O Franciscanismo abrange todas as ideias e vivências, em torno, a São Francisco de Assis. São Francisco nasceu, em Assis, por volta de 1181, viveu em uma época muito parecida com a nossa. Ele foi chamado por Deus, a fim de mudar o mundo e o mudou.
A estratégia se baseou na expressão: Paz e Bem. Claramente, ele pregava a paz e difundia atitudes de paz entre todas as pessoas. Estas praticando a paz, transformavam a vida no Bem. A guerra, as desordens, as intrigas dominavam muitos segmentos da população, mas, com as pregações de São Francisco e seus discípulos, aos poucos, a paz passou a ser uma companheira do povo. Todos perceberam, logo, que desta maneira a vida era bem melhor.
A conversão de Francisco começou, quando estava com vinte e poucos anos. Contudo, precisamos entender que conversão não é um pulo, um instante. Conversão é uma ação, na vida, que se prolonga por muitos anos e cresce sempre. A conversão verdadeira termina com a morte, com a partida da pessoa para o paraíso. Francisco morreu com 44 anos, o corpo dele sucumbiu, mas o espírito continuou a crescer entre nós e, ainda, cresce.
Todos nós podemos ouvir a voz divina, chamando-nos e mostrando-nos o caminho a seguir. Quando damos o sim ao chamado, começa a conversão. Esta termina com a nossa passagem para a eternidade. Ninguém pode dizer que se converteu, porque mudou alguns fatos, ou atividades na vida. a conversão é, sempre, radical e atinge todas as fibras do ser humano.
Francisco rezou muito, fez muita penitência e foi, aos poucos, vencendo os medos que lhe permeavam o espírito. Ele nutria um imenso nojo por leprosos. Quando os via, ou lhes ouvia a sineta, saía correndo.
Um dia, porém, vinha a cavalo e deu, de repente, com um leproso na estrada. Lutou consigo mesmo. Parou o cavalo. Apeou-se e se aproximou dele. Conseguiu abraçá-lo e sentiu que tudo se tornou fácil. Lavou-lhe as chagas e lhe arrumou comida, água e o tratou como trataria um rei, pois, era enviado pelo rei dos reis: Jesus.
Todos nós temos os nossos medos, as nossas objeções a pessoas, ou situações. Hoje, temos outro tipo de leproso. Quantas pessoas não têm casa, não têm comida. Quantos seres humanos são vítimas da droga e sofrem horrores. A pergunta é: O que fazemos em favor de tantos desvalidos, sofredores, abandonados? Esta pergunta merece uma resposta pessoal, nossa, analisando a nossa vida.
Aqui começa a nossa missão, como começou a de Francisco. Aqui podemos vivenciar a conversão radical e frutífera. É uma decisão firme e pessoal. O crucifixo, em São Damião, disse: ?Francisco, vai e reconstrói a minha igreja?. Francisco caminhou e trabalho neste sentido. A igreja somos todos, pois, somos filhos de Deus, filhos a sua imagem e semelhança. A santidade se conquista, passo a passo, todavia, é preciso dar o primeiro passo. Vamos começar, hoje. São Francisco, ao fim da vida, proclamava que devia começar, porque, até então, pouco, ou quase nada fizera. Não achemos, também, que logo estaremos fazendo milagres, maravilhas. Devagar construiremos um mundo novo, pleno de Paz e de um imenso Bem. Assim, iremos provocando a nossa conversão e de todos que nos cercam. Que São Francisco nos dê a Paz, o Bem e nos abençoe.
Alfredo Scottini| Escritor
Edição 1367
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