!

Caso o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) constate o duplo delito na investigação que promove sobre a validade dos votos sufragados em 2014, terá de mandar presidente e vice entregarem o poder ao presidente da Câmara dos Deputados, seja ele quem for. Este terá 90 dias para convocar eleição direta para um mandato-tampão até dezembro de 2018, quando, então, já terá sido eleito seu substituto constitucional. Em sufrágio direto e universal, se a disputa for este ano, antes de ser completada a primeira metade do mandato dado como usurpado por abuso de poder econômico (e com uso de dinheiro público, o que é mais grave). Ou em eleição indireta, pelo Congresso, se a decisão for posterior.
Herculano
13/07/2016 08:49
É CADA UM POR SI E DEUS SO POR ALGUNS, por José Nêumanne, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Ocorrendo isso, em qualquer das hipóteses, falirá a lorota do "impeachment sem crime é golpe", que mantém o fio inconsútil do que ainda resta do mandato de Dilma e do PT. Seu substituto constitucional, Michel Temer, eleito vice também de forma supostamente ilícita, sucumbirá junto. E levará no féretro a equipe econômica mais equipada para tirar o Brasil da crise e reconstruir a credibilidade do Estado. A Nação ficará, na hipótese, a reboque de algum aventureiro que emergir das urnas ou do painel do plenário parlamentar, ambos eletrônicos. Não será algo a se chamar de "o melhor dos mundos". Muito ao contrário!

A eleição direta, única capaz de refletir a vontade popular, é volátil a ponto de ter inflado, de um lado, Jânio, Collor e Dilma, produtos da paixão popular por aventureiros que se fingem de faxineiros contra a corrupção e terminam enredados nos crimes que denunciavam. E, de outro, Fernando Henrique e Lula, representantes de grupos políticos consolidados que terminaram se dissolvendo numa cultura de ácido implacável que derrete idolatrias e reputações. O tucano foi abatido pela vaidade do segundo mandato. O petista, pela ilusão do fogo-fátuo da fortuna fácil.

O esfarelamento dos partidos, flagrado na disputa da presidência da Câmara por meio ano e meio mês, desmoraliza utopias como o parlamentarismo e suas variações "semi". E revela o pragmatismo de chiqueiro na disputa pela proximidade da gamela em que é servida a lavagem. O baixo clero que elevou Cunha ao cargo que lhe permitiu abrir o impeachment da desafeta de última hora, Dilma, logo se desfez diante da evidente ausência de um mínimo de espírito público nele.

Waldir Maranhão, eleito vice na chapa vencedora por 80% dos pares, muitos dos quais certamente agora fingem tapar o nariz, entregou-se à farra do poder inesperado, participando de farsas tão absurdas como a tentativa de interromper o impeachment no Senado apenas pela vontade de seu líder, Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão. Ou seja, pelo projeto político de entregar o destino de uma das dez maiores economias do mundo à ditadura grotesca que produziu a excrescência albanesa, retrato de miséria política e econômica num continente abastado e plenamente democrático.

Para completar, o bizarro intendente interino tem mais dois diabos a servir. De um lado, Rodrigo Maia (DEM), herdeiro de César Maia, hoje sem relevância na política do próprio Estado, o Rio. E, de outro, pai Lulinha, cujo impávido colosso desmoronou sob sua imagem corroída por várias investigações policiais e jurídicas. Representante de um Estado sem peso político e econômico e incapaz de conduzir sessões da Câmara até o fim, Maranhão balança entre um prócer irrelevante e outro investigado pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e Estadual de São Paulo, sob a égide da Justiça Federal no Paraná e da Estadual em São Paulo. A bizarria do interino desfila entre o baile da saudade e a medalha olímpica dos saltos orçamentais.

A hipotenusa do triângulo é o Judiciário do "cada um por si e Deus só por alguns", regime no qual a paridade de todos é submetida a privilégios que a promiscuidade assegura.
Herculano
13/07/2016 08:46
DILMA NA NUVEM, por Ruy Castro, no jornal Folha de S. Paulo

Vamos sentir saudades dela. Onde encontraremos outra tão deliciosamente inepta, magnificamente irresponsável e esplendidamente à vontade no seu sesquipedal despreparo? Ninguém se lhe compara na firmeza com que exerce seu desconhecimento sobre a lógica ou a aritmética mais simples. Ninguém a supera na arte de dizer sandices e, ao corrigir-se, dobrar a meta e dizer mais sandices. E ninguém faz isto num português tão tosco, singelo e de quinta. Refiro-me, claro, à ex-presidente Dilma Rousseff.

Depois de nos brindar com enunciados inesquecíveis sobre a mandioca, o vento estocado, a mulher sapiens, as pastas de dente que insistem em escapar do dentifrício e o meio ambiente como uma ameaça ao desenvolvimento sustentável, temia-se que seu afastamento nos privasse de novas contribuições ao nonsense. Mas Dilma não falha - é só colocar-se ao alcance de um microfone.

Sua última façanha está na internet e é facilmente acessível basta digitar "Dilma" e "nuvem". Ao saber outro dia que as acusações contra ela estão na "nuvem" - uma nova forma de armazenamento incorpóreo e universal de arquivos ?", soltou os cachorros em entrevista a um canal de televisão.

"Pois bem", rugiu. "Inventam uma história fantástica. Que tá na nuvem. É. Tá na nuvem. Sei lá que nuvem. Sabe, eu não entendi muito bem essa história de nuvem. Tô aqui tentando apurar direitinho. Como é que uma coisa pode estar na nuvem? É muito simples estar na nuvem, não tem de provar. Que nuvem? Onde está a prova?"

A Dilma tá certa. Essa história de nuvem é mais uma tentativa de golpe contra uma mulher honesta, que fez o diabo para se eleger, digo, sofreu o diabo na ditadura. Quero ver provar. Mas o José Eduardo Cardozo [seu ministro de estimação, advogado e porta-voz] já está vendo isso. Ele vai desmoralizar essa nuvem.
Herculano
13/07/2016 07:46
CHAMEM O LADRÃO, por Antônio Carlos Welter e Carlos Fernando dos Santos lima, procuradores regionais da República no Rio de Janeiro, para o jornal O Globo

Estamos diante do paradoxo absoluto: pretende-se transformar em lei a vontade do criminoso de prender quem o investiga.

O Brasil é um país contraditório. Um país rico, com uma população pobre. Um país em que pessoas de bem trancam-se em suas casas enquanto criminosos andam livremente pelas ruas. E agora, com o projeto de lei de crimes de abuso de autoridade, estamos diante do paradoxo absoluto: pretende-se transformar em lei a vontade do criminoso de prender quem o investiga.

No passado, com a indignação da população, diversos projetos de mordaça de autoridades foram derrotados. E essas propostas foram bancadas por políticos de todo o espectro partidário, pois se há um terreno comum a quem está no poder é o interesse de fazer calar investigações, sobretudo quando batem à sua porta.

Agora surge um movimento muito mais insidioso, que se apresenta como se estivesse identificado com o interesse público. Sob o discurso da repressão do abuso de autoridade, que realmente acontece no dia a dia, mas não nas hipóteses previstas nesse projeto, pretende-se, em verdade, não apenas calar investigadores e juízes, mas paralisar investigações de criminosos do colarinho branco, especialmente aqueles que possuem poder político e que durante anos se beneficiaram de um vasto esquema de corrupção.

Essa prática de terror contra funcionários públicos, atemorizando-os com ameaças a sua liberdade, seu patrimônio e o seu bom nome, apenas demonstra o nível de degradação a que chegou o Estado brasileiro. Quem deve ser expurgado da vida pública não é quem investiga, nem o promotor que acusa, muito menos o juiz que julga, mas aqueles que recebem valores desviados do poder público, aqueles outros que vivem de negociatas com os poderes que a lei lhes defere, ou ainda aqueles que, por motivação ilícita, deixam de cumprir sua responsabilidade para com a população.

Isso fica ainda mais claro quando se percebe que o projeto ultrapassa o senso do razoável, senão do ridículo, criando amarras e limites àqueles que atuam contra o ilícito, estabelecendo punições desmedidas para condutas que não deveriam ser sancionadas. A tentativa de retorsão é ainda mais clara quando o projeto cria a hipótese anômala de ação penal privada, em que o criminoso é autorizado a buscar a punição dos agentes públicos que o investigam, em uma solução digna de Kafka.

Nesta verdadeira inversão de valores, o projeto ora em andamento, erigido como prioritário para ser colocado em votação, reflete na medida o interesse daqueles que estão acostumados a não ter suas condutas escrutinadas pela população e pela imprensa, quanto mais submetidas ao Poder Judiciário; daqueles que estão acostumados a ver a ação das autoridades apenas atender a seus interesses individuais; ou então alcançar apenas seus inimigos, agindo como garoto de recados sob suas ordens.

Quando isto não acontece, quando se veem tendo que justificar seus atos, quando são vistos pelos investigadores como cidadãos iguais a todos que são, como nos tempos presentes, estes integrantes da classe dirigente pregam a mudança da lei, brandem ameaças. Diz-se classe dirigente porque esta manobra não é de autoria apenas de políticos, mas de integrantes de vários estamentos da sociedade brasileira, que se articulam para fazer cessar as investigações, pelos mais variados motivos, todos espúrios.

Somente uma lei séria ?" coerente com a vontade da população, que estabeleça sanções para aqueles que abusam de seus poderes e com a finalidade ética que deve permear todas as atividades do Estado ?" pode prosperar. Enfim, cabe novamente à população repelir essa nova ameaça, permitindo a continuidade das investigações que lavam este país de norte a sul, doa a quem doer. Ou então aceitemos a contradição e, em vez do poder público, chamemos o ladrão.
Sidnei Luis Reinert
13/07/2016 07:41
CABRAL VAI DESCOBRIR CURITIBA

Brasil 12.07.16 19:43
Rogério Nora, da Andrade Gutierrez, é aquele que relatou em delação que Sérgio Cabral pediu um mesada de R$ 350 mil logo que virou governador.

Nora detalha que a empreiteira pagou R$ 2,7 milhões para evitar retaliações do governo do Rio nas obras do Comperj. Ele contou também sobre o pagamento de 5% em propina por obras de urbanização das favelas da Rocinha, Manguinhos e Alemão.

Cabral, em breve, vai descobrir como é a cela da PF em Curitiba.

http://www.oantagonista.com/posts/cabral-vai-descobrir-curitiba
Herculano
13/07/2016 07:37
REAÇÃO LEGISLATIVA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Seria improvável, no atual clima de vigilância da opinião pública, que tentativas explícitas no sentido de arrefecer o combate à corrupção fossem intentadas pelo Executivo ou pelo Congresso.

A Operação Lava Jato, afinal, paira como êxito indiscutível acima dos tropeços políticos e desastres econômicos dos últimos dois anos. Os dados totalizados por esta Folha impressionam: há, até o momento, 56 delatores, 75 réus condenados e R$ 2,9 bilhões a serem devolvidos ao erário.

Mas seria também implausível uma situação em que os principais afetados pela ofensiva policial e judicial ?"a saber, uma ampla parcela das autoridades brasileiras?" não se esforçassem, nos bastidores, por desarmar tantos mecanismos que os ameaçam.

A reação começa a tomar a forma de debates legislativos inspirados em excessos supostos e reais da Lava Jato e operações congêneres.

Reconheça-se, de pronto, que o tema é meritório; princípios como os da presunção de inocência e do direito amplo à defesa não podem ser abandonados em favor de uma cruzada moralista.

O êxito e a eficiência das investigações correm riscos crescentes, entretanto, quanto mais se estendem suas malhas sobre os partidos e políticos beneficiados pela nova conjuntura pós-afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).

Vieram à tona, por exemplo, gravações em que o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defende mudanças na lei com o objetivo de limitar o instituto da delação premiada aos casos em que réus estejam em liberdade.

O assunto, a rigor, é dos mais polêmicos - havendo quem argumente que a prisão preventiva dos suspeitos sirva como uma pressão ilegítima para que assinem seus acordos com os investigadores.

Também da presidência do Senado se origina a decisão de recolocar em pauta projeto destinado a coibir abusos de autoridades, entre os quais o vazamento de dados de investigações. A proposta tem pertinência; não deixa de inspirar precauções, porém, o momento em que reaparece seu debate.

Enquanto isso, com aval da Presidência da República, retira-se na Câmara dos Deputados a urgência para o exame de um pacote de medidas anticorrupção?"como a que criminaliza o uso do caixa 2 em campanhas eleitorais.

Ainda que defensáveis pontualmente, todas essas iniciativas vão num mesmo sentido, o de diminuir a pressão sofrida pelos próprios políticos que as propõem. Trata-se do bastante, sem dúvida, para que se redobre a vigilância quanto a seu conteúdo.
Herculano
13/07/2016 07:34
EFEITO ORLOFF, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Eduardo Cunha renunciou, chorou, mas não mudou. Ao reaparecer ontem na Câmara, o deputado afastado voltou a empunhar sua arma mais conhecida: a ameaça. Em tom agressivo, ele bateu na mesa, elevou a voz e disse que quem não ajudá-lo pode entrar na fila do precipício. Nem parecia o político lacrimejante da semana passada.

Como a teoria dos trustes não engana mais ninguém, Cunha trocou a defesa pelo ataque. Disse que não é o único investigado na Câmara e que os algozes do presente correm o risco de virar vítimas do futuro. Ele citou uma antiga propaganda de vodca para reforçar o aviso. "Hoje sou eu. É o efeito Orloff. Vocês, amanhã. Não tenho a menor dúvida", disse.

