Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

11/08/2016

 

 

GRANDES OBRAS I

A pergunta do jornal Cruzeiro do Vale aos quatro candidatos a prefeito de Gaspar na edição de sexta-feira passada era: “como vai viabilizar a construção do Anel de Contorno? ” Finalmente o PT disse que estará interessado nele. O “prefeito Celso” nunca esteve afim desta obra. Mas, em campanha tudo é diferente. Lovídio Carlos Bertoldi diz que vai mobilizar empresários e políticos para cobrar a promessa do governo do estado. Lovídio gastou espaço para informar que o “prefeito Celso” já fez muito para a cidade neste quesito assim como ele enquanto secretário de Obras e Serviços Urbanos. Chegou ao cúmulo de escrever que uma das melhorias na mobilidade foi a reforma da ponte Hercílio Deecke. E foi! Mas, o leitor e leitora, se não perderam a memória, sabem como isso aconteceu. Primeiro, a prefeitura escondeu um laudo da Defesa Civil que relatava problemas graves em uma das cabeceiras da ponte. Depois o secretário Soly – com foto e tudo - colocou lá um toco de madeira para diminuir o perigo. E por fim, a reforma só saiu na marra porque o Ministério Público interviu e a juíza Ana Paula Amaro da Silveira sentenciou. A cidade sofreu quase dois anos com a reforma não desejada pelo PT. E a juíza foi perseguida pela sentença que deu.

 

GRANDES OBRAS II

Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, sempre defensora desta obra, também não deixou claro, se eleita, como vai fazer para buscar o Anel que o governo Raimundo Colombo não quer apesar de estar no Orçamento estadual. Andreia vai fazer como os demais que dizem quere-la: espernear e mobilizar a comunidade. Kleber Edson Wan Dall, PMDB, também se posicionou defensor do Anel de Contorno. Ele lembrou que quando vereador em 2011, junto com Raul Schuller, foi o primeiro a pedir oficialmente por requerimento este Anel ao governo do estado. Pediu, todavia, não a embalou. Perdeu o passo e o espaço. Marcelo de Souza Brick, PSD, do partido de Colombo e que boicota esta ideia, continua achando-a cara. Insiste nesta tecla para não se comprometer com a viabilidade dela. Marcelo prefere a ligação Rua Pastor Oswaldo Hesse e Rua da Glória, em Blumenau, com o Gaspar Grande, ideia antiga, também defendida pelo PT de Blumenau e o daqui, inclusive nas conversas com o governo do estado para que se esqueça do Anel. Até audiências já foram feitas neste sentido.

 

CORREU

O PT de Zuchi em Gaspar sempre teve dono: a família Lima (deputada estadual Ana Paula e o deputado Federal Décio Neri), de Blumenau. Hoje disfarçam e negam. E por que? Porque o PT da família Lima, amiga de Luiz Inácio Lula da Silva, está em decadência. E isto pode prejudicar os planos de Gaspar, o grotão que sobrou. Em Blumenau, o PT virou pó depois de governar com Décio. Na última, nem no segundo turno chegou com Ana Paula para disputar com o tucano Napoleão Bernardes. Sem chances e bem antes da Lava Jato enxaguar as últimas esperanças do PT modelo de retidão, Décio abandonou Blumenau. “Anunciou” que era candidato em Itajaí. Esta coluna antecipou há meses que nem lá, onde Décio nasceu, vingaria. As pesquisas mostravam isso. Foi ridicularizada. Estou de alma lavada mais uma vez. Décio correu oficialmente do páreo para evitar esta derrota no seu currículo. Além disso, com a nova legislação, ser candidato deixou de ser um negócio lucrativo e passou a ser um pesadelo financeiro e de imagem. Em Brusque, outro reduto dos Limas e dos Zuchi, o prefeito Paulo Roberto Eccel foi cassado. Quem diria! O PT nacional e estadual apostam as fichas e o diabo em Gaspar. Se tivesse televisão, também teriam desistido pois não aguentariam o tranco da exposição e dos questionamentos. Acorda, Gaspar!

 

TRAPICHE

Da campanha. Tem candidato que faz questão de ter no currículo a informação de que é casado. Mas, a esposa está escondida.

 Da campanha. Sem discurso ideológico devido a lama que se abate sobre os partidos e políticos seus gurus, tem candidato a vereador quer se eleger com votos de condenados, presidiários e familiares.

Da campanha. Teve guru que passou uma semana de cão para evitar que fosse registrado um Boletim de Ocorrência resultante das suas peripécias do pedir votos, digamos, com amor (alheio).

 Da campanha. O PMDB continua inconformado com a candidatura de Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Ainda está espalhando pela cidade que Andreia vai desistir.

 Da campanha. Tem candidato que se benze como católico, mas treme todo quando vê alguém filmando ou fotografando este gesto.

 Da campanha. O ex-procurador do governo de Adilson Luiz Schmitt, sem partido, Aurélio Marcos de Souza, que estava no PPS agora aliado do PT, nas redes aposta no PMDB.

 Da campanha. O mesmo marqueteiro que cuidou da campanha da então improvável eleição de Napoleão Bernardes, PSDB, em Blumenau, em 2012, fará a da reeleição. Ele vai cuidar também da campanha do PSDB de Gaspar.

 Da campanha. Debate bobo dos políticos sem discurso de verdade. Quem é o novo na política? Esta é a mais nova disputa entre os quatro concorrentes de Gaspar.

 Da campanha. Lovídio Carlos Bertoldi, PT, diz que é o verdadeiro novo, porque nunca foi testado nas urnas. Mas está há oito anos sendo preparado para suceder o “prefeito Celso”. Ou seja, é um velho operador da linha de frente do governo petista.

 Da campanha. Já os candidatos Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, se dizem novos, porque são jovens e supostamente seriam a renovação nos seus velhos partidos.

 Da campanha. Já Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, alega que é nova porque além de ser a única mulher candidata, ela estaria rompendo 20 anos seguidos do poder dos mesmos partidos (PMDB e PT) no governo Gaspar.

 Da campanha. E agora? Quem é o verdadeiramente novo nesta história? Qual critério e conceito utilizar nesse caso? Candidato novo ? Todos os quatro estão empatados. Para ser novo no modelo de gestão pública estão faltando propostas claras para se diferenciarem um do outro Acorda, Gaspar!

 Da campanha. A ordenação episcopal do gasparense Dom Evaristo Spengler, teve fotos disputadas pelos candidatos. Só faltou dizer que Dom Evaristo abençoou um, e amaldiçoou outro.

Da campanha. O PT e o PMDB disputaram no preço, as vozes, o silêncio e a imagem dos locutores de Gaspar para dizerem como seus no rádio, comerciais, cerimoniais e adesivamento.

 Da campanha. O PSDB e o DEM foram os primeiros a registrarem os seus candidatos a prefeito, vice e vereadores no Cartório Eleitoral de Gaspar. PMDB foi o segundo. E arrumou culpados.

 Da campanha. A Igreja Católica e a Evangélica Luterana em Gaspar não possuem candidatos políticos. Nem sinalizam apoios. Já as Igrejas evangélicas pentecostais, organizadas, fazem questão de indicar e promover os seus indicados nos púlpitos perante às suas comunidades.

 Da campanha. Candidata a vereadora do PSDB de Gaspar diz na rede social que o seu candidato a prefeito é Napoleão Bernardes, do PSDB, Ele é de Blumenau.

 Da campanha. Em Luiz Alves, o PSDB e o PT estão juntos.

 Da campanha. Se para outros foi surpresa, não para os leitores e leitoras desta coluna. Já sabiam há muito de que o PMDB e o PP de Ilhota estariam em lados opostos.

 Maria da Penha. Os dez anos da Lei que protege as mulheres de seus agressores, vai ser debatida nesta quarta, quinta e sexta-feira, sempre a noite, no auditório da Câmara de Gaspar. A iniciativa é do Ministério Público.

 

Edição 1762

Comentários

Herculano
15/08/2016 09:29
A FICHA NÃO CAIU, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Desacreditada, sob suspeita, boa parte da classe política brasileira emite sinais de que, mesmo assim, está de costas para o país. A ficha parece que não caiu no Congresso, em especial na Câmara dos Deputados, para a situação de penúria das contas públicas.

Na semana passada, pressionados por corporações, deputados não tiveram coragem de aprovar medidas para facilitar o ajuste fiscal dos Estados ederrubaram o veto temporário a reajuste de servidores. Ficaram de bem com este eleitor em detrimento dos demais.

Foi um sinal negativo preocupante. Se já foi assim agora, como será quando forem analisar a reforma da Previdência? Sem falar que tem deputado querendo derrubar o teto dos gastos na proposta de renegociação da dívida dos Estados.

Encastelados em Brasília, nossos políticos são reféns, com muito bom gosto, de todo tipo de corporação. Uma minoria consegue gritar alto e manter seus privilégios. Enquanto isso, fora da capital, a maioria corre risco do desemprego e de ter sua empresa fechada.

A sensação é de que bastou uma discreta melhora no cenário econômico, tímida e nada segura, para que nossos parlamentares se comportassem como se o pior já tivesse passado. Não passou. Pelo contrário. O Estado brasileiro segue quebrado.

Se o país não for capaz de recuperar as contas públicas, o que depende do Congresso Nacional, a desconfiança e a falta de credibilidade voltarão a reinar por aqui. E o Brasil corre o risco de seguir patinando.

A equipe de Henrique Meirelles tem alertado para esse perigo. Na renegociação da dívida dos Estados, cumpriu seu papel. Foi derrotada, mas quem perdeu foi o Brasil.

A turma de Brasília parece se esquecer do que a história nos ensina: num cenário de desastre econômico, os governantes de plantão são os que pagam a conta. Nada mais justo. Se não são capazes de garantir prosperidade, têm de sair da frente.
Herculano
15/08/2016 09:27
UM GOVERNO REFÉM DO MEDO, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

Quem tem medo de Eduardo Cunha, a ser cassado em breve por falta de decoro? O governo de Michel Temer tem. E da Justiça Eleitoral? Também. E da Lava-Jato? Ele, mas não só. E medo de que o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff acabe derrotado no Senado? O governo tem um pouco, afinal nunca se sabe o que poderá acontecer até lá. Definitivamente, este não é um governo para cardíacos.

POR MEDO de que Cunha diga o que não deve caso se julgue abandonado, o governo acionou sua base de apoio na Câmara dos Deputados e o julgamento dele ficou para meados de setembro próximo, depois do julgamento de Dilma pelo Senado. Se é que Cunha será mesmo julgado em setembro. Pois de repente, adia-se o julgamento a qualquer pretexto ou a nenhum. Quem sabe não é transferido para início de 2017?

CUNHA ACUMULA segredos que poderão pôr o governo a pique, além de provocar um terremoto na Câmara. Ali, mais de uma centena de deputados deve favores milionários a ele. Alguns devem a própria eleição. Temer conhece parte desses segredos. E, por isso, receia os estragos que suas revelações causariam. Dificilmente cairá se Cunha abrir o bico. Mas em torno dele, muitos cairão ao primeiro sopro. O desgaste será grande.

O PIOR DE TUDO é que a manobra para salvar Cunha da cassação não garante seu silêncio. Mesmo os que advogam a causa do ex-presidente da Câmara, o maior algoz de Dilma, admitem que ele não escapará do vendaval da Lava-Jato. Há farto material recolhido capaz de condená-lo a muitos anos de cadeia. E há muita disposição da Justiça em Curitiba e em Brasília para punir Cunha exemplarmente.

O QUE LHE RESTARIA? Uma saída de cena à moda de Getulio Vargas, mas ele não tem o perfil para tal. Ou a delação, como tantos fizeram até aqui. Ao se dispor a contar o que sabe, ou parte do que sabe sobre a corrupção na política, Cunha poderá negociar uma pena mais branda. E talvez uma prisão no conforto do seu apartamento no Rio. De resto, livraria a mulher e a filha de serem condenadas. Ele está pensando a respeito.

POR MEDO da Justiça Eleitoral, o governo pensa no que fazer para evitar que ela julgue tão cedo as ações que pedem a cassação da chapa Dilma/Temer, acusada de um monte de irregularidades - entre elas, o uso de dinheiro de caixa dois. De Lula ao mais desconhecido dos vereadores, os políticos tentam vender a ideia de que caixa dois é uma infração corriqueira e insignificante, sequer deve ser tratada como crime.

CORRIQUEIRA, É sim. Mas também é crime. E não é insignificante. Caixa dois é dinheiro tirado da contabilidade paralela de empresas para financiar campanhas. Sua origem é ilegal, portanto. É dinheiro que políticos recebem clandestinamente e não declaram à Justiça. Aqueles contemplados com tal ajuda largam com vantagem na frente daqueles que não a têm. Ao fim e ao cabo, subverte-se a vontade popular.

O GOVERNO APOSTAVA no desdobramento das ações ajuizadas contra a chapa Dilma/Temer, de modo a que apenas Dilma fosse punida, Temer não. Mas já sabe que isso será impossível. Para complicar ainda mais, novos fatos apurados pela Lava-Jato deverão fortalecer as ações ou dar ensejo a outras. Processo contra um presidente da República fica suspenso até o fim do seu mandato. O prejuízo político, não. Estende-se no tempo.

POR MEDO DE delações que a Lava-Jato ainda colhe, o governo .... Bem, o governo não pode fazer grande coisa em relação a isso. Só pode sentir medo.
Herculano
15/08/2016 09:17
PARA O PT, JUIZ, POLICIAL, PROMOTOR E O SISTEMA É PARTE DE UMA FARSA COMPLETA, QUANDO NÃO ESTÃO A SERVIÇO PARA PROTEGER E INOCENTAR OS COMPANHEIROS. É DOENTIO. É RECORRENTE

Qual a manchete da coluna de Mônica Bergamo, na edição desta segunda-feira na Folha de S. Paulo?
"Defesa de Lula questiona se desembargador é padrinho de filho de Sergio Moro". Ou seja, sem argumentos fáticos para contestar a acusação de corrupção e roubo, tenta desqualificar que o acusa e julga, como se fossem a origem gravíssima do problema legal e ético.

A defesa do ex-presidente Lula questionou um desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região sobre sua relação com o juiz Sergio Moro. Os advogados quiseram saber se João Pedro Gebran Neto é próximo de Moro e se seria padrinho de um dos filhos dele.

NOS AUTOS
No pedido, a defesa do petista citou a "necessária equidistância que deve ser observada pelo magistrado". O tribunal, que tem a tarefa de revisar as decisões da Operação Lava Jato, afirma via assessoria de imprensa que apenas "se manifesta sobre as questões processuais". A assessoria de Moro diz que sua resposta é a mesma.

NOS AUTOS 2
O desembargador Gebran Neto quase sempre endossa, como outros magistrados do tribunal, as medidas tomadas por Moro em relação aos investigados da Lava Jato.
Herculano
15/08/2016 09:13
ESTAGNAÇÃO SECULAR, por Vinicius Mota, para o jornal Folha de S. Paulo

Quanto mais um povo investe na expansão do parque produtivo e de serviços, quanto mais gasta na construção de casas, estradas, ferrovias e aeroportos, menor tende a ser o desemprego. Com menos trabalhadores disponíveis, espera-se que os salários subam e aticem a inflação e as taxas de juros.

O resultado se inverte quando a população e as empresas preferem poupar a investir. Esse comportamento deprime o mercado de trabalho, puxa os preços de bens e serviços para baixo e derruba os juros.

Deveria haver teoricamente uma linha de equilíbrio entre poupança e investimento, refletida numa certa taxa de juros, sobre a qual a economia pudesse crescer com desemprego e inflação nos mínimos possíveis.

Um problema aparece quando essa taxa de juros que equaliza o jogo cai tanto que não consegue mais ser alcançada pela ação reparadora do Banco Central. Ainda não se conhece um modo eficaz de fixar abaixo de zero os juros de curto prazo.

As pessoas tenderiam a estocar notas de dinheiro no colchão, pois ali o poder de compra seria protegido da desvalorização. Boa parte da intermediação bancária perderia sentido, o que empurraria instituições gigantescas para a beira do abismo.

Esse dilema acossa e desafia os países desenvolvidos. Sete anos após a crise global, uma aluvião de dinheiro barato evitou o colapso, mas não reanimou a propensão para investir. Inflação e juros ao rés do chão sugerem mais uma década à frente com ritmo frustrante de atividade.

A "estagnação secular", armadilha em que se enreda o Japão provavelmente desde os anos 1990, estaria atingindo as demais nações ricas. Se o diagnóstico está correto, livrar-se dessas tramas dependeria mais do gasto direto e indireto dos governos que das ações dos bancos centrais.

O debate vale para o mundo rico. A depressão brasileira tem contornos muito diversos e foi produzida pelo descomedimento do gasto público.
Herculano
15/08/2016 09:10
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Amanhã é dia de coluna Olhando a Maré inédita e exclusiva para os leitores e leitoras do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais acessado, o mais atualizado de Gaspar e Ilhota.
Herculano
15/08/2016 09:01
A CULTURA VIRA-LATA DO BRASILEIRO ESTÁ NA FALTA DE RESPEITO AOS QUE SE PREPARARAM PARA VERDADEIRAMENTE COMPETIR.VAIAS BRASILEIRAS A RIVAL NORTE-AMERICANO CHOCAM BOLT: "SEM PALAVRAS". É POR ISSO, QUE O BRASIL ESTÁ NO BURACO. TROCAMOS A RAZÃO E O FUTURO PELA EMOÇÃO OU A CEGUEIRA DA PAIXÃO, DA VINGANÇA, DA LIÇÃO...DO MOMENTO. E AI ENTRAM EM CENA OS CORRUPTOS, OS FALSOS, OS INCOMPETENTES QUE SE LAMBUZAM COM OS NOSSOS PESADOS IMPOSTOS

Conteúdo do portal Uol (Folha de S. Paulo). Texto de Pedro Ivo Almeida, Luis Augusto Simon e Rodrigo Mattos, do Rio de Janeiro. Usain Bolt não escondeu a empolgação com a torcida brasileira após a conquista do tricampeonato olímpico nos 100 m rasos, na noite deste domingo (14), no Engenhão. A relação com o público no estádio, no entanto, não era apenas de admiração.

O velocista jamaicano mostrou boa dose de surpresa negativa com o comportamento das arquibancadas na hora do anúncio de rivais, especialmente o comportamento hostil com o norte-americano Justin Gatlin, segundo colocado na prova.

"Eu estava chocado. Foi a primeira vez que eu vi. Não há palavras para descrever. Foi surpreendente. Diferentes lugares, diferentes códigos", disse, rapidamente, em contato com a imprensa após o triunfo que garantiu a medalha de ouro.

Essa não chegou a ser a primeira vez que o astro falou mais sério com o público. Diante do imenso barulho nas eliminatórias e semifinal, Bolt fazia sinal de silêncio para os animados brasileiros.

E as duas partes precisam se entender nos próximos dias. Usain Bolt e a torcida do Engenhão ainda irão se reencontrar mais três vezes ?" nas eliminatórias e finais dos 200 m rasos, e na decisão do revezamento 4x100 m.
Herculano
15/08/2016 08:49
ADVOGADO DO PSD PODE ESTAR SENDO PAGO COM CARGO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Thiago Fernandes Bovério é servidor comissionado com o salário mais alto do gabinete da liderança do PSD na Câmara, de Rogério Rosso (DF), mas atua como advogado do partido, o que é proibido por lei. Ele foi nomeado em setembro de 2013, mas a assessoria do partido nem sequer o conhece, e garante que jamais o viu por lá. A única certeza é que o jovem advogado embolsa mais de R$ 16 mil todos os meses.

AH, BOM
Bovério diz não haver qualquer impedimento legal, pois é "servidor da liderança e o contrato do PSD é com o escritório, pessoa jurídica".

PELA TANGENTE
O deputado Rogério Rosso disse que Thiago Bovério já estava lá, quando ele se tornou líder em 2015, e que "trabalha no gabinete".

PRÁTICA É PARTIDÁRIA
Celso Russomanno (PSD-SP) se enrolou na Justiça por pagar gerente de sua produtora com salário de secretária parlamentar por 5 anos.

ESCAPOU
Deputado mais votado nas eleições de 2014 com 1,5 milhão de votos, Russomanno acabou absolvido por 3 votos a 2 no STF.

PLANALTO APOSTA EM 62 VOTOS PARA SEPULTAR DILMA
Ministros do núcleo do governo Temer contam com até 62 votos no julgamento final do impeachment de Dilma Rousseff, no Senado. O placar da pronúncia do afastamento, semana passada, já atingiu 59 votos. Eliseu Padilha (Casa Civil), que acertou os placares na Câmara e no Senado, é um dos mais otimistas ministros: espera 61 votos. Já no lado que apoia Dilma, não espera-se nem os 21 votos da pronúncia.

ELA NÃO
Único voto no PMDB considerado "irrecuperável" para governistas é o da ex-ministra ruralista Kátia Abreu, neopetista que renega as origens.

É MÍNIMO
O senador Ronaldo Caiado (GO), líder do DEM no Senado, acredita que os votos pró-impeachment chegarão a 60 no julgamento final.

CARTA INÚTIL
Lula e os petistas estão céticos em relação à carta de Dilma, recheada de promessas, para o caso de retomar o cargo.

MISTER SIMPATIA
Chamado ironicamente pelos colegas de "Mister Simpatia", o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é o único jovem poderoso carioca que parece fazer questão de economizar sorrisos.

TORCIDA PELO SOGRÃO
Deputados do "centrão" acham que Rodrigo Maia aposta no desgaste (e queda) do ministro Eliseu Padilha (Casa Civil). Até porque, se Padilha cair mesmo, o sogrão Moreira Franco, se quiser, assumirá.

DELAÇÃO VALE
O procurador-geral Rodrigo Janot refuta tese de que Ministério Público e Judiciário efetuam prisões para conseguir os acordos de delação: apenas 15 acordos foram sacramentados com presos, diz.

SEU DINHEIRINHO
Este ano o governo gastou mais com "Amortização e Juros da Dívida" (R$ 470 bilhões) do que qualquer outra despesa. Depois vem funcionalismo (R$ 65 bilhões) e aposentadorias (R$ 29 bilhões).

DISCRIMINAÇÃO
No governo Dilma, a Bahia governada pelo PT sempre foi o Estado que mais recebia recursos do Bolsa Família, enquanto Salvador, do prefeito ACM Neto (DEM), ficava atrás até mesmo de Fortaleza.

VOLTA À NORMALIDADE
Os dois maiores bancos públicos brasileiros, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, declaram ganhos maiores no início do segundo semestre do ano, mostrando os sinais de recuperação.

DÁ QUE SOBRA
João Rezende, ex-Anatel, decidiu morar com a família por 18 meses no Canadá, dizem os amigos. Como durante anos ele foi apenas servidor, isso mostra de que os salários no setor público são espetaculares.

O PIOR JÁ PASSOU
Segundo o jornal inglês Financial Times e a Reuters, maior agência de notícias do mundo, os indicadores econômicos mais recentes mostram que "o pior da recessão brasileira já passou".

BOTA FORA
Os quartéis adoraram que o julgamento de Dilma ocorrerá em 25 de agosto, o Dia do Soldado.
Herculano
14/08/2016 21:26
SERÁ QUE É REFLEXO DA CRISE? O PEDÁGIO DA REDE FEMININA DE COMBATE O CÂNCER ARRECADA MENOS DO QUE NO ANO PASSADO

Mesmo com o dia firme (nem frio, nem chuva), com alguns políticos candidatos servindo-se de garotos propagandas, a arrecadação do pedágio da Rede Feminina de Combate ao Câncer, em Gaspar, somou neste ano R$17.388,67 contra R$20.665,68 do ano passado.

A diferença é razoavelmente considerável: R$3.277,01, e aumenta, ao se somar a inflação de um ano para o outro. A queda girou em quase 20%.
Herculano
14/08/2016 15:55
OS BURROS TAMBÉM AMAM, por Vlady Oliver

Não sei se os leitores aqui presentes se dão conta de que isto que é denunciado pelo J. R. Guzzo em seu primoroso artigo já se transformou numa filosofia de vida. Uma mentalidade. Um hábito, terrivelmente arraigado em nossa sociedade produtiva e que só tem sentido por conta de um Estado elefântico inoportunamente enfiado em nossos ombros combalidos.

O leitor pensou que seria em outro lugar, não é mesmo? Também serve. O fato é que é meio difícil - mas não impossível - imputar exclusivamente aos petistas e suas sanhas pilantras a culpa por todas as nossas mazelas, mas o fato é que o PT é uma espécie de "versão 2.0" de uma prática que já vinha sendo adotada, tolerada e acobertada em toda a esfera pública.

Conjugou-se apenas a burrice crônica com a esperteza calhorda para termos por aqui toda sorte de bucaneiro e vigarista se candidatando a cargos públicos. Notem que as seitas pilantras proliferaram em todos os setores onde se criam dificuldades para vender facilidades, nestas terras que tudo engole e tudo aceita.

