Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

08/07/2016

O SÃO TOMÉ DO PT I
Publiquei no “Trapiche”, de terça-feira, à coluna exclusiva e líder para o portal mais antigo, mais atualizado, mais acessado e acreditado, o do Cruzeiro do Vale, esta nota: “Deboche. O deputado Federal que é o dono do PT de Gaspar, Décio Neri de Lima, escreveu na sua página do facebook no domingo. ‘É hoje! Hoje é dia de São Tomé, faça igual ele! Venha ver para crer a colocação de quatro longarinas na ponte de Gaspar!’". Referia-me à propaganda intencional do PT para seu pré-candidato Lovídio Carlos Bertoldi, para assim se desviar da lama que cobre o partido em todos os cantos. Porpaganda para contrapor à polícia, à promotoria, à Justiça e à imprensa que desnudam às incoerências e hipocrisia por todos os lados. Propaganda à falta de chances do partido que o deputado comanda em Blumenau, Itajaí e Brusque, além promessa de entregar a ponte do Vale há muito, fato que se enrola, mas que agora se programou a qualquer custo esperta exatamente às vésperas das eleições de outubro. Propaganda eleitoral subliminar que o deputado distribui num panfleto por Gaspar.

O SÃO TOMÉ DO PT II
O deputado Décio conseguiu: fez da colocação das longarinas sobre a Rua Itajaí uma atração de domingo dos gasparenses que estavam na Festa de São Pedro, deserta de estrelas petistas. E a curiosidade continuará por mais finais de semana e com o panfleto à disposição, com verba da Câmara, dos nossos impostos. E desse jogo, o PT e Décio pretendem esconder os verdadeiros problemas dos oito de administração de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa. Vamos ter a ponte e não se sabe como. Já a saúde pública para os gasparenses, um desastre. Falta atendimento nos postos. Não há remédios nas farmácias básica e nos postos. Então, está certo o deputado Décio, os seus asseclas do marketing e os que orientam Lovídio: façam como São Tomé, venham ver para crer: o PT de Gaspar relegou a Saúde pública, deixando na mão doentes, pobres e velhos. Os documentos estão ai. As testemunhas aos montes. E a maioria dos pré-candidatos a prefeito de Gaspar, fingindo que este assunto não é essencial, nem mesmo trata-no como um erro a opção petista. Estão falando em planos de 30 anos; em fazer mais do nada; ou até novas obras quando se sabe da escassez de dinheiro. E o mínimo à população como o atendimento da Saúde? Estão mudos. A maioria do vereadores, os “fiscais do povo”, está muda.

O SÃO TOMÉ DO PT III
O PT é assim mesmo. Cuida do supérfulo para esconder o essencial. Só enxerga desvios dos outros. Obras e mais obras. Sabe-se a razão disso. Contudo o PT esquece do povo humilde, fraco e pobre a quem diz ser o único e o grande protetor. Vejam esta como se fosse o próprio São Tomé: faz alguns dias a secretaria da Saúde do PT de Gaspar publicou três normativas a respeito do uso do novo software, dispensação de medicamentos e do atendimento do CAR. Agora fazer o que deve ser feito, aí é outra história, triste e acima de tudo desumana. Pior. Isto vem de quem se diz ser “popular”, com cheiro de povo. Nos dias 24/06 e 10/06, dois cardíacos e com hipertensão passaram por consulta de rotina. Foi lhes foi dado requisição para exames e receituário de remédios de uso contínuo. Na recepção, a primeira prova de desumanidade da gestão do PT de Gaspar: foram eles informados de que não havia medicamento para o tratamento necessário e prescrito. É que o ESF possui uma cota de exames de R$ 1.800,00 por mês (?). Por isso, deveriam retornar no dia 04/07 para marcação dos exames. Retornaram. E o que receberam de orientação desta vez? A de voltar apenas dia 01/08/16, pois a cota de exames já estava esgotada. Vergonha. Inacreditável. Parece que nem estão doentes ou precisando dos exames e dos remédios para sobrevivência e a mínima qualidade de vida.

O SÃO TOMÉ DO PT IV
Esta história real, do dia a dia da cidade, Décio Lima, Zuchi, Lovídio e outros tentam esconder sob as longarinas da ponte do Vale. São Tomé, todavia, o santo escolhido para deboche e uso indevido dessa gente contra que os denunciam, enxergam, tocam e não acreditam de que isto está acontecendo. Sem atendimento, os dois pacientes doentes, tentaram retirar a medicação prescritas. O que aconteceu? Ficaram sabendo que alguns não têm lá há mais de um ano como por exemplo, a Losartana Potássica. Questionaram. E o que se respondereu sob orientação superior? De que a prefeitura petista não os compra porque nas farmácias populares da cidade há gratuitamente no programa governamental. O que eles não explicam é que a verba para aquisição desses medicamentos, pedem e vem! Quando se pensa que este é um caso isolado, as histórias de multiplicam.

O SÃO TOMÉ DO PT V
Só o São Tomé do povo e não dos políticos em época de campanha eleitoral para ficar estarrecido. Veja mais esta. Esta pe de uma família que reside no Loteamento das Casinhas de Plástico – aquele que carece de tudo lá na BR 470 por desprezo da administração de Zuchi. Ela levou uma criança na Policlínica. Parece história repetida, mas não é. Depois da consulta, a família foi até o ESF de sua referência (no Belchior Alto, pois o posto do loteamento está prometido e não está concluído até agora). Chegando no Belchior não tinha a medicação prescrita para a cura da criança doente. Resultado: ela está sem a medicação e foi obrigada a pedir ajuda no Conselho Tutelar. É que os pais não tinham como comprá-la. É que gastaram o dinheiro do remédio com táxi para ir ao Belchior Alto (o transporte público daqui do Centro e mesmo do Loteamento para o Belchior é limitado). Ou seja, o PT precisa da ponte do Vale para atração na caça votos. Enquanto isso, os gasparenses estão sem assistência, sem remédios, sem perspectivas na Saúde Pública. Acorda, Gaspar!


TRAPICHE

Quando as obras da Rua Madre Paulina, na Rua Itajaí vão recomeçar? Acreditem! O projeto está sendo revisto. Faltaram as baias dos ônibus. A prefeitura, esconde mais esta falha contra a comunidade. 

O presidente do PT de Gaspar, o vereador José Amarildo Rampelotti, diz da tribuna que eu tenho ódio no coração. 

Entretanto da mesma tribuna, Rampelotti várias vezes, por anos afio e está gravado, afirmou que eu sou ladrão, corrupto e viado. E ficou impune. Alimentou processos e até defende a mão grande sobre o meu patrimônio. Tudo para me intimidar, constranger, humilhar, desqualificar, enfraquecer, punir e calar. 

Então! Quem é mesmo que tem ódio no coração? Eu apenas tenho o couro duro e o PT, os petistas e a maioria dos políticos não suportam isso. Precisam de analfabetos, ignorantes, desinformados, medrosos, dependentes e fanáticos para sobreviverem. 

Quanto vai custar a passagem da tocha olímpica por aqui na terça-feira onde há problemas sérios financeiros, mobilidade urbana, assistência social, saúde pública e transparência? Tudo por uma menção no Jornal Nacional. 

O Jornal de Santa Catarina que mal cuida de Blumenau, já transformou em heroína a pedido comercial dos patrocinadores das olímpiadas, uma das carregadoras da tocha: a professora de educação física, Mari Inez Testoni Theiss, investida de gerente da Defesa Civil da administração de Pedro Celso Zuchi, PT.

E o que o jornal afirmou na propaganda homenagem? “Na trilha da tocha: pertence a uma mulher a tarefa de zelar pela população de Gaspar”. E completou: “foi uma das primeiras mulheres a assumir a Defesa Civil da região, que até então era administrada pelos militares”. 

O primeiro fato: a Defesa Civil de Gaspar é um arremedo. Falta até régua oficial para medir o nível do Rio, não se sabe exatamente as áreas que se atinge a cada centímetro que o Rio sobe, até o sistema de guarda de bateiras é um problema crônico. A lista é longa para não falar na falta de estudos geológicos preventivos. 

O segundo fato: agora esta de que a carregadora da tocha em Gaspar limpou a área da Defesa Civil dos militares, é algo assustador e bem próprio do discurso e propaganda petista. A competência transformadora não está em ser mulher, mas em ser realizadora. 

Mari Inez está, como se vê, afinada com o discurso da chefa, a Dilma Vana Rousseff e ela está indo embora. Ah! Para ver a tocha e Mari Inez haverá ponto facultativo. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1757

Comentários

Belchior do Meio
11/07/2016 12:39
Sr. Herculano:

"O Brasil que o PT (e seus comparsas entre eles o PMDB que vai no mesmo caminho) quebrou.

BRASIL PODE VIRAR UM GRANDE RIO DE JANEIRO", afirma MARCOS LISBOA

Quem mandou votar em merd@.
Sidnei Luis Reinert
11/07/2016 11:40
Privatização no Brasil é simplesmente criar cartórios, entregando estatais para as máfias de sempre


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

A pobreza do debate político e econômico no Brasil está mesmo de arrepiar. Ou só se fala em aumentar impostos já altíssimos, ou se vende a falsa ideia de que é preciso fazer vaixa negociando aquilo que a máquina estatal ainda possa ter de lucrativo. Os poderosos de plantão não focam em criticar e baixar os juros e spreads bancários - verdadeiros vilões do viciado mercado Capimunista brasileiro.

As malfadadas privatizações, tão utilizadas nos anos 80 como despiste e engodo da real crise do modelo de Estado intervencionista brasileiro, agora voltam a pauta principal como "solução" da crise brasileira. As privatizações realizadas no governo FHC, criaram "verdadeiros cartórios" que não promoveram desenvolvimento econômico, mas sim formaram "feudos" legais de agiotagem legalizada.

Nosso esquema privatizante-cartorial obedece a um ciclo manjadíssimo: 1) Construir com sacrifício dos brasileiros; 2) Quebrar pelo interesse de grupos; 3) Privatizar barato para estrangeiros; 4) Forçar os novos cartéis e cartórios a sofisticarem o jogo da corrupção, financiando os agentes políticos que os beneficiaram com "novos negócios privados" - que continuam controlados pela máfia estatal e suas agências reguladoras/interventoras.
É fácil constatar, no bolso, as aberrações dessa privataria cartorial no Brasil. 1) pedágios caríssimos inviabilizam as atividades econômicas de determinadas regiões; 2) o Brasil tem uma das piores internet do mundo e para variar ela está entre as mais caras do planeta; 3) as privatizações do setor de Telecomunicações colocaram o Brasil como refém de grupos econômicos internacionais que aprisionam o Brasil para um profundo atraso tecnológico; 4) etc...

As empresas controladas pela Oligarquia Financeira Transnacional escravizam o consumidor brasileiro. Um exemplo gritante: o Grupo Telefônica, da Espanha, retira quase 30% da sua Receita Mundial do Brasil. Em milhões de euros, o Brasil contribui com mais do que o dobro da Alemanha. Descontados os impactos do nosso câmbio maluco e se compararmos o poder aquisitivo do cidadão alemão com o do brasileiro, conseguiremos constatar o quanto essa empresa de Telecomunicações faz agiotagem feudal no Brasil.

Privatizar é uma proposta que, vinda da nossa zelite política, significa simplesmente transferir para grupos privados a mesma tarefa hoje exercida pelos desonestos poderosos que se apoderaram do Estado brasileiro e não querem largar o osso. O "cartório", depois de vendido, promove as mesmas sacanagens. Apenas muda de dono. Deixa de ser estatal, passando para as mãos de empresários que continuarão financiando a corrupção da politicagem. A Lava Jato e outras operações comprovam como tal safadeza opera - prejudicando o cidadão-eleitor-contribuinte-escravo no Brasil.
Herculano
11/07/2016 07:58
ELEIÇÃO À SOMBRA DE CUNHA, por Ricardo Noblat, de O Globo

"Sei da interinidade, mas estou agindo como se fosse efetivo". Michel Temer, presidente interino da República

O que Lula e o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) têm em comum? Aparentemente, nada. Lula tentou salvar Dilma do impeachment. Maia fez tudo para condená-la. Lula vê o DEM como a quinta essência do conservadorismo. Maia vê o PT como o máximo em corrupção. Apesar das diferenças, Lula e Maia descobriram que algo pode uni-los: a eleição, nesta semana, do próximo presidente da Câmara dos Deputados.

MAIA QUER suceder a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que renunciou ao cargo na esperança de não ser cassado. (Será cassado e mais tarde preso.) Como não se pede carteira de identidade a voto nem atestado de coerência, Maia anda batendo em todas as portas que possam se lhe abrir. Bateu na porta do PT. Foi atendido por um velhinho de voz rouca, insidioso decerto, porém simpático.

MANDADOS ÀS favas todos os escrúpulos, Maia disse a Lula que carece de votos para alcançar o total de 257, sem o qual não se elegerá. Lula sugeriu que carece da boa vontade do governo Temer para que não lhe seja cruel a peia que bate em Chico e em Francisco. A Waldir Maranhão (PP-MA), presidente em exercício da Câmara e aliado de Maia, Lula pediu para retardar a cassação de Cunha.

PARA LULA e o PT, o melhor é que Cunha só seja julgado na Câmara quando Dilma estiver sendo julgada no Senado. Não precisa ser no mesmo dia, mas pelo menos em dias próximos. Assim ?" quem sabe? ?", um julgamento não influencia o outro e Dilma se beneficia? Ou então segue menos mal para o exílio em Porto Alegre? Claro que Lula não disse tudo o que pensa a Maia e a Maranhão. Ninguém diz.

APESAR DE buscar apoio para sobreviver à Lava-Jato, Lula quer mais é que a escolha do sucessor de Cunha acabe por cindir de vez a base de sustentação do governo Temer no Congresso. Nada seria melhor para a oposição. Para atrair os votos do PC doB, Maia conseguiu que Maranhão impedisse a criação da CPI da União Nacional dos Estudantes (UNE). O PCdoB manda na UNE.

TÃO BOM quanto presidir a Câmara por dois anos é presidi-la por seis meses e meio. Assim será para quem completar o mandato de Cunha, a esgotar-se em fevereiro de 2017. O eleito vai morar em uma mansão à beira do lago de Brasília, terá segurança 24 horas, jatinho da FAB em vez de avião de carreira e o direito de substituir o presidente da República em suas ausências.

A RENÚNCIA de Cunha poderia servir à Câmara como marco inicial do processo de reabilitação de sua imagem cá fora. Mas não servirá. E é fácil entender por quê: só se deve pedir às pessoas o que elas podem dar. Dito de outra maneira: não espere de ninguém o que exceda à sua capacidade. A regra vale para o mundo privado e igualmente para o mundo público. E vale ainda para as instituições.

HÁ, NA CÂMARA, políticos sérios e com biografias respeitáveis. Por serem poucos, não terão relevância na hora de ungir o próximo presidente. Em um passado recente, a Câmara se dividia entre o baixo clero e o alto clero com seus cardeais. Predominavam os últimos. O baixo clero multiplicou-se e ajudou a eleger Cunha. O alto clero está ameaçado de desaparecer junto com os cardeais.

CUNHA É paciente terminal, mas respira sem aparelhos. Banca a candidatura de Rogério Rosso (PSD DF) a presidente da Câmara. Temer finge não ter candidato. Pode não ter ainda, mas será inevitável que tenha. O presidente da Câmara pode atrasar a vida de qualquer governo.
Herculano
11/07/2016 07:54
MESMO MINISTRO QUE MANDOU LIBERTAR CAVENDISH E CACHOEIRA SOLTA MAIS UM. E TODOS SÃO VETERANOS EM LAMBANÇAS, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 1

A população brasileira tem todo o direito de perguntar à Justiça Brasileira qual é o critério que mantém alguns presos e que solta outros tantos com uma extensa folha corrida de malefícios ao país

Pois é? Daqui a pouco a brasileirada não vai entender mais nada. Os procuradores vivem dizendo que políticos conspiram contra a Lava Jato e em favor da impunidade? Até agora, ameaça de verdade não há nenhuma, como eles sabem. Mas começam é a abundar decisões da Justiça que requereriam alguma explicação, especialmente quando se coteja com casos que estão em curso. Vamos ver.

Todos sabem que eu não sou do tipo que se comporta como a Rainha de Copas: "Cortem-lhe a cabeça!" Não gosto, e já deixei isto claro, do uso da prisão preventiva como antecipação de pena ou como instrumento de persuasão em favor da delação premiada. Já critiquei algumas prisões - até apanhei de alguns leitores por causa disso. É do jogo. Quem participa do debate se expõe também à incompreensão. Dito isso, vamos lá.

Os notórios Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, e Carlinhos Cachoeira, o bicheiro, veteranos da Operação Monte Carlo, já estão soltos. Com eles, gozam do conforto de seus respectivos lares os empresários Marcelo Abbud e Cláudio Abreu. Todo deixaram para trás nesta madrugada o presídio de Bangu 8 rumo à cama quentinha, roupa lavada e muitos empregados para lhes fazer as vontades e atender as necessidades.

Os quatro tinham sido presos pela Operação Saqueador, que apura desvios de R$ 370 milhões em obras públicas. O ministro Nefi Cordeiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou na sexta que fossem libertados, com a condição de que usassem tornozeleiras eletrônicas. Mas oh!!! O artigo está em falta no Rio. Então o Tribunal Regional Federal da 2ª Região autorizou a soltura mesmo sem elas. Serão vigiados por agentes federais.
Mais um
Nefi Cordeiro mandou soltar mais um neste domingo: o lobista Adir Assad. Atenção! Assad já tinha sido preso pela Saqueador, e a Justiça já havia determinado a prisão domiciliar. Continuou na cadeia porque foi um dos alvos de outra operação, a "Pripyat", que apura lambanças de R$ 39 milhões na Eletronuclear.
Herculano
11/07/2016 07:54
MESMO MINISTRO QUE MANDOU LIBERTAR CAVENDISH E CACHOEIRA SOLTA MAIS UM. E TODOS SÃO VETERANOS EM LAMBANÇAS, por Reinaldo Azevedo, de Veja.

Parte 2

Assad é um freguês da Justiça e da Polícia Federal. Ele já tinha sido preso na 10ª fase da Operação Lava-Jato, em março de 2014. Em dezembro, o STF lhe concedeu prisão domiciliar. O juiz Sérgio Moro o condenou a nove anos e dez meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Qual é o critério?
Decisão da Justiça se cumpre, por certo, mas se debate, por mais certo ainda. Já vimos o STF e o STJ negar mais de uma vez a revogação de prisões preventivas de investigados da Lava-Jato, certo? Os motivos mais frequentemente alegados são a "manutenção da ordem pública" - considera-se haver evidências de que, se solto, o preso vai voltar a cometer crimes - e a "conveniência da instrução criminal"; vale dizer: se em liberdade, esse preso pode interferir na produção de provas ou manipular testemunhas.

