01/05/2017
OS PELEGOS I
Ontem foi Dia do Trabalho (ou dos trabalhadores?). Os pelegos – sustentados pelo Imposto Sindical, dinheiro que tiram na marra do trabalhador todo o ano - estavam de férias. Iniciaram-na malandramente na sexta-feira, dia 28 de abril. Escrever que a “grande” e majestosa” greve geral, como rotularam é brigar com a realidade. Ela foi convocada pelos sindicatos, PT, partidos da esquerda do atraso, associação de funcionários públicos estáveis de altos vencimentos que se aposentam precocemente (tipo 45 anos) com ganhos integrais (que podem chegar a R$100 mil por mês), não permitidos a nenhuma outra classe trabalhadora. Foi apoiada pela Igreja Católica – a que fecha os olhos com o Papa Francisco à miséria e a ditadura da Venezuela e no Brasil, não paga impostos. Se foi um sucesso como insistem alguns, incluindo os jornalistas que foram catequizados nas escolas de jornalismo e se perpetuam fiéis à doutrinação, ao invés da ética profissional, podemos usar a aritmética para dar a dimensão do fracasso da greve, mobilização, adesão e do jornalismo independente.
OS PELEGOS II
O Brasil possui 17 mil sindicatos. À exceção os patronais na aberração da quantidade, usura e tetas, sobram ainda à absurda quantia de 11.500 sindicatos de trabalhadores – a maior concentração do mundo num só país. Se eles, tivessem a capacidade, causa e mobilizassem apenas mil trabalhadores cada um, teriam levado às ruas para a sua greve geral, que defendeu a volta imposto sindical, a CLT do século 20, as altas aposentadorias para políticos e servidores privilegiados, o PT outra vez no poder com Lula (a principal intenção por detrás da greve), Dilma, desemprego em massa, inflação, ladroagem, corrupção com os pesados impostos do povo, pelo menos 11,5 milhões de trabalhadores. Onde estava esta massa magnífica? Em casa desempregada, retida nas estradas, ruas, estações de trem, metrô e ônibus. Estes 11.500 sindicatos conseguiram mobilizar com o dinheiro tirado do trabalhador na marra via imposto sindical, poucos vândalos, bandidos truculentos pagos, para parar o transporte urbano e colapsar a mobilidade. Um ato de guerrilha bem calculado, bem feito, para intimidar e ganhar manchetes. Neste quesito venceram! O que por si só é um alerta do perigo.
OS PELEGOS III
Ou seja, mais uma vez a minoria, e bota minoria nisso, como foi durante todo o governo do PT e seus sócios, incluindo o PMDB, se impôs sobre a maioria. E é a esta minoria que os nossos deputados e senadores querem se subordinar ou se deleitar. Depois de eleitos pelo voto da maioria e paga nas suas mordomias por essa mesma sacrificada maioria, os parlamentares querem ficar com os pelegos, os truculentos, os vândalos, os que já tiveram oportunidade como governo e quebraram o Brasil e os brasileiros. São os mesmos políticos que estão com medo das urnas no ano que vem. Por isso, defendem o voto em lista fechada, exatamente para não serem cobrados, expurgados e condenados pelo voto popular de 2018 por esta maioria que só é chamada para votar e obrigada à pagar a conta dos rombos e depredações que fazem. Os deputados e senadores, na verdade, estavam esperando a “retumbante” repercussão da “grande” e “majestosa” greve da sexta-feira passada, para justificar a covardia que têm cometido no Congresso contra os trabalhadores e pagadores de pesados impostos. De que lado estarão a partir de agora se os próprios sindicados não conseguem sequer, cada um, mobilizar pelo menos mil para as suas causas e preferem mobilizar os políticos pela pressão organizada ou sacanagem deliberada? Wake up, Brazil!
