O período eleitoral se aproxima e, não raro, somos interpelados pelas ruas por acenos de mão, cumprimentos inconvenientes, enfim, os candidatos começam a sua caçada aos votos. A fragilidade politica em nosso país alerta para recorrentes problemas: candidatos sem vocação versus eleitores sem critérios. Cabe lembrar que há exceções, felizmente, sempre há.
Mas, o leitor pode estar se perguntando, o que cidadania tem haver com política? Com as eleições que se aproximam? Pois é meu povo, tem tudo a ver! Discorramos.
Cidadania é uma palavra que nos remete a ideia de direito. Direito de fazermos nossas próprias escolhas, embora, infelizmente, ao tratar-se da questão política, digo, o ato de votar, a cidadania assume uma característica, muitas vezes, dissociada da sua real finalidade.
O professor Hugo F. Vieira Neves, em entrevista concedida ao Programa Conversas Cruzada exibida pela TV COM,aborda a questão do voto facultativo, e de como ainda nossa cultura política é frágil, falta-nos maturidade democrática, o que, segundo ele, pode comprometer uma eleição no caso do voto facultativo.
É uma questão polêmica, até que ponto o povo possui maturidade eleitoral? Eu prefiro acreditar que o voto facultativo nem deveria ser assunto de pauta, pois, presume-se, que o povo veja no ato de votar a possibilidade de inferir, de transformar a realidade. Mas, de fato isso acontece?
Um breve recorte histórico nos lembra de que somos um país jovem, até pouco tempo atrás vivíamos sob o regime da ditadura militar, que teve seu término em 1985. Depois disso, ainda, somente era permitido aos homens votarem e, somente aqueles que tivessem renda superior a 150.000 reis. Quanto absurdo registrou a história de redemocratização do país.
Jamais devemos perder a esperança de que seja possível a formação de cidadãos conscientes de seus direitos, conscientes de sua efetiva participação na formação do cenário social. Podemos associar o exercício da cidadania à esperança de um mundo melhor, mais justo!
Nossa atuação será de alguns segundos em frente a uma urna eletrônica, contudo, essa breve e importante participação irá definir os rumos do nosso município, da sociedade, enfim.
Vale mencionar o papel dos professores na construção de uma consciência cidadã. Eles possuem a grande missão de sustentar sua pratica docente nas bases da cidadania, é fundamental para a criança perceber o mundo a sua volta, inserir-se no contexto social, pois dessa maneira, será possível criar uma nova consciência, um novo olhar sobre o que de fato é cidadania e o que ela representa em nossas vidas. Somente assim, tornar-se-á possível eliminar a cultura politica que incita a dependência.
O voto simboliza a liberdade de escolha, então, façamos isso direito. Analise a atuação dos candidatos, principalmente daqueles que estão numa reeleição! Boa sorte para todos nós!
Cassiane Schmidt |Gaspar
Edição 1393
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