Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

11/05/2017

SAÚDE DOENTE I
O tempo é senhor da razão. Não que a verdade esteja comigo. Mas, ela quase sempre me acompanha. E por que? Porque, como todos, já fui traído – e ainda serei, com certeza - por várias verdades, inclusive, as minhas. Aprendi muito mais com as dúvidas. O tempo me fez conhecer as entranhas dos espertos, observando as experiências e resultados sobre temas ásperos, óbvios e fora do meu alcance de conhecimento. Feito esta digressão filosófica, quero dizer que o governo de Kleber Edson Wan Dall, PMDB, chegou à conclusão de que o Hospital de Gaspar é um poço sem fundo no ato de engolir recursos públicos e que que do jeito que está, falta dinheiro para o hospital, a policlínica, os postinhos para funcionarem minimamente ao mesmo tempo. Se não mudar, e logo, Kleber vai ficar sem votos e com má fama por não ter feito as escolhas. E a população pobre, vulnerável e necessitada vai ficar mais doente.

SAÚDE DOENTE II
Antes tarde do que nunca. Kleber decidiu focar na policlínica, nos postos de saúde, no atendimento ambulatorial, no dia a dia, uma demanda que aumentou muito com a crise e o desemprego. O Hospital ele vai “repassar” a uma gestão independente para cuidar da emergência, urgência, hotelaria e especialização ou vocação se os novos gestores dele quiserem. Do Hospital, como um cliente, vai apenas comprar serviços (isso ainda é uma dúvida; tem gente do atraso que é contra). Hoje o Hospital do jeito que está come em média R$2,5 milhões por mês da prefeitura. Um poço sem fundo. Não há orçamento que aguente. Possui vícios e viciados, como por exemplo gente que dá expediente só às sextas-feiras, horários diferenciados, corpo médico manhoso, exigência estranhas... A dinheirama que vai no Hospital, compromete o atendimento público nos postinhos e policlínica de coisa pouca e gente pobre, religiosa.

SAÚDE DOENTE III
Muito bem, quantas vezes escrevi e adverti sobre isso aqui ou no portal Cruzeiro do Vale o mais lido, acessado e acreditado? Dos candidatos, o único que tinha uma proposta semelhante na campanha era a tucana Andreia Symone Zimmermann Nagel. Os demais, inclusive o PT que criou essa armadilha (onde tinha R$10 milhões para compras sem licitação no Hospital), assemelhavam-se ao que Kleber ainda vem fazendo e que por teimosia enrolou a corda no pescoço. Político é teimoso, é míope, demora ceder ao óbvio ou mudar e se adaptar às novas circunstâncias. Volto. Escrevi sobre este quadro isquêmico dezenas vezes, até porque das agruras do Hospital e reiterados improvisos, remendos e jogos, conheço desde 1983. E para não me alongar, peço que leiam o que escrevi no dia 02.01.2017, quando quase todos estavam de férias (menos eu). É longo. Mas, pincei essa, ao ver confirmada a teimosa decisão de Kleber em se prorrogar a intervenção: “Kleber decidiu gastar energia, dinheiro e tempo no Hospital de Gaspar. Com isso, sinaliza que vai deixar o atendimento básico – postos, policlínica e farmácias básicas – comprometido; pior do que é hoje”. Volto agora: bingo. Só aí foram cinco meses de governo e dinheiro bom dos gasparenses colocado no ralo para testar uma teimosia.

SAÚDE DOENTE IV
Mas, leiam o que emendei no mesmo parágrafo daquel dois de janeiro: “nomeou para secretaria da Saúde uma especialista em gestão de hospitais, Dilene Jahn Mello Santos. Ela já foi ‘corrida de lá’ e de forma injusta pelo PT, com o rótulo de incompetente - pois até pode ser, menos na gestão hospitalar - e outras dúvidas que o PMDB não teve coragem de ajudá-la nos esclarecimentos”. Volto ao agora: sabe o que está acontecendo? A ala do PMDB de Gaspar que sempre mexeu com Saúde – já se lambuzou -, incluindo Ivete Mafra Hammes – e com uma pendência numa Tomada de Contas - está querendo correr com a Dilene da secretaria da Saúde. Hum! Quer essa gente, uma gestão política da Saúde entre os seus e não técnica. Então tenho que escrever que Kleber não aprendeu nada com a imprópria e cara continuidade da intervenção do Hospital e que vem comprometendo o atendimento de saúde aos pobres. Outra. O empreendedor Sérgio Roberto Waldrich foi engando pelo PT no caso do Hospital; recebeu bananas. O PMDB, está prestes a fazer a mesma coisa no caso de Dilene. Ela foi indicada por Waldrich, a pedido do PMDB que fingia agradecer e agradá-lo. Que coisa triste! Falta de aviso deste que vos escreve, não foi. Acorda, Gaspar!

TRAPICHE


Sempre bato aqui na mesma tecla. Quem governa Gaspar é Carlos Roberto Pereira, titular da Fazenda, que acumula a secretaria de Administração e Gestão, e toca de verdade, a procuradoria do Município.

O que vão fazer agora? Uma mudança para calar a minha boca. Vão fundir as duas secretarias. O advogado Pereira, sem habilidade, continuará o titular.

A prefeitura jura que a empresa que vai tocar o Hospital de Gaspar é especialista. Já vi muitas dessas empresas (ou Ongs) sugarem os hospitais e deixarem o cepo, problemas e dívidas para os munícipes. Quais as garantias de que isso não vai acontecer aqui? Voltarei.

O caso da verba “liberada” para o esgoto de Gaspar “anunciada” ontem em Brasília. Mais um factoide para justificar a viagem de Kleber Edson Wan Dall, PMDB. Ela já foi anunciada como “liberada” no ano passado pelo pessoal do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. Onde está o projeto aprovado. Onde está a assinatura para começar as obras? Quando vai tudo sair do papel e das manchetes dos políticos?

A Câmara de vereadores é um poder autônomo e independente? Pode ser, mas não em Gaspar. Terça-feira, sete dos 13 vereadores deixaram isso bem claro a eles próprios e à população. Vergonhoso.

E olha que a maioria está ali pela primeira vez. Os vereadores provaram que possuem donos, interesses ou desconhecimento do papel que lhes cabe, respaldados pelos votos que receberam nas urnas.

Deprimente. Estava na pauta o requerimento 36/2017 dos vereadores Cícero Giovane Amaro e Wilson Luiz Lenfers, ambos do PSD; Daniel Fernandes dos Reis, Mariluci Deschamps Rosa e Rui Carlos Deschamps, todos do PT; e Roberto Procópio de Souza, PDT.

O que eles queriam? Uma simples audiência pública para discutir (não iniciar) a “Construção da Sede Própria da Câmara”. Coisa trivial de um poder autônomo. Mas, a audiência não vai mais acontecer. Perderam no voto.

O prefeito Kleber Edson Wan Dall e a prefeitura botaram o cabresto nos outros vereadores. Não querem nem a discussão desse assunto: Ciro André Quintino, Evandro Carlos Andrietti, Francisco Anhaia e Francisco Hostins Júnior, todos do PMDB; José Ademir de Moura e Silvio Cleffi, do PSC e Franciele Daiane Back, PSDB.

Todos querem ficar num ambiente impróprio, antigo, com acessibilidade comprometida e pagando aluguel de R$15.870,00 por mês, à empresa Paca Empreendimentos do senhorio, patrocinador da campanha dos que estão no poder hoje e fazem maioria na Câmara. Nem mais. Nem menos.

O primeiro passo do Executivo para sufocar a autonomia do Legislativo, foi no início do ano. Um canetaço tentou tirar R$1 milhão do orçamento (duodécimo) da Câmara destinado a construção e incorporá-lo ao Orçamento da prefeitura. Uma interferência inconstitucional sem precedentes.

Esta jogada teve o aval do presidente Ciro André Quintino. Ele recuou depois do bafo da assessoria técnica da câmara mostrar a impropriedade sem tamanho e esta coluna exibir a jogada cruel. Viu o tamanho da lambança sem conserto. Agora, Ciro e Hostins censuraram e impediram a discussão pública do assunto, negando votos um simples requerimento.

Perguntar não ofende: o PSDB autorizou a sua jovem vereadora, jornalista Franciele Daiane Back, a este tipo de ação totalitária?

 

Edição 1800

Comentários

Herculano
15/05/2017 12:48
COLUNA INÉDITA DE AMANHÃ

Então tem gente com medo de audiência pública? Explico melhor a razão disso e outros atos de transparência dos políticos e agentes públicos no poder de plantão. Aguarde.
Herculano
15/05/2017 12:45
A HISTóRIA O CONDENARÁ, por Dora Kramer, para a revista Veja

Diante de Moro, Lula foi mais Lula do que nunca, um fingidor

O RÉU CLAMA por provas, se diz vitima de uma "caçada jurídica", mas não dá mostras de que seja capaz de fornecer ao juiz elementos suficientes para que firme convicção sobre sua inocência. Cobra dos investigadores assertividade, mas na condição de investigado oferece apenas evasivas. Acusa os meios de comunicação de produzir contra ele notícias negativas baseadas em "ilações", embora tenha tido sempre todo o espaço disponível e nunca se disposto a ocupá-lo com entrevistas de perguntas livres e participação de profissionais não alinhados, independentes.

Luiz Inácio da Silva, o réu em tela, acha que a história o absolverá e por isso busca escrever uma versão que lhe seja favorável nesse presumido julgamento futuro. O problema, contudo, são os fatos, e neles se baseiam os historiadores. Noticia disso dá a trajetória do inspirador dessa pretendida absolvição histórica, Fidel Castro. As próximas gerações conhecerão o herói de Sierra Maestra, mas saberão também de seu legado ditatorial e opressor de um povo sem liberdade nem condições minimamente confortáveis de sobrevivência.

A história de Lula é diferente. Fruto da redemocratização do Brasil, cresceu na política justamente porque a nova ordem institucional garantia direitos coletivos e individuais fundamentais, entre os quais a liberdade de expressão, reunião, manifestação, votação etc. Conceitos absorvidos de maneira completa da sociedade, que passou a defendê-los com uma convicção tal que as investidas autoritárias do PT em geral, de Lula em particular, não prosperaram.

Aos esquecidos, dois exemplos: a tentativa de criar um conselho para regular e fiscalizar a atividade da imprensa e o arroubo ditatorial de Lula de ordenar a suspensão do visto do correspondente do The New York Times, Larry Rother, porque o jornalista discorrera sobre a amizade do presidente com as bebidas alcoólicas. A sociedade já devidamente consciente rejeitou as duas ideias, obrigando o petismo de resultados autocráticos a recuar. A tendência ao despotismo, no entanto, estaria presente sempre: na ojeriza à existência de oposição, no regozijo com a popularidade quase unânime e agora na tentativa de transformar seus investigadores em inimigos da pátria.

Diante do juiz Sergio Moro, interlocutor frio, lógico e imune às iniciativas canhestras de estabelecer identificação artificial, Lula foi mais Lula do que nunca. Mentiu, tergiversou, fez o que sabe fazer melhor: exercitar suas características de fingidor. Fingindo tão completamente que finge sentir que é dor a dor que deveras sente. Fernando Pessoa criou seu fingidor no espelho.

E a dor, aquela do medo de atravessar o espelho, vai ser estancada pelo receio de recair, outra vez sentir o que jamais gostaria de sentir. Por outra, me mantenho sóbria e chamo outros a fazer o mesmo. A fim de que possamos vigiar, fiscalizar, analisar e, enfim, concluir que a vida é a vida. Absoluta e maravilhosa. A despeito da roubalheira que nos assola.
Herculando Sabidão
15/05/2017 11:01
Do alto do seu aconchego, o colunista não enxerga a idiotice que seria, nesse caso, fazer uma audiência para apenas levar ao povo o nada? Mais uma vez!

Uma audiência para nada apresentar? Tal qual, aquela no Belchior baixo, onde a comunidade compareceu, mas não tiveram respostas. Se é pra fazer audiência pública para palanque aos "cobiçados" futuros vereadores, nem precisa fazer.
Herculano
15/05/2017 06:57
CONTA DO PT COM A ODEBRECHET RECEBEU R$ 324 MILHÕES EM 5 ANOS, DIZEM DELAÇÕES

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Carolina Linhares, de Belo Horizonte. Levantamento feito pela Folha com base em relatos de delatores indica que empresas da Odebrecht abasteceram com R$ 323,5 milhões, entre 2009 e 2013, a espécie de conta-corrente entre o grupo e o PT. O crédito veio após interesses da empresa, como aprovação de medidas provisórias e obtenção de financiamento, serem atendidos.

Os repasses foram registrados em uma planilha chamada "Posição Programa Especial Italiano", uma referência ao ex-ministro Antonio Palocci ?"segundo as investigações, o principal interlocutor de Marcelo Odebrecht junto aos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff até 2011, quando ele deixou a Casa Civil.

A planilha, que perdurou ao menos até 2014, teve início, segundo delatores, quando Palocci pediu dinheiro para a campanha municipal do PT em 2008. O herdeiro da Odebrecht respondeu que descontaria esse valor do total acertado como contribuição da empresa para a eleição presidencial de 2010.

Em 2011, de acordo com Marcelo, a gerência da conta Italiano passa para o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. O saldo da época foi reabastecido com R$ 127 milhões para financiar a campanha de Dilma em 2014, e a conta passou a se chamar Pós-Itália.

"A minha ideia foi de definir antecipadamente um valor global ao PT/governo federal para nos programarmos financeiramente e evitarmos pedidos pulverizados de contribuições", afirma Marcelo em sua delação.

Um ano antes, ele criara uma subconta, denominada Amigo, para bancar interesses de Lula. Ele diz que o crédito de R$ 35 milhões veio do que sobrou da contribuição da Odebrecht para a campanha de 2010 e bancou doações ao Instituto Lula e pagamentos em espécie.

CONTRAPARTIDAS

Segundo as delações, os primeiros créditos da planilha surgiram de pedidos de propina vindos de Palocci e Mantega por negócios em que a Odebrecht seria beneficiada: a ampliação do crédito para exportação a Angola e a aprovação de Medida Provisória (Refis da crise) com benefícios para a Braskem.

Marcelo diz que o valor das propinas, R$ 64 milhões e R$ 50 milhões respectivamente, foi decidido de forma arbitrária e não com base no ganho que a Odebrecht teria.

Os demais créditos da planilha, segundo o empreiteiro, também vieram de pleitos atendidos pelo governo, como outra MP, a venda do "Parque da Cidade" e o financiamento para o programa de desenvolvimento de submarinos (Prosub). Ainda assim, ele afirma que não se tratam de contrapartidas, pois não houve pedido de propina.

Marcelo afirma que os créditos serviam como lastro para que o governo atendesse o grupo Odebrecht nas mais variadas demandas ?"não somente naquelas que originaram a verba.

Ele reconhece, porém, que "apesar de não haver uma contrapartida específica, seguramente o atendimento à agenda de interesses das empresas do grupo era facilitado em virtude de pagamentos realizados ao PT e ao governo federal".

Sua delação traduz 36 anotações referentes à reuniões com Mantega na tentativa de listar quais pedidos foram atendidos. Apenas um aparece sanado, oito foram parcialmente acolhidos, 15 foram negados e não há informações sobre os demais.

O fato de haver contrapartidas difusas não impede, contudo, a condenação por corrupção. No julgamento do mensalão, em 2012, o Supremo Tribunal Federal não exigiu essa comprovação.

A partir das delações da Odebrecht, o STF autorizou inquéritos contra 98 pessoas. Elas podem ser denunciadas à Justiça, que pode acolher ou não a acusação.

OUTRO LADO

Antes de começar a negociar um acordo de delação, o ex-ministro Antonio Palocci disse à Justiça que o apelido Italiano não se refere a ele. Palocci negou que tenha pedido doações por meio de caixa dois à Odebrecht ou que tenha favorecido a empresa em troca de propina.

Ele afirmou que só reforçava pedido de contribuição de tesoureiros, mas não tratava de detalhes das doações. "Eu nunca operei contribuições".

Segundo Palocci, a Odebrecht jamais pediu contrapartidas e ele jamais deu "margem a que eles pensassem que era possível uma contrapartida vinculada a recurso de campanha".

Com as negociações para o acordo de delação, revelado pela Folha na última sexta (12), todas essas negativas podem mudar.

O ex-ministro Guido Mantega também já negou que seja o Pós-Itália e afirmou que as acusações de Marcelo Odebrecht são mentirosas. Sua defesa diz que ele não negociou repasses para o PT ou para a campanha presidencial de Dilma Rousseff (PT).

O Instituto Lula disse que o ex-presidente nunca pediu valores indevidos à Odebrecht. "Lula não tem nenhuma relação com qualquer planilha na qual outros possam se referir a ele como 'Amigo'."

A defesa da ex-presidente Dilma afirma ser mentira que ela "tivesse conhecimento de quaisquer situações ilegais que pudessem envolver a Odebrecht".

A petista afirma que nunca recebeu propina ou se envolveu em atos de corrupção.

Créditos

Total: R$ 323.5 mi

DESCRIÇÃO NA PLANILHA
LM

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
Em 2010, o governo brasileiro aumentou a linha de crédito para exportações a Angola em US$ 1 bilhão. O aumento interessava à Odebrecht, então Antonio Palocci e Paulo Bernardo pediram pagamento de propina para aprovação da medida. Sigla se refere à Luiz Mameri, executivo da Odebrecht responsável por negócios em Angola

EMPRESA QUE PAGOU A PROPINA
Construtora Norberto Odebrecht (área internacional)

ANO
2009

VALOR
R$ 64 mi

PLANILHA
Italiano

(EXPLICAÇÃO DOS NOMES/PLANINHAS)
Espécie de conta-corrente entre a Odebrecht e o PT, descrita na planilha Italiano. Gastos eram geridos e aprovados por Antonio Palocci

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
BJ

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
Para liberação de recursos para obra da Odebrecht, Marcelo teve reuniões com Guido Mantega, Antonio Palocci e Dilma Rousseff. A verba para obras do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) acabou sendo paga e houve um acerto de R$ 50 milhões como contrapartida. Sigla se refere à Benedicto Júnior, executivo da Odebrecht a cargo da obra

EMPRESA QUE PAGOU A PROPINA
Construtora Norberto Odebrecht (área de infraestrutura)

ANO
De 2011 a 2014

VALOR
R$ 50 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
BJ (2)

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
Não está claro

ANO
Não está claro

VALOR
R$ 20.5 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
BK

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
Braskem (sigla BK) e outras empresas tinham dívidas tributárias expressivas, e Marcelo Odebrecht negociou com Guido Mantega a aprovação da MP 470/2009, chamada de Refis da crise, que facilitou a quitação dos débitos. Guido pediu contrapartida para financiar a campanha de Dilma Rousseff em 2010, mas acabou usando o crédito de R$ 50 milhões só a partir de 2011 para pagamentos diversos. Esse valor, apesar de figurar na planilha Italiano, de Palocci, seria gerido exclusivamente por Mantega

EMPRESA QUE PAGOU A PROPINA
Braskem S.A.

ANO
2009

VALOR
R$ 50 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
HV

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
Pagamento devido à demandas na área de energia, especialmente Belo Monte. Sigla de Henrique Valadares, executivo da Odebrecht responsável pela área

EMPRESA QUE PAGOU A PROPINA
Construtora Norberto Odebrecht (área de energia)

ANO
Não está claro

VALOR
R$ 12 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
OR

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
A Previ, fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil, comprou o

EMPRESA QUE PAGOU A PROPINA
Odebrecht Realizações Imobiliárias

ANO
2012

VALOR
R$ 27 mi

PLANILHA
Pós-Itália

(EXPLICAÇÃO DOS NOMES/PLANINHAS)
Em junho de 2011, quando Palocci deixa a Casa Civil, o principal interlocutor de Marcelo Odebrecht no governo federal se torna o ministro Guido Mantega. A planilha é rebatizada de Pós-Itália. Ela já continha saldo de R$ 50 milhões vindo da Braskem em 2009 e que Guido ainda não havia utilizado até então. Posteriormente, houve mais R$ 123 milhões de crédito

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
BBK

NEG?"CIO QUE ORIGINOU A PROPINA
Braskem pleiteava desoneração fiscal de matérias-primas para aumentar a competitividade. Após conversas entre Marcelo Odebrecht e Guido Mantega, o pedido foi atendido pela MP 613/2013. O pagamento de R$ 100 milhões dado em contrapartida seria usado pelo PT na campanha presidencial de 2014

EMPRESA QUE PAGOU A PROPINA
Braskem S.A.

ANO
2013

VALOR
R$ 100 mi

PLANILHA
Pós-Itália

*

Débitos

Total: De 204.1 a 229.1

DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Evento 2008 (Eleições Municipais) via Feira

EXPLICAÇÃO
Pagamento a João Santana por campanha do PT na eleição municipal de 2008. Valor seria abatido da contribuição total da Odebrecht com a campanha presidencial de 2010

ANO
2008

VALOR
R$ 18 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Evento EL Salvador via Feira

EXPLICAÇÃO
Pagamento a João Santana por campanha de Mauricio Funes em El Salvador

ANO
2009

VALOR
R$ 5.3 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Solicitado em 2009 (via JD)

EXPLICAÇÃO
Pagamento a Palocci por meio de Juscelino Dourado. Inclui doações oficiais

ANO
2009

VALOR
R$ 10 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Solicitado em Abril e Maio 2010 (via JD)

ANO
2010

VALOR
R$ 8 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Eventos Julho / Agosto /Setembro 2010 (16 + 4 Bonus) via JD

EXPLICAÇÃO
Pagamento para campanha do PT em 2010, sendo que R$ 4 milhões foram declarados

ANO
2010

VALOR
R$ 20 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Evento Setembro 2010 Extra (Assuntos BJ, 900 via Bonus PT) via JD

EXPLICAÇÃO
Idem. R$ 900 mil foram declarados

ANO
2010

VALOR
R$ 10 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Menino da Floresta - direto com Menino

EXPLICAÇÃO
Pagamento a campanha de Tião Viana, candidato ao governo do Acre pelo PT, a pedido do irmão, Jorge Viana. R$ 500 mil foi pago de forma oficial

ANO
2010

VALOR
R$ 2 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Prédio (IL)

EXPLICAÇÃO
Pagamento por prédio para sede do Instituto Lula. Imóvel não foi considerado adequado, porém, e gasto foi creditado novamente na conta-corrente

ANO
2010

VALOR
R$ 12.4 mi

PLANILHA
Amigo

(EXPLICAÇÃO DOS NOMES/PLANINHAS)
Em 2010, no final do governo Lula, Marcelo Odebrecht reverteu o saldo da conta Italiano para a subconta Amigo, que, abastecida com R$ 35 milhões, atenderia os interesses do ex-presidente. Quando Palocci fazia um pedido referente a Lula, o valor era abatido da conta Amigo

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Feira (atendido 3,5MM de Fev a Maio de 2011) Saldo Evento

EXPLICAÇÃO
Pagamentos a João Santana ainda referentes à campanha de 2010

ANO
2011

VALOR
R$ 10 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa OH

EXPLICAÇÃO
Delatores não se lembram da explicação

ANO
2011

VALOR
R$ 4.8 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Feira (Pgto fora = US$ 10 MM)

EXPLICAÇÃO
Pagamentos a João Santana ainda referentes à campanha de 2010

ANO
2011

VALOR
R$ 16 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Doações a Carlos Zarattini (PT) e Candido Vaccarezza (ex-PT)

EXPLICAÇÃO
Descrição não aparece na planilha, mas valor foi descontado do crédito de R$ 27 milhões da Odebrecht Realizações Imobiliárias

ANO
2012

VALOR
R$ 5 mi

PLANILHA
Pós-Itália

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Pagamento de dívida da campanha de Fernando Haddad

EXPLICAÇÃO
Não está claro se valor foi anotado na planilha, mas Marcelo Odebrecht relata que tal pagamento foi descontado da conta Italiano

ANO
2012

VALOR
R$ 15 a 40 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa B

EXPLICAÇÃO
Pagamento a Palocci por meio de Branislav Kontic. Inclui pagamentos em espécie

ANO
2012

VALOR
R$ 2 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa B 2 (jun e jul 2012)

ANO
2012

VALOR
R$ 1 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa B 3 (jul 2012 extra)

ANO
2012

VALOR
R$ 1 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa B 4 (Nov a Dez 2012)

EXPLICAÇÃO
Pagamento a Palocci por meio de Branislav Kontic. Palocci autorizou o desconto da planilha Amigo, então gasto foi relacionado a Lula. Inclui pagamentos em espécie

ANO
2012

VALOR
R$ 3 mi

PLANILHA
Amigo

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa B 5 (Jan a Out 2013)

ANO
2013

VALOR
R$ 5 mi

PLANILHA
Amigo

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Programa B 6 (Dez 2013)

ANO
2013

VALOR
R$ 1 mi

PLANILHA
Amigo

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Doação Partido

EXPLICAÇÃO
Doação ao PT

ANO
2013

VALOR
R$ 4 mi

PLANILHA
Pós-Itália

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Doação Instituto 2014

EXPLICAÇÃO
Doação ao Instituto Lula

ANO
De 2011 a 2014

VALOR
R$ 4 mi

PLANILHA
Amigo

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Revista BRK

EXPLICAÇÃO
Pagamento a Revista Brasileiros

ANO
2014

VALOR
R$ 1.6 mi

PLANILHA
Pós-Itália

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Pagamento a campanha de Gleisi Hoffmann

EXPLICAÇÃO
Descrição não aparece na planilha, mas como Paulo Bernardo, marido de Gleisi, foi interlocutor da Odebrecht no negócio da ampliação de crédito a Angola, Palocci autorizou a doação para campanha da petista ao governo do Paraná

ANO
2014

VALOR
R$ 5 mi

PLANILHA
Italiano

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Feira

EXPLICAÇÃO
Pagamento a João Santana pela campanha presidencial de Dilma Rousseff

ANO
2014

VALOR
R$ 16 mi

PLANILHA
Pós-Itália

-
DESCRIÇÃO NA PLANILHA
Pagamento para a campanha de Dilma Rousseff

EXPLICAÇÃO
Descrição não aparece na planilha, atualizada até março de 2014. Valor foi pago em julho e relatado por Hilberto Silva, delator da Odebrecht. Doações oficiais também eram descontadas nesta planilha

ANO
2014

VALOR
R$ 24 mi

Planilha
Pós-Itália
Herculano
15/05/2017 06:51
TRAMA-SE ADIAR DECISÃO SOBRE FORO PRIVILEGIADO, por
Josias de Souza

Articula-se no eixo Congresso?"Planalto?"STF o adiamento da decisão sobre foro privilegiado. Urdido em segredo, o plano foi esboçado em três estágios.

Eis o primeiro lance: nos próximos dias, o Senado se esforçará para aprovar em segundo turno a emenda constitucional que extingue o foro especial para autoridades e parlamentares.

O segundo lance ocorreria em 31 de maio. Nesse dia, escorando-se no fato de que o Congresso já se ocupa do tema, uma das 11 togas que integram o plenário da Corte pediria vista do processo que pode resultar na restrição da abrangência do foro privilegiado. Com isso, a deliberação seria adiada por tempo indeterminado.

Relator do caso, o ministro Luís Roberto Roberto Barroso defende que o Supremo passe a julgar congressistas e ministros apenas por crimes cometidos durante e em razão do exercício do cargo. Prevalecendo essa posição, desceriam para a primeira instância, por exemplo, o grosso dos processos relacionados à Lava Jato.

O último lance da trama se desenrolaria na Câmara. Ali, a emenda constitucional que o Senado planeja aprovar seria cozinhada em banho-maria. Assim, todos se mexeriam para que nada saísse do lugar.

O sucesso da trama depende do segredo. Todos negam a existência do plano. Ou quase todos. A coluna expõe o que vem sendo trançado nos porões de Brasília graças a um observador que desaprova a movimentação.

Incomodada, essa testemunha Ilumina a cena na expectativa de constranger o ministro do Supremo que já sinalizou, entre quatro paredes, a disposição para prestar aos investigados o favor de pedir vista do processo que pode transformá-los em matéria-prima para sentenças de juízes como Sergio Moro.
Herculano
15/05/2017 06:48
NO BRASIL, ESQUERDA NÃO FEZ O QUE DELA MAIS SE ESPERAVA, por Vinicius Mota

A recém-configurada hegemonia da centro-direita no timão da política tem suas virtudes. A mudança aos poucos tira o Brasil da rota do impasse orçamentário e abre margem para a aceleração da produtividade, único motor de elevação do bem-estar coletivo.

O ponto cego dessa virada são algumas reformas necessárias para reduzir a desigualdade social. Aumentar imposto é um anátema oportuno para quem quer evitar o debate sobre a taxação dos mais ricos.

