Nas entrevistas como pré-candidato, Kleber está claramente na defensiva e se explicando para derrotar a percepção popular torta do seu governo I - Jornal Cruzeiro do Vale

Nas entrevistas como pré-candidato, Kleber está claramente na defensiva e se explicando para derrotar a percepção popular torta do seu governo I

17/08/2020


O prefeito Kleber, à esquerda, é candidato a reeleição. Uma desgastante CPI na Câmara, na foto à direita, expôs os erros operacionais e principalmente à falta de transparência do governo municipal  

Quem está ouvindo ou lendo as entrevistas dos supostos pré-candidatos a prefeito de Gaspar em 15 de novembro, está descobrindo que o prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB, além de estar lavando a alma da coluna ele está dizendo o que os leitores e leitoras já sabiam há muito tempo. Kleber – e o seu marketing - começou a temporada de explicações ao invés de louvações. E isso pode ser ruim para ele.

Na verdade, Kleber e seus “çabios” estão sendo comidos pela própria esperteza marqueteira. Nela, Kleber é o garoto propaganda de si mesmo associado à ingênua ou intencional falta de transparência.

Eles - o prefeito e os que governam de fato e nas sombras, principalmente - estão sendo engolidos pela danada da percepção. Ou seja, a impressão que terceiros possuem dele e do governo como um todo e que não bate com a que ele e seus “çabios” querem que a atual administração seja avaliada pela população sobre Kleber, o governo, o MDB, a coligação...

Kleber e os seus sabem o que fizeram de errado tanto na estratégia como na tática. Foram soberbos, intransigentes, exibição em rede sociais e aplicativos de mensagens, além de perseguirem adversários e a imprensa livre.

Se está tudo perdido? Penso que não, mas está seriamente comprometido; a reeleição pode ser mais trabalhosa do que se imaginava no início do governo.

Seria completamente vergonhosa, sempre escrevo, se Kleber vier a perder a reeleição com a quantidade de partidos que o cerca, cabos eleitorais pagos com os pesados impostos dos gasparenses empregados como comissionados na prefeitura, com o poder na mão eu possui, a volta da maioria na Câmara para fazer o que quer, bem como uma máquina de fazer votos há décadas à sua disposição, mesmo sendo a eleição financiada com dinheiro que deveria estar na Saúde, Educação, Assistência Social e Obras Públicas, modelo, do qual Kleber não possuiu culpa direta, mas o usa e avaliza como poucos.

SOBERBA E HUMILDADE

Querem dois exemplos – entre muitos - de soberba com tratamentos diferentes?

O raro, foi aquele que Kleber ameaçou os próprios comissionados e os servidores em cargos de comissão, via aplicativo de mensagens, para fazer massa fake e aplaudi-lo nas redes sociais.

O Sindicato com Lucimara Rosanski Silva, a telefonista, atuou firme. Escândalo. Kleber enfiou a viola no saco, vestiu a sandálias da humildade, reconheceu o exagero que podia dar até violações que o levasse a cassação, não quis saber de polêmica, foi à Câmara e pediu desculpas públicas.

Ou seja, com um gesto pensado, político e simples, cortou o mal pela raiz e o barco seguiu adiante. Fez isso porque estava em desvantagem numérica na Câmara. O tempo se encarregou do sepultamento do episódio, apesar de algumas cicatrizes que ficaram decorrente dele.

O outro exemplo resultou numa CPI: a da drenagem da Frei Solano. E por que ela chegou a ser uma CPI?

Porque se fez coisa errada na gestão de Kleber. Porque ele – mas principalmente os seus “çabios” - decidiram esticar a corda logo neste caso cabeludo e não quis corrigir o errado. Porque se sonegou informações desafiando a independência da Câmara e dos vereadores na função de fiscais do Executivo – e só porque eram da dita oposição. Porque se desafiou até a ordens judiciais. Porque ao final, teve que se usar do Regimento Interno da Câmara para jogar tudo para debaixo do tapete e o relatório final ser o mais ameno possível contra Kleber e os seus.

O governo Kleber e seus “çabios” comemoraram a vitória na CPI, mas em tempos de redes sociais e aplicativos de mensagens, a cidade inteira ficou com a percepção – alguns desconfiados outros com a certeza - de que o governo Kleber esconde dela o essencial, não é transparente e faz dos seus pesados impostos, gato e sapato.

É essa a tal percepção que faz de Kleber – e muito tardiamente o prefeito de fato, o ex-chefe da campanha eleitoral dele, o presidente do MDB de Gaspar, o secretário da toda poderosa secretaria da Fazenda e Gestão Administrativa, o advogado Carlos Roberto Pereira – entrar no modo defensivo com os eleitores e eleitoras, e ao mesmo tempo, no modo agressivo com os que esclarecem esse tipo de erro estratégico e tático administrativo e político, advindos da marquetagem e da comunicação errática que comandam.

NÃO SERIA CANDIDATO

Não é à toa, que no ano passado, à Rádio 89 FM, apertado, o prefeito Kleber chegou até a declarar que não sabia se seria candidato à reeleição, quando tudo foi feito exatamente para isso, não em 2016, mas lá em 2012.

É que Kleber – de verdade - não é dono da sua própria candidatura. Ele é apenas a face de quem não tem votos, mas manda em Gaspar.

De outro modo, o MDB de Gaspar – e Kleber e os outros do partido sabem muito bem disso – não possui de verdade ninguém da confiança no grupo que manda atualmente no poder de plantão para substitui-lo, ser empático com os eleitores e vencer um pleito.

Então, Kleber sempre foi e sempre será candidato a reeleição até porque ele quer, afinal nunca foi além de político na sua vida. E sem opções, depois de desdenhar uma possível candidatura capaz de confrontá-lo, Kleber, orientado, entrou no modo defensivo, da paz e amor. Acorda, Gaspar!

Nas entrevistas como pré-candidato, Kleber está claramente na defensiva e se explicando para derrotar a percepção popular torta do seu governo II

Dos R$ 206 milhões que pode tomar de empréstimo, Kleber em quase quatro anos de governo pegou R$60 milhões emprestados e efetivamente até agora, segundo ele, gastou R$40 milhões, algo muito próximo do que custou a ponte do Vale feita por Zuchi sem dinheiro de empréstimos ou dos impostos dos gasparenses. 

Quais são os principais pontos que Kleber Edson Wan Dall, MDB, defende ou se explica nas suas entrevistas com raras perguntas que lhe incomodem?

O primeiro e que revela o medo de uma improvável reeleição, que se nega, mas está no subconsciente dele e de seus “çabios”: o adiamento das eleições deste ano. Ele troca a reeleição pela prorrogação de dois anos do mandato.

Ora, quem não tem medo das urnas em 15 de novembro não deveria estar defendendo esta tese de prorrogação dos mandatos sob o manto da economia, da pandemia e outras desculpas esfarrapadas. As eleições, com a sua reeleição, são o referendo da sua própria gestão e um cala boca definitivo a todos que o criticam. Simples assim!

O segundo é de que quanto mais candidaturas houver, para ele é melhor. É? De contas o governo entende bem e os supostos adversários de Kleber, pelo jeito, ainda não.

E por que disso? Com o eleitorado dividido em seis, cinco ou até quatro candidaturas, Kleber e os seus vencerão de braçadas. E por que? Possuem a máquina e o governo nas mãos. É clássico! Entretanto, se vingar o que aconteceu nas urnas em outubro de 2018 (Bolsonaro e Moisés entre outros, incluindo os deputados), essa tese antiga e sacramentada na política e entre os marqueteiros da área, está ameaçada. Kleber e os seus “çabios” sabem disso e daí a mudança de postura em relação as eleições de 15 de novembro.

O terceiro. O candidato que Kleber – e seus “çabios” quer como adversário é o três vezes ex-prefeito Pedro Celso Zuchi ou alguém do PT. Kleber e o MDB já tem o discurso pronto desde que ganhou em 2016. Apontará para a lama do PT. É o roto falando do amassado, mas é um caminho. E Kleber insiste: “fizemos em três anos mais que em 12 anos do PT”.

Se não cuidar, Kleber, MDB, seus agregados e “çabios” podem quebrar a cara. É só o PT mirar para as dúvidas dos três anos de Kleber numa artilharia suicida. Até tudo ser explicado, neste tiro curto que são as eleições, elas já teriam passado. E aí e ver quem teve vantagem com o tiroteio.

O quarto. Kleber abriu uma nova frente e que não estava no radar, para justificar o suposto futuro fracasso ou então para entrar no modo vítima. É a pandemia. Ela realmente dividiu a cidade, inclusive, naquilo que não é justo para ele no meu entender: o ideológico.

Contudo, isso aconteceu em quase todo lugar e em maior proporção, quando não houve comunicação e liderança dos prefeitos ou governadores. É o caso de Gaspar. Então a culpa se houver é de Kleber e os seu “çabios” que tropeçaram nas próprias pernas neste assunto e estão tentando calar quem toque neste ponto nevrálgico, inclusive contra esta coluna. Vergonha.

O quinto é que Kleber e os seus piscaram de fato.

Acordaram muito tarde para uma realidade que está incrustada no inconsciente dos gasparenses: a cara e ampla máquina de empregar cabos eleitorais como comissionados e cargos de confiança na prefeitura de Gaspar, isto sem falar no seu alto salário de R$27.356,69 que ficou intacto durante a crise econômica da pandemia diante do desemprego, da quebradeira e negócios comprometidos de seus apoiadores, eleitores e eleitoras.

Essa máquina é tema quase unânime dos adversários – só não poderá ser do PT -, os quais prometem corrigir esta distorção se eleitos. Ela é uma realidade e contra ela, há pouco o que se explicar.

E em sexto, Kleber está se explicando.

1. Sobre os financiamentos que podem ser tomados ao limite de R$206 milhões, Kleber diz que tudo foi aprovado pelos vereadores. Ou seja, acaba de transferir a responsabilidade. O que Kleber não explica, é como conseguiu isso, rápido e sob pressão. Culpava vereadores que pediam explicações de atrasar a vida da cidade -, inclusive mobilizou terceiros para pressionar a aprovação dos empréstimos, na Câmara.

2. Agora, pelo relato de viva voz dele, desses R$206 milhões e não R$150 como sempre se pontuava, foram tomados apenas R$60 milhões e efetivamente usados até agora, só R$40 milhões, ou seja, menos do que custou a ponte do Vale, feita por Zuchi e que não usou financiamento e nem dinheiro dos gasparenses. Resumindo, quanto mais explica, mais se complica.

3. Para as obras prometidas e que estão inacabadas, que não vão ficar prontas até o fim do seu primeiro mandato, Kleber já tem a desculpa pronta na ponta da língua: a pandemia. É, mais uma vez, esfarrapada. É só comparar, por exemplo, com menos de dois anos de Jair Messias Bolsonaro, sem partido, na BR-470, onde a pandemia não foi desculpa para ele fazer mais do que doze anos do PT (Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Vana Rousseff) e quase três do MDB de Michel Temer.

4. Outra das explicações que não convencem porque só justificam o erro das prioridades. Segundo Kleber, quando ele assumiu, a Folha de Pagamento dos funcionários efetivos e comissionados representava 49% da receita; hoje pouco mais de 45%. Ou seja, Kleber está dizendo que houve espaços para o inchamento porque a receita aumentou e não para rentabilização, a produtividade e aumento dos investimentos em outras frentes em favor da cidade e dos cidadãos. Tudo isso, ele trocou pelo empreguismo político e desqualificado.

5. Pior mesmo é ler e ouvir de que o crescimento de Gaspar se deu por aumento de novas empresas – 123 novos CNPJ em julho em plena pandemia - como se isso fosse algo do trabalho da prefeitura. Para comparar, em Blumenau, em junho e com restrições de atendimento foram expedidos 408 novos alvarás e que aumentou ainda mais em julho. E o governador Carlos Moisés da Silva, PSL, na mesma toada, comemorou 33.480 novas empresas.

6. Na verdade, o quadro mostra um outro lado perverso da crise econômica provocada pela pandemia. Os desempregados formais ou os que não conseguem mais se inserir formalidade a não ser como Pessoas Jurídicas individuais ou micro, emprestando e vendendo conhecimentos, ou até empreendendo. Só isso. Sobre a Havan, fechada há dois anos, nem um pio.

7. Sobre a falta de vagas nas creches, a falta de contraturno ou turno integral nas escolas, o desastre da política de assistência social nada se fala, porque não se pergunta. Assim como os contratos emergenciais para o transporte coletivo, coleta de lixo, guarda de carros apreendidos...

Como se vê, Kleber está se explicando. E isso o deixa exposto. E ele sabe disso, seus “çabios”, tardiamente, também. E quanto mais perseguem, mais fracos ficam. E sob o manto do silêncio de quem está querendo dar o troco como vingança. Acorda, Gaspar!

O PT define hoje o seu futuro em Gaspar

Sem alternativas, Pedro Celso Zuchi deve ser a escolha óbvia dos que querem ao menos manter uma bancada de três vereadores


O ex-prefeito Zuchi (à esquerda) deve ser o consenso do diretório do PT, a vice será uma mulher e Mariluci (ao centro) leva vantagem. A renovação com João Pedro Sansão (à direita) ficará neste jogo, adiada

Esta segunda-feira é dia de reunião do Diretório do PT de Gaspar. É o único partido que não colocou formalmente o seu pré-candidato na praça, embora todos saibam que restam poucas alternativas além do ex-prefeito Pedro Celso Zuchi. Ele já concorreu quatro vezes e venceu em três delas. Se escolhido, vai colocar a sua biografia à prova, aos 67 anos.

O que reflete isto? Que o PT de Gaspar, como o âmbito regional, estadual e o nacional, não se renovou. E adia esse movimento, esperando por um milagre ou para se enterrar ainda mais.

Quem torce por Zuchi ser o candidato do PT? O MDB e os “çabios” que cercam o prefeito Kleber Edson Wan Dall. Eles têm o discurso pronto há muito tempo. Querem fazer dele o mal da terra e o único adversário a ser batido em 15 de novembro.

Querem com isso, impedir à terceira via e fazer do próprio MDB e Kleber, a tábua de salvação da cidade contra o “malvado”, “incompetente”, “empregador” e “pouco transparente” PT. E vão desenterrar as minhas colunas para isso, as mesmas que deram discurso e vitórias ao MDB, o mesmo que quer me calar e pelos mesmos motivos. Nada como um dia após o outro, no adágio que diz: o tempo é o senhor da razão.

Precisam combinar esse discurso, mais uma vez, com os russos. Porque neste momento, Kleber e sua penca de partidos pendurados na prefeitura – incluindo o socialista PDT que estava no governo de Zuchi - é o roto e o PT, o amassado. Então são farinhas do mesmo saco, mas embaladas de formas diferentes.

Ambos sabem disso. Tanto que torcem para um número maior candidatos. Aliás, foram as múltiplas candidaturas que levaram Zuchi ao primeiro mandato para catapulta-lo a mais outros dois posteriormente quando o MDB se meteu na história com Adilson Luiz Schmitt e deu no que deu.

No outro extremo, todos estão desconfiados da tal terceira via. Duvida-se que ela aglutine o conservadorismo e os que não toleram o jeito do MDB, PP e PT administrem a cidade, num processo que dura mais de 30 anos e que no cardápio dessas gestões, está à exclusão, a perseguição e à falta de transparência.

Até agora, a terceira via não apareceu como algo lógico e possível. Está dividida. Está brigando entre si por vaidades e não por projetos e mudanças. Mas, isso é papo para outra coluna.

TUDO OU NADA

Zuchi é a chance do PT permanecer aceso em Gaspar, de salvar os padrinhos Décio Neri e Ana Paula de Lima, mesmo que o PT não vença. E por que? Zuchi poderá ajudar a puxar votos para a nominata de vereadores. Hoje são três titulares. Sem Zuchi, avalia-se, o risco real é até de não ter nenhum eleito em novembro.

Zuchi quer uma mulher de vice. Isso fecha a porta para os atuais vereadores Dionísio Luiz Bertoldi e Rui Carlos Deschamps, que diz que nem concorrerá à reeleição de vereador.

Dessa forma, abre-se espaços para berçarista Mariluci Deschamps Rosa. Ela já foi vice nos dois últimos mandatos de Zuchi e está vereadora. A primeira vice de Zuchi também foi uma mulher: Albertina Maria dos Santos Deschamps. Ela, aliás, foi a primeira mulher a assumir oficialmente o cargo de prefeita de Gaspar, nas licenças de Zuchi.

Voltando. Sem Rui e Mariluci, dois puxadores de votos, a proporcional também se enfraquece. Um petista de carteirinha me diz sobre a vice de Zuchi ser mulher e sem expressão: “O que puxa votos, é o cabeça”.

Nos dias de hoje e em Gaspar, não é bem assim. Tanto que os “çabios” de Kleber estão rifando o atual vice Luiz Carlos Spengler Filho, numa briga sem precedentes com o PP, para ter Marcelo de Souza Brick, PSD, e que supostamente faria mais transferência de votos para a chapa de Kleber na busca da reeleição. Então...

O que fazer para a estrela do PT brilhar de novo em Gaspar? A possibilidade estaria num projeto de renovação com colheitas a médio prazo. Apostar numa nova geração que não se bandeou para o conservadorismo populista.

E o PT de Gaspar possui um nome para isso: é João Pedro Sansão. Entretanto, para isso, o PT teria que considerar o jogo desse ano perdido. E para não se arriscar neste ano e nos outros, o PT de Gaspar vai levar Sansão a vereador. E se ele for bem-sucedido na área profissional (advocacia focada nos tribunais superiores), descobrirá que a política é um problema para ampliar suas ambições.

O próprio Sansão não é um entusiasta dessa ideia e ele faz parte do próprio dilema do partido no curto prazo por aqui.

Porque no médio prazo o PT faz duas apostas: a volta dele ao poder, ou então a reeleição de Kleber ampliando o desgaste para abrir a porteira em 2024 ao PT nos votos que são hoje de Kleber. A eleição de uma terceira via neste ano, por outro lado, se valer o histórico, colocaria de qualquer forma o MDB novamente forte na disputa em 2024 e deixaria tudo mais complicado para o PT. Acorda, Gaspar!

O governador Carlos Moisés está encurralado pelos da ‘velha política’, exatamente porque ele não fez a ‘nova política’ referendada nas urnas


Quando puderam encaixar a vice Daniela (à esquerda) com o governador Moisés (ao centro), o impeachment ganhou corpo e foi aceito pelo presidente da Assembleia Júlio Garcia, PSD (à direita) 

É atribuída ao político conservador alemão Otto Von Bismark (1815/98) a frade de que “a política é a arte do possível”. Ele acentua: “Toda a vida é política”. Uau!

Contudo, foi o economista keynesiano, o canadense John Kenneth Galbraith (1908/2006) que melhor a explicou: “a política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso“. Por não conhecer o ensinamento de ambos e de muitos outros experientes, é que o governador catarinense Carlos Moisés da Silva, PSL, vai ter que reescrever à sua própria frase no impeachment em que está metido na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Resumindo tudo: Carlos Moisés precisa agora e urgentemente, no mínimo de 14 votos dos 40 deputados estaduais para se livrar da admissibilidade deste e outros impeachments, os quais, alguns deles, por birra e protagonismo, viraram rotina na Alesc, mídia tradicional, redes sociais e aplicativos de mensagens nos últimos dias e horas.

Se o governador Carlos Moisés não possuir esses 14 votos para espantar os espertos, oportunistas e os saudosistas que sempre estiveram de uma ou outra forma no poder, pode fechar a quitanda e se recolher definitivamente à reserva bem remunerada, onde está como tenente coronel do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina. Será página virada na política Barriga-Verde, para ficar no ambiente histórico da farda.

Os necessários mínimos 14 votos serão estratégicos até para Carlos Moisés ganhar fôlego em outra frente onde tentam pegá-lo: a CPI. Se demonstrar articulação e proteção mínima, Carlos Moisés mandará sinais claros e poderá “indicar” o boi-de-piranha desses erros operacionais e dúvidas administrativas que a CPI tenta esclarecer e punir.