No anúncio dos anos 80, o consumidor era aconselhado a comprar uma bebida mais cara para evitar a ressaca no dia seguinte. "Eu sou você amanhã", dizia o slogan. Cunha quer convencer os colegas de que é melhor pagar o preço de salvá-lo a enfrentar o custo de uma retaliação.

O correntista suíço conhece os esqueletos de muitos colegas, mas suas ameaças não surtem mais o efeito de antes. Ele perdeu a aura de imbatível e já foi abandonado por muitos aliados que o apoiaram até conseguir o impeachment. A votação no Conselho de Ética mostrou que a pressão para cassá-lo passou a falar mais alto que o medo da sua reação.

Os deputados costumam ter forte instinto de sobrevivência. Entre duas opções no bar, quase sempre sabem escolher a que dará menos dor de cabeça no dia seguinte.

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A eleição na Câmara continua indefinida, mas alguns aliados do governo interino já estão em clima de ressaca. Um dos articuladores do impeachment, o deputado Heráclito Fortes está convencido de que foi sabotado. Ele diz que o Planalto ofereceu a direção da Codevasf para um deputado do PSB abandoná-lo na disputa interna do partido. "Passaram por cima de mim", reclama.
Herculano
13/07/2016 07:29
PROJETO DO "ABUSO DE PODER" É DELITO COM IMPRESSÃO DIGITAL, editorial de O Globo

Adiamento do debate em comissão da proposta de lei não elimina o risco de mais esta manobra para manter a impunidade no combate à corrupção

Não é porque o projeto de lei sobre "abuso de poder" só começará a ser discutido em comissão a partir de 16 de agosto, na volta do recesso do Congresso, conforme decidido ontem, que a ameaça da iniciativa ao combate do Estado à corrupção foi atenuada. O perigo permanece, apenas foi adiado.

A tramitação recente deste projeto de lei traz as impressões digitais dos interesses que o cercam. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), explica que desengavetou esta iniciativa, em tramitação na Câmara até 2009, a pedido de um Supremo preocupado com desmandos de organismos do Estado no trato com os cidadãos.

O projeto estabelece punições a agentes públicos, por exemplo, no uso de algemas em detidos, procura evitar grampos sem autorização judicial - supõe-se que as gravações feitas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com caciques do PMDB, inclusive Renan, seriam atingidas -, além de criar alternativas jurídicas para investigados se precaverem diante do Ministério Público.

As louváveis preocupações do Supremo estão, porém, sendo usadas, de maneira clara, por Renan Calheiros, um dos investigados na Lava-Jato, para retaliar o Ministério Público Federal, responsável por denúncias contra o senador junto ao Supremo.

Entende-se, então, por que o presidente do Senado instituiu a Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação da Constituição. Um nome pomposo com o único objetivo de aprovar o projeto de forma terminativa ?" sem necessidade de levá-lo a plenário. Toda esta manobra, contra a Lava-Jato e operações semelhantes, ficou ainda mais exposta quando assumiu a presidência da tal comissão Romero Jucá (PMDB-RR), outro atingido pela Lava-Jato.

Segundo a velha imagem, construíram o galinheiro dentro do covil das raposas. Essa operação, denunciada por procuradores e juízes, condiz com o clima de conspiração contra a Lava-Jato, no Legislativo, captado pelos gravadores de Machado em conversas a portas fechadas com Renan, Jucá, José Sarney e outros.

Talvez num rasgo de sensatez decorrente das reações à operação, Jucá atendeu senadores, adiou o início do debate do tema para meados de agosto, e reconheceu que o projeto poderá passar por outras comissões, como é desejado.

Não pode haver rolo compressor em assuntos como este. Até porque é evidente o que motiva a pressa - o interesse em se preservar a impunidade na corrupção, um universo em expansão constante.

Não se duvida que a sociedade precisa de defesas diante do Estado. Mas é inadmissível que se use este pressuposto para enfraquecer funções benignas do próprio Estado.
Herculano
13/07/2016 06:45
ISTO NÃO É UM ASSALTO, por Marcelo Coelho, para o jornal Folha de S. Paulo

No jornalismo antigo, qualquer assalto à luz do dia provocava a aparição de um bonito clichê jornalístico, o da crescente "ousadia dos meliantes".

Já existia, naqueles tempos do onça, o espanto diante da "desfaçatez dos nossos políticos", sempre capazes de negar acusações com um "cinismo revoltante".

A "voz rouca das urnas", a "desabalada carreira", os "curiosos" que "acorriam ao local do acidente"... Não existiam "pessoas" ou "cidadãos" nas ruas: havia "populares".

Expressões assim eram boas demais para que fossem usadas apenas uma vez. Perdeu-se, acho, essa qualidade literária no jornalismo contemporâneo. Aliás, era uma qualidade ao mesmo tempo literária e antiliterária.

O adjetivo surpreendente e expressivo, o substantivo peculiar, juntavam-se numa fórmula que, rapidamente, terminava perdendo seu sabor de invenção. Mas, por seu toque erudito e formal, talvez esse estilo fosse preferível ao do que vigora no jornalismo de agora, menos tributário da literatura do que das ciências sociais.

"Setores da população", "decréscimo nos níveis de criminalidade", "viés de alta": talvez essas expressões sejam inevitáveis, já que os próprios fatos, hoje em dia, são menos acontecimentos isolados do que "pontos" numa série (ou curva?) estatística, a qual conhece suas "inflexões" e seus "picos" e "vales".

Isso não se confunde com o "jornalês" contemporâneo. Aqui, vemos o esforço de combinar o tom científico e matemático com alguma dramaticidade e sensação, típicas de qualquer noticiário que se preze.

Surgem então o índice de desemprego que "dispara", as exportações que "patinam", a declaração de um político que "detona" uma crise em seu partido.

Bom, criticar tantos clichês acaba virando um clichê também, ou, para ser mais exato, um lugar-comum. A crítica do estilo pode acabar impondo o silêncio geral ?"e sem dúvida o melhor modo de exercê-la seria criando coisas novas em vez de condenar as velhas.

Digo tudo isso um pouco por acaso, já que me lembrei da antiga "ousadia dos meliantes" ao ouvir relatos a respeito de um novo problema social. Trata-se do "quase assalto". Com a disseminação do crack, desaparece a figura do mendigo tradicional. Aquele da porta de igreja, da "esmolinha pelo amor de Deus".

Eu estava perto da igreja da Consolação, aí pelas dez da noite. Surge da escuridão uma figura de cobertor e capuz, que me faz parar. "Sabe que hoje é meu aniversário?"

Disse isso, e pediu cinco reais. Na inocência, tirei minha carteira. Ele poderia tê-la arrancado. Viu que eu tinha dinheiro, e subiu o preço. "Dez reais". Contaram-me depois que, na ansiedade, alguns noias vão exigindo "quinze, vinte, cinquenta, tudo".

No processo, ameaçam o doador, mas não parece que estejam armados. Chegamos ao ponto, em todo caso, de ficar pechinchando com mendigos...

Naquela região do centro paulistano, há mesas de bar na calçada. Contam-me que os dependentes de crack simplesmente passam perto e metem a mão no prato de batata frita, ou arrancam do cliente a garrafa de cerveja.

As faixas de ciclistas, por sua vez, criaram por ali um novo tipo de risco à segurança. Quem deixa o celular na mesinha vê um garoto que passa correndo de bicicleta e leva o aparelho.

Espanta-me, em todo caso, que ainda haja clientes nos bares por ali.

É como se antigas formas de convívio tentassem resistir a um tipo de coisa que já não representa convívio nenhum.

Antigamente, até um assalto tinha suas regras. Voltamos aos clichês, aos bons clichês. "A bolsa ou a vida". "Isto é um assalto" ?"a frase não aparecia apenas nos filmes. Soube de um velho motorista português, numa casa de família, que diante do clássico anúncio respondeu, apavorado: "Eu já tinha percebido".

O mendigo ?"ainda que estivesse "à margem da sociedade", como se diz?" parecia, afinal de contas, "saber o seu lugar". Hoje, dizem-me que esses quase-assaltantes estão sempre em trânsito.

Um motorista de táxi, no ponto da Consolação, contou vinte deles passando por ali no espaço de uma hora. "Espaço de uma hora": mais uma expressão feia para o que, antigamente, era o "decurso de uma hora", ou, melhor ainda, "um breve lapso de tempo". Enquanto pensa em teclar a melhor palavra, preste atenção para não levarem seu celular.
Herculano
13/07/2016 06:41
ELEIÇÃO NA CÂMARA FAVORECE GRUPO DE TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que ele publicou hoje nos jornais brasileiros.

A eleição para presidente da Câmara dos Deputados deve favorecer o governo Temer, independentemente do resultado. O presidente interino acompanha de perto a batalha entre o grupo do centrão e adversários. Os candidatos até agora com as maiores chances de vencer têm aval do governo: Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas Jovair Arantes (PTB-GO) e candidatos do PMDB correm por fora.

PONTA DO LÁPIS
O "centrão" (PTB, PRB, PSC, PSD, PR, SD, PEN, PHS, PROS, PSL e PTN) contabiliza 167 votos e foi o grupo que elegeu Eduardo Cunha.

ALIANÇA INUSITADA
Contra Cunha, PT, PDT, Rede, PCdoB e Psol têm 98 deputados. Para impedir a eleição de aliado de Cunha topam votar até no DEM de Maia.

LIGEIRA VANTAGEM
Rodrigo Maia conta com apoio na antiga oposição. PPS, DEM, PSDB e PSB somam 120 votos, mas o PSB tem três pré-candidatos próprios.

FIEIS DA BALANÇA
Apesar de integrar o centrão, o PMDB, com 66 deputados, e o PP, com 47, serão os fieis da balança. Os partidos entrarão rachados na eleição.

GOVERNO TEMER COMPLETA DOIS MESES 'TÍMIDOS'
O presidente interino Michel Temer completa nesta terça dois meses de governo. O foco na área econômica mostrou avanços pequenos desde 12 de maio: o dólar caiu 5,4% e a bolsa subiu 1%, mas a principal prova de melhora foi a queda na previsão de inflação para os próximos 12 meses, que passou para 5,83%. Apesar dos resultados positivos, os avanços são tímidos: nos dois meses que antecederam o afastamento de Dilma o dólar caiu 3,4% e a Bolsa subiu impressionantes 6,4%.

BALANÇO
O governo Temer editou 14 Medidas Provisórias desde 12 de maio e, no mesmo período, enviou uma PEC e 17 projetos de lei ao Congresso.

NO BANCO CENTRAL
Quando Temer assumiu, a previsão era de retração econômica: -3,88% para 2016. Ontem a previsão do PIB melhorou (um pouco) para -3,3%.

TUDO OU NADA
Procurados, nem Ministério da Fazenda nem Banco Central se pronunciaram sobre as "conquistas" dos 2 primeiros meses de governo.

FATURA EM ABERTO
Representantes do governo prometem ficar neutros na eleição para presidente da Câmara dos Deputados, mas consideram-se em "dívida" com Rodrigo Maia. É que o deputado do DEM foi preterido na escolha para líder do governo, que acabou com André Moura (PSC-SE).

CANÇÃO AMIGA
Críticos do impeachment, Gilberto Gil e Caetano Veloso serão estrelas da abertura das Olimpíadas. "Se foram contratados no governo Dilma, é estranho. Se foi Temer, é burrice", diz Jerônimo Goergen (PP-RS).

FAZENDO CONTA
O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ironiza a tentativa de Eduardo Cunha de preservar o mandato de deputado . "Dizem que ele não tem nem 50 votos. Eu discordo, deve ter uns 70", diz ele, aos risos.

PRORROGAÇÃO
Para desespero da classe política, o Ministério Público Federal estuda prorrogar, por mais 90 dias, a Lava Jato. A avaliação é que ainda faltam detalhes investigados pelas delações premiadas mais recentes.

AVERSÃO A CUNHA
A ala da bancada do PP contrária à eleição de Rogério Rosso na Câmara considera a candidatura de Rodrigo Maia mais forte. "Há uma aversão a candidatos apoiados por Eduardo Cunha", diz um deputado.

INDEPENDÊNCIA
O deputado Esperidião Amin (PP-SC) não abrirá mão da candidatura para presidente da Câmara. Ele diz ser o único que conseguirá garantir a independência da Casa. Mas são bastante remotas as suas chances.

SENIORIDADE
Pesa contra o Rogério Rosso (PSD-DF), na disputa pelo comando da Câmara, o fato de exercer seu primeiro mandato. É praxe entre os deputados federais eleger presidentes os deputados mais experientes.

YES, WE CÂMARA
A disputa pelo mandato tampão na presidência da Câmara, com grande número de candidatos e eleições disputadas, levou Carlos Gaguim (PTN-TO) a espalhar "cheerleaders" pela Casa, com direito a posters e slogan (#juntospodemos), para tentar angariar votos.

PENSANDO BEM?
? Cunha no governo Temer está cada vez mais como Lula no governo Dilma: longe, sem poder, mas acha que manda em tudo.
Herculano
13/07/2016 06:29
TEMER E A PRIVATARIA 3.0, por Elio Gaspari, para os jornais o Globo e Folha de S. Paulo

Para quem acredita nos efeitos benignos das privatizações e se desinteressa pela forma como elas são conduzidas, a boa notícia veio do presidente Michel Temer: seu governo estuda a privatização dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont. Numa estimativa grosseira, essas duas operações, somadas às concessões de quatro outros aeroportos, poderiam levar ao governo mais de R$ 10 bilhões ao longo de duas décadas.

