Por Herculano Domício - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Herculano Domício

04/07/2016

ILHOTA EM CHAMAS
Primeiro foi o prefeito Daniel Christian Bosi, PSD, que desistiu de concorrer à reeleição. Agora é o vereador Gilberto de Souza, PP, o braço direito de Daniel na Câmara que pediu o boné e desistiu de ser vereador (ilustração acima), faltando ainda seis meses para cumprir o mandato. A renúncia foi lacônica, sem qualquer explicação no documento que protocolou ao presidente Almir Aníbal de Souza, PMDB. E o porquê disso? Gilberto pressentiu que os seus atos em favor das chicanas para evitar o processo de cassação de Daniel na Câmara poderia lhe render resultados que o colocasse os seus direitos políticos na geladeira por oito anos. Então preferiu não dar esta chance à oposição. A renúncia é a princípio, uma borracha naquilo que politicamente poderia ser responsabilizado.

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? I
Circula mais uma entrevista gravada e sem edição do pré-candidato do PSD de Gaspar, o vereador Marcelo de Souza Brick. Outra vez, e de propósito, ele esqueceu de esclarecer que está aliado ao Partido Comunista e que sempre (desde o ano 2000) apoiou aqui o PT. Também esqueceu de informar ao distinto público, que a aliança que fez com o PSB para ser candidato, na verdade é um jogo que dividiu o seu próprio PSD, quando Marcelo era o presidente do diretório gasparense, quando tinha por obrigação o de fazê-lo crescer e não de diminuí-lo para servir a interesses de terceiros. Giovânio Borges, presidente da Câmara e colocado lá pelo acordo de submissão que fez com o PT, foi eleito e estava no PSD de Marcelo, até menos de dois meses atrás. Giovânio é o vice de Marcelo.

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? II
Assim como alinhavei neste espaço aqui na terça-feira passada sobre igual entrevista com outro pré-candidato, Kleber Edson Wan Dall, PMDB, Marcelo não sabe exatamente qual a razão pela qual quer ser prefeito de Gaspar. Ele não consegue apontar os erros da administração petista de Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa, nem como fará diferente se for eleito. E por um único motivo: não pode investir contra os petistas com quem sempre possuiu acordos para acomodar parte dos seus; porque foi eleito presidente da Câmara num acordo com o PT de Zuchi, Amarildo, Dalsochio e Lovídio; porque sonha com o voto útil petista se a candidatura do PT der água e o PT o tem também como uma via útil. Por tudo isso, não demostra ter planos para mudar de verdade ou para serem debatidos com a comunidade durante a campanha, como já deixou claro em duas entrevistas com perguntas e respostas semelhantes. Está apenas atrás do título de prefeito.

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? III
Na segunda entrevista, Marcelo vendeu mais uma vez duas fantasias. A primeira delas é o tal planejamento para 30 anos para Gaspar para quem, se eleito, só vai governar por quatro anos, tempo no qual precisará dar soluções e criar uma marca de governo. Marcelo não mostra este plano, nem o detalha e nem dá pistas de como vai obrigar outros administradores que irão sucede-lo a continuar a executar as suas ideias. A segunda, é uma armadilha que só serve a analfabetos, ignorantes e desinformados: é a razão pela qual ele precisa ser eleito. Só com Marcelo na prefeitura, os gasparenses teriam vantagens com as portas abertas com o governo Raimundo Colombo, que é do mesmo partido de Marcelo, o PSD.

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? IV
A análise nem precisaria ir mais adiante para mostrar como o político falseia perante o seu eleitor em tempo de campanha, na maior cara de pau. Este discurso é o mesmo do PT de Pedro Celso Zuchi, Décio Neri de Lima, Mariluci Deschamps Rosa, Doraci Vans, Ana Paula Lima, Antônio Carlos Dalsochio, José Amarildo Rampelotti e Lovídio Carlos Bertoldi, este enfronhado na coordenação das campanhas petistas. Os gasparenses deveriam elegê-los porque como petistas, tinham as portas e cofres abertos com Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff e todos os ministérios em Brasília. A falta contínua de verbas federais, mesmo em épocas melhores da economia brasileira e as obras paradas por aqui, desmentem esta enganação, a tal ponto que Décio no domingo invocou São Tomé, pois nem ele mesmo acreditava que a ponte do Vale pude chegar onde chegou. Ora, se Marcelo fosse sério neste assunto, como vereador e presidente da Câmara teria, por sua Gaspar, e principalmente por sua carreira política, feito este elo durante o seu mandato com o governo do estado, com a secretaria de Desenvolvimento Regional e com os deputados da sua base como Jean Jackson Kuhlmann e Ismael dos Santos. Colombo, quase não veio por aqui, e quando veio foi para atender pedidos do PT e da família Lima. Nem mais, nem menos. E para piorar, o gestor da Agência de Desenvolvimento Regional, Cássio Quadros, PSD, sempre foi um carrasco de Gaspar na área da Saúde, Educação (faltou até papel higiênico no Honório Miranda) e Mobilidade Urbana (Anel de Contorno cuja verba se desviam para Blumenau onde há mais votos, liderança e Kuhlmann quer ser mais uma vez prefeito).

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? V
Esta insistência que Marcelo possui em propagar ter um currículo com alta capacidade administrativa, de que veio da iniciativa privada, desmancha-se por comprovação e principalmente quando ele cita uma viagem turismo de uma semana para a alemã Munique. Esta parte ele destaca como a sua melhor experiência para administrar uma cidade. E perguntado se o que viu lá se aplica a Gaspar, escorrega na maionese, pois admite que os políticos de lá são bem diferentes dos daqui na aplicação dos recursos e na exigência das promessas, transparência, ética e resultados. Marcelo sabe que jamais poderia se candidatar por lá, com o que faz por aqui sem ter se preparado adequadamente na proteção do político e que preferiu os atalhos. São dois mundos? São. Mas quem os quer comparar, para levar vantagem na propaganda política é o próprio Marcelo. Quem mesmo o orienta neste assunto?

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? VI
A primeira coisa que Marcelo deve fazer é conhecer a diferença entre vislumbrar e deslumbrar (que replico abaixo a partir do dicionário) para usá-las adequadamente nas próximas entrevistas e discursos. Posto isto, deveria entender que a duplicação da BR 470 não é uma solução viária para Gaspar, mas sim o que ele acertadamente próprio defende na entrevista que é a integração interbairros. Entretanto, Marcelo como vereador não lutou por isso. Não ez bandeira. Não tratou como uma causa. Não criou identificação. Como não lutou pelo Anel Viário para não enfrentar Kuhlmann, Cassio, Kleinubing, Blumenau e Colombo. Como vereador de Gaspar, Marcelo deixou este barco passar e ser pego por outra liderança – que agora o faz sombra - perante a comunidade. Deixou-a cobrar o governo de Raimundo Colombo, que ainda faz de tudo para boicotar este projeto em favor dos gasparenses. Na saúde, todavia, Marcelo acerta quando diz que vai focar no atendimento nos postos, e não pensa – por enquanto - continuar na intervenção ou na municipalização do Hospital. Marcelo acerta, quando diz que a Ditran não funciona e não promove soluções, pois a sua gestão é feita por curiosos (professor de autoescola, um amigo do PT que prefere a garoa à chuva). Marcelo quer um engenheiro de tráfego, gente que entende, uma autoridade. Mas, para quem diz que possui um plano de 30 anos de governo, estes posicionamentos são poucos diante dos muitos problemas criados pelo PT, e que Marcelo não combateu apesar de ter sido o vereador mais votado. Finalmente, Marcelo deve dizer qual o papel do Partido Comunista que sempre foi contra a iniciativa privada, a liberdade de expressão, fiel escudeiro do PT e aqui de Pedro Celso Zuchi, Antonio Carlos Dalsochio, José Amarildo Rampelotti, Doraci Vanz, Mariluci Deschamps Rosa, Lovídio Carlos Bertoldi...

VISLUMBRA OU DESLUMBRA? VII
E para quem pensa que estou severo e escolhendo um lado, na semana passada, quando Marcelo deu a entrevista, o que fizeram ele e seu vice Giovânio, exatamente o presidente da Câmara? Foram os únicos vereadores que faltaram à audiência pública em que se discutiu o Parcelamento do Solo da revisão do Plano Diretor, que se pagou uma baba para a Iguatemi e não teve utilidade até agora. Então quem é que persegue Marcelo e o Giovânio? Digo-lhes claramente: a preguiça, a alienação, a falta de ideia e noção do óbvio, o comportamento ambíguo, e principalmente a falta de ação e intervenção para liderar processos visando a solução dos problemas de Gaspar. Marcelo e Giovânio querem ser prefeito e vice de Gaspar, respectivamente, mas não querem ficar expostos naquilo que se omitem, não querem ser exigidos, não querem trabalhar. Então...

SIGNIFICADO DE VISLUMBRAR
v.t.d. e v.i. Propagar uma luz fraca em: o isqueiro vislumbrava mal o cômodo; antigamente as velas vislumbravam as casas.
v.i. P.ext. Despontar; surgir aos poucos; começar a aparecer: o anoitecer vislumbrava; o amor já vislumbrava.
v.t.d. Entrever; enxergar parcialmente; não conseguir distinguir com clareza aquilo que se vê: a luz da lua vislumbrava o caminho.
Figurado. Entender com clareza, após uma análise exaustiva: depois de muita análise, vislumbram a solução daquela equação.

SIGNIFICADO DE DESLUMBRAR
v.t.d. e v.i. Fazer com que os olhos e/ou a visão fiquem embaciados pelo excesso de luz (brilho); provocar ofuscamento nos olhos e/ou na visão; ofuscar: a luz do poste, excessivamente clara, deslumbravam (os pedestres).
P.ext. Causar certo tipo de alteração/perturbação nos olhos e/ou na visão: o aumento da sua temperatura, deslumbrava(-a).
v.t.d. v.i. e v.pron. Figurado. Ficar repleto de admiração (por alguma coisa que se destaca pelo excesso de boas qualidades); ficar fascinado por; seduzir-se: seu conhecimento deslumbra (o professor); deslumbrou-se com a inteligência do professor.
v.t.d. Figurado. Desorientar o espírito: a fama repentina deslumbrava-a.
(Etm. do espanhol: deslumbrar/ do latim: lumens.inis).


REGISTRO

Pedro da Silva, como presidente da Sinditran, foi a Criciúma falar com a deputada Federal Giovânia de Sá, PSDB. Junto com ele, outros representantes sindicais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Ela é relatora na Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara do PL 447/2015. Este PL altera o inciso II do art. 193 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT e inclui os Agentes das Autoridades de Trânsito nas atividades periculosas.

TRAPICHE

A Festa de São Pedro foi um sucesso nunca feito antes. Foi o melhor presente da comunidade católica – e não católica - para o novo pároco, Frei Paulo Moura. 

A festa conseguiu congregar a cidade. A exemplo do Stammtisch, do Rodeio e outros eventos que se tornaram referência por aqui. É algo popular. A cidade se encontra sem os embates políticos partidários ou familiares. É uma evolução e tanto.

Em tempo: a Festa de São Pedro é a mais generosa e antiga de Gaspar com poder regional. E agora, remoçada.

Os vereadores de Gaspar vão entrar em férias. Quem foi mesmo o relator do Projeto de Lei que poderia ter acabado com esta mamata que não é possível aos que com os pesados impostos pagam os salários dos vereadores?

Então. O vereador reclama da sorte que teve em favor da população ou da ação intencional a favor dos vereadores e que é sempre relembrada, pois apostava na memória curta do eleitor (e jornalistas)?

E durante as férias, o vereador Antônio Carlos Dalsochio, PT, entrará em licença até o dia dois de agosto. Então o suplente Luiz Álvaro Otoquir, o Juca da Kalarrari continua mais um mês, com a volta de Daniel Fernandes dos Reis.

Engana trouxa. A Câmara fez sumir durante meses do seu site e desafiando a Justiça, as Resoluções da Mesa Diretora. Retornou na semana passada numa solução mandraque, que anunciou sob censura transversa à esta coluna. “Apareceu” em “proposições”. A “mágica” não resiste à uma inspeção para provar que foi um arranjado de última hora.

Ontem quem procurou em “Proposição”, as tais Resoluções da Mesa Diretora, já as encontrou com novos disfarces. Ao invés de estarem separadas em abas como ressurgiram e como se apresentava na semana passada os Requerimentos, as Indicações e as Resoluções, tudo foi embolado.

E por que? Exatamente, para dificultar uma eventual perícia eletrônica sobre o sumiço e a volta. Outra. Ontem as tais Resoluções não estavam atualizadas com a pauta divulgada para a sessão de hoje, por exemplo. Aprendizes.

O PT não teve estrela para trazer nesta festa de São Pedro. Triste. Estiveram por aqui, o deputado Aldo Schneider, PMDB, o secretário de Saúde, João Paulo Kleinubing, o deputado estadual Jean Jackson Kuhlmann, ambos do PSD e o senador Dalírio Beber, PSDB.

Deboche. O deputado Federal que é o dono do PT de Gaspar, Décio Neri de Lima escreveu na sua página do facebook no domingo. “É hoje! Hoje é dia de São Tomé, faça igual ele! Venha ver para crer a colocação de quatro longarinas na ponte de Gaspar!”

Como se vê, nem ele acreditava nisso, depois de cinco anos de enrolação, assinatura de papelinhos, discursos, entrevistas anunciando o que não se concretizava. Tanto que como São Tomé teve que ir lá ver para crer. Incrível. E ainda se vangloria.

Mas em se tratando de PT, tudo é possível. Na verdade, Décio tentou fazer do limão, uma limonada. Chamou o povo que estava na Festa de São Pedro para ver a sua obra eleitoreira e se livrar do naufrágio em que se meteu o seu partido em todo o Brasil.

O que o deputado marqueteiro não explicou, mas tem gente especializada em órgãos de fiscalização tentando entender, como uma obra licitada há quase cinco anos por R$42,7 milhões, conseguiu ficar pronta com R$30 milhões, segundo os anúncios oficiais e estampados na imprensa de liberação de recursos federais.

Mas, a RBS de Blumenau, a que não pergunta, a que não vive Gaspar, no Jornal do Almoço de ontem, noticiou que o governo Federal colocou na ponte mais de R$37 milhões contra R$5 milhões da prefeitura. Então, a prefeitura precisa mostrar agora como vieram esses R$37 milhões de Brasília.

Esta obra já nasceu torta na sua própria licitação que o PMDB e PSD contestaram na época. E a falta de transparência dos governos petista municipal e Federal, sempre alimentou as dúvidas.

Na licitação, por exemplo, o PT mentiu ou, no mínimo tentou armar uma esperteza e se deu mal. Disse que se a União desse R$19,5 milhões, a prefeitura daria a contrapartida de R$22 milhões. Os R$19,5 milhões vieram de Brasília.

O que faltou mesmo foi a contrapartida municipal, que o PT, Pedro Celso Zuchi e Décio, de caso pensado, tentaram transferir tudo ou parte, novamente para o governo Federal. Daí o rolo e o atraso. Nem mais nem menos. Acorda, Gaspar!

Décio Lima que já foi prefeito de Blumenau, mas lá não teve mais chances de governá-la nem com a mulher, a deputada Ana Paula Lima. Agora, até o seu genro, Jefferson Forest, vereador, também desistiu. Por isso, Décio tenta se concentrar naquilo que sobrou: Gaspar. Ou seja: evoluiu para a periferia!

Décio mudou o título eleitoral para Itajaí, sua terra Natal. Entretanto, já avalia em desistir para não somar mais outra derrota no seu currículo na busca da prefeitura de lá. Não custa lembrar que em Brusque, o PT de Décio Lima foi cassado no mandado de Paulo Roberto Eccel, ex-assessor de Pedro Celso Zuchi, aqui no governo 2000/2004.

E para quando o prefeito Pedro Celso Zuchi prometeu entregar a ponte? Como junho já se foi e não cumpriu como tantos outros prazos, agora ele cravou: setembro.

Setembro? Isso mesmo e às vésperas das eleições. E por que? Para pedir votos e tentar desvincular o partido manchado nacionalmente do de Gaspar, a favor do secretário de Obras, o candidato do PT, Lovídio Carlos Bertoldi.

E por que Décio Neri de Lima resolveu tirar uma casquinha, dar uma de marqueteiro e fazer das longarinas uma atração de domingo dos gasparenses. Por que ele sabe que o PT estará em setembro fora do governo em Brasília.

E assim, a “inauguração” da ponte do Vale, neste vale tudo de políticos e campanha, poderá ter muitos outros pais e padrinhos que estiveram no governo do PT e estão no governo de Michel Temer, PMDB, que liberaram as verbas. Décio, está salvando a carniça para Zuchi, Lovídio e o PT em algo essencial para os gasparenses e moradores do Médio Vale. Nada mais.

Aliás, no final de semana, o PT trabalhou na internet para criar pegadinhas, intervenções e factoides, inclusive contra esta coluna. Uma especialidade no vale tudo pelo poder. É por isso, que estão tão expostos nacionalmente. Outra. Estranho que Blumenau, Itajaí e Brusque mais desenvolvidas rejeitaram o PT e da mesma origem. Já Gaspar...

