Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

04/08/2016

FOI DADA A LARGADA

Gaspar já tem oficialmente quatro candidaturas à titularidade da prefeitura. A bem da verdade, faltam registrá-las e ter o aval definitivo da Justiça Eleitoral, Andreia Symone Zimmermann Nagel pelo PSDB, com Charles Roberto Petry, DEM, de vice; Lovídio Carlos Bertoldi, pelo PT, com Odilon Áscoli, PR, de vice; Kleber Edson Wan Dall, PMDB, com Luiz Carlos Spengler Filho, PP, de vice; e Marcelo de Souza Brick, PSD, com Giovânio Borges, PSB. Será páreo duro para todos. O PMDB e o PT são de longe, os mais bem estruturados financeiramente, militância e comunicação. Ambos possuem agressividade no cooptação de eleitores e lideranças. Isso, todavia, não lhes garantem uma campanha vencedora. Ambos estão trabalhando à moda antiga e isto poderá lhes trazer problemas com a judicialização de alguns atos. Há uma nova legislação restritiva e os smartphones se transformaram em verdadeiros espiões e coletores de provas. Outra: quem é que fará melhor o drible às limitações financeiras?

SAÚDE É PROBLEMA GRAVE. E VAI CONTINUAR

O Cruzeiro do Vale perguntou na edição de sexta-feira passada aos quatro candidatos a prefeito de Gaspar, qual a solução da Saúde Pública e do Hospital. A resposta escrita e pensada de Lovídio Carlos Bertoldi não podia ser a pior. Admitiu que o PT de Pedro Celso Zuchi tem um problema sem solução e que ele Lovídio, ainda não possui planos concretos para pôr fim a este sofrimento comunitário. “É necessário uma solução definitiva e responsável para o Hospital, sem aventuras e falsas promessas”. Certo. Certíssimo. Mas, em dois anos de intervenção do PT no Hospital não foi possível se chegar a esta solução definitiva? Foi uma aventura, então? E Lovídio emenda: vai “construir a solução para a gestão financeira do hospital, com melhoria e ampliação no atendimento”. A pergunta óbvia: por que o prefeito Celso não fez isto nestes dois anos de intervenção? Aliás, ainda dá tempo. Por que acreditar que com o PT de Lovídio tudo será diferente do de Celso? A assessoria do PT complicou Lovídio neste assunto.

SAÚDE É PROBLEMA GRAVE. E VAI CONTINUAR

Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, focou na solução do atendimento público na Policlínica e postos de saúde, como forma de atender mais rapidamente as pessoas carentes doentes e assim desafogar o Hospital, para só então estudar uma solução melhor. Kleber Edson Wan Dall, PMDB, vai resgatar a credibilidade do Hospital e de cara quer pagar 50% das dívidas do Hospital, só não disse como vai arrumar este dinheiro com uma prefeitura quebrada que receberá do PT do prefeito Celso, se eleito. Já Marcelo de Souza Brick, PSD, num discurso ufanista, sem diretrizes concretas, mescla ideias de Wan Dall e Andreia. Ele acha que renegociando a dívida, se eleito resgatará o Hospital, e que ele chama de patrimônio dos gasparenses. Mas não diz como isto vai funcionar. Um dos devedores e ausente do Hospital de Gaspar é o governo do estado, do partido de Brick.

O GUARDIÃO

O jovem promotor eleitoral de Gaspar, Marcelo Sebastião Netto de Campos, é enfático: “a lei será a minha única régua. Não serei duro. Serei apenas implacável pela e com a lei. Foi ela que ficou clara e mais aplicável”. Recém chegado da Comarca de Videira, no Vale do Rio do Peixe, ele nem transferiu o seu título de eleitor. Não deu tempo. “Estou bem livre para o meu novo trabalho aqui”. O doutor Marcelo não conhece Gaspar e seus políticos. Vão testá-lo. Sobre isto ele duvida e retruca: “ Eu apenas estou investido em nome da sociedade como fiscal para um jogo limpo. E eu aposto todas as minhas fichas no jogo limpo”.

TRAPICHE

Preocupado, o editor e proprietário do jornal Cruzeiro do Vale, Gilberto Schmitt, perguntou-me na lata, emprenhado por donos dos políticos candidatos a prefeito de Gaspar que os manipulam: você vai ser o marqueteiro de Andreia? Respondi, de pronto: não, imagina!

Afinal quem precisa de marqueteiro de campanha política? Quem necessita ser conhecido nas qualidades que não possui, no discurso que não tem, ou quer enganar os eleitores com falsas emoções que não sente.

Este me parece não ser o caso de Andreia. Ela é autêntica, obstinada, possui um discurso estruturado, objetivo. Ela é capacitada, é uma professora com um senso pedagógico e gerencial apurado, que virou candidata exatamente porque os políticos resolveram lhe dar lições de sacanagens.

E que eu saiba, Andreia não possui dinheiro para comprar consciências, pagar (e bem) marqueteiros e comunicadores (bons ou enganadores que andam por ai). Acorda, Gaspar!

Coordenadores de campanhas em Gaspar têm restrições à minha participação em debates ao vivo. Será por que? Eu tenho realmente algumas perguntas embaraçosas para eles. Não é segredo para quem me lê há tantos anos.

Todas as possíveis perguntas, a maioria dos gasparenses gostaria de fazê-las no meu lugar. E há anos esses políticos não conseguem (ou não podem) responde-las. E eu teria as réplicas prontas para os enroladores. E este é o maior temor deles.

Para alívio de todos, consultado e convidado, já comuniquei que não participarei de nenhum debate, de nenhuma formulação de perguntas. Vou apenas olhar a maré.

Tem campanha infringindo flagrantemente a atual legislação eleitoral. Não apenas nas supostas compras de votos, mas principalmente na comunicação antecipada de campanha. Os coordenadores, neste caso, fazem de caso pensado. Duvidam da impugnação. Admitem apenas eventuais multas como já aconteceu nos anos anteriores. Ou seja: vale o risco.

O PMDB de Gaspar passou os últimos dois meses batendo no PSDB e anunciando aos quatro cantos da cidade a desistência de Andreia e fazendo pressão sobre suas lideranças. Algumas até estão efetivamente trabalhando para o PMDB.

O PMDB pode ter errado mais uma vez na estratégia de enfraquecimento dos tucanos e sua candidata para chamá-los de sua. O primeiro erro foi quando por orientação do então presidente do partido, Kleber Edson Wan Dall, à bancada do PMDB deu votos ao PT em 2014 para eleger José Hilário Melato, PP, presidente da Câmara, no lugar acertado para Andreia.

Perguntar não ofende. E Gaspar? pergunto. Veja esta: um artigo da coluna do Pancho, no Jornal de Santa Catarina diz que “Novo plano de contingência de Blumenau já está disponível na internet. Documento ajuda poder público a coordenar operação de emergência durante enchentes e deslizamentos”. Pois aqui a Defesa Civil é apenas um cabide de emprego. Atocha.

Justiça promete suspender os diretórios municipais que não tenham CNPJ, pois sem eles, não há como fazer nada. Em Gaspar dois partidos estão nesta situação. Até o fechamento da coluna o PPL que se coligou com o Partido Comunista, no apoio a Marcelo de Souza Brick, e o PSDC que se coligou com Kleber Edson Wan Dall.

Em época de campanha sempre há promessas de dinheiro aparecer e sensibilizar a votos. A deputada Ângela Albino, PCdoB, e Esperidião Amim Helou Filho, PP, prometeram cada um R$100 mil para o Hospital de Gaspar. Quando esses recursos chegarão por aqui, ninguém sabe. Por enquanto, só propaganda em tempo de campanha eleitoral. Merrecas. A dívida do Hospital é superior a R$10 milhões.

Reconhecimento dos políticos que fiscaliza de forma implacável. A promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon, que na Comarca cuida entre outras da Moralidade Pública, foi homenageada com uma Moção pela Câmara de vereadores de Ilhota. A solenidade foi na quarta-feira à noite.

Comentários

Herculano
08/08/2016 17:42
Ao que se esconde como Observador Gasparense, mas que se declara assessor de Marcelo de Souza Brick, PSD.

1, Você bem observa que o seu candidato quis dizer uma coisa e não conseguiu se expressar claramente.

2. Ora, se não conseguiu se expressar, ninguém poderá advinhar o quis expressar. Ou então, está tentando consertar aquilo que fez mal. Cuidado, inclusive o eleitor e a eleitora poderá não compreender o que o seu candidato está querendo falar e convencer.

3. Diante da sua confissão, estou livre de culpa, se por acaso tivesse. Eu não sou advinho.

4. Este fato por si só mostra o quanto Marcelo pode estar mal assessorado por você. Afinal teve uma semana para pensar, escrever e revisar uma resposta para o jornal, os eleitores, as eleitoras, leitores e leitoras do jornal mais antigo, de maior circulação e de maior credibilidade e não conseguiu. Acorda, Gaspar!
Observador Gasparense
08/08/2016 17:26
Herculano, sobre as entrevistas dos pre-candidatos até aqui sobre o hospital, vamos deixar de ser parciais.
Se continuar nessa linha corre o risco de virar o "Jô Soares" gasparense, e ter que encerrar o programa por falta de audiência.
Tudo bem que cada um interpreta como melhor lhe convém. Mas você que cobra tanto a coerência dos outros, é deselegante.
Essa visão de que Andreia Nagel foi a que se saiu melhor, parece visão de coruja em relação a seu filho.
Foi a única que não respondeu, fugiu do assunto. Falou dos postos de saúde, quando a questão era sobre o hospital.
Se os postos não estão funcionando, a função do vereador e fiscalizar.
O hospital precisa ser
Viável. E para isso precisa deixar de ser cabide de emprego e ser profissionalizado. Simples assim.
Não precisa deixar de atender no pronto socorro. Precisa alguém dizer para o prefeito que o atendimento no pronto socorro custa "x", e ou a prefeitura assume essa despesa ou atende nos postos de saúde. Ponto.
Precisa deixar de depender quase que exclusivamente do SUS e passar a ter especialização e atendimento de média e quem sabe de alta complexidade. Pois tem estrutura nova e centro cirúrgico de ponta e porque não pode ter um centro de imagens e uma uti?
Precisa criar alternativa para que os pacientes particulares sejam tratados aqui e com dignidade. E com certeza até Blumenau tem interesse. Vai desafogar os hospitais de lá. Simples assim.
Basta quebrar o paradigma e convencer a sociedade e alguns "setores interessados" de que um hospital saudável é muito mais viável e interessante a todos.
Mas é muito mais fácil colocar um esparadrapo e esconder a infecção. Foi isso que sua candidata fez.
O proposta mais coerente e nesse sentido foi a do Marcelo, apesar de não ter sido claro, disse que o hospital precisa ser autônomo. Para bom entendedor meia palavra basta. Para interesseiros em distorcer pode ser o mais claro possível que não vai resolver.
Digite 13, delete
08/08/2016 14:19
Oi, Herculano

REDUZIDO À METADE
O PT está convencido de que sairá menor nas eleições, elegendo, no melhor cenário, metade (cerca de 300) dos atuais prefeitos.
Coluna do Claudio Humberto

Se a farra acabou, acabou também os "mortadela".
Despetralhado
08/08/2016 13:52
Oi, Herculano

"VAZAM INFORMAÇÕES QUE ATINGEM SERRA E TEMER E QUE LIQUIDAM COM DILMA, por Reinaldo Azevedo, de Veja".

Sempre eLLa, a ?", DEI BRECHA para a corrupção.
A VERDADA D?"I
08/08/2016 13:50
No Jornal Metas, mencionaram o candidato a Prefeito Marcelo Brick como EMPRESÁRIO, a pergunta que não calar: EMPRESÁRIO DE QUE RAMO????? ACORDA GASPAR...


Coligação (PSD/PSB/PCdoB/PPL)

Prefeito: Marcelo Brick (PSD)
- Empresário e ex-diretor de Controle Intrno da Prefeitura de Blumenau
Mariazinha Beata
08/08/2016 13:44
Seu Herculano;

Adooooorei!!! A resposta que François Hollande deu(às 07:33hs) incluindo a jornalista Mônica Bergamo. Esta feminista imbecil recebia pixulecos dos governo petistas para falar bem deLLes.
Não passa de uma vermelha nariz marrom.
Bye, bye!
Herculano
08/08/2016 07:33
CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA TEM QUE SER RESPEITADA, DIZ PRESIDENTE FRANCÊS FRANÇOIS HOLLANDE, por Mônica Bergamo, para o jornal Folha de S.Paulo

O presidente da França, François Hollande, chega serelepe, e sozinho, à recepção para chefes de Estado que o presidente interino, Michel Temer, ofereceu na sexta (5) no Palácio do Itamaraty, no Rio. Ele é a estrela da festa.

Sobe e desce as escadas, abraça todos os que reconhece, pula de rodinha em rodinha distribuindo sorrisos. Entre um cumprimento e outro, ele fala com exclusividade à coluna.

Folha - O que está achando do Rio de Janeiro?
François Hollande - Eu gostaria de visitar muitos lugares na cidade, mas o tempo é curto. Eu fui à Vila Olímpica. Está fantástica, fiquei muito bem impressionado.

Folha - Como está vendo a crise política brasileira?
François Hollande - Eu sou amigo do Lula. A presidente Dilma me convidou há dois anos para vir a essa festa no Brasil. Muitas coisas aconteceram desde então e o país está tentando resolver os seus problemas. Nós estamos observando. O importante é que a Constituição seja respeitada.

Folha -O senhor teme um ataque terrorista no Brasil? Ou o país corre riscos menores?
François Hollande - Todo país do mundo pode sofrer um ataque terrorista. Mas nós sabemos que o Brasil se preparou muito bem, nos sentimos seguros aqui.

*

Um interlocutor se aproxima e diz que a colunista trabalha no maior jornal do país. "São todos perigosos!", diz Hollande sobre os jornalistas. E caminha até a roda em que estão o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi. O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se aproxima. Todos passam a falar em inglês.
Herculano
08/08/2016 07:27
LÍDER TUCANO PREVÊ FRUSTAÇÃO POS-IMPEACHMENT, por Josias de Souza

Parte 1

Líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) antevê um cenário difícil para o governo de Michel Temer depois da provável deposição de Dilma Rousseff. Em conversa com o blog, o senador relatou a apreensão que se dissemina pelo tucanato e deixa inquieto também o mercado financeiro.

"Hoje, há um ambiente de tolerância, uma trégua forçada. Todo mundo compreende que, nessa fase de interinidade e de incertezas, não dá para fazer movimentos bruscos. Passado o impeachment, haverá uma frustração enorme, porque todos esperam que o governo adote medidas efetivas no rumo do ajuste fiscal. E essas medidas não virão. É ilusão pensar em medidas como teto de gastos públicos ou reforma da Previdência faltando um mês para as eleições municipais."

Cássio prosseguiu: "Até outubro, o governo cozinhará as expectativas em banho-maria. Mas a paciência dos agentes econômicos está chegando ao final. O governo eleva as despesas, em vez de reduzi-las. Teremos uma janela estreita de 45 dias para aprovar alguma coisa antes do término do ano legislativo. Não será tarefa fácil. Se nada de efetivo for feito depois da eleição municipal, o crédito do governo Temer estará zerado. Nessa hipótese, em termos de credibilidade junto aos agentes econômicos, ele se aproximaria de Dilma."

As coisas poderiam estar melhores para Temer, pois Dilma parece perdida e Lula, com o hálito dos procuradores da Lava Jato na nuca, ainda não se deu por achado. Mas a interinidade do PMDB foi sacudida por uma bala perdida. Em entrevista ao repórter Luiz Maklouf Carvalho, veiculada há oito dias, o novo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disparou: "Se o Michel for confirmado presidente, e o governo chegar a 50% de ótimo e bom, ele é que será o candidato do nosso campo, quer queira, quer não."

Temer repetiu que não tem a intenção de disputar a reeleição em 2018. Mas até os aliados avaliam que sua negativa só merece crédito até certo ponto ?"o ponto de interrogação. Derrotados por Rodrigo Maia na disputa pela presidência da Câmara, deputados de partidos ligados ao chamado centrão levaram o pé atrás.

Não bastasse o fato de estarem excluídos do "campo" que Maia julga representar, a turma do centrão, liderada pelo ex-todo-poderoso Eduardo Cunha, ajudou a aprovar, há um ano, uma proposta de reforma política. Por 410 votos a 2, os deputados incluíram nesse projeto uma emenda prevendo o fim da reeleição. O texto se encontra no Senado, à espera de deliberação.
Herculano
08/08/2016 07:26
LÍDER TUCANO PREVÊ FRUSTAÇÃO POS-IMPEACHMENT, por Josias de Souza

Parte 2

Com pelo menos três presidenciáveis nos seus quadros - Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra -, o tucanato também ficou incomodado com a antecipação do debate sucessório. Cássio Cunha Lima ecoou em público algo que seus correligionários vinham afirmando em privado:

"Há um sentimento no PSDB de que, passado o impeachment, será preciso avaliar quais são os reais propósitos do governo. Temer quer realmente cumprir o papel histórico de contribuir para encontrar as soluções dos problemas do Brasil? Ou será que ele deseja apenas liderar, como alguns sinais já estão indicando, um projeto de poder?"

Cássio chega mesmo a deixar entreaberta a porta de saída: "Se for um mero projeto de poder, vamos ter que repensar nosso envolvimento. Fizemos um gesto em nome do interesse público. Se fosse por um projeto de poder, abraçaríamos o nosso." O PSDB ocupa dois ministérios sob Temer: Relações Exteriores (José Serra) e Cidades (Bruno Araújo). No Senado, a liderança do governo também é exercida por um tucano: Aloysio Nunes Ferreira (SP).

No início de sua interinidade, inaugurada em 12 de maio, Temer rejeitou a ideia de acomodar José Serra na pasta da Fazenda. Alegou que a presença de um presidenciável no comando da pasta dividiria os aliados num instante em que a superação da crise requer união de esforços.

Ironicamente, os tucanos agora enxergam não um, mas dois projetos de candidaturas presidenciais no comando da economia. Além do próprio Temer, há o ministro Henrique Meirelles (Fazenda). O líder do PSDB vocaliza o incômodo do seu partido: "Ser ministro da fazenda e se transformar em candidato a presidente pelo resultado de um trabalho, tudo bem. Mas ser candidato a presidente e querer ser ministro da Fazenda ao mesmo tempo não dá. São coisas inconciliáveis."

Supremo paradoxo: Henrique Meirelles entrou para a política em 2002, ao se eleger deputado federal pelo PSDB de Goiás. Abdicou do mandato para assumir, a convite de Lula, a presidência do Banco Central. Em 2014, novamente orientado por Lula, Meirelles chegou a se filiar ao PMDB, para reivindicar a candidatura a vice na chapa encabeçada por Dilma. Foi triturado por Temer e seu grupo. Hoje, filiado ao PSD, Meirelles deve enxergar no espelho o melhor presidente da República que o PMDB impediu o Brasil de ter. Ao dormir, o ministro deve sonhar com um cenário em que a Lava Jato retire de 2018 todas as pedras que bloqueiam o seu caminha - de Temer a Serra.
Herculano
08/08/2016 07:22
ELE ESTÁ COMPLETAMENTE CERTO. SENADOR DO PT PEDIRÁ AFASTAMENTO IMEDIATO DE SERRA E PADILHA. MAS, É EXATAMENTE O PT QUANDO NO PODER QUE AGE DE FORMA CONTRÁRIA A PROPOSTA PELO SENADOR QUE É ESCUDO DE DILMA VANA ROUSSEFF CONTRA O IMPEACHMENT. DESAFIA A L?"GICA, A ÉTICA, A TRANSPARÊNCIA, AS EVIDÊNCIAS E ATÉ A JUSTIÇA. PROTEGE CANINAMENTE E GARANTE NOS CARGOS E PODER OS LAMBUZADOS OU INVESTIGADOS. COISA MALUCA ARMADA PARA LUDIBRIAR OS ANALFABETOS, IGNORANTES, DESINFORMADOS, ASSISTIDOS E FANÁTICOS, PUBLICO PREFERIDO DO PARTIDO. GASPAR É O EXEMPLO MAIS PR?"XIMO DE TODA ESTA INCOERÊNCIA.

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rubens Valente, de Brasília. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse neste domingo (7) que a oposição no Senado ao presidente interino, Michel Temer, pedirá o afastamento imediato dos dois ministros citados em pré-acordo de delação premiada da Odebrecht na Operação Lava Jato ?"o das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), e o da Casa Civil, Eliseu Padilha (PMDB-RS).

Reportagem da Folha revelou, neste domingo, que funcionários da empreiteira afirmaram a investigadores da Lava Jato que a campanha de Serra à Presidência, em 2010, recebeu da empresa R$ 23 milhões por meio de caixa dois.

O ministro nega irregularidades e afirma que sua campanha ocorreu dentro da lei.

A revista "Veja" também afirmou, na edição desta semana, que a Odebrecht deverá dizer, em uma eventual delação, que o dono da empresa, Marcelo Odebrecht, participou em 2014 de um almoço no Palácio do Jaburu com Temer e Padilha no qual o atual presidente interino teria pedido "apoio financeiro" às campanhas do PMDB, o que teria resultado no pagamento de R$ 10 milhões "em dinheiro vivo" entre agosto e setembro do mesmo ano.

Eles negam a acusação. O presidente interino confirmou que se encontrou com Odebrecht em 2014 para discutir financiamento eleitoral, mas que todas as doações foram declaradas ao Tribunal Superior Eleitoral.

"Veja" divulgou ainda que, em outro acordo de delação em andamento, o marqueteiro de campanhas do PT João Santana deverá dizer que a presidente afastada, Dilma Rousseff, participou pessoalmente de operações de caixa dois na campanha de 2014.

IMPEACHMENT

Lindbergh Farias também defendeu a suspensão do processo de impeachment contra Dilma. Embora reconheça como pequena a chance de uma paralisação do processo, o senador afirmou que as novas denúncias "mudam o clima político no país".

"Aumenta a chance de dialogar com os senadores que estão com muitas dúvidas. Esse agosto pelo jeito vai ser outro agosto dramático na história do país. Caiu a máscara. Houve a vaia do Maracanã [contra Temer, na abertura da Olimpíada] e agora essa acusação [da Odebrecht contra o presidente interino]", disse o senador.

Segundo ele, as novas denúncias também fazer "cair um pouco a narrativa de que o PT é uma organização criminosa".

"Esses novos fatos dão um discurso para a gente e fazem aumentar a chance de mudar o voto dos senadores", disse Lindbergh, que é membro da Comissão de Impeachment no Senado.