Muito bem! Se há coisa que temos o direito de inferir é que os veteranos em investigação Carlinhos Cachoeira e Fernando Cavendish não se emendaram, não é mesmo? O escândalo da Operação Monte Carlo não parece ter surtido grande efeito em suas respectivas moralidades pessoais ?" isso, claro!, a proceder a acusação que há contra eles.

O mesmo se diga de Assad: o homem já tem uma condenação em primeira instância numa investigação e foi alvo de duas outras. Pode até ser o brasileiro mais perseguido pela Justiça que a gente conhece, mas, convenham, é muito pouco provável.

Assim, cumpre indagar: qual é o critério nesse caso? Os pedidos de prisão preventiva estavam mal fundamentados? Ou estamos diante de uma manifestação viciosa da discricionariedade, que não precisa prestar contas a ninguém? Notem que nem estou perguntando por que investigados de primeira viagem foram mantidos na cadeia. O que indago é por que esses foram soltos. Certamente não é por sua comprovada decisão de não voltar a delinquir, não é mesmo?

Quando os procuradores voltarem a falar em ameaças à moralidade pública, convém ajustar melhor o foco e olhar para a própria Justiça.
Herculano
11/07/2016 07:45
da série: o Brasil que o PT (e seus comparsas entre eles o PMDB que vai no mesmo caminho) quebrou.

BRASIL PODE VIRAR UM GRANDE RIO DE JANEIRO, AFIRMA MARCOS LISBOA

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Entrevista e texto de Fernando Canzian. Sem reformas estruturais para conter a trajetória explosiva de sua dívida, o Brasil corre o risco de se transformar em "um grande Rio de Janeiro", afirma o economista e presidente do Insper, Marcos Lisboa, para quem o governo Michel Temer tem se mostrado "fraco" e suscetível a "pressões de grupos". "Isso é ir contra o ajuste."

O economista diz que cumprir a regra do teto para os gastos será "relativamente simples" porque a taxa de inflação (que corrigirá a despesa) está em queda. Como a inflação de 2017 deve ser menor que a deste ano, o gasto poderá ter aumento real.

Lisboa afirma que a "grande pergunta" é saber se medidas como o reajuste do funcionalismo (ao custo de
R$ 67,7 bilhões até 2018) seriam só consequência do fato de Dilma Rousseff ainda não ter sido afastada definitivamente. "Espero que a interinidade não tenha sido um mau prelúdio", diz. Leia trechos da entrevista à Folha.

Folha - O governo federal acaba de projetar seu deficit de 2017 em R$ 139 bilhões e promete um esforço fiscal de R$ 55,4 bilhões a ser obtido com privatizações, concessões e aumento da receita com a melhora da atividade. Qual a sua avaliação?

Marcos Lisboa - O número que interessa para a sustentabilidade das contas públicas são os R$ 194,4 bilhões (soma do deficit e das receitas adicionais previstas). Esse é o número que continuará crescendo de forma estrutural. O que o governo está fazendo é um esforço adicional, com a venda de ativos e receitas extraordinárias, para reduzir esse número para R$ 139 bilhões. São receitas extraordinárias, e bem-vindas.

Elas atenuam a trajetória de crescimento da dívida e dão um pouco mais de fôlego para enfrentar o problema, que seria ainda maior se o número fosse R$ 194,4 bilhões.

Folha - Há uma melhora nas expectativas. Na prática, porém, nada de fundamental mudou. Como o sr. vê o atual quadro?
Marcos Lisboa - Temos uma janela de oportunidade para enfrentar um problema estrutural muito grave. Há um cenário externo mais favorável aos preços de commodities no Brasil, as coisas pararam de piorar em termos de atividade e talvez exista a oportunidade de uma pequena recuperação no ano que vem.

Agora, o problema fiscal no Brasil é estrutural. Se nada for feito, mesmo com o teto para os gastos, os números vão piorar. Uma série de fatores estruturais faz com que a despesa pública cresça acima da receita.

Sem reformas estruturais profundas, essa janela de oportunidade será perdida e daqui a um ano teremos o retorno da crise, com o agravamento das condições do país.

Folha - Como avalia o início do governo Michel Temer?
Marcos Lisboa - Ele demonstra uma relativa dubiedade. Se por um lado tem falado em sacrifícios, em fazer reformas como a da Previdência, em propor o teto para os gastos e enfrentar uma série de problemas essenciais para superar o problema fiscal, por outro, no varejo, tem cedido aos grupos de pressão. Este parece ser um governo fraco, que cede a grupos de pressão. E ceder é ir na contramão do ajuste.
Herculano
11/07/2016 07:44
da série: o Brasil que o PT (e seus comparsas entre eles o PMDB que vai no mesmo caminho) quebrou.

BRASIL PODE VIRAR UM GRANDE RIO DE JANEIRO, AFIRMA MARCOS LISBOA

Parte 2

Folha - Isso não seria consequência da interinidade? Ceder para fazer passar o impeachment?
Marcos Lisboa -Essa é a grande pergunta. Mas fico surpreso quando vejo autoridades dizerem que o reajuste dado aos funcionários públicos não atrapalha o ajuste fiscal. Atrapalha.

O Brasil não tem onde cortar. Não tem onde. Cumprir o teto no ano que vem será relativamente simples, porque temos a inflação em queda. Mesmo que se cumpra o teto em 2017, podemos ter um crescimento real do gasto de 3%.

O grande problema do Brasil não é cumprir o teto. É garantir a estabilidade da evolução da dívida em relação ao PIB. Hoje temos metade das despesas engessadas em Previdência e assistência social. São gastos que crescem em termos reais 4% ao ano.

Folha -Mesmo assim, o mercado está mais otimista.
Marcos Lisboa - Seria difícil imaginar uma gestão mais incompetente em termos de política econômica do que a que vimos entre 2009 e 2014. Mesmo no segundo governo Dilma, com a equipe que entrou, continuávamos com um governo que tinha uma dissonância cognitiva. Nomeava um ministro numa direção e fazia o discurso na outra.

Hoje, vivemos algo parecido, mas um pouco melhor. Há um cenário externo favorável e um benefício da dúvida, no processo político, de que as reformas vão caminhar. E a gente espera que andem.

Mas o que preocupa é que o conjunto da obra, até agora, não tem sido bom. O governo não tem um discurso claro e consistente e, no varejo, vai cedendo aos grupos de pressão. Pode ser que isso seja mesmo fruto da interinidade, mas isso vai ter consequências mais à frente.

O teto, por exemplo, ajuda a não dar reajuste para as despesas sobre as quais se tem controle. Mas ele não significará necessariamente o fim do crescimento real do gasto, já que a inflação está em queda.

O mais importante é que a agenda fiscal avance, porque além dela há a agenda para retomar o crescimento. As agendas de ganho de produtividade, concessões, melhoria do ambiente de negócios, que ficou muito degradado nos últimos seis anos.

O Brasil vive um momento de muitas crises simultâneas. A fiscal é a mais urgente, mas tem muitas outras que precisam ser enfrentadas.
Herculano
11/07/2016 07:44
da série: o Brasil que o PT (e seus comparsas entre eles o PMDB que vai no mesmo caminho) quebrou.

BRASIL PODE VIRAR UM GRANDE RIO DE JANEIRO, AFIRMA MARCOS LISBOA

Parte 3

Folha - Muitos parecem dar um voto de confiança e imaginar que, passado o impeachment, virão medidas estruturais.
Marcos Lisboa - A maioria das pessoas concordaria com isso. Mas sou um pouco mais pessimista. A substituição da gestão de Dilma gera algum ânimo. Mas o processo foi confuso e acabou carregado não tanto pelos graves problemas cometidos pelo governo anterior, mas por um certo oportunismo na dinâmica da política.

Portanto, este é um governo que começa com fragilidade e com uma agenda muito difícil de reformas que são necessárias para garantir que a gente consiga chegar a 2018 com uma economia ao menos sem continuar piorando, com alguma retomada da produção e do emprego.

Garantir que essa janela de oportunidade seja aproveitada requer enfrentar o problema fiscal no próximo ano e que não se criem compromissos agora que depois inviabilizem o crescimento.

A saída do fundo do poço não trará aumento da arrecadação que favorecerá o ajuste fiscal? Ou isso é a janela de oportunidade que pode se fechar?
É isso. Isso é o que abre a janela de oportunidade. O problema é que, sem reformas, a despesa pública no Brasil vai continuar crescendo acima da receita nos próximos anos, mesmo que a receita cresça com a melhora na atividade econômica.

A menos que sejam feitas reformas adicionais, isso significará um endividamento crescente. Não dá para cumprir o teto sem reformas estruturais. O teto é só um passo para explicitar a restrição orçamentária e evitar reajustes de uma parte das contas.

O que preocupa é que os governos, tanto federal quanto os locais, em vez de enfrentar as causas do problema, ficam buscando artifícios para adiar suas consequências para o futuro. E este adiamento agravará o quadro.

São os casos do Rio e do Rio Grande do Sul, que hoje se utilizam de depósitos judiciais para financiar as contas públicas.

O Brasil está deixando os problemas para depois, e o problema está crescendo.

Folha -O que fazer até o impeachment?
Marcos Lisboa - Parar de piorar. Parar de ceder a grupos de pressão. E assumir os problemas com transparência. Temos uma janela de oportunidade. Podemos aproveitar isso ou não.

Espero que o que vimos até aqui, durante a interinidade, não tenha sido o prelúdio do que vamos viver depois de agosto. Pois o Brasil pode virar um grande Rio de Janeiro [que decretou estado de calamidade pública em junho].

A diferença entre o risco do Brasil e a situação do governo do Rio é que o governo federal pode recorrer ao aumento da inflação. Seria a retomada da inflação crônica. Não a melhor das escolhas.
Herculano
11/07/2016 07:29
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA

Só para os leitores e leitoras internautas da coluna Olhando a Maré
Herculano
11/07/2016 07:28
PROPAGANDA ENGANOSA, por Aécio Neves, senador por Minas Gerais e presidente do PSDB, candidato derrotado por Dilma Vana Rousseff,PT, nas últimas eleições, em artigo publicado no jornal Folha de São Paulo

Em meio a uma profusão de acontecimentos, um fato importante, que simboliza mais um duro encontro dos brasileiros com a realidade, passou quase despercebido pela opinião pública na última semana.

Em resposta a uma ação ajuizada pelo PSDB, a Justiça Federal da 1ª Região concluiu, em decisão exemplar, que o governo Dilma Rousseff usou recursos públicos para mentir aos brasileiros. No caso em questão, sobre a crise de energia e a mudança em direitos trabalhistas, então proposta pelo Executivo.

Um ano atrás registrei a liminar dada à época e a decisão, agora definitiva, merece ser reproduzida pela sua relevância, especialmente no atual contexto em que o país aprofunda a percepção dos seus direitos.

Diz um trecho da sentença: "Ao veicular uma situação não condizente com a realidade, o governo federal presta um serviço baseado no engano, ou seja, vale-se de propaganda enganosa aos seus clientes, quais sejam, os eleitores de todo o país, causando, flagrantemente, lesão aos princípios que devem nortear a coisa pública, conforme já delineado acima - é nítido que as mencionadas propagandas prestaram informações falsas sobre o país e apresentaram como verdadeiros fatos irreais, não retratando a situação verídica que a nação se encontra, afirmando aos brasileiros inverdades, como a garantia de direitos trabalhistas e ao responsabilizar a seca do Nordeste pelo aumento da tarifa de energia elétrica".

Ao reconhecer a prática pelo governo de propaganda enganosa, a Justiça traz um novo alento ao cidadão em seu direito de questionar informações que recebe de seus representantes. E lança uma luz sobre o importante debate de a sociedade ter meios que impeçam a sua manipulação.

Apresentei, à época, no Senado, proposta que torna obrigatória a divulgação da fonte oficial de dados e informações apresentados por propaganda de administrações municipal, estadual e federal. Assim como, a de um responsável que ateste a sua veracidade. O projeto prevê ainda direito de resposta, quando, comprovadamente, ocorrer propaganda enganosa. O governo responsável ficará obrigado a divulgar essa decisão nos mesmos espaços e com a mesma frequência que a campanha original, como forma de informar a verdade ao país.

É importante que, aprovada essa iniciativa, ela se some a outras que impeçam que a publicidade paga com dinheiro público se transforme, sem constrangimentos, em propaganda de partidos.

A decisão da Justiça possui um forte significado: lembrar a governantes que, além dos direitos assegurados na Constituição, o cidadão tem também direito a um princípio básico que deve reger qualquer país democrático - o direito à verdade. Até isso os governos do PT nos tirou.
Herculano
11/07/2016 07:24
PASADENA: DILMA DEVERIA TER INDENIZADO PETROBRAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ex-chefe do Conselho de Administração da Petrobras, Dilma deveria indenizar a estatal pela compra superfaturada da refinaria de Pasadena, em 2006, de acordo com a Lei das Sociedades Anônimas (6.404/76). Para o professor de Direito Carlos Jacques, "informações abundantes" no mercado advertiam para o alto risco envolvendo essa compra: "Dilma foi negligente, no mínimo, ao não verificar esse risco".

SUPERFATURAMENTO
A Astra Oil pagou US$42,5 milhões por 50% de Pasadena, em 2005. A Petrobras pagou US$360 milhões em 2006 e US$1,18 bilhão em 2008.

LOROTA NÃO COLA
Dilma diz que "não sabia" tratar-se de mau negócio. Isso não a exime: o artigo 153 exige "cuidado e diligência" na administração de uma S/A.

PRESCREVEU
A negligência continuou no governo: o prazo para cobrar de Dilma o prejuízo acabou em 2011, três anos após a lambança da "gerentona".

ABSURDO
Jacques diz que a prescrição é absurda: "Presidente com mandato de 4 anos pode fazer o que quiser no primeiro ano e ainda se reeleger".

PLURALIDADE DE CANDIDATOS É MANOBRA POR CARGOS
O grande número de deputados candidatos à Presidência da Câmara pode servir como estratégia da turma do "baixo clero" para compor com candidatos viáveis, garantindo uma "fatia" dos cargos de direção. Beto Mansur (PRB-SP), Rogério Rosso (PSD-DF), Fernando Giacobo (PR-PR), Jovair Arantes (PTB-GO), Osmar Serraglio (PMDB-PR), Antonio Imbassahy (PSDB-BA) e outros já se apresentam como candidatos.

OS OUTROS
Estão cotados Rodrigo Maia (DEM-RJ), Espiridião Amin (PP-SC) e, do PSB, Hugo Leal (RJ), Júlio Delgado (MG) e Heráclito Fortes (PI).

CRAQUE
Consta entre servidores da Câmara que Carlos Manato (SD-ES) é "craque" na composição com candidatos viáveis.

REGRESSO
Após deixar a relatoria do caso Eduardo Cunha dizendo estar ameaçado de morte, Fausto Pinato (PP-SP) também quer presidir a Câmara.

DINHEIRO NO BOLSO
Enquanto os brasileiros sentem os duros efeitos da crise, com 11,4 milhões de desempregados, os partidos meteram a mão no nosso bolso, e levaram só em junho R$60,3 milhões a título de "Fundo Partidário".

PARECE ASSOMBRAÇÃO
Franklin Martins, ex-ministro de Lula, andou se reunindo com o ainda presidente da estatal de comunicação EBC, aquele que se prestou ao papelão de ser nomeado na véspera do impeachment. Boa coisa não é.

COMILANÇA
A Câmara gastou, em junho, R$ 24.267,07 com "fornecimento de alimentação" dos 513 deputados federais. Tudo ressarcido por meio da Cota de Atividade Parlamentar (Ceap).

CAUTELA
Em reunião com funcionários da Apex, o diplomata Roberto Jaguaribe, seu novo presidente, revelou sua cautela. "Enquanto não tiver aprendido sobre o que vocês fazem, a resposta é não".

ESFOLA O CONTRIBUINTE
Dilma foi a primeira governante a bater a marca de R$2 trilhões na arrecadação de impostos, taxas e decisões da Justiça, em 2014. Este ano, sob Michel Temer e apesar da crise, deve-se arrecadar R$2,3 tri.

PAUTA DO ADEUS
Ganhou a alcunha de "pauta do adeus", no Congresso, os projetos anunciados pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, para mudar a lei de licitações, legalizar jogos de azar e punir abuso de autoridades.

SALVAGUARDA
As Forças Armadas pressionam a Câmara pela aprovação de projeto que determina o julgamento de militar a serviço nas Olimpíadas pela Justiça Militar. Na guerra contra traficantes, militar não negocia, atira.

IMPOSSÍVEL
"Eduardo Cunha é um cadáver insepulto", afirmou o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) sobre Eduardo "rumo à cova" Cunha. Ele acha que não há salvação: o plenário cassará o mandato de Cunha.

PERGUNTA NA PGR
Por que Eduardo Cunha embargou a voz, ao se referir à família, mas não verteu uma só lágrima?
Herculano
11/07/2016 07:17
da série: o que o PT (e seus comparsas), Lula e Dilma fizeram contra os brasileiros e o Brasil. Se tudo correr bem, a economia de 2014 só ficará igual em 2019

INÊS É VELHA, por Vinicius Mota

A economia brasileira inicia a partir de agora uma lenta recuperação daquela que terá sido a pior derrocada deste ciclo democrático. O volume da produção, se confirmadas as hipóteses de analistas reputados, vai retomar apenas em 2019 os níveis verificados em 2014.

O atraso é ainda maior se a renda per capita for levada em conta. O poder de compra médio que o brasileiro possuía em 2013 só será recobrado em 2021, oito anos depois. Perde-se o que se perdeu, mas também o que se deixou de ganhar.

O Brasil desperdiça os últimos raios de luz de sua janela demográfica, o período em que, em razão da queda ainda relativamente recente da natalidade, o conjunto das pessoas em idade de trabalhar se expande mais depressa que a população.

Com menos crianças para cuidar e ainda poucos aposentados para sustentar, um país deveria acelerar o crescimento da produção por habitante. Essa expectativa foi periodicamente frustrada no Brasil nos últimos 35 anos. Novamente agora.

Mas agora Inês é velha. No ano 2000, menos de 8 em cada 100 brasileiros tinham 60 anos ou mais de idade. Hoje essa proporção já se aproxima de 12. Em 2030, para cada centena de habitantes, 19 serão pelo menos sexagenários.

O salto terá alcançado quase 150% em 30 anos, uma das mais rápidas metamorfoses demográficas da história das nações. A marcha do envelhecimento prosseguirá até a metade do século, quando 30 em cada 100 terão 60 anos ou mais.

O que acontece no Brasil, observando-se a perspectiva das décadas por vir, é uma pequena tragédia. O país jovem é apenas remediado e pouco produtivo. A despeito disso, gasta 10% do PIB para sustentar seus aposentados e pensionistas.

O país maduro ali na esquina, se não realizar um pequeno milagre na produtividade, vai se espatifar contra o muro da falência civil. Inês corre risco de morrer.
Sidnei Luis Reinert
10/07/2016 18:18
Uma má notícia ao MST:

Porte Rural de arma de fogo é aprovado na Comissão Especial, concessão será restrita aos produtores rurais

A Comissão Especial que analisou o Projeto de Lei 3722/2012, do deputado Rogério Peninha Mendonça, que regulamenta a posse e porte de armas, aprovou, o substitutivo do deputado federal Laudívio Carvalho, por 19 votos favoráveis e oito contrários. A proposta do deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), que cria a licença do Porte Rural de Armas, também foi aprovada.