Da orgia nas contas públicas municipais ao indecoroso bordel das empreiteiras e afins, o que vemos pode não ser uma "conspiração mundial" ou um projeto hegemônico, mas tem cheiro, cor e cara de uma deformidade de caráter muito em evidência nos dias de hoje, em todas as sociedades. Creio que a esquerda, como as novíssimas religiões dos fast food da fé, atendem uma demanda por soluções rápidas - e erradas - para a "inclusão da marginalidade".

É uma forma de nos fazer acreditar que existe salário sem trabalho, função sem ação e cargo sem mérito que sobrevivam ao linchamento moral decorrente da absoluta incompetência com que esses agentes assumem seus postos e "imaginam uma política"; qualquer uma, ancorada em suas convicções tortas, crendices crônicas e falta de conhecimento mesmo, que resultam em presidentes analfabetos funcionais, ministros pornográficos, juízes lenientes, confrades e políticos com uma pobreza cristalizada em suas inúteis carreiras públicas.

Não sei se o mundo vai sobreviver a essas hordas de bandidos que exigem um lugar ao sol em nossa esteira. Não sei se terá tempo de desanimalizar seus instintos mais primitivos. Não sei se o produto do roubo generalizado produzirá uma patrulha que finalmente vai livrar a coisa pública dessa deformidade, mas o fato é que não gosto nem de lembrar na mão de quem repousam os principais governos estaduais.

O governo federal se incumbiu de roubar a Copa e a Olimpíada com suas respectivas obras superfaturadas, mas esses "viadutos" com data marcada pra cair são esmagadoramente da cota da tal "oposição" encastelada nos Estados. Aquela mesmo que todo mundo aqui celebra como a salvação da nossa lavoura, carcomida pelas mesmas pragas que infestam a cabeça oca da petralhada. Dar o direito dessa gente continuar a cacarejar é que é o problema, meus caros.

Ao contrário dos extremistas, não quero a volta da censura ou do militarismo. Mas acho que temos o direito ao nosso próprio palanque, para denunciar todos os dias essas fraudes travestidas de políticos e administradores, até que sejam expurgados da vida pública como se espreme um furúnculo. Os burros também amam. Educados, então, seria a glória. De pires.
Herculano
14/08/2016 15:48
PT TENTA REAPRENDER O OFÍCIO DO OPOSICIONISMO, por Josias de Souza

Com início marcado para 25 de agosto, a deposição de Dilma Rousseff tornou-se um mal necessário até para o Partido dos Trabalhadores. É crescente o número de petistas que, em privado, reconhecem que Dilma virou um fardo pesado demais para ser carregado até 2018. Paradoxalmente, constatam que há males que vêm para pior. O PT havia se equipado para desfrutar dos confortos do poder ininterrupto por pelo menos 16 anos. Agora, sofre para reaprender a fazer oposição.

Desde a sua fundação, há 36 anos, o PT é uma congregação monoteísta. Lula, o fundador, jamais admitiu o culto a outro deus. Em termos doutrinários, o PT construiu durante sua existência oposicionista uma pregação escorada na ética. Dessacralizado pela Lava Jato, Lula está prestes a ser denunciado pela força-tarefa de Curitiba. Os procuradores convenceram-se de que foi com o seu permanente beneplácito que o PT se converteu de templo da moralidade em centro de coleta de fundos ilícitos.

Assim, o PT toma o caminho de volta para a oposição diante de uma conjuntura que expõe os pés de barro de sua divindade e sonega à legenda o papel que ela melhor desempenhava quando era estilingue. O PT já não pode jogar pedras nos telhados de vidro dos outros sem parecer ridículo. Metidos em roupas de vidro, seus líderes apenas ecoam o Lula de 2005, pós-mensalão: "O que o PT fez é o que é feito no Brasil sistematicamente."

Lula passou novamente por Brasília na semana passada. Dessa vez, seus devotos abstiveram-se de trombetear a lorota segundo a qual ele voara à Capital para socorrer Dilma. Queria salvar a si próprio. Em reunião com congressistas do PT, aconselhou-os a apertar os cintos, porque o partido está pousando na sua nova realidade. Encomendou a defesa do seu legado. É como se não tivesse percebido que a ruína de Dilma aniquilou o Brasil grande do pré-sal e do pleno emprego.

O PT busca o que os devotos de Lula chamam de "narrativa" para o pós-impeachment. Algo que permita ao partido reconstruir o seu discurso. O problema é que Dilma amou tanto o caos - e foi tão correspondida?" que o discurso do "golpe" perdeu a funcionalidade. Lula, Dilma e o PT já não conseguem culpar os outros pelos erros que cometeram. Seus heróis estão presos em Curitiba. E o marqueteiro João Santana, mestre na composição das narrativas do PT, reivindica agora o papel de delator. Ajuda a empurrar Dilma para dentro do petrolão.

Devolvido à oposição por sua ambição desmedida, o PT terá de descer do sonho do poder hegemônico para o pesadelo da impotência minoritária. Enfrentará certa dificuldades para se opor às propostas de Michel Temer, já que o ajuste fiscal havia sido assumido por Dilma como uma prioridade retórica. Madame defendeu da reforma da Previdência à recriação da CPMF.

No mais, o petismo terá de incluir em sua narrativa um lote de explicações sobre os confortos de Lula. Os brasileiros estão curiosos para saber como um certo homem, confundido com o homem certo, apropriou-se de um cobiçado imóvel, tomando um dado sítio por um sítio dado.
Herculano
14/08/2016 15:39
da série: o PMDB sempre foi gigolô de interesses e governos que se associou espertamente para juntos dilapidá-los. Agora, o PMDB é vidraça e vai mostrando que continua sem saber governar e afeito a atender a insaciável irresponsabilidade dos políticos organizados em matilhas no Congresso Nacional para devorar e mal distribuir os pesados impostos dos brasileiros. Se a campanha eleitoral dos municípios tivesse mais três meses, ela seria tão ruim quanto será para o PT.

O GOVERNO RELAXA, por Vinicius Torre Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

"Eu acre-di-to", canta por vezes a torcida ansiosa por pelo menos alguma escassa vitória na Olimpíada. A torcida econômica ainda parece cantar na mesma toada pelo governo da economia de Michel Temer.

Mais que isso, continuam a aparecer umas pequenas medalhas de bronze, a retomada cíclica da economia. Cíclica: tendo ido ao fundo do poço e sem novos desastres, alguma atividade econômica começa a sair das catacumbas.

A política, porém, ameaça cavar mais espaço para o seu ossário. Nesse buraco, sempre cabe mais um, a economia inclusive.

A indústria, por exemplo, cresceu quatro meses consecutivos, o que não acontecia desde 2012, Olimpíada de Londres, notem. Sim, as fábricas saem das profundas das catacumbas, o menor nível de produção em uma década, por aí. Mas saem, por enquanto, pelo menos.

Pode ser que o investimento em novos equipamentos e instalações produtivas tenha crescido no segundo trimestre, depois de dois anos e meio em baixa. Dois anos e meio, favor prestar atenção.

Isso nada tem a ver com Michel Temer, mas com o fato de não haver Dilma Rousseff. O governo e a coalizão do presidente ainda interino, porém, podem dar sua contribuição para a volta dos mortos-vivos ao buraco de onde tentam sair.

Acalmadas as ruas e passado o sentimento de catástrofe iminente, a casta política parece se sentir à vontade no seu casulo sombrio, quando não imundo.

O núcleo político dá cotoveladas inacreditáveis, pela estupidez, em Henrique Meirelles. Dedica-se cada vez mais à vontade a fazer acertos, como aqueles já velhos, com as corporações, e com os governadores e quem mais vier.

Tão confortável que está a casta política com a anestesia ou exaustão dos espíritos que agora começa a se dedicar ao acordão que vem ensaiando desde 2015. Isto é, livrar-se das degolas da Lava Jato, agora em acordo com parte da casta empresarial ameaçada pelos calabouços.

Sem oposição, a vida no casulo fica mais fácil, fica mais fácil fazer arranjos e acreditar de modo ignorante e irresponsável que basta conversa fiada e remendos para a economia sair do buraco. Assim, vão acabar cavando outra cova.

Apesar dos pequenos brotos verdes aqui e ali, a economia está em uma recessão de uns 5%. O mercado de trabalho deve continuar a piorar até o fim de 2017. Serão quase três anos de alta do desemprego.

O crédito não reage. O consumo cai. A inflação perde velocidade a um ritmo desesperador de lento; a carestia da comida anda ainda pela casa dos 12%. Dada a perigosa valorização do real, a horrenda baixa da renda e a dureza nova do Banco Central, é possível, que a inflação baixe enfim no ano que vem e as expectativas melhorem até o fim deste 2016. Mas a baixa rápida de juros ficou para as calendas.

Não é preciso, pois, muita marola para afogar a confiança de consumidores e empresários, que mal e mal coloca a cabeça para fora da água.

Os bancos e outros donos maiores do dinheiro grosso ainda torcem, douram as pílulas de esperança e acreditam que Temer vai aprovar as duas tábuas de salvação do governo e da recuperação econômica, o teto e a reforma previdenciária. Espera-se que o governo tenha ouvido o recado, na última semana.
Herculano
14/08/2016 15:21
MACRI E TEMER, NO FIO DA NAVALHA, por Clovis Rossi, para o jornal Folha de S. Paulo

Nos anos 80, popularizaram-se tanto o bordão de uma propaganda do vodca Orloff como o uso dele para se referir às vicissitudes de Brasil e Argentina.

O bordão era "eu sou você amanhã". Por extensão, dizia-se que o Brasil de amanhã seria a Argentina do dia anterior, porque uma congelava preços - e fracassava - e, o outro, adotava idêntica medida - para fracassar em seguida.

Temo que o que se chamou à época de "efeito Orloff" ressuscite agora, quando os dois países têm presidentes novos e enfrentam dificuldades para encarar as complicadíssimas heranças que receberam.

Em ambos os casos, o ponto central das políticas adotadas é a recuperação das contas públicas.

No caso argentino, o presidente Mauricio Macri encontrou tarifas de energia, por exemplo, praticamente congeladas, o que levava a subsídios insuportáveis (passaram de 1,5% do gasto público em 2005, para 12,3% em 2014). Consequência inescapável: o déficit orçamentário saltou para assustadores 5,4% do Produto Interno Bruto em 2015.

Era inevitável, portanto, um tarifaço. Mas a dose acabou sendo excessiva, a ponto de a Justiça ter interferido, proibindo os aumentos (a decisão final está em mãos da Suprema Corte).

No Brasil, é conhecido o estado das contas públicas, mas o governo Michel Temer não fez nada até agora, para evitar defecções que se reflitam nos votos sobre o impeachment definitivo de Dilma Rousseff.

De todo modo, o grande lance de Temer já está anunciado: o teto dos gastos públicos, que, se aprovado, terá efeito ainda mais estonteante do que o tarifaço de Macri.

Vale aqui, para reforçar o "efeito Orloff", usar avaliação da Universidade Católica Argentina (UCA) sobre os primeiros seis meses de Macri.

Diz o estudo que, aos já insuportáveis 29% de pobres que havia na Argentina ao terminar 2015 (e, com ele, o governo de Cristina Kirchner), somaram-se, no primeiro trimestre de 2016, 1,4 milhão de pessoas, elevando o total a 34,5% da população, ou 13 milhões.

No Brasil, os de baixa renda são 73 milhões, mais ou menos a mesma porcentagem da Argentina.

O que o estudo chama de "novos pobres" surgiram das "medidas normalizadoras" adotadas por Macri.

A UCA não nega a necessidade de tais medidas e o fato de que é preciso tempo para a economia voltar a crescer e se recuperar a confiança.

Mas assinala - e nesse ponto vale para a Argentina de Macri como para o Brasil de Temer - que "muito pouco se conseguirá a esse respeito [confiança no futuro] se, durante esse duro trânsito, não houver uma distribuição socialmente mais equitativa dos custos do ajuste e dos recursos disponíveis".

A diferença entre Temer e Macri é que este tem gordura de popularidade para queimar, ao contrário do brasileiro.
Inconveniente
14/08/2016 12:31
Será que estes políticos, principalmente um evangélico não teve educação? Será que nunca leu nada a respeito de bons modos? Será não se tocou que as pessoas não gostam dr sr incomodadas enquanto estão à mesa, principalmente quando estão comendo? Vão fazer um curso de bons modos, antes de ficar enchendo o saco dos outros, cambada de desocupados, falsos amigos....
Herculano
14/08/2016 11:58
UM DOMINGO INTERESSANTE

Dia dos Pais. Um filho há 12 horas de fuso. Outro, no mesmo fuso, mas longe por quilômetros, curto o cheiro da cozinha feita de quem diz que vai me dar um presente no sabor, como homenagem dos 38 anos de cumplicidade.

Então, dedico-me a leitura dos principais jornais deste domingo e das revistas semanais. Algumas leituras e opiniões, como sempre, compartilho com os amigos (uns declaradamente nem tanto assim - mas parte natural da distância, divergência e principalmente do respeito)leitores e leitoras.

O que concluo? O Brasil de transição evoluiu muito nas discussões das suas mazelas, inclusive as intelectuais e ideológicas de botequim, de gente que professa e divulga, mas nem sabe como a ideia, a doutrina e o discurso surgiram e se estabeleceram como contraditório para a sociedade.

As redações, feitas de esquerdas e nunca vai mudar, e deve ser assim mesmo, começa a se aproximar da conclusão de que a utopia é uma coisa, realidade é outra. E realidade muda governo, destrói até as utopias e une ainda mais os conservadores - o que é um outro perigo. O radicalismo de esquerda favorece apenas o retrocesso, impede o meio termo, o avanço, inclusive o socialista na proteção do social dos mais fracos, e na distribuição justa das riquezas por quem produz.

O Brasil está mudando. E os próximos serão Michel Temer e o PMDB se eles não derem conta que têm um vácuo histórico para ocuparem em favor de todos. Em 2018, a verdadeira mudança será a de varrer os políticos achacadores com mandatos. Eles são perversos, representantes de guildas (incluindo os sindicatos) do atraso que infestam e dominam o parlamento (principalmente a Câmara Federal) onde campeiam a chantagem contra a sociedade, os trabalhadores, os verdadeiros pagadores desta farra e eleitores desses picaretas, travestidos de autoridade, com imunidade para piorar tudo e se distanciarem da realidade. Wake up, Brazil!
Herculano
14/08/2016 11:39
LULA E TRUMP, José Padilha, para o jornal O Globo

Por que conservadores americanos e socialistas brasileiros, extremos opostos, estão incorporando, cada vez mais, o cinismo às ideologias?

Aqui nos EUA o processo até que foi engraçado, embora o desfecho possa ser trágico. Depois de uma primária republicana ridícula, em que os candidatos se mostraram extremamente fracos e foram gradativamente eliminados da disputa pelo populismo histriônico de Trump, os conservadores ficaram em quintanilhas. Ou se afastavam de Trump e entregavam a Presidência aos democratas, ou coroavam Trump na convenção do Partido Republicano. Fora algumas exceções, notadamente Ted Cruz, os conservadores fecharam com Trump.

Estão comendo o pão que o diabo amassou. Trump associou-os ao racismo (contra os mexicanos), à ideia de que é lícito que estrangeiros interfiram nas campanhas eleitorais americanas (Putin e os hackers da Rússia), ao ódio indiscriminado contra os muçulmanos e à renegociação intempestiva e unilateral de tratados comerciais e militares (inclusive o da Otan), entre outras barbaridades.

A despeito de tudo isso, muitos conservadores ainda relutam em dar o braço a torcer. Todavia, é crescente o desconforto entre eles. Devem estar se perguntando: e se o Trump continuar a falar besteiras? E se ele ganhar e fizer exatamente o que disse que vai fazer? O que vai acontecer com o conservadorismo americano? Será ridicularizado para todo o sempre?

Já no Brasil, depois da completa desmoralização de Lula e do Partido dos Trabalhadores durante o processo do mensalão, os socialistas também ficaram em sinuca de bico, tendo que optar entre reconhecer a desonestidade do PT e entregar o país à direita, ou continuar apoiando um projeto de poder claramente corrupto. Salvo raras exceções, escolheram a corrupção.

Agora, acuados pela Lava-Jato e incapazes de dar o braço a torcer, estão sendo forçados a adotar posições cada vez mais inverossímeis, o que a longo prazo pode levá-los ao completo descrédito: Lula não sabia do mensalão, Dilma não sabia da Eletrobras, Lula não sabia da OAS, Dilma não sabia de Pasadena, Lula não sabia do Vaccari, Dilma não sabia de Belo Monte, Lula não sabia do João Santana, Dilma não sabia do Paulo Bernardo, Lula não sabia do Palocci, Dilma não sabia do Edinho, Lula não sabia do Bumlai, Dilma não sabia do Odebrecht, Dilma e Lula, enfim, não sabiam do petrolão? Só rindo para não chorar.

Por que será que os conservadores americanos e os socialistas brasileiros, extremos opostos do espectro ideológico, estão sendo forçados a incorporar, cada vez mais, o cinismo às suas ideologias? Será mera coincidência? Acho que não. Apesar das diferenças ideológicas, os socialistas brasileiros e os conservadores americanos parecem ter algo em comum. Se você não acredita, olhe para a economia. Depois de um aumento desenfreado nos gastos públicos, somado a uma política de subsídio a grandes grupos empresariais via BNDES e a programas sociais meramente redistributivos, o Brasil viu milhões de pessoas saírem da miséria. Todavia, assim que a capacidade de endividamento do país acabou, assim que as "pedaladas" e fraudes contábeis se tornaram insustentáveis e muitos investimentos fracassaram por total inaptidão administrativa, a realidade bateu à porta. O PIB caiu 10% em dois anos. A arrecadação minguou. Hoje o Brasil tem 12 milhões de desempregados, a Petrobras deve até a alma, os estados estão falidos, e a União precisa cortar cerca de R$ 150 bilhões do Orçamento para recuperar o equilíbrio fiscal? Pessoas racionais concluiriam: para melhorar de vida não basta gastar a esmo e redistribuir renda. É preciso fazer investimentos que dão retorno. Sem capacitar a população e aumentar a produtividade, a pobreza volta quando o limite do cheque especial acaba. Os socialistas aprenderam a lição? Claro que não. A cada proposta de corte nos gastos públicos e a cada menção da palavra "privatização", gritam slogans contra a volta da política neoliberal?

Por sua vez, depois do crescimento robusto da era Clinton e do crescimento risível da era Bush, além da trágica ocupação do Iraque, os conservadores americanos também viram suas doutrinas, militares e econômicas, serem refutadas uma a uma. A desregulamentação do sistema financeiro vai ajudar a economia? O Obama care vai quebrar o sistema de Saúde? O aumento dos gastos públicos vai desvalorizar o dólar e gerar inflação? Não há aquecimento global? Só bola fora. Mudaram de ideia? Claro que não. Continuam insistindo na tese de que austeridade fiscal e redução de impostos, sobretudo para os mais ricos, geram crescimento econômico. Para mostrar que estavam certos, aplicaram o receituário ao estado de Kansas, e Kansas quebrou?

A verdade é que tanto a doutrina dos conservadores americanos quanto a dos socialistas brasileiros só servem para gerar narrativas cativantes e slogans baratos, mas não para balizar políticas públicas sensatas.

De um lado temos os amigos do povo, os políticos altruístas e sábios que vão usar o Estado para promover justiça social e salvar os pobres da opressão dos ricos. Do outro, temos os grandes empresários e os empreendedores destemidos, que, livres das regulações e da tirania do Estado, vão desenvolver tecnologia, criar riquezas e beneficiara todos. A primeira história vende bem na América Latina, sobretudo para artistas, sindicalistas e pseudo intelectuais; a segunda vende bem no interior dos Estados Unidos, sobretudo para brancos de classe média e milionários. As duas narrativas são super simplificações da História econômica e não resistem a um minuto de reflexão séria. Acontece que tanto os socialistas de Lula quanto os conservadores de Trump são incapazes de pensar criticamente a respeito de suas próprias crenças; têm em comum uma profunda desonestidade intelectual. É natural, portanto, que tendam ao cinismo.
Herculano
14/08/2016 11:37
COI QUER EXPLICAÇÃO DO JUDOCA MUCULMANO QUE NÃO CUMPRIMENTOU JUDEU: O QUE MAIS PRECISA SER EXPLICADO?

O judoca egípcio Islam El Shehaby (+100kg), que protagonizou uma das cenas mais constrangedoras do Jogos Olímpicos do Rio, ao se negar a cumprimentar o israelense Or Sasson, prestou esclarecimentos na comissão disciplinar que poderá puni-lo por atitude antidesportiva.

A investigação foi aberta por iniciativa do próprio Comitê Olímpico Internacional (COI), horas depois do episódio na Arena Carioca 2, que aconteceu durante as disputas eliminatórias na manhã desta sexta-feira. Após perder sua primeira luta por ippon para o israelense, ele se recusou a cumprimentar o adversário. Para piorar, Islam estava saindo do tatame sem fazer o cumprimento final.

El Shehaby esperou o israelense deixar a área de competição para, então, voltar e fazer os cumprimento final sob olhar de reprovação do árbitro. A atitude lhe rendeu uma vaia fenomenal na Arena Carioca 2.

A comissão disciplinar ainda não deu prazo para o anúncio do resultado da investigação.

Ora, qual pode ser a explicação do atleta egípcio? Vejamos algumas opções:
*Saiu logo dali pois bateu uma vontade inesperada de ir ao banheiro, que logo depois passou, permitindo sua volta ao tatame;
*Não aguentou o mau cheiro que o kimono do oponente exalava;
*Desconfiou que o judoca adversário era amante de sua esposa;
*Ficou com medo de apanhar mais ainda na hora do cumprimento;
*Desconhecia a regra e o código de ética da Olimpíada;
*Foi acometido por uma cegueira momentânea e não viu a mão do outro estendida.

Sério, que tipo de explicação alguém pode cobrar de um cara desses? Ele é muçulmano! Da "religião da paz". E simplesmente seguiu o que seu texto sagrado disse de forma literal. O judeu à sua frente é um "infiel". Tivemos sorte de ele não matar o outro depois da derrota. Talvez se tivesse uma arma ali?

O judoca egípcio tem de ser expulso dos jogos olímpicos para sempre. Simples assim. Não há explicação possível para sua atitude vergonhosa. E a causa, nós sabemos: antissemitismo, preconceito, racismo, fanatismo religioso, intolerância. Ele não cumprimentou o adversário vitorioso em nome de Alá.

Se alguém ainda tiver alguma dúvida, recomendo primeiro três cabeçadas na parede, que é para ver se o cérebro pega no tranco, e depois esse ótimo artigo de Flavio Morgenstern. Diz ele:

Um cumprimento é um símbolo. Símbolos significam alguma coisa. O significado do "incidente" é tão gritante que já gerou uma Guerra Mundial e quase todas as guerras santas da Idade Média até hoje. Analistas têm mostrado que o anti-semitismo no Ocidente desta década de imigração islâmica só é comparável na história às décadas do nazismo.

[?]

O caso é, de fato, religioso. Apesar da auto-censura ocidental para não criticar o islamismo, preferindo-se sempre abstrações como o "extremismo islâmico", é o próprio livro venerado pelo islamismo que reserva aos judeus as piores menções e descrições possíveis.

O estudioso do islamismo Robert Spencer cita o Qu'ran para mostrar que o livro sagrado muçulmano chama os judeus de "porcos" e "macacos" por três vezes. O porco, para povos do deserto, é o animal mais sujo e transmissor de doenças. O macaco transmite pulgas e contamina comida, sendo considerado ladrão (de alimentos), sujo e inferior.

[?]

Quando Islam El Shahaby não cumprimenta um israelense, portanto, entender o acinte (ou, no linguajar da ESPN, o "incidente") pela ótica da política não revela nada. Olhar a tudo pelo prisma da religião explica simplesmente tudo.

O caso do egípcio Islam El Shahaby (comprovando novamente nossa tese de que o nome faz o sujeito) apenas comprova o que mundo sabe se olhar para a realidade, mas que não se pode dizer nunca em um jornal, pelo medo de ser chamado de "islamofóbico": o islamismo que tanto o Ocidente se força para aceitar como "religião da paz" é tão ou mais maléfico do que o nazismo quando logra êxito.

Não preciso acrescentar mais nada.
Herculano
14/08/2016 11:30
da série: a vergonha que empobrece, embrutece e cava masmorras ao nosso futuro. Esta é a "dialética" que estamos construindo com jovens fundamentalistas, jihadistas. Eles, alimentados por gente que sabe o que faz, intelectualizada, que vivem mamando altos salários dos pesados impostos que se paga no país, elegem e perseguem implacavelmente seus infiéis na dialética de uma só voz e verdade. Leiam com atenção o que está abaixo. São fatos. É da realidade, apenas. Expô-la e levar ao debate, segundo o PT, PCdoB, Psol, PSTU, PCO, Rede, MST, CUT, MTST e até mesmo pastorais da Igreja Católica, é algo da direita, do fascismo, dos neoliberais, dos coxinhas, dos conservadores, retrógrados...e tantos outros rótulos de constrangimento. Será?