Sobre a alegação de Serra de que suas contas de campanha de 2010 estavam sob responsabilidade do PSDB, Lindbergh disse "que isso não tira a força da denúncia contra ele".
Herculano
08/08/2016 07:04
COM VOTO SECRETO, ATÉ O PT VOTARIA CONTRA DILMA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais catarinenses

A adesão ao impeachment é tão forte que até senadores petistas estavam inclinados a votar contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Preocupados com a repercussão negativa nas eleições, os petistas só não votarão contra Dilma por causa do chamado voto aberto, que revela o posicionamento de cada parlamentar. A avaliação é que o ônus em defendê-la é muito maior do que o bônus.

ELA É INSUPORTÁVEL
Ao contrário do ex-presidente Lula, que jeitoso, Dilma trata aliados rispidamente, o que piora sua situação na votação do impeachment.

GOLEADA
"Já contabilizamos 63 votos. Se a votação fosse secreta, nem o PT fecharia com Dilma", confirma o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES).

FILME QUEIMADO
Nos municípios, os petistas tentam se desvincular de Dilma. Os candidatos não querem a presidente afastada em seus palanques.

REDUZIDO À METADE
O PT está convencido de que sairá menor nas eleições, elegendo, no melhor cenário, metade (cerca de 300) dos atuais prefeitos.

DILMA DECIDE ESCREVER LIVRO SOBRE SEU GOVERNO
A presidente afastada Dilma Rousseff, que será julgada pelo Senado no fim do mês, decidiu publicar um livro sobre seu governo, do tipo Diários da Presidência, de FHC, na primeira pessoa. Ela não confessaria os crimes que lhe são atribuídos, mas pretendia relembrar fatos e personagens, aproveitando para se vingar sobretudo de políticos do seu círculo mais íntimo, e que hoje defendem seu impeachment.

APONTADO PARA O PMDB
Dilma, no livro, quer esmiuçar suas relações conflituosas com próceres do PMDB como Renan Calheiros, Michel Temer e Eduardo Cunha.

NÃO PRECISA DE INIMIGOS
Quando souberam do projeto, amigos a convenceram a suspender o livro, para não complicar ainda mais a votação do impeachment.

O AUTOR DE FATO
Dilma escolheu o assessor Olímpio Cruz Neto como "ghost writter", profissional que escreve para que outra pessoa assuma a autoria.

INVESTIGAÇÃO TUCANA
O PSDB consulta empresas citadas na CPI do Carf. Quer informações sobre tentativas de achaques para mudar o relatório que está preparando com as conclusões das investigações. Há vários relatos.

QUE REI SOU EU?
Nas visitas a Fortaleza, Natal e Recife, na tentativa de dar uma força nas candidaturas do PT, o ex-presidente não conseguiu reunir mais do que 3 mil pessoas somando as três capitais.

FOCO
O presidente Michel Temer pediu a aliados foco nas votações do pré-sal, do limite dos gastos públicos e da renegociação das dívidas dos Estados. A prioridade, para ele, é clara: a economia voltar a crescer.

RENAN VAI À GUERRA?
Está na mesa de Renan Calheiros pedido da Polícia Legislativa para comprar armamento pesado. Quer comprar até fuzil automático. A alegação é que os seguranças enfrentam "situações difíceis".

JÁ VAI TARDE
O presidente da Anatel, João Resende, fez acordo com o ministro Gilberto Kassab (Comunicações) para renunciar em setembro. O mercado comemora. Seu mandato se encerraria em novembro.

PT NÃO SAI DELE
Alessandro Molon (Rede-RJ), da bancada do holofote, juntou-se aos ex-correligionários para comemorar o adiamento da votação do projeto da renegociação das dívidas dos Estados. O PT nunca saiu dele.

RESPOSTA AO MERCADO
O Palácio do Planalto conclui o mapeamento dos danos causados pela gestão de Dilma na economia. Os dados serão disponibilizados ao mercado financeiro na reta final do impeachment, em 29 de agosto.

NOVO ENDEREÇO
O ministro Gilberto Kassab já não despacha no 9º andar do Ministério das Comunicações. Preferiu trabalhar em seu antigo gabinete, no extinto Ministério da Ciência e Tecnologia.

PERGUNTA NA LAVA JATO
Se o ex-presidente Lula tem tanta certeza de que será preso, como dizem seus amigos, por que ele não se entrega de uma vez?
Herculano
08/08/2016 06:58
AMANHÃ É DIA DE COLUNA INÉDITA OLHANDO A MARÉ

Ela é exclusiva para os leitores do portal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o mais atualizado, o mais acessado e o de maior credibilidade de Gaspar e Ilhota.
Herculano
08/08/2016 06:51
BRASIL, M EDALHA DE LATA E OURO, por Valdo Cruz, para o jornal Folha de S. Paulo

Começou a Olimpíada do Rio. Neste momento, segundo a propaganda de alguns anos atrás, o Brasil seria outro. Teríamos sediado a Copa do Mundo dois antes e estaríamos preparados para ganhar a medalha de país desenvolvido.

A promessa era que os dois eventos globais do esporte seriam a coroação de um processo de salto no estágio de desenvolvimento brasileiro. A realidade de hoje, porém, é que retrocedemos, perdemos a oportunidade que nos foi concedida.

Temos vários exemplos de como não merecemos nem uma medalha de bronze. País em recessão, saúde falindo, insegurança, classe política em descrédito, desemprego elevado e rombo nas contas públicas.

Retrato fiel deste processo, que coloca em dúvida nosso futuro, é o salto quase duplo do deficit da Previdência. Vai pular de R$ 85,8 bilhões para quase R$ 150 bilhões neste ano. Um recorde horroroso, que o país corre o risco de seguir batendo.

Se nada for feito, os gastos da Previdência do setor privado vão explodir. Passarão de 7,92% para 17,04% do PIB em 2060. Aí, o futuro de nossos atletas, que buscam medalhas no Rio, e de todos os brasileiros será mais do que incerto e duvidoso.

Hoje, o cenário já é assustador. Das despesas com seguridade social no ano passado, 75% bancaram benefícios previdenciários públicos e privados. A saúde do brasileiro ficou apenas com 14%. Como o rombo da Previdência Social só faz subir, a conta não vai fechar.

Principal articulador da reforma da Previdência, Eliseu Padilha (Casa Civil) alerta. Se tudo ficar como está, o remédio vai chegar com o paciente morto. E, diz, sem verba para educação e saúde. Aí, seremos merecedores de uma medalha de latão.

A esperança é que o brasileiro sempre mostra, apesar de tudo, ser capaz de fazer melhor. A cerimônia de abertura da Olimpíada foi de arrepiar, digna de medalha de ouro. Encantou o mundo. Fez mais com menos. Tudo de que precisamos hoje.
Lélo Piava
07/08/2016 20:30
https://apps.tre-es.jus.br/pardal/public/denuncia.jsf
Faça seu papel, atire no fio pra assustar o pardal e depois o denuncie
Lélo Piava
07/08/2016 20:28
Tomara que funcione corretamente o novo sistema de denuncias do TSE , sistema Pardal. Em Gaspar, do jeito que está se o povo tiver esse conhecimento, o sistema vai travar
Herculano
07/08/2016 20:23
VAZAM INFORMAÇÕES QUE ATINGEM SERRA E TEMER E QUE LIQUIDAM COM DILMA, por Reinaldo Azevedo, de Veja

As placas tectônicas da política brasileira não vão parar tão cedo de se mover. Vamos ao terremoto deste fim de semana.

Manchete da Folha deste domingo informa que diretores da Odebrecht afirmaram, nas negociações para o acordo de delação premiada, que a campanha de José Serra (PSDB) à Presidência em 2010 recebeu R$ 23 milhões da empreiteira pelo caixa dois - parte do dinheiro teria sido depositada no exterior. Funcionários da companhia, segundo o jornal, devem relatar que, entre 2007 e 2010, intermediários do então governador teriam recebido propina derivada das obras do Rodoanel.

Em resposta enviada ao jornal, a assessoria do agora ministro das Relações Exteriores nega pagamentos irregulares e diz que os gastos de campanha eram de responsabilidade do partido. A mensagem qualifica de absurda a acusação do pagamento de propina e diz que, quando Serra chegou ao governo, o contrato com a empreiteira para a construção do Rodoanel já estava em vigência.

PMDB
Não é só. Reportagem da revista VEJA informa que diretores da mesma Odebrecht estariam dispostos a apresentar à força-tarefa documentos que comprovariam que a empreiteira entregou R$ 10 milhões em dinheiro vivo ao PMDB para a campanha de 2014.

O dinheiro teria sido pedido a Marcelo Odebrecht, então ainda na presidência do grupo, em jantar no Palácio do Jaburu, na presença de Michel Temer, vice-presidente então, e Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil. Um total de R$ 4 milhões teria sido repassado entre agosto e setembro de 2014; os outros R$ 6 milhões teriam chegado à legenda via Paulo Skaf. O site do TSE aponta que a Odebrecht doou ao PMDB R$ 11,3 milhões.

Dilma
Tudo isso, então, joga água no moinho de Dilma e do PT? Não parece. Outra reportagem da VEJA, intitulada, não por acaso, "A destruição de Dilma", informa que João Santana e sua mulher, Mônica Moura, disseram à força-tarefa que a petista sempre soube do caixa dois. Mais do que isso: teria sido uma espécie de sua garantidora.

Em 2014, informa a revista, convidado pela então presidente a fazer a segunda campanha, Santana teria resistido, alegando justamente dificuldades de pagamento. Dilma teria garantido que dinheiro não seria problema e que ninguém menos do que Guido Mantega, então ministro da Fazenda, cuidaria da estrutura do caixa dois - em companhia de Antonio Palocci.

Segundo informa a revista, tal "tecnologia" teria sido exportada para a campanha de outros países. Da delação do casal, deve fazer parte a acusação de que a campanha de Nicolás Maduro, na Venezuela, também contou com caixa dois, alimentado pela Odebrecht e pela Andrade Gutierrez.

Vamos ver
Todas essas informações constariam ou de delações que já podem estar concluídas, ainda que não homologadas - como no caso de João Santana e Mônica Moura -, ou de delações ainda por fazer, a exemplo das dos diretores da Odebrecht. Obviamente, não basta a acusação. É preciso que se apresente alguma prova.

Mais: os pagamentos de propina, na sua forma clássica, deixam cicatrizes - por exemplo, contas no exterior recheadas com muitos milhões de dólares. A propina vertida na forma de doação oficial já é um capítulo bem mais delicado. É claro que se abrem flancos para duas coisas: 1) para o beneficiário dizer que não sabia que o dinheiro estava ancorado, sei lá, num superfaturamento; 2) para uma denúncia vazia, aí do eventual interesse do denunciante.

Seja como for, a política segue mergulhada no transe. O impeachment de Dilma no fim deste mês encerra um capítulo, mas a obra é longa e segue aberta, sendo escrita por narradores que também não sabem aonde querem chegar. Uma resposta errada, agora, pode nos jogar numa espiral negativa que, depois do roubo generalizado aos cofres públicos, vai nos roubar também o futuro.
Paty Farias
07/08/2016 19:44
Oi, Herculano

O processo contra o PT sumiu

"Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse neste final de semana que um processo aberto para apurar doações irregulares no valor de R$ 52 milhões ao PT teria 'sumido' do tribunal por quase um ano. Ainda segundo o ministro, um ofício datado de setembro de 2015 e assinado pelo então presidente do colegiado, ministro Dias Toffoli, pedindo apuração das irregularidades, também não teria sido concretizado.

Na semana passada, Gilmar Mendes determinou a reconstituição do processo para que as irregularidades, apontadas por ele próprio em 2015, sejam apuradas.

O ministro não disse se abriu sindicância ou se já sabe quem cometeu o crime, embora até os ratos do TSE saibam os nomes das partes interessadas."
Postado por Políbio

Herculano, não há como não ser uma organização criminosa.
Ana Amélia que não é Lemos
07/08/2016 19:24
Sr. Herculano:

Belíssimo texto sem nada a acrescentar ou retirar e muito bem lembrado.
Às 08:43horas.
sidnei luis reinert
07/08/2016 14:34
TCHAU QUERIDOS!!!

Extinção do PT
O PT corre o risco de sumir. O presidente do TSE, Gilmar Mendes, abriu um processo que pede a cassação do registro da sigla.
A razão? As revelações feitas pela Lava-Jato sobre o uso de recursos públicos nas campanhas do partido.
Se ficar comprovada a utilização desse dinheiro, a legenda ficará proibida de disputar eleições.

http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/partidos/gilmar-mendes-pede-a-cassacao-do-registro-do-pt/
Herculano
07/08/2016 12:18
IMPRESSIONANTE

Quem circula nas redes sociais nacionais, vê que a patrulha da esquerda e principalmente do PT funciona da seguinte forma: o Michel Temer, sua equipe, e agora o tucano José Serra, estão sujos, sujíssimos, pela prática criminosa do caixa dois.

E o PT, a esquerda e a informação estão corretas.

Mas, ela, a informação, é bandida. Esconde-se, de forma proposital o mesmo vício, o defeito e a prática do PT e da esquerda (PCdoB), como se elas fossem no PT e na esquerda, algo permitido, livre de crime, tipificação, julgamento e condenação ética.

Todos fraudaram o jogo com regras definidas. Todos os políticos - da maioria dos partidos citados -, gestores públicos, permitiram que se roubassem os pesados impostos dos brasileiros que faltam à saúde pública, educação, segurança e obras de infraestrutura.

Ninguém está limpo nesta história que precisa ser revisitada, esclarecida e reescrita.

O que os escritores e a mídia do PT e de esquerda faz, simplesmente é a de enganar os analfabetos, os ignorantes, os desinformados, os assistidos e dependentes do esquemão, os fanáticos. Tudo para serem vítimas de um processo que comandam e estão ameaçados de perder a hegemonia e poder. Wake up, Brazil! Acorda, Gaspar!
Herculano
07/08/2016 12:05
INCONSTÂNCIA, Sacha Calmon, para o jornal Correio Brazilienze

Os brasileiros são de desleixar o fato decidido, como parece ser o caso do impeachment da presidente afastada Dilma. Até o PT, embora mantendo a narrativa do golpe, a tem como incompetente para governar. Por isso, as manifestações do dia 31 de julho mostraram o interesse do povo. Os crimes de responsabilidade ficaram contundentes no relatório de admissibilidade do senador Anastasia, impedindo que a lenda do golpe fique introjetada nas mentes de parte do eleitorado, como deseja o PT. Para ele, presidente eleito é intocável, faz o que quiser, o impeachment é pretexto. A responsabilidade será sempre de subordinados. Interessa-lhe o poder.

Virou moda dizer que há um fosso entre representantes e representados relativamente ao Poder Legislativo, outra lenda urbana, de alta serventia aos propósitos do PT, pilhado em roubalheiras, para deslegitimar as funções dos vice-presidentes e do parlamento. Não há outra forma de eleger os membros do Legislativo. Se os senhores vereadores, deputados e senadores não nos representam, num país onde o voto é obrigatório, o problema é outro. Os representados é que não sabem eleger seus representantes. Quanto ao vice, a sua função é a de somar votos e substituir o presidente só em caso de morte? É como pensa o PT com arguta malícia.

Analistas mais afoitos, até mesmo antipetistas, estão a avalizar a crise da democracia representativa. Acenam que o Syriza, na Grécia, o Podemos, na Espanha, partidos novos, demonstram tal crise. Ao contrário, ambos querem o poder, via eleitoral. Na América, onde as prévias entregam aos eleitores a função de escolher os pré-candidatos à presidência, enxergam a falência da democracia representativa. Confundem candidatos criticáveis com a robustez da democracia.

É de se perguntar o que desejam além de eleições periódicas e o regime de partidos, traços marcantes das democracias. Instaurar a democracia direta como em Atenas, em praça pública? Isso foi factível no passado entre povos organizados em clãs e tribos, como nos cantões suíços. Hoje temos macrossociedades.

Então, qual é o problema da política nacional? Evidentemente, a sua reforma. Para começar, os chefes do Executivo devem ter o vice do mesmo partido e que sejam proibidas coligações partidárias para as eleições legislativas e para o Executivo também. As coligações se fazem pós-eleições para viabilizar maiorias em torno de pontos programáticos, pré-estabelecidos pelos partidos. Depois, a reforma administrativa, diminuindo-se em 90% os cargos de confiança de recrutamento amplo, ou seja, ocupáveis por pessoas estranhas ao funcionalismo. São diminuíveis os ministérios e as secretarias. Aliás, bastam 16 na União e nos estados. No âmbito dos municípios, seis ou sete secretarias bastam. O fato é que, no Brasil, a União, estados e municípios são entes empregadores, diferentemente do que ocorre na Europa e nos EUA, onde a burocracia estatal é de carreira e permanente.

O Estado brasileiro, nos três níveis da Federação (Executivo, Legislativo e Judiciário) é monstruosamente grande, confuso e ineficiente. Como no conto de Liliput, precisamos acorrentá-lo nessa hora, em que, exausto e falido, o gigante deitou-se no chão da pátria. Fora a democracia representativa, mais efetiva no parlamentarismo que no presidencialismo, inexistem soluções mágicas. Esse negócio de que "não nos sentimos representados" é problema de quem vota, como e porquê. Se quiserem ideários diversos, criem seus partidos e parem com inúteis lamentações.

Criar uma emenda constitucional com cláusulas de barreira a evitar a proliferação de "partidinhos" sem programas e feitio nacional é algo imperativo. Somente uma constituinte exclusiva que se dissolve depois, não partidária, é capaz de fazer isso. Merece a nossa mobilização. O PT estimulou os nanicos e até partidos médios para passar a perna no PMDB, e deu-se mal quando pegou pela proa a oposição pertinaz de Eduardo Cunha, a quem devemos, sem juízo de valor, o fato político do impeachment.

O vice assumiu porque a Constituição assim determina. Cunha mudou a face política do Brasil. É tarefa nossa, como agentes ativos, sem ser choramingas e reclamões, olhar o futuro com outros modos de ver. Os que só fazem críticas como se fossem seres superiores não mudam a cena política para modernizá-la, a bem da nação. Precisamos, isso sim, é de cidadãos prestantes. Por suposto, estou imaginando um país zeloso do art. 170 da CF, que entrega o campo econômico aos particulares e à livre iniciativa, nos esquadros de uma economia liberal a repelir o intervencionismo estatal que há 300 anos nunca deu certo na América Latina.
Herculano
07/08/2016 11:58
O ETERNO PATROPI, por Eliane Catanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Com Temer tenso e Lula ausente, a abertura da Olimpíada lavou a alma

A aflição continua, mas o Brasil está de alma lavada com a festa, o talento, o calor, a cor, a música e a alegria da abertura da Olimpíada do Rio, que teve a presença excessivamente sóbria e visivelmente desconfortável do presidente interino Michel Temer e a ausência sobejamente justificada e bastante constrangedora de um outro personagem: Luiz Inácio Lula da Silva.

Temer foi vaiado por alguns segundos. E daí? Nada mais natural para um presidente interino, em meio a um processo de impeachment. E nada mais natural no Brasil, no Rio e no Maracanã. Fosse Fernando Henrique, Lula, Dilma, Aécio, Marina, qualquer um, sempre haveria alguma vaia. Logo, ele não precisava ficar tão tenso, tão formal. Não sorriu nem mesmo quando a delegação brasileira explodiu em campo.

E a imagem de Lula pairava sobre o Maracanã. O Rio só foi escolhido para sediar a Olimpíada, naquele tão distante (em vários sentidos) 2009, porque o Brasil era o queridinho, a economia caminhava para o crescimento recorde de 7,5% no ano seguinte e Lula era um dos líderes mais badalados do mundo. Para sermos justos, se a Olimpíada caiu no nosso colo, isso se deve muito à força política de Lula naquele momento.

Não foi o destino quem quis, foi o próprio Lula quem se autoexcluiu da belíssima festa de abertura, sete anos depois, por escolher a mulher errada, na hora errada, para o cargo errado e, principalmente, por mergulhar de cabeça num mar de esquemas e desvios mais poluído do que a Baía de Guanabara.

Na mesma sexta-feira em que os sites do mundo inteiro elogiavam o espetáculo do Rio, os brasileiros divulgavam documento do Ministério Público concluindo que Lula "participou ativamente do esquema criminoso" e é improvável que não tenha, direta ou indiretamente, recebido alguma vantagem. O mundo acompanha os Jogos e os brasileiros estão com a respiração suspensa, sem saber se tudo vai dar certo, mas Lula está às voltas com advogados, incertezas e um medo atroz sobre o que vem por aí.

Assim como o almirante aposentado Othon Luiz Pinheiro poderia ter brilhado para sempre como o "pai do programa nuclear do Brasil", Lula poderia ter se contentado em ostentar sua contundente biografia e em ser o presidente brasileiro mais popular da história e o mais prestigiado no mundo. Mas a alma humana tem seus segredos e o bolso às vezes fala mais alto.

O almirante não só é acusado de usar seu prestígio e sua expertise para corrupção, como tragou a própria filha para o esquema, continuou delinquindo mesmo preso em casa com uma tornozeleira eletrônica e acabou condenado a 43 anos de prisão em primeira instância. E o ex-presidente, que também levaria vaias residuais, claro, mas seria inegavelmente a mais esfuziante estrela da abertura da Olimpíada do Rio, nem pôde por os pés no Maracanã, trancado no seu exílio de suspeitas e processos, enquanto seu lobo Moro não vem.

Bem, com Temer e sem Lula, o fato é que o Brasil deu um show na abertura da 31.ª Olimpíada, mostrando a bilhões de telespectadores a construção de um povo miscigenado e uma diversidade cultural raros no mundo e brincando alegremente com um 14 Bis sobrevoando a Cidade Maravilhosa, a nossa Gisele Bündchen desfilando ao som de Garota de Ipanema, os veteranos Caetano e Gil ao lado da novata Anitta, Paulinho da Viola emocionando com o Hino Nacional, a coreografia de Deborah Colcker extasiando a plateia.

Mas o momento arrepiante, desses de lágrimas nos olhos, foi Jorge Ben Jor liderando milhares de pessoas entoando: "Moro num país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, mas que beleza!". A gente tem milhões de motivos e de desempregados para praguejar contra a realidade e contra o País, mas a verdade é que o Brasil é muito mais do que só corrupção. Que, aliás, está sendo firmemente combatida.
Herculano
07/08/2016 11:55
A FEIRA DO IMPEACHMENT, Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A proximidade do impeachment transformou o Senado numa feira livre. O ambiente de pechincha é o mesmo, mas as frutas dão lugar a cargos em ministérios e estatais. Na semana passada, uma gravação expôs o clima das negociações. Foi estrelada pelo senador Hélio José, do PMDB do Distrito Federal.