Aliás, aos que cobravam mais efetividade como governador, Carlos Moisés desdenhava e sempre os lembrava que estava sossegado de “pijama”, em casa, curtindo a precoce “aposentadoria”. Tiram-no daquele “seu sossego” familiar e de amigos. Para o governador, só por isso, tudo tinha que ser no seu tempo e seu jeito.

Está descobrindo tarde demais que o buraco é mais embaixo, há um incêndio, e quem se escalou para apaga-lo não só não possui as técnicas e diz que como voluntário apaga quando e como quer. Vai ser queimado ou culpado.

Eu por exemplo, não quero concorrer a nenhum cargo eletivo. E nem vou colocar o meu nome à disposição só para ver o que acontece, pelo simples fato de que tudo pode acontecer, até vencer e ter que trabalhar naquilo que não gosto, não quero ou não sei fazer. Simples assim!

O TEMPO E O JEITO DE CARLOS MOISÉS

O tempo está provando – mais uma vez – para Carlos Moisés que na política, o tempo é de quem ocupa os espaços; lê o futuro e presente sobre e contra as manhas dos adversários; e com alguma maestria, ou sabedoria produz resultados aos objetivos como o de governar para os cidadãos e cidadãs. Estão faltando ambas a Carlos Moisés e aos que ele escolheu, a dedo, para servi-lo.

A maciça votação dos catarinenses em Carlos Moisés foi por mudanças, não foi para ele não fazer política. Carlos Moisés, entendeu mal, certamente, o recado das urnas.

Carlos Moisés, deveria antes ter lido Galbraith. Também deveria ter feito distinção entre comandar e governar e se informado melhor sobre as teses do florentino Nicolau Maquiavel (1.469/1527). É clássico. Nele se detalha as duas formas de governo sob principado, ou seja, com a espada, o comando, a centralização ou à República, no jogo político de forças e contra-forças.

Como estamos num ambiente democrático, disputado e nem sempre ético, Carlos Moisés deveria ter prestado mais atenção ao que Maquiavel nos relatou sobre a República.

Experiente como comandante – tanto que usou a expressão à exaustão na campanha política para exatamente dar sentido de que tudo podia e mudaria, Carlos Moisés desejou ser o príncipe num ambiente de República. Ou seja, estava escrito há mais de 500 anos que não daria certo. E não deu!

O resultado está aí. Nem entre os seus, Carlos Moisés foi capaz de aglutinar e comandar. Por isso, o PSL da vice, Daniela Cristina Reinehr – que ninguém a quer e o impeachment só surgiu quando se viu que ela poderia ir junto para casa com Carlos Moisés -, é um dos responsáveis pelo enfraquecimento político no sentido republicano do próprio atual governador catarinense. Impressionante!

Ora se as fortalezas do governo catarinense estão fragilizadas, os adversários não viram qualquer problema ético para invadi-las. Melhor, avaliaram e estão achando fáceis ocupa-las.

IMPEACHMENT POLÍTICO

Se por um lado o impeachment é o pior sinal de alerta para Carlos Moisés, por outro, é muito ruim à exposição desse embate para seus adversários perante à opinião pública, mesmo a que eles não morram de amores pelo governador.

Os adversários sabem que há uma forçada de barra neste jogo político brutal. Tanto que os possíveis postulantes à vaga de Carlos Moisés no voto direto – se o impeachment sair antes de 31 de dezembro -, estão providencialmente quietos ou escondidos, à espreita dos resultados na Alesc, sobras e aliança entre os velhos, para que desta vez, não haja surpresas como as de outubro de 2018.

E o hábil e experimentado deputado Júlio Garcia, PSD, de livre trânsito, um político por essência, é o operador eficaz neste processo com nomes e sobrenomes, os quais também se escondem do debate público. Nem mais, nem menos. Mas, é o jogo jogado e que Carlos Moisés se negou a jogar até agora. Exatamente por isso, está sob check mate.

Na guerra do impeachment, Carlos Moisés acaba de perder a primeira batalha jurídica no Supremo Tribunal Federal.

O impeachment não é técnico como se rotula aos afoitos, partidários e desinformados, mas é essencialmente político. Ele é ainda oportunista e beira à vergonha. O impeachment em debate e os que estão na fila, são alimentados pela matreirice de sempre aos que se revezaram na Casa Rosada, Centro Administrativo e Palácio da Agronômica por quase um século.

Entretanto, quem ofereceu a oportunidade para tudo isso? Carlos Moisés.

Se o governador resolver proteger à sua permanência no cargo pelo embate jurídico, vai apenas se desgastar, e muito, perder tempo e Santa Catarina andar para trás contra os catarinenses e à esmagadora maioria que o elegeu.

O embate é político e quem deve querer vencê-lo é Carlos Moisés e seu grupo – se é que tem. Aliás, neste momento, ele deveria estar sob a proteção de um gabinete de crise multidisciplinar. Os adversários, informalmente e pela experiência que possuem neste assunto, já estão instalados num gabinete de crise em busca do poder.

Carlos Moisés precisa apenas de 14 votos na Alesc para tampar o buraco da fortaleza que ele deixou exposto para a invasão dos oportunistas.

Estancada sangria da estocada, Carlos Moisés precisará de muita habilidade e comunicação para ao mesmo tempo em que se desnuda para a sociedade o oportunismo dos adversários, consiga ele, ao menos 21 votos, para fazer o seu governo funcionar, deslanchar e terminar o mandato. Fácil não será. Não foi nem ao tempo do hábil (e já falecido) Luiz Henrique da Silveira, MDB.

Como escreveu Galbraith “a política não é a arte do possível. Ela consiste em escolher entre o desagradável e o desastroso“. Desagradável para Moisés, ao que parece, é fazer política; e desastroso parece ser não fazer a chamada “nova política” em favor da sociedade que elegeu para isso com 71,09% dos votos válidos nas urnas.

Se Carlos Moisés não quer fazer política; não quer ser político e governador de verdade dos catarinenses, não quer mudar e formar uma nova liderança no Estado, está mais do que na hora d’ele deixar o governo, antes de se manchar com um impeachment oportunista para se tornar um mártir na narrativa ou na história política de Santa Catarina.

TRAPICHE

Tem gente do governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, que foi às redes sociais duvidar que o jornal Cruzeiro do Vale, mais antigo em circulação, é o que mais circula em Gaspar e Ilhota, que tem o portal com mais acessos e é o de maior credibilidade.

Primeiro, o interlocutor extraoficial do poder de plantão luta contra a história, os números auditáveis e as provas, isso dá bem a dimensão do seu chororô e descrédito notório. Segundo, para ele, só Kleber pode fazer propaganda de si próprio. Terceiro, se o Cruzeiro não é tão importante e influente assim na comunidade, qual a razão de tanta preocupação? A vergonha que essa gente passa ao defender as boquinhas dos seus nos ambientes públicos beira a zomba!

Sai o viaduto da Mafisa, entra o trevo ou complexo viário da Mafisa, o que dá o verdadeiro sentido à duplicação da BR-470, em Blumenau. O viaduto é uma invenção eleitoreira do PT da senadora Ideli Salvatti, em campanha para a volta do ex-prefeito e então deputado Federal, Décio Neri de Lima, ao comando de Blumenau onde esteve por dois mandatos. Ideli até trouxe o então ministro dos Transportes de Luiz Inácio Lula da Silva, PT, Alfredo Nascimento, PR, para fazer palanque sem a obra estar pronta.

Não adiantou. João Paulo Kleinübing, PFL, foi reeleito em 2008 com 63,67% dos votos válidos e o viaduto, ao longo dos anos, provou ser uma aberração de engenharia rodoviária patrocinada por políticos atrás de votos fáceis. Ele apenas favoreceu parte dos moradores da Itoupava Central, mas, por outro lado, atrapalhou o trânsito da BR 470, trouxe insegurança aos que passavam por lá e retirou o sentido da duplicação da rodovia. Um exemplo de desperdício de tempo dos políticos com o dinheiro dos pesados impostos de todos.

Sem festas – por enquanto – o complexo viário da Mafisa é aberto hoje para se experimentar as soluções e se ver o quanto estavam errados os políticos – e técnicos - no passado. A obra verdadeiramente avançou em tempo recorde para os padrões governamentais, sem registro de dúvidas quanto foi feito e gasto lá.

Esse trevo é mais uma marca do tocador de obras de infraestrutura no Brasil, ministro do Transporte, o engenheiro militar Tarcísio Gomes de Freitas. O presidente Jair Messias Bolsonaro, sem partido, até prometeu vir hoje para a abertura do trânsito, mas cancelou. Iria atrapalhar. É melhor marcar para um domingo ou feriado.

A NSC Blumenau voltou ao velho esquema da RBS TV em relação a Gaspar. Desgastado pelas atitudes que tomou durante a pandemia, o governo de Kleber Edson Wan Dall, MDB, apareceu nas edições jornalísticas estaduais para anunciar as reaberturas.

Faria sentido se a mesma emissora tivesse dado o tratamento para os fechamentos e polêmicas de Gaspar. Faria sentido, se os processos de reabertura de municípios maiores como Brusque e Rio do Sul cobertos pela emissora de Blumenau tivessem tidos o mesmo tratamento. Ou ao menos, isso fosse pauta aos municípios limites como Timbó, Indaial e Pomerode, parecidos no tamanho de Gaspar, e onde o número de mortes é bem menor.

Pulga só em cachorro magro. Na imprensa se insiste que há seis pré-candidatos a prefeito em Gaspar nas próximas eleições. Eu conto quatro. E na minha conta não está Marcelo de Souza Brick, PSD. Sabe o porquê? Ele está vestido de pré-candidato a vice do atual prefeito Kleber Edson Wan Dall, MDB. E em campanha por ela e com Kleber.

Dias atrás, por exemplo, ele apareceu na reunião da comunidade da Rua Conceição, no Pocinho. Estava lá, como “representante” oficial do prefeito ao lado dos seus pares de partido. Era para apresentar o projeto de pavimentação da rua já programada pelo orçamento participativo do MDB e caçar votos.

O pré-candidato a prefeito pelo PSL de Gaspar, o funcionário público, sindicalista e ex-vereador Sérgio Luiz Batista de Almeida, PSL, anunciou em sua rede social na semana passada que o ex-prefeito Pedro Celso Zuchi, PT, tinha desistido da corrida eleitoral. O PT desmentiu. Só o tempo dirá quem está com a razão.

Sérgio erra o taco mais uma vez. Os votos do PT dificilmente irão para o PSL que se vende como conservador, liberal e de direita. O adversário de verdade do PSL e de Sérgio, é o MDB e os pendurados na estrutura da barrosa, incluindo os evangélicos – onde transita - que dizem estar “fechados” com Kleber. Na coligação que sustenta Kleber é que estão os votos que flutuam para – na surdina – migrarem à uma possível candidatura conservadora igual a dele.

O vereador Cícero Giovane Amaro, PL, funcionário público lotado no Samae, é o alvo preferencial dos governistas na Câmara. Eles até aceitam a reeleição do capeta, mas não a de Cícero. Estão expostas várias cicatrizes sem cura, mas nenhuma delas é tão doída e feia de se ver quanto o relatório da CPI da drenagem da Rua Frei Solano. Nele, os defensores de Kleber tiveram que emendar – e mandar a sujeira para debaixo do tapete - sob exposição e desgaste popular.

Amanhã é dia de sessão da Câmara de Gaspar. Será remota devido a pandemia. Mais uma vez, não estará na pauta e já divulgada, os Projetos de Resolução do vereador governista Roberto Procópio de Souza, PDT. Um corta apenas 20% do salário do vereador e só por dois meses, para dá-los em doação ao Fundo Municipal de Saúde. O outro, as diárias até o fim do ano.

Assunto proibido. A morte do menino Samuel Miranda de Oliveira, 12 anos, continua sendo um tabu para a administração de Kleber Edson Wan Dall, MDB. A coluna “Olhando a Maré” da edição impressa de sexta-feira do jornal Cruzeiro do Vale, mais uma vez, teve grande repercussão na cidade.

E nas redes sociais, os atrelados ao governo de Kleber, por pouco não me culparam pela morte do menino. Nos comentários, de outros que usam a rede pública de saúde e o Hospital de Gaspar, pode se constatar que esta é uma área frágil e que nenhuma narrativa, discurso, propaganda oficial ou processo do governo, consegue abafar ou calar na marra como querem contra usuários ou comentaristas. A má imagem está impregnada no inconsciente popular.

Querem ver mais um exemplo manco nesta área e dado pelo vereador Dionísio Luiz Bertoldi, PT, na última sessão da Câmara? Enquanto o líder do MDB, Francisco Hostins Júnior se esforçava para mostrar números de zeramento de filas e superlativos de atendimentos pela secretaria de Saúde na gestão de Kleber, Bertoldi pedia providências para a via crucis de um paciente pronto para operação de varizes.

Todos as consultas e exames foram feitos em 2019. Eles começaram em abril. Concluídos, o paciente não foi chamado no ano passado como se previa e devia. Se for, terá que fazer tudo de novo, por longo período, contra a saúde do doente, e pior: onerando mais uma vez os pagadores de pesados impostos. E teve gente do governo Kleber durante a sessão, que marotamente, quis ainda culpar a pandemia pelo atraso. Tratam todos como tolos.

Um político de verdade. Quando secretário não foi capaz de fazer uma política pública consistente aos vulneráveis da cidade, como pré-candidato a vereador está distribuindo esmolas aos necessitados e fotografando o ato para inundar as redes sociais, num triste espetáculo de falsidade. Conclusão: está pronto. É um político de verdade. Só falta ser eleito.

Um que quer ser político. Eder Muller, PL, que também disputa a pré-candidatura a vereador, escreveu sobre o mesmo assunto na sua rede social. “O pior político é aquele que usa a fragilidade, a vulnerabilidade de seres humanos, para fazer fotos constrangedoras para a campanha política antecipada. ‘Quem doa de coração, não expõe’”, exemplifica.

Aliás, Eder anda infernizando a vida dos que estão empoleirados no poder de plantão com flagrantes que rodam as redes sociais e aplicativos de mensagens. Um deles, mostra gente da Ditran depois de usar o carro da repartição, sai para comprar a Trimania, pagar as contas na Viacredi, tudo na hora do expediente.

Ele que é microempresário e rala, comenta: “que bom se a gente pudesse trabalhar numa empresa das sete as cinco horas. E lá pegar o carro da empresa, cara; ir pro banco, fazer as coisas... fazem o que querem; não tem ordem isso ai...”

Como funciona o assédio moral. Funcionário da prefeitura de Gaspar publicou – fora do horário do expediente - um comentário desta coluna na rede social dele. Recebeu um telefonema do chefe para responder pelo conteúdo, pois havia uma denúncia na Ouvidoria da prefeitura. E o poder de plantão diz não entender a razão pela qual os funcionários estão reclamando de perseguição.

Ginástica. O funcionário efetivo motorista de ambulância Sérgio Luiz Batista de Almeida pediu para suspender o gozo da licença-prêmio na prefeitura de Gaspar. Em contrapartida, ele se licenciará com remuneração para concorrer em 15 de novembro. As férias para depois, da licença.

Também estarão fora da prefeitura para fazer política e com remuneração: Dulcineia Santos, Amauri Bornhausen, Alan Luciano dos Santos, Silvio Cleffi, Katia Milene de Souza, Mari Inês Testoni Theiss, Simone Chiminelli, André Pasqual Waltrick, Santiago Martin Navia, Eva Cristina de Souza, Dalva Terezinha Friolin da Silva, Luiz Otávio Rebouças Bastiani, Doraci Vanz, Márcio Sansão, além de Cícero Giovane Amaro e Daniel Cardoso, ambos do Samae e cujos atos não tinham sido publicados no Diário Oficial dos Municípios – aquele que se esconde na internet e não tem horário para ser publicado.

Sem remuneração, foram exonerados os comissionados Simone Carime Makki Voigt, Marisa Isabel Tonet Beretta, Renato da Costa Brambillla Marquetti, Rafaelle Vancini, Inácio Florêncio Furtuoso, Norberto dos Santos, que era o diretor de obras do Distrito do Belchior, Artur Renato Millbratz, Salésio Antônio da Conceição. Ufa!

Agora é esperar as convenções para ver se todos vão ser homologados candidatos. E no dia 15 de novembro esperar o escrutínio eletrônico para ver quem tem café no bule, e quem foi pires para o cafezinho. Acorda, Gaspar!

 

Comentários

Herculano
20/08/2020 18:09
da série: máfia, famiglia, milícia e poder

PLANALTO NÃO COMENTA PEDIDO DE BOLSONARO PARA ARAS RECEBER WASSEF

O Palácio do Planalto afirmou que "não vai comentar" o fato de Jair Bolsonaro ter pedido a Augusto Aras para que Frederick Wassef fosse recebido na sede da PGR no fim de 2019.

Como Crusoé revelou, o presidente ligou para Aras e para o subprocurador-geral Adonis Callou de Araújo, solicitando que Wassef discutisse assuntos relacionados à JBS com os membros da Procuradoria-Geral da República.

O pleito foi atendido, e Wassef chegou a se encontrar com o subprocurador Araújo.

A reunião, no entanto, foi encerrada logo após Wassef admitir que não tinha procuração para falar em nome da empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Herculano
20/08/2020 16:34
OLHANDO A MARÉ INÉDITA

Já está no processo industrial a edição impressa das sextas-feiras do jornal Cruzeiro do Vale, o mais antigo, o líder em circulação e de maior credibilidade em Gaspar e Ilhota, mesmo que isso, incomode os puxa-sacos do poder de plantão em Gaspar, que usaram essa credibilidade para chegarem ao poder, e lá, querem o silêncio sobre as mazelas e erros que cometem e repetem contra a cidade, cidadãos e cidadãs.

A coluna Olhando a Maré, a que possui opinião e não não toma o caro espaço do jornal para babar gratuitamente políticos incoerentes e descumpridores de promessas públicas que fizeram quando em campanha pela eleição, vai mais uma vez tocar naquilo que está à luz de todos, menos dos políticos no poder.

Na coluna de amanhã, o tema é simples, e até certo ponto repetitivo: a insensibilidade dos políticos contra os pagadores de pesados impostos, que mesmo desempregados, salários achatados para não perdê-los, negócios comprometidos e até vendo suas empresas falirem, estão e são obrigados a sustentarem uma máquina pública inchada, eleitoral e que não moveu um mero exemplo, mesmo que simbólico, em favor dos sacrificados de sempre, o povo. Acorda, Gaspar!
Herculano
20/08/2020 16:17
6 x 0 - MAIORIA DO STF PROÍBE DOSSIÊ CONTRA ANTIFASCISTAS, por Renan Ramalho, em O Antagonista

Com o voto de Luiz Fux, o Supremo formou maioria de 6 votos entre os 11 ministros para proibir o Ministério da Justiça de coletar informações sobre opositores de Jair Bolsonaro identificados como integrantes do movimento antifascista.

Seguindo o voto da relatora, Cármen Lúcia, os ministros consideraram que houve desvio de finalidade e de poder na elaboração do dossiê - chamado por alguns de "bisbilhotice" - por levar em conta posições políticas e ideológicas.

O material contêm nomes, fotos e informações - na maior parte, dados colhidos na internet - sobre 579 servidores, na maioria policiais, que assinaram manifestos contra o governo.

"A questão não é o conteúdo, mas o procedimento adotado", disse Luiz Fux, sugerindo que o governo poderia continuar usando serviços de inteligência para monitorar críticos, sobretudo no serviço público.

Antes dele, votaram contra o dossiê Cármen Lúcia (relatora), Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Rosa Weber.

O julgamento foi suspenso para intervalo e volta ainda hoje com os votos de Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Dias Toffoli.
Miguel José Teixeira
20/08/2020 14:48
Senhores,

Para não dizerem que nada teclei sobre os valorosos Carteiros. . .

"As desventuras dos Correios vieram, sobretudo, e todos sabem disso, justamente do governo que se dizia protetor dos trabalhadores e que subiu a rampa do Planalto em janeiro de 2003 e de lá foi apeado ou enxotado em 2016."

(fonte: Correio Braziliense, hoje, coluna Visto, lido e Ouvido, sob o título "Correios, quem te viu e quem te vê")

De todos os quesitos necessários para que uma empresa possa atender com bons serviços e com bons preços em um país continental e tão desigual como o nosso, nenhum é mais importante do que qualidade, absolutamente técnica de sua gestão, que deve ser administrada dentro dos princípios de eficiência, governança corporativa, gestão de risco, entre outros critérios básicos.