A IGREJA CATÓLICA I
A Igreja Católica, a que permitiu e embalou a disseminação do PT com as eclesiais de base espalhadas pelos grotões do Brasil, também chamou a greve em suas paróquias e até escolas e faculdades que ela mantém pelo país, mas pagas por estudantes e pais. Nenhum direito a menos, segundo informou e justificou a CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. Então qual o direito que foi retirado do trabalhador até agora? A Igreja pode explicar aos que não são adormecidos pela fé, aos analfabetos, ignorantes, desinformados e fanáticos, quais os direitos que foram ou estão sendo diminuídos aos brasileiros ou principalmente à maioria dos pobres? Ou, a Igreja Católica quer a volta do Imposto Sindical, cobrado na marra dos trabalhadores, para os ricos pelegos dos sindicatos se até ela faz coleta espontânea nas missas e no dízimo respeitando a consciência de cada um e a suposta troca espiritual?
A IGREJA CATÓLICA II
Quais direitos estão ameaçados na Reforma da Previdência? A dos que já estão aposentados? Ou a Igreja está defendendo que as classes mais organizadas e mais abastadas dos políticos e funcionalismo público acabem em curto espaço de tempo com a aposentadoria dos 63% da iniciativa privada e que já estão aposentados e ganham o mínimo, como já acontece no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, ou como caminha celeremente, aqui em Santa Catarina? Defende gente que no serviço público se aposenta aos 45 anos, todos com salários integrais, inclusive com produtividade dos da ativa, e em alguns casos podem chegar a mais de R$100 mil por mês? Que tal a Igreja Católica no Brasil começar a pagar os pesados impostos como toda empresa e cidadão, exatamente para diminuir essa diferença e assim ter autoridade para defender o que defende? Sejamos sinceros! A Igreja Católica no Brasil está defendendo gente rica, sabida e majoritariamente ateia (esquerdistas, artistas, poetas, escritores, intelectuais, professores universitários, jornalistas...), usando os seus pobres.
A IGREJA CATÓLICA III
A Igreja Católica no Brasil da Teologia da Libertação ainda vive às sombras de um passado que se tornou história, como a Ditadura Militar, censura, a negação dos Direitos Humanos e a redemocratização do país. Não percebeu que há novas realidades, um novo mundo onde a própria Igreja revê, com certos exageros, seus dogmas. Tudo sob as bênçãos papal. Francisco, o argentino, negou-se a vir ao Brasil. Só para dar lições ao presidente Temer, favorecer a causa da greve. Um ato político mal calculado, mais uma vez, que privou exatamente os católicos de fé, que se submete à autoridade papal. Ou seja, a Igreja de Roma, rica em erros essencialmente por exercer poder, não diz no Brasil, mas o que move esse estranho posicionamento neste assunto da “greve geral”, no qual também cunhou o selo do fracasso, por mal calcular, é a influência política que ela perdeu no Estado, ao que se saiba é laico. A Igreja Católica apoiou o PT por décadas. O PT tornou-se sob o criminoso silêncio da Igreja Católica, da CNBB, das eclesiais de base, um governo corrupto, incompetente e ladrão. Com isso, a Igreja perdeu o passo, o púlpito, o evangelho e o rebanho. Não conseguiu fazer a transição e se distanciar, ao menos de forma crítica, dessa lama que está aí para quem não é cego e não tampou o nariz. Pior, a Igreja Católica deu espaço para as igrejas evangélicas pentecostais engordarem seus templos com fiéis católicos. Encastelada nas suas verdades e suposto poder, a Igreja Católica no Brasil viu ainda as evangélicas influírem no governo de Michel Temer, PMDB. Então resolveu escolher um lado. Só isso. Deus nos livre dos falsos profetas.
COMUNICAÇÃO CAOLHA
Vejam a diferença. O desgoverno de Dilma Vana Rousseff, a reboque do PT, foi marqueteiro, uma especialidade do partido com dinheiro roubado. Comunicava-se, extraordinariamente, bem. Achava-se suficiente. Ignorou, ou relegou, o diálogo com o Congresso e instituições. Deu com os burros n’água, até chegar ao impeachment. O governo de Michel Temer, PMDB, é exatamente o oposto. Por isso, vai também mal, muito mal. O deputado sindicalista pelego Paulo Pereira da Silva, SP, que fez um partido pelego para si, o Solidariedade, foi muito mais eficaz na comunicação que todo o governo Temer sobre as reformas. Apesar de estar na base de Temer, ou seja, usufruindo do governo, Paulinho da Força, defendeu com muita simplicidade e clareza os seus pontos de vista (suportadas por claras mentiras até o momento não desmentidas). E ele fez bem: é um sindicalista, um pelego e assumiu a sua causa. O PMDB, o governo e Temer é que estão errados. Só conversa, toma-lá-da-cá, não vai adiantar; os políticos já estão numa outra fase, a de apenas tomar (veja o caso do caixa dois dos políticos catarinenses). E passar a mão em dissidentes profissionais, só amplia o arco de traições. É preciso mais comunicação, direta, simples, para os analfabetos, ignorantes e desinformados. É preciso provar que os direitos deles (que é uma maioria absoluta) estão preservados, menos para as milionárias aposentadorias de poucos, poderosos, que estão esperneando e usando os pobres, os fracos como massa de manobra. O que se busca no caso das aposentadorias, tornar iguais, por baixo, os brasileiros.