UNIVERSIDADE DIVIDIDA, editorial do jornal O Estado de S.Paulo

Parte 1

O grevismo desenfreado, a radicalização ideológica e a banalização da violência, sob a forma de piquetes, ocupações, depredações e agressões físicas e morais estimuladas por microfacções de esquerda, estão dividindo de tal forma as universidades públicas paulistas, a ponto de comprometer seus principais pilares - o respeito ao princípio do mérito acadêmico, ao diálogo intelectual e à tolerância política.

Na USP, recentemente, um dos mais conhecidos professores da área de ciências sociais enfrentou dificuldades para dar uma palestra, por não ter aceito a determinação imposta por militantes para que defendesse a adoção de cotas raciais na instituição. Um dos mais respeitados professores de física, com 50 anos de carreira, foi tratado de forma truculenta pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) por não apoiar as reivindicações da entidade. E sempre que diretores de unidades tentam punir quem afronta a ordem, grupelhos de alunos, servidores e "personalidades" assinam notas de protesto.

Na Unicamp, que no primeiro semestre gastou com salários mais do que recebe do Estado e acaba de sair de uma greve deflagrada por alunos e servidores que pediam mais moradias gratuitas, alimentação subvencionada e aumento salarial, apesar de a arrecadação do ICMS estar caindo, a situação é mais grave. Docentes dos cursos de computação, engenharia e física que tentaram dar aula tiveram as salas invadidas por grevistas, apesar de a Justiça ter proibido essa prática. A Unicamp abriu uma sindicância para apurar o envolvimento de um estudante que foi filmado apagando as anotações de um professor de matemática na lousa tão logo ele as escrevia - e que por isso pode ser expulso -, mas não consegue colher os depoimentos por causa dos protestos do DCE, que conta com um ensurdecedor trio elétrico.

da série: a vergonha que empobrece, embrutece e cava masmorras ao nosso futuro. Esta é a "dialética" que estamos construindo com jovens fundamentalistas, jihadistas. Eles, alimentados por gente que sabe o que faz, intelectualizada, que vivem mamando altos salários dos pesados impostos que se paga no país, elegem e perseguem implacavelmente seus infiéis na dialética de uma só voz e verdade. Leiam com atenção o que está abaixo. São fatos. É da realidade, apenas. Expô-la e levar ao debate, segundo o PT, PCdoB, Psol, PSTU, PCO, Rede, MST, CUT, MTST e até mesmo pastorais da Igreja Católica, é algo da direita, do fascismo, dos neoliberais, dos coxinhas, dos conservadores, retrógrados...e tantos outros rótulos de constrangimento. Será?
Herculano
14/08/2016 11:29
UNIVERSIDADE DIVIDIDA, editorial do jornal O Estado de S.Paulo

Parte 2

Apesar de o vídeo mostrar o constrangimento a que o professor foi submetido, os líderes do DCE alegam que ele teria agredido o estudante. E este, por seu lado, argumentou que na democracia direta as decisões das assembleias-gerais são soberanas, motivo pelo qual quem insiste em contrariá-las - como é o caso desse professor - estaria tentando impor o interesse individual sobre deliberações coletivas.

Além de classificar essas declarações como disparatadas, professores da área de ciências exatas acusam a reitoria da Unicamp de não agir com o devido rigor para impedir que servidores e estudantes promovam "intervenções artísticas e simbólicas", simulando a Via-Crúcis, com o objetivo de tumultuar o funcionamento da instituição. Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp informou que a "simbologia do sacrifício" é uma forma de "questionar o ataque imposto à universidade" por meio de cortes orçamentários. "A Unicamp está rachada", diz a professora Hildete Pinheiro, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica. "Só há perdedores. O processo, na conjuntura atual do País, não permite vencedores", argumenta Paulo Xavier de Oliveira, da Associação de Docentes da Unicamp.

Esse cenário de acirramento ideológico e de baderna generalizada nas universidades públicas estaduais é preocupante. Quando a ordem jurídica é afrontada e os baderneiros são tratados de modo leniente, a noção de responsabilidade fica comprometida e as instituições se enfraquecem. Quando elas permitem o sistemático desrespeito ao primado da lei, a democracia também se debilita. Em recente artigo publicado no Estado, José de Souza Martins, professor emérito da USP, colocou o dedo na ferida: "Antes da ditadura, as novas gerações tinham uma causa e uma esperança, a da definição de um projeto de nação para todos. Com o fim da ditadura, o sonho acabou, perdeu conteúdo e cedeu lugar às conveniências de poder e à busca de privilégios corporativos". Com isso, as novas gerações já não teriam uma causa, explica Martins, passando a servir como marionetes dos mais variados grupelhos radicais, limitando-se "a gritar sem falar e a espernear sem caminhar" e, mais grave, confundindo democracia com impunidade.
Herculano
14/08/2016 09:25
CONCILIAR O INCOCILIÁVEL, por Eliane Cantanhêde, para o jornal O Estado de S. Paulo

Quanto mais perto de se tornar presidente de fato e de direito, mais Michel Temer fica diante de um desafio e tanto: conciliar dois objetivos inconciliáveis por definição. Ele precisa conquistar apoio popular e, ao mesmo tempo, tomar medidas consideradas pelo senso comum como "impopulares". Não se trata de opção ou de vontade. Buscar popularidade e patrocinar reformas é fundamental ?" e urgente.

O ponto central desse desafio de Temer é a reforma da Previdência, um debate que percorre igualmente países desenvolvidos e emergentes e é uma exigência da realidade também no Brasil. Fernando Henrique começou, Lula continuou, Dilma anunciou antes de cair e Temer não tem alternativa: é fazer ou fazer.

Apesar da defesa, a torto e a direito, de quem tem responsabilidade de governo e tem noções de contabilidade, a questão da Previdência está no foco das relações entre capital e trabalho e deixa o governo Temer entre a cruz e a espada, fustigado pela percepção da sociedade, a versão das centrais sindicais e a pressão dos investidores. Mas a encruzilhada de Temer vai além da reforma da Previdência. Há a grave questão fiscal, a regulação das relações Estado-iniciativa privada e a flexibilização das regras trabalhistas ?" sem contar a reforma política, às avessas: exigência da sociedade, enfrenta resistências no Congresso.

Bastou o impeachment definitivo de Dilma entrar na reta final para Temer mergulhar em reuniões com empresários e banqueiros pesos pesados, obviamente indispensáveis para reaquecer a economia e gerar empregos. Mas, de outro lado, cinco centrais sindicais divulgaram nota curta e grossa, de dois parágrafos, convocando um ato na próxima terça-feira e mandando um recado: rejeitam qualquer negociação "que vise retirar direitos trabalhistas e previdenciários da classe trabalhadora, ou precarizar ainda mais as relações de trabalho". E essa nota uniu duas velhas inimigas: a CUT (petista) e a Força Sindical (antipetista).

Nesse ambiente, ministros de Temer, líderes governistas e até o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, rebatem com o mesmo exemplo: a França, que, apesar de símbolo de democracia e de políticas sociais e trabalhistas, foi compelida a fazer reformas duras quando a crise na Grécia ameaçou cruzar fronteiras. "No mundo de hoje, não se pode governar a partir de dogmas, achando que as coisas são imutáveis", diz Andrade.

É sob essa pressão do mercado e das forças trabalhistas que Temer tenta driblar os dogmas e atender a realidade, exercitando sua experiência política e discutindo como azeitar a comunicação. Assim como negociou o "Ponte para o Futuro" com o capital, ele precisa convencer o trabalho e a opinião pública de que a flexibilização trabalhista não é contra os trabalhadores e que a reforma da Previdência não é contra os velhinhos, mas exatamente para que os assalariados tenham emprego e que todos os velhinhos tenham direitos cada vez mais iguais. Aliás, que continuem tendo direitos. Como? Com novos limites de idade, equilíbrio entre contribuição e idade e um sistema único para o serviço público e o privado.

Como presidente efetivo, Temer terá mais condições de apresentar uma "atualização" do País nas áreas previdenciária, trabalhista e regulatória, e de negociar com o Congresso tendo na retaguarda o apoio do setor produtivo, a recuperação da confiança e a volta do investimento interno e externo. Mas ele também precisa da opinião pública e das centrais, sem se esquecer de que o maior problema estrutural do Brasil continua sendo a desigualdade e que populismo barato é uma coisa, justiça social é outra, obrigatória. Atualização do País, sim. Retroceder na inclusão, nunca. Isso acabaria com o governo dele e com o seu verbete na história.
Herculano
14/08/2016 09:24
UM DOMINGO PARA REFLETIR COM SANTA CLARA

Santa Clara, a que cuida (e protege) da visão, faz a festa ainda hoje na comunidade ali no Poço Grande. Estará cheia de pais que há anos aprenderam comemorar este Dia com suas famílias e amigos, um churrasco. Não é exatamente um encontro católico, mas acima de tudo comunitário.

Os políticos estarão lá, mais uma vez, rodeando a todos, muitos deles, fingindo-se de amigos que dividem e separam apenas por suas preferências políticas partidárias.

Mas, os políticos odeiam Santa Clara.

Quando estão no poder, negam-se à transparência. Quando buscam o poder, querem que os eleitores sejam cegos à realidade e aos interesses inconfessos que tramam entre amigos, entre poucos, entre paredes, contra a vontade da maioria comunitária.

Santa Clara tem muito a ver com comunicação. Mas, os políticos odeiam a comunicação livre, sempre a manipulam e encontram culpados por suas incompetências, e principalmente por suas tramas íntimas e infiéis visando apenas o poder e dele se lambuzarem.

Enfim. É um domingo de muito sol, clima ameno, um domingo de comemoração para e com a família, os pais, com Santa Clara e a sua festa comunitária.

Estará lá gente que não pode se benzer por ser isto gesto infiel, gente que nas escolas prega que o Dia dos Pais é uma alienação, uma heregia, uma segregação contra uma minoria que não tem pais conhecidos.

Estarão lá, em campanha, disfarçados, achando que Santa Clara os protegerá dos olhos que percebem essas incoerências. Pedirão, apesar de não acreditar, milagres à Santa Clara, em ano de eleições. Acorda, Gaspar!
Herculano
14/08/2016 09:05
MADAME NATASHA EM CIDADE DE DEUS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Madame Natasha concedeu sua primeira bolsa de estudos multilíngue para todos aqueles que usaram a palavra "favela" para designar o bairro de Cidade de Deus, berço de Rafaela Silva.

Cidade de Deus nunca foi uma favela. É o contrário. Ela foi construída em 1965, no auge da política de remoções. Era um dos símbolos do progresso da alvenaria, triunfando sobre os barracos e a miséria. Em 1969, misteriosas mãos higienistas tocaram fogo na favela da Praia do Pinto, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas, desabrigando 9.000 pessoas. Os favelados foram para Cidade de Deus e o terreno desocupado deu lugar a um conjunto de edifícios para a boa classe média, conhecido como Selva de Pedra. E assim o Leblon mudou de cara.

Cidade de Deus não recebeu obras de infraestrutura necessárias e aos poucos deslizou para o abandono pelo Estado. Já o Leblon...

A palavra favela tem um componente de anomalia, voluntarismo e exclusão. Favela é obra e moradia de pobres. Cidade de Deus foi um símbolo do planejamento estatal com suas promessas de inclusão social.

A joia da coroa da política de remoções que até hoje alimenta a demofobia das cidades brasileiras chamava-se Vila Kennedy, na região de Bangu, inaugurada em 1964, um ano antes do início das obras de Cidade de Deus. Era a menina dos olhos do governador Carlos Lacerda e do embaixador americano Lincoln Gordon, que despejou no projeto verbas da Aliança para o Progresso. Para lá foram moradores da favela do morro do Pasmado, por dentro do qual passa o primeiro túnel que leva a Copacabana. Tinha tudo para dar certo, mas o Estado sumiu e, quando Vila Kennedy comemorou seu décimo aniversário, foi chamada de "fracasso". No vigésimo, de "pesadelo". No trigésimo, esqueceram-na. A essa altura, com 150 mil moradores, ela só era notícia quando a tropa do Bope disputava o controle de algumas áreas com o Comando Vermelho. A Vila ganhou Unidade de Polícia Pacificadora e, entre 2013 e 2015, as denúncias de abuso de autoridade de policiais subiram de 4% para 30% na contabilidade do Disque-Denúncia.

Houve época em que diversos bairros do Rio degradaram-se. Ninguém chamou a Lapa da primeira metade do século passado de favela. Se Cidade de Deus é uma favela, a palavra serviria para designar moradores e não moradias. Nesse tipo de classificação, favela é o lugar onde vive gente negra e pobre, como Rafaela Silva, a moça da medalha de ouro.
Herculano
14/08/2016 09:05
QUEREM CRIAR A BOLSA CAIXA DOIS, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

A repórter Maria Cristina Fernandes mostrou que circula em Brasília a ideia de uma anistia para partidos e políticos beneficiados em suas campanhas por doações ilegais vindas de caixas dois de empresas.

Um advogado que não gosta da ideia e conhece o mundo das doações ilegais sugere: "Tudo bem, desde que a anistia dependa da confissão do partido e/ou do cidadão. Feita a confissão, o interessado deverá pagar uma multa. Para começar a conversa poderíamos fixá-la em 10% do valor recebido. Achou pouco? 20%. Sem a iniciativa da confissão e sem multa, não será anistia, mas passe livre".

A história do Brasil foi iluminada por mais de uma dezena de anistias e nenhuma equivaleu a um passe livre. A maior delas foi assinada pelo presidente João Figueiredo em 1979, beneficiando cerca de 5.000 pessoas. Todos os anistiados haviam sofrido alguma forma de violência ou constrangimento. A anistia que se articula equivaleria a uma Bolsa Caixa Dois, destinada a beneficiar os beneficiados.

DELÍRIO DE LULA

Em março, quando cozinhava sua nomeação para a chefia da Casa Civil de Dilma, Lula investiu-se da condição de regente da República e começou a formar seu ministério.

Apostou alto e convidou o empresário Jorge Paulo Lemann para uma pasta da área econômica. Como o bilionário estava na China, a conversa foi por telefone. Lemann tem uma fortuna que lhe permitiria rasgar dinheiro, mas não pode beber água fervendo. Não sendo doido, recusou.

Fica a suspeita de que Henrique Meirelles também tenha sido convidado por Lula.

O HOMEM-CHAVE

Os mais experimentados procuradores da Operação Lava Jato dão a Alberto Youssef a medalha do mérito da colaboração. Sem ele, muita coisa não teria saído do lugar, pois seus depoimentos serviram também para ensinar o caminho das pedras aos investigadores.

Youssef está preso em regime fechado desde 2014 e deve ser solto no ano que vem.

MAISON CHARCOT

As emoções e incertezas instaladas no palácio da Alvorada, onde Dilma Rousseff vive seus últimos dias de poder, ressuscitaram o apelido de "Maison Charcot". Nos anos 70, militantes da esquerda deram esse nome a um casarão de Havana onde viviam 28 quadros da ALN.

O médico francês Jean-Martin Charcot (1825-1893) é considerado o pai da psiquiatria moderna. Chamavam-no de "Napoleão das neuroses".

TESTE DE VONTADE

Já houve pelo menos um caso em que um petista de peso no Congresso pediu ao novo governo um cargo na administração federal.

Até certo ponto, é o puro fisiologismo. Daí em diante, comissários petistas e hierarcas começaram a conversar. Michel Temer teve o cuidado de mostrar que está pronto para conversar.

GAME OF THRONES

O anúncio de que o imperador japonês Akihito (82 anos) pensa em abdicar reabrirá a bolsa de apostas em torno da abdicação de Elizabeth da Inglaterra (90 anos).

Antes do Brexit, era possível acreditar que ela deixaria o palácio de Buckingham quando enviuvasse (o príncipe Philip completou 95 anos). Com a Inglaterra dividida, o jogo muda.

Enquanto no Japão todo mundo acha razoável a coroação do príncipe Naruhito, na casa de Windsor o caso é outro. Uma parte dos súditos não quer o príncipe Charles (67 anos) no trono e todos querem seu filho William, o Duque de Cambridge. Para piorar, menos gente quer Camila como rainha (nesse grupo esteve a própria Elizabeth). E o mundo todo quer a companheira Kate com o manto. Ela seria a primeira rainha com diploma universitário e ascendência operária.

Elizabeth já planejou seu funeral nos mínimos detalhes, da lista de convidados às flores e à trilha sonora. A data continua nas mãos do Padre Eterno, que só chamou a mãe dela aos 101 anos.

MORO NOS AUTOS

Depois de ter defendido o uso de prova ilícitas contra cidadãos acusados de crimes desde que a polícia ou o Ministério Público estejam agindo de "boa-fé", o juiz Sergio Moro deveria evitar palestras. Sua força, e sua função, estão no que diz nos autos.

Afinal, quem define boa-fé? Ele? Eduardo Cunha?

Em pelo menos uma ocasião, Moro tratou um advogado como se estivesse investido de mandato divino transmitido por Luís 14.
Herculano
14/08/2016 08:47
NEM VIRA-LATA NEM BRASIL POTÊNCIA, por Sérgio Fausto, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Nelson Rodrigues criou a expressão "síndrome de vira-lata" para se referir ao sentimento de inferioridade que abatia os jogadores brasileiros em confrontos internacionais, só superado depois da conquista do primeiro título mundial, em 1958, na Suécia. Com o tempo, a expressão ultrapassou as quatro linhas do gramado e passou a ser empregada para designar uma descrença atávica na possibilidade de o País realizar grandes feitos em outros campos da atividade humana.

No polo oposto da síndrome de vira-lata surgiu a mania do "Brasil potência", resultado do cruzamento do nativismo romântico ("gigante pela própria natureza") com o nacionalismo autoritário ("ninguém segura este país"). Ao longo dos últimos 40 anos, pelo menos, oscilamos entre um extremo e outro da autoestima nacional, numa ciclotimia que produziu um enorme desperdício de recursos produtivos, ambientais e financeiros.

É verdade que o primeiro laivo de "Brasil potência" apareceu com os "50 anos em 5" de Juscelino Kubitschek. No entanto, apesar da expansão monetária excessiva e da inflação acelerada, JK deixou sua marca de político democrata, presidente "bossa nova", símbolo de um Brasil criativo e conectado ao mundo.

O auge do ufanismo do "Brasil potência" deu-se na ditadura militar, a partir do chamado "milagre brasileiro", período, entre 1968 e 1973, em que o produto interno bruto (PIB) cresceu à média de 10% ao ano, mas a renda se concentrou como nunca antes, em meio à mais dura repressão política. Houve progresso material, sim, mas social e regionalmente mal dividido e ambientalmente custoso, pelo inchaço das grandes cidades e pela ocupação desordenada da Amazônia. Pior, a censura e a tortura tornaram-se políticas de Estado.

Para dar sobrevida ao "milagre", quando as condições internas e, sobretudo, as externas não mais o permitiam, o Brasil redobrou a aposta no projeto do país potência. Diante do primeiro "choque do petróleo", mergulhamos na ilusão de que éramos "uma ilha de prosperidade num mundo em crise". A prosperidade viria de um grande programa de investimentos estatais financiado pelos petrodólares reciclados nos bancos internacionais. A ilusão, como sempre, terminou mal: o endividamento temerário na segunda metade dos anos 70 levou-nos à crise da dívida externa e à inflação alta, crônica e crescente nos anos 80.

Em uma década perdida do ponto de vista econômico, só não afundamos em mais uma fase aguda da "síndrome de vira-lata" porque a força de uma nova sociedade civil e a sabedoria de líderes políticos produziram o fim da ditadura militar e a transição para a democracia. Apesar de seus equívocos, a Constituição de 1988 condensou as aspirações de um País democrático e mais justo. Se as liberdades civis e políticas logo se fizeram sentir em sua plenitude, os avanços sociais e econômicos só puderam passar a ocorrer de fato depois que o Plano Real pôs fim à superinflação e as reformas subsequentes modernizaram parcialmente o Estado e a economia.
Herculano
14/08/2016 08:46
NEM VIRA-LATA NEM BRASIL POTÊNCIA, por Sérgio Fausto, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

Parecíamos inaugurar uma nova fase, assentada na ideia de que o progresso de um país depende fundamentalmente do contínuo aperfeiçoamento de suas instituições, da melhoria da eficiência e eficácia das ações do governo, notadamente na área social, da previsibilidade e transparência de suas ações, da regulação adequada do setor privado, da manutenção de uma inflação baixa e de contas públicas sob controle. Muito bem feita a transição de poder de Fernando Henrique Cardoso para Lula, o primeiro governo do líder petista nos deu a impressão de que a ciclotimia do passado era página virada.

Mas eis que os ganhos obtidos com a condução prudente da política econômica, o boom das commodities, a "descoberta" do pré-sal, os bons resultados da resposta inicial à crise financeira global em 2008, a badalação internacional de mercados e governos em torno do Brasil e do presidente Lula, o apetite do PT por permanecer no poder, tudo isso se somou para atiçar o imaginário do Brasil potência, não apenas econômica, mas agora também geopolítica, com projeção de poder militar, sob a égide de um capitalismo de Estado socialmente includente e o comando de um partido hegemônico cujo líder maior era considerado "o cara" pelos grandes do mundo.

Embalados em certo delírio de grandeza, chegamos à crise atual. Que a estejamos atravessando dentro da normalidade institucional e com avanços no combate democrático à corrupção é motivo para não recairmos em mais uma fase aguda da "síndrome de vira-lata". Mas não basta.

Está mais do que na hora de encontrarmos um ponto de equilíbrio mais estável e de definirmos melhor o tamanho e, sobretudo, a natureza das nossas aspirações como país. Não se trata apenas de melhor adequar meios e fins ao longo do tempo, reconhecendo que os meios são finitos e a vontade política não tem o condão de expandi-los da noite para o dia, mas também de discutir os próprios fins.

Para construir uma boa sociedade, coisa bem diferente de um país potência, o que é prioritário: erguer refinarias de petróleo e dispor de submarinos a propulsão nuclear ou aumentar a cobertura do saneamento básico e melhorar a qualidade da educação? Para melhorar a educação, o que é preferível: aumentar o investimento e o subsídio na educação superior ou fortalecer a educação básica? E para melhorar a qualidade da educação básica: é mais importante edificar escolas ou investir na formação dos professores?

Na resposta a essas perguntas devemos lembrar-nos de que a potência de um país consiste na capacidade dos seus cidadãos para desenvolver, por competição e cooperação, o máximo de seu potencial individual e coletivo para a criação de riquezas em sentido amplo. Como no futebol, o Brasil deve aspirar ao jogo competitivo e eficiente, mas também ao jogo bonito, a exemplo do que fizemos pela primeira vez em 1958, na Suécia.
Herculano
14/08/2016 08:42
TSE É FONTE DE INCERTEZAS PARA TEMER E SEUS ALIADOS, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Se no impeachment as cartas estão marcadas, muitas delas compradas para pagamento futuro, o Tribunal Superior Eleitoral é uma fonte de incertezas para Michel Temer e seus aliados. Informações dadas por empreiteiros, apenas para possível acordo de delação, mudam, por si sós, a configuração do processo sobre irregularidades na campanha de Dilma/Temer. E, por consequência, influem no risco de cassação dos dois mandatos ou daquele que permaneça.

A esperável entrega ao TSE de documentação da Lava Jato, pedida pela ministra-relatora Maria Thereza de Assis Moura, é inconveniente para Michel Temer e sua expectativa de separação, em processos distintos, de PT e PMDB. Desmembramento que estava visto como quase certo desde que Gilmar Mendes assumiu a presidência do tribunal. Além das razões bem conhecidas para tal previsão, ele as confirmara com a atitude incomum de não transferir, ao se tornar presidente, o processo que conduzia sobre, ou contra, o PT.

Os depoimentos de Sérgio Machado e as recentes pré-delações acentuaram a integração de PT e PMDB na campanha, citando Michel Temer. Com isso, a ministra Maria Thereza requereu a inclusão do PMDB e também do PP no processo, ao lado do PT com que fizeram aliança eleitoral e financeira.

Não se sabe o quanto a Lava Jato poderá comprovar que as doações à campanha saíram de dinheiro da corrupção, nem se as deduções da Lava Jato serão acompanhadas pela maioria do TSE. O que é um motivo a mais de incerteza. Ao qual ainda se acrescenta a próxima substituição da respeitável relatora, por expiração do mandato.

Embora as decisões do TSE, nesse caso, não estejam próximas, o processo merece, no mínimo, compartilhar as atenções dedicadas à Lava Jato e, por ora, ao impeachment no Senado. O que se passa lá não é menos do importante.

