Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

05/09/2016

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER I
O ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, “surpreendeu”, e na quinta-feira passada anunciou na sua rede social (facebook) que vai votar (e trabalhar) para Kleber Edson Wan Dall, a prefeito e para Ciro André Quintino, a vereador, ambos do PMDB, vencerem no dia dois de outubro. Surpreendeu? Quem conhece Adilson sabe que não! Adilson tinha prometido ficar em silêncio até 2018, já quebrou este silêncio faz tempo. Prometeu não entrar em nenhuma campanha neste ano, já entrou. E no bunker de Kleber, enquanto uns comemoravam este “anúncio” inesperado, outros se engasgaram com a notícia e por vários aspectos.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER II
Este fato por si só, deixou exposto o clima do jogo de interesses conflitantes que sempre rodearam o partido com suas feridas internas incuráveis onde Adilson é parte delas. Não é à toa, que se conta na palma de uma só mão, os ditos históricos que ainda estão filiados no partido. O bom sinal é que a campanha está na reta final e pelo andar da carruagem, ela não deve mudar com este fato novo. Essa pelo menos é a avaliação dos que a coordenam. E este foi o melhor sinal percebido por Adilson que não deixou passar a oportunidade de estar com os possíveis vencedores. Mais. Vai querer estar no novo PMDB que se trama para depois das eleições.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER III
O ex-prefeito Adilson saiu do PMDB, mas o PMDB nunca saiu dele. Adilson tem uma personalidade forte: não gosta de sombras. E muitas vezes, enxerga-as onde nunca as existiram. O PMDB de Gaspar, como o nacional de Termer, Renan, Jucá, Requião..., é feito de interesses, donos e ciúmes bobos. Eleito prefeito pela repetição e persistência, derrotando o primeiro governo petista de Pedro Celso Zuchi (2000/2004), reunindo o sapo e a cobra num amplo arco conservador da sua coligação, Adilson não conseguiu administrar e conviver exatamente com o seu próprio partido, o PMDB. Ele o encurralou inclusive na Câmara. Então, Adilson pediu o boné do PMDB no meio do mandato para continuar prefeito sem as amarras de quem o fez prefeito. Foi ao PSB e PPS. Eles não existiam aqui. Levou os seus: egressos do PMDB. Receita pronta para o desastre: perdeu a reeleição de 2008. Foi, na verdade, o melhor cabo eleitoral para a volta de Zuchi nos novos oito anos que se findam neste 2016. O seu PMDB foi o algoz ferino. E exatamente com a ala que Adilson não soube administrar: Ivete Mafra Hammes (ex-secretária de saúde), Valter Morello (seu ex-chefe da campanha vencedora e chefe de gabinete), Celso Oliveira e outros. Nunca disfarçaram. Nem se engoliram.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER IV
Fora do PMDB, fora do poder, sem emprego (apesar de ser médico veterinário) e ainda brigado com o ex-governador Luiz Henrique da Silveira, PMDB, a quem tinha como espelho político, Adilson que é genro do único prefeito do PMDB (na verdade ex MDB) a completar mandato em Gaspar no partido, Osvaldo Schneider, o Paca, o patrono do atual PMDB e candidatura de Kleber, apostou no escuro e venceu. Ou seja, na turbulência, vira e mexe, Adilson se sai melhor do que entrou para desespero dos seus pares e adversários.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER V
Empregou-se no governo estadual em Florianópolis provocando a ira dos peemedebistas gasparenses. Adilson tinha as costas quentes porque armou o jogo diferente do que se armava seus “correligionários” por aqui. Ele foi cabo de gente que não tinha voto por aqui e se saiu bem: do deputado estadual Aldo Schneider (que virou líder do governo), e do federal, Mauro Mariani (hoje presidente do PMDB, na luta para reergue-lo, depois do partido ficar nas mãos de ferro de Luiz Henrique). Resumindo: Adilson possui muitos defeitos e alguns deles são lendas criadas pelo próprio PMDB devido à sua conhecida e reiterada teimosia. E o PMDB cola defeitos para impedi-lo ser um político elegível. E por que? Porque teme que ele forme um grupo próprio e fragilize o que está minimamente organizado no poder. A outra parte dos falsos defeitos foi colocada pelo PT de Gaspar e que o PMDB a avalizou pelo silêncio e deixando-os às feras. Foi a forma que o PT encontrou (e encontra) para ter discurso e esconder as suas mazelas, sem exatamente bater no PMDB onde transita bem. Entretanto, Adilson com o seu jeito bronco é persistente, e às vezes até, inconveniente. E manobra com sorte nos bastidores.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER VI
E esta declaração de voto do ex-prefeito Adilson, “sem partido” em Kleber e Ciro, ambos do PMDB, é mais uma de suas manobras, bem como a prova de que o PMDB nunca saiu dele ou então que precisa de uma saída honrosa que ainda não teve. Na verdade, também, o PMDB não tinha muito espaço para refutar e censurar esta oferta de voto. Se correr, pode ter que enxugar lágrimas em dois de outubro. Se ficar e aceitar, terá que consolar as viúvas e assumir o risco. Ou o PMDB aceitava Adilson na sua campanha – depois de fazer acordo com tanta gente estranha para viabilizar Kleber na liderança – ou corria riscos, com o silêncio de Adilson e ele trabalhando por debaixo dos panos para outras candidaturas. Adilson quer voltar ao cenário político competitivo, repito: competitivo. É algo muito difícil, mas...

ADILSON NO GOVERNO KLEBER VII
Com o anúncio da semana passada, Adilson cumpre vários papéis necessários para o novo casamento. Primeiro com o seu sogro Paca, pratica a conciliação e a subserviência familiar. Segundo, estabelece-se com o PMDB de Gaspar, o qual não tem como resistir como já explicado anteriormente. Terceiro, pavimenta de forma diferente o seu futuro para voltar ao cenário político pela porta da frente e num partido grande, que dependendo do que fizer no cenário nacional, vai estar na crista da onda. Quarto: estará retornando ao PMDB por recomendação do próprio presidente do diretório estadual, seu hoje amigo, Mauro Mariani, que foi um dia escanteado pelo diretório de Gaspar por ser apoiado por Adilson. Quinto: é a chance viva de Adilson se empregar na sua cidade, com um papel importante na administração de Kleber Edson Wan Dall, se eleito. Kleber já anunciou a “volta” da secretaria da Agricultura, criada por Adilson, e extinta recentemente por Zuchi. Tudo encaixado no jogo.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER VIII
Se este é o jogo, se esta é a lua de mel de Adilson, se é o desejo do PMDB estadual, por que ela não é a lua de mel do PMDB de Gaspar? Kleber, por exemplo, ainda não agradeceu publicamente o apoio. E não se trata de ingratidão, mas de estratégia. Porque gente como o presidente do diretório local e coordenador da campanha, Carlos Roberto Pereira; porque como a vereadora licenciada por problemas médicos e ex-sua secretária de Saúde, Ivete Mafra Hammes; porque como seu ex-chefe de campanha e gabinete, Valter Morello; porque como o seu ex-vereador Celso Oliveira, como tantos outros, perceberam que esse movimento inesperado da volta de Adilson pode lhes tirar o espaço ou, no mínimo, lhes dá a sensação de que estão perdendo espaços a quem prometeram e queriam vê-lo morto e enterrado politicamente, em nome de uma suposta renovação e que Adilson já a representou um dia.

ADILSON NO GOVERNO DE KLEBER IX
E a renovação do diretório virá. Não com Adilson, mas com Delgio Roncaglio, a quem Ciro André Quintino, desconfia para quem verdadeiramente Adilson esteja trabalhando para ser vereador. Virá com o tempo de Michel Temer, se ele conseguir governar enquadrando gente como o Renan Calheiros, onde Adilson pode ocupar espaços mais “espaçosos” e Paca indicar com a ajuda de Mauro Mariani seus afilhados nas estâncias federais diante da estratégia e caminhos que estão se criando. Ou seja, este sempre foi o PMDB de Gaspar: com donos. O PMDB de Gaspar sempre perdeu para si próprio por fazer uma política muito local. Com o enfraquecimento do PMDB Blumenau – vergonhosamente quase morto depois de ser uma referência estadual -, o PMDB de Gaspar quer ocupar melhores fatias regionalmente. E Adilson manobra para que ele possa ser uma dessas fatias.

O PMDB E A CONSTITUIÇÃOI
O presidente Michel Temer, PMDB, é um político calejado e por isso hábil. Esta habilidade está sendo testada. Primeiro pelo ex-parceiro PT e pelos que gravitavam no aparelho de poder como o Partido Comunista, PDT e outros, bem como os que integram a esquerda como PSOL, PSTU, PCO, REDE, CUT, UNE, MST, MTST e outros. O PMDB é dado como o PT, a mudar as leis para se beneficiar ou criar proteção aos seus. A incrível mudança na Constituição para proteger Dilma Vana Rousseff, PT, feita pelo lambuzado senador na Lava Jato e outras sacnagens, Renan Calheiros, deixou estarrecido brasileiros que ficaram certos de que as leis e a Justiça são feitas para punir pobres, pretos e pobres. Pois para os poderosos e políticos, sempre há um tempo de reescreve-la.


O PMDB E A CONSTITUIÇÃOII
Veja o que um leitor entendido me mandou. Acima, o que está na Constituição. É claro: perda de mandato COM a inabilitação. A este COM não cabe outra interpretação em lugar nenhum do mundo onde se fale e a língua pátria seja o português. Mas, no Brasil, de políticos bandidos, isto é possível. Tudo articulado por dias seguidos, entre paredes, longe da imprensa e da sociedade, com o amparo, vejam só, com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowiski, indicado por Marisa Letícia, mulher do quase analfabeto, mas muito esperto, Luiz Inácio Lula da Silva, PT, o juiz que atenuou sempre as penas do mensalão petista. E o Supremo é a casa que preserva a Constituição. E para reforçar, abaixo outra ilustração de um enunciado, corrigindo uma prova da OAB onde erradamente este COM foi substituído inadvertidamente por um E.


O PMDB E A CONSTITUIÇÃO III
O PMDB que sempre foi gigolô do poder (oito anos com o PSDB e 13 anos com o PT), que tome cuidado. Está na hora de governar ou vai ser engolido pela sua esperteza. As manifestações deste final de semana foram sinais claros de que ali na rua não estavam exatamente os trabalhadores movimentados pelas centrais sindicais a base de sanduíche de mortadela. Havia muita gente branca, professores, servidores públicos e principalmente comissionados, artistas, jornalistas que sabem que vão perder a boquinha que a corrupção do PT, Partido Comunista e outros permitiram a criação de uma elite do ócio, pagas com o dinheiro dos pesados impostos de todos os brasileiros, e que faltam à saúde pública, educação, segurança e obras. O PMDB perdeu o jeito de governar ficando tanto tempo fora da gestão e exercendo a chantagem, que poderá ser surpreendido pelo que se arma por ai. Vai conseguir unir a esquerda encardida, com os conservadores que querem mudanças e o fim do roubo institucionalizado. Wake up, Brazil!

O QUE ELES DIZEM I
No dia 29 de agosto, os quatro candidatos a prefeito de Gaspar foram sabatinados, mais uma vez, pela TV Gaspar – um sistema de vídeo pela internet. Desta vez com a participação da Ampe e da Acig, duas entidades de representação do segmento empresarial de Gaspar. Vale a pena assistir os arquivos de áudio e vídeo que estão disponíveis no site da “emissora”. O primeiro entrevistado foi Marcelo de Souza Brick, PSD, PSB e Partido Comunista do Brasil e PPL. Ele deixou transparecer – mais uma vez -que tudo parece ser fácil demais, uma brincadeira, esse negócio de administrar uma cidade, ainda mais Gaspar, com todos os problemas que ela possui. Tudo superficial. Marcelo possui um discurso pronto para emocionar seus interlocutores. Agora, se perguntar a ele alguma coisa fora desse discurso pronto, é um Deus nos acuda. Marcelo deixa transparecer que até não conhece direito o seu “Plano de Governo”, o que apresentou na Justiça Eleitoral. E assim, tenta disfarçar e levar tudo no aparente bom humor. Beira à irresponsabilidade. A apresentadora Aline Franzoi foi demolidora na primeira pergunta que fez: “como o senhor vai fazer para cumprir a promessa de sair da 59ª posição do IDH em que se encontra o município para o 10º”? Brick enrolou e acabou confessando que isto não é possível, pois o plano, segundo ele, é para mais de quatro anos do seu governo. Vai assentar as bases. E assim foi com a saúde pública onde passa por levar exames às empresas, ou foi sobre a pergunta dos representantes empresarias sobre à atração de novos empreendimentos, cuja solução, segundo Brick está nos cafés da manhã que fará com os empresários todas as semanas. Ou seja, se eleito, tudo vai ser fácil e uma grande festa.

O QUE ELES DIZEM II
Já Kleber Edson Wan Dall, PMDB, PP, PT, PSC, PSDC demonstra conhecer bem o seu Plano de Gestão e a cada resposta tradicional invoca o documento. É firme e convincente. Afinal, é candidato pela segunda vez, foi vereador, tem uma equipe bem paga para orientá-lo. Mas, duas perguntas da entrevistadora Aline Franzoi o deixaram meio sem chão. Mostrou que entre a peça de propaganda feita para gente que não questiona e a realidade, há uma distância muito grande. Ela ludibria eleitores, gera muitas dúvidas. “O senhor escreveu que se eleito vai revisar o Plano de Cargos e Salários dos Funcionários. Como o senhor vai revisar algo que não existe”? Desconsertado, o candidato Kleber falou que o tal Plano existe, mas só para os professores. A outra pegadinha foi mais difícil de responder: “o senhor escreveu que se eleito vai padronizar as calçadas. Como vai fazer isso se as calçadas são de responsabilidade dos proprietários e a prefeitura está impedida de executar obras ou melhorias nos bens de particulares”? Kleber disse que pretende resolver com Projetos de Lei. Ou seja, tudo estará nas mãos dos vereadores para resolverem este delicado assunto e assim estará com as mãos lavadas. Um outro assunto que ficou mal explicado é o tal alvará provisório que quer dar em 24 horas para a abertura de empresas em Gaspar – e que hoje pode demorar vergonhosamente até quatro meses. Como reverter o provisório isso se houver impedimento legais na documentação posterior, não explicou. Assim como não sabe exatamente fazer com o Hospital que antes da intervenção política do PT. Era o seu grupo que o administrava e isso é tido como uma retaliação. O PT quando interviu acusou de se mal administrado, de haver roubos etc e até hoje não conseguiu solução e não apontar os “ladrões”. Já para funcionar melhor os postos de saúde, disse que vai contratar mais profissionais.

O QUE ELES DIZEM III
Aline também colocou uma casca de banana para Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, DEM, escorregar. De longe, ela é a mais articulada e diferente de todos os candidatos. É só conferir a gravação se alguém acha esta afirmação exagerada. Andreia, a professora, escapou do escorregão. A casca foi posta exatamente na área de melhor domínio da candidata: a educação. “A senhora escreveu vai valorizar os profissionais da educação, mas como vai fazer isso se há limites de gastos pela Lei da Responsabilidade Fiscal”. Andreia explicou que não vai ampliar custos financeiros diretos na folha, mas fazer uma gestão dos recursos para melhor resultado, no atendimento à saúde dos profissionais, no reconhecimento e principalmente na capacitação. Nas perguntas dos empresários falou em enxugar a máquina. Faltou explicar que isso só será possível no que tange aos cargos comissionados, pois nos concursados há estabilidade. Outra. Garantiu que por ter a coligação apenas dois partidos, está livre para compor um secretariado técnico e prioritariamente, aproveitando os próprios servidores capacitados em cargos de direção. “A minha prioridade, se eleita, é técnica numa administração transparente e com diálogo com a sociedade”. Numa pergunta do internauta, ela garantiu a implantação de um centro de zoonoses, programas de vacinação e castração de animais para diminuir a população abandonada. A outra novidade, na área de mobilidade urbana defendida pela candidata é a implantação de uma malha cicloviária.

O QUE ELES DIZEM IV
Não é marcação, não. Está lá no site o vídeo e o áudio para serem conferidos por quem tiver paciência, estômago e tempo. O candidato do Lovídio Carlos Bertoldi, PT, PDT, PR, PRB, PPS, foi criado durante quase oito anos para ser candidato do PT. Ele não domina o palco, nem mesmo naquilo que tem autoridade, como ex-presidente do Samae e ex-secretário de Obras e Serviços Urbanos. E quando ele faz contas, como no caso em que foi perguntado sobre as creches, lembra muito a sua guru afastada do poder pelo recente impeachment, Dilma Vana Rousseff: é uma confusão só. Aline Franzoi, como fez com todos os candidatos, também atravessou uma casca de banana logo no início da entrevista. E ele escorregou. É que o plano de governo que Lovídio mandou à Justiça, preguiçosamente, só há a reurbanização da Rua Itajaí para o governo de Lovídio, segundo ela, como melhoria da mobilidade urbana. Refeito do susto, Lovídio preferiu dizer que o verdadeiro plano não foi registrado pelo PT na Justiça (?). Segundo Lovídio, o plano é muito mais completo, será melhorado se eleito e com a participação do povo. Voltou com a ladainha das ruas asfaltadas que agora subiu de 300 e já são 340 no “governo Celso”. Mencionou a ponte do Vale – que não ainda não foi entregue - como um ganho real para a mobilidade urbana, mas que o Contorno será continuação dessa mobilidade, “mas isto será de total responsabilidade do governo do estado”. Ou seja, lavou as mãos.

O QUE ELES DIZEM IV
Definitivamente ser pressionado, entrevistado, sabatinado e participar do debate não é um ambiente de conforto para o candidato petista. E não é de hoje. Perguntado se estava disposto a fazer uma PPP e poderia citar uma intenção de realiza-la, Lovídio preferiu a presepada de que ela não está clara juridicamente no plano nacional e estadual (?). Não deu exemplos de como a usaria por aqui, motivo da pergunta, mas deixou transparecer que seria no saneamento, que não saiu do papel, apesar de “estar tudo assinado”, menos na Caixa, que não tem dinheiro. Sempre ela, a culpada. Em Blumenau, este assunto se resolveu rapidamente com a iniciativa privada, sobre o bombardeio do PT de lá e que manda no daqui. E as contas das creches? O déficit era de 1.100 quando o “prefeito Celso assumiu”. E foi tudo resolvido para crianças de quatro a sete anos, mas faltam umas 500 e 600 vagas de um a quatro anos. Sobre ter creches 12 meses por ano, como pediram os empresários, os que vão pagar esta conta com mais impostos, nada falou. E sobre o Hospital? Não disse exatamente o que fará. Mas garantiu que o PT e o “prefeito Celso” são os que abrem e o outro lado (o PMDB), é o que sempre fecha. Mentiu. Mais uma vez. E nessa mentira sou testemunha dos fatos. Outra. Neste ponto citou o seu vice, o médico Odilon Áscoli, para ajudar a dar solução. Só para lembrar e está gravado, há muitos anos, Odilon foi à rádio e anunciou como representante da Unimed, ela abriria um Hospital Dia aqui e ele poderia substituir em parte o Hospital de Gaspar que estava fechando. O terreno foi vendido e a Unimed desistiu do projeto.

O QUE ELES DIZEM V
Mais duas cascas de bananas que deixaram exposto, afinal deve se dar o desconto: Lovídio é vidraça, carrega três pecados mortais: o primeiro é a sua dificuldade de expressão clara e objetiva diante dos fatos e do inusitado; o segundo é que tem que defender o natural desgaste de oito anos de poder seguido do PT por aqui; e o terceiro, para complicar tudo, o seu partido está nacionalmente metido num ambiente evidente de falta de credibilidade e não pode dar lições aos outros e se mostrar competente. Sobre a revisão Plano Diretor que se arrasta há anos, diz que agora algumas partes vão ser aprovadas na Câmara porque tudo foi discutido com a sociedade. Todos sabem em Gaspar, inclusive a estrela e o vermelho do PT que saiu da propaganda oficial, que foi exatamente por não cumprir o que rege o Estatuto das Cidades, por não se discutir com sociedade previamente, por ter sido a revisão feita em gabinetes, que este trabalho encontra dificuldades para ser homologado. Ou seja, o PT é quem dá chances ao azar e faz imposições. E para fechar: um internauta perguntou se neste momento de crise, se eleito, Lovídio não proporia a diminuição do seu salário. Lovídio foi sincero: “não sou demagogo para prometer tal coisa. Ademais isto dependeria da Câmara”. Entretanto, Lovídio pensa que o salário justo, pois o prefeito é pago para trabalhar 24 horas. (que coisa! Sofrendo por antecipação? Será sacrifício ser prefeito?). Hoje o prefeito de Gaspar é um dos mais altos salários do estado, superando inclusive municípios maiores e mais complexos. O prefeito ganha R$22.127,40 e o vice R$10.212,64.

TRAPICHE

O candidato Marcelo de Souza Brick, PSD, agora evita declarar o seu estado civil. É apenas pai de um filho. Ele também evita comparar e alardear feitos da administração de Daniel Christian Bosi do seu PSD, de Ilhota. Remete aos feitos do PSD de Rio do Sul e que poucos conhecem por aqui.

Como funciona o aparelhamento do PT nas entidades empresariais de Gaspar (e faz tempo). Na sabatina da TV Gaspar, Ampe e Acig, era impróprio pelas regras, que candidato e assessores acompanhassem em tempo real os adversários. Pois o PT teve o tempo todo o seu advogado - ele assina as peças na Justiça Eleitoral -, Rodrigo Fontes Schramm, constrangendo os candidatos com a sua presença, disfarçado de conselheiro das entidades.

Há candidato a prefeito de Gaspar que não sabe o que significa e não tem a noção do que seja “ao encontro de...” e “de encontro de...”. Pior, troca Câmara (a de vereadores) por câmera (a que o focaliza durante o discurso).

Civilidade. O candidato a prefeito pelo PT, Lovídio Carlos Bertoldi, disse na sabatina da TV Gaspar que os quase oito anos de convivência na administração com o “prefeito Celso”, ensinou-lhe e ele aprendeu “a respeitar mais as pessoas”. Que confissão é essa? Eu, heim!

Em tempos de rede social massificada, de conhecimento e interesses antagônicos, os candidatos pouco claros nos seus programas, ficam expostos. E da semana passada até agora, uma proposta do candidato vereador Marcelo de Souza Brick, da coligação PSD, PSB, PPL e Partido Comunista do Brasil rendeu um fafafá sem fim. Como pipoca pulando na frigideira, sua assessoria da área de educação tenta esclarecer.

E por que “pegou” esse assunto? Não foi pela demagogia e nem pela falta de explicação como isso será possível concretizar com caixa da prefeitura zerado e arrecadação em baixa, fato que impede a contratação de professores, ampliação das vagas e até a realização da promessa. Mas, pela incoerência e displicência técnica.

No seu Plano de Governo, Brick afirma que irá dar creche, desde cedo até tarde da noite os 12 meses do ano, além de período integral da 1ª a 7ª série. E para complicar, a professora que fez este plano para o candidato saiu nas redes em sua defesa. Afirmou se tratar apenas de um erro de digitação ao se compilar a proposta para efeitos de propaganda eleitoral, a proposta original. Acusou adversários de estarem fazendo tempestade em copo d’água. E os adversários foram conferir. O original que está na Justiça Eleitoral promete a mesma coisa. É ruim, heim!

O que “pega”? O desconhecimento técnico e a remediação irresponsável. Educação Infantil, na Lei de Diretrizes Básicas da Educação e onde se inclui as creches, é de zero a cinco anos (de zero a três para as creches e de quatro a cinco anos para a pré-escola).