Quem voltou ao trabalho, para o desespero dos políticos da Comarca, foi a promotora Chimelly Louise de Resenes Marcon e que cuida da Moralidade Pública. Ela passou um mês em Perúgia, na Itália concluindo estudos do mestrado.

Fazendo caixa no PMDB. Já estão na praça a venda dos tíquetes para a “Feijoada dos Amigos do 15”. Ela será na comunidade São Cristóvão.

As contas de 2014 do prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, foram aprovadas pela Câmara na última sessão de junho.

Mal-estar. A vereadora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB, perguntou em requerimento ao prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, quais foram os motivos que levaram à interrupção do calçamento da Rua Madre Paulina, no início do Poço Grande?

Este assunto bombou nas redes sociais nos últimos dias, principalmente os de chuvas e que deixou aquela rua intransitável aos moradores.

Ela quer saber qual a previsão para retomar os trabalhos? Outra. Segundo a vereadora, o artigo 95, do CTB, a obrigação de sinalizar uma obra é do responsável pela execução, sendo assim por que a empresa não está cumprindo com essa determinação?

Por que do mal-estar? Esta rua é da propaganda do PT e especialmente do vereador José Hilário Melato, PP.

O Sintraspug – Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar - analisou tecnicamente e não gostou da Previdência dos Servidores que está na Câmara para aprovação e enviado pelo prefeito Pedro Celso Zuchi. A presidente do Sintraspug Lucimara Rozanski Silva, já oficiou isto à Câmara. Quer discutir as mudanças levantadas pelo estudo.

A desculpa. Esta coluna foi a primeira a anunciar: a prefeitura de Gaspar não tinha renovado o convênio com a Detran –Departamento de Trânsito do Estado de Santa Catarina - para aplicar multas a quem dirige embriagado, sem carteira de motorista, com documentação irregular, além de não ter acesso à base de dados do órgão estadual.

A não aplicação deste tipo de multa afeta inclusive a arrecadação estadual e a parte que retorna para a Polícia Militar, Polícia Civil e a Ditran, em Gaspar.

Sabe qual a desculpa da Ditran de Gaspar minimizando este fato? De que outros 80 municípios de Santa Catarina, incluindo Blumenau, governado pelo PSDB, estão na mesma situação.

Incrível. Gaspar não consegue ser exemplo. E quando pego numa ação que pede explicações, justifica apontando a incapacidade administrativa dos outros.

Era fácil explicar e aceitável. O governo de Raimundo Colombo, PSD, quer que as guardas municipais façam o serviço que é da Polícia Militar – mas não possui efetivo e estratégia para isto. E pelo serviço das guardas municipais, quer pagar menos do que vinha repartindo até 30 de junho com os municípios e não quer cobrir determinadas despesas.

Então é preciso discutir. Mas, estão tarde, todos os municípios nesta discussão. Este é o nó da questão e revela o quanto é desastrado o governo de Raimundo Colombo nesta área de segurança.

Resumindo: por que a administração quando tem a faca e o queijo na mão, não expô-los de forma clara os problemas para a sociedade? Transparência zero. Solução? Mínima. Aplicação da lei contra os infratores? Comprometida. Acorda, Gaspar!

 

Edição 1757

Comentários

Herculano
07/07/2016 15:06
O BRASIL CAMINHA PARA A LIMPEZA DE ÍCONES POLÍTICOS COMPROMETIDOS NA ÉTICA. EDUARDO CUNHA, PMDB RENUNCIOU À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA. DILMA VANA ROUSSEFF ESTÁ POR UM FIO. FALTA O PRESIDENTE DO SENADO,RENAN CALHEIROS, PMDB.

Parte 1

Conteúdo da revista Veja. Texto de Laryssa Borges e Marcela Mattos, da sucursal de Brasília. Decisão de Cunha é vista como tentativa de angariar votos pela manutenção de seu mandato: peemedebista é alvo de processo de cassação, além de réu no STF.

Alvo de um processo de cassação e réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção e lavagem de dinheiro, o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), renunciou nesta quinta-feira ao comando da Casa. Cunha está afastado das funções há dois meses por determinação do STF - que na ocasião indicou inclusive que uma eventual prisão do peemedebista não estava descartada. Ainda que fora da presidência da Câmara, Cunha segue deputado e mantém, portanto, o foro privilegiado. O parlamentar chegou escoltado à Casa e ouviram-se gritos de 'ladrão' e 'fora Cunha'. Ele foi acompanhado na coletiva em que anunciou a renúncia pelos aliados Carlos Marun (PMDB-MS), João Carlos Bacelar (PRB-BA), Jovair Arantes (PTB-GO) e Marcelo Aro (PHS-MG). Cunha leu diante de jornalistas a carta que entregou à Secretaria-Geral da Casa.

No documento, o deputado se diz vítima de 'perseguição e vingança' por ter dado início ao processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff. Ao criticar a decisão do STF que o afastou do mandato, Cunha afirma que somente sua renúncia poderia por fim à instabilidade política no país. A exemplo do que foi sua gestão à frente da Casa, Cunha caiu atirando: disse que muito se orgulha de ter dado início ao processo que "colocou fim a um governo que, além de ter praticado crime de responsabilidade, era inoperante e envolvido com atividades irregulares". Ele afirmou que seu gesto nunca será esquecido e que a "história fará justiça a seu ato de coragem". O peemedebista ainda se referiu à gestão da petista como "criminosa e desastrada".

Notabilizado pela frieza com que conduzia votações espinhosas e encarava críticas de adversários, Cunha emocionou-se ao agradecer a Deus, a aliados e a sua família pelo apoio "no meio dessa perseguição política". "Quero reiterar que comprovarei minha inocência", afirmou.
Herculano
07/07/2016 15:06
O BRASIL CAMINHA PARA A LIMPEZA DE ÍCONES POLÍTICOS COMPROMETIDOS NA ÉTICA. EDUARDO CUNHA, PMDB RENUNCIOU À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA. DILMA VANA ROUSSEFF ESTÁ POR UM FIO. FALTA O PRESIDENTE DO SENADO,RENAN CALHEIROS, PMDB.

Parte 2

Apoio - A decisão de Cunha reprisa estratégia usada pelo seu correligionário Renan Calheiros (AL), que em 2007 renunciou à presidência do Senado na véspera de seu processo de cassação ser votado em plenário. À época, no entanto, o voto dos congressistas era fechado, e Renan acabou absolvido. No caso de Eduardo Cunha, a votação se dará por meio do voto aberto. Por isso, nos bastidores, considera-se improvável que o deputado fluminense consiga escapar da perda do mandato.

Logo, a renúncia de Cunha ao comando da Câmara é vista como a última cartada do peemedebista para conseguir a "solidariedade" dos colegas. Ele ainda tenta emplacar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) recursos contra o pedido de cassação, aprovado pelo Conselho de Ética. Se perder o mandato, o peemedebista fica inelegível por oito anos e - mais grave - perde o foro privilegiado, o que leva as investigações contra ele na Lava Jato para as mãos do juiz federal Sérgio Moro, a exemplo do que já ocorre com a mulher e a filha do deputado.

A investida de Cunha na CCJ visa anular a aprovação de seu pedido de cassação e devolver o processo ao Conselho de Ética. O colegiado é formado por 66 deputados e, para que seu pleito seja atendido, ele precisa do aval de 34 congressistas - número que, até antes da renúncia, aliados diziam que ele não tinha. Alguns deputados aguardavam o último gesto do peemedebista para definir seu voto. A CCJ vai se reunir na próxima segunda-feira para votar o parecer do deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), aliado de Cunha que defendeu que o processo retorne ao Conselho de Ética.
Herculano
07/07/2016 15:05
O BRASIL CAMINHA PARA A LIMPEZA DE ÍCONES POLÍTICOS COMPROMETIDOS NA ÉTICA. EDUARDO CUNHA, PMDB RENUNCIOU À PRESIDÊNCIA DA CÂMARA. DILMA VANA ROUSSEFF ESTÁ POR UM FIO. FALTA O PRESIDENTE DO SENADO,RENAN CALHEIROS, PMDB.

Parte 3

Sucessor - A renúncia de Cunha não significa que ele sai de cena do comando da Câmara dos Deputados. A vacância da cadeira abre caminho para a convocação de novas eleições em até cinco sessões, de modo a tirar o deputado Waldir Maranhão (PP-MA) do posto. Nos bastidores, aponta-se para um acordo entre Cunha, o Planalto e parlamentares do chamado "centrão" para eleger o líder do PSD, Rogério Rosso (PSD-DF), ex-presidente da comissão do impeachment e aliado de Cunha. Questionado pelo site de VEJA, o parlamentar do DF evitou tratar do acordo. Disse apenas ser possível a realização de novas eleições antes do recesso, que terá início no dia 18 de julho. "No caso de Aldo Rebelo, demorou apenas dois dias", afirmou Rosso, referindo-se à renúncia de Severino Cavalcanti em 2005, quando Rebelo assumiu o posto.

Aliado de primeira hora de Eduardo Cunha, o deputado Carlos Marun, que defendia abertamente que o peemedebista deixasse o cargo de cúpula na Câmara, disse que a renúncia consolidada "era o melhor a fazer". Segundo ele, o anúncio nesta quinta-feira permite que uma nova eleição seja feita nos primeiros dias da próxima semana. "A renúncia acontece hoje para que haja tempo hábil para eleição nos primeiros dias na próxima semana, até na segunda-feira", disse.

STF - Com a renúncia, os processos da Operação Lava Jato a que o deputado responde serão deslocados para a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado formado por cinco ministros e responsável por julgar autoridades com foro privilegiado investigadas no escândalo do petrolão. Ao contrário do que ocorre no Plenário do Supremo, neste colegiado, os julgamentos não são televisionados e bastam três votos dos cinco possíveis para que o parlamentar seja condenado. A Segunda Turma é presidida pelo ministro Gilmar Mendes, a quem cabe pautar, em acordo com os demais ministros - Teori Zavascki, Cármen Lúcia, Celso de Mello e Dias Toffoli - os processos para julgamento.
Sidnei Luis Reinert
07/07/2016 12:35
"Cada um por si, e Deus contra todos no Brasil"


Edição do Alerta Total ?" www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net
A Guerra de todos contra todos no Brasil, também chamada de "Guerra do fim dos imundos", além de apocaliptica, assume tons macunaímicos. Nestes tempos de combate à corrupção, mesmo que ainda não se consiga ainda eliminar as causas, o lema digno para o brasileiro sem caráter é: "Cada um por si, e Deus contra todos". Vale cantar o primeiro teorema de Bezerra da Silva, no ritmo dos imortais Originais do Samba: "Se gritar pega ladrão, não fica um, meu irmão". O brasileiro, pt da vida com tudo de errado e prejudicado pela brutal crise econômica, exige mudanças - embora muitos nem saibam direito por onde e como promovê-las.

Trabalhadores, empresários e até banqueiros tomam coragem de combater a corrupção. Ontem, em Brasília, a Polícia Federal deflagrou a "Operação Quatro Mãos". Um membro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, da Super Receita Federal, foi preso em flagrante em um shopping de Brasília. Representante da Confederação Nacional da Indústria no Carf, João Carlos Figueiredo Neto foi apanhado depois de tentar extorquir R$ 1,5 milhão de diretores do Itaú. A colaboração do banco com a PF, para pegar o gatuno, com certeza, foi inspirada pelo péssimo exemplo registrado pela Operação Zelotes. Dirigentes do Bradesco, do Banco Safra e do grupo Gerdau estão indiciados por acusação de terem aceitado o jogo dos corruptos.

Exemplos, principalmente os bons, educam... Vide a declaração feita ontem pelo mais jovem supremo ministro José Antônio Dias Toffoli, em Washington, nos Estados Unidos, durante encontro do Brazil Institute do think Tank Wilson Center. Toffoli descreveu muito bem um fenômeno da Revolução Brasileira em andamento: " Não é um juiz sozinho que está mudando a história do Brasil, quem está mudando a história do Brasil é a sociedade civil. E obviamente há o caso do Mensalão, que ao condenar grandes nomes da política e do empresariado deu força para o Poder Judiciário".

O ex-advogado do PT, nas entrelinhas, tentou diminuir o papel do juiz Sérgio Moro. Toffoli preferiu focar que a Lava Jato vem obtendo bons resultados por causa de uma série de leis - aprovadas inclusive pelos políticos que hoje são investigados - como a que permitiu a delação premiada. Toffoli até reconheceu que começou com as mudanças promovidas pelo governo de Fernando Henrique Cardoso, que instituiu a Lei de Responsabilidade Fiscal, além da busca por transparência e a liberdade para que o Ministério Público eleja o Procurador-Geral da República.

Toffoli pregou uma reforma legal para acabar com o "presidencialismo de coalizão". O ministro recomendou que o melhor para o Brasil seria adotar o sistema de voto distrital para a Câmara dos Deputados, e não o sistema proporcional. Ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Toffoli constatou e reclamou: "A presidente Dilma Rousseff foi reeleita em 2014 e o seu partido, o PT, teve apenas 11% das cadeiras da Câmara dos Deputados".

Toffoli também deve ter surpreendido e irritado a petelândia com a análise feita sobre a situação incontornável de Dilma Rousseff. O ministro fez média: "A porta está aberta para todos entrarem com recursos no Brasil. Todos que tiverem um pedido a fazer podem ir ao Judiciário". No entanto, Toffoli deixou claro que o Supremo Tribunal Federal só analisará questões sobre "o devido processo legal", como procedimentos e regras, e não deverá entrar no mérito do afastamento da Presidenta, caso o Senado confirme seu afastamento definitivo. Resumindo: o STF não salvará Dilma...

Ontem, quem observou atentamente os arredores do Palácio da Alvorada, onde Dilma se refugia, constatou a presença de um caminhão de mudanças. Vazou a informação de que Dilma já estaria levando objetos pessoais para Porto Alegre, onde deverá morar depois de agosto - certamente mês do desgosto para ela. Quem não está mais tranquilo que Dilma é seu sucessor. Michel Temer se preocupa com o desgaste prematuro de sua equipe econômica comandada por Henrique Meirelles. O mago, amigo de Lula, já não encanta como antes. O clima esquenta, porque falta bife na chapa do povão sem grana, afetado por uma crise longe de ser resolvida, cuja causa é a gastança estatal combinada com muita corrupção.
Herculano
07/07/2016 08:37
A HORA DO CAIXA 3, por Maria Cristina Fernandes, para o jornal Valor Econômico

Parte 1

Legalização do jogo é uma ode a Carlinhos Cachoeira

Os projetos que regularizam jogos de azar ganharam uma velocidade inaudita. Um deles deve chegar em fase final de votação antes da eleição que pode fazer presidente dos Estados Unidos um sócio nos negócios do jogo no Brasil. Donald Trump, um dos maiores empresários mundiais do setor, é parceiro de um neto do último presidente da ditadura, João Figueiredo, num hotel da Barra da Tijuca, zona sul fluminense, candidato a sediar um cassino de luxo.

Não é a geopolítica, no entanto, que parece impulsionar as duas Casas do Congresso a votar os projetos em tramitação. O da Câmara é um projeto que tramita há 25 anos, de autoria de um deputado do PMDB de Santa Catarina que deixou a Câmara em 2003. Tem como atual relator um deputado do PP de São Paulo que foi genro do empresário Sílvio Santos, que, além do SBT, é dono de um hotel no Guarujá, no litoral paulista, também construído com infraestrutura para abrigar um cassino.

O PP, partido que lidera os investigados da Lava-Jato, também encabeça o projeto em tramitação no Senado. O texto é de autoria do presidente do partido e tem a relatoria de outro personagem de inquéritos policiais.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pautou a matéria com prioridade de votação em plenário saltando a Comissão de Constituição e Justiça onde o líder do governo, senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), contrário ao projeto, apostava que ele pudesse vir a ser questionado. Se aprovado, vai para a Câmara, onde pode vir a ser acoplado àquele que deve ser passar hoje na comissão especial da Casa.

Há filigranas que os diferenciam, mas, no essencial, unem-se pela firme oposição dos órgãos de controle e fiscalização do Estado. Representantes de todos - Receita, Coaf e Ministério Público - ouvidos em audiências públicas no Congresso manifestaram seu desagrado com o avanço de um projeto que pode fazer com que o combate à lavagem de dinheiro, depois de enfrentar tantas tempestades, morra na praia.

Em depoimentos e notas técnicas, desmontaram os principais argumentos dos defensores dos cassinos, o de que a lei regulamentará um serviço que já existe clandestinamente e pode ser fiscalizado da mesma forma que qualquer outra atividade econômica. Os representes dos três órgãos disseram não dispor de estrutura para fiscalizar o que definiram como uma atividade de alto risco.