O parlamentar é conhecido em Brasília pelo apelido de Hélio Gambiarra. A alcunha surgiu em 1995, quando ele abriu sua casa para um churrasco com a presença de políticos ilustres. Depois descobriu-se que a festa havia sido iluminada graças a um gato da rede elétrica.

Hélio era suplente de Rodrigo Rollemberg, do PSB. Ganhou quatro anos de mandato quando o titular virou governador, em 2014. Na época da eleição, ele pertencia ao PT. Depois foi para o PSD. Em seguida, pousou no anedótico PMB, o Partido da Mulher Brasileira. Ao se filiar, disse que as mulheres trazem aos homens "alegria e prazer".

No início deste ano, o senador mostrou que é um feirante astuto e escolheu a fruta da estação: o PMDB. Em março, montou sua barraca na sigla. Em abril, foi recebido por Michel Temer. Saiu com a sacola cheia de promessas de nomeações.

O presidente interino agraciou Hélio com a chefia da Secretaria de Patrimônio da União em Brasília. O órgão administra os próprios federais na capital, onde a grilagem de terras públicas sempre foi um negócio lucrativo.

Na última terça (2), o senador foi à repartição. Servidores de carreira reclamaram dos aliados que ele indicou. A resposta foi gravada e acabou na internet: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser aqui. A melancia que eu quiser aqui eu vou colocar!".

Dilma Rousseff se despediu do poder em clima de xepa. Chegou a negociar o Ministério da Saúde em troca de um punhado de votos na Câmara. Temer adotou as mesmas práticas. A diferença é que agora a nova feira parece estar só no começo.
Herculano
07/08/2016 11:53
"À LA BRASIL", por Fernando Gabeira, para o jornal O Globo

Quando o presidente do COI, Thomas Bach, disse que a Olimpíada seria realizada 'à la Brasil', deixou uma pergunta no ar

Quando o presidente do COI, Thomas Bach, disse que a Olimpíada seria realizada "à la Brasil", deixou uma pergunta no ar. Isso é bom ou ruim? Os próprios jornalistas, quando repetiam a expressão "à la Brasil", com um sorriso, acrescentavam: no bom sentido. O próprio Thomas Bach declarou que usou o termo pensando na alegria e emoção dos brasileiros. Dizem que os estrangeiros na Cidade Olímpica têm uma expressão mais simples para explicar a sucessão de pequenos problemas: TIB, This is Brazil.

Historicamente, ambiguidade tem um lugar importante na definição de Brasil. No século XVI, Américo Vespúcio classificava o país como um misto de éden e barbárie. Quase todas as tentativas de definir o Brasil esbarram na ambiguidade, mesmo quando são feitas por brasileiros.

A expressão "homem cordial", de Sérgio Buarque de Holanda, tanto pode ser vista como uma tendência à bondade quanto como uma recusa em aceitar o jogo impessoal do poder compartilhado, uma resistência aos ideais republicanos.

Se as tentativas de definir o Brasil são tão ambíguas, pode ser até que ambiguidade seja um traço insuperável de nossa História. Talvez tenha sido esta a intenção de Tom Jobim quando disse que o Brasil não era para principiantes.

Mesmo aqui dentro, quando nós tentamos encontrar certezas, somos confrontados com contradições insuperáveis. Muitos analistas consideram que os brasileiros têm um traço bovariano, expressão inspirada em Emma Bovary, personagem do escritor Gustave Flaubert. Nesse sentido, eles teriam a tendência a se considerar melhores do que são na realidade, esperando sempre que algo de bom e extraordinário venha resgatá-los. Outros, baseados em Nelson Rodrigues, afirmam que os brasileiros têm um complexo de vira-lata e sentem-se inferiores aos outros povos.

Thomas Bach disse que o momento era especial por causa da crise. Ele mesmo pediu às delegações que compreendessem essa realidade e limitassem seu nível de exigência. O Brasil, disse ele, é um país dividido. Faltou dizer que é dividido também quanto à Olimpíada: a maioria teme que o país perca mais do que ganhe com os Jogos.

Mas a alegria e a emoção estão garantidas. Alegria, emoção e choradeira. Na TV, as reportagens sobre atletas brasileiros sempre têm chororô. Às vezes, do computador, pergunto: já choraram? Dependendo da resposta, vou assistir ao final na tela grande, ver as imagens, conhecer as famílias. São muitas histórias de superação. O "New York Times" destacou um traço talvez singular no Brasil: o destaque às pessoas que superam dificuldades, mesmo que não tenham chance de vitórias. Nos EUA, a chance de vitória talvez seja um critério mais decisivo. Aqui é a superação.

Tenho uma certa dificuldade em dividir não só pessoas como países em espaços racionais e emocionais. Hoje em dia, sabemos que as emoções contêm elementos racionais, e a chamada racionalidade não está despojada de emoções. Quando a Embraer produz um avião, realiza uma tarefa de alta complexidade e é julgada unicamente pela qualidade, segurança e preço de seus produtos. Milhares de outros produtores brasileiros buscam incessantemente a excelência e sabem que apenas ela pode ajudá-los a competir.

Emoção e alegria são qualidades invejáveis. No entanto, em muitas áreas não são decisivas. Mesmo que não tenha intenções, Thomas Bach acabou nos fazendo encontrar de novo com a ambiguidade que nos persegue desde 1500. Reduzam suas exigências, valorizem a emoção e a alegria pois assim se fazem as coisas "à la Brasil". Soa um pouco paternal, mas essa é a canção que ouvimos muito antes de Bach, o compositor, nascer, em 1650. Pode ser que a alegria seja um fator importante. Não quero complicar, mas a ambiguidade se estende também até ela.

Há quem ache os brasileiros tristes. Em 1928, Paulo Prado publicou um famoso ensaio sobre a tristeza brasileira, afirmando que a sensualidade tropical levou ao esgotamento da energia, uma constante fadiga. Índios que perdiam suas terras, africanos escravizados e portugueses expatriados, todos tinham razão para se entristecer.

São muitas as armadilhas para se compreender de estalo o sentido de "à la Brasil". É preciso ver os olhos do outro, os lábios do outro, o tom de sua voz. A expressão é uma espécie de certeza individual diante de uma ambiguidade secular. "À la Brasil" pode ser um método de depilação íntima, um atraso no horário de entrega, um choro ao receber a medalha, enfim, uma permanente tentativa de definir o quase indefinível.
Herculano
07/08/2016 11:47
O NOVO REGIME FISCAL, por Henrique Meirelles, ministro da Fazenda do Brasil, para o jornal Folha de S. Paulo

Num cenário complexo e de justificável ansiedade, é imprescindível clareza e realismo ao analisar a estratégia para tirar o país do que deve ser a pior recessão de nossa história.
A crise tem como principal componente o grave desequilíbrio fiscal, resultado do aumento continuado das despesas públicas por quase três décadas, uma trajetória que foi acentuada gravemente por decisões tomadas nos últimos anos.

De 1997 a 2015, as despesas do governo federal cresceram, em média, 6% acima da inflação. De 2007 a 2015, cresceram mais de 50% acima da inflação.

A deterioração fiscal e o forte intervencionismo causaram queda aguda da confiança, gerando colapso no investimento e reduzindo a atividade econômica e o emprego. A recessão que se seguiu intensificou a queda da arrecadação tributária, iniciada em 2011.

A dívida pública bruta já se aproxima de 70% do PIB, contra média de 45% dos países emergentes. Corremos o risco de uma crise ainda mais grave que só pode ser evitada com mudanças estruturais na dinâmica das contas públicas. Isso requer alterações na Constituição, já que cerca de 80% das despesas do governo são definidas constitucionalmente. Sem essas mudanças, não há como reverter a trajetória de deterioração.

O país se defronta, portanto, com um quadro dramático, que causou alta descontrolada da dívida e aumento dos prêmios de risco, elevando os juros estruturais da economia.
Por isso, apresentamos proposta de emenda constitucional (PEC) que fixa um teto para o aumento das despesas públicas, com crescimento real zero ao longo do tempo. Trabalhamos também no projeto de reforma da Previdência, imprescindível para que possamos manter as contas públicas em equilíbrio.

É um processo longo frente à demanda por soluções imediatas, mas rápido para uma mudança estrutural na trajetória de elevação das despesas resultante da Carta de 1988. Com a aprovação das medidas, será a primeira vez, em décadas, que uma administração terminará com despesas menores (em % do PIB) do que quando começou.

Um sinal de que estamos na direção correta é o início da reação dos agentes econômicos às mudanças estruturais propostas. O nível de confiança empresarial e do consumidor aumentou, e já há dados claros de retomada da atividade, como a produção industrial do segundo trimestre.

Naturalmente, como em qualquer democracia, o cronograma de mudanças depende de prazos e ritos legislativos. Nesse processo, estamos caminhando sem recuos.
Um dos grandes ganhos dessa reforma, além do realismo orçamentário, será a discussão de prioridades do Orçamento diante do teto de gastos. Outro avanço importante é a renegociação das dívidas estaduais, que estabelece o ajuste fiscal também com adoção de teto ao crescimento das despesas.

As alterações propostas pelo Legislativo referem-se a ajustes na Lei de Responsabilidade Fiscal. Não são mudanças na contrapartida exigida dos Estados, mantida integralmente. As reformas, portanto, seguem seu curso dentro do debate legislativo, que não prejudica, mas legitima, o novo regime fiscal.

Seguimos convictos de que o limite constitucional de gastos federais será aprovado pelo Congresso no menor prazo possível. O resultado será uma transformação duradoura na trajetória das contas públicas, garantindo o realismo e o equilíbrio estrutural fundamentais para que o Brasil retome o desenvolvimento sustentável e ofereça um melhor padrão de vida a todos. Essa, afinal, deve sempre ser a meta de toda política econômica.
Herculano
07/08/2016 11:43
LULA CULPA DILMA PELO SEU DECLÍNIO E A RUÍNA DO PT, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O ex-presidente Lula se assustou com a queda de popularidade no Nordeste, onde reinava absoluto. Ele constatou isso durante visita recente a Fortaleza, Natal e Recife. Ele aceitou participar de encontros privados, como o almoço oferecido pelo governador do Ceará, Camilo Santana, e nessas ocasiões criticou Dilma Rousseff asperamente. "Foi uma c(*)da!", penitenciou-se, referindo-se à escolhida como sucessora.

SABE DA ÚLTIMA?
A irritação de Lula com Dilma chega ao ponto de ele divertir os amigos, em conversas informais, com piadas grosseiras sobre a sucessora.

DESTINO CERTO
Lula pareceu "sobressaltado" no Nordeste, dizem os petistas. Várias vezes, à mesa, segredou a certeza de que será preso na Lava Jato.

INSULTO TOLO
Nas conversas com petistas do Nordeste, Lula também escolhe como alvo Sérgio Moro. Tentando desqualificá-lo, chama o juiz de "tucano".

FALTA EXPLICAR
Dirigentes do PT que estiveram com Lula no Nordeste afirmam que o ex-presidente não explicou as graves denúncias que pesam contra ele.

TEMER SE LIVRA DE HERANÇA PETISTA NA EX-CGU
Demorou, mas finalmente o governo Michel Temer se livrou de uma das heranças da era petista: o ex-secretário-executivo do Ministério da Transparência e Fiscalização (antiga CGU) Carlos Higino. No cargo, ele criou inúmeros embates na tentativa de enfraquecer o Tribunal de Contas da União, sobretudo após o TCU rejeitar por unanimidade as contas de 2014, do governo Dilma, o que impulsionou o impeachment.

MUSO DA LENIÊNCIA
Higino empenhou-se pelos "acordos de leniência", que têm a oposição do MPF por preservarem empreiteiras que roubaram o País.

O 'PRATO FEITO'
A ex-CGU foi acusada de usurpar a competência da AGU, afastando-a dos acordos, e de excluir o TCU, impedindo-o de fiscalizá-los.

JOGO DE ESCONDE
Teria sido ideia de Carlos Higino o mandado de segurança para impedir o acesso do TCU aos documentos dos acordos de leniência.

ESCÂNDALO DO GALPÃO
Vive um inferno astral o ex-governador cearense Cid Gomes, que vive a expectativa da lista da Odebrecht. É acusado pelo procurador Oscar Costa Filho de enriquecimento ilícito por supostas fraudes em empréstimo de sua empresa Corte Oito Ltda no Banco do Nordeste.

COMPLICOU
A Operação Lares que identificou fraudes no programa Minha Casa, Minha Vida, complicou a vida do governador do Acre, Tião Viana. O caso saiu da Polícia Civil e agora será investigado pela Polícia Federal.

VOANDO ALTO
São grandes as chances de o senador Ricardo Ferraço (ES) assumir a liderança do PSDB, em 2017. Disputa com o mineiro Antônio Anastasia, mas, se quiser, o capixaba será o escolhido.

NOVO RUMO
O líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), garante que o impeachment será aprovado com tranquilidade. "O impeachment é a consolidação de um momento de mudança no país", afirma.

VAQUEIRO CONTUNDIDO
O líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), achou de domar um boi em sua fazenda e acabou fraturando quatro costelas. Agora reclama de dores, nas demoradas reuniões com líderes partidários.

AMANTE DAS ARTES
O ministro Geddel Vieira Lima (Governo) surpreende por seu apreço pelas artes. É um estudioso e conhece bem o mercado. Mas ele avisa: tudo o que tem é declarado ao Leão.

DIAS CONTADOS
O líder do PP, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), tenta unir a bancada na Câmara, mas está difícil. Sua recondução em fevereiro é improvável, segundo avaliação do Palácio do Planalto.

AINDA A ONÇA
A Comissão de Meio Ambiente discute em audiência pública proposta pelo tucano Ricardo Tripoli (SP), terça (9), na Câmara, a morte da onça Juma, em 20 de junho, após a passagem da tocha por Manaus.

PERGUNTA NO ALVORADA
Confirmada a condenação de Dilma, os funcionários da residência oficial, que não aguentam mais os seus gritos, poderão sambar à vontade?
Herculano
07/08/2016 09:44
A VELHA MAGIA, por André Singer, ex-assessor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jornal Folha de S. Paulo

Nada como a realidade efetiva para entender as coisas (Maquiavel). Três meses atrás escrevi que o governo interino precisaria de muita sorte para superar os óbices que o ameaçavam. Devo reconhecer que não teve fortuna especial, mas ainda assim caminha para firmar-se.

Como foi realizado o milagre? Simples: unificou as classes dominantes e esvaziou a reação das dominadas. Nada mais óbvio. Convém, no entanto, ver de que maneira o fez, pois há lições a tirar daí.

Em relação à economia, o ministro Henrique Meirelles teve a habilidade de não praticar nada, com a aparência de estar realizando tudo. Explico. O nó górdio consistia em aprofundar o ajuste fiscal sem com isso deprimir ainda mais uma economia que caminha para o terceiro ano de estagnação/recessão. Meirelles cortou o nó, atuando em dois tempos.

De imediato, não houve redução de despesas. Pelo contrário, abriu-se espaço para gastos extras, que contentaram o Congresso, setores do funcionalismo e governadores. Em compensação, se enviou ao Parlamento um plano de longo prazo que, se passar, será "a primeira mudança estrutural na questão da despesa pública desde a Constituição de 1988", nas palavras do próprio Meirelles.

Isto é, ao não produzir novas tesouradas agora, deixa que os sinais tímidos de retomada do crescimento possam florescer. Com isso, molha o pavio da reação popular. Ao mesmo tempo promete ao capital aquilo com o que ele sonha há tempos: mudar (na prática) a Constituição, de modo que ela caiba em orçamento enxuto.

Os dois outros problemas foram parcialmente solucionados a partir da resolução do primeiro. Com o apoio da burguesia - o que se reflete de imediato na postura da grande mídia - foi desencadeada a operação "carga ao mar" do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), artífice do impeachment, mas insuportável para a opinião pública. A estreita ligação entre o referido parlamentar e o presidente interino, confirmada pelo encontro noturno em que se acertou a saída do primeiro, passou batido, como se natural fosse.

Por fim, mas não menos importante, as graves acusações da Lava Jato que assombravam Temer antes da posse deram em nada. Para completar, Sérgio Machado afirmou, na sua delação premiada, que, em 2012, Temer teria pedido propina de R$ 1,5 milhão para financiar a campanha de Gabriel Chalita, então candidato a prefeito de São Paulo pelo PMDB. Por que nada, até aqui, cola no vice em exercício? Porque tem o apoio derivado do motor em dois tempos ligado por Meirelles.
Herculano
07/08/2016 09:41
DOMINGO. DIA DE CHUVA. UM BOM DIA PARA UMA CONVERSA AO PÉ DO OUVIDO E COMPRAR VOTOS, PROMETER EMPREGO PÚBLICO NA MÁQUINA PÚBLICA MUNICIPAL QUEBRADA E SUSTENTADA PELOS PESADOS IMPOSTOS DOS MUNÍCIPES
Herculano
07/08/2016 09:38
É PROPRIO DE UM GOVERNO POPULISTA CONVENCER DE QUE OPOSIÇÃO ODEIA POBRES, por Ferreira Gullar, escritor, para o jornal Folha de S. Paulo

Ao contrário dos outros partidos, que buscam convencer o eleitorado de que nasceram para governar em benefício de toda a sociedade, o Partido dos Trabalhadores afirma que veio para governar em benefício dos que são explorados e oprimidos pelos ricos.

A realidade mostrou que a coisa não é bem assim. De fato, os governos petistas, tanto o de Lula quanto o de Dilma, implementaram programas em benefício da parte mais carente da população. Ao mesmo tempo, aliaram-se a grande empresários com o propósito de usar recursos públicos para permanecer no poder.

Esse é um projeto fadado, cedo ou tarde, ao fracasso, uma vez que não investe nos setores fundamentais da economia e, sim, num projeto demagógico que termina por levar à carência do crescimento e à crise econômica, como ocorreu aqui no Brasil. É próprio desse tipo de governo populista convencer, sobretudo os setores carentes do eleitorado, de que toda a crítica que lhe fazem advém daqueles que odeiam os pobres e querem manter a desigualdade social.

Seria essa a razão das críticas aos governos petistas. Lula chegou ao ponto de afirmar que o mensalão nunca houve, foi uma invenção as imprensa. Disse isso muito embora José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares ?"altos dirigentes do PT?" tenham sido julgados e condenados pelo Supremo Tribunal Federal.

Não por acaso o PT tornou-se conhecido como o partido da mentira, mesmo porque não encontra outro modo de escafeder-se das sucessivas acusações que lhe são feitas ?"não pela imprensa, que apenas as divulga?", mas pelos órgãos do Estado brasileiro, encarregados de apurar a corrupção e punir os corruptos.

Pode alguém, em sã consciência, acreditar que, da Polícia Federal à Procuradoria Geral da República, o Ministério Público e até mesmo o Supremo Tribunal Federal, enfim, todos os órgãos policiais e judiciais, todos, sem exceção, participem de um conluio para perseguir a Lula, Dilma e os petistas em geral? Pode alguém acreditar nisso?

Claro que não. Sucede que não é isso o que preocupa Lula e sua turma. Eles não pretendem convencer o povo brasileiro em geral: tudo o que dizem e fazem tem por objetivo o seu eleitorado, os aliciados pelo PT, pois sabem muito bem que, com suas mentiras, não convencem o povo em geral, mas convencem os que rezam por sua cartilha.

Por isso, não importa se você ou eu não acreditamos que o impeachment seja ou não um golpe: importa, isso sim, que seu eleitorado acredite no que dizem e continue votando no PT. Sim, porque, se ele muda de ideia e acredita na verdade, será o fim de Lula e seu partido.

E é com esse mesmo propósito que, para surpresa geral, Lula recorreu à Organização das Nações Unidas, alegando ser vítima de abuso de poder da parte do juiz Sérgio Moro. A rigor, o que significa semelhante recurso a um órgão internacional da importância da ONU?

Significa, implicitamente, afirmar que os órgãos responsáveis pela aplicação da Justiça, no Brasil, não têm isenção para aplicá-la. Consequentemente, para que Lula tenha seus direitos de cidadão respeitados, torna-se necessária a intervenção daquela entidade internacional. Ou seja, como no caso do mensalão e do petrolão, ele continua sendo acusado injustamente.

Trata-se, na verdade, de um disparate, mesmo porque a ONU só intervém em tais casos depois que são esgotados todos os recursos judiciais do país onde o problema ocorre. O que não é o caso de Lula, que nem réu ainda era quando impetrou o tal recurso.

A conclusão a que inevitavelmente temos de chegar é que Lula, sabendo da improcedência de tal recurso, usou-o para se fazer de vítima em vez de culpado, o que o obrigaria a explicar-se diante de seus eleitores. Em suma, não importa se é tudo uma farsa e que você e eu saibamos disso: importa é que os petistas acreditem nele e continuem a tê-lo como o defensor dos explorados. E do Marcelo Odebrecht também?
Herculano
07/08/2016 09:36
QUANDO SETEMBRO VIER, por Carlos Brickmann

Este é o último mês de confusão institucional: setembro já se inicia com presidente definido - ao que tudo indica, Michel Temer, que poderá finalmente aplicar sem entraves seu plano de Governo. Dilma pode ficar, desde que consiga 28 votos dos 81 senadores; as probabilidades são pequenas. A previsão é de 20, ou pouco mais. E Dilma, definitivamente afastada, poderá realizar seu projeto de passar algum tempo fora do Brasil, descansando.

A data exata não pode ser prevista, mas será em agosto. Dilma queria prolongar o processo por mais algum tempo ?" morar num palácio belíssimo, com ampla criadagem, cozinheiros talentosos, comida e bebida à escolha, carro e seguranças à disposição, jato da FAB, gratuito, para visitar a família, não são mordomias que se rejeitem ?" mas poucos concordaram com o prolongamento da crise. O senador Ronaldo Caiado, DEM de Goiás, foi definitivo quando lhe perguntaram se seria possível encerrar o processo ainda neste mês. "Não é questão de ser possível: ele será encerrado". Aposte na última semana de agosto, começando no dia 24 e terminando antes do dia 30.

Até lá, Dilma vai perdendo apoio. Rui Falcão, presidente nacional do PT, o partido de Dilma, descarta a ideia da presidente afastada de convocar um plebiscito que antecipe as eleições. "Até convocar um plebiscito e depois as eleições, estaremos em 2018", desdenha.

Pois 2018 é a data normal das eleições, sem necessidade do plebiscito imaginado por Dilma.

ALTERNATIVAS

Neste momento, Temer só tem um caminho: fazer o necessário para garantir sua vitória e manter a Presidência. A partir do momento em que seu cargo não mais esteja em jogo, Temer poderá seguir dois caminhos: o de José Linhares, presidente interino após a queda do ditador Getúlio Vargas, e o de Itamar Franco, que substituiu Fernando Collor. Linhares passou seu Governo nomeando parentes e amigos. Itamar fez um Governo sério, que culminou com o Plano Real.