Da primeira a sétima série é “invencionice” de quem não conhece o que se pratica, o que exige a lei e atende apenas à propaganda para leigos, analfabetos, desinformados e ignorantes. Ou seja, vai governar mal assessorado, ou com plano que não cumpre as exigências básicas. Simples assim.

Os que questionam a proposta do candidato, afora este desalinhamento com o Plano Nacional de Educação e a Lei 11.274, demonstram a complexidade da proposta. Ela seria impossível de se cumprir no curto prazo: seja por falta de recursos (há uma moratória Federal de repasses de dois anos aos municípios), seja na impossibilidade de contratação de mão-de-obra especializada à curto prazo; seja por falta de locais para abrigar essas creches e ensino em tempo integral.

Outra crítica que apareceu muito nas manifestações das redes, é o assistencialismo, transformando a escola, “depósito de crianças”, diminuindo a responsabilidade dos pais na educação, socialização e transmissão de valores para seus filhos no âmbito familiar.

Nunca um assunto, aparentemente sem importância, despertou tanto interesse às vésperas das eleições. Isso mostra que ele não é fácil de ser resolvido e não o será por ideias simplistas ou demagógicas que se trilhará à solução. Uma parte dos críticos nas redes, avaliou que Gaspar antes criar inovações impossíveis de serem atingidas no curto prazo devido às limitações de recursos, devia era melhorar o que não está funcionando nesta área na administração petista.

E esses críticos apontam que Gaspar está entre os piores municípios da região em gestão dos recursos públicos. Até Ilhota fica à frente, para não falar em Brusque e Blumenau. Segundo a publicação da Folha de S. Paulo, neste quesito Gaspar é 3.656º município e Blumenau o 593º (Ilhota é 1.010º). Ou seja, a eficiência de Gaspar é 0,412 nesta medida; já Blumenau 0,532. Hoje em Gaspar 26% das receitas vão para a educação (alto, pois Blumenau é de 23%). Em contrapartida, o índice de servidores é alto em Gaspar. Gasta-se mais, compromete-se mais as receitas: 2,8 por 100 (Blumenau, 2,2 por 100).

Resumindo. Ser candidato a prefeito nos tempos de exigências, escassez, dificuldades e com fiscalização pelas redes sociais é algo muito difícil. O candidato precisa de assessoramento, conhecimento e capacidade de fazer escolhas também difíceis. E em Gaspar, têm candidatos que ainda não perceberam que o mundo exterior ao seu grupo de poder está cobrando aquilo que antes era fácil de se esconder, empurrar com a barriga pela falta de transparência e a ignorância alheia. Acorda, Gaspar!

Só no mural de domingo à noite, a Justiça Eleitoral declarou e publicou oficialmente no seu mural que Andreia Symone Zimermann Nagel, PSDB; Kleber Edson Wan Dall, PMDB, e Marcelo de Souza Brick, PSD, são candidatos a prefeito de Gaspar.

 

Edição 1766

Comentários

Despetralhado
08/09/2016 20:20
Oi, Herculano;

Para o TORRES JUNIOR é facil falar e até se vangloriar quando se faz parte do governo.
O difícil é convencer as pessoas que não fazem parte dele acreditar em tudo o que dizem.
Sujiro Fuji
08/09/2016 20:15
A gangue PCC, ôps! PT, explodiu a economia do Brasil, desempregou milhões de trabalhadores, acobertaram falcatruas e ainda querem passar por caridosos.
Cai fora, Torres.
Tás fazendo papel de marmita de bandido.
Herculano
08/09/2016 20:04
A COLUNA DESTA SEXTA-FEIRA JÁ ESTÁ PRONTA

A coluna Olhando a Maré da edição impressa das sextas-feiras do jornal Cruzeiro do Vale, está editada, e já está sendo rodada para ser distribuída aos assinantes.

Uma coluna, que é referência na política de Gaspar e Ilhota, com os mesmos fatos que estão disponíveis para todos. Mas, só aqui é que essas informações se tornam públicas oficialmente. Acorda, Gaspar!
Pagando Brabo
08/09/2016 19:48
E não podemos esquecer do escandalo do lixo, e da CPI dos cemiterios, que fez com que o procurador do municipio pedisse o chapeu,e qe tem gente grande até hoje enrolado
Mariazinha Beata
08/09/2016 19:25
Seu Herculano;

NADA MUDOU
Dias antes do impeachment, o posudo ex-ministro Aloizio Mercadante foi visto em Brasília na sala de espera de uma podóloga, na Asa Sul. Usando chinelos, cabisbaixo, mas sempre arrogante, nem respondeu ao "boa tarde" de uma cliente, que aliás o achou muito "mal arrumado".
Coluna do Cláudio Humberto

O senhor já viu um petista elegante e educado?
Se sim, por favor me apresenta.
Deve ser igual a cabeça de bacalhau.
Bye, bye!
Herculano
08/09/2016 13:19
LAVA JATO NO STF AFIRMA QUE LULA TENTA "EMBARAÇAR APURAÇÕES"

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gabriel Mascarenhas, da sucursal de Brasilia. O relator dos processos relacionados à Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki negou o pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que se retire do juiz Sergio Moro os inquéritos abertos para investigar o petista.

Em despacho assinado na terça (6), disponibilizado no sistema do Supremo nesta quinta-feira, Teori afirma que o recurso apresentado por Lula "constitui mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações".

Os advogados argumentam que não cabe à 13ª Vara Federal em Curitiba, da qual Moro é o juiz titular, a tramitação dos procedimentos envolvendo Lula. Dizem que há investigações idênticas correndo no STF e, por isso, deveriam ficar a cargo, exclusivamente, da instância superior.

Um dos pontos da representação do ex-presidente cita a decisão em que Sergio Moro se refere a Lula como suspeito de ser "arquiteto do esquema criminoso que vitimou a Petrobras". Para a defesa, a tese é exatamente a mesma da PGR (Procuradoria-geral da República), braço do Ministério Público Federal que atua no STF.

"Nesse contexto, é importante destacar que esta Corte possui amplo conhecimento dos processos (inquéritos e ações penais) que buscam investigar supostos crimes praticados no âmbito da Petrobras, com seus contornos e suas limitações, de modo que os argumentos agora trazidos nesta reclamação constitui mais uma das diversas tentativas da defesa de embaraçar as apurações", diz Teori.

O ministro negou a reclamação de que Moro teria usurpado a competência do Supremo e afirmou que nos inquéritos sob a responsabilidade da primeira instância ainda não há a delimitação dos fatos apurados, o que só ocorre se houver oferecimento da denúncia.

"São prematuras as alegações de que a suposta ocultação de patrimônio pelo investigado e os supostos recebimentos de benesses das empreiteiras[...] e outras não têm qualquer relação com o esquema criminoso que vitimou a Petrobras e que é objeto da Operação Lava Jato", considera o relator.

Na Justiça Federal em Curitiba, Lula é alvo de três inquéritos por suspeita de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Teori lembra, no despacho, que o ex-presidente já havia recorrido ao STF para questionar a decisão em que Moro deu publicidade às gravações de ligações telefônicas de autoridades com foro privilegiado, ou seja, que só podem ser investigadas no Supremo. Entre os diálogos divulgados, estava a conversa entre a então presidente Dilma Rousseff e Lula.

Para o ministro, porém, o petista busca "dar aos procedimentos investigatórios contornos de ilegalidade". "Apesar de esses argumentos serem objeto de análise naqueles autos, tal quadro revela a insistência do reclamante em dar aos procedimentos investigatórios contornos de ilegalidade, como se isso fosse a regra", escreveu.
Herculano
08/09/2016 13:14
AO TORRES JUNIOR

Você escreve: "Lamento que a mesma mídia equivocada e parcial ou ainda muitas vezes "luciferista" promova e incite tanto ódio contra, na maioria das vezes a um único partido político".

Que história é esta? Equivocada, parcial e do diabo, porque essa imprensa que você acusa não está a serviço de sua causa e da qual você se alimenta e para não perder a boquinha, deflagra a bandeira de queixas perante os seus.

É contra um único partido, o seu PT (mas poderia ser o PCdoB, o PDT, porque é ele que estava no poder, se vestia de ético, puro, diferente, mas mentia, roubava, corrompia, deixou 12 milhões de desempregados, quebrou a economia, aumentou a inflação, deixou pessoas nas filas e morrendo por falta atendimento público de saúde e ao mesmo tempo em que se mostrava defensor dos fracos,e aparelhou todas as instituições, a ponto do presidente do Supremo,interpretá-la contrária ao que está escrito para favorecer uma petista, a que você devota, Dilma Vana Rousseff.

Você escreve: "A boa mídia, ealmente esclarecedora, também divulga conquista e coisas boas". Desculpe-me: o que você chama de boa mídia é a que o PT compra (as vezes com migalhas), é a que é parte do governo e da causa, a que é constrangida, ameaçada e amedontrada e se dobra para não ter problemas?

"Infelizmente e na maioria das vezes se empenha em desmerecer uma das melhores adminsitrações Municipais que Gaspar já teve". Bom se isto é verdade, qual o medo, qual a reclamação? Ademais, foi farta a propaganda, as entrevistas nas rádios que não perguntava, pois ai delas se perguntassem. Então você chora de barriga cheia. Quer todos aplaudindo.

"Temos certeza que o povo gasparense é esclarecido, inteligente e acima de tudo tem o mais nobre sentimento de GRATIDÃO, e quer ver Gaspar continuar a crescer e ficar cada vez melhor". O esclarecido tenho certeza que sabe o desastre de que é a administração municipal para Gaspar. O PT torce pela maioria de analfabetos,ignorantes, desinformados, amendontrados e a força dos fanáticos para virar o jogo que parece não estar tão bem assim a favor do PT e exigirá que se explique e implorem.

E você encerra o queixume: "Inclusive, por saber que o município de Gaspar está com bom resultado financeiro; as obras nunca pararam; continuam a todo vapor; e logo logo, estarão também, onde ainda não chegaram". Até nisso você não consegue ser sincero, mais uma vez: bom resultado financeiro, mas não é capaz dar transparência aos números e pedaladas; chegaram até usar indevidamente as verbas da Ditran para compar o caixa; obras? Existem muitas mal feitas e outras necessárias ou prometidas, como a urbanização do loteamento das casinhas de plástico, a Arena Multiuso, a Madre Paulina, as alças da Ponte do Vale, a reurbanização da Rua Itajaí, a drenagem do Bela Vista...

Realmente este é um partido de uma administração do amor, tanto é que, publicamente me chamam de ladrão, corrupto e homossexual para me constranger, intimidar, humilhar e calar. E se isto não fosse muito, o ato de amor, tentam por a mão grande sobre o meu patrimônio. Então quem é mesmo que pode falar de ódio, parcialidade e demônio? O povo brasileiro já sabe quem é o PT e os lobos disfarçados de cordeiro que estão neles para defenderem os interesses inconfessáveis. Gaspar, também precisa saber. Acorda, Gaspar!
Sidnei Luis Reinert
08/09/2016 13:09
Olavo de Carvalho - Estado x Empresas x Empregados
XVIII Fórum da Liberdade 2005

Vídeo antigo mas super atual!

OLAVO TEM RAZÃO.
Sidnei Luis Reinert
08/09/2016 12:27
Cachorradas à vista - contra Temer e pró-Dilma


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Entre vaias e aplausos, ainda dando pouca bola para protestos "Fora, Temer" promovidos pela Petelândia, o Presidente Michel Temer enviará ao Congresso Nacional, até 30 de setembro, a reforma da Previdência que vai incendiar, fatalmente, o debate sobre a gastança pública no Brasil. O ato exigirá o maior teste de confiança de mesma base aliada que traiu Dilma Rousseff - uma presidenta que não foi boa nem pra cachorro, agora acusada de deixar pra trás, no Palácio da Alvorada, o famoso Nego, aquele labrador que ganhou do "amigo" José Dirceu de Oliveira - que leva vida de cão na cadeia...

Todo mundo sabe que Dilma foi "uma presidenta ruim pra cachorro". No entanto, oficialmente, a versão para não levar o Nego para Porto Alegre é a idade avançada (14 anos) e o estádo frágil de saúde do animal. Um ex-assessor de Dilma se comprometeu a cuidar do cão. Dilma só levou para o exílio sulista o cadela Fafá - uma dachshund que achou na rua, abandonada. Agora, a Presidência só deve ser boa para um cachorro que reinará no quintalzão do Palácio da Alvorada: o Thor - Golden Retriever do Michelzinho, filho do homem...

Em meio às cachorradas da politicagem, Temer só tem osso duro de roer pela frente. Em meio à campanha eleitoral nos municípios, o Presidente terá de convencer seus deputados e senadores - mais preocupados em eleger prefeitos e vereadores - a destravarem a pauta do Congresso Nacional, mesmo com baixa presença. Três missões, complicadíssimas, serão provas de fogo imediatas. Qualquer derrota pode ser temerária para a sustentabilidade da relação nada estável entre o marido da bela Marcela e o povo que não votou nele.

A primeira complicação é aprovar o projeto de renegociação das dívidas dos estados. A segunda - que afeta a complicada relação com os rebeldes tucanos - é travar e postergar o reajuste salarial do Supremo Tribunal Federal, que tem efeito cascata para o resto do funcionalismo pública da União, Estados e municípios, aumentando a despesa pública corrente. A terceira é fingir que não terá qualquer interferência no processo de cassação - ou perdão - do poderoso Eduardo Cunha.

O deus mercado, que não perdoou Dilma, promete ficar satisfeito com Temer se ele conseguir, pelo menos, convencer a base amestrada a Proposta de Emenda à Constituição que limita o aumento de gastos à inflação do ano anterior. Assessores de banqueiros já admitem que tal missão é mais importante que a reforma da Previdência que, na avaliação dos rentistas, pode até ficar para 2017, quando a poeira baixar e Temer estiver menos pressionado e impopular.

Por falar em impopular, Dilma pode ter até "abandonado" o Nego, mas não será abandonada pelo Supremo Tribunal Federal. A maioria dos ministros deverá decidir que não se deve mexer na decisão soberana do Senado de fatiar o julgamento do impeachment, condenando Dilma por crime de responsabilidade, porém preservando seus direitos políticos intactos. Antes de uma decisão final do STF, os ministros Rosa Weber e Teori Zavascki devem derrubar 11 mandados de segurança e um habeas corpus contra o fatiamento do "impedimento-pizza".

Os cães ladram... E a caravana de otários paga a conta... Assim segue o Brasil do regramento excessivo com impunidade, esperando que peixes grandes da politicagem sejam punidos nos grandes crimes por corrupção...
Sidnei Luis Reinert
08/09/2016 12:26
Preso, ex-senador Luiz Estevão estima que, "de cada 100 caras em brasília, 90 são bandidos":

"Nesta cidade (Brasília), de cada 100 caras, 90 são bandidos. E vivem de bandidagem, p. e sacanagem. Vivem roubando, tomando dinheiro, cobrando comissão, entendeu? Fazendo negócio fajuto com o governo local, com o governo federal."

http://www.oantagonista.com/posts/bandidagem-putaria-e-sacanagem
TORRES JUNIOR
08/09/2016 12:06
Lamento que a mesma mídia equivocada e parcial ou ainda muitas vezes "luciferista" promova e incite tanto ódio contra, na maioria das vezes a um único partido político. A boa mídia, ealmente esclarecedora, também divulga conquista e coisas boas. Infelizmente e na maioria das vezes se empenha em desmerecer uma das melhores adminsitrações Municipais que Gaspar já teve. Temos certeza que o povo gasparense é esclarecido, inteligente e acima de tudo tem o mais nobre sentimento de GRATIDÃO, e quer ver Gaspar continuar a crescer e ficar cada vez melhor. Inclusive, por saber que o município de Gaspar está com bom resultado financeiro; as obras nunca pararam; continuam a todo vapor; e logo logo, estarão também, onde ainda não chegaram.
Herculano
08/09/2016 08:33
da série: o que o PT com Dilma insistia no poder humilhar os brasileiros em parceria com o PMDB, PCdoB, PDT, PP, PSD, PR, PRB,PTB e outros. O que o impeachment livrou os brasileiros, mas os políticos sócios do PT - a exceção do PCdoB e PDT e daí a gritaria - continuam no novo poder. Ou seja, possuem capacidade para reverter o quadro?

MADURO ENCURRALADO, editorial do jornal Folha de S.Paulo

No Brasil, a crise resultou em contração do PIB de 3,8% em 2015, e se espera queda de 3,5% neste ano. Isso contribuiu para remover Dilma Rousseff (PT) do poder, na forma da lei e de modo relativamente pacífico. Já a Venezuela não deve seguir o mesmo roteiro, embora os protestos dos últimos dias tenham ocorrido sem distúrbios.

Ali, a economia encolheu 10% em 2015 e deve diminuir mais 8% neste 2016, mas não há sinais de que o presidente Nicolás Maduro esteja prestes a perder o cargo. A inflação deve bater em 720% neste ano, e o deficit fiscal, em 20%.

Mais que abstrações, esses números se traduzem em pobreza crescente e desabastecimento generalizado, que se fizeram acompanhar do aumento na violência. Só no ano passado, os salários reais caíram em torno de 35%.

A redução da miséria, uma das principais bandeiras do chavismo, virou história. Estima-se que 76% da população esteja abaixo da linha da pobreza hoje, contra 55% em 1998, antes de o socialismo bolivariano entrar em cena.

Além de itens básicos de higiene e alimentação, já não se encontram remédios no comércio. Água e eletricidade também são um problema, o que obrigou o governo a encurtar a semana do funcionalismo público para dois dias. Boa parte das companhias aéreas deixou de operar no país, pela dificuldade de comprar combustível.

É verdade que a queda do preço do petróleo contribuiu para o colapso, mas o maior responsável por ele foi o populismo econômico. Nos anos de bonança, Chávez distribuiu riqueza dentro e fora da Venezuela, mas nada fez para tornar a economia menos dependente da commodity. Para piorar, o aparelhamento da PDVSA, estatal de petróleo, a transformou num poço de ineficiência.

Como a resposta do governo à inflação que disparava foi controlar preços e taxa de câmbio, chegou uma hora em que empresas não conseguiam mais produzir ?"daí mais desabastecimento e inflação.

Maduro aferra-se a um discurso delirante que atribui o descalabro à "guerra econômica" por empresários desleais e potências estrangeiras. A população deu à oposição eloquente vitória no pleito parlamentar de dezembro.

O mandato de Maduro vai até 2019, e o chavismo foi hábil em aparelhar estruturas de Estado. O presidente vem conseguindo frustrar as iniciativas legais da oposição para reduzir-lhe o poder e o mandato, como um referendo popular.

Maduro não parece disposto a ceder, e não se podem descartar desfechos violentos para a crise
Herculano
08/09/2016 08:24
AS ELITES DO GOVERNO, editorial do jornal GAzeta do Povo, Curitiba

Não se questiona o direito dos funcionários públicos de lutar por reajustes, mas o governo age de forma irresponsável ao conceder aumentos como se tudo estivesse bem.

A palavra "elite" - que nos dicionários significa "o que é mais valorizado e de melhor qualidade" - entrou para o imaginário popular pela boca de Lula e do PT com conotação negativa, em referência a grupos sociais detentores de privilégios e vantagens. É uma contrafação semântica, que serve a interesses eleitorais, mas não à realidade dos fatos. No sentido original da palavra, os atletas que ganharam medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro são a elite de seus respectivos esportes ?" ou seja, são os melhores.

Considerando a distribuição da renda nacional por classe, os ganhos salariais, a estabilidade do emprego e o valor das aposentadorias, as elites ?" no sentido dado por Lula e o PT ?" estão fortemente presentes em alguns segmentos do setor público. Segundo o IBGE, o desemprego atinge atualmente 11,5 milhões de pessoas, contra 5,1 milhões no fim de 2014. Sobre a cabeça de todo brasileiro que trabalha no setor privado paira a ameaça do desemprego, como provam os 6,4 milhões de pessoas que perderam o emprego nos últimos 18 meses e foram se juntar aos 5,1 milhões que já estavam sem trabalho um ano e meio atrás.

Os trabalhadores que perderam seu emprego ou são obrigados a aceitar recolocação com salários menores, pois a lei da oferta e da procura é implacável, ou passam a amargar a angústia do salário zero e as consequências dessa que é uma tragédia social: o desemprego prolongado. Ademais, aqueles que estão na faixa de salários mais altos têm de enfrentar as agruras de brutal queda de renda quando se aposentam, em face do teto do INSS.

Nos momentos de crise aguda em que também a receita tributária do governo despenca, os funcionários públicos ?" especialmente aqueles que já recebem vencimentos bem acima da média de mercado ?" poderiam dar um mínimo de contribuição para evitar a falência financeira do governo e ajudar o país a sair da crise. Mas, infelizmente, Executivos e Legislativos Brasil afora colaboram para que ocorra o contrário, concedendo ao funcionalismo mais aumentos salariais e benefícios.

No momento em que a meta do déficit primário do governo federal em 2017 (receitas menos gastos, antes do pagamento dos juros da dívida), em fase de aprovação no Congresso Nacional, é anunciada em R$ 139 bilhões, uma avalanche de aumentos salariais é concedida a funcionários públicos como se o Tesouro Nacional não estivesse quebrado. Apenas os aumentos já sancionados pelo presidente da República para militares e mais 40 categorias do Executivo e do Legislativo devem custar R$ 69 bilhões de 2016 a 2018, além de mais R$ 22 bilhões em aumentos dados ao Poder Judiciário e Ministério Público. E ainda está no Senado o reajuste dos ministros do Supremo Tribunal Federal, que terá efeito cascata em todo o país.

Buscar aumentos salariais é um direito legítimo de qualquer trabalhador, seja do setor público ou privado. E é preciso reconhecer que há categorias do funcionalismo público que têm aguardado por um reajuste há alguns anos. Não é isso que está em questão, e sim a irresponsabilidade de um governo que, sem dinheiro em caixa, concede aos funcionários públicos, que já não correm o risco do desemprego, aumentos de seus ganhos como se tudo estivesse bem, enquanto o trabalhador privado paga pela recessão com demissões, redução de salários e aposentadorias insuficientes.

Um preço dessas medidas pode ser a incapacidade da economia em sair da recessão por causa da explosão dos déficits públicos e do descontrole da dívida do governo, situação que pode ter outro efeito deletério para a sociedade: a volta da inflação.
Herculano
08/09/2016 08:22
Da série: como aconteceu no mensalão, o PT já tem o juiz para absolver os petistas no petróleo, nem que para isso, seja preciso interpretar de forma diversa texto claro da Constituição como aconteceu no impeachment de Dilma Vana Rousseff

LEWANDOWSKI PASSARÁ A SE OCUPAR DE LAVA JATO, por Josias de Souza

Na próxima segunda-feira (12), Ricardo Lewandowski entregará à colega Cármen Lucia o trono de presidente do Supremo Tribunal Federal. Com a ascensão da ministra, abre-se na segunda turma da Corte uma vaga. Respeitado o regimento interno do tribunal, ela deve ser ocupada por Lewandowski.

É na segunda turma que correm os processos relacionados à Operação Lava Jato. Significa dizer que, depois de referendar a manobra que resultou no impeachment meia-sola de Dilma - deposição sem inabilitação- Lewandowski colocará toda a ciência do seu Direito a serviço da operação que levou à janela os glúteos da oligarquia política e empresarial do país. Vêm aí fortes emoções.
Herculano
08/09/2016 08:18
CORRUPÇÃO MIÚDA, ROUBO GRAÚDO, por Carlos Alberto Sardenberg, para o jornal O Globo

No governo em geral e nas estatais, soma de roubo e incompetência resulta do aparelhamento promovido nas gestões de Lula e Dilma

Havia desde muito uma desconfiança de que era exagerado o gasto do INSS com auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. A direção do órgão resolveu fazer um teste em Jundiaí, cidade no interior de São Paulo. Resultado: metade desses benefícios foi cancelada. Os beneficiários podiam, sim, trabalhar. Estavam apenas "encostados na caixa", como se dizia antigamente.

