06/10/2016
O prefeito eleito de Ilhota, Érico de Oliveira, o Dida, PMDB, na quarta-feira, tomou o rumo de Blumenau. Com o presidente da Câmara Almir Aníbal de Souza ele foi até a MDM, uma oficina especializada – e famosa - no conserto de máquinas e motores. É lá que está parte da frota dos equipamentos de Ilhota. Sucateada. Pareceu ser um ferro velho. Dida ficou assustado com o que viu, apesar da notícia correr solta há muito na cidade sobre o estado dos veículos. Resumindo. Explica-se bem a razão pela qual o prefeito Daniel Christiam Bosi e seu PSD foram amplamente rejeitados nas urnas no domingo.
VOTOS DO PMDB I
Afinal quais os votos do PMDB em Gaspar? Eles diminuíram? Talvez. Mas, o histórico não permite dizer que cresceram como querem alardear e estão comemorando alguns novos próceres do partido. Não conhecem os números do passado e habilmente menosprezam o valor das alianças, mas só depois das eleições. Hum! Proposital? Ai, ai, ai. Os 13.290 votos dados a Kleber Edson Wan Dall no domingo passado são menos do que os 15.298 que ele próprio com esse arco ancorado com o PP já conseguiu em 2012. Ou seja: ganhou mais votos, e mesmo assim, perdeu para a reeleição do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT. O próprio Adilson Luiz Schmitt, ainda no PMDB, quando uniu os sapos e as cobras no mesmo arco, teve 13.689 votos para bater o Zuchi em 2004. Quer mais? Bernardo Leonardo Spengler, Nadinho, venceu com 13.182 votos em 1996, João Leopoldino Spengler, PPB (o hoje PP) num colégio eleitoral bem menor do que é hoje.
OS VOTOS DO PMDB II
Mas esses 13 mil votos (?) que rondam as vitórias do PMDB em Gaspar já balançaram por várias circunstâncias e mostram que eles não são cativos do partido. Em 2000 quando Pedro Celso Zuchi ganhou com 6.770 votos surpreendendo todos numa disputa com seis outros candidatos e pelo menos dois deles bem competitivos (os ex-prefeitos Francisco Hostins, que tinha retornado ao PP depois de ter sido eleito pelo PDC, e Luiz Fernando Poli, PFL), Adilson como a promessa do PMDB fez 4.209, sendo o quarto colocado. O mesmo PMDB, em 2008 só conseguiu 4.140 votos com Ivete Mafra Hammes, quando Adilson no PSB (8.552 votos), tentava a reeleição e perdia para o retorno de Zuchi que conseguiu 15.030 votos naquela oportunidade.
OS VOTOS DO PMDB III
Então falar que o PMDB possui um colégio eleitoral cativo em Gaspar, os números e a história desmontam essa argumentação. É assim também com o PP. Quando esteve sozinho ele já fez 8.512 com o Dr. João em 1996 e 6.595 com Francisco Hostins em 2000, e 2.274 votos em 2008 com Clarindo Fantoni que era então o vice de Adilson num governo muito tumultuado. Ou seja, há uma queda livre. Então o que se explica esses encontros e desencontros dos números partidários em Gaspar? Penso que são a áurea do nome, uma máquina operacional viável e financeira funcionando, circunstâncias próprias do movimento do eleitor contra ou a favor de um fato ou pessoa no momento da eleição, interesses regionais que sempre estão claros, como foi nesta eleição, e até situações de ordem nacional, como neste ano. As duas últimas, por exemplo, influenciaram e sobrecarregaram o ambiente contra o PT.