A proposta de Afonso Hamm, inseridas nos artigos 71, 72 e 73, visa permitir o Porte Rural de Arma de Fogo aos proprietários e trabalhadores, maiores de 25 anos, residentes na área rural, e que dependam do emprego de arma de fogo para proporcionar a defesa pessoal, familiar ou de terceiros, assim como, a defesa patrimonial.

Conforme o texto, a licença para o porte rural de arma será concedida mediante apresentação documental, comprovante de residência em área rural e atestado de bons antecedentes. A licença terá validade de 10 anos e é restrita aos limites da propriedade rural, condicionada à demonstração simplificada, à autoridade responsável pela emissão, de habilidade no manejo da categoria de arma que pretende portar. A arma de fogo do titular será cadastrada e registrada no Sistema Nacional de Armas (SINARM).
Herculano
10/07/2016 15:56
ANÁLISE: PROJETOS SÃO TENTATIVA DE INSTITUIR CONTROLE IDEOLOGICO REPRESSIVO, por José de Souza Martins, sociólogo e professor emérito da USP, para o jornal O Estado de S. Paulo

Os vários projetos e propostas de cunho religioso ou político-ideológico que vêm sendo apresentados no sentido de interferir nos rumos da educação pública de crianças e adolescentes violam a Constituição brasileira e nossa tradição de Estado laico e democrático. Já antes da Constituição de 1891, o novo Estado republicano promoveu a separação entre Estado e Igreja, rompendo com a tradição de uma Igreja Católica oficial, com bispos e padres funcionários públicos, e, portanto, com a tradição de uma religião do Estado.

Por extensão, a inovação republicana estabeleceu as bases da própria educação nacional e do projeto de nação que deveria orientar a formação das novas gerações de brasileiros. Uma educação aberta para a pluralidade de ideias e de convicções e até mesmo, como consequência, a liberdade de convicção religiosa e política das famílias quanto à formação dos filhos.

A família foi devidamente protegida como instituição de formação complementar dos imaturos, sobretudo considerando que a escola pública, entre nós, não é um internato de natureza conventual. No Brasil, as crianças e adolescentes não são sequestrados pelo Estado para confinamento na escola pública e, portanto, não há mutilação da educação de família.

As tentativas atuais de tornar obrigatório o ensino de doutrinas de fundo religioso, como a do criacionismo, ou as de tornarem a escola pública uma instituição tutelada pela família, ou mesmo as violações representadas pela transformação das salas de aula em escolas ideológicas e partidárias, representam uma ruptura de princípios e valores que foram convencionados na origem do nosso regime republicano e consagrados em mais de um século de tradição.

Essas iniciativas representam uma agressão ao bem comum e tentativa de grupos sociais restritos de instituírem mecanismos repressivos de controle ideológico ou religioso sobre a formação das novas gerações de todos os brasileiros. Tão ilegais são que os projetos deveriam ser barrados já na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. O que está em jogo nessas propostas é a imposição de concepção totalitária de educação em conflito aberto com os princípios da democracia e da liberdade de consciência.
Herculano
10/07/2016 15:51
COLUNA INÉDITA NA TERÇA-FEIRA

Nesta terça-feira é dia de coluna inédita para os leitores e leitoras que a fazem líder de leitura do portal Cruzeiro do Vale.
Herculano
10/07/2016 15:49
UM NOVO JEITO, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

O ministro Henrique Meirelles deixou claro nas suas conversas dentro do governo sobre a meta fiscal que este ano a atual equipe pegou o bonde andando, mas em 2017 será considerado responsável pelo que acontecer. Por isso, "sob nenhuma hipótese" a meta fiscal poderia ser um déficit maior que o de 2016. Desta forma ele rechaçou as propostas mais expansionistas. Mesmo assim, R$ 139 bilhões é um déficit enorme.

É muito difícil fazer uma reversão de um resultado tão negativo sem aumento de carga tributária. Mas não foi incluído aumento de imposto. A hipótese de elevação da Cide, apesar de ser considerada um "imposto verde", também foi deixada de lado pelo impacto inflacionário que poderia representar.

Para fazer seus cálculos o governo partiu de projeções de arrecadação muito mais pessimistas do que as feitas pelo mercado. Normalmente era o oposto. Vários bancos e consultorias previram uma receita maior, porque apostam em crescimento do PIB de até 2% para 2017, e porque acreditam que novos impostos serão criados. O governo projetou uma alta de 1,2% na economia e não está contando com novos tributos. A receita extra virá apenas das privatizações e concessões. Ao todo, R$ 55 bilhões. O secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida, explica que agora não se pode simplesmente criar um número de receitas extraordinárias, porque o TCU exige que cada projeção de ganho com privatização ou concessão seja acompanhada de uma nota técnica que justifique como se chegou a esse número.

A Casa Civil está envolvida em vários projetos de redução de gastos por aumento de eficiência e para isso está tendo a consultoria, sem qualquer custo, da McKinsey para o cruzamento de bancos de dados que evitem a sobreposição de benefícios. Outra consultoria está sendo dada por técnicos do Banco Mundial, BID, Cepal e OCDE, no que se chama "expenditure review". Essa revisão das despesas, para se testar sua eficiência e detectar desperdícios, vai se concentrar nos dois grandes orçamentos: saúde e educação. Além disso, serão revistas todas as políticas setoriais. Há diversos regimes especiais para setores que foram dados há muito tempo e ninguém analisou a eficácia desse gasto.

O Brasil é assim. Um gasto é criado e vai ficando. Cresce de forma vegetativa, é usufruído por um grupo de interesse. Ninguém fala nada e vai ficando, empilhando-se nesse estado perdulário. Por isso será importante conferir essas políticas setoriais. A revisão do auxílio-doença pode economizar R$ 6 bilhões, calculam técnicos do governo. Trabalhadores adoecem, claro, mas há quem se dependure no benefício. Há outras mudanças que podem render recursos ao governo, mas o mais importante dessa revisão dos gastos é que não será como de outras vezes.

?" Não entrou no Orçamento nenhum centavo dessa receita que pode ser conseguida com melhoria de programas e eficiência no gasto. Se esse dinheiro vier será ótimo, mas não estamos contando com ele ?" diz Mansueto.

O governo vai preparar o Orçamento de 2017 como se já estivesse aprovado o limite para as despesas. O aumento de gastos será principalmente pelo custo da previdência, mas as outras despesas serão corrigidas apenas pela inflação. Antes, o governo mandava uma proposta com uma estimativa de receita e o gasto decorrente. O Congresso recalculava a receita para cima e criava novos gastos. Agora não poderão mais fazer isso, porque a despesa estará fixada dentro do limite. O país poderá então, discutir Orçamento e escolher um gasto em vez de outro.

Outra mudança a ser conferida é que o governo vai criar duas estatais. Não se assuste, leitor. Elas serão criadas apenas para tornarem possível a privatização. A Lotex ficará com uma parte da loteria, a que cuida da raspadinha, e será vendida assim que for desmembrada. Pode acontecer a mesma coisa com a parte de seguros da Caixa.

O país terá que enfrentar sua verdade fiscal nos próximos anos. A receita líquida do governo central era de 18,7% do PIB em 2013. Caiu em todos os anos, e em 2017 deve ser de 16,6%. A administração anterior fez vários truques, como pedir dividendos antecipados a bancos públicos. Agora, e daqui em diante, o país terá que parar de inventar dinheiro. A era dos truques acabou.
Mariazinha Beata
10/07/2016 13:50
Seu Herculano;

"Desde sexta-feira o ex-presidente Lula é Doutor Honoris Causa pela Universidade Regional do Cariri, mantida pelo governo neopetista do Ceará."

Do Blog do Filipe Moura Brasil.

O "Bessias" levou o "diproma" pra eLLe?
Bye, bye!
Digite 13, delete
10/07/2016 13:33
Herculano,

"da série: Raimundo Colombo, PSD, cada vez se fragiliza mais como gestor capaz... quer quebrar o estado para os que sucedê-lo."

Que politicada mais sem graça essa nossa!
O Calombo pensa que ainda é prefeito de Lages.
Acorda, jacaré. És governador de um estado.
Herculano
10/07/2016 10:13
da série: Raimundo Colombo, PSD, cada vez se fragiliza mais como gestor capaz. Inventou os juros simples para se safar das dívidas que aumentou irresponsavelmente, inventou as pedaladas da Celesc para roubar os municípios e agora ao se negar assumir os limites para se endividar quer quebrar o estado para os que sucedê-lo.

RESISTÊNCIA DOS GOVERNADORES PODE LEVAR ESTADOS À FALÊNCIA, editorial do jornal O Globo

Parte 1

Previsto para ser votado no Congresso na última quarta-feira, o projeto de lei que formaliza a renegociação das dívidas dos estados com a União foi adiado para esta semana. Segundo o relator do projeto, o deputado Esperidião Amin (PP-SC), as contrapartidas exigidas pelo governo federal enfrentam resistências dos governadores e suas bancadas na Câmara.

O principal ponto de atrito é a inclusão dos estados na Proposta de Emenda à Constituição, que limita o aumento de gastos públicos à inflação do ano anterior.

Os representantes dos estados argumentam que a medida significa uma ingerência indevida, ferindo a autonomia dos gestores estaduais. Para o governo federal, porém, sem que se estabeleça um limite de gastos, o problema se repetirá, obrigando uma nova negociação no futuro, num ciclo vicioso, cujo preço final é pago pela população. Esta preocupação procede.

Na verdade, o impasse mostra que, passado o susto de uma insolvência catastrófica, os governadores insistem em antigos erros políticos, com aumento exponencial de gastos em atentado ao equilíbrio fiscal do país.

O acerto entre 27 governadores, o presidente interino, Michel Temer, e a equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, com o aval do STF, é um passo concreto para pôr fim a uma crise que se acumulava há três anos e caminhava para um desfecho desastroso. Formalizado num substitutivo à Lei Complementar 257/2016, o acordo prorroga por 20 anos o prazo de pagamento das dívidas dos estados com a União, suspende o pagamento das parcelas do débito até dezembro de 2016, de modo que o valor integral da parcela só voltará a ser pago em julho de 2018.

Este alívio representou um impacto, apenas em 2016, de R$ 20 bilhões para o Tesouro Nacional. Considerando-se todo o período, até 2018, o adiamento e o escalonamento das dívidas estaduais terão um peso de R$ 50 bilhões. O governo federal também disponibilizou o BNDES para assessorar estados na privatização de ativos, com o objetivo de recuperar suas receitas.
Herculano
10/07/2016 10:11
da série: Raimundo Colombo, PSD, cada vez se fragiliza mais como gestor capaz. Inventou os juros simples para se safar das dívidas que aumentou irresponsavelmente, inventou as pedaladas da Celesc para roubar os municípios e agora ao se negar assumir os limites para se endividar quer quebrar o estado para os que sucedê-lo

RESISTÊNCIA DOS GOVERNADORES PODE LEVAR ESTADOS À FALÊNCIA, editorial do jornal O Globo

Parte 2

As estatísticas oficiais mostram que o desequilíbrio fiscal continua evidente. Segundo o Tesouro, no primeiro trimestre do ano, os governos estaduais obtiveram em receitas R$ 191,806 bilhões, considerando-se impostos, contribuições sociais e transferências. Trata-se de uma alta nominal de 5,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Por outro lado, as despesas somaram R$ 309,359 bilhões, uma alta de 13,9%. Ou seja, as despesas cresceram num ritmo muito superior ao das receitas, reforçando o quadro de insolvência dos cofres estaduais.

Os estados mais endividados são: Rio Grande do Sul (227%); Minas Gerais (198,6%); Rio de Janeiro (197,7%); Alagoas (169,6%) e São Paulo (167,8%). A dívida total gira em torno de R$ 430 bilhões. No caso do Rio, o governador em exercício, Francisco Dornelles, decretou "estado de calamidade pública", para ter acesso a recursos federais com urgência. O estado contava nos últimos anos com uma arrecadação de R$ 10 bilhões de royalties do petróleo, cerca de 15% da receita estadual. Com a queda vertiginosa dos preços da commodity, esses recursos desapareceram. O Rio também lidera os gastos com pessoal, cujas despesas cresceram 70% entre 2008 e 2015, seguido por Santa Catarina, Roraima, Tocantins, Piauí e Pará.

Sem margem para aumentar tributos, os governadores não têm alternativa. Precisam avocar o custo político do ajuste fiscal, enfrentar os interesses corporativos predominantes nas folhas salariais e privatizar de maneira criteriosa empresas públicas que hoje servem mais às máquinas eleitorais partidárias do que à sociedade.

Recusar esse desafio implica assumir, conscientemente, a responsabilidade política e jurídica pela futura falência do estado.
Herculano
10/07/2016 09:59
AMARGO REGRESSO, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

A perspectiva de uma campanha eleitoral sem doações de empresas a serem registradas na contabilidade oficial instalou o pânico nos partidos. Ao contrário do que seria natural, não produziu neles solução alternativa.

O veto ao financiamento de pessoas jurídicas está em vigor há mais de um ano, por decisão do Supremo Tribunal Federal, corroborada por votação do Congresso. Votação esta pautada pelo constrangimento de ir contra a decisão do STF. Tempo suficiente para que suas excelências estivessem ao menos discutindo o que fazer: mobilizar eleitores, preparar campanhas de arrecadação, mostrarem-se dignos de financiamento espontâneo.

Nenhuma dessas ou outras providências criativas se observam nos partidos. O que se vê é apenas a expectativa de que mais à frente haja condições para mudar a regra de maneira a voltar à situação anterior.

Os sinais são sutis. Na semana passada alguns líderes partidários se reuniram com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para tratar de questões atinentes às investigações em curso. Janot queria apoio contra legislações restritivas à ação do Ministério Público. As excelências também. Para efeito oficial. No paralelo, porém, aproveitaram para sondar o procurador sobre a hipótese de revogar o veto às doações de pessoas jurídicas.

A consulta, obviamente, não prosperou. Mas fica a dica: passadas as eleições municipais de outubro próximo, haverá propostas para a retomada das doações de empresas. Sob o argumento de que o veto às empresas "não deu certo". A suas excelências o que vale é o retorno ao que a antiga musa cantava e não a correção dos termos da canção.

Tanto faz. Por enquanto são três os candidatos à eleição da presidência da Câmara na próxima quinta-feira: Rogério Rosso (PSD), Rodrigo Maia (DEM) e Fernando Giacobo (PL). Oficialmente nenhum deles conta com o apoio do Palácio do Planalto, cujo sonho de consumo talvez fosse ter um correligionário do PMDB no posto.

Extra oficialmente, Rosso é tido como o "menos pior". Giacobo, ligadíssimo ao notório Valdemar da Costa Neto, é visto como o "rei da chantagem" e Maia qualificado como gerador de atritos, dada sua dificuldade de transitar de forma amena entre os colegas. Neste cenário da falta de um candidato ideal, para o governo tanto faz quem cumprirá mandato tampão até fevereiro de 2017.

Nessa visão, entrar numa briga agora seria tarefa além de inglória, inutilmente arriscada. Estão frescas na memória as nefastas consequências de guerras perdidas por governos anteriores. Para Fernando Henrique, a eleição de Aécio Neves custou o rompimento da aliança com o então (hoje DEM) poderoso PFL. Ao PT, sucessivas imposições de candidatos produziram inimigos na Casa e, por último, rendeu a eleição do mais venenoso deles, Eduardo Cunha.

Diante da evidência de que não há solução ideal, o Planalto prefere guardar prudente distância de qualquer solução que venha a decorrer a disputa em plenário. Quanto à ideia de que o renunciado Cunha venha a influir na escolha do novo presidente, a resposta é a seguinte: não conseguiu preservar o próprio mandato, muito menos poderá assegurar o do próximo.

Sete chaves. Aprovado o impeachment de Dilma Rousseff, sobre o qual os atuais governistas não têm a menor dúvida, Planalto e adjacências sofrerão mudança radical. Transformação esta já desenhada, mas mantida sob o mais absoluto sigilo.
Herculano
10/07/2016 07:52
E FICAM OS (LONGOS) DEDOS, por Carlos Brickmann

Assim é se lhe parece, diz a deliciosa peça de Luigi Pirandello. Mas a política, território do jogo de sombras, nunca é o que parece.

O poderoso presidente da Câmara, Eduardo Cunha, renunciou ao cargo. Mentiu ao plenário e foi apanhado - o que é quebra de decoro e motivo de cassação. Diz que saiu para que seu processo não mantenha a Câmara paralisada. Mas só saiu porque as chances de perder o mandato cresciam, porque a Procuradoria ameaçava de prisão sua mulher e sua filha, porque é melhor deixar a Presidência do que perder o mandato inteiro, porque é melhor perder os anéis e manter os ágeis dedos em boas condições de uso.

A ex-poderosa presidente afastada, Dilma, em processo de impichamento, trabalha do mesmo jeito: prepara o Programa da Volta, um plano de esquerda para retornar ao poder ao lado de Lula. Mas o laço entre Dilma e Lula era vidro e se quebrou, as chances de a presidente ser desimpichada se reduzem, e que é que ela faria no Governo, se seus aliados mudaram de lado e hoje são Temer desde criancinhas? Voltar-se-iam a ela? Adulá-la-iam - até Meirelles, que era a solução de Lula para a Fazenda?

Lula já não manda na Fazenda, nem no sítio de Atibaia, que diz que não é dele. E essa história de volta é esquisita. Como nos antigos livros, há Moros na costa. O caminho para Atibaia e Guarujá, ou para São Bernardo e o velho sítio Los Fubangos, pode passar por Curitiba.

Melhor não.

O QUE NÃO PARECE É

O ex-presidente Lula mudou-se temporariamente para Brasília, no hotel Royal Tulip (que não é dele, eta leitor viciado em pensar maldade!), para comandar a campanha de Dilma contra o impeachment. A equipe de Lula e Dilma inclui personalidades como o senador Roberto Requião, do PMDB do Paraná (e amigo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, aquele que vê num passarinho a imagem de seu ídolo Hugo Chávez); o pessoal do PT, do PCdoB (para quem Israel tomou o comando do Governo Temer, com ministros judeus como Raul Jungmann e Sérgio Etchegoyen - ambos, aliás, cristãos), do PSOL, PDT, Frente Povo sem Medo, Frente Brasil Popular.

Mas o objetivo não é ganhar a batalha do impeachment: é mostrar que há disposição de luta. E só. Já está bom demais.
Herculano
10/07/2016 07:52
E OS PAPAGAIOS DE PIRATA?, por Carlos Brickmann

Para ter certeza de que a batalha não é para valer, procure nas fotos da campanha de Dilma os dilmistas de carteirinha. O prefeito paulistano Fernando Haddad; o governador mineiro Fernando Pimentel, amigo de Dilma desde os tempos em que consideravam "companheiros de armas". O ministro pra qualquer obra Aloízio Mercadante.