Essa notícia saiu no mesmo dia em que a Polícia Federal e o Ministério Público desfechavam a Operação Greenfield, para apurar roubos nos quatro maiores fundos de pensão de estatais. Neste caso, há suspeita inicial de desvio de R$ 8 bilhões

Já no caso do INSS, parece dinheiro pequeno. Benefícios de um salário mínimo, dois, três mil reais mensais, se tanto.

Nos dois casos, porém, nos pequenos e nos grandes desvios de dinheiro público, a história tem a mesma origem: uma combinação de fraudes e má gestão. Foi assim também no caso da Petrobras e das demais estatais quebradas, como a Eletrobras: roubo e pouco caso com o dinheiro dos outros.

A gente até pode entender o dilema pessoal de um médico-perito do INSS, bem intencionado. Ele sabe que a pessoa pode trabalhar, mas, caramba, são apenas R$ 800, nada para o governo, uma baita ajuda para o beneficiário.

Mas, guardadas as proporções, enormes, e ainda no campo das boas intenções, é parecida a situação do gestor de um fundo de pensão que arrisca um bilhão de reais numa ação de rentabilidade duvidosa.

O que há por trás disso, antes de se falar em corrupção? A falta do "sentido da coisa pública". O cliente do INSS acha que não tem nada demais cavar um auxílio-doença. O médico, apressado, com uma fila enorme para atender, vacila, mas, vá lá.

O operador do mercado financeiro acha que não tem nada demais cavar um bilhãozinho com o colega gestor de um fundo estatal para turbinar uma ação de terceira. O gestor vacila ?" mas quem sabe dá certo, não é mesmo?

Está aí o ambiente perfeito para o desenvolvimento da corrupção. Se não tem responsabilidade pública, se a gestão é frouxa, se parece que ninguém está ligando a mínima, por que não botar a mão na grana de verdade? Tudo considerado, dá numa enorme subtração de dinheiro público.

O INSS gasta mensalmente pouco mais de R$ 1 bilhão com auxílio-doença pago há mais de dois anos e R$ 3,6 bilhões com aposentadoria por invalidez também por mais de dois anos. Ora, se metade disso está irregular, como se verificou em Jundiaí, pode-se chegar a uma economia de R$ 2,3 bilhões/mês. O déficit mensal do INSS, neste ano, está na casa dos R$ 10 bilhões, de maneira que seria expressivo o ganho com o cancelamento dos benefícios irregulares.

Na história dos grandes fundos de pensão (Petros, dos funcionários da Petrobras; Previ, do Banco do Brasil; Postalis, dos Correios; e Funcef, da Caixa), a fraude inicialmente estimada chega a R$ 8 bilhões. Mas o rombo dessas quatro instituições investigadas está em torno dos R$ 50 bilhões.

Aqui, como no governo em geral e nas estatais em particular, essa soma de roubo e incompetência resulta do aparelhamento promovido nas gestões de Lula e Dilma. E não apenas o aparelhamento do PT, mas a entrega de pedaços da administração para os partidos aliados e para os capitalistas amigos.

O discurso do PT sustenta que as elites deram um golpe para acabar com os direitos do povão. Mas a LavaJato e seus similares estão apanhando expressivos representantes das elites antes amigas e beneficiárias do governo. E não se pode dizer que cancelar benefícios irregulares seja tirar direitos.

Por outro lado, entende-se por que tanta gente quer melar as investigações. A corrupção espalhou-se dos pequenos aos grandes negócios.

Ainda nesta semana, no mesmo pacote da avacalhação nacional, o Tribunal de Contas da União encontrou indícios de irregularidades em um terço das doações feitas por pessoas físicas para as eleições de outubro. Casos mais frequentes: mortos e beneficiários do Bolsa Família doando dinheiro vivo.

Costuma-se dizer pelo interior, a respeito de empreitadas que acertam todas: cada enxadada, uma minhoca. Pode-se dizer na era tecnológica: cada cruzamento de dados, uma corrupção.

Por isso que não é nem pouco exagerada a proposta de legislação anticorrupção apresentada pelo Ministério Público. Exagerada foi a roubalheira.
Herculano
08/09/2016 08:16
O SANEAMENTO QUE AVANÇA, por Celso Ming, para o jornal O Estado de S.Paulo

A recuperação da Petrobrás está sendo encaminhada pela diretoria; depende agora de decisões do governo federal.

A Petrobrás deverá fechar nesta semana a venda de até 90% de participação de uma de suas malhas de gasodutos, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), para um fundo de capitais canadenses, o Brookfield. A operação deverá alcançar US$ 5,9 bilhões (cerca de R$ 19 bilhões), que faz parte de seu plano de venda de ativos.

A NTS tem grande interesse econômico na medida em que é por seus mais de 2,5 mil quilômetros de gasodutos que se escoa a maior parte da produção de gás natural do Brasil.

A meta deste ano é desfazer-se de US$ 15,1 bilhões. Já foram vendidas participações na Argentina e no Chile e 66% dos direitos à exploração e produção do Campo de Carcará à estatal norueguesa Statoil, por US$ 4,6 bilhões. A Petrobrás também negocia a venda de sua participação na Companhia Petroquímica de Pernambuco para a mexicana Alpek.

A novidade indica que está andando o programa de ajuste da Petrobrás cujo objetivo é tornar sustentável a dívida líquida de R$ 332,4 bilhões (balanço de 30 de junho), a maior de uma empresa no mundo. Nas próximas etapas deve ser negociada a transferência dos ativos da malha Nordeste de gasodutos (Nova Transportadora do Nordeste), da Transpetro e da BR Distribuidora.

A gritaria dos sindicatos e associações corporativas contra essas vendas deve aumentar. Protestam contra o que chamam de privatização fatiada da Petrobrás, mas até agora não se opuseram nem sequer protestaram contra a megaoperação de corrupção e de saques dos ativos da Petrobrás montada e mantida ao longo dos governos do PT.

O saneamento das finanças da Petrobrás começou com o reconhecimento de perdas (impairments) de R$ 44,6 bilhões no balanço de 2014, que se estenderam nos balanços seguintes . A diretoria vem reescalonando o vencimento de parcelas da dívida, colocou em marcha o seu programa de desenvestimento e está negociando um amplo programa de demissões voluntárias que alcança 12 mil funcionários.

A recuperação da Petrobrás começou com a administração de Aldemir Bendine em 2015 e se aprofunda agora com a de Pedro Parente, que está fazendo sua parte. Depende agora de decisões do governo federal.

O projeto de lei de autoria do então senador José Serra, que flexibiliza a exigência de que a Petrobrás entre com pelo menos 30% dos recursos de exploração de áreas do pré-sal e seja a única operadora, tem agora de passar pela Câmara. Por meio dele será possível amealhar mais capitais para a produção do pré-sal.

O governo terá, também, de agilizar o leilão de novas áreas e fechar negociação de projetos de unitização (que englobam jazidas que avançam para além das áreas sob concessão). Para deixar a Petrobrás em condições operacionais plenas, a União terá também de fechar definitivamente os contratos de cessão onerosa que darão as condições para produção nas áreas concedidas em 2010 por ocasião do aumento de capital da empresa.

A solução de problemas do setor de petróleo é a chave para a retomada do crescimento econômico e para o aumento do emprego. O governo Temer não pode vacilar nesse campo.

CONFIRA:

Bora e Fora
Se não é fácil emplacar o Bora Temer, também é tremendamente complicado o Fora Temer. No caso do Fora Temer, o que contaria seriam as Diretas Já, ou seja, a escolha de um presidente por eleição direta. Mas, para isso, seria necessário que, até o fim deste ano, fosse convocada eleição.

Com que instrumento?
São apenas dois os instrumentos disponíveis: o plebiscito, que exigiria aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), ou, ainda, outra PEC que decidisse a convocação de eleição direta. Uma PEC, já se sabe, teria tramitação complicada: aprovação pelas duas Casas do Congresso, em dois turnos, por 3/5 dos votos. Mais ainda, isso levaria tempo.

Indireta
Se for depois (a partir de janeiro), por dispositivo constitucional a eleição de um novo presidente teria de ser indireta pelos mesmos políticos que tiraram a Dilma. Mas, afinal, tanto contorcionismo político-eleitoral para escolher um novo presidente apenas para um mandato-tampão, de pouco mais um ano?
Herculano
08/09/2016 08:13
GASTOS COM CARTÕES SUBIRAM 46% NA ERA DILMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nos jornais brasileiros

A fatura dos cartões corporativos da Presidência subiu 46,3% enquanto Dilma comandou o País, em relação aos governos Lula. A média anual de gastos passou de R$ 12,7 milhões, entre 2003 e 2010, para R$ 18 milhões de 2011 até maio de 2016, quando o impeachment de Dilma foi aprovado no Senado. No total, Lula gastou R$ 102,3 milhões em 8 anos, contra R$ 95,9 milhões de Dilma em 5 anos e 5 meses.

TOTAL
Desde 2003, os governos Lula e Dilma gastaram mais de R$ 670 milhões com cartões corporativos. Tudo na conta do contribuinte.

TUDO SIGILOSO
Alegando garantia da "segurança da sociedade e do Estado", cerca de 95% dos gastos da Presidência são classificados como sigilosos.

TÍMIDO
No primeiro ano de mandato, em 2003, Lula gastou R$ 8,3 milhões em compras com cartões corporativos da Presidência.

AUMENTO NA SAIDEIRA
Em 2010, último ano do mandato, Lula gastou R$19 milhões. Só foi superado em 2014, por Dilma: R$21,2 milhões. Ambos anos eleitorais.

TEMER DEFINE RETOMADA DE 1.519 OBRAS INACABADAS
Tão logo desembarcou da viagem à China, onde participou de um seminário empresarial e da reunião dos países do G-20, o presidente Michel Temer comunicou ao círculo mais íntimo de assessores a decisão de viabilizar a retomada de um conjunto de 1.519 obras inacabadas de pequeno e médio portes. São obras que custam em média entre R$500 mil e R$10 milhões. No total, custarão R$1,9 bilhão.

PEQUENO PORTE
Levantamento oficial indicou que as obras inacabadas são de escolas, creches, pontes etc., que fazem muita falta às suas comunidades.

EMPREGOS E RENDA
Temer acha que estimular a construção civil gera empregos e renda, por isso decidiu investir na retomada de obras pequenas inacabadas.

SEM SAÍDA
Mesmo quando são paralisadas sob suspeita de irregularidades, ao serem retomadas as obras, frequentemente, ficam mais caras.

DEFESA IMPROVISADA
Muito irritado com a "dificuldade" para notificá-lo da cassação ?" "bastava me telefonar", disse ?" Eduardo Cunha decidiu ir à sessão de segunda-feira (12). Fará a própria defesa em discurso de improviso.

TAL QUAL
A frase "temos de tirar o olho do retrovisor", do senador tucano Aécio Neves (MG), parece ter sido ouvida de Michel Temer, que disse algo muito parecido há dias. Ou eles estão mais afinados do que se pensa.

NADA MUDOU
Dias antes do impeachment, o posudo ex-ministro Aloizio Mercadante foi visto em Brasília na sala de espera de uma podóloga, na Asa Sul. Usando chinelos, cabisbaixo, mas sempre arrogante, nem respondeu ao "boa tarde" de uma cliente, que aliás o achou muito "mal arrumado".

DEIXA ESTAR
Tucanos foram aconselhados por um ministro do Supremo Tribunal Federal a "não implicar" com o fatiamento do impeachment. É melhor ficar sem Dilma Rousseff, mesmo com a violência à Constituição.

INSANIDADE TEMPORÁRIA
Desabafo de um dos mais admirados embaixadores brasileiros: "o que me impressiona (e me deprime) é ver pessoas inteligentes, e com acesso à informação, continuarem a defender essa esparrela do PT".

RECIPROCIDADE É SOBERANIA
Em discussão na Câmara sobre o fim do visto para americanos, como querem o deputado Carlos Cadoca (PDT-PE) e americanófilos, o embaixador Ruy Nogueira matou a pau: "Reciprocidade é igual a virgindade. Não há 'meio-virgem'".

ESMOLA ATLETA
O governo Dilma chamava de "investimento" R$ 370 pagos a atletas de 14 a 20 anos por meio do Bolsa Atleta. E ainda exigia que o agraciado estivesse entre os 3 melhores do País. E o pagamento não é garantido.

UNIDADE É A ORDEM
Líder do governo, André Moura, promove encontros semanais com autoridades. Primeiro foi Blairo Maggi (Agricultura). Mendonça Filho (Educação) e Leonardo Gadelha (INSS) serão os próximos.

PENSANDO BEM...
...só mesmo Lula para acreditar que para anular seu processo era só pedir com jeitinho.
Herculano
08/09/2016 08:10
PROXIMA CASSAÇÃO, por Merval Pereira, para o jornal O Globo

Com 260federais declarando o voto pela cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, três a mais do que o número mínimo necessário, sua sorte parece estar selada inapelavelmente. Como o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já disse que, ao contrário do que fez o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, vai deixar que o plenário decida sobre eventuais destaques ou emendas ao parecer favorável à cassação, tudo indica que não haverá espaço para que os defensores de Cunha encontrem uma brecha para alterar esse veredito.

Mas, como vimos na decisão de Lewandowski, nunca se sabe o que está para sair do bolso do colete de nossos representantes. A explicação repetida por assessores do STF e do Senado de que o presidente do Supremo apenas seguiu o que já havia feito na etapa anterior, isto é, acatar destaques, um direito de todo parlamentar ao analisar uma proposição, serve apenas para dar um ar de legalidade ao que foi uma manobra de bastidores combinada com bastante antecedência.

Se foram aceitos destaques no parecer do relator Antonio Anastasia na ocasião da pronúncia, não quer dizer que o presidente Lewandowski fosse obrigado a aceitá-los na fase final do julgamento, até mesmo porque ali se tratava de um texto da Constituição, e não de um parecer ou de uma proposição.

O raciocínio de Fernando Bandeira de Mello Filho, secretário?geral da Mesa Diretora do Senado, explicitado no programa "Entre Aspas" de Mônica Waldvogel na GloboNews, de que a Lei do Impeachment de 1950 falava em duas penas, e não em uma como diz o artigo 52 da Constituição de 1988, é de um contorcionismo jurídico espantoso, pois nenhuma lei ou regimento interno está acima da Constituição. Essa parte da lei simplesmente não foi recepcionada pela Constituição.

Em seu parágrafo único, está expresso no artigo 52: "Nos casos previstos nos incisos I e II, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal, limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis".

Ele alega que esse "limitando-se a condenação" dá margem a que os juízes, ou seja, os senadores, fizessem uma dosimetria, aplicando apenas a perda do cargo, e não a inabilitação. Mas não é isso o que está escrito no artigo 52, pois a preposição "com", como bem define o professor Evanildo Bechara da Academia Brasileira de Letras, um dos maiores gramáticos do país, estabelece uma relação de conjunto que não pode ser separada.

Seu sentido é fixado pela conjunção de todos os elementos que ela une. Como exemplo, ele lembra que a preposição "com" é mais forte do que "e" na ligação de dois elementos, coisas ou pessoas, e indica ação: corta-se o bolo com a faca. Sem a faca, o bolo não pode ser cortado, assim como a perda do cargo prevista na Constituição não pode se dar sem a inabilitação para a função pública.

No caso da cassação do mandato de um deputado, não existe a possibilidade, por maior que seja o contorcionismo, que seja aplicada uma pena mais branda, como querem seus defensores. A pena mais branda de suspensão, em vez da perda do mandato, simplesmente não está prevista no regimento, mas sempre é possível que, através de uma emenda ao parecer do relator, se tente a amenização do castigo.

A consequência da perda de mandato é tornar-se inelegível devido à Lei da Ficha Limpa. Já a pena de suspensão dará a Eduardo Cunha a chance de se candidatar novamente em 2018. O clima político não parece favorável a uma benevolência como essa, e o fato de que a maioria dos deputados federais consultados pelos jornais demonstrou disposição de estar em Brasília na próxima segunda-feira para cassar o mandato de Cunha indica que eles já sentiram em suas bases que qualquer outra atitude não será bem aceita pela sociedade.

Correção
Na coluna de ontem escrevi que uma maioria simples derrubou a inabilitação para função pública da presidente cassada Dilma Rousseff. Na verdade, a maioria votou pela inabilitação, como mandava a Constituição, mas como não foi alcançado o quórum de 2/3 de votos, Dilma foi liberada.
Herculano
08/09/2016 08:05
AO QUE SE DIZ SER PEDRO

Se Lovídio Carlos Bertoldi, PT, ganhou um cabo eleitoral na reta de chegada das eleições com a declaração de voto do ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt, sem partido, em Kleber Edson Wan Dall, PMDB, isto mostra claramente, e mais uma vez, que o PT não tem discurso para ser mais uma vez governo em Gaspar. E apela para sensibilizar os analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos, seu público preferiro.

E o PT faz isso, a ponto de se apropriar de alguém que elegeu como cristo há muito tempo para disfarçar as suas mazelas, para torna-lo mais uma vez, a sua velha bandeira de constrangimento aos outros, para assim para ter chances nas eleições deste outubro.

O PT de Gaspar é o retrato do PT nacional. E mesmo que não fosse, elegê-lo na prefeitura, seria concordar com a corrupção, a ineficiência, a incompetência e a roubalheira que quebraram a economia brasileira, aumentaram a inflação que corroeu os salários dos trabalhadores, que fizeram sumir as verbas para a saúde pública e os remédios populares, que criaram uma multidão de 12 milhões de desempregados (muitos deles aqui em Gaspar), que fez sumir os recursos para obras de infraestrutura (inclusive a urbana e aqui em Gaspar temos vários exemplos), educação, segurança....

Além do mais, o PT de Gaspar ao eleger o PMDB de Gaspar como alvo, faz o mesmo que o PT nacional faz contra Michel Temer: perseguição contra o ex-sócio do mesmo desastre. O PT não admite a alternância do poder. Tudo é golpe se ele não for o dono da bola.

O PMDB sempre validou todo esse quadro desastroso em 13 anos como gigilô do governo do PT. Ou seja, o roto falando do malavado. E neste caso, Adilson está livre. Sempre combateu o PMDB e esteve fora do PMDB há 10 anos.

O PT de Gaspar arruma um judas, porque não pode mostrar os seus ícones que tiram votos por aqui como a estrela, o vermelho, o próprio candidato, Luiz Inácio Lula da Silva, Ideli Salvatti, Dilma Vana Rousseff, Décio Neri de Lima, Paulo Roberto Eccel, Ana Paula Lima...Acorda, Gaspar!
Pedro
08/09/2016 05:26
Pedro
Analisando os últimos anos de vida política de Adilson Schmitt, analisando sua declaração de apoio ao candidato Cleber que já está prometendo tudo se eleito, analisando a votação de Adilson na última eleição a prefeito de Gaspar, podemos concluir que: Lovidio ganhou um bom cabo eleitoral nesta reta final.
Sidnei Luis Reinert
07/09/2016 22:48
Bateram a carteira do Suplicy no ato contra Temer
Ex-senador petista deu pelo furto quando entrou em uma lanchonete na capital paulista após manifestação no Largo da Batata
POLITICA.ESTADAO.COM.BR

Andar no meio da milícia dá nisso!KKKKKKKK

Corre e faz um B.O.!!
Sidnei Luis Reinert
07/09/2016 22:26
Pelo andar da carruagem tia Sapa e tio Manguaça não passam deste mês... que sorte para o povo de bem!

07 de Setembro de 2016

Ninguém controla a Lava Jato - sorte do Brasil

Por Diogo Mainardi

Os advogados das empreiteiras, alguns meses atrás, espalharam para a imprensa que a Odebrecht delataria Dilma Rousseff e a OAS delataria Lula.

O plano deu errado.

A OAS, antes que Rodrigo Janot mandasse rasgar os mais de 90 anexos de sua proposta de acordo com a PGR, já havia delatado Dilma Rousseff, Aécio Neves, José Serra e dezenas de outros políticos - além de Lula, é claro.

E a Odebrecht, como O Antagonista publicou ontem, delatou Lula, revelando seu esquema nas obras do estádio do Corinthians, o Itaquerão.

O fato é que ninguém consegue controlar a Lava Jato.

Lula, que até recentemente parecia ser intocável, agora tem uma lista de acusadores, de Delcídio Amaral a Renato Duque, passando por João Santana e sua mulher, Dona Xepa.

E Dilma Rousseff está a caminho da cadeia.

O trabalho dos procuradores da Lava Jato acabou de ser estendido até 8 de setembro de 2017. O Brasil ainda vai mudar muito nesse ano.
Mariazinha Beata
07/09/2016 20:49
Seu Herculano;

O jornalista Políbio Braga comenta:
"Dilma já está em Porto Alegra".

Colei o comentário de um anônimo gaúcho:

"Dilma está em estado de graça!!!
Seria impensável para ela, uma adolescente de 16 anos, burguesa de Belo Horizonte, que frequentou colégios católicos ricos, estudante mediana, depois militante da Política Operária (POLOP), por influência de seu namorado Galeno, seu primeiro marido, trocado por Carlos Araújo, guerrilheiro, que ela, que jamais se destacou, inclusive na guerrilha, por ter dificuldades de expressão e por ser pouco inteligente, chegasse a Presidência da República!!!"

Ele até que foi comedido nas palavras, inteligência mediana, uma óóóva. A burra afundou o Brasil.
E foi nos colégios católicos ricos que aprendeu a ser comunista?
Já foi tarde.
Bye, bye!
Despetralhado
07/09/2016 20:31
Oi, Herculano;

Habemos Presidente e Primeira Dama.
E que primeira dama!
Dilma é tão feia tadinha, com aqueles dentinhos overbite e perfil ovalado, ainda se juntava com gente tão feia quanto.

B?"RA TEMER!
Herculano
07/09/2016 18:37
A CAMPANHA MUDOU

As novas regras da campanha eleitoral com menos dinheiro levou à inovação.

Hoje a tarde, a candidata Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, inovou. Fez um desfile de bicicletas para promover a sua campanha no lugar das até então marcantes e caras carreatas.

Andreia tomou esta iniciativa novamente antes dos demais candidatos. Fez isso para economizar diante dos limites impostos pela lei, para não poluir o meio ambiente, e para divulgar uma de suas promessas, pensar Gaspar com vias para bicicletas, aliás, até pouco tempo atrás um dos veículos mais usados para quem transitava dentro da cidade.
Herculano
07/09/2016 18:05
REGISTRO. MORRE AOS 100 ANOS A ESPOSA DO PRIMEIRO PREFEITO ELEITO DE GASPAR, JOÃO DOS SANTOS.