No assédio a parlamentares somam-se desde grandes empresas que exploram o jogo em outros países até representantes da CBF, mas a nota técnica da Procuradoria Geral da República desmistifica o discurso do aporte de investimentos: "O jogo que se pretende legitimar não será uma atividade econômica aberta a novos empreendedores. Ele já tem dono. O contraventor comanda um estado paralelo que se mistura, e algumas vezes se sobrepõe, ao estado oficial. Nada mais se fará do que legitimar uma atividade que se impôs pela violência e pela corrupção, regularizando-a em benefício de organizações mafiosas que atuam com planejamento, divisão territorial e atuação espúria de forma estruturada e contínua".
Herculano
07/07/2016 08:37
A HORA DO CAIXA 3, por Maria Cristina Fernandes, para o jornal Valor Econômico

Parte 2

Contra o argumento - que já mobilizava o governo desde a gestão Dilma Rousseff - de que o Estado, quebrado, precisa levantar recursos, dois pesquisadores da FGV (Carlos Ragazzo e Gustavo Ribeiro) publicaram artigo demolidor. Em resposta ao potencial de arrecadação de R$ 15 bilhões calculado pelos defensores do projeto, demonstram, com base em pesquisas realizadas em países com jogo legalizado, que a arrecadação pretendida não compensaria os gastos extras com tratamento de viciados, prevenção e combate a crimes correlatos.

O lobby da legalização, que era capitaneado no Planalto pelo ex-ministro(dos dois governos) Henrique Eduardo Alves, chegou a sensibilizar o então ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, mas encontrou no colega da Justiça, José Eduardo Cardozo, o principal adversário. No governo Temer, a legalização já recebeu o aval de ministros palacianos como Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha e da Agricultura, Blairo Maggi, mas tem a objeção do chanceler José Serra, e dos ministros do Trabalho, do Desenvolvimento Agrário e da Indústria e Comércio. No Congresso, a oposição ao projeto reune uma improvável aliança entre partidos de esquerda, um punhado de tucanos, alguns pemedebistas, e bancadas religiosas. O embate decisivo que deve ser travado no plenário da Câmara, no entanto, ainda tem resultado incerto.

A velocidade com que os projetos caminham no Congresso às vésperas das primeiras eleições sem financiamento empresarial das últimas duas décadas, dissemina a suspeita daquilo que Marlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, chama de ´caixa 3´. Enquanto o ´2´ desvia recursos públicos para a campanha do candidato, este não passa pela contabilidade eleitoral. No ´caixa 3´ o gasto é feito paralelamente e registrado apenas nas contas a pagar ao crime.

O terceiro dos caixas eleitorais chegou ao conhecimento do grande público no início do primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva quando o então assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, foi preso sob a acusação de achacar o empresário do jogo do bicho Carlos Augusto Ramos, que passaria à história como Carlinhos Cachoeira, o reincidente.

Preso no episódio Waldomiro Diniz, Cachoeira manteria suas atividades no submundo do financiamento eleitoral. Novamente flagrado pela PF, derrubaria um senador do DEM (Demóstenes Torres) e devastaria a antessala de dois governadores, do Distrito Federal (o petista Agnelo Queiroz) e de Goiás (o tucano Marconi Perillo). Posto em liberdade, voltaria a delinquir em associação com um velho parceiro da empreitada (Delta) e seria preso na semana passada na operação ´Saqueador´.

A acelerada tramitação dos projetos de legalização do jogo é um desagravo ao velho bicheiro. Desde que a atividade foi proibida por Eurico Gaspar Dutra, o Congresso tenta devolver o jogo à legalidade. Há 70 anos, o veto rimou com a campanha "pela moral e pelos bons costumes" com que se pretendeu varrer o getulismo. A proposta chega a plenário junto com retirada da urgência do pacote anticorrupção. Se o governo do constitucionalista Michel Temer resolver avalizar o trâmite sob as bênçãos do ´novo centrão´ não poderá se valer do mesmo slogan, mas já tem enredo para compor uma ode a Carlinhos Cachoeira.
Herculano
07/07/2016 08:31
UM FESTIVAL DE DISPARATES, editorial do jornal O Estado de S. Paulo

Quando o desespero bate à porta é altíssima a probabilidade de que a resposta sejam disparates. É o que está acontecendo com os petistas, a começar por seu maior líder, Luiz Inácio Lula da Silva, que viajou a Brasília disposto a convencer senadores a votar contra o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff com um argumento fantástico: com sua ex-pupila de volta ao Planalto, ele próprio assumirá de fato o comando do País para executar uma redentora "nova política econômica", segundo se noticia. Paralelamente, para prevenir a eventualidade de más notícias na Operação Lava Jato que atrapalhem a execução de seus planos, Lula determinou a seus advogados que entrassem com um recurso de "exceção de suspeição" contra o juiz Sergio Moro, solicitando seu afastamento dos três inquéritos em que é investigado por corrupção no âmbito da 13.ª Vara Criminal Federal, na capital paranaense.

Os advogados de Lula protocolaram terça-feira na Justiça Federal do Paraná um pedido para que Sergio Moro se declare suspeito para julgar os processos que envolvem o ex-presidente. Afirmam que o líder petista "não teme ser investigado nem julgado por qualquer juiz: quer justiça e um julgamento imparcial, simplesmente". E deve querer também um magistrado que acredite em histórias da Carochinha, como a de que frequenta regularmente com toda a família um confortável sítio reformado a seu gosto em Atibaia apenas para atender a insistentes convites de amigos generosos.

Na hipótese de que a Operação Lava Jato não existisse e houvesse uma possibilidade mínima de se concretizar a delirante ideia de Lula de transformar Dilma num simulacro de rainha da Inglaterra e assumir ele próprio o poder de fato, estaria finalmente configurado o tal "golpe" de que os petistas tanto falam. O poder estaria sendo usurpado por quem não foi legitimado pelo voto popular, ao contrário do que ocorre com o presidente em exercício Michel Temer, que substitui Dilma por disposição constitucional e pela mesma razão passará provavelmente a suceder-lhe em caráter definido depois do fim de agosto.

Ninguém em Brasília, nem nos gabinetes de parlamentares petistas, leva a sério qualquer tentativa, inclusive por parte de Lula, de evitar o impeachment de Dilma. Nem a própria presidente afastada acredita sinceramente nessa possibilidade, como sugerem as notícias segundo as quais em suas idas regulares a Porto Alegre nos fins de semana ela tem levado objetos pessoais de volta para casa. Para salvar as aparências, no entanto, Dilma tem procurado manter uma agenda de reuniões com apoiadores, no Palácio da Alvorada. E é lá que a imaginação corre solta atrás de fórmulas milagrosas capazes de acabar com o impeachment.

Como não têm mais nada a perder, os petistas não se constrangem de recorrer às ideias mais disparatadas na tentativa de manter um discurso que lhes permita sobreviver politicamente. É o que Lula tem procurado fazer, quando defende a necessidade de uma "nova política econômica" que ele próprio se encarregaria de implantar se Dilma voltar ao Planalto. Isso significaria, em resumo, a retomada da ampla intervenção do Estado na atividade econômica, com a profusa distribuição de crédito para o consumo da classe média e de incentivos de toda ordem para empresas-companheiras se tornarem "campeãs". A gastança generalizada e irresponsável, enfim, porque, afinal, um "governo popular" tudo pode para fazer o povo feliz. Mas como as mesmas causas tendem a gerar os mesmos efeitos ?" no caso, uma economia falida ?" é difícil imaginar que o próprio Lula leve a sério os assomos populistas com que tenta manter mobilizadas em torno de si as entidades sindicais e organizações sociais sobre as quais, por enquanto, o PT ainda mantém algum tipo de controle.

Enquanto isso, o festival de disparates petistas continua assolando o País. Coube à filósofa Marilena Chaui propagar uma fantástica teoria conspiratória: segundo ela, o juiz Sergio Moro foi treinado pelo FBI não para acabar com a corrupção no Brasil, mas para acabar com a Petrobrás, de modo a que a exploração do pré-sal seja tirada da Petrobrás e entregue às "seis irmãs" da indústria petroleira. Esse despautério está disponível no YouTube. Virará tema de uma próxima passeata do "exército do Stédile"?
Herculano
07/07/2016 08:30
PLANALTO ESTIMA 60 VOTOS CONTRA DILMA NO SENADO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros.

Não adianta choro, nem vela: pelas contas do Palácio do Planalto, a destituição definitiva da presidente afastada Dilma Rousseff, no fim de agosto, terá pelo menos 60 votos favoráveis. Por enquanto, todos os levantamentos indicam que apenas 18 senadores se dizem dispostos a votar pelo retorno de Dilma ao governo, mas cerca de dois terços dos senadores não querem nem ouvir falar nessa possibilidade.

MINISTRO OTIMISTA
Embora não se jacte disso, um dos mais otimistas com a continuação do governo Michel Temer é o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).

AINDA MAIS VOTOS
Após acertar em cheio a votação do impeachment na Câmara e no Senado, Eliseu Padilha acha que Dilma poderá ter 61 votos contra ela.

NEM PETISTA AGUENTA
O estilo de Dilma, hostil até aos que a apoiavam, não deixou saudades. Do tipo que aprecia gritos e palavrões, ela afastava até os petistas.

APOIO IDEOLOGICO
É meramente ideológico o que resta de apoio a Dilma no Senado. Esse tipo de senador, em geral, não gosta dela. Mas vota "na esquerda".

OAB QUER LIMITAR FORO PRIVILEGIADO DE AUTORIDADES
O presidente nacional da OAB, Cláudio Lamachia, decidiu provocar um grande debate, inclusive no conselho federal da OAB, com objetivo de propor a revisão da lei do foro privilegiado, que só tem favorecido a impunidade de autoridades enroladas na Justiça. A lei atual expôs a falta de estrutura e até de expertise do Supremo Tribunal Federal (STF) para julgar os casos envolvendo políticos do Congresso e governantes.

PRIVILÉGIO LIMITADO
Uma das propostas é o privilegio de foro deveria ser limitado, talvez apenas para chefes dos Poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.

VARA ESPECIALIZADA
Outra ideia seria criar vara especializada no julgamento de autoridades com foro privilegiado, com o STF atuando apenas em grau de recurso.

INICIATIVA POPULAR
Lamachia também quer a OAB discutindo em todo o País uma proposta de reforma política materializada em projeto de iniciativa popular.

JOÃO SANTANA DÁ AS CARTAS
Opositores de Dilma, como Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Simone Tebet (PMDB-MS), souberam que a carta dela, lida na comissão do impeachment, foi redigida na cadeia pelo marqueteiro João Santana.

ESTILO MARQUETEIRO
Os senadores Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Simone Tebet (PMDB-MS) avaliaram que o texto atribuído a Dilma usou "termos diferentes dos habituais." Não parecia dela, nem do seu advogado.

TRISTE SINA
A Autoridade Pública Olímpica não tem sorte mesmo. Transformada em "cabide" do PCdoB e PT, de 2011 a 2013 a APO era controlada pelo PP, representado pelo ex-ministro Márcio Fortes, afinal demitido.

PATRIM?"NIO DE NINGUÉM
Sobre as dezenas de imóveis funcionais usados por quem não pode, o Ministério do Planejamento diz apenas que recorre a "processo judicial e multa" os espertões. Multa que nem sequer cobre o aluguel.

TAREFA DIFÍCIL
Lula se instalou no hotel Royal Tulip, de 5 estrelas, onde promete ficar a maior parte do tempo até o julgamento de Dilma. A menos que seja levado para fazer companhia à "cumpanherada" em Curitiba. Após receber senadores do PT, admitiu: "será duro" reaver votos para Dilma.

NINGUÉM É DE FERRO
Há menos de dois meses no cargo, o ministro Bruno Araújo (Cidades), viajou de férias para o exterior com a família. Ele foi criticado até por aliados por abandonar o país neste momento de grave crise.

VAI TER DINHEIRO
Após o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) anunciar que, na pindaíba, fecharia as portas a partir do dia 1º, o Planalto se mexeu e o TCU deu "ok" para uma medida provisória liberando verbas.

MAS JÁ?
Na comissão do impeachment de Dilma, flores foram colocadas na bancada do advogado da presidente afastada, José Eduardo Cardozo. É o prenúncio do velório?

PENSANDO BEM?
...a "Dilma guerreira" da propaganda eleitoral, após amarelar e fugir da comissão do impeachment, afinal, está mais para "pipoqueira".
Herculano
07/07/2016 08:26
BRASIL, MONGOLIA OU VENEZUELA, por Luciana Brafman, para o jornal O Globo

Diante do quadro de corrupção e da falta de credibilidade no governo por parte do empresariado, não foi zebra a queda de posição no Ranking de Competitividade Global.

Há histórias tão verdadeiras que, às vezes, parecem inventadas. A frase, de Manoel de Barros, parece ter sido especialmente desenhada para o Brasil de hoje. Na Sucupira real, as notícias se superam, e a última é sempre mais inacreditável que a anterior. A sucessão de escândalos políticos nos governos PT e PMDB, a queda da ciclovia no Rio, o estupro coletivo, o japonês da Federal e tantas outras histórias nas páginas deste jornal soam absurdas, inacreditáveis. Já entre os acontecimentos que não nos surpreendem, destacam-se os negativos, como a recente divulgação do Ranking de Competitividade Global da escola de negócios suíça IMD, que revelou o Brasil como o quinto pior país do mundo nessa medição.

Diante do quadro de corrupção e da falta de credibilidade no governo por parte do empresariado, não foi zebra a queda de posição (pelo sexto ano) no ranking do qual fazem parte 61 economias. O IMD leva em conta cerca de 300 critérios para a classificação, com foco em desempenho econômico, eficiência governamental, eficiência empresarial e infraestrutura. Estamos no 57ª lugar, à frente apenas de Croácia, Ucrânia, Mongólia e Venezuela.

Uma dose de curiosidade resultou na breve análise dessas nações que nos rodeiam no ranking, vizinhas na arte da corrupção, do descontrole e da ineficiência. Infelizmente, algumas informações nos levam a crer que, em 2017, o buraco do Brasil pode ser mais embaixo.

Vamos à Croácia. O país, que se tornou independente da URSS em 1991, foi pego de jeito pela crise financeira que atingiu a Europa. De 2008 a 2014, os croatas enfrentaram alta das taxas de desemprego e pobreza. Mas, como novata da União Europeia, a Croácia nutre expectativas de reformas (já anunciadas) e acesso a fundos. Segundo o FMI, desde o fim de 2014, o país se recupera da recessão, sobretudo com aumento das exportações. O turismo, fortemente incentivado, já representa parcela significativa do PIB.

Entre a influência russa e a europeia, a Ucrânia tem sua história recente marcada por guerras e rebeliões, tendo o país se transformado em palco de corrupção e espionagem. Em 2015, apesar da queda de quase 10% no PIB, houve progresso em direção à estabilidade, de acordo com relatório do FMI. A liberação de ajuda bilionária do Fundo tem como contrapartida esforços do governo contra a corrupção, além da implementação de reformas de gestão. O país é peça importante na geopolítica do petróleo.

Se há esperança ocidental em relação à Croácia e à Ucrânia, não se pode afirmar o mesmo de Mongólia e Venezuela, que parecem ter menos chances de ultrapassar o Brasil no curto prazo. A Mongólia, também ex-comunista, está na zona de influência da China, principal importador de sua produção agropastoril e mineral. Grande parte da população vive em extrema pobreza, e a infraestrutura é defasada. Com a desaceleração da economia chinesa, as perspectivas não são positivas.

Por fim, a Venezuela, bolivariana, em estado de emergência, até faz com que o Brasil pareça promissor. Com a economia dependente do petróleo, o país sofre os efeitos drásticos da queda do preço do barril. A miséria avança. A indústria inexistente e a redução de importações geraram uma escassez sem precedentes. A população convive com racionamento, previsão de inflação anual na casa de 700%, crise política, medidas autoritárias e ameaças de confisco.

Nossa história e o desenvolvimento socioeconômico brasileiro dos últimos anos estão bem distantes do ocorrido em cada um dos países citados. Para que a imagem do Brasil não se confunda com realidades tão duras quanto às vividas por Mongólia e Venezuela, por exemplo, o país precisa pavimentar seu próprio caminho priorizando combate à corrupção, reforma política e controle das contas públicas. Só assim poderá reconstruir as condições para a eficiência, investir em infraestrutura e, consequentemente, escapar de uma inacreditável 61ª posição do ranking da IMD.
Herculano
07/07/2016 07:57
A DESPIORA NAS LOJAS, por Vinicius Torres Freire, para o jornal Folha de S. Paulo

O comércio paulista está parando de piorar. Tanto que os economistas da Federação do Comércio de São Paulo se animaram a refazer as estimativas do faturamento para o ano de modo até otimista.

Quer dizer, otimista para os tempos que correm. Em vez de encolher, o valor das vendas do varejo ficaria estagnado neste 2016. A projeção anterior, baseada em dados disponíveis até dezembro de 2015, era de queda de 5% (em termos reais: já descontada a inflação).

Há outros indícios recentes, embora tênues, de fundo do poço na vida real, talvez até por exaustão (embora as coisas sempre pudessem piorar, a caminho da depressão).

O preço do metro quadrado dos imóveis anunciados em São Paulo parou de cair, por exemplo, embora ainda baixe ao ritmo de 7,6% ao ano (nos 12 meses até junho, em termos reais), conta baseada no índice FipeZap. O preço médio cai desde janeiro de 2015. Mas subia mais de 5% ao ano ainda em junho de 2014. Em junho de 2012, a insustentáveis 14% ao ano.

COMÉRCIO GRANDE

Voltando ao comércio paulista, trata-se de um negócio grande, com faturamento anual que anda pela casa de R$ 564 bilhões, equivalente a quase 10% do PIB, do tamanho da economia brasileira.