As fotos de Dilma, quando as há, estão livres deles. Talvez posem hoje atrás dos ombros de outro personagem bem menos popular do que já foi: Wally, de Onde Está Wally.

O QUE É...

Um dos articuladores do impeachment foi Paulo Skaf, da Fiesp, que criou os patos infláveis contra a alta dos impostos ("não vou pagar o pato"). Agora o presidente Temer já admite a alta dos impostos para reduzir um pouco o tremendo déficit orçamentário. A CISE, talvez, sobre os combustíveis, que não precisa de aprovação do Congresso. Ou a CPMF, que o pessoal de Dilma tanto defendia.

Problemas? Não: o pessoal de Dilma agora é de Temer. Nem é preciso modificar as ideias de que todos precisam ter múltiplos assessores. Para o Governo, vamos combinar, é mais fácil aumentar impostos do que reduzir despesas. Onde já se viu privar um funcionário de médio escalão de seu carro com motorista?

... MAS DISFARÇA

A campanha "somos contra a alta dos impostos, mas é necessária" já começou: pesquisa patrocinada pela Associação Comercial de São Paulo diz que 77% dos brasileiros acham justo que os mais ricos paguem mais impostos. Aliás, não são bem os mais ricos: são os que têm maiores salários.

As grandes fortunas ficam fora. Rico mesmo é sempre poupado.

DÚVIDA PERTINENTE

Quem é mais malvado: quem acha que Temer é a cara da Dilma ou quem diz que a Dilma é a cara do Temer?

ASSALTO TRIPLO

Editorial da Folha de S.Paulo: "O dossiê para a candidatura do Rio continha 1.100 projetos de arquitetura e urbanismo distribuídos em 538 páginas. Foram anexados 130 documentos de garantias que, se empilhados, alcançariam 2,5 metros de altura. Trata-se um monumento representativo do que restará para a cidade após a Olimpíada: mais papel do que legado".

TIRO AO ALVO

A Folha, no editorial, foi desnecessariamente cruel. No balanço de custos e benefícios da ação olímpica oficial, ficará comprovado que tanto papel era não apenas necessário, mas até insuficiente.
Herculano
10/07/2016 07:36
JORNALISMO COMPLETO

Quem lê o Jornal de Santa Catarina, de Blumenau, quem viu a RBS TV de Blumenau no sábado ficou sabendo da tentativa frustrada de explosão de um caixa eletrônico em Blumenau. Um bandido morreu. Dois outros ficaram feridos e foram presos. Um fugiu, mas foi preso.

Pelas notícias dadas pelos dois veículos que não se sabem que é seu dono alienígena de verdade, fica-se sabendo que a agência bancária alvo foi a Viacredi. Mas, os bandidos foram protegidos pelos veículos e os que sobreviveram tem ficha limpa para assaltarem novamente.

Nas redes sociais, os nomes deles não foram escondidos. O jornalismo cosmético, que quer ser referência e sem apego profissional, mais uma vez de não respeitou o seu cliente: o leitor, ou telespectador que pagam pelo serviço e lhes dão audiência. E depois não sabe a razão da decadência.
Herculano
10/07/2016 07:24
O PREÇO DA SACRALIZAÇÃO DO JUDICIÁRIO, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Aconteceram três episódios que prenunciam encrencas que serão testes para o Judiciário nacional. Em fevereiro, contra o voto de Celso de Mello e de três outros ministros, o Supremo Tribunal Federal decidiu que uma pessoa condenada na segunda instância deverá esperar o julgamento de um novo recurso na cadeia. Mello chamou a decisão de "inversão totalitária". Na semana passada, numa inversão minoritária, o ministro mandou soltar um empresário que, em 2009, matara o sócio. Condenado a 16 anos na primeira instância, ficou com 14 anos na segunda e foi preso. Mello soltou-o. Ele não julgou o caso, mas o direito de um assassino de esperar em liberdade o julgamento de seu último recurso. O Supremo deverá decidir se a decisão de fevereiro foi constitucional. Todos os grandes clientes e escritórios de advocacia que defendem a turma da Lava Jato torcem para ocorrer uma inversão plutocrática. Como 7x4 pode virar uma outra coisa, não se sabe, mas pode-se sonhar com uma reversão do doloroso 7x1 do Mineirão.

Noutro episódio, o ministro Dias Toffoli mandou soltar o comissário Paulo Bernardo, que havia sido preso uma semana antes. Sua decisão foi cumprida pelo juiz da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Tendo sido obrigado a libertar o comissário petista, o magistrado soltou outros seis acusados de morder as contas de créditos de servidores públicos. Se é para soltar, soltemos todos.

O terceiro caso, grotesco, aconteceu no Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O juiz Marcelo Bretas mandou prender o notório contraventor Carlinhos Cachoeira e o notável empreiteiro Fernando Cavendish, da Delta. Prontamente, o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, atendeu aos advogados de Cachoeira e converteu as prisões preventivas em domiciliares.

Os repórteres Chico Otávio e Juliana Castro lembraram ao público que o desembargador já fora réu num processo que lhe custara o afastamento do tribunal por vários anos. Defendido por Técio Lins e Silva (hoje advogando para Cavendish), foi desonerado. Em 2014, Athié desbloqueara os bens do empreiteiro acusado de superfaturamentos em obras do governo do Estado do Rio. A amizade de Cavendish com o governador Sérgio Cabral era motivo de orgulho para ambos e Athié registrou que ser amigo de poderosos não poderia criminalizar um cidadão. O desembargador que rapidamente adocicou as preventivas foi novamente ligeiro: declarou-se impedido e entrou em férias. Suas decisões foram revertidas e a dupla foi para Bangu, até que o ministro Nefi Cordeiro, do STJ, retomou a linha de Athié e mandou soltá-los. Breve novos capítulos.
Herculano
10/07/2016 07:24
EREMILDO, O IDIOTA, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Eremildo é um idiota e acha que Michel Temer teve um comportamento heroico ao sugerir a Eduardo Cunha que renunciasse à presidência da Câmara.

O que o idiota não entende é por que Temer não sugeriu a Cunha que renunciasse ao mandato.

O FUTURO DE CUNHA

Quase um ano depois de ter sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República, Eduardo Cunha mostrou que não dizia a verdade quando garantia que jamais renunciaria à presidência da Câmara.

Seu futuro agora vai para as mãos dos 512 colegas. Serão necessários 257 votos para baixar a lâmina.

Cada deputado estará diante do seguinte dilema:

Devo cassar Eduardo Cunha sabendo que ele será preso ou desapareço no dia da votação e deixo que o Supremo Tribunal Federal o coloque na cadeia?

Na segunda hipótese, o Legislativo assume o papel de tapete vermelho para o desfile do Judiciário.

LAVA JATO

Se depender do juiz Sergio Moro, a central da Lava Jato de Curitiba fechará seus escritórios até fim do ano.

Se não der, dura até março, quando a operação completará três anos.

Isso não significará o fim do pesadelo de muita gente. Os processos envolvendo outras malfeitorias serão redistribuídos para outros juízos.

ITAÚ CULTURAL

O dia em que o banco Itaú avisou ao Ministério da Fazenda que havia um conselheiro do Carf tentando achacá-lo com uma mordida de R$ 1,5 milhão deveria entrar para a história do empresariado nacional. Se outros empresários tivessem feito a mesma coisa, a carceragem de Curitiba estaria vazia.

Em tempo, o conselheiro-mordedor foi indicado pela Confederação Nacional da Indústria. -

TEMER PEDALANDO

O governo de Michel Temer tem uma maneira própria de pedalar. Em menos de dois meses, abriu um novo horizonte para empresários que amarraram seus negócios às delícias da privataria.

As concessionárias de seis grandes aeroportos privatizados não querem pagar os aluguéis devidos à Viúva. Coisa de R$ 2,3 bilhões. Elas argumentam que não devem pagar porque sua sócia estatal, a Infraero, não vai honrar sua parte. A clientela, contudo, nunca deixou de pagar suas taxas.

Está numa gaveta do Planalto o texto da Medida Provisória que mima as concessionárias de rodovias estendendo-lhes o prazo das concessões que, em geral, caducam daqui a cinco anos. A prorrogação é o sonho de todos os concessionários. As empresas deveriam ter feito investimentos e melhorias nas estradas. Grosseiramente, 60% do que foi contratado continua no papel.

O mimo mais bonito poderá ser dado às operadoras de telefonia. Quando o tucanato fez sua privataria, os arrematadores das teles tomaram posse dos imóveis e das redes de infraestrutura que pertenciam à Viúva, obrigando-se a devolvê-los. Temer quer dar esse patrimônio de presente às empresas. A Anatel o avalia em R$ 17 bilhões e o Tribunal de Contas da União, com possível exagero, estima em R$ 105 bilhões.

A nova Lei das Estatais aprovada na Câmara permite que empresas da Viúva contratem obras e serviços de engenharia a partir apenas de um "anteprojeto de engenharia". Essa ideia surgiu em 1998, na Petrobras, e se destinava a tornar mais ágeis as licitações e as obras. Produziu a Lava Jato.
Herculano
10/07/2016 07:23
LEWANDOWSKI NA GARUPA DA GIRAFA, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Corre no Supremo Tribunal Federal uma articulação meio girafa. Em setembro, o ministro Ricardo Lewandowski deixa a presidência da Corte e será substituído pela ministra Cármen Lúcia. Com isso, abre-se uma vaga na segunda turma, a que cuida da Lava Jato.

Pelo regimento, a cadeira deverá ser ocupada por Lewandowski. A ideia-girafa é patrocinar uma permuta antes de setembro. A ministra Cármen Lúcia trocaria de cadeira com um colega que está em outra turma. Driblado, Lewandowski seria mantido longe da Lava Jato.

Uma pirueta desse tipo vai bem num diretório estudantil. Qual ministro continuaria no tribunal depois de ser submetido a semelhante constrangimento?

Lewandowski quer que a Polícia Federal investigue quem criou o boneco inflável "Petralovski" que desfilou na avenida Paulista. Ele representaria "intolerável atentado à honra" do doutor e, "em consequência, à própria dignidade da Justiça brasileira". A ver, mas, se os seus eminentes colegas inflarem o drible da permuta, serão aplaudidos pela turma que fez o boneco.
Herculano
10/07/2016 07:09
PT AJUDA GOVERNO TEMER EM TROCA DE BOQUINHAS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O PT tem surpreendido os adversários ao não criar problemas para aprovação de projetos de interesse do governo Michel Temer. "Vai que Dilma volta" é o lema dessa nova atitude petista. É que, nessa hipótese, os projetos que ela jamais conseguiria aprovar já terão virado lei quando do seu eventual retorno. Temer, em contrapartida, não cria caso com a permanência de petistas ocupando cargos no seu governo.

TETAS OCUPADAS
Assim como o PCdoB ainda controla a Agência Nacional do Cinema, o PT mantém postos na Caixa, DNOCS, delegacias da Agricultura etc.

ELA É INCAPAZ
A líderes de apoio ao Planalto, os próprios comandantes do PT admitem que o governo Michel Temer "é muito melhor" que o de Dilma.

CULPA DA ABIN
O governo mantém petistas nos cargos e para aliados inconformados alega que é a Abin que demora para analisar a vida dos indicados.

SABOTAGEM
O governo Temer sabe o risco que corre, até porque tem detectado ações de sabotagem e até de espionagem por aliados de Dilma.

ANCINE VIROU 'PRIMEIRO EMPREGO' NO PC DO B
Detalhe que espanta o Planalto no "aparelhamento" da Agência Nacional do Cinema (Ancine), pelo PCdoB, é o número boquinhas para membros do comitê central do partido. Não se exige entender de cinema ou ter experiência no serviço público, mas haver atuado em entidades estudantis do PCdoB, tipo UNE, Ubes (secundaristas), UJS, UEE. Um prêmio pelo aliciamento de jovens militantes para o partido.

CARREIRA BRILHANTE
Ouvidora-geral da Ancine, Luana Bonone, do PCdoB, também fez "carreira" na estudantil UES e na UJS (União da Juventude Socialista).

MESMA F?"RMA
Thiago Franco de Oliveira virou assessor do presidente da Ancine, Manoel Rangeto Neto (dirigente do PCdoB) após atuar na Ubes e UJS.

MESMO ROTEIRO
Outro ex-presidente da UNE, Felipe Maia Silva, também do comitê central do PCdoB, desfrutou de cargos na Ancine entre 2008 e 2010.

É CANDIDATO
Rogério Rosso (PSD-DF) se faz de difícil, na eleição para presidente da Câmara. Ele finge, mas está louco para ser presidente da Câmara. Anunciará sua candidatura quarta-feira, minutos antes do prazo final.

ERA SO UM CONVÊNIO
O diplomata Roberto Jaguaribe, novo presidente da Apex, a agência de promoção da exportação, parece feliz no cargo, a julgar pelo entusiasmo na assinatura de um convênio com o Ministério da Cultura.

PÉ ATRÁS
Lula quer ir ao Nordeste, mas anda preocupado com a receptividade do povo indignado com a roubalheira. Pudera. Um fotógrafo confundido com ele, em Belo Horizonte, escapou por pouco de agressões na rua.

EXEMPLO
Quinze presos do Centro Penal da Gameleira, Campo Grande (MS), vão reformar uma escola estadual. A obra será entregue em 45 dias. O custo estimado da obra desabou de R$400 mil para R$ 19,8 mil.

SUPREMA HUMILHAÇÃO
O atual embaixador do Brasil na Austrália, Manoel Innocencio, era cônsul-geral em Faro, Portugal, naqueles 7x1 da Alemanha. Lá pelos 5x0, ele teve de ouvir de um português: "Oiça, se lhes perguntarem quem descobriu o Brasil, digam, por favor, que foi a Espanha?"

POSSÍVEL
"Se Eduardo Cunha conseguir se salvar na Comissão de Constituição e Justiça, ele se livra da cassação", diz o deputado Danilo Fortes (PSB-CE), que não acredita em votos suficientes para Cunha na comissão.

DINHEIRO EVAPOROU
Os 513 deputados federais gastaram, em junho, R$277 mil com combustíveis. Os maiores gastadores: Pedro Fernandes (PTB-MA), Mauro Benevides (PMDB-CE) e César Halum (PRB-TO).

PORTUGAL NA FINAL
Portugueses em Brasília torcerão pelo time de Cristiano Ronaldo na final da Eurocopa, neste domingo. A partir das 13h30 eles se reúnem no auditório da embaixada de Portugal, com food trucks na porta.

PENSANDO BEM...
...somente na reta final de sua "presidência bizarra", Waldir Maranhão resolveu exercer autoridade na Câmara. Mas é tarde.
Herculano
10/07/2016 07:04
A CIVILIZAÇÃO E SEUS DESCONTENTES, por Sérgio D'Ávila para o jornal Folha de S. Paulo

Numa das melhores cenas da trilogia "De Volta para o Futuro", Emmett Brown, o cientista amalucado, pede a Marty McFly, o garoto que diz ter vindo do futuro, que prove falar a verdade revelando quem era o presidente dos EUA 30 anos depois, em 1985.

"Ronald Reagan", responde o garoto. "O ator? Então quem é o vice? Jerry Lewis?", ri o cientista.

Não é difícil imaginar cena semelhante, atualizando as datas e substituindo Reagan por Donald Trump. Até meses atrás, a reação da maioria ao ouvir o nome do empresário falastrão da franja controversa, do eterno bronze alaranjado e do beiço em bico como possível candidato republicano era semelhante à do dr. Brown.

De cientistas políticos a correligionários, passando por jornalistas especializados, muitos menosprezaram as chances dele. Tiveram de engolir o que falaram ?"ou escreveram.

Alguns literalmente. O celebrado colunista Dana Milbank, do "Washington Post", gravou um vídeo em que almoça seu texto de 2015 em que dizia que, se Trump fosse escolhido, ele comeria suas palavras.

Hoje, cálculos do mago da estatística Nate Silver dão a Trump 42,4% do voto popular nas eleições de novembro e a Hillary Clinton 48,7% ?"a democrata deve vencer o pleito, diz ele. Mas o republicano terá chegado perigosamente perto da Casa Branca.

A persistência de Trump, a longevidade do socialista radical Bernie Sanders, que deu trabalho a Hillary nas primárias, e o Brexit, a decisão dos britânicos de deixar a UE, parecem fruto de um mesmo desconforto.

No lado econômico, é a expressão dos excluídos da globalização, que ocupavam empregos tornados anacrônicos. Viraram terreno fértil onde brotou o discurso xenófobo.

No campo político, são os desiludidos com o sistema democrático, os que acham que a solução dos problemas passa ao largo da política.

Mais velhos, no primeiro caso; mais jovens, no segundo. Na contramão da história, os dois.
Herculano
09/07/2016 22:10
NÃO PASSA UM DIA EM QUE DESCUBRA UMA AFRONTA A LEI, A DISPUTA LIMPA E LEAL. AGORA É O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL QUE CONFIRMA QUE CAMPANHA DE DILMA USOU RECURSOS DA PETROBRÁS, SEGUNDO DIVULGOU NESTE FINAL DE SEMANA A REVISTA "ISTOÉ"

Texto Huffpost Brasil. Um relatório do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) afirmou que há evidências de que a campanha à reeleição da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2014, utilizou recursos desviados da Petrobras, de acordo com reportagem da Istoé. O documento, segundo a revista, estaria em fase final de redação e uma perícia oficial deve ser divulgada em agosto.

Os indícios de lavagem de dinheiro durante a campanha de 2014 de Dilma, segundo a publicação, estão no fato de as gráficas VTPB, Focal, do ex-garçom de Lula, Carlos Cortegoso, e Red Seg não comprovarem os serviços prestados declarados nas últimas eleições. Com isso, as empresas seriam uma fachada e serviam de ponte para o pagamento de propinas do Petrolão. As três gráficas juntas receberam montante de R$ 52 milhões na campanha de Dilma em 2014.

A reportagem mostra que a Focal e a VTPB não apresentaram notas fiscais das máquinas nem contratos trabalhistas. Já a Red Seg, segundo a publicação, nem livro contábil possui. Cortegoso disse à revista que a Focal cometeu "algumas pequenas irregularidades no sentido fiscal, mas no sentido criminal não tem nada". Já os donos da VTPB afirmaram que a estrutura da empresa não tem nenhuma relação com os R$ 22,9 milhões recebidos da campanha de Dilma. A Red Seg não se manifestou.

As suspeitas de que os recursos repassados às três gráficas tiveram origem no Petrolão, esquema de desvios na Petrobras,apareceram na delação premiada de donos de empreiteiras presos no âmbito da Lava Jato. A ministra Maria Thereza, relatora do pedido de cassação de Dilma no TSE, ainda solicita mais provas e informações obtidas pela Polícia Federal durante as investigações.