Morreu e foi enterrada hoje aos 100 anos completados em maio, Maria Alberice dos Santos, a "dona" Mimi. A festa feita por filhos, netos e bisnetos foi notícia nacional do programa de Ana Maria Braga

Entre os netos políticos de dona Mimi, estão o ex-prefeito de Gaspar, Andreone Cordeiro, PTB, e o ex-suplente de deputado estadual, Giancarlo Tomelin, PSDB.
Digite 13, delete
07/09/2016 13:15
Oi, Herculano

Após ler, Aloísio de Toledo César (às 08:45), só posso dizer;
Força, Ségio Moro.
Lugar de bandido é na cadeia.
E tem bastante. O petê gosta de companhia no banco dos réus.
Sidnei Luis Reinert
07/09/2016 13:12
Comando Geral divulga nota solicitando manifestação da OAB-SC
Por: Soldado Jorge Luis Sedrez Mendes , Em 05/09/2016


O Comando Geral redigiu na tarde desta segunda-feira, 5, nota solicitando manifestação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) pelo comunicado veículado na imprensa, através do presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SC, na última sexta-feira.

http://www.pm.sc.gov.br/fmanager/pmsc/noticias/imagem33539_1.jpg

Confira, abaixo, a nota na íntegra:

Senhor Presidente,
Cumprimentando-o cordialmente, dirijo-me a V. Sa. para reafirmar o posicionamento da Polícia Militar frente às manifestações sociais ocorridas nos dias 31 de agosto de 2016 e 02 de setembro de 2016, nas quais exercemos nossas atribuições constitucionais de defesa das instituições democráticas, por meio do exercício das ações de polícia ostensiva e de preservação da ordem pública.
Na tarde de sexta-feira, dia 02 de setembro, a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SC, por meio de seu Presidente, Sr. Sandro Sell, publicou na imprensa a seguinte nota:
As manifestações populares sobre o impeachment são parte da democracia. Um povo que não pode se manifestar sobre o destino político do seu país ou que é recepcionado por "operações de guerra" por parte da polícia vive num Estado de exceção. Por isso espera-se da Polícia Militar catarinense que trate os manifestantes de hoje com o mesmo respeito que soube tratar os manifestantes pró-impeachment de antes. Polícia é para proteger a cidadania. Para baixar a pancadaria, basta um bando armado e sem comando. Em suma, espera-se dos manifestantes e de nossa polícia uma lição de tolerância, pacifismo e cultura política democrática no mais elevado nível. (grifo nosso)

Senhor
PAULO MARCONDES BRINCAS
Presidente da Seccional da OAB/SC
Causou estranheza a este Comando-Geral o teor da referida nota, pois nas manifestações de quarta-feira dia 31 de agosto, seguimos nossos Protocolos Operacionais Padrão, utilizados para qualquer tipo de manifestação social, seguindo padrões internacionais do uso progressivo da força próprios de Estados Democráticos de Direito.
No entanto, para além da estranheza da referida nota, causou-nos perplexidade as condutas típicas perpetradas por alguns manifestantes na sexta-feira dia 02 de setembro de 2016, como dano, tentativa de incêndio, furto qualificado, entre outras, as quais não foram contidas pelos demais manifestantes.
Pareceu-nos que a manifestação da Comissão de Direitos Humanos da OAB-SC, serviu de salvo-conduto para as graves violações dos Direitos Humanos realizadas por alguns manifestantes, sendo atingidos bens jurídicos de elevada relevância para nossa sociedade, pois igrejas, patrimônio histórico e propriedades privadas foram pichados e depredados. Os manifestantes arremessaram vários objetos contra policiais militares, inclusive "coquetéis molotov", quase provocando incêndio em um posto de gasolina, entre outras condutas indignas para uma manifestação que deveria ser pacífica, violando assim princípios inerentes ao Estado Democrático de Direito.
Manifestei-me por meio de Nota no sábado dia 03 de setembro, destacando os seguinte pontos:
1. Os organizadores do evento, mais uma vez, descumpriram medidas previstas na Constituição Federal (e que garantem a realização de tais atos), ao deixarem de comunicar a autoridade competente.
2. Ainda que, sem dispor de informações como dados sobre previsão de público, itinerário e duração do evento, a capacidade de pronta-resposta permitiu que a Polícia Militar se fizesse presente para garantir a segurança da população em seu livre direito de manifestação.
3. A Corporação jamais deu causa ao início dos confrontos. A ação de vândalos, contudo, exigiu ?" e sempre exigirá - o uso progressivo da força, à medida em que o patrimônio público e privado for ameaçado e violado, como ocorrido ontem. .

A referida Comissão de Direitos Humanos, ao posicionar-se no sentido de que "para baixar a pancadaria, basta um bando armado e sem comando", dando a entender que a PMSC agiu desta forma na quarta-feira dia 31 de agosto de 2016, falando inclusive em "operação de guerra", mostra seu completo desconhecimento sobre a forma de atuação da Corporação em eventos desta natureza e das dificuldades que existem em se garantir, de um lado o direito de livre manifestação e, de outro, os demais direitos das pessoas que não querem manifestar-se ou que são contrárias às reivindicações dos manifestantes.
No entanto, a Comissão de Direitos Humanos não deve explicações à PMSC, mas sim a população Catarinense, especialmente a da Capital, pois com sua postura de desqualificação da ação da PMSC na quarta-feira, dia 31 de agosto e seu silêncio após os graves fatos ocorridos na sexta-feira, dia 02 de setembro, pareceu chancelar as violações aos Direitos Humanos perpetradas por alguns manifestantes.
Esperamos que a Comissão de Direitos Humanos da OAB-SC se manifeste de forma clara sobre os eventos ocorridos no dia 02 de setembro de 2016, assim como fez a Diretoria da OAB/SC, que por meio de nota destacou "o direito de manifestação não inclui nem autoriza atos de violência contra pessoas, contra o patrimônio público ou particular, como os que ocorreram na última sexta-feira em Florianópolis".
Temos ciência da autonomia das Comissões da OAB, no entanto, gostaríamos de saber o posicionamento da Comissão de Direitos Humanos, pois caso não esclareça o que quis dizer com "para baixar a pancadaria, basta um bando armado e sem comando", mantendo seu silencio a respeito das graves violações de Direitos Humanos perpetradas por alguns manifestantes no dia 02 de setembro, pretendemos levar o fato ao conhecimento da Presidência da OAB Nacional em Brasília, bem como buscar medidas judiciais para o referido esclarecimento.
Uma das atribuições da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SC é o "recebimento de relatos de violações aos Direitos Humanos, promovendo seu encaminhamento às autoridades competentes, bem como a cobrança das providências exigidas pela Lei, pelo direito e pela ética, no pleno exercício do controle social".
O encaminhamento dos fatos ocorridos no dia 02 de setembro está sendo feito às autoridades competentes para apuração das infrações penais e de suas autorias, razão pela qual esperamos que a Comissão exerça sua função na cobrança das providências exigidas pela lei quanto às pessoas que violaram relevantes bens jurídicos de nossa sociedade, não da forma como fez ao supor que houve violações de direitos de manifestantes na quarta-feira dia 31 de agosto, ou como "falso profeta" do que aconteceria no dia 02 de setembro, mas sim de forma prudente e imparcial, visando sempre o benefício de toda sociedade e não de grupos de interesse.
Importante destacar que estamos sempre receptivos a sugestões e ao diálogo, especialmente com a Ordem dos Advogados do Brasil, instituição que representa muito bem o ideal democrático por suas lutas históricas pelos Direitos Humanos.
Certo da compreensão, essas as considerações que tinha para o momento, aguardo resposta de V. Sa. e da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SC.
Mariazinha Beata
07/09/2016 12:48
Seu Herculano;

Às 11:14hs:

A FALÁCIA DO ESPANTALHO. OU: JANDIRA FEGHALI E A EMANCIPAÇÃO DOS NEGROS, DAS MULHERES E GAYS, por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal.

Não sei quem é mais espantalho, o PT , PCdoB ou a cara e corpanzil da Jandirona.
Bye, bye!
Herculano
07/09/2016 11:14
A FALÁCIA DO ESPANTALHO. OU: JANDIRA FEGHALI E A EMANCIPAÇÃO DOS NEGROS, DAS MULHERES E GAYS, por João Luiz Mauad, publicado pelo Instituto Liberal

É claro que não assisto propaganda eleitoral "gratuita", mas às vezes é inevitável. Ontem, enquanto dirigia, fui obrigado a ouvir a propaganda da Jandira Feghali, no rádio. O texto dizia mais ou menos o seguinte (cito de memória): "não adianta eles tentarem, pois as mulheres não vão voltar para o tanque, os negros não vão voltar para a senzala e os LGBTs não vão voltar para o armário?"

Fiquei pensando: caramba, será que existe alguém, em pleno Século XXI, defendendo coisas do gênero? Claro que não! Eu pelo menos nunca vi. Ali estava, portanto, um exemplo claro da chamada "falácia do espantalho", uma técnica de retórica e argumentação amplamente utilizada pela esquerda, que consiste em atribuir falsamente aos seus oponentes certas práticas, opiniões e argumentos, a fim de defender o seu exato oposto.

Mas o pior de tudo mesmo é que os desavisados que ouvem dona Jandira falar desse jeito saem com a nítida impressão de que a ideologia comunista/coletivista abraçada pela candidata a prefeita foi, de alguma maneira, responsável por aquelas conquistas das mulheres, dos negros e dos LGBTs. Ledo engano!

Se os negros deixaram as senzalas, muito se deve ao movimento liberal iluminista inglês dos séculos XVIII e XIX, que, em conjunto com os cristãos reformistas, iniciaram a luta pela abolição da escravatura, uma tradição humana que durou vários séculos, desde a antiguidade.

Quanto às mulheres e o tanque, se este utensílio doméstico encontra-se hoje quase aposentado ?" e não duvido que em muito pouco tempo a maioria das novas residências já não o tenham -, isto se deve à evolução do modelo capitalista e ao incremento das novas tecnologias, cada vez mais em conta e, por isso, acessíveis à maioria da população.

Finalmente, falemos da saída dos gays do armário. Quem ouve Jandira falar pode sair com a firme impressão de que os seus amiguinhos e ídolos comunistas sempre foram ferrenhos defensores da causa gay. Mas a verdade é que os comunistas sempre foram os seus grandes algozes.

Enfim, trata-se de um discurso que em nada surpreende aqueles que conhecem a forma desonesta com que a esquerda costuma fazer política, até porque coerência e honestidade intelectual nunca foram o forte dessa gente?
Herculano
07/09/2016 10:57
PELO FIM DA UNICIDADE SINDICAL, por Sérgio Amad Costa, professor da FGV, no jornal O Estado de S. Paulo

Reforma trabalhista seria melhor ainda se viesse acompanhada de uma reforma na estrutura sindical

Caso a reforma trabalhista aconteça, ela será muito bem-vinda. Porém, melhor ainda será se ela vier acompanhada de uma reforma na estrutura sindical. Isso pelo fato de que dar prevalência ao acordado nas negociações coletivas, em relação a regras dispostas na legislação, é um grande avanço. Mas sua real eficácia acontecerá caso haja mudanças na sistemática que rege a organização dos órgãos de representação profissional.

Faz-se necessária a modernização do sindicalismo no Brasil, tornar os sindicatos mais representativos das reais aspirações de seus representados. Para isso é fundamental, além do fim dos tributos sindicais, dar cabo ao monopólio da negociação trabalhista, que é também uma viga mestra desta estrutura autoritária e pouco representativa.

Quanto aos tributos sindicais, já fiz minhas críticas em outras oportunidades. Vou me ater à questão do monopólio das negociações trabalhistas, garantido no País pelo princípio da unicidade sindical. Esse princípio é mais antigo no Brasil do que o malfadado "imposto" sindical. Essa regra surgiu com Getúlio Vargas, por intermédio do Decreto-lei n.º 19.770, de março de 1931, e está presente em todas as nossas Constituições, desde aquela época até os dias atuais. Com ela fica garantida a existência de apenas um sindicato, numa mesma base territorial, para uma determinada categoria de empregados, sustentando, assim, o monopólio da representação profissional.

O trabalhador, neste contexto, quando ingressa numa empresa como empregado, é automaticamenteenquadrado no sindicato da sua categoria profissional. Para a entidade, o profissional pagará os tributos sindicais sem saber, não raro, quem realmente o representa e como são negociadas as questões trabalhistas em seu nome. Portanto, esse princípio da unicidade sindical é uma afronta à liberdade de escolha dos representados.

Mas, além de tolher a liberdade de escolha, a unicidade sindical gera a ineficiência na maioria dos órgãos de representação profissional. Ela é provocada por um acomodamento dos sindicalistas, à medida que, prestando ou não um bom serviço aos seus representados, eles não têm de concorrer com outras entidades. Além disso, estão sustentados pelos tributos sindicais, que todos os empregados ?" gostando ou não do seu sindicato ?" são obrigados a pagar.

Há dirigentes trabalhistas que realmente acreditam que é importante manter o princípio da unicidade sindical, tendo como argumento a necessidade da unidade do movimento. Estão equivocados. Parecem confundir unicidade com unidade. Unicidade sindical é a obrigatoriedade de haver apenas um sindicato da categoria profissional na base territorial, enquanto unidade sindical é a possibilidade de haver um único órgão de representação profissional por vontade e livre escolha dos próprios representados. Ou seja, motivados por interesses de ações e procedimentos, a unidade é gerada pela fusão de vários sindicatos. É assim que ocorre nos países onde há o pluralismo sindical e que ratificaram a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Esse documento da OIT, denominado Convenção relativa à liberdade sindical e à proteção do direito de sindicalização, datado de 1948, não obriga a existência de mais de um sindicato por cada categoria profissional. O que ele garante é a possibilidade da existência da pluralidade de entidades quando for o desejo dos representados. Mais de 150 países ratificaram tal convenção, mas o Brasil, por pressão de sindicalistas que não querem perder o monopólio da representação, não é signatário dela.

Torcendo por uma reforma trabalhista que fortaleça as negociações coletivas, insisto também na necessidade da reforma sindical. Pois a possibilidade da existência do pluralismo dos órgãos de representação profissional trará uma sensível melhoria na qualidade das negociações. Este é o caminho para encontrar pontos de equilíbrio entre as reivindicações dos empregados e as reais possibilidades das empresas.
Herculano
07/09/2016 08:56
da série: quem paga esta conta da irresponsabilidade dos políticos eleitos por nós são os brasileiros que tem o salário real diminuído e os 12 milhões de desempregados, que mesmo assim continuam se sacrificando e pagando os pesados impostos para a farra e desigualdade. Em outubro haverá eleições. E o recado pode ser dado nos municípios.

DESDE 2005, SALÁRIO MÉDIO DE SERVIDOR SOBE MAIS QUE SETOR PRIVADO, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

Os reajustes dos servidores federais vão custar uns R$ 62,7 bilhões para o governo nos anos de 2016, 2017 e 2018. Nessa conta, passa também o aumento dos ministros do Supremo Tribunal Federal ?"e seus impactos?", já aprovado na Câmara, mas não no Senado.

É muito? Em relação ao quê? A esta altura, o governo federal investe "em obras" R$ 48,3 bilhões por ano (despesas reais do PAC nos últimos 12 meses).

É um dinheiro considerável, em especial porque não existe. Os recursos sairão de outras despesas (dos investimentos?) ou virá mais dívida pública, que cresce sem limite.

No entanto, não é possível deixar o funcionalismo sem reajuste, sem mais.

Na exposição de motivos do Ministério do Planejamento, a despesa federal com os servidores não tem crescido muito: 0,8% ao ano além da inflação (ou seja, em termos reais) desde 2009. Nos Estados, essas despesas, ainda segundo o governo federal, cresceram 4,7% ao ano. Uma disparidade enorme, um fator da falência de muitos Estados.

Note-se de passagem que a variação da despesa não diz necessariamente nada sobre a variação dos salários dos servidores (pode ter havido variação do número total de servidores e dos salários de quem entrou e saiu, por exemplo).

Segundo o governo, os servidores dos Três Poderes federais receberam em média reajustes de 18% entre dezembro de 2010 e dezembro de 2015, ante uma inflação de 40,6%. No período, os trabalhadores da iniciativa privada tiveram reajustes de 49,2%, diz o governo com base no Dieese.

É possível. É possível pensar também a evolução dos rendimentos de outro modo. As estatísticas de rendimentos do trabalho de série mais comprida eram as da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), do IBGE, encerradas em fevereiro de 2016. Referiam-se apenas às seis maiores metrópoles do país, mas eram bastante representativas.

De 2011 a 2015, o rendimento médio dos empregados do setor privado subiu 4%, para R$ 2.019 (muita gente pode ter tido reajustes maiores, mas, na vida real média, o salário subiu apenas 4%).

De 2011 a 2015, a despesa média do governo com servidor da ativa subiu 6,7%, para R$ 9.290 mensais (nas contas deste jornalista). Outra vez, pode haver muita gente que não teve reajuste. Ressalte-se, o "salário" médio pode ter subido porque mais gente entrou no serviço público ganhando mais, entre outras hipóteses apenas aritméticas.

De 2005, começo dos anos dourados lulianos, até 2016, em plena ruína dilmiana, o rendimento médio dos empregados do setor privado subiu 20,9% acima da inflação, segundo contas feitas com dados da PME. No setor público, o rendimento médio subiu 33,9%, na mesma pesquisa (a informação abrange salários de servidores federais, estaduais ou municipais).

É possível que mais servidores qualificados tenham sido contratados, difícil dizer agora. Mas a despesa média com servidor tem crescido, além da variação dos salários no setor privado.

Enfim, não é possível discutir reajustes, mais ou menos merecidos, sem repensar o conjunto da despesa, a estrutura das carreiras, a eficiência do trabalho e as aberrações previdenciárias do setor público, ainda mais neste momento de ruína do Estado, desemprego e quedas dos salários reais.
Herculano
07/09/2016 08:51
A INEVITÁVEL DEVASSA EM FUNDOS DE PENSÃO DE ESTATAIS, editorial do jornal O Globo

A chegada de Lula ao poder, com a CUT, levou a que o PT aumentasse sua influência nas instituições de seguridade das companhias públicas. Nascia o escândalo.

Uma investigação séria sobre fundos de pensão de empresas estatais é algo que se encontra no radar há muito tempo. Ela chegou agora, com a Operação Greenfield, da PF ?" termo tirado do jargão dos negócios que designa projetos novos, ainda em fase inicial de formulação ?", lançada para aprofundar investigações de negócios suspeitos envolvendo a Previ, a Funcef (Caixa), a Petros e o Postalis (Correios).

Na ponta empresarial, foram alcançados pela operação os empresários Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, maior produtor de proteína animal do mundo, e o indefectível Léo Pinheiro, da empreiteira OAS, já conhecido da movimentada crônica da Lava-Jato. Acaba inclusive de ser preso mais uma vez.

Dirigentes na ativa e ex-diretores de fundos foram presos. São 40 os investigados. Apenas em dez casos analisados, estimam-se R$ 8 bilhões em fraudes, para desvios do dinheiro. Nos fundos, teria restado um buraco de R$ 50 bilhões. O lado perverso do golpe é que os lesados estão no universo de 1,3 milhão de funcionários das estatais. E também os contribuintes, porque o Tesouro arcará com parte das perdas. Para tapar esses buracos, nem todos abertos pela corrupção, filiados a alguns fundos já são obrigados a dar uma contribuição adicional.

Desfechada a partir de mandados do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, a operação trata, na verdade, de uma grande conexão com a Lava-Jato. Por isso, foram feitas buscas na casa de José Vaccari Neto, tesoureiro do PT ainda preso em Curitiba. E caiu na malha o Léo Pinheiro. O esquema lulopetista que saqueou a Petrobras não se esqueceu da Petros, é claro. Vaccari era visitante frequente de sedes de fundos. Esse escândalo era previsto desde que, com a chegada de Lula ao poder, em 2003, o braço sindical do PT, a CUT, ampliou seu espaço na gestão dos maiores fundos de pensão de estatais.

Assim como as próprias estatais, os fundos foram colocados a serviço de negócios mirabolantes emanados do Planalto. O mais emblemático e causa de perdas bilionárias é a Sete Brasil, do projeto megalomaníaco, nacional-estatista, de construção de sondas para o pré-sal a serem alugadas à Petrobras.

Também com a contribuição do que foi apurado na CPI dos Fundos, a Greenfield vasculha operações danosas aos segurados feitas no investimento em projetos de empresas companheiras, de forma superfaturada, a fim de desviar dinheiro das instituições. Esses negócios costumam se realizados por meio da aquisição de cotas de fundos de investimentos em participações (FIP). Foi assim que os irmãos Joesley e Wesley capturaram recursos da Funcef e Petros para suas empresas Florestal e Eldorado. Com prejuízo para funcionários da Caixa e Petrobras.

A presença dos dois no escândalo chama atenção para a ajuda do Planalto a empresas "campeãs nacionais", como frigoríficos da J&F, amamentadas no BNDES com dinheiro público. Empresas tratadas como companheiras em Brasília, pelos polpudos aportes a campanhas. A Greenfield tem potencial para rivalizar em importância com a própria Lava-Jato.
Herculano
07/09/2016 08:49
FUNDOS E FRAUDES, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Ninguém, para ser rigoroso, pode alegar surpresa diante da Operação Greenfield deflagrada pela Polícia Federal para apurar desvios nos fundos de pensão de empresas estatais. Há muito se conhecem a baixa qualidade e os indícios de corrupção nas decisões de investimento dessas entidades capturadas por interesses políticos.

O terreno para fraudes, cobiçado em decorrência dos recursos bilionários dos maiores fundos de pensão, vicejou sob a tradição brasileira de misturar interesses públicos e privados num capitalismo de compadrio revoltante para os que lutam no cotidiano da economia para manter negócios e empregos.

A investigação tem como alvos Funcef (fundo dos funcionários da Caixa Econômica Federal), Previ (Banco do Brasil), Postalis (Correios) e Petros (Petrobras), além de dezenas de empresas e pessoas físicas. Na mira se acham investimentos fraudulentos em troca de propina, com prejuízos estimados em R$ 8 bilhões, de início.

Ao aportar recursos em projetos com valores superestimados, o esquema na prática seria a reprodução do superfaturamento de contratos e serviços identificados pela Operação Lava Jato na Petrobras, não por acaso aplicações em energia, petróleo e infraestrutura.

O caso traz à luz o que nunca se deixou de suspeitar. Fundos de pensão de estatais sempre foram usados como alavanca do capitalismo nacional, participando de grandes projetos na companhia de segmentos escolhidos da elite empresarial.

Nesse ambiente promíscuo, é enorme o espaço para tráfico de influência com os recursos dos beneficiários dos fundos ?"e, em última instância, do contribuinte, uma vez que o erário também lhes faz generosos aportes.

A tendência em ocasiões assim é pedir regras mais duras. Tramita na Câmara dos Deputados, por exemplo, projeto para modernizar a gestão dos fundos, exigindo-se experiência de dirigentes e proibindo-lhes vinculação partidária.

Não faltam regras, contudo, para que decisões de investimento sejam prudentes e isentas. O problema é que não são respeitadas.

Os fundos são regulados pela Comissão de Valores Mobiliários e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar. É o caso de perguntar onde ambas estavam, nos últimos anos, enquanto os fundos estatais acumularam rombos da ordem de R$ 50 bilhões.

Urge separar por completo os interesses dos participantes dos fundos de pensão daqueles dos políticos e das empresas que recebem recursos. O escrutínio policial é bem-vindo, mas cabe ir mais longe e incluir nele também os fundos que gerenciam recursos de servidores públicos estaduais e municipais.
Herculano
07/09/2016 08:48
GOLPE NOS FUNDOS DE PENSÃO, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Muito mais amplas do que as já conhecidas devem ter sido também as vantagens indevidas ?" para dizer o mínimo ?" que o esquema propiciou a seus operadores e sócios

Ao expor graves evidências de "gestão temerária e fraudulenta" que resultou no desvio criminoso de R$ 8 bilhões nos quatro maiores fundos de pensão das estatais, a Operação Greenfield, lançada na segunda-feira passada pela Polícia Federal, mostrou também que pode ser muito maior o alcance do aparelhamento da administração pública federal e de suas empresas pelo PT e por seus aliados. Muito mais amplas do que as já conhecidas devem ter sido também as vantagens indevidas ?" para dizer o mínimo ?" que o esquema propiciou a seus operadores e sócios.

A operação atinge os fundos Petros (Petrobrás), Funcef (Caixa Econômica), Previ (Banco do Brasil) e Postalis (Correios). Autorizada pelo juiz titular da 10.ª Vara Federal do Distrito Federal a pedido do Ministério Público, a operação envolveu a prisão de 5 suspeitos, a condução coercitiva para prestar depoimentos de cerca de outros 30 e o bloqueio de bens dos investigados no montante equivalente ao total dos desvios estimados. Essas medidas atingiram ex-dirigentes de empreiteiras como OAS e Engevix, ex-administradores dos fundos e proprietários de grandes empresas como J&F, Gradiente e WTorre.

