Momentos marcantes da trajetória de vida de dona Mausi - Jornal Cruzeiro do Vale

Momentos marcantes da trajetória de vida de dona Mausi

10/04/2013

O orgulho e a satisfação em relatar pequenos pedaços de sua vida enchem os olhos de Cecília Dagnoni. Popularmente conhecida como dona Mausi, ela é uma pessoa batalhadora e dona de muita coragem e sabedoria, que tenta transmitir esse espírito a todos os familiares e amigos. Aos 90 anos, a vaidosa senhora tem como maior alegria a união e companhia da família e afirma que isso é o que a fortalece a cada novo dia de vida.

 

Momentos marcantes ao lado da família

fotopg9abrecolorMD.jpgO sorriso no rosto já não transmite toda a alegria de alguns anos atrás, mas nem por isso a vontade de viver e de fazer de tudo para ser feliz diminuiu. Várias lembranças estão impregnadas na mente e coração de Cecília Dagnoni, marcando todos os anos de vida e momentos felizes pelos quais passou. Com um coração gigante sempre preparado para ajudar a todos e um belo senso de humor, dona Mausi é um verdadeiro exemplo de que o tempo é o responsável pelas maiores lições da vida. Nascida em 7 de março de 1923, a filha de Arnoldo e Margarida Zimmermann é gasparense de alma e coração. Dona Mausi nasceu e cresceu no bairro Bela Vista, onde a família teve grande importância. O pai foi responsável por doar o terreno para a escola que seria construída no bairro. Como forma de agradecimento, o educandário foi batizado com seu nome.

Dona Mausi cresceu ao lado de oito irmãos, sendo que era a penúltima entre as três mulheres. Ainda quando criança, ela trabalhava nos afazeres domésticos, enquanto pais e irmãos mais velhos iam à roça. Dona Mausi também conseguiu estudar e para isso precisava ir do Bela Vista ao Centro a pé. Embora não tenha trabalhado na roça durante a infância e adolescência, a querida senhora passou a ir ao campo diariamente para trabalhar ao lado do marido. Leopoldo Dagnoni, o primeiro e único namorado de dona Mausi, começou a fazer parte de sua vida aos 16 anos. 

O casal se conheceu em um baile em Blumenau e namorou por quatro anos. Quando faltava apenas um dia para completar 20 anos, Cecília casou-se com Leopoldo, no dia 6 de março de 1943. Falar sobre o marido e as histórias que viveram juntos é algo que a deixa muito feliz. Mostrando um dos sorrisos mais alegres, a senhora de 90 anos destaca uma das histórias que mais a diverte. No dia do casamento, um dos convidados viu que Leopoldo se casaria com Cecília, mas como ela é mais conhecida por Mausi, o convidado ficou indignado e começou a perguntar por que ele não se casaria mais com Mausi. O casal ficou unido por 67 anos, até a morte dele, em 2010. Até hoje, a dor da saudade e amor por Leopoldo fazem parte de sua rotina de vida. ?Durante todo este tempo, eu vivi para ele. Éramos felizes demais?.

 

Uma vida dedicada aos filhos, marido e trabalho

fotopg9retrancacolorMD.jpgAssim que se casou com Leopoldo, dona Mausi foi morar no bairro Gasparinho. Neste local, o casal trabalhou no campo. Mas, além de ir para a lavoura, Cecília também costurava roupas para diversas pessoas da comunidade, que a tinham como uma costureira de mão cheia. Assim que o casal parou de trabalhar na roça, Leopoldo decidiu abrir uma loja, onde trabalharam por muitos anos. No Gasparinho, eles também deram início à família, formada por dois filhos. Na década de 1960, a família Dagnoni se mudou para a rua Itajaí, onde montaram o primeiro restaurante da localidade. Dona Mausi ainda vive no bairro Sete de Setembro. 

Os dois filhos da senhora de 90 anos, uma mulher e um homem, não deram nenhum neto a ela. Embora a família seja pequena, ela revela que possui 58 afilhados, que também são bem próximos dela. Hoje, Cecília passa os dias em casa, mas destaca que adora passear. Além disso, ela conta com a companhia dos dois filhos, que sempre a visitam.

 

 

Edição 1478