O presidente do Tribunal, Gilmar Mendes, informou que "nem todas as diligências foram cumpridas pelo TSE" e que, por isso, "há de se aguardar uma maior quantidade de elementos para elaboração do relatório final da perícia". O é de 90 dias, que serão concluídos no mês que vem.
Sidnei Luis Reinert
09/07/2016 21:14


Faxina na universidade

Brasil 09.07.16 06:40
Michel Temer sugeriu que as empresas contratem brasileiros que estudaram no exterior, porque eles "talvez venham bem formados".

O Antagonista sugere que Michel Temer cumpra sua parte e mande fazer uma faxina nas universidades federais. É preciso se desfazer do entulho petista que usurpou todas as cátedras e imbecilizou nossos estudantes.

Desse jeito, talvez eles também tenham a oportunidade de se tornar "bem formados".

Despetralhado
09/07/2016 20:57
Oi, Herculano;

Na farra do "aparelhamento" a Agência Nacional do Cinema (Ancine) desde 2005, o PCdoB distribui cargos para membros do comitê central do partido e, claro, para parentes. Caso do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que emplacou a cunhada na Ancine. Conhecido por usar cartão corporativo para gastar sem piedade dinheiro público, pagando até tapioca, Silva foi medíocre ministro do Esporte, no governo Lula. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder."

Antes da Ancine, Renata Petta, cunhada de Orlando Silva, passou uma temporada atuando em entidades estudantis controladas pelo PCdoB.

O Planalto soube que um irmão do ex-ministro Aldo Rebelo, Apolinário, também do PCdoB, tem cargo na assessoria parlamentar da Ancine.

Ex-primeira-dama de Aracaju com marido filiado ao PCdoB, Indira Amaral foi superintendente e, depois, assessora da diretoria da Ancine.

Agarrado à presidência da Ancine há 11 anos, Manoel Rangel Neto foi ardoroso defensor de Dilma, e subiu em palanques contra o "golpe". Do site Diário do Poder

Herculano, como colei do Blog do Aluizio Amorim, aproveitei e colei também o comentário de um anônimo que faço dele as minhas palavras:

"Comunismo, nazismo e fascismo são irmãos gêmeos -Stálin outrora era aliado de Hitler, até que esse traiu aquele!
Todos se dizem 'democráticos' e 'populares', querem um estado inchado, ineficiente e corrupto que garanta renda aos parasitas da máfia que detestam trabalhar, e que controle as pessoas - como os colectivos da Venezuela - que são escravizadas, e a mídia para só relatar as 'verdades' do partido!
Quando pegos roubando, não se consideram ladrões pois estão tomando dos 'coxinhas', os idiotas que pagam impostos para fomentar a revolução e lhes dar boa vida, e por cima esses golpistas propagandeiam que são 'guerreiros do povo'...
A máscara desses larápios e sanguessugas do Brasil caiu, e só quem tem menos neurônios que a Dilma 'Maria Bonita' cai na lábia desses cangaceiros!"

Este é o PCdoB, partido que o vereador Marcelo de Souza Brick acolheu como bengala para sua campanha.
Paty Farias
09/07/2016 20:28
Oi, Herculano

Do blog do Políbio

"A Farsul - Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul - tomou posição e já avisou que não apóia a volta da senadora Kátia Abreu-PMDB à presidência da Confederação Nacional da Agricultura.

Ela só tem o apoio de uma federação, a do Mato Grosso."

Quando lia seus artigos na Folha, pensava que possuia um cabedal político. Após sua adesão ao que de pior existe em política, mostrou sua verdadeira face.
Ana Amélia que não é Lemos
09/07/2016 20:04
Sr. Herculano:

Veja como essa gente é sem vergonha.

O jornal O Globo de hoje diz que o governo mandou o gaúcho Marco Aurélio Top Top Garcia entregar o imóvel funcional onde mora de graça.
O petista não é mais servidor público.
O jornal diz que Marco Aurélio resiste.
Ele aguarda pelo retorno de Dilma.

Como se a Anta ainda mandasse alguma coisa.
Ele que vá fazer algo útil, dar uma passadinha num dentista.
Herculano
09/07/2016 18:19
ASSASSINATO DO FUTURO, por Cristovam Buarque, ex-PT e PDT, atual senador do Distrito Federal pelo PPS, ex-reitor da UFDF, ex-governador do DF, o primeiro ministro da Educação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (demitido por telefone enquanto estava de férias em Portugal, apenas por ser capaz e principalmente não ter esquemas), em artigo no jornal O Globo.

Brasileiros preferem ficar presos ao passado

Na mesma semana do plebiscito que tirou o Reino Unido da União Europeia, conhecido como Brexit, uma pesquisa feita pelo professor Júlio Jacobo Waiselfisz, coordenador do Programa de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), mostrou que no Brasil são assassinadas 29 crianças por dia, mais de dez mil por ano. Estes dois fatos representam o desprezo pelo futuro.

O Brexit é uma preferência pelo passado; a morte de crianças é nossa Braxit, um assassinato de portadores do nosso futuro. Há décadas, o Brasil faz sua Braxit, sem plebiscito, discretamente, por decisões ou missões silenciosas de seus políticos.

Raras decisões de um povo geraram tantos debates quanto o chamado Brexit. Talvez sejam necessárias décadas para termos pleno conhecimento das consequências desta decisão: ética, o fechamento daquele país aos imigrantes que buscam abrigo contra a pobreza e as guerras em seus países; econômica, perda de investimento e vantagens comerciais; política, isolamento de uma população de 65 milhões de habitantes diante de uma comunidade de 510 milhões; cultural, pela perda da oxigenação promovida pela convivência entre povos; histórica, isolamento em um tempo de inevitável marcha a integração e globalização.

Mas já é possível dizer que foi uma opção da maioria dos britânicos pelo passado. O perfil etário dos eleitores demonstra: 63% com mais de 60 anos votaram pela saída; 73% com menos de 30 anos votaram pela permanência. O futuro queria permanecer; o passado, sair.

A surpresa do voto dos britânicos não surpreende o Brasil. Há décadas, optamos por sair do futuro, preferindo ficar presos ao passado. Nossos investimentos, nossas estruturas não têm preferência pelo futuro, são usados sobretudo para pagar erros e dívidas do passado. Gastamos R$ 500 bilhões por ano com a Previdência e R$ 300 bilhões com a Educação. A maioria dos aposentados ainda recebe menos do que o necessário para atender todas as suas necessidades, mesmo assim, considerando o valor per capita, o passado recebe quase duas vezes mais do que recebe o futuro.

Em 2013, o setor público brasileiro fez um sacrifício fiscal de R$ 2 bilhões somente para promover a venda de automóveis; e de R$ 1,6 bilhões com incentivos fiscais para inovação tecnológica nas empresas.

Em 2015, pagamos R$ 502 bilhões de juros por dívidas financeiras contraídas no passado e investimos apenas R$ 68,5 bilhões na construção de infraestrutura econômica no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Gastamos mais com o passado do que com o futuro.

No dia seguinte ao Brexit, os eleitores do Reino Unido iniciaram o movimento por um Brain, uma reunificação com a União Europeia, mas o Brasil continua sem ao menos perceber nossa clara opção por fugir do futuro, nem se propondo a incorporar-se ao futuro: nosso Brain. Para tanto, são necessárias diversas reformas, mas sobretudo cuidar da educação das crianças. Nosso Brain quer dizer cuidar do cérebro de cada criança.
Herculano
09/07/2016 18:05
POPULARIZAR O AJUSTE, por Miriam Leitão, para o jornal O Globo

No front fiscal, o desafio do governo também é de comunicação. Medidas tidas como impopulares podem ser bem aceitas se apresentadas da maneira correta. É o que se conclui de uma pesquisa exclusiva CNI/Ibope. Quando informados sobre o déficit nas contas, 95% dos brasileiros dizem que é necessário cortar ou manter as despesas públicas no mesmo nível. Não há apoio para aumento de impostos, mas 42% dos que defendem controle dos gastos são a favor de privatizar ativos.

Para 84% dos brasileiros, os impostos são "muito elevados" ou "elevados". A percepção de que a carga tributária cresceu é generalizada: 94% da população considera que os tributos vêm aumentando nos últimos anos; em 2010, eram 79%. A rejeição à CPMF chega a 73% na pesquisa, que ouviu 2.002 pessoas em 143 municípios do país. A sociedade sabe que paga demais pelo que recebe, conta Renato da Fonseca, gerente executivo da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ele explica que o aumento de impostos não pode ser o primeiro passo para equilibrar as contas. O governo vai ter que mostrar avanços antes de pedir mais dinheiro.

Fonseca destaca que o desequilíbrio fiscal está entrando na discussão sobre o país. Para 85% da população os gastos do governo "aumentaram" ou "aumentaram muito" nos últimos anos. A impressão das pessoas é que a despesa pública chegou ao limite. Quando informadas sobre o déficit em 2014 e 2015, 80% consideram que o governo deve reduzir os gastos atuais e 15% acham que eles devem ser mantidos; os outros 5% não souberam responder.

?" As pessoas estão entendendo que algo precisa ser feito. O governo avisou que vai apresentar medidas impopulares, mas é preciso mais. Essas políticas têm que ser defendidas e discutidas com a sociedade. Caso contrário, o debate vai ser emotivo. Nesses termos, uma proposta de reforma da previdência, por exemplo, seria tratada como um ataque aos idosos. Algo parecido aconteceu com a privatização, no passado ?" lembra Fonseca.

Foram apresentadas três opções para estabilizar os gastos públicos. Para 42%, a melhor alternativa é o governo vender ou conceder bens e empresas, em vez de criar de impostos (17%) ou aumentar a dívida (12%).

?" O resultado da pesquisa indica que o debate fiscal precisa de mais substância. O governo tem que explicar a situação das contas e as opções para resolver o problema. Se a pergunta sobre privatização viesse sozinha, sem a informação sobre o déficit, a aceitação provavelmente seria menor ?" diz Fonseca.

Para ele, o desequilíbrio das contas ganhou destaque desde a chegada de Joaquim Levy ao governo. Coube ao ex-ministro colocar o problema na pauta. O processo do impeachment ajudou a aprofundar o debate. A denúncia é exatamente sobre a irresponsabilidade fiscal do governo. Com a discussão no Congresso, a população começou a notar os efeitos econômicos de uma política econômica equivocada.

?" Concessões e privatizações parecem o caminho mais viável para melhorar as contas no curto prazo. Esses mecanismos, se bem divulgados, vão contar com apoio da população. Tem que ser destacado também que o serviço deve melhorar, como aconteceu com as telecomunicações, com os transportes. Se isso ficar claro, a aceitação tende a subir ?" conta Fonseca, lembrando que a demanda por bons serviços é latente na sociedade, como mostraram as manifestações de 2013. A pesquisa aponta que 87% dos brasileiros acham que os impostos são altos ou muito altos, tendo em vista a qualidade dos serviços públicos prestados.

Foi a falta de debate no passado que contribuiu para a imagem negativa que parte da população ainda alimenta em relação à privatização. Os governos que negociaram ativos não se esforçaram em convencer as pessoas sobre o processo, lembra Fonseca. Os benefícios foram divulgados de maneira tímida enquanto os críticos discursavam alto. O cenário atual tem uma série de desafios similares, como a reforma da previdência e a criação de um limite para os gastos. É a forma como o governo se comunica que vai definir se essas pautas são de fato impopulares.
Herculano
09/07/2016 18:03
A PERGUNTA INC?"MODA

Os gasparenses já tem oito entrevistas gravadas com os quatro pré candidatos a prefeito de Gaspar. Elas estão disponíveis para comparação na internet, além das montagens em redes sociais aos interesses da enganação de alguns.

Está evidente que apenas um dos pretendentes, nas duas entrevista que deu, foi capaz de enfrentar as pegadinhas e propor soluções, além de demonstrar conhecimento do município.

E agora? Sabe-se então que os demais são postes ou bois de piranha de esquemas. Qualificação para o cargo a que pretendem concorrer, não demonstraram até agora. Vai ver que estão escondendo o jogo, como eles próprios se desculpam pelo fiasco. Um jogo que só abrirão depois de eleitos. Então quem pagará esta conta? Mais uma vez o eleitor e a eleitora. Acorda, Gaspar!
Herculano
09/07/2016 17:46
SÃO TOMÉ DO PT

A REALIDADE DO LEGADO PETISTA E SEUS PARCEIROS AOS BRASILEIROS DEPOIS DE 13 ANOS DE GOVERNO E PODER: A PIORA NA VIDA DOS MAIS POBRES, EXATAMENTE A QUEM DIZ DEFENDER E A QUEM ILUDE PARA TER VOTOS E MANIPULÁ-LOS CRIMINOSAMENTE EM SUA DEFESA USANDO O ANALFABETISMO, A IGNORÂNCIA, DESINFORMAÇÃO E ASSISTENCIALISMO INTENCIONAL

Conteúdo da revista Veja deste final de semana. Texto de Pieter Zalis. Veja revisitou brasileiros cuja realidade havia melhorado em 2010 e constatou na vida real o que as estatísticas registram no papel: a fome voltou a rondar as mesas, e os sonhos, como o de fazer faculdade, deram lugar ao medo do desemprego

A previsão constava de um estudo do Ipea feito em 2010: em 2016, dizia, a miséria daria traço no Brasil - a pobreza extrema estaria "praticamente superada" e se transformaria em uma insignificância estatística. Havia razão para tanto otimismo. Naquele ano, o último do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o crescimento do PIB havia fechado em 7,5%, o maior desde 1986. Mais de 13 milhões de brasileiros já tinham desembarcado da extrema pobreza, e o poder de compra do salário mínimo havia aumentado quase 10% ao ano, no período compreendido entre 1995 e 2008. Passados seis anos, no entanto, o Brasil anda de marcha a ré. Novos estudos, estes coordenados por Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV), indicam que os miseráveis - aqueles que não deveriam mais existir em 2016 - estão, na verdade, prestes a aumentar.

Um dos dados que mostram a iminência desse fenômeno é a queda inédita e simultânea de dois índices importantes no último trimestre de 2015: o da renda da população e o da "taxa de equidade", que mede quanto o país está mais igual - e, portanto, menos desigual. Ambos compõem o índice de bem-estar social da FGV. As duas quedas, da renda e da equidade, decorrem dos mesmos fatores, afirma Neri: "A inflação leva dois terços da culpa e a falta de emprego, incluindo o informal, é responsável pelo outro terço".

Até o fim de 2016, a renda per capita dos brasileiros deve recuar quase 10% em relação a 2014, aponta outro estudo da FGV. Será a segunda maior queda em 116 anos. Pior que esse tombo, apenas o do triênio 1981-1983, também marcado por uma crise econômica grave. Segundo um estudo da consultoria Tendências, a derrocada vai levar 7,8 milhões de brasileiros de volta à pobreza e seu entorno. Se o país não voltar a crescer até 2018, haverá mais pessoas nessa situação do que em 2005, ainda nos primeiros anos do governo Lula, prevê a consultoria.

No mês passado, Veja percorreu cidades do Ceará, Bahia e Minas Gerais para revisitar brasileiros que em 2010 falaram à revista sobre seus planos e esperanças. O título da reportagem era "A vida melhorou". Nesta apuração, no entanto, o que se viu foi a confirmação, na vida real, daquilo que registram os indicadores econômicos. Para todos os entrevistados, a vida piorou.
Herculano
09/07/2016 17:35
CONCORRÊNCIA

Nas redes sociais queixas. Hoje houve a tradicional Feijoada dos Amigos do 15, para arrecadar fundos para o PMDB de Gaspar.

Hoje havia pelo menos outras cinco grandes feijoadas de cunho social comunitárias no município com o mesmo objetivo: passar o pires para as suas causas.

A data foi escolhida a dedo: semana dos que recebem mensalmente.

O PMDB está em campanha com o PP para a prefeitura, então...
Herculano
09/07/2016 09:37
CENSURA AO "PIXULECO", editorial do jornal Folha de S. Paulo

É preciso ler e reler a notícia, pois a primeira reação é de completa incredulidade. Um ofício do Supremo Tribunal Federal pede que a polícia investigue os responsáveis por ter levado às ruas, no dia 19 de junho, dois bonecos infláveis.

Os "pixulekos", como ficaram popularmente conhecidos, retratavam o presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski, e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ambos caracterizados como defensores do PT.

Típicos do sentimento de exacerbação que tomou conta de parcelas da sociedade no auge da crise política, os bonecos representavam uma opinião radicalizada e sem dúvida injusta a respeito da conduta das duas autoridades.

Ocorre que, como qualquer caricatura, cartaz ou palavra de ordem - ainda mais num contexto de livre manifestação popular -, as imagens satíricas contra Lewandowski e Janot estão protegidas pelo direito constitucional à liberdade de expressão.

Bonecos semelhantes, retratando o ex-presidente Lula (PT) ou a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), circularam pelas principais cidades brasileiras, não tendo motivado nenhum pedido de investigação por parte da corte.

O absurdo é patente. Seria ainda alarmante, tivessem os mais altos magistrados do país tomado pessoalmente a iniciativa. Na verdade, o ofício provém não do gabinete de algum ministro, mas, sim, da Secretaria de Segurança do Supremo, cargo vinculado à presidência da instituição.

Atuando, em suas palavras, "no estrito exercício de suas atribuições funcionais", o secretário Murilo Maia Herz considerou que os "pixulekos" representam "grave ameaça à ordem pública" e "inaceitável atentado à credibilidade" do Judiciário, sendo necessária a pronta ação da Polícia Federal.

O vocabulário lembra, sem dúvida, o empregado pelos censores durante o regime militar. Ao que tudo indica, o gosto das pequenas autoridades pelo arbítrio há de ser inversamente proporcional aos poderes que de fato possuem.

Seja como for, é o próprio STF que tem sua imagem comprometida pela iniciativa de seu secretário; nada arranha mais a credibilidade da corte do que vê-la patrocinando um ato de cabal ignorância jurídica e em claro descompasso com princípios constitucionais.

O Supremo fica a dever, portanto, desculpas à sociedade. Um boneco inflável jamais constituirá "ameaça à ordem pública". Já a liberdade de expressão, por vezes, sofre com a pequena prepotência oficial. Há egos, sem dúvida, inflados demais na instituição.
Herculano
09/07/2016 09:33
NEM TUDO FAZ SENTIDO, por Leandro Colon, para o jornal Folha de S. Paulo

Uma eleição para a presidência da Câmara tem suas peculiaridades. As alianças parecem estranhas e os interesses, esquisitos. A lógica, em certas ocasiões, vai às favas. Uma leitura em tese óbvia nem sempre faz sentido e lances decisivos são dados no próprio plenário, na hora da votação (e podem causar traumas como o de Severino Cavalcanti ).

À coluna o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) falou da coalizão que, segundo ele, tem sido formada para lançá-lo candidato na próxima semana. "Tenho sido procurado por vários partidos por causa do meu perfil. Estou muito avançado para construir uma base", diz. "Querem alguém que trabalhe para baixar a temperatura da Casa", ressalta.

Maia é do DEM, que apoia o impeachment de Dilma Rousseff e integra a base de apoio do presidente interino, Michel Temer. "Sou governo. Quero deixar claro que sou um interlocutor dele", diz.

