Disparidades Sociais: a favelização no Médio Vale do Itajaí - Jornal Cruzeiro do Vale

Thiago Burckhart

Estudante de Direito

O Vale do Itajaí é uma região nacionalmente conhecida por suas influências alemãs, sua cultura e culinária típica e seus índices sociais altos, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Qualidade de Vida e Poder de Compra, entre outros que fazem desta região uma das mais prósperas do sul do país. 

Entretanto, mesmo diante dos números que demonstram a qualidade de vida na cidade, contraditoriamente, a cidade de Blumenau e Gaspar estão entre as cinco cidades de Santa Catarina que mais possuem favelas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio do Censo 2010, a cidade de Blumenau é a cidade que mais possui habitantes que residem em favelas: aproximadamente 23.131. A cidade de Gaspar fica em quarto lugar no ranking com uma população em torno dos 6.120 habitantes.

Este processo de favelização que ocorre nestas duas cidades do Vale demonstram as contradições do sistema capitalista, que por um lado vende uma imagem de um mundo belo e perfeito, mas por outro deixa claro as falhas deste sistema econômico. Muitos gestores e mesmo o senso comum afirmam que este processo de favelização ocorre devido aos fluxos migratórios, daqueles que vem até a cidade em busca de empregos e da possibilidade de passar a construir uma vida digna.

Entretanto, pesquisas recentes como a realizada pela jornalista da Universidade Regional de Blumenau Magali Moser revelam que os fluxos migratórios não são a causa deste problema, mas o que ocorre é a concentração de renda em determinadas camadas minoritárias da sociedade. Esta concentração de renda que ocorre nestas cidades impede que esta parte da população menos favorecida possa efetivamente se libertar desta condição social.

Contudo, diante deste breve relato, surge a necessidade de se reprensar a distribuição de renda nestas cidades, garantindo desta forma um maior desenvolvimento social e econômico da cidade em todos os seus aspectos, e impedindo com que a realidade das favelas passem a ser cada vez mais comuns na região.

Edição 1496