Em 2015, segundo dados que a Receita acaba de divulgar, os 435 mil indivíduos no topo da remuneração representaram apenas 1,6% de todos os contribuintes que declararam Imposto de Renda. A esse pequeno conjunto de cidadãos correspondeu, no entanto, 15% da massa de rendimentos que é isenta do tributo.

Nesse ápice de pirâmide, quanto mais se eleva a renda, maior é a fatia que escapa à mordida do leão. Em torno de R$ 40 em cada R$ 100 recebidos pelos 29 mil brasileiros mais ricos (renda mensal média de R$ 332 mil) são imunes ao IR, contra cerca de R$ 30 no universo dos declarantes.

Mecanismos indiretos de cobrança de imposto e benefícios legais não garantem taxação equitativa da pessoa que recebe como acionista de empresas. O ambiente incentiva, nas altas rendas, esse regime de remuneração, sobre o qual há escassa prestação balanceada de contas.

Embora seja assunto complexo tecnicamente e custoso politicamente, é possível corrigir anomalias nele embutidas. Se a esquerda tivesse dedicado ao tema uma fração da energia empregada para reestatizar e oligopolizar o petróleo, já teríamos atacado essas fontes de injustiça.

Mas o governo do PT, na contramão de partidos homólogos nos países ricos, jamais patrocinou uma reforma tributária para corrigir iniquidades. Preferiu reforçar os laços do capitalismo de compadrio que enfiou o Brasil na crise.
Herculano
15/05/2017 06:44
DELAÇÕES PODEM LEVAR DILMA ATÉ MESMO À PRISÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

São tão graves as acusações extraídas das delações de Mônica Moura e João Santana, divulgadas também em vídeo, que nos meios jurídicos já se aposta na prisão da ex-presidente Dilma, com o objetivo de preservar provas e barrar suas tentativas de obstruir a Lava Jato. Além de compartilhar com investigados as informações recebidas do ministro da Justiça sobre a ação da Polícia Federal, Dilma ainda recomendou a Mônica e João esconder em Cingapura o dinheiro depositado na Suíça.

ENQUADRAMENTO
Vazar informações obtidas em razão do cargo pode render ação penal Dilma e Cardozo, ex-ministro. Art.325 do código penal, cana de 2 anos.

ELA É REINCIDENTE
Ao avisar o casal de marqueteiros sobre os passos da Lava Jato, Dilma pode ser enquadrada em novo crime de obstrução à Justiça. O terceiro.

LAPTOP É A CHAVE
Além da prisão de Dilma, a força-tarefa da Lava Jato quer pôr as mãos no laptop da ex-presidente, onde podem ser encontradas as provas.

PROVAR SERÁ FÁCIL
Ordem judicial fará o Gmail localizar em seus servidores as mensagens que Mônica trocou com Dilma usando apenas a pasta de rascunhos.

NEGóCIOS DE MARES GUIA PODEM SER ALVO DE CPI
A operação de fusão do grupo de ensino Kroton com as faculdades Estácio, avaliada em mais de R$ 28 bilhões, poderá ser objeto de investigação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI). É o que propõe o deputado Áureo Lídio (SD-RJ), que vê nebulosidade na operação comercial conduzida pela empresa que foi criada por Walfrido dos Mares Guia, ex-ministro da Articulação e amigão de Lula.

EM TEMPOS
Foi no jatinho da empresa de Walfrido dos Mares Guia que Lula voou até Curitiba para ser interrogado por Sérgio Moro, quarta (10).

CARDOZO EM CENA
Chama atenção na fusão Kroton/Estácio a contratação do advogado e ex-ministro José Eduardo Cardozo para defender o negócio no Cade.

FICOU PARA JULHO
A análise da fusão entre os dois grupos foi ampliada por 90 dias em abril deste ano. A decisão do Cade deve sair em julho.

LULA NO SAL
Ex-ministro de Lula e Dilma recolhido aos costumes, Antonio Palocci acusou Mônica Moura e João Santana de buscarem "liberdade impune" com suas delações. Horas depois, anunciava a decisão de virar delator.

EM NOME DOS PAIS
Será lançado em Brasília "Em nome dos pais", livro-reportagem que é uma linda homenagem de Matheus Leitão aos pais, jornalistas Marcelo Netto e Mírian Leitão, sobre o martírio deles nos anos de chumbo da ditadura. Livraria Cultura do shopping Iguatemi, terça (16), às 19h.

TÁ FEIA A COISA
Criminalistas criticam defensores de Lula, por atuarem mais como assessores de imprensa dele do que como advogados. Até agora, enviaram à imprensa mais de 200 "notas à imprensa". Uma por dia útil.

QUEM PAGA É O MUNÍCIPE
A partir de hoje e até quinta (8), Brasília recebe a 20ª Marcha dos Prefeitos. Eles reclamam de pindaíba, mas só as inscrições saem por até R$1.800. Sem contar despesas, inclusive com as farras habituais.

LONDON, LONDON
A frenética sexta-feira, 12, surpreendeu em Londres o ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, procurado pela Operação Bullish, da PF, e o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, delatado pelo marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica Moura. Hummm...

TUCANA NA REFORMA
A deputada Shéridan Oliveira (RR) deve ser indicada pelo PSDB para relatar a reforma política "alternativa". Prevê cláusula de desempenho, federação de partidos e extingue coligações em eleições proporcionais.

REFORMA VAI RENDER VOTOS
Para convencer deputados mais preocupados com a próxima eleição do que com as próximas gerações, o governo Michel Temer tem alegado que a aprovação da reforma da previdência produzirá efeitos positivos na economia antes mesmo da eleição de 2018.

IBANEIS 2018
Ex-presidente da OAB-DF e membro do conselho federal da Ordem, Ibaneis Rocha tem sido citado como provável candidato ao governo do Distrito Federal. Seria uma espécie de "João Dória de Brasília".

PENSANDO BEM...
...a partir das delações de João Santana e Mônica Moura, Dilma vai dormir todos os dias sonhando com o japonês da Federal.
Herculano
15/05/2017 06:38
ASSIM COMO NO MENSALÃO, O MARQUETEIRO COMPLICA A SITUAÇÃO DE LULA, por Rainier Bragon, no jornal Folha de S. Paulo

Em 11 de agosto de 2005, o marqueteiro Duda Mendonça jogava uma bomba sobre a cabeça do PT ao admitir em uma CPI que havia recebido caixa dois do partido relativo à disputa que elegeu Lula.

Um total de quase R$ 12 milhões teria vindo diretamente de Marcos Valério, o vilão número 1 do escândalo do mensalão, que levou para a cadeia cabeças coroadas da legenda.

Presidente da República havia quase três anos, Lula chegou a ver seu governo especialmente ameaçado naquele dia e ouviu vaticínios como o do adversário Jorge Bornhausen (DEM-SC), para quem o Brasil estaria livre "dessa raça" por 30 anos.

Como todos viemos a saber depois, inclusive Bornhausen, Lula se reelegeu no ano seguinte e fez a sucessora, deixando o Palácio do Planalto com 83% de aprovação.

Nos anos pós-Duda, o marketing presidencial passou para as mãos de outro baiano, seu ex-sócio. João Santana coordenou a propaganda eleitoral da reeleição de Lula e das duas seguintes, vencidas por Dilma Rousseff - além de incontáveis assessorias, nunca suficientemente transparentes, a todas essas gestões.

Agora, quase 12 anos após Duda balançar os alicerces do PT, Santana provoca novo abalo, mas dessa vez com uma diferença crucial. Se em 2005 Duda não implicava Lula diretamente, Santana é claro ao dizer que o acerto para o caixa dois que assegura ter recebido dependia sempre da "palavra final do chefe".

Lula falou na quarta por cinco horas ao juiz Sergio Moro. Voltou a dizer que sofre perseguição da imprensa, com irritação suficiente para se atrapalhar com nomes de programas de TV: "Estou falando apenas do 'Jornal Nacional', que é o mais importante, mas podia pegar o 'Bom dia Café', 'Bom Dia Almoço', 'Bom Dia Não Sei das Quantas', 'Bom Dia Janta'.

Ao que parece, Lula terá ainda muito com o que se irritar: Santana atribui a frase que agora delata a Antonio Palocci, possivelmente o próximo na fila das colaborações.
Herculano
15/05/2017 06:34
TERÇA-FEIRA É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA E ESPECIAL PARA OS LEITORES E LEITORAS DO PORTAL CRUZEIRO DO VALE
Herculano
14/05/2017 20:58
GILMAR E GUIOMAR, por J. R. Guzzo, na revista Veja

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, é uma fotografia ambulante do subdesenvolvimento brasileiro. Não há nada de especial com ele - é apenas mais um, na multidão de altas autoridades que constroem todos os dias o fracasso do país. Mas o ministro habita o galho mais elevado do Poder Judiciário, e é ali, no fim das contas, que se resolve se o Brasil é governado sob o império da lei, como acontece obrigatoriamente nas nações bem-sucedidas, ou se, ao contrário, é governado segundo os desejos pessoais dos que mandam na vida pública, como acontece obrigatoriamente do Terceiro Mundo para baixo. Com as decisões que tem tomado, tirando da cadeia milionários envolvidos no maior processo de corrupção da história nacional, Mendes optou por adotar a figura do clássico grão-magistrado de uma república bananeira ?" ele e mais outros tantos, entre os seus dez colegas do STF. Um requisito essencial para bloquear o desenvolvimento de um país é utilizar a lei para anular a eficácia da própria lei e eliminar as noções de "justo" e "injusto". É como funciona, precisamente, a nossa mais alta corte de Justiça.

Todos sabem o que o ministro Gilmar Mendes acaba de fazer. Soltou o campeão nacional Eike Batista, empresário-modelo dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff, preso no Rio de Janeiro por corrupção e outros crimes; em seguida, foi o voto determinante na decisão de soltar o ex-ministro José Dirceu, cuja folha corrida não cabe no espaço desta e das demais páginas da corrente edição. Não se vão discutir aqui, em nenhum dos dois casos, a hermenêutica, a teleologia, a holística e outras charadas da suprema doutrina jurídica, que nossos altos magistrados costumam utilizar para dar uma cara científica às suas sentenças ?" o autor deste artigo não entende nada de direito e, além do mais, seria inútil tratar de coisas incompreensíveis para qualquer mente humana em regime normal de operação. O Brasil tem hoje 800 000 advogados, ou algo assim; já é gente demais para falar do assunto. O problema do ministro Gilmar Mendes é muitíssimo mais simples; ele é casado com dona Guiomar Mendes, e dona Guiomar Mendes trabalha no escritório de advocacia Sergio Bermudes, do Rio de Janeiro, muito procurado por magnatas em busca de socorro penal. Um deles é Eike Batista. Ou seja: "Gil" mandou soltar um cliente do escritório de "Guio". Pode? É claro que não.

O ministro, pela interpretação normal da palavra integridade, teria de ter passado o julgamento de Eike para um de seus colegas; não pode estar no STF e, ao mesmo tempo, decidir causas em que sua mulher tem interesses. Ele e seus admiradores alegam que o ato não foi flagrantemente ilegal. Bom, só faltava que fosse ?" até as ditaduras mais soturnas tentam evitar decisões 100% ilegais. Mas foi, com certeza, flagrantemente esquisito. O argumento é que a sra. Mendes trabalha na área cível do escritório Bermudes, e Eike é um cliente da área criminal. Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa, não é mesmo? O fato de Eike sair ganhando foi apenas mais uma dessas extraordinárias coincidências da vida. Qual é o problema? O problema é o Código de Processo Penal. Ali se diz que um juiz não poderá julgar nenhuma causa em que seu cônjuge ou parente até o terceiro grau - vejam só, até o terceiro grau ?" for diretamente interessado. Tudo bem, o réu não é um cliente pessoal de dona Guiomar; o interesse dela na causa é apenas indireto. Mas esse "apenas" já não seria mais do que suficiente para o ministro Mendes se afastar do caso? Ele resolveu que não. Acha que os advogados de um mesmo escritório não ganham nada com a vitória de um de seus clientes mais notórios.

Mais ainda, o Código de Processo Civil, no Artigo 144, diz que um juiz está simplesmente proibido de julgar causas em que uma das partes é cliente do escritório do cônjuge - mesmo que essa parte, na questão a ser julgada, seja defendida por advogados de outro escritório. É evidente, para um cidadão honrado, que a regra mais rigorosa é também a mais correta. Mas sempre é possível achar na lei uma pirueta para legalizar aquilo que os julgadores querem que seja legal; há 500 anos eles estão achando saídas para tudo. Contrariam o senso mais compreensível de justiça. Transformam qualquer coisa em fumaça. Têm horror ao que chamam de "pensamento leigo". Acham a lógica comum uma ameaça ao estado de direito. Não estão preocupados em fazer justiça. O que querem é defender os próprios interesses ou - vá lá - suas ideias e suas vaidades pessoais. É uma história ruim
Herculano
14/05/2017 20:49
TODOS IGUAIS? NÃO, O PT É DIFERENTE, por Mário Vitor Rodrigues, no O Estado de S. Paulo

O que essa quadrilha disfarçada de grupo político fez de pior, insisto, sob a liderança de Lula, foi semear ódio e discórdia no coração do cidadão brasileiro.

A questão é muito simples: principalmente de um tempo para cá, tem sido comum perceber o discurso de que a corrupção política não vem de agora. E quem pode negar? Nem precisaríamos ir tão longe, mas o fato é que não há um único livro de história respeitável que deixe de afiançar essa tese, relatando episódios clássicos de toma-lá-dá-cá e canetadas explícitas.

O problema é que embutida no argumento está uma espécie de pasteurização da corrupção. Como se todos os crimes desse tipo cometidos até hoje fossem iguais, todos os esquemas tivessem o mesmo peso, resultassem igualmente danosos para os cofres públicos e para a democracia.

E isso é mentira, como João Santana e Mônica Moura deixaram muito claro em suas delações.

A verdade, isso sim, é que o PT, comandado por Luiz Inácio, não apenas roubou os acachapantes bilhões noticiados pela mídia. Fez muito pior do que isso, e do que violentar nossa democracia ao corromper o sistema eleitoral e aparelhar o Estado. Foi além, inclusive, de redistribuir nossas riquezas para sua casta principal.

O que essa quadrilha disfarçada de grupo político fez de pior, insisto, sob a liderança de Lula, foi semear ódio e discórdia no coração do cidadão brasileiro.

Não tem muito tempo, dia desses, entre idas e vindas ao mercado e à feira, matutei a respeito da importância de um bom diálogo para o futuro do país. Sobre como era necessário, por mais exaustivo que fosse, ouvir quem ainda ponderava a incessante saraivada de maracutaias reveladas pela operação Lava-Jato. E, acima de tudo, sobre como era fundamental tentar alcançar os motivos que levam alguém a defender, descarada ou envergonhadamente, a mais articulada e perigosa gangue já registrada em nossa história.

Era, já não é mais.

Muito pelo contrário, se existe um favor que o cidadão ainda pode fazer a si mesmo e à sociedade, hoje, é justamente o de se recusar a dialogar com quem, em última análise, favorece meios e pessoas responsáveis pela sua própria infelicidade.

Se defendo aqui a intransigência pura e simples? Claro que não. Há várias pessoas sensatas por aí, inclusive ligadas à esquerda, dispostas a fazerem análises honestas, sem intenção alguma de litigar com os fatos. Apenas representam uma ínfima minoria.

O ponto é que deixou de ser saudável interagir com quem se recusa a aceitar a realidade.

Pior ainda, deixou de ser inteligente.

No fundo, durante todo esse tempo, sempre que se discutiu política com quem jamais mostrou interesse real em debater, colaborou-se para sacramentar o plano engendrado pelo petismo, sem o qual seu projeto de poder jamais floresceria.

Pois, chega. Basta. A quadrilha está nua, seus líderes são indiscutíveis criminosos e o feitiço já começa a esmaecer. Resta, a partir de agora, apenas torcer para que o brasileiro comum finalmente caia em si, abandone o estado de negação, e enxergue o Partido dos Trabalhadores como ele de fato é: o maior carrasco que este país já conheceu.
Herculano
14/05/2017 20:40
DELAÇÃO DE EIKE: LULA E CABRAL NO CARDÁPIO

Conteúdo de O Antagonista. O Antagonista organiza o cardápio da delação de Eike Batista, com base em informações de Lauro Jardim.

Lula - Fernando Baiano procurou Eike como intermediário do PT e de Lula para oferecer facilidades na Sete Brasil.

Sérgio Cabral - Eike pagou-lhe propinas para liberações de seus projetos nos órgãos ambientais.

Eduardo Cunha e Lúcio Funaro - Eike pagou-lhes propinas para que o FI-FGTS investisse R$ 750 milhões na LLX (atual Prumo).

Congressistas - Eike pagou-lhes propinas para que a lei que legaliza os cassinos seja aprovada.

Paulo Mendonça e Marcelo Torres (seus ex-executivos) - Comandaram um esquema de manipulação na bolsa com ações de empresas do grupo X.

É o que Eike, por enquanto, promete contar.

Os procuradores querem mais. O Antagonista, também.

Delação de Eike: Lula e Cabral no cardápio

Lula foi oficialmente alertado sobre petrolão em 2009

LULA SABIA

"Se, em algum momento, um dos 204 milhões de brasileiros chegasse ao presidente da República e dissesse 'tem um esquema de propina na Petrobras', seria mandada embora a diretoria inteira da Petrobras".

Foi o que respondeu Lula ao procurador Roberson Pozzobon no interrogatório da última quarta-feira (10).

Mas houve avisos, inclusive oficiais, como informa O Globo neste domingo (14).

"Em 2009, quatro obras da petroleira foram incluídas pelo Congresso numa lista de 24 projetos que deveriam ficar fora do Orçamento de 2010, sem verba, por terem sido flagradas com indícios de graves irregularidades em auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU). Em todos os casos, a suspeita era a mesma: preço muito acima do inicialmente orçado. Mas, no lugar de aceitar a decisão da Comissão Mista de Orçamento e determinar investigação na estatal, Lula vetou a inclusão das obras da Petrobras na lista e liberou os recursos. O ex-presidente alegou que a paralisação acarretaria em prejuízos e desemprego."

A desculpa é sempre a mesma.

OUTRA

Lula sabia de tudo ?" e interveio para manter.

O comandante máximo liberou recursos para quatro obras da Petrobras com preços muito acima dos inicialmente orçados, mesmo após alerta oficial do TCU em 2009.

Dessas quatro obras, segundo O Globo, três foram flagradas na Lava Jato.

"Uma é a Refinaria Abreu e Lima, uma espécie de ícone da corrupção na estatal: de um custo inicial de US$ 2,4 bilhões, já ultrapassou US$ 23 bilhões; mesmo que opere à plena capacidade durante toda sua vida útil, deve ser deficitária. As outras duas são o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a modernização da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná. A quarta obra da lista era a implantação de um terminal em Barra do Riacho, no Espírito Santo, que, até agora, não apareceu nas investigações."

Mais uma para a lista da Lava Jato.

CARDOZO X MORO

Sérgio Moro e José Eduardo Cardozo, como antecipou O Antagonista, dividiram uma mesa redonda neste sábado, no evento Brazil Forum UK 2017, em Londres.

Ecoando a narrativa do PT, Cardozo afirmou, segundo o Valor, que juízes "não são nunca neutros", pois todos têm suas preferências e ideologias, e que é um risco se transformarem em agentes políticos, pois não foram eleitos para ter a devida legitimidade.

Já Moro, em sua palestra, disse que faz apenas uma interpretação ortodoxa do direito penal e que juízes não devem se preocupar com as repercussões políticas de seus julgamentos.

Para ele, o apoio inicial da população aos processos contra a corrupção foi "fundamental para prevenir a obstrução da Justiça" (entendeu, JEC?), mas juízes obviamente não podem julgar casos baseados na opinião pública e sim "nas provas concretas dos processos".

JEC e Moro, acrescenta o jornal, sentaram-se lado a lado na mesa e Moro brincou ao iniciar sua apresentação: "Não sei se as pessoas esperavam algum confronto aqui. Eu não dei nenhuma cotovelada nele".
O Antagonista acha que Moro faz bem em não se preocupar com repercussões petistas.

PALOCCI

No sábado (13), o Estadão encerrou a matéria "Petistas apostam em ataque de Palocci a Lula" com o seguinte parágrafo:

"Outra certeza petista é de que a delação de Palocci vai ampliar muito o escopo da Lava Jato trazendo para o olho do furacão setores do empresariado nacional com quem o ex-ministro tinha grande proximidade e que até então passaram ilesos pelas investigações de Curitiba. O principal deles é o setor financeiro."

O Antagonista comentou que a esperança dessa ala petista, com esse recado, é que o ex-ministro se limite a entregar apenas os tubarões desse setor, e não Lula.
Neste domingo (14), o Painel da Folha aponta para a ampliação do escopo.

"Em sua delação, Palocci não pretende falar só sobre empresas do sistema financeiro. Discorrerá também sobre a Receita e o Banco Central".

O Antagonista acha ótimo que Palocci entregue todo mundo. Incluindo Lula.
Herculano
14/05/2017 14:14
DORIA, O ANTI-LULA, por Eliane Cantanhede, no jornal O Estado de S. Paulo

Prefeito é contra prisão de Lula agora: 'Primeiro, tem de ser derrotado pelo povo'

Por convicção, raiva ou puro cálculo político? Talvez por tudo isso, o político brasileiro que mais acidamente confronta o ex-presidente Lula e lucra diretamente com a implosão dele, de Dilma Rousseff e do PT na Justiça é o prefeito de São Paulo, João Doria, que é do PSDB, mas de um PSDB, digamos, diferenciado.

Apesar disso, e de ter liderado o movimento "Cansei" na época do mensalão petista de 2005-2006, Doria não defende a condenação e muito menos a prisão de Lula agora. Católico praticante, ele prefere outra cronologia, mas não por condescendência nem por fé cristã e sim por pragmatismo: "O Lula precisa ser derrotado antes nas urnas, para então se tornar apenável".

Ele destrincha o próprio raciocínio: se Lula fosse preso agora, usaria isso a seu favor, posaria de vítima, mobilizaria boa parte da sociedade brasileira e até líderes internacionais. E ainda abusaria da versão de que só estaria sendo preso para não poder voltar à Presidência. "Um novo golpe", gritariam os petistas.

Com um sorriso sarcástico, Doria provoca: "Deixem o Lula concorrer e ser derrotado. Ele precisa ser condenado primeiro pelo povo e só depois pela Justiça, não o contrário. É assim que ele tem de entrar para a história", disse o prefeito, durante almoço na Prefeitura de São Paulo, na quinta-feira, dia seguinte ao depoimento de Lula ao juiz Sérgio Moro e aos procuradores.

Fica implícito que Doria se prepara para ser ele o autor da façanha de derrotar nas urnas o presidente mais popular da história recente do País e atual líder isolado nas pesquisas para 2018. Nesse campo, o incisivo Doria mede as palavras, mas dá o recado: "Eu não me apresento, mas não me ausento".

O grande problema do partido era o excesso de presidenciáveis, mas com a Lava Jato passou a ser o oposto: Serra e Aécio foram atingidos no peito e Alckmin, por enquanto, no joelho. Se Alckmin correr para a Presidência, Doria estará fora. Mas, se claudicar e desistir, o prefeito estará pronto para pegar o bastão.

Quando a porta da sala de almoço se abre, Doria já entra saltitante, craque no marketing pessoal e lapidando, ele próprio, o perfil do candidato: jovial e ágil aos 59 anos, trabalhador e empreendedor, o bom moço que não leva desaforo para casa, mas não fala palavrão, um homem do futuro. A política e os políticos envelheceram e Doria quer ser "o novo", a opção de centro, contra os extremos e maracutaias, o melhor prefeito da maior cidade, o que converge investimentos públicos e privados para o bem comum e aponta para educação, ciência, tecnologia e sustentabilidade.

Deliciado, mostra um vídeo direto, simples e eficaz do novo presidente da França, Emmanuel Macron, conclamando os ambientalistas do mundo para se reunirem no país. "Fantástico, né?". Outra referência é o magnata e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, que ele visita agora em Nova York, onde recebe o prêmio "Person of the year", da Câmara Brasil-EUA.

Bloomberg "saiu da zona de conforto e foi para o front". Ou seja, saiu do fantástico mundo privado para se aventurar pelas agruras da vida pública. A diferença é que Bloomberg foi prefeito bem-sucedido e deu-se por satisfeito. Doria precisa ainda passar das promessas aos resultados e, depois, não se dará por satisfeito tão cedo. O céu é o limite.

Com Lula e a esquerda nocauteados, o PSDB zonzo, a rejeição a Bolsonaros, a falta de confiança na viabilidade de Marina, o temor ao destempero de Ciro, Doria passa a imagem de "sim, eu posso" e a sensação de que ele cabe como uma luva no momento, nesse clima de fim de uma era. Mas isso é só o começo. Entre a vontade e a realidade, muita água vai rolar, trazendo paus, galhos e pedregulhos
Herculano
14/05/2017 14:12
ALÉM DA CORTINA DE FUMAÇA, por Fernando Gabeira, no jornal O Globo.

Escrevo no avião vindo de Curitiba. Não sei se ganhei ou perdi meu dia, vagando pela cidade numa quarta-feira cinzenta e com uma garoa esporádica. Para mim, Curitiba ia viver uma batalha de Itararé, aquela que não aconteceu, nos anos 30, apesar de alguns choques e escaramuças. É uma cidade fascinante, sobretudo agora que ganhei um belo livro de Rafael Greca, com quem convivi em Brasília. Poucos prefeitos conhecem tão bem a história de sua cidade.

Andei de um lado para outro e trago na lembrança o guardador de automóveis do Parque Birigui. Disseram que iam soltar mil balões verde e amarelos às cinco horas da tarde. Fui ver e não havia nada, por causa do mau tempo. O guardador me consolou dizendo: veja os quero-quero comendo na minha mão. E deu comida aos pássaros.

O essencial do dia, o depoimento de Lula, não me trouxe surpresas. Ainda no fim da tarde, gravei algo dizendo que ele ainda estava sendo interrogado, Moro deveria estar fazendo perguntas e Lula fazendo campanha. Ao sair para o discurso noturno na Praça Santos Andrade, Lula afirmou que seria candidato e que a votação popular iria absolvê-lo.

É o núcleo da história. A suposição de que a popularidade absolve, não importa o que diga a Justiça do país: o número de eleitores define o grau da inocência de um político. Em casos clássicos, como o de Paulo Maluf, as sucessivas eleições não o absolveram, mas trouxeram o conforto da lentidão dos processos no Supremo, uma esperança de impunidade.

Lula não conta com isso. Num dos seus discursos, já afirmou que vai enquadrar a imprensa e insinuou que prenderia os procuradores que hoje o denunciam. Entra aí um pouco da minha análise que previa calma em Curitiba, apesar de toda a sensação de confronto que alguns setores da imprensa esperavam.

Tenho pensado em aviões e estradas, um pouco aos solavancos. Nas longas viagens por terra, cochilamos e a fronteira entre a vigília e o sono constantemente se dissolve. Uma campanha política cujo objetivo é livrar o candidato da polícia pode ter êxito no Brasil de hoje?

A Justiça será tão lenta a ponto de não julgar o caso de Lula, em segunda instância, antes das eleições de 2018? São fatores que não pesam agora porque 2018 está longe. O país vive uma crise de liderança, e quando olhamos para o universo político não vemos nele capacidade de encontrar um caminho.

Mas são problemas que podem ser resolvidos com o tempo. A sociedade mudou, está mais informada, dispõe de instrumentos nunca vistos para compartilhar suas ideias. Talvez essa mudança na sociedade facilite a aparição de novos nomes, gente que ouça, de verdade, o que pedem as ruas e, em casos raros, seja também capaz de, por razões estratégicas, desafiar o senso comum.

No momento, tudo parece difícil e complicado. As últimas decisões no Supremo indicam resistência ao curso da Lava-Jato e despertam a ilusão de que nada vai mudar, o velho esquema de corrupção vencerá de novo. Digo ilusão, porque é impossível dirigir uma sociedade como a brasileira a partir dos velhos métodos. O próprio Temer, que precisa realizar reformas, tem percebido como é difícil conduzi-las diante da desconfiança generalizada.

Fala-se tanto em ódio, ressentimento, mas a quarta-feira em Curitiba foi calma. Houve apenas um incidente na madrugada, um ataque de rojões a um acampamento dos simpatizantes do PT.

O forte esquema policial, a insistente garoa e um número de simpatizantes abaixo do esperado contribuíram para a calma. Mas a cidade, com seu pulsar cotidiano, voltada para o trabalho num dia útil, acabou absorvendo tudo e transformando o anunciado espetáculo num episódio menor. Na verdade, era apenas um interrogatório. Outros virão e, talvez, a vantagem do episódio da semana tenha sido a de desdramatizar, tornar um encontro como o de quarta-feira mais uma etapa do processo penal.