Temer pode escolher qual PMDB representa: o de Ulysses Guimarães ou este que está aí, de Eduardo Cunha, Renan e Jader Barbalho.

ERRAMOS

Por falar em Temer, Antônio Lavareda esclarece nota desta coluna que o apontou como um dos Três Marqueteiros que cuidam da imagem do presidente.

Lavareda informa que não trabalha para Temer, nem o assessora.

IMAGEM DO BRASIL

Determinação oficial do Governo chinês a seus atletas olímpicos: "Deixem relógios em casa e não falem em celular na rua". Pelo jeito, os chineses não confiam em nossa segurança pública: devem achar que é muito xing-ling.

PASSOU DO PONTO

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tentou agir como de costume, assumindo à força a presidência do Mercosul. Mas a mudança de governo no Brasil e na Argentina não permite mais seus exageros. Maduro declarou a Venezuela presidente do Mercosul, alegando que, conforme as normas, assume o país com nome seguinte ao do líder anterior, por ordem alfabética. Saiu o Uruguai, vem a Venezuela.

Só que a Venezuela ainda não cumpriu mais de cem cláusulas obrigatórias para um membro do Mercosul. Não pode assumir. O chanceler brasileiro José Serra propõe que o Mercosul seja dirigido, nesse período, por uma comissão de embaixadores. Maduro poderá dirigir todos seus esforços para cuidar dos problemas internos da Venezuela.

ALÍVIO

A Justiça dos EUA adiou por tempo indeterminado o julgamento das ações movidas contra a Petrobras por investidores americanos, que consideram seus investimentos prejudicados pelo Petrolão. Só as ações coletivas envolvem US$ 10 bilhões. A decisão levou em conta os recursos da Petrobras contra partes da acusação, como o período em que os queixosos alegam prejuízo. Com isso, a Petrobras ganha fôlego para acertar seus problemas financeiros.

PRESSÃO

Em compensação, associações de trabalhadores e de aposentados da Petrobras decidiram processar a empresa e seu fundo de pensão, o Petros. Cobram R$ 500 milhões em débitos judiciais atrasados. Esta ação é a primeira de uma série, para evitar que os prejuízos do Petros tenham de ser cobertos pelos associados, já que a seu ver foram causados pela empresa.

IMPERDÍVEL

Frase precisa de Elio Gaspari: "Os tucanos são notáveis políticos, capazes de brigar até mesmo pelo assento de uma cadeira elétrica".
Herculano
07/08/2016 09:18
A CONTA DA OLIMPÍADA FICARÁ NO BRASIL, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Daqui até o fim dos jogos, centenas de jovens subirão nos pódios, baixarão a cabeça e receberão as medalhas de ouro da Olimpíada do Rio. Serão momentos de sonho, felicidade e alegria. Da alegria dos jovens que sorriam para o mundo durante o desfile dos atletas na festa da abertura. Nada reduzirá a beleza dessas cenas. Para os brasileiros, ficarão os momentos de sonho e a conta. Alguém ainda fará o cálculo da fatura dos custos diretos e indiretos transferidos à Viúva. Chutando para cima, poderá chegar a R$ 500 milhões.

O Maracanã, joia da privataria do governo do Rio e da Odebrecht, tornou-se um magnífico elefante branco, incomparável em noites de festa. A manutenção das instalações olímpicas custará R$ 59 milhões anuais num Estado cuja rede de saúde pública entrou em colapso. A máquina de marquetagem que prometeu Olimpíada sem dinheiro público voava nas asas dos jatinhos de Eike Batista, o homem mais rico do Brasil, candidato ao pódio mundial. Era o tempo em que os governantes torravam o dinheiro achando que o pré-sal cobriria qualquer projeto.

Nos dias em que os problemas da Vila Olímpica dominaram o noticiário, foi frequente o argumento de que os críticos da festa carregavam o eterno "complexo de vira-lata".

Criação de Nelson Rodrigues, ele refletia "a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo". Bola dentro, mas às vezes a questão é mais complicada. Há cães de raça, mas há também adoráveis vira-latas.

A sorte, essa trapaceira, fez com que o repórter José Maria Tomazela mostrasse uma nova dimensão da problemática canina. Ele expôs a ação de uma quadrilha de Sorocaba (SP) que mutilava e pintava filhotes de vira-latas, transformando-os em chihuahuas e pinschers. Vendiam chihuahuas por R$ 300.

Viu-se assim outro ângulo da questão: há gente que vende chihuahuas e entrega vira-latas maquiados a pessoas que resolveram acreditar neles.
Herculano
07/08/2016 09:18
POTÊNCIA NUCLEAR, por Elio Gaspari, para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

A condenação a 43 anos de prisão do almirante da reserva Othon Luiz Pinheiro da Silva, presidente da Eletronuclear, colocou a burocracia nacional no pódio das potencias atômicas. Não pela posse da bomba, mas porque em nenhum outro país aconteceu coisa igual.

Como se trata de um negócio parcialmente militarizado e sempre protegido pelo sigilo, o Brasil já torrou dezenas de bilhões de dólares com aventuras nucleares. Pela primeira vez, o contubérnio de autoridades com empreiteiras e fornecedores deu cadeia.

No século passado, um programa de cooperação com a Alemanha construiria oito usinas, mais uma de reprocessamento e outra de enriquecimento de urânio. Houve até burocrata prometendo que hoje o Brasil teria 41 usinas nucleares.

JOGO SUJO

Domingo passado, o desembargador gaúcho José Antonio Hirt Preiss esclareceu que o salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal não era de R$ 39,3 mil. Esse é valor estabelecido num projeto que "está aguardando no fim da fila". O valor correto seria de R$ 33,7 mil.

Na quarta-feira (3), o projeto foi aprovado pela Comissão de Justiça do Senado. Antes de chegar ao plenário, o texto deve passar pela Comissão de Assunto Econômicos.

O senador Ricardo Ferraço, crítico da iniciativa, não gostou da pressa: "Estou estarrecido com essa manobra. Quando fui avisado de que votariam, foi o tempo de eu chegar lá, mas já tinham votado. É um escárnio aprovar isso. O efeito cascata chegará a R$ 3 bilhões".

DILMA 3.0

Quem conviveu com Dilma Rousseff na cadeia assegura que ela demonstrou uma rara capacidade de adaptação à vida no cárcere.

Dentro de algumas semanas, Dilma passará por uma nova provação, devendo adaptar-se a uma vida na qual as portas não se abrem sozinhas e a geladeira precisa ser abastecida.

É muito provável que depois de passar um tempo em Porto Alegre ela siga para um período de descompressão no exterior. Se ela quiser conforto e não tiver juízo, pousará em Cuba.

FOGOS PETISTAS

As divergências entre Dilma e comissários petistas refletem a crise de um partido que está pronto para explodir.

Será fácil para os comissários jogar Dilma ao mar (como vão jogar), mas isso não resolverá as diferenças mais fundas. A charanga irá unida até a eleição municipal. Daí em diante, cada um seguirá sua vocação. A banda ideológica, imunizada em relação à Lava Jato, ralará. Enquanto a fisiológica já começou a se aninhar nos partidos que bicavam o mensalão e as petrorroubalheiras.

O MURO DO TUCANO

O Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, publicou um texto criticando (corretamente) a gastança do governo de Temer e disse que é necessário "fechar a torneira dos gastos".

É o tucanato no seu melhor estilo. O PSDB tem dois ministros no governo, mais o líder no Senado. Se isso fosse pouco, o governador tucano Geraldo Alckmin foi um grande beneficiado pela renegociação das dívidas dos Estados, não só porque o espeto paulista era o maior, mas também porque tirou bom proveito das gambiarras aceitas por Temer.

TEMER IRÁ À CHINA ASSOMBRADO POR LOROTAS

Michel Temer pretende visitar a China na sua primeira viagem ao exterior. Será uma boa oportunidade para evitar os desastres e papagaiadas que acompanharam três visitas oficiais de caciques dos dois países.

Em 2004, o presidente Hu Jintao visitou Brasília e o Itamaraty contratou um intérprete terceirizado. Hu disse que a China pretendia aumentar o fluxo comercial (maoy) com a América Latina para US$ 100 bilhões. O moço traduziu anunciando um aumento dos investimentos (touzi). A bobagem foi notícia pelo mundo afora, e os chineses foram discretos ao corrigi-la.

Em 2011, Dilma Rousseff foi a Pequim e anunciou que a empresa Foxconn faria um retumbante investimento de US$ 12 bilhões para fabricar equipamentos e produtos da Apple no Brasil. Geraria 100 mil empregos, dos quais 20 mil seriam engenheiros. A megalomania foi prontamente desmentida pelo dono da empresa. Em 2015 haviam sido criados 3.000 empregos de baixa qualificação em Jundiaí, produzindo os iPhones que chegam ao consumidor com os preços mais caros do mundo. (Parte dessa anomalia está nos impostos nacionais.)

Em 2015, o primeiro-ministro Li Keqiang passou por Brasília, e o comissariado anunciou que ele traria um pacote de US$ 53 bilhões em investimentos. A joia dessa coroa seria a construção de uma ferrovia Transoceânica, ligando os litorais do Atlântico e do Pacífico da América do Sul. Era lorota.

Nenhuma dessas fantasias saiu da diplomacia ou da máquina de propaganda chinesas.
Herculano
07/08/2016 09:03
JOÃO SANTANA AGORA É O DESCONTRUTOR DE DILMA, por Josias de Souza

Quando o asfalto roncou, em 2013, João Santana, mago do marketing do PT, disse numa entrevista que "os protestos não podiam ser em relação a Dilma." Autoproclamando-se porta-voz das ruas, Santana afirmou que madame estava a salvo da revolta popular porque seria "honesta", teria "comando" e estaria "gerindo bem" o governo.

O tripé de Santana -"é honesta", "tem comando" e "está gerindo bem"- revelou-se uma rematada ficção. A capacidade gerencial de Dilma cabe numa caixa de fósforo. E sobra espaço. Seu comando derreteu em 12 de maio, quando foi exilada pelo Senado no Palácio da Alvorada. Quanto à honestidade, o próprio marqueteiro se equipa para transformar em pó.

O repórter Thiago Bronzatto revela nas páginas de Veja: João Santana e Mônica Moura, sua mulher e sócia, se dispuseram a demonstrar à força-tarefa da Lava Jato que Dilma autorizou, ela própria, as operações de caixa dois que enfiaram dinheiro de má origem na contabilidade de suas campanhas.

Repetindo: o primeiro-casal do marketing não dirá apenas que Dilma sabia da verba que transitava por baixo da mesa. Segundo a dupla, ela comandava o espetáculo. Conforme já noticiado aqui, confirmando-se o impeachment, Dilma descerá à primeira instância do Judiciário como matéria-prima da Lava Jato. Será empurrada para a nova realidade pelo mesmo Santana que ajudou a colocá-la no pedestal.
Herculano
07/08/2016 08:43
PARA LEMBRAR

Dilma Vana Rousseff, PT, foi vaiada na abertura da Copa Mundial de Futebol e os petistas ficaram indignados e fulos da vida. Afirmaram de que aquilo se tratava de coisa de brancos, da mídia golpista, de elites e coxinhas.

Agora, Michel Temer, PMDB, o sumido, também foi vaiado - e aparentemente nem tanto - quando se descobriu que era ele quem falava ao público do Maracanã. Os petistas que alimentaram este momento durante a semana, indignaram-se com Dilma vaiada, comemoraram o resultado. Segundo eles, foi a voz do povo e mais: a voz do mundo. Ou seja, hipocrisia, incoerência e falta de modéstia não cabe no conteúdo de inteligência dessa gente que precisa de uma maioria analfabeta, ignorante, desinformada e fanática para a sobrevivência.

E para lembrar. Dilma não só vaiada na abertura da Copa. Ouviu-se um coro, uníssono e muito claro: Dilma vai tomar no c... E não foi exatamente para ela esse grito de guerra. Temer, até aqui, escapou desse refrão. Ou seja, a vingança petista não foi completa, porque até isso não sabem fazer bem. Wake up, Brazil!
Herculano
07/08/2016 08:33
O BRASIL SABE FAZER UMA FESTA ANIMADA. O QUE NÃO SABE FAZER É UM PAÍS DECENTE! por Rodrigo Constantino

Parte 1

Não vi a abertura toda da Olimpíada, pois por algum motivo estranho a NBC resolveu transmitir com atraso para os Estados Unidos. Mas o que vi, achei bonito. Fico aliviado por ter dado tudo certo. Dou até um desconto pela parte do proselitismo ideológico, pelo "aquecimento global" (quem ainda acredita nisso?), pelos indiozinhos, pelo funk e até pela Regina Casé glamourizando as favelas.

A festa foi bonita e animada, apesar de ver alguns exageros por aí na reação ("a mais linda do planeta, quiçá da galáxia"). Gisele Bundchen super animada e linda. Guga, um cara do bem, emocionado. Vanderlei acendendo a pira foi o ponto alto. Tudo bem legal. Ou quase tudo.

Houve o lado cafona e jeca, politicamente correto, com as "minorias empoderadas". O esquecimento dos imigrantes italianos e de São Paulo, que carrega a economia nas costas, foi imperdoável. Ainda assim, uma bela festa. Só que não posso me calar diante do ufanismo que ela produziu, mesmo que perca alguns leitores por isso.

Sinto muito ser o estraga-prazeres tão cedo assim, mas é que o brasileiro continua otário! A turma afetada que fala "chupa seu vira-lata!" e que celebra a espetada nos "estadunidenses imperialistas" com o 14-Bis não entende que a idiotice vem justamente de achar que tudo é uma maravilha só porque fizemos um belo e animado espetáculo. O que importa é o "day after", gente, a dura realidade depois da festa.

A violência continua matando mais que guerra civil, o trânsito idem, a burocracia ainda é asfixiante, os impostos escorchantes, os políticos corruptos, a "educação" um lixo, a saúde pública um caos etc. Lamento informar, mas o custo de nossa malandragem ainda é altíssimo, a começar pelo da própria festa: R$ 270 milhões! E a reação dos ufanistas, que agora têm o maior orgulho do mundo por ser brasileiro, é só mais uma evidência de como somos bem otários mesmo. Um leitor escreveu:

A Brasucada beira a infantilidade, se a festa for bonita não importa o quanto vamos pagar. É bem o espírito do Brasuca que sai do país e volta entulhado de quinquilharias só porque lá fora é mais barato. Falta muita educação para um povo que só pensa em festa. Essa conta vai tirar o couro da classe pagadora de impostos e expor os pobres ainda mais à pobreza.
Herculano
07/08/2016 08:32
O BRASIL SABE FAZER UMA FESTA ANIMADA. O QUE NÃO SABE FAZER É UM PAÍS DECENTE! por Rodrigo Constantino

Parte 2

Os que estão morrendo de orgulho de ser brasileiro deveriam refletir sobre o que é motivo de orgulho para uma nação. Terei algum orgulho do Brasil no dia em que ganharmos ao menos um Prêmio Nobel. E não vale o da paz, que até terrorista já ganhou. Tem que ser de física ou química. Unzinho só para contar história, já que até los hermanos conseguiram essa façanha?

Sim, sabemos fazer uma boa festa. Mas esse nunca foi nosso problema. Ou, por outra: esse é justamente o nosso problema! Sabemos farrear. Somos cigarras que adoramos o Pão & Circo. O que NÃO sabemos fazer direito são escolas, hospitais, vias seguras e governos limitados. Eis o problema. Um leitor resumiu bem: "É a velha metodologia brasileira de uma grande parte da população com a cultura de mostrar que 'vive bem' e deixando as contas atrasarem!"

Não me levem a mal. Sei que o homem, especialmente o brasileiro, precisa de um entorpecente de vez em quando. Eu mesmo prestei homenagens a Baco ontem. Uma breve fuga da dura realidade se faz necessária para alimentar a esperança, a última que morre. Mas que seja breve. Pois o realismo também é fundamental, sob o risco de ficarmos aprisionados na fuga, tomando ficção por realidade e vice-versa. Não dá para manter uma euforia perpétua com base em estímulos artificiais. A ressaca inexoravelmente chega?

Sim, vamos aproveitar a Olimpíada, tentar resgatar seu espírito de "fair play", de meritocracia, de convivência pacífica. Sim, vamos festejar o clima olímpico e elogiar a festa de abertura. Mas deixando o ufanismo boboca de lado, que é tão ridículo quanto o complexo de vira-lata e o derrotismo. É preciso um equilíbrio aqui, como defendo no meu livro novo sobre nosso jeitinho e o alto custo da malandragem. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.

Devemos dar uma trégua ao sofrimento de um país mergulhado em crise e com tantos problemas estruturais. Mas com maturidade. Sem essa reação infantil de quem acha que, agora, somos a última Coca-Cola do verão e que o mundo terá de nos engolir. Um pouco mais de humildade não faria mal algum. Mais realismo seria saudável. E sem deixar de lado o custo dessa festa toda e quais são nossas prioridades, pois a festa um dia acaba.

PS: A turma que ficou "horrorizada" com as vaias a Dilma na Copa vaiando o presidente Temer: medalha de ouro na hipocrisia. E medalha de ouro na estupidez também: que tipo de animal pode querer a volta da presidanta?!
Herculano
07/08/2016 08:11
O PRESENTE DE ROSEMERY

Uma ampla reportagem de várias páginas da Revista Isto é e que está nas bancas neste final de Semana, mostra (e prova) de que nova investigação do Ministério Público Federal identificou que Rosemary Noronha (uma espécie de primeira dama de alcova e que anda sumida no noticiário e das investigações), a protegida de Lula, obteve um imóvel da Bancoop sem tirar um centavo do bolso, num desdobramento do esquema que beneficiou o ex-presidente com o tríplex no Guarujá. Outros personagens ligados ao petista também foram contemplados.
Herculano
07/08/2016 08:02
da série: todos com a mesma marca do crime e fraude. Explica-se a razão pela qual eles usam os eleitores para se locupletarem no poder e fortalecerem suas organizações criminosas

DELAÇÃO DA ODEBRECHT EXPLICA PRESSA DE TEMER, por Josias de Souza

Nos últimos dias, Michel Temer revelou-se especialmente preocupado com o tempo. Seu relógio parece não ter ponteiros, mas espadas. O substituto constitucional de Dilma Rousseff tem pressa. Quer saltar do crepúsculo da interinidade e, sem mais demora, entrar no porvir da Presidência efetiva.

Temer alega que não ficaria bem comparecer à reunião do G-20, na China, nos dias 4 e 5 de setembro, com o rótulo de interino ainda grudado na testa. A justificativa parece frágil. Há na praça um motivo mais plausível para o interesse de Temer de imprimir ao julgamento do impeachment um ritmo de toque de caixa: a delação da cúpula da Odebrecht.

Em notícia veiculada na Veja, o repórter Daniel Pereira informou que a delação de Marcelo Odebrecht incluiu revelações sobre uma conversa ocorrida no Jaburu, palácio que tem Temer como inquilino. Deu-se em maio de 2014. Convidado para jantar, o príncipe da maior empreiteira do país foi mordido em R$ 10 milhões. Além de Odebrecht e do anfitrião, estava à mesa Eliseu Padilha, hoje chefe da Casa Civil.

De acordo com o delator, os R$ 10 milhões transitaram pelo caixa dois. Foram escriturados no departamento de propinas da empreiteira. Do total mencionado no jantar, R$ 4 milhões tiveram Eliseu Padilha como destinatário. Os outros R$ 6 milhões destinaram-se à campanha do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que disputou o governo de São Paulo em 2014 pelo PMDB, com o apoio de Temer.

Temer e Padilha confirmam que participaram do repasto com Marcelo Odebrecht. O presidente interino confirma ter conversado com o empreiteiro sobre dinheiro. Pediu "auxílio financeiro da construtora Odebrecht a campanhas eleitorais do PMDB." Temer alega, porém, que tudo foi feito "em absoluto acordo com a legislação eleitoral em vigor". Nessa versão, a verba foi declarada à Justiça Eleitoral. Padilha diz que não recebeu ajuda da construtora, já que não foi candidato na eleição de 2014.

Em menos de três meses, é a segunda vez que Temer é acusado por um delator da Lava Jato de pedir pessoalmente verba de má origem para campanhas do PMDB. Em junho, o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, acusou o correligionário Temer de encomendar R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012. Temer tachou as declarações de Machado de "irresponsáveis, mentirosas, levianas e criminosas."

Aos pouquinhos, o petróleo queimado do escândalo da Petrobras vai tocando o bico do sapato de Temer. As delações pedem provas. Mas o contexto orna com a condição do PMDB, sócio majoritário do PT no empreendimento que resultou na pilhagem do Estado. A pressa de Temer em relação à formalização do impeachment foi encampada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros. Logo ele, protagonista de nove inquéritos na Lava Jato.
Herculano
07/08/2016 07:57
NÃO TEM NINGUÉM LIMPO. JOSÉ SERRA, PSDB, RECEBEU R$23 MILHÕES VIA CAIXA DOIS EM 2010, AFIRMA ODEBRECHT. É UMA CULTURA DO CRIME E DA NEGAÇÃO MESMO DIANTE DE PROVAS CONTUNDENTES. É O QUE JÁ SE VÊ NESTAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, ONDE OFICIALMENTE EMPRESAS NÃO PODEM FAZER DOAÇÕES, MAS HÁ RELATOS DE QUE ESTÃO REALIZANDO PARA O CAIXA DOIS DE CANDIDATOS NOS MUNICÍPIOS. PIOR NA DESFAÇATEZ: AMPLAMENTE DIVULGADOS NAS REDES SOCIAIS, COMEMORADOS E COM AGRADECIMENTO PELOS BENEFICIÁRIOS

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Bela Megale, enviada especial a Curitiba.Executivos da Odebrecht afirmaram aos investigadores da Operação Lava Jato que a campanha do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), à Presidência da República, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois.

Corrigido pela inflação do período, o valor atualmente equivale a R$ 34,5 milhões.

A revelação foi feita a procuradores da força-tarefa da operação e da PGR (Procuradoria-Geral da República), na semana passada, por funcionários da empresa que tentam um acordo de delação premiada.

Durante a reunião, realizada na sede da Polícia Federal em Curitiba, os executivos disseram que parte do dinheiro foi entregue no Brasil e parte foi paga por meio de depósitos bancários realizados em contas no exterior.

As conversas fazem parte de entrevistas em que os possíveis delatores da Lava Jato corroboram informações apresentadas pelos advogados na negociação da delação premiada.
O acordo, entretanto, ainda não foi assinado.