O objeto das investigações é um grande esquema de corrupção baseado na realização, pelos fundos de pensão, de investimentos temerários ou simplesmente ilícitos em benefício de grandes empresas, em troca do pagamento de propina a gestores desses fundos e a políticos. Como se trata de investigação no âmbito da primeira instância, a operação não alcança políticos com mandato eleitoral, que têm direito a foro privilegiado. Mas as investigações devem produzir indícios de envolvimento de figurões da política. O fato de um dos investigados ser o ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, já condenado no processo do petrolão, coloca o próprio PT no centro das investigações.

Na gestão petista, os fundos de pensão se tornaram o segundo maior financiador dos projetos de infraestrutura do governo, atrás apenas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). É lícito e necessário que esses fundos invistam seus bilionários recursos em benefício de seus mutuários, de modo que possam cumprir seu objetivo de oferecer aposentadoria e pensão complementares aos empregados das empresas estatais. Mas sindicalistas filiados ao PT e protegidos do PMDB, as duas maiores legendas que controlavam esses fundos, transformaram os investimentos ?" que deveriam ser decididos de acordo com critérios técnicos, de modo a reduzir os riscos e propiciar melhor rentabilidade ?" em generosa fonte de enriquecimento pessoal e de financiamento do projeto de poder do partido dominante.

A prática petista de meter a mão no dinheiro de trabalhadores em benefício do partido ou para enriquecimento pessoal de seus prepostos já se evidenciara, em proporções muitos menores, quando o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo foi denunciado pelo Ministério Público Federal como um dos responsáveis pelo esquema criminoso por meio do qual era cobrado um "pedágio" de aposentados que contraíam empréstimos consignados. Não por coincidência, o ex-tesoureiro Vaccari Neto também está envolvido naquelas investigações. Mas o golpe do crédito consignado, cujo montante é estimado em cerca de R$ 100 milhões, é brincadeira de criança perto do desvio de dinheiro dos fundos de pensão das estatais.

De acordo com a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), os fundos Petros, Previ, Funcef e Postalis juntos foram responsáveis por um prejuízo de R$ 48,7 bilhões, equivalente a 62,6%, ou dois terços, do rombo acumulado em todo o sistema em 2015. O desvio de recursos que beneficiou dirigentes dos fundos, partidos políticos e empresas é parte desse prejuízo.

O escândalo dos fundos é mais uma demonstração do jeito petista de governar, do modus operandi do populismo irresponsável que pretendia se perpetuar no poder iludindo a boa-fé de milhões de brasileiros.
Herculano
07/09/2016 08:47
REENCONTRO MARCADO, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A Polícia Federal e o Ministério Público começaram a abrir a caixa-preta dos fundos de pensão. Os investigadores terão muito trabalho pela frente. Pelas estimativas iniciais, o rombo deixado pelo esquema pode alcançar os R$ 50 bilhões.

O dinheiro pertencia a servidores de estatais como Petrobras e Correios. Por anos a fio, eles fizeram depósitos para garantir uma aposentadoria tranquila. Agora descobrem que as economias foram torradas em negócios "temerários" ou "fraudulentos", segundo os investigadores.

À primeira vista, a Operação Greenfield ameaça rivalizar com a Lava Jato. Na estreia, bloqueou R$ 8 bilhões e listou 78 investigados. Alguns personagens do petrolão ressurgem no novo escândalo, como o empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, e o ex-tesoureiro petista João Vaccari.

Entre as 38 empresas sob suspeita aparecem grandes bancos e a holding da JBS, a maior financiadora de campanhas políticas em 2014. Até quatro meses atrás, seu conselho de administração era presidido pelo doutor Henrique Meirelles. Nesta terça, o ministro evitou comentar a operação e disse que "ainda vai se informar do que está acontecendo".

Quem buscou se informar nos últimos anos sabe que os fundos sofreram forte interferência política nos governos petistas. O PT dominava a Petros (Petrobras) e a Funcef (Caixa Econômica Federal), e o PMDB dava as cartas no Postalis (Correios).

O primeiro relatório da operação descreve a existência de um "núcleo político" que atuava "de forma mais obscura e, em geral, sem deixar muitos rastros". Quando seus protagonistas forem identificados oficialmente, o caso deverá subir ao Supremo Tribunal Federal.

"Investigação é fio de novelo, vai puxando e vamos ver o que vem", disse nesta terça (6) o procurador Rodrigo Janot. Quando este novelo for puxado, teremos uma situação curiosa: separados pelo impeachment, políticos do PT e do PMDB devem se reencontrar no banco dos réus
Herculano
07/09/2016 08:45
Á ESPERA DA AÇÃO PENAL CONTRA LULA, Aloísio de Toledo César, desembargador aposentado do TJSP, para o jornal O Estado de S. Paulo

Entendeu-se que há culpa em sua conduta e por isso deve responder perante a sociedade

Sempre se repete o velho ditado caipira segundo o qual a gente não deve brigar com quem usa saia, ou seja, mulher, padre e juiz. O ex-presidente Lula, com sua primariedade cultural e nada invejável educação, alguns meses atrás mandou o juiz Sergio Moro enfiar num determinado lugar o processo judicial no qual era investigado ?" e repetiu aquelas duas letras, tão conhecidas e sempre evitadas. Milhões de pessoas ouviram a frase, repetida várias vezes pelas rádios, televisões e pelos jornais.

Por essa ofensa, com certeza o exemplar magistrado não decairá de sua grandeza na hora de julgá-lo e sentenciá-lo, caso tenha havido descumprimento da lei. Mas, sem dúvida, Lula tem razões de sobra para estar com os nervos à flor da pele, pois bem sabe o tamanho da grosseria feita. Para sua sorte, o juiz não é igual a ele e por isso mesmo não se deve esperar um gesto de vingança, mas tão somente um julgamento como tantos outros.

Na relação processual entre o Estado e o réu, o juiz não é parte e por isso tem o dever de agir sempre com absoluta imparcialidade. As decisões de Sergio Moro às vezes podem mostrar-se por demais rigorosas, porém é necessário ter em conta que ele está submetido ao que dispõe a lei, ou seja, o juiz não deixa de ser a lei vivificada, que fala por sua pessoa.

Crimes de extrema gravidade praticados contra o Estado brasileiro e sua principal empresa, a Petrobrás, resultaram em decisões judiciais em favor da prisão de empresários e políticos extremamente rico e sem nenhum escrúpulo. Sempre se dizia que rico no Brasil não vai para a cadeia, e sim para Miami; mas agora, inaugurando uma fase bastante promissora de nossa história política e social, vê-se que dinheiro e poder não têm servido para retirar das grades os detentores de grandes fortunas.

Vê-se também que tanto faz para um juiz que o infrator seja a pessoa mais simples do planeta ou uma figura presunçosa e arrogante que se apresenta como o homem mais honesto do Brasil, ao mesmo tempo que não consegue explicar as razões de o dinheiro desviado da Petrobrás ter servido para reformar determinado apartamento no Guarujá e um sítio em Atibaia.

A relevância da conduta antijurídica pode estar não apenas na propriedade ou não desses dois imóveis, mas também na circunstância afrontosa de aceitar dinheiro sujo para reformá-los. Ainda que o imóvel possa ser de terceiros, se o nada educado ex-presidente usou tal dinheiro para reformar os imóveis, é claro que terá de responder por isso.

O pior para seu estado psicológico é que o juiz com competência e obrigação de julgá-lo poderá ser mesmo aquele a quem ofendeu grosseiramente, em público, numa torpe valentia. O inquérito policial que indiciou Lula por vários crimes corre pela Justiça Federal e está umbilicalmente vinculado à Operação Lava Jato.

O inconformismo do ex-presidente e o seu rancor contra Sergio Moro ganharam expressão quando foi coercitivamente levado para depor, no contexto da Operação Alethéia (24.ª fase da Lava Jato), acompanhado de policiais federais. Na verdade, tratava-se de um ato de rotina, porque quando o juiz pretende ouvir algum investigado, mas pressente que ele poderá fugir ao ser oficialmente intimado para depor em determinada data, é normal optar pelo comparecimento coercitivo.

Esse procedimento é frequente e, no caso de com Lula, repita-se, tratou-se de um ato de rotina, sem representar nenhuma afronta à sua vida de político e de ex-presidente da República, tampouco qualquer perseguição pessoal. Afinal, todos são iguais perante a lei, mesmo presidentes ou ex-presidentes da República, porque igualmente amam, sofrem, choram, têm dor de barriga.

O poder moral do juiz e seu senso de justiça estão assentados na segurança que advém da lei e das normas de direito presentes na vida de uma nação. Nessa linha, o poder coativo da lei não permite desigualar pessoas, ainda que ostentem títulos e fortuna.

Reitere-se: sem decair de sua grandeza, o juiz Sergio Moro não se sentirá impedido de julgar alguém que procurou ofendê-lo ou outros desses políticos que pensavam ser donos do Brasil e enriqueceram com dinheiro sujo, ao mesmo tempo que o grau de pobreza da população brasileira a cada dia se mostrava maior.

O ato agressivo de Lula contra o direito, quando mandou o juiz enfiar o processo naquele lugar, faz lembrar o fenômeno do ciúme no amor, que muitas vezes se volta contra si mesmo e acaba por destruir aquilo que pretendia resguardar.

Como se divulgou, em inquérito policial levado a efeito pela Polícia Federal Lula foi indiciado, ou seja, entendeu-se que há culpa envolvendo a sua conduta e que por isso deverá responder perante a sociedade. O indiciamento não é um ato discricionário da autoridade policial, para ter validade jurídica deve se basear em provas suficientes para tal.

O propósito do Estado ao investigar e apontar o autor do delito tem por base a segurança da ação da Justiça e do próprio acusado. Há, em verdade, uma instrução prévia, pela qual a polícia judiciária reúne as provas preliminares que sejam suficientes para apontar, com razoável segurança, a ocorrência de um delito e seu autor.

A pessoa suspeita da prática de infração penal passa a figurar como indiciada a contar do momento em que, no inquérito policial instaurado, são claras as possibilidades de ser ela o agente responsável pelo delito. Depois do indiciamento, ainda que possa vir a ser absolvida, em sua folha de antecedentes sempre figurará a informação constrangedora.

Os crimes imputados a Lula são de ação penal pública. Isso quer dizer que o Ministério Público, pela Lei n.º 8.038/90, tem o prazo de 15 dias para oferecer denúncia ou pedir o arquivamento do inquérito.
Herculano
07/09/2016 08:42
CITADA POR 11 DELATORES, DILMA PODE VIRAR ALVO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ao ser destituída por 61 senadores representando mais de 83 milhões de votos, Dilma Rousseff perdeu o foro privilegiado e está sujeita agora ao juiz Sérgio Moro, até há pouco impedido de investigá-la. Dilma foi citada gravemente por 11 delatores da Lava Jato, incluindo seu ex-líder do Governo no Senado, Delcídio Amaral, que a denunciou por 72 vezes. Logo Dilma poderá não ter motivos para alegar que é "honesta".

INVESTIGAÇÃO LIBERADA
O artigo 86 da Constituição determina que só se pode investigar Presidente por crime cometido no mandato. Esse impedimento caiu.

DUPLA RECORDISTA
Somente Lula, com 136 referências de delatores, é mais citado que Dilma na revelação das safadezas investigadas pela Lava Jato.

DUAS DENÚNCIAS NO STF
A ex-presidente foi denunciada por duas vezes, no Supremo Tribunal Federal, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

RÉ POR OBSTRUIR
Janot denunciou Dilma por obstrução à Justiça, ao nomear Lula e até um ministro para o STJ que livrasse da cadeia ladrões da Petrobras.

PARA POLÍTICOS, OPERAÇÃO GREENFIELD CHEGARÁ A LULA
Líderes do Congresso acham que as investigações da Operação Greenfield chegarão a Lula. O ex-presidente se envolvia pessoalmente na definição de investimentos de fundos de pensão e até do BNDES. No governo Lula, fundos de pensão controlados por petistas, como o Previ (funcionários do Banco do Brasil), além do banco de fomento BNDES, viraram sócios de dezenas de empreendimentos privados.

RICAS BOQUINHAS
O investimento garantia assento de indicados dos fundos de pensão, em geral petistas, nos conselhos de administração das empresas.

BOCA DO COFRE
Lula e o PT chegaram a acomodar cerca de 300 petistas e amigos nos conselhos de administração de empresas com investimento de fundos.

AÍ TEM COISA
Lula comemorou o fim da delação premiada de Leo Pinheiro. O ex-presidente da OAS era talvez a mais forte testemunha contra ele nos casos do tríplex, do sítio de Atibaia e outros negócios escusos.

ESTRATÉGIA SUJA
Dilmistas distribuíram em São Paulo, domingo, adesivos pregando a "prisão de Moro", juiz que prendeu os corruptos do PT. O mote do adesivo é de Lula, na tentativa de desmoralizar o juiz que deve julgá-lo.

COMPRADOR FELIZ
Ir a loja comprar coisas de uso pessoal é uma das coisas que mais fazem falta a Michel Temer na rotina de presidente, como confessou a esta coluna. Ele se aborreceu quando soltou o salto do seu sapato, mas, feliz da vida, pôde ir a uma loja de Hangzhou comprar novo par.

MERA SEMELHANÇA
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) assistiu, no domingo (4) no Píer 21, em Brasília, ao filme "Café Society", de Woody Allen. É um roteiro de traições. Saiu discretamente para não ser reconhecido.

BRIGA AMAZONICA
O Tribunal Regional Eleitoral se posicionou favorável à posse de Eduardo Braga (PMDB) no governo do Amazonas. O governador José Melo (Pros) foi condenado por suposto esquema de compra de votos. Mas a briga está longe do fim.

CAVALO DE BATALHA
Político experiente, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) minimiza a traição peemedebista que deu prêmio de consolo a Dilma no impeachment. "Não vamos fazer disso um cavalo de batalha", diz.

SALÁRIOS INVIABILIZAM O DF
Os 3 milhões de moradores de Brasília trabalham para pagar os salários do governo do DF: o orçamento anual de R$ 31 bilhões tem padrão suíço, mas menos de 1% são investidos para melhorar a vida de quem paga a conta. Os salários consomem R$ 26,5 bilhões.

QUEM É GOLPISTA
Defensores do impeachment dizem que "golpista" é quem pretende retirar do vice a prerrogativa constitucional de assumir, no impedimento da titular. Os vices José Sarney e Itamar Franco assumiram.

CONSTRANGIMENTO
Até agora a Rede tenta desfazer o mal-estar causado pelo senador Randolfe Rodrigues (AP), defensor do fatiamento do impeachment. Seu partido e Marina Silva são contra. Agora não se fala mais no assunto.

PENSANDO BEM...
..."discutir a relação" é o que o eleitor está ansioso para fazer, nas eleições de outubro, com partidos que roubaram a Petrobras.
Herculano
07/09/2016 08:31
SO SE FOR A PAU, JUVENAL, por José Nêumanne, para o jornal O Estado de S. Paulo

Ao permitir suprimirem a pena da condenada Dilma, Lewandowski rasurou a Constituição

Coube a presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF) comandar os julgamentos de impeachment dos ex-presidentes Fernando Collor e Dilma Rousseff por um motivo que não tem mais nenhuma razão de ser. O afastamento definitivo de um chefe do Executivo que viole a Lei de Responsabilidade Fiscal, tendo cometido, portanto, um crime funcional (contra a sociedade, e não contra pessoa ou patrimônio individual), é feito conforme lei de 1950, aprovada sob a égide da Constituição de 1946, que tomou emprestado um princípio do ordenamento jurídico dos EUA. Isso porque o maior beneficiário do processo, o vice-presidente que assume o posto vago, presidia o Senado. Se não houve nos últimos 38 anos nenhuma razão para reformular o dispositivo, pois não existe mais esse tipo de suspeição, agora há.

Não pairam dúvidas sobre as decisões tomadas por Sydney Sanches, presidente do STF em 1992, no primeiro impeachment. Mas não dá para dizer o mesmo de Ricardo Lewandowski nos 101 dias que se passaram do afastamento da presidente Dilma Rousseff, em 12 de maio, a 31 de agosto último, quando a ré foi condenada à perda definitiva do cargo. Ao contrário do julgamento de 24 anos atrás, o mais recente foi pródigo em decisões parciais de seu presidente, manifestadas em pequenos gestos que passaram despercebidos por sua inutilidade. Mas vieram à tona por ter ele permitido riscarem o texto constitucional na sessão final do processo.

Entre várias demonstrações públicas de preferência pela defesa, o juiz supremo qualificou o advogado da presidente, José Eduardo Martins Cardozo, como "nosso", aparentemente um ato falho, definido por Sigmund Freud como lapsus linguae em sua obra clássica Psicopatologia da Vida Cotidiana. Quem quiser saber o que causa o lapso está convidado a ler o belo texto do pai da psicanálise. O mesmo descuido não pode, contudo, atenuar o agradecimento ao senador Aécio "Néscio" (estúpido, incapaz, inepto), que parece não ter percebido a graçola ofensiva.

A ágil desqualificação dos testemunhos do procurador Júlio Marcelo de Oliveira e do auditor Antônio Carlos Costa Dávila Carvalho, do Tribunal de Contas da União (TCU), foi outra interferência vã de Lewandowski, cuja inutilidade não o abrigará sob o cobertor da imparcialidade. O rebaixamento de testemunhas a informantes por motivos fúteis não bastou para desqualificar a evidência do dolo da ré em seu enquadramento na violação dos preceitos legais, pela qual foi acusada e condenada. A permissividade gozada pela "bancada do chororô" e pelo deputado José Nobre Guimarães, que se manifestaram histericamente contra posições adversas, foi negada a Magno Malta, pelo "crime" de cantarolar.

Nada disso, contudo, impediu que fossem negados ao ministro atributos de excelência imparcial e serena de poderoso chefão da Corte por senadores insuspeitos de serem beneficiados por suas farpas venenosas. Como o próprio Aécio, que é Neves, como de conhecimento geral, sendo como é neto de Tancredo Neves, e não "Néscio", e o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima.

Este protagonizou com o chefe do julgamento debate sobre a canetada inesperada que alterou a Constituição, mercê da qual o presidente do Supremo (até segunda-feira, dia 12, quando passará o cargo à ministra Cármen Lúcia) permitiu a um terço dos senadores dispensar a condenada de cumprir pena. Quando Lewandowski acolheu o destaque proposto por um representante do Rede de Marina Silva, Randolfe Rodrigues, para aleijar o parágrafo único do artigo 52 da Constituição, Cássio Cunha Lima advertiu que os líderes haviam combinado que a votação não seria "fatiada". Reza o artigo: "(...) limitando-se a condenação, que somente será proferida por dois terços dos votos do Senado Federal, à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública". Há dúvidas?

Ao fazê-lo, Lewandowski rasgou o acordo com as lideranças e permitiu-se ler um longo arrazoado previamente preparado, em que cometeu a heresia de sobrepor à Constituição artigos de uma lei anterior a ela e os regimentos do Senado e da Câmara ?" e o papel desta no impeachment terminou quando autorizou aquele a cumprir sua função julgadora. Nunca antes na História o guardião-mor da Carta Magna a rasurou de forma tão cabal. Com isso mudou o sentido da preposição com, definida na página 765 do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa como algo que "relaciona por subordinação".

Convém ainda lembrar que Sua Excelência empreendeu essa desmoralização do Estado de Direito e da gramática após advertir que qualquer decisão dependia dos senadores, e não dele. Só que para configurar isso teria de ter posto em votação (por maioria simples) se a maior parte deles seria ou não cúmplice dele no "fatiamento" do presunto jurídico. Assim, a maioria qualificada de dois terços passou a ser exigida dos julgadores que lutavam para manter íntegra a norma máxima, que só pode ser mudada por três quintos dos congressistas. Isso não foi discutido, embora Cássio tenha lembrado que a Constituição seria reformada por apenas um terço dos senadores. O resultado ?" 42 a 36 ?" incluiu na matemática das reformas da Lei Suprema a paródia pelo avesso do anúncio de uma marca de embutidos: "só se for a pau, Juvenal".

A adoção do lema com que Jarbas Passarinho saudou o AI-5 no auge autoritário da ditadura civil-militar de 1964 ?" "às favas com os escrúpulos", título de comédia de Juca de Oliveira ?" foi reprovada pelo decano do STF, Celso de Mello, e pelo ministro Gilmar Mendes, que a chamou de "bizarra". O capitão do time constrangeu seus dez colegas a confirmarem seu deslize, esclarecendo que o pressuposto da condenação só vale para impeachment de presidente, sob pena de criarem precedente que beneficiaria astutos inspiradores dessa manobra espertinha. Ou jogarão o País no pré-sal da crise fatal.
Herculano
07/09/2016 08:29
FORA, MAS MEIO DENTRO, por Coluna Carlos Brickmann

A maior manifestação popular dos últimos tempos pedia Fora, Dilma.

Esperava-se que o vice Michel Temer assumisse dizendo a que veio: reduzindo o número de Ministérios, desaparelhando a administração que havia sido aparelhada pelo Governo, enfrentando pelo menos alguns dos grupos corporativos que, indiferentes á crise, insistiam em multiplicar seus salários, vantagens, benefícios e penduricalhos diversos.

Temer assumiu falando grosso, mas concordou em seguida com um pacotão de benefícios a grupos corporativos que aumentou o déficit público em mais de R$ 40 bilhões. Fechou o Ministério da Cultura e o reabriu em seguida. Impôs medidas restritivas ao aumento de gastos dos Estados como preço para aliviar seus problemas financeiros, mas em seguida desimpôs as exigências. Virou uma Dilma que fala português mais requintado, com mesóclises.

Qual seria a reação do eleitorado se Temer assumisse a linha de sua equipe econômica e fizesse o necessário, em vez de pedir ao ministro Meirelles que explique por que R$ 40 bilhões não aumentam o déficit?

No Reino Unido, mesmo tendo de passar frio durante a luta de Margaret Thatcher com os mineiros de carvão, o eleitorado a manteve no poder por 12 anos. Lee Kwan Yew, em Cingapura, foi mantido 25 anos no poder; seu filho Lee Hsien Loong ganhou as eleições, e mantém a política do pai.

Aqui, Temer e o PMDB querem apoio para manter Dilma meio fora.

NEGOCIOS DA CHINA

Temer não deu sorte na China. Menosprezou lá a grande manifestação contra seu Governo, falando em 30, 40 pessoas, "aqueles que põem fogo em carros". Era mais gente, e não só quem punha fogo em carros. Teve de comprar, publicamente, sapatos - justamente um dos pontos difíceis das relações com os chineses, que invadiram o mercado mundial e são acusados, pelos exportadores brasileiros, de dumping. E com isso revelou que governar de salto alto, para ele, não é um ato apenas simbólico. Temer, de verdade, usa salto alto. Para quebrar, devia ser bem alto.

Mas os chineses gostaram de Temer e o convidaram para nova visita. Simpatia: devem ter visto que, até hoje, seu Governo está sendo xing-ling.

O DIA DE...

Não se irrite com os parlamentares que fatiaram o impeachment, livrando a cara de Dilma. Cada um pensa no seu futuro. Hoje, antes do final da Operação Lava Jato, antes de importantes delações premiadas, antes de revelações da Operação Greenfield, a entrada da Polícia Federal nos fundos de pensão de estatais, há uns 30 senadores com pendências criminais no Supremo. Quem tem, digamos, cuidado, tem medo!