Quando afirmo a viabilidade das mudanças, muitos contestam com as pesquisas. Segundo elas, nada de mais profundo aconteceu. No entanto, as pesquisas têm falhado às vésperas de campanha. Com quase dois anos de antecedência elas tratam de algo mais imprevisível ainda.

É uma estratégia desesperada buscar a eleição para fugir da Justiça, ou para anular suas decisões. O Brasil precisa de perspectivas. Boa parte das pessoas hoje acredita que a capacidade de manipulação política é infinita e que o povo brasileiro será, nos próximos anos, prisoneiro da demagogia. São apostas mais amplas que estão em jogo. Mudar ou não, vencer ou não os populismos de direita e esquerda. Cada um lê o futuro de acordo com suas possibilidades.

O que vi na calma de Curitiba, na sua imersão na vida cotidiana enquanto lhe ofereciam o espetáculo do ano, me deu a esperança de que, no momento certo, o país responderá da mesma maneira. Enganar as pessoas será tão difícil como enganar a Justiça.

Como escreveu Samuel Beckett, não se passa um dia sem que algo seja acrescido ao nosso saber, desde que suportemos as dores. Eu diria, desde que consigamos ver além da cortina de fumaça.
Herculano
14/05/2017 14:09
MÂES POSTIÇAS, por Martha Medeiros, no jornal Zerdo Hora, de Porto Alegre.

A atual mulher do pai chega sempre como uma intrusa, mas havendo bom senso na distribuição dos papéis, logo ninguém se sentirá ameaçado e o novo núcleo se forma

Estereótipos precisam ser revisados de tempos em tempos. O da madrasta má felizmente está com o prazo de validade vencido, mas ainda assim pouco se fala no modelo que a substituiu: o da madrasta boa gente, aquela mulher madura que não tenta substituir a mãe de seus enteados e sim contribuir para que eles se sintam emocionalmente amparados.

Muitas madrastas são mães: tiveram seus próprios filhos no primeiro casamento e, entrando numa segunda relação, se depararam com a experiência de conviver com os filhos de seu novo marido. Não é uma tarefa mole, pois são crianças ou adolescentes que passaram pelo trauma da separação dos pais e não estavam exatamente ansiosos para ver uma nova pessoa entrar para a família.

A atual mulher do pai chega sempre como uma intrusa, mas havendo bom senso na distribuição dos papéis, logo ninguém se sentirá ameaçado e o novo núcleo se forma: os meus, os teus e, quem sabe, os nossos - no caso do novo casal querer ter um filho em comum. Até aí, tudo certo, é um arranjo equilibrado. Mas tenho pensado naquela mulher que sempre sonhou em engravidar e ser mãe, que alimentou esse desejo desde garota, e que um dia conhece o homem da sua vida: um cara que já teve os filhos que gostaria durante o primeiro casamento e que não cogita ter mais um. "Como não cogita? Que egoísta!" podem bradar algumas colegas de auditório, mas, convenhamos, um homem de meia-idade talvez não deseje um novo bebê.

Algum direito esses pobres portadores de cromossomos XY ainda têm. A mulher talvez pegue sua bolsa e vá bater em outra freguesia para realizar o sonho de ser mãe biológica ?" e deve fazer isso mesmo, caso não tenha a menor vontade de se adaptar às circunstâncias.

Mas se ela resolver ficar com este homem, poderá transferir todo seu potencial de afeto para os filhos do seu grande amor, não a fim de ocupar o espaço da mãe deles, mas a fim de inaugurar um novo espaço para si mesma - um espaço que exigirá cuidado, paciência e muita dedicação. Não é uma maternidade legítima, mas é uma experiência familiar e sentimental que também costuma impactar a vida de todos os envolvidos.

A elas, essas mulheres que abriram mão do seu desejo ancestral de ser mãe a fim de preservar o seu ideal romântico (o de não procurar um reprodutor, e sim manter uma relação amorosa com o homem pelo qual se apaixonaram e com os filhos dele), o meu mais profundo respeito. Feliz dia das mães que, do jeito possível, vocês também se tornaram.
Herculano
14/05/2017 13:59
Ao Renato

1. Eu sei a razão desse recado. Apenas a espero, pacientemente, para consagrar a desmoralização e relembrar o que escrevi sobre isso aos meus leitores e leitoras.

2. Por fim: qual é mesmo a diferença entre o PT e o PMDB?
Renato
14/05/2017 09:52
Herculano,
Na última sessão dá câmara o vereador Vando do PMDB exigiu o fim do Bloco Democrático, qual seria o motivo?
Herculano
14/05/2017 08:53
A GENEROSA FOLHA DE PAGAMENTO DO ESTADO, editorial do jornal O Globo

Estado de dimensões exageradas, insaciável na arrecadação de impostos, não reduz desigualdades. Ao contrário, serve para concentrar renda

A imagem do Estado brasileiro é de um ente de avantajadas dimensões, insaciável na arrecadação de impostos junto à população, para arcar com despesas crescentes. Não há reparo a fazer. Os números das contas públicas e estatísticas econômicas em geral correspondem à imagem.

São mais de 100 empresas estatais, com dezenas de milhares de empregos, e que movimentam bilhões em compras e vendas. Algumas têm ações em Bolsa, o que não impede que o sócio controlador, a União, tome decisões de gestão políticas, sem preocupação com os acionistas. Vide a Petrobras. Outras, incapazes de gerar lucros, vivem de dinheiro do Tesouro, ou seja, do contribuinte, numa relação incestuosa nada transparente.

Por qualquer ângulo que se olhe o Estado brasileiro, veem-se excessos. Na edição de domingo, o GLOBO trouxe o tamanho da folha de pagamentos pública, do Estado como um todo - salários do funcionalismo da União, estados e municípios, benefícios sociais, bolsas, pensões, aposentadorias. Ao todo, 57,9 milhões de pessoas, 28% da população, dependem, em alguma medida, dos governos. Quase a soma das populações de Argentina e Chile.

De servidores ativos e inativos da União, estados e municípios, são 10 milhões que recebem cheques mensalmente; aposentados e pensionistas do INSS somam 33,8 milhões e há ainda 13,4 milhões no Bolsa Família. Esta folha de pagamentos, de R$ 941 bilhões no ano passado, representa 15% do PIB.

Especialistas garantem não haver paralelo em qualquer país desenvolvido. Além dos aspectos econômicos e financeiros, há o político. Porque esta enorme massa de dinheiro nas mãos de governantes lhes confere um poder incomensurável. Num país de cultura patrimonialista como o Brasil ?" em que dinheiro público é usado para atender a interesses privados, de partidos e pessoas ?", poder usar a caneta que abre esses cofres é passe livre para tentativas de perpetuação no poder, e a construção de mitos populares. A história atual do Brasil ilustra bem este ponto.

Muitos equívocos administrativos se explicam a partir deste Estado provedor. Está aí a causa da demora excessiva para a realização da reforma da Previdência. A despesa com o INSS chega a 7% do PIB, índice elevado para um país com população ainda jovem. Mas o político populista prefere não atualizar as regras à nova realidade demográfica. Opta por não contrariar os milhões de segurados (e eleitores) do sistema.

É outra balela que este gigantesco guichê funciona para reduzir desigualdades. É o oposto, ele concentra renda. A Previdência é exemplo cristalino: os 28 milhões de aposentados e pensionistas do INSS consomem 7% do PIB, mas os apenas 4 milhões de servidores públicos inativos levam 4% do PIB.

Se há algo positivo na crise fiscal, é chamar a atenção para esses porões do Estado brasileiro. Confisca cerca de 35% do PIB em impostos, a mais alta carga tributária entre os emergentes, uma das mais elevadas do mundo, e usa o dinheiro de forma a agravar desníveis de renda, e deixa em plano inferior despesas com investimento, por exemplo. O Estado é usado para atender a demandas que garantam votos ao governante de turno, como se não houvesse um futuro de carências que requerem a tomada de decisões hoje. Mas estas não garantem apoio eleitoral imediato, e assim perpetuam-se as carências. Esta é a fórmula do subdesenvolvimento econômico, social e político.
Herculano
14/05/2017 08:48
OS MALES DO MARKETING POLÍTICO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O acessório foi tomado como principal, resultado direto da atual carência de lideranças políticas

Um dos efeitos mais perniciosos da ausência de lideranças políticas genuínas é a frivolidade do debate público, evidenciada de maneira cabal durante as campanhas eleitorais. Em raríssimas ocasiões se veem contrapostos visões e projetos substanciosos para o País, caminhos pelos quais aos eleitores é dado optar nos regimes democráticos. Um ato essencialmente político, um fundamento da democracia representativa, como é a campanha eleitoral, é transmutado em uma espécie de show circense para escamotear a pobreza de conteúdo do que se apresenta ao escrutínio público.

Diante desse cenário desolador, não surpreende o elevado custo das campanhas eleitorais, nem que tanto dinheiro acabasse sendo buscado no indecente contubérnio entre partidos, empreiteiros e lambazes de todo tipo. Por não terem condições de oferecer uma proposta clara, planejada e inteligível aos eleitores, os candidatos preferiram contratar os famosos marqueteiros, que, ao invés de suprirem eventuais deficiências de comunicação de seus contratantes, passavam, eles mesmos, com a ajuda de institutos de pesquisa de opinião pública, a pautar o debate. E por este trabalho eram regiamente remunerados por meio de caixa 1, caixa 2, caixa 3 ou tantas caixas quantas fossem necessárias para viabilizar uma eleição dessa natureza. Pode-se mesmo dizer que a ilegalidade do meio de pagamento se tornou, com o tempo, irrelevante, pois o que era essencialmente desonesto era a subtração, ao povo, do debate político e das oportunidades de fazer uma escolha sensata dos governantes.

O custo descomunal para chegar ao poder no Brasil tem feito com que o eleito não se ocupe de outra coisa a não ser a busca incessante dos meios de financiamento de sua permanência no cargo ?" não raro por mecanismos escusos, como se vê pela sucessão de escândalos ?", dedicando pouco tempo de seu mandato para legislar ou governar pautado unicamente pelo interesse público. Quando a inspiração de agir visando ao bem comum ?" traço distintivo de uma legítima liderança política ?" não se faz presente, abre-se espaço para a tentação dos privilégios e benesses do poder. Cria-se, assim, o ambiente para a perpetuação de um sistema que não medirá esforços para isso e não verá a lei como um anteparo dissuasório, e sim como uma pequena barreira a ser transposta.

Esse marketing, tal como tem sido feito, contribui decisivamente para o abastardamento da política, ao impor um debate sobre questões irrelevantes ?" quando não fantasiosas ?", privando os eleitores de conhecer verdadeiramente as ideias e planos daqueles que lutam por seus votos. Não é um bom sinal de vigor democrático, e menos ainda da substância de nossas lideranças políticas, quando marqueteiros passam a ser figuras públicas, tratadas na pauta corrente do noticiário e das conversas populares. Pior ainda quando seus nomes aparecem vinculados à prática de crimes.
Herculano
14/05/2017 08:46
DILMA BOLADA, por Merval Pereira, no jornal O Globo

Não há nada mais conhecido do submundo dos clandestinos do que esse sistema de se comunicar com outra pessoa por e-mail sem ser rastreado, utilizado por Mônica Moura e a então presidente Dilma, agora denunciado pela marqueteira.

O sistema é denominado de Dead Drop ou, mais frequentemente, Dead Letter Box. Muito utilizado na espionagem internacional, ganhou notoriedade nos anos 1930 com o caso dos Cinco de Cambridge (Cambridge-Five), assim denominados os participantes de uma célula de espiões britânicos a serviço da URSS (Anthony Blunt, Kim Philby, Donald MacLean, Guy Burgess e John Cairncross) durante a chamada Guerra Fria. E popularizou-se por meio dos livros de espionagem do escritor britânico John Le Carré.

Os que trocavam informações secretamente deixavam o documento em algum lugar previamente combinado (uma parede com tijolo solto, um buraco de árvore) para que fosse resgatado. Assim, não se encontravam e poderiam até mesmo não se conhecer.

Com a revolução tecnológica, chegou-se ao sistema atual, no qual uma pessoa cria conta falsa em um provedor gratuito (Yahoo ou Gmail) e compartilha essa conta com sua contraparte. Deixando a mensagem no rascunho, a pessoa que a recebe só precisa saber o nome da conta e a senha.

No caso de Dilma e Mônica, a conta era 2606iolanda@gmail.com. O nome fictício foi uma freudiana lembrança de Iolanda, mulher do General Costa e Silva, presidente na época em que Dilma esteve presa por atividades guerrilheiras contra a ditadura militar.

Esse sistema já era utilizado pelos executivos da Petrobras para combinarem suas falcatruas, e eu noticiei isso aqui na coluna em junho de 2016. O texto dizia que "os envolvidos na venda de Pasadena trocavam mensagens em uma rede de e-mails do Gmail que não era rastreável, pois as mensagens ficavam sempre numa nuvem de dados, sem serem enviadas. Numa dessas mensagens, na véspera da reunião decisiva, há a informação de que "a ministra" já estava ciente dos "arranjos dos advogados". Essa primeira parte foi confirmada mais adiante, quando surgiram novas revelações da delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.

Ele disse que Dilma Rousseff mentiu quando declarou que não sabia da propina cobrada na compra da refinaria de Pasadena. Segundo ele, não apenas sabia de Pasadena como tinha informações de que políticos do PT recebiam propina do esquema da Petrobras.

Na mesma coluna, que tinha o título "Por conta da Petrobras", está dito que, "em outras mensagens, há informações sobre pagamentos de itens pessoais da presidente pelo esquema montado na Petrobras, como o cabeleireiro Celso Kamura, que viajava para Brasília às custas do grupo. (...) Há também indicações de que um teleprompter especial foi comprado para Dilma sem ser através de meios oficiais, para escapar da burocracia da aquisição".

Com a delação dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, fica-se sabendo que todas as informações estavam corretas, com exceção do teleprompter. Não houve compra de um aparelho, mas a contratação de uma equipe de operadores de teleprompter, os irmãos Votmannsberger, que trabalharam na campanha de Dilma e eram os únicos técnicos de teleprompter que acertavam o ritmo de fala da presidente.

Para que também trabalhassem fora da época de campanha, foi pedido a João Santana e Mônica Moura que fizessem os pagamentos, pois o Palácio do Planalto não poderia arcar com as despesas. Os técnicos chegaram a acompanhar a presidente em viagens ao exterior, e recebiam em dinheiro vivo.

Segundo Mônica, a presidente Dilma mandou também pagar o cabeleireiro Celso Kamura. Contratado oficialmente na campanha de 2010, já presidente, Dilma usava seus serviços para eventos importantes e o governo não poderia arcar com um valor tão alto para o cabeleireiro, pois, em ambos os casos, "não tinha rubrica e nem tempo para superar a burocracia".

Esses "favores" eram prestados por se tratar de uma cortesia a uma cliente importante que já havia feito com eles a campanha de 2010 e existia a possibilidade de virem a fazer a campanha de 2014. A presidente mandou Mônica Moura pagar também sua camareira, "Rose alguma-coisa", que morava com ela e "fazia seu cabelo, fazia unha, fazia maquiagem". Foram R$ 4 mil por mês, por quase um ano, segundo relato de Mônica. O favor mais político de todos foi o pagamento de R$ 200 mil, também do caixa 2 segundo a delação, para o publicitário Jeferson Monteiro que criou o personagem Dilma Bolada, na campanha de 2014, para que mantivesse sua página nas mídias sociais como se fosse apoiador independente.
Herculano
14/05/2017 08:45
CARNE PODRE NO BRASIL GRANDE DO PT, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

A polícia bateu nas portas do BNDES e de Luciano Coutinho, ex-presidente do banco e um mentor intelectual do "Brasil Grande" de Lula 2 e de Dilma 1. Foi quando o bancão estatal se transformou na mãe de grandes fusões e aquisições ou fez muito empréstimo a juros de pai para filhos, entre eles a JBS, ora sob suspeita.

Sabe-se lá se a Polícia Federal atirou no que viu e acertou o que não enxergou ou se está vendo coisas. Depois da Operação Carne Fraca, a gente se pergunta se não tem mais papelão nessa linguiça.

No entanto, a JBS já discute a possibilidade de um acordo judicial, conversa que envolve delações e também o relacionamento da empresa com o BNDES. As tratativas não provam nada, mas sugerem que não é possível descartar a ação da polícia como barbeiragem, como tanta gente dizia indignada no BNDES, na sexta-feira (12).

Tudo é preliminar. Não se sabe para quais autoridades o frigorífico entregaria suas denúncias; se dispõe de material de interesse para a Justiça. Não se sabe quais de seus executivos ou proprietários falariam.

Parece muito difícil ensaboar empréstimos no BNDES. As operações envolvem muita gente de áreas e hierarquias diversas, em procedimentos diferentes de checagem e liberação do negócio. Numa hipótese benigna, que nos dias que correm passa por ingênua, uma autoridade do governo, de fora do banco, poderia vender uma facilitação inexistente e faturar um capilé em operação de resto adequada.

Tampouco é indício de rolo o fato de o banco ter ganhado dimensões exorbitantes, política do período final de Lula 2 e dos anos Dilma.

No entanto, já estão sob suspeita empréstimos do banco para a Odebrecht e para a JBS. Caso se puxe uma pena e venha uma galinha, a granja inteira fica na mira de polícia e procuradores.

Em particular depois de 2008, o BNDES se tornou credor ou sócio de empresas escolhidas para se transformarem em conglomerados, oligopólios ou parceiras vitaminadas do Estado, embora a mamata estatal viesse desde as privatizações dos anos FHC. Até firmas que em 2008 se arrebentaram em operações tão estúpidas quanto gananciosas com derivativos cambiais foram salvas pelo governo.

Bancos públicos e estatais forraram a cama de fusões, aquisições, salvações ou expansões nos setores de telefonia, carnes, celulose, petroquímica, bancos, construção civil, biocombustíveis, farmácia, software e calçados.

Petrobras, Banco do Brasil e fundos de pensão de estatais por vezes entravam também na ciranda. Das 50 maiores companhias do país, o Estado é sócio ou dono de pelo menos 22.

Empresas grandes, com acesso razoável ao mercado de capitais, receberam empréstimos subsidiados às centenas de bilhões. Mas firmas que levantaram dinheiro em outras fontes investiram tanto ou mais.

Nos anos Dilma, o aumento da despesa do governo com subsídios foi quase equivalente ao crescimento do gasto social. Porém, na soma, no agregado, não se notou aumento do investimento produtivo no país. O governo muita vez apenas barateou o custo do capital privado, sem benefícios sociais, gerais, palpáveis.

Foi um fracasso desastroso. Agora, só falta ter rolo
Herculano
14/05/2017 08:41
ESTÁ CHEGANDO A HORA, por Carlos Brickmann

Lula finalmente prestou depoimento a Sérgio Moro. Encontraram-se em pessoa, falaram olhos nos olhos. Nada aconteceu de espetacular. Não houve briga de torcidas em Curitiba, nem troca de ofensas entre depoente, juiz e promotores. Quem achava que Lula é culpado continua achando, quem achava que Lula é inocente não mudou de ideia. Assunto encerrado.

Encerrado, pois a disputa hoje é menos no campo jurídico do que no eleitoral. É difícil acreditar que tantos delatores diferentes façam descrições tão parecidas do método petista de redistribuir a renda dos outros se algo não for verdade ?" e sabendo que, se mentirem, perderão as vantagens que já obtiveram e ficarão na cadeia. Lula, no depoimento, vacilou algumas vezes: garantiu que não tem influência no PT, nem no Instituto Lula, e que sua esposa decidia negócios de centenas de milhares de reais sem consultá-lo. Moro, um juiz duro, certamente esteve atento a esse tipo de detalhe.

A sentença de Moro, com possível condenação, deve sair em junho. Lula terá uns 13 meses até que o PT o lance candidato à Presidência da República. Mas, nesse período, se o Tribunal Regional Federal confirmar uma eventual condenação, Lula vira ficha suja e fica inelegível. Os magistrados poderão até permitir que se defenda em liberdade até o processo transitar em julgado, mas ele não poderá ser candidato. E, com o número de processos que sofre, eleger-se presidente é sua única boa saída.

NUS, EM SEGURANÇA

Detalhe saboroso da delação do marqueteiro João Santana e de sua esposa, Mônica Moura: o líder do PT no Senado, Delcídio do Amaral, exigiu que parte das contribuições de empreiteiras à sua campanha fosse depositada em conta clandestina no Exterior. A negociação foi feita na sauna da casa de Delcídio, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Justo: na sauna, nenhum negociador teria como ocultar gravadores ou câmeras.

VANTAGEM EXTRA

E ninguém teria como botar a mão no bolso dos outros.

ODEBRECHET? CAFÉ PEQUENO

Marcelo Odebrecht e seus 77 diretores fizeram uma radiografia notável da circulação de dinheiro não só em campanhas eleitorais, mas também como retribuição a atitudes amigáveis dos poderosos da época. Mas nada foi tão espetacular como a delação premiada de João Santana e Mônica Moura: enquanto a Odebrecht se aproximava dos cofres públicos de maneira protocolar ?" heterodoxa, sim, mas protocolar ?" João Santana e Mônica Moura é como se fossem da família, conheciam tudo por dentro. Surgiram então as bombas: a narrativa de Mônica segundo a qual o ministro da Justiça de Dilma, José Eduardo Cardozo, contava à presidente tudo que conseguia saber ?" e não deveria saber, quanto mais espalhar ?" sobre as ações da Polícia Federal na Lava Jato; e como Dilma, operando um e-mail falso, passava as informações sigilosas aos marqueteiros. Nas duas delações, ambos garantiram que Lula e Dilma sabiam tudo sobre as doações premiadas, e que Lula era o comandante-chefe do esquema ?" "a instância final", como o chamavam. E que Dilma, quando tinha uma informação sigilosa a passar-lhes, sem risco de ser interceptada, levava Mônica para passear numa varanda ou nos jardins do palácio.

DETALHES SABOROSOS

Algumas despesas que, conforme Mônica Moura, Dilma Rousseff lhe pediu para pagar: ao cabeleireiro, R$ 40 mil; a uma dama de companhia, R$ 4 mil mensais durante quase um ano; a um operador de teleprompter, (aquele vídeo em que corre o texto para quem fala na TV) R$ 95 mil. A Secretaria de Comunicações tem operadores de teleprompter, a EBC tem operadores de teleprompter, mas Dilma só aceitava um, e pagava por fora.

CARNE QUEIMANDO

A Operação Bullish (referência ao nome em inglês de manobras para elevar o preço de ações em bolsa) atinge a J&F, dona do JBS, maior produtor mundial de carne bovina. Mas a Polícia Federal investiga principalmente como é que o BNDES Participações entrou com mais de R$ 8 bilhões para financiar o crescimento do grupo. É operação para ir longe.

SEM FANTASIA

O programa de TV do PSDB foi muito interessante: insistiu na ética. Um dos políticos que mais destaque obtiveram foi o presidente nacional do partido, senador Aécio Neves, atingido por delações premiadas. E, segundo depoimento de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, foi apontado por José Dirceu como responsável pela nomeação de uma pessoa de sua confiança numa diretoria da empresa. Aécio não falou sobre isso. O partido, ao que se saiba, ainda não buscou apurar como um dos principais dirigentes da oposição conseguiu nomear gente sua num Governo petista. A troco de que? A propósito, quem é que Aécio teria indicado?
Herculano
14/05/2017 08:35
LULA FRITOU-SE LIDANDO COM A HISTóRIA DO BRASIL EM DEPOIMENTO AO JUIZ MORO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Se Lula contou direito sua própria história ao juiz Moro, não se sabe. Lidando com História do país que governou e pretende voltar a governar, é certo que fritou-se.

A certa altura, ele informou que decidiu colocar o nome de personalidades históricas nos navios da Petrobrás. Assim, homenageou o historiador Sergio Buarque de Holanda e o "marechal negro, Antonio Cândido".

Aos 98 anos, o professor Antonio Candido, que foi um dos fundadores do PT, estava vivo em São Paulo e morreu na sexta-feira. Existe um personagem histórico com nome parecido, é o marinheiro João Cândido, líder da revolta da Chibata, de 1910. Ele é conhecido como o "Almirante Negro".

É improvável que Marisa Letícia chamasse o professor Antonio Candido de marechal.

O AEROLULA 2.0

Pode-se discutir se o apartamento do Guarujá era da família Silva ou se o seu chefe sabia das roubalheiras dos comissários do PT. A chegada de Lula a Curitiba e sua partida falam mais que mil palavras.

Havendo rotas regulares de voos para a cidade, Lula chegou e partiu no jatinho da empresa de Walfrido Mares Guia, ministro do Turismo e secretário de Relações Institucionais no seu governo. Ele fez fortuna
pessoal no setor de educação.

O doutor Mares Guias teve uma militância ecumênica, pois estivera na posição de vice-governador de Minas Gerais ao tempo do tucano Eduardo Azeredo. Ele enrolou-se no caso do mensalão tucano, ou mensalão mineiro, e uma desavença de donas de boutiques acabou disparando o mensalão petista. Mares Guia salvou-se porque completou 70 anos e seus crimes prescreveram.

A falecida Marisa Letícia nada teve a ver com o uso do jatinho do amigo.

O CRISTO DE LULA

No meio das "tralhas" que Lula trouxe de Brasília e estão retidas pelo juiz Sergio Moro, há um Cristo Crucificado de 1m10cm que em 2003 ele colocou numa pilastra de seu gabinete.

Lula e Moro poderiam se acertar, liberando o Nazareno. Trata-se de uma peça espanhola do século 16 que estava em mau estado quando foi dada de presente a Lula, e ele providenciou o restauro pelo Centro de Conservação da Federal de Minas Gerais. Vale em torno de R$ 150 mil.

Numa conversa com o cardeal José Freire Falcão, Lula disse-lhe que doaria o Cristo à Arquidiocese de Brasília. É só entregá-lo.

Em tempo: Marisa Letícia nunca foi dona dessa imagem.

O CABO E O DUQUE

Para a crônica das condecorações do príncipe Philip e da sua mania de fazer piada com as medalhas alheias:

Não teria sido um almirante argentino quem devolveu um comentário grosseiro do duque de Edimburgo, mas um brasileiro, o almirante Heitor Lopes de Souza. Ele comandava o corpo de Fuzileiros Navais em 1968, quando a rainha e seu marido vieram ao Brasil.

Dois anos depois, ele contou o caso ao seu amigo Luis Fernando Freire. Philip disse-lhe que com tantas condecorações no uniforme, deveria ter combatido em muitas guerras, ao que Heitor respondeu: "Não, mas estas medalhas eu não as ganhei na cama".

Muitas serão as versões dessa piada, mas uma coisa é certa, o almirante não tinha papas na língua. Seu apelido era "Cabo Heitor"

A SUPREMACIA DE GILMAR MENDES

O ministro Gilmar Mendes zanga-se quando são feitos paralelos entre os costumes do Supremo Tribunal Federal e os da Corte Suprema dos Estados Unidos. Tudo bem, mas não passa pela cabeça de mulheres ou maridos de juízes da Corte americana a ideia de associar seus nomes a uma advocacia que atende litigantes com processos em curso no tribunal. A advogada Guiomar Feitosa, mulher de Gilmar, é sócia do poderoso escritório que defende interesses de Eike Batista, ainda que não tenha patrocinado a petição que levou Gilmar Mendes a libertá-lo.

Outro dia, respondendo a uma estudantada do Ministério Público, Gilmar disse que "se nós cedêssemos a esse tipo de pressão, nós deixaríamos de ser 'supremos'". Por enquanto, supremo é o tribunal. Ao mencionar sua supremacia, o ministro caiu numa armadilha da história. "Yo, el Supremo" é o nome de um romance do paraguaio Augusto Roa Bastos, tratando da vida de José Rodriguez de Francia, que governou seu país no durante 24 anos, até sua morte, em 1840. Francia intitulava-se "Supremo y Perpetuo Dictador de Paraguay".

Há uma certa bipolaridade na forma como Gilmar distribui adjetivos. Primeiro, chama de "supremos" a si e aos dez colegas. Depois, insinua que um deles, Marco Aurélio Mello, está no grupo de pessoas que "passaram de velhos a velhacos".

Não há notícia de juiz americano que tenha fundado um estabelecimento de ensino privado em Washington. Gilmar é sócio-fundador e astro-rei do Instituto Brasiliense de Direito Público, o IDP, que mantém profícuos convênios com instituições oficiais.