Por um período até longo, para nossos padrões, os Correios conseguiram atender, com presteza e bom nível de eficiência, à demanda por envio de documentos e de encomendas em todo o país, contando, para tanto, com uma estrutura física e humana de fazer inveja a qualquer empresa privada. Com aproximadamente 100 mil funcionários concursados, sendo 57 mil carteiros, trabalhando em mais de 11 mil agências espalhadas por todo o país, esta empresa de porte gigantesco, chega a fazer mais de um milhão de entregas por dia, conseguindo a façanha de distribuir mais de 25 milhões de objetos a cada dia, cobrindo cerca de 91% de todos os municípios brasileiros.

Trata-se de uma empresa que pelo seu porte e importância para nosso país, já que controla quase 100% de todas as distribuições postais que transitam pelo Brasil, não pode, simplesmente ser jogada na bacia das almas das privatizações a todo o custo. Até porque essa foi uma empresa construída como toda estatal, com os recursos minguados de cada cidadão ao longo de décadas, sendo que sua decadência e pretensa razão para sua venda não pode ser debitada à sociedade e, sim, ao governo. Somente ao governo, ou melhor, ao desgoverno é que cabem todas as culpas pelo descaminho desta que já foi a empresa orgulho da nação, patrocinadora de grandes eventos culturais e esportivos e uma prestadora de serviço da mais alta importância.

As desventuras dos Correios vieram, sobretudo, e todos sabem disso, justamente do governo que se dizia protetor dos trabalhadores e que subiu a rampa do Planalto em janeiro de 2003 e de lá foi apeado ou enxotado em 2016. Durante esse período, os Correios, assim como outras empresas, mormente a Petrobras, foram depauperadas ao extremo, para dizer o mínimo. Na verdade, assim como aconteceu com a Petrobras, os Correios foram friamente saqueados durante todo o período petista, restando o caminho da recuperação. Durante aquele governo, a corrupção sistemática empurrou os Correios ladeira abaixo obrigando a empresa a reduzir brutalmente seus investimentos, ao mesmo tempo em que era saqueada de cima a baixo, não poupando nem mesmo o fundo de pensão dos próprios trabalhadores, que se viram obrigados a reembolsar os prejuízos deixados a todos.

Com um assalto dessa magnitude, praticado impunemente por aquele governo, a empresa perdeu nada menos do que 90% de seu patrimônio líquido. Corrupção e má gestão quebraram as pernas dos Correios, e essa não é uma afirmação leviana e panfletária, mas, sim, uma constatação feita por relatórios técnicos da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Tribunal de Contas da União (TCU) e outros órgãos de fiscalização. Infelizmente, estas constatações só vieram à tona depois que a empresa foi a pique.

Por um longo período, essas análises foram escondidas a sete chaves do grande público por razões políticas. Agora, sabe-se que nem a empresa nem tampouco o outrora bilionário fundo de pensão dos funcionários (Postalis) têm possibilidade de andar com os próprios pés. Incrível é constatar que o mesmo sindicato ( Fentect) que, no passado, fechou os olhos para a rapinagem, é o mesmo que, agora, lança os funcionários dessa empresa contra a população, incentivando uma greve extemporânea e com o final já sabido por todos.

Se é o caso de privatizar esta importante empresa, entregando-a a aventureiros endinheirados, então, pelo menos se estude a possibilidade de os Correios serem adquiridos pelos próprios empregados com os recursos que tinham em caixa e que foram surrupiados pelo Estado, sob a complacência da Justiça e de outros órgãos da administração federal.
Miguel José Teixeira
20/08/2020 14:32
Senhores,

E o trio de senadores Catarinenses, hein?

1) Dário: ausente porquê? Justifique-se!

2) Jorginho: contra o veto, portanto à favor do aumento dos servidores públicos, inclusive os municipais. Atenção prefeitos: lembrem-se disso em breve!

3) Esperidião Amim: esperar o que desse jurássico político que passou a vida inteira fazendo cortesia com o chapéu alheio!

No Senado, a Bela e Santa Catarina está acéfala.

Do Rio, que é a capital dos servidores públicos federais, 2 votaram à favor do veto.
Herculano
20/08/2020 11:48
QUEM VOTOU A FAVOR PARA QUE OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS FEDERAIS CONTINUEM GANHANDO A REPOSIÇÃO, AUMENTOS E MORDOMIAS DIANTE DA GRAVE CRISE ECONôMICA ENQUANTO OS PAGADORES D EIMPOSTOS ESTÃO DESEMPREGADOS, ACHATANDO SEUS SALÁRIOS, VIVENDO DE BICOS QUANDO POSSÍVEL, COM SEUS NEGóCIOS COMPROMETIDOS E EMPRESAS FALINDO?

Jorginho de Melo, PL.

Esperidião Amim Helou Filho, PP

Dário Berger, MDB, ausente.

Foram 42 votos a favor dos funcionários e 39 contra o governo. Então, faltaram dois votos para o governo de Jair Messias Bolsonaro, sem partido para manter o veto.

O custo disso no bolso dos brasileiros? Segundo o governo e seus técnicos, algo em torno de R$120 bilhões.

Os parlamentares, escolhidos e pagos, inclusive nas mordomias que não são poucas num escárnio sem tamanho contra o cidadão, na hora da votação defendem cinco por cento dos trabalhadores, contra 95% que sustentam todas essas mordomias.

Incrível!

Herculano
20/08/2020 11:17
Repúblicado das 10.41, com correções

IMPRUDÊNCIA, FALTA DE MANUTENÇÃO, INSEGURANÇA NO TRABALHO E HEORÍSMO VOLUNTÁRIO, QUASE LEVAM OCASIONAM UMA FATALIDADE NO SAMAE DE GASPAR

O fato aconteceu na bomba flutuante que suga a água do Rio Itajaí Açú, para a estação de Tratamento do bairro Bela Vista. E este fato envolveu, vejam só, Gilberto Goedert, que é presidente da Cipa - Comissão Interna de Prevenção a Acidentes. Ele é quem deveria dar o bom exemplo. O outro envolvido foi Márcio Pereira, ambos do Samae de Gaspar.

Com as chuvas, o nível do rio subiu um pouco, mas o suficiente para comprometer a utilidade e a performance da referida bomba flutuante.

E por que disso? Falta de manutenção planejada, monitoramento e até prevenção. Os dois cabos que a seguravam estavam rompidos e o mangote atolado no lodo do rio. Para a bomba não afundar, era preciso soltá-la do mangote, pois senão ela desceria o rio e o bairro Bela Vista, ficaria uns três dias sem água.

O que aconteceu? Operação emergência. Foram para lá os heróis Gilberto Goedert e Márcio Pereira. Gilberto, sem colete, sem saber nadar caiu na água, e na tentativa de se salvar, com a foice que tinha na mão, atingiu levemente Mário. Bafafá do abafa no Samae, na prefeitura e nos políticos do governo. E Márcio, avaliado por leigos, foi para casa. Meu Deeus!

MACUCOS

Enquanto isso, no, apesar da estiagem que se tinha até poucos dias atrás há quase um mês, jorra água por um dos "ladrões" do sistema do reservatório da localidade de Macucos.

O porquê disso? A bomba está ligada 24 horas. Um sensor resolveria isso facilmente.

Resultado? Desperdício de água, de energia o que bem demonstra a falta de planejamento, operação e comprometimento na autarquia. Acorda, Gaspar!
Herculano
20/08/2020 11:13
STEVE BANNON É PRESO NOS ESTADOS UNIDOS

Conteúdo de O Antagonista. A Fox News noticia que Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump e conselheiro informal de Jair Bolsonaro, foi preso e indiciado hoje, juntamente com outras três pessoas, nos Estados Unidos.

Ele é acusado de participar de um esquema de arrecadação de fundos para uma campanha que fraudou doadores em centenas de milhares de dólares, informou o Departamento de Justiça americano.

A campanha, "We Build the Wall", para a construção de um muro na fronteira com o México, levantou mais de 25 milhões de dólares.


"Os réus fraudaram centenas de milhares de doadores, para arrecadar milhões de dólares para financiar um muro de fronteira, sob o falso pretexto de que todo esse dinheiro seria gasto na construção. Enquanto assegurava repetidamente aos doadores que Brian Kolfage, o fundador e rosto público de We Build the Wall, não receberia um centavo, os réus montaram secretamente um esquema para repassar centenas de milhares de dólares para Kolfage, que ele usou para financiar seu estilo de vida luxuoso", disse a procuradora Audrey Strauss
Herculano
20/08/2020 10:21
BISCOITO PARA BOLSONARO

Conteúdo de O Antagonista.O Palácio do Planalto atribui a derrota de ontem no Senado a 3 "traidores", segundo Lauro Jardim:

- Izalci Lucas, que deve perder o cargo de vice-líder do governo;

- Jorginho Mello, que "vive no gabinete do presidente levando biscoito para o presidente";

- Soraya Thronicke, "que anteontem fez questão de acompanhar Bolsonaro em sua viagem a Corumbá".
Miguel José Teixeira
20/08/2020 09:23
Senhores,

1) Sai a Eletrobras permanece a "mamatabras". . .

"Governo reserva R$ 4 bi para criar estatal em privatização da Eletrobras em 2021" (Folha de S.Paulo).

Bom. . .privatiza a Eletrobrás. ?"timo.

Permanece a "mamatabras" unindo a Eletronuclear e a Itaipu. Excelente!. . . para o centrão, ávido por "boquinhas com salários e jetons multimilionários!

2) Matutando bem. . .

Aquela hipótese da 2ª turma do STF tornar o ex e futuro (por enquanto) presidiário lula em "ficha limpa" e concorrer em 2022 contra o capitão zero-zero, poderá ser o divisor das águas: o "nós" contra "êles" possibilitará o surgimento de uma 3ª via, com um projeto de governo, oferecendo aos eleitores, a real chance de abater duas lebres com uma cajadada!

Que venham lula ficha-limpa e capitão zero-zero de cocar, para termos a chance de renovar!
Herculano
20/08/2020 08:47
GOVERNO SABE QUE A REFORMA NÃO RENDE VOTOS, MAS ELA É SUA MELHOR CHANCE DE DEIXAR UM LEGADO, por Fernando Schüler, professor do Insper e curador do projeto Fronteiras do Pensamento. Foi diretor da Fundação Iberê Camargo, no jornal Folha de S. Paulo.

Previsível seria vermos o presidente pressionando o Parlamento a aprová-la, mas o que temos é o contrário

O documento lançado por um grupo de economistas, no início da semana, defendendo o teto de gastos e propondo "rebaixar o piso", ou seja, reformas capazes de preservar e aprimorar o edifício de estabilização fiscal construído pelo país nos últimos anos, deveria ser lido e relido, em Brasília.

O argumento diz que, dada a atual trajetória fiscal, a preservação do teto de gastos é insustentável. O gasto obrigatório sobe a uma taxa superior à inflação, e tornará inviável o custeio da máquina pública logo ali adiante.

O mercado já precifica o problema. O sistema político é mais lento e aprecia um exercício de autoengano. Governo à frente. É pura ilusão pensar em um programa robusto de transferência de renda e uma agenda crível de investimento público sem encarar os temas difíceis do ajuste fiscal.


O problema é o governo se decidir a enviar ao Congresso a reforma administrativa. O tema está maduro. A pandemia escancarou a desigualdade entre o mundo protegido do alto funcionalismo público e o universo precário do emprego privado, que pagou sozinho a conta da debacle econômica.

As razões da reforma são autoevidentes. O Brasil gasta 13,5% do PIB com servidores e entrega serviços públicos de baixa qualidade. Sendo seus usuários fundamentalmente os mais pobres, a ineficiência do Estado funciona como um motor das desigualdades no país.

Resolver isso supõe um longo caminho de reformas e ninguém imagina que elas serão feitas na atual gestão federal. O que se espera é que o governo tenha a coragem de dar o primeiro passo. Em duas direções.

A primeira trata do RH do governo. Revisão das carreiras públicas, redução dos salários iniciais, flexibilização dos modelos de contratação, avaliação de desempenho e possibilidade de redução de jornada e vencimentos em situações de risco fiscal.

O segundo caminho distingue funções de Estado e serviços públicos concorrenciais (que vão da saúde até a gestão de parques). Diz que o governo deve se concentrar nas tarefas de regulação e deixar à sociedade e ao mercado a execução de serviços. Enquanto isto não andar, a ideia de melhorar a qualidade da entrega pública não passará muito de retórica.

Há sinais positivos no horizonte. Sou da época em que ainda se imaginava que o governo devia administrar aeroportos por se tratar de um setor estratégico. Hoje, precisamente por se reconhecer que eles são estratégicos chegou-se à conclusão de que o governo e sua burocracia não devem administrá-los.

A reforma é politicamente viável. Previsível seria vermos o chefe do Executivo pressionando o Parlamento a fazer a reforma, mas o que temos é o contrário. Rodrigo Maia "tentando convencer" o presidente a enviar o projeto.

O governo amplia sua base no Congresso e há uma frente parlamentar robusta tratando do tema. Quem patina é o governo. Em parte por falta de convicção, em parte por saber que o assunto lhe renderá mais uma montanha de detratores e nenhum voto.

Salim Mattar escreveu que o "establishment" feito de sindicatos, políticos e fornecedores forma uma barreira às privatizações. A pergunta é: algum dia foi diferente? As corporações sempre estiveram aí e a inércia do setor público sempre foi a mesma. Apesar disso reformas importantes foram feitas no passado recente.

O atual governo iniciou dizendo que encerraria o ciclo de governos sociais-democratas e faria tudo diferente. Talvez tenha acreditado no mito de que foi fácil fazer as privatizações dos anos 1990, que os leilões da Vale ou Embraer foram um passeio, o mesmo valendo para a reforma do Estado.

É bom que tenham descoberto que as coisas são mais difíceis, no Brasil, e que talvez a reforma administrativa seja a sua melhor chance, talvez a última, de deixar um legado.

Do contrário, nossos liberais-conservadores terão que reconhecer que, mesmo no terreno que propuseram como seu, fizeram pior do que os sociais-democratas dos anos 1990, cujo legado de reformas ainda é o melhor ponto de partida para as mudanças que o país precisa fazer.?
Herculano
20/08/2020 08:41
da série: onde o governador se negou a ocupar o espaço que lhe é devido e fundamental, ele permitiu que seus adversários fizessem e os que se dizem aliados, constrangidos, fingiram que o açoite não foi também contra eles.

A CPI CUMPRIU O SEU PAPEL POLÍTICO, por Roberto Azevedo, no Making of

Não há dúvida de que a CPI dos Respiradores cumpriu ao que se propôs: encontrar uma maneira de responsabilizar o governador Carlos Moisés da Silva pelo pagamento antecipado de R$ 33 milhões por 200 respiradores junto à Veigamed, equipamentos que nunca chegaram ao Estado e que não servem para a utilização em UTIs no combate à pandemia.

Era esperado que o alvo tivesse preferência, nem que, para tanto, a CPI deixasse de acrescentar um novo fato sequer que ampliasse a investigação feita pela força-tarefa, que envolveu Ministério Público Estadual, Polícia Civil e Tribunal de Contas do Estado, que não encontraram qualquer envolvimento de Moisés.

Enquadrar agentes públicos e empresários, muitos deles oportunistas na questão, foi um dos pontos altos por apresentar provas, mas a Comissão pecou em não relacionar os fatos ao momento histórico que se vivia em meio à dispensa de licitação e pagamento antecipado, prática que se espalhou pelo mundo inteiro, embora o relator Ivan Naatz (PL) afirme que o pagamento antecipado não era o problema.

O ponto não retira o fato de que pagar antecipadamente reforça um escândalo no negócio de comprar, sem garantias, o equipamento que a Veigamed dizia ter acesso, igualmente um forte movimento de cunho criminoso que se espalhou pelo país, em estados e municípios, na oferta dos respiradores, outro ponto em que a CPI foi mais efetiva.

ESTÁ CERTO

Deputado Ivan Naatz (PL), relator da CPI acentuou que houve despreparo por parte dos servidores públicos na compra como um todo.

E o Estado agiu somente 30 dias depois do pagamento feito, quando o dinheiro já havia sido diluído em quase 300 contas privadas, o que facilitou o sumiço dos valores, dos quais somente R$ 12,6 milhões foram recuperados.

PRESSÃO

Quando a CPI remete ao procurador-geral da República o relatório final exerce também pressão para que Antonio Aras leve adiante a análise dos autos fornecidos pela força-tarefa, ou seja, manifeste-se.

A robusta peça foi parar no STJ, em Brasília, por conta da citação do nome de Moisés por Samuel de Britto Rodovalho, que depois se desmentiu.

FALTOU DEFESA

Como o governo Moisés nunca apostou na construção de uma base de apoio efetiva em nome da proposta duvidosa e falaciosa da "nova política" sob a justificativa de que não aceitaria o toma lá dá cá, perdeu por goleada, a chamada unanimidade, o resultado da CPI, já que a falta de articulação era visível na ausência de defensores escalados.

Foi o ensinamento de que nada de errado existe em compor com o parlamento, ter aliados, desde que as regras sejam claras e não signifiquem uma invasão na administração estadual.

PRIVILÉGIO

As informações da força-tarefa sobre os respiradores fundamentou a CPI, assim como a abertura do processo de impeachment pela equiparação salarial de procuradores do Executivo com os da Assembleia cria o clima ideal de pressão para se propor um novo pedido de afastamento.

O cerco para retirar Moisés do cargo faz eco na Assembleia, falta o apelo popular que nem o processo possui, tampouco a CPI o tem.


VISITAS INSTITUCIONAIS

A vice-governadora Daniela Reinehr fez uma série de visitas institucionais para apresentar a sua nova advogada, Karina Kufa, que foi designada pelo presidente Jair Bolsonaro para atuar na defesa do processo de impeachment. Na foto, Daniela e Karina conversam com o presidente do Tribunal de Contas do Estado, conselheiro Adircélio Moraes Ferreira Júnior. A vice-governadora também passou pela sede da OAB de Santa Catarina, onde conversou com o presidente da seccional, Rafael Horn. E passou pelo plenário da Assembleia. Foi saudada durante a sessão ordinária de terça (18) pelo deputado Mauro De Nadal (MDB), vice-presidente da casa, que dirigia os trabalhos, com direito a tirar foto com deputados como Sargento Lima (PSL). Kufa é uma militante da esquerda e tem papel importante na formação do Aliança Pelo Brasil, da qual é Tesoureira da direção nacional.

COMO FICA

O advogado Filipe Mello, que deixou a defesa de Daniela Reinehr, pode ter deflagrado um episódio a mais.

Filho do senador Jorginho Mello, presidente estadual do PL, apoiador do presidente Jair Bolsonaro, Filipe não conseguiu que o TJ retirasse o nome da vice-governadora do processo de impeachment, em uma de suas tentativas na corte estadual.

CADÊ?

Intimado por duas vezes a depor na CPI, o ex-controlador-geral do Estado, que chegou a ser ameaçado por deputados, quando praticaram o estilo inquisidor, a ponto de colocarem palavras na boca do professor universitário, Luiz Felipe Ferreira não entrou no relatório de conclusão da CPI.

Talvez, a fragilidade das declarações de Ferreira rendessem, durante as oitivas, mais likes e Ibope do que comprometessem a postura da Controladoria Geral no caso dos respiradores.

SAÍDA

O socorro financeiro para as escolas particulares de Santa Catarina pode estar prestes a sair da Secretaria da Fazenda do Estado.

A alternativa para minimizar os efeitos da pandemia e a ausência de aulas presenciais em 800 estabelecimentos de ensino voltados para o ensino infantil é o foco das conversas entre a líder do governo, deputada Paulinha Silva (PDT), e o secretário Paulo Eli.
Herculano
20/08/2020 08:28
A DESARTICULAÇÃO E SEUS REFLEXOS, por Cláudio Prisco Paraíso

Lido e aprovado o relatório final da CPI dos Respiradores, é preciso registrar a condução serena e equilibrada do presidente do colegiado, deputado Sargento Lima. Bem como o balanço da atuação do relator, deputado Ivan Naatz, que construiu um texto final relevante e muito bem costurado.

