Em homenagem ao seu aniversario, reproduzimos abaixo o artigo escrito em junho de 2002, pelo nosso articulista Alvaro Correia sobre o sentimento e a expectativa do povo de Ilhota, com relação à construção da ponte sobre o Rio Itajaí, intitulado ?Um Sonho de Anos?.
?Durante as comemorações dos 45 anos de sua emancipação política, as autoridades e o povo do município de Ilhota não esconderam o seu sentimento de frustração, tristeza e revolta, por verem passar mais um ano sem a concretização do mais acalentado sonho dos ilhotenses: a construção de uma ponte sobre o Rio Itajaí-Açu, no centro da cidade. E não é para menos, pois sem essa obra considerada fundamental para seu progresso e desenvolvimento, Ilhota continuará sendo um município dividido e condenado a ver evaporar-se grande parte de sua economia por caminhos diferentes.
Sim, porque hoje é mais fácil os empresários, comerciantes e produtores rurais da margem esquerda comercializarem os seus produtos e fazerem seus negócios em Itajaí, Gaspar e Blumenau, do que na sede de seu município pela falta de uma ponte e a precariedade do atual acesso.
Por incrível que pareça, nesta era de fantástico avanço tecnológico, a travessia do Rio Itajaí em Ilhota, ainda continua sendo feita por uma perigosa e antiquada balsa. É claro que esse inseguro e inadequado meio de transporte não atende mais as necessidades e rapidez que uma comunidade em fase de franco progresso exige, causando em decorrência prejuízos de toda ordem ao município, principalmente pela fuga de boa parte da sua economia.
Ilhota conta, na sua margem esquerda, com as localidades de Báu, Báu Baixo, Báu Central, Braço do Báu, Alto Báu e Báu Seco, as quais são responsáveis pela produção expressiva de arroz, milho, fumo, cana de açúcar, aguardente, mandioca, melado e madeira, além de uma diversidade de pedras especiais para construção. Esses produtos que se constituíram por longo tempo na base da economia de Ilhota, antes eram escoados através da balsa, com muitos transtornos e prejuízos. Além da lentidão, pois a balsa por longos anos era movida a muque, durante as constantes cheias do Rio Itajaí deixava de funcionar, ficando parada dias e ate semanas.
A insegurança e o perigo são outros motivos de preocupações, pois não foram poucos os acidentes ali registrados, com caminhões, automóveis e carroças indo parar no fundo do Rio, sem falar nos casos de afogamentos. Com a conclusão do asfaltamento da BR-470, os habitantes da margem esquerda intensificaram mais ainda as suas atividades comerciais com as cidades vizinhas, com evidentes prejuízos para a economia de Ilhota.
E isso é de se lamentar, pois agora também a sede do município experimenta uma fase de crescente progresso, com a implantação de mais de 50 indústrias de confecção de lingerie, proporcionando novas oportunidades de emprego, que poderia beneficiar também os moradores do outro lado do Rio. Sem a ponte, entretanto, fica mais difícil.
É por isso que Ilhota tanto anseia pela sua sonhada ponte, para poder aposentar a sua velha balsa, desfrutar da sua economia por inteiro, aproximar e unir os seus moradores e finalmente integrar o município, emancipando-o definitivamente. Como não tem condições de construira obra ,Ilhota continua dependendo da boa vontade e decisão do governo do Estado.
Muitos já prometeram, mas nenhum dos governadores desses últimos anos cumpriu a promessa. As esperanças dos ilhotenses renasceram novamente com a posse do novo governo de Santa Catarina, que ao implantar a descentralização administrativa, deixou a cargo de suas Secretarias Regionais a decisão sobre tais obras.
Quem sabe se não chegou a hora da redenção de Ilhota. Todo o Vale do Itajaí, estamos certos, torce para que isso aconteça, pois a tão esperada ponte será o marco de uma nova era de bem estar, felicidade e prosperidade para Ilhota e seus habitantes.?
Álvaro Correia
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