Temer é do PMDB, mas o PMDB não apoia Maia. Segundo o deputado do Rio, a articulação em torno de seu nome envolve parlamentares de DEM, PSDB, PSB, PT e PC do B. Sim, PT e PC do B, do grupo de Dilma, afastada do cargo por aliados de Temer, que tem um deputado do DEM, de Rodrigo Maia, como ministro da Educação.

Aldo Rebelo, ex-ministro de Dilma e ex-deputado pelo PC do B, pede votos para Maia. São amigos ?" em 2007, apoiado por Maia, Aldo perdeu a reeleição à presidência da Casa para Arlindo Chinaglia (PT-SP).

O problema para a aliança liberal-comunista é que o PMDB, maior bancada da Casa, flerta com o "centrão", versão gourmetizada do fisiologismo classificado até pouco tempo atrás de baixo clero. Líderes do "centrão", aliados de Eduardo Cunha, atuam para eleger Rogério Rosso (PSD-DF).

Rosso é cria política de Joaquim Roriz e de José Roberto Arruda, que, ao menos em Brasília, dispensam apresentações.
Herculano
09/07/2016 09:28
AMANHÃ SERÁ DIA DE SÃO TOMÉ DO PT DE BLUMENAU QUE MANDA EM GASPAR...

A aposta é de que o número de analfabetos, ignorantes, desinformados, amedrontados, necessitados, calados por esperteza e fanáticos, seja maior do que os esclarecidos.

Vai que seja mesmo...
Herculano
09/07/2016 09:25
TEMER INVESTIGARÁ PORTO DE MARIEL, CONSTRUÍDO POR LULA E DILMA EM CUBA, por Mônica Bergamo, para o jornal Folha de S. Paulo

CUBA NA MIRA
O governo de Michel Temer abrirá auditoria sobre uma das principais obras dos governos de Lula e Dilma Rousseff: o Porto de Mariel, em Cuba, que foi construído pela Odebrecht.

FORÇA TAREFA
O Ministério da Transparência, Fiscalização e Controle já prepara uma equipe para auditar os contratos do porto. O BNDES também entra na mira, já que a obra foi feita com recursos oriundos da instituição.

ZERO
A pasta acredita que não teria havido retorno em prestação de serviços para empresas brasileiras já que, em Cuba, quase tudo está nas mãos do Estado, ou tem o governo como sócio majoritário.

MIL
Em 2014, Marcelo Odebrecht, então presidente da empreiteira, fez defesa enfática da obra em um artigo publicado na Folha. Segundo ele, o BNDES financiou exportações de serviços de cerca de 400 empresas brasileiras lideradas pela Odebrecht. "Se o porto será de grande importância para o socialismo cubano, foi o capitalismo brasileiro que mais ganhou até agora".
Herculano
09/07/2016 09:19
VEM ROLO

E do grosso. O Ministério Público está interessado em saber as razões pelas quais algumas empresas sobrevivem, há tantos anos, participando e desistindo de licitações públicas em Gaspar.
Herculano
09/07/2016 09:17
da série: está mais do que na hora de voltar urgentemente para as ruas

MANGAS DE FORA, por Uriá Machado, para o jornal Folha de S. Paulo

Quando Michel Temer pensou em dar o Ministério da Justiça para Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, era impossível que ignorasse as críticas do advogado à Lava Jato.

Ainda assim, colou a versão de que o presidente interino se surpreendeu ao ler entrevistas nas quais Mariz se limitou a repetir o que sempre disse. Era um lapso do criminalista, e Temer posou de bom moço.

A pasta à qual a Polícia Federal se vincula terminou nas mãos de outro advogado, Alexandre de Moraes. Em entrevista a esta Folha, ele defendeu mudanças na forma como o chefe do Ministério Público Federal tem sido escolhido desde 2003. Como a proposta soou a interferência no MPF, Temer desautorizou seu subordinado. Era só uma opinião pessoal.

Uma semana depois, tornaram-se públicos diálogos gravados por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Em um deles, o senador Romero Jucá sugere um pacto para deter a Lava Jato e menciona conversas com ministros do Supremo.

Jucá perdeu o Planejamento no episódio, mas não se afastou de Temer. Apesar disso, a boa vontade com o governo ficou inalterada.

Vendo esse clima favorável, mais gente botou as mangas de fora. O presidente do Senado, Renan Calheiros, empenha-se para aprovar um projeto de lei que esteriliza a delação premiada e outro que intimida juízes e investigadores.

Na Câmara, Temer deu aval nesta semana para que fosse retirada a urgência de um pacote de medidas anticorrupção. No STF, alguns ministros já indicam a possibilidade de rever julgamento que autorizou prisão a partir da segunda instância ?"decisão tomada em fevereiro e considerada um marco contra a impunidade.

Os milhões que foram às ruas protestar contra Dilma Rousseff também levantaram a bandeira da República de Curitiba. Pelo silêncio atual, todos parecem crer que tantas ameaças à Lava Jato não passam de lapsos e iniciativas individuais - ou talvez estejam botando as mangas de fora.
Herculano
09/07/2016 09:07
SAÍDA PARA O SANEAMENTO ESTÁ NA INICIATIVA PRIVADA, editorial do jornal O Globo

O Brasil ainda convive com situações inaceitáveis. Mais de 35 milhões de pessoas não contam com abastecimento de água tratada

A grave crise política e a pior recessão da história tiram o foco de questões essenciais que, diante de outras urgências, acabam ficando em segundo plano. Mas não são menos importantes. E isso ficará claro quando o país, em algum momento, retomar um mínimo de normalidade para ir adiante e fazer projetar o futuro, em vez de se dedicar a apagar incêndios do cotidiano.

É o caso do saneamento, mais uma tragédia que se agrava pelo descaso e pela tendência deletéria dos políticos de administrar de olho apenas na próxima eleição, deixando de lado obras que não "aparecem" nem vão render votos a curto prazo. É um vício antigo. Desde os anos 1980 o país não faz investimento significativo no setor. E recuperar tanto tempo de incúria exige um gasto proibitivo para um Estado sufocado ao limite pela crise fiscal e com a capacidade de investimento aniquilada pelas gestões irresponsáveis de Lula e Dilma e boa parte dos antigos e atuais governadores.

Para universalizar os serviços de tratamento de água e esgoto no país, seria preciso - de acordo com dados mais recentes do Instituto Trata Brasil ?" um investimento de R$ 303 bilhões em 20 anos.

Para se ter uma ideia do que isso representa, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinou R$ 40 bilhões ao saneamento, ou seja cerca de 13% do total necessário.

O Brasil ainda convive com situações inaceitáveis. Mais de 35 milhões de pessoas não contam com abastecimento de água tratada. No grupo das cem maiores cidades brasileiras, a média de tratamento de esgotos é de 50,26%.

Diante de quadro tão dramático, não há outra alternativa a governos incapazes até de honrar salários de servidores a não ser recorrer a parcerias com a iniciativa privada.

Há exemplos bem-sucedidos nesse sentido, como o da concessionaria Águas de Niterói, e planos de estender a experiência a outros municípios. O governo do estado do Rio anunciou em novembro do ano passado que faria Parceria-Público-Privada para realizar as obras de saneamento em São Gonçalo, Itaboraí, Baixada Fluminense e entorno da Bacia do Rio Guandu.

A experiência de Niterói não deixa dúvida quanto ao caminho a seguir. A cidade está em sexto lugar em saneamento entre as cem maiores do Brasil no ranking do Trata Brasil.

A intenção de recorrer à iniciativa privada, no entanto, não é panaceia. É preciso que ela seja levada efetivamente adiante, enfrentando resistências corporativas e preconceitos políticos e que a continuidade dos projetos não dependa do eventual resultado de eleições. Os governantes deverão, finalmente, ser claros num firme propósito e na visão construtiva de longo prazo, porque a necessidade de tirar o país do atraso é urgente. A população ganharia em saúde e qualidade de vida.
Herculano
09/07/2016 08:57
SOZINHA. ABANDONADA. UMA VÍTIMA DE SI PR?"PRIA. DEPRIMENTE. DILMA VAI A EVENTOS SEM REPRESENTAÇÃO, SEM COMPANHEIROS, QUASE SEM AUDIÊNCIA EM SÃO PAULO E PARA A IMPRENSA QUE ESCONDE ESTES FATOS, DIZ QUE "MULHER NÃO RENUNCIA", IRONIZANDO CUNHA QUE RENUNCIOU NA VÉSPERA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. A presidente afastada Dilma Rousseff ironizou a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência na Câmara nos dois eventos em que compareceu em São Paulo nesta sexta-feira (8).

Segundo ela, o choro do parlamentar ao anunciar sua saída da cadeira de presidente da Casa, nesta quinta-feira (7), foi de "lágrimas de crocodilo". "Ele, que é investigado, que tem conta na Suíça, que cometeu desvio de poder", afirmou a petista no ato "Mulheres com Dilma em Defesa da Democracia", no centro de SP, no início da noite.

Antes, a presidente afastada havia estado em Taboão da Serra, na Grande SP, em manifestação do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) no condomínio João Cândido, conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida Entidades.

Lá também as ironias a Cunha estiveram presentes na fala de Dilma. "Mulher não renuncia, porque mulher não cede à luta", disse ela. "Pediram, insinuaram, até pressionaram para que eu renunciasse. Jamais faria isso, sabe por quê? Porque o povo me deu 54 milhões de votos."

A presidente afastada também voltou a afirmar que sofre uma "injustiça" no processo de impeachment. "Eu sou inocente, não tenho conta na Suíça, nunca roubei", afirmou. Cunha é acusado de possuir contas abastecidas com dinheiro de origem ilícita no país europeu, e a existência delas está no cerne do processo que pode resultar em sua cassação na Câmara e que ele tenta evitar com a renúncia.

"A injustiça é a pior coisa que pode acontecer a uma pessoa, principalmente se é presidente da República", afirmou ela. "Porque se fazem isso com a presidente, podem fazer com qualquer brasileiro."

Cunha também foi tema no discurso de Guilherme Boulos, coordenador do MTST. Ele afirmou que Cunha havia planejado "nas sombras" o processo de impeachment de Dilma e também debochou do choro do deputado. "Nós queremos vê-lo chorar na cadeia", afirmou, enquanto o público ovacionava.

A gestão interina de Michel Temer (PMDB) também foi criticada nos discursos da petista, que o acusa de querer acabar com o programa de moradia Minha Casa Minha Vida.

Segundo ela, a gestão de Temer está fazendo um "desmonte das políticas sociais". "Eles querem acabar com a faixa um [de famílias com renda de até R$1.800, a mais baixa do programa]. Acabar com a faixa um é acabar com o Minha Casa Minha Vida", afirmou Dilma à plateia de milhares de membros do MTST.

Em 17 de maio, logo após assumir interinamente a Presidência, Temer revogou a construção de 11.250 habitacionais do programa.

No dia seguinte, o ministro Bruno Araújo (Cidades) afirmou que o governo iria relançar o segmento do programa Minha Casa, Minha Vida voltado a entidades.

Em 17 de maio, logo após assumir interinamente a Presidência, Temer revogou a construção de 11.250 habitacionais do programa.

No dia seguinte, o ministro Bruno Araújo (Cidades) afirmou que o governo iria relançar o segmento do programa Minha Casa, Minha Vida voltado a entidades.

O condomínio João Cândido, com apartamentos de até 63m², possui os maiores apartamentos construídos pelo programa para a faixa um do Minha Casa, Minha Vida, que atende famílias da faixa um.

Ele também é o primeiro projeto a ser construído na modalidade para entidades do programa, em que os próprios movimentos sociais se encarregam da construção das habitações.

MACHISMO

Já no ato de mulheres de movimentos sociais, no bairro da Liberdade, Dilma voltou-se para a questão do machismo que afirma que teria motivado parte do processo contra ela e criticou o governo de "homens brancos e ricos" que seria a gestão de Temer ?"muito criticada por não escalar nenhuma mulher para o primeiro escalão.

"Eles querem que sejamos 'belas, recatadas e do lar", ironizou, em referência à primeira-dama, Marcela Temer. "Nós não abrimos mão do 'belas', mas o resto é preconceito."
Herculano
09/07/2016 08:30
Cabeças coroadas do PT já tratam claramente em artigo, que Dilma já era. E para isso, culpam todos - adversários e ex-parceiros comparsas - num diabólico golpe, ao mesmo tempo livram os próprios petistas deste golpe, sejam pelos roubos praticados ou porque esqueceram-se de governar e cumprir as promessas feitas ao povo de transformar o Brasil num paraíso para os brasileiros. Deram o inferno ao arrepio da incompetência, ética e da lei.

SAIR PARA FICAR, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, PT, para o jornal Folha de S. Paulo

A renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara na quinta-feira (7) parece resolver o mistério que envolvia o estranho encontro noturno entre ele e o presidente Michel Temer há duas semanas. Ali, no Jaburu, certamente foi acordada a liberação do cargo máximo da Casa do Povo, saída que interessa a ambos. O interino da República, aliás, quase o explicitou em entrevista à "Veja" nesta semana, ainda que a seu modo elíptico.

A convergência de pontos de vista entre os responsáveis pelo golpe constitucional que derrubou Dilma Rousseff tem nome e sobrenome: Waldir Maranhão (PP-MA). O atual interino no lugar que era de Cunha nutre, por razões que a minha razão desconhece, visível proximidade com forças ligadas ao governo deposto. Tanto é assim que no 17 de abril votou contra o impeachment e logo que assumiu a interinidade tentou nada menos que anular a votação daquela data fatídica.

Obviamente não convinha nem a Eduardo Cunha nem a Michel Temer que outras decisões importantes, como a cassação do primeiro ou a PEC do gasto público, passaporte do segundo para a Presidência definitiva, fossem presididas por tal personagem. Para ter chance de escapar da guilhotina, no caso do parlamentar carioca, e de chegar tranquilo à decisão do Senado sobre o destino da presidente afastada, é necessário substituir Maranhão por político confiável tanto a um quanto a outro.

O Underwood brasileiro renunciou para abrir tal caminho (o quanto deve ter se arrependido de ter colocado Maranhão como vice...). Note-se, contudo, que Cunha não se mexeu antes que o inquilino do Planalto adiantasse parte do que deve ter prometido na noite daquele obscuro domingo, 26/6. Na manhã da última quarta-feira (6), o "Diário Oficial da União" ostentava a nomeação de um afilhado do deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) como diretor do Arquivo Nacional. Em seguida, Fonseca leu na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) o parecer no qual defende anular a sessão do Conselho de Ética (14/6) que aprovou o pedido de cassação do congressista fluminense.

Consumada a renúncia, o palácio começa a pagar o restante da fatura: eleger um presidente da Câmara capaz de ajudar Cunha na luta para manter o mandato. Note-se que nomes históricos como o de Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) que, embora do campo governista, poderiam infundir alguma esperança de mudar, passam longe das cogitações.

O país patina. A Lava Jato, a mídia e o STF derrubaram Cunha da presidência da Câmara sob o peso de incríveis acusações. Porém o seu principal aliado no projeto de tirar o PT do poder é agora chefe de Estado. Juntos vão eleger um sucessor no Parlamento que representa a continuidade do mesmo sistema agora escancarado.
Herculano
09/07/2016 08:17
NA ANCINE, O PC DO B SE ESBALDA NO NEPOTISMO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Na farra do "aparelhamento" a Agência Nacional do Cinema (Ancine) desde 2005, o PCdoB distribui cargos para membros do comitê central do partido e, claro, para parentes. Caso do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), que emplacou cunhada na Ancine. Conhecido por usar cartão corporativo para gastar sem piedade dinheiro público, pagando até tapioca, Silva foi medíocre ministro do Esporte, no governo Lula.

NOT?"RIO SABER
Antes da Ancine, Renata Petta, cunhada de Orlando Silva, passou uma temporada atuando em entidades estudantis controladas pelo PCdoB.

É N?"IS, MANO
O Planalto soube que um irmão do ex-ministro Aldo Rebelo, Apolinário, também do PCdoB, tem cargo na assessoria parlamentar da Ancine.

EXPERTISE
Ex-primeira-dama de Aracaju com marido filiado ao PCdoB, Indira Amaral foi superintendente e, depois, assessora da diretoria da Ancine.

VITALICIEDADE?
Agarrado à presidência da Ancine há 11 anos, Manoel Rangel Neto foi ardoroso defensor de Dilma, e subiu em palanques contra o "golpe".

TEMER EDITOU 14 MPS EM MENOS DE DOIS MESES
O presidente Michel Temer editou 14 medidas provisórias desde que assumiu o Planalto, dia 12 de maio. Lula editou 414 MPs e Dilma, 205. O ritmo acelerado das MPs (uma a cada quatro dias) é bem maior que a média de Dilma (uma a cada nove dias), e de Lula (uma por semana), mas com uma importante diferença: pelo menos até agora, as MPs editadas por Temer atendem a pré-requisitos de urgência e relevância.

ATÉ AGORA RELEVANTE
Foi através de MP que Temer reduziu o número de cargos no governo e através de outra que destinou R$ 2,9 bilhões para o Rio de Janeiro.

MP ANTIPEDALADA
Dilma editou medida provisória na véspera de Natal do ano passado para liberar o uso do superávit de 2014 para quitar suas pedaladas.

MP DA AUTOPROMOÇÃO
Em 2007, Lula editou MP para criar a TV Brasil, que nem audiência tem. Segundo Pedro Simon, o único propósito era "divulgar São Lula".

NÃO É O QUE PARECE
O ex-presidente Lula desembarcou em Brasília nesta semana após Michel Temer falar em necessidade de medidas duras. Lula não parece esperançoso em salvar Dilma, mas construir forte oposição a Temer.

HOMEM DO CUNHA
Sem querer querendo, Rogério Rosso (PSD-DF) procura deputados do PSDB e DEM para apoiá-lo na eleição para presidente da Câmara. Os partidos resistem por considerá-lo "homem de Eduardo Cunha".

ANTI-PETROLÃO
Projeto do senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) cria o regime de Performance Bond, nos contratos de obras com a União. O objetivo é quebrar a interlocução direta entre empreiteiras e agentes públicos.

MUITO CACIQUE
Nesta semana, índios das tribos Pataxó e Tupinambá apareceram na Câmara para reivindicar a demarcação de terra no sul da Bahia. De oito índios, sete eram caciques. Na Câmara, claro, pareciam à vontade.

TRAPALHADA
Após exonerar todos os funcionários do seu gabinete, o deputado Victório Galli (PSC-MT) decidiu recontratá-los. Mas comissionados só podem ser contratados novamente após 90 dias de afastamento.

SOGRA DÁ TRABALHO
A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça gaúcho aceitou denúncia contra o prefeito de Sertão, Marcelo D´Agostini. Ele vai responder pelo sumiço de R$ 542,83 em benefício da sogra, Mafalda Bacchi.

MADAME JÁ ERA
Em conversas reservadas, líderes petistas acreditam que a renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara fortalece o impeachment. Cai por terra o discurso falacioso de "golpe".