O PT NO PODER JÁ DEFENDEU A REFORMA DA PREVIDÊNCIA E A TERCEIRIZAÇÃO.
DEFENDEU PORQUE SÃO NECESSÁRIAS OU RAZOÁVEIS PARA SE GOVERNAR, DAR EMPREGOS EM NOVOS TEMPOS E ASSEGURAR APOSENTADORIAS NO FUTURO AOS APOSENTADOS DE HOJE E DE AMANHÃ.
AGORA NA OPOSIÇÃO, O PT FAZ GREVE EM BUSCA DE VOTOS PARA VOLTAR AO PODER E ESQUECE O QUE PEDIU E FEZ. QUANDO NO PODER, O PT FEZ A MAIOR RECESSÃO, AUMENTOU INFLAÇÃO, PRODUZIU 13,5 MILHÕES DE DESEMPREGADOS E GOVERNOU ROUBANDO BILHÕES DOS IMPOSTOS DOS BRASILEIROS QUE FALTAM À SAÚDE, EDUCAÇÃO, ASSISTÊNCIA SOCIAL, SEGURANÇA, OBRAS...
Veja:
JORNALISMO DA RBS, ENROLA I
Já escrevi aqui, que o longo período de monopólio de negócios (jornais, tevês e rádios em polos econômicos regionais), disfarçado de jornalismo em Santa Catarina, do grupo gaúcho RBS, que se retira depois de sugar tudo quando se pastavam as vacas gordas por aqui, é o responsável pelo empobrecimento do jornalismo plural, investigativo e opinativo de crédito; e também o distanciamento da história, do comprometimento com a memória, diferenças culturais e orgulhos catarinenses regionais. A proximidade intencional e negocial da RBS com o poder estatal, impediu a exposição das mazelas administrativas e à discussão das prioridades dos governantes sobre os governados. Chegou a um ponto tal, que políticos daqui, vestidos de freiras pela comunicação da RBS, obtiveram por várias vezes, dinheiro para o caixa dois de suas campanhas eleitorais de entes privados, segundo relatos de delatores, sem entregar a isca que usaram para conseguir tal façanha. E agora, de posse da isca, usam-na como álibi para se safar perante a opinião pública e à Justiça. E parece que os que ficaram na “nova” RBS, ainda não desaprenderam a manha gaúcha.
JORNALISMO DA RBS, ENROLA II
Veja o que aconteceu na sexta-feira, o dia da “greve geral”. O jornalismo essencialmente existe para reportar, esclarecer e opinar. Não ainda na RBS TV que faz de Florianópolis, onde está a maior ocupação de funcionários públicos por metro quadrado, o centro de Santa Catarina. A pauta era excelente. Ela foi às ruas e perguntou ao povo, qual a razão da “greve geral” e o que está se reformando no Congresso, ou como (a greve e as reformas) poderiam afetar a vida daquelas pessoas entrevistadas. Ficou claro que ninguém sabia de nada. Sem exceção. O que prova que o governo de Michel Temer, PMDB, é zero em comunicação. Então, o âncora Mário Mota, resolveu, no estúdio, "entrevistar" um advogado especialista, com fatos técnicos, um monólogo distante das dúvidas das pessoas entrevistadas pela própria RBS. Enrolação. Empolação. Distância. Linguagem técnica ou rebuscada. Conversa de dois supostos entendidos. E tudo ficou obscuro como antes, para a plebe ignara.