No dia seguinte, outra notícia desafinou a orquestra. Mauricio Quintela, o ministro dos Transportes do governo que planeja novas privatizações, informou que concorda em dar um refresco aos concessionários de sete aeroportos, que não pagaram as outorgas devidas à Viúva, coisa de pelo menos R$ 2,5 bilhões. Chama-se "outorga" a prestação que o concessionário se comprometeu a pagar. Algo como aluguel. Em 2012, quando o governo petista privatizou os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, o leilão foi considerado um sucesso e informou-se que ele renderia R$ 24,5 bilhões. Renderia, porque os três concessionários não pagaram os aluguéis. O mesmo aconteceu com os novos donos do Galeão e de Confins.

O ministro diz que os aluguéis serão pagos até o final de dezembro. Acredita quem quiser. Pelo contrato de concessão dos aeroportos, como acontece com o aluguel de apartamentos, se o inquilino não paga, deve ir embora. O governo preferiu o caminho do refresco para não assustar o mercado. Talvez aí esteja o seu erro. O que assusta investidores é um governo que não cumpre contratos. Não foi por superstição que algumas grandes empreiteiras nacionais e operadoras mundiais de aeroportos resolveram ficar longe dos leilões petistas.

As privatizações de 2012 foram tratadas como um êxito porque parecia que a simples ideia de afastar o governo dos aeroportos resolveria o problema dos apagões. Quem olhou os leilões da privataria petista sentiu cheiro de queimado. A OAS ficou com Guarulhos, a Engevix com Brasília e a UTC com Viracopos. Em quase todos os casos, entraram os fundos de pensão Petros, Previ e Funcef, bem como o velho e bom BNDES. Um ano depois, Odebrecht levou o Galeão com um socorro das arcas do FGTS e conseguiu um milagre da privataria, o aeroporto foi privatizado e sua concessionária tinha 61% de participação estatal.

A permanência da Infraero nas operações dos aeroportos privatizados foi criticada internacionalmente como sendo um caso de permanência da raposa no novo galinheiro. Como os concessionários decidiram enxugar a folha de pagamentos do seus aeroportos, a estatal transferiu servidores para Congonhas, que continuou na sua jurisdição, e seu quadro passou de 336 funcionários para 573. Um deles era encarregado de vigiar o refeitório.

As privatizações não trouxeram o que prometeram (inclusive os aluguéis), mas as novas operadoras melhoraram alguns aspectos do negócio. Nenhum aeroporto brasileiro pode sonhar com a qualidade dos terminais de Amsterdã, mas Guarulhos pode ser mais confortável do que algumas áreas de embarque congestionadas do Charles de Gaulle. Já o Galeão, em 2015 continuava invicto na posição de pior aeroporto do mundo. Em abril passado a Odebrecht atrasara o pagamento de R$ 934 milhões.
Herculano
12/07/2016 21:45
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Lélo Piava
12/07/2016 21:27
Doralino pelo que vi você não existe, meu CPF é 07638188950 e RG 4805813, pelo menos uma vez por mes vou a camara de vereadores, coloco todos os dias minhas ideias no facebook, fiz intercambio de 7 meses na Irlanda , além do português , falo espanhol e inglês. Além de dizer que não fiquei na europa um mês e vou mudar Gaspar. Não fico em festas pagando cerveja,comprando rifas, e pedindo ajuda a empresários. Te convido para tomar um café, não fumo maconha. Mas respeito quem fumo, assim como quem bebe, cada um faz suas escolhas na vida. Como a sua é de se esconder a um nome fictício, eu estou aqui. Não ajudo em festas de igreja, pois Deus e Jesus não tinham
nenhum templo, apenas fé. Abs e tome camomila, se quiser peço aos meus amigos uma erva mais forte. Ah e quem aparece em todos os lugares e não faz nada , como 95% dos vereadores, já falei aqui e repito. Ficam 4
anos agradando o povo e à educação,saúde e segurança a mesma. Continue votando nessas pessoas, você vai longe tem futuro abs a você sem nome
Sidnei Luis Reinert
12/07/2016 21:21
Polícia Federal diz que Odebrecht comprou sede para Instituto Lula ?" estampa o Globo
Posted on 12 de julho de 2016 by CristalVox


O relatório da PF sobre o prédio que a Odebrecht comprou para Lula cita uma série de documentos. Um deles é a planilha de propinas da empreiteira.

Diz O Globo:

"Embora a DAG tenha registrado em cartório a compra do prédio por R$ 6,8 milhões, a PF acredita que o valor real foi R$ 12,3 milhões, o mesmo citado nos e-mails enviados a Teixeira. O valor é considerado compatível com os R$ 12,4 milhões anotados ao lado da expressão 'prédio (IL)', na planilha 'Programa Especial Italiano', apreendida no e-mail de Fernando Migliaccio, um dos executivos do departamento de propinas da Odebrecht".



A reportagem diz também:

"O relatório da PF menciona ainda um outro documento, apreendido na sala de Marcelo Odebrecht e de sua secretária, Darci Luz, que aponta a compra de um terreno da ASA para construção do 'prédio do Instituto' e diz que o preço foi abaixo do escriturado. Há ainda menção a eventuais riscos a que a DAG ficaria exposta devido às dívidas relacionadas ao imóvel".

Com conteúdo de O Globo e O Antagonista
Herculano
12/07/2016 20:09
STF E O SILÊNCIO DAS TIRANIAS, por Kim Kataguiri, um dos coordenadores do Movimento Brasil Livre, no jornal Folha de S. Paulo

O pedido que a Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF) fez para a Polícia Federal investigar uma suposta "campanha difamatória" contra o presidente da corte, Ricardo Lewandowski, demonstra bem a postura, digamos, descompromissada com a letra da lei que ainda pode habitar aquele vetusto ambiente.

De acordo com a secretaria, que assinou o pedido, os bonecos infláveis de Lewandowski e do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foram levados a manifestações na Avenida Paulista, "representam grave ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade [...] do Poder Judiciário". A justificativa é assustadoramente rasa, especialmente quando levamos em consideração o fato de que partiu de uma repartição da mais alta corte do país.

Não pretendo aqui fazer inferências que não posso provar. Logo, não direi que Lewandowski é a mão que balança o berço do autoritarismo. Mas uma coisa posso escrever com certeza: ele poderia ter deixado claro que discorda da iniciativa e não o fez. Nessas coisas, a omissão é uma escolha.

A ação entra em contradição com a própria jurisprudência do STF. Os princípios constitucionais, com exceção do da dignidade da pessoa humana, têm o mesmo valor. Em determinados casos, porém, é preciso priorizar um em detrimento de outro.

Quando o Supremo julgou a legalidade da Marcha da Maconha, os ministros decidiram, por unanimidade, que eventos daquela ordem não incidiam na Lei de Tóxicos (11.343/2006). O relator da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4274, Ayres Britto, justificou, em seu voto, que, hoje, vivemos "em uma sociedade de informação e de comunicação, em que o ser humano primeiro se informa para melhor se comunicar com seus semelhantes". O voto foi acompanhado por Lewandowski.

Em outra ocasião, julgando a questão da publicação de biografias não autorizadas, a Corte também deu prioridade ao princípio da liberdade de expressão. A ministra que relatou a matéria, Carmen Lúcia, votou para que o Tribunal declarasse inexigível a autorização prévia para a publicação de biografias, afirmando que a Constituição proíbe "toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística", e seu voto foi acompanhado por todos os seus colegas, inclusive Lewandowski, que fez questão de deixar absolutamente cristalino o seu repúdio à censura.

Resta evidente, e foi esta a intenção dos autores do boneco, que a representação busca associar Lewandowski ao PT, questionando a sua isenção para presidir a Corte. Cobrar que o eminente ministro goste da crítica é pedir demais. Exigir que ele a tolere como atributo da democracia é o mínimo que se pode fazer.

Esse regime, aliás, não existe apenas para abrigar as críticas justas. Também as injustas fazem parte do cardápio. Lewandowski certamente não pensa de si mesmo o que pensa o movimento que fez o Petralowski. E daí? Lula não se acha um Pixuleco. Janot não se vê como um Enganô. Até o diabo tem o direito de se considerar incompreendido. Imaginem os que não são diabos... A questão é saber se vamos optar ou não pela censura.

De resto, quem disse que apenas um ministro considerado próximo do PT pode afrontar o consenso, o bom senso e o óbvio? O ministro Marco Aurélio Mello, aquele que, felizmente, quase sempre é voto vencido na Corte, obrigou, em maio deste ano, a Presidência da Câmara a acolher um pedido de impeachment contra o então vice-presidente, Michel Temer. Nossa Constituição não prevê impeachment para o vice-presidente da República. Além disso, acolher esse tipo de denúncia é prerrogativa exclusiva do presidente da Câmara dos Deputados, ou seja, o STF não tem nenhum poder de decisão sobre o assunto.

A população tem o direito de reagir quando acha que a lei está sendo distorcida para afrouxar a pena de criminosos ou para punir inocentes. Tem esse direito ainda que não seja verdade!
Todos reconhecemos a coragem daqueles que, nas ditaduras, gritam: "O rei está nu!". Nas democracias, como a que vivemos, as pessoas têm o direito de enxergar a nudez do rei, tendo a certeza de que seu olhar crítico atravessa muitas camadas de tecido e hipocrisia.

Nas democracias, a toga protege essa liberdade. O resto é o silêncio das tiranias.
Herculano
12/07/2016 18:54
OS POLÍTICOS QUE NOS ELEGEMOS ESTÃO TODOS LAMBUZADOS. ENTÃO NÃO PODEM APONTAR O MAIS ENLAMEADO PARA O SACRIFÍCIO OU A LIMPEZA DE UM AMBIENTE IMUNDO. "HOJE SOU EU. AMANHÃ, VOCÊS", APONTOU PARA SEUS COLEGAS O DEPUTADO EDUARDO CUNHA, PMDB, RJ, PARA SE SALVAR NO MANDATO USADO PARA ACHACAR E SE ENRIQUECER. ENTÃO, POR ISSO, A POLÍTICA CONTINUARÁ SENDO COMANDADA POR GENTE SEM IDONEIDADE. É POR ISSO QUE OS POLÍTICOS ELEITOR POR N?"S IMPÕEM ESTE SACRIFÍCIO A TODOS OS BRASILEIROS PARA QUEM FAZEM LEIS E EXIGEM DECÊNCIA.

Conteúdo do jornal O Estado de S.Paulo (sucursal de Brasília). Em defesa apresentada à CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) decidiu recorrer à consciência dos colegas. Se dizendo injustiçado no processo de cassação, disse que parlamentares indiciados pela Justiça podem sofrer o mesmo que ele. "Há investigados nesta sala", disse. "Hoje sou eu. É o efeito Orloff. Vocês, amanhã", disse.

A referência do deputado, usada para alertar os colegas sobre o risco de decidirem contra seu recurso na comissão, vem de uma campanha da marca de vodca na década de 1980. "Eu sou você amanhã", dizia a peça publicitária. O peemedebista reclama de ser tratado como um condenado, apesar de ter apenas acusações contra seu nome. "Com certeza absoluta, isso pode ser com qualquer um amanhã", completou.

Cunha afirmou ainda que se a Câmara adotar contra todos os parlamentares investigados o mesmo procedimento do processo contra seu nome, todos serão cassados.

Para o deputado afastado, os argumentos do órgão acusador, antes mesmo da palavra da defesa e do julgamento, estão sendo usados como uma sentença já transitada. "Nenhum dos 117 deputados (investigados) sobreviverão nessa Casa e deverão todos ser cassados", concluiu.

Em sua fala à CCJ, Cunha disse ser vítima de um processo político que começou com sua eleição para a presidência da Casa. Segundo ele, nenhum inquérito transitava em seu nome até o momento que foi eleito para o cargo mais importante da Casa. "É óbvio que vivemos um embate político", afirmou.

Ele argumentou ainda que algumas pautas que colocou para votar desagradaram diversos grupos, como a redução da maioridade penal e a regulamentação da terceirização. "Isso agride muitos", disse, lembrando que várias pessoas recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e perderam.

Cunha afirmou ter profundo conhecimento do regimento da Casa e que não se lembra de ter perdido qualquer questionamento na Justiça sobre suas decisões na Câmara. Ele disse ter participado pessoalmente da elaboração do recurso à CCJ que pede o retorno de seu processo de cassação à análise do Conselho de Ética. "Esse recurso é feito por mim, o que demonstra o detalhamento das infrações regimentais concedidas", afirmou.

Sobre as questionadas contas no exterior, Cunha disse que nunca negou que sua esposa tivesse conta no exterior. "Não tinha obrigação de declarar", disse. Para o deputado afastado, não cabe ao Conselho de Ética fazer julgamento contra ela.

Constantemente acusado de atuar para atrasar seu processo de cassação, Cunha disse que os membros do Conselho de Ética erravam propositalmente os procedimentos regimentais para depois reformar decisões e culpá-lo pelas manobras.

Entre as críticas, Cunha afirmou que o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), atua para ganhar atenção. "Típica personalidade de que tem que abrir a geladeira para acender a luz", disse.

Assim como seu advogado, o peemedebista argumentou que o fato de o processo ser contra seu nome influenciou os encaminhamentos. "Esta Casa não pode criar precedentes pela capa do processo", afirmou. Durante a fala, a CCJ alcançou o quórum máximo de 66 deputados.
Sidnei Luis Reinert
12/07/2016 18:18
MILITARES DO RJ REVOLTADOS PODE SER O INÍCIO DE UMA INTERVENÇÃO MILITAR

Publicado em 2 de jul de 2016
Este aqui é o ÁUDIO COMPLETO - SEM A CENSURA E OS CORTES DO FACEBOOK ...
Se os 11 milhões de desempregados e seus familiares saírem às ruas, nós derrubamos esses desgoverno!