Por mais que em alguns momentos Naatz tenha se comportado mais como líder da oposição do que como relator, por mais excessos que possa ter cometido, antecipando que o objetivo político era alcançar o governador, é importante destacar que o texto final poderá contribuir para a evolução das investigações.

O inquérito criminal, com a citação a Moisés da Silva, já está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas a parte Civil continua no Estado. Sob o aspecto da improbidade administrativa, a bola agora está com o Ministério Público de Santa Catarina. Em Brasília, além do STJ, o Ministério Público Federal também está no circuito.

É fundamental que o relatório sirva de subsídio para futuras investigações. Até porque não é papel da CPI investigar. Tudo precisa ser muito bem apurado. O desfalque de R$ 33 milhões na compra de 200 respiradores que nunca chegaram, por pagamento antecipado, sem garantais e superfaturado, precisa redundar em punição exemplar aos responsáveis.

ROMBO

A Polícia recuperou R$ 11 milhões. E os outros R$ 22 milhões? Quem arquitetou o conluiou e executou este assalto à viúva tem que responder pelos crimes cometido, seja o menor dos servidores até o govenador, em caso de comprovação de responsabilidades.

VIÉS POLÍTICO

Agora, também é fato que a CPI teve um componente político, o que não vem a ser necessariamente um problema. Está no DNA da comissão. Neste caso, contudo, pela absoluta falta de articulação do Centro Administrativo, tivemos uma situação sui generis: os nove deputados que atuaram no colegiado são de oposição.

SEM DEFESA

Evidentemente que o relatório não poderia vir com outro tom. Não havia uma só alma para fazer o contraponto ou a defesa do governo.

Após a deflagração do processo de impeachment, Moisés da Silva e alguns assessores começaram a se mexer. Mas já era tarde. A CPI havia avançado muito. Seria até constrangedor que alguém tentasse mudar de opinião ou postura àquela altura dos acontecimentos.

FREIO DE ARRUMAÇÃO

Neste contexto, a CPI apresentou fatos novos? Não. Algum documento ou prova pra caracterizar o crime de responsabilidade por parte do govenador? Também não. Ele foi omisso? Foi. Mas isso é motivo pra cassar um mandatário eleito?

ACÚMULO

Outro aspecto que ficou confuso. Já existe um processo de impeachment em curso na Casa. Mesmo assim, apresentaram mais um. Clara demonstração do contexto político-eleitoral que permeia a política catarinense neste interminável 2020.

MAIS ELEMENTOS

Não restou provado, concretamente, que o governador sabia daquela compra específica. Mas se ficar, que seja enquadrado na forma da lei. Aí sim haveria motivos de sobra para apeá-lo do poder.

UMA DEGOLA

Por fim, neste mais recente pedido de impedimento, deixaram a vice-governadora, Daniela Reinehr, de fora. Como tem ligação direta com o escândalo dos respiradores, não poderiam incluir ela. Também por isso, é pouco provável que esta peça avance no Legislativo. Na mira dos oposicionistas está a cassação do governador e da vice.
Herculano
20/08/2020 07:53
CORONAVOUCHER PERMANENTE

Conteúdo de O Antagonista. Zeina Latif comentou o aumento da popularidade de Jair Bolsonaro, acrescentando um dado:

"É inevitável a interpretação de que o auxílio emergencial foi a principal razão para esse resultado. Maurício Moura também identificou que 80% dos beneficiários de cidades pequenas e médias do Norte e Nordeste acham que o benefício é permanente".
Herculano
20/08/2020 07:49
da série: os dogmas e crenças que nos embrutessem e nos deixam irracionais diante de realidades óbvias. No ambiente político, nada disso é diferente para um lado, quanto para o outro na condução de m rebanhos de analfabetos, ignorantes, desinformados, gente maluca, expertos e fanatizados

EXTREMISTAS DA FÉ NÃO PASSARÃO, SE DEUS QUISER, por Anna Virginia Balloussier, no jornal Folha de S. Paulo

Que Deus é esse que pediria o potencial sacrifício de uma garotinha para que continue a evoluir seu feto de cinco meses?

Com dez anos, fiquei muito triste. O menino de quem gostava, ao me ver dançar É O Tchan, fez troça da magrelinha que eu era. É esse tipo de trauma que deveria marcar uma criança.

Aos dez anos, uma menina capixaba "com cara de bebê ainda", como notaram enfermeiros, se agarrou a uma girafa de pelúcia enquanto interrompia uma gravidez. Era seu desejo e o da família. O companheiro de uma tia a estuprava desde seus seis anos, e ela, criada por avós, vendedores de coco, órfã de mãe e com o pai preso, engravidou por fim.

Ativistas "cristãos" (Cristo certamente aprovaria as aspas aqui) formaram um paredão na porta do hospital no Recife para chamar os médicos de assassinos. O aborto, neste caso, é previsto por lei.

Tentemos um exercício de empatia, palavra que não passou pela cabeça desses religiosos de araque. Para muitos, abortar equivale a assassinar. Há hipóteses, mas não consenso científico e tampouco metafísico, sobre quando uma vida começa.

Para tantos religiosos, há a certeza de que é na barriga. Abortar um feto e matar uma criança já nascida, portanto, daria na mesma. Você aceitaria aniquilar um bebê de um ano para salvar sua mãe?

O grupo pernambucano não tem o direito de se valer desse dilema. Nem a mente nem o corpo de uma criança estão aptos a uma gestação. São mais altas as taxas de eclâmpsia (convulsões), por exemplo. O risco de morte se multiplica.

Que Deus é esse que pediria o potencial sacrifício de uma garotinha para que continue a evoluir seu feto de cinco meses?

O Atlas da Violência de 2019 aponta que 68% das vítimas de estupros registrados no SUS são menores de idade. Já bastaria entrar nessa estatística para a história da capixaba ser uma tragédia.

Na alardeada intenção de salvar duas vidas, os arautos da fé tentaram destruir uma. Não passarão. Deus é mais.
Herculano
20/08/2020 07:40
SEM VOTOS, REDE 'GOVERNA' COM A AJUDA DO STF, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

O partido Rede nada de braçadas em um Supremo Tribunal Federal (STF) disposto a criar embaraços ao atual governo. Sem votos, o Rede tem só um deputado. No caso do "dossiê", que afinal não é "dossiê", segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), é a 8ª ação do Rede no STF que cancela prerrogativas do presidente, cassa atos, governa sem votos. O partido consegue tudo, anulando medidas provisórias e até nomeação de auxiliares, apesar de ações limitadas e de advogados não se mostram nem mesmo bons leitores de texto, na sustentação oral.

VALE ATÉ CAUSA RUIM

Além dessa história do "dossiê, o Rede anulou no STF a extinção do DPVAT, cartório indecoroso que enriquece alguns poucos empresários.

ELEITO NÃO GOVERNA?

O Rede também conseguiu do STF a suspensão do ato presidencial que transferia a demarcação de terras indígenas para a área de Agricultura.

PARCERIA FORTALECIDA

Outra medida do presidente, que dispensava órgão públicos de publicar editais em jornais, também foi revertida pela parceria Rede/STF.

CONSEGUE O QUE QUER

O veto à MP sobre punição de agentes públicos em ações contra covid-19 e o abusivo inquérito "contra fake news" também estão nessa conta.

APESAR DO PESSIMISMO, HÁ QUEM CRESÇA NA CRISE

Apesar das previsões catastróficas de apenas alguns meses atrás, incluindo o chute criminoso de "1 milhão de mortos no Brasil" até este mês por covid-19, a economia tem apresentado sinais importantes de recuperação, mesmo com o cenário muito desfavorável para outros setores. Apesar da pandemia, supermercados (5,4%) e farmácias e perfumarias (2,8%) devem faturar em 2020 mais que no ano de 2019.

QUEDA INEVITÁVEL

Ainda assim, das noves atividades do varejo pesquisadas pela Fecomercio-SP, sete devem encerrar o ano com baixa nas vendas.

PIOR CENÁRIO

Lojas de vestuário, tecidos e calçados lideram as perdas, com previsão de -25,2% no faturamento, em relação a 2019.

VIÉS DE ALTA

O setor de materiais de construção também deve apresentar queda no faturamento (-17,6%), mas já apresentou sinais de recuperação em julho.

PROTESTO ARMADO NÃO PODE

No julgamento do caso do "dossiê", o procurador-geral Augusto Aras lembrou que a Constituição permite a livre manifestação, mas a segurança pública e até a segurança nacional ficam ameaçadas "quando pessoas armadas se reúnem em protesto político, como o grupo "antifa".

PARA A VÍTIMA, NADA

O ministério público move ação para que uma blogueira irresponsável pague indenização de R$1,3 milhão a um "fundo", por divulgar nome e endereço da menina estuprada de 10 anos. Para a garotinha, nada.

VAI ENTENDER

O Imperial College de Londres, que perdeu credibilidade ao projetar 1 milhão de mortos por covid-19 no Brasil até agosto, agora diz que a tendência é de desaceleração de infectados e de óbitos. Desconfie.

FORTALEZA REDUZ óBITOS

Mais uma má notícia para o jornalismo de funerária: Fortaleza chega a 14ª semana com tendência de queda consistente no número de mortes por covid-19. Segundo o prefeito Roberto Cláudio a capital cearense saiu do pico de 87,6 óbitos por dia, em média, para 1,1 na última semana.

PAPO MOTOQUEIRO

Campeão de votos, o deputado estadual Capitão Contar (PSL) fez sua campanha em uma motocicleta por todo o Mato Grosso do Sul. "Cadê a moto?", gritou o motociclista Bolsonaro, ao vê-lo no aeroporto terça (18).

FUNDAMENTAL

O chanceler Ernesto Araújo reiterou apoio do Brasil à realização de eleição do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento nos próximos dias 12 e 13. O Brasil defende o banco reforçando o papel na recuperação econômica do continente em torno de valores democráticos.

OMS CHINESA

Enquanto na Inglaterra, jovem foi multada e proibida de receber visitas por três meses após festa para 100 pessoas, o festival de música em Wuhan, origem da pandemia, na China, sequer foi criticado pela OMS.

ANOTE AÍ

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou a TAM (atual Latam) a indenizar um casal em R$20 mil por danos morais, após submeter os clientes a um atraso de 12h em voo de Nova York a Belo Horizonte.

PENSANDO BEM...

...nada como uma pesquisa favorável e um leitão sobre a mesa para acalmar opositores.
Herculano
20/08/2020 07:32
BOLSONONARO FRACASSA NO PRIMEIRO GRANDE TESTE APóS ACORDO COM CENTRÃO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Apesar de servir banquete aos partidos, presidente leva um baile atrás do outro no Congresso

Antes de oferecer banquetes aos líderes do centrão, Bolsonaro gostava de culpar o Congresso pela incompetência de seu governo. Em março, quando a pandemia do coronavírus já estava nas ruas, ele reclamava da demora dos parlamentares em aprovar a ampliação do prazo das carteiras de habilitação, um objeto de obsessão presidencial.

"Até um simples projeto, mais simples impossível, como passar a validade da carteira de cinco para dez anos, está há seis meses lá dentro e não vai para frente!", queixou-se.

Desde então, Bolsonaro e seus auxiliares pararam de chamar os políticos de patifes e chantagistas. Abriram a máquina pública a novas indicações partidárias e serviram chá para seus novos amigos no Planalto. A carteira de motorista, no entanto, continua com a mesma validade.

O governo pagou pelo apoio dos partidos, mas continua levando um baile atrás do outro no Congresso. Na terça-feira (18), o Senado decidiu retirar de pauta o projeto de estimação de Bolsonaro para mudar o Código de Trânsito. Votaram contra o governo até parlamentares do PSD, que já ganhou um ministério, e do MDB, que namora o Planalto.

No dia seguinte, a derrota foi ainda mais feia. Por 42 votos a 30, os senadores derrubaram o veto do presidente ao aumento de salários de servidores envolvidos no combate ao coronavírus. Se a Câmara seguir o mesmo caminho, Bolsonaro terá que desembolsar até R$ 98 bilhões.

O presidente fracassou no primeiro teste de articulação política desde que topou dar o braço ao centrão. No mesmo pacote, o governo tentou evitar uma humilhação e aceitou que os parlamentares rejeitassem o veto de Bolsonaro ao uso obrigatório de máscaras durante a pandemia.

O balanço mostra que o presidente continua sem força para aprovar até medidas simbólicas. Na terça, o presidente da Câmara fez uma provocação sobre as propostas econômicas do Planalto. "O governo tem base para fazer isso? Isso é que precisa avaliar primeiro", disse Rodrigo Maia. O resultado parcial está aí.
Braulino Spencer
19/08/2020 17:07
Herculano

Pegando fogo no barraco, Melato e não aceita abre não da vaga de vice e diz ser ser candidato a vice de alguém, nao se sabe de quem e fecha o pau o PMDB ou MDB. O resultado foi a exoneração de Janete da Silva do Samae. Aguardem os os proximos capítulos.
Secretaria de assistência Social assediando os servidores!
19/08/2020 16:50
Secretaria de assistência social assediando seus funcionários! Já não bastava o assédio sofrido ano passado, agora a nova secretária resolveu assediar os servidores, chamando um a um, com mais três ao lado de testemunha, coagido os servidores que se opõe a péssima coordenação no serviço do Creas. Um absurdo sem tamanho, ditatorial e em tom ameaçador, usando do estatuto do servidor quando lhe é conveniente, mas esquece que o mesmo estatuto proíbe um servidor ser coordenadado por alguém que tenha relacionamento, fato que já se mostrou inúmeras vezes usado como favorecimento ao mesmo. Ah, nem café se pode mais tomar com possibilidade de recebermos advertência. Um local que trabalha com violação de direito sendo que o próprio servidor é o primeiro a ser violado. VERGONHA GASPAR
Miguel José Teixeira
19/08/2020 16:44
Senhores,

Irmãos univitelinos

"Celso de Mello se afasta do STF; Lula e Bolsonaro comemoram" - ISTOÉ Independente

O decano do Supremo Tribunal Federal, ministro Celso de Mello, pediu afastamento, por tempo indeterminado, de suas funções, por motivo de saúde. Ao que parece, terá de se submeter a uma nova cirurgia.

Integrante da segunda turma da Suprema Corte (composta por cinco membros), sua ausência poderá ser determinante para que o corrupto e lavador de dinheiro Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em duas instâncias a quase trinta anos de prisão, assista, de camarote, aos ministros Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes lograrem êxito na suspeição do ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, abrindo caminho para a anulação dos processos que condenaram o chefe da quadrilha petista, conforme o definiu o Ministério Público Federal em sua acusação.

A questão é a seguinte: os ministros Cármen Lúcia e Edson Fachin ?" demais integrantes da segunda turma ?" não concordam com a absurda tese, alegada pela defesa do presidiário petista provisoriamente em liberdade, que sua condenação fora motivada por um juiz suspeito, no que fazem muito bem. Afinal, além do próprio Moro, a condenação do criminoso foi ratificada por três
desembargadores, e até mesmo por ministros do STJ, em algumas alegações.

Assim, o placar do julgamento restaria empatado em 2? - 2. Com a ausência de Mello, e do consequente quinto voto, conforme prevê a lei, Lula seria beneficiado, pois "empate é pró réu". Se as sentenças forem de fato anuladas, o decadente líder do PT se tornará um "ficha limpa" e poderá disputar as eleições de 2022. É o cenário dos sonhos de Jair Bolsonaro e de toda bolsolândia. A polarização dos extremos impediria a ascensão de um nome forte de centro, inclusive o próprio Sergio Moro.

Nunca antes na história deste país, Lula e Bolsonaro estiveram, tanto assim, do mesmo lado.

(Fonte: https://istoe.com.br/celso-de-mello-se-afasta-do-stf-lula-e-bolsonaro-comemoram/)
Alex Marcelino
19/08/2020 09:16
Comentários inteligentes e corajosos; mas infelizmente alguns depreciam GASPAR, esse é o problema (a maioria parece focar em motivos ruins).
Herculano
19/08/2020 08:47
UM JEITINHO NO TETO

Conteúdo de O Antagonista. "Não haverá Renda Brasil sem um talho fundo em outras despesas sociais ou implosão do teto", diz Vinicius Torres Freire.

"Não haverá nem breve temporada de investimentos 'em obras' sem gambiarra para burlar o limite de gastos.

Essa tensão, como é óbvio, resultou na tentativa de neutralizar ou fritar Paulo Guedes a fim de dar um jeitinho no teto".
Herculano
19/08/2020 08:44
O TETO TEM DE CARI, MAS NÃO COM A FRITURA DE GUEDES E GAMBIARRAS ELEITORAIS, por Vinicius Torres Freire, no jornal Folha de S. Paulo

Limite de gastos precisa de reforma profunda, mas governismo tenta avacalhar

As feias necessidades politizaram de modo imediato e ruim a discussão do teto de gastos: a necessidade da pobreza ora atenuada pelos auxílios emergenciais e a necessidade eleitoreira de Jair Bolsonaro.

Não haverá Renda Brasil sem um talho fundo em outras despesas sociais ou implosão do teto; não haverá nem breve temporada de investimentos "em obras" sem gambiarra para burlar o limite de gastos.

Essa tensão, como é óbvio, resultou na tentativa de neutralizar ou fritar Paulo Guedes a fim de dar um jeitinho no teto. Em decorrência, surgiu uma campanha reativa de defesa do teto que é muito razoável até certo limite, que é o de impedir uma avacalhação politiqueira do limite constitucional de gastos federais. Daí em diante, o movimento pende para a sacralização do que é apenas uma regra pragmática.

No caso de Bolsonaro e de seus novos amigos, a politização vulgar é bem evidente. Guedes apenas não foi chutado para escanteio ou para fora do estádio porque até este governo parece perceber que derrubar o teto de modo muito descarado seria contraproducente. Ou seja, teria efeitos econômicos negativos imediatos.

Mas Bolsonaro e seus aliados continuam com um problema eleitoral. O teto continua com seus problemas congênitos ?"mais dia, menos dia, será inviável econômica, social e politicamente. Logo, é preciso impedir a avacalhação do limite de gastos e ao mesmo tempo pensar em como reformá-lo.

Tal reforma, no entanto, exigiria um governo com um programa sério, profundo, e capacidade de negociar acordos amplos. Seria necessária uma política em que tal negociação fosse possível, mas o debate político está entre a paralisia e a imundície avacalhada.

Para o bem ou para o mal, o teto fazia efeitos em câmera lenta. A ruína de estradas, hospitais e pesquisa progrediria de modo gradual, afora algum desabamento. O corte do auxílio emergencial pode ser explosivo, porém.

Bolsonaro terá seu Renda Brasil apenas se der cabo do abono salarial, benefício anual de até meio salário mínimo para uns 23 milhões de trabalhadores, se der cabo do seguro-desemprego sazonal para pescadores e se cancelar algumas concessões tributárias. Difícil.

Haverá obras extras em quantidade perceptível, mas muito insuficiente, apenas se a manobra fura-teto tiver sucesso, o que provocará efeitos colaterais negativos.

Em si mesmo, o teto é inviável, como se sabia desde 2016. Mesmo que se reajuste o salário mínimo apenas pela inflação, que os servidores não tenham nem correção da inflação, que venham cortes de salários, não haverá dinheiro para aumentar investimentos. O funcionamento do governo (verba de saúde, pesquisa, universidade etc.) estará comprometido, para dizer o mínimo.

Economistas como Fabio Giambiagi, Guilherme Tinoco ou Bráulio Borges, para citar apenas alguns, têm feito sugestões sérias de mudança. Derrubar o teto, sem mais, é suicídio; sacralizá-lo é erro, tentativa de abafar uma discussão inevitável ou um modo de não explicitar um projeto puro e simples de redução do tamanho do Estado.

Difícil imaginar mudança que não combine limite de despesas com servidores, grande aumento de eficiência, contenção de reajustes do mínimo e da Previdência, gasto adicional em renda mínima, aumento e redistribuição de carga tributária, mais dinheiro para investimento público e alguma regra nova de teto.