Para comprovar que houve o pagamento por meio de caixa dois, a Odebrecht vai apresentar extratos bancários de depósitos realizados fora do país que tinham como destinatária final a campanha presidencial do então candidato.

Segundo informações do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou em 2010 R$ 2,4 milhões para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra (R$ 3,6 milhões em valores corrigidos).

Dessa maneira, a campanha do tucano teria recebido, apenas do grupo baiano, R$ 25,4 milhões, sendo R$ 23 milhões "por fora".

DELAÇÃO

Os envolvidos nas negociações consideram o tema um dos principais anexos que integram a pré-delação da empresa. É primeira vez que o tucano aparece envolvido em esquemas de corrupção por potenciais colaboradores da operação que investiga desvios na Petrobras.

Em conversas futuras com os procuradores, os executivos também pretendem revelar que o ministro das Relações Exteriores era tratado pelos apelidos de "Vizinho" e "Careca" em documentos da empreiteira.

ACARAJÉ

O nome do tucano foi um dos que apareceram na lista de políticos encontrada na casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, durante a 23ª fase da Lava Jato, a Acarajé, em fevereiro.
Herculano
07/08/2016 07:56
NÃO TEM NINGUÉM LIMPO. JOSÉ SERRA, PSDB, RECEBEU R$23 MILHÕES VIA CAIXA DOIS EM 2010, AFIRMA ODEBRECHT. É UMA CULTURA DO CRIME E DA NEGAÇÃO MESMO DIANTE DE PROVAS CONTUNDENTES. É O QUE JÁ SE VÊ NESTAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS, ONDE OFICIALMENTE EMPRESAS NÃO PODEM FAZER DOAÇÕES, MAS HÁ RELATOS DE QUE ESTÃO REALIZANDO PARA O CAIXA DOIS DE CANDIDATOS NOS MUNICÍPIOS. PIOR NA DESFAÇATEZ: AMPLAMENTE DIVULGADOS NAS REDES SOCIAIS, COMEMORADOS E COM AGRADECIMENTO PELOS BENEFICIÁRIOS

Parte 2

A Folha também apurou que funcionários da companhia relatarão que houve propina paga a intermediários de Serra no período em que ele foi governador de São Paulo (de 2007 a 2010) vinculados à construção do trecho sul do Rodoanel Mário Covas.

O trecho em questão teve construção iniciada no primeiro ano da gestão do tucano e foi orçado em R$ 3,6 bilhões na época.

Na última quinta-feira (4), o ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, falou pela primeira vez aos procuradores que investigam o petrolão. Ele está preso há mais de um ano na Lava Jato.

A reunião, realizada com nove procuradores e cinco advogados na superintendência da Polícia Federal de Curitiba, onde Marcelo está preso, começou por volta das 10h e terminou quase sete horas depois.
Ao longo da conversa, o executivo foi cobrado pelos investigadores a falar de maneira "explícita" dos atos de corrupção, "sem rodeios".

O ex-presidente do grupo vinha se preparando havia meses para esse dia, com reuniões semanais com advogados. Na véspera da oitiva, ele recebeu as visitas da mulher, Isabela, e das três filhas para lhe dar apoio.

'LIÇÃO DE CASA'

Além de Marcelo Odebrecht, cerca de 30 executivos da empreiteira deram depoimentos em Curitiba.

As oitivas foram duras. Alguns executivos chegaram a ser chamados de mentirosos pelos investigadores. Parte foi ordenada a fazer a "lição de casa", trazendo mais informações sobre casos que interessam aos procuradores.

OUTRO LADO

O ministro das relações exteriores, José Serra (PSDB-SP), afirmou, por meio de nota enviada por sua assessoria de imprensa, que a campanha dele durante a disputa a Presidência da República em 2010 foi conduzida em acordo com a legislação eleitoral em vigor.

O tucano disse também que as finanças de sua disputa pelo Palácio do Planalto eram de responsabilidade do partido, o PSDB.

Ainda em nota, José Serra reiterou que ninguém foi autorizado a falar em seu nome.

"A minha campanha foi conduzida na forma da lei e, no que diz respeito às finanças, era de responsabilidade do partido", afirmou.

Segundo a prestação de contas da campanha tucana no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República, do PSDB, declarou ter recebido R$ 2,4 milhões da empreiteira na disputa de 2010.

Sobre o suposto pagamento de propina a intermediários do tucano quando ele foi governador do Estado de São Paulo, entre 2007 e 2010, e que teriam relação com a construção do trecho sul do Rodoanel, o ministro disse que considera "absurda a acusação".

"Até porque a empresa em questão já participava da obra quando assumi o governo do Estado."
Herculano
06/08/2016 19:14
PEGO COM ARMAS PESADAS, ESTOQUE DE MUNIÇÇÕES, DROGAS, TRÁFICO E NA EXPLORAÇÃO DE GENTE VICIADA E SEM TETO QUAL UMA FACÇÃO CRIMINOSA, A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E IDEOLOGICA MSTS DE SÃO PAULO EVITA A IMPRENSA, EXPLICAÇÕES E A TRANSPARÊNCIA

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto Emílio Sant'Anna. As cerca de 600 pessoas que vivem no Cine Marrocos, no centro de São Paulo, devem parar de pagar a mensalidade de R$ 200 cobrada pelo MSTS (Movimento Sem Teto de São Paulo), que organiza a ocupação do prédio de 12 andares desde 2013.

Moradores ouvidos pela Folha neste sábado (6) dizem já se conformar com a possibilidade de deixar o edifício que pertence à prefeitura e é alvo de um pedido de reintegração de posse.

"Vamos comunicar a todas as famílias que parem de pagar o movimento e guardem esse dinheiro porque vão precisar quando saírem daqui", diz uma moradora desempregada - ela pede para não ser identificada.

Na sexta (5), seis integrantes do movimento foram presos em ação que reuniu 500 policiais civis e militares no local e na cracolândia.

Segundo o Denarc (departamento de narcóticos), os organizadores do movimento coordenavam a venda de crack e maconha na cracolândia e na região da Galeria do Rock, ao lado do Cine Marrocos. Ao menos 32 pessoas foram presas.

Neste sábado (6), o movimento de moradores era intenso no prédio do Cine Marrocos, que já abrigou um dos mais luxuosos cinemas de São Paulo.

De acordo com moradores, técnicos da Defesa Civil estiveram no prédio neste sábado para averiguar as condições em que eles vivem. "Vão nos cadastrar para sair. Espero que a prefeitura nos ofereça alguma coisa porque a maior parte das pessoas não têm para onde ir", diz um homem que pede para não se identificar.

"São centenas de pessoas aqui que saem de manhã para trabalhar e voltam de noite. Não podemos ser comparados a quem comete crimes", complementa.

O MSTS, criado em 2012, é uma dissidência de outros grupos que lutam por moradia na cidade e já esteve envolvido em outras polêmicas, como a cobrança de taxa de famílias, que não é aceita por parte dos grupos de sem-teto.

A Folha tentou, mas não conseguiu falar com o MSTS.
PMDB de Gaspar no desespero.
06/08/2016 17:07
O PMDB de Gaspar que foi avalista do governo do PT, vem mostrando que é capaz de tudo para vencer as eleições. Se não bastasse as inúmeras provas contra a majoritária do PMDB que pretende concorrer o pleito em outubro, agora é a vez de um professor pré candidato a vereador. Já existem inúmeras conversas do então professor, pedindo votos para crianças de 12 anos e os pais estão revoltados prometendo levar o caso a promotoria. Alem disso, em seu Facebook já existe até o seu número de campanha.
Alemão do Blchior
06/08/2016 14:30
Herculano

Tem uma candidatura que se for a vitoriosa, tenho certeza que não vai assumir a prefeitura, a segunda tbém está indo pelo mesmo caminho. Pelo andar da carruagem, tenho certeza de que sobrará somente duas candidaturas até o dia da eleição. O que vi e o que assisti de certas gravações que serão apresentadas para a justiça eleitoral é de arrepiar. Aqui em Gaspar acham que podem fazer o que bem entender e não acontece nada, vão se arrepender amargamente.
Herculano
06/08/2016 14:03
PROPINAS E MELANCIASm por João Domingos, para o jornal O Estado de S. Paulo

Primeiro convidado a participar das audiências da comissão especial da Câmara que trata das medidas de combate à corrupção, o juiz Sérgio Moro abriu sua fala, anteontem, com uma constatação: até o momento, o Poder Judiciário "era uma voz sozinha no deserto" no enfrentamento a esse tipo de crime.

Com a instalação do colegiado que vai sistematizar as propostas entregues ao Congresso pelo Ministério Público, com o apoio de 2,2 milhões de pessoas, o Legislativo também começa a ser envolver, completou o juiz que conduz a Lava Jato.

"Nos perguntávamos: onde está o Congresso? Onde está o Executivo?", continuou Moro.

Congresso e Executivo estavam onde sempre estiveram. Receosos de que a Lava Jato chegasse aonde chegou, começaram a urdir planos para impedi-la de avançar. Talvez nenhuma operação da Justiça, Ministério Público e Polícia Federal tenha ido tão longe quanto foi a Lava Jato. E talvez nenhuma operação tenha sofrido tamanho combate político quanto a Lava Jato.

Mesmo com todos os problemas, a Lava Jato chegou aonde chegou. O resultado é o que todo o Brasil e o mundo conhecem: boa parte dos grandes empresários, dirigentes partidários, ex-presidentes da República, senadores, deputados e governadores foi apanhada por envolvimento no maior esquema de corrupção e desvio de dinheiro de uma estatal já descoberto no País.

Moro declarou na audiência que o que mais o "perturbou" na condução da Lava Jato foi a "naturalidade" com que os envolvidos admitiam receber ou pagar propina. Tal naturalidade, acrescentou Moro, levou os condenados na operação a admitir que participavam do esquema de desvio de verbas porque fazia parte da "regra do jogo".

Essa regra do jogo é difícil de mudar. Durante sua participação na audiência da comissão que trata dos projetos anticorrupção, Moro foi atacado pelo deputado Wadih Damous (PT-RJ), um dos mais ferozes críticos da Lava Jato. Para ele, o juiz defende projetos que cheiram a fascismo. A direção do PT acha que Sérgio Moro, juntamente com parte do Ministério Público, da Polícia Federal e dos meios de comunicação participam de um conluio para destruir o estado democrático de direito, desmoralizar o partido e criminalizar de tal forma o ex-presidente Lula que o impeça de ser candidato a presidente da República em 2018.

Do ponto de vista da luta política, trata-se de um argumento com força para animar a militância. Principalmente quando o PT está em vias de ver afundar seu projeto de poder com o impeachment de Dilma Rousseff.

Mas, no partido, há os que acham, sinceramente, que o juiz Sérgio Moro é um agente da CIA, a agência de inteligência norte-americana, e sua missão, depois de ajudar a destruir o PT, é entregar o petróleo do pré-sal aos Estados Unidos. Mesmo na mais aguda teoria da conspiração, impossível crer em tal bobagem.

Moro falou que a naturalidade com que os envolvidos admitiam receber ou pagar propina foi o que mais o assustou na Operação Lava Jato. Essa naturalidade às vezes assusta de fato quando revelada. Na Lava Jato, a naturalidade era a propina. Na política, é o patrimonialismo descarado.

Mesmo quem convive com o dia a dia da política não pode deixar de se surpreender com o que confessou o senador Hélio José (PMDB-DF), que se declarou "dono" da Secretaria do Patrimônio da União (SPU), um órgão do Ministério do Planejamento, conforme gravação que circula na internet e se tornou notícia: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser, a melancia que eu quiser aqui, eu vou colocar". Outro trecho: "A partir de hoje, a SPU é responsabilidade minha, do senador Hélio José, gabinete 19 da (Ala) Teotônio Vilela".

Do presidente em exercício Michel Temer, que, tudo indica, se tornará efetivo, espera-se que apoie as ações de combate à corrupção. E que demita a melancia.
Herculano
06/08/2016 13:59
O ÁLIBI DOS CORRUPTOS, por Demétrio Magnoli, geógrafo e sociólogo, para o jornal Folha de S. Paulo

Um dia, no passado já distante, Lula clamou contra "300 picaretas" do Congresso. O gesto foi saudado por muitos, que nele enxergaram um grito de alerta sobre a corrupção e a impunidade. Em direção oposta, alguns raros dissidentes registraram que, na ausência de identificação nominal dos "picaretas", o então líder oposicionista apenas praticava demagogia. Hoje, o apelo do ex-presidente ao comitê de direitos humanos da ONU prova que os segundos tinham razão. Com seu novo gesto, Lula converte-se no porta-bandeira dos políticos corruptos: o chefe dos "300 picaretas".

O ex-metalúrgico tornou-se um dos homens mais poderosos da República. Ele presidiu o Brasil por oito anos, fez sua sucessora e, apesar de tudo, ostenta a condição de candidato presidencial viável em 2018. Já Sergio Moro, o alvo de sua denúncia à ONU, não é mais que um juiz de primeira instância: suas decisões, certas ou erradas, são manifestações tentativas, precárias e reversíveis, do Poder Judiciário. Por que Lula não arguiu a suspeição de Moro no Conselho Nacional de Justiça? Por que, alternativamente, não confia na reversão, pelas instâncias judiciais superiores, de uma futura sentença que imagina desfavorável?

Os advogados de Lula argumentam que o recurso à ONU amplia as garantias das liberdades civis vigentes no Brasil, conferindo materialidade a um direito de todos os cidadãos (Folha, 3/8). Eles mesmos admitem que rompem a regra básica do Pacto Internacional ao solicitarem a intervenção da ONU antes do esgotamento dos recursos internos, mas sustentam a exceção à regra pela suposta inexistência de "medida eficaz para paralisar a violação ao pacto". Num exercício radical de contorcionismo jurídico, pretendem convencer-nos de que a mera transformação de Lula em réu implica violência contra os direitos humanos. De fato, por esse atalho, veiculam a mensagem formulada por seu cliente: Lula está dizendo que o sistema de justiça brasileiro não merece confiança quando processa agentes políticos.

Na hora da execução das sentenças do mensalão, José Dirceu ergueu o punho fechado contra o STF, declarando-se um preso político e anunciando que recorreria a tribunais internacionais. O PT o acompanhou, mas Lula escolheu caminho diferente, prometendo que voltaria ao STF com as provas da inocência dos companheiros condenados. Passados três anos, agora é o próprio Lula quem segue o rumo indicado por Dirceu, colocando tacitamente sua assinatura nas resoluções petistas que acusam a Justiça de promover uma caça às bruxas politicamente motivada. Há, nisso, uma novidade relevante: em nome de seu interesse pessoal, o líder histórico do PT cruza a fronteira do respeito às instituições democráticas brasileiras. Ao fazê-lo, oferece um álibi a todos os políticos investigados por crimes de corrupção. Afinal, se nosso sistema de Justiça persegue um ex-presidente, por que não perseguiria, e de modo ainda mais ignóbil, políticos de menor estatura como um Eduardo Cunha, um Fernando Collor ou um Paulo Maluf?

O ofício do advogado é defender seus clientes, não cultivar a lógica ou procurar a verdade factual. Os advogados de Lula mencionam 2.756 comunicações à ONU por violações de direitos em diferentes países, além de 12 condenações aplicadas à França e 39 à Austrália. Não nos dizem, porém, quantos ex-governantes de países democráticos solicitaram a intervenção de tribunais internacionais contra a simples abertura de um processo criminal na instância judicial inferior. O recurso de Lula à ONU é um gesto inédito, uma anomalia. Seu alvo real não é Moro, mas o Poder Judiciário. Sua finalidade é proteger o "direito à impunidade", um bem precioso da elite política brasileira posto em xeque desde o julgamento do mensalão.

A história descreve piruetas. Lula tem uma bandeira e os "300 picaretas" têm um líder.
Herculano
06/08/2016 13:43
AGENDA BOLIVARIANA DE MADURO NÃO CABE NO MERCOSUL, editorial do jornal O Globo

Crise é o maior impasse já vivido pelo bloco, que precisa voltar ao seu propósito original: integrar o comércio dos países da região, mas sem se fechar ao mundo.

O Mercosul continua paralisado devido ao impasse em relação à presidência pro tempore do bloco. Paraguai, Brasil e Argentina questionam a transferência automática do comando à Venezuela, sem que o país comprove ter cumprido os requisitos básicos para se tornar um membro pleno da união aduaneira, inclusive a cláusula democrática. O Uruguai, por sua vez, cujo ciclo presidencial acaba de se encerrar, defende a transferência e, para pressionar o bloco, se recusou a permanecer na presidência pro tempore, deixando o grupo acéfalo.

Do ponto de vista técnico, não há mistério. O tratado da aliança aduaneira impõe uma série de requisitos que devem ser cumpridos pelos sócios, para que estes se tornem membros efetivos. E só com este status têm o direito a presidir o bloco. Pelo calendário, a Venezuela tem até o dia 12 de agosto, na reunião do Conselho do Mercado Comum, para comprovar o cumprimento dessas exigências. Tarefa difícil, considerando-se os sinais de violações de direitos humanos no país, como a prisão de líderes oposicionistas e o aparelhamento de instituições para impedir a atuação do Congresso.

A presente crise reflete, na verdade, a questão existencial que se tornou, nos últimos anos, o principal dilema do bloco. Afinal, o Mercosul é uma união aduaneira, voltada para integrar o comércio da região, ou uma aliança entre regimes que dividem a mesma ideologia?

Qualquer solução exige o consenso de todos os parceiros, inclusive da própria Venezuela. Os sinais de Caracas, no entanto, não são animadores. No fim de semana passado, logo após o Uruguai declarar em aberta a presidência rotativa, o governo venezuelano enviou carta aos chanceleres do bloco informando que assumiria o comando do Mercosul. A decisão tresloucada foi aceita pelo Uruguai, cujo presidente, Tabaré Vásquez, é refém do apoio da Frente Ampla ?" a bancada de esquerda liderada pelo senador e ex-presidente José Mujica. Mas foi rejeitada por Brasil, Argentina e Paraguai. Criou-se aí o maior impasse já vivido pelo Mercosul.

À reunião de altos funcionários da última quinta-feira, a Venezuela não enviou representantes. E o presidente Nicolás Maduro foi à TV atacar o Paraguai, acusando o presidente Horacio Cartes de representar a "oligarquia corrupta e narcotraficante" e perseguir a Venezuela. A chancelaria paraguaia reagiu convocando o encarregado de negócios da embaixada venezuelana em Caracas, Fritz Petersen Chaurén, para expressar seu mal-estar.

Motivados ideologicamente, Venezuela e Uruguai empurram o Mercosul para uma aventura irracional, ao estilo bolivariano. E, ao fazerem isso, deixam de lado os verdadeiros princípios que nortearam a criação do bloco sul-americano: a integração econômica e a liberdade de circulação de pessoas e mercadorias na região, sem fechá-la ao mundo.
Herculano
06/08/2016 13:41
O DIABO

Em Gaspar tem gente fazendo o diabo para vencer as eleições municipais. E começou bem antes da campanha oficial. E desta vez não é só o PT.

O resultado disso já se sabe, quando e se eleito. E quem perde com isso tudo? Também já se sabe como se viu com Dilma Vana Rousseff e o PT: a comunidade, o futuro. Isso ainda não vai terminar bem. Já escrevi: a legislação mudou, as exigências éticas, também. Acorda, Gaspar!
Herculano
06/08/2016 13:37
RIO, BOMBA APOS OLIMPÍADA, por Adriana Fernandes

Até aqui, nada foi feito para combater as raízes da crise no Rio.

As difíceis negociações em torno das concessões feitas ao Judiciário e Legislativo no projeto de reestruturação da dívida dos Estados, que balançaram esta semana a credibilidade do ajuste fiscal da equipe econômica, são só um aperitivo do que o governo Michel Temer terá de enfrentar depois do fim da Olimpíada do Rio de Janeiro.

A apreensão maior que ronda os gabinetes de Brasília é mesmo com os desdobramentos da crise financeira do Estado do Rio. Cada real dos R$ 2,9 bilhões que Temer concordou em liberar ao governo fluminense - com a justificativa de garantir a segurança pública durante os Jogos - está contado. O dinheiro só é suficiente para permitir um mínimo de fôlego financeiro ao governo estadual até o fim da competição Não passa daí.

O que acontecerá depois, quando o dinheiro acabar, é a grande incógnita que dá dor de cabeça há semanas à equipe econômica. A forma como o presidente vai lidar com o problema, porém, terá repercussões nos Estados que, assim como o Rio, estão também vivendo grave crise nas suas finanças.

O potencial de minar o ajuste das contas públicas é sem precedentes, porque pode abrir uma crise na Federação. O governo não tem mais dinheiro para dar ao Rio. E pior: mesmo se conseguisse ampliar a ajuda, abriria uma brecha para que os outros Estados peçam também socorro do Tesouro Nacional. A liberação do dinheiro para o Rio já causou ciumeira nos outros governadores.

Enfrentando críticas pela flexibilização nas regras de contenção de gastos com pessoal feitas no projeto de reestruturação da dívida dos Estados, o ministro Henrique Meirelles, conseguiu barrar nesses três primeiros meses no comando do Ministério da Fazenda uma onda de pressão para que o governo liberasse não só um volume muito maior de dinheiro ao Rio, como para outros Estados que também pediram ajuda financeira à União.

Essa é, sem dúvida, a principal vitória de Meirelles em favor do ajuste fiscal. É, porém, silenciosa, porque até agora muito pouco dessa pressão dos governadores veio de fato a público. Desse ponto de vista, é inegável o avanço obtido no acordo que a equipe econômica negociou com os governadores e garantiu um alívio financeiro de R$ 50 bilhões aos governos regionais.

A fatura poderia ter saído bem mais cara. Até porque Estados menos endividados, que não foram tão beneficiados pelos acordo, também vêm pedindo compensações pelas perdas com a redução das transferências do Fundo de Participação dos Estados (FPE).

Meirelles evitou uma benesse maior de um presidente que governa com "predominância" política. Mas, com a possibilidade de agravamento da crise financeira do Rio, o ministro pode não conseguir mais segurar essa rojão. Ele tem dito a interlocutores que não pode liberar mais nada os Estados.

Até aqui, nada foi feito para combater as raízes da crise do Rio. O Estado compromete perto de 90% de sua receita efetiva com salários dos servidores. Ou corta a folha, ou aumenta a receita. Sem isso, sem chance...

É nesse ponto que a flexibilização do projeto da dívida dos Estados, em votação na Câmara, foi um péssimo sinal. O projeto tinha com uma contrapartida garantir uma metodologia mais transparente para evitar a maquiagem que é feita na contabilidade das despesas de pessoal dos Estados. Essas manobras é que vêm permitindo aos governadores, com a conivência dos Tribunais de Conta estaduais, burlar o limite de gasto com pessoal da Lei de Responsabilidade Federal, o único teto de gasto já adotado no País.