A briga de hoje com o procurador-geral Rodrigo Janot é feroz e verbal, mas está contida numa moldura jurídica. Gilmar Mendes já brigou com o ex-procurador-geral Inocencio Mártires Coelho, num litigio de moldura pecuniária, mantido em segredo de Justiça. Inocencio foi sócio de Gilmar na fundação do IDP, em 1998, e em 2010 os dois desentenderam-se. A encrenca foi encerrada em 2011, a pedido de Inocencio, que saiu da sociedade levando R$ 8 milhões.

Nessa disputa, Gilmar foi defendido pelo advogado Sérgio Bermudes, seu amigo pessoal, de cujo escritório Eike Batista é cliente e Guiomar Feitosa Mendes, sócia.

VIVA O HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS

Sempre que uma pessoa estiver desencantada com a vida em Pindorama, achando que nada dá certo, é boa ideia pensar por dois minutos no Hospital de Câncer de Barretos. Com 55 anos de vida, ele atende 1,2 milhão de pessoas por ano, não cobra um tostão (o SUS funciona) e deve seu sucesso à filantropia e dedicação de um corpo médico. Nasceu da fé e da generosidade do fazendeiro Henrique Prata. Ele é testemunha da solidariedade dos brasileiros.

O hospital recebe mais de R$ 100 milhões anuais de doações, vindas de todos os andares. Com os cofrinhos espalhados pelo país, arrecadaram quase R$ 2 milhões.

O fotografo Valdir Cruz acaba de prestar uma homenagem ao Hospital de Câncer de Barretos com uma exposição de 28 fotografias de 15 pacientes, todos pobres e de todas as idades. Como diz o título da mostra, são "Retratos do Afeto". Quase todos foram mutilados pelo câncer, mas todos sobreviveram com a ajuda do afeto de suas famílias e da atenção de uma instituição que se intitula "o hospital do amor".

Quem estiver com muita raiva dos ladrões apanhados pela Lava Jato pode vingar-se entrando na rede e deixando uma pequena doação para o Hospital de Câncer de Barretos. Estimular quem faz o bem é uma forma de combater o mal.

Serviço: As imagens da exposição "Retratos do Afeto", de Valdir Cruz, estão na rede.
Herculano
14/05/2017 08:08
EUNÍCIO EXCLUI 9 'CONTRABANDOS' DA MP DO REFIS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Pela primeira vez desde quando esse tipo de falcatrua floresceu no Congresso, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, ordenou a retirada de nove artigos "enxertados" na MP 766, medida provisória que institui o Programa de Regularização Tributária, o "Novo Refis". Os "jabutis", sem qualquer ligação ao tema original da MP, foram incluídos pelo relator do projeto, deputado Newton Cardoso Filho (PMDB-MG).

CAUSA PR?"PRIA
Dentre os "jabutis" da MP 766 estava o perdão de dívidas tributárias de empresas da família do relator, Newton Cardoso Jr (PMDB-MG).

BARRIGA DE ALUGUEL
Irritados, os donos dos "jabutis" excluídos ameaçam apresentá-los como destaques na votação da MP 757, que expira em 28 de maio.

PRÁTICA ANTIGA
Esta coluna revelou em outubro de 2014 que a MP 651 (a do "Refis da Crise") recebeu 334 emendas, saltando de 51 para 114 artigos.

LÉGUAS DE DISTÂNCIA
Cardoso Jr não comentou a acusação de tentar usar a MP 766 para beneficiar a família. "Ele não foi encontrado", informou sua assessoria.

MôNICA SE REVELA MAGOADA COM DILMA, LULA E PT
Mônica Moura, a mulher de João Santana, o marqueteiro de Lula e Dilma, deixou transparecer mágoa com o grupo que ajudou a eleger: "Nunca [alguém do PT me procurou após a prisão]. Nem nossos filhos", revelou. Mônica disse que não fala com nenhum deles "há mais de um ano". E que "nem Lula, nem Dilma, ninguém do PT" mandou "nem recadinho de apoio, nem recadinho de ameaça. Nem de medo. Nada".

É O MEDO
Tentando ser elegante, Mônica atribui ao "medo" a falta de contato de Lula e Dilma após as prisões dela e do marido.

INGERÊNCIA EM TRIBUNAIS
Indagada sobre se "existia a possibilidade de ingerência [de Dilma] em tribunais, tribunais superiores", Mônica Moura negou.

POSTE DE LULA
Na delação, Mônica mostra desapreço pela petista: "Numa campanha como a da Dilma...era impossível, era um poste para eleger".

OFUSCOU GERAL
Os devastadores depoimentos de Mônica Moura e João Santana, comprometendo de uma vez Lula e Dilma, acabaram por relegar a plano secundário a Operação Bullish, da Polícia Federal.

CHAVE DE CADEIA
As relações do BNDES com a Friboi são investigadas há muito tempo pela PF e o Ministério Público Federal. O futuro de liberdade do ex-presidente do banco Luciano Coutinho pode ser considerado incerto.

NÃO É INOCENTE
A capa da revista IstoÉ, que circula neste fim de semana, resume o sentimento geral de operadores da Justiça, em Brasília. Mostra Lula de cabeça baixa e o título "Lula não é inocente".

AGILIDADE
PSDB, PP, DEM e PMDB querem agilizar a reforma política. Decisão de líderes dos partidos esta semana pode fazer com que a PEC, de Aécio Neves, venha a ser votada pelos deputados em até um mês.

JÁ ERA TEMPO
Após o cancelamento de leilões de energia renovável e limpa para privilegiar usinas térmicas, caras e poluidoras, a geração de energia eólica será tema de audiência pública nesta quarta (17), na Câmara.

LESA-PÁTRIA
O ministro Osmar Serraglio (Justiça) tem lá um jeitão discreto, mas até em particular não esconde o entusiasmo pela Lava Jato. Até considera "crime de lesa-pátria" qualquer tentativa de interferir na operação.

TÍTULO INDIGESTO
A Controladoria Geral da União deu a Florianópolis o título de capital menos transparente do país. O resultado, fruto de análises colhidas nos últimos três anos, está no levantamento Brasil Escala Transparente.

NÃO É CULPA DE MARISA
A loja Marisa não informou quem criou a propaganda "Se sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa", que "bombou" nas redes sociais, após Lula atribuir à falecida mulher as acusações contra ele.

PENSANDO BEM...
... muitos ladrões torceram para que o "cyber-ataque" em computadores de todo o mundo destruísse os arquivos da Lava Jato.
Herculano
14/05/2017 08:02
da série: quando os companheiros jornalistas perdem o rumo de anos e conteúdo que contrariava o óbvio

LULA NÃO SE VALEU DA MORTE DE MARISA PARA LHE FAZER IMPUTAÇÕES, por Jânio de Freitas, no jornal Folha de S. Paulo

Os procuradores que acusam Lula na Lava Jato não ficaram satisfeitos com o resultado do interrogatório feito pelo juiz Sergio Moro. E o que vem agora não lhes promete melhor apoio à acusação: a defesa pede uma perícia financeira para constatar a que patrimônios o apartamento de Guarujá já pertenceu e pertence.

A frustração dos procuradores sobressai da nota que emitiram sobre o interrogatório. As "diversas contradições" de Lula encontradas pela acusação têm três referências. Uma é a "imputação de atos à sua falecida esposa"; outra é "sua relação com pessoas condenadas pela corrupção na Petrobras"; por fim, é "a ausência de explicação [por Lula] sobre documentos encontrados em sua residência".

Nenhuma das três alegações expõe contradição. Além disso, e a começar da última, documentos apócrifos não servem nem para comprovar que estavam onde a acusação diz tê-los encontrado. A segunda alegação precisou ser ainda mais vaga: "relação com pessoas condenadas".

Que relação? Muita gente tem "relação" com corruptos da Petrobras, sem que isso as implique em ilegalidades. Os autores da nota não se sentiram com elementos para indicar o tipo de relação, o que mais expõe fragilidade do que segurança.

Por uma experiência pessoal, vou na contramão da ideia, difundida pela imprensa/TV e adotada como "contradição" na Lava Jato, de que Lula necessariamente valeu-se da morte de Marisa Letícia para lhe fazer imputações.

Pouco depois da disputa eleitoral de Lula e Collor, André Singer me convidou para escrever a apresentação do seu livro-álbum "Sem Medo de Ser Feliz - Cenas de Campanha". Dei ao pequeno texto o título "A estrela de Lurian", filha da primeira companheira de Lula e atingida pelas acusações pagas de sua mãe a seu pai. Levado à casa de Lula um dos primeiros exemplares, Marisa quis vê-lo. A menção a Lurian enfureceu Marisa, que ali mesmo proibiu a distribuição do livro. Não precisei estar lá para saber que Lula, diante da nova cena, manteve absoluta passividade.

Voluntariosa, autoritária, a partir dali Marisa me fez atentar para muitas confirmações da sua tendência, necessidade talvez, de afirmação. Seriam bem coerentes com esse temperamento tanto a iniciativa de negociações por um apartamento, como a posterior insistência contra a recusa de Lula. Nenhum dos ingredientes domésticos desse enredo nos é alheio, por vê-los ou vivê-los.

A perícia pedida pela defesa de Lula já existe. Feita, no essencial, pela Lava Jato. A Polícia Federal não foi mandada à casa e ao instituto de Lula senão para buscar documentos não encontrados na papelada da OAS, para confirmar o presente de um apartamento em retribuição a contratos na Petrobras.

Com Marisa ainda saudável, os mesmos que apontam a exploração de sua morte publicaram, como vazamentos e entrevistas, esta informação agora relegada: a compra e pagamento por Marisa, em uma cooperativa de bancários, de cotas de um futuro imóvel. Negócio não concluído, pretendendo Marisa a devolução dos dois mil e tal que pagou.

Se a Lava Jato silencia sobre suas verificações, é porque não a favorecem. O que torna provável a recusa, por Sergio Moro, da perícia pedida. Nela está, no entanto, a possibilidade de esclarecer, em definitivo, se houve, compra, presente ou nada disso.

BRASILEIRINHAS

1- Bela manchete: "Inflação é a menor em 10 anos". E o desemprego é o maior.

2- Obra anual de Meirelles-Temer: a inflação acumulada nos 12 meses até abril ficou em 4,08%. No mesmo período, os preços de saúde e gastos pessoais subiram 8,91%. Os preços da educação, 8,12%. Ambos mais do dobro da inflação.

3- Em indireta com má pontaria, o ministro Gilmar Mendes disse haver pessoas que "ao envelhecerem passaram de velhos a velhacos". Sem esquecer, por favor, os que assim abordam a velhice porque assim já eram.
Herculano
14/05/2017 07:55
LAVA JATO LEVARÁ À RENASCENÇA OU A IDADE MÉDIA, por Josias de Souza

Quando Lula explica para Sergio Moro que os nomes indicados pelos partidos para ocupar diretorias da Petrobras tramitaram "normalmente" no governo, quando Michel Temer diz em entrevistas que considera "adequado" manter em sua equipe oito ministros investigados na Lava Jato, quando o tucanato trata com naturalidade a permanência de um Aécio Neves crivado de inquéritos na presidência do PSDB? Quando tudo isso acontece sem que nada aconteça, o Brasil é invadido pela luz de uma revelação. É normal! Sempre foi assim. É natural! Espanta que queiram questionar o que nunca foi considerado inadequado.

Uma pequena palavra petrificou-se como lema do homem público brasileiro: Realpolitik. Trata-se do nome de fantasia da hipocrisia que domina a política nacional desde a primeira missa. Os chatos que infestam o cenário ?"procuradores, magistrados e certos repórteres?" querem subverter práticas seculares sem levar em conta a solidez das tradições que Lula, Temer e o tucanato evocam quando proclamam: "É normal, é adequado, é natural!" Não é despudor, mas solidez. Não é cinismo, mas pragmatismo.

Se as delações da Lava Jato revelam alguma coisa além de crimes, é que o oportunismo cínico alavancou muitas carreiras políticas no Brasil. Mas o trágico, o essencial mesmo na lição das mazelas expostas pela investigação é que tudo foi feito com a melhor das intenções. A safadeza encontra sempre uma justificativa absolvedora. Lula não tem culpa se os técnicos apadrinhados pelos partidos viraram larápios do dia para a noite. Temer não pode afastar ministros que ainda nem viraram réus. O tucanato tampouco pode destronar um dirigente que ainda usufrui do sacrossanto benefício da dúvida.

O sistema político brasileiro não protelou os seus crimes. Apenas se esforça para protelar as suas culpas. Não há inocentes no palco, só culpados e cúmplices. Alheios à estética imunda da conquista, os desbravadores das fronteiras morais prometem presentear o país no final com um futuro radiante. Ah, nada como o passado para fazer o brasileiro desacreditar do futuro. Ele sempre parece estar ali na esquina, mas acaba tropeçando. E nunca chega. Escândalos que explodem em ritmo epidêmico ajudam a explicar o por quê de o Brasil ter virado o mais antigo país do futuro de todo o mundo.

A Lava Jato pode conduzir o Brasil à Renascença ou à Idade Média. Não há por que temer o futuro. Ele nunca roubou ninguém. Terrível mesmo é o passado ou, pior, o presente. Ou o Brasil aproveita a oportunidade para adotar o regime de tolerância zero com a corrupção ou as futuras gerações recordarão, com nostálgica melancolia e um certo fascínio antropológico, das palavras pronunciadas na época do encontro do sistema político nacional com os seus limites, o sangrento rompimento desses limites e a sobrevivência dos velhos valores depois do rompimento: "É normal, é natural, é adequado!
Herculano
14/05/2017 07:49
O ESCUDEIRO DE LULA DESABAFA, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo.

"Acho bom todo mundo fazer delação logo. Para acabar com esse sofrimento de uma vez". O desabafo é do ex-ministro Gilberto Carvalho, principal escudeiro de Lula em seus oito anos de governo. Na tarde de sexta-feira, ele parecia abatido com a confirmação de que Antonio Palocci será o próximo a entregar ex-companheiros à Lava Jato.

Um ano depois do impeachment, o PT voltou a viver uma semana de péssimas notícias. Na quarta, Lula teve que se sentar no banco dos réus em Curitiba. Na quinta, ele e Dilma Rousseff foram fritados por seus marqueteiros de campanha. Na sexta, seu ex-ministro da Fazenda deu a partida para mais uma delação.

"Eu confio no Palocci. Duvido que ele vá dizer que o Lula mandou fazer alguma coisa", disse Carvalho. "O Lula nunca quis saber de dinheiro. Ele dizia: 'Tem coisa que eu não quero saber. Eu não quero saber'".

Perguntei por que o ex-presidente se recusaria a conhecer a origem do dinheiro que bancava suas campanhas. "O candidato não pode fazer tudo. É claro que ele espera que ninguém faça bobagem", respondeu.

Que tipo de bobagem? O petista esclareceu que se referia a caixa dois. "É um erro gravíssimo que nós cometemos. Nós seguimos um padrão que condenávamos", disse. Lembrei que o PT já havia confessado o crime no mensalão, mas voltou a praticá-lo nas eleições seguintes. "Foi repetido. Infelizmente", afirmou Carvalho.

O ex-ministro disse que as acusações contra Lula são "ridículas" e que a Lava Jato abusa da prisão preventiva para forçar os réus a delatar. "É uma forma de tortura. Se o cara não confirma a tese dos procuradores, passa a ser visto como inimigo."

Carvalho definiu a delação dos marqueteiros como "uma tragédia". "O João Santana não vai destruir o PT. Mas é claro que isso nos prejudica", reconheceu. "O imperdoável é o cara mentir. Eu não perdoo, mas tenho um grau de compreensão pela tortura que ele sofreu. O que sinto é um misto de tristeza e decepção".
José Antonio
13/05/2017 21:44
Herculano

DILMA, além de DOIDA, BURRA, MENTIROSA, INCOMPETENTE, também é VELHACA e C A L O T E I R A, incluindo seu criador, LULA. Será que também foi dona Marisa.

Sidnei Luis Reinert
13/05/2017 11:13
Que banqueiro teme a deduragem de Palocci?


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Quem será a "importante figura do mercado financeiro" que atuava no financiamento de campanhas eleitorais ?" agora tremendo de medo de ser denunciada na "colaboração" premiada do temido Antônio Palocci Filho? Até agora alvo de dois processos que correm na 13ª Vara Federal com o juiz Sérgio Moro, o poderoso "consultor" Palocci tem tudo para ser o mais importante delator da Lava Jato. Chamado de "Italiano" na delação da Odebrecht, Palocci foi responsável por administrar repasses aos esquemas do PT no valor de R$ 128 milhões, entre 2008 e 2013.

Por ter sido ministro da Fazenda de Lula, ministro da Casa Civil de Dilma, coordenador de arrecadação para campanhas do PT e membro do Conselho de Administração da Petrobras, Palocci é o arquivo-vivo do maior escândalo de corrupção "nunca antes visto na História desse País" ?" como diria o cada vez menos poderoso chefão $talinácio. Palocci vai partir para a delação que pode ser a danação definitiva da petralhada. Quem teme a deduragem de Palocci? Todos os principais controladores do "mecanismo" do Crime Institucionalizado.

Por enquanto, o troféu de melhores delatores foi roubado da turma da Odebrecht pelo casal de marketeiros das campanhas eleitorais petistas. João Santana e Mônica Moura estão arrasando com as reputações dos ex-Presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff. A baiana Mônica escancarou geral: "Minha garantia era Lula". O casal confidenciou que se referia a Dilma pelo apelido de "Tia" e Lula tinha o codinome de "Pavarotti" (por causa da barba parecida com a do tenor italiano).

Além de revelar como Lula ajudou na arrecadação de campanha para o falecido presidente venezuelano Hugo Chavez (companheiro do Foro de São Paulo), João Santana se disse "profundamente arrependido de tudo" e resumiu que "todos violam a democracia com a prática generalizada do caixa dois eleitoral". Santana até citou uma espécie de "cartel" entre os partidos para manter gastos de campanhas semelhantes, para não chamar atenção da fiscalização (que, comprovadamente, é falha).

A mulher de João Santana acabou com aquela questionável imagem da "Dilma Honesta" (vendida pelos acusadores do "golpe" contra a "Presidenta". A delatora revelou alguns crimes que comprovam como Dilma tentou obstruir a "justiça" na Lava Jato. Mônica Moura citou que Dilma: 1) avisou ao casal quanto eles seriam presos; 2) batizou de "Iolanda" (em homenagem à esposa do general-presidente Costa e Silva) o e-mail secreto com o qual ambas trocavam mensagens operacionais; 3) sugeriu a mudança das contas de propinas da Suíça para Cingapura; 4) foi beneficiada pelo pagamento de R$ 170 mil em gastos pessoais, principalmente de beleza e estética; 5) além de ter agido por orientação da Odebrecht para anular provas da Lava Jato.

As inconfidências de Mônica Moura aumentaram ainda mais a importância do delator Palocci. Segundo a marketeira, Palocci cuidava da arrecadação, porém a decisão final sobre valores acertados era sempre de Luiz Inácio Lula da Silva. Mônica contou que Palocci até "pechinchava", mas o acerto final da grana era decidido pelo "chefe, que era Lula". João Santana também confirmou que todas as decisões sobre pagamentos dependiam da "palavra final do chefe". Se Palocci confirmar o que confidenciaram os marketeiros, Lula será definitivamente arrasado na Lava Jato.

Até agora, Lula e seus advogados negam que Palocci seja o intermediador de pagamentos que teriam o PT e Lula como beneficiários diretos. Palocci era defendido até ontem por um dos estrategistas da defesa de Lula. No entanto, o advogado criminalista José Roberto Batochio decidiu abandonar a defesa de dois casos de acusação contra Palocci na vara do Moro. Batochio seguirá na defesa de Lula ?" que divide com o escritório de Roberto Teixeira (um dos melhores amigos do ex-Presidente desde os tempos de sindicalista).

Quem assume a defesa e vai negociar a temida delação de Palocci é o escritório do advogado Adriano Bretas, de Curitiba, cujo sócio é o também advogado Tracy Reinadeti. Ambos são especialistas em "transação penal". Palocci quer reduzir suas previsíveis condenações a 30 anos de prisão, fornecendo nomes, endereços e operações realizadas com sua participação. Palocci puxa cadeia desde setembro, quando foi pego pela Operação Omertá da Polícia Federal. Palocci divide a cela com Renato Duque ?" outro delator que ferrou Lula recentemente... Por ironia, a "famosa lei do silêncio no linguajar mafioso italiano" será quebrada se Palocci realmente soltar a língua para a Força Tarefa da Lava Jato...

Uma das condições prioritárias para aceitar a conversa com Palocci é que ele desista do pedido de habeas corpus que o ministro Luiz Edson Fachin decidiu passar para decisão final dos 11 ministros que formam o plenário do Supremo Tribunal Federal. Palocci deve ter se convencido a partir para a delação em função da inevitável danação com as revelações do casal João e Mônica, bem como a recente Operação Bullish contra o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e os irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, que controla o frigorífico JBS e até o Banco Original (criado por Henrique Meirelles).

Eis o motivo do cagaço de banqueiros e empresários que trabalharam com o "consultor" Palocci. Aliás, que excelente nome de remédio para prisão de ventre... Palocci tem poder de desarranjar a máfia tupiniquim do Crime Institucionalizado que escraviza os brasileiros. A confirmação da delação de Palocci é uma benção simbólica no Dia 13 de Maio - data da Libertação da Escravatura, pela Princesa Izabel, em 1888.
Dorinha
13/05/2017 09:24
Quem fez a sombrancelha Família Adams da vereadora Franciele? Ela precisa dar o nome da esteticista? Vamos mandá-la para Hollyhood
Herculano
13/05/2017 08:33
UM BANCO AMIGO, por Míriam Leitão, no jornal O Globo

BNDES aportou mais de R$ 620 milhões para o JBS comprar a National Beef nos Estados Unidos, mas a autoridade antitruste de lá vetou a aquisição. O banco, então, deixou o dinheiro com o grupo para ajudar no fluxo de caixa na crise ou para outras compras. O BNDES e o JBS eram assim: amigos. A operação de ontem está investigando várias esquisitices no tratamento que o grupo recebeu do banco.

Há de tudo, segundo se pode ver em quatro casos periciados pela Polícia Federal. Prazos que terminam e são sucessivamente prorrogados, ações convertidas a preços favorecidos, explicações contraditórias, dispensa de garantias. No caso da National Beef, a BNDESPar poderia ter cancelado a subscrição quando o negócio não pôde ser realizado. Mas não o fez. Alegou, num dos aditivos, que havia uma crise de liquidez no mundo em 2009 e isso eliminaria uma folga de caixa na JBS. Em outro aditivo informou que a empresa faria "uma ou mais compras" de ativos no exterior. A perícia da PF estranha essa mudança de motivos. "Na única seção opinativa, eles repetiram o argumento da análise anterior sobre a folga de caixa do JBS e acrescentaram que 'é factível que surjam oportunidades de aquisição em decorrência da desvalorização generalizada dos ativos no mundo.' Essa frase além de genérica, não foi seguida de uma manifestação dos próprios técnicos quanto ao seu mérito".

Normalmente uma operação assim é precedida de um estudo sobre a viabilidade do negócio específico, não pode ser genericamente transferida para outra finalidade. Portanto a operação teria que ser desfeita. "Os técnicos do BNDES se abstiveram de emitir opinião, favorável ou contrária, acerca do termo aditivo mencionado, limitando-se a informar que ele tinha sido 'negociado com os controladores do JBS'".

A Polícia Federal concluiu, com base na perícia em documentos e em auditoria do TCU, que algumas operações produziram prejuízo para o banco. Ao todo o JBS recebeu R$ 8,1 bilhões de empréstimos, ou venda de debêntures à BNDESPar para comprar ativos no exterior. A ideia por trás das operações era que o banco ajudaria o grupo a se internacionalizar.

No fim de 2009 foi feita outra operação no valor de R$ 3,5 bilhões para que o grupo pudesse comprar o frigorífico Pilgrim's Pride e o grupo Bertin. Neste caso, a perícia da PF apontou que o valor da conversão das debêntures em ações foi por um preço acima do que deveria ter sido se seguisse os próprios termos do contrato. Essa diferença de valor representou no cálculo da Polícia Federal um prejuízo de R$ 614,5 milhões para a BNDESPar.

"Observe-se que o prejuízo calculado está expresso em valores da época e não leva em conta possíveis benefícios inerentes ao investimento em capital societário, tais como: dividendos, bônus de subscrição, diretos de subscrição de ações".

Nos documentos do BNDES, a PF diz que a explicação do banco foi que era preciso evitar "um crescimento excessivo na participação societária do BNDESPar na JBS". A operação também foi criticada pelo TCU. "Poderia a BNDESPar ter buscado em conjunto com a JBS outra solução econômico financeira que não resultasse em cessão graciosa de dinheiro público". Onze meses depois, o banco concordou em transferir as ações ao JBS a um preço 14% inferior ao usado na conversão das debêntures. A PF ressalta três outros pontos: nesta operação o BNDES dispensou as garantias; abriu mão do prêmio de 10% a que tinha direito e fez uma aprovação expressa. O prazo de processamento é em média de 210 dias. Na compra da Pilgrim's Pride foi de 29 dias.

O crescimento do JBS foi vertiginoso. No primeiro trimestre de 2007, quando a empresa começou a publicar suas informações financeiras, o patrimônio líquido era de R$ 1,39 bi. Essa linha do balanço saltou para R$ 23,77 bi ao final de 2016, de acordo com a consultoria Economatica. Ou seja, em dez anos, o patrimônio do JBS cresceu 17 vezes.

A operação de ontem teve como alvo o ex-presidente do banco Luciano Coutinho, que está voltando do exterior, e os dois principais acionistas do JBS, Joesley e Wesley Batista. Os motivos que levaram a tanta generosidade do banco com o grupo nunca ficaram bem entendidos. E a dúvida continua.
Herculano
13/05/2017 08:31
da série: quem boicota a reforma da previdência: políticos e servidores estáveis de altos vencimentos e aposentadorias precoces. Eles querem que o povo pobre e da iniciativa privada, a maioria de salário mínimo, os sustentem nos seus privilégios.

DIFERENÇA GRITANTE, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Para cobrir o rombo previdenciário do setor privado, foram necessários R$ 4,4 mil por aposentado, enquanto no setor público o montante per capita chegou a R$ 49 mil

O déficit do INSS e das previdências públicas consome anualmente R$ 315 bilhões da União e dos Estados. Enquanto o sistema de aposentadorias do setor privado leva algo em torno de R$ 150 bilhões para ajudar a pagar os benefícios de pouco mais de 29 milhões de aposentados, as previdências dos funcionários públicos demandam R$ 165 bilhões para atender 3 milhões de servidores civis e militares. A espantosa diferença, destacada em recente reportagem do Estado, ilustra o tratamento privilegiado dado ao setor público, na comparação com o setor privado, e ajuda a explicar o alarido dos servidores públicos contra a reforma da Previdência.

Para cobrir o rombo previdenciário do setor privado, foram necessários R$ 4,4 mil por aposentado, enquanto no setor público o montante per capita chegou a R$ 49 mil. O valor sobe para R$ 113 mil quando se consideram apenas os militares. A explicação para tamanha discrepância é que os servidores públicos dispõem de uma série de regalias. Embora desde 2004 esteja em vigor uma regra que limita a 80% dos salários na ativa o benefício pago aos servidores aposentados, a maioria atualmente no funcionalismo foi contratada antes daquele ano e, portanto, continua a ter direito à aposentadoria integral, relativa ao último salário.

Além disso, sempre que o salário dos servidores na ativa é reajustado, o aumento é repassado aos aposentados. Como houve deliberada política de valorização salarial dos funcionários públicos nos governos petistas, o aumento real das aposentadorias chegou a quase 40% nos últimos dez anos.

Leonardo Rolim Guimarães, ex-secretário de Políticas de Previdência Social, resumiu a questão de maneira clara: "Há uma enorme disparidade entre público e privado porque os servidores têm privilégios que elevam o valor do benefício". A reforma da Previdência encaminhada pelo governo visa justamente a reduzir o abismo entre os trabalhadores do setor privado e os funcionários públicos, ao estabelecer limite de idade para a aposentadoria dos servidores, reajustar os benefícios do funcionalismo pela inflação e impor regras mais severas para o seu cálculo.

Não se pode mais admitir que haja trabalhadores ?" nem aposentados ?" de primeira e de segunda classe. Por muitos anos os servidores públicos foram mimoseados com benefícios que a maioria dos empregados da iniciativa privada apenas sonha ter. Agora, a título de defender "direitos", os servidores lideram os protestos contra a reforma da Previdência, por razões mais do que compreensíveis, já que a proposta do governo, se não acaba integralmente com seus privilégios, ao menos os torna menos escancarados.