Há um recado dado no segundo trecho deste video!

O Caminho do Herói é a História, o caminho do Tirano e ditador é a Metralha!

20 milhões de pessoas nas ruas uma semana e acontecerá!

Ordem Dourada do Brasil


https://www.youtube.com/watch?v=5azT1Je4AR8
Anônimo disse:
12/07/2016 18:13
Herculano, pelo tom ácido que o Doralino se dirigiu ao Lélo, será que ele sabe que essa acidez só condiz com um capacho do líder da tigrada?
Herculano
12/07/2016 18:10
LULA UTILIZA CONTRA MICHEL TEMER VENENO VENCIDO, por Josias de Souza

Em viagem ao município baiano de Juazeiro, Lula criticou o plano do governo de Michel Temer de levar parte do patrimônio público ao martelo para reduzir o rombo nas contas da União. "Eles estão tentando criar condições para Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica serem vendidos. Eles não sabem governar e precisam vender o patrimônio público. Mas eles podem saber o seguinte: eu sei governar".

Obrigado pela crise a aposentar o triunfalismo do 'nunca antes na história desse país', Lula perdeu a agenda e o discurso. Sem assunto, foi deselegante e desconexo. Perdeu a elegância ao expor seu desejo de voltar -'eu sei' governar - num instante em que Dilma luta pelo mandato. Desentendeu-se com o nexo ao usar contra Temer o mesmo veneno privatista que usava no passado para tirar o tucanato do eixo.

Lula não se deu conta de que esse tipo de secreção venenosa está com o prazo de validade vencido. O bom-senso indica que não convém gritar incêndio no teatro. Do mesmo modo, Lula não deveria gritar 'teatro!' no incêndio. Se as chamas da Lava Jato revelam alguma coisa é que o caso da Petrobras e dos bancos públicos é de reestatização, não de privatização. Levados ao balcão sob Lula e Dilma, esses pedaços do Estado foram desossados e desestatizados.

Lula voltou a chamar impeachment de "golpe". E atribuiu a Eduardo Cunha a ruína que carbonizou a gestão-companheira de Dilma. Disse que a economia "desandou de 2015 para cá, sobretudo porque elegeram um cidadão como presidente da Câmara que se utilizou do cargo para atrapalhar a Dilma a governar este país." Referia-se a Eduardo Cunha: "Me parece que agora ele está para ser cassado".

O morubixaba do PT esqueceu de mencionar que Cunha virou problema lá atrás, ainda no governo Lula, quando recebeu do petismo salvo-conduto para instalar nos cofres de organizações como a Petrobras e a Caixa os dutos que drenaram verbas públicas para suas contas secretas na Suíça.
Herculano
12/07/2016 18:03
O POLÍTICO E A INTIMIDAÇÃO A JUÍZES, PROMOTORES E INVESTIGADORES POLICIAIS. RENAN SOFRE DERROTA E PROPOSTA SOBRE ABUSO DE AUTORIDADE É ADIADA. UFA!

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Mariana Haubert, de Brasília. Contrário a uma análise acelerada do projeto sobre abuso de autoridade, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) conseguiu adiar a votação da proposta para o segundo semestre deste ano. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), queria que a matéria fosse votada nesta semana.

Na reunião da Comissão de Consolidação da Legislação Federal e Regulamentação da Constituição desta terça (12), Jucá propôs aos integrantes do colegiado que a matéria fosse votada amanhã, para que eles tivessem tempo de analisar o relatório e decidir sobre o tema.

Os senadores, no entanto, protestaram sobre o curto prazo e, após os apelos dos colegas, Jucá anunciou que a próxima reunião da comissão para tratar do tema ocorrerá em 16 de agosto. Ele também não descartou a realização de audiências públicas e até a possibilidade de a proposta ser enviada para outras comissões. Se for aprovado pelas comissões, o projeto também terá que ser analisado pelo plenário da Casa.

"É claro que é um projeto que precisa ser discutido sim mas considero que esta não é a melhor forma. Precisamos ter tempo para discuti-lo, para analisar, ouvir as entidades envolvidas, analisar na Comissão de Constituição e Justiça. Não acho razoável que de hoje para amanhã nós sejamos obrigados a formar uma opinião sobre isso", afirmou Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

"Ninguém tem dúvida sobre a necessidade de aperfeiçoamento dessa lei, mas o problema é a complexidade do momento em que vamos votar essa matéria. Não pode ser feito com açodamento", endossou a senadora Simone Tebet (PMDB-MS).

Durante a discussão, ela rebateu a tese apontada por algumas entidades de que o fato de o projeto ter sido reapresentado neste momento visa atrapalhar as investigações da operação Lava Jato e a intimidação de juízes, procuradores e magistrados.

"Não temos nenhuma intenção de barrar a Lava Jato mas até para mostrarmos que esse não é o objetivo, é preciso que seja discutido em outras comissões, que passe por uma peneira, mesmo que se estabeleça um prazo para isso", disse.

O adiamento da votação é uma das derrotas sofridas por Renan nos últimos dias ao tentar emplacar uma pauta prioritária para o Senado. O problema apontado por líderes partidários foi a falta de diálogo do peemedebista com os demais senadores para definir o pacote. Eles reclamaram que não foram ouvidos.

Na semana passada, os dois projetos elencados por Renan para serem votados não tiveram acordo e suas análises ficaram para esta semana. Para tentar apaziguar os ânimos, o presidente do Senado convocou uma reunião entre os líderes na tarde de hoje.
Herculano
12/07/2016 17:54
E A TOCHA PASSOU

1. Um desfile comercial promocional dos patrocinadores, mas que parte dos gasparenses pagou esta conta.
2. Um desfile das forças de segurança para impressionar o distinto público, mas na outra ponta os cidadãos a mercê dos bandidos exatamente por falta desta proteção ostensiva que se demonstrou a tocha e ao evento.
Despetralhado
12/07/2016 12:43
Oi, Herculano

A foto do caminhão é o retrato do governo petista;
a vanguarda do atraso.
Sujiro Fuji
12/07/2016 12:36
Atocha Andréia, atocha o pete.
Mariazinha Beata
12/07/2016 12:29
Seu Herculano;

O petê marqueteia para o povo assistir o lançamento das treliças da ponte?
E a tocha, eLLe não convida?
Já vou adiantando, só vou assistir se o revezamento for o Melato entregando para o Décio.
Pode durar uma eternidade, mas vai ser histórico.
Bye,bye!
Herculano
12/07/2016 11:05
ELE NÃO QUER QUE O PAÍS SE ARRUME, TUDO PARA ELE SER CANDIDATO. EM PERNAMBUCO, LULA DIZ QUE "PARA NÃO SER CANIDATO EM 2018, É SO O BRASIL DAR CERTO

Conteúdo do blog Notícias. Texto e postagem de Cássio Oliveira

Em entrevista concedida ao comunicador Geraldo Freire, da Rádio Jornal, na manhã desta terça-feira (12), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não será candidato em 2018, caso "o País dê certo". "Pra não ser candidato em 2018, é só o Brasil dar certo. Se o Brasil der certo, por quê eu precisaria ser presidente outra vez?", questionou. O petista ainda brincou ao dizer que "política é que nem uma boa cachaça, você começa e não quer parar mais".

O ex-presidente ainda defendeu uma reforma política para que o Brasil saia da crise. "Não há solução no País sem reforma política. Mas não acho que a reforma vai ser feita por esses deputados. O que tem que mudar são as pessoas. As pessoas reclamam, mas no dia da eleição votam em políticos que rapidamente estão xingando. É preciso ter responsabilidade para a gente consertar esse País.

Ainda durante a entrevista, Lula disse que "queria ver surgir uma nova liderança política. Queria que tivesse uma pessoa nova, que conhecesse a mão de um trabalhador, de um pedreiro para governar esse País. Esse povo que faz campanha não conhece o Brasil, só conhecem o avião. Um governante tem que conhecer a alma das pessoas", disse.

Volto, para as reflexões

1. Política não é como uma boa cachaça. Só para o cachaceiro. Política é coisa muito séria. Políticos como Lula precisam de um povo embriagado para ludibria-lo.

2. Lula e os políticos conhecem bem o povo, como ele próprio afirma, xingam, mas na hora do voto escolhem os mesmos canalhas sociais.

3. O dia que o eleitor tiver a responsabilidade como Lula pede, nem ele, nem partidos como o PT terão chances.

4. Ele quer gente nova que conheça a mão do trabalhador. Demagogo. É preciso gente nova sim, mas que saiba que corromper, roubar e lutar contra a transparência dos atos governamentais é um crime contra todos e não só contra o trabalhador, o verdadeiro pagador de pesados impostos para sustentar políticos sem responsabilidade, trabalhador que não enxerga retorno em Saúde Pública (Sus, hospitais e postos), Educação, Creche, Segurança, geração de emprego e renda, inflação sob controle e obras mínimas.
Herculano
12/07/2016 10:47
da série: haveria alguma dúvida com a qualidade dos políticos que elegemos?

NA SUCESSÃO DE CUNHA, INSENSATEZ É A FAVORITA, por
Josias de Souza

Com mais de três dezenas de deputados enganchados nas teias da Lava Jato, a Câmara tem um ex-presidente que "renunciou" à poltrona da qual fora ejetado pelo STF havia dois meses (Cunha) e um presidente interino que não consegue presidir nem a própria inépcia (Maranhão). Intimada pelos fatos a eleger um novo comandante, a Casa produziu algo como 15 candidatos. A lista inclui de tudo ?"nulidades, temeridades e nozes que não justificam a casca. Está comprovado: a insensatez é um atributo congênito do político, como as escamas do peixe.

Excetuando-se Luiza Erundina, anticandidata do PSOL, não há entre os postulantes à poltrona de Cunha nenhum oposicionista. Acotovelam-se na pista supostos aliados de Michel Temer. Uma evidência de que, mesmo rendido ao fisiologismo, o Planalto tem dificuldades para colocar ordem no seu condomínio parlamentar. Não consegue deter nem as pulsões do PMDB. O partido reúne-se nesta terça-feira para decidir o que fazer. Mas dois correligionários de Temer já haviam registrado suas candidaturas até a noite passada: Marcelo Castro e Fábio Ramalho.

Sem alarde, os operadores de Temer tentam azeitar a eleição do candidato dos sonhos de Cunha: Rogério Rosso, do PSD. Como as opções governistas brotam na Câmara com a naturalidade de bananas em cachos, o risco de o governo escorregar numa casca não é negligenciável. Reunidos com Temer na noite de domingo, Aécio Neves e o líder tucano Antonio Imbassahy informaram, por exemplo, que o PSDB tem dificuldades para apoiar Rosso. Preferiria alternativas como Rodrigo Maia (DEM) ou Júlio Delgado (PSB).

Expurgado do Planalto e esterilizado pela Lava Jato, o PT frequenta a cena com a disposição de um estraga-festas. Sob holofotes, o petismo diz que não votará em nenhum candidato que se enrolou na bandeira do impeachment. Mas a votação será secreta. E um pedaço da bancada petista, com o aval de Lula, tricota com o 'demo' Rodrigo Maia. Tenta atribuir conteúdo oposicionista a um deputado que guarda na geladeira a mágoa de não ter sido indicado por Temer para o posto de líder do governo na Câmara.

A eleição do substituto de Cunha será nesta quarta-feira. O governo ainda tenta esvaziar a lista de candidatos. Gostaria de evitar que a disputa escorregasse para um segundo turno. Não é tarefa fácil. O mais provável é que, passada a refrega, o Planalto talvez tenha de borrifar cargos e verbas sobre seus aliados, para extinguir eventuais incêndios. Nessa hipótese, o contribuinte é quem se queimará. Como já foi exaustivamente demonstrado na Lava Jato, as queimaduras podem ser de primeiro, de segundo ou de terceiro escalão.
Herculano
12/07/2016 10:39
PARA ALÉM DA DERROTA DO PT, por Marco Antônio Villa, historiador, para o jornal O Globo

Parte 1

A reconstrução nacional terá de passar também pela reforma dos Três Poderes da República

Não há dúvida de que o Brasil vive a mais grave crise do período republicano. O país aguarda a conclusão do processo de impeachment para iniciar o longo e penoso processo de reconstrução nacional. O PT esgarçou os tecidos social e político a um ponto nunca visto. Transformou o Estado em correia de transmissão dos interesses partidários. E desmoralizou as instituições do estado democrático de direito.

O projeto criminoso de poder deixou rastros, por toda parte, de destruição dos valores republicanos. Transformou a corrupção em algo rotineiro, banal. A psicopatia petista invadiu, como nunca, o mundo da política nacional. Mesmo com as revelações das investigações dos atos criminosos que lesaram o Estado e os cidadãos, o partido e suas lideranças continuaram a negar a existência do que - sem exagero - pode ser considerado o maior desvio de recursos públicos da história da humanidade.

