Álvaro Correia
Ex-parlamentar
A notícia da renúncia do Papa Bento XVI continua dominando as páginas dos jornais de todo o mundo. Apesar da carta ? renúncia, onde Bento XVI justifica o seu corajoso gesto, dizendo que, aos 85 anos não tem mais energias nem condições físicas e mentais para continuar comandando a Igreja, mesmo assim a imprensa vem registrando as mais estapafúrdias especulações a respeito do gesto papal.
Por outro lado o episódio está proporcionando a divulgação de números e dados que bem expressam o tamanho da estrutura do Vaticano e de suas representações em todo o mundo.
Apesar da sua grandiosidade toda essa formidável estrutura que sustenta a Igreja Católica, está centralizada na figura do Papa que é o seu administrador absoluto.
A Santa Sé é dona hoje de um patrimônio milionário onde se destaca até a propriedade de um banco. Isso não tem impedido, entretanto, que a instituição tenha a operado com prejuízos como aconteceu em 2011 quando teve um déficit operacional de 19, 9 milhões de dólares. Incluindo os gastos com o jornal do Vaticano, rádio, editora e um centro de produção de TV e mais as despesas da Secretaria de Estado, missões diplomáticas pelo mundo e as congregações e Conselhos Pontifícios, as despesas totais do Vaticano atingem anualmente 353 milhões de dólares enquanto as receitas chegaram apenas a 333 milhões. As fontes de renda da Santa Sé provêm de contribuições de dioceses e ordens religiosas.
Segundo dados do anuário pontifício de 2012, a população católica no mundo forma hoje um contingente de um bilhão e duzentos milhões de adeptos. Para cuidar e orientar esse imenso rebanho, segundo os preceitos do catolicismo, o Vaticano dispõe de um verdadeiro exército de colaboradores distribuídos por todo o universo e assim classificados:
Cardeais- 209, sendo 9 brasileiros;
Bispos- 5.100;
Padres- 412.000;
Diáconos- 39.500.
Considerando que o Brasil é um país onde a religião católica é uma das mais fortes do mundo, na última década, entretanto, o catolicismo aqui sofreu uma expressiva queda, baixando de 75% para 65% o número de seus adeptos. Já os evangélicos nesse mesmo período cresceram de 15% para 22%.
No instante em que lamentamos a decisão do Papa Bento XVI em entregar o bastão, pelos números que aqui apresentamos, temos que convictamente, acreditar na sinceridade e justeza do seu gesto.
Edição 1464
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