JORNALISMO DA RBS, ENROLA III
Jornalismo, é antes de tudo, simplicidade. Entrevistaram o povo nas ruas. Eles responderam. Revelaram a ignorância sobre fatos. Então, por que um técnico, que pode ser o advogado, economista, administrador, um gestor de RH, não esclarece na lata, a dúvida, ou a afirmação errada, equivocada do povo entrevistado? Por que não se estabelece o diálogo com o próprio telespectador? Não era esse o objetivo da pauta? Ou era apenas uma cabeça para tomar tempo e chamar o estúdio? Parece proposital. Se a orientação gaúcha da RBS realmente foi embora, a escola continua intacta. A esquerda do atraso, que colocou o país no buraco, desempregou milhões e roubou bilhões (fato que influiu no faturamento e independência das empresas jornalísticas, no achatamento dos salários dos profissionais e no empobrecimento das redações), e na sexta-feira com meia dúzia parou o país, agradece a incompetência do jornalismo catarinense, que ainda monopoliza com jornais, rádios, tevês e sites regionais, tentando criar uma única identidade a pluralidade regional secular de Santa Catarina, a partir de um estúdio em Florianópolis.
A GREVE EM GASPAR I
O prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, mandou o RH da prefeitura informar oficialmente que a greve teria consequências: seria descontado o dia e não poderia haver compensações de horas. Isso foi para valer ou para jogar para a torcida? Se foi para jogar para a torcida, vai apenas contribuir para aumentar a impressão de que ele não domina e não manda no governo, a começar pelo seu PMDB. Houve quem cruzasse os braços e fosse a praça. E não foram tantos, mas não foram poucos. Agora, estão desafiando o prefeito a fazer o tal desconto. Querem a compensação, que a lei permite. Ou seja, os professores fizeram a greve, mas quem vai pagar são os alunos que não foram consultados, nem sabe a razão disso e agora precisa da reposição (ou dos arranjos para tal).
A GREVE EM GASPAR II
A greve em Gaspar, na verdade, foi um reflexo e um desabafo da malconduzida negociação salarial com o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público de Gaspar, o Sintraspug. Foi também a demonstração de insatisfação de uma classe que sempre foi a mais organizada em Gaspar, a dos professores; ela diz que não é ouvida dentro da secretaria. Foi ainda a demonstração clara de falta de liderança do governo e da secretária de Educação, Zilma Mônica Sansão Benevenutti. Ela para não se incomodar, fez jogo duplo. Sandra Hostins, sua assessora, por exemplo, sinalizou que não haveria descontos para os grevistas, depois voltou atrás. Outro fato que ficou claro na sexta-feira, é de que o PT de Pedro Celso Zuchi ainda aparelha parte ponderável das direções das escolas municipais, onde o cargo é de confiança, ao invés da competência e meritocracia. Faltou nomes ao PMDB ou é composição?
A GREVE EM GASPAR III
Resumindo: a falta de liderança do governo de Kleber permitiu que PT colocasse as manguinhas de fora. Durante os oitos anos de administração petista por aqui eles não apareceram em manifestações assemelhadas. Ao contrário: sabotavam, combatiam. Desta vez, estavam lá na praça Getúlio Vargas, defronte a prefeitura gente como José Amarildo Rampelotti, Doraci Vanz (este professor), Mariluci Deschamps Rosa, Daniel da Padaria entre outros. Quem esteve lá na praça, foi a ex-vereadora, presidente do PSDB e professora Andreia Symone Zimmermann Nagel, PSDB. Em tese, Andreia estava apoiando pautas do PT, da esquerda do atraso, da Igreja Católica e dos sindicatos. A diferença é que ela sempre esteve nesse tipo de manifestação pela classe e é próxima a atual diretoria do Sintraspug.