Os adversários das reformas acusam o governo de pretender reduzir ou mesmo eliminar benefícios que, segundo esse discurso, atendem majoritariamente os mais pobres. As aposentadorias seriam, então, parte do que os sindicatos à frente dos protestos chamam de "justiça social", como se fosse função da Previdência contribuir para a redistribuição de renda no País.

O problema, como sempre, é a aritmética. A conta simplesmente não fecha, a não ser que se negue a realidade, como têm feito os sindicatos, em especial quando argumentam, pasme o leitor, que a Previdência não é deficitária.

No mundo real, a Previdência não só é deficitária, como o déficit é explosivo e, se não for contido por uma expressiva reforma, comprometerá as contas públicas nas próximas décadas. Se o Congresso decidir manter os privilégios dos funcionários públicos aposentados, será necessário aumentar impostos, o que trava o crescimento econômico e a geração de empregos; tirar dinheiro de outros setores, como saúde, educação e investimentos em infraestrutura, que geralmente atendem as classes mais baixas da população; e aumentar a dívida pública, o que gera inflação, espécie de "imposto" que pesa muito mais sobre os pobres. Ou seja, a elite do funcionalismo quer manter seus privilégios mesmo que inviabilize totalmente a "justiça social" que tanto diz defender.
Herculano
13/05/2017 08:16
O PT RETROCEDE, AO CONTRÁRIO DO QUE FEZ A ESQUERDA EUROPEIA, por Maílson da Nóbrega, economista, ex-ministro da Fazenda de José Sarney, o maior período de caos econômico e inflação, para a Veja.

O PT mudou para pior. Antes, em 2002, na quarta tentativa de conquistar a Presidência, Lula divulgou a Carta ao Povo Brasileiro, prometeu manter o acordo com o FMI e a geração de superávits primários. Indicou um banqueiro, Henrique Meirelles, para presidir o Banco Central. Seu ministro da Fazenda, Antonio Palocci, cercou-se de economistas liberais e sinalizou uma política econômica responsável. Palocci liderou importantes reformas microeconômicas.

O partido indicava, assim, que se transformara na esquerda responsável de que o Brasil precisava. Seguia o caminho adotado pelos esquerdistas radicais da Europa, inclusive os comunistas, que na primeira metade do século passado aderiram ao binômio democracia-economia de mercado, associado à defesa da redução das desigualdades sociais. Era a social-democracia.

Os dois exemplos mais notáveis são o Partido Comunista da Alemanha e o Partido Socialista Operário Espanhol. Em grau menor, o Partido Trabalhista do Reino Unido. Os dois últimos se transformaram, nos anos 1980 e 1990 sob a liderança de Felipe Gonzalez e Tony Blair.

A conversão na Espanha foi a mais importante. Incluiu liberalização econômica, abertura da economia e privatização, acelerando o ingresso do país no Mercado Comum Europeu, atual União Europeia. No Reino Unido, Tony Blair manteve as políticas de Margaret Thatcher.

Lula se assemelhou a Felipe Gonzalez até a saída de Palocci e a chegada de Guido Mantega ao Ministério da Fazenda (2006). Pouco a pouco, visões intervencionistas retornaram e foram aceleradas com a crise financeira global de 2008. As ações dos países ricos para debelar a crise, que incluíram políticas fiscais anticíclicas e forte expansão da liquidez, foram interpretadas aqui como uma senha para mudar a política econômica.

Voltaram ao palco políticas intervencionistas e estatistas. Seu auge foi a malfadada Nova Matriz Econômica, que Dilma ampliou enfaticamente. Trata-se de um conjunto incrível de equívocos de política econômica, que provocou a maior e mais longa recessão da história.

Em vez de reconhecer os erros, o PT tem feito o contrário. Lula passou a defender as mesmas políticas que desgraçaram a economia. José Dirceu reivindicou uma guinada à esquerda para o PT em 2018, compreendendo as reformas que "o PT não fez na renda e na riqueza" (leia-se tributação confiscatória de altas rendas e grandes fortunas), a bancária (leia-se estatização do sistema financeiro) e urbana (leia-se forte tributação da propriedade imobiliária).

Em suma, o PT proclama o retorno às ideias equivocadas do passado. É exatamente o oposto do que fez a esquerda europeia. O partido corre o risco de afundar de vez. Caso realizasse a missão impossível de voltar ao poder, suas ideias o levariam ao fracasso. Seria uma tragédia para a economia brasileira e uma catástrofe para os pobres que o partido diz defender.
Herculano
13/05/2017 08:06
IOLANDA EM OBSTRUÇÃO, por Merval Pereira, no O Globo

Há tantas possibilidades de provas nos depoimentos dos marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que não é exagero dizer que a ex-presidente Dilma corre o risco de ser presa por obstrução da Justiça a qualquer momento, em prisão preventiva decorrente da investigação policial que foi desencadeada a partir dos relatos agora liberados para divulgação.

A prisão em flagrante não cabe neste momento, passado tanto tempo do ocorrido. Dilma Rousseff avisou por telefone que João Santana seria preso, numa clara ação de obstrução da Justiça, agravada pelo fato de que Dilma era a presidente da República na ocasião e recebia informações diretamente do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.

Ele confirmou que, "por dever de ofício", comunicava a presidente do andamento das investigações à medida que recebia os informes da Polícia Federal. Mesmo que esse dever de ofício o obrigasse a esses relatórios, eles não deveriam ser feitos com tanta antecedência que permitisse avisos aos procurados pela Justiça com 48 horas de antecedência.

E, no limite, a presidente da República não poderia nunca usar as informações que recebia para alertar seus amigos marqueteiros. A maneira como a ex-presidente Dilma Rousseff se comunicava com eles, e os conselhos que dava de acordo com as informações que recebia sobre as investigações, agravam mais ainda a situação.

Mônica Moura relatou, por exemplo, que um dia recebeu um e-mail clandestino da presidente, que se assinava para tais fins com o codinome Iolanda do Carmo Ribeiro, pedindo um telefone seguro para conversar. Passaram-lhe então o número da produtora em que se encontravam, na República Dominicana, e "Iolanda" avisou então que a Lava-Jato já havia obtido um mandado de prisão contra eles.

Anteriormente, já enviara um aviso pelo tal e-mail fake criado para comunicações clandestinas, através de linguagem figurada, de que um amigo estava em fase terminal e o pior era que a mulher dele também estava seriamente doente, advertindo que os dois já estavam na mira da Operação Lava-Jato.

Mas a "presidenta honesta" já atuara em outras ocasiões para obstruir a Justiça. Sugeriu que os marqueteiros transferissem uma conta da Suíça para Cingapura, que seria um lugar mais seguro. Como se vê, a então presidente Dilma tinha mesmo preocupações com as contas na Suíça dos envolvidos no esquema de propinas da Odebrecht, tanto que comentou com o ex-presidente Lula que soubera que Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, tinha uma conta na Suíça.

Foi o que bastou para que Lula convocasse Duque para uma conversa, e seu relato do encontro está cheio de contradições. Duque disse que Lula o orientou a não ter contas na Suíça relacionadas aos pagamentos da Odebrecht. Na sua ingênua versão, o ex-presidente disse que, ao receber a resposta de Duque de que não tinha conta na Suíça (o que era mentira), ficou tranquilo e encerrou o assunto.

Tanto o ex-presidente quanto a então presidente Dilma não estavam preocupados com a corrupção em si, que, pelos relatos, comandavam, mas com os sinais de corrupção que uma conta na Suíça deixava pelo caminho.

Dilma Rousseff pode pegar de três a oito anos de prisão pelo crime de obstrução à Justiça, segundo o professor Thiago Bottino, da FGV Direito Rio. Não será difícil identificar tanto o IP do computador de onde saíram as mensagens para a dupla Santana e Mônica, como também o telefone de onde foi feita a ligação para o Panamá com o aviso de que seriam presos.

Mais contradições

O ex-presidente Lula, em seu depoimento ao juiz Sergio Moro, isentou-se de responsabilidade por tudo o que aconteceu na Petrobras, dizendo que não tinha ingerência na empresa.

Pois está circulando na internet um vídeo de 2010 em que o então presidente Lula vangloria-se, em uma cerimônia em Angra dos Reis, de que a Petrobras deixou de ser uma "caixa-preta", como nas gestões anteriores ao seu governo:

"No nosso governo, ela é uma caixa branca e transparente. Nem tão assim, mas é transparente. A gente sabe o que acontece lá dentro, e a gente decide muitas das coisas que ela vai fazer".

A ressalva irônica sobre a transparência "mas nem tanto" tirou gargalhadas dos presentes, entre eles o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que está com seus bens indisponíveis
Herculano
13/05/2017 07:58
SE PRIVILÉGIOS CONTINUAREM, A INJUSTIÇA NÃO TARDARÁ A COBRAR SEU PREÇO, por Oscar Vilhena Vieira, pós doutor em direito, para o jornal Folha de S. Paulo.

O Brasil é um pais profundamente injusto. Essa injustiça não é fruto do acaso, mas sim consequência do modo como construímos nossas instituições.

Um exemplo de mecanismo que tem contribuído para cristalizar o obsceno padrão de desigualdade brasileiro foi apresentado esta semana pelo secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, ao analisar os dados sobre o Imposto de Renda de 2016.

Embora a Constituição determine que o Imposto de Renda tenha caráter progressivo (artigo 153), as regras infraconstitucionais subvertem esse mandamento. De acordo com os dados da Receita, a alíquota média aplicada ao 0,1% dos contribuintes mais ricos, que têm renda mensal acima de R$ 135 mil, é de apenas 9,1%. Entre aqueles que ganham entre 3 e 5 salários mínimos, 90% da renda tributável foi paga em impostos, contra 30% daqueles que estão no topo da pirâmide. Quanto menor for o rendimento, maior será essa alíquota. A explicação para essa mágica é simples: boa parte dos rendimentos dos mais ricos não advém dos salários, mas de lucros e inúmeras aplicações financeiras beneficiadas por isenções de imposto de renda.

Boa parte desses rendimentos, importante salientar, decorre das mais altas taxas de juros do planeta, regiamente asseguradas por governos de direita e de esquerda. O Brasil concebeu, assim, uma das mais azeitadas máquinas de transferência de riqueza do mundo. No caso: transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos. Desses privilégios não se fala.

Quando olhamos para a Previdência, o quadro não é diferente. Os altos estamentos do funcionalismo obtêm benefícios imensamente maiores que o restante da população. Enquanto a aposentadoria de um membro do Ministério Público ultrapassa os R$ 30 mil, os demais aposentados recebem em média cerca de R$ 1.600. Como aponta Marcelo Medeiros a partir de dados do IBGE, 50% dos recursos da Previdência vão para os 10% mais ricos.

Há, portanto, uma enorme agenda de reformas para aqueles que não aceitam uma sociedade estruturada a partir de privilégios. A previdenciária é urgente, até porque tem um forte impacto sobre o crescimento da dívida pública. E quando o Estado não consegue pagar suas contas, os juros sobem e os serviços públicos essenciais declinam, ampliando ainda mais a desigualdade.

Indispensável, portanto, reformar a Previdência. O problema é que algumas das mudanças aprovadas penalizam exatamente os mais pobres, deixando os estamentos mais ricos de fora. O que mais chama a atenção é a necessidade de combinar 25 anos de contribuição com 65 anos de idade. Como os mais pobres têm muito mais dificuldade de conseguir carteira assinada e contribuição ininterrupta, quando chegarem aos 65 anos, serão punidos com desconto em suas aposentadorias.

O equilíbrio das contas públicas é essencial. No entanto, se os esforços das reformas não forem associados à adoção de regras mais justas de distribuição de riqueza, tanto no campo previdenciário como tributário, a tensão política e social somente aumentará. Caso nossas instituições continuem sendo utilizadas para preservar privilégios e extrair riqueza dos mais pobres, a injustiça não tardará a cobrar o seu preço. Ela é a base da revolta, assim como do fracasso das nações.
Herculano
13/05/2017 07:53
DINHEIRO DE MôNICA A ASSESSORA COMPROMETE DILMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Mônica Moura pode ter documentado o envolvimento da ex-presidente Dilma Rousseff no esquema criminoso de utilização de recursos do caixa 2. Ela revelou que durante a campanha de reeleição, em 2014, foi solicitada a ressarcir uma funcionária do Palácio Alvorada, Marly Ponce Branco, que havia pago R$ 6 mil pelos serviços de Celso Kamura, cabelereiro de Dilma. Pagamento foi feito mediante depósito bancário.

REVóLVER FUMEGANTE
As autoridades terão facilidade de comprovar se a acusação de Moura é verdadeira. Comprovante de depósito bancário é prova contundente.

PODE DAR CADEIA
Pagar despesas pessoais de Dilma com dinheiro oriundo da corrupção é a acusação mais grave que pesa contra a ex-presidente.

BATOM NA CUECA
Ao ouvir a informação preciosa de Mônica Moura, uma procuradora que a interrogava não se conteve e exclamou: "ótimo!"

Só TEM UMA
Marly Ponce Branco era assessora especial de Dilma desde os tempos em que ela foi ministra da Casa Civil. Cuidava até das roupas de Dilma.

DELAÇÕES ENVOLVEM DILMA E CARDOZO NA LAVA JATO
As delações de João Santana e de sua mulher Mônica Moura, as mais devastadoras contra Lula e Dilma na Lava Jato, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo deve passar de chefe da Polícia Federal a investigado. Mônica contou que Dilma repassava a ela informações de Cardozo sobre a investigação contra o casal. O criminalista Tyago Lopes de Oliveira ressalta que é crime previsto no Art. 325 do código penal vazar informações sigilosas obtidas em decorrência do cargo.

ESSE CRIME DÁ CADEIA
O Art. 325 do código penal estabelece prisão de até 2 anos para o condenados por vazar informações obtidas em decorrência do cargo.

INVESTIGADOS SABIAM
Mônica disse que Dilma ligou para João Santana em 21 de fevereiro para informar que seriam presos, o que aconteceria no dia seguinte.

'DEVER DE OFÍCIO'
Cardozo parecia atônito ao falar à Rádio Bandeirantes, ontem, de Londres. Mas confirmou que passava a Dilma o que recebia da PF.

PRINCIPAL PROVA
Mônica Moura revelou que sempre acompanhava João Santana nas reuniões do Alvorada, e tinha acesso à rede de internet wi-fi pessoal de Dilma. "O computador é a principal prova que tenho", disse ela ao MPF.

COMPLô
Odebrecht queria que João Santana e Mônica Moura convencessem Dilma a ordenar o então ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) para interferir e tentar invalidar provas contra a Odebrecht vindas da Suíça.

CPI POUPOU COUTINHO
Foi de autoria do deputado José Rocha (PR-BA) o relatório que isentou de qualquer indiciamento ou de aprofundamento de investigação o ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na CPI do BNDES.

ALERTA
O próprio ministro Raul Jungmann (Defesa) alertou os correligionários sobre os riscos do maior ataque cibernético da história, ocorrido nesta sexta (12): "evitem sites não-confiáveis e mensagens desconhecidas".

EM BAIXA
Não chegou a 400 curtidas nas redes o documento intitulado "365 direitos perdidos", publicado por Dilma para (continuar) a denunciar a "ruptura democrática" no país. Ninguém deu muita atenção.

STF SEM INDICAÇÃO
Ganhou 115 mil assinaturas em uma semana um abaixo-assinado no site Change.org que pede projeto de lei para que ministros Supremo Tribunal Federal sejam escolhidos através de concurso público.

DE OLHO EM 2018
O senador Pedro Chaves (PSC-MS) articulou a liberação de R$ 175 milhões junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento para revitalizar o Centro da capital sul-mato-grossense, Campo Grande.

ESPELHO MEU
O presidente do PMDB, senador Romero Jucá (RR), confirmou notícia antecipada há cinco dias nesta coluna: a executiva do partido deve fechar questão para aprovar a reforma da Previdência na Câmara.

OLHANDO BEM...
...nos vídeos, Mônica Moura e J.Santana não parecem "pressionados" a contar tudo, como disse Dilma. Estão até bastante à vontade
Herculano
13/05/2017 07:47
MARQUETEIROS COMPLICAM SITUAÇÃO LULOPETISTAS, editorial do jornal O Globo

Esta é uma semana para o lulopetismo esquecer. Primeiro, foi o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, quarta-feira, no processo sobre o tríplex do Guarujá, em que o ex-presidente é acusado de ter recebido o imóvel da OAS como parte de propinas pagas pela empreiteira ao PT, milionário pedágio para poder fazer negócios com a Petrobras. E depois, no dia seguinte, veio a divulgação da delação premiada do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.

É certo que Lula, Dilma Rousseff e Antonio Palocci passarão este fim de semana mais apreensivos do que o anterior. No caso do ex-presidente, havia a expectativa de um depoimento matador e de uma invasão vermelha de Curitiba. Não houve uma coisa nem outra. Lula, em alguns poucos momentos, mostrou o dom da retórica, mas não respondeu de maneira convincente à principal pergunta sobre o imóvel: recebeu ou não da OAS?

Lula caiu, ainda, em contradições. Uma delas, sobre o relacionamento entre o tesoureiro do PT, João Vaccari, ainda preso, e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que diz ter ouvido do ex-presidente o conselho para não ter contas no exterior. Lula disse não saber se Vaccari conhecia Duque, mas foi a ele que recorreu para ter um encontro com o diretor indicado pelo PT. Para completar o mau dia, Lula foi a uma manifestação em seu apoio, em praça pública, ainda em Curitiba, onde havia menos militantes do que certamente imaginara.

As delações de Santana e Mônica, os marqueteiros vitoriosos do PT, divulgadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo, reforçam em traços fortes o papel de Lula de "chefe" do propinoduto instalado a partir de empreiteiras, Odebrecht à frente, e conectado principalmente no caixa da Petrobras.

Santana e Mônica chancelam a impressão que também teve Renato Duque na conversa com o ex-presidente: era o "chefe". Os testemunhos também relatam o papel ativo de Dilma Rousseff na gestão financeira subterrânea da campanha de 2014.

A confirmação do uso à larga de dinheiro "por fora", de caixa 2, é mais do mesmo. Porém, chama a atenção o processamento da distribuição dos recursos, com a participação de Antonio Palocci, o "italiano", que, diante do pedido de cifras mais elevadas, alegava que precisaria consultar "o chefe". Sempre ele.

Destaca-se, ainda, a importância da Odebrecht no bombeamento de dinheiro para o propinoduto, não apenas no Brasil. Depoimentos do casal, que, por influência de Lula, trabalhou em campanhas na Venezuela, para Chávez, no Panamá, em Angola e El Salvador, indicam que havia uma espécie de Internacional da Propina, constituída por influência de Lula, cimentada por ideologias terceiro-mundistas e bolivarianas, e sustentadas financeiramente pela Odebrecht, cujo interesse eram obras nesses países. O petrolão internacionalizou-se de vez.
Herculano
13/05/2017 07:46
MARQUETEIROS COMPLICAM SITUAÇÃO LULOPETISTAS, editorial do jornal O Globo

Esta é uma semana para o lulopetismo esquecer. Primeiro, foi o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro, quarta-feira, no processo sobre o tríplex do Guarujá, em que o ex-presidente é acusado de ter recebido o imóvel da OAS como parte de propinas pagas pela empreiteira ao PT, milionário pedágio para poder fazer negócios com a Petrobras. E depois, no dia seguinte, veio a divulgação da delação premiada do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.

É certo que Lula, Dilma Rousseff e Antonio Palocci passarão este fim de semana mais apreensivos do que o anterior. No caso do ex-presidente, havia a expectativa de um depoimento matador e de uma invasão vermelha de Curitiba. Não houve uma coisa nem outra. Lula, em alguns poucos momentos, mostrou o dom da retórica, mas não respondeu de maneira convincente à principal pergunta sobre o imóvel: recebeu ou não da OAS?

Lula caiu, ainda, em contradições. Uma delas, sobre o relacionamento entre o tesoureiro do PT, João Vaccari, ainda preso, e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, que diz ter ouvido do ex-presidente o conselho para não ter contas no exterior. Lula disse não saber se Vaccari conhecia Duque, mas foi a ele que recorreu para ter um encontro com o diretor indicado pelo PT. Para completar o mau dia, Lula foi a uma manifestação em seu apoio, em praça pública, ainda em Curitiba, onde havia menos militantes do que certamente imaginara.

As delações de Santana e Mônica, os marqueteiros vitoriosos do PT, divulgadas pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo, reforçam em traços fortes o papel de Lula de "chefe" do propinoduto instalado a partir de empreiteiras, Odebrecht à frente, e conectado principalmente no caixa da Petrobras.

Santana e Mônica chancelam a impressão que também teve Renato Duque na conversa com o ex-presidente: era o "chefe". Os testemunhos também relatam o papel ativo de Dilma Rousseff na gestão financeira subterrânea da campanha de 2014.

A confirmação do uso à larga de dinheiro "por fora", de caixa 2, é mais do mesmo. Porém, chama a atenção o processamento da distribuição dos recursos, com a participação de Antonio Palocci, o "italiano", que, diante do pedido de cifras mais elevadas, alegava que precisaria consultar "o chefe". Sempre ele.

Destaca-se, ainda, a importância da Odebrecht no bombeamento de dinheiro para o propinoduto, não apenas no Brasil. Depoimentos do casal, que, por influência de Lula, trabalhou em campanhas na Venezuela, para Chávez, no Panamá, em Angola e El Salvador, indicam que havia uma espécie de Internacional da Propina, constituída por influência de Lula, cimentada por ideologias terceiro-mundistas e bolivarianas, e sustentadas financeiramente pela Odebrecht, cujo interesse eram obras nesses países. O petrolão internacionalizou-se de vez.
Herculano
13/05/2017 07:42
CERCO DE MILITANTES A TRIBUNAL TRAÇA FRONTEIRA DE GUETO AO PT, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

A charge de Hubert, à página A2 da Folha (10.mai), no "Dia do Depoimento", é a mais refinada tradução da operação em curso. Se ela contivesse apenas as imagens de Lula e Moro encarando-se como duelistas, seria mera reiteração da narrativa dominante, construída pelo lulopetismo. Mas o autor dribla a armadilha, inserindo um Chico Buarque, símbolo do PT estampado no peito, que cantarola "olhos nos olhos, quero ver o que você diz...".

A narrativa é só uma interpretação, configurada para uso político - eis a mensagem da charge. Cabe acrescentar dois registros: 1) o sucesso dos seus fabricantes deve-se, em larga medida, à adesão de correntes odientas de direita, que a repetem, mas para celebrar Moro; 2) Quando triunfa na produção dessa versão, o lulopetismo cava um buraco para si mesmo, depredando seu futuro.

"Se um dia eu tiver cometido erro, não quero ser julgado só pela Justiça, quero ser julgado pelo povo brasileiro", clamou Lula na praça.

"Quando um político comete um erro, é julgado pelo povo, não pelo Código de Processo Penal", teorizara antes, diante de Moro, para acrescentar que "eu já fui julgado pelo povo". Política é, sobretudo, a formulação de narrativas, de preferência duais: Povo vs. Elite, Progresso vs. Reação, Mercado vs. Estado etc.

Lula escolheu uma polaridade singular: Povo vs. Justiça. Funciona, para objetivos imediatos, mas gera sequelas incuráveis. O cerco de um tribunal pela massa de militantes, expressão teatral da narrativa escolhida, traça uma fronteira de gueto ao redor do PT.

A ideia do "julgamento pelo povo", elemento crucial da narrativa, funda-se na deliberada confusão entre política e justiça. O "erro" político será (ou não) julgado pelos eleitores. O crime, exclusivamente pelo sistema de justiça.

Não é casual a seleção da palavra "erro" para fazer referência a crimes. Nela, encontra-se a articulação semântica da versão que procura exibir o sistema de justiça como um ator do jogo político. Na imprensa, "companheiros de viagem" reverberam a narrativa partidária por meio da expressão "Partido da Justiça". O sistema de justiça, porém, não tem partido -ao menos nas democracias.

Existe a hipótese de que Moro tenha decidido perseguir Lula? Eduardo Cunha e dezenas de outros réus da Lava Jato apresentam-se igualmente, como perseguidos. Mesmo assim, a hipótese não pode ser descartada. Quem acredita nela - e, ao mesmo tempo, no sistema de justiça das democracias - deve apelar às instância judiciais superiores, não à gritaria da militância.

Mas, hoje, quando a coisa é com ele, Lula segue o exemplo de José Dirceu, declarando-se um perseguido político. É um passo do qual o ex-presidente se poupara, no passado recente, quando fez a promessa (vazia) de "provar", na esfera dos tribunais, a "farsa" do processo do mensalão.

Lula não equivale a Povo, exceto num tipo de propaganda incapaz de ocultar sua alma autoritária. Moro também não equivale a Justiça. O juiz de primeira instância é apenas um nexo de um sistema que abrange a Polícia Federal, os procuradores, os advogados de defesa e as instâncias superiores do Poder Judiciário.

Os conflitos entre Moro e tribunais superiores e entre o Ministério Público e o STF (Janot vs. Gilmar Mendes) não são indícios de uma desordem, mas sinais do funcionamento regular de uma ordem assentada na autonomia das instituições. Já a convocação da militância para sitiar um juiz reflete inconformidade com a democracia: o desejo de que o Povo (entenda-se: o Partido) assuma as funções do sistema de justiça.

Na Venezuela, é isso que acontece, sob aplausos do PT. O tribunal superior obedece aos comandos do Povo -isto é, do Partido, ou seja, do regime chavista. O Lula de Curitiba, que ergue o punho contra o sistema de justiça, veste a fantasia de Nicolás Maduro. É carnaval eleitoral ?" mas é um buraco.
Herculano
13/05/2017 07:30
COMITÊS SE UNEM PARA ENGANAR TSE, DIZ MARQUETEIRO DO PT EM DELAÇÃO PREMIADA, por Josias de Souza

João Santana, o marqueteiro das campanhas eleitorais do PT, disse em depoimento à Lava Jato que as tesourarias de candidatos rivais promovem acordos subterrâneos para enganar o Tribunal Superior Eleitoral. Combinam os valores que irão declarar na prestação de contas oficial. Com isso, dão aparência de normalidade à contabilidade. E se esbaldam no caixa dois, "uma prática generalizada."

Santana insinuou que esse tipo de acerto foi feito na campanha de 2014 entre os comitês da petista Dilma Rousseff e do tucano Aécio Neves. "O oponente direto também é obrigado. Quando se declara um preço, ele não pode se afastar tanto desse preço, para não ter disparidade, desconfiança. E o que acontece? Existe um acordo informal entre as campanhas. Mesmo campanhas que vão se digladiar, arrancar sangue. Os coordenadores financeiros conversam entre si. 'Olha, o meu preço vai ser esse'. E o outro chega perto ou passa."

O marqueteiro acrescentou: "Existia esse tipo de acordo. Não só entre essas campanhas [presidenciais], como campanhas de governadores, de prefeitos. Os tesoureiros de campanha conversavam entre si. Isso eu sei porque conversavam. Todos vão me desmentir, mas é verdade."

Durante o depoimento, Santana vangloriou-se de ter conseguido puxar para o alto a escrituração do valor que cobrou do comitê de Dilma: coisa de R$ 70 milhões, noves fora a verba que transitou por baixo da mesa, no caixa dois - uma parte depositada pela Odebrecht em conta secreta na Suíça.

O procurador da República que interrogava João Santana enxergou nas declarações do delator uma tentativa de tratar como normal algo que é criminoso. Lembrou ao depoente que, se os marqueteiros não admitissem receber dinheiro sujo no exterior, as campanhas seriam "mais limpas, honestas e democráticas." Disse mais: "Financiamento em caixa dois torna a campanha desigual, principalmente quando é reeleição e o candidato já está no poder."

O marqueteiro não deu o braço a torcer: "?Torna desigual, mas essa que se chama de violar a democracia, todos violam. Pequenos e grandes. Cada um à sua maneira. E se associam para violar. É uma prática generalizada o caixa dois." O procurador insistiu: "[?] O senhor tem que ter essa consciência de que praticou uma ilicitude e faz parte de uma engrenagem muito nociva."