SEM VOLTA
Até senadores aliados de Dilma Rousseff dizem que "nem mesmo os petistas acreditam nessa história de golpe". Eles preferem usar o caso de forma marqueteira acusa um dos senadores da comissão.

PENSANDO BEM...
...dirigir sem ligar o farol rende multa ao cidadão, mas deixar rodovias esburacadas e sem sinalização não rende um só centavo de multa às autoridades.
Herculano
09/07/2016 08:02
É NECESSARIO DIMINUIR O PESO DO ESTADO NA ECONOMIA, editorial do jornal O Globo

O preconceito com privatizações ficou à margem do tempo. Mudou o conceito, da simples venda de empresas estatais para uma real mudança no papel do Estado.

Em meio a uma crise sem precedentes, produziu-se em Brasília uma autêntica obra de arte política, a Lei de Responsabilidade das Empresas Estatais.

Durante ano e meio, à margem da tempestade perfeita que caiu sobre o Executivo e o Legislativo, por causa da corrupção em contratos de empresas estatais e órgãos públicos, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) negociou à exaustão com todos os partidos, e aprovou um conjunto de normas com o objetivo de impedir o uso político das empresas estatais.

O resultado foi um raro consenso parlamentar ?" PT incluído ?" sob a forma de legislação inovadora, em torno da profissionalização da gestão das empresas públicas, com adoção de mecanismos de mercado e barreiras inéditas ao loteamento político-partidário.

Houve uma tentativa rasteira de subversão do projeto na Câmara, mas o Senado recuperou o espírito da proposta de lei, legitimou-a no voto, e o presidente interino Michel Temer sancionou na semana passada, com vetos pontuais e precisos.

Agora, é preciso ir além. A emergência da crise impõe a necessidade de redução do peso e do tamanho do Estado na economia. Não se trata de mera questão ideológica ou acadêmica, mas de racionalidade: a sociedade não suporta mais pagar por um Estado caro, esbanjador e ineficaz tanto na produção quanto na prestação de serviços essenciais.

Tem-se um bom retrato das distorções no conjunto das empresas públicas, usadas politicamente na última década de forma intensiva e prejudicial ao erário.

Além do mais, qual a razão para a Petrobras manter ativos como uma fábrica de fios sintéticos ou alguns dos campos de petróleo no Nordeste se a própria estatal avaliou e concluiu pela certeza de que já não precisa deles? Qual o sentido de se manter empresas como a Telebras, a Valec e a Infraero?

O preconceito com privatizações ficou à margem do tempo. Mudou o conceito, da simples venda de empresas estatais para uma real mudança no papel do Estado. Como lembrou a economista Elena Landau, em recente entrevista ao GLOBO, o novo ciclo alcança áreas como infraestrutura, se reveste de formas inovadoras, como os contratos de gestão, as parcerias público-privadas, e concessões. Ao Estado moderno cabe, sim, forte papel regulatório, com atuação eficaz na defesa da sociedade.

A meta fiscal estabelecida pelo governo federal para 2017 significa, na prática, uma tentativa de conter o déficit nas contas públicas no limite de R$ 139 bilhões.

Para realizá-la, governo federal e os estados dependem do auxílio das chamadas receitas extraordinárias, passíveis de se obter na escala necessária apenas com a venda de empresas públicas, contratos de gestão, parcerias público-privadas e concessões. É a saída.
Herculano
09/07/2016 07:59
CARTA DE UMA MULHER HONESTA, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Na Comissão Especial do Senado que julga o impeachment, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo, na condição de advogado da presidente afastada, tem repelido com veemência, alegando a necessidade de respeitar o rigor processual, qualquer argumento da acusação relativo ao conjunto da obra de Dilma Rousseff que não se atenha às duas imputações de crime de responsabilidade que constam do processo: as "pedaladas" fiscais e os decretos que liberaram recursos sem autorização prévia do Congresso Nacional. Na quarta-feira passada, perante a mesma comissão e sem aparentar constrangimento, Cardozo foi obrigado a fazer exatamente o que não se cansou de condenar. Por delegação de Dilma, que optou pelo direito de se manter protegida atrás das colunas do Palácio da Alvorada, o advogado leu o "depoimento pessoal" de sua constituída, que, além de repetir os argumentos de defesa até agora expostos perante a comissão, dedica várias páginas à autoglorificação piegas e à exaltação de seu governo falido.

"Saibam todos que vocês estão julgando uma mulher honesta, uma servidora pública dedicada e uma lutadora de causas justas", começa por afirmar a imodesta descrição que Dilma faz de si mesma. E prossegue na mesma linha: "O destino sempre me reservou grandes desafios. Alguns pareciam intransponíveis, mas eu consegui vencê-los. Já sofri a dor indizível da tortura, já passei pela dor aflitiva da doença, e hoje sofro a dor igualmente inominável da injustiça. O que mais dói neste momento é a injustiça. O que mais dói é perceber que estou sendo vítima de uma farsa jurídica e política".

Sobre Dilma ser honesta, trata-se de afirmação prematura. As investigações sobre a compra da Refinaria de Pasadena, autorizada por ela quando presidia o Conselho de Administração da Petrobrás, continuam em andamento. Pode ser que ela não tenha obtido benefícios materiais nesse e em outros episódios sob investigação policial. Mas honestidade não é apenas não roubar. É também impedir que os outros roubem, quando se tem poder para isso. E é implausível a ideia de que Dilma não sabia de absolutamente nada sobre o mar de lama em que as administrações petistas navegaram. Omissão, nesse caso, também não é honestidade. Como não é tampouco honesto mentir em campanha eleitoral.

Quanto às dores "indizíveis" de que Dilma se orgulha de ter padecido "sem esmorecer", muitas coisas podem ser ditas. Para os 11 milhões de brasileiros que confiaram em suas promessas de prosperidade e hoje amargam o desemprego e a impossibilidade de dar uma vida digna a suas famílias, é igualmente "indizível" a dor da frustração que o governo de Dilma lhes impôs.

Em outro trecho da carta, Dilma combina pieguismo de mau gosto com total alheamento da realidade: "Olho para trás e vejo tudo o que fizemos. Olho para a frente e vejo tudo o que ainda precisamos e podemos fazer. O mais importante é que posso olhar para mim mesma e ver a face de alguém que, mesmo marcada pelo tempo, tem forças para defender suas ideias e seus direitos". Se ela de fato vê "tudo o que fizemos", deveria morrer de vergonha. E se também enxerga o que "precisamos e podemos fazer", está mais do que na hora de se poupar do constrangimento de um impeachment que sabe inevitável, entregar a carta de renúncia e retornar de vez a Porto Alegre.

Dilma não consegue realmente enxergar, em qualquer direção para a qual dirija o olhar, os erros que cometeu, nos quais por isso persevera ao demonstrar que cultiva a imagem de si própria como mártir da democracia. Em matéria de erros, o máximo a que ela se permite é o conforto das generalidades: "Na minha vida, os que me conhecem sabem que incorri provavelmente em erros e equívocos, de natureza pessoal e política. Errar, por óbvio, é uma decorrência inafastável da vida de qualquer ser humano".

Felizmente, o impeachment de Dilma Vana Rousseff consolida-se a cada dia como uma "decorrência inafastável" dos muitos erros em que ela decerto, e não "provavelmente", incorreu.
Herculano
08/07/2016 20:16
JANOT NÃO RECONHECE FORO PRIVILEGIADO EM APARTAMENTO DE GLEISI HOFFMANN, por Reinaldo Azevedo, de Veja

Procurador-geral encaminhou parecer ao STF que havia questionado a busca e apreensão feita por ocasião da prisão preventiva de Paulo Bernardo, marido da senadora

Em parecer encaminhado ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, rebateu os argumentos da Mesa Diretora do Senado, que havia questionado a busca e apreensão no apartamento funcional em que moram o ex-ministro Paulo Bernardo e a senadora Gleisi Hoffmann, do PT do Paraná. Segundo Janot, ao contrário do que afirmam os parlamentares, os endereços do Legislativo não possuem foro privilegiado. Abre aspas: "Não poderia servir o local [?] como um verdadeiro bunker imune a ações de busca autorizadas pelo juiz natural. [?] Sendo a diligência alusiva tão somente a Paulo Bernardo, é totalmente descabido invocar a imunidade parlamentar ou prerrogativas das Casas Parlamentares".
Herculano
08/07/2016 20:08
AMULETO

Gaspar tem na sua história, de tempos em tempos, a sorte em revelar delegados de polícia de reconhecimento profissional (e até carreira) no estado de Santa Catarina.

Anotem este nome: Egídio Ferrari.
Mariazinha Beata
08/07/2016 20:07
?", Erva Daninha!
Esse bordão nem é meu, é do ex-blogueiro Manoel dos Santos que também era editor do site Gente Decente. Use e abuse, pois assim estaremos perpetuando seu pensamento.
Falando nele, aproveito e estimo-lhe melhoras e uma rápida recuperação.
Paty Farias
08/07/2016 19:18
Oi, Herculano

Do Blog do Políbio

"O ex-ministro e ex-senador do PT, Aloísio Mercadante, o pai dos aloprados (1), entregou o pen drive com dados falsos para o dossiê de calúnias desfechado pelo governo Lula contra o senador tucano Tasso Jereissati em 2009.

Tarso e Lula participaram da tramoia.

O modus operandi era o mesmo já usado por procuradores federais ligados ao PT, e denunciado tempos atrás pelo Conjur, escreve o delegado Romeu Tuma Júnior no seu livro "Assassinato de Reputações", página 168, ao contar esta ordem criminosa que recebeu da nomenklatura petista em janeiro de 2009:

- Fulmine o Jereissati.

Quem deu a ordem foi o senador Aloísio Mercadante, na época líder do governo Lula no Senado, e ex-ministro da Educação de Dilma Roussef."

E o petê e seus petralhas sabem fazer outra coisa senão pilantragem, maracutaia e roubo?
Herculano
08/07/2016 17:43
MEIRELLES, O BODE E O CABRITO, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

Henrique Meirelles tirou um bode da sala bagunçada das contas do governo federal. Na foto do anúncio do deficit do ano que vem, pareceu vitorioso. O rombo ainda será enorme, mas o conselho político de Michel Temer queria um buraco ainda maior. Pelo menos esta era a história que vazava do governo.

A fim de cumprir sua promessa, o ministro da Fazenda terá de arrumar R$ 55 bilhões, se todas as contas de seus economistas estiverem certas. É improvável que consiga essa dinheirama sem algum aumento de imposto. Um cabritinho, pelo menos, voltará para a sala.

Durante semanas, a discussão era se o deficit primário ficaria entre R$ 150 bilhões e R$ 170 bilhões, no limite superior, segundo chegou a aventar o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. A meta ficou enfim em R$ 139 bilhões.

Este ano, o deficit previsto do governo federal é de R$ 170,5 bilhões, equivalente a pouco mais de 2,7% do PIB; dada a meta para 2017, ficaria em 2,1% do PIB.

O deficit de 2014, ano final de Dilma 1, com pagamento de pedaladas, ficou em 1,9% (mas o governo Temer diz que Dilma 2 deixou muito esqueleto e contas a pagar que não estavam explícitas, o que em grande parte é verdade).

Parece um esforço grande de redução do rombo, mas ainda é um desastre, quase inevitável sem um baita aumento de impostos. Repita-se, portanto, o que Meirelles conseguiu, olhando só números frios, foi tirar um bode da sala. Mas não se trata aqui nem no governo apenas de números frios ou quentes, mas de política.

Meirelles, com apoio de Temer, passou vários recados aos povos dos mercados e aos donos do dinheiro grosso em geral.

Primeiro, que ainda está no controle do governo da economia. Logo, seria mais ou menos razoável acreditar que há chance de o programa econômico Temer-Meirelles ir adiante. Mantém alguma expectativa positiva, que tem contribuído para a muito tênue despiora da economia.

Segundo, que o governo Temer continua na firme intenção de não elevar impostos. De onde virão os R$ 55 bilhões para reduzir o rombo de 2017?

Ontem, Meirelles reafirmava o que já vazara: de privatizações, vendas de partes de estatais, concessões, cobrança de dívidas com o governo e outras mágicas que o governo pretende inventar até agosto. Apenas então vai se pensar em imposto adicional.

No entanto, uma CPMF tal como a cogitada pelo governo Dilma 2 renderia uns R$ 50 bilhões. Em tese, o tamanho da paulada tributária deve ser bem menor; melhor ainda, com um imposto que recaia menos sobre empresas e, decerto, ricos. Além do mais, economistas do governo têm dito que reonerações de impostos sobre empresas vão ficar para quando o PIB voltar a crescer bem, 2018, se tanto.

Terceiro, parece se reafirmar o pacto implícito entre governo e a elite econômica (ou parte relevante dela). Isto é, o governo pede que engulam a seco esse deficit fiscal monstruoso, por um trio de anos ainda, pois tem mais a oferecer.

Em troca, arrumaria um plano de redução firme de tamanho do Estado, da despesa (o teto) e de privatizações. De quebra, viriam várias flexibilizações (licenciamentos, burocracias, leis trabalhistas), melhoras do "ambiente de negócios" etc.

Em suma, o Plano Temer ainda respira politicamente.
Sidnei Luis Reinert
08/07/2016 16:25
Friboi começa a fugir do Brasil? É um escândalo!

Posted on 7 de julho de 2016 by CristalVox

A matéria, publicada no jornal Correio Brasiliense é a demonstração mais clara que o grupo JBS preparou um grande golpe contra a nação brasilera. Depois de receber, quase de graça, 12 bilhões do BNDES, agora quer transferir sua operação para a Irlanda. Prendam todos, antes que embarquem!

Gente decente que trabalha no setor público anda se perguntando o que o governo fará com o grupo JBS (Friboi e subsidiárias) caso seja levada adiante a proposta de transferência da sede da corporação para a Irlanda. O grupo empresarial, do qual fizeram parte o atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e seu secretário de Política Econômica, Carlos Hamilton, quer fugir dos impostos pagos no Brasil. A proposta prevê a criação da JBS Foods International,cujas ações serão listadas na Bolsa de Nova York.



Acontece que o JBS entrou de vez na Operação Lava-Jato, desde que a Polícia Federal fez buscas e apreensões na casa de seu presidente, Joesley Batista. Uma das empresas do grupo, a Eldorado Celulose, pegou R$ 940 milhões emprestados do FI-FGTS, fundo de investimentos bancado com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Desse total, R$ 9,4 milhões teriam sido pagos em propina ao deputado afastado Eduardo Cunha.

DOADOR DE CAMPANHAS ?" O grupo JBS é um dos maiores doadores de recursos para campanhas políticas. Também se notabilizou por crescer com a ajuda de recursos públicos. No início do primeiro governo Lula, o grupo foi escolhido pelo então presidente Lula como um dos campeões nacionais. Com isso, estima-se que tenha recebido mais de R$ 12 bilhões de bancos federais.


Como dizia Karl Marx, o dinheiro não tem pátria. O caso do grupo Friboi comprova essa teoria inquestionável, que é mesmo revoltante. (C.N.)
Sidnei Luis Reinert
08/07/2016 16:20
FINALMENTE CHEGARAM A CONCLUSÃO QUE NOSSO SISTEMA EDUCACIONAL Paulo Freire É UM LIXO:

?"rgão do governo Temer altera página de Paulo Freire na Wikipedia: "Doutrinação marxista"

A página com a biografia do autor de "Pedagogia do Oprimido", terceira obra mais citada do mundo em trabalhos de ciências humanas, foi alterada por um órgão governamental que não teve o nome divulgado. Na alteração, Freire é acusado de "doutrinação marxista" e tido como responsável por uma educação "atrasada, doutrinária e fraca"
Digite 13, delete
08/07/2016 12:56
Oi, Herculano;

Pelos comentários, a Mari Ines (Indefesa Civil) é a nossa DilmAnta, sempre fora da casinha.
Ana Maria Amélia que não é Lemos
08/07/2016 12:53
Sr. Herculano:

"PENSANDO BEM...
...fazer recesso em tempos de crise só é uma boa ideia na cabeça dos chefes do Congresso do Brasil." Cláudio Humberto.

E aqui, só na cabeça de José Hilário Melato e de Marcelo de Souza Brick que tiveram a oportunidade de acabar de vez com a bandalha, não fizeram.
Erva Daninha
08/07/2016 12:47
Olá, Herculano

TRAPICHE

"Quando as obras da Rua Madre Paulina, na Rua Itajaí vão recomeçar? Acreditem! O projeto está sendo revisto. Faltaram as baias dos ônibus. A prefeitura, esconde mais esta falha contra a comunidade."
E o Hilário Melato? Nada?

Alô, Alô, rua Madre Paulina.
Acreditaram neLLes?
BEM FEITO! (Mariazinha, desculpe o plágio. Não resisti.)
Herculano
08/07/2016 12:45
O AGOSTO DE DILMA E CUNHA, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

É incrível como os arqui-inimigos Dilma Rousseff e Eduardo Cunha vão caminhando para o ocaso político, lado a lado, semana a semana, e podem chegar juntos ao cadafalso em agosto, o mês do cachorro louco na política brasileira, quando Getúlio Vargas se matou, Jânio Quadros renunciou, Juscelino Kubitschek morreu.

Dilma não foi pessoalmente se defender na Comissão de Impeachment e enviou uma carta em que fala menos para os senadores, que já têm seus votos bastante definidos, e mais para sua biografia e para a opinião pública. Nessa carta, disse que errar é humano, mas, no seu caso, sem "desonestidade, covardia ou traição". O impeachment, acusou, é uma "injustiça" e uma "farsa".

Quanto a Cunha: ele renunciou à presidência da Câmara para ganhar ainda mais tempo e principalmente para tentar salvar o mandato, mas é tarde demais: não vai escapar da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), nem do plenário da Câmara e muitíssimo menos da Justiça.

No máximo, ele e seus seguidores vão tentar manobrar com os prazos. Por exemplo, marcando para o mesmo dia, a próxima terça-feira, a votação da cassação de Cunha na CCJ e a eleição do novo presidente no plenário da Câmara. Cria-se, assim, uma relação direta de causa e efeito: elege-se o sucessor para livrar a cara de Cunha? Mas pode ser em vão.

Ambos, Dilma e Cunha, sabem que estão perdidos. O mundo político considera pule de dez que o impeachment dela será aprovado em agosto pela comissão e em seguida pelo plenário do Senado. E trabalha ativamente para evitar que Cunha, já ferido de morte, tenha fôlego para definir como e quando será seu próprio enterro.

Há um esforço suprapartidário especialmente para evitar que possa fazer o sucessor na presidência. Seria como morrer num dia e reencarnar no outro na pele de um aliado. Faria, assim, uma dupla pressão sobre o Planalto, com o líder do governo, André Moura, e com um futuro presidente da Câmara tirado do Centrão.

A estratégia de Dilma, de Lula e do PT é adiar ao máximo a votação final do impeachment, não para tentar reverter votos ou chegar a um resultado surpreendente a favor dela, mas sim para manter uma excelente plataforma para enfraquecer e minar as chances de sucesso do interino Michel Temer.