Quanto tempo o Rio aguenta com policiais, médicos, professores sem receber salários? Ao mesmo tempo, juízes, promotores e deputados, que foram beneficiados com as mudanças, continuam recebendo seus vencimentos em dia. A hipótese até de o Rio pedir intervenção federal, prevista na Constituição, não está descartada.

Depois da Olimpíada, o certo é que o caos na segurança, na saúde, nos serviços básicos, no pagamentos de fornecedores vai continuar. Quem vai resolver?
Herculano
06/08/2016 12:31
COMO FUNCIONA

Ontem, a Polícia de São Paulo descobriu que o MTST, de Guilherme Boulos, um ativista intelectual e de classe média alta de São Paulo e que lidera uma facção de esquerda para apoiar o PT e especialmente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff, tinha no seu movimento, bandidos e traficantes, incluindo armas pesadas.

Boulos e todos que o cercam ou ele serve, estão quietos. Inclusive e principalmente os coletivos da Mídia Ninja e os tais Jornalistas Livres.

Ontem, durante a transmissão, os grupos de esquerda, pegaram um frame da transmissão, e em poucos minutos, alteraram uma mensagem de uma argentina na sua mão, como se fora escrito nela Fora Temer, e espalharam na rede mundial como se fora verdade.

Ou seja, para a causa vale tudo, vale fazer o diabo como anunciou o PT e Dilma para a reeleição de Dilma, vale mentir, enganar, fraudar, ludibriar e usar os de boa fé, os ignorantes, os analfabetos, os desinformados, os dependentes, os fanáticos e constranger que não concorda, é esclarecido...
Sidnei Luis Reinert
06/08/2016 12:15
Fim de Feira e do PT

Brasil 06.08.16 05:32
A delação premiada de João Santana é o elemento que faltava para extinguir o PT.

De acordo com a Veja, ele promete dizer à Lava Jato que o petrolão bancou, entre outros, Lula, Dilma Rousseff, Fernando Haddad, Gleisi Hoffmann, Hugo Chávez e Nicolás Maduro.

http://www.oantagonista.com/posts/fim-de-feira-e-do-pt
Herculano
06/08/2016 12:11
CABEÇA DURA TEM CONSERTO? por Bolívar Lamounier, cientista político, para a revista Isto é

Sempre negamos a realidade, mesmo quando ela vem de pau para cima de nós. Com tal mentalidade, não há país que se desenvolva

Na primeira metade do século 20, o ofício predileto da elite intelectual e política brasileira era especular sobre nosso atraso como país. Instigados pelo vertiginoso avanço dos Estados Unidos, dedicavam-se a tal tarefa com um afinco admirável.

Alguns diziam que o problema era nossa origem portuguesa: fomos colonizados pelo menor e mais atrasado país da Europa. Outros jogavam a culpa na abolição da escravatura: que esperar de um país que passara a depender do trabalho de negros livres? Alguns, mais sinceros, diziam que o problema estava em todos nós: éramos um país de preguiçosos.

Depois da Segunda Guerra, tivemos uma ideia genial. As causas do nosso atraso estavam no exterior. Eram os estrangeiros: primeiro os ingleses, depois os americanos, as "sete irmãs" petrolíferas, o FMI etc. Essa é que era a verdadeira raiz do mal.

Mas a verdade é que nunca chegamos ao âmago do problema. O problema é que sempre fomos uns tremendos cabeças-duras. A teimosia, eis o elemento que antes nos escapava. Sempre negamos a realidade, mesmo quando ela vem de pau para cima de nós. Com tal mentalidade, não há país que se desenvolva. Dou dois exemplos.

Hoje a economia brasileira está em escombros, numa crise tremenda, que se explica principalmente por nossa mania estatizante. Sempre vimos a empresa estatal como o suprassumo da sabedoria econômica, símbolo de eficiência e imunidade à corrupção. Tanto assim que odiamos o verbo "liberalizar"; o máximo que topamos é "flexibilizar" algumas coisas. Sempre costeando o alambrado. Pois aposto que vamos continuar assim.

Segundo, o sistema presidencialista de governo. Nos convencemos de que se tratava de outra maravilha, o único modelo capaz de assegurar a estabilidade, a eficiência, a unidade de comando etc. E o único congruente com nossas tradições culturais, quero dizer, com nosso velho gosto por líderes "machos". É verdade que ele às vezes obriga o País a esperar uma eternidade para defenestrar um "presidento" ou uma "presidenta" que prá começo de conversa nunca deveria ter sido eleito(a). Aqui também, aposto que vamos deixar tudo do mesmo jeito. Cabeça dura não tem conserto.
Herculano
06/08/2016 08:19
CERIM?"NIA DE ABERTURA TEVE ALÍVIO GENERALIZADO POR ESPETÁCULOS, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Teve correria nos corredores e rampas do Maracanã. O brasileiro tão dado e acostumado a atrasos não acreditou no horário marcado, mas às 20h em ponto o hino informal da cidade, "Aquele Abraço", rompeu no estádio quase lotado, na voz de Luiz Melodia. Havia muitos lugares vazios para uma cerimônia tão concorrida, mas isso não atrapalhou a festa.

O sentimento geral foi de surpresa e de alívio entre muitos brasileiros presentes no estádio. "Fiquei muito emocionada, tinha um pouco de receio sobre como seria, mas foi uma surpreendente. Chorei durante o hino, nem consegui cantar", disse Ana Teresa Fernandez, 50, professora de educação física. Ela deixou marido e filha em Salvador para prestigiar a abertura dos Jogos e algumas competições no fim de semana.

Não faltou gente emocionada, limpando os olhos, engolindo o choro, engasgando com a sequência de clássicos da música brasileira, aplaudindo e dançando. Teve quem acompanhou tudo quietinha, com um sorriso no rosto. A chinesa Huangfu Hongna, membro do comitê da Olimpíada de Inverno Pequim-2022, estava encantada com as performances, mas para ela o melhor do Brasil são as pessoas. "Eu estava perdida e um rapaz andou um longo caminho para me ajudar a achar meu lugar. Ele perdeu boa parte do show por isso. Nunca vi nada igual."

Teve grito de torcida grande, como as dos Países Baixos, teve torcida quase solitária, mas com fôlego de duas inglesas, teve grito de Free Palestina, teve vaia, felizmente abafada, para a delegação da Argentina, mas teve sobretudo muita alegria, entusiasmo e recepção calorosa do público anfitrião à maioria das delegações.

Teve filas gigantes nas lanchonetes, não teve comida, nem água e só sobrou cerveja quente. Para dar um gostinho todo nosso ao evento. Mas nem isso tirou o brilho da festa.

E teve um baita alívio generalizado por termos protagonizado um espetáculo bonito, de bom gosto, grandioso. E teve muita gente se perguntando no final: por que um país tão rico culturalmente, tão colorido e alegre pode dar tão errado?
Herculano
06/08/2016 08:12
CPI DO CARF PRETENDE INCRIMINAR OS BANCOS, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

O parecer do relator da CPI do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Federais), José Carlos Bacelar (PR-BA), está focado na incriminação dos bancos. Mesmo sem ter sido concluído, o relatório foi mostrado a líderes do governo Michel Temer, que demonstraram preocupação com a proposta. O Planalto acredita que o parecer tem grandes chances de rejeição, e que será definido um novo relator.

SEM PRORROGAÇÃO
A CPI encerrará os trabalhos em 11 de agosto e não haverá prorrogação, segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

VEL?"RIO
"É inadmissível partidos proporem um acordo espúrio", diz o relator José Carlos Bacelar, sobre uma suposta armação para enterrar a CPI.

COBRANÇA DE TRIBUTOS
A CPI investiga a venda de sentenças do Carf, última instância de recurso de quem questiona a cobrança de tributos da Receita Federal.

BULLIYNG
O relator acusa o PSDB de blindar a classe empresarial. Os tucanos discordam e acusam Bacelar de tentar achincalhar empresários.

PARTIDOS TOMAM MEIO BILHÃO DO FUNDO PARTIDÁRIO
No momento em que o País exige do governo um limite para os gastos públicos, 35 partidos continuam fazendo farra com recursos do Tesouro Nacional, graças a leis que eles próprios criaram. Entre janeiro e julho, tomaram do contribuinte, com o Fundo Partidário, quase meio bilhão de reais ou R$ 450,43 milhões. O PT foi o que mais faturou até agora: R$ 57,21 milhões. O PSDB, R$ 47,15 milhões e o PMDB, R$ 45,96 milhões.

FREIO NOS GASTOS
Proposta do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) prevê a redução da tunga para os partidos, mas enfrenta, claro, forte resistência.

NEG?"CIO RENTÁVEL
Partidos pequenos fazem a festa enquanto não há redução de partidos. Nanicos recém-nascidos, PMB e Novo já faturaram R$ 614,90 mil.

BOLSOS FORRADOS
A expectativa é que este ano partidos políticos com representação na Câmara levem R$819 milhões. Em 2017, a tunga vai a R$1 bilhão.

ATÉ MINUTO DE SILÊNCIO
Vaia no Maracanã não tem muita lógica. O ex-presidente Lula tomou ali a maior vaia da vida, na abertura do Pan, no auge da popularidade. No mesmo estádio, o ditador Emílio Médici foi várias vezes ovacionado.

DRIBLANDO O TRÂNSITO
O ministro Alexandre de Moraes (Justiça) requisitou um helicóptero da FAB para chamar de seu, durante os Jogos Rio2016. Ele usaria o da Polícia Rodoviária Federal, mas a aeronave caiu, dias atrás, justamente quando decolava para ir buscar sua excelência.

TESTOSTERONA
Com a testosterona em alta, atletas de basquete dos EUA dão trabalho aos seguranças, em razão do assédio de prostitutas da praça Mauá, no Rio, perto do local onde está ancorado o navio que os hospeda.

DOR DE COTOVELO
Japoneses sentem dor de cotovelo em razão do sucesso da montadora coreana Hyundai, patrocinadora dos Jogos. Ameaçam criar um caso, exigindo marcas japonesas, tipo Honda e Corola, para transportá-los.

FORO PRIVILEGIADO
O deputado Laércio Oliveira (SD-SE) coleta assinaturas de apoio a uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que propõe o fim do foro privilegiado. Difícil será convencer os colegas a aprovar isso.

DÍVIDA DOS ESTADOS
O PSOL diz oficialmente que não se opõe à renegociação das dívidas dos Estados. Mas o partido, é claro, escorrega na demagogia, dizendo-se contrário à redução dos gastos bilionários com o funcionalismo.

CONEXÕES
O MSTS, do "movimento social" de "sem-teto", não atraía apenas porralouca. Agasalhava também traficantes: Vladimir Ribeiro Brito, o "Vlad", líder do MSTS, foi preso pela polícia paulista em Maceió.

MANOBRA
O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) acusa o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, de tentar adiar a cassação de Eduardo Cunha. "Ele já podia ter lido o parecer. Até porque Cunha precisa ser notificado".

PENSANDO BEM...
...se a corrupção fosse uma modalidade olímpica, a delegação do PT bateria recorde em medalhas de ouro.
Herculano
06/08/2016 08:07
NO HEMISFÉRIO SUL, RARAMENTE SE VIU ALGO COMO A ABERTURA DA RIO-2016, por Juca Kfouri, para o jornal Folha de S.Paulo

Bem que os policiais grevistas anunciaram aos turistas no Galeão o que seria o Rio na Olimpíada 16.

O inferno não é melhor que o céu, mas o inferno é melhor que o céu, porque o céu não é o meu inferno.

Para os ateus, então, o sonho do inferno é muito mais animado que o do céu.

Gisele Bündchen, a "nova Garota de Ipanema", irá para o inferno e Eduardo Cunha comprou sua entrada no céu. Precisa mais?

Garrincha está no maior fogo ao lado de Sócrates. Marcelinho Carioca e Rogério Ceni irão para o céu.

Daí o Rio ter virado uma labareda.

Não fossem seus cartões postais de sempre, do Cristo Redentor que abençoa o pecado ao Pão de Açúcar que se dissolve em sensualidade, a cidade teria ficado irreconhecível porque poucas vezes se viu alguma coisa parecida abaixo da linha do Equador.

É até estranho.

Acostumado a cobrir megaeventos esportivos longe do Brasil, quase sempre com um oceano no meio, pela segunda vez em apenas dois anos as coisas acontecem na esquina de casa ou, no máximo, a 400 quilômetros.

Então, você aumenta a torcida, não só pelas vitórias de nossos atletas, mas, também, para que dê tudo certo, para que as cerimônias de abertura e fechamento sejam inesquecíveis e você até ajuda o alemão que brincou com o 7 a 1 e precisa de socorro porque não consegue, por falha dele, se conectar à internet.

O Rio abre os braços e diz: vem. Você vai.

Paulinho da Viola canta o Hino Nacional e você precisa limpar os óculos que, de repente, sem mais, embaçaram. Pena que ele tenha se limitado à primeira parte.

Ora o "Fora Temer" estava no programa e pelo menos não o mandaram tomar naquela parte como fizeram, em Itaquera, com quem ocupava legitimamente a presidência e seria reeleita.

Da Amazônia à favela o Brasil estava ali, com Gil e Caetano e até Anitta na apoteose, um país, outra vez, em busca de sua identidade depois de parecer que transporia a fronteira, com Jorge Ben Jor botando para quebrar. Nossa música faz milagres.

Um país fadado a chegar na boca do gol e chutar na trave, como Gabriel Jesus contra a África do Sul.

Secundário saber se Santos Dumont foi o primeiro a voar.

Basta registrar que ele também voou e o vôo do 14-bis foi emocionante, ponto alto, sem trocadilho.

Importa saber não quem fez primeiro, mas quem faz melhor. E o Brasil foi bem no quesito festa de abertura, com mais altos que baixos.

Até a seleção musical ouvida antes da cerimônia foi de primeira, de "Vai passar" com Chico Buarque a Roberto Carlos, com "Emoções".

Agora viveremos a parte menos importante por ser a mais importante: a luta pelo ouro.

Os Estados Unidos são melhores que o Brasil, mas o Brasil é melhor que os Estados Unidos, porque os Estados Unidos não são o Brasil.
Herculano
06/08/2016 08:03
BRASIL MOSTRA AO MUNDO QUE CRIATIVIDADE SOBREVIVE ÀS CRISES E AO DESGOVERNO, por Josias de Souza

Michel Temer sabia que seria vaiado. Resignado, evocou Nelson Rodrigues: "No Maracanã, vaia-se até minuto de silêncio." Estufando o peito como uma segunda barriga, o presidente interino decidiu na primeira hora que iria à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Avaliara que, em certos momentos, é preciso manter a presença de espírito. Ao sentir o hálito espesso do estádio lotado, concluiu que o ideal seria conseguir a ausência de corpo. Notou bem cedo que já era tarde.

O protocolo previra a menção do nome do chefe do governo brasileiro nos primeiros momentos da festa. Mas sobreveio a contraordem do Planalto: Shhhhhhhhhhhhhh? Por que cutucar a plateia? Por alguns instantes, o mundo ficou se perguntando quem era aquele senhor de cenho crispado que estava ao lado do presidente do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach. Por sorte, as câmeras foram logo seduzidas por Paulinho da Viola e sua magistral interpretação do hino brasileiro.

O estranhamento perdurou entre os observadores brasileiros. O que houve com o Temer? Como explicar o desânimo? Meu Deus, até o Galvão Bueno notou! Pena que Ronaldo, o fenômeno, não estivesse no estúdio da Globo. Ele viveu situação análoga na partida final da Copa na França. Teve uma pane no momento em que mais se esperava dele. O ex-craque decerto saberia decodificar os temores que levaram Temer a tremer.

Além de Temer, Dilma e Lula foram convidados para a festa. Ambos refugaram. Dilma chegou a lamentar numa entrevista: "Imagine que você vai dar uma festa, que trabalha durante vários anos para esta festa, cria as condições, coloca iluminação, chama a imprensa? E então, no dia da festa, alguém chega, toma o seu lugar e se apropria da festa. Esta é a história dos Jogos.'' Como de hábito, madame escorou-se em autocritérios para se vangloriar.

Dilma sabe que ela, Lula e Temer foram chamados para a festa inaugural da Olimpíada do Rio como tios excêntricos que são convidados para as reuniões de família. Ninguém sabe muito bem como tratá-los. Mas, afinal, são da família. As pessoas são orientadas a não rir de suas esquisitices e a tolerá-los - mesmo que a tolerância lhes conceda uma respeitabilidade que nem todos acham que merecem. Reza-se para que durmam no sofá. Ou finjam ser invisíveis - como Temer no Maracanã.

No fim das contas, o segundo plano a que foram relegados os políticos potencializou o brilho da festa do rio. A ausência forçada de Dilma e Lula e a invisibilidade voluntária de Temer têm múltiplos significados. Constituem um parâmetro e um aviso. Revelam ao mundo que a criatividade brasileira sobrevive ao caos de três crises simultâneas: econômica, política e moral. E mostram que há vida longe do desgoverno e da corrupção. Tudo isso com um toque de originalidade: nunca antes na história da humanidade Sua Excelência o Nada havia proclamado a abertura dos Jogos Olímpicos. Sob vaias.
Herculano
06/08/2016 07:56
É POSSÍVEL SER A FAVOR E CRÍTICO, por Mariliz Pereira Jorge, para o jornal Folha de S. Paulo

Pode dar uma trégua para sua carteirinha de manifestante - use apenas em caso de emergência. A Olimpíada começou, os atletas estão aí. Nenhum deles resolverá problema algum. Fique tranquilo que eles, os problemas, estarão nos esperando assim que as cortinas caírem e as grandes estrelas desse espetáculo forem embora.

Motivo para reclamar não vai faltar. Mas tudo em sua hora. Em duas semanas não há o que fazer. A baía continuará suja, a desigualdade gritante, o Estado falido, a polícia ineficiente, os hospitais sucateados, os servidores públicos com salários atrasados, o país à deriva, a violência... Nem quero pensar o que será depois do dia 21 de agosto.

Sim, relaxe, não sinta-se alienado. A partir de hoje você pode ligar a TV, comprar ingresso (ainda há milhares disponíveis), pegar uma bandeirinha verde e amarela e fazer algo que não desabona suas convicções políticas, econômicas e sociais: torcer pelos mocinhos dessa história, os atletas que vão competir no Brasil.

Pode torcer por brasileiro, por sudanês, por búlgaro, até por australiano, e mostrar que nós, brasileiros, não temos nada a ver com a tosquice de nossos políticos.

Sim, amigos, vamos torcer. Torcer para que a Olimpíada seja um sucesso em relação a tudo que está lá no manual do Comitê Olímpico Internacional: excelência, amizade e respeito. Bonito, mas não só bonito. É o que veremos nas arenas, gente dando o couro, suando, sentindo dor, adrenalina, alegria, frustração, admiração.

Torcer para que o evento ocorra sem incidentes, que as arenas estejam em condições minimamente decentes, que o público se divirta e se encante com os melhores do mundo, que os turistas sejam bem recebidos, que as delegações consigam chegar aos locais de prova ?"a previsão é que o trânsito seja um horror.

Tem tanta coisa que pode dar errado, que nem precisa ser contra.

Torcer, sobretudo, para que os atletas consigam ter o seu melhor desempenho, quebrem recordes, não se machuquem, que aproveitem essa vitrine olímpica para fechar contratos, garantir patrocínios.

O que está em jogo agora não é a reputação de uma cidade ou de um país, a capacidade que temos ou não de organizar um evento, as mazelas do nosso cotidiano, as vaidade políticas, a crise que nos assola.

O que está em jogo são projetos de vida, sonhos, desafios, esforço, dedicação. Estamos falando de gente que investiu quatro anos, a vida, para estar no centro de uma arena e mostrar ao mundo a que veio.

Vai ter comentarista de Facebook pregando que não tem como ser a favor e crítico ao mesmo tempo. Errado. Agora é hora de torcer, gritar, aplaudir, comemorar. Dia 22 voltaremos com a programação normal.
Sidnei Luis Reinert
05/08/2016 18:53
De Ronaldo Caiado:

Quando os brasileiros foram às ruas e bateram panelas contra a corrupção institucionalizada pela dupla Lula e Dilma, os petistas disseram que essa ação era "coisa de elite, feita por uma turma da varanda gourmet". Agora o chefe deles é pego por causa de uma cozinha gourmet. A diferença essencial é que os trabalhadores que protestaram contra o PT montaram a sua casa, da mais simples até a mais sofisticada, com muito trabalho e suor. Enquanto isso, o PT gourmetizava a corrupção.

http://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/cozinha-gourmet-de-sitio-foi-lavagem-de-dinheiro-a-lula-diz-procuradoria/
Sidnei Luis Reinert
05/08/2016 18:25
Segundo o texto, que até o Partido Comunista Brasileiro divulgou, Lula era um nada que foi alçado por organizações internacionais ao estrelato político com aval dos militares e diplomado pela Johns Hopkins University dos Estados Unidos.

E agora, Sibás Machados e Marilenas Chauís e idiotas úteis brasil afora: seu amado cacique é um agente da CIA?

http://pcb.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=3063%3Ao-lula-secreto&catid=65%3Alulismo
Sidnei Luis Reinert
05/08/2016 18:19
As Olimpíadas do palmito assado, de Ricardo Schweitzer.

Hoje teremos a abertura dos jogos olímpicos. Segundo o Extra de 01/08, "a cerimônia (?) vai romper com a tradição mais recente de eventos grandes e caros, com uma experiência "analógica" e uma pira com baixas emissões de carbono".

Não sei vocês, mas eu me lembro nitidamente de ter ouvido, após a abertura da Copa do Mundo ter parecido apresentação de jardim de infância, que a abertura das Olimpíadas maravilharia o mundo. Seremos maravilhados por uma "pira com baixas emissões de carbono"? É como ir a uma churrascaria e se maravilhar com o palmito assado. O mundo está chato demais.

Aparentemente, por outro lado, não teremos mais a passagem na qual Gisele Bündchen seria assaltada e, em seguida, defenderia o contraventor da polícia. Sinceramente? Eu acho que a passagem deveria ser mantida no programa. Mas com uma pequena alteração: troquem a Gisele pelo vice-cônsul da Rússia.

Ah! E terá escolas de samba. E Regina Casé. Preciso dizer mais?

Sidnei Luis Reinert
05/08/2016 18:17
Legado da Rio 2016? Brasil vai tomar no Pikachu!