Apesar da despiora esperada pela FecomercioSP, a desgraça é grande. O valor das vendas está 10,6% abaixo do pico alcançado em fevereiro de 2014. Houve uma perda de quase R$ 67 bilhões no valor de vendas. É como se todas as lojas do Estado mais rico do país ficassem fechadas por um mês e meio.

De onde veio a ligeira despiora de ânimos? Segundo dados divulgados nesta quarta (6), nos 12 meses contados até abril, o faturamento caía ainda ao ritmo de 6% (sobre igual período anterior). No entanto, a queda dos primeiros quatro meses de ano sobre o primeiro terço ano passado foi menor, de 2%.

Além do mais, a confiança dos consumidores aumentou nos últimos dois meses. "Se mantida", pode fazer a melhora nas vendas ficar visível entre julho e outubro, estimam os economistas da Fecomercio.

A despiora se deveu ao "desempenho acima do esperado dos setores de supermercado e farmácias e perfumarias". O conjunto dessas lojas está faturando 5% mais, nos últimos 12 meses.

Em termos anuais, quem padece mais são as lojas de eletrodomésticos, as concessionárias de veículos e as lojas de material de construção, todas com perdas de faturamento superiores a 15% em 12 meses. O comércio de roupas, com perda de 12,5%, e o de móveis, com queda de 9,5%, não estão muito longe.

O valor das vendas de eletrodomésticos encolhe desde dezembro de 2013. O de veículos, desde junho de 2014. As vendas desses produtos foram aquelas que mais receberam estímulos no governo Dilma 1, por meio de reduções de impostos sobre a produção industrial, entre outros.

Além da recessão, parece ter havido esgotamento da capacidade e do interesse de consumir esses bens. Era como se o governo estivesse promovendo uma pedalada no consumo, insustentável e que deixou algum buraco na receita de impostos.

Enfim, essas melhoras de ânimo na economia em geral são muito tênues e, por ora, se sustentam apenas na promessa de começo de fim da desordem no governo.
Herculano
07/07/2016 07:55
BRASIL E ARGENTINA AUMENTAM A PRESSÃO SOBRE MADURO, editorial de O Globo

Países propõem adiamento de reunião de cúpula que passaria presidência temporária do Mercosul à Venezuela e cobram abertura política

O ministro de Relações Exteriores do Brasil, José Serra, defendeu em Montevidéu, após encontro com o presidente do Uruguai e presidente temporário do Mercosul, Tabaré Vázquez, o adiamento da reunião de cúpula do bloco para meados de agosto. A medida é a primeira ofensiva na área diplomática do governo do presidente interino, Michel Temer, na tentativa de bloquear a entrega da presidência rotativa do bloco ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cujos rasgos totalitários são conhecidos. Pela proposta, em julho ocorreria apenas uma reunião de chanceleres, segunda-feira, sem poder para efetivar a Venezuela na presidência pro tempore do Mercosul.

A estratégia é ganhar tempo, diante de uma complexa agenda à frente e da falta de consenso entre os sócios sul-americanos. O Paraguai é contra a entrega da presidência a Maduro, antes que o país cumpra a cláusula democrática do bloco. A Venezuela, além de estar mergulhada numa crise econômica sem precedentes, tem seu presidente acusado de violar direitos humanos e de impor uma gestão autoritária, impedindo que a oposição possa atuar segundo as regras democráticas. Líderes como Leopoldo López continuam presos, e Maduro, com a conivência de um Judiciário submisso, vem emperrando as iniciativas da oposição no Legislativo, inclusive a realização do referendo revogatório do seu mandato presidencial.

A presença da Venezuela no Mercosul sempre foi tema controverso. Defendida pelo Brasil de Lula e Dilma Rousseff e pela Argentina do casal Kirchner, favoráveis a uma integração da América Latina à moda chavista, a iniciativa foi rebatida pelo Paraguai, com o argumento da violação de direitos humanos pelo regime de Caracas. Com a vitória de Mauricio Macri na Argentina, em dezembro, e o afastamento de Dilma, em decorrência do processo de impeachment, cresceu a pressão sobre o governo de Maduro e a adesão do país ao bloco volta a ser discutida.

Serra, que levou a Montevidéu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, defendeu que Vázquez permaneça na presidência do Mercosul até agosto, contrariando a vontade do presidente uruguaio, que prefere o cumprimento do rito previsto. Já Macri, que também apoia o adiamento da cúpula, admitiu que não deseja que Maduro assuma a o comando do bloco, propondo que Vázquez continue no próximo semestre. A reunião em agosto daria mais tempo a todos para que se definissem esses impasses.

É positivo que os principais sócios do Mercosul, enfim, se articulem para pressionar o governo de Maduro a avançar rumo à democracia plena. Isso é prerrequisitos para adesão ao Mercosul. Sem cumprir esse compromisso básico, não há sequer razão para sustentar o atual regime venezuelano no Mercosul.
Herculano
07/07/2016 07:51
AMANHÃ É DIA DE COLUNA OLHANDO A MARÉ INÉDITA

Ela é exclusiva para a edição impressa do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o de maior circulação e o de maior credibilidade.
Herculano
07/07/2016 07:50
O HORIZONTE DA IMPUNIDADE, editorial do jornal Zero Hora, da RBS Porto Alegre

Recente decisão do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que mantém em liberdade um empresário condenado em segunda instância por assassinato, está provocando preocupação dos integrantes da força- tarefa da Operação Lava-Jato, que se valem do encarceramento de suspeitos para obter as delações premiadas reveladoras da corrupção. Em fevereiro passado, ao negar um habeas corpus em outro caso, o plenário do STF havia decidido por sete votos a quatro que a pena de prisão poderia começar a ser cumprida antes do trânsito em julgado, isto é, antes de se encerrarem todas as possibilidades de recurso. Celso de Mello, um dos votos vencidos na ocasião, entende que o princípio constitucional de presunção de inocência (ou de não culpabilidade) só estará sendo respeitado se o réu puder recorrer em liberdade.

É, realmente, o que pretenderam os constituintes. Porém, a prática acabou deturpando o direito constitucional, tanto em decorrência da lentidão da própria Justiça quanto pela proliferação de recursos procrastinatórios. O resultado é que muitos criminosos permaneciam impunes, não raro até a prescrição da pena. O entendimento do Supremo de que a pena poderia, não significa que deveria ser cumprida depois do julgamento de segunda instância proporcionou aos investigadores da Operação Lava-Jato um instrumento importante para induzir os condenados a colaborar.

Agora esta estratégia, que é considerada arbitrária por alguns juristas, fica enfraquecida pela decisão do ministro Celso de Mello. Tanto que o procurador Deltan Dallagnol, integrante da força- tarefa da Lava-Jato, lembra que ´o réu passa a ver o horizonte da impunidade como algo alcançável´, o que dificulta acordos para admissão do crime e para devolução de valores subtraídos.

Diante do impasse e da insegurança jurídica gerada, é impositivo que o Supremo volte a se manifestar sobre o tema, esclarecendo a qual das posições dará efeito vinculante.
Herculano
07/07/2016 07:47
O FAZ DE CONTA DO DINHEIRO PÚBLICO NA OLIMPÍADA DO RIO, por Roberto Dias, para o jornal Folha de S. Paulo

Entrevistado nesta semana por "O Globo", o presidente do Comitê Organizador da Olimpíada do Rio, Carlos Arthur Nuzman, cravou: "Assumimos o compromisso de fazer os Jogos sem dinheiro público e estamos cumprindo".

Não, os Jogos não estão sendo feitos sem dinheiro público. Dos R$ 39 bilhões gastos na Olimpíada, 43% são oriundos do bolso de cidadãos brasileiros, sem incluir despesas estatais com segurança, como mostrou a Folha. Quão muito dinheiro significa isso? São 14 anos de Lei Rouanet.

Para vender a ideia de que os Jogos se materializarão sem verba pública, Nuzman recorta a realidade. Limita-se ao orçamento do Comitê Organizador, uma fração de R$ 7,4 bilhões, vindos sobretudo de patrocinadores, ingressos, licenciamento e do COI. Mas mesmo o recorte é torto Ðessa rubrica carrega renúncia fiscal e patrocínio dos Correios.

A contabilidade criativa do principal responsável pela Olimpíada embute um discurso conveniente. Ao UOL Nuzman afirmou : "A Olimpíada não tem nada a ver com os problemas do Estado [do RJ]". Não é o que diz o governo: "Fica decretado o estado de calamidade pública, em razão da grave crise financeira no Estado do RJ, que impede o cumprimento das obrigações assumidas em decorrência da realização dos Jogos".

Nuzman falou ainda que "o metrô não fez parte do projeto". Bem, o fato de ele estrear na semana da abertura, e apenas para uso olímpico, ressignifica a palavra "coincidência".

Enquanto o Rio se preparava para os Jogos, outras cidades avaliaram se candidatar, pesando o uso do dinheiro público. Estocolmo e Boston desistiram. Munique e Hamburgo levaram a questão às urnas e caíram fora.

Os brasileiros não tiveram a mesma oportunidade que os alemães. É hora de avaliar se o investimento público valeu a pena - em vários aspectos, é provável que a conclusão seja que sim. Mas o debate deveria ser feito com argumentos menos oblíquos.
Herculano
07/07/2016 07:41
UM PAÍS DE POLÍTICOS LADRÕES E CORRUPTOS. QUASE TODOS OS DIAS UMA DESCOBERTA.HOJE FOI MAIS UM DELES.POLÍCIA FEDERAL MANDADOS DA 32ª FASE DA LAVA JATO EM SÃO PAULO

Conteúdo das agências de notícias.Os mandados são cumpridos em São Paulo, Santos e São Bernardo do Campo.

A Polícia Federal cumpre mandados da 32ª fase da Operação Lava Jato em São Paulo, Santos e São Bernardo do Campo na manhã desta quinta-feira (07). A operação foi denominada Caça-Fantasmas. As equipes cumprem 17 ordens judiciais, sendo sete conduções coercitivas e 10 mandados de busca e apreensão. Sessenta policiais federais cumprem as ações.

De acordo com a Polícia Federal, a Operação caça-Fantasmas identificou a presença de uma instituição financeira panamenha no Brasil, que estaria atuando sem autorização do Banco Central.

A instituição tem como objetivo a abertura e movimentação de contas em território nacional e assim viabilizar o fluxo de valores de origem duvidosa para o exterior.

Além disso, a Polícia Federal afirma que há indícios de que o banco também possuía como produto a comercialização de empresas offshore registradas pela Mossack Fonseca. A empresa foi alvo da 22ª fase da Operação Lava Jato.

Nome da operação

"Caça-Fantasmas" faz referência a uma extensão obscura da instituição bancária no País, assim como a carteira de clientes que utiliza seus serviços e da empresa Mossack Fonseca para operações financeiras com características ilícitas e ocultas.

Investigados

Com sete mandados de condução coercitiva e 10 de busca e apreensão, os investigados serão encaminhados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades em que forem localizados - Santos, São Paulo e São Bernardo do Campo.

Os ste investigados conduzidos coercitivamente serão liberados após prestarem depoimento.

31ª fase - Operação Abismo

Nesta segunda-feira (04), a PF cumpriu 5 mandados judiciais pela 31ª fase da operação. A ação foi batizada de Operação Abismo e autorizada pelo juiz federal Sérgio Moro e não envolvia pessoas com foro privilegiado.

O nome é referente às tecnologias de exploração de gás e petróleo em águas profundas, além da "demonstração que esquemas como estes identificados levaram a empresa [Petrobras] aos recantos mais profundos da corrupção e da malversação do dinheiro público", segundo a PF.

Foram realizadas ações em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Entre os mandados judiciais estão quatro de prisão temporária e um de prisão preventiva.

A 31ª fase mirou as investigações no Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes). De acordo com o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, o Consórcio Novo Cenpes pagou cerca de R$ 39 milhões em propina para conseguir contrato na Petrobras entre os anos de 2007 e 2012.

O Consórcio Novo Cenpes era composto pelas empresas OAS, Carioca Engenharia, Construbase Engenharia, Schahin Engenharia e Construcap CCPS Engenharia.

Na operação foram presos o ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, que já estava detido desde junho, no âmbito da Operação Custo Brasil; os empresários Erasto Messias da Silva Júnior, Genesio Schiavinato Júnior, o ex-executivo da Schahin, Edson Freire Coutinho e o presidente da Construcap, Roberto Capobianco.
Sidnei Luis Reinert
06/07/2016 20:57
?Bons ventos de Buenos Aires

Brasil 06.07.16 20:21
Cristina Kirchner teve todos os bens bloqueados pela Justiça argentina.

Ela é acusada de fraude em operações de câmbio, além de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

Esse é o pessoal que iria mudar a América Latina.

http://www.oantagonista.com/posts/bons-ventos-de-buenos-aires
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06/07/2016 13:30
Oi, Herculano

Dilma "Coração Valente"?
Finalmente vai para onde nunca saiu, o LIXO da HIST?"RIA!
Mariazinha Beata
06/07/2016 11:11
Seu Herculano;

Lendo o comentário de Lélo Piava, me lembrei de uma histórinha.
Para contribuir com a festa de São Pedro, adquiri alguns tickets de macarronada. Como a minha intensão era de ajudar, distribui para amigos, e um desses amigos é minha "secretária".
Conta ela que a primeira dama foi cumprimentá-la pessoalmente na mesa onde ela estava sentada com beijos, abraços e aperto de mão.

É assim que eles pensam ganhar a eleição.
Fora cambada!!!
Bye, bye!
lélo piava
06/07/2016 09:55
Chega 2017 pra dar um restart na nossa Gaspar, tirar essas pessoas e essa cultura de poder e de pensar em si próprio e nas entidades e empresas.Deu de vereadores em canchas de bocha pagando cerveja por ai e comprando rifa e achando que o seu papel esta sendo feito.

Hoje é só asfalto e asfalto. Gente morrendo no Hospital, brigas nas escolas, educacão de 1830, somos assaltados todos os dias pelos bandidos, e também essas redes de mercados grandes que estão em Gaspar que pintam e bordam com nossa cara com o valor dos produtos.
Herculano
06/07/2016 08:39
POR QUE DILMA FOGE DE INTERROGATORIO NO SENADO, por Ricardo Noblat, para o jornal O Globo

Dilma "Coração Valente" Rousseff faltará ao interrogatório marcado para hoje na Comissão Especial do Impeachment no Senado. Ela deveria responder a perguntas dos senadores. Mandará em seu lugar José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e ex-Advogado Geral da União.

Por que ela não irá? Não disse. Em entrevista, ontem, a uma rádio do Recife, limitou-se a informar:

- A minha defesa amanhã será feita por escrito e lida pelo meu advogado. Estamos avaliando a minha ida ao plenário do Senado, em outro momento.

O senador Benedito Lyra (PMDB-PB), presidente da Comissão, apressou-se em avisar que Cardozo não poderá responder às perguntas que os senadores pretendiam fazer a Dilma. Nem mesmo aos comentários que eles façam à defesa que Cardozo lerá.

Para justificar a ausência de Dilma, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), líder da minoria, alegou que na Comissão Especial do Impeachment o processo "tem cartas marcadas". E que se Dilma comparecesse ao interrogatório estaria "legitimando o golpe".

Ora, ora, ora... Que bobagem!

O PT não legitimou o que chama de "golpe" ao integrar a Comissão Especial do Impeachment da Câmara dos Deputados? Não legitimou ao participar da votação na Câmara que decidiu por larga maioria recomendar ao Senado que julgasse Dilma por crime de responsabilidade?

Não legitimou ao votar contra a admissibilidade do pedido de impeachment no Senado? Não legitima quando integra a Comissão Especial do Impeachment no Senado e ali defende Dilma? Não legitimará quando no final de agosto próximo o Senado cassar ou absolver a presidente afastada?

Sem falar das vezes em que o PT, seus aliados e a própria Dilma entraram com recursos no Supremo Tribunal Federal pedindo a anulação de atos do processo. Isso também não foi uma forma de legitimar "o golpe"? Onde já se viu golpe avalizado pela Justiça e presidido na sua fase final pelo presidente do Supremo?

Dilma fugiu do interrogatório por fraqueza. Por medo de não saber responder às perguntas que lhe seriam feitas. Porque está acostumada a não ouvir, a só falar, e mesmo assim de maneira confusa. E porque só sabe mentir. Ocorre que se flagrada numa mentira no Senado, seu destino acabaria selado por antecipação.
Herculano
06/07/2016 08:35
NADA É COINCIDÊNCIA, por Dora Kramer, para o jornal O Estado de S. Paulo

Pacote anticorrupção enfrenta resistência semelhante à que sofreu a Lei da Ficha Limpa

Escrita pelos mesmos autores, a história de resistência à aprovação da Lei da Ficha Limpa por parte dos congressistas se repete agora na figura cenográfica do pacote de dez medidas de combate à corrupção apresentado em março no Congresso na forma de iniciativa popular. Isso, mais de seis anos, escândalos, investigações, prisões, condenações e um quase concluído impeachment presidencial depois. Primeiro, ao caso presente: com 1 milhão e 300 mil assinaturas, as medidas elaboradas por iniciativa do Ministério Público Federal e por entendidas militantes no tema estão empacadas na Mesa da Câmara à espera da formação de uma comissão especial, cujo trabalho enfrenta boicote (na forma de corpo mole) de suas excelências.

