Brasileiros precisam aprender a conviver com raios UV - Jornal Cruzeiro do Vale

Brasileiros precisam aprender a conviver com raios UV

14/12/2009

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 Brasília, 14/12/09 - Na próxima segunda-feira começa o verão no Hemisfério Sul. Apesar de já estarmos vivenciando o horário de verão em alguns estados e as chuvas insistirem em permanecer, a nova estação apresentará dias mais longos, noites mais curtas e, ainda, a necessidade do brasileiro aprender a conviver de forma saudável com os raios UV (ultravioleta) que chegam à Terra com maior intensidade neste período.
A exposição do corpo aos raios UV é maior no verão e precisamos estar atentos a este fato com relação à pele e aos olhos, as partes do corpo que mais sofrem com os efeitos nocivos dos raios solares, alerta o oftalmologista Canrobert Oliveira, diretor do departamento de refração do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB).
Índice de risco - Há uma escala meteorológica que indica, quanto mais alto o índice ultravioleta, maior o risco de danos à pele e aos olhos. Até pouco tempo, os alertas sobre o excesso de exposição à radiação solar eram feitos para a pele, mas os efeitos nocivos do excesso de exposição vai além. O Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) disponibiliza no site http://satelite.cptec.inpe.b/uv/  a previsão atualizada em uma escala de radiação de raios ultravioleta sobre as regiões e cidades brasileiras. Com estas informações é possível avaliar o grau de proteção necessário a cada dia.
De acordo com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), os valores da escala devem ser agrupados em categorias de intensidade da radiação:
- menor do que 2 = baixo
- entre 3 e 5 = moderado
- entre 6 e 7 = alto
- entre 8 e 10 = muito alto
- maior do que 11 = extremo
Proteção - Quando o índice for menor do que 2, de acordo com a orientação do site, nenhuma precaução é necessária. A faixa entre 3 e 7 requer precauções como procurar um local à sombra, principalmente em horário próximo ao meio-dia, e usar boné e protetor solar. Quando o índice for superior a 8, as medidas de proteção deverão ser extremas, como evitar o sol ao meio-dia, permanecer na sombra, usar camiseta, boné, óculos de sol com proteção UVB e protetor solar.

Os danos causados pela exposição à radiação ultravioleta vão desde a já conhecida queimadura da pele, às fotoalergias, além do envelhecimento precoce da pele, podendo chegar ao câncer de pele, à catarata e à cegueira.
Conforme Canrobert, os cuidados são básicos, mas sem eles os riscos são muito grandes. É muito importante, por exemplo, observar se a lente dos óculos possui a indicação de filtro. Os melhores óculos são os que apresentam um filtro com 100% de proteção contra a radiação UVA e UVB.
Canrobert descreve o processo do que o sol faz com os olhos protegidos por óculos sem filtro contra raios ultravioleta. Quando usamos óculos escuros a pupila abre-se e maior quantidade de luz penetra em nossos olhos. Se as lentes escuras são desprovidas de filtro UVA e UVB, os neurônios da mácula - área da retina responsável pela visão central - sofrem danos irreversíveis. Hoje, 25% da população com mais de 75 anos de idade apresentam algum grau de degeneração macular, há casos que chegam à cegueira da visão central.
Longo prazo - Canrobert lembra que o efeito da incidência dos raios UV nos olhos aparecem no longo prazo. Assim, descuidos na proteção dos olhos na infância, ou na juventude podem acarretar danos na vida adulta e a partir dos 60 anos de idade.
Olhos - Entre os problemas visuais que podem surgir ou ser acelerados por falta de proteção aos olhos diante da intensidade da luz e do nível de radiação, Canrobert enumera a catarata precoce, o pterígio e a lesão da mácula, na retina, além dos já detectados pela OMS.
- A catarata precoce caracteriza-se pela opacificação do cristalino (lente natural do olho) antes dos 40 anos de idade. O único tratamento existente é a cirurgia de substituição do cristalino por uma lente intra-ocular.
- O pterígio aparece fisicamente como um tecido que se desenvolve sobre a córnea tornando a visão borrada e deixando o paciente com a sensação permanente da existência de um corpo estranho nos olhos. Está diretamente relacionado à exposição dos olhos aos raios solares.
- A lesão da mácula nesses casos pode ser consequência de uma queimadura pela exposição em ambiente extremamente claro. A mácula é a parte mais sensível da retina, é onde se forma a visão central, responsável pela percepção do detalhe.

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