O SUB

A morte do soldado Hélio Vieira Andrade, da Força Nacional de Segurança, serviu a Michel Temer para o ato demagógico de decretar um luto nacional ligeiro. Não, porém, para seu governo romper a incúria que está na raiz do crime fatal. Muitos policiais têm morrido ao enfrentar bandos do crime, muita gente comum tem morrido pelos tiros a esmo nos enfrentamentos. Nem por isso o gesto do luto foi lembrado por Temer antes da obsessão de popularizar-se, informado de que um em cada três brasileiros nem sequer sabe de sua existência.
Herculano
14/08/2016 08:42
TSE É FONTE DE INCERTEZAS PARA TEMER E SEUS ALIADOS, por Jânio de Freitas, para o jornal Folha de S. Paulo

Parte 2

Há algum tempo, o primeiro carro recebido a tiros por entrar enganado em área de bandidos, no Complexo da Maré (também conhecida pelo sugestivo nome oficial de Vila do João, o Figueiredo), era de recém-chegados ao Rio. Não foi o da polícia com o soldado Hélio. Seguiram-se vários. Apenas 48 horas depois do ataque ao desprevenido carro policial, a meio da semana, mais um de uso familiar foi alvejado ao entrar por engano na mesma rua.

Em comum aos três incidentes, a informação errada sobre uma via para sair da autoestrada: orientação dada por mapa e rota de GPS. Um serviço fantástico pela utilidade e pelo avanço tecnológico, mas necessitado de aperfeiçoamentos. Os quais deveriam ser cobrados de imediato já no primeiro incidente, dada a obviedade de que a consulta e a orientação com erro se repetiriam. Como os mapas de GPS vão se estendendo pelo país, a exigência de verificação em todos os sistemas indicadores de rotas cabe ao Denatran, responsável pelas medidas gerais de segurança no trânsito. Cabe, mas em vão.

Essa incúria de aparência miúda, das seringas que acabam em um hospital, da falta de passaportes, da merenda escolar insalubre, coisas dessa ordinarice rasteira, que infernizam e extinguem vidas, fazem a cara de um subdesenvolvimento infinito. A redução da pobreza e o crescimento econômico, quando existiram, não foram capazes de reduzir no Brasil esse subdesenvolvimento funcional e moral, capaz até mesmo de levar à morte por entrar enganado em uma rua.

Ministro da Justiça dado ao bombástico sem fundos, Alexandre de Moraes elevou o soldado morto ao título de herói. Não consta que tivesse o gesto mínimo de pedir, no seu ministério, a providência corretiva do roteiro errado que levou seu herói à morte.
Herculano
14/08/2016 08:35
PERIGO DE RETROCESSO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) está causando polêmica, pois altera um ponto central da Lei da Ficha Limpa, liberando a maioria dos prefeitos que são considerados inelegíveis ao terem suas contas rejeitadas pelos tribunais de contas municipais.

O plenário do STF decidiu que somente a votação da Câmara Municipal pode confirmar a inelegibilidade do prefeito e, em caso de omissão dos vereadores, o parecer emitido pelo Tribunal de Contas não gera a inelegibilidade prevista no artigo 1º, inciso I, alínea "g", da Lei Complementar 64/1990, conhecida como Lei da Ficha Limpa.

Essa decisão é a parte mais polêmica, pois um prefeito que teve as contas rejeitadas por um tribunal pode permanecer impune para sempre, desde que consiga que os vereadores não se reúnam para analisar suas contas. Para se ter uma ideia, o Congresso Nacional tem contas de governos anteriores que ainda não foram analisadas.

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Bruno Dantas vê apenas um problema na decisão do Supremo, que de resto considera em consonância com a modelagem constitucional no plano federal: quando se trata da ordenação de despesas por parte dos prefeitos e dos governadores:

"O TCU 'julga' as contas de todos os gestores (ministros, dirigentes de estatais e autarquias etc) de recursos federais, exceto o presidente da República (que é julgado pelo Congresso com base no parecer prévio do TCU). Por simetria, não me parece desarrazoado que os TCEs/ TCMs também tenham competência para julgar todos os gestores e, quanto ao chefe do Executivo, disponham apenas de atribuição opinativa (exatamente como o TCU)", diz ele.

Na verdade, tecnicamente os TCEs/TCMs têm até mais poder que o TCU, pois para derrubar o parecer é exigido quórum de 2/3. No plano federal não existe esse quórum qualificadíssimo, reforça Bruno Dantas. Há, porém, um aspecto importante a ser considerado, ressalta o ministro do TCU: o presidente da República não ordena despesas. O que o Congresso julga (com auxílio do parecer do TCU) são as contas da gestão. No caso dos prefeitos, além das contas de gestão, muitas vezes eles também ordenam despesas diretamente.

"Creio que nesses casos (e somente neles), os prefeitos se igualam aos demais gestores e deveriam se sujeitar ao julgamento dos tribunais de contas. Como, no julgamento desta semana, o STF não fez essa distinção, a equação não fecha, e criou-se uma incoerência relevante: os prefeitos, quando ordenam despesas com recursos federais, são julgados diretamente pelo TCU, mas o mesmo não acontece com os TCEs quando são ordenadas despesas com recursos estaduais ou municipais".

Também o procurador Júlio Marcelo Oliveira considerou um retrocesso a decisão do STF: "Ao negar aos tribunais de contas a competência para julgar as contas de prefeitos que atuem como ordenadores de despesa, o STF negou vigência ao artigo 71, inciso II, da Constituição, e esvaziou em 80% a aplicação da Lei da Ficha Limpa, alimentando a impunidade que assola nosso país. Não é razoável o STF esvaziar a Lei da Ficha Limpa por causa das deficiências dos tribunais de contas, que ele mesmo não ajuda a combater".

O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral pretende apresentar ao STF um embargo de declaração para tentar reverter a decisão de limitar o alcance dos pareceres dos tribunais de contas municipais. O Supremo ainda tem condições de esclarecer sua decisão, alterando o alcance da medida para compatibilizá-la à vigência da Lei de Ficha Limpa.
Herculano
14/08/2016 08:31
DILMA GOUMERTIZADA, por Carlos Brickmann

Uma das primeiras medidas de Michel Temer, ao tomar posse na Presidência, foi extinguir o Ministério do Desenvolvimento Agrário, fortaleza dos petistas ligados a movimentos como MST e a militantes como João Pedro Stedile. Mas Temer está voltando atrás: deve recriar o MDA em setembro, igual ao que era - sem sequer uma placa de Sob Nova Direção.

Temer assumiu propondo cortes de despesa. Mas aprovou quase 200 bilhões em aumentos salariais. A proibição de aumento de salários nos Estados beneficiados pela renegociação de dívidas com a União, que o ministro Meirelles dizia ser inegociável, já foi negociada. Aquele déficit insuportável no Orçamento de Dilma, de R$ 170,5 bilhões, que Temer tinha a missão de cortar, já atingiu agora, em agosto, pouco menos de R$ 170 bilhões. Até dezembro, a que quantia chegará?

A situação melhorou de Dilma pra cá. A Petrobras, livre da ordenha, deu lucro no trimestre - nada sensacional, mas melhor que o prejuízo dos três trimestres anteriores. Mas o que melhorou teve como causa a saída de Dilma, não a entrada de Temer. O presidente em exercício hesita na hora de agir com firmeza; aceita a situação político-econômica como se fosse boa.

Temer é mais aceitável que Dilma. É afável, não trata subordinados a palavrões, conhece mesóclises, fala um Português impecável. Mas falta-lhe decisão.

E o povo não foi para as ruas por querer uma Dilma bem-educada.

AÇÃO, AÇÃO

O presidente Temer recebeu na quinta-feira alguns pesos-pesados do empresariado: Carlos Alberto Sicupira (AmBev), Edson de Godoy Bueno (Amil), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Carlos Jereissati (Jereissati), Jorge Gerdau (Gerdau), Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Pedro Moreira Salles (Itaú-Unibanco), Pedro Passos (Natura); antes, tinha recebido Paulo Skaf e Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, presidentes das federações das indústrias de São Paulo e Rio.

Todos disseram algo parecido: que a indústria está perdendo as esperanças. Lembraram que, no mundo, há US$ 15 trilhões guardados que pagam juros em vez de recebê-los, e uma parte poderia vir para o Brasil se houvesse boas perspectivas. Temer prometeu estudar o assunto. Mas promessa de Temer é como "La garantía soy yo".
Herculano
14/08/2016 08:31
DOIS DESVIOS, por Carlos Brickmann

Há quem atribua os recuos de Temer à má negociação. Nem Temer nem Meirelles saberiam negociar como se deve, e Eliseu Padilha deveria receber a missão. Outros acham que Meirelles e Temer sonham em candidatar-se à Presidência em 2018. E qual o cacique político que, sem negociar, daria apoio a um possível adversário futuro? Ambos teriam de dar garantias de que não seriam candidatos - por exemplo, deixando seus partidos.

UM PAÍS COMO ESTE

Em outros tempos era uma piada: a do rapaz, preso por assassínio do pai e da mãe, pedindo autorização ao juiz para sair e ir ao Baile de ?"rfãos. Já não é mais piada: Suzane von Richthofen, condenada a 39 anos por assassínio dos pais, saiu da cadeia no dia 11 para comemorar o Dia dos Pais. Suzane pediu para sair apesar de sua frustração anterior, quando deixou a prisão para o Dia das Mães e não teve com quem comemorar.

Em tempo: o benefício pode parecer estranho, mas é totalmente legal.

MICHEL OLÍMPICO

Do presidente Michel Temer, comentando a morte de um policial da Força Nacional, no Rio: "Foi um lamentável acidente (...) o ritmo das Olimpíadas não fica paralisado por isso (...)"

O presidente que nos desculpe, mas a morte de um ser humano nada tem a ver com o prosseguimento das Olimpíadas. Este colunista é do tempo em que deliberadamente matar alguém a tiros se chamava "assassínio", não "acidente". O ritmo a seguir era localizar, prender e julgar o atirador.

VAI QUE É MOLE

Escolher 12 de setembro como data para a Câmara julgar Eduardo Cunha é golpe baixo. Segunda-feira é um dos dias em que o Congresso normalmente não funciona. Sempre há alguns deputados por lá - mas quem estiver irá à posse da ministra Carmen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal. E, para cassar Cunha, são precisos 257 votos. Um plenário vazio beneficia Sua Excelência. Se houver pedido de adiamento da sessão, dia 13 não adianta: é dia de plenário vazio. Aí começa o recesso por causa das eleições. E o julgamento de Cunha fica para novembro.

O NOME DO CARGO

O presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, perguntou à sua sucessora, ministra Carmen Lúcia, se preferiria ser chamada de "presidente" ou "presidenta". Carmen Lúcia: "Eu fui estudante e sou uma amante da Língua Portuguesa. Acho que o cargo é de presidente, né?"

Ainda bem: já pensaram aguentar uma nova presidenta?
Herculano
14/08/2016 08:26
TRANSPARÊNCIA, por Marcos de Barros Lisboa, economista, presidente do Insper, para o jornal Folha de S. Paulo

A liderança política deve ser avaliada pela sua capacidade de negociar conflitos em benefício da maioria.

O discurso do governo enfatiza, corretamente, a necessidade de ajuste fiscal e de reformas para que o país possa retomar uma trajetória sustentável de crescimento. A sua prática, porém, preocupa pela excessiva sensibilidade ao corporativismo.

O reajuste salarial para diversas categorias do setor público fragilizou o governo. A derrota na aprovação de instrumentos importantes para o ajuste fiscal dos Estados despertou dúvidas sobre a qualidade da liderança.

Criticam-se as escolhas na negociação, não a necessidade da política.

O governo anterior acreditou que o desenvolvimento passava pela concessão de benefícios a grupos organizados, como a expansão do crédito subsidiado e as políticas de proteção setorial. O resultado foi agravar a crise fiscal e a piora significativa do ambiente de negócios, prejudicando a geração de emprego e de renda.

Retomar uma trajetória de crescimento econômico, como na década de 2000, requer rever benefícios e corrigir as distorções microeconômicas.

Os gastos com Previdência e assistência social, quase metade da despesa primária do governo federal, crescem 4% ao ano acima da inflação. Sem reformas que diminuam o seu crescimento, teremos o difícil dilema entre reduzir os demais gastos e enfrentar as consequências de uma trajetória insustentável da dívida pública.

A PEC que limita o crescimento dos gastos colabora com a deliberação do orçamento público, ao garantir maior transparência sobre as restrições.

A transparência sobre os problemas foi uma bem-vinda novidade no começo do governo, em forte contraste com a administração anterior.

Recentemente, o governo tem demonstrado dificuldade com a divergência e negado os problemas decorrentes das suas escolhas e das deliberações do Congresso.

Entretanto, reconhecer recuos, tratando com transparência as dificuldades, distingue as melhores lideranças.

A deliberação democrática se beneficiaria da análise da eficácia das diversas políticas públicas e dos grupos beneficiados, assim como de simulações sobre o ajuste necessário para estabilizar a dívida pública, evitando a retomada da inflação crônica nos próximos anos.

O debate deveria incluir todo o conjunto da obra, como as desonerações, as políticas de proteção setorial e o gasto com servidores.

Espera-se que os recuos nas últimas semanas tenham vida curta e que sejam propostas medidas que estabilizem a dívida.

Temos uma janela de oportunidade. Os próximos meses serão testemunhas da capacidade do governo em aproveitá-la.
Herculano
14/08/2016 08:23
BRASIL NÃO TOLERA INTERVENÇÃO EM ASSUNTOS INTERNOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

Além de inútil, a tentativa do PT e de Dilma de fazer a comissão interamericana de direitos humanos da OEA uma "instância de recurso" contra o impeachment, ofende um dos valores mais caros à diplomacia brasileira, que jamais tolerou intervenção de organismos internacionais em nossos assuntos internos. Dilma não deu a mínima, exceto uma "banana", quando a OEA exigiu a suspensão da obra da hidrelétrica de Belo Monte. E ainda retirou de lá o embaixador por três anos.

SEM EMBAIXADOR
O embaixador Ruy Casaes é quem foi chamado de volta, em protesto contra a intromissão da OEA. Ele se aposentou sem retomar o posto.

BEDELHO, NÃO
Dilma ficou tão irritada que em 2014 pagou só 1 dólar dos US$ 8,1 milhões da contribuição obrigatória do Brasil para manutenção da OEA.

É S?" ENGANAÇÃO
Nem a OEA e nem muito menos sua comissão têm a prerrogativa de suspender o impeachment, como afirmam petistas loroteiros.

OMISSÃO CRIMINOSA
Omissa quanto às graves violações de direitos humanos na Venezuela, por exemplo, há muito a tal comissão da OEA perdeu autoridade moral.

BR VAI PARA AS MÃOS DE QUEM JÁ CONTROLA O SETOR
As gigantes que já comandam a distribuição de combustíveis no Brasil deram um passo essencial ao se apropriar, tempos atrás, do Sindicom, o sindicato do setor. Agora se preparam para assumir, formalmente, a estatal BR Distribuidora, colocada à venda. Intriga o mercado o próximo passo dessas corporações (Air BP, ALE, Castrol, Chevron, Cosas, Ipiranga, BR, Petronas, Raizen, Shel, Total, YPF) que controlam o abastecimento de 80% do combustível de todo o País.

JOGO BRUTO
Única empresa privada do ramo, a Refinaria de Manguinhos sofre nas mãos do Sindicom, que prega abertamente sua extinção.

FÁBRICA DE DOSSIÊS
Atribui-se ao Sindicom a autoria dos dossiês contra Manguinhos que seriam baseados em informações fiscais sigilosas e distorcidas.

SEM SUTILEZAS
Com interpretações peculiares e distorcidas os relatórios sugerem, sem sutileza, que Manguinhos seja banida do mercado.

ARCO DA VELHA
O suposto dossiê de Eduardo Cunha para "assustar" o governo relataria negócios da influente família do ex-deputado Paulo Lima (PMDB-SP), de Presidente Prudente, com o governo de Anthony Garotinho, no Rio, supostamente intermediado por Michel Temer.

ROSE SILENCIADA
A revista IstoÉ deste fim de semana conta que Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, revelou à Lava Jato que Lula pediu que ele para fazer a empreiteira contratar a empresa do marido de Rose Noronha, sua amiga íntima e ex-chefe de gabinete, com o objetivo de silenciá-la.

R$13,4 BILHÕES NA BOLSA
Com o iminente impeachment de Dilma e resultados econômicos mais animadores, o governo já gastou R$13,4 bilhões com o Bolsa Família, somente este ano. A Bahia é o estado mais beneficiado: R$1,78 bilhão.

VIVENDO PERIGOSAMENTE
Com sua defesa, Dilma nem precisa de acusação. Na sexta (12), se os advogados chegassem três minutos depois perderiam o prazo para apresentar defesa, mandando-a para o brejo antes do julgamento.

PIZZARIA DO MICHEL
Não há compromissos na agenda do presidente Michel Temer, mas ele faz o que mais gosta e que Dilma mais odiava: conversar com políticos. E chamar amigos para a pizza de domingo à noite no Palácio Jaburu.

TEMPO PARA PENSAR
Um dos segredos mais bem guardados do governo Lula é o caso do sentinela do Exército, na residência da Granja do Torto, que surtou e passou a disparar a esmo. Ele foi mantido 10 meses na solitária, longe de tudo, de todos e principalmente da Lei. Para "servir de exemplo".

NÃO TEM COMO
Executivos de empresas como Latam se dizem "ligeiramente otimistas" com a economia. Cobrando mais pelo trecho Brasília-São Paulo do que a Air France cobra de Brasília para Paris, o pessimismo é só do cliente.

TRANSGÊNICOS IMPORTADOS
Os Estados Unidos festejaram a decisão do Ministério da Agricultura do Brasil de permitir a importação de produtos geneticamente modificados, os transgênicos. Eles preveem que o milho "pode acabar até 2017".

PERGUNTA NO DIA DOS PAIS
Será no triplex ou no sítio o churrasco de Dia dos Pais de Lulinha, Marcos, Luis Cláudio e Lurian?
Herculano
14/08/2016 08:16
NO BRASIL QUE PRODUZ, QUE PAGA PESADOS IMPOSTOS E É OBRIGADO À PROPINA PARA SOBREVIVER NA PROPOSITAL BUROCRACIA ESTATAL, TODOS SABEM QUE OS PARLAMENTARES QUE ELEGEMOS COM OS VOTOS LIVRES DA DEMOCRACIA, USAM OS BRASILEIROS E O MANDATO COMO ESCUDOS PARA AS SUAS SACANAGENS E TRAVAM VERGONHOSAMENTE A ECONOMIA E ELES CONTINUAM SENHORES DO PEDAÇO PORQUE NÃO OS TROCAMOS NOS VOTOS E NO ESCLARECIMENTO DAS SUAS IDEIAS TORTAS QUE SEQUESTRAM O FUTURO DE TODOS. QUANDO DEIXAREMOS DE SER REFÉNS DESTE TIPO DE POLÍTICO TORTO?

ESTA É A OBVIA MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL DIZ QUE INTERESSES PARTICULARES ATRAPALHAM AJUSTE FISCAL

Parte 1

Texto e entrevista de Maria Cristina Frias, colunista, e Valdo Cruz. Diante da resistência do Congresso em aprovar medidas de ajuste fiscal, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirma que interesses coletivos precisam prevalecer sobre os individuais para o Brasil voltar a crescer.

"Essa ideia de que todo mundo é a favor do fiscal na teoria, mas na prática cada um cuida do seu [interesse] é um entrave", diz, insistindo que, "se cada um se preocupar apenas com seu lado", a inflação não vai cair.

Durante entrevista na sede do BC em São Paulo, Ilan Goldfajn avaliou que a economia "estabilizou e parou de cair". Previu "uma recuperação moderada" em 2017.

Ilan assumiu o comando do BC em 9 de junho. Neste período, o BC continuou com a sua política de buscar frear a queda do dólar - ainda assim a moeda recuou 6,24% neste período, para R$ 3,17 - e adotou uma linguagem mais clara e sucinta na ata do Copom (documento que analisa a reunião do comitê responsável pela definição da taxa de juros).

Sobre as pressões da ala política do governo para o BC cortar juros e usar outros instrumentos para conter a inflação, ele afirmou: "É como se a recomendação fosse botar um pé na geladeira e outro no fogão e, na média, estamos iguais. Não estamos".

A inflação brasileira chegou a 8,74% nos 12 meses encerrados em julho, acima do teto da meta da inflação, de 6,5% ao ano.

?

Folha - O sr. condicionou a queda dos juros ao ajuste fiscal. Colocar-se como fiscal do fiscal pode ser um risco?

Ilan Goldfajn - Vários fatores afetam a perspectiva de inflação. O primeiro é a inflação corrente, o segundo é a real ociosidade da economia, o desemprego. O terceiro fator, os ajustes na economia. Os projetos que estão sendo encaminhados, se aprovados, vão ajudar na desinflação e fazer as expectativas cairem.

Folha -Empresários disseram ao presidente interino, Michel Temer, que o Congresso parece não perceber a gravidade da situação. Como o sr. avalia?

Ilan -Um amigo, o economista Mansueto Almeida, que trabalha na Fazenda, diz que todo mundo concorda com o ajuste fiscal. Mas, quando o ajuste recai no seu próprio lado e tem de fazer a sua parte, aí começa a complicar.
No coletivo todo mundo concorda, mas, quando chega no individual, colocam o interesse próprio antes. Se cada um se preocupar só com seu lado, o coletivo não sairá. O país não vai crescer, a inflação não vai cair.

Folha - Temer já o procurou para falar de câmbio e juros? Suas manifestações atrapalham?

Ilan - Não. O governo tem de criar condições para ter desinflação e permitir que os juros caiam, ter câmbio competitivo. Se a gente criar as condições, vamos ter juros mais baixos de forma sustentável, que é o que todos queremos.

Folha -Teremos recessão em 2017?

Ilan - A economia teve quedas nos últimos trimestres e provavelmente se estabilizou. Parou de cair, está pronta para uma recuperação e a perspectiva pela frente é melhor.

Folha - Quanto vai crescer em 2017?

Nosso cenário básico é de uma recuperação moderada.
Herculano
14/08/2016 08:15
NO BRASIL QUE PRODUZ, QUE PAGA PESADOS IMPOSTOS E É OBRIGADO À PROPINA PARA SOBREVIVER NA PROPOSITAL BUROCRACIA ESTATAL, TODOS SABEM QUE OS PARLAMENTARES QUE ELEGEMOS COM OS VOTOS LIVRES DA DEMOCRACIA, USAM OS BRASILEIROS E O MANDATO COMO ESCUDOS PARA AS SUAS SACANAGENS E TRAVAM VERGONHOSAMENTE A ECONOMIA E ELES CONTINUAM SENHORES DO PEDAÇO PORQUE NÃO OS TROCAMOS NOS VOTOS E NO ESCLARECIMENTO DAS SUAS IDEIAS TORTAS QUE SEQUESTRAM O FUTURO DE TODOS. QUANDO DEIXAREMOS DE SER REFÉNS DESTE TIPO DE POLÍTICO TORTO?

ESTA É A OBVIA MANCHETE DE CAPA DO JORNAL FOLHA DE S. PAULO DESTE DOMINGO. PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL DIZ QUE INTERESSES PARTICULARES ATRAPALHAM AJUSTE FISCAL

Parte 2

Folha - Para os juros caírem, onde deverá estar o ajuste fiscal?

Ilan - Essa questão é subjetiva, a percepção de que estamos resolvendo nosso problema das contas públicas. E ela não é este ou aquele evento. Como vamos saber? Vai ficar claro, o risco vai cair, a expectativa de inflação vai cair, vai entrar direto nas expectativas.

Folha - Mas até que ponto as reformas precisarão avançar?

Até o ponto em que a confiança continua melhorando. É o processo que gera confiança em todo o mundo de que estamos na direção certa.

Folha - Como vê a valorização do real em relação ao dólar?

Ilan - O cenário internacional está muito benigno para economias emergentes. É importante que a gente aproveite este interregno, que nos deu uma janela para fazer ajustes, reformas, cuidar das contas públicas. O trabalho é contínuo. A percepção de que estamos caminhando é muito importante.

Folha - Benigno como?

Ilan - O mundo não está nem quente, crescendo suficientemente forte para elevação de juros no mundo como um todo, nem está frio para ter uma nova recessão que preocuparia todo mundo. A água está morninha, mas não vai ficar para sempre assim. O momento é de cautela. Temos de fazer os ajustes para não ter de fazer sob pressão.

Folha - A água morna não está mascarando um início de pessimismo do mercado pela falta de aprovação de medidas fiscais?

Ilan - Eu acho que você tem incertezas diminuindo. Agora, tem de trabalhar para continuar a reduzir incertezas.

Folha - Por que a inflação teima em não cair, apesar da recessão e da valorização do real?

Ilan - Estamos monitorando para ver se a inflação, que está demorando para cair [ficou em 8,74% em julho], é só por esses choques [de 2015 e de agora] ou será que tem uma inércia embutida aí. As pessoas olhando a inflação do ano passado, e reproduzindo o passado no presente, em vez de olhar para a frente.

Folha - Como combatê-la?

Ilan - Se for isso, é um risco no balanço do Banco Central. Significa que você tem uma desinflação mais lenta, isso retarda a política monetária.

Folha - O BC vai manter o foco na meta de inflação de 4,5% em 2017 ou vai migrar para 2018?

