Crise de autoridade - Jornal Cruzeiro do Vale

Está tudo errado. Falar em crise de autoridade num país como o Brasil parece piada, não é? Isso me irrita, vou explicar, leitor, leitora.
É o Neymar, conhecem? Aquele sujeitinho de cabelo encrespado, atual craque do Santos, pois é, ele mesmo!
O jogadorzinho desrespeitou o técnico do Santos, tudo porque o técnico o impediu de cobrar o pênalti, sofrido durante a partida do Santos contra o Atlético Goianiense.
Até aí tudo bem, nenhuma novidade, todos sabem que a grande a maioria dos jogadores de futebol acreditam que o mundo gira em torno de suas chuteiras; com salários exorbitantes, ascensões financeiras súbitas, eles acreditam que são gente importante! Fascinados com o novo mundo que lhes cai aos pés, perdem o controle, uns há que chegam a desaprender a única coisa que sabiam fazer direito : jogar futebol!
Antes, esclareço, que o objetivo do texto não é falar do esporte ?futebol?, muito menos tratar de partidarismos futebolísticos, nada disso! Há tempos que meu único time é a seleção brasileira, em tempos de copa do mundo, e olhe lá!
Voltemos ao ?Caso Neymar?, depois do incidente, o técnico Dorival Junior (PAI do time) puniu o jogador, contudo, as exigências da punição desagradaram a direção e a presidência do clube (BANCO do time) ? que não está interessada em educar seus jogadores ? antes disso, a preocupação é ganhar jogos, acumular títulos e dinheiro;
?Crise de autoridade? foi o que disse com a ?boca cheia? o presidente do Santos em relação a postura tomada pelo técnico. Bando de trouxas, menos o técnico, é claro! Este fez o seu trabalho, impôs a sua vontade a favor da ordem e da disciplina, o que rendeu-lhe a demissão. Não lhe faltará trabalho, tenho certeza. Há muito lugar para treinador sério trabalhar, em times sérios, por exemplo.
E o Neymar ficou impune, apareceu em rede nacional xingando técnico, comissão técnica e nada lhe aconteceu.
O Guri exibe-se na televisão, com sorrisinhos cínicos, boné virado, cabelo encrespado, cheio de marra, embusteiro, mais um péssimo exemplo para nossos jovens.
Os meios explicam os fins, fiquem atentos pais, pois o que aconteceu no campo de futebol, vem acontecendo há tempos nos campos da casa, da família. Pais sérios, comprometidos com a educação dos filhos (são tão poucos) pagam um preço alto, pois educar os filhos dá trabalho! Por outro lado, aos bandos, filhos impostores tentam demitir os pais de sua função: à de educar!
Já alertava o poeta suíço Jean Antoine Petit Senn: ?Os filhos tornam-se para os pais, segundo a educação que recebem, uma recompensa ou um castigo? .         
Pais, não desistam de seus filhos, tenham crises e mais crises de autoridade, se preciso for! Eduquem, eduquem, caso contrário a sociedade os educará, e da pior forma possível. Não esqueçam, comecem cedo, pois a história do pau que nasce torto, me parece, cada vez mais, ser  verdadeira.

* Tem mais:
Nota Zero para o presidente do Santos, péssimo exemplo!

(Cassiane Schmidt)
cassianeschmidt@gmail.com

edição 1236