POLITITICA - Jornal Cruzeiro do Vale

Caro(a) leitor(a),

Como você já está acostumado, temos este encontro toda terça-feira e sempre é um parto fazer um texto que seja interessante, original e agradável para sua leitura.

 Já disse em outra ocasião que a minha proposta é trabalhar com crônicas. E a crônica é um gênero textual que flutua entre o jornalístico e o literário, onde o cronista, em vez de relatar ou simplesmente comentar acontecimentos do dia a dia, oferece reflexões de forma subjetiva, pessoal e crítica.

A idéia é abordar assuntos que estão, literalmente, na boca do povo. Pois é. Pode parecer chato, cansativo e repetitivo, mas não tenho como falar de outra assunto a não ser este: Política.

- Pô, lá vem o cara, de novo, com aquele discursinho, dizendo que devemos ficar atentos, que temos que ter consciência, que temos a oportunidade de melhorar a situação...

Então tá! Chega de conversa fiada! Sabe aquela máxima que diz que futebol, política e religião não se discutem? É a mais pura verdade.

Nas últimas semanas, caí na besteira de entrar em discussões com amigos sobre as eleições. Que perda de tempo. Ainda pior, revelei meu voto para presidente para pessoas que tinham uma opinião contrária a minha. Nossa! Começou a verborréia inflamada.

- Mas como que você vai votar nesta pessoa? Ele(a) é isso. É aquilo. Logo você, um cara culto, inteligente...

Argumentos p?rá lá, argumentos p?rá cá e zero a zero no placar. Não me convenceram, muito menos eu convenci alguém. A única coisa que conseguimos foi uma desavençazinha velada, pois sabe como é o ser humano; ninguém gosta de ser questionado, muito menos contrariado.

A verdade é que todos temos concepções muito singulares sobre qualquer assunto. Os valores de certo e errado são muito relativos. Variam de acordo com a experiência de vida, classe social, educação e interesses pessoais. Todos enxergam a situação através de um ponto de vista particular.

É a maior bobagem se indispor com um amigo ou colega por não concordar com suas ideias. E fala sério! Como se adiantasse alguma coisa discutir sobre um assunto tão melindroso que é a política. Quem se envolve com isso, para começar, tem que ter estômago. É muita sujeira e pilantragem. Um jogo de interesses que transcende qualquer tipo de lógica ou razão.

Inerente a nossa vontade, somos meros peões neste jogo sujo. Não sabemos da missa a metade. O que rola nos bastidores, só quem está dentro sabe... E olha lá!
 O que não podemos é reproduzir discurso. Verdades fabricadas, factóides, estratégias, artimanhas. Tomar partido não vale a pena, além de ser perigoso.

Na real é que nossa vida pouco mudará com tudo isso. Teremos que ralar, suar, sofrer para alcançar nossos objetivos. Esperar pelo Estado... Senta se não cansa! Se não atrapalhar ?já tá bacana?.

Só espero que não considerem o texto como uma demonstração de alienação. Muito pelo contrário. Quero deixar bem claro que devemos participar deste processo ativamente, mas de forma crítica. Não acredite em tudo que veiculam! Procure se informar! Leia! Forme sua própria opinião! Não se deixem ludibriar pelos discursos de ocasião! Desconfiem! Sempre...

Michel Jaques -  michel.jaques@yahoo.com.br


edição 1227