Para nós, importa todo o horizonte. Vamos manter o foco em 4,5% em 2017.

Folha - O fim da interinidade do presidente Michel Temer está totalmente no preço dos ativos ou ainda tem espaço...

Ilan - Muito investidor diz querer esperar a decisão [do processo de impeachment de Dilma Rousseff]. Tem muita gente que não precisa ou não quer esperar e antecipa. Aqueles que conseguem antecipar arbitram quem quer esperar.

Folha - Temer disse que já chegou à sua mesa a preocupação com a queda do dólar. Receberam alguma orientação dele?

Ilan - Chega na mesa de todo mundo. O câmbio nunca tem um só aliado de um lado e de outro. Dentro do regime de câmbio flutuante, existe possibilidade de intervenção, e a gente tem reduzido estoque de swap cambial, quando e se as condições permitem.

Folha - E o governo?

Ilan - O papel do governo é criar as condições. Se fizer uma boa reforma, ajustar o fiscal, o câmbio ajusta no fim das contas. E nos ajustes não fiscais, tem os que mexem na competitividade, da indústria. O governo tem o seu papel em criar condições para uma maior competitividade.

Na questão do dólar, muitas empresas estavam aproveitando a taxa cambial mais favorável, havia um processo de ajuste das contas externas.

Folha - A ala política do governo, que pede juros menores, afirma que o BC poderia usar outros instrumentos. Concorda?

É como se a recomendação fosse para botar um pé na geladeira, outro no fogão, e na média estamos iguais. Não. Cada instrumento, seu papel.

Folha - O alto nível de endividamento de empresas preocupa?

Ilan - O sistema tem reagido bem, mantendo-se sólido, capitalizado, com liquidez, está provisionado e isso na verdade é o que a gente espera do sistema financeiro. Que dado ao choque, reações são feitas. E reagindo, se mantém bem. A situação está bem, ele está capitalizado, sólido, líquido.

Folha - Os próximos anos serão de crescimento baixo?

Ilan - Não vamos voltar ao período pré 2008, que tinha muita exuberância. Então, acho que é correta a afirmação de que o crescimento será menor.
Mariazinha Beatra
13/08/2016 19:37
Seu Herculano;

"Escola Sem Partido, sim. Mas, ao mesmo tempo, Escola Sem Igreja." Demétrio Magnoli

Se os comunistas estão no poder, agradeçam em boa parte ao silêncio ou conivência dessa direção esquerdista na CNBB se passando por religiosos católicos.
Bye, bye!
Herculano
13/08/2016 15:29
da série: para entender a razão pela qual os velhos políticos e partidos há tanto tempo no poder em Gaspar não querem que nada mude

A "BOA POLÍTICA"~QUE NÃO MORRE, por Leandro Colon, para o jornal Folha de S. Paulo

O deputado Paulinho da Força (SD-SP), amigo do peito de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), celebrou sem pudor o dia agendado para votar a cassação do parceiro peemedebista: "Não somos nós que vamos lutar para não votar dia 12".

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou para 12 de setembro a aguardada sessão para julgar o mandato de Cunha. Maia escolheu uma segunda-feira, dia de quorum baixo no plenário.

A 20 dias da eleição municipal, os deputados devem estar em campanha de aliados ou buscando se eleger prefeito. Costuma ser um período de Congresso vazio. Sempre foi assim.

A data escolhida para o julgamento só favorece a salvação do deputado do PMDB, a ser julgado pelos pares por ter mentido sobre a existência de contas não declaradas na Suíça.

Para a cassação ser aprovada, são necessários os votos de no mínimo 257 dos 512 colegas de Cunha. Quanto menos deputados comparecerem, maior é a chance de ele, réu em duas ações no STF (Supremo Tribunal Federal), escapar da degola política.

O parecer pela cassação está pronto para o plenário desde meados de julho. Recentemente eleito para comandar a Câmara, Rodrigo Maia alega que adotou uma média histórica de um intervalo de quatro semanas para marcar a data da votação.

Dos últimos cinco processos do tipo, quatro foram apreciados em uma quarta e um em uma terça ?" dias tradicionalmente de Casa cheia. Não há justificativa razoável para Cunha ser julgado em uma segunda-feira e em época de campanha eleitoral.

Em novembro, quando 230 deputados soltaram manifesto de apoio ao peemedebista, Rodrigo Maia fez questão de falar no microfone que ele, Maia, era o de número 231.

Horas depois de o deputado do DEM ser eleito para dirigir a Câmara, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), comemorou: "A vitória do Rodrigo Maia é uma demonstração sobeja de que a boa política não morreu. Ela está vivíssima".
Herculano
13/08/2016 15:22
JOAQUIM BARBOSA CRITICA IMPEACHMENT: UM LOBO EM PELE DE CORDEIRO, por Rodrigo Constantino

O Brasil é mestre em criar seus falsos heróis. Joaquim Barbosa é desse tipo. Durante o processo do mensalão, o então ministro do STF fez fama nacional e foi aplaudido por muitos, com alguma razão, por se mostrar duro com os bandidos, apesar de ser eleitor do PT. Passou a ser odiado pelos petistas, alvo de ataques racistas da blogsfera suja, e ovacionado pelo povo. Mas é preciso mais cuidado. Joaquim nunca deixou seu ranço esquerdista de lado, e não era um grande herói.

Isso começou a ficar claro quando pediu para sair antes da data de sua aposentadoria, abrindo uma vaga no STF para o PT aparelhar mais ainda a instituição com seus companheiros. No momento em que o país mais necessitava de um ministro independente do PT, Joaquim Barbosa pulou fora de maneira inesperada, pegando todos de surpresa. Alegou dores nas costas, cansaço, e muitos desconfiaram de ameaças à sua vida.

O fato é que um herói de verdade não agiria assim. Seria como o juiz Sergio Moro abandonar sua carreira agora, prestes a concluir a Operação Lava-Jato com a tão esperada prisão do ex-presidente Lula. Moro, até aqui, tem se mostrado um herói à altura, coisa bem rara nesse país. Joaquim Barbosa não honrou a fama, e foi aos poucos caindo no ostracismo. Ou coisa pior: flertando com a ideia de uma candidatura para presidente, muitos o colocaram num papel de "messias salvador" da Pátria. Nada mais perigoso do que isso!

Mesmo durante o exercício de sua função no STF, Barbosa demonstrara pouco respeito à liturgia do cargo, e aparentava algum destempero. O messianismo de um indivíduo na política é uma das coisas mais perigosas que existem. Barbosa pode ter sido firme com alguns petistas (faltaram outros, não é mesmo?) durante o mensalão, mas isso não faz dele alguém capacitado a liderar uma nação. Ele nunca deixou de ser de esquerda e, nesse aspecto, eu já o considerava tão perigoso quanto Marina Silva, outra que despertava as esperanças de parcela da população.

Pois bem: vejam as recentes declarações do ex-ministro do Supremo. São de arrepiar! Ele dá a entender que Dilma foi derrubada numa espécie de "golpe", fazendo coro aos próprios petralhas, e que seis parlamentares poderosos resolveram tirá-la do poder por coisas banais. Isso mesmo! Esqueçam os milhões de brasileiros nas ruas, gritando, pressionando. Esqueçam as pesquisas, que apontavam uma rejeição enorme a Dilma e cerca de 60% pedindo o impeachment. Esqueçam os 11 milhões de desempregados. Esqueçam as pedaladas e um país totalmente quebrado. Foram seis parlamentares poderosos que resolveram tirá-la de lá:

Joaquim Barbosa ainda clama por novas eleições, uma solução inconstitucional. Típica bandeira da esquerda, do PT, de quem não sabe perder. O impeachment foi legítimo, contou com amplo apoio popular, e Michel Temer tem feito um governo razoável até aqui. O Brasil precisa de calma e paz para aprovar as reformas importantes. A turma do contra, do "Fora, Temer", tem jogado contra o país, colocando seus interesses políticos à frente de tudo. Joaquim Barbosa empresta seu nome para essa campanha sórdida.

Era um herói com os pés de barro, um falso herói, como tantos que surgem e desaparecem pelo país. Que fique de fora da política, pelo bem do povo. Que vá curtir seu apartamento em Miami em paz, mas sem se meter em aventuras demagógicas pelo Brasil, pois nossa população não merece mais esses "messias salvadores" que não demonstram muito apreço pelo fortalecimento de nossas instituições republicanas.
Herculano
13/08/2016 15:03
PREENCHENDO O TEMPO OCIOSO. E OS ELEITORES?DELICIAM-SE COM O NADA...E VOTAM...E SE CONFORMAM POIS ACHAM TODOS OS CANDIDATOS IGUAIS.

Leitores e leitoras da coluna, enviam-me exemplares de como os candidatos a prefeito de Gaspar preenchem os espaços e tempo na comunicação nas redes sociais, a mais atual e eficaz dos dias de hoje em dia.

Espantoso. Mais espantoso é saber que essa gente é dirigida por gente que se rotula como profissional de marketing eleitoral e que está cobrando por isso tudo.

Tem candidato que perguntou se por exemplo, o sol iria sair ou não, hoje.

Alienado. Ora. Devia ser assertivo, com autoridade, dizer que pesquisou (ou sua equipe de gente séria e entendida no assunto) nos serviços de meteorologia como a Epagri, por exemplo, pois o do Defesa Civil de Gaspar não existe (e também não se sabe se irá resolver esta questão se eleito), e viu uma boa ou má notícia que gostaria de compartilhar com os amigos, as consequências etc e tal.

Ou seja, quando faz troça de que não sabe se hoje vai ter sol, nuvens ou chuva, mostra o candidato na verdade, como vai governar: com a sorte, mal informado, mal orientado, mal assessorado, sem objetivos voltados para resultados comunitários.

Outra das redes. Hoje era dia de pedágio da Rede Feminina. Um invocou a mãe, outro colocou fotos do staff de campanha, mas nenhum deles disse exatamente o que fez pela instituição gasparense nesse tempo todo, sempre boicotada pelos políticos quando estão no poder e os que fiscalizam o poder, já quase todos os candidatos eram ou são vereadores. Não foram capazes de apontar o quanto a Rede, feita de gente abnegada, para uma causa que falta poder público, tem sofrido nas mãos do atual governo municipal, por exemplo.

Assim é Gaspar. A mesma. E por que os políticos agem assim por aqui? Porque sabem eles que os grandes esquemas sempre premiam os mesmos, porque lhes falta ideias, projetos e comprometimentos. Porque os eleitores não cobram e verdade, não mudam o jeito de ser e até se vendem por migalhas na hora do voto. Porque há uma maioria alienada com a cidade e seus problemas, e outra parcela importante feita de analfabetos, ignorantes, desinformados, assistidos e fanáticos, que não estão nem ai com os seus próprios problemas e não tem noção da força que possuem para mudar este cenário triste. Acorda, Gaspar!
ADILSON LUIS SCHMITT
13/08/2016 09:57

Eleitor(a) Gasparense

No JSC de hoje encontramos uma reportagem do Jornalista Jean Laurindo sobre os 5 principais desafios, que o próximo Prefeito da vizinha Cidade de Blumenau terá que enfrentar:
- mobilidade pede passagem;
- a missão de gerir um novo transporte coletivo;
- a equação do ensino infantil;
- arrecadação menor desafiará investimentos;
- folha de servidores na ponta do lápis.

Mais informações www.clicrbs.com.br/sc

Guardadas as devidas proporções, os Pré Candidatos de Gaspar estão na mesma situação. Então quem prometer menos, falar como fará e de onde virão os recursos. Contando com uma equipe competente será o diferencial que Gaspar tanto procura.

A partir do dia 16 de agosto eles estarão apostando as suas fichas.

Menos photoshop, maquiagem e discursos baratos.

Boa sorte!

Adilson Luis Schmitt
Herculano
13/08/2016 09:27
da série: a doida. Tudo isso dá bem a dimensão de como o grande esquema nos impôs um mundo do faz de conta e alguém sem qualificação para nos liderar, ludibriar e governar. Só podia dar no que deu. E quem pagou tudo isso com pesados sacrifícios? Os eleitores e eleitoras

DILMA ESCREVERÁ CARTA PARA SENADORES E OUTRA "PARA A HISTORIA", DIZEM ALIADOS, por Mônica Bergamo para o jornal Folha de S. Paulo

Dilma Rousseff pretende dividir a já célebre carta sobre o impeachment em duas partes. A primeira será enviada ao Senado nos próximos dias. A outra deve ser divulgada no dia de seu afastamento definitivo, se ele ocorrer.

NA HISTORIA
A segunda será, de acordo com aliados, um documento "para a história", uma espécie de carta-testamento, como foi a que Getúlio Vargas deixou ao se suicidar, em 1954. Dilma deve falar da memória do país e das lutas da esquerda brasileira em contraponto às forças contrárias, introduzindo-se, e também a Lula, nesse contexto.

TODAS AS LETRAS
A carta ao Senado, por sinal, deverá ter, sim, a palavra "golpe".

*

"A presidenta me disse que vai usar essa expressão, que define com precisão o momento que vivemos", diz o senador Lindberg Farias (PT-RJ). Ele se reuniu com ela na noite de quinta (11).

SEMPRE ELE
O uso da palavra "golpe" na carta virou uma novela. Ela saiu do rascunho do documento pela primeira vez por sugestão do senador Cristovam Buarque (PPS-DF), que passou os últimos meses dizendo estar indeciso sobre o impeachment mas votou a favor da saída da presidente.
Pagador de Impostos
13/08/2016 09:21
Aproveitando este espaço muito visitado pelos nossos representantes no município, venho perguntar algo que muitos estão questionando em nossa rua:
Afinal, como estão as obras na Rua Pedro Schmitt Junior? Estava indo tão bem, então de repente parou... Agora estamos com uma calçada muito bonita, mas onde deveria estar o asfalto (o principal da obra), só tem a rua esburacada... e bota esburacada nisso. Está bem difícil transitar, nossos veículos já estão ficando danificados com essa situação. A conversa que circula na rua é de que parou porque a prefeitura não está pagando. Isso procede? Vão deixar acontecer isso justo antes da eleição? Se for pra ficar assim nem deveria ter começado...
Grato.
Herculano
13/08/2016 09:19
da série: estão são os nossos políticos. Eles não diferem em nada. Michel Temer arrisca-se a ser o próximo a ser defenestrado como Dilma Vana Rousseff. Ele não entendeu o que o brasileiro quer. Nem Esperidião Amim, nem Raimundo Colombo. O brasileiro está cansado de ser roubado ou ser liderado por incompetentes ou gente que trabalha para si e os seus com o dinheiro dos pesados impostos de todos.

SE JOGAR PARA A ARQUIBANCADA,TEMER PODERÁ TER O MESMO DESTINO DA ANTECESSORA, por Ronaldo Caiado, senador goiano pelo DEM, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 1

Afastar a presidente Dilma Rousseff não é o fim, mas o início de um novo e prolongado processo de recuperação do país. Em 13 anos de governo, o PT deixou o Brasil moribundo. O impeachment, nesses termos, equivale a levá-lo à UTI, mas a salvação só virá se os procedimentos forem rigorosos, sem concessões. E os sinais iniciais preocupam - e muito.

A meta fiscal deficitária, de R$ 170,5 bilhões, já de si absurda - e que condensa em números o trágico legado do PT -, precisa ser rigorosamente cumprida. E o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, corrigindo o que dissera na véspera seu colega da Casa Civil, Eliseu Padilha, de que a meta já teria sido consumida em R$ 169 bilhões, assegura que o colega se equivocou. Afirma que os números mencionados são uma projeção de gastos para todo o restante do ano - e não uma realidade já consumada no presente. Se o fosse, estaríamos perdidos.

O que assusta, porém - e deu verossimilhança ao que foi desmentido -, não são tanto as declarações controversas, que desorientam os agentes econômicos, mas a prática por trás delas, como a concessão de aumentos salariais na esfera dos três Poderes.

O custo desses aumentos para o governo será de R$ 67,7 bilhões entre 2016 e 2018. Mais que o impacto orçamentário, com efeito-cascata ainda não dimensionado, representam concessões injustificáveis ao corporativismo, beneficiando trabalhadores que já gozam de estabilidade funcional, em detrimento do atendimento a um vasto contingente de mais de 11 milhões de desempregados.
Herculano
13/08/2016 09:19
da série: estão são os nossos políticos. Eles não diferem em nada. Michel Temer arrisca-se a ser o próximo a ser defenestrado como Dilma Vana Rousseff. Ele não entendeu o que o brasileiro quer. Nem Esperidião Amim, nem Raimundo Colombo. O brasileiro está cansado de ser roubado ou ser liderado por incompetentes ou gente que trabalha para si e os seus com o dinheiro dos pesados impostos de todos.

SE JOGAR PARA A ARQUIBANCADA,TEMER PODERÁ TER O MESMO DESTINO DA ANTECESSORA, por Ronaldo Caiado, senador goiano pelo DEM, no jornal Folha de S. Paulo

Parte 12

Preocupam também os termos da reestruturação da dívida dos Estados, de sentido claramente eleitoreiro: desconto de 40% por até dois anos e moratória por seis meses.

Dois anos é o tempo que falta para as próximas eleições, em que o governador que não fez o dever de casa terá meios de transferir o ônus de sua má gestão ao sucessor e ainda promover, com essa folga orçamentária de mão beijada, obras que turbinem sua administração. Não é nem técnica nem moralmente aceitável. Brindou-se o mau gestor. Teme-se que novas concessões, da mesma natureza, ainda possam vir e ameaçar o cumprimento da meta.

O país, que já opera na base do cheque especial ?" a tanto equivale lidar com um rombo orçamentário ?", não pode permitir que seu limite seja estourado. Nessa hipótese, irão aplicar a receita clássica: aumento de impostos e novos cortes em investimento. Em ambos os casos, o povo paga a conta ?" já está pagando ?", com reflexos em áreas essenciais, como saúde, educação, segurança pública e programas sociais, que já estão abaixo da crítica.

O governo Temer não pode perder de vista o que o trouxe ao poder: a missão de restabelecer a saúde de um paciente terminal. Não o fará se mantiver a gastança de sua antecessora. Em alguns momentos, parece ter se esquecido disso.

O que justifica, por exemplo, o anúncio, feito pelo mesmo Padilha, de que no próximo mês o governo recriará o Ministério do Desenvolvimento Agrário, que ele mesmo extinguiu? Por que, havendo um Ministério da Agricultura ?" que, ao que se sabe, existe exatamente para prover o desenvolvimento agrário ?", recriar outro, análogo? Ou o governo não sabia o que fazia ao extingui-lo, o que é grave, ou recai no erro de seu antecessor, criando pastas para atender ao provimento político de cargos.

Não é momento de jogar para a arquibancada nem de afagar o Congresso, a pretexto de garantir o impeachment. Nessa hipótese, corre o risco de ter o mesmo destino de sua antecessora. Sua interlocução é com a história, e o reconhecimento, mesmo tardio, só virá se não a trair.
Herculano
13/08/2016 09:12
O MITO DO BRASILEIRO CORDIAL, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Quem gosta de viajar sabe que não são só as paisagens deslumbrantes ou a culinária exótica fazem a experiência inesquecível. O contato com a cultura local por meio da interação com o povo nos abastece a memória afetiva.

A Tailândia, por exemplo, me marcou mais pela simpatia com a qual seu povo recebe turistas do que pela comida, maravilhosa, que eu posso encontrar a poucas quadras de casa. Não conheço povo mais sorridente.

No Japão, lembro-me de estar perdida numa enorme estação de trem, sem saber onde era a saída certa. Duas japonesas se ofereceram para me acompanhar. Uma quis carregar minha mala, o que obviamente não permiti. Só sei dizer "obrigada" em japonês, mas esse tipo de atitude se repetiu ao longo de duas semanas. Não sei se gostei mais do Japão ou dos japoneses.

Foi uma surpresa desagradável ver o post de uma moradora do Rio, que se recusou a ajudar um gringo, mesmo sabendo falar inglês. "You're in Rio for the Olimpic (sic) Games and does not speak Portuguese? Please... Segue em frente e vira a (sic) direita que tu chega no metrô! Gringo tá no Rio e eu tenho que falar inglês?"

Apesar de ter sido bastante criticada, a atitude foi comemorada massivamente. Antes de ser deletado, o post tinha mais de 72 mil likes, hahahas e coraçõezinhos. "Eles que aprendam português." "Rindo alto." "Mitou." "Pedala, gringo." "Vai, malandro, rala o peito."

Cai mais uma vez o mito do brasileiro cordial. Essa lenda de que somos o povo mais hospitaleiro do mundo. Vemos todos os dias que temos entre nós machistas, homofóbicos, racistas, xenófobos. Tem gente boa e ruim aqui, como no mundo todo. E a intolerância dá as caras das formas mais brutais às mais ignorantes.

Nós nos recusamos a dar informações a quem precisa, cobramos R$ 250 numa corrida de táxi do aeroporto, vaiamos a delegação da Argentina na abertura da Olimpíada e nossos oponentes nas arenas, xingamos atletas em redes sociais, chamamos Rafael Nadal de "maricón".

Mas nem todos somos assim. Queria encontrar o gringo hostilizado e dizer que boa parte do brasileiros se desdobra para se comunicar, que abre as portas de casa pra desconhecidos, que aplaude em pé a delegação de refugiados, que toca "Dança do Ventre", do É o Tchan, para as egípcias se sentirem em casa. É o brasileiro afetuoso e o da zoeira light.

Lembro na abertura quando uma chinesa disse que a melhor coisa do Brasil é o brasileiro. Contou que estava perdida no Maracanã e uma boa alma largou o que estava fazendo para ajudá-la.

Que até o fim da Olimpíada e, sempre, nossos visitantes tenham a sorte de encontrar mais brasileiros generosos do que esse tipo esperto, egoísta e hostil que se recusa a ajudar o próximo.
Herculano
13/08/2016 09:07
DIA DE PEDIR VOTOS. UNS CONVENCEM. OUTROS COMPRAM

Hoje é sábado. É dia de pedir votos nas festas populares, a principal delas, a Santa Clara, no Poço Grande, a tradicional do Dia dos Pais.

E no sábado que vem a campanha eleitoral e o ato de pedir votos serão diferentes do que se praticou até aqui em Gaspar. Os candidatos a prefeito, vice e vereadores estarão nas ruas já com santinhos bonitinhos e que serão permitidos a partir desta terça-feira pela legislação específica.

Bonitinhos, mas sem conteúdos, sem compromissos como sempre.

Gaspar (e a quase totalidade dos municípios que ainda não tomaram conhecimento das mudanças radicais) vive uma campanha atípica. Pela primeira vez experimenta dois fenômenos com a qual ainda não aprendeu a lidar muito bem e pode dar decepções aos candidatos.

O primeiro deles é o das redes sociais. Os velhos políticos, e os novos guiados pelos velhos hábitos, ainda acham que a imprensa tradicional é o único veio condutor do processo de propaganda e imagem. É na credibilidade apenas quando a possui, mas não na extensão.

O segundo, e muito perigoso, pois pode punir até com a cassação da candidatura, é o limite de gastos, bem como a descarada compra de votos que campeia nos acertos de lideranças.

Esta prática da compra de votos bem conhecida dos gasparenses, continua entre eleitores, candidatos, cabos e seus coordenadores de campanha.

Para eles, o dinheiro, trocas, benefícios, promessas de empregos comissionados para familiares e amigos resolvem tudo para se chegar e ter poder. Pior. Muitos desses recursos, não são exatamente privados, mas públicos, com os pesados impostos de todos, e que estão faltando em atividades essenciais para a cidade e os cidadãos.

Resumindo. Todos ou muitos contribuem para a solução e privilégios, de poucos, dos amigos do poder.

E os acertos começam exatamente em despretensiosos encontros das festas populares de finais de semana, onde os interesses comuns se sinalizam de forma intencional, mas disfarçados de casuais na reafirmação de velhas ou "novas" amizades.

Os partidos menos estruturados financeiramente estão à caça dessas irregularidades, por motivos óbvios: estão em desvantagens neste jogo perigoso e ai se escudam na lei para tornar a competição mais igual entre todos.

Já os partidos com patrocinadores ricos, destemidos, estão ou já caíram na armadilha de mandar as favas a lei, os fiscais e os adversários.

Então em pouco tempo, e até mesmo depois das eleições, alguns terão que apenar a santos para se livrar de provas e condenações. Vai ser outra festa. E haverão então tempo para novas culpas, choros e lamentações. Tomara que haja tempo para refletir que é preciso mudar e se adaptar aos novos tempos e à nova regra do jogo. Acorda, Gaspar!
Herculano
13/08/2016 08:32
INJUSTIÇAS COM O SUS, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Absorvente íntimo, água de coco, enxaguante bucal, xampu, lenços umedecidos, fraldas, colchão e filtro de barro. Esses são alguns dos itens que autores de ações judiciais já tentaram fazer com que fossem custeados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

A lista caricatural, ao destacar os aspectos pitorescos da chamada judicialização da saúde, leva atenção a um problema real e intensificado ao longo dos anos.