E João Santana se enquadrou: "Sem dúvida alguma. E me arrependo profundamente. Inclusive pelo sofrimento pessoal, o sofrimento político, moral, familiar e empresarial que eu estou sofrendo. Isso sem dúvida. Eu não me isento disso. O senhor tem toda razão nesse aspecto."
Herculano
13/05/2017 07:25
da série: o petismo é uma doença mental incurável. Os petistas não são capazes de aceitarem como natural que erraram, roubaram, mentiram, manipularam, compraram e quebraram o país e os brasileiros e que por causa disso podem ser punidos. Quanto mais provas e testemunhos aparecem, espontâneas, legais e coercitivas, além de desqualificá-las (mas que na mesma proporção servem só aos adversários), afirmam ser isso uma trama criminosa bem orquestrada - Polícia Federal, Procuradoria, Justiça e Imprensa - de perseguição para impedi-los de destruir o Brasil. E tem gente esclarecida que "acredita" e propaga propositadamente para dar credibilidade aos analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos

CERCO A LULA DESEQUILIBRA O JOGO, por André Singer, ex- assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,PT, para o jornal Folha de S. Paulo

O esperado confronto entre Lula e Sergio Moro, na quarta-feira, foi precedido e sucedido por um conjunto de delações que torceram o resultado em favor de um dos contendores.

Largamente reproduzidas pela mídia, como já ocorreu em outras circunstâncias cruciais (vide condução coercitiva), no prazo de três semanas apareceram supostas revelações de Léo Pinheiro, dono da empreiteira OAS, sobre destruição de provas; de Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, a respeito do conhecimento de desvios na empresa; e de João Santana, referente a uso de caixa dois. Parece que o Partido da Justiça (PJ), aliado a setores da mídia, deflagrou ofensiva para impedir o ex-presidente de ser candidato em 2018.

O duelo de Curitiba, em si, acabou numa espécie de empate sem gols. O juiz teve a habilidade de apresentar uma faceta neutra, escondendo as próprias convicções sob a capa de perguntas objetivas. Lula, por sua vez, decidiu concentrar a agressividade no Ministério Público. Ambos devem ter entendido que o confronto aberto os prejudicaria perante a opinião pública.

Do ponto de vista do processo, contudo, o zero a zero era melhor para Lula, pois cabe à acusação o ônus da prova. Alguns testemunhos, reportagens e documentos foram apresentados por Moro como indícios de transações indevidas no caso do tríplex de Guarujá. Ocorre que a transferência final da propriedade nunca aconteceu, o que seria um argumento definitivo por parte de Lula. Ele não poderia agora ser condenado por receber algo que nunca, finalmente, recebeu.

No entanto, o escândalo jurídico-midiático que cercou e cerca o longo diálogo paranaense pode ter feito a vantagem de Lula diminuir. Delações não provam nada, mas criam, pela proximidade dos personagens, impressão muito negativa ao ex-mandatário. Afinal, Lula reconhece relação de alguma constância com Pinheiro, admite ter-se encontrado com Duque e teve vínculos públicos com Santana.

Quantos cidadãos vão entender as minúcias que envolvem o tríplex de Guarujá e quantos vão formar juízo por meio de denúncias bombásticas irradiadas em horas e horas de TV? Como o que está em jogo é o futuro da democracia brasileira, convém registrar que a história cobrará caro dos que resolverem cassar a candidatura popular, utilizando meios duvidosos e desiguais para fazê-lo. A crise entrou em etapa decisiva.

*
A morte de Antonio Candido, um gigante intelectual que tinha esperança no Brasil, deixa ainda mais triste o ambiente do país. Resta o consolo de sua obra, feita de conhecimento, clareza e elegância. Fonte de inspiração para seguir adiante em tempos sombrios
Sidnei Luis Reinert
13/05/2017 06:12
URGENTE: Senador petralha Paulo Rocha é HUMILHADO por cidadãos em Curitiba!

Ele foi almoçar em restaurante de luxo, e deixou a milícia no lado de fora, regados à pão com mortadela.

Socialismo funciona apenas para quem controla o Estado!

https://www.facebook.com/MovimentoJuntospeloBrasil/videos/1325298970893860/?hc_ref=NEWSFEED
Joquinha Faceiro
12/05/2017 20:20
Herculano!

Lula para o juiz MORO dia 10, foi tudo a dona Marisa que fez, não sei de nada. Nunca sabe de nada. Então tbém foi dona Marisa que governou o Brasil entre 2003 a 2010. Conforme o Antagonista, o que podemos dizer de Lula e sua trupe é de ter pena, é de dar dó dessa gente. Cade o cabra macho? E ai petistas, estão todos quietinhos é. Olha a delação do João Santana e da Monica Moura, ah foi a dona Marisa...ka, ka, ka, ka.
Herculano
12/05/2017 20:08
EM VÍDEO COM AÉCIO E ALCKMIN, TUCANATO PERGUNTA: POR ONDE A MUDANÇA COMEÇA?, por Josias de Souza

Foi ao ar na noite desta quinta-feira a propaganda partidária do PSDB - dez preciosos minutos em rede nacional de tevê. Na peça, o tucanato fala dos males da política como um médico que, após diagnosticar as necessidades do paciente, manda reforçar a dose do purgante.

Na abertura, o comercial enxerga a moléstia - "A distância entre as pessoas e os políticos nunca foi tão grande"?", tropeça no óbvio - "A política brasileira precisa mudar"?" e repete a pergunta de US$ 1 milhão ?""Por onde essa mudança começa?".

No miolo, a propaganda conclui que a saída passa por "uma mudança de atitude." E na parte final do vídeo, o PSDB expõe na sua vitrine eletrônica personagens como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, investigados na Lava Jato.

O que o tucanato tem para oferecer? O desafio é "melhorar a política" e "melhorar a sua vida", afirma Aécio. E Alckmin: "Trabalhar com esforço e humildade para tirar o país da crise."

Sumiram do discurso dos tucanos as críticas aos rivais petistas. Soaria mal. Seria como tocar trombone sob o telhado de vidro. Não se ouviu na propaganda nenhuma palavra sobre ética. Natural. Ninguém é louco de falar sobre corda à beira do cadafalso.

Antes de expor o seu museu de novidades, o PSDB encaixou no comercial um bate-papo de hipotética espontaneidade entre pessoas selecionadas e jovens políticos tucanos. Excluiu-se João Doria da roda. Previsível. Muitos enxergam o prefeito paulistano não como um tucano, mas uma cobra ?"ou uma espécie de rabo autossuficiente, que se desgruda do padrinho Alckmin e ganha vida própria.

"Você já percebeu que daqui a cinco anos o Brasil vai comemorar 200 anos de Independência?", indaga no comercial Fernando Henrique Cardoso, o grão-mestre do tucanato. "Já pensou se nesse dia você não precisasse votar contra alguém, mas a favor de alguém. Votar não com resignação, mas com esperança. Para esse dia chegar, é preciso passar o Brasil a limpo. E aprender com os erros?"

Os políticos brasileiros não mudaram muito desde dom Pedro I. Talvez precisem de um pouco mais de tempo. No estágio em que se encontra, o tucanato já aprendeu que é errando que se aprende? A errar.

Não faz muito tempo, um presidente do PSDB federal, Eduardo Azeredo, foi emparedado pela revelação de que, em 1998, quando brigava pela reeleição ao governo de Minas, suas arcas eleitorais foram contaminadas por um empréstimo providenciado por Marcos Valério. Em valores da época, coisa de R$ 11,7 milhões, tomado no Banco Rural. Tudo muito parecido com a operação que deu origem ao menalão do PT.

Azeredo concluiu seu mandato à frente do partido sem ser importunado. Quando o Supremo Tribunal Federal estava pronto para julgá-lo, renunciou ao mandato de deputado federal e foi tentar a sorte nas instâncias inferiores do Judiciário em Minas Gerais. Multi-investigado, Aécio Neves segue a mesma trilha. Preside o PSDB sem ser importunado. Quem ouve FHC falando em passar o Brasil a limpo se pergunta: não seria o caso de iniciar o processo de higienização pelo comando do ninho?
Herculano
12/05/2017 20:05
ADVOGADO DA JBS SE NEGA A COLABORAR COM A POLÍCIA FEDERAL

Conteúdo da coluna Radar, da revista Veja. Texto de Gabriel Mascarenhas. Atitude de Francisco de Assis e Silva impressionou policiais

Um dos alvos de condução coercitiva realizada pela Polícia Federal nesta sexta (12), o diretor executivo de Relações Institucionais da JBS, Francisco de Assis e Silva, recusou-se a colaborar.

Ao entregar seu celular na sede da PF, ele afirmou que para usar o aparelho era necessário digitar uma senha. Mas, no entanto, ele não contaria qual é.
Maria José
12/05/2017 19:10
OS 7 BONÉCOS do KLEBER. Hoje assisti a reunião do dia 09/05 da Câmara de Vereadores de Gaspar.Mais uma vez fiquei frustrado com os 7 bonécos,votarão contra uma audiência pública para discutir com o povo que é pagador de seus gordos salários. Eles não querem que o povo participe de uma audiencia para discutir sobre a construção ou não da sede própria da câmara de vereadores,uma verdadeira vergonha. Qual a verdadeira intenção desses 7 bonécos? Junior Hostins,Chico Anhaia,Vando Andrietti,Moura,Francieli,Dr.Silvio e Ciro Quintino.
Herculano
12/05/2017 18:25
CRIME DE DILMA REGISTRADO EM CART?"RIO

Conteúdo de O Antagonista. Mônica Moura registrou em cartório um screenshot do crime cometido por Dilma Rousseff, que escreveu um e-mail para João Santana avisando que ele seria preso.

O Estadão publicou o documento lavrado em 13 de julho de 2016 no 1º Tabelionato Giovannetti em Curitiba.

O Jota reproduziu a imagem do perfil Google+ da conta iolanda2606@gmail.com, usada por Dilma Rousseff para obstruir a Lava Jato.

Ela só tem um seguidor: Dona Xepa.

A PGR já tem uma cópia desses documentos? O Google já foi notificado?

O endereço de email que consta no documento lavrado por Mônica Moura no tabelião de Curitiba é 2606iolanda@gmail.com - e não iolanda2606@gmail.com. Confirmamosa validade de ambos. Dilma Rousseff usava dois emails secretos para avisar Santana e Mônica dos movimentos da Lava Jato?

João Santana conta nesse trecho da delação que Dilma usava metáforas para avisá-lo sobre o desenrolar da Lava Jato. Quando soube da ordem de prisão contra o marqueteiro e Mônica Moura, a petista escreveu que um amigo estava muito doente e sua mulher também.

Dilma Rousseff pode pegar de três a oito anos de prisão pelo crime de obstrução à Justiça, segundo o professor Thiago Bottino, da FGV Direito Rio, ouvido por O Globo.
Não será complicado demonstrar que ela usou um e-mail para alertar João Santana sobre as descobertas da Lava Jato.

É linguagem típica da guerrilha.

Os 400 mil reais em propinas para Dilma Bolada foram repartidos entre Mônica Moura e Danielle Fonteles, da Pepper.

Espantosamente - e isso dá uma ideia da miséria intelectual dessa gente -, o assunto foi tratado numa reunião dos coordenadores da campanha de Dilma Rousseff, com Rui Falcão, Edinho Silva, Franklin Martins, João Santana e Danielle Fonteles, além da própria Mônica Moura

O talento oratório de Dilma Rousseff é conhecido.

Ela só conseguia acertar seus discursos com um operador de teleprompter.

Por isso ela mandou Mônica Moura pagá-lo.

Entre salários, passagens aéreas e hospedagens, Dona Xepa gastou com ele 95 mil reais.

Dilma Rousseff mandou Mônica Moura pagar o cabeleireiro Celso Kamura porque ela "não tinha rubrica" para isso.
Foram 40 mil reais em dinheiro.

Iolanda mandou Mônica Moura pagar também sua camareira, "Rose alguma-coisa", que morava com ela e "fazia seu cabelo, fazia unha, fazia maquiagem".

Foram 4 mil reais por mês, por quase um ano.
Sidnei Luis Reinert
12/05/2017 15:31
Lula acabou! Já era! E PT, saudações...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Luiz Inácio Lula da Silva não tem a mínima condição moral e nenhuma legitimidade para concorrer à Presidência da República em 2018. Ele já trabalha com a certeza de que será condenado em vários processos, pelo menos até a segunda instância da Justiça Federal. Seus advogados farão o máximo para protelar as decisões finais que podem sair ao longo do segundo semestre do ano vem ?" coincidindo com o processo eleitoral. No entanto, mesmo que ganha no voto popular inconseqüente, Lula é cabra marcado para sofrer um impeachment ou uma intervenção institucional praticada por pelo menos a metade do eleitorado que não o tolera. Eis o cenário mais realista para os próximos 18 meses.

Pergunta simples: Qual é o chefe de Estado ou o governo estrangeiro que aceitará fazer qualquer acordo ou negócio com um Presidente condenado em vários processos de corrupção? Só os criminosos presidentes ligados ao Foro de São Paulo terão tamanha cara de pau de emprestar alguma legitimidade e uma cínica solidariedade a Lula. O resto do mundo não vai querer conversa com ele e, por extensão, com o Brasil. A nossa sorte é que, como o País é estratégico para o planeta, a corrupção sistêmica do Crime Institucionalizado terá de ser, no mínimo, reduzida, mesmo que na interesse ao Poder Real Mundial neutralizá-la. Assim, Lula não dura 13 minutos no poder, se porventura ganhar a eleição que disputará.

As delações premiadas da Lava Jato conseguiram produzir provas materiais suficientes para arrasar, definitivamente, com a imagem já contaminada de Lula, Dilma Rousseff e quase toda cúpula e demais comparsas aliados. Foi fatal para os chefões da Petelândia a retirada do sigilo do casal de marketeiros João Santana e Mônica Moura, determinada pelo ministro-relator da Lava Jato no STF Edson Fachin. A dupla revelou, como provas materiais, como funcionava o esquema de pagamento de propinas usando recursos de caixa dois de empresas aproveitando o modelo canalha e criminoso de arrecadação de grana para campanhas eleitorais.

Vale repetir: Do ponto de vista político, Luiz Inácio Lula da Silva pode ter saído nem mais, nem menos, desgastado do primeiro depoimento que prestou ao juiz Sérgio Moro. No entanto, sua morte política é pule de 13. Se Lula não acabar condenado por provas objetivas produzidas nas delações premiadas e nos documentos juntados contra sete envolvidos no primeiro processo que Sérgio Moro julgará contra ele, fatalmente acabará detonado em outros processos. Será uma missão quase impossível para a defesa de Lula conseguir provar que ele não tinha pleno domínio dos fatos relacionados à descarada corrupção em torno do Palácio do Planalto, chegando até a vários outros países (Portugal, Angola, Venezuela, Cuba e por aí vai).

Vale desenhar novamente, para deixar bem claro aos analistas sem-noção: Lula tem tudo para se ferrar porque negou qualquer responsabilidade e conhecimento sobre os crimes que são narrados pela Força Tarefa da Lava Jato. O delator Renato Duque garantiu que ele sabia de tudo. As negativas de Lula ?" se forem comprovadamente mentirosas ?" vão arrasar com ele nos próximos processos a que responde. A única "sorte" de Lula é a demora processual. Ele pode receber a primeira condenação apenas no final deste ano. E a confirmação da sentença, em segunda instância, deve levar, no mínimo, de 10 a 11 meses no Tribunal Regional Federal da Quarta Região. Assim, ele disputará e poderá até vencer a eleição. O "azar" dele é que não terá qualquer condição moral de governabilidade.

O maior desafio para os brasileiros honestos é que o mecanismo de corrupção sistêmica do Crime Institucionalizado continua operando e se reinventando... Lula é apenas uma pecinha do esquema ?" e que está prestes a ser descartada... Não podemos permitir é que ele seja substituído por outro ?" que mantenha o "mecanismo" funcionando, depois de "reinventado" com estratégia e apoio financeiro dos verdadeiros controladores do Brasil.

A única saída para impedir que a tragédia brasileira continue se repetindo como farsa é uma inédita Intervenção Institucional promovida pelo único elemento com legitimidade para tamanha responsabilidade: os segmentos honestos e esclarecidos do povo brasileiro. Os militares não tem outra alternativa senão apoiar tal movimento que jamais poderá ser definido como um "golpe" ?" como alguns canalhas já rotulam previamente.

É inevitável a Intervenção Institucional, redefinindo o modelo estatal brasileiro dominado pela Organização Criminosa. As pré-condições para a mudança de verdade ocorreram estão muito bem desenhadas no horizonte. A guerra aberta entre os poderes levará à destruição o sistema hegemônico da associação delitiva entre bandidos de toda espécie e os personagens da máquina estatal.

Vamos desenhar novamente: Os Militares não darão golpe algum. Quem vai derrubar a bandidagem do poder será o povo honesto que está de saco cheio e não agüenta mais sobreviver sob uma recessão gerada pela corrupção, incompetência e absoluta falta de patriotismo.
Herculano
12/05/2017 12:55
O PREFEITO KLEBER EDSON WAN DALL JÁ FOI VEREADOR, JÁ FOI PRESIDENTE DA CÂMARA E AGORA QUER QUE OS VEREADORES SEJAM SEUS ASSESSORES DE LUXO E BEM COMPORTADOS PARA ELE. MELHOR É ELE CONTINUAR A PLANTAR FLORES PELA CIDADE. ACORDA, GASPAR!

Tem gente que arruma sarna para se coçar (se explicar e se desgastar); assim, do nada.

Primeiro Kleber mandou um Projeto de Lei, inconstitucional, autoritário e despropositado para tirar R$1 milhão do Orçamento da Câmara, um poder autônomo, independente e transferir esse dinheiro para os cofres da prefeitura.

Argumentou que era necessário para terminar a ponte do Vale inaugurada incompleta pelo PT. Mas nem isso ficou claro. Ficou no discurso da esperteza depois de constatar o tamanho da bobagem que fez.

Segundo, não satisfeito, depois de rearranjar o que desarranjou e devia por este "conserto" orar todos os dias, mais uma vez meteu o bedelho na necessária gestão autônoma Câmara onde não é da sua alçada dizer o que deve ser feito administrativa e contabilmente.

Parece, que para Wan Dall e seus neófitos assessores, na prefeitura que ele manda (ou deveria) não há problema algum para ele resolver e que pelas notícias que passam aqui pela coluna, não consegue fazê-lo.

O prefeito Kleber e o PMDB de Gaspar gostam de ficar expostos, como fracos e perdedores. Quem orienta Kleber nessa e outras armadilhas? Meu Deus!

O que disse o líder do governo de Kleber na Câmara, o advogado, ex-secretário da Saúde de Pedro Celso Zuchi, PT, Francisco Hostins Júnior, PMDB, sobre a orquestração que fez para impedir os vereadores convocassem uma audiência pública e nela, discutissem a construção ou não do prédio próprio da Câmara? Que não havia projeto, não havia números, não havia dados.

Pois está ai a falha do governo de Kleber: se meter onde não é da sua competência.

Não há projeto? O que o governo de Kleber tem a ver com isso? Quem tem que mostrar o tal projeto é a Câmara, os vereadores que convocaram a tal audiência pública; os que querem palanque e holofotes.

É lá na audiência o fórum ideal para discutir esse assunto, o circo e desmoralizar quem a pediu a audiência e não se preparou para tal. Não. Como babá, Kleber, os seus, o PMDB, querem dizer o que a Câmara deve fazer.

Por que Hostins não quer essa audiência e lá os vereadores lavarem a roupa suja, entre eles?

Por que a prefeitura, o prefeito, os vereadores que o apoia querem se meter e de desgastarem num assunto que não compete ao Executivo opinar? Já expliquei na coluna. E houve uma choradeira nesta manhã.

O governo Kleber Edson Wan Dall está sem plano, está mal acompanhado e arrumando problemas para si fora da sua competência, além dos muitos e graves que já possui e não dá conta.

O PMDB de Gaspar é mestre em destruir seus prefeitos eleitos. Ah, Herculano, mas você exagera! Exagero? O que o líder do prefeito que que estar na linha de frente impedindo e arrumando os votos da base de Kleber para derrubar um simples requerimento de seus outros colegas, num assunto que é próprio e unicamente do Legislativo? Acorda, Gaspar!
Herculano
12/05/2017 11:45
OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL INVESTIGA APOIO DO BNDES AOS NEGóCIOS DA JBS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bela Megale e Camila Mattoso, da sucursal de Brasília. A Polícia Federal deflagrou nesta sexta (12) a Operação Bullish, que investiga possíveis fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

A investigação apura se houve supostas irregularidades na concessão de apoio financeiros pela BNDESPAr, subsidiária do BNDES, à JBS a partir de junho de 2007.

Os investigadores apontam problemas de avaliações envolvendo o banco estatal, como rapidez de análises de operações financeiras complexas que fogem aos padrões, sem mensurar riscos ou garantidas devidas.

"Os aportes, realizados a partir de junho de 2007, tinham como objetivo a aquisição de empresas também do ramo de frigoríficos no valor total de R$ 8,1 bilhões", afirma a PF.

Na decisão, o juiz Ricardo Leite, da 10ª Vara da Justiça Federal do Distrito Federal, afirma que um laudo da Polícia Federal demonstra prejuízos em operações de debêntures que favoreceram a JBS e prejudicaram o BNDES.

Também diz que a PF apontou "as pessoas que incidiram para a eclosão da irregularidade".

Leite afirma, porém, que "não há indícios de conluio ou negociata sobre a aquisição de ações da JBS por parte do BNDESPar".

Na decisão, o juiz também negou o pedido de prisão contra os donos da JBS afirmando que ele poderia ser substituído por outras medidas. Destacou ainda que se deve "salvaguardar o patrimônio desta entidade" e "evitar ou pelo menos atenuar medidas que possam dilacerar a atividade produtiva" do grupo.

Diz ainda que a prisão dos sócios pode afetar ainda mais a "já abalada imagem desta empresa".

Entre as medidas cautelares impostas aos investigados estão a apreensão de passaportes e a impossibilidade de mudar de domicílio sem autorização judicial.

Os donos da JBS também estão impedidos de fazer mudanças societárias na empresa, além de não poder criar outras companhias no Brasil e no exterior.

A JBS é uma das maiores processadoras de proteína animal do mundo. Ela pertence à J&F, dos irmão Joesley e Wesley Batista. A empresa já é investigada na Greenfield, operação que apura o suposto uso irregular de dinheiro de fundos de pensão.

Joesley Batista é alvo de condução coercitiva. A medida, porém, não foi cumprida porque ele se encontra no exterior, segundo investigadores.

O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho, que está fora do país, também é alvo de condução coercitiva, além de haver um mandado de busca e apreensão na casa dele.

As investigações apontaram que os desembolsos dos recursos públicos tiveram tramitação em tempo recorde após a empresa contratar a Projeto, consultoria do ex-ministro Antônio Palocci, que está preso em Curitiba no âmbito da Operação Lava Jato.

Quando a investigação surgiu, em 2014, o procurador Ivan Marx, responsável pelo caso, apurou que a consultoria de Palocci estava envolvida na liberação do recurso investigado.

No entanto, a Projeto passou a ser alvo de outros inquéritos e a operação Bullish focou sua atuação na aquisição de frigoríficos pela JBS.

Dados obtidos em 2015 pela Folha, indicam que a JBS foi o quarto maior cliente da consultoria de Palocci até 2010, com pagamentos de R$ 2,285 milhões no total.

Palocci, que foi ministro dos governos Lula e Dilma, quer negociar acordo de delação premiada e tem o BNDES como um dos temas que pretende explorar.

A PF relata também que essas transações foram executadas sem a exigência de garantias e geraram um prejuízo de cerca de R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.

São cumpridos 37 mandados de condução coercitiva, sendo 30 no Rio de Janeiro e sete em São Paulo, e 20 de busca e apreensão, sendo 14 no Rio e seis em São Paulo.

Há também medidas de indisponibilidade de bens de pessoas físicas e jurídicas que participam direta ou indiretamente da composição acionária da empresa investigada.

Todas as medidas foram autorizadas pelo juiz Ricardo Leite, da Justiça Federal do Distrito Federal.

A PF monitora cinco dos investigados que se encontram em viagem ao exterior.

O nome Bullish vem da tendência de valorização gerada entre os operadores do mercado financeiro em relação aos papéis da empresa, "para a qual os aportes da subsidiária BNDESPar foram imprescindíveis", diz a nota da polícia.

OUTRO LADO

A reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa de todos os citados.

A J&F informou que ainda não vai se pronunciar, porque as medidas estão em andamento e eles ainda não tiveram acesso a todas as informações de operação.

TRIBUNAL DE CONTAS

Em 2015, o Tribunal de Contas da União já havia encontrado alguns indícios de que o suporte que o BNDES dava à JBS podia ter lesado o banco estatal em pelo menos R$ 847,7 milhões.

Entre 2006 e 2014, a JBS recebeu R$ 8,1 bilhões para comprar companhias no exterior e se tornar uma gigante no setor de carnes. Em troca, o banco se tornou sócio da empresa.
Herculano
12/05/2017 10:58
DALLAGNOLL RI A TôA DO "CHEFE" E DE IOLANDA, por Ricardo Noblat, em O Globo

Dilma confiava no tesoureiro do PT, João Vaccari. Para ter um canal sigiloso de comunicação com o casal Santana, Dilma criou o endereço eletrônico iolanda2606@gmail.com

Na quarta-feira 14 de setembro de 2016, o mundo desabou na cabeça do procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato. Naquele dia, durante uma entrevista coletiva em Curitiba, ele projetou um gráfico que apresentava Lula como o "comandante máximo do esquema de corrupção" na Petrobras.

Logo os termos PowerPoint e PPT chegaram aos trending topics do Twitter. Desatou-se a maior produção de memes da história da internet brasileira. As redes sociais enlouqueceram. Dallagnol foi exaltado pela turba anti-PT. E escrachado pelos que defendiam Lula. A batalha durou semanas a fio. E o assunto jamais seria esquecido.

O curioso é que o gráfico de tanto sucesso apenas traduziu o que de certa forma dissera quatro meses antes o Procurador-Geral da República Rodrigo Janot. Em denúncia encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), Janot apontara Lula como membro da "organização criminosa" que deveria ser investigada pelo assalto à Petrobras.

Pois bem: em depoimento de delação premiada despachado, ontem, pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF, para o juiz Sérgio Moro, o marqueteiro João Santana revelou que o acerto para pagamento de dívidas eleitorais das campanhas presidenciais do PT entre 2003 e 2010 sempre dependeu "da palavra final do chefe".

E quem era o chefe? Lula, segundo ele. Lula e Dilma sabiam do uso de recursos de caixa dois, dinheiro não declarado à Justiça. "Lula e Dilma sabiam que as dividas que possuíam com João Santana seriam saldadas com recursos de caixa 2 da Odebrecht", diz o resumo de uma gravação em vídeo do depoimento de Santana.

A mulher de Santana, Mônica Moura, contou, por exemplo, que recebeu cerca de R$ 5 milhões em espécie em caixas de sapato e de roupas em uma loja de chá do Shopping Iguatemi, em São Paulo, referentes a parte dos serviços prestados pelo marido à campanha de reeleição de Lula em 2006. Naquele ano foram R$ 10 milhões pagos por fora a Santana.

Dilma preferiu controlar por meio do então ministro Guido Mantega, da Fazenda, os pagamentos feitos com dinheiro ilícito, revelou Mônica. A ex-presidente não confiava no tesoureiro do PT, João Vaccari. Para ter um canal sigiloso de comunicação com o casal Santana, Dilma criou o endereço eletrônico iolanda2606@gmail.com.

Foi por meio dele que Dilma informou ao casal, que na época estava no exterior, que ele seria preso pela Lava Jato quando desembarcasse no Brasil. A prisão, de fato, aconteceu no ano passado. Mas antes o casal teve tempo de se livrar de informações e documentos embaraçosos. Iolanda ?" ou melhor: Dilma - nega tudo. Lula também. Dallagnol acha graça.
Herculano
12/05/2017 10:39
DILMA ROUSSEFF, CODINOME "IOLANDA"e "Iolanda"


Conteúdo de O Antagonista. Nada disso: o verdadeiro codinome de Dilma Rousseff é Iolanda.

Um dos e-mails usados para vazar a João Santana dados sigilosos sobre a Lava Jato era iolanda2606@gmail.com.


Ele foi criado na biblioteca do Palácio da Alvorada.
Leia o relato de Dona Xepa, reproduzido em O Globo:
"Mônica Moura combinou com Dilma Rousseff um meio seguro de ser avisada sobre o andamento da Operação Lava Jato, em especial no que se referia a ela e João Santana. Mônica Moura, então, criou ali mesmo, no computador da presidente (notebook), na biblioteca do Palácio da Alvorada, um e-mail do Google (Gmail), com nome e dados fictícios, cuja senha era de conhecimento de Mônica Moura, da presidente Dilma e de seu assessor Giles Azevedo, que acompanhou essa parte da conversa (criação do e-mail)".

A última mensagem escrita por Dilma Rousseff para avisar João Santana e Mônica Moura de sua prisão foi:

"O seu grande amigo está muito doente. Os médicos consideram que o risco é máximo. O pior é que a esposa, que sempre tratou dele, agora está com câncer e com o mesmo risco. Os médicos acompanham os dois, dia e noite".