FACTOIDE
A deputada Ana Paula Lima, PT, foi a tribuna da Assembleia criar um factoide para aparecer e, mais uma vez. Apareceu, distraiu à imprensa, que deu espaço. E o distinto público ficou mais longe dos casos da Odebrechet. Ela rasgou uma Carteira de Trabalho fake, bem apropriado para o PT. Então, em resumo, ela afirmou que a aprovação pela Câmara, com o voto contra do seu marido Décio Neri de Lima, PT, na Reforma Trabalhista, estava se destruindo direitos e que a Carteira de Trabalho passava ser um documento sem utilidade. A deputada, não listou um só direito que foi retirado do trabalhador pela Reforma. Seletivamente, não falou também, que foi o PT, com a velha legislação, com uma política econômica errática, com ladroagem e corrupção que desempregou mais de 13,5 milhões de trabalhadores. Ou seja, foi o partido e o governo do PT de Ana Paula que verdadeiramente até aqui inutilizou milhões de Carteiras de Trabalho neste país.
Ilhota em chamas I. A exemplo de Gaspar, Ilhota também cumpre uma promessa de campanha. Está anistiando parcialmente de juros, correção e multas os devedores municipais.
Ilhota em chamas II. Segundo a própria prefeitura, “se houver adesão de 100% dos devedores no programa de anistia, o que historicamente não ocorre, mas na média até 50%, em 2017, do valor da dívida arrecadada corresponderá a R$ 2.529.092,67”.
Ilhota em chamas III. Dia onze haverá uma importante licitação em Ilhota: para o fornecimento de cafezinho ao gabinete do prefeito, secretarias e autarquia.
Ilhota em chamas IV. Na marra. Agora todos os funcionários efetivos, comissionados e temporários do município estão obrigados ao ponto eletrônico digital, aquele do dedão. A implantação só se deu devido a pressão que sofreu do Ministério Público que cuida da Moralidade Pública, na Comarca. Pelos políticos e servidores, principalmente os comissionados, essa medida seria adiada.
Manchete lateral do portal Cruzeiro do Vale: “sessão da Câmara de Vereadores de Gaspar é marcada por entrega de moções”. É preciso escrever mais? Acorda, Gaspar!
Na sessão de hoje da Câmara de Gaspar, o prefeito Kleber Edson Wan Dall, PMDB, prossegue na dança dos números do seu orçamento.
Pede e vai ter autorização para a anular e suplementar saldos de dotações orçamentárias no orçamento vigente da administração direta e da Câmara.
O site da Câmara de Gaspar que esconde projetos de resolução, traz resoluções da mesa diretora como proposições, que não atualiza tramitações dos projetos de lei, passou o final de semana e o feriado, desligado. O desafio à decisão judicial que pede clareza, é permanente.
Um exemplo de demagogia – e perigo - dos políticos com a dor e a doença alheia, mas com o dinheiro dos outros. Os deputados –e outros políticos - lideravam uma cadeia de “compra” permanente de votos ou “cativação de eleitores” via marcação de simples consultas ou com especialistas centros de referência e que antigamente se resumia, praticamente, a Florianópolis.
Furavam a fila, criavam privilégios e colégios de eleitores doentes ou parentes deles em suas bases eleitorais. Quem não tinha padrinho político, estava mais perto do sofrimento, da dor e até da morte no serviço público de saúde.
Mais. Essa “estrutura” de resultados, era sustentada pelos próprios políticos, com doações, caixa dois, verbas dos gabinetes e outras maneiras. E para completar o “kit saúde” dos políticos e candidatos, ainda se tinham as ditas casas de passagens, um avanço ao simples atendimento. O Ministério Público Estadual de Santa Catarina pôs a mão nisso e aparentemente tentou acabar com a farra.
Pois não é que essa anomalia voltou e disfarçada de lei? Agora, quem paga são os cidadãos para o gozo dos políticos. O vice-presidente da Assembleia, deputado Aldo Schneider, PMDB, (que vai ser presidente no acordo entre eles) anunciou, com orgulho, que o seu o projeto de lei 423/2011, será transformado em lei estadual.
E o que é? Trata-se de programa para a “instituição de casas de passagem aos cidadãos catarinenses que viajam aos grandes centros em busca de tratamento de saúde”.
O projeto de lei aprovado por suas excelências no Palácio Barriga-Verde havia sido vetado pelo governador Raimundo Colombo, PSD, por vários motivos, entre eles, a falta por criar despesas ao executivo, o que é proibido pela Assembleia, e por não se ter recursos no Orçamento para isso.