Não há qualquer instância do Estado sem a presença petista. Por toda parte, o PT foi instalando seus militantes e agregados. Transformou o governo em mero aparelho partidário - e isso sem que tenha chegado ao poder pela via revolucionária. Esta é uma das suas originalidades. Usou de todas as garantias da democracia para solapá-la. Desprezou a Constituição e todo o arcabouço legal. Considerou-os mero cretinismo jurídico. Jogou - e até agora, ganhou - com a complacência da Justiça. Nada justifica, por exemplo, que a Lei 9096/96, que trata do registro dos partidos políticos, até hoje não tenha sido aplicada nos casos envolvendo o PT e os desvios de recursos públicos. Como é possível ter dois tesoureiros sentenciados - e outro processado - sem que o partido tenha o registro cassado, como dispõe o artigo 27 da citada lei?

A reconstrução nacional terá de passar também pela reforma dos Três Poderes da República. O petismo levou ao máximo a crise de representação política, da administração pública e do funcionamento da Justiça. Não é tarefa fácil. Pode levar várias gerações. Mas é inexorável. E urgente. A indignação popular é dirigida ao conjunto dos poderes da República. Nada funciona de forma eficaz. Por toda parte, o cidadão encontra corrupção e injustiça. É como se o país fosse uma república de salteadores. E quem cumpre as leis faz papel de idiota.
Herculano
12/07/2016 10:38
PARA ALÉM DA DERROTA DO PT, por Marco Antônio Villa, historiador, para o jornal O Globo

Parte 2

Enfrentar este estado de coisas não é uma tarefa de um poder. É evidente que o novo governo que vai surgir da aprovação do processo de impeachment tem de fazer a sua parte, aquela que cabe ao Executivo. Mas os outros dois poderes também estão podres. Ninguém confia nas representações parlamentares. Mas também ninguém confia na Justiça. Se o Parlamento é patético, o que podemos dizer do STF que considerou "grave ameaça à ordem pública" o boneco representando o ministro Ricardo Lewandowski?

Há uma fratura entre os cidadãos e a Praça dos Três Poderes, em Brasília. Toda aquela estrutura cara e carcomida por ações antirrepublicanas de há muito não representa os sentimentos populares. A crise é muito maior do que se imagina - e se fala. Se a grave situação econômica pode ser enfrentada e vencida pelo novo governo a partir do ano que vem, se a aprovação de uma legislação mais severa pode coibir os atos de corrupção, se alguma reforma eleitoral pode melhorar a qualidade da representação popular, a tarefa mais complexa será a do enfrentamento de uma nova realidade social produzida nas metrópoles, por um Brasil desconhecido, pouco conhecido e que não faz parte das interpretações consagradas, como aquelas dos anos 1930, como "Raízes do Brasil", de Sérgio Buarque de Holanda, que ainda retratava um país rural. De um Brasil que necessita ser desvendado, de dilemas complexos e que precisam ser compreendidos para serem enfrentados. E que não passa pela fraseologia barata de fundir citações de letristas de canções populares com velhos explicadores da "civilização brasileira."

Vivemos um momento novo. O terrível é que as instituições estão velhas. E não há intérpretes que consigam desenhar cenários do que somos e para onde poderemos ir - as universidades perderam a capacidade de exercer o papel de consciência crítica; hoje, não passam de instituições corporativas, sem papel relevante.

A edificação da democracia, com a promulgação da Constituição de 1988, ignorou as profundas contradições sociais que foram gestadas com a urbanização selvagem que se intensificou nos anos 1980. Foi elevado um edifício moderno tendo como base uma antiga estrutura que se manteve intocada. E, pior: com o desconhecimento do solo social. E deu no que deu, numa crise sem fim.

Derrotar o projeto criminoso de poder foi uma grande vitória. Ele agravou as mazelas brasileiras. Ou melhor, foi consequência do rápido apodrecimento das instituições. O desafio será enfrentar a herança maldita do leninismo tropical que, além de tudo, desmoralizou a democracia. E isto é grave, especialmente em um país com a nossa triste tradição autoritária. Por isso, processar, julgar e condenar ?" pois os crimes são evidentes ?" o chefe do petrolão terá um enorme (e benéfico) papel pedagógico, uma demonstração inequívoca que o crime não compensa e que a lei é igual para todos.

O impeachment de Dilma Rousseff - que é muito importante - precisa ser complementado por ações que levem a uma reestruturação do Estado, das suas instituições e, principalmente, de suas práticas. Não podemos continuar a ser um país que parece que está de cabeça para baixo, onde as imagens vivem se confundindo, onde passamos, em instantes, do claro ao escuro, da verdade ao engano, do sublime ao patético.
Herculano
12/07/2016 10:32
da série: para o Doralino da Silva ler, e entender.

TURBILHÃO DE INCOERÊNCIAS, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Vejam como estão as coisas no Congresso: a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ) deve aprovar a cassação do deputado Eduardo Cunha hoje e o plenário pode eleger um candidato pinçado, patrocinado e catapultado pelo mesmo Eduardo Cunha amanhã. Duplo réu no Supremo, afastado do mandato, ele acaba de renunciar à presidência, está às vésperas de ser cassado e corre o sério risco de ser preso em questão de semanas, mas continua sendo um fenômeno, raiando o patológico.

Cunha não deixa nada barato e, até na CCJ, temem-se surpresas. A previsão é de que trinta deputados discursem e que ele e seu advogado falem durante quase três horas, tudo isso mesclado com questões de ordem, trocas de desaforo, manobras ora sutis, ora escancaradas, para continuar empurrando o processo com a barriga e adiando o fim de Eduardo Cunha. Ele conhece o regimento como ninguém e mantém, apesar de tudo e de todos, uma tropa ainda fiel e disposta a passar os maiores vexames por ele.

O ideal seria que a CCJ votasse hoje pela cassação e já começasse a contar o prazo para a palavra final do plenário. Mas, com Eduardo Cunha, não se brinca. Há quem tema que ele consiga no mínimo protelar sua cassação e há até os apavorados com a hipótese de a maioria da CCJ acatar o parecer do relator Ronaldo Fonseca e devolver tudo para o Conselho de Ética. Seria o pior dos mundos, porque não faz tão bem assim a Cunha, mas faz um mal enorme à Câmara. Uma inesperada vitória dele na CCJ não salva o seu pescoço, mas prolonga a agonia e gera uma indignação generalizada na sociedade.

Mas sejamos otimistas, acreditando na possibilidade mais forte, de que ele perca na CCJ. Só que tem de ser logo, porque um adiamento jogaria a questão e o destino de Cunha nas mãos do novo presidente da Câmara. E se ele for Rogério Rosso (PSD-DF), que foi indicado por Cunha e é do time dele? Cunha vai articular as jogadas para Rosso chutar em gol?

Se a terça-feira começa com temores quanto à capacidade de resistência de Cunha, imagine-se como vai começar a quarta, com uma profusão de candidatos a presidente-tampão, uma nuvem de incertezas e a real possibilidade de mais um erro grave da Câmara. A sensação geral é que Rosso consolidou-se como candidato (graças a Cunha, ao "centrão", ou seja, ao "baixo clero" encorpado, e, dizem as más línguas, ao Planalto de Michel Temer). A questão é quem estará do outro lado para enfrentá-lo.

A olho nu, o deputado Rodrigo Maia (DEM) parece ser o candidato mais forte a candidato contra Rosso. Ele tenta amarrar o apoio do próprio DEM ?" que tinha outros postulantes, como José Carlos Aleluia ?", e votos no PMDB, no PSDB, no PPS e em parte do Centrão, mas não descuidou da "nova oposição", formada por PT, PDT e PC do B. Uma situação curiosa. Já imaginaram o PT apoiando o candidato do DEM e do famoso Waldir Maranhão?

Mas é assim, nesse turbilhão de incoerências, de falta de lideranças, de partidos rachados, de imagem ferida, que a Câmara está se preparando para um presidente quebra-galho que substitua Cunha, arranque Maranhão da cadeira, comande as votações de interesse do governo Temer e seja o segundo na linha de sucessão da Presidência da República. Ah! E sem descartar um "tertius" de última hora. O processo não corresponde a tanta responsabilidade, mas, convenhamos, está à altura da qualidade da atual Câmara dos Deputados.

Para não chorar, basta lembrar que serão menos de sete meses, até a eleição para valer, ou seja, para um mandato de dois anos, se é que o futuro presidente também não estará às voltas com a justiça, com trustes, com ações no Supremo. Nessa eleição "para valer", aí, sim, vão entrar os titulares e os principais times, PSDB, PT e PMDB- que usam julho de 2016 para articular fevereiro de 2017. Um pulo no tempo. E que tempo!
Herculano
12/07/2016 10:28
HORA DE DEFINIÇÃO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Não é uma questão ideológica que está em jogo na eleição do novo presidente da Câmara, mas a resistência de um espírito minimamente civilizado de fazer política. Eleger um candidato ligado politicamente a Eduardo Cunha é reafirmar diante da opinião pública um método que está condenado pela História e que, se prevalecer, apenas prorrogará a agonia da Câmara como instituição, e dos deputados como instrumentos de uma velha política que precisa ser superada por fatos concretos, e não por palavras.

Condenar deputados da chamada esquerda parlamentar por apoiarem a candidatura de Rodrigo Maia, do DEM, é fazer o jogo do "centrão", que favorece Cunha antes de tudo. Como a esquerda parlamentar não tem número suficiente para sustentar uma candidatura competitiva, e só elegeu presidentes da Câmara quando se aliou ao "centrão", no tempo em que eram alinhados politicamente, nada mais natural que procure uma saída para derrotar os outrora "companheiros", hoje tornados traidores, buscando no bloco da antiga oposição ?" PSDB, DEM, PPS, PSB ?" um nome que possa garantir espaço de atuação da minoria que hoje representa.

Mais ainda, ter a garantia de que a Câmara, presidida por um representante independente, não se entregará a barganhas mesquinhas para salvar o mandato de Cunha, que continuará manipulando nas sombras caso mantenha sua condição de deputado.

Se há uma coisa que deveria unir a autointitulada "esquerda progressista" parlamentar e os deputados que não fazem parte do "centrão", é o objetivo de retirar da vida pública o ex-presidente da Câmara.

Não basta que tenha sido obrigado a renunciar à presidência da Câmara, é preciso que seja cassado, para que se restaure um mínimo de moralidade na instituição, e que a sociedade possa ter esperanças de que é possível caminhar na direção da recuperação da credibilidade da atividade política, cuja depravação teve como consequência mais explícita a corrupção institucionalizada que está sendo desvelada pela Operação Lava-Jato, e a influência da atuação disruptiva no mau sentido de Cunha.


A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ), que se reúne hoje para decidir o futuro do ex-presidente da Câmara, tem a obrigação moral de seguir o deputado Ronaldo Fonseca, relator do recurso de Cunha na CCJ, que negou o pedido para que a tramitação de seu processo de cassação no Conselho de Ética seja revista, sob o argumento ridículo da defesa de que teria sido processado como presidente da Câmara, cargo ao qual renunciou.

A tese já fora tentada anteriormente, sem sucesso, pelo então deputado petista André Vargas, que era vice-presidente da Câmara quando foi acusado no Conselho de Ética, e renunciou. É preciso dar um basta a essa "esperteza" regimental que dá margem a manobras intermináveis ?" que só fazem desgastar ainda mais a imagem parlamentar.

A saída de cena de Cunha é boa para o governo Temer, mas não é por isso que deveria ter a oposição dos petistas e seus aliados. Há movimentos estratégicos na política que se justificam pelos objetivos maiores, e esse é um desses momentos.

Também o presidente interino, Michel Temer, tem que se convencer de que, para aproveitar o momento histórico que se apresenta diante dele, precisa estar acima de negociações políticas já condenadas pela sociedade. E de que sua legitimidade só será alcançada se mostrar-se à altura do momento, o que deve, necessariamente, leválo a abdicar de eventuais compromissos do passado para ter direito a um futuro.

A fórmula de atingir o consenso para ser o presidente quase vitalício do PMDB já não é suficiente para encarar os novos tempos que tem pela frente. Precisa ser, enfim, mais o presidente Temer e menos o velho político Michel.
Herculano
12/07/2016 10:24
da série, para o Doralino da Silva ler

NOSSO ATRASO FICOU ATRASADO, por Arnaldo Jabor, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Acho muito boas as decepções recentes. Elas nos fazem avançar, mesmo de lado, como siris do mangue. O Brasil evolui pelo que perde e não pelo que ganha. Sempre houve no País uma desmontagem contínua de ilusões históricas. Esse é nosso torto processo: com as ilusões perdidas, com a história em marcha à ré, estranhamente, andamos para a frente. O Brasil se descobre por subtração, não por soma. Chegaremos a uma vida social mais civilizada quando as ilusões chegarem ao ponto zero. Erramos muito, quando vivíamos cheios de fé e esperança ?" dois sentimentos paralisantes.

Nessa época, a Guerra Fria, Cuba, China, tudo dava a sensação de que a "revolução" estava próxima. "Revolução" era uma varinha de condão, uma mudança radical em tudo, desde nossos amores até a reorganização das relações de produção. Não fazíamos diferença entre desejo e possibilidade. "Revolução" era uma mão na roda para justificar a ignorância da esquerda burra. Não precisávamos estudar nada profundamente, pois éramos "a favor" do bem e da justiça ?" a "boa consciência", último refúgio dos boçais. Era generosidade e era egoísmo. A desgraça dos pobres nos doía como um problema existencial, embora a miséria fosse deles. Em nossa "fome" pela justiça, nem pensávamos nas dificuldades de qualquer revolução, as tais "condições objetivas"; não sabíamos nada, mas o desejo bastava. E até hoje, velhos comunas que entraram no poder continuam com as mesmas palavras, se bem que logo aprenderam a roubar e mentir como os "burgueses".