Temer, porém, não sangra sozinho. Enquanto o Brasil tiver dois presidentes e ainda houver dúvidas quanto à sua confirmação, por mínimas que sejam, mais lenta e mais difícil é a recuperação da confiança, dos investidores e, portanto, da economia ?" e dos empregos.

Quanto a Eduardo Cunha: seus dois problemas agora são os prazos e suas contas com a Justiça. Ele está estrebuchando, mas tenta empurrar o fim para agosto, aproveitando-se do início do recesso branco do Congresso na próxima quinta-feira. E, na Justiça, ele dá murro em ponta de faca.

Sem a presidência da Câmara, seus muitos processos no Supremo Tribunal Federal saem do plenário para uma das turmas e podem ganhar mais celeridade. E, quando perder o mandato de deputado, ele perderá o próprio direito a foro privilegiado. Trocando em miúdos: vai sair do Supremo e cair nas garras do juiz Sérgio Moro, já implacáveis com sua mulher, Claudia Cruz.

Em resumo, há uma grande simbiose entre Dilma e Cunha, mas por motivos muito diferentes e com destinos também bastante distintos. Dilma faz o caminho de volta para Porto Alegre, de onde nunca deveria ter saído. Cunha está com um pé na prisão, para onde já poderia ter ido há anos, talvez décadas. Eles já são cartas fora do baralho e o Brasil quer saber como, para onde e com que peças esse jogo vai continuar.

P.S.: Com a Olimpíada, em agosto, bilhões de pessoas mundo afora vão estar olhando para tudo isso sem entender nada. Se nem a gente entende....
Herculano
08/07/2016 12:39
ESCOLHA

Pois é Regina, estas são as coisas da hipocrisia do PT de Gaspar, devidamente identificado com a sua comunidade e a história da cidade. O partido faz gato e sapato dos gasparenses, e a maioria aplaude. Então...

Ah! O Belchior, por exemplo, recentemente não deixou o PT apagar e mudar a história quase bicentenária do seu povo, e por isso, os petistas da prefeitura tiveram que voltar atrás. Então...
Regina
08/07/2016 11:52
Não tenho nada contra a pessoa do Haitiano mas escolher
Pierre-Charles John Peterson Brusly: que nasceu no Haiti e resolveu sair de seu país para melhorar de vida, e veio para Gaspar, desde fevereiro de 2015, morando no bairro Gaspar Mirim, me faz questionar se não temos atletas gasparenses como por exemplo Maurício Pamplona (Buluca), Willian Schramm Deschamps revezamento 4x100 metros rasos que até irá para Polônia, Ludimila Cardoso corredora que também nos representará no exterior e outros tantos.
Herculano
08/07/2016 09:27
CONSPIRAÇÕES E PIRAÇÕES, por Nelson Motta, para o jornal O Globo

A professora Marilena Chauí denuncia que o juiz Sérgio Moro foi treinado pelo FBI para um plano de entregar o pré-sal aos americanos
Na coluna da semana passada sobre a TV Brasil, atribuí equivocadamente ao filósofo Herbert Marcuse o clássico conceito "o meio é a mensagem", do teórico de comunicação canadense Marshall McLuhan. Logo cedo, fui corrigido por um amável e-mail de meu mestre Zuenir Ventura, que me ensina desde a faculdade. Envergonhado, me restava corrigir na edição on-line e me desculpar no jornal na semana seguinte. São sempre muitos leitores que comentam, mas, para minha surpresa, ninguém reclamou, ninguém notou. E sempre tem quem nota alguma coisa, mesmo quando falo só de números e fatos, para me chamar de fascista nas redes... rsrs.

Um sinal dos tempos. Vivemos no império da ignorância e da esperteza sobre a cultura e a ética, como uma consequência perversa, entre tantas maravilhosas, da era das comunicações de massa que foi antecipada por McLuhan nos anos 60, e levada ao paroxismo na era digital, com a comunicação total, de todos com, ou contra, todos.

"Eu odeio a classe média. A classe média é um atraso de vida. A classe média é a estupidez. É o que tem de reacionário, conservador, ignorante, petulante, arrogante, terrorista. A classe média é uma abominação política, porque é fascista. Ela é uma abominação ética porque é violenta. Ela é uma abominação cognitiva porque é ignorante."

Todo esse ódio não vem de um aristocrata, de um representante da nobreza ou das velhas oligarquias, de um coxinha elitista ou de um marginal revoltado: são conceitos e sentimentos da filósofa, professora e ideóloga petista Marilena Chauí, que agora denuncia publicamente que o juiz Sérgio Moro foi treinado pelo FBI nos Estados Unidos, como parte de um plano diabólico para entregar o pré-sal aos americanos.

Até petistas ficam constrangidos. Afinal, eles se orgulham de tirar milhões da pobreza para a classe média - os ignorantes, fascistas, estúpidos e abomináveis que os elegeram.

O juiz Moro, sempre sério, talvez possa dar boas risadas, ou talvez, didaticamente, a processe por danos morais, porque a acusação é grave, sem provas, e a liberdade de expressão não absolve a calúnia e a difamação. Ou a piração.
Herculano
08/07/2016 07:37
SUSPIREM, POLÍTICOS

Nesta sexta-feira, depois de três dias seguidos de operações, a Polícia Federal não saiu às ruas do país para prender corruptos, buscar provas e testemunhas. Ufa! Semana que vem, terá mais. Wake up, Brazil!
Herculano
08/07/2016 07:35
TCHAU, QUERIDO!, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

O ainda deputado Eduardo Cunha renunciou à presidência da Câmara. Agora aguardo ansiosamente que tenha o mandato cassado. Já vai tarde. E saúdo o fato de que não tenha ido cedo demais. Não preciso que inimigos ou adversários lembrem o que escrevi. Eu lembro.

Nesta coluna, no dia 29 de maio de 2015, mandei ver: "?"dio a Cunha é ódio à democracia". Ele estava, já, na lista de Janot, mas nem eu nem os da sinistra sabíamos nada que pudesse lhe render cassação ou cadeia. Agora já. Então cassação e cadeia.

Saudei naquela coluna a agenda de Cunha e lhe sou grato pelos serviços prestados. Enterrou a reforma política autoritária do PT; contribuiu para a mal chamada "PEC da Bengala" - Dilma não tivesse caído, o Judiciário estaria em risco -; cumpriu o seu papel e fez valer, na tramitação da denúncia contra a ora Afastada, a Constituição e as leis; atuou no limite do possível para extinguir a reeleição...

O ódio que lhe devotavam, até então, boa parte das esquerdas e setores da imprensa ?"às vezes, essas coisas se estreitam num abraço insano?" nada tinha a ver com a sua biografia. O repúdio era à sua agenda, incluindo a sua pauta contra o aborto. Ninguém odeia com tanta determinação como um feticida. Ainda não entendi a razão profunda disso. Deve haver alguma.

Dito isso, "tchau, querido!"

Cunha já vai tarde. Quem tem bandidos de estimação é o PT. Quem chama ladrões dos cofres públicos de "heróis do povo brasileiro" são os companheiros. E que se note: não estou aqui a saudar a obra do "bom bandido". Se o que se sabe hoje de Eduardo Cunha fosse público desde o primeiro momento, é evidente que eu teria pedido a sua cabeça desde o primeiro momento, como passei a fazer aqui, no blog, na rádio e na TV desde que os sucessos de sua operosa vida paralela vieram à luz.

A renúncia, como fica claro, é um gesto desesperado para tentar salvar o mandato ao menos no plenário da Câmara. Cunha, no entanto, sabe que não tem saída e que não passará pelo crivo do Supremo. Ainda que seus pares o poupem agora e que ele venha a obter outro mandato (caso não seja julgado até 2018), é certo que não escapará da condenação. E isso será bom para a política brasileira.

Vejam que coisa, né? Infelizmente, o ódio também pode ser redentor e tem a sua contribuição a dar às boas causas. É inegável que parte disso a que assistimos agora é fruto da guerra insana entre Dilma e Cunha ?"deflagrada por ela, diga-se. Não é que a Afastada não aceitasse conviver com pessoas de moralidade duvidosa. Basta ver os que a cercavam. Havia ali, parece, uma incompatibilidade anímica.

Dilma atravessou a rua para pisar em casca de banana ?"ela era viciada nisso?" quando decidiu fazer da eleição da presidência da Câmara uma questão de governo. E, desde aquele momento, ambos decidiram que a vida pública era pequena demais para os dois.

Felizmente, ela e ele estavam certos. O Brasil fica melhor sem ela. O Brasil fica melhor sem ele. Que continuem a cultivar a sua inimizade íntima, mas longe da gente e da vida pública.

E que se note, hein? Cunha é, sim, um dos políticos mais talentosos do país. De uma inteligência rara. Uma pena que tanto talento não tenha se encontrado a tempo com o caráter.
Herculano
08/07/2016 07:29
Luiz

Esta informação, na referida reportagem pelo que se pode depreender nas glorificações da personagem tema, foi passada pela própria Mari Inez
Luis Cesar Hening
08/07/2016 07:20
O jornalista do jornal de santa catarina esta louco ou não pesquisou sobre a defesa civil de Gaspar, pois esta nunca foi exercida por militares, ela começou no governo de Adilson Schmitt e quem foi o primeiro diretor foi Sergio Almeida que ficou no cargo cerca de 1 ano e depois seu diretor passou a ser Luis Mario, só para registro
Herculano
08/07/2016 07:20
ALIADO DE DILMA, PC DO B AINDA 'APARELHA' A ANCINE, por Claudio Humberto, na coluna que publicou ontem

O alerta surgiu nos festivais de cinema europeus após o impeachment: artistas brasileiros foram pressionados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) a "denunciar o golpe". Alguns atenderam, como a turma do filme "Aquarius", generosamente apoiado pela Ancine e a Lei Rounet, mas outros recusaram o script. A explicação foi enviada pela oposição ao presidente Michel Temer, na forma de dossiê: a Ancine é totalmente controlada pelo PCdoB, partido aliado de Dilma Rousseff.

COMO CARRAPATO
Manoel Rangel Neto, do comitê central do PCdoB, está no terceiro mandato de duvidosa legalidade. Ele preside a Ancine desde 2005(!).

CENOURA NA MÃO
A Ancine gere R$1 bilhão e mais R$200 milhões da Lei do Audiovisual, a Lei Rouanet do cinema, por isso o setor "come na mão" dessa turma.

BOQUINHAS GARANTIDAS
Agarram-se à Ancine militantes do PCdoB que ocupam cargo de chefia, como Indira Amaral (ex-primeira-dama de Aracaju). Viram assessores.

ARRUMADINHO CAMARADA
A diretora Rosana Alcântara, ex-advogada e filiada ao PCdoB, está na Ancine desde 2005. A agência não comentou as denúncias do dossiê.

DEM E PT SE UNEM CONTRA CANDIDATO DE CUNHA
A renúncia de Eduardo Cunha à presidência da Câmara viabilizou um casamento de jacaré com cobra d'água. Para enfrentar a candidatura de Rogério Rosso (PSD-DF), apoiado por Cunha, DEM e PT acertam um acordo em torno do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os petistas querem espaço Mesa Diretora e comando das principais comissões da Câmara, das quais foram alijados na presidência de Eduardo Cunha.

AMIGO DO PEITO
Cunha tem interesse na eleição do sucessor porque será ele quem presidirá a votação do seu processo de cassação, no plenário.

SUBIU À CABEÇA
Rosso gostou tanto da ideia de presidir a Câmara que ameaça esnobar o cavalo encilhado: ele agora fala em disputar o cargo só em fevereiro.

JOGO MUITO RÁPIDO
Beto Mansur (PRB-SP), candidato à sucessão de Cunha, desmentiu o interino: a eleição será na terça (12) e não na quinta (14).

ASCENÇÃO E QUEDA
Após anunciar a renúncia da Presidência da Câmara, Eduardo Cunha virou o assunto mais comentado do mundo no Twitter. E com a mesma rapidez que chegou ao topo, sumiu dos Trending Topics em uma hora.

PRESIDÊNCIA BIZARRA
Deputados italianos, até eles, saíram muito mal impressionados de uma visita ao presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão. Parecia desinteressado, olhando para o chão e fazendo caras e bocas.

IDENTIFICADO
O portal DiariodoPoder.com.br descobriu a identidade do conselheiro do Carf preso em flagrante pela Polícia Federal, quarta-feira (6), em Brasília, quando negociava propina de R$1,5 milhão: João Carlos de Figueiredo Neto, relator do caso da fusão dos bancos Itaú e Unibanco.

ASAS DE CERA
Eleito com 22 mil votos na aba do puxador Celso Russomanno, Fausto Pinato (PRB-SP) se empolgou com os 5 minutos de fama no Conselho de Ética: oficializou candidatura avulsa à Presidência da Câmara.

DESPERDÍCIO
A Secretaria de Patrimônio da União gastará R$448.630,12 para "zelar" pelos 1.490 apartamentos funcionais do governo, em Brasília, objeto da cobiça de petistas que não deixam as boquinhas, tampouco os imóveis.

O TAMANHO DA TUNGA
As receitas do governo Dilma totalizaram exatos R$ 1 trilhão no mesmo dia em que ela foi notificada do impeachment. A montanha de dinheiro tungada do contribuinte foi alcançada em 133 dias, um recorde.

PRECIPITAÇÃO
A Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal considerou "precipitado e mal explicado" o afastamento dos delegados Eduardo Mauat e Duílio Mocelin, integrantes da Operação Lava Jato.

SUGESTÃO
O leitor José Sérgio de Almeida sugeriu uma nova grafia para a sigla do banco panamenho desbaratado pela Polícia Federal na 32ª nova fase da Lava Jato: "o FDB deveria ser FdP-B", brinca, "combina mais".

PENSANDO BEM...
...fazer recesso em tempos de crise só é uma boa ideia na cabeça dos chefes do Congresso do Brasil.
Herculano
08/07/2016 07:13
POLÍTICA EXPLÍCITA, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 1

Governo é interino, depende de votos de senadores, que não gostam de brigar com o funcionalismo.

Os reajustes já concedidos ao funcionalismo público federal custarão R$ 68,7 bilhões nos próximos três anos. Sem problemas, diz o pessoal do governo Temer. Esse gasto estava previsto e cabe no processo de ajuste fiscal, que, aliás, prevê déficits nos próximos dois a três anos.

Entenderam?

O governo promete um ajuste, ou seja, a redução do déficit e um futuro superávit. Então, espeta uma despesa de quase R$ 70 bi ?" e tudo bem? Para qualquer pessoa de bom senso, a conversa é simples: sem os reajustes, o déficit seria expressivamente menor, de maneira que o ajuste exigiria menos sacrifício em outros setores e menos endividamento.

Toda vez que o presidente Temer e seus economistas tentam explicar que a lógica é diferente, a coisa só piora. Por exemplo: dizem que esse gasto com o funcionalismo já estava previsto e se trata de um reajuste abaixo da inflação.

Então imagine: você está com suas contas no vermelho, e anuncia para a família que está comprando um carro. Seu pessoal se inquieta: então vamos aumentar nossa dívida? E você: sem problema, estava previsto, e o carro está com um preço bom.

A mesma coisa vale para o alívio concedido na dívida dos governos estaduais. Mais dinheiro para os estados, menos receita para a União, logo, maior o déficit federal, mas estava previsto, cabe no ajuste etc...

Tudo considerado, era mais simples ficar no óbvio: o governo é interino, depende de votos de senadores e seus partidos, os quais querem atender a suas bases estaduais e não gostam de brigar com o funcionalismo.

Tradução: o governo está adquirindo seu mandato efetivo. Além disso, os operadores políticos de Temer dizem que estão trocando concessões por votação de matérias importantes para o ajuste futuro das contas.

Sendo assim, eis a questão seguinte: conseguindo o mandato com tais concessões, o governo terá força para depois impor seu programa, para governar como promete ao público?
Herculano
08/07/2016 07:13
POLÍTICA EXPLÍCITA, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

Parte 2

Terá, garante um amigo nosso, parlamentar de muitos anos, que explica sua convicção de um modo, digamos, popular.

Assim: "Por enquanto, o presidente não é presidente. É interino, depende de uns votos de senadores e seus aliados. E esses não aliviam. Chegam lá no gabinete, vão entrando e cantando de galo: '?" Michel, eu quero no mínimo uma diretoria e duas secretarias de ministério bom'. Depois de votado o impeachment, mandato assegurado, a história é outra. Os mesmos caras vão chegar lá pedindo licença e cumprimentando: 'Presidente, como vai o senhor?..."

Política explícita.

Parece que a equipe econômica acredita nisso. O ministro Henrique Meirelles cercou-se de fiscalistas ?" gente que leva a sério o equilíbrio das contas públicas ?" e garante que tem a fórmula para tocar o ajuste. A peça chave é a proposta de emenda constitucional estabelecendo que o gasto do governo federal de um ano é o mesmo do ano passado mais a inflação decorrida.

Trata-se, portanto, de um congelamento do gasto real. Quando a economia voltar a crescer, em dez anos a despesa do governo federal terá uma queda equivalente a cinco pontos percentuais do PIB. É dinheiro.

Com isso e mais a reforma da Previdência, outro ponto chave da proposta de Meirelles, será possível voltar ao superávit e à redução do endividamento.

É o roteiro da equipe econômica.

Seria o mesmo da equipe política?

Vamos falar francamente: o congelamento real das despesas muda um hábito político antigo, o de que sempre cabe mais alguma clientela no gasto público. E sempre cabe porque as demandas são sempre justas.

O modo como o pessoal do governo Temer justifica os aumentos do funcionalismo é a expressão exata dessa mentalidade: não tem dinheiro, vai aumentar o déficit, mas sabe como é... o pessoal está merecendo.

O mesmo para o alívio da dívida dos estados ?" os governos estaduais gastaram além da conta, mas sabe como é... estão precisando. E assim vai.

E convém reparar: reforma da Previdência e teto para o gasto público dependem de emenda constitucional, com maioria de três quintos dos votos na Câmara e no Senado.

Haja política explícita.
Almir ILHOTA
08/07/2016 07:07
Nesta sexta feira acontece aqui em ILHOTA na churrascaria Country, o lançamento da candidatura de Lauri Junior do PSDB a prefeito de nossa cidade. São esperadas algumas autoridades, como senador, deputado e até um prefeito da região, basta saber se o PSDB realmente terá condições de sustentar a situação de candidatura própria a prefeito ou se é mais um engodo, entre tantos que outros partidos já realizaram. Todos sabemos que Lauri não possuiu condições financeiras, nem estrutura para bancar uma campanha a prefeito, mas como seu partido esta sendo rejeitado pelos demais partidos que concorrem ao pleito deste ano, se lança em uma ultima cartada afim de ganhar visibilidade para quem sabe ser chamado a uma coligação a ser vice de alguém, pois é o que todos sabemos que desejam. Só vamos aguardar e ver a capacidade de mobilização deste partido, mas no meu ver serão pouco mais de 45 pessoas.

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