O Brasil só vai se curar quando Iolanda e o Chefe forem presos.

OUTRA

Antonio Palocci "voltou a conversar com advogados sobre delação premiada", diz a Folha de S. Paulo.

E mais:
"Ele retomou o diálogo com o escritório de Adriano Bretas, que tinha dispensado há alguns dias".

E mais ainda:
"Palocci está na mesma cela que Renato Duque, que é cliente de Bretas e já está fazendo delação".

Lula "teve alguns momentos de contradição ou confusão", disse O Globo.

"Uma dessas situações ocorreu quando o petista relatou um encontro que teve com o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, em Congonhas. Segundo Lula, a reunião havia sido arranjada por meio do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. O ex-presidente contou ter perguntado a Vaccari se ele poderia levar Duque para uma conversa.

Pouco antes, Lula havia dito ao magistrado que desconhecia qualquer relação entre Vaccari e Duque à época: 'Eu sei que tinha porque, na denúncia, aparece que eles tinham'".

É repugnante.

Fernando Haddad cabulou o ato em defesa de Lula, em Curitiba.

Segundo o Estadão, "o ex-prefeito tem grande respeito por Lula, mas não quer seu nome na lista de adversários da Lava Jato".

Em primeiro lugar, o nome de Fernando Haddad está na lista da própria Lava Jato.

Em segundo lugar, ele deve ter combinado isso com Lula, porque ele é o plano B do comandante máximo da ORCRIM.

LULA É "REPUGNANTE"

O Estadão, em editorial, desmontou a farsa lulista:
"O senhor Lula da Silva parece apostar que todos os brasileiros são tão ingênuos e inocentes quanto ele tentou parecer diante do juiz Sergio Moro.

Mas o depoimento do petista em Curitiba teve o efeito contrário: com exceção da mirrada claque arregimentada pelos sindicatos para lhe dar apoio, o País finalmente pôde ver o senhor Lula da Silva por inteiro, exatamente como ele é. E o que se viu, não fosse repugnante, seria apenas de dar dó".

A última frase se aplica também à sua claque na imprensa.
Miguel José Teixeira
12/05/2017 09:16
Senhores,

Da série "perguntar não ofende":

Será que a morte da "galega" foi mais uma obra dos PeTralhas???
Herculano
12/05/2017 08:48
A CRUA REALIDADE, por Merval Pereira, no jornal O Globo

Nem bem os militantes lulistas comemoravam uma suposta superioridade do ex-presidente sobre o juiz Sergio Moro no seu depoimento em Curitiba, novas delações surgem, liberadas pelo relator da Lava-Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, para acabar com a enganosa sensação de vitória da véspera. São declarações divulgadas pelo STF, não vazadas para a imprensa.

Trata-se da íntegra das declarações do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura que revelam, com riqueza de detalhes e contas bancárias em diversos países, os meandros do financiamento de campanhas presidenciais no Brasil (de Lula e Dilma) e na Venezuela (de Chávez) pelas empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez sob a coordenação direta dos ex-presidentes Lula e Dilma e do ditador da hora na Venezuela, Nicolás Maduro, nossa trinca bolivariana.

A fugaz sensação de vitória se baseia mais na capacidade histriônica do ex-presidente Lula do que nas suas declarações, que foram vagas quando tratavam de sua pessoa, e peremptórias quando se referiam à falecida dona Marisa Letícia. Lula nunca sabia de nada, dona Marisa era quem dava as ordens.

Lula se sai bem sempre que não precisa dar atenção aos fatos, aos números, essas coisas concretas da realidade. Quando se trata de tergiversar, discursar e enrolar, o ex-presidente é uma espécie de Rolando Lero, o personagem de Chico Anysio interpretado pelo ator Rogério Cardoso, em um eterno palanque.

Ou, para elevar o rumo dessa prosa, da espécie de Teodorico Raposo, o Raposão, de "A Relíquia", de Eça de Queiroz, que se faz passar por beato para enganar a tia carola Titi, e se tornar o herdeiro de sua fortuna.

Raposão, ao final da vida, se convence de que não teria sido deserdado se afirmasse sempre que a relíquia que havia trazido da Terra Santa era a camisola de Maria Madalena, e não a de Miss Mary, uma prostituta que conhecera durante a viagem.

Os detalhes contados por João Santana e sua mulher, Mônica Moura, também colocam por terra a fama de "presidenta honesta" de Dilma Rousseff, ou do republicanismo de seu governo. A presidente tinha sempre informações sobre as operações da Polícia Federal, e avisava aos marqueteiros quando o cerco apertava.

Sugeriu que passassem um tempo no exterior e chegou a criar um sistema de mensagens em código para informá-los das investigações. Era Dilma também, segundo o relato dos dois, quem comandava as negociações para pagamento de caixa dois para sua campanha eleitoral.

João Santana chegou a contar que o próprio Lula autorizava os pagamentos mais altos, tendo o ex-ministro Antonio Palocci dito sempre que a última palavra era "do chefe". O ex-presidente tinha uma maneira maliciosa de se referir aos pagamentos da Odebrecht, contou Santana. Perguntava se "os alemães" o estavam tratando bem.

Todos os detalhes estão lá, até mesmo o pagamento de contas pessoais da então presidente Dilma, e todos os relatos batem com outros, de outros delatores. A retórica palanqueira de Lula pode se impor em determinados momentos, mas suas contradições e as histórias dos que o rodearam nesses anos todos de corrupção organizada pelo seu governo não deixam dúvidas de que ele estava sempre no comando do esquema.

Até mesmo um documento rasurado encontrado em seu apartamento, demonstrando que já havia a intenção de ficar com o tríplex do Guarujá em vez da unidade simples, serviu para que colocasse a culpa nos policiais que estiveram lá para a condução coercitiva. "Quero saber quem rasurou", disse Lula, jogando a culpa para quem encontrou o documento.

Os mesmos a quem ele já havia ameaçado, dizendo que voltaria à Presidência e não se esqueceria da cara de nenhum deles. Lula vai ser processado pela Associação dos Delegados de Polícia Federa
Herculano
12/05/2017 08:47
CHEFE OU COMANDANTE? por Eliane Cantanhêde, no jornal O Estado de S. Paulo

Lula continua disputando corações e mentes na política, mas na seara jurídica prevalece uma regra bem menos subjetiva: contra fatos, não há argumentos. Se no seu interrogatório não surgiram uma prova avassaladora ou um gesto definitivo, o problema está nos detalhes. Ou nas contradições, até nas que parecem desimportantes. E, após o depoimento, vem a público a delação de João Santana sobre "o chefe".

Lula diz que recusou o triplex, apertado, cheio de defeitos, mal localizado e de pouca valia para a família. "Dona Marisa" (como se referiu à mulher) nem gostava de praia... Mas por que, então, um empreiteiro poderoso como Léo Pinheiro virou "um vendedor" qualquer e se apressou a corrigir os defeitos, instalar um elevador dentro do apartamento, providenciar aquela cozinha bacana, igualzinha, aliás, à do sítio que também não é da família Lula da Silva? E por que Marisa Letícia foi com o filho vistoriar as obras meses depois da recusa?

Como previsto aqui de véspera, Lula não ouviu, não viu, não falou e não sabia de nada. Foi tudo à sua revelia, a nomeação de Renato Duque para operar na Petrobrás para o PT, a roubalheira do século na principal estatal brasileira sob suas barbas, as peripécias do partido em que ele, apesar de agora negar, sempre mandou e desmandou. E assim como o mensalão, que existiu com uma finalidade: comprar votos no Congresso para o seu próprio governo.

De repente, o presidente da República não sabia de nada do governo, o eterno líder do PT não tinha nada a ver com o partido e o cidadão não tinha a menor ideia do que ocorria na própria casa. É crível? As perguntas de Sérgio Moro, mais eficazes do que a dos procuradores, foram curtas, coloquiais, empurrando Lula para essas contradições, esses, digamos, deslizes.

Na Justiça, isso tem um peso enorme, porque vai construindo uma narrativa, uma história com princípio, meio, fim. E a história de Lula tem dezenas de personagens, histórias mal contadas, milhões de origem duvidosa, relações mais do que perigosas com os grandes empreiteiros do País.

E a profusão de notícias não para. Lula, que já era apelidado de "comandante" por Renato Duque, agora é chamado de "o chefe" por João Santana e Mônica Moura, que jogam Dilma Rousseff no turbilhão, confirmam a importância de Antonio Palocci no esquema e introduzem um novo nome na confusão, o de José Eduardo Cardozo.

Como defesa, ele diz que era ministro da Justiça e prestava contas à presidente. Faz sentido, mas é uma forma de lavar as mãos em relação a Dilma, acusada pelos marqueteiros de criar um e-mail fake para trocar mensagens nada republicanas com eles. Uma delas, grave, repassando uma informação da Justiça: que a Lava Jato estava fora do controle e eles deveriam ficar o maior tempo possível fora do País, para escapar da prisão.

Tudo somado, Lula está virando uma ilha: ele dá uma versão, todos os demais dão outra. Os empreiteiros da Odebrechet e da OAS, o operador do PT na Petrobrás, o pecuarista amigão, os marqueteiros das campanhas do PT em 2006, 2010 e 2014. Como na história do soldadinho, será que todos estão marchando com o pé errado e só "o comandante" e "o chefe" com o pé certo?

Quem é contra Lula já concluiu há tempos que ele tem culpa no cartório. Quem defende fantasia que há um complô da justiça, do MP, da PF e da mídia contra ele, ou que tudo não passa de pequenas traquinagens absolutamente perdoáveis ou que Lula, "o migrante que cuidou dos pobres" e "o melhor presidente do Brasil", é inimputável: tem direito a fazer qualquer coisa.

O problema é que a Justiça não é contra nem a favor de Lula e tenta se ater aos fatos. Os fatos e os amigos é que conspiram contra Lula.
Herculano
12/05/2017 08:46
AS DESVENTURAS DO VIÚVO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

O País pôde ver Lula por inteiro, como ele é. Se não fosse repugnante, seria apenas de dar dó


Sempre achamos um exagero que o senhor Lula da Silva fosse por alguns alcunhado de "o apedeuta", por sua profissão de fé na ignorância e por sua confessa indisposição para a leitura, que ele sempre, orgulhosamente, assumiu como contraponto aos "doutores" das "elites". O depoimento que o senhor Lula da Silva prestou, na condição de réu, ao juiz federal Sérgio Moro demonstrou que estávamos errados: o líder petista comprovou de viva voz, com o que disse na oitiva, que não é ignorante apenas a respeito das coisas da cultura e da ilustração. Pelo que declarou em juízo, Lula é um completo ignorante. Não sabe de nada. Desconhece absolutamente tudo.

Do depoimento depreende-se que o senhor Lula da Silva desconhecia tudo o que fazia sua falecida mulher Marisa Letícia. Segundo o ex-presidente, foi a ex-primeira-dama quem quis comprar o triplex no Guarujá que, diz a acusação, foi adquirido e inteiramente reformado por um empreiteiro camarada para servir como propina ao ex-presidente. Na versão do senhor Lula da Silva, nem as visitas de Marisa Letícia ao apartamento nem a negociação para a reforma eram de seu conhecimento. Quando Moro pediu que ele explicasse melhor a relação da falecida mulher com o apartamento e com o empreiteiro camarada, o senhor Lula da Silva, depois de praticamente incriminá-la, disse que para ele era "muito difícil" ouvir o juiz Moro falar sobre Marisa Letícia "sem ela poder estar aqui para se defender".

Conclui-se, pelo depoimento, que Marisa Letícia mandava no senhor Lula da Silva em todos os planos de sua vida ?" pessoal, doméstico, familiar, político e administrativo. A menos, é claro, que o viúvo, além de mentiroso, seja daqueles tipos que não consideram vício de caráter atribuir a autoria de ilícitos à própria mulher, desde que ela esteja morta e, portanto, calada.

Mas a muito conveniente ignorância do viúvo é abrangente. Questionado pelo juiz Sérgio Moro se em algum momento, como grande líder do PT, pediu ao partido que investigasse o envolvimento de correligionários no esquema de corrupção detalhado posteriormente pela delação de executivos das empreiteiras e da Petrobrás, o viúvo disse que em 2014, quando vieram à tona as denúncias da Lava Jato, ele era apenas um ex-presidente, comparável a um "vaso chinês". Moro insistiu em que, mesmo na condição de ex-presidente, o depoente tinha evidente influência no PT, ao que o chefão petista respondeu, para espanto geral: "Eu não tenho nenhuma influência no PT".

Aquele cujos seguidores julgam ser o melhor presidente da história do País também afirmou que não tinha como saber da corrupção na Petrobrás cometida por executivos por ele nomeados e por empreiteiros com os quais tinha relações pessoais. "Quem monta cartel para roubar não conta para ninguém. O presidente da República não participa do processo de licitação da Petrobrás, de tomada de preços da Petrobrás. É um problema interno da Petrobrás", justificou o senhor Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.

A propósito das declarações do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, apadrinhado pelo PT, segundo as quais o senhor Lula da Silva mandou que ele destruísse provas da existência de contas secretas no exterior abastecidas com o dinheiro do petrolão, o ex-presidente teve de confirmar o encontro ?" mas, é claro, tem uma outra versão para os fatos. "A pergunta que eu fiz para o Duque foi simples: tem matéria nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro no exterior, está pegando da Petrobrás. Eu falei: 'Você tem conta no exterior?' Ele falou: 'Não tenho'. Eu falei: 'Acabou'." Simples assim: além de viúvo, é amigo fiel e confiante.

O senhor Lula da Silva parece apostar que todos os brasileiros são tão ingênuos e inocentes quanto ele tentou parecer diante do juiz Sérgio Moro. Mas o depoimento do petista em Curitiba teve o efeito contrário: com exceção da mirrada claque arregimentada pelos sindicatos para lhe dar apoio, o País finalmente pôde ver o senhor Lula da Silva por inteiro, exatamente como ele é. E o que se viu, não fosse repugnante, seria apenas de dar dó
Herculano
12/05/2017 08:44
A PETROBRÁS QUASE QUEBROU, MAS LULA TEM ORGULHO DO QUE FEZ, por Raquel Landim, economista, ex-presidente do BNDES, no jornal Folha de S. Paulo

Nas considerações finais de seu depoimento ao juiz Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva traçou o roteiro de sua campanha para a Presidência em 2018.

Ele disse que é "vítima de uma caçada jurídica", que está sendo "julgado por um power point mentiroso", que "ninguém nunca foi tão atacado pela imprensa" e que "tem orgulho de ter feito a Petrobras ser uma empresa extraordinária".

Não vou entrar nos dois primeiros pontos, porque só o andamento dos processos em que o ex-presidente é réu vão demonstrar se o Ministério Público tem provas suficientes para condená-lo por algum crime.

Sobre o papel da imprensa, é natural que Lula se torne o foco da cobertura pela envergadura política que teve e tem no país, embora também seja verdade que existe muita notícia enviesada para ambos os lados.

Mas o que mais me choca é a declaração sobre a Petrobras, que é um absurdo de qualquer ponto de vista. Só não deu para entender se ele diz o que diz por ignorância, oportunismo político ou algo pior.

Nesta quinta-feira (11), a Petrobras divulgou um lucro líquido R$ 4,45 bilhões no primeiro trimestre, que marca o início da recuperação da companhia, depois de acumular R$ 71,6 bilhões de prejuízo em 2016, 2015 e 2014.

As gestões Lula e Dilma foram um desastre para a Petrobras. Não apenas pela corrupção (que não começou com o PT, mas que tomou proporções impressionantes com o partido), mas também por conta de má gestão.

Em seu depoimento a Moro, Lula diz que "tem orgulho de ter elevado os investimentos da Petrobras de US$ 3 bilhões para US$ 30 bilhões", mas esquece que isso provocou uma explosão na dívida da estatal, que chegou a US$ 100 bilhões.

Também não menciona que boa parte desses investimentos são projetos de refinarias que foram abandonados ou reduzidos, porque se tratavam de promessas políticas sem viabilidade econômica, que se tornaram apenas uma torneira de recursos para corrupção.

Lula afirma ainda que tem "orgulho da contratação de funcionários pela Petrobras". Nos governos Lula e Dilma, a Petrobras dobrou seu número de funcionários, chegando a mais de 400 mil pessoas, um inchaço enorme em relação a suas concorrentes.

Ainda vale lembrar que as investigações apontaram que o PT tinha um esquema com as terceirizadoras de mão de obra na estatal, que repassavam parte do dinheiro dos contratos para o partido.

"Se dentro da Petrobras, teve alguém que roubou, que pague pelo roubo, mas eu tenho orgulho do que fiz", arremata Lula.

Ele garante que não tinha ciência dos crimes na estatal, mas não explica porque quis perguntar a Renato Duque, ex-diretor da Petrobras preso há dois anos em Curitiba, se ele tinha conta no exterior e porque pediu ao tesoureiro do seu partido para marcar a reunião.
Herculano
12/05/2017 08:15
OPERAÇÃO BULLISH AVANÇA SOBRE FINANCIAMENTO BILIONÁRIO DO BNDES

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Fabio Serapião e Fausto Macedo. A Polícia Federal cumpre na manhã desta sexta-feira, 12, 37 mandados de condução coercitiva e 20 de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Bullish. A investigação mira fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através da subsidiária BNDESPar, a uma grande empresa do ramo de proteína animal. Realizados a partir de junho de 2007, os aportes tinham como objetivo a aquisição de empresas também do ramo de frigoríficos no valor total de R$ 8,1 bilhões.

O nome da operação remete a tendência de valorização gerada entre os operadores do mercado financeiro em relação aos papéis da empresa, para a qual os aportes da subsidiária BNDESPar foram imprescindíveis.

Segundo a PF, os repasses foram realizados após a contratação de empresa de consultoria ligada a um parlamentar à época e as operações de desembolso dos recursos públicos tiveram tramitação recorde. Essas transações foram executadas sem a exigência de garantias e com a dispensa indevida de prêmio contratualmente previsto, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 1,2 bilhão aos cofres públicos.

Os 37 mandados de condução coercitiva e os 20 de mandados de busca e apreensão são cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A Justiça autorizou também medidas de indisponibilidade de bens de pessoas físicas e jurídicas que participam direta ou indiretamente da composição acionária do grupo empresarial investigado, até o limite do prejuízo gerado ao erário.

De acordo com a PF, os controladores do grupo estão proibidos, ainda em razão da decisão judicial, de promover qualquer alteração societária na empresa investigada e de se ausentar do país sem autorização judicial prévia. A Polícia Federal monitora 5 dos investigados que encontram-se em viagem ao exterior.
Herculano
12/05/2017 08:08
ARDIL. DESONESTIDADE MORAL. FALTA DE ÉTICA.PARA ENGANAR JOVENS NAS REDES SOCIAIS FINGINDO-SE ÍNTIMO E DESPRETENSIOSO.

DELATORA DIZ QUE PAGOU R$ 200 MIL A "DILMA BOLADA" A PEDIDO DA PETISTA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Letícia Casado, Camila Matoso, Bela Megale e Rubens Valente, da sucursal de Brasília. Delatora da Operação Lava Jato, Mônica Moura disse que pagou R$ 200 mil com dinheiro de caixa 2 ao publicitário Jefferson Monteiro, criador da personagem "Dilma Bolada", a pedido da ex-presidente Dilma Rousseff.

Moura afirmou que durante a campanha de 2014 recebeu a orientação para que pagasse Monteiro para ele reativar a página no Facebook e fazer postagens favoráveis ao governo federal.

De acordo com Moura, mais de 1,4 milhão de pessoas seguiam a "Dilma Bolada", o que era uma vitrine na campanha. Porém, no dia 23 de julho, no meio da campanha à reeleição, Monteiro retirou a página do ar, relatou. Isso deixou Dilma "furiosa", segundo a colaboradora.

Ela contou ter sido procurada pelo então ministro Edinho Silva (PT), atual prefeito de Araraquara (SP).

Segundo Moura, Edinho lhe disse que esse tema "teria que ser imediatamente resolvido pela Polis" ?" a agência que ela tem como o marido, João Santana ?", "pois eles não tinham outro meio de sanar o problema com a urgência necessária".

A publicitária afirmou que ligou para Monteiro e combinou que um funcionário "o procuraria para resolver o assunto". O dinheiro foi entregue em espécie no dia 29 de julho, narrou a colaboradora.

"Na ocasião, Mônica comentou com Edinho que estava fazendo isso como um ato de boa vontade pois o contrato da Polis não previa este tipo de responsabilidade", informa documento que consta da colaboração premiada de Moura.

Documento enviado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) ao STF (Supremo Tribunal Federal) informa que a campanha de Dilma pediu, no total, R$ 400 mil. Os outros R$ 200 mil foram pagos pela marqueteira Daniele Fonteles, da agência Pepper, que trabalhava com o marketing da campanha nas mídias sociais, segundo Mônica Moura.

A delação foi homologada no dia 4 de abril pelo ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), e se tornou pública nesta quinta (11).

Moura também contou que arcou com os custos de camareira e cabelereira de Dilma mesmo depois do fim da campanha presidencial de 2010.

Ela afirmou ter combinado com Anderson Dornelles, assessor de Dilma, pagar R$ 4 mil por mês durante um ano, em espécie, "para esta cabeleireira particular como forma de favor".

Segundo ela, outro hábito pessoal de Dilma foi financiado pelos marqueteiros: o trabalho do cabelereiro Celso Kamura.

Depois da campanha de 2010, quando já tinha sido eleita, Dilma queria manter os serviços para ocasiões importantes, informou a marqueteira. No entanto, o Palácio do Planalto "não poderia arcar com valor tão alto para o cabeleireiro, não tinha rubrica e nem tempo para superar a burocracia", disse.

Assim, Dornelles procurou Moura e pediu que ela fizesse mais esse favor, afirmou a delatora.

"Mônica Moura então pagou o cabeleireiro diversas vezes, durante os anos de 2010 a 2014, de várias formas: na maioria das vezes em dinheiro entregue em espécie no escritório do cabelereiro em SP, por um funcionário, utilizando os valores recebidos por fora; em outras vezes reembolsava a assessora da presidente, Marly, através de depósitos bancários", informa o documento.

Os custos estimados com Kamura são entre R$ 40 mil e R$ 50 mil; cada diária do cabelereiro, incluindo deslocamento, cabelo e maquiagem no Palácio da Alvorada custava em torno de R$1.500 e R$ 2.000, conforme consta no material do Supremo.

"Esses favores eram prestados por se tratar de uma cortesia a uma cliente importante para João Santana e Mônica Moura. Dilma Rousseff, além de presidente, já havia feito com eles a campanha de 2010 e existia a possibilidade de virem a fazer a campanha de 2014", afirmou Mônica Moura.

OUTRO LADO

A reportagem entrou em contato com Jeferson Monteiro. Ao telefone, ele disse que se manifestou na página de Dilma Bolada no Facebook. O post mais recente informa: "Pelos meus cálculos, eu já teria que ter, no mínimo, R$1,7 milhão de reais na conta: R$500 mil segundo a Revista Época, R$1 milhão segundo Marcelo Odebrecht e agora mais R$200 mil segundo Mônica Moura. Alguém, por gentileza, me avisa onde que tenho que retirar a quantia porque estou com o aluguel atrasado e o telefone cortado. Obrigado!"

Dilma Rousseff por meio de seus assessores divulgou nota na qual diz que João Santana e Mônica Moura "prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores". A ex-presidente diz ainda que o fim do sigilo das delações prejudicou sua defesa na ação que tramita no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Leia a íntegra da nota de Dilma:

"Sobre os depoimentos sigilosos de João Santana e Mônica Moura, liberados na tarde desta quinta-feira, 11 de maio, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff destaca:

1. Infelizmente, chega tarde a decisão do relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, suspendendo o sigilo dos depoimentos de João Santana e Mônica Moura.

2. Há semanas, a defesa da presidenta eleita Dilma Rousseff havia feito tal pedido ao Tribunal Superior Eleitoral, a fim de apresentar suas alegações finais ao relator do caso das contas de campanha, ministro Herman Benjamin.

3. A defesa foi prejudicada pela negativa do relator. Não foi possível cotejar os depoimentos prestados pelo casal à Justiça Eleitoral e na Lava Jato.

4. As contradições e falsos testemunhos foram vislumbrados, apesar disso, pelo que foi divulgado amplamente pela imprensa, na velha estratégia do vazamento seletivo dos depoimentos - uma rotina nos últimos tempos.

5. Agora mesmo, os depoimentos são entregues à imprensa, mas não repassados oficialmente à defesa da presidente eleita.

6. Dilma Rousseff, contudo, reitera o que apontou antes: João Santana e Mônica Moura prestaram falso testemunho e faltaram com a verdade em seus depoimentos, provavelmente pressionados pelas ameaças dos investigadores.

7. Apesar de tudo, a presidente eleita acredita na Justiça e sabe que a verdade virá à tona e será restabelecida."
Herculano
12/05/2017 08:01
BUMLAI PODE TER COMBINADO DEPOIMENTO COM LULA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

A força-tarefa suspeita que José Carlos Bumlai combinou com Lula seu depoimento, na véspera do interrogatório do ex-presidente. Ao depor, Bumblai implicou a falecida Marisa Letícia no caso da compra de terreno para a sede do Instituto Lula, afirmando que foi ela, e não Lula, quem lhe pediu "ajuda" para concretizar a negociata. Interrogado sobre o caso do tríplex-propina do Guarujá, Lula também culpou Marisa.

ARMAÇÃO ILIMITADA
Bumlai teria servido à estratégia canalha de implicar a falecida para Lula tentar se livrar da acusação sobre o tríplex-propina da OAS.

PROVÁVEL LOROTA
A Sérgio Moro, Bumlai disse que Marisa lhe pediu "ajuda" para fechar o negócio do terreno, como se fosse ela a gestora do Instituto Lula.

DE VOLTA AO CÁRCERE
Confirmada a armação de Lula, a força-tarefa deve pedir a suspensão da prisão domiciliar de Bumlai, ordenada pela Segunda Turma do STF.

CONTA-PROPINA
Lula é acusado de comprar o tríplex e o sítio com recursos da "conta propina", criada pela Odebrecht para mantê-lo, após seu governo.

FRANKLIN MARTINS, NOVO PERSONAGEM NA LAVA JATO
Há sempre a impressão de que falta mais um, na Lava Jato. Franklin Martins, ex-ministro de Lula, é um desses personagens nos quais a força-tarefa ainda não pôs as mãos. Agora se sabe que Mônica Moura, mulher de João Santana, marqueteiro do PT, contou que dividiu com a mulher de Martins US$ 11 milhões (R$ 34,7 milhões), em dinheiro vivo, do caixa 2 da campanha de reeleição de Hugo Chávez, na Venezuela.

ELE DE NOVO
Mônica contou que acertou pagamentos em reunião com Franklin Martins e o embaixador da Venezuela em Brasília, Maximilian Arveláez.

AMBIÇÃO VETADA
Em outro ponto da delação, Mônica afirmou que Lula tentou incluir Franklin em campanha presidencial de Angola, mas Santana vetou.

CAMPANHA BANDIDA
O valor do contrato para a campanha de Hugo Chávez na Venezuela, em 2012, foi de US$ 35 milhões (R$ 111 milhões), via caixa 2.

MADURO CALOTEIRO
Mônica Moura disse em depoimento que tomou um calote de US$ 15 milhões (R$ 47,3 milhões) de Nicolás Maduro, encarregado de pagar os serviços de João Santana na campanha de Hugo Chávez.

SEM TESTEMUNHAS
Sempre que a Dilma queria conversar reservadamente com Mônica Moura ou João Santana, fazia caminhadas no jardim do Alvorada ou na varanda, escondendo o que a Polícia Federal jamais poderia saber.

MACUNAÍMA NÃO FARIA ISSO
Lula já foi comparado por aliados até a Macunaíma, "herói sem nenhum caráter" eternizado na obra de Mário de Andrade. Mas nem Macunaíma jogaria culpa na falecida mulher para tentar se livrar de condenação.

CREDIBILIDADE É ISSO
O delegado da PF Antonio Carvalho disse em coletiva que a operação Sucupira, em Alagoas, inspirou-se na reportagem de Davi Soares, do site Diário do Poder, sobre esquema de propina para admitir e aprovar assessores do governador Renan Filho em curso de mestrado da Ufal.

MITôMANO COMO RÉU
Ao ser questionado por Sérgio Moro por que não pediu que o PT investigasse denúncias envolvendo políticos do partido na Lava Jato, Lula, de cara limpa, respondeu não ter "nenhuma influência no PT".