A velha esquerda que subiu ao poder em 2002 explorou nossa antiga fome populista: recomeçar do zero, raspar tudo em busca de um socialismo imaginário.

Lula eleito seria o agente da mudança para esse arremedo bolivariano que nos danificou. Eles se aproveitaram de nossa resistência às ideias claras, à racionalidade, a qualquer vontade política generosa. Seu pedestal foi a ignorância popular, tesouro dos demagogos.

Mas o tempo anda - mesmo no Brasil. A grande mutação dos últimos 20 anos ?" a globalização da economia e a espantosa revolução digital mudaram até nosso conceito de tempo e espaço. Nosso atraso ficou atrasado. A velocidade do mundo furou o bloqueio da resistência colonial à modernização. Fomos obrigados a nos modernizar, muito mais pela influência econômica externa do que pela lenta marcha da mediocridade política brasileira. Somos filhos bastardos de um progresso que não planejamos.

Por decepções, fomos aprendendo, ou melhor, desaprendendo.

Nos anos 1960, "desaprendemos" a fé inabalável numa revolução mágica do 'povo', com a súbita irrupção dos militares. Nos anos 1970, aprendemos a descrer do voluntarismo místico da contracultura e da guerrilha heroica, mas suicida.

Nos 1980, com a restauração democrática, aprendemos muito com o tumor na barriga do Tancredo. Vimos um homem da ditadura (Sarney) assumindo o Poder (sempre este homem fatal...) e descobrimos que a democracia era "de boca" e ainda não estava entranhada nas instituições.

Nos anos 90, tivemos a preciosíssima desilusão com o Collor. Aprendemos muito com seu fracasso. O impeachment foi um ponto luminoso em nossa formação e nos trouxe uma grande fome pela organização de uma República.

FHC conseguiu consolidar uma nova agenda social-democrata que trouxe alguma racionalidade para a administração pública.

Mas o passado resistiu e voltou com Lula na pior equação: aliança entre velha esquerda e velha direita. Arrasaram o legado de FHC. Com suas ladainhas dogmáticas, ignoraram até o muro de Berlim. Como no manjado comentário de Talleyrand sobre os Bourbons: "Não aprenderam nada, não esqueceram nada". Continuaram com a mesma obsessão de "tomar o poder", como um flashback de 1963.
Herculano
12/07/2016 10:24
da série, para o Doralino da Silva ler

NOSSO ATRASO FICOU ATRASADO, por Arnaldo Jabor, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

E o resultado está aí: o desastre regressista talvez com "perda total". Nunca vi gente tão incompetente e ignorante. São as mesmas besteiras de 50 anos atrás. Tudo que construíram, com sua invejável "militância", foi um novo patrimonialismo de Estado, em nome do projeto deslumbrado de Lula: "Eu sou do povo; logo, luto por mim mesmo". Com suas alianças com a direita feudal, Lula revigorou o pior problema do País: o patrimonialismo endêmico.

Assim, de 2002 em diante, a excelente administração anterior foi substituída pela truculência dos pelegos chegados ao poder. A verdade é que os petistas nunca acreditaram na "democracia burguesa"; como disse um intelectual da USP ?" "democracia é papo para enrolar o povo". Ou então é uma estupidez da classe média, que é, segundo a grande filósofa Marilena Chaui, "reacionária, ignorante e fascista", sem falar no "Sérgio Moro, treinado pelo CIA". Não entenderam, com suas doenças infantis de um comunismo vulgar, que a democracia não é um meio, mas um fim. Jamais admitirão que a via mais revolucionária para o Brasil de hoje é justamente o que chamam, com boquinha de nojo, de "democracia burguesa". Muita gente sem idade e sem memória não sabe que o caminho para o crescimento e justiça social é o progressivo desgaste da tradição escrota das oligarquias patrimonialistas.

Assistimos agora à luta entre um desejo de reformas econômicas essenciais e a resistência dos interesses políticos sórdidos.

Mas, no final das contas, mesmo com esse engarrafamento dos escândalos, já houve um avanço em nossa consciência crítica. Estamos bem menos "alienados". E, por conta da complexidade de nossa economia e da política que a abertura permitiu, as conquistas da democracia não vão sumir. Estamos desiludidos, porém mais sábios.

Ou seja, diante do tumor marxista vulgar entranhado na alma desses "revolucionários reacionários", teremos de fazer uma cirurgia: o enxugamento do Estado que come a nação, inchado de privilégios e clientelismo. Ou seja, a única revolução importante hoje no Brasil seria uma revolução liberal.
Almir ILHOTA
12/07/2016 10:22
Ilhota não gastou mais que 10 mil reais com a tocha. O vereador Chico Caroço, O professor Airton Correa, O Sr. Pedro Teixeira de Melo estavam mentindo falando que tinha sido gasto 180 mil e tentaram enganar o Sr. Neném Miglioli, mas o vereador Gilberto de Souza do PP desmentiu estes senhores, que ficaram com vergonha e sumiram da inauguração. Nem liguem para esse tipo de informação, é de costume desse pessoal espalhar mentiras pelo município.
Herculano
12/07/2016 10:11
A JUSTIÇA MAIS CARA DO MUNDO, por José Casado, para o jornal O Globo

Custo da Justiça no Brasil é recorde. Brasileiros pagam muito por uma burocracia cuja característica é a lentidão, com 70% de congestionamento nos tribunais.

Dias atrás, Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal, atravessava o restaurante quando ouviu uma voz feminina: ?" ?", ministro! Ele parou, sorriu e estendeu a mão para a mulher na mesa: "Olá, como vai?" Ela respondeu ao gesto: "Parabéns. A sociedade brasileira congratula Vossa Excelência pelo julgamento do mensalão e por aumentar os próprios benefícios agora nesse momento social tão importante..." Lewandowski percebeu a ironia, manteve o sorriso, e seguiu.

A cena está na rede. Tem valor simbólico sobre a percepção coletiva do alto custo e da baixa eficiência da administração da Justiça, no debate sobre o tamanho da burocracia que a sociedade pode e/ou deseja sustentar.

O Brasil mantém a Justiça mais cara do planeta, comprovam os pesquisadores Luciano Da Ros, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Matthew M. Taylor, da American University, que mapeiam as mudanças no sistema judicial a partir da redemocratização do país.

O Poder Judiciário consome anualmente 1,3% do Produto Interno Bruto, ou 2,7% de tudo que é gasto pela União, pelos estados e municípios. Significa uma despesa anual de R$ 306,35 (US$ 91,2) no bolso de cada um dos 200 milhões de habitantes. Esse nível de gasto com o Judiciário só é encontrado na Suíça, cuja população é 25 vezes menor e a renda, cinco vezes maior.

O custo brasileiro aumenta quando somado o orçamento do Ministério Público, que não dá transparência às suas despesas. Vai a 1,8% do PIB, o equivalente a R$ 87 bilhões (US$ 26,3 bilhões). Supera o orçamento de metade dos estados. É o dobro das obras contratadas pelo governo federal, até abril, nas áreas de Transportes, Saneamento, Habitação e Urbanização.

Caro demais, ressaltam os pesquisadores, para quem o orçamento do Judiciário brasileiro é o mais alto por habitante no Ocidente. Essas instituições do Brasil custam 11 vezes mais que as da Espanha; dez vezes mais que na Argentina; nove vezes mais que nos EUA e Inglaterra; seis vezes mais que na Itália, na Colômbia e no Chile; quatro vezes mais que em Portugal, Alemanha e Venezuela. Coisa semelhante, só na Bósnia-Herzegovina e em El Salvador. Cada decisão judicial no Brasil (US$ 681,4) é, na média, 34% mais cara que na Itália (US$ 508,8).

Da Ros e Taylor continuam tentando entender por que os brasileiros pagam tão caro por um serviço judiciário cuja característica é a lentidão, onde dois em cada três processos remancham nos tribunais e alguns demoram mais que uma vida para julgamento.

Pelo ângulo estrito da despesa, verificaram o peso da enorme força de trabalho do sistema de justiça nacional. São 412.500 funcionários, o equivalente a 205 servidores por 100 mil habitantes ?" são 25 por cada um dos 16.500 juízes. Proporcionalmente, o Brasil tem cinco vezes mais funcionários no Judiciário do que a Inglaterra, e quatro vezes acima do que têm Itália, Colômbia e Chile.

A pesquisa prossegue, com foco no histórico dessa burocracia, cujo custo para a sociedade se multiplica pela ineficiência. Em torno dela gravita uma indústria com 880 mil advogados registrados (300% mais que na década de 90) e 1.100 faculdades produzindo anualmente 95 mil novos bacharéis. Esse número de escolas é cinco vezes maior do que nos EUA, onde se formam 45 mil por ano.
Doralino da Silva
12/07/2016 08:02
Lélo Piava

Aparece depois de 4 anos,meu amigo não seja demagogo, se torna piada de si mesmo. Só aparece em ano de eleição, nada fez e continuará no mesmo. Maconha causa perda de memória e outras coisas que não me lembro?

Agora sim da para entender a parcialidade desta coluna, já vendida! Não acredito que tal coluna defensora da moralidade e da honestidade, sai em defesa de um partido tão corrupto quanto o próprio PT. O DEM, PSDB, são siglas muito pesadas de se levar por conta dos caciques que mandam e desmandam como querem, e fazem o jogo sujo para levar vantagens, pura corrupção, como é que pode uma mulher com luz própria se vincular com tais partidos, não da para querer julgar somente o candidato sem ver o partido, não desta maneira.

Muitos falam, eu voto na pessoa e não no partido, a pessoa me faz uma escolha desta e quer que eu vote nela? Faça um favor, nem sai de casa! Imagino como será uma administração caso eventualmente ganhe, as pesquisas não mostra isto! Mas caso ganhe vai ser difícil realizar algo.


Esta coluna já está fazendo campanha para a candidata, isso se chama desespero!
Herculano
12/07/2016 07:51
O PSD LEVANTA A BOLA PARA O PT CHUTAR

O que está na pauta da sessão de hoje da Câmara de Gaspar? O requerimento 84/2016 dos vereadores Giovano Borges, PSB e presidente da Casa, e Marcelo de Souza Brick,PSD, ambos candidatos a vice e prefeito respectivamente. O que eles querem do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT? "Informações sobre as atividades paradesportivas em nosso município, a saber:"

1-Tal atividade possui algum projeto em andamento nas nossas escolas municipais?

2-Caso a resposta à pergunta anterior seja positiva, informar:

a-quais as escolas que desenvolvem esse projeto?

b-quais atividades são realizadas?

c-quantas crianças são atendidas dentro do projeto?

3-Caso a reposta do item um for negativa, enviar as seguintes informações:

a-Por qual motivo não existe projeto?

b- Se existe alguma intenção ou prazo para implementar o projeto nas escolas municipais?

Volto. Os dois vereadores passaram quase quatro anos na Câmara e não perceberam se há ou não projetos poliesportivos em Gaspar? São candidatos a prefeito e vice se não sabem deste assunto, não possuem planos para perpetuar ou muda-lo. Só mesmo em Gaspar. Então...
Herculano
12/07/2016 07:39
VOO PRIVATISTA, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Iniciado há quatro anos, o processo de privatização dos principais aeroportos do país já legou melhoras visíveis aos usuários, mas deixou por resolver deficiências estruturais do setor.

Daí que suscite dúvidas a intenção de tirar do poder público a gestão de Congonhas, em São Paulo, e do Santos Dumont, no Rio de Janeiro, manifestada pelo presidente interino, Michel Temer (PMDB), em entrevista a esta Folha.

Em tempos de flagelo orçamentário, a providência renderia um reforço mais que bem-vindo aos cofres do Tesouro Nacional. No momento, as concessões oficialmente programadas limitam-se aos aeroportos de Salvador, Porto Alegre, Florianópolis e Fortaleza, com receita esperada em torno de modestos R$ 4 bilhões.

É de esperar que as autoridades tenham aprendido com os equívocos anteriores. Em 2012, quando foram leiloados os terminais de Guarulhos, Brasília e Campinas, editais pouco exigentes tornaram vitoriosos grupos empresariais de porte médio e escassa experiência no ramo.

O problema foi sanado no ano seguinte, mas as privatizações do Galeão (RJ) e de Confins (MG) reincidiram no modelo que mantinha a estatal Infraero como sócia obrigatória dos consórcios vencedores, com participação de 49% no negócio.

Os efeitos colaterais são perceptíveis hoje. Com resultados comprometidos pela recessão, os concessionários mal conseguem honrar os pagamentos anuais devidos ao Tesouro, e o ingresso de pouco mais de R$ 2 bilhões deverá ser adiado deste mês para dezembro.

Deficitária, a Infraero tampouco tem condições de fazer aportes aos empreendimentos. A estatal, desenvolvida pelos militares, padece dos males de uma estrutura arcaica e inchada, na qual grassa o corporativismo ?"basta dizer que assumiu os custos com os funcionários não aproveitados nos aeroportos desestatizados.

É justamente na rentabilidade dos dois terminais da ponte aérea Rio-São Paulo que a empresa se ampara agora. O passo sugerido por Temer, portanto, terá consequências para a sustentação financeira de toda a rede restante.

Nesses casos, a sofreguidão por receitas pode ser má conselheira, como mostram vícios das privatizações que não dedicaram o devido cuidado à regulação dos setores afetados ?"entre os exemplos, formação de oligopólios, carência de investimentos e empresas dependentes do socorro federal.

O deficit no Orçamento é uma mazela conjuntural; eliminar ineficiências públicas e privadas deve ser um objetivo permanente.
Herculano
12/07/2016 07:30
TRANSPARÊNCIA

Hoje é dia da passagem da tocha por Gaspar. A administração do PT não disse ainda quanto isto vai custar aos gasparenses.