Nota-se, pois, o tamanho da revolução que seria uma mudança séria. A reviravolta dessas entranhas é necessária, no entanto.
Herculano
19/08/2020 08:40
da série: ao contrário do processo de impeachment em curso que é absurdamente político, a CPI tem origem, razão e fundamentos, mas o governo se absteve de se defender e a oposição, ou os políticos, fizeram dela um teatro de horrores no qual o governador está extremamente complicado. Vai esperar por miligres, piedades ou pagar um alto custo para sair dela, Talvez nem queira, achou uma oportunidade para ser vítima.

RELATóRIO FINAL DA CPI RECOMENDA IMPEACHMENT DE MOISÉS, por Cláudio Prisco Paraíso

O relatório final da CPI dos Respiradores , aprovado por unanimidade , na noite desta terça-feira (18), pelos deputados integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito apontou a responsabilidade do governador do Estado Carlos Moisés e encaminhou pedidos de investigação criminal e de improbidade administrativa para outras 13 pessoas envolvidas na polêmica compra de 200 respiradores, sem licitação e com pagamento antecipado de R$ 33 milhões feito pelo governo de Santa Catarina durante a pandemia do coronavírus, e que acabaram não sendo entregues.

O documento de 115 páginas será direcionado agora ao Ministério Público para a investigação criminal; Secretária de Estado da Administração para os crimes de natureza administrativa pública com relação aos servidores envolvidos; Mesa Diretora da Alesc para analisar possível crime de responsabilidade, o que poderá gerar novo pedido de impeachment; e para a Procuradoria Geral da República (PGR) também com relação ao foro privilegiado do governador em relação à possibilidade da prática de crime comum em processo fraudulento. O Tribunal de Contas de SC (TCE-SC), e o Tribunal de Justiça de SC (TJ-SC) também receberão cópias do relatório.

Conforme o relator da CPI, deputado Ivan Naatz (PL), o governador Carlos Moisés teria cometido crime de responsabilidade por omitir fatos à Comissão e retardar deliberações que lhe eram de sua competência e que poderiam ter evitado o dano aos cofres públicos. Um dos argumentos principais é de que o governador teria sido avisado sobre as cautelas e o risco do pagamento antecipado, inclusive pelo tribunal de Contas do Estado, mas mesmo assim não tomou as medidas de segurança necessárias para evitar a fraude. "Ao contrário, ignorou contribuindo deliberadamente para a concretização da fraude por uma organização criminosa que agiu se aproveitando destas fragilidades", observou Naatz.

Já em relação aos demais envolvidos, a CPI lista ao Ministério Público possíveis crimes de fraude em licitação, desvio de finalidade de verbas, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, peculato e constituição de organização criminosa.

OUTROS NOMES ?" Foram apontados os nomes de César Augustus Martinez Thomaz Braga (advogado da Veigamed); Douglas Borba (ex-secretário da Casa Civil de SC); Fábio Deambrósio Guasti (empresário e médico ligado à Veigamed); Helton de Souza Zeferino (ex-secretário de Saúde de SC); Leandro Adriano de Barros (advogado que teria sido indicado por Borba para intermediar a negociação com a Veigamed); Márcia Regina Geremias Pauli (ex-Superintendente de Gestão Administrativa, responsável pelas compras da Secretaria de Saúde de SC); Pedro Nascimento de Araujo (sócio-proprietário da Veigamed); Rosemary Neves de Araújo (sócio-proprietária da Veigamed); Samuel de Brito Rodovalho (empresário e representante comercial que participou da negociação dos respiradores).

Além dos nove envolvidos, a CPI ainda pede a investigação de mais quatro pessoas, na qualidade de servidores, por outros atos lesivos à administração pública. André Motta Ribeiro, Carlos Charlie Campos Maia, Carlos Roberto Costa Júnior e José Florêncio da Rocha. "O governador e os servidores em questão não agiram de acordo com um dos princípios legais mais exigidos da atividade administrativa que é o da eficiência nas ações e serviços prestados à sociedade, prejudicando desta forma o contribuinte e os cofres públicos", observou o relator Ivan Naatz.

O documento final deverá conter ainda um pedido de ressarcimento aos cofres públicos por parte dos envolvidos após as investigações criminais, e sugestões de alterações legislativas para maior controle de licitações e compras públicas em situações de calamidade, para que seja analisado tanto pelo legislativo estadual como pelo Congresso Nacional.

Ao destacar o trabalho dedicado e em equipe de todos os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito, o deputado disse que "a CPI cumpriu sua missão fiscaliza tória político-administrativa do parlamento em relação ao poder executivo buscando ainda medidas corretivas e contribuindo para o exercício de cidadania do contribuinte". Ivan Naatz qualificou ainda a CPI como histórica e destacou também como ponto positivo a grande participação e acompanhamento da sociedade pela Internet e meios de comunicação durante as 22 reuniões, nas quais foram tomados 32 depoimentos, além da apreciação de 49 requerimentos sobre a convocação de testemunhas e solicitação de documentos e informações. Ao todo, a comissão reuniu 13 volumes de documentos, totalizando quase 3 mil páginas.
Herculano
19/08/2020 08:32
1. QUAL ERA O TÍTULO ONTEM DA MINHA COLUNA?

O governador Carlos Moisés está encurralado pelos da 'velha política', exatamente porque ele não fez a 'nova política' referendada nas urnas

2. QUAL ERA O TÍTULO DA COLUNA DO UPIARA BOSCHI, NO NSC TOTAL, DE FLORIANóPOLIS?

Relatório final da CPI dos respiradores abre caminho para impeachment só de Moisés

E ele justifica, para mostar e respaldar o meu ponto de vista de que Carlos Moisés não governa, está em outra dimensão, a do principado de Maquiavel, e esta dimensão o está arruinando no precário poder onde está eleito.

"Se você gosta de política, leitor, usufrua deste momento inédito. Nunca mais você verá uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) cujo alvo é um governo e este governo não tem ninguém que o defenda. Tão importante quanto o relatório final da CPI dos Respiradores - aprovado por unanimidade no fim da noite de terça-feira com as propostas de que o governador Carlos Moisés (PSL) enfrente mais um pedido de impeachment e investigação criminal sobre sua participação no caso - é essa aula prática sobre porque os governos se esforçam tanto para não enfrentar uma CPI e para controlá-las caso não sejam impossíveis de evitar.

Criada em meio à comoção gerada pela reportagem do site The Intercept que denunciou o compra de 200 respiradores de UTI por R$ 33 milhões pagos antecipadamente a uma empresa que não demonstrava qualquer capacidade de concluir a transação, a CPI nasceu em meio ao esfarelamento da base política do governo Moisés na Alesc. Na época, nem mesmo a líder do governo Paulinha (PDT) se esforçou para integrar a comissão, formatada com seis oposicionistas e três parlamentares independentes, com o líder da oposição Ivan Naatz (PL) na relatoria e outro adversário do governo, Sargento Lima (PSL), na presidência".
Herculano
19/08/2020 08:17
NÚMERO DE PESSOAS COM COVID-19 JÁ CAIU 9,2%, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

É rotina do "jornalismo de funerária" destacar apenas o total de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, citando os milhões de casos confirmados, mas a verdade é que o número de doentes no Brasil atingiu o pico em 8 de agosto, com 818.533 casos simultâneos. Desde então, a tendência tem sido de queda, com mais pessoas curadas que infectadas. Desde então, o total de casos simultâneos caiu 9,2%, para 743.287.

FOCO SELETIVO

Sempre adicionando números, o noticiário faz parecer que a pandemia só piora, mas o Brasil já superou os 2,5 milhões de curados.

COLAPSO AFASTADO

O menor número de doentes gera alívio nos hospitais, que têm mais condições de prestar atendimento adequado e salvar mais vidas.

EM NÚMEROS

O desafogo nos hospitais fez cair para 964, a menor desde o início de junho, a média móvel de mortes, que ficou acima de mil por 57 dias.

TENDÊNCIA CLARA

Enquanto as curas seguem em crescimento, a média móvel de novos de casos, que era de 46,2 mil no início do mês, caiu 5,5%, para 43,6 mil.

ADVOGADOS PEDEM A SAÍDA DO PRESIDENTE DA OAB

Habituada a pedir impeachment de presidentes da República, à exceção de Lula e Dilma, claro, a OAB nacional vive hoje um momento incomum, com o avanço de uma campanha para afastar seu próprio presidente, Felipe Santa Cruz. "Ele já passou de todos os limites que a ética, a moral, e o cargo lhe impõem", diz o ex-dirigente Charles Dias, um dos muitos advogados indignados, fazendo coro com a campanha "#forafelipesantracruz, Nossa OAB você não representa" nos Estados.

ESTRANHO EMPENHO

Felipe Santa Cruz é acusado de tentar desesperadamente premiar um ex-funcionário "arquivo vivo" com R$600 mil e mais R$17 mil mensais.

PRESIDENTE Só BIôNICO

A repulsa a Santa Cruz ocorre no momento em que a OAB não admite voto direto para que quase 1 milhão de advogados elejam o presidente.

APENAS UMA LOROTA

Ao presidir a OAB, a eminência parda Marcus Vinicius Furtado Coelho prometeu publicamente que seu sucessor seria eleito pelo voto direto.

DESTINO DEFINIDO

Diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo anuncia nesta quarta-feira o que vai fazer após deixar o cargo, no fim do mês. Seu destino será a iniciativa privada, nos EUA.

MOLEZA REMUNERADA

O Senado não perde a chance de flanar. Agora, decidiu estender até o fim do ano a dispensa de ponto. E continua sem fazer a menor ideia de quantos de fato trabalham, mesmo em home office. A firma é rica.

BRINCANDO COM FOGO

Há apreensão no Amazonas com a presença em Brasília de políticos de má fama, advogados marionetes e empresários para "abafar" investigações da Polícia Federal contra o governador Wilson Lima. Devem estar cientes de que, se tentarem, receberão voz de prisão.

FOI UMA FESTA

Bolsonaro se sente em casa quando vai ao Mato Grosso do Sul, especialmente a cidade de Nioaque, onde serviu como militar. Conhece todo mundo, do garapeiro ao dono de padaria. Foi muito aplaudido.

TÁ FEIA A COISA

Se a visita de Bolsonaro ao Mato Grosso do Sul foi sucesso de público, serviu para mostrar que a popularidade do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) está no rés do chão. Foi vaiado o tempo todo.

ELOGIO SURPRESA

Até o líder da oposição, deputado André Figueiredo (PDT-CE), admitiu que o novo líder do governo, Ricardo Barros, tem um "excelente nível de diálogo" e muita experiência na articulação. "Tem credibilidade", diz.

PRIORIDADE: FAZER POLÍTICA

No primeiro pronunciamento como líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) destacou que o importante é "agregar, ceder, para que haja entendimento", e "aprovar projetos".

CNI DEFENDE

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, defendeu na Câmara a criação do imposto para o comércio eletrônico, como propõe o ministro Paulo Guedes (Economia).

PENSANDO BEM...

...anunciar investimento milionário em visitas íntimas para bandidos, em plena pandemia, como fez o Maranhão, é literalmente uma sacanagem.
Herculano
19/08/2020 08:10
DE LONGE, DELAÇÃO DE PALOCCI FOI EXPLOSIVA, DE PERTO, ERA TERRENO BALDIO, por Elio Gaspari, nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo

Símbolo do 'fim da picada' e do 'caos', comissário petista avacalhou as delações

Não foi por falta de aviso. Em 2018, quando se falava numa eventual colaboração de Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda de Lula e quindim da banca, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, da Lava Jato, dizia que aquilo que poderia ser uma delação do "fim do mundo" estava mais para "fim da picada".

Palocci negociava com o Ministério Público, mas sua colaboração foi rebarbada. O doutor estava na cadeia, onde cultivava uma pequena horta. Começou a conversar com a Polícia Federal e com ela conseguiu fechar um acordo que levou-o para casa. Passaram-se alguns meses e Carlos Fernando voltou à carga: "O procedimento de delação virou um caos".

De nada serviram as advertências. O caos prosperou e a colaboração de Palocci, com suas 86 páginas, foi astuciosamente divulgada pelo juiz Sergio Moro dias antes do primeiro turno da eleição de 2018.

Olhada de longe, foi explosiva. Examinada de perto, assemelhava-se à cabeça daqueles que Tancredo Neves queria maltratar: "Parece um terreno baldio, onde as pessoas que passam jogam o que querem".

Naquele terreno baldio havia lixo, mas lá estavam também coisas que poderiam ser investigadas. A ajuda do ditador líbio Muammar Gaddafi às primeiras campanhas de Lula, por exemplo. Palocci indicou como o dinheiro teria chegado ao PT, mas não se conhece providência para puxar esse fio.

Num dos 39 anexos Palocci contou à PF que Lula acertou com o banqueiro André Esteves (BTG) uma conta-propina de R$ 10 milhões que seria abastecida pelos ganhos com informações privilegiadas. O comissário indicou detalhadamente como o banco foi favorecido. A PF quebrou sigilos, ouviu operadores e dois personagens que estavam colaborando com a Justiça. Conclusão: "As afirmações feitas por Palocci parecem todas terem sido baseadas em dados públicos, sem acréscimo de elementos de corroboração, a não ser notícias de jornais."

A Polícia Federal colheu o depoimento, Moro jogou-o no ventilador e agora a própria PF concluiu que ali havia muito pirão e nenhuma carne.

A estrepitosa colaboração de Palocci incriminou algumas das maiores empresas do país, constrangeu cidadãos, alimentou vinditas e ações espetaculosas. O encanto que o andar de cima teve pelo então ministro permite supor que ele mantivesse relações promíscuas com alguns maganos.

O médico que o PT elegeu prefeito de Ribeirão Preto em 1992 acumulou considerável patrimônio, devolveu uma parte, ralou uma cadeia, e hoje está preso em casa.

Tornou-se símbolo do "fim da picada" e do "caos" previstos e denunciados pelo procurador Carlos Fernando.

Sua colaboração, liberada durante a campanha eleitoral pelo juiz que desafortunadamente viria a aceitar o Ministério da Justiça de Jair Bolsonaro, caminha para ser o que sempre foi: uma ardilosa construção para tirá-lo da carceragem de Curitiba.

Palocci transformou em realidade a piada do advogado que, na madrugada de 24 de agosto de 1954, teria sido chamado para atender a um cliente preso com uma faca ensanguentada, saindo de um quarto de pensão do Catete onde estava, morta, uma mulher. O advogado não sabia o que fazer, até que às 8h30 da manhã um rádio anunciou o suicídio de Getúlio Vargas.

O rábula virou-se para o delegado e disse: "Doutor, esses dois eventos são conexos."
Herculano
19/08/2020 08:03
da série: o crime hediondo dos religiosos, igrejas e crentes que nunca tiveram uma filha estuprada aos seis anos de idade e nem aos dez anos estavam "grávidos", com dores abdominais, abalados terrível emocionalmente. Pimenta nos olhos dos outros, é refresco. Pai, perdoai porque são uns insensatos.

A CULPA DA VÍTIMA, por Carlos Brickmann

Uma menina de dez anos de idade que há quatro era estuprada engravidou. A Justiça liberou o aborto, na forma da lei. E que é que aconteceu? A menina de dez anos foi exposta ao público: Sara Geromini, por apelido Sara Winter, em prisão domiciliar com tornozeleira, divulgou nome e dados pessoais da menina, mais o endereço do hospital onde ocorreria o aborto, permitindo que uma turba ululante de fanáticos perturbasse a paz dos pacientes e médicos.

Pior: aos berros, acusaram a menina de "assassina". O nome do estuprador, ninguém se incomodou em descobrir e revelar. Em que país vivemos, no qual adultos fanatizados gastam seu tempo para insultar crianças e perturbar a vida de um hospital? Pois vivemos num país ainda pior: o presidente da CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, d. Walmor de Oliveira, disse que interromper a gravidez de uma criança de dez anos, vítima de estupro, "é um crime hediondo".

Sua Eminência Reverendíssima que perdoe este colunista, mas no caso o crime que se configura é atribuir falsamente um crime a alguém. D. Walmor tem todo o direito de, como hierarca católico, condenar o aborto, do ponto de vista de sua religião. Mas qualificá-lo como crime? Crime é algo definido em lei. E a lei não considera crime interromper uma gravidez proveniente de estupro - ainda mais tratando-se de criança, ainda mais após a aprovação da Justiça. Tenho certeza de compartilhar esta posição não só com o Papa Francisco como com o papa emérito Bento 16.

A RELIGIÃO

Apenas relembrando, as três Virtudes Teologais do catolicismo são a Fé, a Esperança e a Caridade - que também pode ser chamada de amor. Palavra de Jesus: "Deixai vir a mim as criancinhas, pois delas é o Reino de Deus".

A LEI

A interrupção da gravidez em casos como este é legal. A Justiça a aprovou - ponto final. Todos têm o direito de defender opinião diferente, por quaisquer motivos, mas sem violência, e sem tentar imputar o crime à vítima. Não como fez Sara Geromini, que expôs a menina. Abusou da prisão domiciliar e se mostrou perigosa, lembra a deputada Perpétua Almeida, do PCdoB, que pediu ao STF que elimine o benefício e a ponha na cadeia.

ABAIXO OS LIVROS

Há uns 1.500 anos, quando o califa Omar conquistou o Egito, onde havia a notável Biblioteca de Alexandria, decidiu destruí-la: "Se os livros estiverem de acordo com o Corão, são inúteis. Se estiverem em desacordo, são nocivos". Os livros foram distribuídos aos balneários, e usados como combustível para aquecer a água. Agora, um milênio e meio depois, o Egito tenta restaurar a Biblioteca de Alexandria, símbolo eterno de sua cultura.

O nazismo lutou contra os livros, os comunistas soviéticos proibiram boa parte dos livros, Mao Tsé-tung fez o que pôde para evitar o contágio de novas ideias. Só eles? Não: Paulo Guedes, o Imposto Ipiranga, também propõe que os livros tenham fim. Em sua reforma tributária, os livros, hoje isentos de impostos, passarão a pagar 12% - o Governo ganhará mais que os autores, mais que os industriais gráficos, mais que os comerciantes, e sem se dar ao trabalho de gerar uma só ideia, um só emprego.

Guedes deveria gostar de livros, já que fez uma boa Universidade americana, a de Chicago, e se gabou de ter lido toda a obra de Keynes no original, e três vezes. Talvez tenha de ler a quarta para ver se entende: tanto Keynes quanto Milton Friedman, guru de Guedes, embora defendam ideias diferentes, são defensores dos livros.

ESTE CONHECE

O professor Jayme Pinsky é autor, editor, intelectual de renome. Vejam o que pensa dessa ideia de jerico: http://www.chumbogordo.com.br/33468-o-livro-esse-subversivo-por-jaime-pinsky/

O TEMPO PASSA

O ministro da Economia, Paulo Guedes, encaminhou ao Ministério da Saúde, em 21 de abril, um ofício com a lista de 81 imóveis da União, nos 26 Estados e no Distrito Federal, onde poderiam ser instalados hospitais de campanha. O general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, respondeu ao ofício em 31 de julho, três meses depois. Fazendo o cálculo de outro jeito, no dia em que o ofício foi enviado, havia no Brasil 2.700 mortos pela Covid. No dia em que o ofício foi respondido, já havia por aqui 91 mil mortos.

O BRASILEIRO E OS IMPOSTOS

A pesquisa foi encomendada ao Ipespe pela corretora XP. Primeira conclusão: 10% dos entrevistados se julgam bem informados sobre a reforma tributária, 61% mais ou menos bem informados, 26% não estão informados.

A nova CPMF é rejeitada por 78%; mas se for ligada a um programa tipo Bolsa Família, para beneficiar mais pessoas, há empate, 43% a 43%. Se for para substituir outros impostos, 43% concordam e 37% discordam. Mas 59% dos ouvidos dizem não se lembrar de como era cobrada a CPMF. E, para 41%, a alta carga tributária é um dos principais problemas do país.
Herculano
19/08/2020 07:50
GUEDES GANHA SUA SÉTIMA VIDA, MAS SE TORNA O MINISTRO MAIS FRÁGIL DO GOVERNO, por Bruno Boghossian, no jornal Folha de S. Paulo

Com garantias de permanência do auxiliar, Bolsonaro força recuos e mantém ruídos na relação

Ainda na eleição, Jair Bolsonaro tentou abafar os primeiros rumores de que Paulo Guedes deixaria sua equipe. O economista era alvo dentro do comitê de campanha por sugerir a criação de um imposto nos moldes da velha CPMF. "O Paulo segue firme", afiançou o candidato.