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Já tem criança ligadona na internet perguntando: "É mais fácil pegar o Pokémon ou o $talinácio?". Dilma Rousseff já está praticamente fora do jogo e ainda tem a cara de pau de impor condições para comparecer ao próprio julgamento: não quer ser atacada, não aceita ser desrespeitada e nem permite que lhge façam qualquer pergunta... A Presidenta afastada está fazendo esta cena toda para renunciar na última hora... Ela finge que não, porém parece mais um daqueles bichinhos esquisitos caçados no joguinho japonês que virou febre mundial.

É brinquedo, não! Agora, o Brasil inteiro voltará sua atenção, durante quase um mês, para os jogos olímpicos no Rio de Janeiro. O poder da mídia e de bilhões de dólares investidos na publicidade da Rio 2016 falará mais alto. Nas redes sociais, os protestos de sempre continuarão em ritmo de competição. Enquanto isso, a economia brasileira segue em ritmo de olim-piada, no mínimo, até o final deste ano. A equipe econômica de Michel Temer, os rentistas e a velhinha de Taubaté acreditam que tudo vai melhorar no ano que vem. O Negão da Chatuba continua cético e - como ele mesmo proclama - "duro como sempre" (tomara que sem trocadilho infame).

Não é só a Dilma "que não aguanta mais". Porém, novamente, o Brasil caminha para o jogo de cena. Qual será o legado depois das olimpíadas e do impeachment da Presidanta? Nem o maluco que programou o Pokémon Go sabe com certeza absoluta... Mas quem pensa um pouco já desconfia: o Brasil continuará na anormalidade institucional, na mesma guerra de todos contra todos, com a corrupção sistêmica correndo solta, enquanto é combatido em ritmo de enxigamento de gelo por alguns cidadãos honestos e por membros aguerridos de um Judiciário que não funciona Direito (perdão pelo trocadilho infame).

O crime institucionalmente organizado segue em ritmo de (roubar) todas as medalhas de ouro, levando junto a esperança dos brasileiros. Otimista com seu pessimismo crônico, o Negão da Chatuba, especializado em esportes radicais, garante: "Depois da Rio 2016, o Brasil vai tomar no Pikachu".
Herculano
05/08/2016 16:37
POLÍCIA DESARTICULA QUADRILHA QUE EXPLORAVA DROGAS NA CRACOLÂNCIA E COBRAVA "ALUGUEL" DE SEM TETOS DINHERO QUE FINANCIAVA O TRÁFICO EM SÃO PAULO SOB DISFARCE DE MOVIMENTO SOCIAL DE ESQUERDA EMPRESTANDO EMPRESTAVA APOIO AO PT INCLUINDO PROTESTOS DE RUA. MUNDO COMPETAMENTE BANDIDO E PROGRESSISTA.

Parte 1

Conteúdo do jornal Folha de S. Paulo. Texto de Rogério Pagnan, Artur Rodrigues, Paulo Gomes e Fabiano Maisonave. A polícia de São Paulo realizou na manhã desta sexta-feira (5) uma grande operação de combate ao tráfico de drogas em dois pontos do centro de São Paulo, com a participação de 500 policiais civis e militares. A ação teve dois focos, um na cracolândia e outro no Cine Marrocos. Ao menos 32 pessoas foram detidas, segundo a polícia.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), afirmou que desconhecia a operação da polícia e fez duras críticas ao MSTS (Movimento Sem-Teto de São Paulo). Para ele, os líderes do movimento exploravam os moradores.

Entre os alvos da operação policial estavam lideranças do MSTS, grupo que ocupa o Cine Marrocos. Segundo investigação do Denarc (departamento de narcóticos), elas coordenavam a venda de crack e maconha, respectivamente, na cracolândia e na Galeria do Rock, também no centro. O MSTS, criado em 2012, é uma dissidência de outros grupos que lutam por moradia na cidade e já esteve envolvido em outras polêmicas como a cobrança de taxa de famílias - o que não é aceito por parte dos grupos de sem-teto.

OPERAÇÃO POLICIAL

Na cracolândia, pouco antes da ação desta sexta iniciar, os moradores perceberam a presença das tropas policiais montando a sua formação no entorno e começaram a recolher seus pertences. "Não corre! Não corre! É a polícia, sem correr", gritavam alguns moradores. "Sem repressão", disse um viciado, que levantava os braços para a tropa de choque em formação.

A operação policial começou por volta das 8h30, logo depois das equipes de limpeza da prefeitura realizarem a lavagem das ruas com jatos d'água na região da cracolândia. Policiais militares da Tropa de Choque cercaram todo o quarteirão.

Para dispersar os usuários de drogas, policiais da Tropa de Choque atiraram jatos d'água com um veículo blindado e dispararam balas de borracha e bombas de gás. Houve corre-corre e gritaria - alguns poucos usuários de drogas permaneceram dormindo no chão. Os moradores de rua se espalharam pelas ruas paralelas da cracolândia e alguns chegaram até a praça Princesa Isabel.

Depois, policiais civis passaram a arrombar hotéis e estabelecimentos comerciais na alameda Dino Bueno, onde fica o chamado fluxo da cracolândia. Ao menos seis estabelecimentos foram arrombados, com ajuda de aríetes para forçar as portas. "Prenderam uns irmãos do PCC [Primeiro Comando da Capital] lá na Dino e o negócio ficou feio", dizia, às 10h, um usuário que se deslocou para a alameda Barão de Limeira. "Acho que eles querem acabar com aquele lugar."

O repórter fotográfico da Folha acompanhou a incursão policial em um dos hotéis. No local, bastante escuro, várias portas foram arrombadas. Uma mulher com uma criança saiu de uma delas bastante assustada. Vários suspeitos e viciados eram retirados dos hotéis, alguns deles aparentando desorientação. Em seguida, eles eram colocados no chão algemados, e posteriormente levados para os carros da polícia. "Entra na viatura, entra", disse um policial, que bateu o porta-malas do veículo sobre a perna de um dos detidos.

O principal ponto era um hotel na esquina com o largo Sagrado Coração de Jesus, número 135. No local, além da sigla PCC pichada nas paredes, havia vários símbolos utilizados pela facção criminosa, como o yin-yang e o número 1533.

O delegado divisionário do Denarc, Alberto Pereira Matheus Junior, afirmou que prédio era um quartel-general da facção criminosa. Ali, disse, operava um tribunal do crime onde eram decididas mortes de traficantes. "Ninguém vende uma droga aqui sem autorização [da facção criminosa]", diz Pereira. Segundo o delegado, o tráfico na região movimenta R$ 4 milhões por mês.

Os agentes afirmam que aprenderam uma "quantidade muito grande" de crack e maconha ?"na região são comercializados de 10 a 15 kg de crack por dia, segundo a polícia. No hotel, foi encontrada também munição, além de duas armas de fogo rústicas. "Cadê o Jack Sparrow? É do Piratas do Caribe essa arma", brinca um policial do GOE.
Herculano
05/08/2016 16:36
POLÍCIA DESARTICULA QUADRILHA QUE EXPLORAVA DROGAS NA CRACOLÂNCIA E COBRAVA "ALUGUEL" DE SEM TETOS DINHERO QUE FINANCIAVA O TRÁFICO EM SÃO PAULO SOB DISFARCE DE MOVIMENTO SOCIAL DE ESQUERDA EMPRESTANDO EMPRESTAVA APOIO AO PT INCLUINDO PROTESTOS DE RUA. MUNDO COMPETAMENTE BANDIDO E PROGRESSISTA.

Parte 2

Pereira afirma que a operação tem mais de dez mil horas de interceptação telefônica. Segundo o delegado, as lideranças do tráfico na cracolândia foram presas durante a madrugada.

REP?"RTER DETIDA

Durante a operação, a jornalista Daniella Laso, da rádio CBN, foi temporariamente detida e teve seu celular apreendido por dois policiais. Em entrevista à rádio, Laso contou que estava filmando a operação quando foi abordada. As imagens feitas pela repórter foram apagadas.

Laso disse que começou a gravar imagens com o celular quando os PMs jogaram bombas de gás em moradores de rua que atiravam pedras contra os agentes. "Um policial chegou abordando o motorista e disse, com violência, para ele sair dali."

A repórter afirmou que ela e o motorista que a acompanhava usavam crachás de identificação de imprensa, e que o carro da empresa também era sinalizado. "O policial pediu o meu celular e eu disse que eu não poderia entregar porque era meu instrumento de trabalho. Nesse momento o policial abriu a porta e puxou o Carlos, nosso motorista, para fora do carro. Outro policial abriu a minha porta e pegou o meu celular. O policial ficou muito nervoso e disse que ele iria me algemar e me jogar no chão, e que iria me retirar do carro para poder fazer uma abordagem."

Após sair do carro, Laso teve seus documentos apreendidos, foi revistada por uma policial e avisada que seria levada à delegacia para ser enquadrada por desobediência. Após meia hora, os agentes a liberaram ainda no local e devolveram o aparelho celular, mas as imagens haviam sido apagadas.

Em nota, a CBN afirmou estar perplexa com a ação e que repudia veementemente qualquer tentativa de impedir o trabalho da imprensa. A Secretaria de Segurança Pública ainda não se manifestou sobre a ação.

INVESTIGAÇÃO

A partir da investigação feita nos últimos meses, a suspeita da polícia é que pessoas alvo da operação atuem em sintonia com a facção criminosa PCC. O grupo alvo da operação, segundo investigadores do Denarc, é um dos quatro grandes mapeados na cracolândia, todos ligado ao PCC, e responsável pelo comércio de 100 kg a 150 kg de crack por mês na região.

Com base em interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça, a polícia suspeita da vinculação do MSTS no suporte logístico da facção e do comércio de drogas na cracolândia. O grupo, criado em 2012 a partir de um racha em grupos sem-teto, também é investigado sob suspeita de extorquir famílias sem moradia.

O movimento foi responsável pela invasão do antigo "Cine Marrocos" em 2013. A suspeita do Denarc é de que os últimos andares do imóvel serviria para realização de reuniões do crime organizado, assim com uma hospedaria da rua Dino Bueno, no chamado "fluxo" da cracolândia (onde os usuários de drogas se concentram).

Nos últimos dias, outras seis pessoas já haviam sido presas, e uma delas aceitou ajudar os policiais para apontar os chefes do tráfico e os códigos usados por eles nos telefonemas. Entre os alvos de mandado de prisão estão Robinson Nascimento dos Santos, coordenador-geral do MSTS, Lindalva Silva, vice-presidente do movimento, além do secretário-geral, Wladimir Ribeiro Brito, e da tesoureira, Elenice Tatiane Alves.

CINE MARROCOS

Dezenas de policiais do Choque e da Polícia Civil tomaram o antigo Cine Marrocos, na região central de São Paulo, por volta das 8h30 desta sexta-feira (5), em operação contra o tráfico de drogas.

Os dez primeiros andares do Cine Marrocos abrigam cerca de 300 famílias, que são obrigadas a pagar R$ 200 mensais ao grupo, como revelou a Folha em outubro de 2015. A investigação suspeita que esse dinheiro também era utilizado para compra de droga.
Herculano
05/08/2016 16:17
da série: o homem tem origem, e o modo de agir está exatamente nessa origem

SENADOR DIZ TER PODER PARA NOMEAR ATÉ MELANCIA, por Josias de Souza

Parte 1

Às vésperas do julgamento de Dilma Rousseff, o Diário Oficial da União tornou-se um território fértil para os senadores que se dispõem a votar a favor do impeachment. O senador Hélio José (PMDB-DF), por exemplo, acomodou no comando da Superintendência do Patrimônio da União do Distrito Federal, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, um assessor chamado Francisco Nilo Júnior. Os servidores do órgão não gostaram. Abespinhado, o senador foi à repartição na última terça-feria (2). E avisou aos descontentes: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser aqui. A melancia que eu quiser aqui eu vou colocar!"

Por mal dos pecados, um dos servidores presentes à reunião gravou a manifestação do senador. O áudio ganhou a internet. Quem ouve fica com a impressão de que o orador instalou uma porteira na entrada da SPU, responsável pela administração dos imóveis e das terras da União no Distrito Federal. A certa altura, o orador explica que plantou Francisco Nilo na SPU porque "ele tem lado." Deixou claro que sua melancia é fiel: "O lado dele é o senador Hélio José, que é o responsável pela SPU a partir de hoje. A partir de hoje, a SPU é responsabilidade minha, do senador Hélio José, gabinete 19, da [ala] Teotônio Vilela."

Hélio José é um nômade partidário. Filiado ao PT, mudou-se para o PSD depois que o roçado do petismo foi atacado pela praga do petrolão. Sem votos, Hélio José ganhou uma cadeira de senador como suplente de Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), eleito governador do DF em 2014. Homem de visão, Hélio José trocou o PSD pelo PMB, Partido da Mulher Brasileira. Há cinco meses, como que farejando o que estava por vir, o personagem migrou para o PMDB de Michel Temer.
Herculano
05/08/2016 16:16
SENADOR DIZ TER PODER PARA NOMEAR ATÉ MELANCIA, por Josias de Souza

Parte 2

Antes de ser terceirizada a Hélio José, a Superintendência do Patrimônio da União era controlada pelo diretório brasiliense do PT, o antigo partido do senador. Os servidores reagiram à chegada de Francisco Nilo sob a alegação de que o apadrinhado do senador é dono de uma imobiliária. Algo que faria dele uma espécie de Drácula em banco de sangue, já que a principal atribuição da SPU é gerir o patrimônio imobiliário da União. Em nota, Hélio José negou que seu pupilo seja proprietário de imobiliária.

O senador enxerga conspiração política na reação dos servidores da SPU. Responsabiliza pela difusão de informações desabonadoras sobre seu apadrinhado a servidora Valéria Veloso, que respondia pela SPU como superintendente substituta.

"Eu vou pra Casa Civil agora pra resolver esse negócio dessa imobiliária", disse Hélio José na reunião de terça-feira, sem saber que estava sendo gravado. "É mais uma armação de Valéria e companhia limitada e não vai acontecer, tá certo? Nao vai acontecer." Foi nesse ponto que o senador mencionou os poderes extraordinário que julga ter na Casa Civil de Michel Temer: "Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser aqui. A melancia que eu quiser aqui eu vou colocar."

Hélio José soou categórico: "Por isso que quem é do time adversário tá fora, tá certo? Tá for a! Peço, por gentileza, que sua Valéria esvazie sua gaveta e sua turba e caia fora daqui, certo? E caia fora daqui, por favor. Tô deixando isso claro, tô deixando isso claro, bem registrado aqui, bem claro em alto e bom som: sua Valéria e sua turma de conspiradores esvaziem as gavetas e caia fora da SPU. E vai lá se apresentar na seção de pessoal do Ministério do Planejamento, pra ver aonde vai se lotar esse povo lá."
Ana Amélia que não é Lemos
05/08/2016 14:16
Sr. Herculano:

Estou sem palavras com a elegancia e beleza do novo promotor eleitoral, acredito nas suas palavras:
" Eu apenas estou investido em nome da sociedade como fiscal para um jogo limpo. E eu aposto todas as minhas fichas no jogo limpo".

Isso dá música: "Se todos fossem iguais a você ..." Tom Jobim
Digite 13, delete
05/08/2016 14:08
Oi, Herculano

"Os verdadeiros ouros olímpicos do Brasil serão impeachment de Dilma e prisão de Lulla.
O resto é bônus.
Estribucha petista".
Blog Felipe Moura Brasil.

Mas eu gostei mesmo foi do termo do Políbio, simiesca. Como diria um amigo meu, para aquela lá ser uma simiesca só falta as penas ...
Mariazinha Beata
05/08/2016 13:24
Seu Herculano;

Marcelo Sebastião Netto de Campos.
O que é isso, gente?
É de botar o outro Marcelo no chinelo.
Bye, bye!
Sujiro Fuji
05/08/2016 13:15
O DÃO é o bom?
Bom mesmo é o melaTÃO, o jaiMÃO assim como foi o dilMÃO.
Herculano
05/08/2016 11:10
POKÉMON GO É DIVERTIMENTO BANAL QUE NOS MOVE, por Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S. Paulo

Desde, no mínimo, o alto paleolítico (cerca de 70 mil anos atrás), tínhamos por hábito ficar sentados ao redor do fogo, à noite, após mais um dia de labuta, e rirmos uns dos outros, contarmos histórias uns para os outros, brincando, muitas vezes ingerindo substâncias que nos dessem experiências de ampliação de consciência, enfim, passando o tempo.

Somos uma espécie pré-histórica perdida no mundo contemporâneo, carregando nas costas e na alma nossa herança de sobreviventes a própria história.

Continuamos a apreciar coisas que nos façam rir, coisas lúdicas, fantasias, experiências que ampliem nosso cotidiano, mesmo que seja de mentirinha. Preferimos imagens a letras, na maioria esmagadora dos casos. O avanço da técnica é, e sempre será, o avanço da história do fogo em nossas vidas. E assim chegamos, do alto paleolítico ao 'Pokémon Go'.

Sei que deveria odiar o 'Pokémon Go', como membro da inteligência que sou. Mas não o odeio. Não porque não o ache mais uma evidência de como nos deixamos levar pelo "mal do capitalismo" e sua indústria do lazer e do divertimento banal. Mas a necessidade de divertimento é a mesma desde que que nos descobrimos Sapiens. Se existisse celular no alto paleolítico, estaríamos caçando Pokémons. O amor, a banalidade que nos caracteriza, leva muitos de nós ao desespero.

Aí chegamos a algo que talvez indique um certo avanço em nossa condição delirante de contemporâneos. Enquanto antes caçávamos de verdade, hoje corremos atrás de figurinhas na tela do celular. De longe, os inteligentes olham com desprezo esse miserável Sapiens em busca de divertimento a qualquer custo.

Mas essa moda passará. Apesar de todas as tentativas levadas a cabo - seja pelo "malvado mercado", seja pelos anjinhos do bem?" de fazer de nós, bobos, uma espécie que ajudou a extinguir cerca de dez "parentes" competidores ao longo de milênios, resistirá a essa época de ressentidos, mimados e retardados.
Falo a verdade
05/08/2016 11:08
Senhor Herculano, VC não cansa de puxar o saco da Andréia Nagel. Você nunca pensou que você de vez ajudar está atrapalhado.Acho que o seu trabalho é informar sem puxaçao de saco de partido. Seja profissional.
Herculano
05/08/2016 08:23
TOGAS E SAIAS-JUSTAS, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 1

Mesmo com a Olimpíada, a semana política foi "dura" (como já antecipara um dos investigadores da Lava Jato) e nem o Supremo Tribunal Federal passou ileso. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu um puxão de orelhas no ministro Dias Toffoli. E o ministro Luiz Edson Fachin reviu uma decisão do presidente Ricardo Lewandowski. Tenso, não é?

Janot - que deu uma perceptível guinada depois do vazamento da gravação de Lula reclamando de "ingratidão" ?" apresentou um recurso crítico contra a decisão de Toffoli de relaxar, rapidinho, a prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro de Lula e Dilma e envolvido na constrangedora Operação Custo Brasil, sobre desvios no crédito consignado de funcionários públicos endividados.

No recurso, o procurador diz que o relaxamento da prisão de Bernardo foi indevido porque: 1) ele teve participação "intensa e relevante" no esquema, tanto que continuou recebendo dinheiro depois de sair do Planejamento; 2) pode prosseguir cometendo crimes, pois há indícios de que ocultou patrimônio para driblar a Justiça; 3) tecnicamente, Toffoli não deveria acatar habeas corpus antes do Tribunal Regional Federal correspondente e do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Ficou feio. Toffoli agora pode manter Bernardo preso, rever sua decisão ou despachar o imbróglio para uma das turmas do Supremo ainda na semana que vem, com um novo dado: o ex-ministro virou réu ontem, dia seguinte ao recurso ?" ou puxão de orelhas ?" de Janot.

Como pano de fundo, Toffoli foi advogado do PT e virou saco de pancadas nas redes sociais por ter soltado em apenas seis dias o petista Bernardo, que é casado com a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), da tropa de choque de Dilma Rousseff na comissão do impeachment no Senado.
Herculano
05/08/2016 08:22
TOGAS E SAIAS-JUSTAS, por Eliane Cantanhede, para o jornal O Estado de S. Paulo

Parte 2

De outro lado, colegas ministros de Toffoli andam lembrando que Janot também pisou na bola quando pediu a prisão dos peemedebistas José Sarney, Renan Calheiros e Romero Jucá por gravações, consideradas vagas, obtidas pelo delator Sérgio Machado. Ou seja: o procurador critica ministros do Supremo, ministros do Supremo criticam o procurador e as redes sociais fazem a festa.

Não bastasse, Fachin, ministro mais novo do Supremo (entrou em 2015), reviu ontem uma decisão de Lewandowski, que é, nada mais nada menos, presidente da Corte. O tribunal tinha decidido por 7 a 4 que um réu condenado em segunda instância já poderia ser preso, mas Lewandowski pegou carona numa decisão em contrário do decano Celso de Mello, alegou que a decisão do plenário foi num habeas corpus ?" logo, sem efeito vinculante ?" e mandou soltar um outro preso nessa circunstância. Ontem, Fachin ratificou a decisão do pleno e desconsiderou a do presidente. Mais uma saia-justa.

Para completar, a semana da abertura da Olimpíada flagrou a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado autorizando um aumento dos salários dos ministros do Supremo, de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Mas... já houve uma gritaria quando do aumento geral do Judiciário; o momento é de cortes, não de gastos, muito menos de aumento da folha de pagamento; e os salários dos ministros do STF servem de teto para todo o funcionalismo (federal, estadual e municipal) nos três Poderes (Judiciário, Executivo, Legislativo).

Quem paga o pato é o governo interino de Michel Temer, pois os agentes econômicos começam a desconfiar que o ministro Henrique Meirelles está sendo leniente com gastos, aumentos de salários e benesses políticas, em detrimento do mais importante: tapar o rombo fiscal.

Por fim, como a presidência de Lewandowski acaba em 10 de setembro, uma sexta-feira, a tradição é antecipar a posse do substituto para a véspera, mas tudo indica que a afirmativa, mas discreta, Cármen Lúcia só vai assumir a vaga na semana seguinte. Até lá, como fica?
Herculano
05/08/2016 08:19
OLHANDO A MARÉ NO TWITTER

Olhando a maré zapeia o noticiário estadual, nacional e internacional e seleciona algumas notícias, informações e leituras diariamente para seus seguidores. Também, mas só eventualmente, opina sobre Gaspar, principalmente naquilo que se esconde. Acesse @olhandoamare
Herculano
05/08/2016 08:05
MALDITOS ADJETIVOS, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

A comissão do impeachment terminou sem surpresas. Os senadores que defendem Dilma Rousseff repetiram o discurso do golpe. Os senadores que preferem Michel Temer repetiram o discurso das pedaladas. Como o segundo grupo estava em maioria, o relatório foi aprovado com folga, por 14 votos a 5.

