O leitor opina - Jornal Cruzeiro do Vale

Jovens
Precisamos educar nossos filhos para que saibam que os policiais estão para proteger e resgatar os menores de uma triste situação. Eles não devem fugir e nem reagir aos policiais pois, eles também são pais de famílias que desejam finalizar o dia com bons resultados. Infelizmente faltou confiança, segurança e uma falta de formação dos jovens envolvidos na ocorrência da semana passada. Precisamos olhar melhor em que podemos melhorar para que haja mais diálogo, afeto, harmonia e respeito nas famílias e na sociedade.
Cecília Werner | Ilhota


Jovens II
A matemática é fácil de se resolver: os jovens acharam que trabalhar, ganhar um salário baixo por mês, ter a liberdade de ir e vir, e no final do dia poder descansar tranquilamente em casa junto dos seus não era bom o suficiente. Deram lugar à ganância, agora precisam sofrer as consequências. Cada um teve o lugar que mereceu. São jovens sim, mas nem por isso vou passar a mão na cabeça de nenhum criminoso e nem de sua famílias. Porque não sei o histórico delas, não sei se deram educação pra esses elementos, deram uma bronca quando estavam se envolvendo com gente de má índole, se foram pais presentes.
Aldair Marcos Lanz | Gaspar


Jardim Primavera
É impressionante como as pessoas gostam de jogar pedra sem olhar para o próprio umbigo ou para seu próprio bairro. Não é só na Marinha que tem traficantes e ladrões, agora a Marinha é o bafão por causa da operação policial realizada dia desses. Caso a comunidade não saiba, os atiradores que mataram as pessoas violentamente nesse bairro não são daqui, ali mora gente de bem, e para a polícia fazer toda essa operação, com certeza tinham informação que o negócio iria ficar pior e então resolveram dar um basta.
Agora olhe no seu bairro que também tem o mesmo problema. Isso é um problema da nossa sociedade atual devido à inércia do Poder Público.
Sobre a área invadida, onde vão morar esses moradores que perderam suas casas? No abrigo? Nas casas de PVC? Vão esperar por três anos para uma solução? Sinceramente, não queria estar nessa situação. Para encerrar, espero que esse projeto de revitalização do Jardim Primavera não seja mais uma propaganda enganosa, como fizeram tempos atrás. Participei de várias reuniões e até um representante da Caixa trouxeram para enganar aquele povo. A procuradoria falou durante esses dois anos que não podiam mais fazer esse projeto devido a invasão, fizeram uma mágica agora? Ou é pressão da sociedade? Ou já estão em campanha para 2012? Espero eu estar errado e que esse projeto saia definitivamente do papel !
Jean Carlos Grimm | Gaspar


Tarifaço
Tenho um terreno em Bombinhas, de 320m2 a 1km da praia, com área construída de 30m2, com duas coletas semanais de lixo, com tarifa incluída no IPTU. Paguei o valor do IPTU em cota única de R$82,00. Moro no Bateias, a 9km do Centro de Gaspar, não tem praia e só de taxa de lixo paguei ao longo do ano o total de R$105,00. Detalhe, eu reciclo 95% do meu lixo, utilizando o aterro apenas com o papel higiênico. Dá uns 3kg ao mês. Não seria a hora de Gaspar rever a política que generaliza que cada cidadão produz 3kg/dia de lixo?
Em primeiro lugar porque hoje em dia teria que ganhar muito para alcançar esta marca de consumo demasiado. Em segundo lugar, porque onde há coleta seletiva o povo adere. Se houver o benefício de uma taxa reduzida para quem colaborar com a reciclagem, com coleta regular em todo o município, com certeza os custos com o destino no aterro cairão drasticamente. Cobram a consciência do povo mas é o Poder Público e as suas autarquias que tem a obrigação de solucionar o problema, sem onerar o cidadão de bem, que elege e paga o salário de cada um de vocês e que está cansado de ser extorquido com tarifaço de tudo quanto é lado. Está na hora de botar o discurso na gaveta, arregaçar as mangas e trabalhar pela gente como a gente merece: com respeito.
Odete Fantoni | Gaspar


Saudades
Meus sentimentos à família do Alvacir, amigo de muitos anos. Acompanhei sua trajetória no Samae, passarinheiro, morador do bairro São Pedro, me lembro muito bem de sua mãe, de sua esposa, se não me engano, filha do nosso operador de máquina Teixeirinha. Mais um amigo que nos deixa saudades. Pelo que vejo no depoimento de seus filhos dá para avaliar o quanto Alvacir era importante para seus familiares. Deus que o tenha entre os bons servidores.
Odir Barni | Camboriú-SC


A perspectiva de um professor ACT em Santa Catarina
Verdade seja dita: rolar uma pedra morro acima e quando se ?termina? este ciclo ela ser rolada para baixo a fim de que novamente se desça e torne a subí-la para que novamente isso ocorra, é uma função cansativa, ingrata, desesperadora.
Apresentei uma paráfrase ao mito de Sísifo de Albert Camus, filósofo francês. Ela serve em muito para ilustrar o processo de cada Professor ACT  que se dedica a uma carreira nobre, que exige postura, inteligência, capacidade, conforme Carl Rogers explicita em Tornar-se Pessoa :
(...)importância de um educador consciente  de suas atitudes e sua capacidade de compreender os sentimentos e as reações do seu aluno, ou seja, a importância de ser uma pessoa real, ?não a encarnação abstrata de uma exigência curricular ou um canal estéril do qual o saber passa de geração em geração? (1991, p.265).