Não importa se é bom ou ruim a passagem por aqui. É apenas uma questão de transparência.
Herculano
12/07/2016 07:25
MARIA E O PMDB, por Marcelo Freixo, professor de história e deputado estadual pelo Psol, no Rio de Janeiro, para o jornal Folha de S. Paulo

Vamos chamar a nossa personagem de Maria. Mulher negra de 50 e poucos anos, ela vive com os quatro filhos numa favela da cidade de Gaborone, capital da Botsuana, no sul da África.

A luta pela sobrevivência se repete todos os dias. Maria levanta cedinho, com os primeiros raios de Sol, come alguma coisa e caminha um bocado até o ponto de ônibus.

Dali, em menos de meia hora, a depender do trânsito, ela chegará à cidade de Oslo, capital da Noruega, no norte da Europa, onde trabalha como faxineira.

Sim, em menos de meia hora Maria realizará uma viagem intercontinental entre a extrema pobreza africana e a opulência europeia. Como isso é possível? Pegando a linha 538, que liga a Rocinha ao bairro da Gávea, na zona sul.

Se levarmos em conta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desses locais, o Rio de Janeiro tem dentro de si uma Botsuana e uma Noruega separadas por cerca de cinco quilômetros de desigualdades.

Se compararmos a expectativa de vida dos vizinhos de Maria com a de sua patroa, a diferença é de uma década: 72 anos na Rocinha e 82 na Gávea. Em Acari, na zona norte, a expectativa é de 69 anos.

E há quem diga que este Rio de Janeiro tão segregado, gerido há mais de dez anos pelo PMDB, é moderno e eficiente. Não é. Modernidade e PMDB são ideias que não se misturam.

As unidades de saúde do Rio, das quais Maria depende, são administradas por organizações sociais, entidades privadas envolvidas em denúncias de corrupção. Apesar disso, o prefeito Eduardo Paes quer derrubar a lei que as obriga a publicar informações administrativas na internet.

O mesmo ocorre com as empresas de ônibus, que levam nossa personagem de Botsuana à Noruega carioca todos os dias. Os dados financeiros dos consórcios, que servem para calcular a tarifa, são desconhecidos pela população e pelo poder público. Uma cidade sem transparência e cheia de caixas pretas não é moderna. É atrasada.

Os investimentos privados são muito importantes, mas, como ocorre em qualquer cidade verdadeiramente desenvolvida, eles não podem estar submetidos a uma lógica que beneficia um pequeno grupo de empresas e políticos em detrimento do interesse da maioria.

Essa relação promíscua faz com que o Rio seja um lugar caro de se viver. Entre 2008 e 2016, os preços dos aluguéis na capital carioca subiram 252%. No Brasil, o aumento foi de 89%. Privilegiar a especulação não é moderno. É atrasado.

Tão atrasado quanto o prefeito de uma cidade de tantas Marias batalhadoras dizer que em briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Vamos avisar a ele que violência de gênero é crime e coisa de homens que ficarão no passado.
Herculano
12/07/2016 07:12
EX-DEPUTADO TUCANO SURGE COMO INTERLOCUTOR DE SERRA EM ELEIÇÕES, por Mônica Bergamo, para o jornal Folha de S. Paulo

AGENDA CHEIA
Um novo personagem surge nas negociações das delações premiadas das grandes empreiteiras com a Operação Lava Jato: o ex-deputado federal tucano Márcio Fortes. Ele seria um dos interlocutores do ministro José Serra junto aos empresários.

FALO POR MIM
Fortes não foi encontrado para comentar. Serra, por meio de nota, diz: "Reitero que não houve irregularidades, nem existem interlocutores autorizados a falar em meu nome".

SEPARAÇÃO
A repercussão que as citações a Serra podem ter preocupa o atual chanceler brasileiro. Além de conversar com mais de um grande advogado paulista sobre o assunto, ele acaba de contratar uma assessoria só para se dedicar ao tema, a FSB. As questões da pasta continuam sendo tocadas pela equipe do Itamaraty.
Herculano
12/07/2016 07:00
ELEIÇÃO NA CÂMARA FAVORECE GRUPO DE TEMER, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A eleição para presidente da Câmara dos Deputados deve favorecer o governo Temer, independentemente do resultado. O presidente interino acompanha de perto a batalha entre o grupo do centrão e adversários. Os candidatos até agora com as maiores chances de vencer têm aval do governo: Rogério Rosso (PSD-DF) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas Jovair Arantes (PTB-GO) e candidatos do PMDB correm por fora.

PONTA DO LÁPIS
O "centrão" (PTB, PRB, PSC, PSD, PR, SD, PEN, PHS, PROS, PSL e PTN) contabiliza 167 votos e foi o grupo que elegeu Eduardo Cunha.

ALIANÇA INUSITADA
Contra Cunha, PT, PDT, Rede, PCdoB e Psol têm 98 deputados. Para impedir a eleição de aliado de Cunha topam votar até no DEM de Maia.

LIGEIRA VANTAGEM
Rodrigo Maia conta com apoio na antiga oposição. PPS, DEM, PSDB e PSB somam 120 votos, mas o PSB tem três pré-candidatos próprios.

FIEIS DA BALANÇA
Apesar de integrar o centrão, o PMDB, com 66 deputados, e o PP, com 47, serão os fieis da balança. Os partidos entrarão rachados na eleição.

GOVERNO TEMER COMPLETA DOIS MESES 'TÍMIDOS'
O presidente interino Michel Temer completa nesta terça dois meses de governo. O foco na área econômica mostrou avanços pequenos desde 12 de maio: o dólar caiu 5,4% e a bolsa subiu 1%, mas a principal prova de melhora foi a queda na previsão de inflação para os próximos 12 meses, que passou para 5,83%. Apesar dos resultados positivos, os avanços são tímidos: nos dois meses que antecederam o afastamento de Dilma o dólar caiu 3,4% e a Bolsa subiu impressionantes 6,4%.

BALANÇO
O governo Temer editou 14 Medidas Provisórias desde 12 de maio e, no mesmo período, enviou uma PEC e 17 projetos de lei ao Congresso.

NO BANCO CENTRAL
Quando Temer assumiu, a previsão era de retração econômica: -3,88% para 2016. Ontem a previsão do PIB melhorou (um pouco) para -3,3%.

TUDO OU NADA
Procurados, nem Ministério da Fazenda nem Banco Central se pronunciaram sobre as "conquistas" dos 2 primeiros meses de governo.

FATURA EM ABERTO
Representantes do governo prometem ficar neutros na eleição para presidente da Câmara dos Deputados, mas consideram-se em "dívida" com Rodrigo Maia. É que o deputado do DEM foi preterido na escolha para líder do governo, que acabou com André Moura (PSC-SE).

CANÇÃO AMIGA
Críticos do impeachment, Gilberto Gil e Caetano Veloso serão estrelas da abertura das Olimpíadas. "Se foram contratados no governo Dilma, é estranho. Se foi Temer, é burrice", diz Jerônimo Goergen (PP-RS).

FAZENDO CONTA
O deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) ironiza a tentativa de Eduardo Cunha de preservar o mandato de deputado . "Dizem que ele não tem nem 50 votos. Eu discordo, deve ter uns 70", diz ele, aos risos.

PRORROGAÇÃO
Para desespero da classe política, o Ministério Público Federal estuda prorrogar, por mais 90 dias, a Lava Jato. A avaliação é que ainda faltam detalhes investigados pelas delações premiadas mais recentes.

AVERSÃO A CUNHA
A ala da bancada do PP contrária à eleição de Rogério Rosso na Câmara considera a candidatura de Rodrigo Maia mais forte. "Há uma aversão a candidatos apoiados por Eduardo Cunha", diz um deputado.

INDEPENDÊNCIA
O deputado Esperidião Amin (PP-SC) não abrirá mão da candidatura para presidente da Câmara. Ele diz ser o único que conseguirá garantir a independência da Casa. Mas são bastante remotas as suas chances.

SENIORIDADE
Pesa contra o Rogério Rosso (PSD-DF), na disputa pelo comando da Câmara, o fato de exercer seu primeiro mandato. É praxe entre os deputados federais eleger presidentes os deputados mais experientes.

YES, WE CÂMARA
A disputa pelo mandato tampão na presidência da Câmara, com grande número de candidatos e eleições disputadas, levou Carlos Gaguim (PTN-TO) a espalhar "cheerleaders" pela Casa, com direito a posters e slogan (#juntospodemos), para tentar angariar votos.

PENSANDO BEM?
? Cunha no governo Temer está cada vez mais como Lula no governo Dilma: longe, sem poder, mas acha que manda em tudo.
Herculano
12/07/2016 06:54
QUEM BARBEIA O BARBEIRO, por Mário Sérgio Conti, para o jornal Folha de S. Paulo

A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara foi celebrada porque se crê que o seu substituto porá o parlamento numa boa trilha. Bertrand Russell, o matemático e filósofo, tenderia a discordar. Um bom presidente do Legislativo é um contrassenso.

Lá se vai mais de um século, ele expôs o Paradoxo de Russell, proposição demonstrativa de que a matemática não é lógica. Na sua ilustração leiga, feita pelo próprio filósofo, ele é conhecido como Paradoxo do Barbeiro.

Parta-se do pressuposto que, numa cidade, existam tão-somente dois conjuntos de homens. No primeiro ficam os que fazem a própria barba. No outro, os que são barbeados pelo barbeiro. Pois então: quem barbeia o barbeiro?

Há só duas respostas possíveis, mutuamente excludentes. Ou bem ele se barbeia; ou é barbeado pelo barbeiro. Como o barbeiro não pode pertencer aos dois conjuntos, mas está de fato em ambos, surge o paradoxo. O próprio pressuposto (não há um conjunto que contenha todos os conjuntos) perde validade.

Há uns 15 candidatos à poltrona de Cunha na eleição marcada, em princípio, para amanhã. Nove são alvo de procedimentos judiciais. Negociações e negociatas correm à solta. Envolvem temerosos e temerários; direita, centro e esquerda. Não há ideias em disputa, muito menos princípios. Por quê? Para obter pistas dos motivos é preciso voltar à eleição dos 513 deputados.

A Justiça Eleitoral diz que dez empresas fizeram doações para todos eles. Empreiteiras pagaram a campanha de 202. Os bancos, de 197. Frigoríficos, com a Friboi à frente, financiaram 162 dos eleitos. O agronegócio tem 118 deputados. As mineradoras, 85.

Por isso, no ano passado, a Câmara votou contra a proibição de empresas cacifarem campanhas. Por isso, em abril, viu-se a procissão de nulidades a enaltecer a tradição, a família e a propriedade ?"metáfora da classe que dá aos parlamentares o que comer, o que vestir, onde morar e, em troca, lhes diz em quais projetos votar.

O deputado típico é pago por companhias para entregar a elas obras, leis e nacos do Estado. A remuneração chega a ele por meio de mecanismos legais. O problema não é só a legislação, mas, como se diz nos "Grundrisse", o poder dissolvente do dinheiro. Quem fará amanhã a barba do barbeiro?

Como há no Congresso mais conjuntos do que no Paradoxo de Russell, são muitos os seus presidentes possíveis. Até os razoáveis. Afinal, o Senado, tão torpe quanto a Câmara, acabou proibindo o pagamento privado de campanhas. E a crise causou o inimaginável: a prisão, por mais de um ano, de um grande burguês, Marcelo Odebrecht.

Ainda assim, uma substituição substancial parece improvável ?"seja de Cunha por Gandhi, de Waldir Maranhão por Lênin, ou de Ulysses, que presidiu a Câmara nos anos 80, por um Ulysses redivivo. Não há, no Congresso cuja maioria come na mão da classe dominante, energia para mover o moinho da mudança.

Fora da sociedade, a potência parece igualmente em pane. Se a energia existe, ela não se constituiu até o fim, não foi canalizada. O que há são sinais de revolta. Que o próprio criador do Paradoxo de Russell sirva então de inspirador da rebeldia.

De inimigo do imperialismo britânico (foi preso seis meses por não se alistar na Primeira Guerra Mundial) à militância antirreligiosa (que o impediu de lecionar nos EUA), contra as armas nucleares e a guerra no Vietnã, o conde Russell esteve sempre na linha de frente.
Sidnei Luis Reinert
12/07/2016 06:52
MAIS UMA PÉROLA DO PT VINDA DE NARIZINHO:

GLEISI INDICOU MINISTRO QUE LIBERTOU CACHOEIRA

Brasil 11.07.16 13:19
Alertado por um leitor, O Antagonista foi atrás de notícias sobre a indicação de Néfi Cordeiro para o STJ e confirmou que o ministro foi apoiado por Gleisi Hoffmann e André Vargas.

Vargas foi até convidado por Cordeiro para sua posse. Ele disse a blogs locais que a indicação foi "obra" de Gleisi. "A indicação do competente desembargador Néfi Cordeiro para o STJ representa uma conquista para todos nós paranaenses", disse.

Uma conquista também para Carlinhos Cachoeira, Fernando Cavendish, Claudio Abreu, Adir Assad e Marcelo Abbud.

http://www.oantagonista.com/posts/gleisi-indicou-ministro-que-libertou-cachoeira
Almir ILHOTA
12/07/2016 06:30
HERCULANO.