Como mostrou esta Folha, os gastos sanitários da União, de Estados e municípios efetuados por imposição do Poder Judiciário saltaram de R$ 139,6 milhões, em 2010, para R$ 7 bilhões, atualmente. Os dados são do Ministério da Saúde.

A maior parte dessas despesas se refere a medicamentos, cirurgias e terapias, não a xampu e água de coco. Mas isso não torna menor seu impacto negativo sobre o SUS.

Saúde pública é planejamento. Na escala individual, não se sabe ao certo quem vai padecer de qual moléstia, mas, no agregado, obtém-se uma ideia bem precisa do número de indivíduos que, a cada ano, sofrerá um ataque cardíaco ou desenvolverá um câncer.

Em teoria, isso permite ao administrador racional programar a compra de insumos com antecedência, negociando preços e condições, e tentar ajustar a distribuição dos recursos humanos e materiais (fácil de falar, difícil de cumprir).

Outra tarefa sempre onerosa do administrador exige que, dispondo de um orçamento finito, defina quais tratamentos deixarão de ser cobertos pelo sistema, seja por falta de comprovação científica, seja por custarem mais que outras terapias de eficácia comparável.

Quando, porém, a decisão do gasto chega por via judicial, o administrador precisa cumpri-la em tempo exíguo, algo como 24 horas, sob risco de ir para a cadeia. Os preços tendem a ficar mais salgados ?"há notícias até de esquemas de corrupção que se valem da Justiça?" e cai por terra a esperança de planejar melhor o sistema.

Como não dá para proibir as pessoas de recorrer à Justiça ou os juízes de conceder liminares, o caminho para assegurar a racionalidade do SUS exigirá um trabalho mais complexo de esclarecimento dos magistrados.

É imperioso sensibilizá-los, e não apenas para a dimensão do problema e o desequilíbrio bilionário que acarretam ao SUS. Cumpre também fazer com que tenham acesso fácil e rápido a informações técnicas sobre consensos médicos, equivalência de medicamentos e tratamentos e até sobre os combalidos orçamentos do ministério e das secretarias de Saúde.
Herculano
13/08/2016 08:28
BALANÇO: LAVA JATO RECUPEROU QUASE R$ 3 BILHÕES, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou neste sábado nos jornais brasileiros

A Operação Lava Jato, que este mês completou um ano e cinco meses, já recuperou mais de R$ 2,9 bilhões aos cofres públicos, segundo dados do Ministério Público Federal. O levantamento aponta 574 buscas e apreensões autorizadas pelo juiz Sergio Moro e 118 pelo Supremo Tribunal Federal. No 1º grau, houve 5 prisões em flagrante, e expedidos 155 mandados de prisão e 152 de condução coercitiva.

EFICAZ
Dos mandados de prisão, foram 70 prisões preventivas e 85 prisões temporárias, todas depois confirmadas nas instâncias superiores.

SIGILOS QUEBRADOS
No âmbito do Supremo, houve 126 quebras de sigilo fiscal, 146 de sigilo bancário e 115 quebras de sigilo telefônico.

MAIS NÚMEROS
O STF autorizou 2 quebras de sigilo telemático, uma de sigilo de dados, 17 sequestros de bens e de valores e 5 prisões preventivas.

AS DELAÇÕES
"Realizamos 74 acordos durante a operação, sendo que 59 foram feitos com pessoas em liberdade e 15 com detidos", diz Rodrigo Janot.

FISCAIS DÃO CARTEIRADA PARA ASSISTIR JOGOS DE GRAÇA
Autoridades olímpicas avaliam denunciar abuso de autoridade de funcionários do Ministério do Trabalho, que, alegando estarem a serviço, chegam em bandos, às vezes de mais de trinta pessoas, para assistir de graça às competições dos Jogos Rio2016. Aplicam carteirada para terem acesso às arenas do Parque Olímpico, a pretexto de "fiscalizar", e se acomodam como se fossem torcedores pagantes.

FILANDO O RANGO
Fiscais também utilizam o expediente da carteirada para ter acesso a restaurantes reservados a atletas e funcionários, para comer de graça.

ESPERTEZA
Para justificar a presença delas nos Jogos em grupos ruidosos, fiscais procuram a imprensa para denunciar "irregularidades na Olimpíada".

JOGADA
As supostas irregularidades não são da Olimpíada, mas de empresas que venceram licitação para vender produtos. Mas elas não são notícia.

VAI DAR CADEIA
A força-tarefa da Lava Jato aposta em condenação de Lula, do seu amigo Bumlai e do ex-senador Delcídio Amaral, na Justiça Federal de Brasília, no caso da tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, com objetivo de obstruir a Justiça.

SOB VARA
A ex-primeira-dama Marisa Letícia e o filho Lulinha brincam com fogo: insinuaram que não vão prestar depoimento na Polícia Federal porque permaneceriam calados. Correm o risco de serem levados na marra...

ESCÁRNIO
É um tapa na cara dos brasileiros beneficiar a criminosa Susane Von Richthofen com o "saídão" do Dia dos Pais. Ela já havia recebido o benefício no Dia das Mães. Logo ela, que mandou matar os dois.

GREVE HIST?"RICA
Pela primeira vez na História, foi decretada nesta sexta (12) greve dos profissionais de saúde do Hospital das Forças Armadas, em Brasília. O HFA é referência de excelência, mas paga salários irrisórios.

CHURRASCO POR NOSSA CONTA
O MP capixaba quer aumentar de 7 para 10 anos a cadeia de Geraldo Ribeiro Filho, ex-presidente da Câmara Municipal de Nova Venécia. Ele fez compras expressivas de cervejas, cachaça, carnes e linguiça.

BOAS NOVAS
O secretário executivo do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência, Moreira Franco, vai dar boas notícias neste sábado (13), às 14h, no Rio Media Center, sobre a retomada dos investidores, e vai detalhar as prioridades para concessões e projetos de investimentos.

INTERAÇÃO
Sensação da Olimpíada, as "casas" dos países participantes têm feito sucesso entre os torcedores e, principalmente, os sem-ingresso. A Casa do Brasil já teve mais de 100 mil visitantes em uma semana.

ABUSOS PREMIADOS
Após 89 dias de uma greve marcada por agressões, sabotagens e até poluição proposital do lago Paranoá, funcionários da estatal de águas Caesb, de Brasília, ganharam aumento de 9,8% e abono das faltas, em uma decisão TRT que deixou a população em estado de choque.

PERGUNTA NO ABC
A demora na carta aos senadores, que tenta redigir há mais de 30 dias, é porque falta alguém que escreva de carreirinha?
Herculano
13/08/2016 08:21
ESCOLA DEVE SER SEM PARTIDO, MAS SEM IGREJA, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, no jornal Folha de ;s. Paulo

Lula emerge como herói do povo em livros didáticos de diversos autores ?"e já se editam os que narram o impeachment de Dilma como um "golpe das elites". Sobram livros escolares que encontraram na Cuba castrista o paraíso terreno. Numa questão do Enem, aparece uma justificação "moral" para o terror jihadista. Textos pedagógicos pregam a censura à imprensa, na forma ritualizada do "controle social da mídia". A linguagem sectária do racialismo perpassa inúmeros materiais escolares. Livros e textos destinados a jovens estudantes apresentam a família nuclear como ferramenta de opressão da mulher. Na versão original das bases curriculares do MEC, abolia-se o ensino da história "ocidental". A marcha dos militantes políticos sobre a escola produziu, como contraponto, o movimento Escola Sem Partido. Contudo, as aparências (e os nomes) enganam: nesse caso, o antídoto é, ele também, um veneno.

O Escola Sem Partido patrocina um projeto de lei destinado a afixar nas escolas um cartaz com os "deveres do professor" que protegeria os estudantes da doutrinação ideológica e da propaganda partidária. Por si mesma, a ideia de uma intervenção estatal explícita, ameaçadora, contaminaria as relações entre alunos e professores no ambiente escolar. Dos seis itens do cartaz, quatro parecem óbvios a mentes não hipnotizadas pelo espírito doutrinário ?"mas, efetivamente, abrem espaço para infinitas interpretações subjetivas. Nos dois outros, revela-se um projeto tão nocivo quanto o dos militantes políticos das mil e uma causas.

O item quatro determina que, "ao tratar de questões políticas, socioculturais e econômicas", o professor exibirá, "com a mesma seriedade", as "versões concorrentes". Há, aí, sobretudo, uma incompreensão da natureza do processo de ensino e aprendizagem. Embora a polêmica sobre valores tenha seu lugar na sala de aula, a escola não existe para cotejar as contraditórias "respostas certas" a temas desse tipo. Substituir a "verdade" autoritária do doutrinador pelo "Fla-Flu ideológico" pode até funcionar na imprensa pluralista, mas nada resolve no campo da educação. De fato, a missão do professor é ensinar a formular as perguntas pertinentes ?"isto é, a inscrever os dilemas humanos nos contextos históricos e sociais apropriados.

Isso não é tudo. O que significa cotejar versões quando se trata de uma "questão sociocultural" como a teoria da evolução? Na esfera da ciência, nem tudo é polêmica. Será que o Escola Sem Partido almeja que se ensine, "com a mesma seriedade", a "versão concorrente" que é o criacionismo?

O véu cai quando se examina o item cinco. De acordo com ele, "o professor respeitará o direito dos pais a que seus filhos recebam a educação moral que esteja de acordo com suas próprias convicções". Como "os pais" formam um universo muito heterogêneo, a regra proporcionaria um "direito de veto" à família mais tradicionalista. Na prática (oh, surpresa!), o padre ou pastor locais exerceriam um poder censório absoluto sobre os professores, subordinando a escola aos mais rudimentares anacronismos e preconceitos.

Na democracia e na república laica, o compromisso essencial da escola não é com os chamados "valores da família", mas com o direito dos alunos à cidadania. O alicerce de princípios da escola são os direitos humanos universais, inscritos na Declaração de 1948, que inspiram as constituições democráticas. A igualdade de direitos entre homens e mulheres, o respeito a diferentes orientações sexuais, o repúdio a preconceitos raciais e a proteção de minorias religiosas não devem ser descritos como "doutrinação ideológica" ?"e não são artigos negociáveis no balcão das "convicções dos pais".

Previsivelmente, a fúria dos militantes políticos irriga as sementes de uma fúria simétrica. Escola Sem Partido, sim. Mas, ao mesmo tempo, Escola Sem Igreja.
Herculano
13/08/2016 08:17
A VELHA POLÍTICA, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

A pressão por participação no governo continua determinando a atuação dos partidos políticos, o que, ao mesmo tempo em que demonstra que a reforma política é fundamental, também indica que dificilmente ela passará. O próprio governo trabalha com essa lógica, como demonstra a cobrança do ministro Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, aos partidos da base governista. Cada partido tem um ministério, e é responsável, portanto, por trazer os votos para a aprovação de projetos do governo.

Nada mais explícito do "toma lá, dá cá" do que isso. Não é por acaso, portanto, que já se anuncia que dois ministérios que foram extintos na primeira reforma administrativa feita no governo Temer, logo que assumiu sua interinidade, voltarão a ser criados.

O do Desenvolvimento Agrário ficará com o Solidariedade, e o da Pesca, com o PRB. O fim do Ministério da Pesca era apresentado como símbolo de uma nova visão de governo, enquanto sua criação chegou a ser considerada o auge do clientelismo nos governos petistas. Pois ele não está apenas de volta, mas com projeto de criação de 27 administrações regionais para cuidar do assunto.

Esses são apenas alguns exemplos de recuos do governo Temer que significam muito mais do que simples mudanças de diretrizes de gestão pública. Mostram enfaticamente que não há neste governo peemedebista nenhuma visão reformista do Estado brasileiro, muito menos uma posição antagônica ao que vinha sendo feito anteriormente.

O que existem são interesses políticos que precisam ser satisfeitos, da mesma maneira que a presidente afastada, Dilma Rousseff, usava ministérios para compensar partidos aliados, sem que um programa de governo fosse a razão de mudanças. Qual seria então a diferença entre os dois governos, se a política clientelista continua dando as cartas?

Nem mesmo os clientes mudaram, pois esses mesmos partidos que agora estão na base do governo Temer estavam até pouco tempo atrás na base petista, seja sob Dilma ou sob Lula. A diferença mais evidente é que Dilma dava os ministérios e não queria mais saber do partido nem do ministro, deixava-os em paz para usar politicamente seu feudo, desde que a deixassem em paz.

Lula e Temer, políticos que são, sabem afagar os políticos, que, além de poder e dinheiro, querem demonstrações de prestígio. Até ouvir Roberto Jefferson cantar árias Lula fez, e nem mesmo assim conseguiu impedir que o líder do PTB colocasse por água abaixo os planos petistas de hegemonia política, denunciando o mensalão.

Mas a disputa política foi desencadeada pelo próprio PT, à frente o então todo-poderoso ministro José Dirceu, que, à medida que o lulismo se impunha no país, não queria dividir o butim com outros partidos pequenos, como o PTB. Por Lula, todos ficariam com um pedaço, e o poder, com ele e sua turma. Temer tem essa qualidade política: entende os interesses de seus aliados e procura recompensá-los.

Mas essa é a velha política, que levou ao descrédito completo dos partidos políticos. Se Temer pretender levar seu curto período presidencial na base dessa política, não apenas não conseguirá equilibrar a economia como abrirá uma crise política grave com parte de sua base, como o PSDB, que já se inquieta com a perspectiva de que as reformas estruturais não serão feitas. E também com a previsível pretensão de Temer, ou de seu ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de se candidatarem à sucessão em 2018.
Sidnei Luis Reinert
13/08/2016 07:38
De Ronaldo Caiado:

O PT não perdoou nem a faixa presidencial. Sumiu! Mais um pouco levavam até as torneiras. Centenas de objetos desaparecidos nos palácios do Planalto e Alvorada. Parece piada, mas isso simboliza o quanto o impeachment evitou que o País se aprofundasse ainda mais numa crise ética, moral e econômica. O PT institucionalizou a corrupção. Eu pedi essa auditoria por suspeitar que não deixariam muita coisa. Assim que terminar tudo, os culpados precisam ser identificados e presos.

http://veja.abril.com.br/brasil/faixa-presidencial-esta-desaparecida/
Herculano
12/08/2016 19:37
ELES SÃO TODOS "REPUBLICANOS", por Mario Sabino, para "O Antagonista"

Em fevereiro de 2005, pouco antes da eclosão do mensalão, publiquei na Veja um artigo sobre uma palavra que começara a frequentar o discurso político brasileiro: "republicano".

Passada mais de uma década, e muitos escândalos depois, concluí que o artigo permanece atual, ao mostrar não só como os nossos homens públicos empilham palavras vazias em nossos ouvidos, mas como a empulhação lulista era bem maior do que se imaginava. Dois meses antes, Lula havia lançado o "Pacto de Estado em favor de um Judiciário mais Rápido e Republicano". Pois é.

Eis o que escrevi, com ligeiras modificações:

Uma palavra imiscuiu-se nos discursos dos próceres petistas, em sua forma adjetivada: "republicano". Salvo engano, o primeiro a empregá-la foi o professor Luizinho, líder do governo na Câmara. Ele disse que uma operação da Polícia Federal colocou em risco o processo republicano. O presidente Lula não perdeu a deixa e, numa reunião ministerial realizada dias depois, afirmou: "Herdamos uma máquina administrativa ineficiente, desprovida, em boa parte, do sentido republicano, sem vocação para realizar políticas em proveito da maioria". No mesmo mês de dezembro, Lula lançou o "Pacto de Estado em favor de um Judiciário mais Rápido e Republicano". A porta estava aberta para que os petistas usassem o termo com a prodigalidade com que os coronéis nordestinos andam distribuindo cartões do Bolsa-Família. Um dos que mais reincidem é o ministro da Educação, Tarso Genro, aquele que posou ao lado do ditador cubano (e republicano) Fidel Castro. Genro disse que a política de cotas nas universidades era "republicana, inclusiva, democrática".

Como o sistema de governo brasileiro deixou de ser monárquico em 1889, quando foi proclamada a República, e não parece haver no horizonte uma ameaça de reinstauração do antigo regime capitaneado pela família Orleans e Bragança, é intrigante a adoção do adjetivo pelos petistas e a insistência na sua utilização. Uma escarafunchada nos jornais mostra que o motivo não é insondável. O pessoal do PT brande a palavra em resposta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em artigo publicado num jornal paulista, sobre a renhida campanha eleitoral para a prefeitura de São Paulo, FHC comentou que havia "sinais inquietantes de perda do sentimento genuinamente republicano de conduzir o processo político". Resumindo: porque o tucano disse que os petistas não são republicanos, os petistas começaram a repetir tal qual o corvo do escritor americano Edgar Allan Poe: "Somos, sim; somos, sim".

As palavras têm história, e a de "republicano" é longa, complicada e com final infeliz. Remonta à Roma antiga, quando o regime da res publica, "sem um único soberano e de atenção à coisa pública, ao bem comum, à comunidade", substituiu o dos reis, a mona archia, "o governo de um só homem". De palavra que designava oposição à monarquia, a palavra "república" passou, nos séculos seguintes, a conceituar qualquer sistema, inclusive o monárquico, que se contrapunha a governos injustos. Mais adiante, no Renascimento, por meio de Maquiavel, "república" tornou-se a denominação de um sistema aplicável apenas a pequenos territórios, o que perdurou até o século XVIII e deu sustentação à criação das repúblicas que compunham a colcha de retalhos do que mais tarde seria a Itália. Com a Revolução Americana e a Francesa (que foi mais "republicana" na época do Terror), essa noção é subvertida. A palavra "república" perde a conexão com "territorialidade" e, no caso da americana, liga-se à democracia representativa.

O advento do comunismo propiciou o aparecimento das "repúblicas populares", em que a democracia representativa dá lugar à ditadura do proletariado. Havia a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, como há ainda a República Popular da China e a República de Cuba e a República Democrática da Coreia. Para não falar dos sistemas de estrutura tribal africanos, originados da descolonização, que também se autodenominam "repúblicas", como a República do Congo e a República de Uganda. Ou seja, todos eram ou são "republicanos": de Thomas Jefferson e James Madison a Lenin, Fidel Castro e Idi Amin Dada. No Brasil, o ditador Getúlio Vargas era "republicano", bem como o presidente bossa-nova Juscelino Kubitschek e o general linha-dura Emílio Garrastazu Médici. Genuinamente, se perguntados. Pode haver um final mais infeliz para uma palavra do que perder o significado exato?

Assim, quando batem no peito e se dizem "republicanos", não se sabe ao certo o que os petistas querem dizer. Se desejam afirmar-se "partidários da democracia representativa", é uma bobagem sem tamanho, visto que há monarquias bem mais democráticas do que muitas repúblicas, como a Inglaterra e a Suécia. Talvez não queiram dizer nada e tudo não passe de uma pinimba com FHC. Mas não é impossível que, por trás do termo que serve de abrigo a um saco de gatos, alguns poucos petistas escondam ainda a vontade de instituir uma república de caráter "popular", como a de Cuba. Para evitar mal-entendidos, recomenda-se aos políticos brasileiros (não só os petistas) que abandonem conceitos e palavras vagos. Ser "republicano" pura e simplesmente não tem sentido. E de sentido é que a política brasileira mais precisa.
Herculano
12/08/2016 19:35
OS POLÍTICOS E LÍDERES DA ESQUERDA PERDERAM COMPLETAMENTE A NOÇÃO DE QUE HÁ 12 MILHÕES DE DESEMPREGADOS, QUE O SALÁRIO MÍNIMO É R$880 POR MÊS, QUE FALTAM REMÉDIOS BÁSICOS NAS FARMÁCIAS PUBLICAS, QUE DOENTES MORREM NAS FILAS DO SUS... E ELES ESTÃO AI NA SUA RUA, CASA, TRABALHO E PRAÇAS PEDINDO VOTOS E PROMETENDO MUDAR TUDO. JOSÉ DIRCEU ACHA POUCO PROPRINA DE R$11 MILHÕES

Em petição, ex-ministro considera que recebeu apenas uns "pixulecos" se comparado ao que embolsaram outros criminosos envolvidos no escândalo do petróleo, relata o texto de Hugo Marques para a revista Veja deste final de semana que já está sendo disponibilizada para os seus assinantes digitais.

A defesa do ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, recorreu a uma comparação para rebater a acusação do Ministério Público Federal na qual ele é apontado como um dos chefes do esquema de corrupção na Petrobras. Em documento apresentado à Justiça, Dirceu sustenta que jamais ocupou posição de liderança ou de comando no petrolão.

"Ainda que se admita que houve pagamentos de propinas não se poderia explicar que o ex-ministro receberia 'pixulecos' enquanto pessoas quase que anônimas recebiam valores expressivos, inclusive devolvendo valores exorbitantes, como se deu com o delator e corréu Pedro José Barusco", escreveram os advogados.

Para reforçar a tese de que o ex-ministro não é o cabeça da organização criminosa, a defesa fez cálculos: "Os valores supostamente recebidos por ele (valor de 11.884.205,50 de reais) não chegam perto nem de 2% do montante desviado pelo corréu e colaborador Pedro Barusco". O ex-diretor da Petrobras, em acordo de delação premiada, se comprometeu a devolver quase 100 milhões de dólares em propinas.

Os defensores do ex-ministros recorrem a outras comparações financeiras para justificar a tese: "Justamente José Dirceu teria recebido valores menores, quase que inexpressivos se comparados aos recebidos por Barusco, um gerente executivo? E perto dos 80 milhões de reais que o corréu Milton Pascowitch admitiu ter ganhado?". Dirceu já foi condenado a 20 anos e 10 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro.
Herculano
12/08/2016 19:26
MINUTO OLÍPICO: O BRASIL FESTEJA COMO SE FOSSEM DUAS MEDALHAS CONQUISTAS POR HEROIS QUE MALTRATA, por Augusto Nunes, de Veja

Se nascesse nos EUA, Felipe Wu não precisaria treinar tiro no quintal da própria casa

As medalhas contabilizadas pelo Comitê Olímpico Brasileiro desde os Jogos da Antuérpia, em 1920, não foram obtidas pelo país. Foram conquistadas por atletas que conseguiram subir ao pódio apesar do país em que vieram ao mundo. Se tivessem nascido nos Estados Unidos, por exemplo, todos eles mereceriam desde a pré-adolescência o tratamento dispensado a possíveis campeões pela mais eficaz política esportiva do planeta.

Nunca houve no Brasil um programa que estimulasse consistentemente a prática de todas as modalidades olímpicas. Se algo parecido existisse nestes trêfegos trópicos, por exemplo, o extraordinário Felipe Wu - medalha de prata no tiro com pistola - não treinaria no quintal da própria casa, nem gastaria parte do salário em munição. A federação que supostamente cuida desse esporte não pôde ajudá-lo por falta de verba: não lhe coube um só centavo da dinheirama distribuída pelo COB.

O país do futebol menospreza esportes individuais e maltrata os atletas que teimam em praticá-los. Mas festeja como se fossem suas façanhas com as quais pouco ou nada teve a ver. Foram todas protagonizadas por heróis que, como Felipe Wu, seriam vitoriosos mesmo se nascidos nas Ilhas Fiji. Ou no Burundi. Ou no Brasil.
Herculano
12/08/2016 19:11
EM TODAS AS VEZES, FOGO, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 1

O comando do crime organizado está nas cadeias e o esforço policial, nas ruas.

É arriscado funcionar como um detector de fumaça num momento de alegria e emoção que envolve o País. Mas há fogo intenso na Amazônia, que vive uma seca brava. E houve muito fogo no Rio Grande do Norte, com ônibus e instalações sumindo nas labaredas.

No caso da Amazônia, já tivemos condições de conter o crescimento de incêndios. Depende também de um esforço coordenado do governo. E ele deveria examinar onde falhou. Já o episódio do Rio Grande do Norte, com mais de cem ataques e a presença da Força Nacional, é um sintoma de que, na crise do sistema penitenciário, continuamos sem saída, apenas empurrando com a barriga.

Já é difícil falar do sistema penitenciário em tempos normais. No auge de uma Olimpíada, os incêndios no Nordeste parecem ser num outro país. As atenções estão voltadas para a Olimpíada, a própria imprensa está concentrada nos Jogos, como todo o aparato de segurança. No entanto, os incêndios revelam um padrão inquietante. Nasceram de ordens das cadeias, tal como no Rio, em São Paulo, Santa Catarina, Maranhão.

Todos sabem que o sistema penitenciário está em crise. E agora percebem que grande parte dos líderes do crime organizado opera de dentro das cadeias. Existe uma espécie de ilusão nacional de que, uma vez condenando e prendendo as pessoas, tudo está resolvido. A sociedade não se interessa por presídios, os juízes cuidam de novas sentenças, os advogados se afastam gradativamente. E a polícia lava as mãos, satisfeita.