Muito antes disso o pessoal cuidou das aposentadorias presidenciais. Dilma tem direito, mesmo impichada, a dois automóveis e oito servidores de sua livre escolha, pagos por esta pessoa que se vê de manhã no espelho. Dois receberão R$ 11.235 mensais; dois, R$ 8.554; dois, R$ 2.837; dois, 2.227,85. A FAB a transportará para onde resolver morar, e o Governo pagará a empresa escolhida para levar a bagagem.

...AMANHÃ

Agora vem o mais importante: Dilma mantém o direito de ser eleita. Se for, mantém o foro privilegiado, livre do juiz Moro, livre do juiz Vallisney. Esta, sim, é a causa que move os senadores. Amanhã pode ser outro dia.

FATO RELEVANTE

Mas Dilma agora tem de ser eleita para manter o foro privilegiado. Só Delcídio a delata mais de 70 vezes. Está sujeita aos juízes de 1ª instância.
Herculano
07/09/2016 08:29
JOGO PESADO, por Carlos Brickmann

A Operação Greenfield, autorizada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, começou espetacularmente: bloqueio de R$ 8 bilhões, 106 mandados de busca e apreensão, 7 de prisão temporária, 34 de condução coercitiva, visando, fora as pessoas, 38 empresas e entidades, entre elas a Postalis (fundo de pensão, com sérios problemas financeiros, dos funcionários do Correio), Funcef, da Caixa, Previ, do Banco do Brasil, e Petros (Petrobras).

Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, foi levado coercitivamente pela Greenfield para depor e em seguida deve cumprir nova ordem de prisão preventiva, da Lava Jato. A expectativa é grande: considerando-se as normas dos fundos de pensão, atingir prejuízos elevados exige muitas e importantes cumplicidades.

QUEM É QUEM?

No impeachment, a senadora Gleisi Hoffmann disse que no Congresso não havia ninguém com moral para julgar Dilma. Renan, irritado, disse que um mês atrás, a pedido dela, tinha conseguido impedir o indiciamento de Gleisi no Supremo. Falta saber como Renan atingiu seu objetivo. E falta:

1 - Saber com qual ministro do Supremo conversou, neste caso;

2 - Saber se o Ministério Público também se mostra curioso.
Aline Franzoi
06/09/2016 22:40
A população está descontente com os políticos que a representam. Mas na hora de votar não procura conhecer seus planos de governo, suas propostas. Vota por amizade, afinidade, por achar bonito ou com cara de maior competência.
Os eleitores também reclamam e dizem estar cansados de promessas que não se cumprem. Mas não se dão ao trabalho de checar se as propostas dos candidatos são realmente viáveis.
O que fizemos na sabatina da TV Gaspar foi questionar os candidatos justamente nas inconsistências dos planos que apresentaram, para termos certeza de que não se tratam apenas de palavras para cumprir a exigência da lei eleitoral. Através de suas respostas, os eleitores podem então refletir, analisar e fazer escolhas. É claro que em função do tempo limitado e das próprias regras estipuladas, não pudemos abordar tudo o que gostaríamos. Mas para isso temos ainda quase um mês de campanha pela frente. Para que a população questione e pesquise os candidatos antes de se decidir.
Sidnei Luis Reinert
06/09/2016 17:00
IMPERDÍVEL! Áudio mostra a verdadeira face de um comunista PTralha e mostra como acabar com uma cidade. Penso o PT daqui é assim também? ou seria pior???



"Democracia" do PT: Haddad tenta censurar o Implicante, mas a Justiça não aceita seu pedido
O prefeito de São Paulo tentou tirar do ar o áudio "Hoje é dia de Haddad", que faz paródia com o clássico "Dia de Maldade".

http://www.implicante.org/blog/democracia-petista-haddad-tenta-censurar-o-implicante-mas-a-justica-nao-aceita-seu-pedido/
Sidnei Luis Reinert
06/09/2016 16:26
E tem trouxa que acredita nas urnas eletrônicas brasileiras fabricadas na venezuela e controladas por Cuba!

Exclusivo: SWIFT divulga roubos mais cibernéticos, bancos pressões sobre segurança

Por Jim Finkle
SWIFT, o sistema de mensagens financeira global, na terça-feira divulgados novos ataques de hackers em seus bancos membros, uma vez que os pressionaram para cumprir com os procedimentos de segurança instituídas após fevereiro de alto perfil assalto $ 81000000 em Bangladesh Bank.

Em uma carta privada para os clientes, SWIFT disse que novas tentativas de cyber-roubo - alguns deles bem sucedida - vieram à tona desde junho, quando última actualização clientes em uma série de ataques descobertos após o ataque ao banco central Bangladesh.

http://uk.reuters.com/article/us-cyber-heist-swift-idUKKCN11600C
Adilson Luis Schmitt
06/09/2016 15:33
Prezado Herculano Domício

Só para informar atualmente ocupo por indicação do nosso Deputado Aldo Schneider a Gerência de Apoio Operacional na FESPORTE- Fundação Catarinense de Esporte.

Bem como continuo exercendo a minha profissão de Médico Veterinário na Agropecuária Trinca Ferro, realizando consultas, vacinas e como A.R.T. (Responsável Técnico). Completei este ano 26 de formação na UFPR!!!

Reafirmo que em nenhum momento o Candidato Kleber Wan-Dall, fez convite algum, para um eventual participação num futuro governo.

Se hoje declarei meu voto é porque tenho a certeza de que o Kleber Wan-Dall é a melhor opção para governar Gaspar!!

Adilson Luís Schmitt
Ex-Prefeito de Gaspar
Médico Veterinário
Daniel
06/09/2016 13:41
Reflexão do Dia:

Considerando o levantamento inicial que suspeita-se de um rombo nos 4 maiores fundos de pensão no valor R$ 50 bilhões, isso representa 0,85% do PIB brasileiro em todo ano de 2015 (R$ 5,9 trilhões). Isso que estão só no começo.
E tem gente que acha que o PT/PMDB deveria continuar na gestão pública. É mole?
Herculano
06/09/2016 13:00
OPERAÇÃO GREENFIELD ?" A CONJURAÇÃO DOS LADRÕES E OS "PETRALHAS BURGUESES", por Reinaldo Azevedo, de Veja

Operação nos fundos de pensão demonstra a extensão e a profundidade da roubalheira do regime petista. Roubavam nosso dinheiro e queriam roubar também nossa democracia

A Polícia Federal deflagrou uma megaoperação que tem como epicentro os maiores fundos de pensão das estatais: Previ, Funcef, Postalis e Petros. Dizer o quê? Recorram ao arquivo deste blog para saber como trato essas entidades desde que o blog existe ?" e já o fazia antes. Atenção! Eles eram ?" e, em certa medida, são ainda ?" um dos esteios do poder do PT.

Aliás, é curioso: enquanto o partido fazia, por exemplo, campanhas contra as privatizações do governo FHC, os fundos, já influenciados pelo PT, iam às compras. O petismo, diga-se, se sustenta em três pilares: aparelhamento do estado, sindicalismo e fundos de pensão.

A coisa de agora é cabeluda e pode rivalizar, em prejuízo efetivo, com o petrolão. Fazendo uma síntese: os indícios apontam para um conluio entre os fundos e algumas cabeças coroadas do empresariado - curiosamente, muitos deles se tornaram impressionantemente robustos durante o lulo-petismo - para fingir que o simples assalto aos cofres dessas entidades era? investimento! Esses fundos compravam, aponta a investigação, cotas em oito fundos de investimentos a preços superfaturados. Ainda que o investimento viesse a dar lucro depois, o prejuízo na largada, para as entidades, já estava garantido. Bem como o lucro dos larápios. Essa é, reitero, a acusação. Foi bloqueada a fabulosa quantia de R$ 8 bilhões.

Sabem o que impressiona nisso tudo? O fato de ninguém se impressionar. Nem no mercado. Todos esperavam, cedo ou tarde, uma devassa nesses entes. O que estarrece os que acompanham a coisa mais de perto, consta, é o grau do descaramento. E, ora vejam, lá está João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, como um dos investigados.

Chega a ser espantoso. Lembro-me aqui que, em 2010, a VEJA publicou uma reportagem com o depoimento de um sujeito chamado Gerardo Santiago, um ex-assessor do Previ. Ele revelou, então, a existência de um bunker naquele fundo só para produzir dossiês contra adversários do petismo.

Escrevi, então, que aquele bunker montado na Previ atentava diretamente contra os direitos fundamentais e políticos garantidos pela Constituição brasileira. Era a Hidra de Lerna do estado totalitário mostrando as suas muitas cabeças. Não estava mais no ovo. Já havia nascido. Pessoas estavam lá organizadas não para cuidar do fundo, de suas necessidades etc., mas para atuar como uma espécie de polícia política do PT e do governo de então. Ninguém estava fora de seu radar. Só na Previ? Santiago deu a entender que não.

A operação de agora, aguardem, vai evidenciar a profundidade alcançada pela "Conjuração dos Ladrões".

Roubavam nosso dinheiro.

O objetivo era roubar também nossa democracia.

E eles estão em marcha.

Ah, claro, o regime bolivariano criou os "boliburgueses", os multimilionários e multibilionários do bolivarianismo. Tudo indica que, por aqui, formaram-se os "petralhas-burgueses".

Mas não contem isso para alguns humoristas. Eles acham que essa crítica é coisa de radicais que não gostam do Chico Buarque, né, Marcelo Adnet?
Sidnei Luis Reinert
06/09/2016 12:36
De Ronaldo Caiado

Para que todos entendam o que significa essa operação da Polícia Federal. Dirigentes petistas que administraram fundos de pensão, como o Postalis (Correios) e Petros (Petrobras) tiravam recursos desses fundos (dinheiros dos funcionários das estatais) e aplicavam em títulos da dívida da Argentina, em plena época que o país deu calote, e pasmem, da Venezuela, que vive um caos político e econômico sem precedentes a partir de um governo autoritário. Esses dirigentes ainda aplicaram o dinheiro dos fundos em empresas amigas do PT, como a Sete Brasil, àquela envolvida no escândalo do Petrolão e outras que representavam alto risco. Tudo isso resultou em um rombo de R$ 50 bilhões, que foi desvendado pela CPI do Fundos de Pensão e por essa investigação da PF. Por isso, repito: são assaltantes de aposentados!

http://blogs.oglobo.globo.com/miriam-leitao/post/ponta-do-iceberg.html
Sidnei Luis Reinert
06/09/2016 12:26
DIZEM QUE AMAM OS ANIMAIS MAS...

Sem coração, Dilma abandona "nego" seu cão de estimação
Posted on 5 de setembro de 2016 by CristalVox


Dilma perdeu o coração:? " Seus cuidados se restringem a caminhadas diárias de uma hora com Nego, seu cachorro da raça Labrador, herdado da residência do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu."?

A imprensa divulga que Dilma não vai levar para Porto Alegre o labrador Nego, herdado de Zé Dirceu em 2005.



A versão é de que um assessor ficará cuidando do animal, que está com a saúde frágil.

Mas O Antagonista foi informado de que a petista mandou sacrificá-lo.

Conteúdo Antagonista
Sidnei Luis Reinert
06/09/2016 12:16
Hora do BNDES acertar as contas está chegando...


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Se não ocorrer uma escandalosa e poderosa operação abafa, uma devassa judicial no BNDES tem de ser a consequência natural na Operação Greenfield - que investiga um rombo estimado em R$ 50 bilhões em desvios de recursos dos quatro maiores fundos de pensão do Brasil - Previ, Petros, Funcef e Postalis. Agora se compreende por que tais entidades apresentavam déficits bilionários - comprometendo as aposentadorias e pensões de seus associados. O negócio aloprou o mercado, porque mexe com as corretoras de alguns dos maiores bancos do País.

Os desdobramentos da Lava Jato começam a chegar ao centro nevrálgico do corrupto capimunismo rentista brasileiro, já que os fundos, aparelhados politicamente, eram fontes de recursos para fusões e aquisições de empresas, em operações que transformavam em "megaempresários" ou "sócios investidores" figuras que, na verdade, não passavam de ladrões ou vigaristas. Agora sim, começa a secar aquela que parecia ser a fonte inesgotável de grana para custear o projeto de poder da Petelândia.

Se as forças tarefas contra a corrupção forem fundo, renomados petistas vão para o saco de lixo da história repidinho. A juíza Marianna Medina Teixeira, em exercício na 4ª Vara Cível de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, decretou a indisponibilidade dos bens do ex-prefeito do município e atual senador Luiz Lindbergh Farias Filho. O lindinho que brilhou no "jardim de infância" contra o impeacment de Dilma é processado pela contratação irregular de empresas de coleta de lixo no município em 2009, com o custo total de mais de R$ 40 milhões.

A juíza acolheu o pedido de medida cautelar na ação civil pública por improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. Na gestão de Lindbergh, foi montado um esquema na prefeitura para beneficiar, principalmente, a empresa Green Life e seu representante Ludwig Ammon. O esquema envolvia a participação do ex-prefeito, do seu ex-secretário de obras Rogério Martins Lisboa e Antonio de Araújo Ferreira, conhecido como "Tuninho da Padaria", que ocupou os cargos de secretário do governo, secretário de transportes, presidente da Codeni e presidente da Emlurb. Rogério, que foi articulador da campanha eleitoral de Lindbergh para a prefeitura em 2004, tinha ligação com o histórico societário da Green Life.

Mediante dispensa de licitação, a Green Life foi contratada em caráter emergencial pela Empresa Municipal de Limpeza Urbana de Nova Iguaçu (Emlurb) para a execução dos serviços de coleta, remoção e transporte de resíduos sólidos em áreas do município. O valor mensal do contrato foi de R$ 2.356.656,85 pelo prazo de seis meses, no total de R$ 14.139.941,10. Também foram contratadas, na mesma situação emergencial, as empresas Lipa e VPAR. As contratações ocorreram em 2009. A denúncia indica que, somente em 2009, a Prefeitura de Nova Iguaçu teria desembolsado dos cofres públicos, apenas com serviços de coleta e remoção de lixo urbano e varrição de ruas, em razão desses contratos emergenciais, o valor de R$ 40.229.887,62.

O MP frisou que, "em verdade, não houve situação emergencial que ensejasse a dispensa de licitação para a prestação de serviço, uma vez que o ex-Prefeito Lindbergh Farias (primeiro demandado) assumiu o cargo de Prefeito Municipal de Nova Iguaçu em 01/01/2005, e que, por tal motivo, teria tido tempo hábil para atualizar-se em relação à situação contratual e, assim, realizar o devido procedimento licitatório prévio à renovação dos contratos, nos termos da Lei n.º 8.666/93". Acrescenta ainda que"a situação de emergência suscitada pela municipalidade ocorreu por inércia da própria Administração Pública, pela falta de planejamento, desídia administrativa e má gestão".
Herculano
06/09/2016 10:37
OS INIMIGOS MORAM AO LADO, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

O início do governo efetivo de Michel Temer está mais tumultuado do que já se previa, com pressões vindas do exterior, dos movimentos aliados ao PT, de analistas políticos e até de Aécio Neves, presidente do principal partido da sua base aliada, o PSDB. No Planalto, porém, o discurso (pelo menos de boca para fora) é de tranquilidade. Tudo isso já estava "precificado", dizem eles, recorrendo a uma expressão de economistas. Ou seja, estavam na conta. Mas e o PMDB?

"Se o governo acertar na economia, tudo isso passa", disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), que ontem substituía Temer durante sua viagem à China. "Esses protestos são normais, já eram esperados. O fundamental é tomar as medidas certas e tirar o País da crise", faz eco o secretário de Infraestrutura, Moreira Franco. Para o Planalto, milhares de pessoas em São Paulo é um contingente razoável, mas não chega a 10% dos que iam às ruas antes do impeachment.

Uma reclamação é que até pequenas coisas viram grandes debates. O salto do sapato de Temer quebrou e ele comprou um par novo na China. E daí? Na reunião do G-20, Temer foi posicionado no canto esquerdo, quase caindo da foto, com ar desconfortável. É grave?

Mas, se palacianos tentam tratar com naturalidade (ou naturalidade forçada) o "fora, Temer", principalmente em São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre e Salvador, a energia do governo parece focada no ajuste e nas reformas. E os maiores problemas no Congresso não partem da oposição, mas dos próprios aliados. A tarefa número um de Temer, ao descer hoje do avião em Brasília, deve ser uma conversinha séria com o seu partido, o PMDB, que nunca tinha assumido de fato a Presidência e ainda não conseguiu assimilar a nova posição.

Sempre ficará uma ponta de dúvida, porque a verdade dos políticos balança ao sabor das conveniências, mas dez entre dez dos principais ministros, assessores e amigos de Temer juram que Renan não comunicou a ele o tal fatiamento da Constituição e do julgamento de Dilma. Se for realmente assim, foi uma deslealdade. Dá para confiar nele?

O mandato de Renan na presidência do Senado só vai até fevereiro, sem direito à reeleição. Serão cinco meses, com eleição municipal e recesso de fim de ano no meio. Logo, o que se pergunta é: 1) o que dá tempo de fazer até lá e 2) quem assumirá depois o seu lugar. Apesar de se considerar Eunício Oliveira (PMDB-CE) como favas contadas na presidência, há dois senões: Eunício, aliado de Renan, enfrenta problemas de saúde; e uma parte do PMDB articula o nome de Garibaldi Alves (RN).

O fato é que o País, Temer e os 12 milhões de desempregados têm pressa, mas o ano parlamentar está, na prática, acabando. Temer precisa rapidamente mostrar força política e uma base aliada coesa. Mas Renan e parte do PMDB não chegam a ser tão confiáveis assim e, vira e mexe, lá está o tucano Aécio advertindo que, se Temer não fizer as reformas, babau apoio. Num momento como esse, com tantos flancos para o governo que se instala, não é exatamente um gesto camarada, solidário.

Ontem, Aécio almoçou com Geraldo Alckmin e jantou com Rodrigo Maia. Será que suas cobranças recorrentes se resumem a mera busca de protagonismo? O pessoal de Temer acha que sim, mas bem pode ser um "hedge", para a eventualidade de o governo naufragar. Só tem um problema: se naufragar, não se salva um, nem PMDB, nem PSDB, nem DEM, nem PPS... E o PT não volta à tona. O insucesso de Temer seria o insucesso geral. A dúvida é o que, e quem, lucraria com isso. Se é que alguém lucraria.

Velhinhos. Depois dos desvios do crédito consignado, confirma-se agora o assalto aos fundos de pensão dos funcionários da Petrobrás, CEF, BB e Correios, efeito direto do aparelhamento do PT. E ainda rechaçam a reforma da Previdência!
Herculano
06/09/2016 10:35
O QUE O PMDB NÃO PERCEBEU?

Que ele é vidraça. Que a crise é muito grave e que próprio PMDB é parte desta crise

Que quem tirou Dilma não foi o PMDB, nem Eduardo Cunha, nem Michel Temer, nem Romero Juca, nem...

Quem tirou Dilma, quem tenta anular o PT (de quem o PMDB foi sócio gigolô por 13 anos), quem tenta expor Lula até a sangria final, não foi exatamente o PSDB, o DEM, o PPS e outros.

Quem está fazendo este movimento são os que não aguentam mais pagar tanto imposto e vê-lo roubado por poucos ou mal usado na saúde pública, na educação, nas obras de infraestrutura, na segurança.

Quem está fazendo este movimento de repensar a administração pública é o mesmo cidadão que acreditou que o PT fosse realmente diferente na política como propagou e jurou, ético e transparente e que percebe agora ser o PT o líder com outros como os Sindicatos, do pior que se viu no país que colocou 12 de milhões de desempregados nas ruas, que permitiu a inflação corroer os ganhos reais dos trabalhadores e sociais dos vulneráveis, que agarrou-se ao poder de uma tal forma, que mais parece uma ditadura civil.

O PMDB insiste em não perceber que não é vítima deste estado lastimável e deteriorado de coisas, mas algoz, parceiro do PT, PCdoB, PDT, PP, PSD, PR, PRB, PTB e outros na lambança que fizeram contra os brasileiros. O PMDB insiste em não virar a página que ele próprio escreveu e como quer parte ponderável dos brasileiros que não aguenta mais ser roubada, humilhada, constrangida

Então mamute PMDB - que tem em seu seio algozes como Roberto Requião e Kátia Abreu - vai ser o próximo se não mudar no jogo das sacanagens que se explicitou vergonhosamente em rede nacional, em tempo real, no minuto derradeiro do impeachment de Dilma Vana Rousseff, quando contrariando a Constituição, ofereceu um indulto como abono para a pena que ajudaram a aplicar a presidente. Wake up, Brazil!
Herculano
06/09/2016 09:55
ESTAMOS SEM "PORQUÊS", por Arnaldo Jabor para o jornal O Estado de S. Paulo

Li outro dia uma frase aterrorizante que nos explica - hoje. Quando o escritor Primo Levi foi preso em Auschwitz, ele perguntou algo a um oficial do campo. O sujeito respondeu: "Hier ist kein Warum" (aqui não há o porquê). Estamos sem porquês.

Aquela fotografia de um menino sírio em Aleppo, coberto pelos restos de uma explosão, mostra nossa solidão diante do Mal. Existe hoje no mundo um novo mal, um mal sem culpados visíveis. O Mal no mundo atual é o "incompreensível".

Quando Hitler atacou o mundo com o nazismo, quando Stalin matou mais gente que o alemão, ainda havia uma sórdida "finalidade" em seus atos; sua violência era justificada por uma "causa" a ser atingida: ou o Milênio Ariano ou o paraíso comunista. Para eles todos os atos eram perdoados por essa intenção de futuro. O Futuro de nosso Presente só nos promete tragédias anunciadas.

O Mal ficou difuso. Onde está o mal, hoje? No terror, no meio da miséria, entre fezes? Os fanáticos do Islã querem destruir o demônio - que somos nós. Os atentados são cada vez mais terríveis, procurando apagar a alegria da vida ocidental que tanto invejam.

A Coreia do Norte, governada por um porco, ameaça-nos com a bomba atômica. O Maduro destrói seu país entre assassinatos e fome, o Assad arrasa a Síria e exporta milhões de pobres diabos; Putin, aquele agente do mal, não permite a queda do ditador russo. Aqui, mais perto, na América, temos o Trump, que é o Mal encarnado; para ele, os democratas são os cães infiéis, exatamente como pensam os muçulmanos radicais que matam pelo prazer de nos horrorizar com degolamentos na mídia.

Os terroristas injetaram o arcaico no moderno. No 11 de Setembro, os aviões viraram balas, mísseis. Osama nos fez ver o lixo que se escondia sob o progresso, a "razão" suja do Ocidente sob o governo do estafermo do Bush. Osama desmoralizou a América, nosso mito de competência, e comandou todos os erros pavorosos da vingança americana.

Nunca a América errou tanto. O horror atual tem várias origens, mas uma delas é o Bush. O Mal ocidental escondido sob o "Bem" apareceu ?" o eixo ocidental do Mal. Hoje, com o EI, a arma maior é a internet, doutrinando malucos para o mal.

Antigamente, era mole. O mal era o capitalismo, o bem era o socialismo. Todos fingiam ser o Bem. Ninguém dizia, de fronte alta: "Eu sou o mal!". Ou: "Muito prazer, Diabo de Oliveira...".

Agora, os intelectuais orgânicos, padres de esquerda, caridosos de carteirinha, cafetões da miséria, santos oportunistas estão em pânico. Pensam: "se não houver um mal claro, como seremos bons?". Sente-se no ar uma sede, uma fome de Mal. Jovens neonazistas declararam outro dia na Áustria: "não aguentamos mais a monotonia da democracia". O mal é excitante. Ninguém quer ser livre. O sucesso planetário dos evangélicos, as massas delirando com ídolos de rock mostram que, no mundo inteiro, as massas querem slogans irracionais, querem o fundamentalismo da crueldade prática, das soluções finais. Infelizmente, como disse Baudrillard: "contra o mal, só temos o fraco recurso dos direitos humanos". O Mal parece uma forma perversa de liberdade. O mundo atual está numa sinuca de bico. Não há mais dualidades. Inimigos de "vários matizes" estão disseminados nos países. O Bem não sabe para onde vai, não sabe nem mesmo se ainda é o Bem. Desde que me entendo, nunca vi uma mutação tão intempestiva. Não é nas mentalidades, mas na matéria da vida, nas engrenagens que movem o mundo.