As mesmas que na teoria discursam em prol do combate à corrupção e, na prática, fazem de tudo (ou melhor, nada) para que as coisas não andem. O deputado que encampou o projeto, Mendes Thame (PV-SP), tentou por vários dias ser recebido pelo presidente em exercício da Casa, Waldir Maranhão, sem sucesso. Foi preciso que o deputado pusesse a boca aos microfones para que, há três semanas o início dos trabalhos da comissão fosse formalmente autorizado. A despeito disso, nada até agora aconteceu, embora Mendes Thame mantenha a esperança (certamente para não criar atrito com seus pares e atrasar ainda mais o processo) que nesta semana sejam indicados pelos partidos os 12 nomes que ainda faltam para completar a composição do colegiado. As legendas sócias do poder nos últimos anos, PT e PMDB, eram algumas das faltosas indicações até ontem à tarde.

Agora, ao caso passado: talvez seja coincidência, embora não pareça, foram justamente esses dois partidos a se render às evidências, aderindo à Lei da Ficha Limpa. Com óbvia má-vontade. Aprovada em meados de 2010, a regra tornou inelegíveis durante oito anos candidatos condenados por órgão colegiado, cassados ou que renunciem para evitar a cassação. A proposta de ação popular em prol da limpeza das "fichas" chegou ao Congresso em 24 de setembro de 2009. Poucos deram bola, muitos "alertaram" para a improbabilidade de aprovação. Um deles, o então presidente da Câmara Michel Temer. "É difícil aprovar."

De fato, foi. Até que a sociedade entrou em campo e o ano eleitoral de 2010 fez o restante do serviço: Ficha Limpa aprovada por unanimidade e considerada válida pelo Supremo Tribunal Federal a partir das eleições municipais de 2012. Caso não haja essa pressão de novo, o senhor e a senhora cujo poder do voto não se transfere, podem ter certeza: vai ficar tudo na mesma. Sujeito oculto. Além de várias oportunidades de ficar calado - sendo a principal delas quando negou ter contas no exterior numa CPI -, Eduardo Cunha já perdeu a presidência da Câmara, perdeu o direito de exercer seu mandato parlamentar e até mesmo a liberdade de circular na Casa, perdeu a aura de todo poderoso, perde a cada dia apoio entre seus pares.

Não exercita o voto nem o comando de voz. Só não perdeu ainda a condição formal de deputado e, com ela, o foro especial de Justiça e a prerrogativa de só ser preso em situação de flagrante em crime inafiançável. Razão (única) pela qual tenta retardar o desfecho do processo de cassação, mediante atos protelatórios. Por menos acusações que as que pesam contra o deputado há gente passando temporada forçada em Curitiba ou restrita ao perímetro da própria residência com o tornozelo atado a artefato eletrônico. De onde o mandato hoje lhe serve de esconderijo, com a Câmara no papel da caverna.
Herculano
06/07/2016 08:25
VOLTA E MEIA VAMOS DAR, por Carlos Brickmann

Nossa agroindústria é eficiente e lucrativa, mas só quando a ordenha não é excessiva, quando há clima para negócios. Mas os problemas continuam existindo, e como eliminá-los? Há pouco, uma conhecida dupla cantou nossas dificuldades, ora agravadas por mensalões e petrolões: "Ou o Brasil acaba com a saúva/ ou a saúva acaba com o Brasil. / Tem saúva na lavoura, tem saúva no quintal/Mas onde tem mais saúva é no Distrito Federal. / Essa é a pior saúva, seu Cabral/ que não trabalha e mete a mão no capital".

Nada há de novo na ladroeira e no clima antiempresarial do país. O parágrafo acima foi inspirado num livro de mais de 20 anos, Soja no Brasil e no mundo, de nosso leitor Aldayr Heberle, especialista (e pioneiro) no negócio de grãos. A dupla de cantores é ainda mais antiga, embora seus versos de 1954 sejam totalmente atuais: Alvarenga e Ranchinho. E onde continuam, ainda hoje, se alojando e se locupletando as grandes saúvas nacionais? Mudou o Distrito Federal, e as saúvas se mudaram junto.

O fato é que dois presidentes foram afastados por motivos semelhantes desde a volta à democracia, e nada mudou muito. O que tinha mudado, a moeda estável, se tornou irreal com Dilma. Esperava-se de Temer e sua conceituada equipe econômica medidas duras e corajosas. Foram corajosas (tiveram a coragem de gastar ainda mais) e duras, como veremos quando a conta chegar.

O pixuleco dá voltas mas só fica com os de sempre.

O GIRO DA MOEDA

Metade dos pixulecos de R$ 100 milhões pagos pela Andrade Gutiérrez ao PT era propina - dinheiro tomado de estatais para repasse a políticos. Os prédios recém-reformados da Câmara, onde moram de graça os parlamentares, custam agora mais R$ 5 milhões em limpeza, conservação, portaria e zeladoria.

O caro leitor gostaria de vê-los pagando condomínio, como se fossem gente comum? Claro que não: a gente paga por eles!
Herculano
06/07/2016 08:24
PÁTRIA DAS ESCOLAS, por Carlos Brickmann

De acordo com a delação de Alexandre Romano, ex-vereador do PT em Americana (SP), Paulo Ferreira, ex-tesoureiro do PT gaúcho, recebeu de um grupo de empreiteiras R$ 1 milhão para garantir a conquista das obras de ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras, no Rio. O dinheiro foi repassado, segundo conta o delator, por meio das contas bancárias de amigos e parentes, de um blog, de uma escola de samba.

Mas esta não é a única ligação de Paulo Ferreira com a Pátria Educadora: ele é casado com Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social de Dilma.

BOI PRETO...

O Brasil rejeitou, por motivos políticos, a nomeação de Dani Dayan como embaixador de Israel em Brasília: Dayan mora em assentamento, em Yesha, região que o Brasil considera área palestina. Mas o Brasil não é inflexível: aceitou a escolha de Yossi Sheli para o cargo. Sheli, como Dayan, não tem experiência no setor. Antes de se transformar em diplomata, foi presidente do Correio e diretor da Prefeitura de Beer Sheva.

...CONHECE BOI PRETO

Mas, diferente de Dayan, Sheli tem lá seus problemas de folha corrida. Em 2008 foi processado por corrupção. Em 2012 assinou acordo de admissão de culpa e foi proibido de assumir cargos públicos até junho de 2015. O prazo expirou e o Brasil foi seu destino. Sábios, os diplomatas israelenses: que outro lugar lhe seria tão adequado? Onde melhor se sentiria um ocupante de cargo diplomático que já chega punido pela Justiça?

DOAÇÕES AÉREAS

Jaques Wagner, ex-governador da Bahia, homem forte do Governo Dilma, festeja nas redes sociais o sucesso da vaquinha: diz que o "crowdfunding" petista para pagar as viagens da presidente afastada superou a meta prevista. O PT é ótimo nisso: lembra da cachoeira de dinheiro que jorrou para ajudar José Dirceu a pagar a multa a que tinha sido condenado?

No fim, descobriu-se que ele nem precisava daquilo.

A DISTRAÇÃO

Dias interessantes: hoje, o deputado José Eduardo Cardozo pode falar em defesa de Dilma no caso do impeachment, mas não aceita que nada lhe seja perguntado. A filósofa Marilena Chauí, aquela que diz detestar a classe média, disse que o juiz Sérgio Moro foi treinado pelo FBI americano em técnicas desenvolvidas durante o maccarthismo - política do início da década de 1950, quando o senador republicano Joseph McCarthy teve grande influência no país. E qual o objetivo de Moro em sua atuação contra propineiros, pixulequeiros e ladrões em geral? Retirar do Brasil a soberania sobre o pré-sal, primeiro, e em seguida destruir a soberania brasileira.

O GRANDE FINAL

Dilma ainda não decidiu, mas pensa em falar na sessão que decide se será cassada. Imagine Dilma diante de uma plateia brava e com gente louca para aparecer, falando de improviso naquele seu português tão típico.
Herculano
06/07/2016 08:18
PARADOXO DE CHAUÍ, por Uirá Machado, para o jornal Folha de S. Paulo

Marilena Chaui não é o dr. Simão Bacamarte, mas, assim como o personagem inventado por Machado de Assis, a certa altura da vida passou a enxergar no mundo somente dois tipos de pessoa.

Para o médico de "O Alienista", havia os loucos e os sãos; para a professora de filosofia da USP, há os defensores intransigentes dos governos petistas e os inimigos do Brasil. Entre as categorias, nenhuma nuance.

Quando Bacamarte decidiu levar suas ideias ao extremo, ampliando desmesuradamente o território da loucura, quatro quintos da população de sua Itaguaí terminaram enclausurados no manicômio local.

Quando Chaui faz o mesmo com suas teorias, o juiz federal Sergio Moro se transforma num agente treinado pelo FBI para desestabilizar o país e entregar o petróleo nacional às companhias norte-americanas.

"A Operação Lava Jato não tem nada a ver com a moralização da Petrobras", ensina a professora. "É para tirar de nós o pré-sal."

No maniqueísmo de Chaui, tudo que atinge a esquerda está a serviço da direita. O combate à corrupção não tem valor se afetar administrações do PT ?"pois integrará, nesse caso, um plano para debilitar os únicos defensores da soberania nacional. Foi assim durante o mensalão, é assim no petrolão.

Em vez de fomentar a autocrítica dentro do campo ideológico que representa, a autora do premiado "Convite à Filosofia" propõe discussões em torno de puros disparates. Com suas simplificações risíveis, Chaui, considerada uma referência intelectual, pouco ajuda e muito atrapalha a causa em que acredita.

No conto "O Alienista", após muito refletir sobre suas teorias, o médico curvou a cabeça e recolheu-se ele próprio ao manicômio. Marilena Chaui não é Simão Bacamarte, mas, se considerar bem o estrago que tem provocado na esquerda brasileira, talvez venha a acusar a si própria de estar a serviço da direita - sabe-se lá se treinada pelo FBI.
Herculano
06/07/2016 08:13
O EFEITO LAVA-JATO CHEGOU À SAÚDE, por Elio Gaspari para os jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Um ex-diretor da 'campeã nacional' Hypermarcas levou a Procuradoria à caixa-preta do setor de medicina privada.

Era pedra cantada. Em algum momento os efeitos da Lava-Jato chegariam ao setor bilionário dos planos de saúde. O ex-diretor de relações institucionais da Hypermarcas, empresa que se intitula "campeã nacional de produtos farmacêuticos", Nelson Mello vem colaborando com a Procuradoria-Geral da República desde março e revelou parte das relações incestuosas que cultivava com senadores e deputados. Como era de se esperar, caíram na roda o onipresente Eduardo Cunha e seu associado Lúcio Bolonha Funaro.

Preso, Funaro tem o que contar. O ex-diretor da Hypermarcas já expôs a negociação de um jabuti na Medida Provisória 627, que, em tese, tratava de matéria tributária. Para azeitar seu interesse, Mello passou a Funaro R$ 2,9 milhões.

Há mais jabutis na forquilha da MP 627. A relação de Funaro com Eduardo Cunha e dele com operadoras de planos de saúde levou o Ministério Público à caixa-preta desse mercado bilionário, que vive das mensalidades de 70 milhões de brasileiros.

Durante o ano eleitoral de 2014, a MP 627 foi enxertada por 523 contrabandos. Num deles, enfiou-se uma anistia parcial a planos de saúde que descumpriam suas obrigações contratuais. Pela lei, uma operadora que negava um procedimento ao qual o freguês tinha direito poderia ser multada com penalidades que iam de R$ 5 mil a R$ 1 milhão. Quem já pagou multa de trânsito sabe que cada multa é uma multa. O jabuti mudava esse mecanismo. A operadora que tivesse sido multada de duas a 50 vezes pela mesma razão pagaria apenas duas multas. Numa regressão maligna, se as infrações fossem mais de mil, as multas seriam 20. Assim, se uma operadora negasse a mil clientes um procedimento que lhe custaria R$ 5 mil por negativa, em vez de pagar R$ 5 milhões, pagaria apenas R$ 100 mil.

Premiava-se com um refresco calculado em R$ 2 bilhões o desrespeito ao consumidor, estimulando- se a ineficiência de um sistema que está entre os campeões na lista negra dos organismos de defesa dos cidadãos.

O relator dessa medida provisória foi o deputado Eduardo Cunha, então líder do PMDB na Câmara. A MP foi votada em bloco e aprovada com o apoio da bancada oposicionista.

Exposta a maracutaia, Cunha informou que discutiu o assunto com a Casa Civil, o Ministério da Fazenda e com a Advocacia-Geral da União, mas não deu nome aos bois.

Para desgosto de grandes operadores de planos de saúde, generosos doadores de campanhas eleitorais e simpáticos admiradores de comissários petistas, Dilma Rousseff vetou o artigo.

Como a MP 627 ficou mais conhecida pelo seu aspecto tributário, beneficiando empreiteiras e bancos, o gato das multas parecia dormir no fundo do armazém. A Procuradoria-Geral da República puxou o fio dessa meada, o que significa a abertura de uma nova vitrine na exposição de malfeitorias.

Em geral, os jabutis colocados nas medidas provisórias são incompreensíveis e relacionam-se com altas transações financeiras. O gato colocado na tuba da 627 era gordo e escandaloso. Tão escandaloso que durante a negociação para a inclusão do contrabando o próprio Eduardo Cunha teria avisado que aquilo ia dar bolo e chegou a defender que Dilma vetasse o artigo. Em 2014, deu em veto. Bolo, está dando agora.
Herculano
06/07/2016 08:07
NOVO TEMER, VELHO MICHEL, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo

Em campanha para se efetivar no cargo, o presidente interino adotou uma dupla personalidade. Para o público externo, ele tenta se vender como o novo Temer, um líder austero e comprometido com o ajuste fiscal. Para os políticos, continua a ser o velho Michel, especialista em barganhar cargos e verbas em troca de votos no Congresso.

O novo Temer buscou o apoio de empresários do agronegócio na segunda-feira (4), em São Paulo. Ele prometeu limitar o gasto público, pregou uma era de "muita contenção" e se disse pronto a anunciar "medidas, digamos assim, mais impopulares".

Faltou explicar o que isso significa, mas a plateia se deu por satisfeita com a manifestação de desprendimento. "As pessoas me perguntam: mas você não teme propor medidas impopulares? Não, meu objetivo não é eleitoral", recitou o peemedebista.

Nesta terça (5), em Brasília, o interino voltou a atuar como o velho Michel. Abriu o gabinete presidencial para um comitiva de nove senadores e prometeu abrir o cofre para concluir um pacote de obras a serem escolhidas pelos próprios políticos. O objetivo da generosidade é claro: assegurar votos a favor do impeachment.

Fora do mundo da propaganda, o velho Michel está ganhando do novo Temer de goleada. Seu pacote bilionário de bondades já incluiu aumentos para o funcionalismo, alívio nas dívidas dos Estados e uma ampla liberação de emendas parlamentares.

O economista Gil Castelo Branco, crítico da gastança no governo Dilma, aponta uma ação "completamente contraditória" com o discurso de austeridade. "Desde que ele [Temer] assumiu, o que temos, na verdade, é o crescimento de despesas", disse, ao jornal "El País".

A dupla personalidade do interino também se manifesta na ocupação da máquina. O novo Temer promete conter indicações políticas e combater o "aparelhamento" da era petista. O velho Michel acaba de descolar uma chefia regional do Incra para o filho do deputado Paulinho da Força.
Herculano
06/07/2016 08:00
TODO OS DIAS A MESMA NOTÍCIA. PARECE REPETIÇÃO. VÃO FALTAR CAMBURÕES, POLICIAIS, CELAS, TORNOZELEIRAS E ADVOGADOS PARA SE APURAR, PRENDER E PUNIR DOS DESVIOS DO GOVERNO DE COALIZAÇÃO PT, PMDB, PP, PDT, PC do B, PSD, PR, PRB, PTB E OUTROS. A MANCHETE DESTA QUARTA SE REPETE A DE ONTEM, DE SEGUNDA...EX-PRESIDENTE DA ELETRONUCLEAR É ALVO DE OPERAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL

Conteúdo das agências de notícias. Texto do Uol (Folha de S. Paulo). A PF (Polícia Federal) cumpre nove mandados de prisão no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre na manhã desta quarta-feira (6). Os mandados foram expedidos pela Justiça do Rio após o caso ter sido desmembrado por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro é o alvo dessa ação, segundo a Bandnews. Ele cumpre prisão domiciliar. Pinheiro deve ser encaminhado à sede da PF no Rio.

A ação, um desdobramento da Operação Lava Jato, é relacionada a fraudes na Eletronuclear, responsável pelas obras da usina de Angra 3. Ela é baseada em material de delação premiada da Andrade Gutierrez e investiga desvios no setor elétrico.

No Rio, as ações ocorrem nas regiões da Barra da Tijuca e na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Também serão cumpridos mandados de busca e apreensão e de condução coercitiva.