Claro que os presídios precisam melhorar, mas mesmo quando estiverem melhores é ingenuidade supor que os presos não continuem a cometer crimes dentro da cadeia. A Inglaterra, por exemplo, desenvolveu inúmeros trabalhos de inteligência e prevenção dentro de presídios. Estamos no estágio ainda de bloquear ou não celulares. Mas não há inteligência nem cuidados preventivos.
Herculano
12/08/2016 19:10
EM TODAS AS VEZES, FOGO, por Fernando Gabeira, para o jornal O Estado de S.Paulo

Parte 2

Num momento como este, de quebradeira, parece um luxo falar em investir em prevenção do crime dentro das cadeias. Mas os motins quase sempre terminam com destruição de equipamentos e instalações. E nos incêndios nas ruas, com prejuízos para todos. Compreendo que todos estivessem focados na Olimpíada. Mas os deputados estavam à toda. Já nem se movem mais para conflitos e presídios, talvez com medo de ficar por lá.

Se houvesse um sistema nacional de relatórios diários sobre as principais cadeias e um grupo analisando esses dados, creio que parte dos motins seria evitável. Às vezes acontecem depois de um prolongado período de reclamações sobre comida estragada. Os funcionários de presídios não precisariam escrever, apenas responder a um amplo questionário.

No caso do Rio Grande do Norte, às vésperas do bloqueio dos celulares, seria possível aconselhar a monitorá-los um pouco, traçar um quadro de suas conexões. Reconheço que falar é fácil depois que acontece. Mas com um sistema de vigilância de pé, quando acontece é possível ao menos uma referência para a crítica.

Em vários Estados o processo suplantou a polícia local, foi preciso a intervenção da Força Nacional e do Exército, isso num momento em que está tudo orientado para a segurança da Olimpíada.

Embora nunca se divulguem as cifras com clareza ?" mesmo porque ninguém pergunta ?", esses movimentos são caros. Em termos puramente econômicos, o crime liderado por presidiários nos impõe pesadas perdas. São coisas que, calculando na ponta do lápis, mesmo abstraindo os fatores humanos, acabam sendo muito mais custosas para o País do que enfrentamento direto do problema, ainda que investindo algum dinheiro.

Leio no belo livro Brasil, uma Biografia, de Lilia M. Schwarcz e Heloisa M. Starling, que os portugueses pouco se importavam com a situação dos escravos que transportavam. Perdiam 10% de sua carga humana, o que era considerado pelos franceses como um índice de epidemia. Pensei: se os portugueses investissem um pouco mais na alimentação dos escravos, talvez conseguissem um melhor resultado econômico. E, sobretudo, poupariam muitas vidas.

Empurrar com a barriga, recusar-se a enfrentar uma reforma, não é a melhor tática. Perdemos vidas, dinheiro.

Criar condições dignas de prisão é apenas um dos caminhos. Depende de recursos, reorganização geral. Há muita gente nas cadeias e muita gente com mandato de prisão nas ruas. Na velha lógica da gafieira, quem está dentro não sai, quem está fora não entra, dificilmente vamos encontrar o equilíbrio.

Mas é preciso ir um pouco além. O comando do crime organizado está em grande parte nas cadeias. O esforço policial, pelo menos teoricamente, está concentrado nas ruas.

O episódio do Rio Grande do Norte foi engolido pela Olimpíada. Revoltas semelhantes também foram esquecidas. No momento, não vejo o governo tentando ligar as pontas, compreender a dimensão nacional do problema. Ele espera que alguma coisa estoure nos Estados e vai socorrer quando as coisas escapam ao controle da polícia. Parece que ministros da Justiça ignoram a realidade das cadeias.

Outro dia, pesquisando sobre violência em Paraty, constatei que as facções criminosas na pequena cidade histórica foram organizadas por gente que passou por presídios do Rio e, ao voltar à liberdade, dividiu as regiões de influência e criou suas facções criminosas. Eles aprenderam na cadeia. Assim os vários presídios estão aprendendo uns com os outros e aterrorizando as ruas. Mas o que é que o governo aprendeu? É hora de compreender a violência urbana não só nas ruas, mas em suas articulações com um sistema penitenciário em crise.

A longa crise política dificultou o debate. Os ministros da Justiça eram escolhidos para defender um governo cambaleante. O atual está concentrado na Olimpíada, falando de terroristas e redes sociais. Quando tudo isso passar e ele examinar bem o que aconteceu no Rio Grande do Norte e compreender o susto que passamos, pode tomar alguma iniciativa. Será um legado indireto da Olimpíada.
Herculano
12/08/2016 19:07
SE QUEM CALA CONSENTE, A FAMÍLIA DO EX-PRESIDENTE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, PT, ESTÁ SE CONDENANDO. MULHER E FILHO DE LULA DIZEM À POLÍCIA FEDERAL QUE FICARÃO EM SILÊNCIO.

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. A ex-primeira-dama Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e um dos filhos do casal, Fábio Luís Lula da Silva, informaram à Polícia Federal que pretendem ficar em silêncio. A PF havia intimado em 4 de agosto Marisa Letícia e Fábio Luis para prestarem "esclarecimentos" sobre a compra e reformas no Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), investigado pela força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Lula é investigado em três inquéritos principais na força-tarefa da Lava Jato em Curitiba: um sobre a compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), sobre compra e reforma do tríplex do Edifício Solaris, no Guarujá, e sobre recebimentos do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras e Eventos - do ex-presidente.

Dois ofícios da defesa de Marisa Letícia e Fábio Luís foram anexados aos autos da Lava Jato nesta sexta-feira (12). O documento é subscrito pelos advogados Cristiano Zanin Martins, Roberto Teixeira e José Roberto Batochio. A defesa afirma que Marisa Letícia e Fábio Luís "não têm nada a acrescentar" em relação ao que já foi dito pelo petista.

Os dois ofícios informam à PF que a mulher e o filho de Lula pretendem "se valer do direito constitucional de permanecer em silêncio (CF/88, art. 5o, inciso LXIII), razão pela qual se mostra inútil seu deslocamento a Curitiba (PR) ou outro local, com dispêndio de recursos e desperdício do já exíguo tempo das autoridades policiais". O documento registra que "mesmo na hipótese" de a Polícia Federal querer ouvi-los como testemunhas, "incide no caso concreto a proibição legal estabelecida no artigo 206, do Código de Processo Penal", uma vez que são mulher e filho "do investigado Luiz Inácio Lula da Silva".

A defesa afirma ainda que Marisa Letícia e Fábio Luís não são proprietários "de fato ou de direito do imóvel objeto da investigação" e que não têm "qualquer ciência ou participação da utilização de recursos de origem não lícita empregados no imóvel objeto de investigação".
Herculano
12/08/2016 19:01
GOLPE OU FRACASSO? por Hélio Schwartsman, para o jornal Folha de S. Paulo

Até compreendo a insistência do PT em qualificar como golpe o impeachment de Dilma Rousseff. A alternativa a esse discurso, por mais deslocado da realidade que seja, seria admitir que o partido fracassou em sua tentativa de governar o país. Dilma, afinal, recebeu de seu antecessor o que ela mesma definiu como uma herança bendita e entregou a pior recessão da história do Brasil.

A versão petista de que fomos vítimas da crise internacional não resiste a uma comparação com o desempenho de outros países emergentes. As dificuldades econômicas, contudo, teriam sido em princípio contornáveis, se a presidente tivesse sido capaz de convencer seu partido e a coalizão que ela liderava da necessidade de reformas. Dilma, porém, não só não conseguiu fazê-lo (tentou timidamente com Joaquim Levy) como ainda realizou a proeza de colocar mais de 2/3 do Legislativo contra si.

Registre-se que não estamos falando de parlamentares que sempre foram hostis ao PT e jamais lhe deram uma chance de governar. Ao contrário, mais da metade dos deputados e agora senadores que votam pelo impeachment compuseram a base de sustentação do governo.

Evidentemente, um presidente que conte com a oposição ativa de 2/3 do Parlamento não tem muitas condições políticas para exercer o cargo. O bom e velho PT, pelo qual em outros tempos eu cheguei a nutrir simpatias, não tinha nenhum problema em reconhecer que o impeachment é um processo essencialmente político e que como tal deve ser usado. Ao qualificá-lo agora como golpe, o partido não chega a resolver seu presente e trai seu passado.

Para o futuro, que é o que importa, o PT deveria em algum momento fazer o que a esquerda antigamente chamava de autocrítica e reconhecer os muitos erros do governo Dilma, substituindo a fraca narrativa do golpe por uma visão econômica um pouco mais consistente.
Herculano
12/08/2016 18:58
PARA QUE SERVEM OS MUROS? por Joaquim Freitas, para "O Ponto Cego"

Não há nada pior midiaticamente falando do que defender um muro.

Um muro, segundo o senso comum midiático, é um monumento a segregação, ao preconceito, ao mal.

Os esquerdistas detestam muros, pessoas bacanas não gostam de muros. Apesar de ser bem difícil encontrar um falando mal do muro de Berlim, aliás, falam, com uma certa nostalgia, a queda do muro representa o fim do sonho socialista.

Naquele caso o muro simbolizava um sonho.

Trump fala em fazer um muro na fronteira do México. É um estouro!

Fascista, bélico, louco, irresponsável!!

Eu realmente não tenho elementos para avaliar a eficácia do muro de Trump, mas confesso que sou tocado pela coragem do homem frente ao discurso unânime vigente.

Lá em Israel quando levantaram o muro para impedir o livre trânsito de palestinos, todos foram unânimes.

Segregação, preconceito etc.

Sobre esse muro eu também não tenho profundidade em conhecimento para avaliar sua eficácia em relação aos seus objetivos.

Mas podemos afirmar que Israel tem se mostrado muito eficiente em evitar o terrorismo, mesmo cercado por inimigos em todos os lados, todos berços do terrorismo internacional.

O detalhe curioso sobre esses três muros, o que existia, o que existe e o que se fala em levantar, não está na semelhança, mas na diferença entre seus objetivos e ideologias que representam.

Os muros da direita visam proteger quem está dentro, de um possível invasor, ele não prende ninguém, é uma medida defensiva.

Já o muro da esquerda, o objetivo era claro: prender as pessoas, impedir que as pessoas fujam do regime.

Cuba não tem muros, o mar revoltoso do Caribe já é suficiente.

Enfim, para todo aquele que condena de imediato qualquer muro, sugiro que na próxima reunião do condômino lute para demolir o muro do condomínio.

Compartilhe a piscina, a sauna, a área de lazer com quem está do lado de fora.

Pare de ser fascista!!
Sidnei Luis Reinert
12/08/2016 12:12
Processos contra PT, PMDB, PP e, provavelmente, PSDB exigem que Brasil promova Mudança Política já


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Terça-feira, 23 de agosto, poderá entrar para a História como o Dia do Desgosto para a politicagem tupiniquim. Os ministros do Superior Tribunal Eleitoral decidirão quem serão os relatores das investigações sobre irregularidades financeiras cometidas pelo PT, PP e PMDB nas prestações de contas eleitorais. Se documentos da Operação Lava Jato também pegarem o PSDB, o que parece próximo de se tornar público -, ficará ululante que o Brasil precisa passar imediatamente por uma profunda reforma político partidária.

A corregedora do TSE, ministra Maria Thereza, chamou a atenção, por escrito, para a "completa distorção no sistema da democracia representativa". Sobre as provas de corrupção contra os partidos políticos, a ministra não poupou palavras: "Notícias de fatos como estes causam indignação e a apuração é fundamental, não só para a aplicação das sanções devidas, mas também para que o país vá virando suas páginas na escala civilizatória".

Maria Thereza ponderou: "Uma vez comprovadas tais condutas, estaríamos diante da prática de crimes visando a conquista do poder e/ou sua manutenção, nada muito diferente, portanto, dos períodos bárbaros em que crimes também eram praticados para se atingir o poder". E acrescentou: "Mais do que desequilibradores de qualquer disputa, são atentatórios a inúmeros princípios, não só constitucionais, mas também aqueles mais básicos que se espera devam nortear a convivência humana em sociedade".

Não basta tirar Dilma Rousseff da Presidência da República e continuar com o mesmo sistema eleitoral corrupto que colocará novos bandidos no poder - legitimados pelos votos de cidadãos incautos ou tão canalhas quanto os eleitos. Passou da hora de a sociedade brasileira debater e exigir algumas medidas básicas: 1) Fim do voto obrigatório; 2) Adoção do voto Distrital e Distrital misto; 3) "Recall" para tirar do poder, depressa, o político que atentar contra a lei e a ordem pública; 4) Fim do foro privilegiado parra julgamento de crimes cometidos por políticos; 5) Eleição eletrônica com impressão de voto para auditoria completa ou parcial por fiscais eleitorais; 6) Candidaturas livres e independentes dos "cartórios" partidários. 7) Redução no número de vereadores, deputados e senadores; 8) Diminuição da máquina dos parlamentos, junto com a redução da remuneração dos políticos.

A crise política brasileira só tem solução se tais medidas forem adotadas imediatamente. Por isso, é imprescindível uma inédita Intervenção Cívica Constitucional. A Constituição de 1988, com mais de 80 emendas, dá margem a qualquer interpretação que seja conveniente aos poderosos de plantão. Na letra fria da lei, finge que parece a cidadania. Na prática cruel da aplicação legal, falam mais alto o rigor seletivo e a injustiça.
Estamos de olho
12/08/2016 12:07
GABINETE DO PREFEITO DESAUTORIZA SUPERINTENDÊNCIA de CONTROLE INTERNO.

Depois da polêmica das vagas de estacionamento exclusivas para o auto escalão da prefeitura, o gabinete manda desconsiderar email da Superintendência de controle interno.

COMUNICADO ?" VAGAS ESTACIONAMENTO DO EDIFÍCIO EDSON ELIAS WIESER


Pedimos para que desconsiderem o comunicado divulgado na quarta-feira (10) a pedido da Superintendência de Controle Interno e da Secretaria de Administração e Gestão sobre a distribuição de vagas de estacionamento do Edifício Edson Elias Wieser. As vagas do pavimento superior no local continuarão disponíveis para todos os servidores da Prefeitura, sem distinção.

A única mudança será no uso das vagas que se encontram no pavimento térreo, que a partir do dia 22 de agosto passarão a ser destinadas exclusivamente aos cidadãos que estiverem sendo atendidos no edifício, ou seja, será rotativo, ficando proibido o estacionamento de veículos de servidores ou demais cidadãos que não estejam sendo atendidos no local.



Atenciosamente,

Gabinete do Prefeito
Herculano
12/08/2016 08:10
ADEUS QUERIDA! JULGAMENTO DO IMPEACHMENT COMEÇARÁ NO DIA 25. DILMA SERÁ INTIMIDA HOJE
Julgamento do impeachment começará no dia 25; Dilma será intimada sexta

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de |mariana Haubert, da sucursal de Brasília. O julgamento final do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, começará em 25 de agosto e a petista será intimada sobre o andamento do caso nesta sexta (12), na parte da tarde, depois que seu advogado, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, entregar as alegações finais da defesa.

Assim, o caso poderá ser encerrado ainda em agosto, conforme previsão de senadores da base aliada do governo interino. Dilma será intimada por um oficial de Justiça a serviço do presidente do STF, Ricardo Lewandowski, responsável por comandar o processo de impeachment, de acordo com a legislação. A presidente, no entanto, não é obrigada a comparecer.

Na semana que vem, Lewandowski se reunirá com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e líderes partidários para traçar o roteiro da sessão que pode demorar até cinco dias. Eles devem combinar procedimentos do rito processual bem como estipular horários para o início e suspensão da sessão a cada dia.

Advogados da acusação, no entanto, já informaram que não pretendem convocar as seis testemunhas a que têm direito justamente para agilizar a conclusão do processo. Um dos autores da denúncia contra Dilma, Miguel Reale Júnior, afirmou que deve levar, no máximo, entre duas e três pessoas.

Senadores aliados a Michel Temer querem concluir o processo em, no máximo, três dias. A pressa se dá para que o interino possa viajar para a China, para participar da reunião de cúpula presidencial do G20, que acontece em 4 e 5 de setembro. Temer quer ir como presidente efetivo do Brasil.

Adversários do interino, no entanto, atribuem a pressa do peemedebista a um medo de que delações de envolvidos na Lava Jato possam enfraquecê-lo a ponto de perder apoio na votação final.

A defesa, por sua vez, pretende levar as seis testemunhas a que tem direito mas ainda não definiu quem será chamado. Senadores da oposição defendem o convite ao procurador do Ministério Público Federal, Ivan Cláudio Marx, que em julho decidiu que as chamadas pedaladas fiscais - atrasos nos pagamentos de valores devidos a bancos e fundos públicos - não podem ser configuradas como crime.

Dilma é acusada de editar três decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar verba de bancos federais em programas que deveriam ser bancados pelo Tesouro, as chamadas "pedaladas fiscais" -quando foram quitadas, em 2015, o valor pago foi de R$ 72,4 bilhões.

Cardozo tem até as 13h40 desta sexta para entregar as alegações finais da defesa. Em seguida, são necessários dez dias de intervalo para que se inicie o julgamento final. Como o prazo não pode começar a ser contado em um final de semana, ele se iniciará na próxima segunda (15).

Nesta quarta (10), o Senado concluiu a votação intermediária do processo, que tornou Dilma ré por 59 votos a 21.
Herculano
12/08/2016 08:05
PARA ESCLARECER

Político com mandato popular e pago a peso de ouro pelo povo não é autoridade, como se apresenta. É servidor a serviço dos cidadãos, cidadãos e cidadania. E como tal deve ser fiscalizado, cobrado, questionado e desmascarado.

Para o verdadeiro político, transparência é tudo. E defender e respeitar o dinheiro dos pesados impostos pagos pelos seus eleitores é o primeiro dos mandamentos que deveria conhecer e aceitar.
Herculano
12/08/2016 08:02
LULA QUER MAIS DO MESMO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Lula, pragmático como sempre, já entregou os pontos em relação ao impeachment da pupila da qual é o criador arrependido. Considera "remota" a possibilidade de o afastamento definitivo de Dilma Rousseff não ser aprovado pelo Senado, segundo afirmou a senadores e deputados com os quais se reuniu na quarta-feira à noite em Brasília. Para o ex-presidente, o PT precisa se concentrar, daqui para a frente, em dois objetivos: preparar-se para ser novamente oposição e lutar pela preservação do legado do partido depois de 13 anos no poder.

Dilma Rousseff, efetivamente, já era. Pouco importa, portanto, saber se vai ou não divulgar a tal Carta aos Senadores e aos Brasileiros, na qual deposita suas últimas esperanças vãs de não perder o mandato de presidente da República. Tampouco se vai ou não excluir daquele documento o termo "golpe", que foi aconselhada a abandonar para não ferir as suscetibilidades dos senadores que ela espera que revertam votos a seu favor no julgamento final. Nesse quadro patético, Dilma só poderá continuar contando com o apoio da brancaleônica tropa de choque de senadores ?" e senadoras, é claro ?" que têm usado e abusado em proveito próprio de cada segundo de valiosa exposição diante das câmeras de televisão, como também de seu fiel e eloquente advogado, que igualmente tem sabido aproveitar a preciosa oportunidade de se redimir, perante seus companheiros petistas, das acusações de ter sido um ministro da Justiça "frouxo" no controle da Operação Lava Jato. A Dilma, portanto, só resta decidir como passar a longa vilegiatura que terá à sua frente.

Já Lula da Silva parece disposto a seguir em frente, administrando como puder aqueles dois desafios impostos a seus seguidores. Um deles, o de voltar a fazer oposição, é mais fácil, porque corresponde à verdadeira vocação do lulopetismo. Manter vivo o legado do PT é um pouco mais complicado, até porque implica, para começar, chegar a um acordo sobre o que vale a pena trombetear como resultado positivo dos governos Lula e Dilma.

Os petistas jamais se preocuparam em ofender a inteligência e o discernimento dos eleitores. Essa é uma característica comum ao populismo, qualquer que seja. Por isso, não será problema, tanto para fazer oposição quanto para polir a imagem de 13 anos de poder, usar os velhos recursos de apregoar feitos extraordinários, não necessariamente verdadeiros, e de transferir para terceiros a responsabilidade pelo que não deu certo. E também, obviamente, prometer o que não têm intenção de, ou capacidade para, cumprir.

Um governo se julga pelos resultados concretos que apresenta, não por suas maravilhosas intenções. Diante do verdadeiro legado do lulopetismo com o qual o País terá que se haver agora ?" finanças públicas arrombadas, inflação, recessão, desemprego, corrupção generalizada no governo e em certos meios empresariais, etc. ?" não há margem, mesmo com muita boa vontade, para uma avaliação positiva de resultados. E não é por outra razão que o impeachment vem aí, apoiado pela existência de crimes de responsabilidade que representam, em última análise, o modus operandi de um governo arrogante e incompetente.

É óbvio que nos últimos 13 anos ?" descontados todos os exageros do marketing político ?" houve conquistas que fizeram o Brasil andar para a frente. Mas são avanços naturalmente resultantes de uma dinâmica social que, em boa parte, independe de governos. O que poderia ser um legado do qual se orgulhar ?" o resgate de milhões de brasileiros da pobreza e sua ascensão à classe média ?" provou-se, em grande parte, demagogia de efeito efêmero.

O mais desalentador, contudo, na perspectiva de ação definida por Lula para o futuro imediato de seu agonizante partido, é a inexistência de pelo menos um aceno em direção à urgente necessidade de se tentar um entendimento amplo, suprapartidário, capaz de favorecer o trabalho de tirar o País do buraco. Lula prefere continuar cultivando o ambiente em que se sente à vontade: de um lado, "nós", de outro, "eles". De novo.
Herculano
12/08/2016 07:59
da série: sem argumentos diante da realidade que não conseguiu controlar no processo democrático e de liberdade de expressão, desatualizada a esquerda insiste em rodar um disco furado do século 19.

A POLÍTICA, QUANDO É FEITA PELOS NOVOS USURPADORES DO ESTADO, É PERMITIDA, por Vladimir Safatle, professor de filosofia na USP, para o jornal Folha de S. Paulo

Dentre os maiores feitos olímpicos brasileiros nestes últimos dias esteve a medalha de ouro em silenciamento, disputada em jutas renhidas contra Rússia e Arábia Saudita. A tática brasileira foi infalível, fruto de anos de aprimoramento técnico contínuo no qual a violência bruta foi trabalhada a fim de perder seu azedume graças a doses do mais puro cinismo. Com essa nossa mistura, essa nossa miscigenação na qual a violência vem amansada pelo cinismo, somos imbatíveis.

Vejam, por exemplo, o caso dos torcedores "convidados a se retirar" por insistirem em portar perigosos cartazes com dizeres como "Fora, Temer" no interior do espaço sagrado dos templos olímpicos. Se fosse na terra do velho Putin, eles já estariam na cadeia, saindo dos estádios algemados e de cabeça baixa. Mas no Brasil a coisa toda é feita com muito mais gingado.

Dois soldados do Exército, com metralhadora na mão e dedo no gatilho chegam junto ao elemento, falam manso "pedindo" para o referido retirar o cartaz, e, caso o recalcitrante continue sua prática ilícita, ele será escoltado para fora do recinto por tentar macular o espaço olímpico, no qual se celebram a união nacional e a reconciliação do povo com seus heróis e com suas cadeias de televisão, com questões políticas miseráveis.

Questões estas, é sempre bom lembrar, proibidas segundo a nova lei que visa imunizar locais de culto esportivo contra o vírus da sedição e da revolta. Coreografia perfeita, medalha de ouro mais que merecida. Volta para casa, Putin, porque aqui não tem para mais ninguém.

Mas, vejam que interessante. Na abertura da tal Olimpíada, o mundo foi obrigado a ouvir a velha ladainha política de sempre a respeito do país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, no qual todas as raças, no qual a favela e o asfalto, no qual todos os gêneros se encontram em uma conciliação multicultural poligenerosa. Se há um discurso político neste país, fruto de uma ideologia cultural secular baseada no silenciamento das contradições e da violência dos conflitos, ei-lo aqui.

Sim, foram horas de discurso político e ideológico, pagos por mim e por você, travestido de show pirotécnico. Até onde eu saiba, ninguém foi preso ou convidado a se retirar do recinto por isto. Ou seja, a política, quando é feita pelos novos usurpadores do Estado, é permitida. Fora disso, é crime.

Não deixa de ter lá sua ironia que isto tenha como palco a Olimpíada. Os gregos tinham dois termos para "vida": zoé e bios. O primeiro estava frequentemente associado a mera vida própria à vida animal em sua nudez biológica, por isto era partilhada tanto pelos humanos quanto pelos animais, enquanto o segundo, com frequência se referia à vida social para a qual os humanos estavam destinados. Bios era assim, preferencialmente, a vida que possui qualidade política, que resulta do uso da palavra (logos) pois é fruto da deliberação humana a respeito de formas de vida. Bios é frequentemente a vida na pólis.

Vale a pena lembrar isso porque não estaria no horizonte de um grego, nem em seu pior pesadelo, usar as Olimpíadas, espaço no qual se celebrava a excelência da potência humana e de sua perfeição, para cultuar uma vida sem qualidade política, vida reduzida à mera vida animal dos corpos adestrados e, na maioria das vezes, unidimensionais, vida reduzida à zoé.

