Observando os maiores entraves da sociedade, os circunlóquios pelos quais enredam-se os homens numa postura individualista, elaborada numa ciranda da involução da espécie humana, chego à soturna conclusão de que o maior desafio e a origem de muitos problemas encontram-se na base dos relacionamentos.
No decurso natural da vida vamos criando laços, estabelecendo relações, primeiro na família, mais tarde na escola, no trabalho, vive-se sempre em meio à pessoas; neste contexto é que por vezes surgem as mais desastrosas experiências grupais.
Pergunto, por quê tantas vezes os laços acabam se transformando em nós?
Pense caro leitor por instante, quantas pessoas já passaram pela sua vida? Quantas já partiram? , creio que este revés representa sempre oportunidade de crescimento. Convido a refletir sobre algumas pessoas que passaram pela sua vida, o que de ti elas levaram? O que delas em ti ficou? Qual a lição?
Contudo, o que realmente importa saber é a respeito da qualidade da relação que estabelecemos com o outro, pessoas são escolas, penso que o maior desafio que a vida nos impõe é a convivência.
Através do contato com o outro é possível aprimorar, avaliar a capacidade de tolerância, de generosidade, de maturidade da qual dispomos, ou presumimos dispor.
Através das experiências obtidas nos relacionamentos que estabelecemos ao longo da vida, torna-se possível perscrutar o intimo de nossa alma, descobrindo nossos limites, posturas emocionais rígidas, doentias, mas não basta apenas descobri-las, é preciso superá-las.
O grande desafio reside na inabilidade de estabelecermos relacionamentos saudáveis, a intolerância assume força nos núcleos familiares, afetivos, sociais e profissionais.
Há pessoas que perderam a noção de cordialidade, de educação e respeito ao próximo, para conseguirem o que desejam são capazes de tudo, simplesmente desconhecem limites! Vão deixando um rastro de desafetos e cicatrizes emocionais por onde passam.
Enquanto o afeto une o desafeto ata.
A base para o sucesso pessoal, profissional está na cordura das ações que estabelecemos com o outro, criando círculos emocionais saudáveis e benfazejos.
Aceitar as pessoas como elas são não significa que você deve abrir mão dos seus princípios, dos seus pontos de vista, significa apenas que você é generoso com a opinião, com a formação do outro.
Adote uma postura mental mais flexível, não julgue, não crie desafetos desnecessários, eles só irão comprometer o teu caminho. Faça a sua parte, lembre-se que um auto-exemplo vale mais que mil tentativas de explicação. Aprenda a sutil diferença entre discordar e dissentir.
Cassiane Schmidt | Gaspar
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