Hoje, a desesperança com qualquer hipótese de totalidade está parindo novas formas larvais de sobrevivência neste mundo decepcionante.

Esse mal em polvilho, em pó, essa chuva de mal se "balcaniza" em ilhas ideológicas e psicológicas ?" o mundo se "desunifica" em vazios, em avessos, em "buracos brancos" que vão se alargando à medida que o tecido da sociedade "linear" se esgarça. É um arquipélago de zonas de terror. Se, antes, havia a polarização de ideologias em oposições binárias, pretos contra brancos, socialismo versus capitalismo, isso vinha da ideia de "sistema e contrassistema", de "cultura e contracultura". Esta oposição acabou.

Um dos dramas de hoje é que não há mais fatos ?" só expectativas. A história vai devagar e por linhas tortas. A última grande mudança foi a queda das torres em NY. Em dez minutos, nossa vida mudou. O que houve no mundo foi o fim do sonho da unidade, o fim da possibilidade de uma "grande narrativa" - como dizem os pós-utópicos, perplexos e com uma pontinha de alívio da obrigação de grandes "relevâncias". O que acabou foi o "UM". Acabou o anseio totalizante de se achar uma única resposta, desejo antiquíssimo de tudo reduzir a um símile do corpo humano: a sociedade funcionando como um organismo sob controle.

Como escreveu Paul Valéry em seu texto "A política do espírito":

"A desordem do mundo atual nos habitua intimamente a ela; nós a vivemos, nós a respiramos, nós a fomentamos e ela acaba por ser uma verdadeira necessidade nossa. Nós encontramos a desordem à nossa volta e dentro de nós mesmos, nos jornais, nos dias e noites, em nossas atitudes, nos prazeres, até em nosso saber".

O mal se espalha em formas cada vez mais inventivas. O Mal tem imaginação.

No Brasil é diferente. O que nos assola não é o grande Mal. O perigo aqui é o pequeno mal, enquistado nos estamentos, nos aparelhos sutis do Estado, nos seculares dogmas jurídicos, nos crimes que são lei. O mal do Brasil não está na infinita crueldade de elites egoístas; está mais na sua cordialidade. O mal esta no mínimo.
Herculano
06/09/2016 07:54
MESSIANISMO ÀS AVESSAS, por Roberto Pereira Miguel, teólogo, no jornal O Estado de S. Paulo

Se Jesus resistiu às três tentações, o movimento messiânico lulopetista sucumbiu a todas elas.

"Lula ainda é o Messias que, na esperança de muitos, poderia salvar o Brasil do retrocesso, e promover a partilha do pão e do vinho, da comida e da bebida. Dilma, a discípula que deveria dar ouvidos ao Mestre. Temer, o apóstolo que aguarda pacientemente a oportunidade de ocupar o lugar do Mestre. Renan, o discípulo que ora fica ao lado do Mestre, ora de Caifás. E Cunha, o Judas, que se vendeu por 30 dinheiros (...)."

A sentença acima, proferida pelo teólogo da libertação Frei Betto - amigo pessoal de Lula e que foi coordenador do extinto Programa Fome Zero ?" em entrevista ao jornal digital Brasil 247 em dezembro de 2015, ilustra bem o messianismo político que desde sempre foi associado ao PT e a seu líder máximo, o ex-presidente Lula, e que continua até hoje repercutindo nas mentes e nos corações de petistas e simpatizantes. Cabe, entretanto, analisar em que se constitui o messianismo cristão para o qual Frei Betto aponta, a fim de diferenciá-lo do messianismo lulopetista, que é tanto um arremedo quanto uma perversão daquele.

O termo "Messias", originário do hebraico (mâshîah) e em grego traduzido por Christos, significa "ungido" e nos remete a uma figura histórica ansiosamente esperada que seria responsável por uma mudança radical e definitiva na História. Para os antigos hebreus, o "Messias" estava intimamente associado à realeza e os profetas já falavam de um rei que redimiria Israel e traria um período de paz e justiça à Terra. Mais tarde, diante dos milagres e da mensagem proclamada por Jesus, seus seguidores passaram a interrogá-lo sobre a sua qualidade de Messias. Pedro foi o primeiro a confessar: "Tu és o Messias". E imediatamente após a ressurreição de Jesus a Igreja primitiva passou a conferir-lhe o título de "Cristo", o qual é até hoje afirmado entre os seus seguidores.

Segundo a tradição cristã, logo no início do seu ministério, e pouco após haver sido batizado nas águas do Rio Jordão por João, Jesus ?" o Messias dos cristãos ?" foi conduzido pelo Espírito Santo ao deserto, para ser três vezes tentado pelo diabo. À primeira tentação apresentada por Satanás ?" transformar pedras em pães, simbolicamente exprimindo a ânsia de coisas materiais, como propõe o filósofo Erich Fromm ?" Jesus responde: "Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus". Satanás propõe a Jesus, então, que se atire do alto do pináculo, garantindo-lhe poder total sobre as leis que regem a natureza. Jesus igualmente recusa, citando as Escrituras: "Não tentarás o Senhor, teu Deus". Finalmente, o diabo transporta Jesus a um monte muito alto, mostra-lhe todos os reinos do mundo e lhe promete: "Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares". Jesus rejeita de novo e afirma: "Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás".

Se Jesus resistiu à tríplice tentação, o movimento messiânico lulopetista, por sua vez, sucumbiu a todas elas. Começando de trás para a frente, aliou-se ao pior que havia na política brasileira (Renan Calheiros, Orestes Quércia, Fernando Collor de Mello, Jader Barbalho, Paulo Maluf, etc.) para pavimentar o seu acesso à Presidência da República e ali se perpetuar. Em 2009, comentando sobre a necessidade de tais acordos eleitorais, Lula disse: "Se Jesus Cristo viesse para cá e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão". Naturalmente, Lula sempre identificou a si mesmo como Jesus e aos outros como Judas. Sua discípula Dilma Rousseff, dando ouvidos ao mestre, afirmou às vésperas da sua própria reeleição, em 2014: "Podemos fazer o diabo quando é hora de eleição". Em outros termos, "diante da possibilidade de chegarmos ao poder e dominarmos o reino, por que não servir ao diabo?".

No que se refere à segunda tentação, Lula e os petistas desconsideraram as leis que regem a sociedade e se atiraram precipício abaixo achando que estariam imunes às repercussões penais que atingem os demais mortais envolvidos em ilícitos. Caixa 2, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, compra de apoio parlamentar, estelionato, tráfico de influência, ocultação de patrimônio e as "pedaladas fiscais" fazem parte do rol de artimanhas e crimes cometidos por integrantes do partido que se proclamava o bastião da ética. Mas como o diabo é o pai da mentira, seu engodo logo se manifestou no indiciamento ao pretenso messias, nas condenações e prisões sofridas por seus "discípulos" (José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, João Paulo Cunha, João Vaccari Neto, etc.) e no impeachment de Dilma Rousseff. Antes disso, em 9 de março deste ano, Renan Calheiros, aquele que ora serve ao mestre, ora a Caifás ?" como disse Frei Betto ?", ironicamente presenteou o messias petista, já moralmente esborrachado no chão, com o texto da Constituição brasileira, aquele mesmo corpo de leis que ele rejeitou ao se atirar do alto do pináculo. Eis a própria imagem do diabo escarnecendo do incauto que lhe deu crédito.

Sobre a primeira tentação, a ânsia pelos bens materiais, pouco é preciso dizer diante do gigantesco montante surrupiado das empresas estatais que foi direcionado à "causa" (o projeto de poder petista) e ao enriquecimento desproporcional daqueles que seriam os responsáveis por redimir o Brasil de todos os males. Carros, propriedades rurais, barcos e apartamentos luxuosamente mobiliados estão entre os inúmeros bens adquiridos por meios escusos. O sítio em Atibaia e o triplex no Guarujá que pertenceriam de fato ao mestre citado por Frei Betto, bem como os inúmeros bens do ex-presidente estocados num guarda-móveis pago pela OAS ao custo de mais de R$ 1 milhão, são apenas a exemplar representação do culto a Mamon prestado pelos integrantes desse movimento messiânico às avessas, já bastante carcomido, e por um pseudomessias que, até aqui, ganhou o mundo inteiro e perdeu a sua alma.
Herculano
06/09/2016 07:48
O TRISTE JEITO DE FRAUDAR DOS POLÍTICOS.SERVIDORES DOAM VALORES MAIORES QUE O PROPRIO SALARIO A VEREADORES DE SP

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Thais Bilenky. Funcionários públicos doaram somas superiores a seus salários a candidatos a vereador aos quais são ligados.

Levantamento feito pela Folha a partir da declaração parcial de receita aponta contribuições de servidores a nove candidatos a vereador em São Paulo, inclusive o presidente da Câmara Municipal, Antonio Donato (PT).

Dos 46 doadores do petista, 27 são funcionários municipais. A maioria trabalha na Secretaria Municipal de Obras, cujo titular, Roberto Garibe, foi adjunto de Donato na Secretaria de Governo.

Circunstâncias nas quais o salário do servidor sugere incompatibilidade com a doação levantam suspeitas de lavagem de dinheiro, segundo especialistas.

Uma assessora do vereador Alfredinho (PT), Laiane Ferreira da Silva, doou R$ 4.000 à campanha do chefe, apesar de dever mais de R$ 13 mil a instituições comerciais e financeiras. Seu vencimento na Câmara é de R$ 6.920.

Outros cinco funcionários municipais deram ao petista mais do que ganham. Walkyria Pereira dos Santos, também assessora de Alfredinho, deu R$ 13 mil à campanha do chefe, embora receba da Câmara R$ 9.985.

Somadas, as contribuições de funcionários correspondem a mais da metade do total de R$ 222 mil declarado.

Informado sobre o teor da reportagem, o Ministério Público Eleitoral disse que instaurará procedimento para apurar eventuais irregularidades. "Há possível afinidade ideológica em alguns casos. Outros sugerem compra de CPF", afirmou o promotor José Carlos Bonilha, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo.

Para ele, é possível que terceiros usem o nome de funcionários para camuflar doações.

As doações de empresas são vetadas a partir desta eleição. Apenas pessoas físicas podem contribuir, com o limite de 10% da renda declarada no ano anterior.

Professor titular de direito penal da USP, Renato de Mello Jorge Silveira disse que "se houver prova de que a doação foi incompatível com os vencimentos, pode-se ter apuração, em tese, tributária dessa pessoa para levantar como existe o dinheiro que nunca foi declarado. Isso pode levar até a uma apuração de lavagem de dinheiro".

FILHA DO CHEFE

Alguns candidatos obtiveram doações de funcionários públicos ligados a familiares.

O vereador David Soares (DEM), filho do missionário R.R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, desembolsou ele próprio R$ 50 mil por ora, metade do que arrecadou.

Quatro funcionários de seu irmão, o deputado estadual André Soares, doaram R$ 2.000 cada, e um doou R$ 3.300 ao vereador.

As candidatas tucanas Adriana Ramalho e Aline Cardoso receberam recursos de servidores dos gabinetes de seus pais, os deputados estaduais Ramalho da Construção e Celino Cardoso, também do PSDB.

Uma funcionária de Ramalho doou R$ 10 mil para a campanha da filha do chefe, para um salário de R$ 13 mil. Cinco servidores de Cardoso doaram juntos R$ 25 mil para Aline.

O vereador Reis (PT) registrou doação de ao menos 23 servidores municipais. Em seu gabinete, o assessor comissionado João Bosco Alves de Amorim destinou R$ 6.430, mais do que os R$ 6.295 que ganha.

O assistente Lindomjoson Barros de Araujo, que ganha R$ 7.148 da Câmara, tem pendências bancárias e comerciais de R$ 664 e, não obstante, doou R$ 3.750.

A totalidade da receita de Adolfo Quintas (PSD) até agora declarada advém de doações de funcionários, dois dos quais destinaram mais do que ganham por mês.

Um deles, o assessor legislativo Paulo de Oliveira Ludovico, doou R$ 20 mil. Seu salário na Câmara Municipal é de R$ 18 mil. O candidato, contudo, não aportou recursos próprios.

No caso de Juliana Cardoso (PT), doações de funcionários públicos somam 80% do total de quase R$ 53 mil declarados até agora.

O vereador Celso Jatene (PR), que deixou a Secretaria Municipal de Esportes para disputar a reeleição, recebeu contribuições de sete servidores públicos, cinco dos quais da pasta que ele comandava.

OUTRO LADO

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Antonio Donato (PT), afirmou, por meio de nota, que "não há subordinação entre o vereador e servidores municipais que doaram espontaneamente à sua campanha".
As doações, disse a assessoria de Donato, foram "regulares e feitas dentro da lei".

O secretário municipal de Obras, Roberto Garibe, e Donato afirmaram manter relação de amizade antiga. A pasta observou que "não há nenhuma vedação na lei que impeça servidor público de efetuar doações" ou "que o diferencie de outros cidadãos".

Garibe disse que recebe salários superiores aos municipais porque pertence à carreira federal e, por isso a doação não extrapola o teto legal.

A candidata Adriana Ramalho (PSDB) encaminhou resposta da servidora do gabinete de seu pai na Assembleia Legislativa que contribuiu com sua campanha. Francisca Gomes informou que a conhece há 22 anos, "acredita que ela representa a renovação tão necessária à política e, por isso, apoia a candidatura como cidadã".

O vereador David Soares (DEM) disse que os servidores do gabinete de seu irmão na Assembleia Legislativa que fizeram doações "são amigos pessoais e certamente não houve qualquer tipo de constrangimento".

A assessoria da vereadora Juliana Cardoso (PT) disse que "não há nada que impeça" as doações de funcionários públicos e pessoas físicas "dentro do valor que a legislação atual estipula".

A assessoria do vereador Adolfo Quintas afirmou que as doações são regulares.

O deputado estadual Celino Cardoso (PSDB) disse que os funcionários de seu gabinete que fizeram doações à campanha de sua filha Aline Cardoso a vereadora têm relação pessoal com a família e contribuíram voluntariamente. "Eu não pedi a ninguém. Não há cobrança ou pressão", afirmou Cardoso.

Aline não foi localizada.

O vereador Reis (PT) disse que as doações de servidores resultam do envolvimento deles com o mandato e cumprem a legislação.

"Aprovamos o trabalho que ele realizou com a nossa participação. Todos nós nos organizamos para esse momento, procuramos guardar dinheiro", disse a assessora de imprensa Candida Vieira, que também contribuiu.

No caso de funcionários que doaram mais do que ganham ou que têm dívidas, ela afirmou que "as pessoas têm livre-arbítrio para empregar o seu dinheiro".

Os vereadores Alfredinho (PT) e Celso Jatene (PR) não responderam.
Herculano
06/09/2016 07:34
INSONIA NÃO É MERA INCOVENIÊNCIA, É UM DISTÚRBIO ASSOCIADO A DEPRESSÃO, por Dráuzio Varella, médico cancereologista, para o jornal Folha de S. Paulo

Tanta gente toma remédio para dormir que o sono espontâneo virou extravagância.

Na vida urbana, vivemos tão atormentados por compromissos e preocupações que até me surpreende nossa capacidade de fechar os olhos e pegar no sono à noite.

Estudos multinacionais mostram que a prevalência de insônia crônica entre os adultos varia de 3,9% a 22%, a depender da definição adotada. Quando usamos a classificação ICSD-3 a prevalência oscila entre 9% e 12%.

A ICSD-3 define como insônia crônica a condição que se instala quando surge um ou mais dos seguintes problemas, pelo menos três vezes por semana, por pelo menos três meses:1) Dificuldade para iniciar o sono. 2) Dificuldade para mantê-lo. 3) Acordar mais cedo do que o desejado. 4) Resistência para deitar num horário razoável. 5) Dificuldade para dormir sem um parente ou um cuidador.

Quando a duração desses transtornos é menor do que três meses, a insônia é classificada como de curta duração.

A primeira recomendação para os insones ?"crônicos ou não?" é adotar o conjunto de medidas conhecido como higiene do sono.

Entre outras: 1) não tomar café, bebidas alcoólicas, refrigerantes, ou energéticos, pelo menos seis horas antes de deitar. 2) não assistir à televisão na cama. 3) não deitar com o estômago repleto. 4) em vez de rolar na cama, ler com a luz indireta de um abajur. 5) abandonar a vida sedentária.

Insônia não é mera inconveniência, é um distúrbio associado ao aumento do risco de morte, doença cardiovascular, depressão, obesidade, dislipidemia, hipertensão, fadiga e ansiedade. Nos quadros crônicos, está associada a acidentes automobilísticos, domésticos e no trabalho.

O principal tratamento não farmacológico é a terapia cognitivo-comportamental, que envolve: higiene do sono, técnicas de relaxamento e controle dos estímulos que mantém a vigília.

Dezenas de estudos mostram que ela é superior ao uso de medicamentos, tanto na eficácia como na duração dos efeitos benéficos. Na literatura médica, a melhora está documentada mesmo na presença de dores crônicas, artrites, enxaqueca, depressão, estresse pós-traumático, câncer, doenças pulmonares obstrutivo-crônicas e esclerose múltipla.

Os entraves são os custos, a falta de profissionais treinados e o acesso pelo sistema público ou por meio dos planos de saúde. Para contorná-los surgiram as terapias em grupo e as plataformas on-line que trazem os ensinamentos básicos, passo-a-passo, em programas de seis a oito semanas.

O mais eficiente dos componentes da terapia cognitivo-comportamental é a restrição de sono, estratégia por meio da qual o tempo de permanecer na cama é reduzido. A privação aumenta a pressão para dormir na noite seguinte.

Há muito, a atividade física é recomendada como parte da higiene do sono. Até 2014, as recomendações eram as de que os exercícios deveriam ser evitados no período que antecede a hora de deitar, porque alterariam o ritmo circadiano do organismo, aumentariam a temperatura corpórea e estimulariam a vigília.

Nesse ano, foi publicado um estudo com mais de 1.000 participantes de 23 a 60 anos. Não houve diferença na avaliação das características do sono entre aqueles que faziam ou não, exercícios de intensidade moderada ou vigorosa à noite, menos de quatro horas antes de deitar.

Com base nessa e em outras observações, os especialistas consideram não haver razão para contraindicar a prática de exercícios à noite.

Em estudos randomizados, ioga, tai chi, meditação e técnicas de relaxamento demonstraram melhorar a qualidade subjetiva e a duração do sono. No entanto, a falta de uniformidade na escolha dos participantes, nas intervenções e nos critérios de avaliação confundem a interpretação dos resultados e a indicação dessas técnicas como tratamento exclusivo.

E os remédios?

Devem ser prescritos apenas nos casos refratários, em que os demais recursos foram esgotados. Os efeitos colaterais não são alarmantes como imaginávamos no passado, mas estão longe de ser desprezíveis. O impacto do uso prolongado na cognição e na incidência de quadros demenciais não está claro.

O ideal é que o uso seja intermitente, reavaliado a cada três ou seis meses, no máximo.
Herculano
06/09/2016 07:30
A TENTAÇÃO TOTALITÁRIA DO PT, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

A crise que culminou com o impeachment da presidente Dilma Rousseff parece ter estimulado o PT a adotar estratégias típicas de movimentos totalitários. Numa delas, a realidade percebida pelos sentidos é rejeitada in limine, pois é considerada como uma mentira construída pelos inimigos do povo para realizar seu perverso projeto de dominação. Em seu lugar, o PT oferece a "verdadeira" realidade, aquela que se constitui do que não é perceptível, do que está escondido, do que não se dá a conhecer senão por meio da revelação dos que passaram pelo adequado treinamento ideológico. A ideologia petista dá a seus simpatizantes o conforto de substituir o mundo real, com suas contradições e seus acidentes, por um mundo em que tudo faz "sentido", graças ao discurso que lhe empresta coerência, mesmo que nada disso tenha a mais remota conexão com a realidade.

É com esse viés que os petistas, derrotados pela Constituição e pela democracia, querem fazer acreditar que o País viveu um "golpe", com a destituição da presidente Dilma Rousseff, e que agora está em curso um processo que culminará em breve num "estado de exceção", semelhante ao da ditadura militar.

De acordo com essa estratégia, é preciso apostar na confusão moral. A manutenção da ordem, dever da polícia, é tratada como repressão arbitrária ?" e qualquer ato da polícia nesse terreno, mesmo que no estrito cumprimento do seu dever, é logo apropriado e divulgado de forma estridente pela máquina de propaganda partidária com o objetivo de construir a realidade que lhe interessa.

Assim, uma manifestante que teve ferimentos num olho em razão de estilhaços de uma bomba de gás lacrimogêneo atirada pela polícia, no último dia 31 de agosto, foi imediatamente convertida em mártir petista. Sua vida deixou de lhe pertencer. Ela passou a servir como ilustração do "golpe de Estado dado no País", como afirmou Dilma em seu perfil no Twitter. A moça foi "vítima da violência policial que tenta reprimir manifestações democráticas", disse Dilma, sem se ater ao fato de que a bomba que feriu a jovem foi atirada para dispersar vândalos e baderneiros, que não estavam fazendo nenhuma "manifestação democrática" e tinham de ser contidos, como manda a lei.

Mas Dilma não tem nenhum interesse no mundo real. Seguindo a delirante cartilha de seu partido, ela colhe acontecimentos aqui e ali conforme estes se encaixem na tese lulopetista de que está em andamento uma grande conspiração para estabelecer uma ditadura no Brasil, como a de 1964. "As pessoas vão para as ruas e vem a repressão. Cegam uma menina. Depois, matam alguém, como foi com o estudante Edson Luís", disse Dilma em entrevista a jornalistas estrangeiros, fazendo absurdo paralelo do caso atual com o do assassinato de Edson Luís em março de 1968 pelas forças do regime militar. Mas ela foi adiante: "O terrorismo de Estado é gravíssimo. O poder dele para reprimir é muito forte. Assim começam as ditaduras".

É com essa lógica rasteira que os petistas pretendem convencer os brasileiros de que estamos às portas de um regime de exceção. O objetivo é criar uma atmosfera favorável à defesa de soluções que, a título de preservar a democracia, representariam na verdade uma ruptura, ou seja, um golpe, cujo objetivo é restituir o poder aos que, em respeito à Constituição, dele foram apeados. É o caso da proposta de antecipação das eleições presidenciais, que o PT agora encampou sob o título "Diretas Já" ?" alusão malandra ao nome do movimento que há mais de 30 anos ajudou a enterrar a ditadura militar.

A resolução do PT que anunciou a tal "Diretas Já" nem se dá ao trabalho de dizer como essas eleições seriam realizadas, já que contrariam a Constituição. Mas o pensamento petista prescinde da razão ?" esta, aliás, é sua inimiga mortal e deve ser combatida com todas as forças e por todos os meios. Assim, sempre que alguém renuncia à capacidade de pensar e abraça a lógica oferecida pela doutrina petista, o exército de liberticidas se adensa, e o cerco pernicioso à democracia se fecha um pouco mais
Herculano
06/09/2016 07:28
A POLÍTICA É FEITO POR BANDIDOS. O QUE A JUSTIÇA ESTÁ DESCOBRINDO COM A PROIBIÇÃO DE DOAÇÃO DE EMPRESAS? MORTOS E BENEFICIÁRIOS DO BOLSA FAMÍLIA PODE TER "DOADO" A CAMPANHAS DESTE ANO, DIZ TCU. TEM GENTE QUE VAI SE ELEGER E SER CASSADO. ISTO SEM FALAR QUE COMISSIONADOS ESTÃO SENDO OBRIGADOS ÀS DOAÇÕES POR SEUS PADRINHOS POLÍTICOS

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Gabriel Mascarenhas, da sucursal de Brasília. Técnicos do TCU (Tribunal de Contas da União) encontraram indícios de que 35 pessoas falecidas constam como doadoras de campanhas das eleições municipais deste ano. Também identificaram suspeitas de que beneficiários do Bolsa Família teriam contribuído financeiramente com candidatos.