OS VOTOS DO PMDB IV
Não devemos desprezar que o PT é o partido mais organizado por aqui, liderado com mão de ferro por grupos familiares de Gaspar e Blumenau. Não devemos nos esquecer que PMDB é o mais tradicional, mas dividido (e isso merecerá um comentário em outra coluna). Outra. Carisma não elege pessoas por si só. Francisco Hostins não se reelegeu, Adilson Luiz Schmitt, depois de quatro eleições a prefeito e ganhar uma, perdeu a última com minguados 721 votos que o deixaria vulnerável até para vereador. Quem não se lembra de Dario Beduschi, a grande promessa política: em 2000 abertas as urnas fez 147 votos, ou de Nadinho, antes de Adilson, o eterno candidato do MDB, que eleito não pode testar uma reeleição ou o carisma porque teve o seu mandato interrompido pela Justiça. O que faz então o PMDB forte hoje? É a base, são os puxadores de votos. E ela está representada na eleição de vereadores. Foi essa base elegeu Wan Dall prefeito desta vez e foi o anteparo dos fortes questionamentos lançados pelo PT durante a campanha. No caso de Adilson, a base que ele esfacelou foi a que o enterrou no mandato e nas tentativas posteriores de voltar. Afinal, verdadeiramente, quais os votos do PMDB de Gaspar? Em 2020 vamos conferir esse histórico de 13 mil votos, mas contaminados pelo PP, se Wan Dall souber preservar esta aliança que nas primeiras horas depois da vitória, o PMDB tenta diminuí-la na importância. Acorda, Gaspar!
Sobre números. Tereza da Trindade, PSD, teve 1.425 votos para prefeita em 2012. Marcelo de Souza Brick no mesmo ano se tornou o vereador mais votado, a boicotou.
Nesta eleição Marcelo ganhou 9.210 votos para prefeito. Tereza, por um cargo comissionado, apoiou o PT de Lovídio Carlos Bertoldi. E ele teve 8.512 votos.
No ano em que Adilson venceu Zuchi, o PFL com então vereador do Poço Grande, o saudoso Antônio Pedro Schmitt, Pepê, fazia 1.805 votos numa disputa inglória à prefeitura. Luiz Fernando Poli depois de duas vezes prefeito, perdia em 2000 com 5.148 e se aposentava. Hoje aquele PFL é PSD e DEM. Ou seja, “somados”, teoricamente mostrou mais força no domingo.
A última vez que o PSDB tinha concorrido a prefeitura de Gaspar foi em 2000 com o ex-vereador Mário Pera. Ele teve lá 1.977 votos. Depois disso, encolheu, quase desapareceu e ficou a reboque do PMDB. Com Andreia Symone Zimmermann Nagel, os tucanos tiveram 4.811 votos.
Engolido pelo PMDB, os tucanos ficaram sem estrutura, fracos e muitos até trabalharam desta vez e de forma clara para Kleber Edson Wan Dall. O PMDB de Gaspar continua considerando uma traição o voo solo do PSDB com Andreia e outros.
A candidatura de Marcelo de Souza Brick a prefeitura teve objetivo principal o de abrir espaços para ele ser pré-candidato a deputado estadual pelo PSD em 2018.
O presidente da Assembleia, Gelson Merísio e que se ensaia candidato a governador, tem atendido em Florianópolis cabos eleitorais daqui para a estruturação desse projeto.
Definitivamente, Adilson Luiz Schmitt, não deverá mais trabalhar para o deputado Aldo Schneider, PMDB, nas próximas eleições. Considera que foi diminuído de importância e reciprocidade depois da eleição de 2016.
Ilhota em Chamas. Na coluna de sexta-feira, dia 30, mostrei que o prefeito de Ilhota, Daniel Christian Bosi, seu ex-secretário de Administração, Fernando Neves, e um grupo de escritórios de advocacia, tiveram aceita pelo Judiciário uma Ação Civil Pública por Improbidade Administrativa.
Espalhou-se pela cidade de que a denúncia teria sido feita pelo funcionário público Fabrício Scharf, citado na mesma nota. Errado. Quem fez a denúncia foi o Ministério Público que cuida da Moralidade Pública.
Fabrício, como testemunha, e sob pena de ser punido se não dissesse a verdade, apenas confirmou os fatos no Inquérito e no juízo. Agora, os políticos envolvidos tentam inverter a história que é só deles.
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