04/08/2016
FOI DADA A LARGADA
Gaspar já tem oficialmente quatro candidaturas à titularidade da prefeitura. A bem da verdade, faltam registrá-las e ter o aval definitivo da Justiça Eleitoral, Andreia Symone Zimmermann Nagel pelo PSDB, com Charles Roberto Petry, DEM, de vice; Lovídio Carlos Bertoldi, pelo PT, com Odilon Áscoli, PR, de vice; Kleber Edson Wan Dall, PMDB, com Luiz Carlos Spengler Filho, PP, de vice; e Marcelo de Souza Brick, PSD, com Giovânio Borges, PSB. Será páreo duro para todos. O PMDB e o PT são de longe, os mais bem estruturados financeiramente, militância e comunicação. Ambos possuem agressividade no cooptação de eleitores e lideranças. Isso, todavia, não lhes garantem uma campanha vencedora. Ambos estão trabalhando à moda antiga e isto poderá lhes trazer problemas com a judicialização de alguns atos. Há uma nova legislação restritiva e os smartphones se transformaram em verdadeiros espiões e coletores de provas. Outra: quem é que fará melhor o drible às limitações financeiras?
SAÚDE É PROBLEMA GRAVE. E VAI CONTINUAR
O Cruzeiro do Vale perguntou na edição de sexta-feira passada aos quatro candidatos a prefeito de Gaspar, qual a solução da Saúde Pública e do Hospital. A resposta escrita e pensada de Lovídio Carlos Bertoldi não podia ser a pior. Admitiu que o PT de Pedro Celso Zuchi tem um problema sem solução e que ele Lovídio, ainda não possui planos concretos para pôr fim a este sofrimento comunitário. “É necessário uma solução definitiva e responsável para o Hospital, sem aventuras e falsas promessas”. Certo. Certíssimo. Mas, em dois anos de intervenção do PT no Hospital não foi possível se chegar a esta solução definitiva? Foi uma aventura, então? E Lovídio emenda: vai “construir a solução para a gestão financeira do hospital, com melhoria e ampliação no atendimento”. A pergunta óbvia: por que o prefeito Celso não fez isto nestes dois anos de intervenção? Aliás, ainda dá tempo. Por que acreditar que com o PT de Lovídio tudo será diferente do de Celso? A assessoria do PT complicou Lovídio neste assunto.
SAÚDE É PROBLEMA GRAVE. E VAI CONTINUAR
Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, focou na solução do atendimento público na Policlínica e postos de saúde, como forma de atender mais rapidamente as pessoas carentes doentes e assim desafogar o Hospital, para só então estudar uma solução melhor. Kleber Edson Wan Dall, PMDB, vai resgatar a credibilidade do Hospital e de cara quer pagar 50% das dívidas do Hospital, só não disse como vai arrumar este dinheiro com uma prefeitura quebrada que receberá do PT do prefeito Celso, se eleito. Já Marcelo de Souza Brick, PSD, num discurso ufanista, sem diretrizes concretas, mescla ideias de Wan Dall e Andreia. Ele acha que renegociando a dívida, se eleito resgatará o Hospital, e que ele chama de patrimônio dos gasparenses. Mas não diz como isto vai funcionar. Um dos devedores e ausente do Hospital de Gaspar é o governo do estado, do partido de Brick.
O GUARDIÃO
O jovem promotor eleitoral de Gaspar, Marcelo Sebastião Netto de Campos, é enfático: “a lei será a minha única régua. Não serei duro. Serei apenas implacável pela e com a lei. Foi ela que ficou clara e mais aplicável”. Recém chegado da Comarca de Videira, no Vale do Rio do Peixe, ele nem transferiu o seu título de eleitor. Não deu tempo. “Estou bem livre para o meu novo trabalho aqui”. O doutor Marcelo não conhece Gaspar e seus políticos. Vão testá-lo. Sobre isto ele duvida e retruca: “ Eu apenas estou investido em nome da sociedade como fiscal para um jogo limpo. E eu aposto todas as minhas fichas no jogo limpo”.