As informações compiladas pelo TCU foram entregues nesta segunda-feira ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes.

"Então, amanhã se tivermos uma pessoa que recebe assistência social e faz doação, há algo de errado. Todos esses batimentos, isso pode resultar no final na impugnação do próprio candidato, pode haver abuso de poder econômico", afirmou Mendes.

O levantamento aponta que 34% dos doadores (34 mil de um total de 114,5 mil) podem ter cometido alguma ilegalidade. Os técnicos verificaram ainda supostas anormalidades envolvendo 1,4 mil (2,3%) prestadores de serviços contratados pelas campanhas.

Os candidatos precisam informar à Justiça Eleitoral cada doação recebida, num prazo de até 72 horas, por meio de relatórios financeiros de campanha.

Num trabalho em parceria, o TSE envia ao TCU os dados encaminhados pelas campanhas de todo o país. O Tribunal de Contas cruza essas informações com outras, disponíveis em bancos de dados públicos do governo federal, e consegue identificar eventuais anormalidades.

Entre as mais comuns, entre outras, estão contribuições financeiras em nome de pessoas que não possuem renda para tal, empresas que prestaram serviços às campanhas, mas que não têm sequer funcionários, registro na Junta Comercial nem na Receita Federal.

O levantamento do TCU é feito semanalmente e verifica, no entanto, apenas indícios de irregularidades. Há casos, por exemplo, de informações desatualizadas que estão nos bancos de dados federais.

Por isso, os relatórios são distribuídos aos Tribunais Regionais Eleitorais em todo o país. Caberá ao juiz do TRE pedir diligências para comprovar ou não a veracidade das informações. Se confirmadas, o candidato está sujeito a ter a candidatura cassada.
Herculano
06/09/2016 07:23
da série: finalmente tirou a máscara.O Partido Comunista tenta ser o protagonista de uma nova ditadura no Brasil, depois de falhar disfarçado de PT.

UMA VELHA/NOVA BANDEIRA: DIRETAS JÁ!, por Vanessa Grazziotin, catarinense de Videira, senadora pelo PCdoB do Amazonas.

Dia 31 de agosto de 2016. Data que ficará marcada na história do Brasil. Data em que arrancaram o mandato da primeira mulher eleita presidenta do Brasil. Data em que puniram, condenaram uma presidenta inocente. Data em que se promoveu um golpe parlamentar no Brasil.

Sabedores de que o impeachment era apenas um meio para viabilizar uma decisão política já tomada, os golpistas argumentam que o rito foi plenamente respeitado. O eventual respeito a uma regra formal, entretanto, não elimina a ilegalidade e a imoralidade de seu conteúdo como, infelizmente, demonstra a nossa história.

Olga Benario, mesmo grávida, foi condenada "legalmente" a ser deportada para morrer num campo de concentração da Alemanha nazista. No tribunal da inquisição que condenou Galileu Galilei ou no tribunal francês que forjou a condenação do capitão Dreyfus, bem como no macarthismo dos EUA, que prendeu inocentes e destruiu a carreira de centenas de intelectuais americanos, também havia ritos a serem respeitados. Mas a história revelou que esses ritos eram apenas uma farsa.

Horas depois da dantesca sessão do Senado, no mesmo plenário, o Congresso Nacional deu posse ao biônico Temer. A repercussão mundial foi a pior possível.

O jornal britânico "The Guardian" afirmou que houve um golpe de Estado para depor a presidenta Dilma e "matar a Lava Jato"; o americano "Washington Post" disse que os senadores "se uniram pela retirada de Dilma sabendo que seria injusto"; o francês "Le Monde", que "Dilma é vítima de um golpe encenado por seus adversários"; e o espanhol "El País", no editorial "Golpe baixo no Brasil", diz que a destituição de Dilma "implica um dano imenso às instituições brasileiras".

O mundo tem claro que houve um golpe parlamentar no Brasil, o que certamente explica o nervosismo deles e o Temer real que surge após a posse: autoritário, arrogante, "proibindo" que lhes chamem de golpistas e determinado a iniciar as reformas contra o povo.

A tendência é que esse tipo de postura autoritária se acentue ainda mais diante das manifestações que exigem "Fora, Temer" e novas eleições, a exemplo do protesto no centro de São Paulo, onde uma estudante perdeu a visão de um olho após ser atingida por bombas da PM.

Será uma luta sem trégua para evitar que eles coloquem em prática os objetivos de fundo do golpe parlamentar: aniquilar os direitos trabalhistas e previdenciários e entregar nossas riquezas naturais ao capital internacional.

Diante do impasse eminente, a tendência é que cresça ainda mais o movimento popular e se ampliem as aspirações democráticas em favor de uma velha/nova bandeira: Diretas Já!
Herculano
06/09/2016 07:15
CITADA POR 11 DELATORES, DILMA PODE VIRAR ALVO, por Cl[áudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Ao ser destituída por 61 senadores representando mais de 83 milhões de votos, Dilma Rousseff perdeu o foro privilegiado e está sujeita agora ao juiz Sérgio Moro, até há pouco impedido de investigá-la. Dilma foi citada gravemente por 11 delatores da Lava Jato, incluindo seu ex-líder do Governo no Senado, Delcídio Amaral, que a denunciou por 72 vezes. Logo Dilma poderá não ter motivos para alegar que é "honesta".

INVESTIGAÇÃO LIBERADA
O artigo 86 da Constituição determina que só se pode investigar Presidente por crime cometido no mandato. Esse impedimento caiu.

DUPLA RECORDISTA
Somente Lula, com 136 referências de delatores, é mais citado que Dilma na revelação das safadezas investigadas pela Lava Jato.

DUAS DENÚNCIAS NO STF
A ex-presidente foi denunciada por duas vezes, no Supremo Tribunal Federal, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

RÉ POR OBSTRUIR
Janot denunciou Dilma por obstrução à Justiça, ao nomear Lula e até um ministro para o STJ que livrasse da cadeia ladrões da Petrobras.

PARA POLÍTICOS, OPERAÇÃO GREENFIELD CHEGARÁ A LULA
Líderes do Congresso acham que as investigações da Operação Greenfield chegarão a Lula. O ex-presidente se envolvia pessoalmente na definição de investimentos de fundos de pensão e até do BNDES. No governo Lula, fundos de pensão controlados por petistas, como o Previ (funcionários do Banco do Brasil), além do banco de fomento BNDES, viraram sócios de dezenas de empreendimentos privados.

RICAS BOQUINHAS
O investimento garantia assento de indicados dos fundos de pensão, em geral petistas, nos conselhos de administração das empresas.

BOCA DO COFRE
Lula e o PT chegaram a acomodar cerca de 300 petistas e amigos nos conselhos de administração de empresas com investimento de fundos.

AÍ TEM COISA
Lula comemorou o fim da delação premiada de Leo Pinheiro. O ex-presidente da OAS era talvez a mais forte testemunha contra ele nos casos do tríplex, do sítio de Atibaia e outros negócios escusos.

ESTRATÉGIA SUJA
Dilmistas distribuíram em São Paulo, domingo, adesivos pregando a "prisão de Moro", juiz que prendeu os corruptos do PT. O mote do adesivo é de Lula, na tentativa de desmoralizar o juiz que deve julgá-lo.

COMPRADOR FELIZ
Ir a loja comprar coisas de uso pessoal é uma das coisas que mais fazem falta a Michel Temer na rotina de presidente, como confessou a esta coluna. Ele se aborreceu quando soltou o salto do seu sapato, mas, feliz da vida, pôde ir a uma loja de Hangzhou comprar novo par.

MERA SEMELHANÇA
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) assistiu, no domingo (4) no Píer 21, em Brasília, ao filme "Café Society", de Woody Allen. É um roteiro de traições. Saiu discretamente para não ser reconhecido.

BRIGA AMAZ?"NICA
O Tribunal Regional Eleitoral se posicionou favorável à posse de Eduardo Braga (PMDB) no governo do Amazonas. O governador José Melo (Pros) foi condenado por suposto esquema de compra de votos. Mas a briga está longe do fim.

CAVALO DE BATALHA
Político experiente, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) minimiza a traição peemedebista que deu prêmio de consolo a Dilma no impeachment. "Não vamos fazer disso um cavalo de batalha", diz.

SALÁRIOS INVIABILIZAM O DF
Os 3 milhões de moradores de Brasília trabalham para pagar os salários do governo do DF: o orçamento anual de R$ 31 bilhões tem padrão suíço, mas menos de 1% são investidos para melhorar a vida de quem paga a conta. Os salários consomem R$ 26,5 bilhões.

QUEM É GOLPISTA
Defensores do impeachment dizem que "golpista" é quem pretende retirar do vice a prerrogativa constitucional de assumir, no impedimento da titular. Os vices José Sarney e Itamar Franco assumiram.

CONSTRANGIMENTO
Até agora a Rede tenta desfazer o mal-estar causado pelo senador Randolfe Rodrigues (AP), defensor do fatiamento do impeachment. Seu partido e Marina Silva são contra. Agora não se fala mais no assunto.

PENSANDO BEM...
..."discutir a relação" é o que o eleitor está ansioso para fazer, nas eleições de outubro, com partidos que roubaram a Petrobras.
Herculano
05/09/2016 19:16
TEMER BRINCA COM FOTO E PT FLERTA COM BADERNA, por Josias de Souza

Decidido a demonstrar que falta combustível à oposição petista, Michel Temer adotou uma tática perigosa: riscou um palito de fósforo no interior do tanque de gasolina. Perguntaram-lhe se as manifestações de rua não deslustram o início do seu governo. E Temer: "As 40 pessoas que quebram carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment."

Pois bem, neste domingo, com o fogo subindo-lhe pelas meias, Temer foi informado, na China, de que o asfalto ardeu mais forte. Sob o patrocínio de engrenagens como CUT e MTST, a turma do 'fora Temer' encheu pelo menos oito quadras da Avenida Paulista. Os fortões da quebradeira também estavam lá. E não se tem notícia de manifestação do PT condenando a baderna.

Nesse ritmo, Temer ateará fogo às próprias vestes e o petismo, com seu silêncio, acabará confundido com os black blocs -eufemismo para bandido. Se tiverem juízo, Temer fecha a boca e o PT abre o
Herculano
05/09/2016 19:10
A PROPAGANDA GOVERNAMENTAL É O MENSALÃO DA IMPRENSA, por Mário Sabino

Hoje, finalmente, começou a ser desbaratado o esquema que PT e PMDB operavam nos fundos de pensão de Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Correios. Uma ninharia estimada em 50 bilhões de reais. Enquanto a massinha de manobra da esquerda brasileira barbariza nas ruas contra o "golpe" do impeachment, a PF e a Justiça golpeiam a esquerda brasileira e os seus acólitos dentro dos limites da Constituição.

Aparelhados pela companheirada, os fundos de pensão dessas estatais igualmente aparelhadas entraram como sócios de negócios feitos sob medida para perder dinheiro dos trabalhadores e enriquecer a malandragem campeã nacional. O esquema esteve à nossa frente durante pelo menos dez anos, mas contou com o silêncio cúmplice da maioria das empresas jornalísticas, receosas de perder a verba publicitária controlada pelos criminosos.

Tal é o meu ponto: o escândalo dos fundos de pensão deveria levar à extirpação completa da excrescência chamada propaganda governamental. A pretexto de divulgar as suas realizações, ministérios, secretarias e estatais - federais, estaduais ou municipais - gastam bilhões de reais a cada ano para comprar consciências, promover políticos e partidos e encher as burras de agências de publicidade e comunicação que superfaturam contratos e repassam parte da grana para os encarregados de liberar a verba. Não há um país civilizado que desperdice tamanho volume de recursos dessa maneira.

A proibição de propaganda oficial em todos os níveis, além de economizar recursos e diminuir o grau de corrupção, fortaleceria a liberdade de imprensa. Sem a droga financeira administrada pelos governos, jornais e emissoras ficariam mais pobres, porém mais limpinhos. Mais limpinhos, não fariam vista grossa para um escândalo como o dos fundos de pensão das estatais. Ah, mas o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal ficariam em desvantagem na competição com outros bancos que vivem anunciando e patrocinando. E quem precisa do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal? Vamos privatizá-los, assim como foram privatizados ou simplesmente extintos os bancos estaduais. Adiante: quem precisa da estatal Petrobras? Quem precisa da estatal Correios? Gente honesta não precisa.

A propaganda governamental é o mensalão da imprensa. É imperioso acabar com ele.
Herculano
05/09/2016 19:06
TEMER BRINCA COM FOTO E PT FLERTA COM BADERNA

Decidido a demonstrar que falta combustível à oposição petista, Michel Temer adotou uma tática perigosa: riscou um palito de fósforo no interior do tanque de gasolina. Perguntaram-lhe se as manifestações de rua não deslustram o início do seu governo. E Temer: "As 40 pessoas que quebram carro? Precisa perguntar para os 204 milhões de brasileiros e para os membros do Congresso Nacional que resolveram decretar o impeachment."

Pois bem, neste domingo, com o fogo subindo-lhe pelas meias, Temer foi informado, na China, de que o asfalto ardeu mais forte. Sob o patrocínio de engrenagens como CUT e MTST, a turma do 'fora Temer' encheu pelo menos oito quadras da Avenida Paulista. Os fortões da quebradeira também estavam lá. E não se tem notícia de manifestação do PT condenando a baderna.

Nesse ritmo, Temer ateará fogo às próprias vestes e o petismo, com seu silêncio, acabará confundido com os black blocs -eufemismo para bandido. Se tiverem juízo, Temer fecha a boca e o PT abre o olho.
Herculano
05/09/2016 19:02
NÃO SÃO MANIFESTANTES; SÃO BANDIDOS. A IMPRENSA PRECISA PARAR DE MENTIR AOS BRASILEIROS, por Reinaldo Azevedo

O Brasil já assistiu a algumas conjurações. Houve a revolta dos Mascates, a dos Emboabas, a Conjuração Mineira, a Conjuração Baiana? Estamos assistindo, de forma inédita, à Revolta dos Ladrões. Que coisa fabulosa! Os que hoje estão indo às ruas, abusando de todos os rigores da violência, para falar "contra o golpe" e em favor das "Diretas Já", emprestam uma roupagem política à defesa de um modelo que assaltou o povo brasileiro; que quebrou a maior empresa do país, fazendo-a a mais endividada do mundo; que nos jogou numa recessão inédita, que nos fez recuar em mais de década em vários indicadores; que elevou o endividamento a alturas insuportáveis, que, em suma, quebrou o Brasil.

E tudo isso para quê? Para, como dizem em sua fantasia autocomplacente, "libertar o povo brasileiro"? Para lhe garantir melhores condições de vida? Para ver nas ruas uma população soberana e senhora de si? Uma Ova! Tratava-se apenas da construção da chamada hegemonia política. Seguindo a tradição da esquerda, os iluminados criaram o aparelho partidário e decidiram que ele substituiria a sociedade. Opor-se a ele, nesse modelo, correspondia a opor-se ao Brasil.

Para realizar tal desígnio, os petistas juntaram-se à escória das elites tradicionais e decidiram ser usuários de todas as safadezas do sistema político com as quais juraram que iriam acabar.|

Não por acaso, nas eleições, Lula e Dilma atribuíam a seus adversários as piores e mais oblíquas intenções. Eles eram os monopolistas do bem e dos bons sentimentos, não é assim? Agora, tragados pelas ruas, pelas leis e pela Constituição, gritam "golpe" e saem por aí pregando soluções mirabolantes.

Mentem, como sempre, de forma determinada ao afirmar que se opõem à violência. Não! A violência lhes é útil porque podem se fingir de heróis na luta contra a polícia, como se ainda estivessem enfrentando alguma força ditatorial.

O pior papel, nesse caso, cabe mesmo a amplos setores da imprensa, que se negam a chamar as coisas pelo nome e, ao agir assim, não reconhecem, também eles, os fundamentos de uma sociedade democrática e de direito.

É um absurdo que os atos violentos que se seguem aos protestos sejam considerados, como é mesmo?, coisa de vândalos. O senhor Guilherme Boulos conta com a sua tropa de choque para elevar a temperatura das ruas, literalmente. Seus incendiários são parte da equação. Tanto é assim que não o vemos a censurar os black blocs. Ao contrário: ele prefere atacar a Polícia Militar.

Mais: onde está a Dilma que convocou a resistência? Onde está Lula, que convocou a resistência? Onde está o PT? Ora, estão assistindo à pancadaria, na aposta de que esta possa lhes ser, de algum modo, útil. Quando menos, pode elevar o partido ao menos um tantinho da indigência eleitoral a que lhe relegará o povo brasileiro neste 2016.

Não são apenas bandidos! São também oportunistas.

Eles têm claro que uma reversão do quadro se afigura impossível. Já se mobilizam contra as reformas que estão por vir. O Brasil do atraso, do corporativismo e do estatismo supostamente piedoso constitui a seiva de que se alimenta o PT.

Mas o Brasil já os venceu uma vez e vai vencê-los de novo.
Herculano
05/09/2016 18:48
NÃO CONFIÁVEL PORQUE INTERMINÁVEL, por Mário Sabino


Dilma Rousseff foi retirada da Presidência, mas Renan Calheiros e Ricardo Lewandowski, aliados a parte do PMDB, PT e adjacências, conseguiram criar um imbróglio jurídico ao usar de truques regimentais e livrá-la da inabilitação automática para o exercício de funções públicas durante oito anos. O artigo 52 da Constituição Federal foi rasgado, mas a lei é apenas um detalhe neste país infeliz.

Assim, em vez de celebrarmos, continuamos em suspense, por causa da batalha que será travada no Supremo Tribunal Federal. Há mandados de segurança contra a decisão de livrar Dilma e um do PT que pede a anulação total do julgamento no Senado.

O que devemos temer? Que o STF decida irresponsavelmente invalidar o julgamento e seja necessário que os senadores façam outro. Nesse caso, Dilma Rousseff voltaria à Presidência, porque já transcorreu o máximo de 180 dias que ela deveria ficar afastada. Teríamos, então, o processo de impeachment correndo no Senado com a petista instalada no Planalto. Um pesadelo.

O que devemos esperar? Que o Supremo conclua que o melhor é deixar tudo como está. Dilma Rousseff permanece fora definitivamente, mas habilitada a ser eleita e ocupar um cargo que lhe garanta foro privilegiado (esse é o motivo por trás da "compaixão" dos senadores que a pouparam da punição).

O que deveríamos almejar? Que o golpe contra a Constituição fosse revertido pelo STF e Dilma Rousseff penalizada como reza o artigo 52.

O fato de o Brasil ser interminável não nos causa apenas angústia. Causa insegurança jurídica em todos os níveis. Se senadores, com a cumplicidade do presidente do Supremo Tribunal Federal, podem interpretar o texto constitucional -- o grande contrato que rege o país --, mesmo quando ele não dá margem a dúvida, qualquer acordo pode ser questionado na Justiça.

Ao não afastar Dilma Rousseff da vida pública pelo prazo previsto em lei, estamos afastando investidores.

O Brasil não é confiável porque é interminável.
Herculano
05/09/2016 18:44
UMA SELFIE DA CRÍTICA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, no jornal Folha de S. Paulo

Uma coisa me chama a atenção nos tais jovens críticos: sua intolerância

Nosso mundo contemporâneo é cheio de fetiches sobre seu próprio avanço em relação ao passado. Hoje vou dar dois exemplos de fetiches típicos. O primeiro a ver com a ideia de crítica e de pessoas críticas. O segundo a ver com a ideia de revolução, mais precisamente a revolução sexual.

O primeiro fetiche proponho chamarmos de fetiche da crítica. Este é um dos mais comuns e mais bobos do mundo contemporâneo. Nunca vi gente mais longe de qualquer pensamento que valha a pena do que gente "crítica". Não conheço gente mais chata do que gente "crítica".

O fetiche da crítica aparece muito associado à educação, à arte e à cultura. Você pode ouvir gente falando dele em todo lugar em que muita gente se reúna para pensar a educação, a arte e a cultura.

Como fazer um aluno crítico? Como criar uma arte crítica? Como produzir uma cultura crítica? Minha primeira aposta é que, se você perguntar diretamente para um desses defensores de uma educação crítica, de uma arte crítica e de uma cultura crítica o que é ser crítico, ele vai responder mostrando uma selfie dele numa manifestação na Paulista.

Eu vou dizer para você uma coisa: não conheço aluno mais fechado ao diálogo do que alunos que se consideram críticos. Ser "crítico" nesse caso, basicamente, significa falar mal do capitalismo, do patriarcalismo e dos EUA. Uma banalidade que se ensina em qualquer aula barata de filosofia e sociologia.

Mas uma coisa me chama a atenção nos tais jovens críticos: sua intolerância. Torquemada ficaria com complexo de inferioridade. Não conte com nenhuma autocrítica em gente crítica. Normalmente lê pouco, é afogado em certeza banais do tipo "o mundo seria melhor se fosse como eu descrevi em minha tese", e tem pouco afeto pelo estudo profundo de qualquer coisa.

Aí vai uma característica chocante em gente crítica: não gosta de estudar de fato. Quando fala, fala a partir de uma posição inquestionável. Acho que o motivo dessa atitude é justamente aquele tipo de ignorância marcante em quem conhece pouco de qualquer coisa. Por isso, acho mais importante procurarmos levar um aluno a entender o que um texto quer dizer simplesmente e não levá-lo a ser "crítico". Antes de tudo, podemos perguntar: crítico do que, se, normalmente, mesmo os professores não são críticos de nada a não ser daquilo de que não gostam?

Portanto temo pela educação, pela arte e pela cultura quando se busca formar críticos. O fetiche os leva ao gozo porque, usando essa palavra "crítica", você pode dizer qualquer banalidade que ela soa ungida pelo véu da inteligência.

De minha parte, acho que devemos evitar a palavra "crítica" da mesma forma que devemos evitar palavras como "cabala" ou "energia". Em si, as duas são coisas sérias, mas, no mundo do fetiche da informação como o nosso, as duas não significam muito mais do que palavras vazias de sentido.

Outro fetiche é o da revolução. Toda pessoa crítica faz uma revolução por fim de semana. Mas, entre todas, a mais ridícula é a revolução sexual, aquela que matou o desejo e o afeto entre homens e mulheres. Quando, no futuro, estudarem nossa época, perceberão que, entre as baixas causadas pela gente crítica, estarão o afeto e o desejo. Nunca ambos foram tão falados e tão combatidos a pauladas. Afogados na banalidade das quantidades.

Vejo mesmo uma manifestação de gente crítica e revolucionária na Paulista no futuro. Essa manifestação que tenho na cabeça acontecerá em poucos anos. Se focarmos melhor nossas câmeras, veremos alguns cartazes, claro, todos revolucionários. Perguntará o leitor ingênuo: "A favor do que ou contra o quê?" Gente crítica e revolucionária sempre é a favor de algo ou contra algo.

Alguns desses cartazes dirão frases assim: "Pelo incesto como forma de crítica sexual!", "Por que não posso amar a minha mãe sexualmente?", "Freud morreu: viva o incesto como forma plena do desejo antiedípico!". Teses pelo mundo afora discutirão a nova forma de amor livre: o direito ao incesto.

E, no meio dos cartazes, um outro: "Pelo direito de casar com o meu dobermann!".

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