Ser Professor, Lehrer, Teacher, Professeur, conforme descreve o comercial na TV visando um incentivo para que os jovens queiram seguir tal Profissão. Uma motivação louvável, pois ser tido como o ?motivador? de grandes desenvolvimentos pelo mundo é algo nobre! Mas olhar para a situação atual, que vivo e conheço me mostra outro lado. O que de não é isso que querem vender. Pesquisem sobre a quantidade de escolas em nosso estado que tiveram e estão tendo grande dificuldade com o início das aulas neste ano. Tendo escolas a ter 3 Professores apenas e, digo a vocês ? não é falta de Professores na grande maioria dos casos, tem Professores sim,o que acontece é uma política de vagas que não podem ser quebradas, isto é, oferecem 40 horas e ponto final, não importa se o Professor que ficou classificado bem na lista dê aula em outros lugares, que ele tenha apenas um horário disponível, é aquilo e pronto; errado ou certo? Dá para se falar em duas versões, primeira o Professor melhor colocado nem sempre está disponível para todos os horários que as vagas propõem porque ele não é apenas Act como (parece que o edital) espera que seja, isto é, que esteja um ano todo empregado, ou parcialmente conforme surgem as vagas de licenças, afastamentos, funções gratificadas etc (um bom profissional vive para esperar vagas assim?), no fim do ano desempregado e a espera de vaga para o ano seguinte (uma espécie de escravo do sistema).

Por segundo a versão boa para a vaga completa, quem quiser atuar como Professor sem outra opção, então sendo ACT que se dedique somente a isso e ponto final. Isso seria uma maravilha, mas quem assume esta vaga nem sempre é o melhor classificado e logo o que teria mais a oferecer aos cidadãos em formação.

Em época de renovação de governo vê-se tantos projetos apresentados, tais como o de bolsas para financiar o Estudo Superior em nosso Estado. Louvável a intenção, mas lembrado  via twitter quanto ao compromisso com o Ensino Público e não enriquecimento do Ensino Privado, pois para se estudar nas Instituições lá citadas é preciso pagamento, isto é, as vagas dessas instituições seriam preenchidas por estudantes patrocinados pelo Governo... surge aqui um questionamento. Sendo a intenção muito boa, a de investir dinheiro público para preencher vagas de instituições privadas, tendo como objetivo a formação de mais profissionais, de dar oportunidade aos jovens, como seria se estes jovens viessem a se tornar Professores e ACTs? O que resolveria tal investimento? Pois, no período de estudo raramente conseguiria uma vaga em sala de aula, quando habilitado, quatro ou cinco anos depois iria para uma prova classificatória e mesmo que ficasse bem colocado, caso tenha um outro emprego, pois foram anos para se formar, ele precisava se manter de alguma forma ele talvez não poderia assumir alguma vaga, pois teria que para isso se desfazer do que o manteve até agora.

Outro ponto as chamadas, na primeira aparece um número bem pequeno de vagas, e quem porventura ainda depende de ser ACT para se manter se pegar uma vaga na qual se classificou (porque o edital previa que com o Ensino Médio se inscreveria para qualquer disciplina do Ensino Fundamental, e muitos fizeram isso) não pode, depois deixar esta vaga para assumir uma de sua especificidade, pois ficaria eliminado o restante do ano, não podendo atuar como Professor da Rede Estadual neste período. Pergunto: quem, na verdade sai ganhando com isso? Uns diriam a ordem do processo seletivo tem que valer, é a autoridade, outros diriam que é justo. Mas o que deveria estar em questão seria a justiça burocrática de idéia concretas vindas de um órgão ou o aprendizado dos alunos? Um Professor não formado na disciplina não oferece o mesmo que um formado ofereceria!

Assim, no inicio de mais um ano de subida de pedra morro acima, gera-se a esperança de que em 2011 surja a possibilidade de se encontrar um lugar fixo e seguro para a pedra pesada que a cada ano, cada prova, cada escolha, cada desistência duramente se empurra. Que surja Concurso na área da Educação e que os profissionais que levam a sério a Educação sejam efetivados e as crianças tenham bons Professores em suas salas, em suas vidas!
José Antunes de Souza

edição 1268