Apesar do aval público, o presidente manteve o conselheiro sob risco permanente. Bolsonaro precisou defender o auxiliar outras seis vezes. Negou sua demissão e simulou apoio a sua agenda. Em quase todos os casos, porém, forçou o ministro a recuar e preservou os ruídos da relação.

Quando o fantasma do novo imposto incomodou a campanha de Bolsonaro, após o primeiro turno, o candidato quis proteger o economista. Disse que a ideia da CPMF era "um ato falho" e que não criaria novos tributos. Guedes ainda insiste, mas o chefe nunca abraçou o plano.

Na largada do mandato, os atritos da reforma administrativa levaram o presidente a repetir o script. Em outubro, Bolsonaro defendeu a pauta do ministro e disse que havia "100%" de confiança entre os dois.

Dois meses depois, disse estar "muito feliz com esse casamento hétero com o Paulo Guedes", mas mandou abrandar a proposta que mudaria as regras do funcionalismo. "A equipe econômica entendeu", comunicou. O texto foi para a gaveta.

No Carnaval seguinte, Guedes voltou a ser um problema. O ministro chamou servidores de parasitas e disse que, se o dólar estivesse mais barato, as empregadas domésticas iriam à Disney. "Ele vai ficar conosco até o último dia", reagiu o presidente.

Bolsonaro refez o teatro em abril, na disputa entre o economista e os ministros que pediam mais dinheiro para obras. "O homem que decide a economia no Brasil é um só", sentenciou. O presidente, logo depois, se juntou ao coro dos gastadores.

Sob pressão para abrir o cofre, Guedes ganhou sua sétima vida na segunda (17). Desta vez, Bolsonaro disse que a saída do auxiliar "nunca foi cogitada". Com tantas garantias de permanência, ele se tornou o ministro mais frágil da Esplanada.
Miguel José Teixeira
18/08/2020 14:22
Senhores,

PIADA PRONTA!. . .Como diria o genial José Simão:

O presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras no Senado é nada mais, nada menos, que o PeTralha PoTiguar senador Jean Paul PraTes (PT-RN).

Pedrinho Rodrigues, já cantarolava:

. . .
"A Nêga é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro, ôooi

A Nêga é minha, ninguém tasca eu vi primeiro"
. . .
Miguel José Teixeira
18/08/2020 14:09
Senhores,

1) Ficou mais fácil para os ladrões do erário:

- Dispensa de licitação para serviços jurídicos e contábeis agora é lei.

O presidente Jair Bolsonaro promulgou nesta segunda-feira (17) a Lei 14.039 de 2020 que define o trabalho de advogados e contadores como técnico e singular, quando comprovada a notória especialização, e permite a dispensa de licitação para contratação de serviços jurídicos e de contabilidade pela administração pública. (Fonte: Agência Senado)

2) Ficou mais difícil para "historiadores" de botequim:

- Publicada lei que regulamenta a profissão de historiador

O Diário Oficial da União publicou, nesta terça-feira (18), a Lei 14.038, de 2020, que regulamenta a profissão de historiador. Pelo texto, poderá ser historiador quem tem diploma de curso superior, mestrado ou doutorado em história; diploma de mestrado ou doutorado obtido em programa de pós-graduação reconhecido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) com linha de pesquisa dedicada a história; e profissionais diplomados em outras áreas que comprovarem ter exercido a profissão por mais de cinco anos a contar do dia 17 de agosto, data de promulgação da lei. (Fonte: Agência Senado)
Miguel José Teixeira
18/08/2020 13:46
Senhores,

No novo normal, quase tudo dominado!

"Processo sobre caixa 2 de Onyx sai do STF e coloca em xeque acordo com Aras" (Folha de S.Paulo)

Huuummm. . .ministro bolsonarista, PGR bolsonarista, acordo em famiglia?
Herculano
18/08/2020 11:46
QUALIDADES

Quando candidato, o político é um santo, manso, astuto e compreensível

Quando no poder, a igualdade se estabelece e ele se torna um lobo em pele de cordeiro, um imperador que não abre das suas vontades e conveniências, experto no sentido da malandragem e intolerante com adversários e a realidade que jurou mudá-la.
Herculano
18/08/2020 11:42
PRISÃO PERPÉTUA PARA QUE OUSA SE PAUTAR NA LEI E NO óBVIO

De Milton Neves, comentarista esportivo, no twitter:

Dalagnoll merece mesmo prisão perpétua: caçar bandidos ladrões e recuperar bilhões das mãos de larápios políticos são realmente crimes gravíssimos e não pode haver perdão sob nenhuma hipótese.
Herculano
18/08/2020 11:40
MARCELO ADNET E A FALTA DE UMA DIREITA ESCLARECIDA

Conteúdo de O Antagonista. Entrevistado no programa Roda Viva, ontem, o humorista Marcelo Adnet disse que era de esquerda, mas não comunista:

"É óbvio, você tem que ser de esquerda no Brasil. Como morar no Brasil e não ser de esquerda? Temos diferenças muito abissais. As políticas progressistas no Brasil são a única forma que faz sentido para diminuir as diferenças abissais, em vez de largar a mão."

Ele reconheceu, no entanto, que o governo de Jair Bolsonaro leva vantagem na comunicação com o povo:

"O lado governista atualmente tem uma forma de comunicação muito breve, é em meme, uma frase, um chora mais. Enquanto a esquerda é muito mais psicologizada, falando de uma maneira foucaultiana, o fascismo moderno? E todo esse discurso acadêmico da esquerda, que eu tenho também, acaba afastando a população, porque não comunica, ele é chato."

Adnet é um rapaz atilado, mas confunde direita com "largar a mão", um equívoco embrulhado no discurso da esquerda eleitoral. A direita esclarecida "não larga a mão", mas estimula os cidadãos a usar as próprias mãos na construção do seu futuro, sem um Estado paternalista. E, quanto aos hábitos e costumes, é liberal, mas sem recorrer a políticas estatais que impliquem engenharias sociais conduzidas por polícias do pensamento.

O problema no Brasil é não termos direita esclarecida, mas uma direita grosseira e populista que macaqueia a sua congênere à esquerda, como demonstra o governo Jair Bolsonaro, com todos querendo esbaldar-se com dinheiro público.

A verdade é que a nossa questão de fundo ainda não é ideológica, É de decência.
Miguel José Teixeira
18/08/2020 09:06
Senhores,

E eu, hein? Cheguei a teclar aqui neste espaço democrático, que o Ministro Celso de Mello estava à cavar um túnel para sua saída do STF pelo subsolo, quando votou pelo fim da prisão em 2ª instância.

Agora, os ventos mudaram. Eis a categoria com que esbanja seu conhecimento no parecer, em drops pinçados do artigo:

"Celso de Mello suspende julgamento de Deltan no
Conselho do MP" - Crusoé, hoje, por Luiz Vassallo

. . .
"O decano do STF ressaltou que o Ministério Público "é o guardião independente da integridade da
Constituição e das leis, não serve a governos, ou a pessoas, ou a grupos ideológicos, não se subordina a
partidos políticos, não se curva à onipotência do poder ou aos desejos daqueles que o exercem, não
importando a elevadíssima posição que tais autoridades possam ostentar na hierarquia da República".

"Num recado claro ao procurador-geral da República, Augusto Aras, Celso de Mello ainda afirma que o
MP não "deve ser o representante servil da vontade unipessoal de quem quer que seja, sob pena de o
Ministério Público mostrar-se infiel a uma de suas mais expressivas funções, que é a de defender a
plenitude do regime democrático".

"Sabemos que regimes autocráticos, governantes ímprobos, cidadãos corruptos e autoridades
impregnadas de irresistível vocação tendente à própria desconstrução da ordem democrática temem um
Ministério Público independente, pois o Ministério Público, longe de curvar-se aos desígnios dos
detentores do poder ?" tanto do poder político quanto do poder econômico ou do poder corporativo ou,
ainda, do poder religioso ?", tem a percepção superior de que somente a preservação da ordem
democrática e o respeito efetivo às leis desta República laica revelam-se dignos de sua proteção
institucional", anotou o decano."

"O ministro diz ainda, na decisão, que "a remoção do membro do Ministério Público de suas atribuições,
ainda que fundamentada em suposto motivo de relevante interesse público, deve estar amparada em
elementos probatórios substanciais, produzidos sob o crivo do devido processo legal, garantido-se o
pleno exercício do contraditório e da ampla defesa, sob pena de violação aos postulados constitucionais".

(fonte: https://crusoe.com.br/diario/celso-de-mello-suspende-julgamento-de-deltan-no-conselho-do-mp/)

Valeu, Senhor Ministro!
Herculano
18/08/2020 08:21
MENOS DE TRÊS MESES, por Claudio Prisco Paraíso

Contagem regressiva. Estamos há menos de três meses do pleito eleitoral para a definição dos novos prefeitos e vereadores em todo o país. O primeiro turno está marcado para o dia 15 de novembro. Desde sábado, a Justiça já impõe várias limitações aos pré-candidatos.

Diversas condutas de agentes públicos estão proibidas. O objetivo é evitar o uso e o abuso do poder político e econômico por parte de quem controla ou tem acesso à maquina estatal.

Por exemplo. Não é possível nomear ou demitir servidores neste período. Tampouco participar, no contexto municipal, de inauguração de obras e nem veicular publicidades oficiais. Tudo pela busca de um certo equilíbrio, sempre difícil de se encontrar, entre os candidatos.

Em Itajaí, já tivemos um caso. É lúdico. O Judiciário condenou uma cooperativa de advogados por propaganda eleitoral antecipada em favor do atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Volnei Morastoni (MDB). Os causídicos veicularam agradecimentos ao prefeito por suas ações durante a pandemia. Não pode!

TEM QUE ACABAR

A maior e constante ameaça para um mínimo de equilíbrio entre as candidaturas é justamente o instituto da reeleição, que precisa acabar de vez neste país para cargos no Executivo. Que se alonguem por um ou dois anos os mandatos de prefeitos, governadores e do presidente, mas que eles sejam únicos.

DESEMPENHO

Outro fator que influenciará os votos neste pleito atípico será o desempenho dos nobres alcaides, e também dos valorosos edis, no combate à Covid19. Aqueles que saíram bem, que foram firmes, equilibrados e que não fizeram politicagem em cima dessa desgraça toda, podem ter o reconhecimento do eleitorado.

DATAS IMPORTANTES

O calendário eleitoral também já está valendo. As convenções homologatórias dos partidos podem acontecer na janela que vai de 31 de agosto a 16 de setembro. O registro posterior das chapas tem prazo até 26 de setembro. A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV começa no dia seguinte, 27 de setembro, e vai até 12 de novembro para o primeiro turno.

Onde houve a necessidade de segundo round, haverá um período a mais, e curto, de propaganda eleitoral.

BATALHA JUDICIAL

A defesa de Moisés da Silva vai recorrer da liminar concedida por Luiz Roberto Barroso e que determinou à Alesc o poder de definir os detalhes do rito do impeachment.

Na sexta-feira passada, o ministro deu o despacho favorável ao pleito do Parlamento. Como até a apreciação final do processo nos trâmites do Legislativo ainda levará muito tempo, haverá uma guerra judicial paralela.

OUTRAS FRENTES

A defesa do governador examina a possibilidade de outras demandas na seara judicante. Agora que o rito está confirmado pelo STF, a Mesa Diretora da Alesc se reúne nesta terça-feira, 18. Dará andamento à definição dos detalhes para a criação e instalação da Comissão Especial, formada por 9 deputados, que fará a primeira análise do pedido de impeachment.

CORDA NO PESCOÇO

Neste contexto, se o processo passar por esse crivo inicial (e tudo índica que esse é o caminho), a peça irá a plenário. Ali, a oposição precisará de 27 votos para afastar preventivamente, por 180 dias, o governador e a vice. Se a carruagem chegar a esse ponto, Inês será morta. Não se tem notícia de algum chefe do Executivo, de qualquer esfera, que tenha voltado após o afastamento preliminar.
Herculano
18/08/2020 08:19
ENQUANTO O GOVERNADOR CARLOS MOISÉS DA SILVA E A VICE DANIELA CRISTINA REINEHR, AMBOS DO PSL RACHADO, NÃO ENTENDEREM QUE O PROCESSO DE IMPEACHMENT CONTRA ELES E ANTES TUDO POLÍTICO DO QUE JURÍDICO, ESTARÃO MAIS EXPOSTOS PARA AS DERROTAS NAS BATALHA DESTE TIPO DE COMBATE.

O QUE SE PRECISA É RECOMPOR À FORÇA POLÍTICA MÍNIMA DE PROTEÇÃO AO GOVERNO DE AMBOS. CASO CONTRÁRIO SE GASTARÁ TEMPO, FORÇAS E MUITO DINHEIRO NO AMBIENTE JURISDICIONAL ONDE TUDO É POSSÍVEL, ATÉ MESMO OS PODEROSOS SUBVERTEREM A LEI EXPLÍCITA E ONDE HÁ INÚMEROS EXEMPLOS DE DECISõES COM ESTE RESULTADO NOS TRIBUNAIS SUPERIORES
Herculano
18/08/2020 08:09
O FIM DA ERA TOFFOLI

Conteúdo de O Antagonista. Luiz Fux e, em seguida, Celso de Mello deram um chega para lá na escumalha pluripartidária reunida para punir Deltan Dallagnol e destruir a Lava Jato.

Com o fim da Era Toffoli, o STF tem a chance de se redimir, sob o comando do ministro Fux.
Herculano
18/08/2020 07:57
COMO FUNCIONA PATRULHA QUE ROUBA ATÉ VÍRGULAS, por Octávio Guedes, da Globonews, no twitter:

Estamos num país em que uma nova canalhice revoga a anterior. Explico: ia perder tempo escrevendo sobre os ataques que venho sofrendo desde sexta-feira, quando deturparam minha fala inspirada na célebre frase de James Carville, marqueteiro de Bill Clinton

Disse Carville: "É a economia, estúpido", para explicar o foco que a campanha deveria ter. Parafraseei: " É o pobre, estúpido", para explicar a melhora na avaliação do governo Bolsonaro, em parte ancorada pelas classes mais populares

Roubaram a vírgula, sequestraram a referência e extorquiram o contexto. O pobre virou estúpido.
Enfim, achei que eu tinha um problema, até que veio a canalhice nova. O ataque à criança de 10 anos, vítima de pedofilia e estupro.

Senti vergonha de achar que tinha um problema. A canalhice de sexta fora revogada por uma muito mais hedionda. Que país triste!
Herculano
18/08/2020 07:49
O ABORTO NAO FOI CRIMINOSO; O ESTUPRO E OS PROTESTOS, SIM, por Joel Pinheiro da Fonseca, economista, mestre em filosofia pela USP, para o jornal Folha de S. Paulo.

Conservadores devem condenar espetáculo cruel na porta do hospital

Não é a primeira vez que uma criança é estuprada, engravida e procura um aborto no Brasil nem será a última.

Mas a cada nova ocorrência, a reação social fica mais nociva. A situação, que já é trágica por si só, ganha contornos ainda mais cruéis quando o moralismo seletivo e a falta de compaixão resolvem se intrometer.

Um desses algozes previsíveis é a Igreja Católica. Realizado o aborto, lá vem a notícia: todos os envolvidos ?"exceto a criança, por sua idade?" estão automaticamente excomungados. Isso é uma regra do direito canônico da Igreja, algo que o papa poderia mudar facilmente com uma canetada.

A mudança não faria com que o aborto deixasse de ser pecado, apenas reduziria o sofrimento psicológico de casos como esse.

Ao escolher manter essa regra, a Igreja Católica parece considerar mais grave o aborto da menina de dez anos do que o estupro que a engravidou, que não acarreta excomunhão automática, assim como o assassinato "normal", de pessoas já nascidas.

Desta vez, contudo, a sordidez foi mais longe, unindo a imbecilização política crescente ao poder de mobilização das redes sociais.

Pessoas que se dizem cristãs se organizaram para protestar às portas do hospital onde o procedimento ocorreria. Berraram orações, gritos de guerra, xingaram o médico de "assassino" e ameaçaram invadir o hospital. Não estamos muito longe de copiar, por aqui, o terrorismo antiaborto praticado nos EUA, que assassina médicos e funcionários de clínicas, explode bombas e ateia fogo aos prédios. Tudo em nome da vida.

A discussão sobre o estatuto moral e legal do aborto é importante. Eu, por exemplo, defendo a legalização geral do aborto durante o primeiro trimestre de gravidez, além da permissão para casos especiais (como este da menina) a qualquer momento.

Outros terão posições diferentes. Neste caso, contudo, não importa. Não é preciso solucionar a discussão do início da vida ou da legislação sobre o aborto para entender que as ações dos manifestantes foram profundamente erradas.

Independentemente da posição de cada um sobre o aborto, todos devem reconhecer que coagir e torturar psicologicamente uma menina de dez anos que foi vítima de estupro ?"e seus familiares?" é errado. Ao se colocar na porta do hospital gritando palavras de ordem, foi exatamente isso que os manifestantes fizeram.

A decisão de abortar, plenamente amparada pela lei brasileira, já estava tomada pela menina e por seus responsáveis. Todo mundo tem o direito de discordar dessa decisão, de rezar (na privacidade de seus lares e igrejas) para que ela não ocorra etc.

Mas ao tentar intimidar a família no exercício desse direito legal, os manifestantes apenas causaram mais sofrimento a uma inocente. Seus atos provam que não se importam com ela e nem com a vida humana em geral.

Os malfeitores que participaram da hostilização da menina, da família e dos médicos ?"adicionando muito sofrimento a uma situação já trágica?" não representam a totalidade de nenhuma religião.

São uma minoria sádica e oportunista. Assim, é especialmente importante que pessoas conservadoras e contrárias ao aborto condenem o espetáculo cruel que vimos na porta do hospital. Todos os que participaram deveriam se envergonhar.

E os reais criminosos - o estuprador e todos aqueles que promoveram e organizaram o protesto - devem ser presos sem demora e sem alarde.
Herculano
18/08/2020 07:44
ATUAL GOVERNO É O QUE MAIS COMBATE A CORRUPÇÃO, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou hoje nos jornais brasileiros

Levantamento nacional do Paraná Pesquisa mostra que 39,6% da população acredita que a atual administração federal do presidente Jair Bolsonaro é a que mais combateu a corrupção, em relação a governos anteriores. Para 29,8%, Bolsonaro fez igual a governantes anteriores, e 25% acreditam que o atual governo fez menos. Esse sentimento dispara para 47,8% na população das regiões Centro-Oeste e Norte.

MESMO NO NORDESTE

Considerado "reduto" do PT, no Nordeste a maioria acredita que o atual governo fez mais que administrações anteriores no combate à corrupção.

MAIS X MENOS

Para 35,3% da população nordestina, o governo atual combateu a corrupção mais que petistas e tucanos. Para 30,3%, foi menos.

POPULAÇÃO MASCULINA

Para 44,9% dos homens, a percepção é de que o governo Bolsonaro combateu mais a corrupção que governos anteriores.

DADOS DA PESQUISA

O Paraná Pesquisa ouviu 2.260 eleitores de 242 municípios dos 26 estados e do DF, entre 11 e 15 de agosto.

OAB QUER AUMENTAR DIRETORIA PARA APROVAR BENESSE

É crescente a indignação no conselho federal da OAB contra manobras da cúpula em favor da criação de "prêmio" vitalício mensal de R$17 mil a um ex-funcionário já aposentado, Paulo Guimarães, conhecido por "saber demais". Impressiona o quase desespero para dar a benesse. A pretensão caiu na diretoria, mas, inconformado com a derrota por 3x2, o grupo do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, tenta agora aumentar de 5 para 10 diretores, a fim de garantir maioria de votos nas decisões.

EU DIGO, VOCÊ FAZ

Santa Cruz é acusado de obedecer ao comando Marcus Vinícius Furtado Coelho, ex-presidente da OAB de quem Guimarães foi chefe de gabinete.

INSPIRAÇÃO

A pretensão do veterano ex-funcionário é baseada na pensão paga a uma irmã de d. Lyda, secretária da OAB morta em atentado terrorista.