Delação

Em junho, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Rogério Nora de Sá afirmou à Justiça Federal, no Rio, que Pinheiro, durante sua gestão à frente da presidência da Eletronuclear, pediu "contribuição política" para o PT e para o PMDB e "contribuição científica". Segundo Nora, que é um dos 11 delatores da empreiteira na Operação Lava Jato, Pinheiro pediu 1% para seus "projetos futuros".

O ex-presidente da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras, é acusado de ter recebido propina de R$ 4 milhões da Andrade Gutierrez e da Engevix sobre contratos de obras da Usina de Angra 3. Othon Luiz teria recebido valores por meio de empresas intermediárias, segundo o Ministério Público Federal. O almirante é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, obstrução da justiça e organização criminosa. DESTA VEZ É OTHO

Othon foi preso na 16ª fase da operação Lava Jato.
Herculano
06/07/2016 07:37
APARELHADA, AUTORIDADE OLÍMPICA É SO UM 'CABIDE', por Cláudio Humberto,na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Criada para monitorar as obras para os Jogos Rio 2016, a Autoridade Pública Olímpica (APO) foi "aparelhada" pelo PT e PCdoB e reduzida a cabide de empregos para a "companheirada". O próprio presidente da APO, Marcelo Pedroso, foi escolha de Aloizio Mercadante, ex-ministro do governo Dilma de triste memória. A um mês do evento, a APO não conseguiu nem mesmo definir ao certo o seu papel nas Olimpíadas.

S?" FALTA EXTINGUIR
Quem de fato trabalhou duro na organização dos Jogos Rio 2016 alerta que a tal APO "perdeu função" com fim das obras. Deveria ser extinta.

MILITÂNCIA NOS JOGOS
Nomeados por Dilma e ligados ao PT e ao PCdoB, membros da APO criam dificuldades para o governo federal, que lhes paga os salários.

TETAS OBESAS
A Autoridade Pública Olímpica só faz sentido mesmo pelos gordos salários das boquinhas, que podem chegar a R$22 mil mensais.

ATITUDE DOENTIA
Ministro com gabinete no Planalto acha "doentia" a má vontade da APO com Temer, que decidiu não fazer substituições na véspera dos Jogos.

GOVERNO DEIXA IM?"VEIS COM QUEM NÃO TEM DIREITO
O descontrole do governo federal na administração dos seus 1.490 imóveis funcionais, em Brasília, chega ao ponto de dezenas dessas casas, 49 ao todo, serem ocupados por gente que não exerce qualquer função pública. Há servidores que, aposentados há anos, se recusam a devolver o imóvel. Há também oportunistas familiares de funcionários falecidos, que obtiveram liminares na Justiça para continuar chamando de seu imóveis que pertencem ao patrimônio público.

A REGRA É CLARA
Por lei, o imóvel deve ser devolvido à União em caso de exoneração do servidor, demissão, aposentadoria ou falecimento, sem choro nem vela.

SILÊNCIO
A Secretaria do Patrimônio da União (SPU), a imobiliária do governo, se recusou a explicar a gestão anárquica dos imóveis funcionais.

ESPERTEZA
Petistas espertos, ainda nos cargos no governo Temer, criaram projeto para lhes dar o "direito" de comprar os imóveis funcionais que ocupam.

ELE SE DIVERTE
Eduardo Cunha já definiu que vai renunciar à presidência da Câmara para tentar influir na eleição do substituto, ligado a ele, que presidirá a votação de sua cassação. Mas como se diverte desmentindo esse tipo de expectativa, ele agora jura que não tem pressa para vazar. Mentira.

AJUDINHA
O "recesso branco" determinado pelo presidente interino, Waldir Maranhão (PP-MA), atendeu a um pedido de Eduardo Cunha, a quem ainda presta certa obediência. Cunha quer apenas ganhar tempo.

ENFIM, UM SENSATO
O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) critica o aumento do teto do funcionalismo público: "É desprezar tudo aquilo que está acontecendo no País", diz ele, lembrando que 11,4 milhões estão desempregados.

S?" FALTA REFERENDAR
"Não muda nada. O impeachment é julgamento político. As ruas já deram o veredito. Precisamos referendar", diz a senadora Simone Tebet (PMDB-MS), sobre Dilma não ir à comissão do impeachment.

UM GOZADOR
O deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) gritou no fundo do plenário: "Viva o Maranhão". Na mesma hora, entrava o presidente em exercício da Câmara, Waldir Maranhão. "Este, não! Viva o Estado!", exclamou.

CLIMA QUENTE
O clima é de apreensão na presidência da Câmara. Servidores nomeados por Eduardo Cunha relatam pressão do atual chefe Waldir Maranhão, presidente em exercício da Câmara.

FUI!
O Itamaraty avalia medidas contra o diplomata Pedro Paulo Hamilton. Ele encerraria em 1° de julho seu trabalho provisório na embaixada do Brasil em Uagadugu (Burkina Faso), mas foi embora em 25 de junho.

SAIA JUSTA
Márcio Castro Alves, diretor-geral da MCA Auditoria e Gerenciamento, não soube dizer à CPI da Máfia do Futebol como recebeu R$ 3,2 milhões do BNDES para apoiar a reforma da Arena da Baixada, na Copa de 2014. Até leu a lista serviços que sua empresa presta.

PENSANDO BEM...
...só no Brasil um presidente da República precisa definir prioridades de obras públicas com políticos investigados por corrupção.
Herculano
06/07/2016 07:24
da série: o que os candidatos a prefeito deveriam ler e se comprometer

MÃE FEDERAL, editorial do jornal Folha de S. Paulo

Dadas as condições benévolas com que o governo Michel Temer (PMDB) aceitou renegociar as dívidas dos Estados com a União, não surpreende que municípios se mobilizem agora em busca do mesmo tratamento.

Em entendimentos iniciados com o governo federal, a Frente Nacional de Prefeitos reivindica as vantagens obtidas no mês passado pelos governadores ?"moratória de seis meses, descontos parciais nos pagamentos por mais um ano e meio e alongamento de 20 anos dos prazos dos débitos.

Diante da resistência da equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, circulam ameaças de recursos ao Supremo Tribunal Federal, cujas decisões imprudentes em favor dos Estados ?"liminares chegaram a fixar a correção dos saldos devedores por juros simples?" apressaram a renegociação.

Muito já se perdeu do que havia de razoável no pleito de revisão dos contratos, que, firmados na década de 1990, impõem taxas excessivas para os padrões atuais. Uma coisa é evitar que o Tesouro Nacional extraia ganhos financeiros das administrações regionais; outra é devolver à União o nefasto papel de mãe dos entes federativos.

Em 2014, aprovou-se lei alterando os indexadores das dívidas, com o acréscimo de um descabido cálculo retroativo. Graças à aplicação da regra, a dívida total da cidade de São Paulo, no exemplo mais importante, despencou neste ano de R$ 79,6 bilhões para R$ 32,5 bilhões.

O novo cálculo basta para retirar o sentido de urgência das novas demandas dos prefeitos. Nenhuma das capitais padece de endividamento comparável ao paulistano. Eventuais negociações podem aguardar o desfecho das eleições municipais de outubro.

Esse tempo deve ser aproveitado para a definição de contrapartidas a serem exigidas para que Estados e municípios não reincidam na irresponsabilidade orçamentária e, no futuro, sejam capazes de deixar a tutela federal.

Providência básica será aprovar a proposta que redefine a contabilização dos gastos com pessoal, fechando brechas que hoje permitem aos governos regionais excluir da estatística desembolsos com servidores inativos e terceirizados.

Tal ilusionismo permite, por exemplo, que, mesmo na atual situação de descalabro orçamentário, o Estado do Rio exiba em seus balanços despesas perfeitamente adequadas aos limites legais.

Não há mágica, entretanto, quando se trata de dívida pública; como o nome diz, ela é dos contribuintes municipais, estaduais e federais. Uma Federação madura pressupõe que todos sejam capazes de arcar com as consequências de suas escolhas
Sandro Reisig
05/07/2016 21:04
Herculano

Assistindo a entrevista do candidato do PT, dá para perceber o quanto despreparado está para governar Gaspar o pré-candidato Lovidio Bertoldi, não sabe o que vai fazer com a saúde, não sabe o que vai fazer com a mobilidade urbana, sobre o hospital deu uma grande enrolada. Dos quatro, a que melhor se saiu na minha modesta opinião foi a pré-candidata Andreia Nagel, vamos aguardar os próximos lances para melhor analisar e formar opinião para escolhermos o melhor para Gaspar.
Erva Daninha
05/07/2016 18:17
Olá, Herculano

A FILA ANDA, de Claudio Humberto às 07:54

"A Lava Jato continua tirando o sono do ex-presidente Lula. A cada nova operação, especialmente após a prisão do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, ele acha que será o próximo."

O espumante está no gelo.
Sujiro Fuji
05/07/2016 18:01
Sidnei Reinert, a Anta is dead ...
Sidnei Luis Reinert
05/07/2016 17:18
05/07/2016
Em entrevista para uma rádio pernambucana, um ouvinte fez uma surpresa ao vivo para Dilma

Dilma continua usando aquele discurso ultrapassado de golpe, fraude, etc? aquele blá blá blá de sempre [?] que chega a dar enjoo.

O que ela não contava é com a participação ao vivo de um radiouvinte:

O link foi aberto para a participação e eis que apareceu o diálogo carinhoso de um fã:

" Bom dia sua ladra ? você deveia ir para a cadeia ? "

O povo ama Dilma!

http://www.diariodobrasil.org/dilma-participa-de-programa-de-radio-e-ouvinte-entra-ao-vivo-bom-dia-sua-ladra/
Sidnei Luis Reinert
05/07/2016 15:18
102 MILHÕES DE REAIS DO PT BLOQUEADOS

Brasil 05.07.16 13:37
O juiz federal Paulo Bueno de Azevedo, responsável pela Operação Custo Brasil, decretou o bloqueio de 102 milhões de reais do PT.

Paulo Bernardo, Carlos Gabas e João Vaccari Neto também tiveram seu tutu bloqueado.

A ORCRIM vai falir. Chamem o Toffoli!

http://www.oantagonista.com/posts/102-milhoes-de-reais-do-pt-bloqueados
Herculano
05/07/2016 14:37
AS PIRUETAS DE CARDOZO, por Kim Kataguiri, coordenador do Movimento Brasil Livre, no jornal Folha de S. Paulo

Na entrevista que concedeu a esta Folha nesta segunda (4), José Eduardo Cardozo demonstrou ser uma versão bem articulada e mais ensaboada de Dilma Rousseff. A pose de quem parece saber do que está falando e as frases com sujeito e predicado até ajudam, mas é inevitável notar que as baboseiras são as mesmas.

Cardozo, que, nos últimos meses, bateu recorde de pedidos indeferidos pelo STF, já começou a entrevista se enrolando. De acordo com o ex-ministro, a perícia prova que não houve dolo de Dilma nos decretos de suplementação orçamentária que não foram submetidos ao Congresso. Confrontado com o fato de que não é objeto da perícia avaliar dolo, Cardozo respondeu que essa é sua interpretação e que "é impossível dizer o oposto".

Apesar da prepotência do advogado petista, é possível, sim, dizer o oposto. Mas isso não importa. E ele sabe disso. Quando os entrevistadores afirmaram que os senadores que votarão a favor do afastamento definitivo de Dilma dirão que houve culpa, Cardozo respondeu que "está claro que não houve dolo". A questão é que ela pode ser punida tanto por ação como por omissão, ou seja, não é preciso haver dolo, apenas culpa. E é por isso que o ex-ministro recorreu a esta verdadeira "pirueta retórica": se negasse a culpa, estaria mentindo descaradamente; se a admitisse, estaria condenando a sua cliente.

Quando o laudo pericial se coloca claramente contra a tese defendida por Cardozo - como o faz no caso da fraude fiscal -, o advogado opta por atacar os peritos em vez de esclarecer os fatos. "Com todo o respeito, os auditores não são juristas, apenas seguiram a opinião do Tribunal de Contas da União", disse o ex-ministro. Ora, se o laudo pericial dos auditores é válido para "provar" que não há dolo, por que o mesmo não valeria para atestar que houve fraude fiscal? Mais uma pirueta estabanada de Cardozo.

Questionado se o avanço do processo também seria resultado dos graves erros políticos e econômicos do governo Dilma, Cardozo respondeu que "o momento de decidir se houve acertos ou erro é nas eleições". Ou seja, para ele, vitória nas urnas significa carta branca para afundar o país.

O advogado petista preferiu ignorar o fato de que o impeachment não é um mero processo jurídico, mas um processo político que exige base jurídica. É um dos mecanismos que garantem que os Três Poderes sejam independentes e harmônicos. Por isso, o julgamento não acontece no STF, como seria caso se tratasse de crime comum.

Deixando o falso amor pela letra da lei de lado, Cardozo opinou sobre a influência do desempenho do governo Temer no processo de impeachment. Para ele, "a proposta do governo Temer é radicalmente contrária ao que foi aprovado nas urnas". Isso vindo de alguém que fez parte do governo que levou à frente o maior estelionato eleitoral da história da política brasileira é, no mínimo, engraçado.

Não me lembrava que cortes na saúde e na educação, inflação de dois dígitos, aumento de juros, recordes nos índices de desemprego e corrupção institucionalizada estavam entre as propostas defendidas pelo PT. Será que foi esse o tal programa aprovado nas urnas?

Apesar da pose de autoridade e da fala bonita, Cardozo é só mais um aproveitador que vive de vender interpretações distorcidas da lei e dos fatos para fazer militância política. Sempre que tem de lidar com eles, dá piruetas retóricas para fugir da situação. Cardozo está para o Direito como Dilma está para a gestão. Governo falido, defesa falida.
Herculano
05/07/2016 11:04
da série: a descoberta que a maioria dos candidatos a prefeito de Gaspar ainda não fizeram, mas todos os seus eleitores e eleitoras tem certeza que eles sabem.

A DESCOBERTA DE PAES, por Bernardo Mello Franco, para o jornal Folha de S. Paulo.

Prefeito tenta se descolar do noticiário negativo sobre o Rio

O prefeito Eduardo Paes descobriu que o governo do Rio não tem "o mínimo de comando", carece de "vergonha na cara" e faz um "trabalho terrível" na segurança. É tudo verdade, mas ele omite um detalhe: o Estado está há 13 anos sob controle do seu partido, o PMDB. A descoberta tardia tem motivo. Faltam 31 dias para a abertura da Olimpíada e três meses para a eleição municipal. Paes esperava dois cruzeiros em águas calmas, mas o vento mudou e ele agora enfrenta a ameaça de um duplo naufrágio.

O peemedebista tenta se descolar do noticiário negativo sobre o Rio. Como não é possível negar os fatos, ele passou a dividi-los em duas categorias. Numa, as boas notícias são obra da prefeitura. Noutra, os problemas são culpa do governo estadual.

A separação é fajuta e ignora mazelas 100% municipais, como o desabamento da ciclovia e a poluição da lagoa Rodrigo de Freitas, que receberá as competições de remo.

O prefeito sabe que um fiasco olímpico frustraria o plano de eleger o sucessor e alçar voos maiores em 2018. Por isso passou a criticar o descalabro no Estado como se não fosse ligado a quem o causou. A pirueta faria inveja à pequena Flávia Saraiva, esperança de ouro na ginástica.

Há outro obstáculo às ambições de Paes. Ele planejava usar a revitalização da zona portuária como principal vitrine de sua gestão. Agora o projeto, batizado de Porto Maravilha, passou a frequentar o noticiário policial da Lava Jato.

O caso envolve Eduardo Cunha, outro aliado que o prefeito preferia exilar em Maricá. Há poucos meses, o deputado se referia a Paes como seu próximo candidato à Presidência.
Herculano
05/07/2016 08:48
DE DILMA PARA CUNHA, por José Casado, para o jornal O Globo

Dilma deu a Cunha acesso ao dinheiro do FGTS. Durante quatro anos, Dilma Rousseff manteve Fábio Cleto na vice-presidência de Fundos de Governo e de Loterias da Caixa Econômica Federal. Como todos no Palácio do Planalto, a presidente sempre soube exatamente qual o papel desempenhado por Cleto no loteamento político de seu governo: ele representava os interesses privados do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Dilma herdou de Lula e manteve, em 2011, a partilha de empresas públicas entre PT, PMDB e outros aliados. Entregou o Banco da Amazônia e uma vice-presidência da Caixa ao PMDB na Câmara. Cunha preferiu a vice da Caixa. Levou o currículo de Fábio Cleto ao líder da bancada Henrique Alves (PMDB-RN). Alves, seu parceiro de empreitadas, apresentou o pedido de Cunha ao chefe da Casa Civil Antonio Palocci, que convocou o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Cleto foi nomeado.

Cunha percebeu a vice da Caixa como uma ponte para o futuro, pelo potencial de acesso a informações privilegiadas e ao dinheiro de 30 milhões de trabalhadores. A Caixa gerencia os recursos, via Conselho do Fundo de Garantia e Comitê do Fundo de Investimentos (FI) do FGTS, num ambiente de governança débil - segundo o TCU -, com decisões opacas, sem controle sobre conflitos de interesses e documentos confidenciais circulando por e-mails privados.