É VOCÊ QUEM PAGA
Segundo levantamento do jornal inglês Financial Times, o Brasil é o país que mais gasta com a previdência de servidores públicos. Aqui são 4% do PIB; na Grécia, quebrada, 3,7%. Suíça e Turquia, 0,2%.

PRIMEIRO ANIVERSÁRIO
Não parece, mas já faz um ano que o Senado aprovou o afastamento da ex-presidente Dilma, no dia 12 de maio de 2016, e colocou o então vice, Michel Temer, no comando do Palácio do Planalto.

SAIU PELA CULATRA
A presença de adoradores de Lula em Curitiba, embora modesta, foi interpretada por magistrados de uma forma geral, da primeira instância aos tribunais superiores, como tentativa inaceitável de intimidação.

PENSANDO BEM...
... dizer que a mulher não gostava de praia, mesmo sendo mentira, explica por que Lula também arrumou um sítio para chamar de seu
Herculano
12/05/2017 07:48
A POLÍCIA FEDERAL ESTÁ NAS RUAS. ATRÁS DE GENTE QUE NO GOVERNO ROUBAVA PESADOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS E QUE FALTAM À SAÚDE, EDUCAÇÃO, SEGURANÇA, OBRAS...
Herculano
12/05/2017 07:46
EM VÍDEO COM AÉCIO E ALCKMIN, TUCANATO PERGUNTA: POR ONDE A MUDANÇA COMEÇA? por Josias de Souza

Foi ao ar na noite desta quinta-feira a propaganda partidária do PSDB ?"dez preciosos minutos em rede nacional de tevê. Na peça, o tucanato fala dos males da política como um médico que, após diagnosticar as necessidades do paciente, manda reforçar a dose do purgante.

Na abertura, o comercial enxerga a moléstia ?""A distância entre as pessoas e os políticos nunca foi tão grande"?", tropeça no óbvio ?""A política brasileira precisa mudar"- e repete a pergunta de US$ 1 milhão ?""Por onde essa mudança começa?".

No miolo, a propaganda conclui que a saída passa por "uma mudança de atitude." E na parte final do vídeo, o PSDB expõe na sua vitrine eletrônica personagens como Aécio Neves e Geraldo Alckmin, investigados na Lava Jato.

O que o tucanato tem para oferecer? O desafio é "melhorar a política" e "melhorar a sua vida", afirma Aécio. E Alckmin: "Trabalhar com esforço e humildade para tirar o país da crise."

Sumiram do discurso dos tucanos as críticas aos rivais petistas. Soaria mal. Seria como tocar trombone sob o telhado de vidro. Não se ouviu na propaganda nenhuma palavra sobre ética. Natural. Ninguém é louco de falar sobre corda à beira do cadafalso.

Antes de expor o seu museu de novidades, o PSDB encaixou no comercial um bate-papo de hipotética espontaneidade entre pessoas selecionadas e jovens políticos tucanos. Excluiu-se João Doria da roda. Previsível. Muitos enxergam o prefeito paulistano não como um tucano, mas uma cobra -ou uma espécie de rabo autossuficiente, que se desgruda do padrinho Alckmin e ganha vida própria.

"Você já percebeu que daqui a cinco anos o Brasil vai comemorar 200 anos de Independência?", indaga no comercial Fernando Henrique Cardoso, o grão-mestre do tucanato. "Já pensou se nesse dia você não precisasse votar contra alguém, mas a favor de alguém. Votar não com resignação, mas com esperança. Para esse dia chegar, é preciso passar o Brasil a limpo. E aprender com os erros?"

Os políticos brasileiros não mudaram muito desde dom Pedro I. Talvez precisem de um pouco mais de tempo. No estágio em que se encontra, o tucanato já aprendeu que é errando que se aprende? A errar.

Não faz muito tempo, um presidente do PSDB federal, Eduardo Azeredo, foi emparedado pela revelação de que, em 1998, quando brigava pela reeleição ao governo de Minas, suas arcas eleitorais foram contaminadas por um empréstimo providenciado por Marcos Valério. Em valores da época, coisa de R$ 11,7 milhões, tomado no Banco Rural. Tudo muito parecido com a operação que deu origem ao mensalão do PT.

Azeredo concluiu seu mandato à frente do partido sem ser importunado. Quando o Supremo Tribunal Federal estava pronto para julgá-lo, renunciou ao mandato de deputado federal e foi tentar a sorte nas instâncias inferiores do Judiciário em Minas Gerais. Multi-investigado, Aécio Neves segue a mesma trilha. Preside o PSDB sem ser importunado. Quem ouve FHC falando em passar o Brasil a limpo se pergunta: não seria o caso de iniciar o processo de higienização pelo comando do ninho?
Herculano
12/05/2017 07:29
da série: a lição de Marcos Valério. O publicitário está pagando uma cana braba por causa dos políticos. João Santana e Mônica Moura resolveram inverter esse jogo: estão salvando a própria a pele e vão colocar os políticos "honestos" na cadeia.

O FOGO AMIGO DO MARQUETEIRO, por Bernardo Mello Franco, no jornal Folha de S. Paulo

João Santana é um personagem central na história do PT no poder. Quando a crise do mensalão ameaçou varrer o partido do mapa, Lula recorreu a ele para reconstruir sua imagem. O marqueteiro bolou um slogan sob medida para calar os críticos. Com o mote "Deixa o homem trabalhar", o petista superou o desgaste e se reelegeu.

No segundo mandato, Santana recebeu uma missão impossível. Precisava transformar uma ministra de nome difícil, com fama de turrona, em herdeira da popularidade do chefe. Sem ter disputado uma eleição na vida, Dilma Rousseff chegou lá.

O mago das campanhas ganhou prestígio e virou eminência parda do governo. Passou a opinar sobre tudo e foi apelidado de "40º ministro". Quando Dilma recebeu a notícia de que podia comemorar a reeleição, voltou a pedir o seu socorro: "Vou com roupa de que cor?"

Santana caiu em desgraça junto com o petismo. Virou alvo colateral da Lava Jato, que rastreou pagamentos secretos à sua empresa. Em fevereiro de 2016, ele foi preso com a mulher, Mônica Moura. Depois de uma temporada na cadeia, o casal de marqueteiros assinou acordo de delação. Nesta quinta (11), o Supremo liberou os depoimentos.

Santana disse que Lula dava a "palavra final" no esquema de caixa dois. Mônica contou que Dilma usou um e-mail secreto para vazar investigações. As delações não são atestado de culpa, mas agravam muito a situação dos ex-presidentes.

Em 2014, Aécio Neves e Marina Silva atribuíram suas derrotas ao bombardeio do publicitário. O que eles sofreram não se compara ao dano que o fogo amigo de Santana promete causar a Lula e Dilma. O mago que recuperou a imagem do petismo agora ajuda a desconstruí-la.

*

Michel Temer festeja um ano no cargo com uma proeza: aprovado por 9%, é mais impopular que a antecessora às vésperas do impeachment
Herculano
11/05/2017 19:44
MADURO INTERMEDIOU "DINHEIRO EM ESPÉCIE" DE EMPREITEIRAS PARA CAMPANHA DE CHAVEZ, DIZ MôNICA MOURA

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto de Felipe Corazza e Murillo Ferrari. A mulher do marqueteiro João Santana, Mônica Moura, afirmou em sua delação premiada ter recebido dinheiro em espécie das mãos do atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, como pagamento pela realização da campanha eleitoral de Hugo Chávez à presidência em 2012. Segundo detalhou Mônica em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), uma reunião em Caracas definiu que os brasileiros seriam responsáveis pelo marketing da busca pela reeleição do líder bolivariano.

O teor da delação foi homologado nesta quinta-feira, 11, pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, que retirou o sigilo do material. Um dos anexos é relativo à campanha de Chávez, que se reelegeu para a presidência venezuelana poucos meses antes de sua morte, em março de 2013.

Uma reunião em Caracas teria selado o acerto para que Santana fizesse o marketing da campanha do então presidente venezuelano. Segundo Mônica, o valor acertado foi de US$ 35 milhões, que seriam pagos após serem captados junto a duas empreiteiras. Uma delas seria a Andrade Gutierrez. Uma parte do pagamento teria sido feito em espécie por Maduro em um encontro posterior.

O casal teria viajado à capital venezuelana, segundo a própria Mônica, em um jatinho da Andrade Gutierrez. Após a revelação da delação, a empreiteira afirmou ao Estado que "segue colaborando com as investigações em curso dentro do acordo de leniência firmado pela empresa com o Ministério Público Federal e reforça seu compromisso público de esclarecer e corrigir todos os fatos irregulares ocorridos no passado".

Procurada, a presidência venezuelana não respondeu aos pedidos de esclarecimentos
Herculano
11/05/2017 19:12
CONTRA OS FATOS, por Merval Pereira, no jornal O Globo

As explicações do ex-presidente Lula sobre o tríplex do Guarujá não batem com os fatos nem com sua própria narrativa, pois não é concebível que ele tenha tratado do assunto em 2005 e só depois, em 2014, o tenha recusado, enquanto dona Marisa e seu filho combinavam com o então presidente da OAS as obras que seriam feitas, inclusive a colocação de um elevador devido à reclamação do próprio Lula sobre a escada estreita, que ele reafirmou ontem no depoimento.

A coincidência das cozinhas iguais no tríplex e no sítio de Atibaia também fica entre as coisas inexplicáveis que rondam as propriedades que Lula diz não serem dele. O impressionante é como dona Marisa tinha capacidade de decisão sem nem mesmo consultar o marido, até em casos como o terreno do Instituto Lula.

O amigo do ex-presidente José Carlos Bumlai disse ao juiz Sergio Moro, em outro processo, que foi dona Marisa quem insistiu para que aquele terreno fosse comprado, para uma nova sede do instituto. Bumlai chegou a conversar com Marcelo Odebrecht para o financiamento do terreno, já que ele não tinha dinheiro para comprá-lo, e aí as narrativas se completam.

O ex-presidente da empreiteira havia declarado que, a pedido, havia comprado o terreno com o dinheiro do fundo que mantinha para o PT no departamento que cuidava da distribuição de propinas. E que, quando o terreno foi recusado, por não se prestar ao monumento que pretendiam erguer na nova sede do instituto, a Odebrecht revendeu-o e devolveu a verba para o fundo de propinas do PT.

O arquiteto que foi contratado para fazer um monumento no novo terreno disse que quando foi visitá-lo, acompanhado da assessora de Lula Clara Ant, cruzou com o ex-presidente, que chegava num carro com dona Marisa. Sua opinião foi decisiva para que o terreno não fosse usado para a sede do novo instituto. Todas as histórias batem.

Sim, Lula teve diversas conversas sobre o tríplex com Léo Pinheiro, mas nunca lhe sugeriu que destruísse provas. Sim, Lula visitou o tríplex em companhia do presidente da OAS, mas nunca pediu para que fosse reformado. Dona Marisa não gosta de praia, Lula não poderia sair de casa a não ser numa Quarta-Feira de Cinzas chuvosa, mas no entanto compraram um apartamento na praia de Guarujá. Provavelmente para negócios dela, segundo Lula.

Sim, o apartamento comum passou a ser um tríplex, mas dona Marisa nunca lhe disse que mandara fazer reformas. Sim, encontraram um documento rasurado sobre o tríplex em questão em sua casa em São Bernardo do Campo, mas ele não sabe que documento é aquele, e não está assinado, não tem valor. Quase insinuou que o documento foi "plantado" pelos policiais que foram lhe buscar numa condução coercitiva. Refreou-se a tempo, mas deixou no ar a dúvida.

Por falar nisso, a politização do depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro só confirma que uma convocação com antecedência de Lula para depoimento na Operação Lava-Jato teria provocado uma mobilização de militantes petistas, que dificultaria muito uma audiência normal.

Lula, que começou o depoimento muito nervoso, como é natural, foi se soltando à medida que a audiência se processava em um ambiente tranquilo e chegou mesmo a anunciar que é candidato à Presidência da República em 2018. Mas não conseguiu desmentir peremptoriamente que ameaçara os policiais dizendo que voltaria à Presidência e se lembraria da cara de cada um deles. Lula, como sempre, disse que não se lembrava de ter feito tal afirmativa, uma ameaça clara, típica de quem confunde o público com o privado.

O depoimento acabou em anticlímax, pois até mesmo a militância petista esteve presente em menor número do que o anunciado. E nem Moro nem Lula rosnaram um para o outro. Ambos se colocaram em seus devidos lugares: Lula, o réu, respondendo respeitosamente e tendo ambiente para fazer até certas ironias sobre a insistência dos vendedores, como se Léo Pinheiro fosse um mero vendedor da OAS, ou sobre a independência das mulheres, uma tese que vem sendo desenvolvida cuidadosamente nos últimos dias.

A falecida dona Marisa, nos últimos depoimentos, ganhou uma dimensão nova em todas as situações que estão sendo questionadas pela Justiça, e ainda não houve o depoimento sobre o sítio de Atibaia.
Herculano
11/05/2017 19:10
BANDIDO QUE SE PREZA MORRE JURANDO INOCÊNCIA, por Augusto Nunes, de Veja

Um trecho particularmente relevante do depoimento de Lula parece ter escapado aos redatores de manchete da imprensa brasileira: AO MENTIR SOBRE O PEQUENO APARTAMENTO DE TRÊS ANDARES NO GUARUJÁ, LULA CONFESSOU QUE É O DONO DO SÍTIO EM ATIBAIA. Vamos à prova oral.

A derrapagem começa aos 13 minutos do vídeo sete do depoimento. Lula admite que Léo Pinheiro e Paulo Gordilho, dois bucaneiros da OAS, estiveram no seu apartamento em São Bernardo do Campo, mas nega que tenham conversado sobre o tríplex. "E o que eles discutiram com o senhor nessa oportunidade?", quis saber o representante do Ministério Público. Resposta de Lula: "Eu acho que eles tinham ido discutir a questão da cozinha, que também não é assunto para discutir agora, lá de Atibaia". Tarde demais. Ao tentar esconder a ossada de um crime, Lula tirou do armário o cadáver de outro.

Para resumir o que foi a maior sequência de mentiras desfiadas por um réu desde a criação do primeiro tribunal, recorro a três frases ditas pelo chefão do bando de corruptos do petrolão a Sérgio Moro: "Você acha que quando seu filho tira nota baixa na escola ele chega pulando de alegria para contar? Se puder, ele vai esconder até o senhor saber. Você acha que alguém que começou a roubar vai contar para alguém que ele está roubando?"

Alguém aí achava que Lula chegaria à sala de Sérgio Moro feliz e ansioso por revelar tudo que fez? Um criminoso que se preze morre jurando que é a alma viva mais pura do mundo. Mesmo que morra na cadeia.
Herculano
11/05/2017 19:01
POBRE MARISA LETÍCIA, por Ricardo Noblat, de O Globo

Foi tudo obra dela, segundo Lula. Foi ela que quis comprar o tríplex - ele, não. Quando visitou o apartamento, enxergou nele mais de 500 defeitos

Para se livrar do escândalo do mensalão em 2005, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou a cabeça do ex-ministro José Dirceu, o coordenador de sua campanha vitoriosa de 2002 à Presidência da República.

Para se livrar do escândalo dos aloprados, quando assessores seus forjaram, em 2006, documentos contra o PSDB, ele entregou as cabeças que pôde, inclusive a do coordenador de sua campanha à reeleição, Ricardo Berzoini.

Pouco antes, havia entregado a cabeça do ex-Ministro da Fazenda Antonio Palocci, quando restou provado que a máquina do seu governo fora usada para quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.

Nada demais, pois, que Lula tenha se valido de sua mulher, Marisa Letícia, para driblar a acusação de que ganhara o tríplex do Guarujá como uma espécie de propina paga pela construtora OAS. Maria Letícia está morta.

Foi tudo obra dela, segundo Lula. Foi ela que quis comprar o tríplex ?" ele, não. Quando visitou o apartamento, enxergou nele mais de 500 defeitos. Mesmo assim, ela insistiu em comprar para fazer investimento, ele não.

Diante da insistência do juiz Sergio Moro em querer arrancar-lhe respostas mais precisas, novamente invocou Marisa: "Perguntar coisa para mim de uma pessoa que já morreu é muito difícil, sabe? É muito difícil".

O Lula eloquente, imbatível quando desafiado, dono de um estoque inesgotável de frases prontas, deu lugar a um Lula reticente, quase monossilábico em certos momentos, que tentava disfarçar o nervosismo.

Cobrou provas da acusação que pesa contra ele na ação. Mas, quando uma delas lhe foi apresentada, desconversou. Sergio Moro perguntou sobre um documento rasurado de compra do tríplex encontrado no seu apartamento.

Lula respondeu: "Não sei, quem rasurou? Eu também gostaria de saber". E sobre o documento em si? Lula respondeu: "Não sei, nunca soube". Consultou rapidamente o documento e o devolveu ao juiz da Lava-Jato.

Um interrogatório como o de ontem serve como peça de defesa do réu. Mas serve ao juiz para ajudá-lo a formar sua própria convicção a respeito da inocência ou da culpa do réu. Como peça de defesa, foi pífio.
Herculano
11/05/2017 19:00
LULA É INOCENTE

É a terceira que ouço e vejo, na integralidade o depoimento de quarta-feira do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, ao juiz Sérgio Moro, aos procuradores e aos seus próprios advogados.

Está claro que ele é inocente. Está clara para todos que é o culpado de tudo isso, além da esperteza como se todos fossem idiotas, analfabetos, ignorantes,beócios, desinformados...

Quem pediu a reforma do sítio? Marisa Letícia. Quem tramou e até balançou para comprar aquele triplex, pequeno, com 500 defeitos e por isso mandou reformá-lo, não sendo seu? Marisa Letícia, a que não gostava de praia e quase caiu na lábia de um vendedor de apartamentos, o dono da OAS? Maria Letícia. Quem pediu a mudança daquelas tralhas de Lula? Marisa Letícia. Quem pediu o terreno para o Instituto Lula? Marisa Letícia, uma defunta bandida. Pena que não é possível exumá-la.
Herculano
11/05/2017 18:52

O ex-presidente Lula não se preparou para responder às questões de ontem ou é um investidor descuidado a ponto de não saber por que não pediu de volta R$ 209 mil. Toda a sua atenção continua sendo na preparação da cena pública onde montou o palanque no qual pensa que poderá se salvar da briga judicial. Lula primeiro precisa ganhar a briga na Justiça, mas é à luta política que ele se dedica.

Ele apresentou uma versão em relação ao triplex que não tem sequência lógica. Alega que soube duas vezes do imóvel: quando D. Marisa comprou a cota, em 2005, e depois em 2013. Mas admite que visitou o imóvel em 2014 com Leo Pinheiro, quando "colocou um milhão de defeitos no apartamento". Disse que nunca pensou em comprar o apartamento, e que isso era ideia de investimento da mulher. Mas em seguida afirma que desistiu de comprar, em 2014, ao visitá-lo, com o presidente da empreiteira, Leo Pinheiro, e se dar conta de que não poderia ir àquela praia, por ser pessoa pública. Admite que nunca comunicou Leo Pinheiro dessa desistência. Quando o juiz Sergio Moro perguntou por que ele nem confirmou a compra, nem pediu ressarcimento dos R$ 209 mil no prazo que houve para fazer isso, em 2011, ele respondeu: "Tem que falar com D. Marisa".

A estratégia seguida foi a de mostrar distanciamento em relação ao fato. Mal soube dele. Coisa da esposa. Depois que se deu conta que não era uma boa compra, desistiu. Maiores explicações teriam que ser com sua esposa, que "lamentavelmente não está viva para perguntar".

Diante das acusações feitas a ele, como a do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, de que ele teria mandado retirar o dinheiro da conta no exterior, Lula admite que conversou com Duque. Mas sua versão é um pouco diferente. Disse que falou com ele sobre esse assunto porque havia boato de roubo e de que Duque tinha conta no exterior. Em vez de demiti-lo ou fazer alguma sindicância, ele relata que falou: "Duque é o seguinte, você tem conta no exterior?". Ele teria respondido que não, e ele aceitou. "Acabou, para mim era o que interessava".

Enfadado e contraditório nas respostas, ou irritado algumas vezes, Lula demonstra vigor apenas quando vai para se encontrar com os militantes, aí então proclama sua candidatura e se diz perseguido e massacrado pela imprensa, ou vítima da "maior caçada jurídica" que um político já teve.

O ex-presidente Lula anda pelo povo, mas apenas em ambiente controlado, como ocorreu ontem na praça onde se juntaram os manifestantes levados pelos grupos que sempre estiveram com ele e sempre estarão. O uso do avião de um empresário, Walfrido Mares Guia, para ir a Curitiba é mais do que a busca do conforto, é também uma forma de evitar o risco de um ambiente aberto em que ele poderia ser hostilizado. Uma cena dessas seria viral nas mídias sociais e ele prefere evitar o desgaste. A crise atual não é de um partido só e expõe todos os políticos ao risco de constrangimento público, mas ele é o principal foco. Lula é amado pelos seus seguidores, que hoje são apenas uma fração do que já foram, mas também é odiado por outros que passaram a acreditar que ele solto é o símbolo da impunidade.

A Operação Lava-Jato deixa o país com os nervos expostos, como se viu ontem. Não por seus defeitos, mas por suas qualidades. A investigação não se deteve diante de poderosos políticos e econômicos, nem mesmo de Lula que sempre se apresentou como o dono do povo.

Ele tem mais quatro processos e uma denúncia a caminho, mas sua estratégia é tão focada na política que precisou ser lembrado por Moro de que suas considerações finais não poderiam ser as de um programa eleitoral. Ele estava de novo repetindo o discurso de que "quem vem de baixo" não pode ser presidente. Conseguirá Lula mobilizar os militantes, criar o clima de jogo de decisão em Copa do Mundo, e captar as atenções do país como aconteceu ontem a cada novo depoimento? Dificilmente. A estratégia exibida ontem é boa para político em disputa eleitoral, mas não o livra dos vários processos que continuarão a rondá-lo nos próximos meses.
Herculano
11/05/2017 18:51
GILMAR MENDES CHAMA MARCO AURÉLIO DE VELHADO, por Josias de Souza

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, abespinhou-se com o gesto de um colega. Em ofício à presidência da Corte, Marco Aurélio Mello declarou-se impedido de atuar em processos que envolvam o escritório do advogado Sergio Bermudes, onde trabalha sua sobrinha, Paula Mello. Fez isso num instante em o procurador-geral da República Rodrigo Janot tenta impedir Gilmar de julgar casos sobre Eike Batista, pois sua mulher, Guiomar Mendes, também integra os quadros da banca de Bermudes, que defende o empresário.

Gilmar transbordou numa declaração feita ao repórter Jorge Bastos Moreno, de O Globo. Referiu-se a Marco Aurélio em termos radioativos: "Os antropólogos, quando forem estudar algumas personalidades da vida pública, terão uma grande surpresa: descobrirão que elas nunca foram grande coisa do ponto de vista ético, moral e intelectual e que essas pessoas ao envelhecerem passaram de velhos a velhacos. Ou seja, envelheceram e envileceram.
Herculano
11/05/2017 18:47
NA DELAÇÃO DE MARQUETEIRO, LULA, DILMA, MARTA, HADDAD, GLEISI E DELCÍDIO

Conteúdo do jornal O Estado de S. Paulo. Texto d Breno Pires, Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla, da sucursal de Brasília. O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo tanto das delações premiadas de João Santana, Monica Moura e André Santana, funcionário do casal, homologadas no dia 3 de abril, quanto dos 22 pedidos de providência da Procuradoria-Geral da República (PGR) baseados nos conteúdos revelados pelos delatores.

As 22 petições incluem casos relatados pelo casal de publicitários envolvendo autoridades políticas como os senadores Marta Suplicy (PMDB-SP) e Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) e o senador cassado Delcídio Amaral.

O casal também trouxe informações sobre campanhas eleitorais no exterior, em El Salvador (2008), Venezuela (2012), Angola (2012), Panamá (2014).

"O Procurador-Geral da República, por meio da petição de fls. 792-793, informa que 'foram apresentadas 22Petições conexas aos presentes autos, no bojo das quais foram pedidas providências específicas em relação aos temas tratados pelos colaboradores'", disse Fachin, que afirmou que tanto as delações quanto estes pedidos seguirão "sem qualquer restrição à publicidade".

Fachin também decidiu que, com o fim do sigilo, o pedido formulado pela defesa de Dilma Rousseff - para ter acesso ao às delações do casal ?" perde efeito. "A pretensão perde seu objeto, porque, franqueado o livre acesso a todo o procedimento, podem os peticionários solicitar diretamente à Seção de Processos Originários Criminais deste Tribunal que seja disponibilizada cópia integral, assim como das mídias existes", disse.

O ministro também determinou "o retorno dos autos ao Procurador-Geral da República, especialmente para ter ciência do ofício de fl. 808 relativo à abertura das contas judiciais solicitadas". Este ofício citado não está disponível no sistema do STF.

Delações
As colaborações premiadas de João Santana e Mônica Moura foram firmadas com o Ministério Público Federal e encaminhadas ao STF porque envolvem autoridades com foro privilegiado perante a Corte. Os dois foram responsáveis pelas campanhas do PT à Presidência da República em 2006, 2010 e 2014.

Depois da homologação da delação, João Santana e Mônica Moura foram ouvidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no âmbito da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014.

À Justiça Eleitoral, Santana disse que o uso de caixa 2 na campanha eleitoral de Dilma em 2014 reforçou a percepção de que os políticos brasileiros sofrem de "amnésia moral". Segundo o publicitário, Dilma "infelizmente" sabia do uso de recursos não contabilizados em sua campanha e se sentia "chantageada" pelo empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Já Mônica Moura disse ao TSE que participou de uma reunião no primeiro semestre de 2014 com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, na qual foi acertado que parte do pagamento do marketing político da campanha da ex-presidente Dilma Rousseff à Presidência da República seria feita via caixa 2.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou que não conhece as declarações de João Santana e Mônica Moura. "Como foram prestadas em uma delação, elas nada provam. Delações são negociações que o Ministério Público Federal faz com pessoas que confessam a prática de crimes e desejam sair da prisão ou obter outros benefícios", argumentou, em nota, o advogado do petista, Cristiano Zanin Martins.

A defesa de Lula alegou que 'veículos de imprensa já denunciaram que a força-tarefa da Lava Jato tem exigido referências a Lula como condição para aceitar delações'. "O assunto foi oficialmente levado ao procurador-geral da República para que seja investigado com isenção, mas, até o momento, desconhecemos qualquer providência nesse sentido", diz a nota.

Zanin acrescentou que 'a perseguição política por meios jurídicos ('lawfare') em relação a Lula fica cada dia mais clara e está sendo vista pelo mundo'.
Herculano
11/05/2017 18:43
DEPOIS DO CPF, CHEGOU A VEZ DO BRASILEIRO TER A CARTEIRA DE IDENTIDADE ÚNICA, UM DOCUMENTO QUE ALIMENTA A CRIMINALIDADE A PARTIR DOS ESTADOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Marina Dias, da sucursal da Brasília. O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (11) a lei que cria a Identificação Civil Nacional, que prevê biometria e reunirá em uma só base de dados todos os outros registros do cidadão, como RG, CPF e título de eleitor.

O sistema, porém, deve começar a valer somente a partir de 2022, quando a Justiça Eleitoral completar o cadastro único da população.

Caberá ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que já tem o registro biométrico de eleitores, gerir e atualizar essa base de dados. Segundo a lei sancionada por Temer em audiência fechada no Palácio do Planalto, o tribunal deverá garantir acesso às informações aos governos municipais, estaduais e federal.

Presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos afirmou que "primeiro é preciso completar o cadastro", o que deve ocorrer em 2022. Até lá, explica, os documentos que os cidadãos têm hoje permanecerão válidos.

Relator do projeto na Câmara, Julio Lopes (PP-RJ) afirmou que, "gradativamente", o brasileiro usará apenas o número do CPF, além de sua foto e biometria. "O documento novo só será emitido depois que expirarem todos os que as pessoas têm hoje", diz o deputado. Isso, entretanto, só valerá para pessoas maiores de 16 anos e depois de concluído o cadastro único pelo TSE, previsto para 2022.

O presidente Temer vetou três artigos do texto aprovado em abril pelo Senado, inclusive o que previa que a primeira via do novo documento seria gratuita ?"justificando que o gasto é muito alto para a quantidade de emissão prevista.

Segundo assessores do Planalto, o volume de documentos não poderia ficar a cargo somente de uma instituição. Não ficou claro, porém, que outro órgão poderá fazer a emissão.

A proposta inicial previa ainda pena de prisão de dois a quatro anos, além de multa, para quem comercializar, total ou parcialmente, a base de dados. Temer vetou esse artigo porque não estava especificado o tipo penal, mas manteve-se a proibição de venda do banco de dados

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