O leitor opina - Jornal Cruzeiro do Vale

Serviços públicos
Justificando uma das maiores cargas tributárias do mundo, o governo brasileiro estabelece em nossa Constituição nos assistir na saúde, na educação, na segurança pública e na infraestrutura portuária, aérea, viária e urbana.

Porém, a distribuição dos recursos segue uma lógica que até pode ser legal, mas é sem dúvida imoral. Querem um singelo exemplo? Quanto custa a Câmara de Vereadores de Gaspar? Férias duas vezes por ano, salário de fazer inveja à maioria do povo trabalhador, carga horária extremamente flexível e reduzida, nove funcionários concursados ao dispor mais treze assessores e ainda reivindicam mais gente para engrossar a arrecadação e o poder dos partidos.

Já na pasta da saúde, que é onde estouram as maiores emergências da população, falta dinheiro para tudo. Criam manobras burocráticas para disfarçar a precariedade que respinga em todas as especialidades médicas. Nossa única ortopedista, por exemplo, se desdobra para atender os pacientes agendados e as emergências que pipocam pelos corredores por conta de demanda reprimida. Também faltam pediatras e cardiologistas.

Quanto merece receber um profissional com especialização médica para atender e reestabelecer a saúde da nossa gente? Será que a razão da falta de interesse destes profissionais de trabalhar em Gaspar se dá pelo baixo salário oferecido? E se o custo de cada vereador tivesse o teto de R$ 3.000 ao mês, incluindo assessor, diárias etc., será que teríamos algum candidato se estapeando no pleito de 2016? Precisamos de reformas urgentes para viabilizar qualidade de vida para todos, não apenas para os políticos.
Odete Fantoni | Gaspar


Edição 1637