Cunha recebeu de Dilma uma cadeira cativa na gestão do patrimônio do Fundo de Garantia (R$ 207 bilhões em janeiro), com direito a senha para um dos maiores bancos de dados do mundo (600 milhões de contas individuais), e poder de influência, em nome da Caixa, sobre negócios do FI-FGTS com empresas privadas.

Foi um período em que R$ 21 bilhões da poupança dos trabalhadores, já dilapidada pelos padrões de baixo rendimento e indigente governança, vitaminaram o caixa de algumas poucas empresas, a maioria de capital fechado, com projetos em saneamento, petróleo, aeroportos, estaleiros, papel e celulose.

Toda terça-feira, às 7h30m, Cunha recebia Cleto em Brasília para revisar pleitos privados de acesso ao dinheiro do FGTS. Privilegiava alguns, vetava outros que interessavam aos operadores do PT de Dilma e Lula ?" relatou Cleto à Justiça. Na sequência, despachava outro de seus agentes, Lucio Bolonha Funaro, para visitar as empresas "eleitas".

O Ministério Público suspeita que o grupo de Cunha cobrou propina sobre investimentos do fundo do FGTS na Eldorado/J&F, Sete Brasil, Amazônia Energia, OAS ?"leo e Gás, LLX Açu (atual Porto do Açu), Cone Suape, Brado Logística, J. Malucelli e Viarondon.

Investigam-se também negócios da Odebrecht com um antigo representante da Central Única dos Trabalhadores no comitê do FGTS: André Luiz de Souza renunciou em 2014 sob suspeitas. O operador de Cunha permaneceu na vice da Caixa.

Em dezembro passado, 72 horas depois da abertura do impeachment na Câmara, o governo anunciou a saída de Cleto, como retaliação. Na vida real, ele sobreviveu até maio, um mês depois do afastamento de Dilma.

O operador de Cunha representou a Caixa até o último 23 de maio em decisões de investimento do FGTS no projeto "Porto Maravilha", no Rio. Dessa obra o deputado teria extraído R$ 52 milhões em propina das empreiteiras Odebrecht, OAS e Carioca-Christiani Nielsen.
Herculano
05/07/2016 08:15
O CRIME COMPENSA?, por Eliane Cantanhede, para o jornal Folha de S. Paulo

Estarrecida, a opinião pública brasileira é surpreendida, todo santo dia, com uma nova operação da Polícia Federal e detalhes nauseantes de corrupção. Num dia, assalto ao crédito consignado de servidores endividados. No outro, desvio de verbas da Lei Rouanet para casamentos luxuosos. Num terceiro, mensalinho para a madrinha da bateria de uma escola de samba e R$ 18 milhões para empresa desistir (!) de contrato. E os valores?! Ladrão de colarinho branco não é nada modesto, tudo é na casa dos R$ 70 milhões, R$ 100 milhões, R$ 370 milhões...

Por trás desses desvios "pitorescos" de dinheiro público e desses milhões surrupiados da saúde, da educação, da habitação..., há sempre um esquema envolvendo agentes públicos, empresas privadas, doleiros e, invariavelmente, políticos. Um "abismo" de corrupção, como ilustra o nome da nova operação, com foco no Centro de Pesquisa da Petrobrás.

Há um lado péssimo nisso tudo, a revelação de quão corrupto o Brasil se tornou, até bater nesse "abismo". E há um lado ótimo: nunca antes neste país as investigações foram tão longe, atingiram tantos culpados e remexeram tanto as entranhas de um poder doentio, fétido. Mas há ainda incertezas quanto às consequências. Quando um Carlinhos Cachoeira ressurge, todo sorridente, sendo mais uma vez preso, para ser solto no dia seguinte, a sensação é de indignação. Santa falta de tornozeleiras!

Em 2002, Cachoeira filmou um pedido de propina de Waldomiro Diniz, braço direito de José Dirceu no início da era Lula. Em 2012, Cachoeira caiu na Operação Monte Carlo, sobre um esquema de máquinas caça-níquel, e ficou nove meses preso. Em 2013, foi flagrado dirigindo embriagado e se safou ao pagar fiança. Em 2016, caiu de novo, agora na Operação Saqueador, sobre lavagem de R$ 370 milhões.

Foi aí que a opinião pública descobriu que, apesar de condenado a 39 anos por peculato, corrupção ativa, violação de sigilo e formação de quadrilha, Cachoeira vai muito bem, obrigada, com mulher bonita e filha bebê ?" enquanto os não delatores, como José Dirceu, amargam a dura vida na cadeia. O que ainda falta para que esse contraventor pare de rir e pague pelos crimes que cometeu, comete e continuará cometendo?

A isso se some a boa vida dos ladrões de colarinho branco que entregam os comparsas. A delação premiada é um instrumento efetivo, reconhecido e essencial nas investigações, mas, com o número de delatores chegando perto de cem, o prêmio começa a parecer excessivo. Muito roubo para pouca pena. Como mostrou a revista IstoÉ desta semana, Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobrás (atenção: nem diretor era!), fez delação, comprometeu-se a devolver US$ 100 milhões (quase R$ 400 milhões) e, assim, livrou-se da cadeia e está recolhido ao aconchego do lar, uma bela mansão com piscina, na praia de Joatinga, com uma das vistas mais lindas do Rio.

E vai por aí afora. Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, Fernando Baiano e, não tarda muito, também Sérgio Machado, roubaram, roubaram e roubaram dinheiro público, mas, como delataram os outros, são punidos com tornozeleiras e trocam celas inóspitas, macacões coloridos, banhos frios e rancho indigesto ?" destinados, por exemplo, a Roberto Jefferson ?" e vão lamentar a sorte em mansões de milhares de metros quadrados, quadras desportivas, piscinas espetaculares, vistas estonteantes. Vale a pena delatar! Vale a pena roubar?

Só falta agora o deputado afastado Eduardo Cunha delatar todo mundo, devolver um bocado de verdinhas das suas trustes na Suíça e aderir a uma tornozeleira eletrônica para curtir férias douradas num apartamento milionário, abastecido com os melhores uísques e os vinhos mais caros, com a mulher desfilando suas bolsas Prada do quarto para a sala e da sala para a cozinha. Pronto, Justiça feita!
Herculano
05/07/2016 08:10
OS OLHOS, AH, OS OLHOS, por Mário Sérgio Conti, para o jornal Folha de S. Paulo

A crise é tão vertiginosa que apreender a sua verdade parece inviável. O torvelinho destruidor pôs na roda economia e justiça, política e polícia, passado e presente. Nada fica de pé na crise, inclusive a sua análise. Qual energia desatou o furacão? Aonde vai ele?

Saíram dois livros que oferecem elementos para tatear respostas. Como o turbilhão está a mil, eles não trazem teses acabadas, e sim hipóteses. São coletâneas de artigos que, nos melhores momentos, dão o que pensar. Nos piores, repetem clichês demagógicos.

Na primeira categoria está "Por Que Gritamos Golpe?" (Boitempo, 174 págs.). No plano factual, o destaque é uma reportagem que rastreia as fontes financeiras do Movimento Brasil Livre. Marina Amaral investiga os vínculos do grupo com fundações cacifadas pelos irmãos Koch, dois bilionários americanos que insuflam grupos de extrema-direita mundo afora.

No terreno da pesquisa, o grupo capitaneado pelo professor Pablo Ortellato aplicou questionários nos protestos pró e anti-impeachment. Fez o mesmo em marchas de secundaristas e pela legalização da maconha. E chegou a descobertas contraintuitivas.

Nas duas últimas passeatas, por exemplo, os participantes eram mais jovens, tinham renda menor e repudiavam com maior vigor a política do que os das duas primeiras. Como os pró-impeachment, eles acham que o PT é corrupto. Mas, à semelhança dos manifestantes favoráveis a Dilma, pensam que os ganhos sociais na era petista foram significativos.

Há lacunas na compilação. Só Michel Löwy trata da situação internacional. Apenas Leda Paulani se demora na economia. Existe certa tendência, entre os 30 articulistas, a minimizar o papel da corrupção na derrocada da presidente.

Ou então se reclama que a caça aos corruptos se concentra no PT - o que pode ser incorreto, caso Cunha, Renan, Sarney, Aécio e intermináveis eteceteras venham de fato a ser incriminados.

Não é feita uma investigação profunda da política de Dilma depois da reeleição. Há talvez pudor em responsabilizá-la agora, quando, meio fantasmagórica, ela aguarda o veredito do Senado. No segundo livro, "A Resistência ao Golpe de 2016" (Canal 6 Editora, 425 págs.), a disposição contemporizadora fica caricata.

Na maioria dos 103 artigos, tudo é resolvido de antemão: o imperialismo americano usou os reacionários locais para golpear mulheres, negros e gays, e assim impediu que o Florão da América desabrochasse.

Dado o rebanho que ora faz mééé em torno de Temer, a afirmativa pode ter o seu sal de verdade. Mas daí a erigi-la em motor da crise, sem qualquer elemento comprobatório prévio, é história para boi dormir. E só se o boi for politicamente correto.

A caricatura aparece num ensaio que sataniza Sergio Moro. O autor tem a risível audácia de comparar o juiz paranaense ao paranoico clássico, analisado por Freud, Daniel Schreber ?"aquele que, ao comer, jurava que engolia pedaços da língua...

O bestialógico fulgura num texto que relata a saída da presidente do Planalto. Como não se lê um algo tão lancinante todo dia, vale citá-lo extensamente:

"A testa, altiva, passava a imagem dos que não desistem. Os olhos, ah, os olhos. Estavam mergulhados em um lago de lágrimas que escorriam para dentro e os deixavam mais redondos, como o globo térreo a boiar no espaço".

Com esses olhos não se vê nada. O lago de lágrimas da cafonice afoga qualquer resistência.
Herculano
05/07/2016 08:00
O GOLPE, O GOLPE, O GOLPE, por Arnaldo Jabor, para o jornal O Globo

Parte 1

Dilma e o PT continuam a bradar que está em curso um golpe contra eles. Vão berrar isso na Olimpíada, vão continuar até 2018, quando esperam eleger o Lula. Mas creio que esse demagogo narcisista encontrará seu destino antes disso.

É espantoso ver o ardor com que a "barbie" de esquerda Gleisi Hoffmann e o Lindbergh Farias, bem conhecido em Nova Iguaçu, defendem Dilma. Por que será? Para mostrar força, já que ambos são investigados na Lava-Jato? E o José Eduardo Cardozo? Ele parece estar lutando pela própria vida. Sua fidelidade canina é emocionante. Que será que ele quer? Algum sonho de poder ou é só amor?

Todos se aferram à tecnicalidade das chamadas "pedaladas fiscais", questionando-as, periciando-as, como se esse detalhe fosse a única razão para o impedimento.

Sem dúvida, foram o irrefutável crime contábil de seu governo. Mas, não só as malandragens da administração são crimes; também foram espantosos os desastres econômicos e políticos que essas práticas provocaram. Foi golpe sim quando deram as pedaladas, desrespeitando a Lei de Responsabilidade Fiscal, para fingir que as contas estavam sob controle. Mais do que aumentar o endividamento, o governo recorreu a manobras para fechar as contas públicas. A chamada contabilidade criativa incluiu, por exemplo, repasses do Tesouro ao BNDES, que não aparecem como aumento de dívida.

O verdadeiro golpista foi o PT, esse partido que nos desmanchou. O golpe começou desde o governo Lula, que abriu para o PT e aliados as portas para o presidencialismo de corrupção.

Suas ações foram tão incoerentes, tão irracionais, que explicações políticas ou econômicas não bastam. Para entender a cabeça desses elementos, temos de recorrer à psiquiatria. O diagnóstico é um sarapatel feito de estupidez ideológica, falso amor ao povo, bolivarianismo, oportunismo e a deliciosa descoberta da facilidade de roubar num país tão permissivo com os ladrões.

Foram muitos os golpes que Dilma e sua turma cometeram.

Foi golpe quando mentiram espetacularmente na campanha eleitoral dizendo que o país estava bem, quando desde 2014 já rondava a falência. A presidente assumiu o segundo mandato já sabendo que dificilmente poderia cumprir as promessas de campanha.

Foi golpe quando, em decorrência da transgressão da Lei de Responsabilidade Fiscal, os gastos públicos disfarçados provocaram o desemprego de mais de 12 milhões de trabalhadores, com a inflação subindo para mais de 10% O endividamento do setor público disparou no governo Dilma. Em 2014, o setor público gastou R$ 32,5 bilhões a mais do que arrecadou com tributos - o equivalente a 0,63% do Produto Interno Bruto (PIB), o primeiro déficit desde 2002. A dívida pública líquida subiu pela primeira vez desde 2009, de 33,6% do PIB em 2013, para 70% agora. Sua herança maldita faz a dívida pública crescer quase dois bilhões por dia.

Foi um golpe quando permitiram que nosso rombo fiscal chegasse a R$ 170 bilhões.

Foi um golpe sim quando Dilma comprou a refinaria de Pasadena por 1 bilhão e meio de dólares, 300 vezes o preço original de 43 milhões. É assustador ouvir de Dilma que ela não sabia de nada (nunca sabem nada) e que o caolhinho Cerveró a teria enrolado.
Herculano
05/07/2016 08:00
O GOLPE, O GOLPE, O GOLPE, por Arnaldo Jabor, para o jornal O Globo

Parte 2

Isso já poderia ser motivo para impedimento: ou ela fez vista grossa para as roubalheiras da Petrobras ("oh... malfeitos toleráveis para a 'revolução' petista...") ou por incompetência e negligência criminosa mesmo, ao não examinar direito, como "presidenta" do Conselho de Administração, a caríssima compra de uma refinaria lata velha. Só isso, já era motivo.

Aliás, o Cerveró reagiu às explicações de Dilma: "Ela sabia de tudo... ela mentiu e me sacaneou". A chanchada está cada vez mais vulgar.

Foi imenso o crime da destruição de nosso maior orgulho, a Petrobras, que virou um ferro velho endividado, vendendo ativos. Foi golpe.

E vêm aí mais coisas horrendas na Eletrobrás do Lobão, nos fundos de pensão, nas empresas públicas. São golpes de morte.

Foi um golpe o aparelhamento do Estado pelos petistas. Foi golpe nomear mais de 50 mil elementos para lotear o governo.

Os gargalos na infraestrutura brasileira foram ignorados, e encareceram os custos da indústria. Foi golpe o atraso em obras de infraestrutura do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e também a demora nas licitações de ferrovias, rodovias e portos. Foi golpe também financiar portos e pontes na Venezuela e em Cuba.

Mantega foi um "golpe", denunciado por todos os economistas sérios do mundo. Dilma abandonou de vez o chamado "tripé macroeconômico" de FHC em favor de uma "nova matriz" que quebrou tudo. Não demitiram Mantega porque seria admitir um fracasso, inadmissível para uma velha comuna.

Foi golpe o termo de posse que Dilma enviou para Lula em segredo, para livrá-lo da Justiça comum.

Golpes pouco lembrados são os gigantescos gastos para fazer propaganda. Uma prática vexaminosa sempre foi o dinheiro que se gastou em propaganda dos órgãos públicos para enganar a população sobre fracassos inconfessáveis.

Só em 2014, Dilma gastou mais de 2 bilhões e meio em propaganda. Em 2015, dois bilhões e trezentos. Total: seis bilhões de reais para engambelar a opinião pública em dois anos. E mais: desde o início do governo do PT foram gastos mais de 16 bilhões de reais em publicidade. Não é um golpe?

E o pior golpe é o inconcebível desrespeito às instituições do país. Dilma acusa o Supremo Tribunal, a Procuradoria Geral, o Congresso, milhões de pessoas nas ruas, de tramarem o golpe contra ela.

E mais ainda:

É um golpe feio a arrogante "presidenta" pedir sanções contra o Brasil a países vagabundos da Unasul bolivariana... A presidenta do Brasil fala mal do Brasil no mundo todo. Pode?

Isso poderia até ser o caso de infração à lei de Segurança Nacional. Lei 7.170/83.
Herculano
05/07/2016 07:54
PETISTAS QUEREM IM?"VEIS FUNCIONAIS PARA ELES, por Cláudio Humberto na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Projeto malandro, em gestação no Ministério do Planejamento, prevê a venda dos imóveis funcionais do governo federal, dando preferência aos que hoje os ocupam. A jogada permitiria a compra dos valorizados apartamentos e casas pelos militantes do PT que ainda moram neles desde os governos Lula e/ou Dilma. O projeto pretende criar exceção à lei que obriga oportunidades idênticas a todos os interessados.

CARA BOQUINHA
O alvo da ambição dos petistas são 1.490 imóveis funcionais, dos quais apenas 149 estão desocupados.

CORPORATIVISMO
A venda de imóveis funcionais não tem a oposição do ministro Dyogo de Oliveira (Planejamento), que, aliás, mora num deles desde 2013.

CARAS-DE-PAU
A ideia é vender imóveis funcionais do governo aos atuais ocupantes, com preço abaixo do mercado e juros subsidiados por bancos públicos.

ELITE DO FUNCIONALISMO
Segundo o decreto n° 980, de 1993, pode ocupar imóvel funcional servidor nos cargos DAS 4, 5, 6, Natureza Especial e Ministro.