ESTRANHO RETORNO

Extinta pelo ex-presidente da OAB Reginaldo de Castro, a pensão de d. Lyda, que faria 100 anos em dezembro, foi retomada depois sem alarde.

TRÁFICO EM FESTA

Seria o caso de investigar o que há por trás do pedido para que o STF proibisse o uso de helicóptero na perseguição a bandidos, nas favelas do Rio. É uma antiga demanda dos traficantes porque lhes facilita a fuga.

INVERSÃO DE VALORES

O ministro Edson Fachin (STF) disse ontem que em 2018 o TSE deveria ter autorizado a candidatura de Lula, o ladrão, para "fortalecer o império da lei". A candidatura foi barrada de acordo com a Lei da Ficha Limpa.

SEM PROVAS NOS AUTOS

Reproduzindo o chororô de políticos derrotados em 2018, Fachin falou em "recessão democrática" e "escalada autoritária" do governo eleito pelo voto, mas não citou exemplos concretos da sua acusação.

PASSOU DOS LIMITES

Ex-procurador de Defesa das Prerrogativas, no conselho federal da OAB, Charles Dias diz que Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem, "há muito, já passou de todos os limites que a ética, a moral, e o cargo lhe impõem".

NOTÍCIA BOA

O Brasil se aproxima dos 2,5 milhões de pessoas curadas da Covid-19 e a média móvel de mortes segue tendência de queda. Depois de passar 57 dias acima de mil, caiu para 964, a menor em mais de dois meses.

RECORDE

Segundo o Portal da Transparência do Registro Civil, o mês de julho de 2020 registrou 133.620 óbitos no Brasil, por todas as causas, e tornou-se o mês com maior número de mortes desde 2015. Quase metade dos óbitos foram por problemas respiratórios, incluindo Covid (27,7 mil).

VIDA SEGUE

Na Flórida, um dos epicentros da pandemia nos EUA, a volta às aulas já começou e 46% das famílias optaram por atividades presenciais. Mesas terão barreiras físicas, como as urnas nas eleições, e distanciamento.

RECUPERAÇÃO

Balanço do instituto Aço Brasil indica que a produção nacional aumentou 21,2% e as vendas internas 9,1%, em relação a junho. Os dados, diz o estudo, confirmam a trajetória de recuperação do mercado interno.

PENSANDO BEM...

...a rendição do Estado ao poder do crime organizado do Rio de Janeiro transitou em julgado.
Herculano
18/08/2020 07:39
da série: uma leitura preocupante e tenebrosa.

ATIVISMO ANTIABORTO, por Pablo Ortellado, professor do curso de gestão de políticas públicas da USP, é doutor em filosofia.

Ativismo antiaborto não reverbera em público conservador que viu nuances em caso de estrupo de menina de 10 anos.

Muitos progressistas ficaram assustados e perturbados com a mobilização de ativistas cristãos que foram à porta do hospital da universidade de Pernambuco protestar contra o aborto da menina de dez anos que engravidou após ser estuprada por um tio.

A menina não conseguiu fazer em Vitória o procedimento, que é permitido pela lei brasileira em caso de estupro e risco de vida para a mãe, e precisou se deslocar até o Recife.

Ativistas cristãos descobriram onde o aborto iria ser realizado e foram à porta do hospital para protestar e orar. Em seguida, um grupo de feministas também se mobilizou para fazer uma contraofensiva em defesa do direito ao aborto. A menina, ao final, conseguiu interromper a gravidez.

Chama a atenção o quanto o caso chocou a esquerda, que reagiu indignada, e o quão pouco mobilizou a direita --pelo menos se usarmos como parâmetro os compartilhamentos no Facebook. Na plataforma, os posts indignados da esquerda geraram 205 mil compartilhamentos, enquanto os posts de mobilização da direita não alcançaram 7.000.

A desproporção entre ação e reação faz pensar o que incomodou os progressistas e o que desmotivou os conservadores.

Uma parte da força da reação dos progressistas se deve, sem dúvida, à gravidade do abuso ?"o fato de a menina ter sido estuprada desde os seis anos pelo tio, engravidando aos dez.

O episódio chocante levantou questões. Será que nem mesmo na circunstância extrema em que uma criança de apenas dez anos seria forçada a dar à luz um filho do seu violador os conservadores conseguem transigir? Se mesmo neste caso, em que a lei se aplica sem controvérsias, uma mulher não consegue fazer um aborto, o que esperar em relação aos demais casos?

A força da reação parece se dever também ao modo incisivo de atuação dos ativistas conservadores, que divulgaram dados de uma menor de idade, fizeram um bloqueio na porta do hospital, confrontaram médicos e os chamaram de assassinos.

O que gerou indignação nos progressistas parece ter sido o contraste entre a determinação inflexível dos ativistas antiaborto e a complexidade da situação que envolvia a gravidez de uma criança muito nova, vítima de estupros sucessivos.

A baixa repercussão do caso no campo conservador, porém, sugere que, embora os ativistas antiaborto não tenham visto nuances, seu público parece que viu.

Isso não traz nenhuma esperança de entendimento sobre o direito ao aborto, que costuma ser o mais divisivo dos temas políticos. Mas mostra que, apesar da determinação dos soldados das guerras culturais, ainda existe espaço para prevalecer algum bom senso.
Miguel José Teixeira
17/08/2020 17:09
Senhores,

¿Por qué no te callas?

Fim do mistério: rei Juan Carlos, que deixou a Espanha há duas semanas, está nos Emirados Árabes Unidos (O Globo).

Eu pensei, juro, que ele estava no sonho de consumo dos PeTralhas: a exemplar Venezuela. . .pois, afinal, ela foi colonizada pelos espanhóis.
Miguel José Teixeira
17/08/2020 15:23
Senhores,

Deu no globo.com:

"A 9 dias da final do Gauchão, Grêmio deve ter time titular contra Fla e misto contra Vasco"

Mas bah, tchê! O treineiro anda louco pra tomar 5 do bacalhau!
Herculano
17/08/2020 12:38
CERCO A DELTAN PRENUNCIA NOVOS VELHOS TEMPOS, por Josias de Souza

Deltan Dallagnol está na berlinda. Nesta terça-feira (18), o Conselho Nacional do Ministério Público julgará três ações contra o procurador. A menos que algum conselheiro formule um pedido de vista ou o Supremo suspenda o julgamento, Deltan corre o risco de ser afastado do comando da Lava Jato no Paraná. Os argumentos são frágeis. Mas a articulação da banda do escalpo é portentosa.

A torcida para que a cabeça de Deltan vá à bandeja é numerosa e eclética. Reúne de Jair Bolsonaro ao procurador-geral Augusto Aras; dos encrencados do centrão aos enrolados do petismo; dos advogados da oligarquia empresarial pilhada com a mão no erário à banda da Suprema Corte adepta da política de celas abertas.

Chama-se Luiz Fernando Bandeira de Mello Filho o relator dos processos contra Deltan. Ele ocupa no CNMP a cadeira de representante do Senado. Foi alçado ao posto por indicação do ex-presidente da Casa, o multi-investigado Renan Calheiros. Bandeira, como é conhecido, trabalhou como chefe de gabinete de Renan entre 2013 e 2014. Foi nomeado por ele secretário-geral da mesa diretora do Senado, cargo que ocupa até hoje.

Por uma dessas trapaças do destino, Renan é autor de uma das representações formuladas contra Deltan no CNMP. O senador acusa o procurador de ter quebrado o decoro do cargo ao defender nas redes sociais o voto aberto na última eleição para presidente do Senado. Avaliou que a recondução de Renan ao cargo prejudicaria o esforço anticorrupção.

Renan perdeu a disputa para Davi Alcolumbre. Pela lógica, o conselheiro Bandeira, ex-subordinado de Renan deveria declarar-se suspeito, afastando-se da relatoria. No ano passado, o plenário do CNMP já havia rejeitado o pedido do morubixaba do Senado para que os posts de Deltan fossem classificados como atividade político-partidária.

Lula é o autor de outro pedido de punição de Deltan. Reclama da célebre entrevista do powerpoint. Acusa o procurador de ter usado a estrutura e os recursos do Ministério Público Federal para manifestar "posicionamentos políticos ou jurídicos" alheios às suas atribuições.

Não é a primeira vez que Lula utiliza o episódio do powerpoint contra Deltan. Ele havia tentado arrancar do procurador indenização judicial de R$ 1 milhão. Alegou ter sofrido danos morais. Acusou o chefe da Lava Jato de agir de forma abusiva e ilegal, expondo-o numa representação gráfica como chefe de uma quadrilha.

Em dezembro de 2017, o juiz Carlo Mazza Britto Melfi, da 5ª vara Cível de São Bernardo do Campo, negou o pedido de Lula. Seus advogados recorreram ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Em setembro de 2018, a 8ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP indeferiu o recurso em decisão unânime.

Relator da ação, o desembargador Salles Rossi anotou em seu voto que "não se vislumbra ocorrência de dano moral indenizável". Realçou que a entrevista de Deltan foi realizada para prestar contas de denúncia formulada contra Lula. Concluiu que o procurador "agiu no exercício de suas atribuições."

"Na referida entrevista - concedida após o oferecimento da denúncia e não antes dela - foram expostos os fatos que a embasaram, que eram objetivo de investigação há muito amplamente divulgados pela mídia nacional e internacional", escreveu Rossi. O voto foi seguido pelos desembargadores Pedro de Alcântara da Silva Leme Filho e Silvério da Silva.

A senadora Kátia Abreu é signatária do terceiro pedido de enquadramento de Deltan no CNMP. Ela sustenta que o procurador deve ser afastado do comando da força-tarefa de Curitiba em nome do interesse público. Sustenta, por exemplo, que ele usou o cargo para se promover, lucrando com palestras.

Kátia também cita a tentativa da força-tarefa de Curitiba de abrir uma fundação privada anticorrupção com R$ 2,5 bilhões provenientes de uma punição aplicada pelo governo dos Estados Unidos contra a Petrobras.

Em relação às palestras, embora tenham gerado controvérsia, o CNMP já decidiu que elas são legais. Quanto à fundação, uma espécie de disparo de míssil contra o pé dos procuradores que celebraram o acordo, a própria procuradora da República de então, Raquel Dodge, contestou o acordo junto à Suprema Corte. A fundação foi desfeita. E a verba recuperada foi redirecionada para cobrir despesas da União.

Deltan não foi o único signatário do acordo que previa a criação da fundação. O documento foi rubricado por outros 12 procuradores da Lava Jato. Punir com a perda da função apenas um dos patrocinadores de uma iniciativa em que o interesse público já foi restabelecido pela decisão do Supremo parece desarazoado.

O CNMP é composto por 14 membros. Para que Deltan seja apeado da coordenação da Lava Jato seriam necessários oito votos - maioria absoluta. Entretanto, há três cadeiras vazias no colegiado, duas das quais deveriam ser ocupadas por representantes do Ministério Público. Com 11 membros, a destituição de Deltan seria obtida com seis votos.

As indicações de membros do CNMP precisam ser aprovadas pelo Senado. No ano passado, a maioria dos senadores rejeitou a recondução de dois representantes do Ministério Público que se notabilizaram por votar a favor de Deltan em ações disciplinares formuladas por investigados e seus aliados.

Não se exclui a hipótese de algum conselheiro pedir vista do processo no julgamento desta terça. De resto, Deltan requereu no Supremo a suspensão do julgamento. O pedido está nas mãos do ministro Celso de Mello.

Ao longo dos seus seis anos de existência, a Lava Jato obteve condenações em série de figurões da oligarquia político-empresarial. O impeachment de Dilma e a prisão de Lula deram a Sergio Moro e aos rapazes de Curitiba uma sensação de invulnerabilidade.

Os saqueadores dos cofres esperavam pelos erros de seus algozes e pelo dia em que a faxina, por rotineira, viraria um assunto chato. Ao aceitar o cargo de ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Moro forneceu matéria-prima para os adversários.

Ideias como a de destinar verbas da União para uma fundação privada reforçaram o arsenal. Hoje, Moro é ex-ministro e Bolsonaro aliou-se à banda podre do Legislativo. Ao indicar Augusto Aras para chefe do Ministério Público Federal, o capitão colocou a Procuradoria da República para brigar consigo mesma.

Os procuradores avaliam que Aras está a serviço de Bolsonaro. E a cúpula da Procuradoria olha para Curitiba como se a força-tarefa fosse uma unidade a serviço dos interesses eleitorais de Moro.

Contra esse pano de fundo, o cerco promovido contra Deltan no Conselho Nacional do Ministério Público é um prenúncio da consolidação dos novos velhos tempos. O prazo de validade da força-tarefa de Curitiba vence agora, em setembro. A continuidade do grupo depende da aprovação de Aras. Que faz mistério de sua decisão.
Herculano
17/08/2020 11:27
BOLSONARO DÁ UM MAU SINAL AOS DO ALIANÇA PELO BRASIL

O pedido do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, sem partido, para voltar ao PSL de onde saiu - com dois dos três filhos políticos - atirando, é uma ducha de água fria nos bolsonaristas que estavam formando o Aliança pelo Brasil em Gaspar, Ilhota e Santa Catarina, especialmente, um reduto francamente bolsonarista.

Aqui em Santa Catarina, este processo do Aliança está sendo liderado pela vice-governadora Daniela Cristina Reinehr, filiada ao PSL. Ele é a razão do rompimento dela com o governador Carlos Moisés da Silva, PSL.

Por que é ruim a procura de Bolsonaro pelo PSL? Porque traz insegurança aos bolsonaristas raízes. Nesse ambiente ideológico e extremado, o que está dividido não se une mais. É clássico.

Em Gaspar, os bolsonaristas que estavam divididos filiados no DEM, PL, PSL e Patriotas estão desconfiados com a manobra. E o PSL demonstra "satisfação" com a notícia, mas não sabe o que vem exatamente pela frente, se Bolsonaro voltar ao partido. Não contavam mais com ele, apesar da afinidade ideológica.

Quem está atônito com a notícia são os do Aliança pelo Brasil. É que com as negociações travadas temporariamente com o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, Bolsonaro já abriu outras frentes partidárias.

Ou seja, já se sabia que para este ano o Aliança tinha ido para o saco, mas com a procura de Bolsonaro por outros partidos para além de 2020, sinalizou ele que desistiu ou o Aliança não estará pronto para a reeleição de 2024.

Políticos miúdos - os que vão para a linha de frente das batalhas partidárias e eleitorais - sofrem nas mãos e jogos dos graúdos encastelados em Brasília. Wake up, Brazil!
Herculano
17/08/2020 11:27
IMPEACHMENT RETOMADO, por Cláudio Prisco Paraíso

O ministro Luiz Roberto Barroso, do STF, acaba de conceder liminar favorável ao pleito da Alesc no processo de impeachment. O questionamento feito pela defesa do governador é quanto ao rito do processo. Barroso, segundo o despacho, entende que a competência para definir os passos do julgamento são do Legislativo, contrariando decisão de desembargador do Tribunal de Justiça, que havia despachado favoravelmente à tese da defesa de Moisés.

O rito estabelecido pela Assembleia prevê afastamento do governador e da vice se a oposição conseguir 27 votos em plenário, logo depois da análise da Comissão Especial da Casa. Significa que não será necessário, para o hipotético afastamento, aguardar a manifestação da comissão mista que será formada por 5 deputados e 5 desembargadores.

Grande vitória da Assembleia neste processo. Com a liminar concedida por Barroso, os prazos do processo de impeachment serão retomados. No momento, o legislativo trabalha na formação da comissão especial que analisará as defesas de Moisés, Daniela Reinehr, a vice-governadora, e Jorge Tasca, secretário de Administração.

AMPULHETA

De acordo com a Procuradoria da Alesc, o prazo para a apresentação das defesas, suspenso durante a vigência da liminar, será retomado nesta semana. Governador, vice e secretário têm 10 sessões ordinárias para apresentar a defesa à comissão da Alesc. O prazo inicial terminava em 25 de agosto, mas, em virtude da liminar concedida pelo TJ, esse prazo irá até 2 de setembro.

BELA NOTÍCIA

Em decisão singular divulgada nesta sexta-feira, 14, o conselheiro do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) José Nei Ascari determinou a suspensão cautelar da cobrança da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) do município de Governador Celso Ramos. Em seu despacho, Ascari relatou a inviabilidade operacional da cobrança, já que o custo contratual é superior à arrecadação do chamado "pedágio para turista".

PLANEJAMENTO, ZERO

O conselheiro também revelou a ausência de pesquisa para indicar o preço cobrado e a falta de um orçamento detalhado em planilhas que demonstrem a composição dos custos unitários e do custo máximo dos serviços contratados. Há ainda, por parte da empresa prestadora do serviço, precificação acima dos valores de mercado, indicando possível sobrepreço.
Herculano
17/08/2020 11:26
CHEGAR À ECONOMIA DO CONHECIMENTO, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S.Paulo.

É preciso acordar para o fato de que é possível aprender qualquer coisa de graça, online

Um jeito de resumir o caminho a ser trilhado para o Brasil se desenvolver está em uma fórmula simples: precisamos aprender a transformar conhecimento em produtos, serviços e geração de valor.

Hoje, o país possui boa capacidade de transformar recursos naturais em valor econômico, seja na mineração ou no agronegócio. No entanto, ainda precisamos de mais pessoas, empresas e organizações capazes de transformar conhecimento em valor.

Para dar esse salto de economia dependente da natureza para economia movida a ideias, é preciso investir em pessoas, como fizeram vários países na Ásia. Não é aceitável que hoje no Brasil os 10% melhores alunos (incluindo ensino particular) correspondam aos 10% piores alunos do Vietnã, país em desenvolvimento que enfrentou anos de guerra.

A melhor forma de prever o futuro é olhar o sistema educacional de um país no presente. Esta é uma boa bola de cristal: o estado da educação hoje permite prever o que acontecerá no país dali a 20 ou 25 anos.

Nesse contexto, um caminho que pode ser promissor na luta por saltos educacionais é o chamado ensino híbrido. Em outras palavras, aproveitar o que há de melhor no ensino presencial realizado na escola e o que há de melhor na capacidade de ensinar pela internet, simultaneamente.

Por exemplo, pegar a parte que funcionou da experiência forçada de educação online durante a pandemia (que tanto enlouqueceu pais e professores), só que de forma complementar.

Por um lado, isso requer investimento em infraestrutura e conexão de alta velocidade, especialmente lembrando que há no país 70 milhões de brasileiros mal conectados ou desconectados.

Por outro, requer avanços em termos metodológicos. Hoje, é possível aprender praticamente qualquer coisa pela internet, de graça. Por exemplo, habilidades práticas como consertar a bicicleta, o chuveiro, fazer pão, tocar um instrumento ou falar um idioma.

Dá para aprender também a habilidade central do mundo contemporâneo, que é programação, de graça pela rede. Mais que isso, é possível aprender também matemática, geografia, biologia. Ou ainda design gráfico ou os pilares práticos de ferramentas de inteligência artificial. Há tutoriais (muitos em vídeo) para qualquer tipo de conhecimento.

Essa constatação de que dá para aprender tudo pela rede precisa ser urgentemente incluída nos currículos educacionais formais. A habilidade mais importante que alguém pode adquirir hoje é justamente acordar para o fato de que pode aprender qualquer coisa sozinho, de graça, se estiver online.

Mais do que isso, é possível incentivar um empreendedorismo baseado em ideias a partir dessa constatação. Inovação pode ser feita de ideias grandes ou pequenas.

Um conhecimento novo adquirido na internet vendo um vídeo pode se transformar em um produto ou serviço inédito, capaz de gerar um mercado novo. Nesse sentido, um país pode dizer que está no caminho certo para uma economia baseada em conhecimento quando as micro, pequenas e médias empresas passam a participar do processo de inovação.

Uma avenida para isso é a educação formal. Enquanto ela não chega como deveria, a aquisição de conhecimentos e habilidades informalmente pela internet ajuda muito.

READER
Já era?
Achar que a corrida espacial se encerrou com a Guerra Fria

Já é?
Planos para explorar recursos minerais no espaço

Já vem?
Planos para construir um reator nuclear na Lua
Herculano
17/08/2020 11:24
CHEGAR À ECONOMIA DO CONHECIMENTO, por Ronaldo Lemos, advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro, no jornal Folha de S.Paulo.