TRAPICHE
Preocupado, o editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, perguntou-me na lata, emprenhado por donos dos políticos candidatos a prefeito de Gaspar que os manipulam: você vai ser o marqueteiro de Andreia? Respondi, de pronto: não, imagina!
Afinal quem precisa de marqueteiro de campanha política? Quem necessita ser conhecido nas qualidades que não possui, no discurso que não tem, ou quer enganar os eleitores com falsas emoções que não sente.
Este me parece não ser o caso de Andreia. Ela é autêntica, obstinada, possui um discurso estruturado, objetivo. Ela é capacitada, é uma professora com um senso pedagógico e gerencial apurado, que virou candidata exatamente porque os políticos resolveram lhe dar lições de sacanagens.
E que eu saiba, Andreia não possui dinheiro para comprar consciências, pagar (e bem) marqueteiros e comunicadores (bons ou enganadores que andam por ai). Acorda, Gaspar!
Coordenadores de campanhas em Gaspar têm restrições à minha participação em debates ao vivo. Será por que? Eu tenho realmente algumas perguntas embaraçosas para eles. Não é segredo para quem me lê há tantos anos.
Todas as possíveis perguntas, a maioria dos gasparenses gostaria de fazê-las no meu lugar. E há anos esses políticos não conseguem (ou não podem) responde-las. E eu teria as réplicas prontas para os enroladores. E este é o maior temor deles.
Para alívio de todos, consultado e convidado, já comuniquei que não participarei de nenhum debate, de nenhuma formulação de perguntas. Vou apenas olhar a maré.
Tem campanha infringindo flagrantemente a atual legislação eleitoral. Não apenas nas supostas compras de votos, mas principalmente na comunicação antecipada de campanha. Os coordenadores, neste caso, fazem de caso pensado. Duvidam da impugnação. Admitem apenas eventuais multas como já aconteceu nos anos anteriores. Ou seja: vale o risco.
O PMDB de Gaspar passou os últimos dois meses batendo no PSDB e anunciando aos quatro cantos da cidade a desistência de Andreia e fazendo pressão sobre suas lideranças. Algumas até estão efetivamente trabalhando para o PMDB.
O PMDB pode ter errado mais uma vez na estratégia de enfraquecimento dos tucanos e sua candidata para chamá-los de sua. O primeiro erro foi quando por orientação do então presidente do partido, Kleber Edson Wan Dall, à bancada do PMDB deu votos ao PT em 2014 para eleger José Hilário Melato, PP, presidente da Câmara, no lugar acertado para Andreia.
Perguntar não ofende. E Gaspar? pergunto. Veja esta: um artigo da coluna do Pancho, no Jornal de Santa Catarina diz que “Novo plano de contingência de Blumenau já está disponível na internet. Documento ajuda poder público a coordenar operação de emergência durante enchentes e deslizamentos”. Pois aqui a Defesa Civil é apenas um cabide de emprego. Atocha.
Justiça promete suspender os diretórios municipais que não tenham CNPJ, pois sem eles, não há como fazer nada. Em Gaspar dois partidos estão nesta situação. Até o fechamento da coluna o PPL que se coligou com o Partido Comunista, no apoio a Marcelo de Souza Brick, e o PSDC que se coligou com Kleber Edson Wan Dall.
Em época de campanha sempre há promessas de dinheiro aparecer e sensibilizar a votos. A deputada Ângela Albino, PCdoB, e Esperidião Amim Helou Filho, PP, prometeram cada um R$100 mil para o Hospital de Gaspar. Quando esses recursos chegarão por aqui, ninguém sabe. Por enquanto, só propaganda em tempo de campanha eleitoral. Merrecas. A dívida do Hospital é superior a R$10 milhões.
Reconhecimento dos políticos que fiscaliza de forma implacável. A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, que na Comarca cuida entre outras da Moralidade Pública, foi homenageada com uma Moção pela Câmara de vereadores de Ilhota. A solenidade foi na quarta-feira à noite.
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