MRE: DIPLOMATA ABANDONA POSTO EM UAGADUGU
Enfiado na embaixada do Brasil em Uagadugu, capital do Burkina Faso (que, se não é, está bem próximo do Fim do Mundo), o diplomata Pedro Paulo Hamilton não contou conversa: enfiou por debaixo da porta um bilhete para sua chefe, embaixadora Regina Célia de Oliveira Bittencourt, cujo teor poderia ser resumido em única expressão: "Fui!" E se mandou para Paris, abandonando o posto e, certamente, a carreira.

UAGADUGU PIRA
A inusitada partida de Pedro Hamilton da longínqua Uagadugu faz a delícia dos colegas, no Itamaraty. Curiosamente, ninguém o culpou.

COISA DE LOUCO
Conselheiro da carreira diplomática recebe US$11 mil por mês. Em Uagadugu, tem a chance de fazer pé-de-meia. Em Paris, gasta tudo.

DEC COMO DESTINO
Pedro Hamilton deve sofrer processo. O Itamaraty diz que "avalia as medidas administrativas cabíveis".

A FILA ANDA
A Lava Jato continua tirando o sono do ex-presidente Lula. A cada nova operação, especialmente após a prisão do ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, ele acha que será o próximo.

YES, SIR
Enquanto o Brasil se agitava com a economia e sucessivas operações contra corrupção, dias atrás, Sir Joaquim Barbosa, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, publicava reflexões, no Twitter... sobre a grave decisão do Reino Unido de abandonar a União Europeia.

TUCANOS SEM MEM?"RIA
Os tucanos esqueceram do maior legado do ex-presidente FHC: o Plano Real. Os 22 anos da vigência do plano, em 1º de julho, passaram em meio a um ruidoso silêncio.

ROND?" INVESTIGADO
Acusado de difundir mentiras sobre o Brasil, o diplomata Milton Rondó é alvo de investigação sobre eventual dano ao Erário no repasse de recursos da Coordenação-Geral de Ações Internacionais de Combate à Fome ?" que ele aparelhou em nome do PT, entre 2011 e 2016.

CRESCE APOIO
O governo Michel Temer conseguiu crescer sua base de apoio na Câmara nos dois primeiros meses, desde a posse. Em junho, o governo obteve votos favoráveis, em média, de 56,49% do total.

NEM PENSAR
Se Michel Temer apóia Cícero Almeida (PMDB) à prefeitura de Maceió, como juram os aliados do candidato, o ministro Maurício Quintella (Transportes) está fora. Ele quer a reeleição do tucano Rui Palmeira.

FALTA TUDO
A saúde no Distrito Federal anda precária. No hospital de Taguatinga, pacientes que tiveram infarto aguardam há 25 dias por cateterismo e outros, com água no pulmão, ficam 24 horas sem oxigênio.

SILENCIANDO OS CRÍTICOS
Os críticos já não torcem o nariz para Rogério Rosso (DF), como antes. Apesar da condição de deputado de primeiro mandato, já foi líder da bancada, saiu-se bem na presidência da comissão do impeachment e está prestes a ser eleito presidente-tampão da Câmara, até fevereiro.

RESPONDA RÁPIDO
Quem saiu pior na foto, após a longa conversa do ex-presidente Lula com o presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão?
Herculano
05/07/2016 07:36
ENTREGANDO OS ANÉIS, por Ricardo Balthazar, para o jornal Folha de S. Paulo

Para quem acredita que o avanço da Operação Lava Jato transformará o capitalismo brasileiro, afastando do jogo empresas que cresceram à sombra do governo e de políticos corruptos, surgiram na última semana sinais de que algo se mexe no meio empresarial.

Primeira das grandes construtoras a colaborar com as investigações, a Camargo Corrêa anunciou na sexta-feira (1º) a venda de suas ações na CPFL Energia para a chinesa State Grid. No fim do ano passado, quando pôs à venda alguns negócios para reduzir dívidas e se concentrar em áreas mais rentáveis, a Camargo Corrêa nem sequer cogitava se desfazer de sua parte na companhia de energia.

No mesmo dia, a Odebrecht anunciou a venda de suas participações em duas empresas, a concessionária responsável por uma via expressa prestes a ser inaugurada no Rio, a Transolímpica, e a que opera a Linha Amarela do metrô de São Paulo.

Desde o início do ano, a Odebrecht negocia um acordo para colaborar com as investigações em troca de alívio nas penas impostas a seus executivos. Ela vendeu as duas empresas à CCR, que administra várias concessões e cujo controle é dividido pela Camargo Corrêa com duas outras empreiteiras na mira da Lava Jato.

Por enquanto, são os barões da construção civil entregando seus anéis. No fim da semana, as investigações alcançaram a família Batista, dona da gigante de carnes JBS e de outros negócios. Um ex-diretor da Caixa Econômica Federal acusa os controladores do grupo de pagar propina em troca de um investimento na indústria de celulose Eldorado.

Os Batista anunciaram recentemente a intenção de transferir o controle da JBS para uma nova empresa, com sede no exterior e ações na Bolsa de Nova York. É cedo para saber se o cerco policial forçará o grupo a rever seus planos, mas esse é o tipo de coisa que costuma dar dor de cabeça nos Estados Unidos, onde a Odebrecht já é alvo de uma investigação do Departamento de Justiça.
Almir ILHOTA
05/07/2016 06:18
HERCULANO.

PARABÉNS por nos informar e pela leitura politica que você faz, mas o nosso entender diverge do seu, Gilberto de Souza vereador eleito pelo PP, renunciou porque não aguenta mais tanta pressão, tantas criticas que vem sofrendo de seus decepcionados eleitores em tentar defender o indefensável prefeito Daniel Bosi. Aliás Gilberto de longe foi um dos piores vereadores que ILHOTA já teve, pois em três anos e meio se licenciou duas vezes, uma delas para ser secretário de finanças de onde foi expulso e ao retornar a câmara não apresentou nenhum projeto, nenhuma indicação, não trouxe nenhum recurso pra cidade, e agora faz história em ser o primeiro vereador a renunciar seu cargo. Uma decepção só pra ele que agora vê seu partido o PP, cada vez mais próximo de se coligar com o eterno rival o PMDB, algo que talvez faça Gilberto e mais meia duzia se desfiliarem de seu partido. Tenta medir força com o ex prefeito Roberto da Silva(betinho), mas todos sabemos que betinho é um ícone dentro de seu partido, lidera os correligionários, influência no diretório, que escolherá o vice na chapa composta com o PMDB. É amigos leitores e eleitores de ILHOTA, boas e grandes noticias nos aguardam até a definição das chapas que concorreram no pleito deste ano, só esperamos que o próximo prefeito faça uma gestão muito melhor do que os que governam hoje nossa cidade, mesmo porque ser pior acredito que ninguém conseguirá.
AMILTON DE SOUZA FILHO
04/07/2016 21:48
Falece o Sr. Osvaldo, acabou sua história em Gaspar. Saiu de Santa Maria (RS), se alistou, virou paraquedista, foi pro Rio, dali prá África, participou da Guerra, lutou na guerra que os Norte Americanos iriam lutar, no final, o exército esfarrapado brasileiro, de poucos que viveram, dentre eles, o Seu Osvaldo, um querido, tinha em seu pulmão dois prójeteis alojados. Tinha História, de verdade! Sobreviveu, sua arma de guerra esta em um museu, que não anotei, nas conversas que eu o admirava, lá se sabia quantos inimigos de guerra ele derrotou, ceifou a vida de outros que queriam lhe matar. Voltou ao Brasil, chegou a lutar contra alguns que hoje nos dominam... foi de longe guerreiro, e como guerreiro sucumbiu... uma luta sem armas, silenciosa, nos deixa aqui, num momento em que devemos guerrear também cada um sabe contra quem, no exemplo do guerreiro "Osvaldo", sabemos contra quem, meu velho não foi em vão... descanse em paz como o guerreiro que sempre foi.
Herculano
04/07/2016 19:21
"A QUEM INTERESSA O DESMONTE DA DELAÇÃO?", PERGUNTA PROCURADOR DA LAVA JATO DURANTE ENTREVISTA COLETIVA

Conteúdo da revista Veja. Texto de Eduardo Gonçalves. Os procuradores da força-tarefa da Lava Jato fizeram nesta segunda-feira um discurso enfático contra as medidas legislativas que preveem alterações no instituto da delação premiada e nos acordos de leniência. Em coletiva de imprensa convocada para detalhar a 31ª fase da operação, a Abismo, deflagrada hoje, os procuradores pediram o engajamento de toda a sociedade no combate à corrupção e voltaram a fazer campanha pelas dez medidas propostas pela Ministério Público contra crimes de colarinho branco, que tramitam no Congresso, e pela reforma política.

Em sua fala, o procurador Roberson Henrique Pozzobon citou as operações Turbulência, Custo Brasil, Saqueador, Tabela Periódica e a Abismo, deflagradas nos últimos quinze dias, como exemplo da contribuição das delações às investigações e de como a corrupção está "alastrada no país". Segundo Pozzobon, os agentes políticos são, na maioria dos casos, os destinatários finais da propina e o "topo da cadeia alimentar" dos esquemas.

"Nós precisamos estar atentos para as críticas que se fazem a esses acordos de delação e leniência. Serão elas razoáveis? Qual é o pano de fundo dessas críticas? O que nós vemos hoje e o que devemos nos perguntar é: a quem interessa o desmonte do instituto do acordo de colaboração e do acordo de leniência? A quem investiga ou a quem por meio desses acordos é investigado?", indagou Pozzobon.

O procurador também pregou a união entre os órgãos de investigação e a população para evitar que a "grande corrupção" invista contra as apurações. "Essas quatro operações somadas à de hoje nos mostram de uma forma muito clara que a corrupção está alastrada no nosso país e que não há como enfrentar o crime organizado no país de forma desorganizada. Precisamos cada vez mais que o MP, a polícia, o judiciário e a sociedade formem uma grande rede de combate à corrupção", disse o procurador. "O povo brasileiro já não aguenta mais agentes políticos que flertam e se casam com a corrupção", completou.

Na coletiva, o procurador Julio Motta ainda lembrou que a corrupção não se restringe a agentes públicos, mas também envolve o setor privado. Como exemplo, citou a revelação feita na Abismo de que um consórcio de empreiteiras pagou 18 milhões de reais à WTorre para ela abandonar a licitação do Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes), no Rio. O contrato de 850 milhões de reais para erguer o Cenpes é o principal alvo desta ação da Lava Jato. "A corrupção também se alastrou no setor privado. Essa é uma cultura que precisa ser mudada, tanto no ambiente privado como no público. Isso não pode ser a regra do jogo", afirmou o procurador.
Herculano
04/07/2016 19:13
O DIA EM QUE O TERROR ME PEGOU, por Mario Sabino

No último sábado, fui com meu filho de dez anos assistir ao jogo entre Itália e Alemanha, pela Eurocopa, na fan zone do Campo de Marte, em Paris. Fica a cinco estações de metrô da minha casa. Chegamos às oito horas, com o sol de verão alto. Passamos por três revistas e, na segunda, tive de jogar no lixo um frasco de álcool em gel guardado no bolso do meu casaco. Eu adorei jogar no lixo o frasco de álcool em gel guardado no bolso do meu casaco. "A segurança está mesmo excelente", pensei.

A fan zone parisiense é um espetáculo: cinco telões de alta definição, uma grande loja de uniformes, bolas e outros souvenirs, diversões futebolísticas para crianças, uma arquibancada montada pela Coca-Cola e barracas de comida e bebida ?" tudo emoldurado pela Torre Eiffel.

Já no final do segundo tempo, perto de uma das saídas, diante do telão mais próximo da arquibancada da Coca-Cola, eu torcia para a Itália aguentar a blitzkrieg alemã, enquanto a poucos metros meu filho fazia embaixadinhas com a bola que lhe dera de presente. Absorto no jogo, demorei alguns segundos para acreditar que centenas de pessoas se atropelavam na nossa direção.

Gelei. Só podia ser um atentado. Alcancei meu filho, colei a minha mão na dele e corremos para longe da fan zone, imersos na multidão. Foi o que fizemos nos dez, quinze minutos seguintes: correr. Sem saber se nos perseguiam, cruzávamos com militares que avançavam com metralhadoras. "Todos para fora do perímetro! Todos para fora do perímetro!", ordenavam.

Só parei quando os meus 54 anos começaram a ofegar, a quase um quilômetro do Campo de Marte. Meu filho tremia, eu procurava ar, até que consegui perguntar a um policial o que havia ocorrido. "Ainda não sabemos", disse ele. Ganhei uma garrafa de água mineral.

Telefonei para a minha mulher. Ela não vira nada na televisão ou na internet. No dia seguinte, divulgaram o que ocorrera: uma escaramuça entre alemães e italianos foi confundida com um ataque terrorista. Cerca de trinta torcedores se machucaram na correria.

Entre o frasco de álcool em gel jogado no lixo durante a revista e a garrafa de água mineral oferecida pelo policial, a minha paz se liquefez. O terror não me feriu, não feriu o meu filho, mas me pegou e pegou o meu filho.

É o que eles querem.
Herculano
04/07/2016 19:10
VIDA MEDÍOCRE, Luiz Felipe Pondé, filósofo, para o jornal Folha de S.Paulo

Ouço com frequência jovens me perguntarem o que fazer para não terem uma vida medíocre. A angústia deles é verdadeira. Os jovens hoje, por detrás de toda essa "fúria" de acharem que são uma "evolução" das gerações anteriores, morrem de medo.

Esse é o sentimento básico da chamada geração Y: o medo. O mundo é mais competitivo, as pessoas, mais egoístas, as opções de escolha, maiores (o que os faz viver como se a vida estivesse na prateleira de uma promoção do freeshop), e, por isso mesmo, a chance de fracassar, muito maior. A ansiedade de errar entre tantas opções os esmaga.

Por detrás desse blablablá de que os jovens de hoje são mais corajosos para seguir seus sonhos, está a boa e velha publicidade vendendo vidas que não existem.

Sei que alguns afirmam que viver segundo o desejo é a solução. Concordo em teoria, mas o problema é que viver segundo o desejo (seja lá o que isso for) é sempre um risco porque, como nos ensinou Arthur Schopenhauer (1788-1860), o desejo pode nos humilhar de duas formas básicas: negando-nos a realização de nosso desejo ou, pior, deixando que realizemos nosso desejo, porque assim perceberemos que, ao realizarmos nosso desejo, perdemos o tesão por ele, um pouco como o velho personagem Dom Juan e seu desespero diante da perda do desejo pela mulher seduzida.

Alguns acham que para escapar da vida medíocre devemos viver uma vida estética, como se diz em filosofia. Uma vida estética é uma vida vivida pelas sensações, como dizia Soren Kierkegaard (1813-1855). Uma vida estética é bastante sedutora: sexo, bebida, jogos, comida, viagens. Mas fracassa pela mesma razão que dizia Schopenhauer: uma hora o tesão pela sensação acaba.

O dinamarquês Kierkegaard levanta outra hipótese, que é a da vida ética. Essa proposta centra o sentido da vida numa busca de vida honesta. Cuidar da família, ser fiel no casamento, ser trabalhador, pagar impostos, investir em previdência privada. O fracasso será, entretanto, muito provável: famílias traem, um dia você pode ser trocado ou trocada por alguém mais jovem e belo, empregadores demitem, injustiças abundam, impostos só aumentam e pouco se ganha em troca. A aposta na vida ética é ainda mais frustrante porque você se sentirá um pouco ingênuo ao perceber que o mundo não leva em conta os esforços para termos uma vida "reta".

Outra opção, segundo nosso dinamarquês, é aderir a uma vida religiosa numa igreja. De nada adiantará porque igrejas são poços de repressão, mentiras e hipocrisias. De volta a estaca zero.

Para Kierkegaard, toda essa busca se dá porque somos um poço de angústia. Tememos uma vida inundada em angústia, e, por isso mesmo, tentamos toda forma de fuga, para ao final tombarmos na mesma constatação: medo, desespero e angústia.

O existencialista Kierkegaard aposta num "salto na fé", livre de instituições religiosas, tipo "você e Deus". Mas, ao mesmo tempo esse "salto" implica um ato de coragem que é apostar numa vida sem medo da angústia. Toda vez que tentamos escapar dela e fracassamos, mergulhamos no desespero: perdemos a esperança de que possamos viver uma vida sem angústia e pautada por alguma garantia contra nossos medos.

Friedrich Nietzsche (1844-1900) apostava numa vida vivida a partir "dos seus próprios valores", longe do espírito de rebanho que assola a humanidade, principalmente na modernidade, essa era dos rebanhos e manadas. Richard Rorty (1931-2007) traduzia essa ideia assim: "Buscar uma vida autoral". Isso significa o seguinte: viver de forma tal que sua vida seja sua obra de arte.

De volta a questão dos jovens: como não ter uma vida medíocre? Acho difícil não ter uma vida medíocre, porque, principalmente, você acaba tendo uma vida medíocre porque quer ter uma vida segura (o que é normal querer, afinal de contas). A modernidade é um parque de mediocridade regado a busca de segurança e garantias.

Creio que a receita para termos uma vida medíocre é termos muito medo. A proposta de Nietzsche e Rorty me parece bastante sedutora. Mas, quem está preparado para não ter medo de sofrer?

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