É preciso acordar para o fato de que é possível aprender qualquer coisa de graça, online

Um jeito de resumir o caminho a ser trilhado para o Brasil se desenvolver está em uma fórmula simples: precisamos aprender a transformar conhecimento em produtos, serviços e geração de valor.

Hoje, o país possui boa capacidade de transformar recursos naturais em valor econômico, seja na mineração ou no agronegócio. No entanto, ainda precisamos de mais pessoas, empresas e organizações capazes de transformar conhecimento em valor.

Para dar esse salto de economia dependente da natureza para economia movida a ideias, é preciso investir em pessoas, como fizeram vários países na Ásia. Não é aceitável que hoje no Brasil os 10% melhores alunos (incluindo ensino particular) correspondam aos 10% piores alunos do Vietnã, país em desenvolvimento que enfrentou anos de guerra.

A melhor forma de prever o futuro é olhar o sistema educacional de um país no presente. Esta é uma boa bola de cristal: o estado da educação hoje permite prever o que acontecerá no país dali a 20 ou 25 anos.

Nesse contexto, um caminho que pode ser promissor na luta por saltos educacionais é o chamado ensino híbrido. Em outras palavras, aproveitar o que há de melhor no ensino presencial realizado na escola e o que há de melhor na capacidade de ensinar pela internet, simultaneamente.

Por exemplo, pegar a parte que funcionou da experiência forçada de educação online durante a pandemia (que tanto enlouqueceu pais e professores), só que de forma complementar.

Por um lado, isso requer investimento em infraestrutura e conexão de alta velocidade, especialmente lembrando que há no país 70 milhões de brasileiros mal conectados ou desconectados.

Por outro, requer avanços em termos metodológicos. Hoje, é possível aprender praticamente qualquer coisa pela internet, de graça. Por exemplo, habilidades práticas como consertar a bicicleta, o chuveiro, fazer pão, tocar um instrumento ou falar um idioma.

Dá para aprender também a habilidade central do mundo contemporâneo, que é programação, de graça pela rede. Mais que isso, é possível aprender também matemática, geografia, biologia. Ou ainda design gráfico ou os pilares práticos de ferramentas de inteligência artificial. Há tutoriais (muitos em vídeo) para qualquer tipo de conhecimento.

Essa constatação de que dá para aprender tudo pela rede precisa ser urgentemente incluída nos currículos educacionais formais. A habilidade mais importante que alguém pode adquirir hoje é justamente acordar para o fato de que pode aprender qualquer coisa sozinho, de graça, se estiver online.

Mais do que isso, é possível incentivar um empreendedorismo baseado em ideias a partir dessa constatação. Inovação pode ser feita de ideias grandes ou pequenas.

Um conhecimento novo adquirido na internet vendo um vídeo pode se transformar em um produto ou serviço inédito, capaz de gerar um mercado novo. Nesse sentido, um país pode dizer que está no caminho certo para uma economia baseada em conhecimento quando as micro, pequenas e médias empresas passam a participar do processo de inovação.

Uma avenida para isso é a educação formal. Enquanto ela não chega como deveria, a aquisição de conhecimentos e habilidades informalmente pela internet ajuda muito.

READER
Já era?
Achar que a corrida espacial se encerrou com a Guerra Fria

Já é?
Planos para explorar recursos minerais no espaço

Já vem?
Planos para construir um reator nuclear na Lua
Herculano
17/08/2020 11:23
BOLSONARO CRESCE NA HORA CERTA, DIZ ESPECIALISTA, por Cláudio Humberto, na coluna que publicou nesta segunda-feira nos jornais brasileiros

O crescimento da avaliação positiva do governo Jair Bolsonaro e a queda brusca no número dos que o rejeitam acontecem a apenas 90 dias das eleições municipais deste ano, por esse motivo "o momento político não poderia ser melhor para o presidente", segundo um dos maiores especialistas do País, Murilo Hidalgo, presidente do Paraná Pesquisas, primeiro instituto a detectar esse salto de avaliação positiva.

ELEIÇÃO HISTóRICA

As pesquisas indicam que, com prestígio em alta durante a campanha, Bolsonaro deve favorecer um desempenho histórico dos seus aliados.

O MAIOR ELEITOR

Para Hidalgo, Bolsonaro pode passar dos 40% de aprovação, mas só será o "maior eleitor" mantendo o que o faz recuperar a popularidade.

FóRMULA CERTA

O desafio do presidente é fazer os mais pobres se sentirem amparados, nos programas sociais, seguir viajando pelo País e evitar crises políticas.

NOVOS ELEITORES

As pesquisas têm mostrado que Bolsonaro mantém o apoio de quem o elegeu e avança no eleitorado lulista nas classes C, D e E e no Nordeste.

MAIORIA FEMININA ESCOLHERÁ PREFEITOS E VEREADORES

Dentro de 97 dias, quase 148 milhões de eleitores irão comparecer às urnas para eleger novos prefeitos e vereadores em 5.569 municípios brasileiros. A maioria do eleitorado é formada por mulheres, que representam 52,49% do total, segundo levantamento realizado no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somando 77.649.569 eleitoras. Os homens somam 70.228.457 eleitores. Eles representam 47,48% do total.

DISTANTES DA POLÍTICA

Com maioria feminina no eleitorado, em tese as candidatas teriam mais chances, mas não é bem assim. Elas continuam com aversão à política.

ELEITORES CENTENÁRIOS

O eleitorado com voto facultativo apresenta uma curiosidade: 65.589 com mais de 100 anos estão com as obrigações aptos para ir às urnas.

DISPENSADOS DE VOTAR

Estão dispensados de comparecer às urnas, em novembro, analfabetos, maiores de 70 anos e os maiores de 16 e menores de 18 anos de idade.

MESA QUADRADA

Tem tudo para virar "resenha" a reunião da comissão especial da Câmara dos Deputados sobre o retorno do futebol na pandemia. Vai ter jornalista, cartola, médico fisioterapeuta. Craque, que é bom, nenhum.

FIM DE PAPO

O PT nacional já não quer papo com o PSB de Pernambuco, após a decisão de não reincidir no erro de abrir mão da candidatura de Marília Arraes à prefeitura do Recife. Só falta mandar os fisiológicos liderados pelo senador Humberto Costa devolver seus cargos de consolação.

METAMORFOSE AMBULANTE

Saiu da internet para as ruas um protesto em favor da Lava Jato e contra Jair Bolsonaro, pelo acordo com o "centrão". Por 11 anos Bolsonaro foi filiado ao PP, principal partido de centro, e saiu do partido incólume.

COMPRANDO MILITÂNCIA

O "bilionário socialista" George Soros deve ter concluído que a esquerda em geral e ativistas em particular gostam mesmo é de grana. Sua Open Society Foundation vai distribuir US$3 milhões no Brasil a 'grupos excluídos de debates', seja lá o que isso for, que 'lutam pela democracia'

TRABALHO RENDE

"É muito bom ver os brasileiros reconhecendo o grande trabalho que vem sendo feito pelo governo em todas as frentes", comentou Fabio Faria (Comunicações), após a alta de Bolsonaro nas pesquisas.

BOLSONARO EM SERGIPE

O presidente da República Jair Bolsonaro visita Sergipe nesta segunda (17) a convite do deputado Laércio Oliveira (PP), relator da Nova Lei do Gás. Vai conhecer ac?o?es de fomento a? cadeia produtiva do ga?s.

CONSUMO DE VOLTA

O número de acessos a lojas de comércio online em julho só foi inferior ao registrado em maio deste ano (auge da pandemia e Dia das Mães) e de novembro de 2019 na Black Friday, principal data do e-commerce.

MERCADO EM ALTA

Os maiores bancos brasileiros devem leiloar quase 180 imóveis até o final de agosto, em todo o Brasil, de acordo com levantamento da Frazão Leilões. São todos imóveis envolvidos em ações judiciais.

PENSANDO BEM...

...pesquisa positiva, após tom ameno e ajuda aos pobres, lembra até outro presidente.
Herculano
17/08/2020 11:22
SEM PUDOR, BOLSONARO Só PENSA EM 2022, por Leandro Colon, diretor da sucursal de Brasília do jornal Folha de S. Paulo

Presidente movimenta peças para reeleição enquanto adversários buscam um rumo

A eleição presidencial de 2022 começou, as ruas já flertam com a reeleição de Jair Bolsonaro e alguém precisa contar para a oposição.

A agenda do impeachment, por ora, inexiste no Congresso, não vai prosperar no cenário atual. Tende a ser ineficaz insistir nela.

Não há sinais de que Bolsonaro corre risco até o fim de seu mandato por mais que razões possam ter (e não são poucas) para a abertura de um processo de afastamento.

Uma ação de impeachment precisa, além de ambiente político favorável, de um empurrão de fora que sustente a derrubada.

O Datafolha mostra que Bolsonaro está forte. Atingiu sua melhor avaliação no mandato, com 37% dos brasileiros considerando seu governo ótimo ou bom.

A curva de rejeição caiu de 44% para 34%. Para 47%, ele não tem culpa pelas 100 mil mortes causadas pela Covid-19 no país.

Alavancado pelo auxílio emergencial, que impediu 23,5 milhões de caírem na pobreza, o presidente está todo serelepe.

Semana passada foi para Belém inaugurar obras. Desembarca nesta segunda-feira (17) em Sergipe para cortar a faixa de uma usina termoelétrica. E faz troça com o teto de gastos públicos.

Bolsonaro joga para dentro também. Enlaçou-se com o probo centrão e namora o MDB do neoaliado Michel Temer. Réu por corrupção, o ex-presidente teve de pedir autorização da Justiça para chefiar a comitiva enviada ao Líbano.

Bolsonaro nem se constrangeu em indicar Ricardo Barros para liderar seu governo na Câmara. Deputado pelo PP-PR, Barros tem um prontuário extenso no ramo das investigações.

Com o fracasso na formação da Aliança pelo Brasil, Bolsonaro busca agora um partido para disputar a reeleição.? Admite até deixar de lado as agruras com o PSL, a sigla especializada em laranjas que o elegeu presidente em 2018.

O presidente movimenta as peças sem pudor. Quando (e se) seus adversários encontrarem um rumo nos próximos dois anos, pode ser tarde demais.
Herculano
17/08/2020 11:20
RUMO À BARBÁRIE, por Edna Lima, em Os Divergentes

O uso político de uma situação trágica como a da criança de 10 anos , que recebeu a autorização da Justiça para abortar após engravidar por ter sido estuprada, é pura canalhice.

Neste domingo uma cena me causou espanto, enjoo e raiva ao mesmo tempo. Nas redes sociais circularam imagens de manifestantes, que, "em nome de Deus", tentaram invadir um hospital no Recife para impedir que médicos realizassem um aborto, autorizado pela Justiça, em uma criança de 10 anos, grávida de cinco meses, fruto de estupros cometidos pelo próprio tio ao longo dos últimos quatro anos.

A história por si só já é suficientemente trágica - a menina foi estuprada em São Mateus, município no norte do Espírito Santo, e, mesmo com autorização judicial, um hospital capixaba se recusou a fazer o procedimento - para ser explorada de forma tão canalha. A dor da família nem por um minuto foi respeitada e o tribunal da internet não tardou a se manifestar julgando e condenando os envolvidos, sem sequer ouvi-los, apenas para defender seus pontos de vista e suas convicções políticas, sejam elas quais forem.

A exploração política do fato (o aborto) neste caso configura um mau-caratismo inominável. Nesse sentido até me questiono se a imprensa deveria ter divulgado a autorização judicial para o aborto, dando publicidade a uma questão exclusivamente familiar, afinal esse é um assunto que sempre gera muita polêmica.

O pior de tudo foi a atitude criminosa da líder bolsonarista Sara Winter de divulgar, pelo Twitter, o nome da criança e o endereço do hospital onde seria realizada a cirurgia, incitando ativistas a irem ao local tentar impedir o aborto. Uma demonstração de extremo mau-caratismo e irresponsabilidade. Não existe justificativa para esse tipo de atitude.

Presa em junho por determinação do ministro Alexandre de Moraes, por ataques contra o Supremo Tribunal Federal, e solta alguns dias depois, Sara Winter não deve ter se intimidado, pois continua a agir de forma nefasta pelas redes sociais. Chamada de ativista por uns e de terrorista por outros, o fato é que a "neocristã" foi uma das fundadoras da variante brasileira do grupo Femen e, até pouco tempo, defendia pautas liberais como a legalização do aborto no Brasil.

Segundo consta, Sara teria sido expulsa do movimento por desvio de verbas e autopromoção. Ela rebate se dizendo traída pelas feministas e arrependida de suas posições anteriores.

Mas Sara Winter é apenas um dos elos dessa corrente de intolerância e oportunismo político que vem se fortalecendo no Brasil nos últimos anos. Para mim, estamos caminhando rumo à barbárie. Lamentável!
Herculano
17/08/2020 11:20
FALTAM ELEMENTOS JURÍDICOS

da professora e advogada, deputada estadual em SP pelo PSL, uma das autoras do impeachment contra a ex-presidente Dilma Vana Rousseff, PT, Janaína Pascoal, no twitter:

Não vejo quaisquer elementos jurídicos para afastar Dellagnol da Lava Jato. Não concordo com todas as suas ideias, mas seu trabalho foi muito importante e pode seguir sendo.
Herculano
17/08/2020 11:18
da série: a bandidagem, inclusive a do colarinho branco, é muito bem organizada na informalidade para dominar o poder formal que é implacável nos ditames da lei aos pobres, pretos e putas.

PGR DEVE USAR JULGAMENTO DE DALLAGNOL PARA DESMANTELAR LAVA JATO

Conteúdo de O Antagonista. Augusto Aras deve usar o julgamento de Deltan Dallagnol no CNMP para desmantelar a Lava Jato.

"Na cúpula da PGR, a avaliação é de que um revés do coordenador da operação fortalecerá Augusto Aras contra a República de Curitiba", diz o Estadão.

"O pior cenário para Dallagnol prevê o afastamento imediato dele do comando da operação. Se isso se confirmar, conselheiros dão como certo que Aras usará a decisão como embasamento para não renovar a própria a força-tarefa, em setembro".
Herculano
17/08/2020 11:17
da série: um exemplo clássico de como a roubalheira do dinheiro público não tem partido nem alinhamento ideológico, a não ser o de roubar de muitos os seus pesados impostos, para o benefício de poucos. No final da história, o bandido é quem tentou usar a lei para pegar o ladrão. E os políticos todos unidos contra a lei e mocinho da história de fadas e na qual chegamos até a acreditar

ÀS VÉSPERAS DO JULGAMENTO DE DELTAN, MEMBROS DO MP COBRAM INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL

Conteúdo de O Antagonista. Dois dias antes do julgamento do CNMP que pode afastar o procurador Deltan Dallagnol da Lava Jato, integrantes do Ministério Público assinaram um manifesto em que defendem a "importância das garantias constitucionais da inamovibilidade e da independência" de suas funções.

Segundo o Estadão, o documento contava com mais de 2.250 assinaturas de membros do MP até a tarde deste domingo, sendo que o abaixo-assinado foi criado ontem.

"A pretensão de utilizar a remoção compulsória de membros do Ministério Público com fundamento no interesse público só se justifica em casos absolutamente excepcionais, em que reste devidamente comprovada a completa falta de compromisso e responsabilidade do agente com o cargo exercido", diz o abaixo-assinado.

"Um Ministério Público forte e respeitado em suas garantias constitucionais é do interesse de toda a sociedade, que terá a certeza, assim, de poder contar, sempre, com um fiscal imparcial e um agente ativo no enfrentamento da criminalidade organizada e da corrupção, na defesa dos direitos humanos, do meio ambiente e dos consumidores, bem como na vigilância permanente das liberdades, dos valores democráticos e da igualdade para todos."

O CNMP vai julgar na próxima terça-feira três casos envolvendo Deltan. Como revelamos, há pelo menos seis votos pelo afastamento do procurador da Lava Jato.
Herculano
17/08/2020 11:16
SE VOCÊ SENTE CHEIRO DE PSICOPATIA AQUI, DEVE PROCURAR AJUDA, por Luiz Felipe Pondé, filósofo e ensaísta, no jornal Folha de S. Paulo

Suspeito que a modernidade seja um surto psicótico coletivo

Grandes marcas de mídia estão aderindo ao surto coletivo: a palavra "mulher" não deve mais ser usada associada à menstruação, e a palavra "homem" a alguém capaz de fecundar uma mulher (Ops! Fecundar pessoa com útero).

Se você não sente cheiro de psicopatia aqui, você deve procurar ajuda profissional.

Por outro lado, esse nível de histeria na política, na mídia, nas redes e na academia acaba por alimentar os reacionários, também psicopatas, que crescem por todos os lados. Não se iludam que Biden presidente irá impedir esse crescimento, Trump é fruto dele e não o contrário.

É evidente que pessoas podem sentir o que quiserem em termos de identidade sexual e transarem com quem quiser. Dita essa obviedade, vamos ao que interessa.

Elevemos um pouco o nível da conversa. Thomas Mann no seu "Pensadores Modernos" (Jorge Zahar, 2015) levanta a hipótese de que Schopenhauer, Nietzsche, Freud e Wagner romperam com a tradição de ver o homem como um ser saudável, em processo de ampliar sua capacidade racional, e inauguraram um pensamento fincado da ideia de que somos meio doentes mesmo.

Nosso mal seria que somos seres escravos das vontades, irracionais, contraditórios, dissociados, que a duras penas conseguem ser minimante racionais, às custas mesmo de nossa frágil sanidade.

Alguns anos atrás, era comum você encontrar dissertações de mestrado que transitavam pela ideia de ressignificar a menstruação, "recriando" supostos rituais pagãos nos quais a menstruação não seria uma maldição bíblica, tal como é interpretada por versões fundamentalistas da história de Eva.

Essas pesquisas eram realizadas no bojo do movimento feminista dentro do estudo das religiões. Imagino como essas pesquisadoras sofreriam hoje partindo do pressuposto de que mulheres menstruam. A simples transformação, em cerca de 15 anos, pela qual esse debate passou, indica a piora do quadro mental da experiência moderna.

Suspeito que a modernidade seja um surto psicótico coletivo que é bastante funcional em muitos aspectos, mas que tem apresentado uma piora do quadro, correndo o risco de perda dessa funcionalidade. Com isso, não quero dizer que o mundo pré-moderno fosse melhor. Apenas que a espécie sobreviveu a muita hostilidade do meio ambiente externo ao longo das dezenas de milhares de anos, mas que, à medida que o meio ambiente interno, como dizia o antropólogo Ernst Becker (século 20), se tornou cada vez mais preponderante na espécie, começamos a enlouquecer de forma organizada (surtos são organizados). Nos termos de Thomas Mann: nós modernos temos uma natureza muito mais impetuosa e sofrida.

Não se trata apenas da obsessão sexual histérica em que se transformou o debate público. Mesmo a ideia de tomar comentários nas redes como métrica de decisões acerca de conteúdo por parte das grandes marcas de mídia é apostar no surto moderno como critério decisório.

Entendo a justificativa do ponto de vista de mercado. As redes sociais são a ferramenta mais precisa da opinião pública e, por isso mesmo, a mais destrutiva, porque mede matematicamente (fisicamente, diria Alex Pentland, pesquisador de mídia em Harvard) as respostas do público. Finalmente, a "ciência" a serviço da destruição da inteligência. Aqui, a economia de mercado mostra seus perigosos limites: não é a alienação que poderá destruir o capitalismo, mas a estupidez dos consumidores e dos agentes corporativos que serão arrastados por essa estupidez travestida de "tendências".

Imagine uma situação em que alguém propõe que você use seu próprio sangue menstrual como tratamento de beleza da pele. Já se sabia que algumas mulheres tomavam o próprio sangue menstrual como tratamento para uma série de doenças.

Agora imagine que uma pessoa reaja a essa proposta de usar seu próprio sangue menstrual como discriminatória na medida em que existem "mulheres" que não menstruam porque são "homens" fisiologicamente. Essa pessoa proporia que uma forma de resto do metabolismo humano mais inclusivo fosse usada. Você teria uma ideia de qual seria um resto metabólico mais inclusivo?

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