Mas é, afinal de contas, esta a vida que alguns querem nos oferecer: uma vida sem política, talvez porque assim eles podem continuar com mais facilidade a fazer política à sua maneira, a nos empurrar suas ideologias e naturalizar suas práticas de usurpação do Estado e de governo oligárquico.

É singular que nosso país seja atualmente atravessado por tentativas de retirar a política das esferas de visibilidade da vida, da frente das câmeras, das escolas. A pior política é aquela que não diz seu nome, que fala sem se assumir como tal ou que fala através de seus silêncios impostos. Contra isso, sempre foi questão de associar a política ao logos, ou seja, à fala, à capacidade de dizer e de mostrar em todo e qualquer espaço público. Por isso, como dizem 62% da população brasileira que pedem eleições o mais rápido possível: "Fora, Temer".
Herculano
12/08/2016 07:48
da série: vergonha na cara. Empreendedores que pagam a conta nos impostos dos brasileiros que repassam ao governo perdulário, sem rumo, sem caráter e no achaque dos políticos aos seus bolsos, agora à beira da falência e da falta de perspectivas, vão à Brasília cobrar mudanças. Ufa!

TEMER CHEGA AOS 3 MESES SOB PRESSÃO DO PIB, por Josias de Souza

Temer aos empresários: 'Estamos em uma democracia, o Executivo não é um poder autoritário'

A Presidência interina de Michel Temer faz aniversário de três meses nesta sexta-feira (12) tendo que lidar com um dilema. Impacientes, empresários e operadores de mercado cobram do substituto constitucional de Dilma Rousseff um comportamento de zagueiro truculento, do tipo que vai à canela no primeiro minuto do jogo só para marcar seu território. O problema é que Temer está mais para meia-armador. Com boa visão de jogo, pede paciência à arquibancada para armar as jogadas e dar assistência a Henrique Meirelles, tratado como estrela do seu time.

Temer passou as últimas 48 horas tentando convencer alguns dos mais expressivos representantes do PIB nacional de que não levou bola nas costas nem protagonizou nenhum recuo no Congresso. Numa cerimônia com empresários do setor da construção civil, Temer discursou nesta quinta-feira: "?Estamos em uma democracia, o Poder Executivo não é um poder autoritário. [?] Portanto, toda negociação, todo ajustamento com o Poder Legislativo é exato e precisamente para aprimorar as instituições nacionais."

Na véspera, Temer recebera no Planalto representantes do autodenominado Instituto Talento Brasil ?"executivos como Luiz Carlos Trabuco (Bradesco), Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco), Pedro Passos (Natura), Carlos Alberto Sicupira (Grupo Ambev/Inbev); Jorge Gerdau (Grupo Gerdau), Josué Gomes da Silva (Coteminas) e Edson Bueno (Amil). Foram a Brasília para aferir a real disposição do governo para fechar o cofre, colocar em pé um programa de privatizações e concessões e tocar reformas como a da Previdência e a trabalhista.

O zagueiro costuma se beneficiar de uma lei informal que o autoriza a executar pelo menos uma primeira entrada dura sem ser expulso pelo juiz. Com um governo novo sucede algo parecido. O presidente desfruta de uns cem dias de liberdade para agir sem ser incomodado. Nesse intervalo pode, por exemplo, impor medidas amargas antes que a torcida proteste ou que o Congresso reaja. Era isso que o empresariado esperava.

Acontece que Temer não é propriamente um presidente novo. É seminovo, de segunda mão. Foi retirado às pressas do banco de reservas para substituir uma titular perna de pau que foi expulsa de campo antes do término do primeira tempo do seu segundo mandato. Mesmo se quisesse, Temer não teria como entrar de sola para estabelecer seu domínio na grande área do Congresso. Não fosse por outra razão, ele quer evitar o erro de Dilma, que imaginou dispor de uma tolerância eterna para desdenhar o Legislativo.

"Embora tenhamos apenas três meses, o fato é que o Congresso Nacional nos deu um apoio que estava paralisado há mais de dez, doze meses", discursou Temer para a turma da construção civil, abstendo-se de citar Dilma. "As matérias mais complicadas que lá estavam do Executivo foram prontamente aprovadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal", exagerou o interino.

Temer estava preocupado em desfazer a impressão de que o governo entregara os aneis na Câmara para salvar os dedos na votação do projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União. Para aprovar a proposta, os aliados do governo exigiram a retirada de um artigo que congelava por dois anos a contratação de novos servidores, os reajustes salariais e as promoções funcionais.

"Ora bem, isto, na Câmara dos Deputados, começou a gerar muitos embaraços", explicou Temer. "E quando nós ?"eu, o ministro Meirelles, o ministro Padilha?", que nos reunimos com o relator, com o revisor, com todos os integrantes da comissão ao longo de dois dias, quando nós verificamos que isto poderia embaraçar a aprovação do projeto, eu abri a Constituição e verifiquei lá no artigo 169 que esta regra, que está na lei, era mera repetição daquilo que está na Constituição."

Temer disse aos empresários o que vem repetindo à exaustão: os deputados mantiveram no projeto o que é essencial ?"a fixação de um teto para a evolução dos gastos nos Estados, limitando-os à variação da inflação do ano anterior. O governo apagou da memória um detalhe: na véspera da votação, Meirelles convocara os jornalistas para informar que considerava vitais as duas contrapartidas: o congelamento da folha por dois anos e a fixação de um pé-direito para as despesas.

Com toda sua habilidade retórica, Temer não logrou explicar algo essencial. Tratados à base de cargos e brioche$, atendidos em todas as suas reivindicações, os aliados do governo aprovaram o projeto sobre a renegociação das dívidas estaduais por 282 votos a 140. Para um governo que precisa de pelo menos 308 votos para prevalecer nas votações de reformas que dependem de emendas constitucionais impopulares é pouco, muito pouco, pouquíssimo. Daí as pulgas que se instalaram no dorso da orelha dos empresários que olham para Brasília se esforçando para ver o lado bom da situação, mesmo que seja preciso procurar um pouco.
Herculano
12/08/2016 07:39
da série: não tem jeito. Os políticos sempre mandam bananas para os eleitores e eleitoras pagadores de pesados impostos sem retorno para os cidadãos. O deputado Esperidião Amim Helou Filho, PP foi o relator desta matéria que alforria políticos gastadores, irresponsáveis e populistas com o dinheiro público. Ele já foi secretário de estado, governador, senador, candidato a presidente e prefeito de Florianópolis, onde sua mulher Ângela mais uma vez é candidata, sabe onde o calo dói para os políticos carreiristas.

TEMER CEDE DE NOVO, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Um dia após classificar como inegociável a proibição por dois anos de concursos e reajustes salariais para servidores estaduais, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se curvou. O governo interino de Michel Temer (PMDB) aceitou retirar a restrição da renegociação das dívidas dos Estados.

O resultado é ruim. O texto de base aprovado quarta-feira (10) na Câmara dos Deputados permite alongar por 20 anos, sem contrapartidas adequadas, as dívidas estaduais com a União. Estima-se impacto de R$ 50 bilhões nos cofres federais até 2018.

Já nas primeiras rodadas de negociação naufragara a tentativa de aperfeiçoar a contabilização de gastos com pessoal para efeito da Lei de Responsabilidade Fiscal. Noutro recuo do Planalto, ficaram fora da conta terceirizados e vários tipos de auxílios, o que mascara o tamanho real da folha.

O retrocesso deixa intocada a principal causa do descalabro orçamentário nos Estados.

Culpar a dívida com o governo federal é ilusionismo, pois despesas com juros e amortizações representam menos de 15% dos dispêndios de governadores.

O peso maior vem da folha, que em muitos casos supera 80% da arrecadação. Os deputados, para não melindrar líderes do funcionalismo, alegam que as amarras seriam irrealistas e demandariam cortes de salários.

Ora, é bem disso que se trata. Num momento de recessão, com tantos brasileiros premidos por desemprego e reajustes abaixo da inflação, não é justo que a categoria mais protegida do país continue a contar com garantias especiais.

O governo argumenta que não houve recuo. Teria preservado a contrapartida decisiva: gastos totais não poderão crescer acima da inflação nos próximos dois anos.

Do ponto de vista do deficit público, trata-se de prognóstico satisfatório. Na prática, se o teto se mostrar eficaz (algo longe de garantido) e, ao mesmo tempo, a conta salarial continuar a subir (como é de prever), governadores só terão os gastos sociais, especialmente saúde e educação, para comprimir.

É certo que parte do problema decorre da queda de receita com a recessão, obra do governo federal. Alguma flexibilidade nos pagamentos da dívida, assim, faz sentido. Mas isso não apaga o fato de que despesas com pessoal nos Estados subiram 96% de 2009 a 2015, muito acima da inflação.

O Planalto cedeu invocando a autonomia dos Estados, que poderão acomodar despesas no teto como quiserem. A autonomia, na verdade, é defendida apenas para aumentar os dispêndios. Quando o buraco aparece, todos vão choramingar no Tesouro Nacional.
Herculano
12/08/2016 07:26
O BRASIL ESTÁ EM CRISE. HÁ QUASE 12 MILHÕES DE DESEMPREGADOS.OS ELEITORES ESCOLHEM COM SEUS VOTOS E PAGAM ESTA FARRA E OCIO COM SEUS PESADOS IMPOSTOS. NA TERÇA-FEIRA OS DEPUTADOS MANDARAM MAIS UMA CONTA DA IRRESPONSABILIDADE DOS GOVERNADORES E PREFEITOS PARA OS CIDADÃOS ENQUANTO FALTAM ATENDIMENTOS NOS POSTOS DE SAÚDE E HOSPITAIS, REMÉDIOS NAS FARMÁCIAS POPULARES PARA OS MAIS POBRES.CÂMARA, QUE ACABA DE VOLTAR DE DÉRIAS, INICIA FOLGA NESTA QUINTA. O QUE OS DEPUTADOS ESTÃO FAZENDO ENTRE NOS? PEDINDO VOTOS PARA SEUS PROTEGIDOS DO ESQUEMA CONTRA O CIDADÃO PARA TUDO CONTINUAR PIOR DO QUE ESTÁ. E VOCÊ APLAUDINDO...

Conteúdo do jornal Folha de S.Paulo. Texto de Débora Álvares e Mariana Haubert, da sucursal de Brasília. Os deputados nem bem voltaram de férias e já saíram para mais 11 dias de folga. Entre quinta (11) e a segunda (22), a Câmara ficará parada.

O recém-eleito presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia afirmado que iria convocar três sessões semanais de votação em agosto, mas acabou voltando atrás.

O argumento é o de que os parlamentares estarão ocupados participando em suas cidades do início da campanha às prefeituras e Câmaras municipais. Na terça (16), começa o período eleitoral.

Apesar do discurso da necessidade de fazer a Câmara funcionar, desde o início do mês somente um projeto foi aprovado ?"o texto principal da proposta de renegociação das dívidas dos Estados, mas ainda falta a votação dos chamados "destaques", emendas que podem alterar o projeto.

A próxima semana não será a única de folga. Conforme calendário discutido pelos líderes, a Câmara terá seis dias de votação em plenário ?"22, 23, 29 e 30 de agosto, e 12 e 13 de setembro?" antes das eleições.

Apesar de também estarem concentrados nas disputas municipais, os senadores devem movimentar os corredores da Casa pelo menos nos primeiros dias da semana que vem. Apesar disso, ainda assim, alguns são céticos quanto à aprovação de projetos.

Nesta quarta (10), o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que o Senado tentará votar o projeto que trata da DRU (Desvinculação de Receitas da União) em plenário.
Herculano
12/08/2016 07:03
FALTA DE INTEGRAÇÃO FRAGILIZA POLÍTICA DE SEGURANÇA, editorial do jornal O Globo

Organismos policiais do país precisam desenvolver um protocolo de colaboração, efetiva e permanente, entre todas as instâncias envolvidas na guerra contra a criminalidade.

No papel, o legado da Copa de 2014 no âmbito da guerra contra a criminalidade, ao menos nas cidades-sede, seria notável. Havia a expectativa de que, por exemplo, a criação de Centros Integrados de Comando e Controle impulsionasse políticas de contenção da violência. Mas, na prática, a parafernália montada para assegurar a paz nas capitais beneficiadas pelas instalações, durante e após o Mundial, equivale a modernos computadores rodando antediluvianos softwares. Protocolo e plataformas da segurança pública do país não se conectam.

A máquina da segurança pública brasileira supostamente se aperfeiçoa, mas a operação desse organismo permanece desconectada da realidade. Episódios recentes, de ações de criminosos, ocorridos em regiões distantes geograficamente, são exemplos de que a guerra contra as quadrilhas do crime organizado se trava em condições distintas. Enquanto as facções, mesmo quando rivalizam entre si, mostram uma inequívoca comunhão de práticas, entre os organismos legais prevalece uma falta de integração que os fragiliza estruturalmente e desprotege a sociedade.

Os ataques de bandidos a ônibus em Natal obedecem à mesma tática terrorista já colocada em prática no Rio, em São Paulo, Florianópolis e outras capitais. Da mesma forma, tais atentados obedecem a uma estrutura de comando instalada em presídios. Quando asfixiados numa determinada região, os criminosos migram para áreas menos protegidas.

Por sua vez, a estrutura policial do Brasil segue adotando uma política de ações estanques. É impossível a polícia do Rio combater com eficiência o poder do tráfico de drogas nas favelas, ou cada estado fazer frente a demandas próprias sem que iniciativas que transcendem suas jurisdições sejam tomadas na fonte onde se desenrolam ações que os impactam.

O exemplo mais visível dessa desconexão é o tíbio controle de fronteiras, responsabilidade da União. O Brasil tem 27% de seu território delineados por divisas internacionais. É principalmente por esse imenso queijo suíço que chegam armas e drogas para abastecer quadrilhas do crime organizado que estão por trás da violência. Essa é uma questão antiga, mas jamais enfrentada com suficientes vontade política e eficiência.

Integrar o organismo de segurança do país constou do programa do primeiro governo Lula, mas interesses políticos desidrataram a ideia. A gravidade dessa leniência se traduz, por exemplo, em alertas como o do secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, que externou ao GLOBO a preocupação de que o recente assassinato de um traficante brasileiro no Paraguai abra caminho para se abastecer o arsenal dos bandidos fluminenses com armas ainda mais pesadas. A inépcia dos controles fronteiriços lhe dá razão.

O Rio recebe agora mais um investimento maciço em homens e armas para a Olimpíada. É preciso assegurar que desta vez esse hardware rode programas compatíveis com as necessidades.
Herculano
12/08/2016 06:59
OS PETRALHAS, COMO OS POKÉMONS, ESTÃO SENDO PEGOS, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

Os petralhas, para o bem do Brasil, estão sendo pegos, como pokémons inimigos da civilidade. E não! Eles nunca foram do tipo Zubat ou Pidgey, que se capturam logo na primeira pokebola. Que nada! São bichos tinhosos. Estão mais para Dragonite, Blastoise e Charizard. Vejam quanto tempo demorou até que caíssem em desgraça.

Ladrões de dinheiro público continuarão a existir em todos os partidos. Os operadores de caixa dois também. E é claro que crimes e criminosos têm de continuar a ser combatidos com severidade. Pokebola neles! Mas é preciso tomar cuidado para não cair presa de uma falácia. Nem todos os pokémons são iguais. E o jornalismo existe, entre outras razões, para tratar de modo diferente os diferentes. Já volto ao ponto.

Há 15 anos, criei o vocábulo "petralha". Nasceu da fusão da sigla "PT" com a palavra "metralha", numa referência aos irmãos que viviam tentando roubar o Tio Patinhas. Um "petralha" é aquele que justifica o roubo de dinheiro público em nome de uma causa. E não me venham dizer que se trata de uma caricatura da esquerda, assim como "coxinha" é uma caricatura da direita! Um "coxinha" não é o ladrão do lado de cá. Não é um criminoso ou um justificador de crimes.

Como se vê, a palavra antecede a chegada do PT ao governo federal. Com ela, eu designava aquela que eu entendia ser a prática dos petistas na Prefeitura de Santo André, então administrada por Celso Daniel, que foi assassinado.

O "Washington Post" afirmou que o turista precisa saber o significado de seis palavras se quiser entender o Brasil contemporâneo. Fiquei contente. Uma delas é "petralha". As outras são "gourmetização", "jeitinho", "zoeira", "coxinha" e "crise".

A minha criação já havia alcançado altitude maior como expressão de uma realidade reconhecível: a palavra integra o "Grande Dicionário Sacconi da Língua Portuguesa". O autor da obra, Luiz Antonio Sacconi, diga-se, sofreu retaliações por isso. Teve seu dicionário e seu minidicionário rejeitados pelo MEC dos... petralhas!

O jornal americano não foi muito feliz ao tentar explicar o significado da palavra. Misturou alhos com bugalhos. Os barbudos, os maconheiros e até os estudantes de sociologia fariam parte de tal comunidade. Eu jamais disse isso. Até porque nunca entendi a associação entre drogas e esquerda. Fui vermelho um dia. Tínhamos um desprezo solene por viciados. O que mudou?

Talvez isso se deva ao fato de os esquerdistas terem passado a consumir mais maconha e menos Marx, o que, quero crer, não colabora para a qualidade do marxismo que praticam nem para a gostosura da viagem. Sempre achei curioso esse esforço para transformar fumaça em categoria de pensamento. Mas deixo essas digressões para outros baratos. Tentarei não desperdiçar a minha pokebola.

Não basta ser ladrão para ser petralha, embora o petralha seja um ladrão. Não basta fazer caixa dois para ser petralha, embora um petralha faça caixa dois. Não basta cobrar propina para ser petralha, embora um petralha cobre propina.

Um petralha torna o vício uma precondição da virtude. Um petralha transforma o crime numa teoria de poder. Um petralha usa o assalto ao cofre como ato preparatório do assalto à institucionalidade.

Nós matamos os petralhas como horizonte utópico.

Agora começa a luta.
Herculano
12/08/2016 06:57
ESTRATÉGIA DO PT É ARRASTAR TEMER PARA A LAMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Fria ou quente, a vingança sempre foi prato principal no banquete do poder. Agora, o PT pressiona Dilma a assumir a responsabilidade pelo "caixa 2" de sua campanha, confirmada pelo marqueteiro João Santana e já negado por ela, no processo no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que ameaça cassá-la por uso de dinheiro roubado da Petrobras em sua campanha. Assumindo, ela tentaria contaminar a chapa, isto é, o vice.

DESMEMBRAMENTO
Michel Temer já pediu ao TSE o desmembramento da ação, alegando que não participava da gestão das finanças da campanha.

TEMER ERA IGNORADO
Michel Temer só apareceu em um único programa no horário gratuito e jamais era chamado para reuniões do comando da campanha.

JUNTO E MISTURADO
Na tentativa de arrastar Temer para o próprio lamaçal, o PT sustenta no TSE que a responsabilidade da campanha era "conjunta".

OUTRAS CAMPANHAS
Alijado da campanha como vice de Dilma, Temer passou a atuar no auxílio e orientação de candidatos a governos estaduais do PMDB.

NOVO DIRIGENTE DA ANATEL CAUSA CALAFRIOS NO SETOR
Escolhido para presidir a Anatel, em substituição a João Rezende, que se demitiu, Juarez Quadros é uma rara unanimidade. Não agrada a radiodifusão porque é homem da telefonia, mas hoje é persona non grata também nesse setor. Ex-secretário-executivo, substituiu o então ministro Pimenta da Veiga, no Ministério das Comunicações do governo FHC, e não deixou saudades entre os funcionários.

HUMM...
O padrinho de Juarez Quadros na Anatel é Sávio Pinheiro, ex-burocrata do Ministério das Comunicações que virou "consultor".

BRAÇO FINANCEIRO
Sávio Pinheiro foi acusado, em 2013, de comandar o braço financeiro de um esquema de favorecimento de empresas de telefonia na Anatel.

ASSIM, ?"
Juarez Quadros e Sávio Pinheiro são tão ligados, mas tão ligados, que os próprios amigos os consideram sócios.

MANOBRAS
Na votação da proposta de cassação do seu mandato, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) vai apostar no quórum baixo. Se falhar, pedirá aos liderados para registrar presença e abandonar o plenário.

MALANDRAGEM
Foi escolhida a dedo a data para votar a cassação de Eduardo Cunha: 12 de setembro é segunda-feira, dia de quórum baixíssimo na Câmara, e deputado que estiver em Brasília deve comparecer à posse da ministra Cármen Lúcia na presidência do Supremo Tribuna Federal.

NADA BEM
Melhorou, mas ainda está muito ruim a aprovação do governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB). A rejeição já chega a 63,7%, segundo o Instituto Paraná Pesquisas. Só 14,1% aprovam sua gestão.

JÁ LÁ SE VAI
O patrão do ex-ministro Ciro Gomes na Transnordestina, Benjamin Steinbruch, está de olho na privatização do Porto do Pecém, com a parceria da holandesa APM Terminals e a empreiteira Marquise.

OPORTUNISMO
A quase ex-presidente Dilma tenta pegar carona s brasileiros nas Olimpíadas. Pelo twitter, ela atribui as medalhas aos "investimentos" do governo. Muita ralação, sangue, suor e lágrimas são meros detalhes.

ESPELHO MEU
Gilberto Carvalho garantiu oficialmente sua boquinha, como esta coluna antecipou. O ex-ministro de Lula e Dilma receberá R$ 19 mil por mês para assessorar o senador Lindbergh Farias (PT-RJ)

SEM MEDALHA
Enquanto a alimentação dos atletas olímpicos é preparada por chefs renomados, os elogios não se estendem ao "bandejão" disponibilizado aos voluntários, que têm reclamado muito da qualidade da comida.

INCOMUM
Restrições na escolha de relator do caso Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no Conselho de Ética forçaram a inclusão de suplentes. Bolsonaro responde por apologia à tortura ao enaltecer o general Brilhante Ustra.

PENSANDO BEM...
...Lula reclama sem razão: a Lava Jato saiu do padrão e intimou sua mulher e filho para depor, em vez de expedir mandado de condução sob vara para depor.
Herculano
11/08/2016 22:06
CARMEM LÚCIA REVOGOU A INVENCIONICE ARROGANTE DE DILMA, por Augusto Nunes, de Veja

A ministra que comandará o STF rejeitou publicamente o tratamento de "presidenta"

"Então eu concedo a palavra à eminente ministra Carmen Lúcia, nossa presidenta eleita?", disse Ricardo Lewandowski na sessão do Supremo Tribunal Federal desta quarta-feira. A pausa ligeiríssima informou que Lewandowski estacionara numa dúvida. "Ou presidente?", quis saber. Resposta de Carmen Lúcia: "Eu fui estudante e eu sou amante da língua portuguesa. Acho que o cargo é de presidente, não é não?".

Claro que sim. Quem se curvou ao surto de arrogância de Dilma Rousseff, um poste que exigiu o tratamento de "presidenta" depois de instalado no Planalto por Lula, é gente vocacionada para o servilismo, a subordinação medrosa, a vassalagem. Ao revogar o exotismo inventado pela presidente a caminho do desemprego, Carmen Lúcia confirmou que o STF, a partir de setembro, será comandado por uma grande ministra.

"É bom esclarecer desde logo, não é?", conformou-se Lewandowski. Fez bem. Ficou muito claro que, além de restabelecer o uso das palavras certas, Carmen Lúcia vai restaurar a dignidade, a independência e a altivez que sempre orientaram sua trajetória - e que deveriam também balizar permanentemente o comportamento de quem preside a Corte Suprema.
Herculano
11/08/2016 21:59
da série: quem sobrará para apagar a luz?

GILMAR ABRE INVESTIGAÇÃO CONTRA O PP E O PMDB, por Josias de Souza

O ministro Gilmar Mendes, presidente do TSE, mandou abrir investigações sobre a contabilidade do PP e do PMDB. Atendeu a um requerimento da corregedora da Justiça Eleitoral, ministra Maria Thereza de Assis Moura. Com isso, o tribunal irá esquadrinhar as contas dos três partidos acusados de pilhar a Petrobras, uma vez que Gilmar já havia determinado, na semana passada, a abertura de investigação contra o PT.

Colecionaram-se na Lava Jato carradas de indícios de que essas legendas se financiaram com dinheiro roubado da maior estatal do país. "Uma vez comprovadas tais condutas, estaríamos diante da prática de crimes visando a conquista do poder e/ou sua manutenção, nada muito diferente, portanto, dos períodos bárbaros em que crimes também eram praticados para se atingir o poder", anotou a corregedora Maria Thereza no pedido que enviara a Gilmar Mendes.

Ela acrescentou que os fatos que vieram à luz com a Lava Jato "causam indignação". Para a ministra, "a apuração é fundamental, não só para a aplicação das sanções devidas, mas também para que o país vá virando suas páginas na escala civilizatória." Tomado pelas últimas decisões, o TSE parece ter despertado. A corregedora Maria Thereza já havia requisitado também abertura de apurações sobre as contas dos comitê de Aécio Neves na eleição presidencial de 2014.

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