Você questionou quanto a prefeitura de Gaspar gastou com a passagem da tocha(bucha)olímpica, pois aqui em ILHOTA, corre um comentário bastante forte que a prefeitura gastou algo em torno de 180.000,00, inclusive na inauguração do quartel da PM, na semana passada um vereador e um ex vereador quase foram a vias de fato por conta disso, Com certeza Gaspar gastará menos, e que em ILHOTA as coisas são sempre um pouco mais caras, um pouco super faturadas. Mas está se acabando o m andato destes medíocres.
Lélo Piava
11/07/2016 23:05
E começou o jogo sujo, pessoal de outros partidos querem tirar fotos ate com pre candidatos de outros partidos, achando que vão se fortalecer e falando que em cima da hora os mesmo tem que ir trabalhar com eles! Por isso evito um monte nessas nojeiras que viram as feijoadas e tudo mais, fui mesmo por causa de um convite de um amigo. E o nome da nossa cidade,projetos, solucoes não se fala nada! Quer ter poder compre um peixe Beta! Esse ano não vai ter papelão assim esperamos que a população acorde. Deu de partido e poder, Gaspar e o povo merecem mais. A prefeitura é uma empresa SA e quem manda são os associados(povo), quanta surra vão levar para acordar. É muita vergonha!
Adilson Luís Schmitt
11/07/2016 21:28
Herculano,boa noite.

Para contribuir quanto ao assunto "Plano Diretor", ele precisa ser atualizado. Como diz a Lei.
Tentaram nestes últimos anos desfazer o que nos construímos em 2.007 com o auxílio da Fundação Fritz Muller da FURB e dos técnicos da AMMVI.
Agora se a Comunidade Gasparense não participar das discussões e apresentar sugestões caberá a Câmara de Vereadores a palavra final.
Para finalizar já se vão 9 anos e somente remendos e gastos exorbitantes.

Att
Adilson Luis Schmitt
Ex Prefeito de Gaspar.
Sandro Reisig
11/07/2016 20:49
Herculano

Não foi somente eu quem percebeu que a pré-candidata Andreia Nagel foi a que melhor se saiu nas duas entrevistas realizadas até o momento. É a que tem todo o conhecimento dos problemas de Gaspar e apontou a solução para tais problemas. Os outros realmente foram muito superficiais e parece desconhecerem os principais problemas da cidade.
Herculano
11/07/2016 18:26
O DNA DE UM PARTIDO SEM CARÁTER

O DEM é um partido derivado da Arena e do PFL. É conservador, está no centro direita e o PT fez dele, por algum tempo, exemplo de atraso e corrupção.

Pois bem. Está havendo a disputa para a presidência da Câmara Federal. E o DEM se apresentou com Rodrigo Maia, filho de César Maia, do Rio de Janeiro. E quem quer apoiar o DEM e Rodrigo? O PT, Lula, o PDT e o PCdoB. E para que? Para derrotar o candidato do Planalto, do governo que qualificam como golpista e segundo se alega, concorrendo com um candidato indicado pelo ex-presidente, Eduardo Cunha, PMDB.

Como se vê, o PT só se refere como um partido de esquerda, ético, coerente, progressista e popular, mas só quando lhe interessa. Não faz pouco tempo, que o PT e Lula foram até casa de Paulo Maluf, PP, a quem chamavam de ladrão, para ele mover montanhas em favor do poste Fernando Hadadd. E ele moveu.

Não é a toa, que juízes, ministros em suas sentenças qualificam o PT não como um partido, mas como uma organização criminosa. é mais do que isto, é uma entidade sem caráter, que vende até a mãe para ficar na boquinha, no poder e na corrupção para nada mudar no Brasil e nos grotões. Wake up, Brazil!
Herculano
11/07/2016 18:13
ROGÉRIO ROSSO VAI DISPUTAR A PRESIDÊNCIA DA CÂMARA E DESPONTA COMO FAVORITO, por Reinaldo Azevedo, para Veja.

E o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) desponta como o franco favorito à Presidência da Câmara. Depois de alguma hesitação ?" já que não poderá se candidatar no pleito seguinte -, acabou aceitando a tarefa. É um dos nomes do chamado Centrão. Há outros, mas ele é, sem dúvida, o mais forte. E tem condições de atrair também o apoio do PMDB seja no primeiro, seja num segundo turno, dado como certo.

O presidente Michel Temer se mantém longe da disputa, mas é evidente que o nome é do seu agrado. Rosso demonstrou ser um político hábil e com capacidade de liderança na condução da Comissão do Impeachment. Tem trânsito nas várias bancadas.

A eleição está marcada para esta quarta-feira. O PSDB e o PPS se inclinam, no momento, para o nome de Julio Delgado (PSB-MG). Que sentido faz? Não sei. Não há a menor chance de ele enfrentar alguém com o apoio do Centrão. É o tipo de marcação de posição que não me parece servir para muita coisa.

Rodrigo Maia (DEM-RJ) costura ainda os apoios do PT e do PCdoB, o que me um arranjo por demais heterodoxo. Alguma concessão haveria de ser feita a dois partidos que deixam claro que pretendem fazer oposição sistemática ao governo.

Não faz sentido.

Para ser franco, até agora não entendi ?" e duvido que eles próprios estejam entendendo ?" as escolhas feitas pelo PSDB e pelo DEM.

A mim soa um despropósito que Rodrigo Maia busque o suporte de petistas e de comunistas. Isso parece indicar que se trata, antes de mais nada, de uma empreitada individual. Ora, essas legendas romperam o padrão da oposição civilizada ao governo Temer. Colocam-se como sabotadoras da ordem constitucional, uma vez que dizem abertamente não reconhecer o governo, por ora interino, tachando-o de "golpista".

Maia não é da base desse governo? Não pertence a um partido que apoiou ativamente o impeachment? A que vem essa união esdrúxula?

Os tucanos apoiaram o nome de Delgado quando da disputa com Eduardo Cunha. Embora estivesse claro que este era o favorito, a coisa se justificava: afinal, bem ou mal, o ora deputado afastado pertencia à base. E já havia, como é sabido, o peso da biografia. Marcar posição, naquele caso, fazia sentido. Agora, não faz.

Depois do PMDB, o PSDB é o maior partido da base. Parece que o mais sensato seria negociar o futuro. O presidente da Câmara que assumir agora ficará no cargo até 17 de fevereiro do ano que vem, quando, então, se realizam eleições para o novo biênio. Melhor seria buscar uma solução de compromisso.

O governo age com extrema cautela porque tem sempre em mente uma das sementes da crise política que aí está: o momento em que Dilma decidiu que poderia mobilizar a máquina federal para impedir a vitória de Cunha. Deu tudo errado, como é sabido.

A base está rachada, sim, mas não é um caso de vida ou morte. O melhor que os grandes partidos poderiam fazer é cerrar fileiras em torno do nome de Rosso, que reúne as condições para ser um candidato de quase consenso.
Herculano
11/07/2016 18:05
DAY AFTER, por Ruy Castro, para o jornal Folha de S. Paulo

Relatos das internas dão conta de que o ex-presidente Lula está deprimido e apreensivo. Deprimido porque, longe do poder, já quase não o procuram para conversar. Como não sabe fazer mais nada, o ócio o afeta cruelmente. Sua única distração tem sido cantar senadores para que votem a favor de Dilma no impeachment, prometendo comparecer aos palanques deles nas províncias. Mas, se poucos querem a sua companhia num jantar, quem vai querê-la num palanque?

E a apreensão é pela sombra de Curitiba em sua biografia.

A querida Curitiba só dá desgostos a Lula. Desde que seus agentes literários, Marcelo Odebrecht e Leo Pinheiro, se mudaram para lá há um ano, cessou a procura por suas palestras, pelas quais recebia cachês com que homens como Albert Einstein, Bertrand Russell e Aldous Huxley, em seu apogeu no século 20, sequer sonharam. Mas, pensando bem, o que Einstein, Russell e Huxley tinham a dizer aos ditadores do Oriente Médio, América Central e África, principais plateias do palestrante Lula?

Impressionante como essas investigações estão afetando a vida profissional de tantos que, até há pouco, exerciam funções vitais na economia. José Dirceu, por exemplo, teve cortado o fio do escafandro que lhe permitia prestar assessoria a empresas e governos e lhe rendia comissões dignas de um herói do povo brasileiro. Como ficam os negócios desses investidores sem os contatos de Dirceu?

E como ficam os negócios de Dirceu sem os contatos do governo?

Sobrou até para uma escola de samba gaúcha, que um ex-tesoureiro do PT ajudava, dizem, com dinheiro do Ministério do Planejamento. Por gratidão, a escola bordava o nome do benfeitor em sua bandeira e compunha sambas-enredo em sua homenagem. Com a prisão do tesoureiro, a escola pode perder até a sua madrinha de bateria.

É o "day after" do poder.
Herculano
11/07/2016 18:04
A APOTEOSE DOS BONECOS FORAGIDOS, por Eugênio Bucci, para Revista Época

Parte 1

Num lance de judicialismo fantástico, o STF (Supremo Tribunal Federal) pôs a Policia Federal no encalço de dois desses bonecos infláveis de passeata, também chamados "pixulecos". Na quarta-feira passada, por meio de um ofício assinado pelo secretário de Segurança do Supremo, Murilo Herz, a mais alta Corte do Brasil requisitou forças policiais para encontrar e identificar os responsáveis pela confecção e exibição dos dois artefatos satíricos, um caricaturando o presidente do STF, Ricardo Lewandowski, e o outro ironizando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Segundo apurou o Supremo, os dois fizeram sua estreia no dia 19 de junho, num protesto na Avenida Paulista, em São Paulo. O pixuleco de Lewandowski o retrata segurando uma balança em que a estrela do PT pesa mais que a bandeira nacional. O de Janot leva pendurado no pescoço um arquivo de metal cinza carimbado com o epíteto "petralhas". A reação da cúpula do Judiciário tardou (como reza a tradição), mas não deixou por menos. Chamou a polícia.

Os bonecos são ofensivos? Sem dúvida. A própria palavra pixuleco já é ofensiva. Era uma senha que um operador de dinheiros esquisitos, preso na Lava Jato, usava para se referir a propina. Lógico: chamar alguém de pixuleco, seja quem for, é um xingamento. O pixuleco de Lula era especialmente ofensivo, ao retratá-lo com roupa de presidiário. O de Dilma também era ofensivo, sobretudo se levarmos em conta que ela estava no exercício da Presidência da República. Apesar das ofensas, o poder não tentou criminalizá-los e, nisso, foi sábio.

Agora, o tempo fechou. Caçoar da presidente da República, tudo bem, mas zoar com a estampa do presidente do Supremo, alto lá! O secretário de Segurança do STF viu no episódio uma agressão seriíssima, ou, em suas próprias palavras, uma "grave ameaça à ordem pública e inaceitável atentado à credibilidade de uma das principais instituições que dão suporte ao estado democrático de direito".
Herculano
11/07/2016 18:03
A APOTEOSE DOS BONECOS FORAGIDOS, por Eugênio Bucci, para Revista Época

Parte 2

Nos termos do ofício, as alegorias rechonchudas são alçadas ao patamar de inimigos públicos ameaçadores e pestilentos. "Configuram, ademais, intolerável atentado à honra do Chefe desse Poder e, em consequência, à própria dignidade da Justiça Brasileira, extrapolando, em muito, a liberdade de expressão que o texto constitucional garante a todos os cidadãos, quando mais não seja, por consubstanciarem, em tese, incitação à prática de crimes e à insubordinação em face de duas das mais altas autoridades do país."

Com sua hermenêutica severa, o secretário enfim reclama, "em caráter de urgência", esforços policiais "no sentido de interromper a nefasta campanha difamatória contra o chefe do Poder Judiciário, de maneira a que esses constrangimentos não mais se repitam".

Isto posto, os policiais dão busca em bonecos. Imagine a cena. É ou não é judicialismo fantástico? É ou não é dadaísmo jurídico? Surge assim um novo ramo das ciências jurídicas, o ius-saramandaia. Eis então que a mais egrégia entre todas as egrégias Cortes do país acaba de inventar a censura de passeata. Fazer pixuleco de Dilma pode. De Lula também. De Lewandowski, não, nem pensar. Isso "extrapola, em muito, a liberdade de expressão". Em breve, as prefeituras serão instruídas a, no instante de autorizar uma manifestação em logradouros públicos, verificar de antemão os cartazes, faixas, máscaras, adereços e pixulecos que serão exibidos, com o propósito de interditar previamente os que pratiquem o crime atentatório de caçoar de magistrados. Por analogia, a mesma medida será estendida ao Carnaval de Olinda, famoso por seus bonecos gigantes. Não custa prevenir.

Ou será que custa? A verdade é que esse tipo de prevenção custa, e custa muito mais caro do que não fazer absolutamente nada. Esse tipo de prevenção acarreta o efeito oposto: em lugar de conter, potencializa a zombaria. Os pixulecos judiciários aí estão para comprovar. Se o Judiciário tivesse sido mais sábio e deixasse isso para lá, a imensa maioria dos brasileiros jamais teria ouvido falar do boneco de Lewandowski. Mas, como a dura lex se abalou, os novos pixulecos fizeram fama da noite para o dia. Jornais e sites do Brasil inteiro, para cumprir o dever de explicar a seus leitores do que trata o inesperado oficio do STF, são obrigados a mostrar fotos dos dois pixulecos, a explicar o que eles criticavam e dizer que eles também atendiam pelas alcunhas de Petrolowski e Enganô. Ao tentar intimidar a caçoada, o Supremo inadvertidamente a consagrou. Moral da história: os bonecos foragidos estão em êxtase e, daqui por diante, tendem a se multiplicar.

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