A sessão foi tediosa porque todos já sabiam o placar por antecipação. O clima só esquentou por causa de uma polêmica inusitada: os senadores bateram boca sobre a forma como os discursos ficarão registrados nas notas taquigráficas.

A polêmica começou depois que a petista Fátima Bezerra chamou o relatório de Antonio Anastasia de "fraudulento". O tucano permaneceu impassível, mas o peemedebista Raimundo Lira não gostou. Usando os poderes de presidente da comissão, mandou os servidores apagarem o adjetivo dos anais da Casa.

A ordem foi a senha para os dilmistas iniciarem um motim. "Vossa Excelência não pode censurar a nossa opinião!", protestou o petista Lindbergh Farias. "É fraude, fraude, fraude! Eu quero que isso fique para a história!", prosseguiu.

Irritado, Lira disse que fez o mesmo quando aliados de Temer chamaram Dilma de "criminosa" e os petistas de "quadrilheiros". "Isso não é censura!", bradou. Depois, mais calmo, ele acrescentou que o regimento interno do Senado proíbe o uso de "expressões descorteses ou insultuosas".

Os dilmistas usaram o episódio como pretexto para ganhar alguns minutos antes da derrota anunciada. Mesmo assim, é risível que alguém ainda fale em apagar palavras de notas taquigráficas numa era em que todas as sessões podem ser assistidas em áudio e vídeo na internet.

Os piores diálogos do impeachment acontecem longe dos microfones, onde senadores negociam votos em troca de cargos, emendas e outros incentivos mais. Se os vícios do julgamento se limitassem a alguns adjetivos malcriados, ninguém teria razão para se preocupar.
Herculano
05/08/2016 07:46
DILMA DEVE SER ALVO DA LAVA JATO APOS CONDENAÇÃO NO JULGAMENTO DO SENADO, por Josias de Souza

Parte 1

Até os mais fervorosos defensores de Dilma Rousseff admitem que seu mandato está por um fiapo. Confirmando-se sua deposição no julgamento do processo de impeachment, Dilma perderá o escudo oferecido pelo parágrafo 4º do artigo 86 da Constituição. Nesse trecho, o texto constitucional prevê que um presidente da República, no curso do mandato, não pode ser processado por atos não relacionados ao exercício das suas funções. Sem esse anteparo, Dilma deve tornar-se alvo da Operação Lava Jato. Sem o foro privilegiado de presidente, descerá à primeira instância do Judiciário, onde já se encontra Lula, seu antecessor e padrinho político.

Nesta quinta-feira, enquanto a comissão do impeachment aprovava no Senado o parecer anti-Dilma do relator Antonio Anastasia (PSDB-MG), Sérgio Moro falava na comissão da Câmara que analisa o pacote de dez medidas anticorrupção embrulhado pela força-tarefa de Curitiba e endossado por mais de 2 milhões de brasileiros. O juiz da Lava Jato disse aos deputados que a operação "continua enquanto existir material com que trabalhar." Há duas semanas, o marqueteiro João Santana e sua mulher Mônica Moura converteram Dilma em matéria-prima para os investigadores.

Em depoimentos prestados a Moro, Santana e Mônica admitiram que os US$ 4,5 milhões depositados por um intermediário de negócios escusos na Petrobras, Zwi Skornicki, em uma conta secreta na Suíça referem-se a serviços prestados à campanha de Dilma em 2010. Dinheiro de "caixa dois", disseram ambos, antes de reconhecer que mentiram ao afirmar, em interrogatórios realizados em fevereiro, que a verba fora amelhada numa campanha feita em Angola. Falsearam a verdade para não incriminar Dilma.

Eis o que disse João Santana ao juiz da Lava Jato: "Eu achava que isso poderia prejudicar profundamente a presidenta Dilma. Eu raciocinava comigo: eu, que ajudei de certa maneira a eleição dela não serei a pessoa que vai destruir a Presidência. Nessa época, já iniciava um processo de impeachment. Mas ainda não havia nada aberto. Eu sabia que isso poderia gerar um grave problema, sinceramente, até para o próprio Brasil."

Mônica declarou o seguinte a Sérgio Moro: "O país estava vivendo um momento muito grave institucionalmente, político? As coisas que estavam acontecendo em torno da presidente Dilma. [?] Para ser muito sincera, eu não quis atrapalhar esse processo, não quis incriminá-la, [?] eu achava que ia contribuir para piorar a situação do país falando o que realmente aconteceu. E eu acabei falando que foi o recebimento de uma campanha no exterior."
Herculano
05/08/2016 07:46
DILMA DEVE SER ALVO DA LAVA JATO APOS CONDENAÇÃO NO JULGAMENTO DO SENADO, por Josias de Souza

Parte 2

Zwi Skornicki, o provedor dos US$ 4,5 milhões que o PT repassou por baixo da mesa ao primeiro-casal do marketing, representava no Brasil o estaleiro Keppel Fels. Durante as inquirições Sérgio Moro questionou Santana e Mônica também sobre outros US$ 3 milhões depositados pela Odebrecht na mesma conta mantida pelo marqueteiro do PT na Suíça entre 2012 e 2013. Como esse pedaço da encrenca é investigado noutro inquérito, os dois reiteraram a disposição de colaborar com a Justiça, mas disseram que só falariam sobre Odebrecht quando fossem marcados os depoimentos relativos ao processo específico.

A Odebrecht é outra fonte de "material" contra Dilma na Lava Jato. Ao negociar sua delação com a força-tarefa do Paraná, o executivo Marcelo Odebrecht listou os temas sobre os quais tinha o que informar. Entre eles um pedido de doação de R$ 12 milhões para a campanha à reeleição de Dilma, em 2014. Nessa versão a mordida foi dada pelo tesoureiro do comitê petista, o ex-ministro Edinho Silva. No entanto, antes do desembolso, Odebrecht procurou Dilma, que confirmou que o pagamento deveria ser feito.

Investigadores da Lava Jato declaram-se, em privado, convencidos de que a reeleição de Dilma foi parcialmente financiada com propinas extraídas da Petrobras e repassadas ao PT de duas maneiras: na forma de dinheiro sujo travestido de doações registradas na Justiça Eleitoral e por meio de depósitos em contas no exterior. Dilma sempre negou que suas campanhas tivessem sido irrigadas com verbas de má origem. Sobre o suposto contato com Marcelo Odebrecht, sua assessoria divulgou nota afirmando que ela "jamais intercedeu pessoalmente junto a qualquer pessoa ou empresário buscando benefícios financeiros para si ou para qualquer pessoa.''

Essa mesma argumentação foi usada quando Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, informou à força-tarefa da Lava Jato que foi coagido pelo petista Edinho Silva a repassar R$ 7,5 milhões desviados da Petrobras para a campanha de Dilma. Coisa relacionada à campanha de 2014. Dilma e Edinho reiteraram que a contabilidade da reeleição não contém caixa dois e já foi aprovada pela Justiça Eleitoral.

Os depoimentos de João Santana e Mônica Moura levaram Dilma a ajustar o discurso. A certeza sobre a ausência de dinheiro ilegal em sua campanha evaporou: "Se houve pagamento, não foi com meu conhecimento", Dilma anotou no Twitter, ao reagir ao noticiário sobre os depoimentos da dupla do marketing. Dias depois, Dilma acrescentaria numa entrevista de rádio: "Se ele [João Santana] recebeu os US$ 4,5 milhões que diz que recebeu, não foi da organização da minha campanha."

Dilma transferiu a lama para o PT: "A partir do momento em que a campanha é encerrada, tudo que ficou pendente de pagamento passa a ser responsabilidade do partido. A minha campanha não tem a menor responsabilidade sobre em que condições pagou-se a dívida remanescente de 2010. Não é a mim que tem que perguntar isso. Com quem ele tratou isso foi com a tesouraria do PT, como disse o próprio Santana."

Prestes a virar um retrato na galeria de ex-presidentes, Dilma foi mencionada também na delação do ex-senador petista Delcídio Amaral. Escorado em informações prestadas por Delcídio, o procurador-geral da República Rodrigo Janot protocolou no STF, no início de maio, um pedido de investigação contra Dilma e personagens como Lula e o ex-ministro petista José Eduardo Cardozo, hoje advogado da presidente afastada no processo do Senado. Eles são suspeitos de tentar sabotar a Lava Jato. Confirmando-se a hipótese da deposição, o processo teria de descer do Supremo para a primeira instância ?"em Brasília ou Curitiba.
Herculano
05/08/2016 07:36
DEPOSIÇÃO DE DILMA MARCARÁ O FIM DA ÚLTIMA TENTAÇÃO AUTORITÁRIA, por Reinaldo Azevedo, para o jornal Folha de S. Paulo

A deposição de Dilma Rousseff marcará o fim da última tentação autoritária com lastro social no Brasil. Malucos a sonhar com tiranos virtuosos sempre haverá. Sim, também o petismo deixará corações contritos e mentes saudosas.

Na semana passada, andava eu "longes terras", como o poeta, quando meu bolso foi surpreendido por um choque de tempos. Uma amiga me enviou um artigo de Eleonora de Lucena, repórter especial desta Folha, intitulado "Escracho".

Referindo-se ao impeachment de Dilma, escreveu a autora: "A elite brasileira está dando um tiro no pé. Embarca na canoa do retrocesso social, dá as mãos a grupos fossilizados de oligarquias regionais, submete-se a interesses externos, abandona qualquer esboço de projeto para o país".

Eis uma sequência de orações coordenadas que tem tudo para devastar a tal "elite brasileira", o que deveria, sejamos lógicos, deixar Eleonora feliz, já que o texto evidencia a sua indisposição com essa elite nefasta. Em se tratando, como ela diz, de um tiro no pé, por que reclamar?

Eu mal podia crer que lia aquele texto num iPhone. Quando ela arremata seu artigo anunciando a "velha luta de classes escrachada nas esquinas" - uma decorrência, entende-se, da "elevação da extração da mais valia" e do corte de benefícios sociais (que não aconteceu) -, eu voltei ao século 19 e me dei conta de que Eleonora reescrevia Marx. Aplauda-se a ousadia.

A "luta de classes" caracterizada por ele jamais estaria nas esquinas - onde se encontra, no máximo, um arranca-rabo... Segundo o pai do conceito, os golpes da burguesia buscam é mitigar a dita-cuja, nunca explicitá-la, suposta consequência do "golpe" de agora. A esquerda brasileira sempre foi muito pouco... marxista! Ou teria mais admiração pelo capitalismo, a exemplo de Marx, para quem a luta de classes nunca foi uma questão moral, mas apenas o dado de uma equação econômica, social.

A autora repete até o clichê da cartilha esquerdopata nativa, segundo o qual a Revolução de 32 buscava deter o progressismo de Getúlio Vargas - aquele que desferiu um golpe fascistoide em 1937. Como Luiz Carlos Prestes rendeu à "luta anti-imperialista" o cadáver da própria mulher e subiu no palanque de Getúlio, as esquerdas se sentiram autorizadas a transformar em herói o verdugo que mandara torturar e matar comunistas. Não poupava nem as grávidas...

Eleonora vê algum erro no petismo? Ela não se ocupa do assunto. Pois é... A autora até poderia estar certa se a matemática fosse uma invenção das elites ou uma sistematização da natureza que servisse apenas a elas. Mas, para a má sorte de seus sonhos de reparação, a dita-cuja reproduz uma conta que a realidade faz, independentemente de os matemáticos terem compreendido as suas implicações.

Quem gasta mais do que arrecada produz deficit. Quem distribui mais do que produz faz inflação. Pode até ser injusto. Mas, como lembrou Raymond Aron em "O ?"pio dos Intelectuais", livro recém-lançado pela editora Três Estrelas, a esquerda é a única corrente de pensamento que se preocupa mais com a fraternidade do que com a igualdade e a liberdade.

Produzir deficit e inflação é um bom jeito de ser fraterno. É uma pena que, assim, as pessoas se tornem menos livres e iguais. Vai ver é por isso que todo esquerdismo termina sempre em ditadura ou em populismo. No segundo caso, no pós-populismo, vêm recessão, desemprego e mais pobreza.

Que bom! Assim Eleonora pode culpar as elites e continuar a sonhar com tiranos virtuosos.
Herculano
05/08/2016 07:27
PT JÁ NÃO PEDE VOTOS PARA DILMA NO SENADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Os políticos do PT já não tentam articular a reversão de votos, para tentar preservar o mandato da presidente afastada Dilma Rousseff. A avaliação da cúpula do PT é a mesma do ex-presidente Lula: as chances do partido, nas próximas eleições, serão melhores sem Dilma na presidência. Lula acha que, sem Dilma, o PT pode tentar vitimizar-se, alegando nos palanque e no Congresso que foi vítima de "golpe".

BAIXO ASTRAL
Ainda que o esperassem, a aprovação do relatório por 14x5, favorável à destituição de Dilma, deixou os petistas ainda mais desanimados.

QUE DILMA?
Lula já nem cita Dilma em suas andanças. Está mais preocupado com a própria sorte, certo de que só não será preso se "vazar" do Brasil.

DESAFIO DO INVESTIGADO
O ex-presidente Lula decorou a frase bolada por um amigo: "Se me prenderem, terão um mártir; se não, serei presidente em 2018".

PURO FINGIMENTO?
Articuladores do atual governo acham que os petistas escondem o jogo, fingindo que desistiram enquanto pedem votos para Dilma.

BENEFICIADO PELA OLIMPÍADA, CARIOCA VÊ 'PREJUÍZO'
Desde sua escolha para sediar a Olimpíada, foram investidos no Rio R$38,6 bilhões, sendo 57% dos cofres públicos, materializando mais uma linha de metrô, VLT, prédios espetaculares, a transformação de um charco na bela Vila Olímpica etc. Apesar disso, pesquisa do Instituto Paraná mostra que 75% dos cariocas não têm interesse e 58% acham que os Jogos trarão mais prejuízos que benefícios à cidade.

CRIVELLA LIDERA
Não têm candidato a prefeito 74% dos cariocas. Dos citados, Marcelo Crivela (PRB) tem 33,3%, seguido de Marcelo Freixo (Psol), com 13,8.

EMBOLADOS
O pré-candidato Flavio Bolsonaro (PSC) tem 8,3%, Jandira Feghali (PCdoB) 7,9, Índio da Costa (PSD) 4,8% e Pedro Paulo (PMDB), 4,6%.

LANTERNINHAS
Estão na lanterna Osório (4,2) e Alessandro Molon (Rede), com 2,9%, diz a pesquisa que ouviu 900 cariocas entre 27 e 31 de julho.

ATROPELOU
Sem ouvir o presidente Michel Temer, mas consultando o ex-ministro Paulo Bernardo que luta para não voltar a cadeia, o presidente da Anatel, João Resende, defenestrou Rodrigo Zerbone da vice-presidência e indicou Igor Freitas, ex-protegido de Renan Calheiros.

COMO UM CURINGA
Após o mandato-tampão na presidência da Câmara, Rodrigo Maia pode ganhar ministério no governo Michel Temer. Mas, se ele preferir, poderá substituir André Moura (PSC-SE) na liderança do governo.

BOQUINHA PETISTA
O ex-ministro Gilberto Carvalho arrumou uma boquinha na assessoria do senador Lindbergh Farias (PT-RJ). A nomeação deve sair nesta sexta-feira. Em comum, os dois têm o fato de serem investigados.

OPORTUNISMO
Senadores debocharam da defesa estridente que a ex-inimiga Kátia Abreu fez de Dilma. Ex-filiada ao DEM, quando chamava Lula de bandido, ficou tão encantada com as delícias de ser ministra que virou amiga de infância da presidente afastada.

FUMAÇA BRANCA
Eliseu Padilha (Casa Civil) encaminha a nomeação da nova diretoria do Banco do Nordeste. Os petistas arrumam as gavetas. Renan Calheiros (AL) e Eunício Oliveira (AL), ambos do PMDB, estarão representados.

EM JOÃO PESSOA...
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) pediu a Ciro Nogueira (PP-PI) apoio à candidatura de Luciano Cartaxo (PSD), em João Pessoa. O governador da PB, Ricardo Coutinho (PSB), tenta melar a aliança.

TÁ FEIA A COISA
Dos cartolas aos jogadores, todos parecem achar que os 7x1 foram um acidente, "apagão" do time do Felipão. Contra a modestíssima África do Sul, ontem, ficou claro outra vez que o futebol brasileiro escafedeu, é medíocre, vive só das glórias do passado e sem perspectivas de futuro.

GABINADA
A imprensa esportiva precisa urgentemente arrumar outro apelido para o jogador Gabriel, que bajula chamando-o de "Gabigol". O apelido sugere a expectativa de algo que, na seleção, ele não consegue fazer.

ONZE MANÉS
O torcedor Paulo Cunha, de Brasília, matou a pau: "o Brasil jogou no estádio que leva o nome de Garrincha com onze Manés".
Herculano
05/08/2016 07:08
É ILUSÃO ACREDITAR QUE INSTITUIÇÕES EXPRESSAM NORMAS DA NATUREZA, por Vladimir Saflate, professor de filosofia da USP, para o jornal Folha de S. Paulo

Nos últimos anos, o Brasil viu questões de gênero e sexualidade se transformarem em um dos tópicos mais sensíveis do debate social. Tais questões também mobilizam pessoas em várias partes do mundo.

O antigo papa Ratzinger editou um encíclica condenando as teorias de gênero. Há alguns anos, as ruas da França viram milhões de pessoas mobilizadas devido às polêmicas suscitadas pela extensão do direito de casamento para casais homoafetivos. A Rússia há anos aprovou um lei que criminaliza "propaganda homossexual".

Na verdade, raros são os países onde tais questões não suscitam polêmicas. Não se trata, com isso, de diminuir a brutalidade da situação brasileira, toda ela pintada, como sempre, com cores da mais crassa violência.

O Brasil tem alguns dos números mais altos do mundo no quesito crimes motivados por questões de gênero, isso enquanto conservadores e evangélicos fazem de tudo para que questões de gênero e sexualidade não sejam tratadas nas salas de aula dentro de uma política de fortalecimento do respeito à diversidade. Mas há de se perguntar o que faz setores inteiros da população mundial sair às ruas, usar leis e a força do Estado para que essa situação permaneça como está.

Uma das ilusões mais reconfortantes para alguns é acreditar que nossas instituições, tradições e costumes expressam normas fornecidas pela natureza. Assim, a natureza teria fornecido, por exemplo, a diferença sexual expressa na estrutura anatômica dos sexos. Negar tal diferença e o binarismo que ela implica seria, para alguns, algo próximo de um delírio psicótico.

No entanto, notem o que realmente está em questão. Ninguém nunca teve a ideia de negar a expressão física da diferença sexual, mas, sim, de questionar que tal diferença tivesse, por si só, um sentido, que dela emanasse um conjunto de normas a serem seguidas.

Ser marcado por certa anatomia não implica que devo partilhar uma "natureza". Uma das ideias mais astutas do psicanalista Jacques Lacan consistia em defender que a diferença sexual era uma diferença bruta e opaca. Cabia à natureza produzir questões, não respostas. Diante da questão suscitada por tal diferença, a vida social podia, inclusive, optar pela sua irrelevância, como se ela fosse tão importante quanto a diferença entre o tamanho das orelhas ou do nariz.

Da mesma forma, a ideia realmente desestabilizadora trazida por Freud não era a existência de uma sexualidade infantil, mas, sim, a ideia de que a sexualidade era uma função sem télos, um impulso fragmentado, polimórfico e sem direção. Pois não havia nada que ligasse naturalmente a sexualidade à reprodução.

A submissão da sexualidade aos imperativos de reprodução era uma aquisição tardia e nunca totalmente realizada, prova disso era o comportamento completamente polimórfico das crianças.

Isso muitas vezes assombra alguns, a saber, perceber que a natureza é muda em nós, que nossas formas de vida e nossas instituições são marcadas por contingências e que, por isso, são passíveis de contínua revisão.

Se essas questões mobilizam tanto a religião é porque o que é realmente aterrador para a teologia nunca foi a defesa da inexistência de Deus, mas a defesa da irredutibilidade da contingência e do acaso. Por isso, a sexualidade sempre foi e continuará sendo uma das grandes questões da teologia. Pois ela nos lembra como nossos desejos são impulsionados pela contingência, como eles erram no acaso.

Nesse sentido, é sempre bom lembrar como o vocabulário da "escolha" é tão inadequado quando falamos em sexualidade. Ele denuncia o resquício teológico de acreditar que estamos submetidos a uma "livre-escolha".

Na verdade, ninguém escolhe sua sexualidade, como se estivéssemos em um supermercado a avaliar opções. Ela se constitui em nós por meio de relações que se tecem às nossas costas, de histórias de desejos que partilhamos, de experiências que sofremos.

Mas admitir que nossas singularidades não resultam de um projeto deliberado, consciente, e sim de uma articulação contingente que nos despossui de nossas ilusões de comando, criando formas que ainda nem sequer sabemos quais são, eis algo que modifica por completo as ilusões metafísicas dos que querem legislar com uma Bíblia debaixo do braço.
Herculano
05/08/2016 07:03
VOCÊ SABE O QUE É PEDALADA? por Rodolfo Amstalden


Em placar 14 a 5, o relatório de Anastasia foi aprovado.

Por goleada, como tinha de ser.

Embora 14 senadores tenham votado sobriamente, atentei para os outros cinco também.

Estava particularmente curioso com os outros cinco.

Quais argumentos eles suscitariam para embasar uma posição tão absurda?

Vanessa Grazziotin citou em sua "justificativa" de voto: o povo não sabe o que é "pedalada".

Não sabe?

Durante todo o processo de impeachment, os raros senadores pró-Dilma tentaram vender as pedaladas fiscais como notas técnicas de rodapé, minúcias ininteligíveis.

Quantas voltas a cabeça dá, pois Grazziotin me fez lembrar de seu extremo oposto: o brilhante Milton Friedman.

Certa vez, provocaram Friedman com o seguinte questionamento:

"Como você espera que os empresários atuem de acordo com conceitos econômicos de Teoria da Firma cada vez mais complexos?".

O Nobel de Economia respondeu: "Quem disse? Eu não espero isso; nunca esperei".

Empresários não precisam saber que maximizam lucros igualando receita marginal a custo marginal. Eles precisam apenas sentir o que sempre sentiram, e fazer o que sempre fizeram.

Um jogador de bilhar não precisa saber o que é energia cinética.

E uma árvore não precisa compreender a fotossíntese para crescer mais galhos onde bate a luz.

Por corolário, o povo nem sequer precisaria saber o que é pedalada.

Mesmo assim, o povo sabe.

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