Os deputados, clientelistas e olhando o impacto disso para a próxima eleição, derrubaram o veto do governador e comemoraram. Zombaram de todos, inclusive do MP.
Segundo o press release da assessoria do deputado, “o projeto autoriza o governo a realizar convênios com organizações e municípios visando à implementação e manutenção dos estabelecimentos, que deverão estar localizados em regiões que possuam hospitais referência em suas especialidades”. Que beleza!
O que era uma trama particular dos políticos, ficou na conta dos cidadãos, que não possuem o básico e constitucional antes da casa de passagem como acesso a remédios, atendimento, tratamento e hospitais municipais na maioria dos pequenos municípios onde estão as bases eleitorais desses deputados.
Ou seja, a prioridade não são as verbas para os locais hospitais públicos e filantrópicos que se fecham ou que acumulam expressivas dívidas, que o inviabilizam? Ou alguém, e o deputado Aldo Schneider, que tem base por aqui, desconhece o que se passa no Hospital de Gaspar (e outros assemelhados)?
A prioridade não é a emergência local e o primeiro atendimento nos pequenos municípios, criando uma rede de prevenção e desafogo para os grandes hospitais? Não! Os deputados preferem que todos os doentes viagem ou Florianópolis, ou grandes centros como Blumenau, Joinville, Criciuma, Tubarão e Chapecó, e agora outros inventados na lei, e lá sejam atendidos.
E para complicar o que já não funciona e é difícil (atendimento hospitalar público), criam mais burocracia para vender facilidades para os seus. Segundo a lei aprovada, o “acolhimento do paciente dependerá de comprovação por atestado médico. O tratamento será efetuado mediante acesso ao SUS e que seja encaminhado pelo município de origem. Apropriado para manter os laços eleitorais.
Quer mais? Ainda segundo o projeto, o paciente terá direito a um acompanhante quando a condição de saúde ou complexidade dos exames assim o requer. Parece que finge esquecer que todos os pacientes hoje precisam de acompanhantes. Seria contemplada a cidade com mais de 60 mil habitantes e que possuam hospitais de referência.
Para o autor da PL, as dificuldades encontradas por pessoas que necessitam de tratamento fora de suas cidades são enormes e se entrega. "Observamos todos os dias em Florianópolis, por exemplo, muita gente vinda do interior do estado para fazer tratamento de saúde, exames médicos e cirurgias nos hospitais da região sem ter onde ficar, sequer conhecem alguém. E, muitas vezes, sem condições financeiras de pagar um hotel”.
Para o deputado Aldo Schneider “saúde é um ato de cidadania e é dever do poder público dar condições para que o catarinense possa ter um tratamento adequado". Também concordo. Mas, que tal tirar esse compromisso de sustentar as tais casas de passagens do duodécimo da Assembleia, diminuindo os custos de manutenção dos deputados pagas pelos cidadãos?
A Federação Catarinense dos Municípios faz movimento hoje para a derrubada do veto presidencial que muda a forma de cobrança do ISS sobre alguns serviços. Ele está na pauta da sessão conjunta de hoje do Congresso Nacional.
O projeto aprovado pelo Congresso no fim do ano passado estipulava que o ISS sobre operações com cartões, leasing e planos de saúde passaria a ser recolhido na cidade em que os serviços fossem prestados, e não mais no Município em que fica a sede da operadora do cartão, o banco ou a administração do plano de saúde.
Em 30 de dezembro, o presidente da República, Michel Temer, sancionou a Lei Complementar 157/2016, que traz ainda outras mudanças no ISS, mas vetou o artigo, importante para os municípios engordarem as suas arrecadações. Atualmente, o ISS é recolhido em poucas cidades, onde ficam as sedes administrativas das operadoras de cartões.
Ficou mais fácil de obter macadame ou piçarra para manter as estradas do interior. A Fatma publicou a portaria 63/2017. Ela dispensa de licenciamento as atividades de lavra a céu aberto por escavação, usinas de britagem e outras, destinadas, exclusivamente, à construção, manutenção e melhorias de estradas municipais, estaduais e acessos internos em áreas rurais. É bom. Mas, abre a porteira para os excessos.
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